FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
CURSO DE FOTOGRAFIA
CASSIA DE OLIVEIRA DIAS
RETRATO
OSASCO – SP
AGOSTO DE 2016
FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA
CURSO DE FOTOGRAFIA
CASSIA DE OLIVEIRA DIAS
RETRATO
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado
à Focus Escola de Fotografia, para a obtenção
de certificado do Curso de Fotografia, sob a
orientação do Professor: Enio Leite.
OSASCO – SP
AGOSTO DE 2016
DEDICATÓRIA
Acredito que esse trabalho por si se dedica a todos
os envolvidos, e até a mim que foi quem passou por
muito para concluí-lo. Mas em especial, o dedico a
uma pessoa muito importante em todo esse
processo, para não dizer a base de tudo: à minha
mãe, Celia. Agradeço-a de todo o meu coração, pela
ajuda, paciência e confiança. Não me esquecendo
das pessoas que conheci durante o curso de
fotografia, com as quais pude aprender,
compartilhar e sorrir.
AGRADECIMENTOS
Agradecer sempre vai ser a melhor forma de demonstrar gratidão. E eu,
particularmente, não vejo apenas beleza no ato de agradecer, mas também, muita
importância em tal. Se sou, se tenho, se faço, é por algum motivo e por que Deus quer
e permite. Portanto, a Deus eu agradeço primeira e especialmente por mais essa
jornada concluída.
Agradeço de todo o coração à minha mãe que foi quem desde o começo me
incentivou, e enxergou em mim potencial. Muito obrigada ao meu pai e minha irmã, e
também à minha colega de curso, Daniela, que no que pode me auxiliou e me foi
companhia várias vezes.
Agradeço também a todos da Focus Escola de Fotografia, pelas aulas e disposição
no esclarecimento de dúvidas.
Aos que conheci no decorrer do curso, mesmo não tendo tanto contato, agradeço o
tempo e o riso.
Simplesmente obrigada à todos os que passaram e que, de alguma forma, fizeram
parte dessa fase da minha vida. Compartilhamos um amor em comum chamado
fotografia, e isso diz muito sobre nós.
RESUMO
Tratando-se de estilos, dentro da fotografia, o retrato pode ser considerado um dos
mais antigos. A fotografia nasceu em meados do século XIX, e mesmo esse não sendo
o primeiro estilo da área a ganhar vida, esteve no topo por muitas décadas no início.
Era comum o desejo de querer registrar momentos especiais em família, e isso se
cumpria ao se fazer um retrato da família, um retrato de alguém querido, de um grande
amor... O estilo se tornou famoso a ponto de rodar o mundo e ser cobiçado por muitos.
O processo de fotografar é muito mais complexo do que muitos podem imaginar. "Só
apertar um botão" nunca foi a realidade da fotografia. E quando se trata de fotografia
profissional, como profissão, dinheiro e conhecimento não bastam, é preciso que o
amor fale mais alto.
Sabe-se que a fotografia de retrato é regada de sentimentos, tanto da parte do
fotógrafo quanto do retratado, e da fotografia criada para a espontânea isso não muda.
Nas páginas seguintes, veremos um pouco da história de ilustres e renomados
fotógrafos que se destacaram, e ainda destacam-se na arte. Além de um pouco sobre
a magnifica arte chamada fotografia.
ABSTRACT
In the case of styles within the picture, the picture can be considered one of the oldest.
The photograph was born in the mid-nineteenth century, and even this is not the first
style of the area to life, been at the top for many decades at the beginning. It was
common the desire to want to record special family moments, and it was fulfilled when
making a family portrait, a picture of a loved one, a great love ... The style became
famous enough to turn the world and be coveted by many.
The process of shooting is much more complex than many can imagine. "Just push a
button" was never the reality of photography. And when it comes to professional
photography as a profession, money and knowledge are not enough, we need to love
speak louder.
It is known that the portrait photography is watered feelings of both the photographer
as the portrayed, and photography created for spontaneous that does not change.
In the following pages, we will see a bit of the history of distinguished and renowned
photographers stood, and still stand out in the art. Plus a little about this magnificent
art called photography.
PALAVRAS-CHAVE
Fotografia; photography; fotógrafa; photographer; retrato; portrait; sentimento; feeling;
envolvimento; engagement; câmera; camera; arte; art.
SUMÁRIO
Introdução ........................................................................................................ pág. 07
Fotografia um pouco da história ....................................................................... pág. 08
Afinal o que é? ................................................................................................. pág. 10
Fotógrafos de retrato e suas características .................................................... pág. 11
Steve McCurry ................................................................................................. pág. 12
Yousuf Karsh ................................................................................................... pág. 19
Richard Avedon ............................................................................................... pág. 23
Irving Penn ....................................................................................................... pág. 28
Annie Leibovitz ................................................................................................. pág. 31
Dorothea Lange ............................................................................................... pág. 34
Julia Margaret Cameron ................................................................................... pág. 36
Rehahn ............................................................................................................ pág. 40
Lee Jeffries ...................................................................................................... pág. 42
Ellen Von Un Werth.......................................................................................... pág. 45
Objetivas para retrato ....................................................................................... pág. 47
Equipamentos .................................................................................................. pág. 49
Alguns retratos de minha autoria...................................................................... pág. 50
O mercado de trabalho .................................................................................... pág. 52
Afinal, quanto cobrar por determinado trabalho? .............................................. pág. 52
Referências ...................................................................................................... pág. 54
INTRODUÇÃO
Logo no início do estudo do estilo retrato é possível sentir a existência dos
sentimentos contidos nos registros. Grandes nomes da fotografia contêm obras
espetaculares de grande valor sentimental. Geralmente quem fotografa pessoas tem
uma percepção mais aguçada da pessoa humana, em vários aspectos. Os que não a
tem, até o presente momento, depois de determinado tempo de trabalho e ganho de
experiências, também passam a ter. São frutos que a profissão oferece. Não é que
quem trabalha com fotografia é conhecedor de tudo, de todos e da verdade, é só que
está apto a enxergar emoções que muitas vezes passam despercebidas por olhares
distraídos.
Neste trabalho estão reunidas informações que criam uma trilha não somente
a bons retratos, mas também ao conhecimento da área e da estabilidade que todos
almejam. A tentativa de expor o quão carregado de técnica, sentimento e persistência
é a fotografia, especialmente a fotografia de retratos, acontece ao decorrer de todo
esse bonito projeto.
A escolha do estilo retrato para o desenvolvimento desse trabalho, e também
para a vida, não foi algo difícil, devido ao meu gosto particular por foto de pessoas.
Poder encontrar uma vasta diversidade de emoções e personalidade em olhares, e
ainda poder capturá-las e eternizá-las em um registro fotográfico é um desejo que
simplesmente carrego em mim.
Fotografia é arte, mas muitos se enganam por julgá-la fácil demais e boba,
coisa de um segundo, coisa de "um botão". O estudo, técnica, prática e experiências
envolvidas devem existir e ser levados a sério. E isso é o que alguns dos mais
importantes nomes da fotografia, verdadeiros marcos nessa arte mostram. Eles são
os 10 fotógrafos que me inspiram e que por mim foram escolhidos para abrilhantar
este trabalho com um pouco de suas histórias e obras.
Seus nomes:
Steve McCurry Yousuf Karsh
Richard Avedon Irving Penn
Annie Leibovitz Dorothea Lange
Julia Margaret Cameron Rehahn
Lee Jeffries Ellen Von Un Werth
FOTOGRAFIA: UM POUCO DA HISTÓRIA
Todo retrato e composto por uma ou mais pessoas, com o rosto em destaque,
ou pelo menos parte dele. Para ser retrato, é importante que a foto tenha as
características anteriormente citadas, não necessariamente sendo posada ou tendo o
indivíduo olhando diretamente para a câmera.
Pinturas e desenhos podem servir de partida para a criação de retrato, sempre
levando em consideração a personalidade do retratado, para que a mesma seja
transmitida na foto e não se perca em meio à preocupação com as poses.
Quando o assunto é invenções, é possível sentir certa tensão no ar, uma vez
que geralmente polêmicas são geradas acerca disso. Com a fotografia isso não seria
diferente. Dois importantes nomes, da arte, anunciaram-na como suas: Nicéphore
Niepce e Louis Daguerre.
Foi Niepce quem criou a primeira fotografia do mundo; uma vista da janela do
sótão de sua casa no campo, segundo historiadores e alguns muitos defensores.
Dali em diante, a evolução da fotografia continuou a ser projetada. E, então,
outro importante nome da fotografia se destacaria, tendo criado então a primeira foto
com pessoas. Em 1838, Daguerre registrou uma cena cotidiana em Paris. A cidade
carregada de movimento, como sempre; mas, de certo modo nessa fotografia, teve
seu registro praticamente sem pessoas em cena, por conta da longa exposição na
época.
Nota-se, entretanto, no canto inferior esquerdo da foto, duas pessoas: um
engraxate e seu cliente.
A evolução do trabalho do colega de Niepce não pode ser presenciada por ele,
já que o mesmo veio a falecer no ano de 1833; após vários projetos desenvolvidos em
parceria com Louis Daguerre.
Os avanços na estrutura química tornaram o tempo de exposição mais curto, e
em meados do século XIX, era mais comum enxergar pessoas na fotografia; sendo
famoso o carte-de-visite. Eram pessoas importantes e pessoas comuns. Mas na
virada do século que aconteceria o marco, a febre da fotografia de retrato. As pessoas
queriam eternizar seus momentos especiais em estúdios retratistas em Paris e
Londres.
Foi em 1839 que Robert Cornelius fez sua selfie e, então, primeiro retrato da
história. O tempo de exposição foi diminuído, a partir do processo de Daguerre, com
algumas alterações, porém; por um químico aspirante a fotógrafo.
No começo do século XX, os imigrantes trouxeram o costume de retratar, e foi
quando surgiram estúdios voltados para a específica área da fotografia, em especial
na região Sul e Rio de Janeiro.
AFINAL O QUE É?
A fotografia de retrato pode ser, por vezes, considerada uma junção de egos;
considerando que o retrato é o registro do relacionamento fotógrafo-assunto; com
isso, um encontro de egos, de quem fotografa e que é fotografado. Em alguns casos
a personalidade do modelo se sobressai e se destaca por meio da imagem, já em
outros casos, o que prevalece é o estilo do fotógrafo.
Um retrato não é criado, necessariamente, a partir de grandes acessórios e
uma boa iluminação. Não existe dúvida em torno de que existem muitos retratos
espontâneos e excelentes, e que não precisaram de uma superprodução.
Mas ter um bom planejamento, cenário e acessório especialmente para
fotografia já faz uma diferença enorme. Considerando que a fotografia no geral
necessita de muito estudo e prática, fazer uso de boas técnicas e equipamentos, é
indispensável para a produção de um retrato de qualidade.
FOTÓGRAFOS DE RETRATO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Muitos fotógrafos de retrato trabalham também em outras áreas, como em:
fotojornalismo, moda, eventos, celebridades... Isso faz com que as áreas muitas vezes
se cruzem.
O destaque destes está em fazer fotos marcantes, que expõem um sentimento
muitas vezes escondido. Não é raro se deparar com trabalhos assim feitos por muitos
fotógrafos de fotojornalismo e documentários. Vários desses fotógrafos retratam a
dura realidade vivida em países que têm a guerra e pobreza como rotina.
A área da moda também é regada de belos retratos. Os fotógrafos dessa área
são responsáveis pela captura de momentos e expressões, esses sendo espontâneos
ou ainda criados.
A vontade de buscar algo atípico, não comum, não rotineiro, é comum entre
esses artistas. A expressão, entretanto, vai ser sempre perseguida, buscada
incessantemente. A ousadia é uma das muitas ferramentas no trabalho, para que se
mostre o que muitas vezes não enxergamos, para que se desperte curiosidade, para
fazer quem está olhando pensar sobre o que está vendo. Dessa forma somos
conquistados, e temos sentimentos despertados: curiosidade, vontade, medo, desejo,
alegria. São inúmeras as sensações.
STEVE MCCURRY
Steve McCurry, recebe, mundialmente, o título de um dos melhores fabricantes
de imagem. As cores evocativas em suas fotografias fazem com que ele se destaque.
Em sua tradição documental são captadas a essência da luta humana e sua alegria.
Nascido na Filadélfia, Steve McCurry se graduou na Faculdade de Artes e
Arquitetura da Universidade Estadual da Pensilvânia. Trabalhou durante 2 anos em
um jornal e, então, mudou-se para a Índia, como freelance. Na Índia ele obteve a
característica de observar e esperar na vida. "Se você esperar", atentou-se ele, "...as
pessoas vão esquecer a sua câmera e a alma vaga-se em vista".
McCurry teve sua carreira lançada, quando disfarçado em trajes nativos, ele
cruzou a fronteira do Paquistão para o Afeganistão controlado por rebeldes pouco
antes da invasão russa. Com barba e características de desgastado pelo tempo, em
vestes tradicionais, durante semanas incorporados com Mujahideen. Ao sair, ele tinha
rolos de filme costurados em suas roupas e imagens que seriam postas para o mundo
todo ver, como um dos primeiros registros do conflito por lá. Sua cobertura foi
premiada como melhor reportagem fotográfica do exterior, Robert Capa Gold Medal;
prêmio dedicado a fotógrafos de iniciativas excepcionais e corajosas.
“Busco o momento de descuido, quando a alma aflora, quando se registra a
experiência gravada no rosto de uma pessoa. Trato de transmitir o que supõe ser essa
pessoa, uma pessoa aprisionada em uma paisagem mais ampla, que poderíamos
chamar a condição humana”.
Ganhador de vários prêmios, incluindo Revista Fotógrafo do Ano, oferecido
pela Associação Nacional de Fotógrafos de Imprensa. No mesmo ano ele ganhou um
prêmio inédito, quatro vezes, mais precisamente, no concurso World Press Photo.
Conquistou o prêmio Olivier Rebbot por duas vezes.
McCurry foi responsável pela cobertura de várias áreas de conflito internacional
e civil, incluindo Beirute, Camboja, Filipinas, a Guerra do Golfo, a ex-Jugoslávia,
Afeganistão e Tibet. O enfoque estava nas consequências humanas da guerra, e não
apenas mostrando o que a guerra impressiona na paisagem, mas também e,
principalmente, no rosto humano. Há mais de 30 anos, Steve tem sido uma das vozes
mais emblemáticas da fotografia contemporânea, com dezenas de capas de livro e
revistas, livros que ultrapassam uma dúzia, e inúmeras exposições pelo mundo
carregando o seu nome.
Desde então, a criação de imagens, por McCurry, percorre seis continentes e
diversos países. Sua obra é recheada de conflitos, culturas, antigas tradições, mas
sempre mantendo a figura humana. E foi isso que fez com que sua imagem da menina
afegã fosse tão impactante e conhecida.
A menina Afegã – 1984
Feita com uma Nikon FM2 e um rolo de Kodachrome color slide film, essa
imagem espetacular ilustrou a capa da edição de junho de 1985 da revista National
Geographic, se tornando a mais famosa imagem da revista. A garota permaneceu em
anonimato por quase duas décadas, e foi quando uma equipe da NatGeo realizou
uma busca pela real identidade da garota afegã, e descobriu que a figura tão buscada
e vista se chamava Sharbat Gula. Foi por meio de um método moderno de biometria,
que a identidade da garota foi confirmada; e graças a isso o reencontro entre ela e o
fotógrafo responsável por seu retrato em 1984, Steve McCurry, foi possível. Ela teve
seu nome revelado e, a repetição de seu retrato, também. Foram longos anos para
que a garota pudesse, finalmente, ver seu próprio retrato.
“Não há como prever uma foto assim. Às vezes a gente trabalha um mês inteiro
e não consegue nada. Mesmo depois de tanto tempo de profissão, ainda não sei como
captar uma imagem que fique gravada na memória coletiva. Tudo o que faço é seguir
minha intuição”.
Em destaque nas principais revistas do mundo e, frequentemente, à mostra na
National Geographic, a obra de McCurry tem artigos recentes sobre o Tibet,
Afeganistão, Iraque, Iêmen, e os templos de Angkor Wat, no Camboja. Pelo
subcontinente, com pouco mais do que uma bolsa de roupa e outra de filmes, ele
explora o país com sua câmera.
Steve publicou livros, incluindo The Way imperial (1985), Monsoon (1988),
Retratos (1999), Sudeste Sul (2000), Santuário (2002), O Caminho para o Buddha: A
Peregrinação tibetano (2003), Steve McCurry (2005), entre outros.
"O que é importante para o meu trabalho é a imagem individual. Eu fotografo
histórias sobre atribuição, e, claro, eles têm que ser colocados juntos de forma
coerente. Mas o que mais importa é que cada imagem vale por si só, com o seu próprio
lugar e sentimento".
Bamiyan, Afeganistão.
Pajasthan, índia.
Peru - 2004.
Angkor, Cambodia.
Lhasa, Tibet.
Kashmir.
YOUSUF KARSH
Ter acesso ao portfólio de Yousuf Karsh (1908 – 2002), para muitos, é como
acessar um pedação importantíssimo da história da humanidade sob um ponto de
vista íntimo, como se a face dos retratos representasse, em um único período, o que
escondem e o que os torna célebres. Yousuf é considerado um dos mestres da
fotografia do século 20 e, possivelmente, um dos principais retratistas do século; autor
de imagens icônicas de artistas, músicos, cientistas e outras importantes
personalidades, da Rainha Elisabeth à Albert Einstein.
Karsh teve a vida iniciada em meio à guerra, em Mardin, cidade ao lesto do
Império Otomano, atual Turquia. Cresceu na presença da fome, e de demais
atrocidades e deportações constantes por parte das autoridades sobre a minoria
armênia, chamada na época de "homens doentes da Europa". Após a morte de sua
irmã, por fome, a família de Karsh fugiu com ele para a Síria, a fim de se livrar da
perseguição. Depois de dois anos, foi possível que seus pais o mandasse para o
Canadá, para viver com seu tio, George Nakash, um então fotógrafo de Quebec. Karsh
testemunhava ser o mais animado dos passageiros do navio que seguia para a nova
morada, onde, como refugiado, ele frequentou o colégio e estudou fotografia.
Aos 20 anos de idade, em 1928, foi a Boston a trabalho, como aprendiz de John
Garo, um dos mais importantes fotógrafos de estúdio do período. Por volta de 12 anos
depois, ele retornou a Ottawa para montar seu próprio atelier e dar início a sua
carreira. Ela ainda frequentava o Ottawa Little Theatre, um teatro da cidade, para
executar atividade social extracurricular. O teatro foi responsável por marcar
fundamentalmente sua visão artística. Em um ambiente cênico, com luzes
incandescentes dramáticas, Karsh teve uma nova janela de expressão, que logo seria
convertida em possibilidade, também, para seus trabalhos fotográficos. Em 1914, por
casualidade, Karsh criou a imagem que mudaria sua vida para sempre: Por conta de
sua amizade com o primeiro ministro canadense, ele teve a oportunidade de fotografar
Winston Churchill em sua visita para discursar no Parlamento Canadense após o
ataque a Pearl Harbor. Logo a imagem se tornaria o retrato mais reproduzido de todos
os tempos e faria de Karsh o principal fotógrafo de celebridades da época.
Winston Churchill, 1941.
Devido a sua experiência com teatro, Karsh se tornou um super entendedor de
iluminação de estúdio. Iluminar separadamente as mãos de seus modelos era uma
das mais distintas práticas do fotógrafo. Escrito pelo jornalista britânico George Perry,
no The Sunday Times "Quando os famosos começavam a querer ganhar imortalidade,
chamavam Karsh". Sua câmera Calumet 8 x 10 foi usada na maior parte do tempo de
sua carreira, e captava a essência de seus assuntos no momento do retrato.
Mais de 15 livros publicados por Karsh, e exposições pelo mundo todo em
museus. Sua arte de retratar seguiu até pouco antes de sua morte, em 2002.
Rainha Elizabeth II, 1951.
Albert Einstein, 1948.
Pablo Picasso, 1954.
"O caráter, assim como a fotografia, desenvolve-se no escuro" (Yousuf Karsh)
RICHARD AVEDON
Richard Avedon nasceu em Nova Iorque, no ano de 1923, em uma família de
origem judaico-russa, e aos 12 anos de idade realizou seu primeiro contato com
fotografia, no YMHA Camera Club. Em 1942, no período da Segunda Guerra Mundial,
Avedon serviu às forças armadas como fotógrafo Segunda Classe da Marinha
Mercante. Ao longo dos dois anos que passou por lá, fez uso de uma Rolleiflex com
lente dupla que havia ganhado de seu pai para que fizesse retratos de identificação
dos tripulantes. Nessa época Avedon obteve mais conhecimentos técnicos e começou
a desenvolver um estilo dinâmico. Dois anos depois, deixou a Marinha Mercante para
seguir no trabalho de fotografia de moda e estudar com o diretor de arte Alexey
Brodovitch, no Laboratório de Design da New School for Social Research.
No ano de 1945, ele montou seu próprio estúdio para realizar trabalho
fotográfico freelancer para várias revistas, como: Theater Arts, Life, Look Magazines
e Harpe’s Bazaar, onde rapidamente se destacou e, com o suporte de Brodovitch,
teve ascensão meteórica. Lá ele criou uma abordagem original para produzir
fotografias de moda: incentivadas por Avedon, as modelos eram postas em ação,
sorrindo e atuando. Ainda nessa época, inspirado pelo fotojornalista e fotógrafo de
moda Martin Munkacsi, Avedon deixou o estúdio e fotografou modelos nas ruas, em
casas noturnas, arenas de circo entre outros lugares até então pouco convencionais.
Possuía fascínio pela capacidade da fotografia de sugerir a personalidade de
seus modelos: “As minhas fotografias não vão além da aparência externa. Tenho
muita fé nela. Uma boa aparência externa está cheia de pistas.” declarou ele, que
registrava poses, atitudes, estilos, roupas e acessórios de forma vital.
Em 1965, quando parou de trabalhar para a Harper's Bazzar, Avedon começou
uma relação duradoura com a revista Vogue até o ano de 1988. Também estabeleceu
parcerias criativas com a francesa Egoiste e com a norte-americana The New Yorker,
onde revigorou seu estilo com dinamismo teatral. Ainda, produziu peças publicitárias
para marcas como Calvin Klein, Versace e Revlon.
Com muita versatilidade, Avedon também registrou momentos conflituosos
como o movimento dos direitos civis no Sul dos E.U.A. e a Guerra do Vietnã, onde
fotografou estudantes, artistas, ativistas contra culturais e as vítimas da guerra, tanto
nos E.U.A. como no país asiático.
Kate Moss
"Tenho me interessado ultimamente, pela passagem do tempo dentro de uma
fotografia." (Richard Avedon)
No ano de 1976, ele produziu um ensaio chamado The Family, para a revista
Rolling Stone, um retrato da "power elite" que comandava os E.U.A. na época. No
total, 69 banqueiros, políticos, líderes sindicais e editores foram fotografados sem
nenhuma intervenção de Avedon. As roupas e poses puderam ser escolhidas por cada
um, sem que qualquer opinião do fotógrafo interferisse nos registros.
Entretanto, alguns dos mais extraordinários retratos de sua obra são de seu
pai, Jacob Israel Avedon, durante seus últimos anos de vida. Ele enfrentou a difícil
aceitação da doença e a morte, com a fotografia, assim como em vários momentos
usada para a superação de momentos difíceis “é como se os sentimentos saíssem de
dentro de mim e fossem colocados no papel” disse ele.
Jacob Israel Avedon, outubro de 1969
Avedon iniciou um trabalho no começo dos anos 80, que culminaria em sua
obra prima: In the American West, lançado em 1985, registrou membros da classe
trabalhadora: garçonetes, condenados, mineiros, açougueiros, dentre outros,
fotografados em frente de um fundo branco. Embora o minimalismo se fizesse
aparente, Avedon enfatizou que tais retratos não deveriam ser tidos como registros
simples de pessoas, mas sim “o momento, uma emoção ou um fato que se transforma
em uma fotografia já não é um fato, mas uma opinião “. Ele produziu e publicou vários
livros ao longo dos anos, dentre esses: Observations (1959), Nothing Personal (1964),
Portraits (1976), Photographs 1947–1977 (1978) e In the American West (1985).
Diversas personalidades como Marilyn Monroe, Beatles, Andy Warhol,
Natassja Kinski, Truman Capote, Bob Dylan, Stravinsky e muitos outros foram
fotografados pelas objetivas de Avedon, que faleceu em 2004, quando realizava um
ensaio para o The New Yorker. Além disso, ele estava trabalhando em um projeto
chamado Democracy, baseado na eleição presidencial de 2004 nos Estados Unidos.
Marilyn Monroe, 1957
Kristen McMenamy e Nadja Auermann, 1995
Bob Dylan, década de 60.
The Beatles, 1967
Darkness and Light, documentário, dá prioridade às duas principais vertentes
exploradas por Avedon: retrato e fotografia de moda. Por sinal, considerado um dos
inovadores do gênero, como declara Dorian Leigh Parker, ícone entre as modelos
fotográficas dos anos 40: "Antes dele, as modelos ficavam paradas como uma estátua.
Avedon mudou o ambiente da fotografia de moda. Ele participava, ele fazia parte da
foto. O modo como se movimentava com sua Rolleiflex era como se ele dançasse
com você e aí você reagia, é claro”.
“Para ser um artista, para ser um fotógrafo, é preciso nutrir coisas que as
pessoas descartam.” (Richard Avedon)
IRVING PENN
Norte-americano, nascido em 1917, de Plainfield, New Jersey. Um dos
primeiros empregos do ícone foi durantes umas férias, desenhando modelos de
sapatos na Harper's Bazzar. Logo após, foi diretor artístico da revista Juniors League,
e trabalhou para os armazéns Saks Fifith Avenue. Deixando de lado a vontade de ser
pintor, passou então a colaborar na seleção de fotografias de capa da Vogue. Então,
em 1947, se lançou como fotógrafo na mesma revista, com a qual colaborou por toda
a vida. Como fotógrafo de moda, Penn também trabalhou em publicidade e em
reportagem, deixando também sua marca no domínio do retrato, como testemunha a
célebre fotografia de Picasso, de 1957. Em variação com os trabalhos para a Vogue
nos anos 60, Penn assinou reportagens de muita importância, em Paris, sobre
coleções diversas de alta costura, e, simultaneamente, desenvolveu um trabalho
menos comercial, ao adotar a impressão em chapas de platina. Várias dessas
fotografias ilustram hoje em diversos museus do mundo. Pen realizou, também,
muitos trabalhos na área da fotografia etnográfica, iniciados no Peru, no ano de 1948,
mas que passaram depois por viagens pelo Daomé (hoje Benim) e por Marrocos.
Alguns livros de sua obra: Moments preserved (1960), World in a small room (1974),
Inventive Paris clothes (1977), Flowers (1980), Passage(1991), Regards: the work of
Issey Miyake (1999), Still Life (2001), Earthly bodies (2002), A Notebook at Random
(2004).
Após estudos de design, com Alexis Brodovich, Irving Penn trabalhou como
artista gráfico no Philadelphia Museum School of Art Industrial.
Mudou-se para Nova Iorque em 1938, para realizar por conta sua primeira capa
para a Vogue; uma natureza morta, surgiu em 1943. Daquele ano em diante, suas
fotografias foram publicadas regularmente na Vogue e em outras revistas.
A seguir do ano 1951, Penn, assim como Richard Avedon tornou-se
especialmente famoso por seu trabalho em fotografia de moda, então, fotografando
para o mundo todo. Mas, ao contrário de seu concorrente da área, seu interesse não
estava em fotografias ao ar livre, cenas de rua ou café.
Vogue, 2005
Permanecendo fiel ao longo de seu estilo de vida, estúdio, sob certas condições
de iluminação, de forma que os conhecedores pudessem distinguir fotografias tiradas
em Paris, por exemplo, àquelas tiradas em Nova Iorque sobre os mesmos assuntos.
O interesse no assunto humano também ocupa posição de peso no trabalho de Penn.
A personalidade do fotografado tem colocação importante dentro de sua fotografia de
moda e, muitas vezes, as fotos são próximas a retrato. Assim como fez em 1949 para
a Vogue, suas séries caracterizavam-se em cinco imagens de moda a partir da
primeira metade do séc. XX, parecendo estar concentradas sobre a personalidade do
modelo.
Algum tempo depois, a fotografia de moda quase perde sua imagem por conta
das poses de relaxamento e roupas dos anos cinquenta, não fosse pela ênfase contida
na cor de plano de fundo.
Vogue, 1996
Até quem alega não conhecer nada sobre Irving Penn, certamente já viram
alguma de suas fotos, sejam essas de natureza morta, de sua coleção de editoriais
de moda – diversas publicadas na renomada Vogue, até pouco antes de sua morte,
em 2009, aos 92 anos de idade. Pode se levar em consideração o alto nível de
popularidade do nu de Gisele Bündchen, que foi leiloado por US$ 193 mil e o icônico
Pablo Picasso de olhar misterioso e enfático.
Ao longo de 60 anos de carreira, Irving Penn revolucionou a forma de fazer
retratos e de inúmeros outros gêneros fotográficos.
Famoso retrato de Pablo Picasso, Cannes - France 1957
“Uma boa fotografia comunica um fato, toca o coração, transforma quem a vê.
Ela é, em uma palavra, efetiva”. (Irving Penn)
ANNIE LEIBOVITZ
Nascida em 2 de outubro de 1949, em Waterbury - Connecticut, Anna-Lou
Leibovitz somou um dos seis filhos de Sam, um tenente da Força Aérea, e Marilyn
Leibovitz uma instrutora de dança moderna. No ano de 1967, Leibovitz se inscreveu
no instituto de Arte de San Francisco, onde (apesar de estudar pintura no começo)
nutriu seu amor por fotografia. Após passar um breve período de tempo em um kibbutz
israelense, ela retornou aos E.U.A. e centrada a um trabalho com a revista de música
rock start-up Rolling Stone em 1970. A carteira de Leibovitz impressionou o editor
Jann Wenner que ofereceu um emprego como fotógrafa pessoal. Após dois anos, já
aos 23 anos, Leibovitz recebeu a promoção de fotógrafa-chefe, título esse que teve
duração de uma década. Graças a sua posição dentro da revista, ele pode
acompanhar a banda Rolling Stone em sua turnê internacional em 1975, onde viria a
lutar contra um vício em drogas pesadas.
Enquanto que com a Rolling Stone, Annie desenvolveu a sua imagem de
marca, a qual continha o uso de cores primárias negrito e poses impressionantes,
como visto em 1979 Bette Midler tampa inspirada pelo filme música rock The Rose.
Annie é creditada com muitos, a revista cobre itens de colecionador, incluindo uma
edição que contou com um nu de Jonh Lennon abraçando em torna de sua esposa
que estava vestida, Yoko Ono. A foto foi tirada horas antes do assassinato de John
Lennon.
Lennon e Yoko
Angelina Jolie, 2004
Leonardo DiCaprio, 1998
DOROTHEA LANGE
Dorothea Lange (1895-1965) representa a imagem de uma das mais
importantes fotógrafas da história. Seu trabalho notabilizou-se quando Lange passou
a fazer parte da equipe de fotógrafos da Farm Security Administration.
Lange foi uma fotógrafa cujos os retratos de agricultores deslocados durante a
Grande Depressão, influenciando fortemente a fotografia e logo após documentário.
Ela fotografou os desempregados que vagavam pelas ruas, e suas fotografias de
imigrantes eram frequentemente apresentadas com legendas de características das
frases dos próprios trabalhadores. Em 1934 aconteceu a primeira exposição de
Lange, que estabelecida a reputação dela como fotógrafa documental qualificada. Já
em 1940, recebeu o Guggenheim Fellowship.
Foi na década de 1920, que Lange teve seu primeiro destaque na fotografia
documental. Fazendo registros de nativos americanos, com o ataque da Grande
Depressão na década de 1930, ele levava para as suas lentes aquilo que via em seus
próprios bairros.
Mãe Emigrante, 1936
Mississippi, 1936
1936
JULIA MARGARET CAMERON
Com mãe francesa e pai inglês, Julia Margaret Cameron nasceu em Calcutá,
(1815-1879), educada na França, e retornou à índia onde residiu até se mudar para a
Inglaterra no ano de 1848. Em 1864 começou a fotografar, aos 48 anos de idade,
quando presenteada por sua filha com uma câmera.
Cameron tornou-se uma profissional dedicada e meticulosa. Transformou o
celeiro de Dimbola Lodge, sua morada na Ilha de Wight, e passou a retratar partindo
de crianças, familiares e amigos até celebridades vitorianas, dentre essas Charles
Darwin, poeta laureado e vizinho de Alfred Lord Tennyson, pintores John Everett
Millais e George Frederick Watts, e John Herschel astrônomo. Herschel, imagem
fundamental no desenvolvimento da invenção da fotografia, manteve uma amizade de
mais de 30 anos de duração com Cameron, que é a quem ela atribui parte de seu
aprendizado.
“Meu grande professor nesta arte, que comigo correspondeu enquanto estava
na Índia e me enviava todos os espécimes do avanço da ciência”.
Cameron participou da comunidade artística local, Freshwater Circle, onde
recebia com frequência seus amigos, ocasionalmente aproveitando de suas
presenças para então retratá-los. Virginia Woolf, sobrinha-neta de Carmeron, escreve
sobre Freshwater Circle em gênero cômico em sua única peça. Outra sobrinha-neta
de Cameron, declara: “nós nunca sabíamos o que esperar de Tia Julia, a propósito,
ninguém sabia. (…) uma vez sob seu domínio, ficávamos perfeitamente impotentes.
‘Fique aí’, ela gritava. E nós ficávamos, durante horas, se necessário”.
Nas fotografias de Cameron, Mary Hillier, é uma figura que persevera.
Funcionária doméstica de Dimbola Lodge, foi, segundo a fotógrafa, “uma das mais
bonitas e constantes de minhas modelos. Em todo tipo de forma seu rosto foi
reproduzido e, ainda assim, nunca senti findada a graça de sua moda. (…) os atributos
de sua personalidade e complexidade de sua mente são as maravilhas daquelas cujas
vidas se fundiam às nossas como amigos íntimos da casa”.
John Herschel
Atriz de Shakespeare, Ellen Terry, 1864
Julia Duckworth Stephen mãe de Virgina Woolf
Virgina Woolf
REHAHN
Rehahn usa uma frase: “Os olhos são as janelas da alma”, que remete
justamente ao que sentimos quando mergulhamos nosso olhar em outro. Rehahn
Croquevielle pode ser considerado um dos profissionais mais hábeis quando o
assunto é registrar a emoção de momentos assim. Nascido no ano de 1979, em
Normandia na França, Rehahn sempre teve paixão por fotografia e viagem. A
essência dele está em viajar e capturar a naturalidade de pessoas e lugares pouco
explorados por viajantes. E explorando esses lugares, o artista obteve conhecimento
da cultura dos países e, principalmente, a capturar os momentos a sua própria
maneira. Naturalidade e aleatoriedade dão o toque especial nas fotos de Rehahn, que
registra instantes em que passa com seus retratados, deixando a curiosidade em
quem vê as fotos sobre o que estava acontecendo no momento das fotos.
Durante uma viagem ao Vietnã, em 2007, o fotógrafo se sentiu tão tocado pelas
pessoas do local que decidiu passar mais tempo explorando, com sua câmera, a
cultura local e seus moradores. Já concluiu sua volta por todo o Vietnã.
Conforme a cumplicidade aumentava, mais sorrisos surgiam em seus registros.
Uma das características das pessoas de lá, é que timidamente escondem os sorrisos
com as mãos. Tal atitude recebeu pelo fotógrafo o título de “Hidden Smiles (Sorrisos
Escondidos)“. Na visão de Rehahn, elas fazem isso por modéstia ou polidez, algo
como uma marca de elegância. Os registros de Rehahn pela terra dos sorrisos são
surpreendentes.
Sorrisos Escondidos, Vietnã
Sorrisos Escondidos, Vietnã
Sorrisos Escondidos, Vietnã
Lee Jeffries
Jeffries nunca teve a fotografia como sua principal atividade, pois é contador, e
nas horas vagas fotografa. Ele afirma que todo o conhecimento que tem, adquiriu
através de pinturas, filmes e documentários que apresentam o mundo em que vive,
mas, particularmente, a condição humana. Também atribui seu conhecimento a sua
capacidade de observar e ver como as pessoas se comportam.
Por conta de estar em convívio com muitos atletas profissionais, Jeffries
começou sua carreira fotográfica fotografando eventos esportivos. Mudaram, a forma
como o fotógrafo via e fazia arte, ao, por acaso, se deparar com uma moradora de rua
que, por algum motivo, o sensibilizou de forma que o fez parar para conversar com a
jovem. Dali em diante, sua percepção a respeito de moradores de rua mudou
drasticamente. E aquelas pessoas passaram a ser o foco de suas fotos, os modelos
principais. Principais não somente dentro da foto, mas em todos os aspectos do
momento em que Jeffries os fotografa, já que ele tira um tempo para conversar com
essas pessoas e de fato conhecer um pouco de suas trajetórias de vida. Ele declara
que: “A situação se apresentou, e eu fiz um esforço para aprender a conhecer cada
um deles antes de pedir permissão para tirar seus retratos”. Daí para a frente, suas
fotos retratam suas convicções e compaixão ao mundo. ” Seus modelos são pessoas
que ele conheceu nos Estados Unidos e Europa.
Brittany
Retrato de rua, Londres
Fotografia de rua
Ellen Von Unwerth
Nascida em 1954, na cidade alemã Frankfurt, Ellen Von Unwerth foi trabalhar
em um circo logo após concluir o ensino médio. Aos 20 anos, passou a modelar por
convite de um fotógrafo, e já em Paris posou para bons fotógrafos da época. Manteve-
se na profissão de modelo por uma década. Em 1991 Ellen recebeu seu primeiro
prêmio no Festival de Fotografia de Moda. No ano de 1998 foi listada como uma das
mais importantes na área da fotografia e, desde então, vem sendo vista como uma
das melhores fotógrafas mulheres a capturar de forma única a sensualidade de outras
mulheres. Graças ao conhecimento adquirido por Ellen durante sua carreira de
modelo é que suas fotos têm um toque diferente, em que as modelos fazem gestos
lúdicos, cinéticos, soltos, diferentemente do que é comum de se ver: modelos estáticas
que ficam paradas mantendo uma mesma posição por um longo período de tempo.
Ela produziu fotos editoriais para revistas famosas, além de comerciais e vídeos
musicais. Portanto, ela não é apenas uma fotógrafa comum, mas sim uma diretora
especializada em feminilidade com erotismo.
Gia Genevieve, 2014
Amber Heard
Demi Moore,1996
OBJETIVAS PARA RETRATO
É necessária muita pesquisa de mercado para encontrar as melhores opções,
e, acerca de objetivas, isso não poderia ser diferente. Sabendo que um retrato é
composto por uma pessoa ou mais pessoas, é importante ressaltar a regra de que
lentes grande-angulares não são as melhores opções para retratos, para não se dizer
inapropriadas. Ainda assim, é possível fazer uso delas, mas é necessário se distanciar
de forma precisa do fotografado, para que o mesmo não sofra distorções.
As objetivas dentro das listas de indicações para retrato, consideradas
"normais" têm as distâncias focais entre 40mm e 100mm, e suas distorções são
similares às do olho humano. Por exemplo, a foto de um rosto, tirada com uma 50mm,
é confortavelmente examinada pelo olhar humano, por conta da semelhança entre
ambas as distorções.
As distorções diminuem conforme a distância focal aumenta. E os planos da
foto também ficam mais achatados. Nossos olhos seguem o mesmo padrão, que é:
nosso olhar tem grande dificuldade em identificar a distância entre dois objetos
subsequentes, devido a distância desses objetos do nosso olhar. Mais conhecido
como efeito de compressão de planos.
Algumas características particulares de cada objetiva permitem determinadas
situações, como por exemplo: uma objetiva 50mm, que foca a partir de 45 cm de
distância, e uma 85mm que foca a partir de 85 cm, permitem que exista uma distância
confortável entre o fotógrafo(a) e o retratado. Nada tão longe que possa dificultar a
comunicação entre ambos ou perto demais fazendo o modelo se sentir pressionado.
Câmeras com sensores APS-C têm um fator corte de 1.6., o que faz com que
objetivas de 50mm funcionem como se fossem 80mm, permitindo bons retratos à
distância intermediária; e as de 85mm como 128mm, sendo ideias para se fotografar
mais de longe.
Outro ponto comum é o uso de grandes aberturas, para obter fundo desfocado
e destacar a pessoa fotografada, o que é muito importante em retratos. Objetivas com
aberturas f/1.8 e f/2.8 são as mais acessíveis, mas as de f/1.2 e f/1.4 se destacam no
quesito desfoque.
Embora seja espetacular conseguir uma foto com o fundo totalmente
desfocado, é necessário ter cautela, uma vez que aberturas muito grande, como por
exemplo: f/1.2, podem causar desfoque em partes importantes da foto, como nos
olhos do fotografado, por exemplo. Isso acontece devido a curta profundidade de
campo que a abertura oferece.
As distâncias focais são fatores que influenciam diretamente na profundidade
de campo das fotos, exemplificando: uma objetiva de 85mm proporcionará um
desfoque bem maior que uma objetiva de 50mm. O que já não aconteceria com as
lentes zoom, mesmo usadas com 50mm ou 85mm, pelo fato de suas construções
serem mais direcionadas na distância focal variável.
Entretanto, é bom ressaltar que o diferencial existe para usufruirmos dele.
Então, se de alguma forma algum grau de distorção, por exemplo, for agradável aos
olhos de quem está fotografando, não tem por que não o fazer. O importante é permitir
que a própria criatividade ganhe vida sempre.
Afinal, é como o grande mestre Pablo Picasso já dizia: "Aprenda as regras
como um profissional, para que você possa quebrá-las como um artista".
EQUIPAMENTOS
A melhor câmera, e equipamento, no geral, é aquele que se pode comprar.
Sabendo explorar o equipamento até todos os seus limites é provável que se
consiga excelentes resultados, mesmo com equipamentos mais simples.
O mercado dispõe de inúmeras opções, o que torna possível escolher o que
melhor se adequa ao estilo e bolso de quem vai fotografar. Das inúmeras opções,
podemos citar algumas de fácil acesso e preços acessíveis; as quais servem e são
muitas vezes indicadas principalmente aos iniciantes no retrato.
ALGUNS RETRATOS DE MINHA AUTORIA
O MERCADO DE TRABALHO
Seguir carreira na fotografia é tão difícil quanto atraente. O mercado pode ser
bastante lucrativo, mas é necessário abraçar as oportunidades.
Dar ênfase nos estudos, observar as tendências da área, trabalhar de forma
integra; são alguns dos principais pontos a serem seguidos à risca. É como uma
receita de bolo, para que o sucesso cresça e ganhe consistência é preciso adicionar
grandes quantidades de dedicação.
O número de profissionais na área está cada vez maior, e é possível deduzir
que os números se mantenham em ordem crescente durante muito tempo. A busca
por liberdade e autonomia no trabalho são alguns dos principais motivos de quem
decide ingressar na profissão. E, mesmo com esses critérios já em mente, é
importante conhecer algumas regras de mercado e segui-las com ética e
comprometimento.
No Brasil, associações como a ARFOC e ABRAFOTO destinadas a
profissionais, com exceção aos aspirantes a fotógrafos, disponibilizam tabelas,
normas de conduta e leis.
Viver de fotografia é abdicar do conforto. É trabalhar até tarde, passando noites
em claro. É investir em estudo e equipamento. É planejar, planejar e planejar. É
persistir, persistir e persistir.
AFINAL, QUANTO COBRAR POR DETERMINADO TRABALHO?
Definitivamente, a pergunta que não quer calar. Uma dúvida constante e que
assola a maioria dos recém-chegados na profissão. Embora exista uma tabela de
preços, opinativa, é comum que haja negociação entre o contratado e o contratante,
principalmente quando o fotógrafo é novo na área. Acontece de alguns profissionais
cobrarem valores bem abaixo do mercado, o que faz com o que o trabalho seja
desvalorizado.
É indubitável a importância de se valorizar todo e qualquer trabalho, ainda mais
na fotografia, onde há muito investimento, tanto em equipamentos quanto em
estudos/aperfeiçoamento.
Existem, sem sombra de dúvidas, fotógrafos extremamente bem pagos
enquanto que outros conseguem receber apenas o suficiente para as necessidades
básicas. Isso pode ser influenciado pela área de atuação, pelo local onde se reside,
enfim, por uma série de razões.
Portanto, é necessário que se estude o mercado no presente momento, as
novidades, os preços de mercado... E que seja colocado no papel todos os gastos do
profissional, desde os gastos básicos e pessoais, como os gastos voltados à profissão.
E no número final de gastos que o profissional vai se basear, para que possa então
fazer um orçamento justo para ambas as partes.
Acima de tudo, fazendo o que se gosta com ética, comprometimento e alegria,
tudo se torna mais fácil. Não se esquecendo do respeito para com os colegas de
profissão e da vida, também. Dificuldades sempre existirão, e não somente na
fotografia, mas em quaisquer outras profissões.
REFERÊNCIAS
http://photography.nationalgeographic.com/photography/photographers/photographer-steve-mccurry/ http://www.magnumphotos.com/C.aspx?VP3=CMS3&VF=MAGO31_9_VForm&ERID=24KL535AWZ http://www.lomography.com.br/magazine/63522-fotografias-influentes-menina-afega-1984-de-steve-mccurry http://viajeaqui.abril.com.br/materias/steve-mccurry#7 http://www.fotografiaprofissional.org/fotografia-dramatica-em-preto-e-branco-por-lee-jeffries/ http://www.famousphotographers.net/ellen-von-unwerth http://www.rehahnphotographer.com/bio-rehahn-photography/portugues/ http://www.biography.com/people/annie-leibovitz-9542372 http://www.biography.com/people/dorothea-lange-9372993 http://www.fotonostra.com/biografias/margaretcameron.htm http://f508.com.br/perfil-julia-margaret-cameron/ http://www.cristinaarce.com/biografia_fotografo_penn_irving/ http://www.biography.com/people/richard-avedon-9193034 http://www.mdig.com.br/?itemid=21314 http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:http://foto.espm.br/index.php/noticias/simplicidade-e-elegancia-olegado-contemporaneo-de-irving-penn/&gws_rd=cr&ei=mJLgVvTGGomkwASkh4nYBg http://sosfotografia.blogspot.com.br/ http://www.cameraneon.com/ http://www.canoncollege.com.br/ http://foto.espm.br/
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