UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
AMANDA P. CRISTINO – C448JH-5
BRUNO H. MARIANO – C4840C-1
BRUNO N. ZAMPOLO – C483FF-0
FÁBIO F. DOMINGUES – C63EEH-0
GUILHERME B. PEDROSA – T73925-0
GUILHERME R. DE CARVALHO – C59386-9
RAPHAEL F. M. SILVA – C39FCE-7
RUBENS A. A. JÚNIOR – T49128-2
THIAGO P. CARVALHO – C51CEH-2
WESLEY R. SILVA – C72368-1
METODOLOGIA DE TRABALHO ACADÊMICOMétodos de Pesquisa
RIBEIRÃO PRETO2018
Sumário
1. Objetivo..........................................................................................................................................3
2. Método Indutivo.............................................................................................................................4
2.1. Tipos de Indução..........................................................................................................................5
2.1.1. Indução Formal ou Completa.................................................................................................5
2.1.2. Indução Científica ou Incompleta...........................................................................................5
2.1.3. Generalização Indutiva...........................................................................................................6
2.1.4. Generalização Universal.........................................................................................................6
2.1.5. Generalização Estatística........................................................................................................6
2.1.6. Da População para a Amostra................................................................................................6
2.1.7. De Amostra para Amostra......................................................................................................7
3. Método Dedutivo...........................................................................................................................8
3.1. Argumentos Dedutivos................................................................................................................8
3.1.1. Modus Tollens........................................................................................................................9
3.1.2. Modus Ponens........................................................................................................................9
4. Diferenças entre os Métodos Indutivo e Dedutivo.......................................................................10
5. Método Hipotético Dedutivo........................................................................................................13
6. Método Estatístico.......................................................................................................................14
7. Método Clínico.............................................................................................................................16
8. Método Monográfico...................................................................................................................18
9. Referências Bibliográficas.............................................................................................................20
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1. Objetivo
Os alunos que cursam o sétimo semestre do curso de Ciência da
Computação na Universidade Paulista, tem por objetivo apresentar conceitos e
exemplos sobre as principais metodologias e técnicas de pesquisas.
O uso adequado de um determinado método está diretamente relacionado ao
objeto ao qual será estudado, sendo de demasiada importância escolher
adequadamente a ferramenta que será utilizada, para que no final o resultado seja
alcançado de forma satisfatória.
A premissa é demonstrar através de exemplos de fácil compreensão, de que
forma são construídos os pensamentos que orientam as pesquisas, de forma a criar
hipóteses e teorias que possam ser defendidas na explicação de um fato ou
acontecimento.
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2. Método Indutivo
Este método de pesquisa baseia-se em analisar premissas identificando algo
que as mesmas possam ter em comum, buscando chegar a uma conclusão
aumentando o campo de atuação da pesquisa com foco na generalização.
Os casos estudados no método indutivo, acabam por ser considerados parte
de um todo que não fora completamente testado, ou seja, utilizam-se alguns
exemplos específicos que tendem a apresentar um comportamento semelhante, e
desse modo, extraem-se destes objetos de estudo, características que possam ser
observadas em todos os casos, como no exemplo a seguir:
“Antônio é mortal.
João é mortal.
Paulo é mortal.
...
Carlos é mortal.
Ora, Antônio, João, Paulo ... e Carlos são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.”
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 29)
Como fica evidente, a generalização neste caso baseia-se apenas nos
exemplos que foram escolhidos, podendo assim gerar um resultado final que não
necessariamente seja condizente com a verdade, pois pode existir algum caso que
não fora tomado como objeto de estudo que anule a verdade que fora encontrada na
conclusão deste cenário.
O processo de desenvolvimento do método indutivo toma por início a
observação do fenômeno em questão, partindo daí para a análise da relação entre
as sentenças, concluindo então na generalização dessa associação entre as
proposições.
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Fluxograma do processo de criação do conhecimento no método indutivo
Portanto, o objetivo deste método é realmente ampliar a área que está sendo
estudada com base agora na observação dos casos gerando uma ideia que possa
estar contida nas demais ocorrências, buscando assim o conhecimento científico
embasando-se na observação e suposição de uma verdade e não apenas na
especulação de algo sem ter ao menos vários exemplos como base para o todo.
2.1. Tipos de Indução
Como mostrado anteriormente, a indução consiste em passar algo do
particular para o geral. Abaixo, são exemplificados alguns dos diversos tipos de
indução pertencentes ao método indutivo.
2.1.1. Indução Formal ou Completa
É um tipo que não expressa novos conhecimentos e evolução para ciência,
ou seja, tudo que é dito já foi observado e comprovado. Todas as amostras desse
tipo de indução podem ser consideradas uma coleção de coisas ou fatos
conhecidos. Resumindo, ela parte de casos conhecidos e comprovados pela
experiência até chegar ao todo.
Ex.: Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo possuem 24
horas.
Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo são dias da
semana.
Logo, todos os dias da semana possuem 24 horas.
2.1.2. Indução Científica ou Incompleta
Foi criada por Galileu Galilei e aperfeiçoada por Francis Bacon. Tem
fundamento na lei que molda o fato, sendo assim, é encontrada em um ou mais
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Observação Descoberta daRelação
Generalização da relação
casos, mas não em todos. Porém, todos os casos que são analisados devem ser
provados e experimentados a ponto de poder concluir e extrair algo em comum,
sendo assim, havendo possibilidade de casos não analisados.
Ex.: Este metal 1 é condutor de eletricidade.
Aquele outro metal 2 é condutor de eletricidade.
Logo, metais sempre conduzem eletricidade.
2.1.3. Generalização Indutiva
Baseada nas sentenças observadas, extraí uma verdade geral, através da
constatação de uma relação entre os membros da premissa.
Ex.: Todos os gêmeos univitelinos observados têm o mesmo genótipo.
Todos os univitelinos têm o mesmo genótipo.
2.1.4. Generalização Universal
Seleciona uma determinada sentença que em toda e qualquer amostra
aparecerá, podendo assim, concluir uma verdade absoluta.
Ex.: Toda pessoa observada possui DNA único.
Toda pessoa possui DNA único.
2.1.5. Generalização Estatística
Utiliza dados estatísticos para comprovar as sentenças observadas, sendo
assim, generalizando para todo o resto.
Ex.: 89% das mulheres morenas observadas possuem olhos escuros.
89% das mulheres morenas possuem olhos escuros.
2.1.6. Da População para a Amostra
Analisa um grande número de amostras e atribui à um caso que participará da
observação a verdade encontrada. Este tipo pode ser confundido com Dedução,
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porém, a diferença é que ele não atribui a verdade absoluta ao todo, e sim, analisa
alguns casos e atribui a observação à amostra.
Ex.: A grande maioria dos assalariados ganham um salário mínimo.
José ganha um salário mínimo.
2.1.7. De Amostra para Amostra
Parte de um mesmo tipo de sentença, particularizando a observação.
Ex.: Todas as aves observadas até hoje chocam ovos.
Estas aves que vamos observar também chocam ovos.
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3. Método Dedutivo
Ao contrário do indutivo, o método dedutivo parte da generalização para o
caso específico, ou seja, é um tipo de raciocínio que considera primeiramente o
todo, para então chegar a uma conclusão a nível do indivíduo.
Já utilizado na antiguidade, o pensamento dedutivo foi definido também por
Aristóteles, por meio de sua lógica aristotélica, baseada nos conceitos do silogismo,
que consiste na extração de uma conclusão, apoiando-se em duas ou três
proposições que sejam consideradas verdadeiras.
A dedução por sua vez, não necessariamente resulta em uma conclusão que
traga novos conhecimentos, já que o objeto final do estudo se resume à um caso
isolado, que pertence à um cenário anteriormente generalizado, que já se conhece.
Todavia, o método dedutivo tem por finalidade organizar e especificar as
informações que já foram obtidas, apenas comprovando aquela situação.
No pensamento dedutivo, a hipótese geral que é tida como objeto de estudo,
nem sempre tem relação direta com o mundo real, mas sim com a visão do filósofo,
cientista ou pensador que está trabalhando com o processo, tendo na lógica, o
principal mecanismo para busca da verdade.
Ex.: Todo mamífero tem um coração. (Premissa maior - axioma)
Ora, todos os cães são mamíferos. (Premissa menor)
Logo, todos os cães têm um coração. (Conclusão - teorema)
Os suspeitos do crime estavam na sala entre às 13 e 14 horas.
João não estava na sala entre às 13 e 14 horas.
Logo, João não é um dos suspeitos do crime.
3.1. Argumentos Dedutivos
Na dedução existem alguns modos de argumentação disponíveis para que
através da condição de veracidade da premissa, resultam na veracidade da
conclusão; abaixo destacam-se as mais utilizadas.
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3.1.1. Modus Tollens
No tollens, o resultado é uma conclusão válida, uma vez que na construção
do pensamento, aplica-se como primeira parte do procedimento, uma premissa
condicional, que na segunda proposição, tem sua segunda parte da
condicionalidade negada, ou seja, garantindo que o consequente da condição é
falso. Desse modo, na conclusão do pensamento, ocorre a confirmação de que a
primeira metade da premissa também é falsa. (BRZOZOWSKI, 2011)
Ex.: Se alguém desligar este interruptor, a lâmpada se apaga.
A lâmpada não se apagou.
Eu não desliguei este interruptor.
3.1.2. Modus Ponens
Já neste tipo de argumentação, o resultado também é uma conclusão válida,
mas dessa vez, a segunda premissa, tem por objetivo garantir a veracidade do
primeiro componente da sentença condicional, ou seja, o antecedente. Assim sendo,
na conclusão do pensamento, ocorre então a confirmação da segunda metade da
premissa, garantindo que ela é verdadeira. (BRZOZOWSKI, 2011)
Ex.: Se alguém desligar este interruptor, a lâmpada se apaga.
Eu desliguei este interruptor.
A lâmpada se apagou.
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4. Diferenças entre os Métodos Indutivo e Dedutivo
Partindo do princípio de que ambos os métodos têm a mesma finalidade, ou
seja, auxiliar as decisões por meio da construção de conhecimentos válidos e
verdadeiros, compreendemos que os Métodos Indutivo e Dedutivo não se opõem,
mas constituem uma única cadeia de raciocínio.
A dedução e a indução, tal como a síntese e análise,
generalizações e abstrações, não são métodos isolados de raciocínio de
pesquisa. Eles se completam [...]; a conclusão estabelecida pela indução
pode servir de princípio – premissa maior - para a dedução, mas a
conclusão da dedução pode também servir de princípio da indução seguinte
– premissa menor –, e assim sucessivamente.
(SOUZA; SANTOS; DIAS, 2013, p. 32)
Para a compreensão dos fatos pela ciência, os procedimentos fundamentais
na pesquisa devem ser processados a partir da análise e da síntese. Dessa forma
compreendemos o método indutivo como uma análise partindo de dados
particulares, da observação empírica, para a tomada de conclusões gerais, ou seja,
da "parte para o todo".
O método dedutivo, por sua vez, parte do geral para o particular, "do todo
para a parte", formulando uma ideia geral e depois observando se os casos
particulares são validados por esta premissa. Dessa forma, a dedução toma
conclusões em virtude unicamente de sua lógica.
Tratando sobre as diferenças entre os métodos, começamos por enumerar
que o método indutivo trata de ampliar o conhecimento admitindo resultados com
vários graus de força; enquanto o dedutivo de explicar as premissas, no qual os
resultados são dados de forma binária, ou seja, se são verdadeiros ou falsos.
Perceba que uma diferença entre a indução e a dedução está
justamente na relação entre a conclusão e as premissas: na indução a
conclusão pode ser falsa mesmo quando as premissas são verdadeiras. Já
na dedução, conclusão e premissas têm uma relação direta: se uma é falsa,
a outra também é. Essa relação direta é usada na ciência para testar se
alguma ideia é verdadeira. A partir de uma condição X (uma hipótese geral),
faz-se uma previsão de uma conclusão Y (a dedução), e esta previsão é
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então testada por experimentos diversos. Se Y não for verdadeira, então a
hipótese geral também não é.
(JUBILUT, 2017)
A seguir apresentaremos duas frases para demonstrar de forma clara e
objetiva as diferenças entre estes métodos na prática.
Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi (2007, p. 92)
a) Característica I.
Do ponto de vista dedutivo, para que a conclusão fosse falsa, uma das
premissas anteriores deveria ter teor falso, dessa forma ou nem todos cães são
mamíferos ou nem todos mamíferos têm um coração.
De outra forma, no argumento indutivo temos uma margem para interpretar
que: o fato de não ter, até o presente, encontrado um cão sem coração não é
garantia de que todos os cães tenham um coração.
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b) Característica II.
A conclusão no argumento dedutivo não diz mais que suas premissas, ou
seja, apenas reafirma algo contido nas premissas. Assim se as premissas forem
verdadeiras a conclusão também será. Na frase exemplificada a informação de que
os cães têm coração está contida nas premissas.
Por sua vez, no método indutivo a premissa se refere somente aos cães já
observados, porém a conclusão diz respeito a cães não observados, dessa forma a
conclusão enuncia algo não contido na premissa, por este motivo a conclusão pode
ser falsa (mesmo a premissa sendo verdadeira).
Contrariamente, os argumentos indutivos admitem diferentes graus
de força, dependendo da capacidade das premissas de sustentarem a
conclusão. Resumindo, os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das
premissas, com sacrifício da precisão, ao passo que os argumentos
dedutivos sacrificam a ampliação do conteúdo, para atingir a “certeza”.
(LAKATOS; MARCONI, 2007, p. 92).
Os exemplos inicialmente citados mostram as características e a diferença
entre os argumentos dedutivos e indutivos, mas não expressam sua real importância
para a ciência. Dois exemplos ilustram sua aplicação significativa para o
conhecimento científico.
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5. Método Hipotético Dedutivo
Essa lógica de pesquisa científica surgiu com Karl Kopper, como uma forma
de explorar o pesquisador ao mais alto grau de ceticismo sobre o assunto analisado.
Karl Kopper foi um dos filósofos mais influentes do século XX, do qual nasceu na
Áustria, porém se naturalizou britânico. A ideia criada por Kopper, surgiu devido à
alguns aspectos da indução que o filósofo criticava muito as suas aplicações.
O método hipotético dedutivo consiste na construção de conjecturas
(hipóteses), do qual serão submetidas a testes, como por exemplo realizar um
confronto de fatos para obter qual dessas hipóteses atendem a real forma da
situação. É um método baseado em eliminação de erros, que segue uma ordem
cronológica de fatos a serem analisados. É um método que não leva a certeza, pois
o conhecimento correto pode não ser totalmente efetivado.
Podemos considerar os seguintes tópicos para a estrutura lógica desse
método como: ocorrência do problema, formulação de uma hipótese explicativa,
dedução de consequências a partir da hipótese e comprovação das implicações. O
primeiro passo, é a forma de entender o problema, e indicar pontos principais a
serem cumpridos. A próxima etapa se baseia em criar hipóteses do porquê o
problema está acontecendo, e suas características peculiares. A dedução de
consequências tem como função analisar como as hipóteses irão ser comprovadas,
para só assim de fato aplicar as hipóteses.
Em resumo, esse método se baseia em construir uma teoria que elabora
hipóteses a partir das quais as conclusões obtidas podem ser deduzidas, e através
das mesmas pode-se fazer previsões.
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6. Método Estatístico
A utilidade do método estatístico permite a quem está estudando, tirar
conclusões sobre um grupo (população) analisando uma pequena parcela desse
grupo.
A partir do momento em que se coleta uma amostra que seja bem definida e
suficientemente aleatória de uma população, já é possível ter indícios para fazer
boas inferências e conclusões.
Este método se fundamenta na aplicação da teoria estatística da
probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em ciências sociais.
Devemos considerar, no entanto, que as explicações obtidas mediante a utilização
do método estatístico não devem ser consideradas absolutamente verdadeiras, mas
portadoras de boa probabilidade de serem verdadeiras. Com base na utilização de
testes estatísticos, possibilita-se determinar, em termos numéricos, a probabilidade
de acerto de determinada conclusão, bem como a margem de erro de um valor
obtido. Assim, o método estatístico passa a se caracterizar por razoável grau de
precisão, o que o torna bastante aceito por parte dos pesquisadores com
preocupações de ordem quantitativa. Nesse sentido, os procedimentos estatísticos
fornecem considerável reforço às conclusões obtidas, sobretudo, mediante a
experimentação e a observação.
Para tanto, as fases do método estatístico são:
Definição do problema: determinar como a recolha de dados pode
solucionar um problema;
Planejamento: elaborar como fazer o levantamento dos dados;
Coleta de dados: reunir dados após o planejamento do trabalho pretendido,
bem como definição da periodicidade da coleta (contínua, periódica, ocasional ou
indireta);
Correção dos dados coletados: conferir dados para afastar algum erro por
parte da pessoa que os coletou;
Apuração dos dados: organização e contagem dos dados;
Apresentação dos dados: montagem de suportes que demonstrem o
resultado da coleta dos dados (gráficos e tabelas);
Análise dos dados: exame detalhado e interpretação dos dados.
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Aliada à probabilidade, pode ser aplicada em diversas áreas. Tomando como
exemplo, tem-se a análise dos dados sociais, econômicos e demográficos, citando
assim o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O IBGE é o órgão que fornece ao nosso país os dados necessários para a
definição do modelo de planejamento mais adequado nas políticas públicas.
A palavra estatística, do latim status + pseudo prefixo latino -isticum,
relaciona-se com “estado”.
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7. Método Clínico
De acordo com Correia (2012), o método clínico "é um conjunto de diversas
metodologias [semelhante às do método científico hipotético-dedutivo], de caráter
qualitativo, que visa estudar em profundidade um indivíduo, assunto ou problema",
sendo utilizado principalmente para realizar o diagnóstico de um paciente e orientar
o seu tratamento. Neste método há uma relação profunda entre o pesquisador e o
pesquisado, apoiando-se na experiência subjetiva e casos individuais, o que dificulta
generalizações (Prodanov; Freitas, 2013, apud Gil, 2008).
No processo de diagnóstico, o pesquisador utiliza a realidade concreta,
sintomas e sinais obtidos por anamnese (conjunto estruturado de informações
significativas passadas e presentes, de uma pessoa, obtidas por meio de entrevista)
para formular diversas hipóteses a serem testadas, possibilitando, então, a tomada
de uma decisão terapêutica. Apesar de raciocinar de forma intuitiva, é pelo uso da
lógica e das leis de probabilidade que se busca um diagnóstico correto.
O método clínico é amplamente utilizado tanto na pesquisa como na
intervenção psicológica, especialmente após os trabalhos de Freud (1856 - 1939),
inventor da psicanálise, com a investigação dos determinantes inconscientes do
comportamento, que caracterizava seus procedimentos como "clínica" terapêutica
(Prodanov; Freitas, 2013).
No entanto, foi Charcot (1825 - 1893), médico e cientista francês, no fim do
século XIX com seus estudos sobre a histeria, quem abriu caminho para utilização
de formas de intervenção clínica ou terapêutica, na psicologia. Sendo que o termo
"método clínico", dentro desta área, teria sido utilizado primeiro pelo psicólogo
americano Witmer (1864 - 1956) (Aguiar, 2000).
Piaget (1896 - 1980), utilizou e aperfeiçoou o método clínico para investigar
como as crianças pensam, percebem, agem e sentem, procurando descobrir o que
não é evidente no que os sujeitos fazem ou dizem (Silva, 2015 apud Delval, 2002).
O método clínico experimental/piagetiano, como foi chamado, contribuiu para a
estruturação da teoria do desenvolvimento cognitivo, que teve um grande impacto na
educação, afirmando que as crianças só podem aprender aquilo para qual estavam
preparadas para assimilar.
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O método piagetiano segue alguns pressupostos (Silva, 2015):
O experimentador deve procurar analisar o que está acontecendo e
esclarecer o significado da conduta do sujeito;
É possível intervir para descobrir o significado das ações ou
explicações do sujeito, mas de forma flexível e sensível;
O sujeito revela ao longo da entrevista, de forma implícita, sua
estrutura de pensamento e concepções do mundo;
O experimentador formula hipóteses acerca das razões do sujeito, as
coloca em teste e as modifica, ao mesmo tempo, a partir de novas perguntas ou
situações experimentais.
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8. Método Monográfico
O método monográfico, ou estudo de caso, foi proposto pelo sociólogo Pierre-
Guillaume-Frédéric Le Play, o empregou ao estudar famílias operárias na Europa.
Partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade pode ser
considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos semelhantes.
O método monográfico consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões,
condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter
generalizações, e é bastante utilizado no campo das ciências sociais. É, portanto,
qualitativo, já que busca compreender os fenômenos através da coleta de dados
narrativas e não estatística. A investigação deve examinar o tema escolhido,
observando todos os fatores que o influenciaram e analisando-o em todos os seus
aspectos.
Em seu início, o método consistia no exame de aspectos particulares, como,
por exemplo, o orçamento familiar, as características de profissões ou de indústrias
domiciliares, o custo de vida, etc. Entretanto, o estudo monográfico pode, também,
em vez de se concentrar em um aspecto, abranger o conjunto das atividades de um
grupo social particular, como as cooperativas, grupos indígenas, etc. A vantagem do
método consiste em respeitar a “totalidade solidária” dos grupos, ao estudar, em
primeiro lugar, a vida do grupo na sua unidade concreta, evitando, portanto, a
prematura dissociação de seus elementos. São exemplos desse tipo de estudo as
monografias regionais, as rurais, as de aldeia e até as urbanas.
O estudo de caso geralmente apresenta um problema mal estruturado, ou
seja, que não tem uma solução pré-definida, exigindo empenho para identificar o
problema, analisar evidências, desenvolver argumentos lógicos, avaliar e propor
soluções.
A pesquisa de estudo de caso seria o método preferencial em comparação
com outros nas seguintes situações:
• As principais questões da pesquisa são “como?” e “por quê?”
• Um pesquisador tem pouco ou nenhum controle sobre eventos
comportamentais
• O foco do estudo é um fenômeno contemporâneo (em vez de
puramente histórico)
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Exemplo de estudo de caso:
Cria-se um método financeiro inovador e quer-se aplicar em empresas. É
humanamente impossível testá-lo em todas as empresas do mundo, mas é possível
afunilar para o estudo de um caso específico que servirá como base para estudos
mais amplos.
Neste caso, é importante ter como propulsão um problema a ser investigado
onde se tem a hipótese que esse método financeiro será a solução.
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9. Referências Bibliográficas
DINIZ, Margareth. O método clínico na investigação da relação com o saber
de quem pesquisa e ensina: contribuições para a formação docente na tensão entre
saber e conhecer. 29ª Reunião Anual da ANPE, 2006. Disponível em:
<http://29reuniao.anped.org.br/trabalhos/trabalho/GT08-2254--Int.pdf>. Acesso em
10 de março de 2018.
AGUIAR, Fernando. Método Clínico: Método Clínico? Psicologia: Reflexão e
Crítica, 2001, 14(3), p. 609-616, Ago. 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/prc/v14n3/7846.pdf>. Acesso em 10 de março de 2018.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. METODOLOGIA DO
TRABALHO CIENTÍFICO: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico.
2 ed. Rio Grande do Sul: Universidade Feevale, 2013.
CORREIA, José. Método Clínico. Jul. 2012. Disponível em:
<https://sites.google.com/site/lacospsychelogos/sss/metodos-da-psicologia/metodo-
clinico>. Acesso em 10 de março de 2018.
SILVA, Antonio José da. Método Clínico Piagetiano. 2015. Disponível em:
<http://slideplayer.com.br/slide/2621985/>. Acesso em 10 de março de 2018.
LIVRE PENSAMENTO, Métodos Científicos. Disponível em:
<https://livrepensamento.com/2013/09/23/metodos-cientificos-metodo-indutivo/>.
Acesso em 09 de março de 2018.
MEU ARTIGO, O Método Científico. Disponível em:
<http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/o-metodo-cientifico-deducao-
inducao-ensino-ciencias-biologia.htm>. Acesso em 10 de março de 2018.
20
BIOLOGIA TOTAL, Qual a diferença entre indução e dedução no método
científico? Disponível em: <https://www.biologiatotal.com.br/blog/diferenca-deducao-
e-inducao.html>. Acesso em 10 de março de 2018.
BRZOZOWSKI, Jerzy A. Modus ponens, modus tollens, e respectivas falácias
formais. 2011. Disponível em: <http://jeiks.net/wp-content/uploads/2012/10/falacias-
form.pdf>. Acesso em 11 de março de 2018.
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