Portfólio 2013
“E nós que viemos de
Outras terras
De outro mar
Temos pólvora, Chumbo e
bala
Nós queremos
É guerrear
Quem te ensinou a nadar
Quem te ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar”
(Cantiga de domínio popular)
Brenda Barbosa César Inoue Fabrício Leonardi Natália Koto
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Sumário Primeiras palavras ......................................................................................................... 2
Trimestre .................................................................................................................... 3
Janeiro – Março .......................................................................................................... 3
Abril-Junho ............................................................................................................... 4
Julho – Setembro ........................................................................................................ 6
Outubro - Dezembro .................................................................................................... 7
Condensado ................................................................................................................. 9
Contexto: ................................................................................................................. 9
Ações da frente ......................................................................................................... 9
Próximos passos ......................................................................................................... 9
Aspectos positivos .................................................................................................... 10
Aspectos negativos .................................................................................................... 10
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Quem te ensinou a nadar?
Primeiras palavras Vindos de cidades diferentes, de graduações diferentes, de realidades diferentes, juntamo-nos
para construir um projeto em comum. Um projeto que no início do ano recebe um público e durante o
processo de um ano, se tudo dê certo, ao final do ano temos um(a) universitário(a). E um(a)
universitário(a) diferente do atual perfil das universidades públicas brasileira, oriundo das classes
populares, que teve seu acesso à direitos negados. Estamos apostando que, fruto de sua resiliência
somado as atividades de nosso projeto, poderão desenhar-se um outro rumo para estes futuros(as)
universitários(as). E com seu próprio punho.
Mas, somos marinheiros de primeira viagem, numa terra litorânea que nem mesmo é nossa terra
mãe. Em 2013 foi o ano de darmos as primeiras braçadas, de nos acostumarmos com maresia. Estamos,
juntamente com os peixinhos, aprendendo a nadar. Juntamente com os peixinhos, a Educação Popular.
Queremos é guerrear! Queremos é mergulhar!
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Trimestre
Janeiro – Março
Um mês de retomada, de início. As reuniões serviram para responder questões simples e
essenciais, como o local em que ocorreriam as reuniões, quem participaria, como divulgaríamos. E
Também ocupou-se de questões que demandaram meses até sua solução: princípios de funcionamento
do cursinho; sustentabilidade (bolsas, material didático etc.); planejamento, etc.
A família aumentou! Entramos Cesar e Brenda. Entramos com a iminência de começar a escrever
o projeto. Verificamos o modelo do edital da câmara de extensão, vendo os itens solicitados no projeto.
Até ali já havia se definido que o Cursinho Popular: não teria cobrança de taxas ou mensalidades; seria
destinado à população que não tem acesso a cursinhos pagos; com um caráter de preparação para o
ENEM; com conteúdo de formação político-cultural e com uma gestão participativa. Além disso
construímos um calendário de ações. Pensando primeiramente no quando gostaríamos de ter o início das
aulas, sendo assim, até quando seriam as matrículas, quando deveria ser o resultado da chamada, o
processo seletivo, a inscrição, divulgação, preparação dos professores e por último a submissão do projeto
à câmara de extensão Chegamos ao seguinte resultado (que no decorrer do ano, sofreu alterações):
Início das aulas – 10/03/2014
2ª Matrícula – 25 e 26/02/2014
Divulgação dos resultados da 2ª chamada – 21/02/2014
1ª Matrícula – 18 e 19/02/2014
Divulgação dos resultados da 1ª chamada – 14/02/2014
“Processo Seletivo” 03/02 a 07/02/2014
Inscrição – 15/02 a 29/01/2014
Divulgação do Cursinho – final de novembro em diante
Preparação da equipe – novembro e dezembro de 2013 e janeiro de 2014,
Seleção de bolsistas/equipe – outubro/2013
Submeter projeto do Cursinho à câmara de extensão até 17/07/2013
Dessa forma, tínhamos até julho para estruturarmos o projeto. Diversas tarefas precisavam ser
esmiuçadas: aulas/organização da aula; simulados; metodologia; PPP; semana padrão...
Avançando-se nos miúdos do projeto, novas discussões e consensos foram sendo consolidados.
Muitas pessoas já sabiam do cursinho e nos procuravam para saber se gostaríamos de receber doações de
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apostilas. Conversamos entres que e percebemos que não havia espaço físico para armazenar nada. Com
isso chegamos em um consenso que uma das coisas a se pedir no futuro era uma sala para o cursinho.
No mesmo mês aprovamos a criação do blog oficial do cursinho
<http://www.projetocardume.blogspot.com >, (o qual Eduardo-Técnico- já mantinha) e criamos as fichas
organizativas, elas serão feitas para organizar cada aula e conterão: matriz, eixo cognitivo, competência
e habilidade além de uma questão problema, sua resolução, um material de apoio ( onde o aluno poderá
saber mais) e a metodologia de ensino e avaliação utilizada pelos professores. Essa ficha está no anexo
do projeto. Começamos a delinear algumas coisas como divisão de eixos em dias da semana; formas de
linguagem alternativas; semana padrão para facilitar a organização de alunos e professores; estruturação
das aulas: espaço, tempo, conteúdo, frequência, etc.
Ponderou-se a preocupação com o treinamento técnico e didático dos alunos-professores, além da
discussão dos temas culturais, políticos, dentre outros. Ratificamos a sugestão da divisão em dias, por
eixo, para facilitar a discussão internamente entre os alunos-professores do grupo. Com isso discutimos
também a viabilidade de firmar uma matriz curricular flexível. Também se discutiu a possibilidade de
compatibilizar as questões de conteúdo normativo e conteudista com as questões de flexibilização
interdisciplinar. Sugeriu-se criar formas de linguagem alternativas e uma semana padrão para alunos e
alunos-professores. Apesar de todas essas reflexões, havia uma preocupação se haveria tempo hábil para
a feitura do projeto, contudo, verificamos que o andamento estava adequado ao prazo.
Abril-Junho
Internamente no PET, preparávamo-nos para um processo seletivo de novos membros (O que será
pedido para os novos integrantes, estratégias de divulgação e atividades para a seleção) e a preparação
do 1º Fórum de Educação Popular da Baixada.
Passamos pela experiência de nós mesmos prepararmos e realizarmos algumas aula, para que
neste ensaio pudéssemos nos aproximar ao máximo das reais necessidades do Cursinho. Com isso,
percebemos uma série de coisas e desafios que nos ocorrerão, por exemplo, a necessidade pontual dos
termos técnicos para não virar fraseologia vazia, caso usada em excesso; relacionar os conteúdos com a
vida cotidiana; enfatizar a questão da pergunta: dentro disso ficou destacado a importância de que
ficasse claro “o que a pergunta quer saber?” e como resolver isso (conhecimentos envolvidos, resolução
da questão, generalização/outras questões que envolvam os mesmos conceitos).
Pudemos também pensar como proceder com a diferença de conhecimento entre as pessoas. E
essa pergunta gerou outras perguntas: precisamos pensar o que queremos para o cursinho e assim qual o
público alvo desejamos? Quais os usos do ENEM? Optamos por ofertar o cursinho para pessoas a partir do
3º ano do ensino médio ou que já tenham concluído, pois seria o público mais “fácil” para trabalharmos,
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visto que o cursinho está se iniciando; poderíamos fazer os ajustes necessários para enfrentar desafios
maiores.
Ainda com as aulas experimentais, veio a discussão de que não necessariamente precisaríamos
partir de conhecimentos dos alunos ou suas questões e a importância de termos certa variedade de
estrutura nas aulas; e de “alargarmos” conhecimentos culturais no meio das aulas, ex: explicar o que é
a sigla a.C. (antes de cristo), em um primeiro momento são coisas que pouco acrescentam, mas no
conjunto faz muita diferença; e também quanto tempo seria necessário para que os professores
preparassem suas aulas?
Os subsídios destas discussões alimentaram a elaboração de nosso projeto político pedagógico e,
claro, novas tarefas, desafios, discussões e instrumentais. Salientamos aqui a adoção da ferramenta
CMAPTools, uma espécie de mapa mental que permite acrescentar recursos de vídeo, imagem, texto,
link, etc e disponibilizar internet ou off-line, caso seja instalado (verifique aqui:
http://cmapspublic3.ihmc.us/rid=1LZN82PFF-16CQ78L-11Z8/Eixos%20e%20matrizes%20do%20ENEM.cmap ).
Foi um período que nos deixou muito motivados:
entramos em contato com outros cursinhos populares da
Unifesp e começamos a negociar auxílio com as pró-reitorias
de administração, extensão e assuntos estudantis. Além da
entrada da Natália, também do PET Educação Popular na
Frente do Cursinho. E o diálogo com o Cursinho Caiçara –
UNESP São Vicente. Os estudantes do CUJA, Cursinho dos
estudantes do campus Vila Clementino, nos enviou uma parte
do material que eles utilizam: uma apostila "zero" (que é a
inicial, com português, matemática e inglês, e serve de 'nivelamento' da turma), a apostila "1") e um
encarte do enem, da Ético, o sistema de ensino da Saraiva.
Com as reitorias apresentamos nossas demanda, basicamente era a necessidade de um espaço
físico, bolsas para os professores/alunos e algum apoio para os estudantes do próprio cursinho (auxilio
transporte e alimentação). Saímos de lá com uma planilha que deveria ser preenchida online por todos
os cursinhos.
No âmbito interno separamos o projeto para ser escrito por todos. Cada um escolheria uma parte.
Nòs da educação popular ficamos com a fundamentação teórica, metodologia, cronograma de execução,
infra-estrutura e atividades discentes a serem desenvolvidas. A primeira quinzena do mês de junho foi
muito trabalhosa, escrevemos as partes designadas para cada um, muitas correções a serem feitas, muito
e-mails trocados, mas no final a impressão foi a de as ideias terem saído do papel. Ficamos felizes por
termos terminado a escrita do projeto antes do tempo previsto no cronograma (aquele que construímos
de trás pra frente...), a aceleração foi por conta das reuniões com a pró-reitoria e isso nos deu algumas
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semanas extras no cronograma. O fruto deste trabalho está disponível em <
https://docs.google.com/file/d/0B2gm4FY_ZYnyZE1sUkc5T0xkLU0/edit?pli=1 >. Submetemos o projeto
à câmara de graduação e enviamos para as pró-reitorias
O próximo passo agora era pensar na seleção de professores. Garantimos, como PET educação
popular, participação na formação dos estudantes educadores, não que tivemos que batalhar muito por
isso, visto que os companheiros de projeto são bem engajados em algumas posições, mas foi algo muito
positivo para o nosso grupo PET.
Julho – Setembro
Tornamos à subir a Serra do Mar para conversar com as pró-reitorias. A divisão dos encargos ficou
separada grosseiramente assim: Próadm, infraestrutura (negociação com as direções); Proex, material
de apoio (ex:xerox) e Prae bolsas de estudos para os professore/educadores, mas o fato de todos os
materiais não estarem descritos impossibilitou que os representantes pudessem levar para suas pró-
reitorias.
Concomitante à isso, o grupo PET
Educação Popular organizava a realização do I
Fórum de Educação Popular da Baixada Santista.
Tivemos uma contraproposta muito
motivadora, pois em troca dos auxílios, as
reitorias gostariam que nós ajudássemos a
promover cursinhos em outros campi, gostariam
de um encontro anual entre os cursinhos e
também que houvesse um sítio no próprio site da
UNIFESP, para que pudéssemos colocar
informações dos cursinhos, além de um relatório
periódico. Fizemos um levantamento mais
detalhado a respeito dos materiais que
necessitávamos para mandar para as pró-reitorias.
Além disso fechamos o calendário de formação
dos professores. A esta altura do campeonato já
havíamos decidido que não faríamos seleção dos
professores. Eles acompanhariam todo o processo
de formação e apenas teríamos que fazer uma
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classificação caso houvesse menos bolsas que
participantes. Optamos também que que a
seleção será feita já pelas áreas de
conhecimento exigidos no ENEM e que
aceitaremos voluntários. Traçamos a estratégia
de "vender o sonho": "Sonho que se sonha só É
só um sonho que se sonha só / Mas sonho que
se sonha junto é realidade" para conquistar
novos estudantes para o Cursinho. Organizamos
e iniciamos a realização de uma formação para
os estudantes interessado em dar aulas no
cursinho.
Tivemos ainda a aprovação do projeto pela câmara de extensão trouxe nos muita felicidade, era
o primeiro reconhecimento de nosso trabalho, mas ambicionávamos, mesmo sem necessidade, submete-
lo à congregação, algo que ficaria para o mês de setembro (e que só ocorreu em outubro). E também
tivemos uma reunião com Regina Spadari a respeito de alianças que poderíamos fazer com a direção.
Fomos muito elogiados, tivemos a confirmação de algumas coisas e a negação de outras e até algumas
sugestões como busca de patrocínio para empresas como Petrobrás e Codesp.
Outubro - Dezembro
Após ampla divulgação nas redes sociais, murais da universidade e email de todas as turmas
tivemos então a primeira grande reunião inicial com os interessados, para apresentação do projeto e
injeção de entusiasmo! Apesar
de sermos peixinhos, quem nos
agraciou foi uma singela
borboleta.
A formação oferecida consistia
em: Ambientação do Projeto:
"Vender um sonho!"; Debate
sobre Educação Popular (Paulo
Freire); ENEM... que bicho é
esse? ; Como planejar uma
aula?; Elaboração de uma aula
(grupos segundo os eixos);
Apresentação e discussão da
aula da área 1; Apresentação e discussão da aula da área 2; Apresentação e discussão da aula da área 3;
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Apresentação e discussão da aula da área 4; Apresentação e discussão da aula da área 5; e reunião para
traçar as diretrizes finais e organizar os grupos para as atividades de planejamento.
Definimos também o processo seletivo do público com cursinho, iniciando também a divulgação
nas redes sociais, visita nas escolas, centros da juventude, folder, etc.
Importante destacar as aprovações que tivemos neste período: o projeto foi aprovado na PROEX
(inclusive 3 bolsas e com unanimidade de aprovação) e também apresentação e aprovação do projeto na
Congregação do Campus (apresentação utilizada disponível em <
http://prezi.com/3_x3ltcpha5g/projeto-cardume-necessidades-campus >). Com isto, a página oficial da
UNIFESP Baixada tem área dedicada ao cursinho e nos auxilia na divulgação (ver <
http://www.baixadasantista.unifesp.br/cursinho_cardume.php >).
Ainda no último trimestre participamos do ENAPET 2013, em Recife-PE e organizamos e sediamos
o INTRAPET 2013 e passamos por uma Análise Institucional. Foi um ano de grandes braçadas, que nos
deixa a mensagem pueril de “continue a nadar, continue a nadar”
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Condensado
Aqui sintetizamos o contexto, nossas ações, próximos passos e ainda aspectos positivos e negativos.
Contexto:
A partir de um grupo de docentes, técnicos, estudantes de graduação e pós-graduação montou-
se a proposta de construir um cursinho popular na UNIFESP.
Hoje já está como projeto de extensão vinculado à PROEX, à câmara de extensão do campus e
será implementada a partir de 2014. A partir do projeto anexo podemos visualizar o fôlego teórico-
político do grupo para costurar institucionalmente a proposta.
Ações da frente
Reuniões de preparação/planejamento da proposta;
Construção do projeto escrito;
Reuniões de articulação política com direção do campus e setores;
Reuniões com outros cursinhos populares;
Reuniões junto à PROEX, PRAE, PROADM e outros cursinhos da Unifesp para captação de
recursos;
Formações com futuros Professores do cursinho;
Montagem de processo seletivo;
Divulgação na mídia, entrevistas em rádios, divulgação em escolas estaduais de ensino médio.
Próximos passos
Potencializar e terminar a formação dos futuros professores do cursinho;
Realizar o processo seletivo;
Garantir a concepção de educação popular à proposta do cursinho;
Iniciar as aulas junto;
Contribuir com a gestão ao longo do ano;
Assumir prioritariamente o eixo “redação e Educação popular.
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Aspectos positivos
A proposta ganhou grande aceitação e apoio da comunidade acadêmica, sendo vista como
atividade essencial à universidade pública.
O grupo é extremamente coeso e sistemático nas atividades, de forma a facilitar o processo de
construção.
Garantia de utilização da infraestrutura já montada da universidade para realização das aulas.
Aspectos negativos
A falta de recursos financeiros é a principal dificuldade;
O grupo ainda pouco desenvolveu o repertório para o trabalho com redação, estando mais
próximos das ações do grupo de trabalho de implantação.
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