EDIÇÃO 28 – 09 DE OUTUBRO DE 2015
ASSESSORIA DE IMPRENSA
RAMAL 2105
07.10.2015
Estamos vivenciando a maior revolução no transporte
desde a invenção do automóvel
Em menos de 10 anos, testemunharemos o fim das montadoras de
automóveis, dos postos de gasolina, e de mais que 90% dos acidentes
de carro
O Google já consta com uma frota de veículos autônomos logando mais que
15.000 km por semana em vias públicas
Em 1886 o alemão Karl Benz inventou o primeiro automóvel movido a gasolina.
Em 1908, a Ford lançou o Model T, o primeiro carro economicamente
acessível. Sem dúvida, o avanço no transporte revolucionou a sociedade, o
comércio, e facilitou o crescimento e desenvolvimento das cidades. Mas, hoje, um
século mais tarde, estamos prestes a vivenciar a maior transformação no
transporte desde a chegada do automóvel.
Viveremos em uma realidade onde o veículo movido a gasolina será uma coisa do
passado. A figura do motorista – seja de um coletivo, de um táxi, ou até mesmo
daquele que dirige seu carro particular – não será nem reconhecida pela nova
geração. As montadoras, inclusive a própria Ford, que protagonizou anterior
revolução no transporte, tomarão o mesmo caminho dos fabricantes de
carruagens.
Essa mudança é o resultado da interseção de três poderosas vertentes: A
viabilidade técnica do veículo autônomo; a produção em escala de baterias com
alta capacidade para carros elétricos; a massificação de sistemas e plataformas
para compartilhamento e arrendamento de transporte.
O veículo autônomo chegou
O carro autônomo já é uma realidade, falta apenas se tornar disponível ao
público, algo que empresas como Google, Apple e Tesla, já prometem até 2020.
Para exemplificar, o Google possui uma frota de carros autônomos, que já
rodaram mais de 1,6 milhões de quilômetros em vias públicas e já transportam
diariamente mais de 100 colaboradores da empresa – de suas casas ao trabalho.
Os benefícios da automação
A primeira grande vantagem do transporte autônomo será a segurança no
trânsito. Utilizando sistemas avançados de lasers, sensores, e câmeras, o veículo
autônomo enxerga muito além da capacidade humana. Isso sem mencionar que o
condutor, cada vez mais interrompido pelo envio de mensagens no celular, não
consegue (e nem quer) dedicar 100% do seu tempo e atenção para locomover um
veículo.
A melhora da segurança no trânsito refletirá em uma grande queda no número de
mortes em acidentes de carros. Atualmente, 1,2 milhões de pessoas no mundo
morrem em acidentes de trânsito todo ano. De acordo com um levantamento do
Google, estima-se que 94% dessas mortes sejam causadas por erro humano.
A segunda grande vantagem será a diminuição do congestionamento dos veículos
nas cidades, que atualmente, consome tanto do nosso tempo produtivo. Veículos
autônomos conseguem dirigir de forma mais precisa – necessitando menos
espaço entre eles e assim, triplicando a capacidade das nossas estradas. Contando
com esse mecanismo, passaremos menos tempo dirigindo e utilizaremos o tempo
no carro, para outros fins – seja trabalhando no nosso notebook, lendo um livro,
ou dando uma cochilada.
A morte das montadoras
O fim das montadoras virá logo depois. Justifico minha afirmação: a dificuldade
de construir um veículo autônomo não vem da qualidade do hardware, mas sim
da complexidade do software. Desenvolver software com logica e algoritmos
avançados é algo que empresas como Google e Apple sabem fazer infinitamente
melhor do que qualquer empresa fundada no início do século vinte.
O grande desafio do lado de software, não é só de captar volumes absurdos de
dados em tempo real (algo feito pelos sensores, lasers, e câmeras), mas de
processar esses dados quase que instantaneamente, tomando milhares de micro-
decisões a cada segundo – um conhecimento de Big Data e de várias outras
técnicas que as montadoras não dominam nem perto dessas gigantes de
tecnologia.
Para se ter uma ideia dessa corrida tecnológica, somente a Apple, que deve estar 2
ou 3 anos atrás da Google em pesquisa na área, já tem 600 colaboradores
alocados em seu projeto “secreto”, codinome “Titan”, e tem planos de triplicar
esses números. São investimentos que a Apple, empresa com mais de 200 bilhões
de dólares em caixa (valor suficiente para comprar a empresa de Henry Ford 4
vezes), consegue realizar. Já as grandes montadoras, infelizmente, nunca
conseguirão se igualar.
Do sol ao tanque: Carros que não precisam de gasolina
O carro elétrico, para alguns países, já é uma realidade a vários anos. A empresa
Tesla Motors, do empreendedor visionário Elon Musk, já colocou, por exemplo,
mais de 75 mil veículos nas estradas. Seu principal veículo, o Model S, pode rodar
mais de 400km, sem precisar recarregar a bateria – energia suficiente para ir do
Rio de Janeiro a São Paulo, sem parar. O ritmo de inovação da empresa, e de
concorrentes, só acelera à medida que sua escala cresce. Até o lançamento de um
veículo autônomo, a capacidade dos veículos elétricos já deve superar os 600km.
Uma grande vantagem desse tipo de tecnologia é a diminuição da poluição
atmosférica nas cidades. A Tesla, que não se restringe apenas ao
desenvolvimento de carros, recentemente, anunciou a Powerwall, uma bateria
residencial que permite a geração de energia através de painéis solares, captada
da própria casa do condutor do veículo, possibilitando o armazenamento de
energia na bateria.
Olhando o mesmo horizonte da comercialização do veículo autônomo, acredito
que a ligação de painéis solares residenciais com capacidade de armazenamento
de energia, e veículos elétricos, viabilizaram carros que não só não precisam de
motoristas mas também não precisam de gasolina.
Transporte compartilhado e sob demanda
A medida que carros não dependem mais de motoristas ou de gasolina para se
locomoverem, o custo desse tipo de produto, rapidamente, se tornará uma
pequena fração do que é hoje. Com isso, o principal investimento em ter um
veículo será o custo inicial para obter esses sistemas de transporte do futuro. O
barateamento do custo variável de transporte (o preço de uma corrida de táxi, por
exemplo), em comparação ao custo fixo do automóvel, tornarão ainda mais
atrativa, financeiramente, a opção de compartilhar um veículo entre vários
passageiros, seja via transporte coletivo, ou até mesmo transporte individual
(como os táxis e Ubers proporcionam hoje).
A tendência é essa: as pessoas passarão a pagar somente pelo período e distância
percorridos. Com essa mudança, vejo o número de veículos particulares caindo
drasticamente e o uso de empresas como a Uber, que hoje já tem escala global
como uma plataforma de transporte, crescendo, e nesse processo criando
algumas das empresas mais valiosas do planeta.
Como qualquer grande movimento sísmico mundial, a revolução no transporte
que estamos prestes a testemunhar terá ganhadores e perdedores. Os perdedores
tentarão retardar seu acontecimento – via artimanhas políticas e burocráticas –
mas não terão sucesso a médio prazo. Os ganhadores serão as bilhões de pessoas
que terão acesso a um transporte mais eficiente, limpo e barato.
07.10.2015
Transporte coletivo interestadual deverá ter passagens
gratuitas a jovens de baixa renda
Medida vale a partir de dezembro. Serão duas passagens gratuitas e
duas com 50% de desconto, por viagem
A partir do dia 1º de dezembro, empresas que realizam o transporte coletivo
interestadual de passageiros nos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário
(inclusive travessias) deverão garantir, ao
menos, duas passagens gratuitas e mais duas com
50% de desconto para jovens de baixa renda. A
medida está prevista no Decreto 8.537/2015,
publicado pela Presidência da República no dia 1º
de outubro.
As regras preveem que, para fazer uso do
benefício, o jovem deverá solicitar um único
bilhete de viagem, nos pontos de venda da transportadora, no mínimo três horas
antes do horário da partida. Ele também poderá pedir a emissão do bilhete de
retorno. No momento da solicitação, o interessado deverá apresentar a Identidade
Jovem (documento que comprova a condição de baixa renda), acompanhada de
documento de identificação com foto. Após esse prazo, caso os assentos
reservados não tenham sido ocupados, as empresas poderão colocar os bilhetes à
venda.
Para embarcar, o jovem deverá comparecer ao terminal até 30 minutos antes da
hora marcada para o início da viagem, ou poderá perder o benefício. O bilhete de
viagem será nominal e intransferível. Nele, estará expressa a concessão da
gratuidade ou do desconto. No benefício não estarão incluídas tarifas de
utilização dos terminais, de pedágio e despesas com alimentação.
Quando o benefício for negado, as empresas de transporte deverão emitir, ao
jovem, documento que indica data, hora, local e motivo da recusa.
As empresas também deverão informar, periodicamente, a ANTT (Agência
Nacional de Transportes Terrestres) e a Antaq (Agência Nacional de Transportes
Aquaviários) sobre a movimentação de passageiros com acesso a essa gratuidade.
02.10.2015
Governo não paga Inmetro e controle do tacógrafo fica
comprometido
A perícia de acidentes e fiscalização das jornadas de trabalho e tempo de direção
dos motoristas correm risco de ficar comprometidas porque o os postos de
ensaio, que fazem a verificação dos equipamentos, não estão recebendo do
Inmetro há mais de três meses. Em razão disso, muitos postos de ensaio não
terão condições de atender os usuários. Caminhões, ônibus e vans com mais de
10 ocupantes, são obrigados a fazer a verificação do equipamento que registra
velocidade, tempo de direção e distância percorrida. Sem a certificação o veículo
não pode circular e corre risco de pesadas multas. A autoridade de trânsito não
pode aceitar a justificativa do proprietário do veículo de que não fez a verificação
por falta de posto de ensaio. Tudo isso porque o Governo está contingenciando
recursos que não lhe pertencem.
O proprietário do veículo paga a taxa que vai para o cofre do Governo Federal,
este por sua vez, deveria repassar para o Inmetro os recursos para que pague o
posto de ensaio onde foi feita a inspeção do equipamento. Acontece que o
Governo Federal não está pagando ao Inmetro e muitos postos de ensaio estão
sem condições de pagar salários, impostos e continuar atendendo os usuários
pois não recebem há meses.
Há alguns anos o INMETRO necessitava formar uma rede com capacidade técnica
e abrangência nacional para cumprir com sua obrigação (INMETRO) legal de
verificar todos os tacógrafos em todo o país e vários pequenos empresários foram
convencidos a fazer investimentos significativos, para o porte médio das
empresas do setor, a fim de estar aptos a realizar a verificação. Hoje encontram-
se em situação de risco de falência pois, “o cliente” INMETRO não os paga.
Inclusive emitiram Notas Fiscais e não estão conseguindo pagar sequer o imposto
gerado pela nota fiscal emitida após a autorização do INMETRO.
O presidente da Anpeci, José Augusto Basso, entidade que representa os postos
de enasio, escreveu um artigo que esclarece bem a situação e transcrevemos
abaixo:
GOLPE CONTRA A ECONOMIA
(ou o dia que acreditei no Governo)
Meu desabafo é, antes de tudo, um desabafo sincero de um homem sexagenário,
que trabalha há 48 anos, que é empresário há mais de 30 anos e que nunca em
sua carreira empreendedora havia atrasado um dia suas obrigações trabalhistas
ou tributárias, mas que em setembro de 2015 atrasou o salário de todos os seus
funcionários e também não pagou seu imposto.
Hoje, sexta feira, 25 de setembro de 2015, acumulamos 37 (trinta e sete!!!)
ligações à Presidência da ANPECI de Associados informando que nesta semana
não conseguiram pagar o Simples Nacional. Todos eles vêm emitindo Notas
Fiscais contra o INMETRO por serviços já realizados, com pagamento já recebido
pelo Governo Federal e que este (des)Governo se nega absurdamente a repassar a
parte devida a nós, reles prestadores de um serviço ao qual nos Credenciamos
para fazer cumprir um dever do Estado. Essa irresponsabilidade é essencialmente
um golpe contra a economia!
Como podemos chamar esta inadimplência irresponsável? Seria improbidade
administrativa? Ou simples desonestidade de um grupo de incompetentes
travestidos de autoridades?
O Poder, outorgado pelo povo, deveria ser exercido em nome do povo! Quem o
detém, ignorando a realidade, traiu sua consciência (se é que a tem) e propiciou
exclusivamente meios para sua reeleição. Tudo em nome do poder, criando um
falso Orçamento, com números fabricados e engolidos pelo Congresso Nacional.
Uns espertos mentindo para um bando de trouxas (que acreditam ser espertos).
Triste sina a do Brasil, triste futuro estão construindo para nós!!!
A exemplo da situação, cabe uma memória pessoal. No ano de 1998, o então
Governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, esteve acompanhado do Lula
em visita ao Presidente FHC no Palácio da Alvorada. Na entrada, ao transpor o
pórtico do Palácio, Lula teria dito “com licença Presidente” ao que respondeu FHC
“Porque você pede licença para entrar na sua futura casa?” Esta história foi
contada num bar aqui de Brasília, o Feitiço Mineiro, ao finado Jorge Ferreira,
horas depois do ocorrido. Coincidentemente, tive a oportunidade de ouvi-la ainda
naquela madrugada.
A classe dominante vai passando o bastão, de mão em mão, e o povo entra na
história como massa de manobra, sendo manipulado de todas as formas até
perceber que nada pode fazer. Enfim, lesado e sentindo-se impotente, faz o que
lhe resta fazer: nada, ou seja, para de fazer tudo que estava fazendo. É o início
dos movimentos grevistas. Sem mais como recorrer, como última instância,
fazemos tudo que pode fazer: nada!
Meu desabafo é por ouvir diariamente a respeito da penúria pela qual passam
centenas de micro e pequenas empresas no Brasil. Empresas iguais à minha, que,
na boa fé, assinaram contratos de Parceria Público Privada com o INMETRO por
adesão a Edital publicado do Diário Oficial da União (DOU). Para nós, bastaria
atender as demandas técnicas, sermos credenciados, termos o contrato publicado
no mesmo DOU, trabalharmos, apresentarmos Nota Fiscal e recebermos nosso
pagamento pelos serviços executados (observação pertinente: em setembro de
2015 completam-se 37 meses de defasagem na correção do valor por ensaio
recebido pelos PECs). Foi assim até o início deste ano de 2015. Hoje, com a
inadimplência imperando na relação INMETRO x PECs, a penúria é o que nos resta.
Muitos que recorrem à ANPECI apresentam as mesmas dúvidas e desabafos: “Tive
de atrasar o aluguel, a luz, os funcionários! Será que eles não vão nos pagar? Será
que vão ter a hombridade de pagar com juros e multa os atrasados? Devo entrar
na Justiça? Não consegui pagar o Simples, e agora?” A resposta que posso dar dói
a cada vez que tenho de dizer: -agora estamos à mercê de um contingenciamento
burro, que bloqueia contas que geram recursos ao Tesouro Nacional, pois o
dinheiro entra antes da realização do serviço por nós! Não temos ideia do que
ocorrerá em seguida, é a grande verdade!
Não seria o caso de responsabilizar os (ir)responsáveis pelo Tesouro Nacional,
que recebem o dinheiro da taxa metrológica recolhida por Guia de Recolhimento à
União, contratam o serviço através do INMETRO e não pagam? Há aí um evidente
desrespeito às obrigações de qualquer administrador/gestor.
Há enfim um desrespeito inigualável ao Estatuto da Micro e Pequena Empresa que,
entre tantas outras, impõe ao Poder Público o dever de zelar pela saúde financeira
dessas empresas e não matá-las, como está a ocorrer agora.
José Augusto Basso
Presidente da ANPECI
03.10.2015
ANTT quer sugestões para viabilizar isenção de pedágio sobre eixos suspensos
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) iniciou a Tomada de
Subsídio Nº 7/2015, com o objetivo de colher sugestões sobre as medidas
técnicas e operacionais para viabilizar a isenção da cobrança de pedágio sobre os
eixos suspensos de veículos de transporte de cargas que circulam vazios. A
norma foi estabelecida pela Lei nº 13.103/2015 (Lei dos Caminhoneiros).
A minuta de resolução e o formulário de envio de contribuições estão disponíveis
aqui. As contribuições por escrito poderão ser encaminhadas até as 18h do dia
8/10 por meio do site ou pelo e-mail [email protected]. Qualquer pessoa
pode participar.
05.10.2015
Concessões de portos são acompanhadas pelo TCU
O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou acompanhamento da concessão dos
arrendamentos de áreas e instalações portuárias referentes aos portos de Santos e
Vila do Conde e aos terminais de Outeiro e Miramar, no âmbito do Programa de
Investimentos em Logística (PIL).
A fase atual das licitações, denominada fase 1, abrangeu oito de 29 terminais a
serem licitados. Em trabalho anterior, o tribunal analisou os estudos de
viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA) e determinou correções em
relação a projeções de demanda, premissas concorrenciais, projeto de
investimentos, despesas operacionais e política tarifária, entre outros aspectos.
Na última quarta-feira (30), o TCU avaliou as alterações no critério de julgamento
das licitações e no novo estudo de viabilidade, assim como o cumprimento das
determinações relacionadas aos terminais incluídos na fase atual.
O critério de julgamento dos certames foi alterado, pela Secretaria de Portos da
Presidência da República (SEP/PR), de “maior capacidade de movimentação de
carga” para “maior valor de outorga”. Na opinião do tribunal, essa modificação
pode ocasionar a perda da oportunidade de se utilizar um mecanismo de disputa
em que os competidores concorrem pela própria eficiência do serviço público a
ser concedido. Apesar disso, o TCU concluiu que a escolha do critério de
julgamento é legalmente atribuída ao concedente, que pode optar por qualquer
uma das regras especificadas nos normativos, e que a alteração não causará
prejuízo à continuidade das concessões portuárias.
Quanto aos novos estudos de viabilidade, o TCU considerou que as análises de
concorrência são adequadas. No entanto, para os próximos leilões, a permissão
ou a vedação à entrega de mais de um terminal ao mesmo proponente deverão ser
justificadas.
Alguns itens dos estudos de viabilidade foram objeto de novas determinações à
SEP/PR e à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No próximo
estágio da concessão, por exemplo, elas devem comprovar a previsão de sanções
para a eventualidade de que um dos arrendatários, em regime de
corresponsabilidade com três participantes, deixe de cumprir com sua obrigação
de realizar os investimentos. O objetivo dessa deliberação é evitar prejuízos à
operação nos terminais, em decorrência do eventual descumprimento, por um
dos concessionários, de sua parte nos investimentos e atividades elencados como
de responsabilidade solidária.
As deliberações anteriores foram consideradas cumpridas pelo tribunal. No
entanto, novas recomendações foram emitidas à SEP/PR e à Antaq, como fazer
constar, em sítio na internet, as explicações encaminhadas ao TCU, para que os
licitantes venham a ter informações mais completas sobre o estudo de viabilidade
técnica, econômica e ambiental desenvolvido pelo poder público. Outra
recomendação do tribunal foi que esses órgãos, nos próximos processos de
concessões portuárias, evitem incluir, nos contratos de arrendamento, obrigações
na modalidade solidária, devido ao elevado risco de imputação recíproca de culpa
pelo inadimplemento entre os coobrigados.
A relatora do processo é a ministra Ana Arraes.
09.10.2015
Volks sabia de emissões irregulares desde 2014
A Volkswagen americana admitiu que sabia, há mais de um ano, que as emissões
de seus veículos não cumpriam as normas estabelecidas pelo governo do país. O
presidente da montadora nos EUA, Michael Horn, reconheceu que os 500 mil
veículos afetados no país vão seguir contaminando o meio ambiente pelo menos
até 2017. Horn compareceu ao Comitê de Energia e Comercio do Congresso para
responder perguntas sobre o escândalo.
Horn calou-se boa parte do tempo e deixou várias questões sem resposta, dizendo
desconhecer o "truque” para driblar os testes de verificação oficiais. Apesar de
negar o envolvimento na decisão, ele admitiu que a Volkswagen instalou um
software nos veículos com o propósito de driblar os testes ambientais. Cerca de
500 mil veículos a diesel da empresa emitiriam poluentes em nível até 40 vezes
acima do permitido pela legislação dos EUA.
O executivo alemão disse que só tomou conhecimento da existência desse
software em 1º de setembro de 2015, 17 dias antes que a fraude fosse exposta. O
executivo afirmou que sabia do descumprimento das normas ambientais
americanas por meio de estudos independentes encomendados pela montadora
no início de 2014.
"Naquele momento, eu não sabia que existia um aparelho para manipular (as
emissões) ou que ele poderia ser instalado nos carros da Volkswagen”, afirmou o
presidente da Volks nos EUA. Por várias vezes na sessão, Horn tentou se
justificar: "Não sou engenheiro”.
‘Segredinho’. Os congressistas se mostraram irritados com a falta de informações
do depoimento de Horn. Uma declaração imediatamente rebatida foi a tentativa
do executivo de tentar creditar a decisão de driblar os testes "a indivíduos” e não
a uma decisão corporativa. O republicano Fred Upton, do Estado de Michigan,
advertiu o executivo e afirmou que a "Volkswagen pagará caro por seu
segredinho”. Outros representantes sugeriram que a montadora deve indenizar
individualmente os consumidores que enganou.
Embora só tenha vindo a público agora, o software que driblava os testes de
emissões de poluentes foi criado em 2008, quando ficou claro para a Volkswagen
que a empresa não daria conta de atender às exigências de uso de "diesel limpo”
impostos pelas regras americanas.
Já se sabe que modelos das Volkswagen e também das submarcas Audi, Seat e
Skoda foram afetados pelo problema - que não estaria restrito aos EUA. Na quarta-
feira, a empresa anunciou a suspensão das vendas de seu modelo Caddy na
Suécia.
Busca e apreensão. Enquanto isso, a polícia alemã apreendeu documentos na
sede mundial da Volks, em Wolfsburg (cidade próxima à capital Berlim), e em
outros municípios do país. As buscas também envolveram apreensões em
residências, segundo a agência AFP.
O objetivo da operação foi garantir a proteção de documentos com informações
que possam ser usadas para atribuir responsabilidade na falsificação de
resultados dos motores a diesel.
07.10.2015
Ministério dos Transportes pretende criar regras mais
atrativas para leilões de rodovias
RIO DE JANEIRO (Reuters) – O governo federal pretende criar regras mais atrativas
aos investidores para os leilões de rodovias previstos para este ano, diante de
uma conjuntura econômica mais adversa, disse à Reuters nesta terça-feira a
secretária executiva do Ministério dos Transportes, Natália Marcassa.
De acordo com ela, com um corte orçamentário de 3 bilhões de reais na pasta
para o ano que vem, estuda-se a possibilidade de ampliar os número de lotes das
concessões assim como o número de quilômetros concedidos a partir de 2016.
Ela afirmou que entre as possibilidades em estudo está o alongamento dos prazos
para as concessionárias realizarem osinvestimentos, assim como maior
participação do capital estrangeiro nos grupos participantes.
A secretária acrescentou que meios devem ser buscados para garantir o retorno
ao investidor e a implementação dos investimentos necessários para diminuir o
atraso da infraestrutura no país.
O novo modelo com medidas de estímulo ao setor privado ainda não tem data
para ser anunciado. O governo programou para este ano o leilão de cinco lotes de
rodovias e outros 11 em 2016. Por enquanto, apenas o leilão de renovação da
concessão da ponte Rio-Niterói foi realizado, e os demais estão atendendo
trâmites legais como análise do Tribunal de Contas da União (TCU) e audiências
públicas.
Apesar de só restarem três meses até o fim do ano e das condições conjunturais
adversas, a secretária do Ministério dos Transportes afirmou que, tecnicamente,
ainda é viável cumprir a meta de leiloar cinco lotes em 2015.
“Todos esses lotes, do ponto de vista técnico, ainda têm viabilidade para este
ano. O que estamos analisando é a atratividade”, disse à Reuters. “Os editais
podem ser calibrados com talvez um pouco menos de investimento ou ampliação
do prazo do investimento”, acrescentou.
09.10.2015
Promotoria arquiva inquérito do monotrilho de SP que
aparece em planilha de Youssef
A Promotoria do Patrimônio Público do Ministério Público de São Paulo arquivou
inquérito para apurar suspeitas de irregularidades nas obras da Linha 15 – Prata
do Monotrilho de São Paulo que aparece em uma planilha com 750 obras
apreendida pela Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos principais
da operação, no ano passado.
A obra foi incluída em um acervo de documentos de estatais do transporte
público sobre os quais o governo de São Paulo decretou ultrasigilo por 25 anos –
o Tribunal de Contas do Estado pediu esclarecimentos à Secretaria dos
Transportes Metropolitanos sobre as razões do segredo.
O pedido de arquivamento do inquérito teve como base depoimento do próprio
doleiro em 27 de agosto deste ano aos promotores paulistas. Na ocasião, Youssef
explicou que a planilha era referente ao serviços que ele prestava de procurar
clientes para a Sanko Sider, que fornece tubos para obras de engenharia. Em
troca, o doleiro recebia uma comissão que, segundo ele, variava de 3% a 8%.
"Meu contato se restringia aos representantes das empreiteiras e não me ative em
saber quem eram as pessoas que eventualmente delas recebiam algum valor à
título de propina. Não sei indicar nenhum agente público que porventura tenha
sido beneficiado em projetos listados na relação acima mencionados”, afirmou
Youssef que, na ocasião, disse não ter nenhum conhecimento sobre os contratos
do Metrô, da Sabesp e do Rodoanel que também aparecem na planilha. Como o
caso não envolvia nenhum agente público e nem suspeita de propina a
Promotoria entendeu pelo arquivamento.
Documento
VEJA O PEDIDO DE ARQUIVAMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SÃO PAULO PDF
O inquérito foi aberto no final de 2014 com base na planilha do doleiro
apreendida pela PF na Lava Jato divulgada pela imprensa. Entre as 750 obras que
apareciam no planejamento do doleiro, consta na página 14 a "Obra Vila
Prudente” (uma das estações do monotrilho), tendo como "cliente” a Construtora
OAS, como "contato” o engenheiro Vagner Mendonça e como "cliente final” o
Metrô. As apurações tiveram início a partir do compartilhamento das provas com
a Promotoria paulista autorizado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava
Jato na Justiça Federal no Paraná.
Aparece na planilha do doleiro ainda uma proposta enviada em "7/4/2011?, no
valor "RS 7.901.280,00?
A investigação do MP paulista correu sob sigilo e buscava apurar "irregularidades
consistentes em supostos desvios na licitação do trecho do Monotrilho entre as
Estações Oratório e Vila Prudente, integrante da Linha 15-Prata do Metrô e
descumprimento do prazo de entrega do referido trecho do Monotrilho pelos
representados”, apontou o promotor Augusto Eduardo de Souza Rossini no
pedido de compartilhamento de provas com a Justiça Federal.
Sigilo. Além das suspeitas levantadas pela Lava Jato, as obras do monotrilho
foram uma das que tiveram sua documentação classificada como ultrassecreta – a
mais alta nos critérios definidos pela Lei de Acesso à Informação – pelo governo
de São Paulo no ano passado, conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo nesta
semana.
Com isso, documentos referentes o monotrilho da Linha 15- Prata, previsto
inicialmente para ser entregue em 2012, mas cuja inauguração já foi postergada
várias vezes e ainda não tem previsão de ser concluída, estavam inacessíveis para
a população.
Após a repercussão do caso e o pedido do Tribunal de Contas do Estado de São
Paulo para que o governo estadual explique o motivo de ter decretado o sigilo, o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta que deu ordem para
rever o sigilo na documentação.
02.10.2015
ANTT abre tomada de subsídio para viabilizar isenção de
pedágio sobre eixos suspensos
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
iniciou, nesta sexta-feira (02/10), a Tomada de Subsídio
Nº 7/2015, com o objetivo de colher sugestões sobre as
medidas técnicas e operacionais para viabilizar a isenção
da cobrança de pedágio sobre os eixos suspensos de
veículos de transporte de cargas que circulam vazios. A
norma foi estabelecida pela Lei nº 13.103/2015 (Lei dos Caminhoneiros).
A minuta de resolução e o formulário de envio de contribuições estão disponíveis
aqui. As contribuições por escrito poderão ser encaminhadas até as 18h do dia
8/10 por meio do site ou pelo e-mail [email protected].
06.10.2015
“Morte nas estradas” – Editorial
A educação, aliás, é a saída a médio e longo prazo, mas, enquanto
isso, é importante que as fiscalizações nas estradas sejam recorrentes
e incisivas.
Este ano, o número de mortes registradas nas rodovias federais em Mato Grosso
do Sul caiu em relação ao mesmo período do ano passado. Porém, os casos que
ainda acontecem impressionam pela irresponsabilidade gritante dos condutores.
A maioria dos acidentes é consequência da alta velocidade e da imprudência dos
motoristas. No último fim de semana, dez pessoas perderam a vida em colisões
nas estradas e pelo menos dois casos chamaram atenção, por envolver maior
quantidade de pessoas e crianças.
De janeiro até setembro, foram 116 mortes, 36,9% a menos do em igual período
de 2014, quando foram registrados 184 óbitos. Os dados fechados pela Polícia
Rodoviária Federal ainda não incluem os casos ocorridos em outubro, em que
foram 10 mortes até agora. A BR-163 ainda concentra o maior número dos casos –
40 – seguida da BR-267 (23) e da BR-262 (18). Nas rodovias estaduais,
também houve queda de mortes este ano, de 108 para 65.
Um dos casos ocorrido nas rodovias federais foi na BR-262, entre Ribas do Rio
Pardo e Água Clara. De acordo com registro da ocorrência, o condutor foi tentar
ultrapassagem e bateu frontalmente com veículo que vinha na pista contrária.
Dos cinco ocupantes, quatro morreram, sendo duas crianças de 12 e 8 anos.
Apenas a mãe deles sobreviveu. Na investigação preliminar, apurou-se que o
motorista que invadiu a pista teria bebido e há relatos de testemunhas de que ele
ainda havia comprado mais bebida depois de ter saído de festa.
Levantamento feito no período de onze meses, entre 2013 e 2014, mostra as
colisões frontais representam 3% das colisões em rodoviais federais em todo o
País, mas que foram responsáveis por 34% das mortes. A letalidade é
consequência da impossibilidade de reflexo rápido de quem é pego de supresa
pelo motorista que tenta fazer a ultrapassagem. Nas estradas – principamente nas
de pavimentação de qualidade -, é comum o condutor abusar da confiança e da
velocidade e forçar passagem, mesmo em condições mínimas de segurança. O
excesso de velocidade está entre os principais motivos dos acidentes.
Esperar pela conscientização dos motoristas não vai surtindo efeito necessário. O
uso do cinto de segurança tornou-se hábito pois foi imposto, sob pena de multa e
pontos na carteira e, mesmo assim, é comum ver condutores sem o equipamento
nas ruas da cidade. O ponto positivo é que muitas crianças incorporaram a ação e
obrigam os pais a seguirem o exemplo. A educação, aliás, é a saída a médio e
longo prazo, mas, enquanto isso, é importante que as fiscalizações nas estradas
sejam recorrentes e incisivas. É comum no período de férias e feriado prolongado
as operações especiais, envolvendo todo o efetivo das polícias rodoviárias. O
empenho poderia se estender por todo o ano, mas, para isso, segundo as polícias,
seria necessário aumentar o efetivo. Enquanto o problema das corporações não
for sanado, infelizmente, isso permite que as estradas estejam descobertas em
boa parte do tempo, tanto para a imprudência dos condutores quanto para a
criminalidade, principalmente em Mato Grosso do Sul, estado de passagem do
tráfico de drogas e armas e contrabando de combustíveis.
02.10.2015
Comissão rejeita obrigação de área de descanso em
rodovia com pedágio
A Comissão de Viação e Transportes rejeitou o Projeto de Lei 709/15, que obriga
os editais de licitação de rodovias federais a conterem cláusula para construção
de áreas de descanso nas proximidades das praças de pedágio, com banheiros
públicos e estacionamento.
Como foi rejeitada na única comissão de mérito, a proposta será arquivada, a
menos que haja recurso aprovado para análise do texto no Plenário da Câmara
dos Deputados.
O projeto é de autoria do deputado Alan Rick (PRB-AC). O texto altera a Lei
10.233/01, que criou as agências de transportes terrestres (ANTT) e aquaviários
(Antaq).
Previsão legal:
A rejeição foi pedida pelo relator, deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). Ele
argumentou que a Lei dos Caminhoneiros (Lei 13.103/15), que entrou em vigor
em março, já prevê a construção, pelos concessionários, de pontos de parada de
espera e descanso. A norma também prevê a criação de linhas de crédito
específicas para apoio à implantação dos pontos de paradas.
"Em razão da existência de norma legal dirigida ao tema, me parece não fazer
sentido dar seguimento ao projeto de lei, a despeito da boa intenção do autor",
disse Gonzaga Patriota.
09.10.2015
Índice ABCR tem queda de 0,2% em setembro, na
comparação com agosto
Na comparação setembro/15 com setembro/14, índice caiu 1,4%, com
queda de 6,6% no movimento de veículos pesados e 0,5% no de leves.
São Paulo, 9 de outubro de 2015 - O índice ABCR de Atividade de setembro
registrou queda de 0,2%, na comparação com o mês anterior, considerando dados
dessazonalizados. No período, o fluxo de veículos pesados caiu 1,1% e o de
veículos leves subiu 0,2%. O índice que mede o fluxo de veículos nas estradas
concedidas à iniciativa privada é produzido pela Associação Brasileira de
Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria
Integrada.
Na comparação de setembro de 2015 com
setembro de 2014, o Índice ABCR caiu 1,4%, com
queda de 6,6% no fluxo de veículos pesados e de
0,5% no movimento de veículos leves.
“Continuamos a ver no Índice ABCR o reflexo dos
indicadores de indústria, comércio, renda,
confiança dos consumidores e massa salarial.
Isso é visível no indicador de comparação
mensal, mas fica ainda mais claro nos dados do
indicador na comparação ano a ano, que consolidam uma tendência de queda,
especialmente no fluxo de veículos pesados”, analisa Rafael Bacciotti, economista
da Tendências Consultoria.
Nos últimos doze meses, o indicador caiu 0,4%, com decréscimo de 4,8% no
tráfego de veículos pesados e aumento de 1,1% no de veículos leves. Na
comparação do acumulado do ano (janeiro a setembro de 2015, contra janeiro a
setembro de 2014), o índice registrou queda de 1,1%, com declínio de 5,7% em
pesados e alta de 0,5% em leves.
“Como já havíamos apontado no mês anterior podemos perceber que os dados de
veículos leves começaram a captar a tendência (média móvel) de queda depois
dos pesados, que já registram inversão da curva há mais tempo. O fluxo de leves
ainda se sustenta no terreno positivo, embora haja desaceleração quando se
observa a variação acumulada nos últimos doze meses. Esse movimento acaba
refletindo o processo em curso de enfraquecimento do mercado de trabalho, com
elevação da taxa de desemprego e diminuição da massa de salários”, explica
Bacciotti.
07.10.2015
Quinze animas são atropelados por segundo em rodovias
do País
Projeção do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da
Universidade Federal de Lavras (MG), aponta que 15 animais são mortos por
segundo nas rodovias do País, o equivalente a 1,3 milhão por dia e até 475
milhões por ano. Os números foram publicados em matéria da BBC Brasil, que
destacou os casos registrados no trecho da BR 101 no norte do Espírito Santo.
O atual cenário coloca os atropelamentos como a principal causa de morte de
bichos silvestres, superando a caça ilegal, desmatamento e poluição, como
apontam especialistas entrevistados na matéria.
Quem puxa a lista, afirmam, são os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e
aves de menor porte – respondem por 90% do massacre, ou 430 milhões de
bichos. O restante se divide em animais de médio porte (macacos, gambás), com
40 milhões, e de grande porte (como antas, lobos e onças), com cinco milhões.
A BBC relembra os atropelamentos registrados no Estado e a luta da entidade
Últimos Refúgios, que debate alternativas para impedir que a lista de mortes
aumente. Entre o casos citados, estão o atropelamento de uma anta (maior
mamífero terrestre brasileiro) na margem da pista e de uma onça-pintada, além da
fêmea adulta de harpia, a maior ave de rapina das Américas, encontrada no trecho
da rodovia debilitada por fraturas e hematomas.
Ao jornal, os especialistas ressaltam que a situação é o resultado natural para um
país que desconsiderou os bichos ao planejar as rodovias e ainda dá os primeiros
passos na adoção de medidas para minimizar os impactos das vias.
“Está acontecendo uma desgraça total e não temos tempo nem de estudar o que
ocorre”, disse à BBC Brasil Áureo Banhos, professor do departamento de biologia
da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
A matéria informa que Banhos coordena um time que monitora os atropelamentos
no trecho de 25 km da BR-101 que corta uma das manchas verdes mais intactas
do país. É um mosaico de 500 km² (ou um terço da cidade de São Paulo) de
unidades de conservação rasgado pela pista única da via.
Ele faz um alerta à BBC: das 70 espécies de morcegos identificadas na região, 47
já foram atropeladas na estrada – e uma delas era desconhecida da ciência até
então. Ao todo, 165 espécies de diferentes animais perderam a vida por ali (10
anfíbios, 21 répteis, 63 aves e 71 mamíferos) – são 50 mortes por dia apenas
nesse ramo da rodovia, ou 20 mil por ano.
A matéria informa ainda que essa floresta integra as reservas de mata atlântica da
Costa do Descobrimento, patrimônio natural da humanidade desde 1999. Por ser
um raro fragmento contínuo de mata, é o último refúgio na região para várias
espécies ameaçadas, como a anta, a onça-pintada, o tatu-canastra e a harpia.
“A situação da BR-101 no Espírito Santo – que ainda enfrenta a perspectiva de
duplicação até 2025 – é uma amostra aguda de um problema nacional. São mais
de 15,5 mil km de estradas atravessando áreas federais de conservação”, destaca
a publicação.
Cenário alarmante
O trecho da BR 101 no Estado em Sooretama tem 25 quilômetros e é cortado pela
Reserva Biológica de Sooretama e a Reserva Natural do Parque da Vale, e também
duas áreas menores, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Mutum-Preto
e Recanto das Antas.
A ampliação e duplicação da BR 101 é motivo de preocupação para entidades
ambientalistas, porque irá agravar os impactos.
O elevado índice de casos resultou em mobilização do Ministério Público Federal
(MPF-ES), movimentos sociais e órgãos responsáveis, para a construção de um
modelo eficaz de combate à mortandade da fauna local. O MPF tem um
procedimento administrativo na Procuradoria da República em Linhares, para
acompanhar e fiscalizar a regularidade ambiental das obras da rodovia no norte
do Estado.
Entre as medidas emergenciais apresentadas para tentar evitar que a situação se
perpetue, estão a redução da velocidade dos veículos de 60km/h para 25km/h na
região das reservas; a instalação de radares inteligentes; a desobstrução dos
túneis de drenagem de água, que podem servir como passagem da fauna; o
cercamento da via de forma direcional para os túneis; e a promoção de ações de
sensibilização dos usuários.
Já uma petição feita via Avaaz, a rede mundial que promove mobilização para
problemas enfrentados pela comunidade, defende um traçado alternativo para
evitar que a BR-101 passe no meio da Rebio de Sooretama.
09.10.2015
São Paulo ganha novo serviço de transporte, o 'táxi preto'
Um novo serviço de transporte vai circular pelas ruas da maior cidade do Brasil. O
"táxi preto" só pode ser chamado por aplicativo e os carros precisam ser novos.
É tipo o Uber, só que não. O modelo do carro é parecido, mas com regras
diferentes. Na prática, só vai conseguir autorização para esse novo serviço quem
já tem licença de taxista. E a medida desagradou os motoristas do Uber.
Nenhum carro passou pelo Viaduto do Chá. Os taxistas fizeram um bloqueio em
frente à prefeitura e protestaram contra o aplicativo Uber.
“Eu vim me reunir com todos para reivindicar a continuidade do nosso serviço e
não o fim. Com o Uber no mercado, o serviço de táxi vai chegar à extinção”,
afirma o taxista Ricardo Alexandre Malgueiro.
Eles dizem que as corridas despencaram por causa do Uber.
“Essa queda aí foi de mais de 30%. A gente está tendo que trabalhar mais horas
para ganhar menos”, diz outro profissional, Márcio Fernandes.
Enquanto os taxistas ficaram na porta, o prefeito Fernando Haddad sancionou a
lei que proíbe o Uber na capital paulista. Os taxistas comemoraram.
O prefeito ainda anunciou uma novidade. A prefeitura criou uma nova categoria
de transporte: a de "táxi preto". Inicialmente, serão lançados cinco mil alvarás
para essa categoria.
O "táxi preto" deve ser de alto padrão, terá que ter ar-condicionado e no máximo
cinco anos de uso. A tarifa poderá ser até 25% mais cara que a do táxi comum. O
novo táxi não vai poder andar na faixa exclusiva. Para chamar um "táxi preto", a
pessoa terá que usar um aplicativo.
Os alvarás serão sorteados pela Caixa Econômica Federal e a prefeitura vai
privilegiar quem já está na praça.
“Metade desses alvarás vai estar restrito ao chamado segundo motorista, ou de
frota ou de alvará particular. A outra metade para todos que têm Condutax e não
tem alvará”, afirma o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Em nota, o Uber diz que faz serviço de transporte individual privado e que não é
uma empresa de táxi. Portanto, não se encaixaria em qualquer categoria deste tipo
de serviço.
Os representantes do aplicativo também afirmam que a medida é inconstitucional
e que o Uber vai continuar operando na cidade de São Paulo.
O Bom Dia Brasil conversou com um motorista que usa esse aplicativo e que
continua trabalhando normalmente.
“As pessoas vão pedir no aplicativo e a gente vai continuar funcionando.
Basicamente, nada mudou, porque o que eles fizeram foi colocar cinco mil novos
táxis em São Paulo. A Uber não vai trabalhar com esses cinco mil novos táxis”,
garante André Arraes, motorista do Uber.
O decreto foi publicado no Diário Oficial dessa sexta-feira (9).
09.10.2015
Setor de transporte "encolhe" em Minas
Com o aumento dos custos e a demanda em baixa, empresas do
Estado paralisam operações e reduzem a frota
Leonardo Francia O setor de transporte de cargas de Minas Gerais está
encolhendo frente à crise que atinge o País, prejudicando, principalmente, a
atividade industrial. Além de conviver com a fraca demanda, as transportadoras
do Estado não estão conseguindo repassar o aumento dos custos para o preço do
frete, fazendo com que algumas empresas paralisem operações e diminuam a
frota.
"Estamos lidando com essa situação com muita dificuldade. O setor está
trabalhando com margens apertadas, a concorrência está muito acirrada e não
tenho dúvidas de que muita gente vai quebrar", afirma o presidente da Federação
das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg),
Vander Francisco Costa.
Segundo ele, o processo de "quebra" de uma empresa no Brasil é lento e consiste,
em primeiro lugar, na inadimplência. Depois, passa pela negociação com
fornecedores. Por fim, a falência é decretada. "Tenho visto muitas empresas
insolventes e outras encolhendo", lamenta o presidente da entidade.
Costa admite que o momento atual não é favorável ao repasse do aumento dos
custos para o preço dos fretes. Em função disso, ele explica que muitas
transportadoras estão preferindo parar seus caminhões e não pegar o serviço,
para não fazer o transporte a preços que não pagam sequer as despesas. Com o
último aumento do óleo diesel, de 4%, anunciado pela Petrobras no fim de
setembro, o cenário tende a piorar nos próximos meses.
O presidente do Fetcemg explica que o combustível representa aproximadamente
40% dos custos para o transporte de cargas completas e um pouco menos,
segundo ele, no caso de cargas fracionadas. "O diesel tem um peso grande para os
custos do setor", ressalta.
Só para se ter uma ideia, nas contas do dirigente da entidade, o volume de cargas
transportadas neste ano até o momento está entre 15% e 20% abaixo do registrado
no mesmo intervalo de 2014, que já não tinha sido um exercício proveitoso, como
ele mesmo afirma. O único setor que está ajudando as trasportadoras do Estado é
o agronegócio.
Tudo isso tem provocado não só a redução da capacidade de investimento na
renovação ou ampliação da frota, mas gerado também o desinvestimento, como
acrescenta o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do
Estado de Minas Gerais (Setcemg), Sérgio Pedrosa. "Com a recessão econômica, as
empresas estão desinvestindo, parando caminhões ou vendendo parte da frota,
porque não está valendo à pena fazer o serviço", diz. Conforme ele, "as empresas
ou os carreteiros autônomos preferem ficar parados do que trabalhar a preços
baixos".
De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), as empresas de
transporte acumularam, em 12 meses, redução de 6,15% na receita líquida. O
resultado, segundo a CNT, é efeito da crise econômica sobre a área. O baixo
desempenho da economia brasileira, a alta da inflação, a elevação da carga
tributária e da taxa de juros afetaram negativamente o desempenho do setor.
08.10.2015
Palmas terá serviço de integração entre transportes a
partir de terça (13)
Integração não terá custos adicionais em viagens acima de 200 km.
Serviço será feito por intermédio dos proprietários das vans.
Passageiros do transporte intermunicipal urbano e semiurbano de Palmas poderão
integrar, a partir da próxima terça-feira (13), a passagem com os táxis e
mototáxis. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (8) pela Prefeitura de Palmas.
Conforme informações da Secretaria Municipal de Acessibilidade, Mobilidade e
Transporte, o serviço não terá custos adicionais para quem for viajar para cidades
com mais de 200 km de distância da capital. A integração será feita por
intermédio dos proprietários das vans.
A medida foi tomada após um decreto que
proíbe vans, micro-ônibus e ônibus de
buscarem e deixarem passageiros em casa.
A prefeitura os empresários entraram em
acordo no dia 16 de setembro. Naquela
ocasião ficou definido que o sistema de
transporte funcionaria de forma integrada.
Os passageiros que forem viajar para
distâncias maiores que 200 km de Palmas,
utilizando o transporte alternativo, terão o
serviço de integração pago pelos proprietários do transporte intermunicipal. Isso
porque um convênio assinado pelas categorias garante o pagamento dos custos.
Conforme a secretaria, o valor da corrida dentro do plano diretor de Palmas será
de R$ 10 por endereço, para os mototaxistas. Em relação aos taxistas, se até
quatro pessoas do mesmo endereço forem utilizar a integração receberão o
mesmo valor de R$ 10. A secretaria reforçou que o pagamento será custeado
pelos proprietários do transporte alternativo.
"Esse serviço é uma cortesia para os usuários. É um benefício para a população
porque os empresários não são obrigados a fazer isso, mas se houverem novos
aumentos de impostos esse valor poderá ser repassado ao cliente", afirmou o
representante das empresas de transporte alternativo, Wesley Rodrigues Silva.
Conforme a prefeitura, será fiscalizado os ônibus e vans estão parando fora dos
pontos já estabelecidos ou trafegando em rotas não autorizadas.
07.10.2015
Tombo das vendas de pesados será de 45,5% em 2015
O tombo das vendas de veículos comerciais pesados em 2015 será ainda maior,
conforme revisão das projeções da Anfavea divulgadas na terça-feira, 6. De
acordo com a entidade, os licenciamentos de caminhões e ônibus não devem
ultrapassar as 90 mil unidades, volume que se confirmado, representará queda de
45,5% na comparação com o ano passado, quando foram emplacadas 165 mil
unidades. Na revisão anterior, apresentada em junho, as fabricantes previam
queda de 41%, para 97 mil unidades.
A maior influência negativa virá dos caminhões, uma vez que o setor responde
por cerca de 80% das vendas totais de veículos comerciais pesados, considerando
o volume registrado nos nove meses completos do ano, cujo desempenho
confirma o péssimo ano. De janeiro a setembro, as vendas diminuíram 44% contra
mesmo acumulado de 2014, passando de 99 mil para 55,5 mil veículos. A
categoria de pesados, que reúne caminhões com PBT maior ou igual a 15
toneladas, continua com a maior retração entre as demais, acima de 60% no
comparativo anual, para 13,9 mil unidades. Todas as demais apresentaram queda
das vendas, exceto a de semileves, com PBT maior que 3,5 toneladas e menor que
6 toneladas: houve alta de 1,1% na mesma base de comparação, para pouco mais
de 2,8 mil unidades.
Só em setembro, as vendas de caminhões recuaram 47,1% na comparação com
mesmo mês do ano passado, para 5,9 mil unidades, embora haja pequeno
crescimento de 2% sobre as vendas de agosto. Segundo dados da Anfavea, este é o
pior setembro para o segmento desde 2003.
“A situação é dramática: nos últimos 5, 6 anos, a demanda cresceu de forma
expressiva, principalmente em 2011, que foi um ponto fora da curva, com a
antecipação de compra devido a chegada do Euro 5. Neste cenário, todas as
empresas aumentaram investimento em capacidade para enfrentar uma nova
demanda que não aconteceu. 90 mil unidades é um desastre para o segmento, não
só sobre o aspecto de volume de vendas, mas também porque aumenta
significativamente a concorrência entre as marcas. Todo mundo está praticando
preços irreais, vendendo Euro 5 com preço de Euro 3”, afirma Marco Saltini, vice-
presidente da Anfavea.
O executivo acrescenta que a mudança do processo de aprovação de crédito do
Finame PSI para a forma mais simplificada e aprovada na semana passada pelo
BNDES pode gerar agilidade nas compras do último trimestre. “Neste formato se
consegue fechar o negócio na hora, na própria concessionária, diretamente com o
agente financeiro. No processo tradicional, a aprovação demora até 30 dias para
acontecer nos âmbitos do BNDES”, revela. “Mas nada que mude a expectativa
negativa para o ano. O ânimo continua reduzido, influenciado pelas previsões de
PIB também negativo para 2015.”
Também há uma expectativa sustentada pela Anfavea de que o terceiro trimestre
de 2016 deve apontar alguma reação do setor: “Mas é um longo caminho até lá.
Cada empresa vai ter que se virar nos próximos anos, não só em 2016”.
Na contramão do mercado interno, as exportações apresentam resultado positivo
em todas as comparações da Anfavea: no acumulado até setembro foram
vendidos 15,5 mil caminhões a mercados externos, alta de 11,2% sobre igual
período de 2014. Em setembro, os embarques somaram pouco mais de 2 mil
unidades, crescimento de 32% sobre agosto e de 27% sobre mesmo mês do ano
passado.
Mas o bom desempenho das exportações não são suficientes para compensar as
perdas do mercado interno fazendo a produção despencar: em nove meses, as
fábricas de caminhões entregaram 59,1 mil unidades, volume 47,2% menor do que
o registrado em idêntico intervalo do ano passado, quando as linhas montaram
112 mil unidades.
“Hoje trabalhamos para regular estoques, produzir somente aquilo que o mercado
está consumindo. Cada empresa está tentando se virar como dá”, reforça Saltini.
Ônibus
Embora a Anfavea não tenha relatado as previsões de vendas separadamente para
o segmento de veículos pesados, é certo que assim como o de caminhões, o
volume de emplacamentos de chassis de ônibus cairá. Entre janeiro e setembro,
os licenciamentos recuaram 31,2% no comparativo anual, para 13,7 unidades.
Já para mercados externos, as vendas de chassis também apresentaram melhora.
No acumulado houve crescimento de 6,9% das exportações com o embarque de
5,2 mil unidades contra as 4,8 mil registradas nos mesmos nove meses de 2014.
Ainda assim, a produção diminuiu 33,1% no período, para 18,6 mil unidades.
08.10.2015
Sistema online de controle de peças de desmanche é
apresentado em São Paulo
Objetivo é rastrear os itens comercializados e a possibilidade de
verificar a origem das autopeças
Programa online de controle de peças automotivas provenientes de desmanches
foi apresentado ontem (07/10), em São Paulo. Trata-se de um sistema no qual o
cidadão pode consultar em celulares ou tablets, por meio de QR Code, a
procedência do produto a partir das etiquetas afixadas em cada peça com número
único de série. Assim, o consumidor terá a garantia de comprar apenas peças de
origem legal. Por meio do sistema, a população pode também fazer denúncias de
desmanches com suspeitas de irregularidades.
A ferramenta é parte da Lei do Desmanche, que visa regulamentar a atuação dos
estabelecimentos que trabalham com desmonte, revenda ou reciclagem de peças
usadas a fim de coibir o furto e roubo de veículos. O software, que pode ser
acessado por meio do portal www.detran.sp.gov.br na área “Parceiros”, já está
disponível para uso das empresas do setor, as quais devem etiquetar as peças a
serem comercializadas e cadastrá-las, com informações como veículo de origem e
nota fiscal de entrada e saída. Até o momento, 405 estabelecimentos foram
incluídos no sistema e 12.199 peças já foram cadastradas.
Nos próximo dias, o Detran.SP publicará portaria que estipulará prazo de 30 dias
para que as empresas etiquetem as peças e as cadastrem no sistema. Os
estabelecimentos que descumprirem a norma estarão sujeitos a perderem a
autorização de funcionamento.
O programa tem ainda um perfil para as fornecedoras de etiquetas, para que elas
possam informar a numeração de série das cartelas vendidas a cada empresa
registrada. Em breve, leiloeiros também terão acesso ao software para informar
quais empresas adquiriram veículos em leilões para desmonte de peças e quais
lotes foram comprados por cada estabelecimento.
Sancionada pelo governador do Estado de São Paulo, em 2 de janeiro de 2014 e
em vigor desde 1º de julho do ano passado, a lei estadual n° 15.276 serviu de
referência para a lei federal nº 12.977/2015, que entrou em vigor em 20 de maio
deste ano, que prevê o credenciamento e registro junto ao Detran.SP dos
estabelecimentos que atuam com desmanche, revenda ou reciclagem de
autopeças usadas. Entre outras exigências, o estabelecimento precisa ter “ficha
limpa”, ou seja, não ter dívida ativa junto ao Estado nem sócios com antecedentes
criminais, alvará de funcionamento expedido pela respectiva prefeitura, controle
de entrada e saída das peças e cuidados com o meio ambiente (como a correta
retirada de fluidos e gases dos veículos, por exemplo).
AGENDA 2015
Novembro
2ª Conferência Global De Alto Nível
Sobre Segurança No Trânsito (ONU)
18 e 19 de novembro em Brasília
2ª Conferência Paulista de Ecologia e
Transportes - ARTESP
17 e 18 de novembro de 2015, em São Paulo