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3SÁBADO, 14 DE SETEMBRO DE 2013 A GAZETA

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ANDRÉA PIRAJÁ[email protected]

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Recuperaçãono MaisMédicos

Profissionais estrangeirosque forem reprovados noMais Médicos na avaliaçãoque acontece ao final docurso poderão fazerrecuperação. Página 8

PDU: REGRAS NA CIDADEO QUE OS MORADORESQUEREM VER EM VITÓRIAMais vagas e prédios menores nos bairros são alguns pedidos

CARLA SÁ[email protected]

Já começaram as discus-sõesparaarevisãoeaatua-lizaçãodoPlanoDiretorUr-bano (PDU) de Vitória. To-do o processo dura mais deumanoemeio.Aúltimavezem que isso aconteceu foiem 2006, e de lá para cá acidadecresceu,assimcomoas reivindicações e necessi-dades dos bairros muda-ram.AGAZETAouviuoquequeremosmoradoresdeal-gumascomunidadesdaCa-pital para esse novo PDU.

Entre as questões levan-tadas pela população naPraia do Canto, em JardimCamburi, em Bento Ferrei-ra, no Centro e no ParqueMoscoso estão principal-mente a preocupação comaalturadosprédios,comasvagas de estacionamento ecomaexpansãoeorganiza-ção das áreas de comércio.

Comgrandeconcentra-çãodelojas,restauranteseestabelecimentosdeservi-ços,aPraiadoCantohojeéconsiderada um shoppingaberto. Mas, até algumtempoatrás, o local eraes-sencialmente residencial,e os moradores não que-rem que as casas percamainda mais espaço.

“Hoje, temos um fluxomuito intenso. Porém, oidealéqueissonãoaumen-te, porque senão a regiãovai acabar virando umbairro comercial”, reclamaopresidentedaAssociaçãode Moradores da Praia doCanto, Márcio Esteves.

Por isso, um dos pedidosda associação é que seja

CARLOS ALBERTO SILVA

Escassez de vagasA dificuldade emencontrar locaispara estacionarpreocupa LucianaDalla Bernardina,moradora dobairro Praia doCanto hásete anos,

“Tem quehaver umlimite paraa altura dosprédios, maso problemamesmo é anecessidadede vagasparaestacionar”—LUCIANA DALLABERNARDINAAdministradorade empresas

mantida a medida que en-trou no PDU de 2006 e queprevê que nenhuma árearesidencial possa ser trans-formada em comercial.

Além disso, a falta devagas para estacionamen-to é um grave problema.“Queremos que nenhumprédio que venha a serconstruído tenha menosde duas vagas de garagempor apartamento”, dizMárcio Esteves.

CRESCIMENTOEm Jardim Camburi,

bairro mais populoso da

cidade, a preocupaçãomaiorécomocrescimentodesordenado do númerode construções, que na re-gião é alto por ser um dospoucos locais de Vitóriaem que há terrenos paraconstruir.

“É preciso haver umconsenso sobre o númerode andares e a quantidadede prédios para que nãohajaumaexplosãopopula-cional que comprometa aqualidade de vida”, alertaopresidentedaAssociaçãoComunitária de JardimCamburi, Anael Parente.

ENTENDA

PDUt O que é

Lei municipal que regulao uso e a ocupação nacidade de acordo com acapacidade geográfica ede infraestrutura. Temcomo objetivo preservaros recursos naturais; opatrimônio de interesseshistórico, arquitetônico,cultural, e os principaismarcos da paisagemurbana. O PDU é formadopelos códigos de Obras ede Postura e pela Lei deParcelamento de Solo

Populaçãot Participação

O conselho do PDU écomposto por oitorepresentantes do poderpúblico, oito da sociedadecivil e oito moradores(um de cada regional).A população também éconvocada em audiênciaspúblicas para participar dasdecisões sobre os projetos

O QUE QUEREM AS COMUNIDADES

Praia do Cantot Comércio

Os moradores queremque seja mantida adeterminação de que asáreas residenciais nãosejam revertidaspara comerciais

t PavimentosA diminuição do gabaritopermitido é umareivindicação. O pedido épor prédios menores, com20 metros e seis andares

t GaragensDevido à escassez de

vagas na rua, o idealseria que os prédiosconstruídos a partir deagora tivessem duasvagas por apartamento

t EstacionamentoJá os estabelecimentoscomerciais precisariamcontar necessariamentecom estacionamento

Jardim Camburit Prédios

Por ser um bairro queainda cresce muito,moradores querem uma

regularização rígida sobreas regras e as medidaspara construção de prédiose a altura permitida

t FluxoO aumento do fluxo depessoas e carros nasruas, fruto da atividadedo comércio e da maiorquantidade de prédios, éuma preocupação dosmoradores. Eles pedemmedidas visando amelhorar a mobilidadeurbana e a diminuirveículos nas ruas

REPORTAGEM ESPECIAL

Documento:AG14CACI003;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:13 de Sep de 2013 20:35:22

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4 CIDADESA GAZETA SÁBADO, 14 DE SETEMBRO DE 2013

REPORTAGEM ESPECIALDISCUSSÕES PARA NOVO PDU

No Centro, associações pedemocupação de prédios abandonadosQuem vive na regiãoquer área revitalizada emais bonita, incluindomarquises padronizadas

DANIELLA [email protected]

Um Centro de Vitória maisbonito e que valoriza a his-tória. Esse é o desejo dosmoradores para o bairro.Eles propõem medidas co-mo a padronização dasmarquises no comércio e areformaeocupaçãodepré-diosqueestãohojeabando-nados pelo poder público.

ParaopresidentedaAs-sociação de Moradores doParque Moscoso, JorgeBernardino, o Plano Dire-tor Urbano (PDU) poderiacriar mecanismos para re-vitalizar e dar um novo as-pecto visual para a região.

“Um instrumento seria aisenção de taxas para quemoradores de casarios comfachadas históricas refor-massem suas moradias. Aprefeitura poderia custear areformadascalçadasnoslo-caiscontempladospelopro-jeto Visitar, que é o trajetopara conhecer os monu-mentos históricos”, opina.

Ele acrescenta que o Có-digo de Posturas, que com-põeoPDU,poderiapreveraretiradadetodasasmarqui-sesdecomérciosdaAvenidaJerônimo Monteiro para avalorização das fachadashistóricas.

Uma mudança sugeridapelopresidentedaAssocia-ção de Moradores do Cen-tro Histórico, José IrineuFerreira, é a reforma dosprédios abandonados. “Ogoverno poderia vender àiniciativa privada prédioscomooantigoINSS(regiãodaRuaGeneralOsório)pa-ra construção de edifíciosresidenciais com garagensouparareadequá-losapro-jetos de habitação como o‘Morar no Centro’.”

HELÔ SANT’ANA/ARQUIVO

O antigo prédio do INSS, perto do Porto de Vitória, seria um a ser reformado, diz presidente de associação local

Bento Ferreira quernúcleos de comércio

Com forte característicaresidencial, Bento Ferrei-raganhouprédiosmaisal-tos nos últimos tempos. Ocrescimentoatrai tambémo comércio, mas os mora-dores esperam que o PDUpossa limitarachegadadede lojas e serviços na co-munidade por temerem oaumento desenfreado dofluxo de pessoas e carros.

“O ideal seria determi-nar algumas ruas específi-cas para serem áreas co-merciais e deixar as de-mais somente com casas econdomínios”, defende opresidente da Associaçãode Moradores de Bento

Ferreira, Evandro Fernan-des da Cruz.

A medida serviria, in-clusive, para agênciasbancáriasafimdequeare-gião tenhaumamovimen-tação regulada dentro dobairro.“OqueagentequeréevitarqueBentoFerreiraperca a característica delugar residencial e fiqueinsuportável, com muitomovimento”, Evandro.

O número de andarespermitidoporprédioéou-tro ponto de discussão pa-ra a localidade, mas a as-sociação aguarda a pro-posta que virá da prefeitu-ra para avaliação.

O QUE QUEREM AS COMUNIDADES

Conselheiros do PDU pedem foco no pedestreUm dos pontos princi-

paisdadiscussãodoPlanoDiretor Urbano (PDU) deVitória será a mobilidadeurbana. Conselheiros doPDU que representam asociedade civil defendema humanização da cidade,com o foco no pedestre.

O engenheiro e empre-

sárioLuizCarlosMenezesfaz parte do conselho eacredita que a qualidadede vida nas cidades não éprejudicada pela densi-dade de moradores, maspela grande quantidadedecarros.Emsuaopinião,onovoPDUdevepriorizara construção de ruas para

pedestres, calçadas maislargas, além de ciclovias eciclofaixas para estimularo uso da bicicleta.

“O PDU atual, ao au-mentar em 40% as exigên-cias de estacionamentonos edifícios comerciais,abriu mais espaço para oscarros, agravando o pro-

blema do tráfego. Está nahora de reverter paradig-mas e valorizar mais aspessoas do que os carros.Podemos nos inspirar nascidades europeias, quedeixaram as vias arteriaispara os carros e privilegia-ramopedestrenasdemais,comalargamentodecalça-

das”, diz o engenheiro.Tambémconselheirodo

PDU, o arquiteto AugustoAlvarenga concorda que énecessário tirar o foco noscarros e acrescenta ser im-portante a cidade incenti-var empreendimentos deuso misto. “É necessáriocriar incentivos de poten-ciais construtivos paraprojetos que unam habita-çãoecomércio”,defendeo

arquiteto. Segundo Alva-renga, com a expansãoimobiliária em JardimCamburi,obairropassouater muitos condomínios epoucos estabelecimentoscomerciais. “Éprecisobus-car o equilíbrio e incenti-var a instalação de farmá-cias, padarias e pequenoscomércios. O morador ho-je pega o carro para com-prar pão”, afirma.

Centro de Vitóriae Parque Moscoso

t MarquisesPadronizaçãodas marquises nocomércio da AvenidaJerônimo Monteiro

t Prédios residenciaisReforma e ocupação deprédios abandonados dopoder público. O governopoderia reformá-los paraprojetos de habitaçãocomo o “Morar noCentro” ou passar àiniciativa privada amissão de construirnovos edifíciosresidenciais comgaragens no subsolo

t ReformasEstimular o morador deimóveis históricos areformar e morar nos

locais em vez de apenasexplorar um dos andarescomercialmente. Alémdisso, pede-se isençãode taxas para reformase revitalização dosespaços

t CalçadasDeveriam ser alargadase reformadas

Bento Ferreirat Comércio

Além de uma limitaçãomais rígida para onúmero de andares porconstrução, há umademanda pela escolhade algumas ruaspara receberemlojas e serviços,transformando-se emáreas comerciaisespecíficas

NECESSIDADES

“O Centro precisa deincentivos para ainstalação desupermercados e hotéis.Prédios abandonadosprecisam de reforma”JOSÉ IRINEU FERREIRAPRESIDENTE DAASSOCIAÇÃO DEMORADORES DO CENTRO

“As marquises daAvenida JerônimoMonteiro precisamser retiradas.Elas são feias edesvalorizam a região”JORGE BERNARDINOPRESIDENTE DAASSOCIAÇÃO DO PARQUEMOSCOSO

DiscussõesdoPDUvãoaté2015  »LKnKIKV hn ¾`hnhf

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Documento:AG14CACI004;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:13 de Sep de 2013 22:40:11