FACULDADE DE EXCELÊNCIA EDUCACIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE (FATERN)
CURSO DE BACHARELADO EM FISIOTERAPIANEUROANATOMIAANDRÉ PANTOJA
RONNIERBERGSON SOUZA DE AGUIARSILVIA TAMILES MARQUES DE OLIVEIRA LOPES
WILCARLA HANDRESSA PEDROZA DA SILVA
VIAS PIRAMIDAIS
NATAL – RN2011
Ronnierbergson Souza de AguiarSilvia Tamiles Marques de Oliveira Lopes
Wilcarla Handressa Pedroza da Silva
Vias Piramidais
Trabalho apresentado à disciplina de
Neuroanatomia como requisito parcial
de avaliação. Orientado pelo
professor Ms. André Pantoja.
Natal – RN2011
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................. 042. VIAS PIRAMIDAIS....................................................................... 05
2.1 Tracto Córtico – Espinhal............................................................. 06
2.2 Tracto Córtico – Nuclear............................................................... 08
3. APLICAÇÃO CLÍNICA................................................................. 103.1 Síndrome Piramidal...................................................................... 10
3.2 Sinal de Babinski......................................................................... 11
4. CONCLUSÃO............................................................................... 125. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................... 13
1. INTRODUÇÃO
Até há algum tempo as estruturas e vias que influenciaram a motricidade
somática eram agrupadas em dois grandes sistemas, piramidal e
extrapiramidal.
Essa divisão adotada foi questionada quando se verificou que os
núcleos do corpo estriado, por muitos considerado como o sistema
extrapiramidal propriamente dito, exerciam influências sobre os neurônios
motores através do tracto córtico-espinhal, ou seja, através do próprio sistema
piramidal. O mesmo raciocínio pode ser feito em relação ao cerebelo,
freqüentemente incluído no sistema extrapiramidal, cuja influencia sobre o
neurônio motor em grande parte se faz através do tracto córtico-espinhal.
Entretanto é vantajoso do ponto de vista didático e puramente descritivo
manter os termos piramidal e extrapiramidal para indicar respectivamente as
vias motoras que passam e não passam pelas pirâmides bulbares em seu
trajeto até a medula. O tracto cortico-nuclear que termina acima de medula é
incluído entre as vias piramidais por corresponder funcionalmente ao tracto
córtico-espinhal.
2. VIAS PIRAMIDAIS
Compreende dois tractos: o tracto córtico-espinhal e seu
correspondente, no tronco encefálico, o tracto cortico-nuclear.
Os tratos corticonucleares e corticoespinhais originam – se no córtex
cerebral frontal e pariental, cerca de 60% deles nas áreas pré – central e
anteriores e cerca de 40% no córtex sensoriomotor do lobo pariental. Existem
descrições da contribuição de fibras para tratos também apartir de neurônios
dos córtex temporal e occipital.
As áreas corticais motoras descritas como origens dos tratos
corticosespinhais são o córtex motor primário (M1) na áreas 4, o córtex pré –
motor e a área motora suplementar (PMA e SMA) na área 6, a área motora do
cíngulo e córtex sensitivo somático (áreas 3, 1 e 2 do lobo parietal). Também
as áreas oculomotoras frontais (áreas 6 e 8) e do córtex parietal porterior
(áreas 5 e 7) são incluídas por alguns autores nas áreas corticais motoras.
Fonte: Neuroanatomia Aplicada, p. 226
2.1 Tracto Córtico – Espinhal
Une o córtex cerebral aos neurônios motores da medula. Suas fibras têm
o seguinte trajeto: área 4 (maioria), coroa radiada, perna posterior da capsula
interna, base do pedúnculo cerebral, base da ponte e pirâmide bulbar.
Fonte: Neuroanatomia Funcional, p. 311
Ao nível da decussação das pirâmides, uma parte das fibras continuam
ventralmente, constituindo o tracto córtico – espinhal anterior. Outra parte cruza
na decussação das pirâmides para constituir o tracto córtico – espinhal lateral.
Nos primatas, inclusive no homem, um número significativo de fibras
córtico – espinhais faz sinapse diretamente com neurônios motores alfa e
gama. Convém lembrar que nem todas as fibras córtico – espinhal são
motoras. Um número significativo delas, originadas na área somestésica do
córtex, termina na coluna posterior e acredita – se que estejam envolvidas no
controle dos impulsos sensitivos. Sem dúvidas, a principal função do tracto
córtico – espinhal é motora somática. Suas fibras terminam em relação com
neurônios motores que controlam tanto a musculatura axial como apendicular e
ele é o principal feixe responsável pela motricidade voluntária no homem.
Entretanto, ao contrário do que se admitia até há alguns anos, essa mesma
função é exercida também pelo tracto rubro – espinhal, que age sobre a
musculatura distal dos membros, e pelo tracto retículo – espinhal, que age
sobre a musculatura axial e proximal dos membros.
2.2 Tracto Córtico – Nuclear
O tracto córtico – nuclear tem o mesmo valor funcional do tracto córtico –
espinhal, diferindo deste principalmente pelo fato de transmitir impulsos aos
neurônios motores do tronco encefálico e não aos da medula. Assim, o tracto
córtico – nuclear põe sob controle voluntário os neurônios motores situados nos
núcleos dos nervos cranianos. As fibras do tracto córtico – nuclear originam –
se principalmente na parte inferior da área 4 (na região correspondente à
representação cortical da cabeça), passam pelo joelho da cápsula interna e
descem pelo tronco encefálico, associadas ao tronco córtico – espinhal. À
medida que o tracto córtico - nuclear desce pelo tronco encefálico, dele se
destacam feixes de fibras que vão influenciar os neurônios motores dos
núcleos da coluna eferente somática (núcleos do III, IV, VI e XII) e eferente
visceral especial (núcleo ambíguo e núcleo motor do V e do VII).
Embora as semelhanças entre os tractos córtico – espinhal e córtico -
nuclear sejam muito grandes, existe uma diferença entre eles que se reveste
de grande importância clínica: enquanto as fibras do tracto córtico – espinhal
são fundamentalmente cruzadas, o tracto córtico – nuclear tem grande número
de fibras homolaterais. Assim, a maioria dos músculos da cabeça está
representada no córtex motor dos dois lados (representação bilateral).
3. APLICAÇÃO CLÍNICA
3.1 Síndrome piramidal
Definia – se como resultante das lesões que comprometiam o córtex pré
– central ou os tratos ou tratos cortinucleoespinhais que transitam nas
pirâmides bulbares.
Considera – se a partir de estudos mais recentes, com métodos
neurofisiológicos e de neuroimagem modernos, que a síndrome piramidal, na
realidade, comprometeria os feixes corticonucleoespinhal, rubroespinhal e
reticuloespinhal. Permanecemos descrevendo a síndrome piramidal clássica
devido a sua grande aplicação na semiologia e clinica neurológica.
A síndrome piramidal apresenta um quadro deficitário diferente, de
acordo com nível em que o sistema nervoso central é afetado. Temos
hemiplegia desproporcionada (com grau de comprometimento diferente na face
e nos membros superior e inferior) nas lesões córticais, hemiplegia
proporcionada nas lesões da capsula interna, síndrome alterna (paralisia de
nervos cranianos no hemilado oposto ao da hemiplegia), nas lesões do tronco
cerebral e hemiplegia sem comprometimento cefálico nas lesões medulares.
Ainda na síndrome piramidal, encontramos diminuição ou abolição dos
reflexos cutâneos – abdominais e cremastérico, e a presença do sinal de
Babinski (cutâneoplantar em extensão) e de seus sucedâneos.
Pensa – se que a lesão piramidal real no homem, aquela que resultaria
da destruição do trato córtico – espinhal, determina um quadro clínico
primordial com déficit na realização e continuidade dos movimentos finos ou de
precisão, principalmente os dos dedos das mãos.
3.2 Sinal de Babinski
Sinal de doença neurológica. Consiste na provocação de extensão do
grande artelho (hálux), seguindo de afastamento dos outros artelhos, através
de uma excitação plantar (passa – se a unha ou a ponta de uma chave no
bordo externo da planta do pé), observável em acidentes vasculares cerebrais
e em recém nascidos com sistema nervoso em desenvolvimento, onde o sinal
de Babinski está presente (normal), devido à imaturidade da mielinização do
trato piramidal. Este reflexo anormal traduz uma lesão nervosa ao nível das
vias piramidais. Em pessoa com boa saúde, a resposta à excitação plantar é
inversa: flexão dos artelhos que se juntam, uns aos outros (reflexo cutâneo
plantar).
4. CONCLUSÃO
Pode se concluir que as vias piramidais ainda recebem essa
denominação não por aspectos morfofuncionais e sim por valores históricos e
pelo uso clínico corrente, são chamadas de vias piramidais as vias que passam
pelas pirâmides bulbares em seu trajeto até a medula, sendo essas o tracto
córtico – espinhal e o tracto córtico – nuclear. E tem como função primordial a
motricidade voluntária.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. 2ª ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Atheneu, 1991.
MARANHÃO, Péricles F. et al. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, Sinais de Babinski e Chaddock sem disfunção piramidal aparente, vol. 63 n. 2b, São Paulo, Jun 2005.
MENESES, Murilo S. Neuroanatommia Aplicada. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
TREPEL, Martin. Neuroanatomia Estrutura e Função. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.
http://sistemanervoso.com/pagina.php?secao=7&materia_id=138
http://www.pdamed.com.br/diciomed/pdamed_0001_15052.php