GADELHA, Patrícia Spara et al.
Revista Femina, Rio de Janeiro: Editora FEBRASGO, v. 36, n. 12, p. 757-763, Dez. 2008.
Mayra Teixeira MagalhãesNormando de Andrade Júnior
Plínio Almeida Pinheiro de BelémRodolfo Costa Sousa
ORIENTADORA: Dra ZilmaBrasília, 17 de abril de 2009
Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)SES/DFwww.paulomargotto.com.br
INTRODUÇÃO
• ITU: colonização, invasão e propagação de agentes infecciosos no trato urinário, incluindo uretra, bexiga, pelve e/ou parênquima renal.
• Complicação comum no curso da gravidez devido às mudanças hormonais e funcionais, além da localização e ao tamanho do meato uretral, o que permite acesso de bactérias uropatogênicas da flora retal e vaginal ao trato urinário baixo.
INTRODUÇÃO• Na maioria das vezes confinada ao trato
urinário baixo, podendo ser assintomática.• Bacteriúria assintomática é a presença de
significativa quantidade de bactérias na urina (>10⁵ UFC/ml), produzida por um único patógeno em pacientes sem sintomas clínicos.
• Se não tratada transformar-se-á em ITU sintomática (gestante com bacteriúria, 25 a 30% desenvolverão pielonefrite principalmente no último trimestre)
INTRODUÇÃO
• Associada a aumento de:– Baixo peso ao nascer– Parto pré-termo– Pré-eclampsia– Hipertensão– Anemia– Endometrite pós parto– Restrição do crescimento fetal
• Pielonefrite: abortamento e choque séptico
INTRODUÇÃO
Fatores de risco de pielonefrite na gravidez: Historia recorrente de cistite aguda Pielonefrite prévia Bexiga neurogênica diabética
METODOLOGIA
Revisão bibliográfica nos bancos de dados Medline e Cochrane
Metanálises, coorte, ensaios clínicos randomizados controlados e consensos
ETIOPATOGENIA
• Hidroureter: aumento do diâmetro, hipomobilidade, hipotonicidade da camada muscular e tortuosidade
• Progesterona: hipotonia• Fatores mecânicos: dextrorotação do
útero causando compressão do ureter direito
• E. coli (80 a 90%), enterobacterias, Staphylococcus epidermidis e saprophyticus, Enterococcus faecalis e Streptococcus do grupo B
QUADRO CLÍNICO
Bacteriúria assintomática (BA) Uretrite: disúria e polaciúria
(Chlamydia e Mycoplasma). 50% não apresentam bacteriúria significativa e 30% uroculturas negativas
Cistite: disúria, polaciúria, urgência miccional, desconforto suprapúbico, hematúria macroscópica e urina de odor fétido
QUADRO CLÍNICO
Pielonefrite: febre, calafrios, dor lombar, náusea, vômitos, enxaqueca, indisposição e mialgia Mais comum na 2º metade da gestação:
aumento da obstrução ureteral e estase urinaria associada a evolução da gestação
Unilateral direita
QUADRO CLÍNICO
Litíase renal: Infecção de repetição e hematúria persistente Após 72h de ATB apropriada sem
melhora clinica, suspeitar de pielonefrite com cálculo
DIAGNÓSTICO
Urinálise: piúria, hematúria, cilindros e quantifica a flora bacteriana Cilindros hialinos, hemáticos e brancos:
trato superior Alta taxa de falso-positivo devido
candidíase e cervicite Bacterioscopia com gram: gram e
morfologia bacteriana
DIAGNÓSTICO
• Urocultura: define o diagnóstico– Bacteriuria assintomática: duas culturas
positivas (>10⁵ UFC/ml) de uma única espécie – Sintomaticas: uma cultura positiva (>10³
UFC/ml)– Recomenda-se a realização de uma
urocultura como avaliação rotineira• Teste do nitrito: se negativo não significa
necessariamente ausência de infecção• Esterase leucocitária: baixa sensibilidade
e alta especificidade
MANEJO
O uso de ATB na BA reduz para 1 a 4% a incidência de pielonefrite
Está indicado o uso de antibióticos via oral por 7 dias: cefuroxima 250mg de 8/8h , norfloxacin 400mg de 12/12h nitrofurantoína 100mg de 6/6h
Ampicilina e cefalexina: altas taxas de resistência bacteriana
MANEJO
Pielonefrite: hospitalização, cefuroxima por 14 dias, inicialmente EV Uso parenteral de penicilinas com inibidor
de beta-lactamase ou monobactâmicos Sepse: adicionar aminoglicosídeo No controle clínico é mandatória a
urocultura após 48 a 72 horas de tratamento, se positiva alterar antibioticoterapia
MANEJO
• Na pielonefrite deve se realizar função do trato urinário e urocultura após 15 dias de cura clínica
• Na profilaxia de ITU recorrente, infecção do trato superior, ITU complicada e infecção por uropatógeno resistente e ou raro.– Deve-se utilizar dose única ou diária à noite
com 100mg de nitrofurantoína– Inicio após regressão da bacteriúria e até o
parto
COMPLICAÇÕES MATERNAS E PERINATAIS• Pielonefrite : – choque séptico, levando a insuficiência
respiratória (edema agudo de pulmão) que pode ser agravado pelo uso de hiper-hidratação e tocolíticos
– ↑ cicatrizes renais → pré-eclâmpsia e eclâmpsia (HAS crônica)
– Abscesso renal é raro sendo relacionado a litíase renal com obstrução do aparelho urinário ,ITU complicadas ,anomalias do aparelho urinária, DM , traumas e bexiga neurogênica
SITUAÇÕES ESPECIAIS Litíase renal:
Incidência de 0,08 a 0,35 das gestações Quadro clínico sem peculiaridades na
gestação USG de vias urinárias e Dopplervelocimetria
com Indices de Resistência das artérias interlobares ou arqueadas
Tratamento: medidas gerais(repouso ,↑ingesta hídrica,↓ de sal de cozinha e proteína animal) e analgesia
SITUAÇÕES ESPECIAIS
Traço falcêmico: Maior propensão de ITU Baixa tensão de oxigênio e a
hipertonicidade na medula renal (inibição de migração de leucócitos e fagocitose) → estase, isquemia e microinfartos (persistência de infecção bacteriana)
Profilaxia antimicrobiana BA 1g de ceftriaxona IM
SITUAÇÕES ESPECIAIS
Ureterossigmoidostomia: Condição rara em mulheres grávidas Profilaxia com cefalosporinas USG de vias urinárias a cada 4 semanas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ITU pode se manifestar de várias formas sendo comum na gravidez
O rastreamento em todas as gestantes: Urocultura BA Redução de custos de tratamento Evitar complicações para o binômio
materno -fetal
OBRIGAD@!
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