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Gestão de processos, qualidade de vida e a

importância do amor no cotidiano das pessoas: a

perspectiva acadêmica e a laboral

por Thiago de Almeida(Psicólogo e pesquisador do IPUSP – Departamento de Psicologia Clínica)

Home page: www.thiagodealmeida.com.br

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1. Introdução

Consoante Braz (2006), o amor é a condição fundamental para o nascimento ontogenético da pessoa. Ele participou e participa ativamente da evolução e estruturação do Self, porque é capaz de aproximar a pessoa de sua essência, por propiciar o desenvolvimento de relações sociais, dentre outras coisas. Nesse sentido, a autora ainda coloca que o amor é uma característica própria do ser humano, uma tendência inata da espécie e um dos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento de todos nós humanos.

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A preocupação com a questão da qualidade de vida

O interesse pela qualidade de vida aumentou consideravelmente no mundo a partir da década de 60, depois que algumas pessoas como o presidente Lyndon Johnson (citado por Moreira & Goursant, 2005, p. 11), autor da célebre frase: “Os objetivos de nosso governo não podem se basear no balanço dos bancos, mas sim na qualidade de vida das pessoas”, foram concordes com este tipo de pensamento e resolveram adotar novas posturas para suas vidas. Estas posturas estas estavam muito esquecidas, sobretudo, desde o começo da Revolução Industrial que enfatizou, preponderantemente, a produção em detrimento do bem estar do ser humano.

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Alguns questionamentos…• A que se refere o conceito de Gestão de processos?

E como o entendimento da dinâmica do que acontece nos relacionamentos amorosos pode servir para otimizar nossos ambientes, acadêmico e laboral?

• Levando-se em consideração que se costuma pensar o amor e a auto-estima como um dos fatores que colaboram para a qualidade de vida de uma forma geral, como eles se relacionam?

• Geralmente, pensa-se na contribuição do trabalho, ou mesmo, da falta deste costuma acarretar para a auto-estima das pessoas e para os seus relacionamentos amorosos. Mas, como os relacionamentos amorosos (ou ainda, a falta dos mesmos), podem influenciar os relacionamentos acadêmicos e laborais?

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2. Conceitos

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Exemplos de insumos

• como área física;• recursos materiais (equipamentos,

ferramentas, financeiros, instrumentais, utensílios, dentre outros);

• recursos humanos e instrumentos de gestão, incluindo-se a estrutura organizacional (organograma) e os modelos teóricos aplicados na administração da instituição.

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O Modelo de Bittar (1997) para um sistema de saúde.

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A gestão de processos…

... é um conjunto de atividades relacionada com o objetivo essencial de sua organização: entregar um produto ou um serviço ao cliente, seja ele nosso paciente, nossos alunos, ou demais destinatários dos nossos produtos e serviços.

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Logo, a questão da gestão de processos está relacionada, a princípio,

com algumas questões, tais como:

• O que você está fazendo?• E está sendo bem feito?• Como você sabe que está sendo

bem feito?• Como você pode demonstrar para

outros que está sendo bem feito?

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2.2 A questão da qualidade de vida

Segundo a OMS, o conceito de qualidade de vida é subjetivo e multidimensional. Para a OMS, Qualidade de Vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e no sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (Moreira & Goursant, 2005).

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O conceito de qualidade de vida abarca seis instâncias

vitais:• o domínio físico;• o domínio psicológico;• o nível de dependência;• relações sociais;• meio ambiente;• espiritualidade, religião

e crenças pessoais

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Nas indagações comuns durante os levantamentos que são realizados, a maioria das pessoas reporta que a intimidade com outros seres humanos, é isoladamente, o aspecto mais gratificante da vida (Bytronski, 1992; 1995; Davidoff, 1983; Priore, 2006).

2.3 A temática do amor e a questão dos relacionamentos amorosos.

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O estudo de Elizabeth Douvan revela que…

“Conquanto haja abundância de esforço nas famílias contemporâneas, não obstante a maioria das pessoas coloca nela as suas cargas emocionais. A maioria das pessoas reconhece que, na melhor das hipóteses, a vida é uma longa viagem solitária. Os relacionamentos que afirmam o eu, (que) podem sobreviver (ao) conflito e (que) permitem a expressão do ser inteiro são um enorme auxílio no suprimento do conforto, significado, prazer, gratificação e suportes para o ego. As pessoas não têm permitido drasticamente que a realidade flua ou perca o rastro dessa área-núcleo de significância” (Davidoff, 1983, p. 575).

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O “Efeito de Relação”

O “Efeito de RelaçãoEfeito de Relação” postula que as pessoas casadas beneficiam diretamente cada um dos indivíduos que faz parte deste relacionamento, em termos de intimidade, suporte emocional (apoio, companhia) e de vantagens financeiras derivadas do agrupamento de recursos em comum e da economia dos gastos. Há notáveis evidências que o matrimônio ajuda a manter os seres humanos vivos (Gove, Hughes & Style, 1983; Pearlin & Johnson, 1977; Rahman, 1993; Robles & Kiecolt-Glaser, 2003). Pessoas que estão divorciadas, separadas ou viúvas correm um risco particularmente muito mais alto de morrer prematuramente.

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A hipótese alternativa ao “Efeito de Efeito de RelaçãoRelação”…

Contudo, não está claro se esta vantagem se deve aos efeitos do casamento, ou ao fato de que as pessoas que se dirigem a um altar são psicologicamente mais saudáveis que as demais, efeito este denominado de “Efeito de SeleçãoEfeito de Seleção”. Este segundo tipo de explicação, postula que as pessoas mais felizes, são mais saudáveis e são as mais prováveis para serem selecionadas e selecionarem parceiros(as) similares para um matrimônio (Glenn & Weaver, 1988; Horwitz et al., 1996; Mastekaasa, 1992).

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• estes benefícios são maiores para homens que para mulheres (Gove, Hughes & Style, 1983);

• Em se tratando de homens viúvos, estes têm consideravelmente uma menor saúde mental do que as mulheres viúvas na satisfação da vida em casa, e em termos da satisfação global da vida e da felicidade (Gove, Hughes & Style, 1983);

• O matrimônio também pode aumentar os sentimentos de vinculação e pertencimento.

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Rahman (1993) mostra que as pessoas casadas têm significativamente taxas de mortalidade mais baixas do que aqueles que nunca se casaram, ou ainda, aqueles que se divorciaram, enquanto Mete (2005) encontra evidências que estar casado aumenta a chance em sete anos de estar vivo.

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Ao contrário do que pode se pensar e segundo o que demonstram as pesquisas acadêmicas, a maior razão para o desejo do enlace matrimonial para os dias atuais ainda é o sentimento de amor (Priore, 2006; Silva, Mayor, Almeida, Rodrigues, Oliveira & Martinez, 2005) Em pesquisas com jovens solteiros Bernardo Jablonski (1999) observou que estes destacam o amor, em primeiro lugar, como fator principal para as pessoas se casarem e como um fator mantenedor do casamento. É claro que a motivação para o casamento pode ser outra entre os sexos, diferindo de pessoa para pessoa, mas em geral, pode-se dizer que as pessoas buscam o amor como sustentáculo para um relacionamento mais duradouro.

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Mas, se casar-se é tão bom, por que o meu casamento parece não

ser assim?

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Algo interessante que aparece nas pesquisas é que as pessoas casadas (que segundo alguns autores como Amélio, 2001, se casam em algum momento da vida) raramente reportam que viveram felizes a partir do dia de seus casamentos. Contudo, quando são pesquisados em uma situação de grupo, elas revelam que estão mais satisfeitas com a vida em vários sentidos do que os solteiros consultados.

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Logo, a temática dos relacionamentos amorosos, como anteriormente dito, é uma das áreas mais importantes (e geralmente problemáticas) da vida das pessoas. Infelizmente, tal importância é mais bem percebida quando as coisas não vão bem. Quando isso acontece, tanto o nosso humor, como a nossa capacidade de concentração, a nossa energia, o nosso trabalho e a nossa saúde, dentre outras dimensões das nossas vidas, podem ser profundamente afetados (Amélio, 2001).

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2.3 A questão da auto-estima

Para García del Cura (2001), a auto-estima é o conjunto de atitudes que cada pessoa tem a respeito de si mesma. Este autor também acrescenta que auto-estima é a percepção avaliativa sobre si próprio. É um estado, um modo de ser no qual participa a própria pessoa, com idéias que podem ser positivas ou negativas a seu próprio respeito.

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“Independentemente de idade, sexo, formação cultural ou instrução e trabalho, todos precisam ter auto-estima, pois esta afeta praticamente todos os aspectos da vida, ... as pessoas que se sentem bem consigo mesmas sentem-se bem a respeito da vida. Estão aptas a enfrentar e solucionar os desafios e responsabilidades com confiança” (Clark, Clemes & Bean, 1993, p. 15).

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Um outro aspecto importante é que, normalmente, as pessoas com uma melhor auto-imagem e uma mais coerente auto-estima gostam dos seres humanos, são afetuosas e tentam trabalhar os aspectos mais positivos em si mesmas e nas outras pessoas (Mosquera, Stobäus & Jesus, 2005). Também se pode dizer que, em geral, o possuidor de uma auto-imagem e auto-estima mais positivas estará mais livre de tensões, frustrações, desassossegos,

nervosismo, intranqüilidade e abatimento.

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Traços de uma auto-estima positiva, segundo Del Cura

(2001) • segurança e confiança em si mesmo; • procura pela felicidade; • reconhecer as qualidades sem maiores vaidades; • não se considerar superior e nem inferior aos

outros; • admitir limitações e aspectos menos favoráveis

da personalidade; • ser aberto e compreensivo; • ser capaz de superar os fracassos com categoria; • saber estabelecer relações sociais saudáveis; • ser crítico construtivo; • e, principalmente, ser coerente consigo mesmo e

com os outros.

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2.4 Gestão por processos, relacionamentos amorosos, auto-estima e qualidade de vida: pontos de intersecção.

Consoante Freud (em muitos dos trabalhos do autor) o ser humano está em permanente conflito entre a satisfação de suas necessidades e as pressões do meio social em que está inserido.

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As constatações...

• quedas na produtividade por parte daqueles que se defrontam com situações difíceis em seus relacionamentos amorosos;

• falta de integração com colegas e com superiores relacionados à falta de compreensão sobre quais são os direitos e os deveres de um bom namorado(a), marido ou esposa;

• como a falta de concentração nos afazeres laborais após os componentes de um relacionamento amoroso terem sofrido algum rompimento.

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• Contraproducência laboral;• Hiperssonia ou hipossonia;• Acidentes de trabalho

derivados de falta de sono e/ou atenção;

• Perdas consideráveis de peso;

• Irritabilidade e mau humor com os colegas de serviço;

• Em alguns casos: depressão;• E outras inúmeras situações,

aqui não listadas.

Continuação…

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A relação amor (e seus desdobramentos) e o trabalho

Amor e trabalho somente em teoria não se misturam: quem nunca pegou o(a) colega de serviço ligando para seu(sua) namorado(a), ou ainda, para seu(sua) paquera em horário de expediente? Ou ainda, quantas vezes, o ciúme do nosso(a) parceiro(a), dirigido a uns dos nossos colegas de serviço, consegue transpassar as paredes das nossas casas e batem a porta do nosso trabalho? Quantas vezes e quantas vezes, deparamos-nos com nossos colegas de serviço que depois de terem um encontro gratificante com a pessoa querida, voltam mais energizados e dispostos para o exercício de suas atividades profissionais cumprimentando a tudo e a todos, enquanto que, outras vezes, encontramos-nos com colegas de serviço com o qual temos que nos deparar com a amargura dos mesmos por terem acabado de se desvencilharem de um relacionamento amoroso no qual depositavam suas expectativas? Ou ainda, flagrar uma colega do serviço num longo suspiro que para ela mesma lhe passa despercebido?

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Homens, mulheres e seus relacionamentos amorosos

• Homens, via de regra, são mais dependentes de suas parcerias amorosas, porque têm um número menor de amigos(as) e têm laços menos íntimos com os mesmos;

• Os homens também têm uma probabilidade menor de revelar sua dor, contendo a sua tristeza (Hatifield & Hapson, 1996);

• Em contrapartida, as mulheres sofrem de uma outra maneira. Nas culturas de todo o mundo, as mulheres têm duas vezes maior que os homens a chance de experimentar uma depressão severa (Ustun & Sartorius, 1995).

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A caminho de algumas soluções...

Em curto prazo: Em curto prazo: • Reconhecermo-nos como parte do

amor que tanto procuramos;• Procurarmos sair mais com amigos(as)

e colegas sejam ou não do nosso trabalho;

Em médio e longo prazo:Em médio e longo prazo:• Começarmos a alternar a nossa fonte

de amor e de gratificação.

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Apxsar dx minha máquina dx xscrxvxr sxr um modxlo antigo, funciona bxm, com xxcxção dx uma txcla. Há 42 txclas qux funcionam bxm, mxnos uma, x isso faz uma grandx difxrxnça. Às vxzxs, mx parxcx qux mxu grupo x como a minha máquina dx xscrxvxr, qux nxm todos os mxmbros xstão dxsxmpxnhando suas funçõxs como dxviam, qux txm um mxmbro achando qux sua ausxncia não fará falta... Vocx dirá:--"Afinal, sou apxnas uma pxça sxm xxprxssão x, por isso, não farxi difxrxnça x falta à comunidadx." Xntrxtanto, para uma organização podxr progrxdir xficixntxmxntx, prxcisa da participação ativa x consxcutiva dx todos os sxus intxgrantxs. Na próxima vxz qux vocx pxnsar qux não prxcisam dx vocx, lxmbrx-sx da minha vxlha máquina dx xscrxvxr x diga a si mxsmo:--"Xu sou uma pxça importantx do grupo x os mxus amigos prxcisam dx mxus sxrviços!"

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Algumas conclusões

• Gerir processos eficientemente é crítico para o sucesso da organização. No entanto, geri-los é mais complicado do que poderia parecer à primeira vista – fundamentalmente porque não estão isolados e porque interagem entre si e com outras variáveis, dentre os quais com a questão dos relacionamentos amorosos, auto-estima e com a temática da qualidade de vida;

• Relacionamentos amorosos felizes, sobretudo casamentos (Gove, Hughes & Style,1983), e uma boa família, são variáveis que emergem como preditores mais poderosos para o nível de satisfação geral individual;

• As pessoas casadas vivem mais muito tempo e são muito mais saudável do que as não casadas;

• Segundo muitos estudos, o matrimônio pode ser considerado um fator de resiliência para as pessoas não sofrerem de doenças psicológicas;

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• homens e mulheres se beneficiam dos efeitos matrimoniais, embora, alguns pesquisadores acreditam que os homens se beneficiam mais do que suas cônjuges;

• Logicamente, o mero fato de dizermos “sim” diante de um padre, um juiz, ou ainda, morarmos junto sem a obrigatoriedade dos elementos anteriormente mencionados não basta para aproveitarmos os benefícios de um relacionamento de casal que seja benfazejo

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•Mesmo pessoas com poucos recursos, sem parceiros estáveis, subempregadas ou desempregadas podem ser exemplos de pessoas que conservam a sua auto-estima, muitas vezes, à revelia das circunstâncias que lhes sobrevêm.

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No cômputo geral, a ausência de uma relação satisfatória em um relacionamento amoroso, ou mesmo, a própria ausência da mesma constitui um fator elevado de risco para a saúde quanto o fumo ou mesmo o alcoolismo.

O seu relacionamento é mais assim,

ou assim?

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A todos vocês, pela atenção recebida, o meu muito obrigado e…

Ao amor… Sempre!!