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Curso Técnico de Automobilística - Gestão pela Qualidade

SENAI-SP, 2003

Trabalho organizado e atualizado a partir de conteúdos extraídos da Intranet por Meios Educacionais daGerência de Educação e CFPs 1.01, 1.13, 1.18, 1.22, 2.01, 3.02, 6.02 e 6.03 da Diretoria Técnica do SENAI-SP.

Equipe responsávelCoordenação Airton Almeida de Moraes

Seleção de conteúdos Antônio BeneditoDouglas AiroldiEveraldo Costa QueirozIvan de Pádua

Digitalização UNICOM - Terceirização de Serviços LtdaCapa José Joaquim Pecegueiro

Material para validaçãoCríticas e sugestões: [email protected]

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem IndustrialDepartamento Regional de São PauloAv. Paulista, 1313 - Cerqueira CésarSão Paulo - SPCEP 01311-923

TelefoneTelefax

SENAI on-line

(0XX11) 3146-7000(0XX11) 3146-72300800-55-1000

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Sumário

Unidade I: Gestão ambientalFundamentos dos sistemas de Gestão Ambiental 5O desenvolvimento industrial e o Meio Ambiente 13Legislação Ambiental na indústria 17Gerenciamento de resíduos sólidos 25Prevenção da poluição 37

Unidade II: Gestão da qualidadeEvolução do conceito de qualidade 41Gerenciamento da qualidade 45Sistema da qualidade 49Qualidade total 57ISO série 9000 59Ciclo P.D.C.A. 63Implantação do sistema de garantia da qualidade ISO Série 9000 69Resumo de estatística 75Controle estatístico do processo 85Ferramentas da qualidade 95Referências bibliográficas 133

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Fundamentos dos Sistemasde Gestão Ambiental

Nunca se falou tanto neste assunto: meio ambiente. Será que é apenas um assunto damoda?

O meio ambiente tornou-se o foco de interesse da sociedade como um todo porque osproblemas ambientais têm afetado a qualidade de vida das pessoas, fazendo-asperceber que a preservação ambiental já é uma questão de sobrevivência da própriaespécie humana.

Meio ambiente se constitui de uma série de relações que envolvem práticasinterdisciplinares que permitem defini-lo mais precisamente como �uma totalidadedinâmica, uma troca permanente na qual se insere toda uma rede de relaçõessocioeconômicas, éticas, estéticas e políticas�.

Grande parte dos problemas ambientais do planeta provém do desenvolvimento que,ao ser buscado pelo homem, não considera a interdependência que existe entre otudo e o todo. Os problemas dos recursos naturais e sociais da Terra, como apobreza, crescimento acelerado da população, destruição dos recursos e degradaçãodo meio ambiente são intimamente interdependentes. Um desequilíbrio no solo, naágua, no ar, ou nos seres vivos, em um determinado local, pode afetar uma outraregião de maneira complexa e inesperada. Por exemplo, o desmatamento das florestasna Índia e no Nepal desencadeou, como conseqüência, enchentes catastróficas emBangladesh: a emissão de produtos químicos industriais destruiu parte da camada deozônio que protege a Terra, e o uso de combustível fóssil que prejudicou florestas emtodo o mundo e contribuiu para as mudanças climáticas no globo terrestre.

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Problemas ambientais globais

Entre os vários problemas ambientais que vêm impactando e afligindo toda ahumanidade, citaremos alguns exemplos:

Chuva ácidaNos últimos anos a emissão de gases provenientes de complexos industriais, deveículos automotores, de metalúrgicas e siderúrgicas tem lançado um imensurávelvolume de óxidos de enxofre (SOX) e óxidos de nitrogênio (NOX), na atmosfera. Essesóxidos, ao se combinarem com o vapor d�água, geram ácidos sulfúrico e nítrico queretornam para a Terra sob a forma de orvalho, neblina, granizo, neve ou chuva,atribuindo o caráter ácido aos meios atingidos por eles.

São várias as conseqüências as conseqüências provocadas pela chuva ácida: aexcessiva acidez dos copos d�água pode afetar algumas espécies vivas e levá-las avegetação pode secar ou adquirir aspecto amarelado, a propensão à deterioração dosmateriais utilizados na construção de prédios, casas e monumentos pode seracelerada; pode também ocorrer a intensificação da dissolução de materiais tóxicos,contaminando água utilizada para o abastecimento público.

Talvez a conseqüência mais grave da chuva ácida se contaste na extensão dos efeitospor ele provocados, pois pode afetar um determinado local que sequer possui umafonte emissora de gases, mas que não consegue equivar-se do problema, já que ospoluentes podem ser conduzidos de um local para outro situado a centenas oumilhares de quilômetros, por meio da ação dos ventos. Desta forma, passa aresponsabilidade de todos empreender medidas que reduzam a emissão dessespoluentes na natureza.

Efeito estufaA energia proveniente do sol aquece a Terra e geralmente é dissipada mantendo atemperatura agradável. No entanto, alguns gases oriundos das indústrias, daqueimada de florestas e de veículos automotivos podem atuar como uma barreiracapaz de impedir a dissipação do calor. Desta forma, a Terra permanece quente,semelhantemente a uma estufa.

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Esses gases conhecidos como gases estufa têm como principal componente o dióxidode carbono (CO2), que é gerado a partir da queima de carvão, de óleo e da destruiçãode florestas.

A mudança de temperatura da Terra provoca alterações climáticas que afetam aagricultura e os ecossistemas. O aumento da temperatura do efeito estufa, ocasiona odegelo da calota polar, provocando aumento do nível de água dos oceanos: assim,áreas costeiras sofrem efeitos dos gases estufa: as terras situadas ao nível do mar sãoinundadas.

Para contornar esses problemas é necessário limitar a emissão de gases estufa,substituir os combustíveis fósseis por energias alternativas que não resultem daemissão desses gases, e promover o reflorestamento de áreas.

Destruição da camada de ozônio

O oxigênio, além de compor o ar que respiramos, também existe na forma de ozônio(O2) que constitui uma camada situada a cerca de 50Km acima da superfície da Terra.Essa camada age como um grande guarda-sol, filtrando cerca de 99% dos raiosultravioletas emitidos pelo sol e que podem causar câncer de pele, além de outrosdanos às espécies vivas.

Nos últimos tempos, o mundo está alarmado com um grande �buraco� na camada deozônio, principalmente na região da Antártida. Os cientistas atribuem o fato ao uso deCFCs, compostos de Cloro, Flúor e Carbono, presentes em aerosóis e sistemas derefrigeração. Esses gases, quando lançados no ar, reagem com o ozônio destruindo-lhe as moléculas.

A proibição do uso desses compostos tem siso adotada por diversos países e visaproteger a integridade dos sistemas ambientais globais.

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Desertificação

Desertificação é a degradação de uma região situada em áreas áridas, semi-áridas esubúmidas secas. É causada principalmente pelas atividades humanas e variaçõesclimáticas e não se refere à expansão dos desertos existentes. Ela ocorre porque osecossistemas de terras secas, que cobrem mais de 1/3 das áreas terrestres do mundo,são extremamente vulneráveis à superexploração e ao uso inadequado do solo.Desmatamento, excesso de pastagens, práticas equivocadas de irrigação, bem comopobreza e instabilidade política comprometem a fertilidade do solo.

Mais de 250 milhões de pessoas são afetadas diretamente pela desertificação e cercade um bilhão de pessoas em mais de cem países ameaçadas. Combater adesertificação é essencial para assegurar produtividade, a longo prazo, das terrassecas desabitadas. Infelizmente, esforços anteriores falharam, e o problema dadegradação do solo ao redor do mundo intensifica-se cada vez mais.

Reconhecendo a necessidade de uma noiva proposta, mais de 110 governosassinaram a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação. EssaConvenção visa promover uma ação efetiva através de programas locais inovadoras eparcerias internacionais de apoio. O tratado reconhece que a luta para proteger terrassecas será longa. Isso porque as causas da desertificação são muitas e, ao mesmotempo, complexas, abrandendo desde formas de comércio internacional até práticasde gerenciamento não sustentáveis da terra por parte das comunidades locais.Mudanças difíceis terão que ser feitas, tanto no âmbito internacional quanto local.

A Convenção abre uma nova fase na luta contra a desertificação, porém é só o início.Os governos, em especial, necessitarão rever regularmente seus programas de ação;também deverão dar ênfase à conscientização, educação e treinamento, tanto ospaíses desenvolvidos quanto os em desenvolvimento. A desertificação somentepoderá ser revertida por meio de mudanças profundas na conduta local e internacional.Etapa por etapa, tais mudanças conduzirão ao uso sustentável da terra e à garantia dealimentos para uma população um mundial em crescimento. O combate àdesertificação é parte dentre os muitos objetivos a se alcançar, tal como odesenvolvimento sustentável de países afetados por ela e pela seca.

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Estrutura legal, obediência regulatória e responsabilidade

Os governos em todos os níveis estão fortalecendo o controle das atividadesindustriais e aumentando as penalidades pela violação das regulamentações elicenças ambientais.

Novas e mais sérias penalidades civis e criminais têm sido aplicadas no caso deviolação das leis e licenças ambientais, particularmente se a violação conduz a riscospara a saúde ou a danos de longo prazo aos recursos naturais, tais como águassubterrâneas ou qualidade do solo. Isso tem exigido das empresas que elas façam omonitoramento necessário para provar que estão em conformidade com a devidalicença e legislação aplicável.

A responsabilidade civil ou criminal por violação de leis e regulamentos administrativostorna-se cada vez mais severa e cada vez mais ampla, e a base dessaresponsabilidade tem sido estendida para muitos países, a fim de que seja possívelcobrir qualquer dano ambiental e evitar que o erro de um possa ser atribuído a outro.As penas incluem a perda de liberdade para operar ou produzir negócios, e aimposição de penalidades civis e criminais incide diretamente sobre a mais altagerência.

As autoridades podem aumentar o nível de controle e esquivar-se à negociação ecompromisso com empresas que apresentem problemas de transgressão às leis elicenças ambientais e, em contraposição, oferecer plena receptividade aoestabelecimento de compromissos com empresas que apresentem bom registro deatendimento.

Independentemente de responsabilidades civis ou criminais por danos provocados porpoluição acidental ou outra, empresas em um número crescente de países tambémestão se depurando com notícias de diminuição de situações de emergência, nas quaisas autoridades mandam-nas interromper a produção até que a emergência tenhapassado. Em muitos casos, indústrias têm sido forçadas a mudar ou fazer substanciaisinvestimentos de capital em novos equipamentos de controle de poluição. Em outroscasos, as empresas se obrigam a pagar os custos para corrigir o problema.

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Estrutura dos órgãos brasileiros de controle ambiental

Os órgãos ambientais responsáveis pela edição e execução de leis, decretos, portariase resoluções relativas ao meio ambiente compõem o SISNAMA - Sistema Nacional deMeio Ambiente, organizado de acordo com a ilustração abaixo.

SISNAMA

ÓRGÃO SUPERIOR

Presidência da RepúblicaConselho de Governo

ÓRGÃO CONSULTIVO

E DELIBERATIVOÓRGÃO CENTRAL ÓRGÃO EXECUTOR

CONAMAMinistério do Meio

Ambiente e daAmazônia Legal

IBAMA

ÓRGÃOS SECCIONAISEntidades da Administração

Polícia Federal: DNOCS,IBGE, Estados

ÓRGÃOS LOCAIS

Entidades Municipais

Dos órgãos federais, destacamos: Ministério do Meio Ambiente: órgão central queedita leis, decretos, portarias e resoluções, contemplando os vários aspectosambientais envolvidos.

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA): órgão consultivo e deliberativo queestabelece os padrões de qualidade de água, do ar, a classificação das águas doces,salobras e salinas do território nacional e critérios básicos para o Estudo de ImpactoAmbiental (EUA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Nacionais Renováveis (IBAMA):tem a finalidade de coordenar, executar e fazer executar, como órgão federal, a polícianacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, a preservação,a conservação e uso nacional, fiscalização, controle e fomento dos recursosambientais.

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Definição e princípios básicos

O interesse pela proteção ambiental e pelo desenvolvimento sustentável estácrescendo. Uma organização pode ser desafiada a desmontar seu comprometimentocom o meio ambiente, e a implementação de um SGA pode ajudar de várias maneiras.

Um SGA efetivo é construído sobre os conceitos do TQM. Para melhorar a gestãoambiental, uma organização precisa focalizar não somente a questão do que coisasacontecem, mas também o por quê elas acontecem. Essa identificação sistemática ea correção das deficiências do sistema conduz, em geral, a uma melhoria dodesempenho ambiental e dos negócios.

Muitos modelos de SGA, incluindo a norma ISO 14001, são construídos sobre omodelo Plan, Do, Check, Act, introduzindo por Shewart e Deming. Esse conceitoendossa o conceito da melhoria contínua. Colocar em prática os princípios do TQM naárea ambiental é tarefa da alta administração da organização, que, para construir emanter um SGA efetivo, deve comunicar a todos os empregados a importância detornar o meio ambiente uma prioridade da organização, de construir a gestãoambiental em toda parte, além de visualizar os problemas focando-os comooportunidades.

O conceito de melhoria contínua reconhece que problemas ocorrem, porém umaorganização comprometida aprende com os erros e previne a ocorrência de situaçõessimilares no futuro. Por isso, um SGA efetivo deve ser dinâmico, flexível e simples parapermitir à organização possibilidades de adaptação a rápidas mudanças do ambientedo negócio.

No processo de construção e implementação de um SGA, obstáculos podem serencontrados. Algumas pessoas podem vê-lo como burocrático ou como uma despesaextra, opor resistência a mudanças ou deixar-se dominar pelo temor de assumir novasresponsabilidades. Para contornar esses obstáculos, é necessário que todos oscolaboradores entendam por que a organização precisa de um SGA e como elespodem ajudar a controlar os impactos ambientais. Obter o envolvimento das pessoasno projeto e na implementação de um sistema de gestão ambiental demonstrará ocomprometimento da organização com o meio ambiente e ajudará a assegurar que eleseja realista, prático e que agregue valor.

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Custos e benefícios da implementação de um SGA

Certamente, planejamento e implementação de um SGA envolve trabalho. Porémmuitas organizações têm descoberto que o seu desenvolvimento pode ser um veículopositivo para a mudança. Essas organizações acreditam que os benefícios de um SGAsupera de longe os custos potenciais. No contexto da Gestão da Qualidade Total diz-seque qualidade é favorável desde que a organização esteja disposta a fazer osinvestimentos que lhe permitirão obter recompensas futuras. Da mesma forma essesconceito pode ser considerado para a gestão ambiental.

Custos Benefícios• Tempo da equipe / empregados• Possível assessoria de uma consultoria• Treinamento de pessoal

• Melhoria do desempenho ambiental• Menores custos para atendimento da

conformidade com a legislação• Novos consumidores / mercados• Aumento da eficiência / redução de custos• Elevação da moral dos empregados• Melhoria da imagem perante o público• Esforços de treinamento reduzidos para

novos empregados• Melhoria da imagem perante os órgãos

reguladores• Menos desperdício

Se uma organização já tem ou está considerando a possibilidade de implantar umsistema de gestão da qualidade como a ISO 9001, ela encontrará alguma sinergiasignificativa entre o que é necessário tanto para a gestão da qualidade quanto para agestão ambiental.

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O desenvolvimento industriale o Meio Ambiente

Há vinte anos, se perguntássemos a um grande gerente de fábrica da FORD qual eraseu trabalho, a resposta dele seria �Eu faço carros�, na declaração estava implícita apalavra �lucratividade�. Hoje, quando você pergunta àquele mesmo gerente de fábricada FORD qual é o seu trabalho, a resposta é: �Eu faço carros de qualidade -(lucratividade)�. Daqui a quinze anos, a resposta pode ser: �Eu faço carros dequalidade de uma maneira ambientalmente responsável (lucratividade)�. Isto é,gerenciar a cultura do meio ambiente, transformando o meio ambiente de uma funçãode apoio para uma função de ocupação.

A comunidade de negócios tem percebido que os atuais padrões de produção econsumo são insustentáveis. Paralelamente, empresas passaram a compreender que,para se manter no negócio, terão que integrar crescentemente as questões ambientaisnas suas estratégias de negócio e no planejamento de longo prazo. Isto é essencialpara se manterem competitivas em relação a outras empresas que já levam emconsideração tais questões.

Princípios para a gestão ambiental na indústria e negócios em geral

Conforme descrito anteriormente, existe um fundamento racional para a indústria enegócios em geral adotarem práticas voluntárias de gestão ambiental. Muitas dessasiniciativas foram estabelecidas para direcionar: a obrigação de estar em conformidadecom as regulamentações; as questões de responsabilidade; as pressões deempregados, consumidores, clientes, investidores e outros grupos; o reconhecimentodos benefícios financeiros dos aspectos gestão ambiental nos negócios.

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Existe um número de categorias diferentes destas iniciativas voluntárias. As SeisCategorias de Iniciativas Voluntárias são:1. Medidas voluntárias de controle da poluição realizadas por firmas particulares.

Estas podem ser baseadas nos benefícios da redução de custos ou ganhos derendimento e também podem, igualmente, incluir respostas coletivas, como é ocaso do complexo industrial integrado dinamarquês em Kalundborg.

2. Desafios de governo para a indústria de redução da poluição, tais como o Desafiopara a Redução/Eliminação Acelerada de Produtos Tóxicos.

3. Acordos de desempenho entre indústria e governos. Tais acordos negociadospodem funcionar para protelar as obrigações regulatórias em prol de umcompromisso de desempenho.

4. Adesão voluntária aos códigos de prática do setor industrial envolvendo auto-regulamentação por um grupo de indústrias, tal como no Atuação Responsável

®.

5. Desafios, incentivos e acordos negócio-a-negócio. Essas iniciativas podem serconduzidas pelas exigências do seguro e empréstimo, e motivadas pela redução derisco e de responsabilidade. Tais programas integram a abordagem do ciclo-de-vidapara desempenho do produto, como, por exemplo, o Protocolo Nacional sobreEmbalagens, no Canadá, que assume a responsabilidade pelo monitoramento �doberço ao túmulo�. São colocadas exigências sobre fornecedores e clientes.

6. Acordos entre indústria e grupos não governamentais. Esses acordos envolvem acomunidade e grupos de interesse público por meio de negociação direta. Talvez omais conhecido dentre eles seja o acordo de redução de resíduos entre osrestaurantes Mc Donald�s e a Environmental Defense Fund (Fundo de DefesaAmbiental)

Um dos resultados é que, agora, um grande número de companhias elabora relatóriosambientais prestando contas de suas atividade e desempenho.

A idéia de um relatório corporativo tem sido incorporada como um requisito legal,notadamente o U.S Taxic Release Inventory, que exige relatório público das emissõesde produtos perigosos, e o menos abrangente Canadian National Pollution ReleaseInventory (NPRI).

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Muitas das maiores associações industriais nacionais e internacionais têm agora algumcódigo de prática, código de conduta, declaração da missão, ou normas similaresrelacionadas ao meio ambiente (UNCTAD 1996). Além disso, organizaçõesinternacionais, organismos intergovernamentais e agências governamentais, como oPNUMA e a Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento(OECD - Organization For Economic Corporation and Development), têm promovidopolítica ambiental de negócios voluntária e princípios de prática. Dentre estes, os maissignificativos são:• Atuação Responsável

®. (Responsible Care

®);• Princípios CERES;• Conselho de Administração das Florestas/• Investigações do Cumprimento das Leis, da Agência Nacional de Proteção

Ambiental dos Estados Unidos;• Rotulagem Ambiental; bem como• Outras Cartas e Princípios de Negócios para a Gestão Ambiental.

Cronologia parcial do desenvolvimento das normas

Normas de gestão da qualidade1979 Britsh Standards Institution BS-57501987 Organização Internacional de Normalização ISO - 9000

Normas de qualidade ambiental1984 Programa Responsible Care

® da Associação dos Produtores QuímicosCandenses

1988 Princípios CERES da Coalizão para Economias AmbientalmenteResponsáveis

1988 Programa do selo ecológico Environmental Choice do Canadá1991 Carta de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável da Câmara de

Comércio Internacional.1991 Carta Ambiental Global Keidanren (Federação Japonesa das

Organizações Econômicas)1991 Nordic Swan Label (Noruega, Suécia, Finlândia e Islândia) primeiro

programa multinacional mundial de rotulagem ecológica.1992 Britsh Standards Institution BS-77501993 Eco-Management Aud Scheme - EMAS1996 Organização Internacional de Normalização - ISO 14000

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Legislação ambiental naindústria

De acordo com presidente do comitê da ISO que trata de sistema de gestão ambiental,Oswald Dobbs, a ISO 14001 é uma aproximação sistêmica para o gerenciamentoambiental e não um documento baseado em desempenho. A principal meta destanorma é estabelecer a estrutura e a consistência de um SGA que possa conduzir osprocedimentos da organização à proteção ambiental, levando em consideração oimpacto ambiental da empresa.

A ISO 14001 e a ISSO 14004 formam a base para as organizações implementarem,manterem e aperfeiçoarem um sistema de gestão ambiental. Elas diferem nosseguintes aspectos:• A ISO 14004 dá orientação geral para o gerenciamento interno de um SGA dentro

de uma organização.• A ISO 14001 é a base para a especificação de sistemas de gestão ambiental que

deve ser satisfeita por uma organização que busca autodeclaração deconformidade, bem como as que buscam registro e certificação dos seus sistemasde gestão ambiental. Ela consiste somente de requisitos que podem serobjetivamente auditados com fins de certificação e/ou autodeclaração.

A orientação geral da ISO 14004 está inserida na discussão deste capítulo, embora ofoco seja a ISO 14001, mas há alguns aspectos específicos da ISO 14004 que sãoúteis. Por esse motivo, vamos iniciar nossas discussões por esta última, para depoisseguir adiante com a ISO 14001.

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A ISO 14004 está projetada para auxiliar uma organização a implementar ouaperfeiçoar um SGA. Suas bases de implementação e projeto em uma organizaçãoestão descritas a seguir:a. Colocar a gestão ambiental como principal prioridade da corporação;b. Comunicar-se com a partes interessadas internas e externas;c. Determinar os requisitos legais e regulatórios da organização relacionados com o

meio ambiente.d. Estabelecer comprometimento com a gestão ambiental;e. Instituir obrigações e responsabilidades;f. Considerar os impactos ambientais de todas as fases do ciclo de vida do produto;g. Estabelecer as metas ambientais da organização e disponibilizar os meios pata

atingi-las;h. Fornecer os recursos necessários, inclusive treinamento;i. Rever o SGA com o objetivo de melhoria;j. Incentivar fornecedores e empreiteiros a adotarem uma abordagem do SGA.

Além disso, a norma ISO 14004 contém:a. Informação acerca dos princípios de gestão ambiental aceitos e como tais

princípios podem ser integrados ao projeto e desenvolvimento de um SGA.b. Exemplos práticos das questões que uma organização terá que assegurar que

estejam referenciados no projeto de um SGA.c. Seções que oferecem ajuda prática na orientação das várias fases de

planejamento, desenvolvimento, implementação e manutenção de um SGA. A ISO14004 não foi planejada para ser usada para fins de certificação. Pelo contrário éum documento orientador.

Apesar de não direcionada pela ISO 14404, uma boa revisão das questões gerais e asimplicações da implementação de um SGA podem ser obtidas da experiência da Nortelcom o registro de nove dos seus sites, ou da experiência da empresa gráfica PrintechInternational.

Os proponentes da ISO 14001 vêem na sua implementação várias característicasbenéficas:a. Fornece um meio sistemático para as empresas procurarem alcançar objetivos

ambientais específicos e incentiva ações dirigidas para a implementação deprogramas, prática e tecnologia que podem contribuir para a melhoria ambiental.

b. Focaliza a integração do monitoramento e da manutenção de registros para todosos aspectos das atividades de uma organização relacionadas ao meio ambiente. Aintegração também requer a harmonização da conformidade legislativa e

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reguladora com outros programas, tal como o programa Responsible Care © daindústria química canadense.

c. Incentiva a mudança das soluções de fim-de-tubo para prevenção da poluição.

d. Pode ser estabelecida dentro da estrutura de sistemas de gerenciamentoexistentes em uma empresa, como, por exemplo, da ISO 9000.

Assim, a norma é aplicável a qualquer organização que deseje implementar, manter eaperfeiçoar um SGA; assegurar-se de sua conformidade com a política ambientalestabelecida; demonstrar tal conformidade a terceiros; obter registro/certificação deseu SGA através de uma organização externa; e fazer uma autodeterminação eautodeclaração de conformidade com a norma. Todos os requisitos na norma sãoplanejados para serem incorporados em um SGA.

Conteúdo da norma NBR ISO 140011.2.3.4.

Objetivo e campo de aplicaçãoReferências normativasDefiniçõesRequisitos dos sistemas de gestão ambiental4.14.24.3

Requisitos geraisPolítica ambientalPlanejamento4.3.14.3.24.3.34.3.4

Aspectos ambientaisRequisitos legais e outros requisitosObjetivos e metasPrograma (s) de gestão ambiental

4.4 Implementação e operação4.4.14.4.24.4.34.4.44.4.54.4.64.4.7

Estrutura e responsabilidadeTreinamento, conscientização e competênciaComunicaçãoDocumentação do sistema de gestão ambientalControle de documentosControle operacionalPreparação e atendimento a emergências

4.5 Verificação e ação corretiva4.5.14.5.24.5.34.5.4

Monitoramento e mediçãoNão-conformidade e ações corretivas e preventivaRegistrosAuditoria do sistema de gestão ambiental

4.6 Análise crítica pela administração

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AnexosA. Diretrizes para uso da especificaçãoB. Correspondências pela NBR ISO 14001 e NBR ISO 9001C. Bibliografia

Condições gerais

A ISO 14001 é aplicável em diversas condições e circunstâncias, tais como:• Em empresas de qualquer porte;• Em qualquer tipo de organização: comercial, industrial, sem fins lucrativos,

governamental;• Em qualquer definição de escala dentro da organização: a totalidade das

operações internacionais, uma divisão particular dentro da companhia, umaunidade de negócios específica, um local particular, culturais e sociais (ISO 1996);

• Em todos os meios, tais como água, solo, resíduos sólidos, incentivando asorganizações a terem uma abordagem ampla, ao invés de específica para umúnico meio.

A ISO 14001 aplica-se a larga faixa de organizações. No entanto, sua relevância é departicular interesse para pequenas e médias empresas (PMEs). A certa altura, foiproposta uma norma distinta (ISO 14002) para fornecer orientações sobre a ISO 14001para PMEs, mas esta iniciativa não progrediu. Um estudo interessante avaliando aimplementação da ISO 14001 em PMEs foi conduzido pela agência ambientalmexicana El Secretaria de Medio Ambient, Recursos Naturales y Pesca (SEMARNAP)por intermédio do Banco Mundial. O relatório do Banco Mundia (1998) oferece umavisão introspectiva sobre a eficácia do SGA em pequenas empresas.

A ISO 14001 também se aplica a outras organizações que não apenas indústrias. Porexemplo, algumas das questões específicas para um município que adote a norma ISO14001 podem ser encontradas em um artigo que descreve a experiência de Hamilton-Ewntworth, Ontário.

A ISO 14001 não inclui obrigações específicas quanto ao desempenho ambiental,exceto o compromisso de atender aos requisitos legais existentes e a melhoriacontínua. Em sentido prático, não interessa, em termos de atendimento à norma ISO14001, quanto de poluente é gerado, contanto que a organização saiba que isso estáocorrendo.

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A ISO 14001 complementa, ao invés de substituir, a conformidade legal. O resultado éque duas empresas com desempenhos ambientais bem diferentes podem atender aosrequisitos da ISO 14001. A ISO 14001, isoladamente, não garante o melhordesempenho ambiental. Uma empresa pode falhar no atendimento às suas obrigaçõesregulatórias e estar envolvida em conflito e litígio acerca do seu desempenhoambiental, mas, ainda assim, pode estar em comflito e litígio acerca do seudesempenho ambiental, mas, ainda assim, pode estar em conformidade com osrequisitos da ISO 14001, desde que a administração tenha no local um mecanismo quechame a atenção para as deficiências regulatórias mediante revisão pelaadministração ou outros processos.

O sistema de gestão ambiental deve incentivar o uso da melhor tecnologia disponível,onde for apropriado e economicamente viável, e não está vinculada a qualquerimplicação relacionada com o desempenho ambiental. O anexo A da Norma ISO14001 declara que uma organização pode levar em consideração o uso das melhorestecnologias disponíveis, quando economicamente viável, rentável e julgado apropriado.

A ISO 14001 se aplica somente àqueles aspectos ambientais que a organização podecontrolar e sobre os quais se espera que tenha influência. Alguns autores, com Bell,por exemplo, sugeriram que a falha para incluir quaisquer requisitos de desempenhona ISO 14001 deveu-se à suscetibilidade dos países em desenvolvimento a padrõesinferiores para regulamentação ambiental.

Conteúdo da ISO 14001

O conteúdo da norma ISS 14001 está descrito conforme o quadro abaixo.

O processo ISO 14001Ao iniciar o processo da ISO 14001, o melhor ponto de partida é o mesmo que o dequalquer SGA: comece por aqueles elementos que garantam benefícios óbvios para aorganização - assegurando conformidade regulatória, promovendo a melhoria daeficiência energética ou de materiais, ou reduzindo custos de disposição de resíduos.

A seguir, estabeleça os programas, processos e procedimentos, e induza as mudançastecnológicas que possam melhorar o desempenho ambiental. Finalmente, integretodas as considerações ambientais em todas as decisões.

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As quatro questões referenciadas pela ISO 14001 que requerem ação são:• Política ambiental associada• Planejamento• Implementação e operação• Revisão e melhoria

Política ambiental associadaA organização define sua política ambiental e assegura o comprometimento com ela.Os detalhes do conteúdo e o desenvolvimento das políticas ambientais vão serdiscutidos mais adiante, no capítulo 4.

PlanejamentoDesenvolve-se um plano para o preenchimento de sua política ambiental. Aorganização revê tanto os aspectos ambientais significativos das atividades, produtos eserviços da organização, quando os requisitos legais e outros. Baseada nessesparâmetros, a organização estabelece objetivos e metas e assegura as ferramentasapropriadas estejam alocadas para alcançá-los. Este assunto será abordado nocapítulo 5.

Implementação e operaçãoO plano é colocada em ação através do desenvolvimento de um sistema de gestãoambiental. A organização define as responsabilidades e funções de todos osenvolvidos e estabelece procedimentos de treinamento e procedimentos paracomunicação interna e externa. O sistema de gestão ambiental deve envolverdocumentação apropriada e controle de documentos, controle operacional adequado, ereferir-se a questões relacionadas com a preparação e resposta à emergência. Nocapítulo 6 trataremos da implementação e operação do SGA.

Revisão e melhoriaSão necessários procedimentos para rever e melhorar continuamente os sistemas degestão ambiental. O desempenho real é comparado com os objetivos e metas por meiode auditorias que possam levar a uma certificação formal da organização. Asdeficiências são tratadas com o objetivo de assegurar a melhoria contínua nodesempenho ambiental. Esses assuntos serão objetivos de discussão dos capítulos 7a 10.

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O que é necessário para se ter sucesso na implementação da ISO 14001? Num estudoenvolvendo 18 organizações, repercutindo, até certo ponto, na própria norma, Diamond(1996) encontrou os pontos-chave:• Certifique-se do comprometimento da alta administração no início do processo.• Tenha um entendimento completo da norma ISO 14001.• Realize uma auto-avaliação completa.• Envolva muitos níveis funcionais e hierárquicos no processo de planejamento.• Inicialmente, estabeleça um pequeno número de objetivos ambientais factíveis.• Baseia-se em práticas comerciais existentes.

Além da ISO 14001

Também é conveniente considerar que os requisitos para conformidade baseada nodesempenho, além daqueles pela ISO 14001, podem ser impostos. Este seria o caso,particularmente em:• Indústria que adotaram normas específicas, como o Responsible Care © e a norma

CIQC 0014 da indústria de computadores, que requer a conformidade dofornecedor;

• Grandes empresas que adotaram outras formas de normas voluntárias, tais comoos Princípios CERES;

• Mercados em área tais como a Europa com as cláusulas do EMAS.

Uma empresa comprometida com um conjunto de princípios ambientais mais rígidosnão limitaria suas exigências para com os fornecedores somente às que estãoindicadas na ISO 14001 pode vir, também, dos órgãos regulamentadores. Porexemplo, o Estado de Michigan introduziu um programa voluntário, Clean CorporateCitizen, que, embora seja baseado na ISO 14001, requer um programa eficaz deprevenção da poluição, conformidade com a regulamentação e um processo público derevisão. Os participantes recebem benefícios da regulamentação tal como numprocesso de licenciamento mais rápido.

Semelhantemente, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos editou umadeclaração sobre o SGA, estabelecendo que a EPA incentiva o emprego de SGAs queenfoquem a melhoria do desempenho e da conformidade ambiental assim como aredução na fonte (prevenção da poluição) e desempenho do sistema (Federal Register1998). A ISO 14001 enfoca somente o último ponto: o desempenho do sistema.

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Gerenciamento deresíduos sólidos

Em geral o resíduo sólido consiste em resíduos sólido municipal (incluindo resíduodoméstico perigoso) e resíduo sólidos industrial (incluindo resíduos especiais eperigosos). O resíduo sólido municipal, comumente conhecido como lixo ou refugo,consiste de itens da vida diária, tais como materiais de embalagem, aparas de grama,roupas, garrafas, restos de comida, jornais, utensílios, tintas e baterias. Acaracterização do resíduo sólido municipal nos Estados Unidos pode ser encontradana Franklin Associates (1998). O resíduo sólido industrial é gerado por um amploespectro de indústrias, tais como fábricas e hospitais.

Para impedir ou desviar materiais da corrente de resíduos, pode ser aplicado ogerenciamento de resíduos mediante práticas, como redução na fonte, reutilização ereciclagem (Escritório de Resíduos Sólidos, 1999), conforme veremos a seguir.

Tratamento do lixo

O Brasil produz cerca de 90 mil toneladas de lixo por dia, o que corresponde a 30 milcaminhões cheios de lixo. A grande quantidade de embalagens e produtosdescartáveis agrava mais o problema. Boa parte desse lixo é constituída de materiaisque podem ser reciclados; outra parte é constituída de material orgânico que pode serdecomposto por microrganismos. No Brasil, quase todo o lixo é jogado em lixões. Oquadro abaixo mostra os principais destinos do lixo no Brasil.

Destinos Em toneladas Em caminhões PorcentagemLixões 79.200 26.400 88%Aterros sanitários 9.000 3.000 10%Usinas de tratamento 1.800 600 2

Vamos ver agora o que acontece com o lixo nesses lugares.

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LixõesSão aterros comuns, onde o lixo é depositado diariamente a céu aberto, o que provocacontaminação da água, do solo e do ar.

A decomposição do lixo produz um líquido negro, altamente poluente chamado�chorume�, que penetra no solo e atinge as águas subterrâneas, contaminando asminas e fontes. A decomposição também provoca a proliferação de animaistransmissores de inúmeras doenças, como ratos, baratas, moscas e mosquitos. O solocontaminado torna-se improdutivo, além de ser um desperdício a ocupação de grandesterrenos com lixo.

Aterros sanitáriosSão áreas escolhidas com critério, geralmente terrenos não produtivos e que não estãolocalizados em áreas de preservação ambiental. O fundo do aterro deve ser preparadocom camadas plastificadas resistentes, prevendo o escoamento do �chorume� e o seutratamento. É uma obra de engenharia complexa, executada com todos os critériostécnicos, de acordo com a legislação antipoluição vigente.

Nos aterros sanitários, o lixo é disposto em camadas, cobertas com terra ou argila ecompactadas por tratores de esteiras. Após algum tempo, esse lixo é parcialmentedecomposto pelos microorganismos que se alimentam dele. Os resíduos de lixo vão seacumulando, até lotar a capacidade do terreno. Em São Paulo existem, atualmente,cinco aterros sanitários. Um deles é só para entulho da construção civil. dos outroquatro, dois já estão esgotados.

Usinas de tratamentoNessas usinas, o lixo não é acumulado. Ao chegar, o lixo é espalhado em esteirasmóveis, para que os materiais recicláveis possam ser separados, com vidros, papéis,metais, plásticos, etc., e vendidos às indústrias de reciclagem. O lixo restante écolocado em grandes reatores chamados biodigestores. Por meio da ação dosmicroorganismos, o lixo se transforma em um composto orgânico que pode ser usadocomo adubo ou como componente de rações para animais. O lixo residual queporventura sobrar é levado para um aterro sanitário.

IncineraçãoO lixo incinerado é proveniente de hospitais, clínicas veterinárias, materiais tóxicos etc.os gases contidos na fumaça do lixo queimado podem ser poluentes, se não foremcorretamente tratados.

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Redução

Redução na fonte significa consumir e desperdiçar menos. Alguns exemplos deiniciativas de redução incluem não apenas a compra de produtos duráveis , compra demercadorias que sejam, tanto quanto possível, livres de produtos tóxicos, mas tambéma reestruturação do projeto de um produto para que seja possível utilizar menosmatéria-prima e dispor de uma vida mais longa.

A redução na fonte previne a geração de resíduos e é o método preferido degerenciamento de resíduos.

Reutilização

Reutilizar significa utilizar um produto mais de uma vez, quer para o mesmo objetivo,quer para um propósito diferente. Alguns exemplos de reutilização incluem:• Artigos de restauração;• Garrafas para reenchimento;• Artigos de doação para grupos de caridade e da comunidade;• Reutilização de caixas;• Participação em programa de coleta e reutilização de tintas.

Devido ao fato de os itens não necessitarem de um reprocessamento antes quepossam ser usados novamente, é preferível a reutilização à reciclagem.

Reciclagem

A reciclagem processa materiais que, de outra forma, seriam transformadas emresíduos quando ainda se apresentam como recursos valiosos. Materiais recicláveis,tais como vidro, metal, plásticos e papel, são coletados, separados e então enviadospara instalações que podem transformá-los em novos materiais ou produtos.

A compostagem é uma outra forma de reciclagem. Pelo processo de decomposiçãobiológica controlada, ela transforma resíduos orgânicos, tais como restos de alimentos,em humus, que é um material semelhante à terra e pode ser usado em hortas ejardins, paisagismo, além de oferecer muitas outras aplicações.

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A reciclagem gera uma gama de benefícios sociais, financeiros e ambientais, tais comoa conservação de recursos para o futuro, economia de energia, fortalecimento dematérias-primas valiosas para a indústria, redução da necessidade de novos aterrosincineradores, estímulo ao desenvolvimento de tecnologias �verdes� e criação deempregos.

A fim de tornar a reciclagem economicamente viável, devem ser estabelecidosmercados para produtos e embalagens reciclados. Alguns exemplos de reciclagemserão apresentados a seguir.

PapelInventado na China, por volta de 200 anos antes de Cristo, o papel chegou à Europasomente no século XI da nossa era.

O papel é fabricado, basicamente, a partir de uma pasta de celulose, obtida pelocozimento da mistura de cavacos de madeira e água. Os dejetos desse processo decozimento poluem a água e o ar. Para fabricar uma tonelada de papel virgem, sãoutilizadas 10 a 20 árvores adultas e 100 mil litros de água.

Quando o papel é reciclado, a quantidade de água empregada no processo diminuipara 2 mil litros, e evita-se o corte de tantas árvores. A energia gasta é 71% menor doque para a produção de papel virgem, e o processo n]ao é tão poluidor.

O processo de reciclagem é simples. O papel usado (jornais velhos, restos deprodução de gráficas, aparas, papéis de embrulho, cadernos usados etc) vai para umamáquina semelhante a um grande liqüidificador. O papel é desfibrado, formando umapasta. Essa pasta passa por uma máquina que retira as impurezas. Depois de limpa, apasta é imersa em água e colocada em uma superfície plana, sobre uma tela, que daráforma ao papel. O excesso de água escoa e um sistema de rolos compressores dáconsistência às folhas, que são postas para secar.

No Brasil, cerca de 30% do papel produzido vai para a reciclagem. O papel reciclado éutilizado, principalmente, na fabricação de caixas de papelão.

Atualmente, o Brasil importa milhares de toneladas de aparas por ano. Se o volume depapel reciclado fosse menor, o Brasil não precisaria comprar restos de papel para darconta de sua produção.

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VidroO vidro foi criado há cerca de 4000 anos antes de Cristo. É feito de matérias-primasnaturais, como areia, barrilha, feldspato, alumina etc. algumas dessas jazidas já estãose esgotando.

Na produção de vidro, são gastos 1.200kg de matéria-prima para cada 1.000kg devidro. A extração desse material agride a natureza e o meio ambiente.

O vidro não é degradável, mas é 100% reciclável. Com 1.000kg de vidro triturado sãoproduzidos praticamente 1.000kg de vidro novo.

Na reciclagem, o vidro passa por um processo de lavagem e são retirados objetosestranhos, como rótulos, anéis metálicos etc. depois, é separado pela cor e triturado. Aseguir, entra no processo de fabricação normal: o vidro é fundido para a produção denovos objetos.

Alguns tipos de vidro, como os planos, usados em janelas e portas, necessitam detratamento especial na reciclagem. Esses vidros podem ser reutilizados na fabricaçãode telhas e lã de vidro, ou ainda, convertidos em pequenos grãos, que são misturadosà tinta para pintura de asfalto.

Um objeto de vidro pode ser usado infinitamente desde que não se quebre. Por isso,as indústrias alimentícias e de refrigerantes reutilizam vidros, de pois de lavados edesinfetados. Uma tonelada de vidro reutilizado economiza cerca de 290kg de petróleoe 1.200 kg de matéria prima que seriam gastos em sua fundição.

MetalOs metais têm sido utilizados pelo homem desde a Idade do Ferro, na confecção dearmas e ferramentas. A partir do final do século XIX, iniciou-se a fabricação deembalagens para conservar alimentos, feitas de ligas metálicas como folhas-de-flandres, aço e alumínio.

O aço é uma liga de ferro com teor de carbono que varia entre 0,06% e 1,7%. Ele éobtido do beneficiamento siderúrgico do ferro-gusa com adição de metais diversospara a produção de ligas especiais. Atualmente, no Brasil, são consumidas 650 miltoneladas de aço laminado, por ano, e 25% delas são destinadas à fabricação de lataspara a indústria alimentícia.

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O Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de ferro, e o sexto maiorprodutor de aço, mas essa produção não é suficiente para suprir nossas necessidadesinternas. Por isso, o Brasil gasta muito dinheiro com importação de sucata de ferro. Eas reservas de minério de ferro do planeta podem suprir o consumo só por pouco maisde um século.

O alumínio é obtido da bauxita. São necessárias cinco toneladas de bauxita para seproduzir uma tonelada de alumínio, e a extração da bauxita é extremamente agressoraao meio ambiente. Nos últimos anos, tem aumentado muito o emprego dasembalagens de alumínio. São de alumínio as embalagens para pasta de dente, cremede barbear, refrigerante, cerveja e muitas outras.

O Brasil consegue reciclar 27% do aço produzido e 50% das latas de alumínio. Areciclagem é simples. A sucata é separada conforme o material predominante, lavada,prensada e fundida novamente. A reciclagem do aço possibilita 74% de economia deenergia, e a do alumínio possibilita 95%. Uma latinha de alumínio reciclada poupa meialatinha de gasolina.

PlásticoO plástico é um produto relativamente novo, pois foi desenvolvido no início desteséculo e popularizado. É elaborado a partir de derivados do petróleo. Além do fato deque o petróleo é um recurso natural dificilmente renovável, calcula-se que certos tiposde plásticos podem levar mais de cinqüenta anos para degradar.

Cada cidadão brasileiro joga no lixo, anualmente, uma média de 10 quilos de plástico.Só na cidade de São Paulo são reconhecidas 670 toneladas de plástico diariamente.

O plástico pode ser reciclado na própria indústria que o fabrica. As peças defeituosasou nas aparas são trituradas, derretidas e novamente colocadas na linha de produção.Embalagens e outros plásticos usados também podem ser reciclados. Na reciclagemdo plástico a economia de energia chega a 90%.

Para aumentar a produtividade na reciclagem, os plásticos são codificados comnúmeros de 1 a 7, de acordo coma resina de que foram feitos. Isso facilita aclassificação na hora da reciclagem, pois plásticos feitos da mesma resina fornecemum produto final de melhor qualidade.

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Veja no quadro a seguir alguns tipos de resina, seus usos principais e os produtosobtidos de sua reciclagem.

Resina Uso principal Produtos de reciclagemPolietileno terftalato Garrafas de refrigerante Tapetes, penugem das

bolas de tênis.Polietileno de altadensidade

Garrafas de água, recipientespara detergentes

Vinil ou polivinil Recipientes para óleo,embalagem de alimentos,válvulas e juntas.

Esteiras de chão, canose mangueiras.

Polietileno de baixadensidade

Embalagens de biscoitos emassas

Saquinhos desupermercado

Polipropileno Recipientes de alimentos Recipientes para tintaPoliestireno Copos descartáveis, utensílios

domésticos, isolantesCanos, latas de lixo

Alguns países reutilizam o plástico como combustível. Ele é queimado em grandesincineradores, gerando uma energia superior à do carvão. Porém, é necessário o usode um sistema de filtros para diminuir a poluição do ar. A emissão desses gases naatmosfera deve seguir as normas de segurança e a legislação aplicada à poluição doar.

ÓleoOs óleos lubrificantes estão entre os pouco derivados de petróleo que não sãototalmente consumidos durante o seu uso. Fabricantes de aditivos e formuladores deóleos lubrificantes vêm trabalhando no desenvolvimento de produtos com maior vidaútil com isso, crescem as dificuldades no processo de regeneração após o uso.

A questão da reciclagem de óleos lubrificantes usados ganha cada vez mais espaço nocontexto da conservação ambiental. Nos países desenvolvidos, a coleta de óleosusados é geralmente tratada como uma necessidade de proteção ambiental. NaFrança e na Itália, um imposto sobre os óleos lubrificantes custeia a coleta dosmesmos. Em outros países, esse suporte vem de impostos para tratamento deresíduos em geral. Nos Estados Unidos e Canadá, ao contrário do que ocorre noBrasil, normalmente é o gerador do óleo usado quem paga no coletor pela retirada domesmo.

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Quando os óleos lubrificantes usados estão contaminados, fora da faixa deviscosidade ou com outros pequenos problemas, o certo é enviá-los para um serviçode reaproveitamento do óleo básico e de todos os seus subprodutos.

Os óleos usados de base mineral não são biodegradáveis e podem ocasionar sériosproblemas ambientais quando não adequadamente dispostos. O uso de produtoslubrificantes de origem vegetal biodegradáveis ainda se encontra em estágio poucoavançado de desenvolvimento para a maior parte das aplicações.

A poluição gerada pelo descarte de 1t/dia de óleo usado para o solo ou cursos d�águaeqüivale ao esgoto doméstico de 40 mil habitantes. A queima indiscriminada do óleolubrificante usado, sem tratamento prévio de desmetalização, gera emissõessignificativas de óxidos metálicos, além de outros gases tóxicos, como a dioxina eóxidos de enxofre.

A origem dos óleos lubrificantes usados é bastante diversificada e suas característicaspodem apresentar grandes variações, e nesse ponto é interessante que se faça umadistinção entre os óleos usados de aplicações industriais e os de uso automotivo.

Óleos usados industriaisOs óleos industriais possuem, em geral, um baixo nível de aditivação. Nas aplicaçõesde maior consumo, como em turbinas, sistemas hidráulicos e engrenagens, osperíodos de troca são definidos por limites de degradação ou contaminação bem maisbaixos do que no uso automotivo.

Óleos usados automotivosNas aplicações automotivas, tanto os níveis de aditivação quanto os níveis decontaminantes e de degradação do óleo básico são bem mais elevados do que nasaplicações industriais. A maior parte do óleo usado coletado para re-refino éproveniente do uso automotivo. Dentro desse uso estão os óleos usados de motores àgasolina (carros de passeio) e motores diesel (principalmente frotas). As fontesgeradoras (postos de combustíveis, super trocas, transportadoras, etc.) são numerosase dispersas, o que, aliado ao fator das longas distâncias, acarreta grandes dificuldadespara a coleta dos óleos lubrificantes usados.

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Um processo de re-refino deve compreender em etapas com as seguintes finalidades:• Remoção de água e contaminantes leves;• Remoção de aditivos poliméricos, produtos de degradação termo-oxidativa do óleo

de alto molecular e elementos metálicos oriundos do desgaste das máquinaslubrificadas (desasfaltamento)

• Fracionamento do óleo desasfaltado nos cortes requeridos pelo mercado.• Acabamento, visando a retirada dos compostos que conferem cor, odor e

instabilidade aos produtos, principalmente produtos de oxidação, distribuídos emtoda faixa de destilação do óleo básico.

A água removida do processo deve passar por tratamento complexo, em função decontaminação com fenol e hidrocarbonetos leves.

Os produtos pesados da destilação e desasfaltamento têm aplicação potencial naformulação de asfaltos.

As propriedades do óleo destilado, ainda carentes de ajuste, são a estabilidade de cor,odor e índice de acidez do óleo, principalmente.

Além da remoção de metais e produtos de oxidação, a etapa desasfaltamento aumentaa uniformidade da carga da etapa de acabamento, em termos de conteúdo de metais enível de oxidação.

PneusO surgimento dos pneus de borracha fez com que fossem substituídas as rodas demadeira e ferro, usadas em carroças e carruagens desde os primórdios da História.Esse grande avanço foi possível quando o norte-americano Charles Goodyearinventou o pneu ao descobrir, o processo de vulcanização da borracha quando deixouo produto, misturado com enxofre, cair no chão.

Mal sabia ele que sua invenção revolucionaria o mundo. Entre as outraspotencialidades industriais, além de ser mais resistente e durável, a borracha absorvemelhor o impacto das rodas com o solo, o que tornou o transporte mais prático econfortável.

Porém, juntamente com a revolução no setor dos transportes, a utilização dos pneusde borracha trouxe consigo a problemática do impacto ambiental, uma vez que a maior

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parte dos pneus descartados está abandonado em locais inadequados, causandograndes transtornos para a saúde e a qualidade de vidas humanas.

Os pneus são constituídos por uma estrutura complexa, tendo na sua composiçãodiversos tipos de materiais, como borracha, aço, tecido de náilon, o poliester, estescomponentes conferem as características necessárias ao seu desempenho esegurança.

Segundo organizações internacionais, a produção de pneus novos está estimada emcerca de 2 milhões por dia em todo o mundo. Já o descarte de pneus velhos chega aatingir, anualmente, a marca de quase 800 milhões de unidades. Só no Brasil sãoproduzidos cerca de 40 milhões de pneus por ano e quase metade dessa produção édescartada nesse período.

A reciclagem dos pneus é muito dispendiosa, pois devido a ser um material que foivulcanizado. O processo de separação desses materiais constitui-se por em umaprimeira fase de trituração em pedaços de uma granulometria elevada, posteriormenteo material resultante da primeira fase do processo é triturado novamente, o queresultará em um material com um granulometria inferior, e assim sucessivamente atéque se obtenha pó borracha.

O aço é retirado do processo através de eletro ímã e os tecidos ficam depositados naspeneiras.

Os pneus também podem ter uma outra utilização, como combustíveis em caldeiras,porém existe um grande inconveniente na queima da borracha, são exalados gasestóxicos com grandes concentrações de enxofre e de amônia. Este tipo de utilizaçãonão é o mais indicado, pois os filtros têm um elevado custo tanto na implantação comona manutenção, tornando-se assim um processo danoso ao meio ambiente, o quepode levar a precipitação de chuvas ácidas.

O pó de borracha tem várias utilizações, pode substituir os polímeros que fazem parteda composição do asfalto, tapetes, pisos, amortecedores, mantas, etc. Apesar de terum vasto campo o de utilização o pó de borracha, ainda é inviável economicamente,pois o processo de separação é muito caro.

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Você viu como é simples diminuir o volume de lixo de uma cidade, tornando nossoambiente mais saudável. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambienteapresenta as seguintes soluções para o problema de acúmulo de lixo.• Reduzir: usar menos material, evitar desperdícios.• Reutilizar: não jogar fora produtos usados, mas sim empregá-los de outras

maneiras ou encaminhá-los para fábricas de reciclagem.• Reciclar: reprocessar a matéria-prima dos produtos usados, para a fabricação de

novos produtos.• Incinerar: para aproveitar, pelo menos, parte da energia que foi gasta na

confecção dos produtos• Dispor em aterros: em último caso, acumular os resíduos em áreas especialmente

preparadas, para evitar a contaminação do solo e de lençóis de água subterrânea.

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Prevenção da poluição

A prevenção da poluição é definida como redução na fonte, prevenindo ou reduzindo ageração de resíduos onde ele se origina: na fonte. Isso é melhor que removê-lo apósterem sido gerados.

A prevenção da poluição ou redução na fonte significa qualquer prática que:a. Reduza a quantidade de qualquer substância perigosa, poluente ou contaminante

que entre em qualquer corrente de resíduos, o que seja liberada para o meioambiente antes da reciclagem, tratamento ou disposição;

b. Reduza os perigos à saúde pública e ao meio ambiente associados à liberação detais substâncias, poluentes ou contaminantes;

c. Conserve os recursos naturais pela redução ou eliminação de poluentes com oaumento da eficiência no uso das matérias-primas, energia, água e solo.

Nos Estados Unidos, o Ato de Prevenção da Poluição (Pollution Prevention Act) de1990 estabeleceu uma política nacional que dizia:• A poluição deve ser prevenida ou reduzida na fonte sempre que exeqüível;• A poluição que não puder ser prevenida deve ser reciclada de uma maneira

ambientalmente segura sempre que exeqüível;• A poluição que não puder ser prevenida ou reciclada deve ser tratada de uma

maneira ambientalmente segura sempre que exeqüível;• A disposição ou outra forma liberação de poluentes para o meio ambiente deverá

ocorrer apenas como último recurso e conduzida de uma maneira ambientalmentesegura.

Portanto, é estabelecida uma hierarquia de gestão ambiental que inclui prevenção,reciclagem, tratamento e disposição ou liberação. A abordagem da prevenção pararedução da poluição busca eliminar a poluição na fonte por meio da reformulação oureprojeto de produtos, modificação de processos ou procedimentos, modificação oureprojeto de equipamentos, substituição de matérias-primas e melhoria nohousekkeping , manutenção, treinamento ou controle de inventário. Assim, uma novamentalidade ambiental proativa estará consolidada.

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Exemplos de práticas de prevenção da poluiçãoA inovação desempenha uma função central na prevenção da poluição. Algunsexemplos são resumidamente descritos:a. A instalação da Dow Chemical na Califórnia usa gás clorídrico com soda cáustica

para fabricar uma série de produtos químicos. Em 1987, a Dow Chemical modificouseu processo de produção. O uso de soda cáustica foi reduzido, diminuindo osresíduos corrosivos em cerca de 6000 toneladas por ano e os resíduos de ácidoclorídrico em cerca de 80 toneladas por ano.

b. Para atingir a meta de redução de emissão de solventes em 90%, a 3Mdesenvolveu uma forma de eliminar completamente o seu uso mediante orevestimento de produtos com soluções mais seguras, à base de água. Talprocedimento contribuiu para a redução do tempo para comercializar seu produto àbase de água, já que o processo de aprovação de revestimento à base desolventes foi eliminado.

c. Para reduzir o custo da disposição de resíduos, a Du Pont instalou equipamentosde monitoramento de alta qualidade, que reduziram material de sucata associadacom partidas da produção.

d. O protocolo de Montreal exigiu que a indústria eletrônica eliminasse osclorofluorcarbonos (CFCs) destruidores do ozônio. Os CFCs são usados comoagentes de limpeza para remover resíduos associados com a fabricação de cartõesde circuito impresso. A Raytheon desenvolveu um agente de limpeza alternativoque pode ser reutilizado em um sistema de circuito fechado. Tecnologias desoldagem sem limpeza também foram desenvolvidas.

e. A fim de facilitar a reciclagem dos produtos, a Hitachi reprojetou seus produtos parareduzir o tempo de desmontagem. O número de peças em uma máquina de lavarfoi reduzido em 16%.

Muitas companhias dispõem de programas de prevenção de poluição. Por exemplo, oprograma Pollution Prvention Pays (3P) da 3M iniciou-se em 1975. De 1975 a 1996 oprograma 3P da 3M evitou a geração de 246.000 toneladas de poluentes atmosféricos,31.000 toneladas de poluentes da água, 494.000 toneladas de resíduos sólidos / Iodoe 3,7 bilhões de galões de efluentes, e economizou U$810 milhões.

Abordagens de sistemas para as interações entre indústria e meio ambiente

Uma série de abordagens de sistemas para estudar as interações indústria - meioambiente foi desenvolvida. Três metodologias: ecologia industrial, projeto para o meioambiente e avaliação do ciclo de vida.

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Ecologia industrialA ecologia industrial surge da percepção de que a atividade econômica estáprovocando modificações inaceitáveis nos sistemas básicos de suporte ambiental. Elaestuda todas as interações entre os sistemas industriais e o meio ambiente natural. Ociclo completo dos materiais industriais, da matéria prima ao material processado, aocomponente, ao produto, ao produto obsoleto e à disposição final é considerado pelaecologia industrial como um sistema de otimização. Fatores considerados para aotimização incluem recursos, energia e capital.

Os impactos ambientais humanos são evidentes em uma variedade de perturbações:• Aumento da difusão global de produtos tóxicos orgânicos e inorgânicos;• Perda de solo arável;• Perda e degradação das fontes de água doce;• Aumento de acidez da precipitação pluvial;• Depleção do ozônio;• Mudança forçada do clima global;• Perda da biodiversidade.

As influências fundamentais sobre o sistema global podem ser entendidasconsiderando a equação mestre.

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Evolução do conceito dequalidade

Iniciamos nossa viagem pela História, no Mundo Antigo, há muitos séculos atrás.Nessa época, a qualidade se confunde com a própria figura do artesão: alfaiate,sapateiro, ferreiro, etc.

E por que isso acontece? É que o trabalho de cada artesão traz sua marca registrada,como ainda acontece com os grandes artistas da atualidade. O artesão confere a tudoque faz sua marca única, exclusiva.

O artesão

O artesão do mundo antigo escolhe a matéria prima, especialmente para o produto quevai elaborar. Sua técnica, muitas vezes, é um segredo que só ele conhece, resultadode muitos anos de trabalho e experimentação.

Seu trabalho é totalmente manual e lento. Por isso, seus produtos são caros e só estãoao alcance de uma minoria privilegiada.

Nessa época, portanto, a qualidade é garantida pelo próprio artesão, pois ele está emcontato direto com seus clientes e conhece as suas necessidades.

A manufaturaO domínio do artesão continuou praticamente absoluto até o século XVIII. Nesse pontoentram em cena a manufatura e a divisão capital-trabalho: vários artesãos passam atrabalhar em conjunto, para um capitalista - proprietário das ferramentas, da matéria-prima e... dos clientes.

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O capitalista produziu um afastamento entre o artesão e seus clientes. Na manufatura,o artesão conhece e domina totalmente sua técnica. Na manufatura, o artesãoconhece e domina totalmente sua técnica. Mas, o artesão não tem mais contato diretocom seus clientes: a qualidade de seu produto passa a ser tanto da suaresponsabilidade como do dono da manufatura.

A Revolução IndustrialNa manufatura a produção ainda era baixa e destinada a poucos. Com a RevoluçãoIndustrial começa a mecanização que tem como conseqüências diretas: o aumento daprodução e barateamento dos produtos.

Herry Ford cria a primeira linha de montagem para produzir em larga escala oautomóvel Ford modelo �T�. Taylor e Fayol realizam estudos de tempos, métodos emovimentos para aumentar o fluxo da produção.

O processo produtivo passa, então, a ser dividido em operações elementares quepodem ser executadas por operários que não precisam ter uma grande qualificaçãoprofissional.

A qualidade dos produtos cai e torna-se necessário criar a inspeção em cada fim deetapa. Essa inspeção permite separar os produtos defeituosos, para evitar que elescheguem ao consumidor.

Portanto, na produção em série que utiliza linha de montagem, quem produz nãodomina todo o processo de fabricação, não tem mais contato com os clientes(consumidores) e a responsabilidade da qualidade fica a cargo de inspetores.

IntercambialidadeNas linhas de montagem os produtos deixam de ser produzidos de formaindividualizada: os componentes n]ao são fabricados e ajustados para compor cadaproduto.

Produzidas em grande quantidade, as peças perdem sua individualidade. Devem,entretanto, ser equivalentes para permitir sua montagem. Dizemos, então, que aspeças são intercambiáveis - podem ser trocadas entre si.

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A intercambialidade das peças cria um outro conceito de qualidade: as peças nãoprecisam mais ter dimensões exatas. Elas serão consideradas adequadas eintercambiáveis se suas dimensões estiverem dentro de limites de tolerânciapreviamente estabelecidos.

Assim, a partir de 1840, surgem os calibres simples para verificar e controlar asdimensões das peças. São os calibres tipo �passa� que selecionam as peças que estãodentro do limite de tolerância fixado.

Em 1870 os calibres já são do tipo passa não passa, ou seja, estabelecem asdimensões mínima e máxima que as peças podem apresentar para serem aceitas.

Da inspeção ao controle de qualidadeA partir de 1900, várias técnicas foram desenvolvidas para combater os defeitos defabricação e reduzir os prejuízos à produção. Essas técnicas podem ser agrupadassob o nome de controle de qualidade.

Algumas das principais mudanças que ocorreram na passagem da simples inspeçãopara o controle de qualidade são apresentadas abaixo:• Até 1840 - inspeção simples;• De 1840 a 1900 - limites de tolerância - controle com calibres;• 1900 - normalização com especificação de fabricação;• 1920 - conceitos de tolerância da partida especificações de aceitação;• 1924 - controle da fabricação por meio de gráficos• 1940 - aprimoramento das técnicas de controle estatístico do processo.

O controle de qualidade é um avanço significativo em relação à simples inspeção: seuobjetivo não é simplesmente separar as peças defeituosas. Com o controle dequalidade procura-se evitar a produção de peças de qualidade insatisfatória. Passa-sea trabalhar com especificações de fabricação. A qualidade dos produtos torna-se,então, o atendimento dessas especificações.

A partir de 1920 a estatística é introduzida no controle de qualidade. É que a grandeprodução de peças tornou demorada e cara a inspeção completa, peça por peça. Coma estatística a inspeção passa a ser feita por amostragem.

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O controle estatístico do processo (CEP) representa o ponto máximo nodesenvolvimento do controle de qualidade. É que ele vai agir sobre todas as fases daprodução: começa no próprio estudo do projeto; prossegue com a verificação damatéria-prima; continua no próprio processo de fabricação e termina no produtoacabado.

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Gerenciamento da qualidade

O entendimento do Controle de Qualidade total (Roteiro geral para a implantação doCQT) necessita do entendimento de dois conceito muito importantes: Qualidade eControle. A palavra controle deve ser interpretada como administração, gerenciamento.Gerenciar uma empresa significa implementar ações de rotina e de melhorias(Conceito de controle).

RotinaSignifica manter-se no rumo atual, evitando mudanças a fim de evitar-se queproblemas ou situações já surgidas, voltem a reaparecer. Fazer as coisas de formaprevisível por um lado é interessante, pois nada muda, ou seja, pode-se produzir osmesmos produtos na mesma qualidade, com o mesmo custo e na mesma quantidade.

Em contrapartida, o lado perigoso e comprometedor de se trabalhar dentro de rotinas énão aperceber-se que o concorrente apresenta uma performance melhor, Uma vez quenão está fixa apenas em manter as metas, mas sim em desafiá-las. É aí que surge aoutra parte do gerenciamento, ou seja, as melhorias.

MelhoriasSignifica mudanças, buscar atingir níveis de desempenho nunca antes alcançados,requer ações desafiadoras e criadoras, introduzindo novos produtos, processos emercados, além de reduzir custos, acidentes, desperdícios, aumentando a produção, aqualidade e consequentemente, os lucros.

Neste campo, cabe à gerência a implantação das mudanças, através da intensificaçãode melhorias.

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Princípios do Gerenciamento por rotinas e melhorias.

Abaixo estão listados alguns princípios do Gerenciamento por rotinas e melhorias:• A rotina é a manutenção de padrões e a melhoria corresponde a um novo padrão

ou modificação dos já existentes (Conceito de controle).• A rotina pode resultar em melhorias uma vez que a obediência aos padrões poderá

resultar numa melhoria através da rotina, porém, se alguém sugere umprocedimento diferente que aumenta em 20% o rendimento de um equipamento,esta é uma melhoria através das Melhorias;

• A implantação da rotina deve preceder a implantação da melhoria.• A prática simultânea da rotina e de melhorias implicam em resultados positivos

para a organização;• O gerenciamento por rotinas e Melhoria deve ser conduzido por ações sistemáticas

para que os resultados sejam obtidos mais rapidamente;• Em geral, as rotinas e as melhorias são administradas por pessoas diferentes, nas

empresas.

Roteiro geral para a implantação do CQT

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Embora administrar possa parecer uma coisa simples e compreenda atitude,organização e metodologia, existe diferenças entre administrar por rotinas eadministrar por melhorias, como é possível verificar-se na tabela seguinte.Administrando-se por rotina a ênfase é dada em prevenir mudanças e naadministração por melhorias a ênfase é dada à criação.

A verdade é que nem num caso nem no outro o controle pode ser baseado em"comandos" ou "Cobrança" desordenadas. É comum, nesse caso, as culpas serematribuída aos operário, quando é sabido que 85% de todos os problemas que ocorremnuma empresa são de responsabilidade direta dos administradores.

Na verdade, o gerenciamento é a alma de qualquer processo e nada mais funcionalque atribuí-lo a quem comanda o corpo da empresa, ou seja todos os seusfuncionários. Gerenciar é papel de cada um, pois se executando de forma metódica emetodologicamente, só pode dar certo e o ciclo PDCA é uma ferramenta gerencialimprescindível para gerenciar processos

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Evento Rotina Melhorias

A atitude gerencial é ade acreditar que:

O atual nível de desempenhoé suficiente, ou, se não é nãopode ser melhorando, isto éuma sina, não um problema

O atual nível de desempenhonão é suficiente e de algo deveser feito isto é, é um problema,não uma sina

O objetivo gerencial visa:Perpetuar o desenvolvimentono atual nível através dosprocedimentos de rotina

Alcançar melhor desempenhoatravés dos procedimentos deMelhorias

O plano gerencial é para:Identificar e eliminar desviosesporádicos do desempenhoatual

Identificar e eliminar obstáculoscrônicos ao melhordesempenho

Processo

Processo é um conjunto de causas. Uma empresa pode ser considerada um processoe dentro dela encontra-se vários outros processos. O controle se dá dentro dorelacionamento do binômio causa-efeito aplicado por todos dentro da empresa.

Um efeito pode ter uma série de causas diferentes, daí porque o processo ser oconjunto dessas causas. Pode-se imaginar uma fábrica de latas onde o efeito principalé a lata e as causas são os equipamentos, a matéria prima, a mão de obra treinada, ométodo de fabricação, etc.

Então, fica fácil concluir que enquanto houver causas e efeitos haverá processos,assim como, se cada processo for subdividido em outros processos será cada vezmais fácil identificar e trabalhar os problemas, atacando prontamente suas causas.

Um processo pode ter vários efeitos, porém, dois ou três são os mais importantes,caracterizando-se como itens de verificação.

Controle de processo

Controlar um processo significa manter estável ou melhorar um conjunto de causasque afetam os itens de controle da área a ser gerenciada.

O controle por rotinas deve estabelecer e melhorar continuamente o sistema depadrões, ao passo que o controle por melhorias visa estabelecer planos e metastrabalhando para que as metas sejam atingidas de forma a tornar o processo cada vezmais competitivo.

Vale salientar que no controle do processo o gerenciamento é desenvolvido por quemtem autoridade sobre suas causas.

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Sistema da qualidade

O conceito de qualidade total ampliou o controle de qualidade levando-o a todas asfases do processo produtivo. A competitividade e sobrevivência das empresas vãodepender, então, da qualidade de seus produtos.

Mas, dentro da qualidade total, tornou-se necessário controlar a qualidade do processode produção para garantir a qualidade dos produtos. Assim, o processo deveapresentar:• Custo competitivo;• Produtividade;• Estabilidade;• Flexibilidade.

O custo e a produtividade constituem características que as empresas já perseguiam,antes da era da qualidade. A estabilidade de um processo significa garantir que seusprodutos tenham sempre as mesmas características.

A flexibilidade é um avanço em relação à organização taylorista das linhas deprodução, dedicadas a um único produto. A flexibilidade vai possibilitar a fáciladaptação dos equipamentos da empresa para a fabricação de diferentes produtos.

Percebe-se, então, que a qualidade do processo vai exigir a qualidade da organização.A empresa precisa obter o comprometimento de todos e harmonizar seus processosprodutivos e administrativos.

De fato, qualidade total só é possível a partir de uma política da qualidade: conjunto dedecisões que devem ser tomadas pela empresa com relação à qualidade.

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Política da qualidade

Qualidade total exige a participação de todos que trabalham na empresa: de altadireção ao �chão da fábrica�. Todos devem se comprometer com a qualidade, e essecomprometimento começa com um documento assinado pelo nível mais alto daadministração, divulgado a todos funcionários/colaboradores da empresa. Essedocumento recebe o nome de política da qualidade.

Política da qualidade é portanto: �o conjunto de intenções e diretrizes de umaorganização com relação à qualidade, sendo formalmente expressa pelo mais altonível da administração� (ISO 9000).

A política da qualidade sempre considera algumas premissas básicas, que deverãoorientar as decisões e ações de uma empresa. As premissas costumam ser doseguinte tipo:• Buscar a satisfação do cliente;• Produzir conforme especificações;• Fornecer a preços competitivos;• Atender imposições contratuais, ambientais e legais;• Respeitar prazos de entrega;• Perseguir contínua redução de preços;• Promover melhoria contínua de processos e produtos.

Gestão da qualidade

A política da qualidade vai ser perseguida, na prática, através do gerenciamento dasações que levem à qualidade (gestão da qualidade).

A gestão da qualidade é a parte da função gerencial global da empresa que determina,e põe em prática, a política da qualidade.

A gestão da qualidade vai harmonizar os recursos administrativos e produtivos parapossibilitar:• O controle da qualidade do processo produtivo;• A garantia da qualidade para o cliente.

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O controle da qualidade (CQ) é a reunião de todas as técnicas operacionais eatividades para atender aos requisitos da qualidade. O controle da qualidade podeincluir, por exemplo, ensaios de recebimento de matéria-prima, inspeção poramostragem, aferição de instrumentos, treinamentos, etc.

A garantia da qualidade compreende todas a ações planejadas e procedimentosnecessários para prover confiança adequada de um produto ou serviço, que atendaaos requisitos da qualidade.

Mas, a gestão da qualidade só é possível se a empresa possuir um sistema dequalidade. O sistema da qualidade é um conjunto estruturado dos recursos (materiais ehumanos) e procedimentos visando ao atendimento das necessidades e expectativasdos clientes e a proteção dos interesses da empresa.

De acordo com a ISO 9004, o sistema da qualidade é �a estrutura organizacional,responsabilidades, processos e recursos voltados para a implementação da gestão daqualidade , a fim de que possam ser cumpridas as políticas e os objetivosestabelecidos�.

Essa definição pode ser visualizada com uma pirâmide em que a base é representadapelo sistema de qualidade; a porção média é constituída pela gestão da qualidade -com suas duas vertentes (garantia da qualidade e controle da qualidade) e o cume éocupado pela política da qualidade.

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Controle de qualidade convencional e sistema da qualidade

Uma organização que adota o controle de qualidade convencional possui as seguintescaracterísticas:• Sua política é de vendas;• Manifesta preocupação com a qualidade do produto;• O controle da qualidade enfatiza a detecção de falhas do produto; a meta da

empresa está na produção; a empresa precisa vender o que produz.

Com a implantação do sistema da qualidade, muda o perfil da organização:• Sua política passa a ser a política da qualidade;• Sua preocupação passa do produto para o processo e para o sistema;• O controle de qualidade vai enfatizar a prevenção de falhas nos projetos e nos

processos;• A meta passa a ser a produtividade;• A empresa vai atender a uma demanda, isto é, vai produzir o que lá vendeu.

Abrangência do sistema da qualidadeA extensão do sistema da qualidade de uma organização vai depender dascaracterísticas de seus produtos e/ou serviços.

A empresa, ao produzir segundo especificações fornecidas pelo cliente, pode precisarde um sistema de qualidade que envolva todas as etapas do processo: da concepçãodo produto até seu acompanhamento na forma de serviços pós-venda.

Nesse caso, o sistema da qualidade deve compreender:• Qualidade de projeto;• Qualidade de fabricação;• Qualidade de fornecimento;• Qualidade de continuidade de uso.

Entretanto, uma empresa poderá trabalhar apenas com �produtos de prateleira�,produtos que não necessitam atender à especificação de clientes. Então, nesse caso,seu sistema da qualidade não abrangerá a qualidade do projeto.

Em outros casos, ainda, o sistema da qualidade pode incluir apenas ensaios einspeção final.

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A figura seguinte mostra, de forma esquemática, um sistema da qualidade bem amplo,que envolve toda a estrutura organizacional da empresa.

Operação e documentação nas empresas

A implantação de um sistema da qualidade produz grandes modificações nasempresas. O controle de qualidade tradicional compõe-se de medidas corretivas, taiscomo:• Inspeção de recebimento;• Inspeção de fabricação;• Inspeção final; testes e ensaios, análise de reclamações e substituição de produtos

devolvidos que estão na garantia.

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Com o sistema da qualidade, as ações se dirigem principalmente para a prevenção daocorrência de falhas. Por isso são desenvolvidos programas e medidas preventivastais como:• Capacitação de processos e de equipamentos de medição e ensaios;• Treinamento, qualificação e motivação de pessoal;• Seleção e qualificação de fornecedores;• Considerações sobre custos da qualidade;• Oferecimento de assistência técnica;• Realização de auditorias da qualidade;• Análise crítica e avaliação do sistema da qualidade.

Outra característica importante no sistema da qualidade é a documentação. Adocumentação deve estar disponível, para acompanhar e verificar o atendimento daqualidade requerida para o produto e a operação eficaz do sistema.

No controle de qualidade tradicional a documentação se limita ao arquivo de instruçõesde trabalho, de registros de produção, tabelas e gráficos.

Com o sistema da qualidade, a documentação ganha uma função dinâmica; devepermitir que todos entendam as políticas e procedimentos da qualidade da empresa.

Dessa forma, a documentação não pode estar simplesmente arquivada. É necessárioque ela fique disponível, para demonstrar se a qualidade requerida para os produtosestá sendo atingida e se o sistema da qualidade está funcionando de forma eficaz.

Para melhor cumprir esses objetivos, recomenda-se que o sistema da qualidade tenha,de preferência, os seguintes documentos:• Manual da qualidade;• Procedimentos e instruções de trabalho;• Planos de produções e de controle;• Certificados de testes e ensaios;• Rastreabilidade do sistema de documentação;• Planos de investimento de curto e longo prazo.

A documentação do sistema da qualidade é estruturada de maneira a reunir asinformações em documentos de diferentes níveis de detalhamento. O mais geral é omanual da qualidade, pois ele contém, preserva e divulga a política e as diretrizes daempresa.

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Os procedimentos da qualidade são documentos ligados ao manual da qualidade, massão de natureza mais operacional. Sua função é descrever, de forma clara e detalhada,cada atividade que integra o sistema da qualidade.

Complementam os procedimentos da qualidade, um conjunto de documentos queapresentam de forma mais detalhada o �como fazer�.

Essa documentação é formada pelas:• Folhas de processos;• Instruções de trabalho;• Folhas de operação.

Finalmente, no nível de maior detalhamento, temos:• Desenhos e especificações;• Registros da qualidade;• Listagens efolow uo;• Formulários;• Tabelas;• Gráficos, etc.

Normalização

A documentação do sistema da qualidade reúne procedimentos que devem estar deacordo com normas técnicas.

Uma norma é um acordo adotado pelos interessados, em busca de um objetivocomum. O processo de elaboração e aplicação de normas recebe o nome denormalização: com ele as informações chegam a todos interessados de formaorganizada, uniforme e simplificada.

Normalização interna

O conjunto das normas adotadas por uma empresa corresponde à sua normalizaçãointerna e funciona como uma importante ferramenta de gerenciamento. Essaferramenta só é eficaz se existir um acordo entre todos que trabalham na organização,da administração até o nível operacional.

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A normalização na empresa vai possibilitar a criação de regras assumidas emconsenso, que irão regular e tornar mais transparentes as relações internas. Assim,toda a empresa trabalha com economia, funcionalidade e segurança;

A normalização interna também vai se refletir nas relações externas da empresa,ligando entre si; fornecedores, fabricantes, comerciantes, consumidores, prestadoresde serviço e atingindo a sociedade, o governo e os agentes fiscalizadores.

Por isso, pode-se dizer que a normalização interna é básica para a empresa alcançarníveis superiores de normalização, que obedecem a organismos de normalizaçãonacionais, regionais e internacionais. Entretanto, as normas internas não devem estarem desacordo com os outros níveis de normalização.

A normalização expressa acordos assumidos entre produtores, consumidores eentidades governamentais. Assim, quanto mais alto o nível de normalização adotadopor uma empresa, maior é o mercado que ela pode atender, por estar de acordo comsuas exigências e padrões.

A normalização internacional, atualmente, está se tornando indispensável para asempresas que quiserem colocar seus produtos e serviços nos mercados formadospelos grandes bloco econômicos: Comunidade Econômica Européia, NAFTA, Tigresasiáticos, MERCOSUL.

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Qualidade total

O CEP já havia sido abandonado nos Estados Unidos quando foi introduzido no Japão,na década de 50. E, atualmente, é impossível falar de qualidade sem mencionar aexperiência do Japão após a Segunda Guerra Mundial.

A virada da economia japonesa está muito ligada ao seminário desenvolvido no Japão,em 1950, pelo especialista americano Dr. Deming, que atendeu ao convite da JUSE(União Japonesa de Jovens Engenheiros e Cientistas).

Foi um seminário de 8 dias sobre Controle Estatístico da Qualidade, destinado agerentes, chefes e engenheiros. Segundo Ishikawa, especialista em controle dequalidade no Japão, o Dr. Deming colaborou intensamente na introdução do CQnaquele país.

Entretanto, como assinala Ishikawa (1986), esse controle de qualidade �- consistianuma atividade somente implementada pelos engenheiros e técnicos da produção, nãoenvolvendo os diretores, gerentes e mesmo a cúpula dirigente�.

Assim, lembra Ishikawa, foi necessária a vinda do Dr Juran ao Japão, em 1954. Jurandesenvolveu um seminário cujo enfoque central é o papel dos dirigentes e das chefiasnas atividades de CQ. Esse seminário produziu uma mudança fundamental do CQ noJapão: O CQ deixou de ser centralizado em tecnologia para se alicerçar naadministração global.

Juran fez os empresários japoneses perceberem que o CQ é um instrumento degestão. Ele deve estar em toda a empresa, com a participação de todos: da chefia aosoperadores.

Foi assim que nasceu, no Japão, o conceito de qualidade total (TQC: total qualitycontrol).

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O Japão já havia mudado, em 1949, o enfoque do controle de qualidade da inspeçãopara o controle de processo, dentro do princípio de que é mais barato prevenir defeitosdo que remediá-los.

Com o TQC, o Japão estendeu o controle de qualidade ao estágio de desenvolvimentode novos produtos. Os novos produtos deveriam prever, no momento de sua criação,as características procuradas pelos seus futuros consumidores.

O TQC representa um estágio importante na evolução das empresas. A empresacapitalista depois de ter passado pelas fases de produção em massa e daconcorrência através do menor custo, chegou ao estágio da competição peloatendimento do cliente: a era da qualidade.

Na era da qualidade, a empresa abandona o enfoque centrado no lucro imediatopercebendo que, a longo prazo, corre o risco de perder na competitividadeinternacional.

De outro lado, centralizando sua ação na qualidade, as empresas garantem umaumento contínuo da confiança dos consumidores. O resultado desse enfoque é oaumento das vendas e um lucro maior a longo prazo.

Essas condições irão permitir à empresa expandir seu mercado a todas as partes doPlaneta. Nessa etapa, qualidade é definida como satisfação do usuário e deveabranger as seguintes características: desempenho do produto, preço competitivo,cumprimento do prazo de entrega e atendimento ao cliente (serviços pós-venda).

A qualidade total deve superar a expectativa do cliente.

Entretanto, não basta conquistar novos mercados, as empresas precisam garantir suasobrevivência através dos lucros. E assim, as empresas entram na atual era dacompetitividade das empresas.

Na era da competitividade, a empresa retoma o valor tradicional de ganhar dinheiro ecombina-se com a conquista de mercado.

A era da competitividade acumula os avanços das fases anteriores dodesenvolvimento das empresas: capacidade de produzir em massa, preçoscompetitivos e qualidade como satisfação do cliente.

A essas características, as empresas vão adicionar a capacidade de ganhar dinheiro,como mais um requisito essencial para garantir sua sobrevivência.

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ISO Série 9000

As Normas ISO Série 9000 foram elaboradas pela ISO (International Organizationfor Standardization), para tratar exclusivamente de questões ligadas à qualidade.

Essa série se originou de normas militares e de segurança nuclear adotadas nos EUAe pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O BSI (British Standard Institute) da Inglaterra adaptou as normas militares da OTANcriando a série BS 5750. Em 1987 a ISO realizou pequenas modificações na série BS5750 para elaborar a ISO Série 9000.

A ISO Série 9000 rapidamente foi se transformando em elemento básico para aharmonização tecnológica dos países que atualmente foram a ComunidadeEconômica Européia (CEE). E a CEE, desde 1993, somente admite o ingresso deuma série de produtos mediante a prova de que foram produzidos por empresas comsistema da qualidade ISO 9000. Atualmente a CEE é conhecida por União Européia(EU).

Já são mais de 50 os países que adotam a ISO Série 9000. A Inglaterra destaca-seentre esses países, pois já apresenta mais de 15000 empresas com certificação ISO9000.

No Brasil a ISO Série 9000 foi traduzida pela ABNT em 1990, passando a serdenominada NB 9000 e registrada no INMETRO como NBR 19000.

O que é a ISO série 9000?A ISO Série 9000 é um conjunto de normas que permite organizar um sistema daqualidade. Essas normas podem ser utilizada para:• Gestão da qualidade interna (NBR ISO 9004);• Garantia da qualidade nos contatos entre fornecedores e clientes (garantia da

qualidade externa: NB 9001, N13 9002 e NB 9003).

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Apesar de existirem outras normas que permitem organizar um sistema da qualidade,a ISO Série 9000 tem sido preferida porque:• Resulta da racionalização das principais normas nacionais: JIS do Japão, DIN da

Alemanha, ANSI dos Estados Unidos, etc.• Facilita as relações comerciais entre clientes e fornecedores inclusive entre países

com sistema distintos;• É a principal base de exigência para sistemas da qualidade da CEE para

fornecedores de bens e serviços;• Serve para a implantação da qualidade total.

A ISO Série 9000 compõe-se de 6 documentos básicos:

ISO 8402Vocabulário da qualidade.

ISO 9000Diretrizes para seleção e uso das normas.

ISO 9001Modelo para garantia da qualidade em projeto, desenvolvimento, produção, instalaçãoe assistência técnica (possui 20 elementos)

ISO 9002Modelo para garantia da qualidade em produção instalação (possui 18 elementos);

ISO 9003Modelo para garantia da qualidade em inspeção e ensaios finais(possui 12 elementos);

ISO 9004Estabelece como deve ser a gestão da qualidade na empresa; é um guia geral paratodas as organizações (possui 20 elementos)

ISO 9004-2Estabelece como deve ser a gestão da qualidade para empresas prestadoras deserviços

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Assim, percebe-se que a ISO 9001 é a norma de maior abrangência, pois fornecegarantia em todas as etapas do processo desde o projeto até o serviço pós-venda.

A ISO 9002 tem uma abrangência menor - sua garantia atinge apenas a produção e ainstalação do produto. A ISO 9003 tem pouca aplicação, devendo em sua versãorevista ficar mais próxima da ISO 9001.

A ISO 9004 é muito detalhada e fornece melhor orientação na implantação do sistemada qualidade do que as normas ISO 9001/002/003.

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Gestão pela qualidade

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Ciclo P.D.C.A.

É um método de gestão que propõe abordagem organizada para solução deproblemas ou acompanhamento de um processo.

Tem como objetivo orientar de forma simples e segura as etapas de preparação eexecução de atividades predeterminadas, para atingir o sucesso no aprimoramento ouimplantação de um processo qualquer.

O ciclo de aperfeiçoamento contínuo do processo pressupõe quatro etapas cíclicas econtínuas. A sigla P.D.C.A vem do inglês:• Plan (P) - Planejar• Do (D) - Executar• Check (C) - Verificar / Controlar• Action (A) - Ação - Agir / Aprimorar

Consiste em estabelecer um plano, que pode ser um cronograma, um gráfico ou umconjunto de padrões. Esta etapa subdivide-se em:

Definir metas (o que fazer)A meta deve ser:• Clara - entendida da mesma forma por todos;• Exeqüível - algo cuja execução seja possível;• Mensurável - algo que pode ser medido (mensurado)

Definir método (como fazer)Além do como fazer, é necessário que se defina: quem, quando, onde, quanto e porquê vai fazer.

Essas perguntas são conhecidas como o método 5W e 1H que vêm do inglês:Who? (Quem?); When? (Quando); Where? (Onde?) What? (Quando?); Why? (Porque?) e how? (Como?)

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ExecutarExecutar tarefas exatamente como previstas na fase anterior (planejamento) e coletade dados para verificação do processo.

Nesta etapa é essencial treinamento no trabalho decorrente do plano e a coleta dedados resultantes da execução.

Verificar/ControlarComparar dados coletados na fase anterior (execução) com os resultados obtidos apartir da meta planejada.

Agir/AprimorarNesta etapa o responsável pelo processo deve cuidar para que haja a consolidaçãodos resultados, se estes estiverem conforme o planejado ou propor ações corretivas,se algum problema foi localizado durante a fase anterior (verificação/controle).

Quando os resultados obtidos estão conforme o planejado e se deseja consolidá-los,surge o ciclo S.D.C.A (Standardize, Do, Check, Act - Pasronizar, Executar,Verificar/Controlar, Agir/Aprimorar). A constante interação do ciclo P.D.C.A. com o cicloS.D.C.A. possibilita a chamada melhoria contínua (Kaizen).

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Aplicar os dois ciclos ou não aplicá-los determina os dois tipos básicos de empresas:As empresas que não aplicam o Ciclo P.D.C.A. apresentam um comportamentocaracterizado popularmente como serrote. Neste caso as melhorias obtidas sãoperdidas com o tempo devido à não incorporação das mesmas ao sistema.

A figura seguinte ilustra tal comportamento.

As empresas que aplicam o ciclo P.D.C.A. e posteriormente o ciclo S.D.C.A. têm umcomportamento caracterizado como escada. Como todo processo tem um caráterdinâmico, ou seja, está constantemente sendo readaptado pelas novas exigências dosclientes, o ciclo P.D.C.A também deve ter esse dinamismo e, para tanto, deve serreavaliado freqüentemente. Nessas empresas os resultados das melhorias sãomantidos e o ciclo recomeça de um novo patamar, aperfeiçoando cada vez mais aqualidade. O conhecimento adquirido será sempre somado. A figura seguinte ilustra aempresa escada.

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Erros comuns a serem evitados no ciclo P.D.C.A.O ciclo P.D.C.A., como toda e qualquer ferramenta, só será eficaz se aplicado deforma correta. Portanto, convém estar aberto para os erros mais comuns quando desua utilização. Para exemplificar, usaremos a situação de uma dona-de-casa que querfazer um bolo.

1. Fazer sem planejar.

Iniciar a preparação do bolo antes de certificar-se de quem existem todos osingredientes, utensílios ou gás de cozinha suficiente para fazê-lo.

2. Definir metas mas não definir osmétodos para atingí-la.

Definir o tipo de bolo (pão-de-ló) e usar o método errado para fazê-lo (liqüidificador)

3. Definir a meta e estabelecer ométodo, mas não preparar opessoal que deve executar atarefa.

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Gestão pela qualidade

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Solicitar à empregada que faça o bolo, dar-lhe a receita, porém, não ensinar-lhe ofuncionamento dos equipamentos (balança, batedeira, forno de microondas, etc.).

4. Imobilismo no planejamento.

Decidir fazer o bolo mas nunca fazê-lo efetivamente.

5. Fazer e não verificar.

Retirar o bolo do forno sem antes fazer o teste do palito.

6. Fazer, verificar e não consolidar.

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Não registrar na receita as observações sobre como fazer o bolo.

7. Parar após uma volta.

Nunca mais fazer o bolo ou não procurar incrementar a receita para melhorar o sabordo bolo.

8. Não definir, durante oplanejamento, os meios deavaliação.

Omitir para a empregada informações como, por exemplo, o teste do palito.

Os exemplos que foram dados permitem perceber que é extremamente fácil eimportante utilizar-se do ciclo P.D.C.A. em toda e qualquer situação, dentro ou fora daempresa.

Dentro da dinâmica do ciclo P.D.C.A., surgem outras necessidades em termos deferramentas que devem ser utilizadas como facilitadoras da tarefa de diagnosticar,planejar, implementar, avaliar, corrigir e recomeçar o ciclo da busca doaperfeiçoamento dos processos e do sistema.

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Gestão pela qualidade

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Implantação do sistema degarantia da qualidade

ISO Série 9000

O sistema de garantia da qualidade - ISO série 9000 exige uma série de açõesplanejadas e coordenadas que tornem possível sua implantação.

Comprometimento da administração

O primeiro passo para essa implantação é obter suporte da alta administração. Sem ocomprometimento da administração não será possível vencer a resistência que aspessoas oferecem às mudanças, pois ele é fundamental para gerar confiança.

É preciso deixar bem claro que não se trata de �mais um plano que vai, começar e nãovai, começar e não vai continuar�. Por essa mesma razão, não se deve interromperprogramas da qualidade que já estejam em andamento na empresa. A implantação daISO série 9000 deve complementar esses programas.

É fundamental escolher como gerente do projeto, responsável pela implementação dosistema de garantia da qualidade, um profissional competente, com bom trânsito juntoà direção da empresa. Suas funções devem estar claramente estabelecidas,documentadas e conhecidas por toda a empresa.

Formação de um comitê de coordenação.A implantação de um sistema de garantia da qualidade exige integração das diferentesáreas da empresa, produtivas e administrativas. Por isso, o gerente da qualidadedeverá dividir suas responsabilidades com os gerentes dessas diversas áreas.

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Gestão pela qualidade

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Trata-se de formar um comitê interfuncional que irá promover a integração horizontalda empresa, buscando a satisfação total do cliente e a sobrevivência da organização.

Um comitê de coordenação poderá ser formado, por exemplo, por um diretor, pelogerente da qualidade e pelos gerentes das divisões de marketing, produção,tecnologia, suprimentos e recursos humanos.

Conscientização

A comunicação e a conscientização são fundamentais para o processo de mudança. Éimportante promover seminários de conscientização, antes de implantar osprocedimentos da qualidade.

As pessoas tendem a resistir à mudança quando não compreendem as razões, o quevai ser mudado ou, ainda, quando dispõem de informação apenas através de boatos.

A comunicação em todos os níveis poderá ser conseguida através de diversos meios,tais como: quadros de aviso, jornais e boletins internos e rádio interna. Essacomunicação servirá, também, para manter os funcionários informados dos progressosna implantação da ISO série 9000 e das melhorias das atividades da empresa.

A comunicação deverá ser complementada pelo incentivo e reconhecimento do esforçode cada um. Em particular, o reconhecimento constitui a ação complementar dotreinamento. Muitos treinamentos deixaram de produzir os resultados esperadosporque os empregados, apesar de passarem a agir conforme as novas orientações,não tiveram seus esforços e criatividade reconhecidos.

Treinamentos

Em uma primeira etapa, deverá ser estabelecida uma base conceitual comum a todosos funcionários/colaboradores da empresa.

A base conceitual vai levar a todos a filosofia e os princípios da qualidade adotadospela empresa. É importante que todos falem a mesma língua e, para isso, é importanteconsiderar que as pessoas não têm o mesmo tipo de vivência e de capacidade daabstração.

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Gestão pela qualidade

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Os conceitos da qualidade poderá ser divulgados e discutidos de uma forma maisabstrata com a administração e a gerência. Entretanto, com o pessoal operacional, aabordagem deverá ser mais concreta e mais gráfica.

Os treinamentos deverão ser contínuos, ligados à realidade de trabalho dos treinandose seus resultados deverão ser cobrados. A prática de avaliar cada treinamentorealizado irá assegurar sua melhoria contínua.

Grupos de trabalho

A mola propulsora da melhoria da empresa é o comprometimento de seusfuncionários. Comprometimento só acontece quando há espaço para a participação. Eessa participação dá mais resultados quando ocorre em grupos de trabalho.

Esse grupos serão orientados pelo comitê de coordenação. Sua tarefa será a deelaborar os procedimentos correspondentes a cada requisito da ISO série 9000selecionada pela empresa.

DocumentaçãoO manual da qualidade tem caráter bastante amplo, e por isso, é o primeiro documentoelaborado na implantação do sistema.

Manual de garantia da qualidade

A base do manual da qualidade é formada tanto pela política e objetivos da qualidadedivulgados pela administração, como pela Norma ISO série 9000 selecionada.

Juntamente com a norma selecionada, utiliza-se a ISO 9004 pois suas informaçõessão mais detalhadas para a implementação do sistema de gestão da qualidade.

O manual da qualidade fornece uma descrição adequada do sistema da qualidade,servindo como referência permanente para sua implementação e manutenção. Omanual vai determinar como cada item da norma ISO série 9000 selecionada seráatendido pelo sistema da qualidade da empresa.

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Gestão pela qualidade

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Fazem parte do manual da qualidade: a previsão e registro de suas alterações erevisões, a distribuição de cópias controladas e não controladas e a definição dosdocumentos que compõem o sistema da qualidade, tais como: procedimentos,instruções de trabalho, métodos, especificações, registros da qualidade, etc.

Consta do manual da qualidade uma listagem dos procedimentos documentados,fornecendo seus títulos e os critérios para a numeração dos procedimentos, instruçõesde trabalho, métodos e especificações.

Procedimentos documentados

Com base no manual da qualidade, cada uma das grandes atividades da empresa teráum procedimento documentado.

A elaboração dos procedimentos será feita por pessoas envolvidas com as tarefas edurante o horário de trabalho. Não devem ser contratados elementos externos paraescrever os procedimentos, pois ninguém irá aceitar esses procedimentos.

É necessário fornecer padrões e procedimentos para escrever procedimentos. Éimportante, também, fixar metas e prazos. Os procedimentos deverão serobrigatoriamente seguidos pelos funcionários e sua revisão será feita com aparticipação de todos os envolvidos.

É absolutamente necessário ouvir e registrar possíveis ações de melhorias deprocessos. Será importante verificar se os procedimentos garantem controle sobre asatividades, caso contrário, mesmo procedimentos já escritos terão de ser mudados.

Instruções de trabalho, métodos e especificaçõesEsses documentos serão elaborados e revistos de maneira semelhante à adotada paraos procedimentos. É fundamental garantir o controle de toda a documentaçãoproduzida para assegurar o funcionamento do sistema da qualidade.

Todos os documentos deverão ser verificados e ter sua aprovação feita por pessoalcredenciado, de forma a tornar seu uso obrigatório na empresa.

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Gestão pela qualidade

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Implementação do manual da qualidade

Com a elaboração e implantação dos procedimentos, das instruções de trabalho,métodos, etc., é hora de pôr o sistema da qualidade para funcionar. Trata-se de fazercom que o manual da garantia da qualidade seja usado por todos.

Em outras palavras, deve-se promover a implementação do manual da qualidade, deforma a torná-lo referência concreta e constante para todas as ações necessárias aocontrole e à garantia da qualidade.

Auditorias internas da qualidade

Deverão ser treinados auditores que irão verificar se os procedimentos adotados estãoem conformidade com a realidade operacional da empresa.

A auditoria interna é uma ferramenta importante para a manutenção e evolução dosistema da qualidade da empresa. Deverá ser conduzida por pessoas que não têmresponsabilidade direta nas áreas auditadas.

Entretanto, auditoria não significa inspeção e, por isso, a NBR ISO 10 0 11 -1(Diretrizes para auditoria de sistemas da qualidade) prevê que os auditores �depreferência trabalhem em cooperação com o pessoal dessas áreas (auditadas)�.

As não-conformidades constatadas deverão receber indicação das ações corretivas,determinando-se responsáveis e prazos para sua implementação.

Após um ciclo de auditorias internas cobrindo todas atividades, deverá ser feita arevisão geral do sistema da qualidade.

A empresa poderá, então iniciar o processo de obtenção de certificação. Para tanto,deverá selecionar um organismo certificador com base em alguns indicadores como:• Reconhecimento por países europeus (Comunidade Econômica Européia);• Experiência de trabalho e empresas que certificou;• Honorários cobrados.

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Manutenção do sistema da qualidadeA certificação no Brasil é concedida pelo INMETRO e representa um compromisso daempresa, que deverá ser reavaliada periodicamente.

No seu dia-a-dia, a empresa terá condições de testar e reformular seu sistema daqualidade de maneira a deixá-la sempre ágil e adequado às suas necessidades(satisfação do cliente e sobrevivência da empresa).

A cultura da qualidade deverá ser preservada por meio de mecanismos de participaçãoe reconhecimento do trabalho dos funcionários, acompanhamento sistemático dasreclamações de clientes e a contínua melhoria dos processos produtivos eadministrativos.

Todas essas providências reverterão para a manutenção da competitividade daempresa, garantindo uma condição de liderança no segmento de mercado que elabusca atender e justificando a manutenção do seu credenciamento ISO série 9000.

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Resumo de estatística

Estatística é ciência, quando estuda populações; é o método quanto serve deinstrumento a uma outra ciência. Daí ocorre grande quantidade de definições,conforme o autor consultado, tais como:• �A estatística é o estudo numérico dos fatos sociais.� (Levasseur)• �É observação metódica, e tão universal quanto possível, dos fatos considerados

em globo, reduzidos a grupos homogêneos e interpretados mediante a induçãomatemática.� (Ferraris)

• �Sem conhecimento adequado de estatística, o investigador de Ciências Sociaissente-se, freqüentemente, como um cego, tateando num quarto escuro, à procurade um gato preto que não está lá.� (Croxton e Cowden)

Ou simplesmente, Estatística é coleta, apresentação, análise e interpretação de dadosnuméricos com o objetivo de tirar parâmetros, os quais possibilitarão decisões.

Exemplo1000 pessoas fizeram um teste para preencher 50 vagas em determinada empresa.Deseja-se conhecer o desempenho médio dos candidatos. Para isso, soma-se todasas notas e divide-se por 1000. Por suposição, a soma deu 65000, então a média é 65.A média representa um parâmetro, isto é, um elemento numérico usado paracaracterizar o conjunto.

Agora deve-se levantar a questão: foi muito trabalhoso e demorado somar todas asnotas? E se fosse um vestibular com mais de 10000 candidatos? Neste ponto entra arotina estatística de estimar parâmetros. Assim toma-se uma parcela da populaçãochamada amostra e determina-se o parâmetro. Voltando aos números do exemplo,poderiam ser escolhidas 50 provas e, novamente por suposição, a soma daria 3200.Então a média da amostra seria 64.

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Estatísticas descritiva

A estatística descritiva se constitui num conjunto de técnicas que objetivam descrever,analisar e interpretar os dados numéricos de uma população ou amostra. Para isso,são feitas tabelas e gráficos que podem, de modo sintético, representar as informaçõessobre o comportamento de variáveis numéricas obtidas através de pesquisa. Ou seja,é a forma de apresentar as populações, as amostrar e seus parâmetros.

Tabelas estatísticas

Existem regulamentações para construção de tabelas, todavia, para os objetivos destecurso, não serão abordadas. Basta ter claro que as tabelas devem ser objetivas e terrepresentação simples. Uma tabela deve apresentar a seguinte estrutura:• Cabeçalho;• Corpo;• Rodapé.

CabeçalhoDeve conter o suficiente para responder as questões:• Que está representado?• Onde ocorreu?• Quando ocorreu?

CorpoÉ representado por duas colunas e subcolunas dentro das quais serão registrados osdados numéricos e informações.

RodapéÉ reservado para observações pertinentes à tabela, bem como para o registro eidentificação da fonte dos dados.

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Exemplos1. Tabela cronológica, temporal, evolutiva ou histórica.

Vendas da Empresa Super Linha - 1990 - 1995Ano Vendas em $1000,001990 21801991 39801992 58901993 47801994 75451995 8015

2. Tabela geográfica ou de localização.

SPL - Empresas atendidas até 1997Regiões Empresas

Nordeste 532Sudeste 4308Sul 1245

Fonte: Coordenação

3. Tabelas específicas

SPL - Formados em SP - até 1996Áreas Formados

Mecânica geral - Produção 3096Caldeiras e est. metálicas 572Manutenção mecânica 716Têxtil 38Calçados 26

Total 4448Fonte: DPC - Núcleo 8

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4. Distribuição de freqüências

É o tipo de tabela onde os dados são agrupados com suas respectivas freqüênciasabsolutas.

Posto de manutenção 12Ordens de serviço por dia em 02/98

Ordens de serviço Número de dias15 1016 819 420 525 1

Fonte: Departamento de manutenção

Gráficos

Tem por finalidade representar os resultados obtidos, permitindo chegar-se aconclusões sobre a evolução do fenômeno ou como se relacionam os valoresencontrados. As maneiras de representar graficamente são várias e a escolha fica acargo do analista. Porém, os elementos de simplicidade, clareza e veracidade devemestar presentes. Os principais tipos de gráficos são:• De barras;• Em colunas;• Em setores (pizza);• Polar;• Em curvas.

Distribuição de freqüência

Constitui-se no tipo de tabela mais importante para a estatística descritiva e para o usona Gestão de Processos. Assim, serão delineados alguns conceitos que embasarão osestudos da Qualidade.

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População

É um conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam pelo menos umacaracterística em comum. A população pode ser finita ou infinita. Na prática, quandouma população é finita, com um número grande de elementos, considera-se populaçãoinfinita.

Amostra

Considerando-se a impossibilidade, comum, de tratar-se todos os elementos dapopulação, retira-se uma amostra. As técnicas de amostragem, como já foi dito, devemser probabilísticas e são três tipos:• Aleatória;• Sistemática;• Proporcional.

Há ainda a prática da amostra intencional. Neste caso, ela não é probabilística poisnão permite a mesma chance a todos os elementos da população. É muito usada apósser feita uma troca de ferramentas das máquinas ou mudança de produto. Ou seja, éuma verificação feita em momentos onde as chances de erros são reconhecidamentemaiores. Exemplificando: retirar 5 peças consecutivas da produção de certa máquina.

Amostra aleatóriaÉ o método que colhe amostras ao acaso. Pode-se numerar os elementos dapopulação e sortear através de sorteio mecânico, função aleatória (randômica) decalculadora, programa de computador, tabela de números aleatórios ou simplesmenteapanhar como se estivessem em uma urna.

Amostra sistemáticaEmprega-se a fórmula do passo. Dividi-se a população pelo tamanho da amostra eretira-se um elemento a cada passo.

Amostra proporcionalEste tipo pode ser empregado quando na população existem elementos comcaracterísticas diferenciadas. E só se completa com o emprego de um dos anteriores.

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Exemplo

Deseja-se fazer um levantamento estatístico nas indústrias de um município quepossui 88 cadastradas. Destas, 20 são calçados, 15 são têxteis e 53 metalúrgicas.

Foi decidido que o tamanho da amostra será de 25% do conjunto, isto é, 22 indústrias.Como escolher segundo os três métodos?

Solução, numerar as indústrias assim:• 01 a 20 - Calçados;• 21 a 35 - Têxteis;• 36 a 88 - Metalúrgicas.

AleatoriamenteSortear 22 indústrias, usando sorteio mecânico.

Sistematicamente

4=2288

;

4 é o passo. Então sorteia-se um número qualquer para iniciar e vai-se tomando uma acada 4 até atingir 22 indústrias.

Por suposição: a primeira foi a de número 30, então as outras serão: 34, 38, 42, 46, 50,54, 58, 62, 66, 70, 74, 78, 82, 86, 02, 06, 10, 14, 18, 22 e 29.

ProporcionalmenteO tamanho da amostra é 25%, então:• 25% de 20 = 5 (de calçados);• 25% de 15 = 3,75 ~ 4 (têxteis);• 25% de 53 = 13,25 ~ 13 (metalúrgicas).

Para complementar, usa-se o sorteio para cada categoria ou o passo.

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Apresentação da distribuição das freqüênciasPode aparecer em forma de tabelas, gráficos e medidas. Emprega-se geralmente:• Histograma;• Polígono de freqüências;• Polígono de freqüência acumulada;

MédiaÈ calculada através da média aritmética e também é definida como a esperançamatemática de um evento. Ou seja, ao ser utilizada ela permite prognosticar, mesmoque aproximadamente, o resultado a ser obtido. Exemplo:

Uma empresa de laminação produz tiras de metal com espessura entre 0,08mm e0,11mm, devido a demanda ocorre o seguinte com o lucro das tiras:• Espessura menor que 0,09 dá prejuízo de $2,00;• Espessura entre 0,09 e 0,1 dá lucro de $4,00;• Espessura superior a 0,1 da lucro de $1,00.

A probabilidade de fabricação em cada uma das faixas é de 1/3.

Calcular o lucro esperado com a fabricação de 70 lotes.

Lucro (L) -2 1 4P (L) 1/3 1/3 1/3

A média é calculada multiplicando-se a probabilidade pelo lucro esperado, assim:E (L) = -2 . (1/3) + 1 . (1/3) + 4 . (1/3) = 1

A esperança matemática de lucro ou o lucro médio esperado é $1,00 para um lote,logo, para 70 lotes, é 70 x $1,00 = $70,00.

MedianaÉ o valor que divide a distribuição em duas partes iguais.

ModaÉ o valor com maior probabilidade, se a variável for discreta, ou maior densidade se avariável for contínua.

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VariânciaAs medidas de dispersão informam quanto a homogeneidade de uma população.

Quando a média, que é uma medida de tendência central, não dá a idéia clara dapopulação é preciso analisar a variância e o desvio padrão. Exemplificando, em umasala de aula a nota média de certa disciplina é 7. Embora este valor seja importante,pode-se ter muitos alunos com nota inferiores e muitos com notas superiores comotambém pode-se ter a maioria com nota entre 6 e 8. No último caso tem-se um boahomogeneidade, no outro caso, a homogeneidade é baixa indicando assimilaçãoirregular.

A variância é a média aritmética dos quadrados dos desvios em relação à média (E).

Desvio padrãoÉ a raiz quadrada da variância e tem o mesmo caráter da variância. Para fins práticosserá calculado somente para distribuição chamada normal (no estudo do CEP) combase em tabelas.

É a raiz quadrada da variância e tem o mesmo caráter da variância. Para fins práticosserá calculado somente para distribuição chamada normal (no estudo do CEP) combase em tabelas.

Modelos de distribuição discretaEstes modelos tem muita importância para os estudos estatísticos, mas para uso nonível deste curso não serão estudados, apenas uma idéia geral dos dois principaisserá abordada.

Distribuição binomialÉ uma distribuição adequada ao estudo de experimentos que apresentam apenas doisresultados (sucesso ou fracasso). Por exemplo: jogo de moeda, jogo de dados,quantidades de filhos de casais, acertos em testes de múltipla escolha, etc.

Distribuição de PoissonEm muitos casos, o número de sucessos é conhecido, porém torna-se difícil ou, atésem sentido, determinar o número de fracassos, ou ainda o número total de provas.Por exemplo: automóveis que passam por uma esquina. Pode-se num determinadointervalo anotar o número de carros que passaram, porém o número dos que deixaramde passar pela esquina não será determinado. Da mesma forma, o número e emendasnum rolo de fita colante. Pode-se determinar quantas existem, porém não é possívelcontar quantas não ocorreram. Assim também o número de chamadas que chegam à

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um posto de manutenção. Pode-se contar quantas ordens de serviço chegam eestabelecer a média, porém o fato de um período ter ocorrido a média não temnenhuma implicação com o período seguinte.

Pode-se dizer resumidamente que a distribuição de Poisson refere-se a eventos dotipo acontece ou não acontece.

Modelos de distribuição contínuaO principal modelo a usar uma variável aleatória contínua é chamado distribuiçãonormal. Sua função densidade de probabilidade é definida pela média e pelo desviopadrão. Analisando matematicamente, conclui-se que se trata de uma curva unimodale simétrica tendendo a zero nas extremidades e com pontos de inflexãocorrespondentes às abcissas (média menos desvio padrão) e (média mais desviopadrão).

A distribuição normal tem grande importância pois muitas distribuição de freqüênciasencontradas na prática industrial podem ser representadas pela curva normal. Aaplicação prática será feita no estudo do CEP.

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Controle estatísticodo processo

Para quem uma empresa obtenha um Certificado de Qualidade, é necessário que elaadote procedimentos baseados em Normas de qualidade como a ISO 9000.

O alcance dessa meta depende, principalmente, de que as pessoas envolvidas noprocesso, tenham conhecimentos básicos de Controle Estatístico do Processo (CEP)que é uma ferramenta muito usada na empresas na busca da Qualidade.

Considerando esses aspectos, esta unidade apresenta conceitos e noções básicasreferentes ao CEP. São descritos os objetivos do CEP, sua importância para a melhoriada qualidade, mostrando os tipos de gráficos utilizados, como construí-los e comofazer sua análise no controle do processo.

Conceitos básicos de CEP

Controle: fazer algo se comportar dentro dos limites preestabelecido.

Estatística: é a parte da matemática que nos permite tirar conclusões a partir de umasérie de dados observados.

Processo: é a combinação necessária entre homem, materiais, máquinas,equipamentos e o meio ambiente para fabricar um produto.

Tipos de variaçõesNunca dois elementos fabricados, são exatamente iguais.

Existem dois tipos de variações:• Variação aleatória.• Variação casual.

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Variação aleatóriaFazem parte da natureza do processo, estão sempre presentes, devem ser diminuídase controladas

Exemplos:• Desgaste da ferramenta.• Material heterogêneo.

Variação casualSão de certa forma imprevisíveis. Quando detectados devem ser eliminadosrapidamente.

Exemplos:• Quebra da ferramenta.• Obstrução do canal de alimentação da máquina.

Tipos de controle

Podemos controlar a peça de duas maneiras:• Controle por variáveis.• Controle por atributos.

Controle por variáveisÉ o controle baseado nas medidas das peças.

Exemplo: espessura, peso, dureza, comprimento, etc.

Controle por atributoEntende-se por atributo, toda variação de padrão sem se fazer medidas numéricas.

Exemplos: em um amostra de 100 peças, 12 estão com defeito.

DefiniçõesElementos (x): é a unidade considerada para estudo estatístico. Exemplo: uma peça,um conjunto, um indivíduo.

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População: é o conjunto de todas as peças produzidas por um processo defabricação. Exemplo: produção de garrafas de cerveja de uma fábrica.

Lote: é o conjunto de peças produzidas por um processo de fabricação num intervalode tempo. Exemplo: produção de garrafas do dia 09/10/1998.

Amostra: é o conjunto de peças retiradas do lote para estudo estatístico.

Tamanho da amostra: é o número de elementos existentes na amostra, érepresentada pela letra �n��.

Amostragem (N): é o número de amostras consideradas para estudo.Exemplo: 12 amostras de 5 elementos cada. N = 12.

Gráfico de controle: é a projeção gráfica do comportamento do processo. Os gráficosde controle podem auxiliar a distinguir as variações causais e aleatórias.

Os gráficos são elaborados pelos próprios operadores da produção e as análises sãofeitas pelos operadores ou supervisor local, indicando ou não a necessidade de umaação corretiva.

No controle estatístico, estes gráficos são também chamados de �carta de controle�.

Limites de controle: são fronteiras da região onde estão compreendidas as variaçõesaleatórias.

Construção do gráfico

Cálculo da média da amostra ( x ); soma-se os valores encontrados na amostra edivide-se pelo número de elementos: Exemplo:Seja a amostra: 12; 13; 15; 20 e 10.

145

1020151312x =++++=

Cálculo da amplitude da amostra (R): é a diferença entre o maior e o menor valorencontrado na amostra. Exemplo:

Seja a amostra: 4,4; 2,8; 4,2; 3,4 e 2,6

R = 4,4 - 2,6 = 1,8

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Preenchimento da carta de controleA carta de controle deve conter as seguintes informações:• A identificação peça.• A característica a ser controlada.• A especificação da engenharia.• A descrição da operação.• A identificação da estação ou máquina.• A área ou departamento.• As observações quando necessário.

Coletas de dados• A data da leitura.• A hora da leitura.• A identificação do operador.• A soma dos valores da amostra.• A média da amostra.• A amplitude da amostra.

Construção do gráficoA amostragem abaixo, foi obtida junto ao equipamento de teste de pressão da bombade óleo dos motores Família II - Monza.

As especificações referentes aos ensaios são: 70 a 90 psi a 32000 rpm.

Cálculo dos limites

Gráfico das médias

LC = X X = média das médiasLSC = R A2.X + R = médias das amplitudesLIC = R A2.X − A2 = tabela I

Gráfico das amplitudes

LC = R D4 = tabela ILSC = D4 . R D3 = tabela ILIC = D3 . R

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Gestão pela qualidade

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Valores padronizados para distribuição normal e variáveis contínuas.

n A A2 D3 D42 2,121 1,880 0 3,1273 1,732 1,023 0 2,5754 1,500 0,729 0 2,2825 1,342 0,577 0 2,1156 1,225 0,483 0 2,0047 1,134 0,419 0,076 1,9248 1,061 0,373 0,136 1,8649 1,000 0,337 0,184 1,816

10 0,949 0,308 0,223 1,77711 0,905 0,285 0,256 1,74412 0,866 0,266 0,284 1,71613 0,832 0,249 0,308 1,69214 0,802 0,235 0,329 1,67115 0,775 0,223 0,348 1,65216 0,750 0,212 0,364 1,63617 0,728 0,203 0,379 1,62118 0,707 0,194 0,392 2,60819 0,688 0,187 0,404 1,59620 0,671 0,180 0,414 1,58621 0,655 0,173 0,425 1,57522 0,640 0,167 0,434 1,56623 0,626 0,162 0,443 1,55724 0,612 0,157 0,452 1,54825 0,600 0,153 0,459 1,541

N = tamanho da amostra

Capacidade do processo

É a faixa da população na qual se situam 99,73% das peças produzidas pelo processo.Esses são os limites naturais do processo.

Assim: CP = X ± 3 . σ ou 6 . σ .

Contudo, para fins de avaliação do processo, temos que comparar a CP com asespecificações ou padrões do produto.

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Assim para a indústria automobilística, um processo é considerado �capaz�, quando oseu desvio padrão � σ � for igual ou menor que 1/8 de tolerância especificada.

Os quatro principais casos que podemos encontrar o processo são:• Processo sob controle e capaz.• Processo sob controle mas incapaz.• Processo capaz mas fora de controle.• Processo incapaz e fora de controle.

Índice de capacidade do processo (ICP): dependendo de como o processo secomporta, são requeridas ações específicas.

.8tolerânciaICP =

σ = desvio padrão

σ = exata fórmula 1n

))xx( 2

−∑

O processo é considerado capaz para ICP > 100%.

Dependendo do valor ICP, o processo pode ser classificado em quatro níveis:

ICP % Nível do processo Conceito

150% ou maior A

Excelente: altamente confiável, osoperadores do processo exercem completocontrole sobre o mesmo, pode-se utilizar opré-controle e a auto-inspeção.

100 até 149% B

Capaz: relativamente confiável, osoperadores do processo exercem completocontrole das operações e o controle daqualidade aplica monitoria e forneceinformações para prevenir a deterioração domesmo.

75 até 99% C

Relativamente incapaz: pouco confiável,requer controle contínuo das operações,tanto pela manufatura como pelo controle dequalidade para evitar constantesdescontroles e perdas devido a refugos,retrabalhos e paralisações.

Menor que 75% D

Totalmente incapaz: o processo não temcondições de manter as especificações oumanter padrões, por isso, é requerido ocontrole de 100% das peças fabricadas.

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Gestão pela qualidade

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Gráfico de controle por atributo

Devido às características do processo, em certos casos, a distribuição dos dados sóserá do tipo contábil e não mensurável.

Neste caso, em que não será possível realizar medições das características doprocesso, recorre-se, então, aos gráficos de controle por atributo.

Exemplos: controle de uma característica com calibrador passa não passa, inspeçãovisual de defeito como cor:, falhas, conjunto incompleto, etc.

Existem quatro tipos de cartas• Carta np.• Carta p.

• Carta c.• Carta u.

Carta np: pode ser usada quando se deseja controlar o nº de peças defeituosas emuma amostra de tamanho (n = constante).

Exemplo:

Amostras Tamanho da amostra nn Número de defeitos np1 100 12 100 63 100 54 100 55 100 4M M M

20 100 9

Cálculo dos limites

∑∑=

n

npp

n . pLC =

LSC = )p - (1 n . p 3 n . p +

LIC = )p - (1 n . p 3 n . p −

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET92

Construção do gráfico

Amostras N Np1 60 42 60 33 60 54 60 45 60 96 60 47 60 28 60 39 60 2

10 60 811 60 112 60 413 60 514 60 315 60 616 60 017 60 318 60 519 60 620 60 7

Solução:

Carta p: é utilizada para registro de fração ou porcentagem defeituosa da amostra. Otamanho da amostra �n�, não precisa ser constante.

Amostra n np P= np/n np/n . 1001 50 1 1/50 = 0,02 2%5 50 2 2/50 = 0,04 4%3 50 3 3/50 = 0,06 6%4 50 3 3/50 = 0,06 6%5 50 5 5/50 = 0,10 10%M M M M M

20 50 2 2/50 = 0,04 4%

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 93

Cálculo dos limites

∑∑=

n

npp LSC =

n)p - (1 p3 p +

pLC = LIC = n

)p - (1 p3 p −

Amostras

Carta c: para amostras de tamanho �n� constante, pode-se registrar o próprio númerode defeitos (c), encontrado na amostra.

Exemplo: numa linha de montagem, obteve-se os seguintes dados:

Amostra Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4 Peça 5 c1 2 3 6 4 2 172 3 8 2 4 5 223 5 3 4 2 2 164 3 3 3 4 4 175 3 4 3 4 1 15M M M M M M M

20 5 4 2 6 2 19

Cálculo dos limites

cLC =LSC = c3 c +

LIC = c3 - c

Carta u: neste gráfico é registrada a média dos defeitos. O tamanho da amostra �n�não precisa ser constante.

ExemploAmostra Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4 Peça 5 c U = c/n

1 2 3 6 4 2 17 17/5 = 3,42 3 8 2 4 5 22 22/5 = 4,43 5 3 4 2 2 16 16/5 = 3,24 3 3 3 4 4 17 17/5 = 3,45 3 4 3 4 1 15 15/5 = 3M M M M M M M M

20 2 3 4 5 3 17 17/5 = 3,4

Page 96: Gestão Qualidade

Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET94

Cálculo dos limites

uLC =LSC = u A u +

LIC = u A u −

Análise dos gráficos de controle

Como vimos, os gráficos fornecem informações sobre o comportamento do processo.

Juntamente com o gráfico, acompanha uma folha de ocorrências ou �diário de bordo�onde é anotado tudo o que acontece no processo, para que possamos identificar osproblemas e orientar sobre as ações corretivas.

Interpretação dos gráficos

1º caso: um ponto fora do limite.

Deve-se procurar algo no processo que tenha causado o problema.

Quanto antes se detectar a causa, mais fácil será a solução

2º caso: pontos do mesmo lado da linha central.

Estas situações caracterizam desvio no processo. Deve ser centralizado o processo,antes de prosseguir.

3º caso: seqüência crescente ou decrescente de pontos

Procurar causas como: desgaste da ferramenta, fadiga do operador.

4º caso: pontos máximos aos limites.

Dois em cinco consecutivos, indicam mudança no processo ou viabilidade causal.

5º caso: pontos muito próximos do limite central.

Redução das variações aleatórias devido à melhoria do processo.

Novos limites devem ser determinados.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 95

Ferramentas da qualidade

Para quem uma empresa obtenha um Certificado de Qualidade, é necessário que elaadote procedimentos baseados em Normas de qualidade como a ISO 9000.

O alcance dessa meta depende, principalmente, de que as pessoas envolvidas noprocesso, tenham conhecimentos básicos de Controle Estatístico do Processo (CEP)que é uma ferramenta muito usada na empresas na busca da Qualidade e também deoutras ferramentas que dão suporte para o alcance deste objetivo.

Considerando esses aspectos, esta unidade apresenta conceitos e noções básicasreferentes ao Diagrama de Pareto, Diagrama de causa e efeito e Diagrama dedispersão, apresentando os conceitos básicos e como construir o histograma, suafinalidade e aplicações e como fazer a análise buscando soluções para a busca daqualidade.

Brainstorming

DefiniçãoÉ uma técnica de estimulação da criatividade de uma equipe, para gerar e esclareceruma série de idéias, problemas ou questões.

ObjetivoÉ usada para identificar possíveis soluções para problemas e oportunidades empotencial para a melhoria da qualidade.

Page 98: Gestão Qualidade

Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET96

Quando usarO brainstorming (tempestade de idéias) é uma técnica muito flexível em termos depossibilidades de aplicação. Dentre as muitas situações nas quais pode ser aplicada,podemos citar:• Desenvolvimento de novos produtos

- identificação das características do produto.• Implantação de sistema da Qualidade

- listagem das atividades a serem desenvolvidas no processo de implantação;- identificação das resistências à mudança na organização;- auxiliando no desenvolvimento das ferramentas da qualidade.

• Solucionando problemas- listagem das causas prováveis do problema;- listagem das possíveis soluções.

Como fazer• Definir o objetivo.• Definir os participantes da reunião.• Informar antecipadamente os objetivos aos participantes.• Definir o Coordenador e o Secretário.• Definir o tempo de duração da reunião.• Iniciar o processo de geração de idéias.

Regras para o sucesso da reunião:• Nenhuma idéia deve ser criticada ou discutida;• Anotar as idéias com as mesmas palavras de quem as deu, e em local que todos

possam vê-las.

O processo continua até que não haja mais geração de idéias ou se esgote o tempopreviamente definido.

Esta etapa pode ser realizada de duas formas:

EstruturadaNeste método, cada membro do grupo pode contribuir com uma idéia, quando chegara sua vez no rodízio, ou deixar passar até a próxima rodada.

O aspecto positivo é possibilitar a participação das pessoas mais tímidas; pode,porém, criar certa pressão sobre ela.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 97

Não-estruturadaNeste método, os membros do grupo simplesmente apresentam a idéia à medida queelas ocorrem.

A vantagem deste método é de tornar a sessão mais descontraída e facilitar osurgimento de idéias; mas também há o risco da sessão ser monopolizada pelaspessoas mais extrovertidas.

Fluxograma

DefiniçãoRepresentação gráfica das diversas etapas que constituem um determinado processo.

ObjetivoApresentar uma visão global do processo e permitir visualizar como as várias etapasdeste processo estão relacionadas entre si.

Quando usarO fluxograma é usado quando se deseja:• Descrever um processo existente;• Projetar um novo processo;• Ajudar a identificar desvios nos processos;• Oferecer aos membros da equipe pontos de referência comuns, padronizando a

interpretação do processo ou projeto;• Permitir aos funcionários, perceber melhor a importância de seu papel,

evidenciando as relações clientes-fornecedores e como o seu trabalho influi noresultado final;

• Mostrar todas ou a maior parte das etapas de um processo ou projeto, incluindo osciclos causados por retrabalho (desvios no processo);

• Auxiliar no treinamento de novos funcionários.

Como fazer

1a etapa - Definir a simbologia a ser adotada.Os fluxogramas são elaborados com símbolos facilmente identificáveis, permitindoque, através de uma rápida análise, seja possível ter uma visão geral da natureza e daextensão do processo.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET98

Existem vários tipos de símbolos que podem ser adotados na construção dosfluxogramas. Ao escolhê-los devemos considerar:• A experiência dos membros da equipe;• Adequação da linguagem visual para melhor comunicação;• Facilidade de construção em função dos recursos disponíveis.

Os símbolos comumente utilizados estão representados a seguir.

Início/fim do processo

Operação

Inspeção

Armazenagem

Transporte

Espera

Significação possível de cada um dos símbolos.

Início/Fim do processoDetermina o ponto exato em que a descrição do processo teve início e também ondeela termina.

OperaçãoIndica a etapa do processo na qual há uma transformação intencional ou quando seprepara o produto ou o serviço para a operação seguinte.

InspeçãoIndica o exame de um produto ou serviço para identificação, verificação de suaqualidade, determinação da quantidade, etc.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 99

ArmazenagemIndica a etapa em que um produto ou serviço deve ser guardado e protegido contradeslocamento não justificado.

TransporteIndica a etapa em que um produto ou serviço sai de um local para outro, como porexemplo - enviar uma correspondência, enviar peças para o almoxarifado, etc. .

EsperaIndica circunstâncias que não permitem ou não exigem a execução da fase seguintedo processo; portanto, o produto ou serviço aguarda processamento.

NotaDois símbolos podem ser combinados quando as atividades são executadas nomesmo local de trabalho ou simultaneamente, como atividade única.

Por exemplo: uma circunferência inscrita em um retângulo( ) representa umacombinação de operação e inspeção.

Outro grupo de símbolos também comumente utilizado:

Início/fim do processo

Ação

Decisão

Conector

Entrada ou saída do documento/informações

A simbologia acima não constitui um padrão único. Cabe ao usuário adotar o padrãoque melhor lhe convier.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET100

Outras etapas da construção do fluxograma:

2a etapa - Definir a aplicação pretendida.

Esta definição é importante na medida em que, a partir dela, serão alocadasresponsabilidades e informações necessárias aos objetivos pretendidos.

3a etapa - Identificar o início e o fim do processo.

4a etapa - Identificar passo a passo cada etapa do processo.

5a etapa - Analisar o fluxograma.

Nesta atividade deve-se consultar as pessoas envolvidas no processo, para verificar aconsistência do fluxograma preparado.

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Gestão pela qualidade

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Exemplos:

Fluxograma padrão ou básico.

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Fluxograma matricial usado para caracterizar um processo que possui relação comdiversas áreas, pessoas ou departamentos.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 103

Erros comuns que devem ser evitados ao se elaborar um fluxograma:• Num estudo inicial (reconhecimento da situação), construir um fluxograma diferente

da realidade;• Falta de clareza na definição dos limites (início/fim) do processo;• Nível excessivo de detalhamento do fluxograma ao longo das etapas do processo;• Utilizar simbologia inadequada (falta de padronização).

Folha de verificação

DefiniçãoSão formulários elaborados para facilitar o registro e análise de dados obtidos numacoleta. Também conhecidos por check-list.

ObjetivoSistematizar a forma de fazer observações, visando obter um quadro claro e precisodos fatos.

Quando usarAs folhas de verificação devem ser usadas em qualquer processo que necessite coletade dados.

Como fazer1. Determinar o objetivo específico para a coleta dos dados (as questões a serem

dirigidas).2. Identificar os dados requeridos para atingir o objetivo (dirigir as questões).3. Determinar como os dados serão analisados e por quem (ferramentas estatísticas).4. Elaborar um formulário para registrar dados. Prover espaço para registrar as

informações sobre:• Quem coletou os dados;• Onde, quando e como os dados foram coletados.

5. Testar previamente o formulário, coletando e registrando alguns dados.6. Analisar criticamente e corrigir o formulário, se necessário.

PrecauçõesNa elaboração da Folha de verificação devemos:• Elaborar um formulário que além de tudo seja claro, adequado à situação e de

fácil manuseio;• Assegurar que todas as pessoas envolvidas na coleta de dados, interpretem-na da

mesma maneira, usando os critérios estabelecidos, ou seja, todos devem estarobservando a mesma coisa;

• Certificar que as medidas sejam confiáveis.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET104

Exemplos:a. Folha de verificação para coleta de dados num processo da área de produção.

Componente: parafuso no 123 Produção: 50.000 peçasProcesso de trabalho: forjamento Data produção: 30/07/95Quantidade inspecionada: 800 peças Inspetor: Xxxxxxx

Tipos de defeitos Tabulação No de defeitos

Formato da cabeça ///// ///// ///// ///// ///// / 26

Tamanho da cabeça ///// ///// 10

Tipo de rosca ///// ///// // 12

Comprimento ///// ///// //// 14

Dureza ///// ///// ///// ///// ///// ///// // 32

Outros ///// ///// ///// / 16

Total de defeitos ⇒ 110

No peças defeituosas///// ///// ///// ///// ///// ////////// ///// ///// ///// ///// ////////// ///

68

b. Folha de verificação para coleta de dados num processo da área administrativa(setor de engenharia).

Departamento: Engenharia Avaliador: XxxxxxData avaliação: 31/07/95 Tipo de projeto: Protótipo abc

Capa OK

Índice com número de páginas páginas erradas

Memorial de cálculo com resultados destacados OK

Todos os desenhos em anexo OK

Número do desenho 3a planta da estrutura

Data da elaboração do desenho OK

Assinatura no desenho 2a planta de hidráulica

Lista de material OK

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 105

Erros comuns que devem ser evitados na Folha de verificação:• Não adequar a Folha de verificação às condições de uso;• Forma complicada, dificultando o uso;• A coleta de dados envolve mais recursos que o próprio processo;• Não definir os padrões de preenchimento;• No caso de amostras, não fazê-la de maneira aleatória.

Diagramas de Pareto

DefiniçãoForma especial do gráfico de barras verticais, que dispõe os itens analisados desde omais freqüente, até o menos freqüente.

ObjetivoEstabelecer prioridades na tomada de decisão, a partir de uma abordagem estatística.

Princípio de ParetoAnalisando a distribuição da renda entre os cidadãos, o economista italiano V. Paretoconcluiu que a maior parte da riqueza pertence a poucas pessoas. Essa mesmaconclusão foi depois constatada em outras situações, sendo estabelecida a relaçãoque ficou conhecida como Princípio de Pareto ou relação 20-80. Segundo esseprincípio, 20 por cento das causas são responsáveis por 80 por cento dos efeitos.

Análise de ParetoNo campo da Qualidade, o Dr. J. M. Juran aplicou esse princípio demonstrando quealguns poucos fatores são responsáveis pela maioria dos efeitos observados.Estabeleceu, assim, um método que permite classificar os problemas da qualidade,identificando os poucos problemas que são vitais e diferenciando-os dos muitos, quesão triviais. Esse método foi por ele denominado Análise de Pareto.

A forma gráfica de apresentar os dados estudados por esse método ficou conhecidacomo Gráfico de Pareto ou ainda Diagrama de Pareto.

Quando usarO gráfico de Pareto é usado sempre que for preciso ressaltar a importância relativaentre problemas ou condições, no sentido de:• Escolher ponto de partida para a solução de problemas;• Avaliar o progresso de um processo;• Identificar a causa básica de um problema.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET106

Como fazer1. Defina o objeto da análise (por exemplo: índice de rejeições).

2. Estratifique o objeto a analisar.

3. Colete os dados, utilizando uma Folha de verificação. (Veja o exemplo abaixo).

Componente: Conjunto ABC Seção: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produção: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peças Inspetor: Xxxxxxxx

Tipo de defeito Tabulação Freqüênciado item

Classificação

%Individual

%Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12

Solda ///// ///// ///// ///// / 21

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68

Junção ///// ///// ///// 15

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29

Trinca ///// ///// 10

Rebarba ///// / 06

Bolha / 01

Total ⇒ 202

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 107

4. Classifique cada item em decrescente e anote sua posição na coluna classificaçãoda Folha de verificação.

Componente: Conjunto ABC Seção: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produção: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peças Inspetor: Xxxxxxxx

Tipo de defeito TabulaçãoFreqüênciado item

Classificação

%Individual

%Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12 6º

Solda ///// ///// ///// ///// / 21 4º

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68 1º

Junção ///// ///// ///// 15 5º

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41 2º

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 3º

Trinca ///// ///// 10 7º

Rebarba ///// / 06 8º

Bolha / 01 9º

Total ⇒ 202 -

5. Calcule a porcentagem individual e anote na coluna % individual da Folha deverificação.Para calcular esta porcentagem utilize a seguinte fórmula:

100 x totalfreqüência

item do freqüênca individual % =

Exemplo:No item alinhamento temos:

% individual = 202

12 x 100 = 6%.

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Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET108

6. Reorganize os dados em ordem decrescente, numa nova Folha de verificação.

Componente: Conjunto ABC Seção: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produção: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peças Inspetor: Xxxxxxxx

Tipo de defeito Tabulação Freqüênciado item

Classificação

%Individual

%Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12 6º 34%

Solda ///// ///// ///// ///// / 21 4º 20%

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68 1º 14%

Junção ///// ///// ///// 15 5º 10%

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41 2º 07%

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 3º 06%

Trinca ///// ///// 10 7º 05%

Rebarba ///// / 06 8º 03%

Bolha / 01 9º 01%

Total ⇒ 202 - 100%

7. Calcule a porcentagem acumulada e anote na coluna % acumulada da Folha deverificação.Para tanto, soma-se à porcentagem individual do item em questão a porcentagemacumulada até o item imediatamente anterior.

Page 111: Gestão Qualidade

Gestão pela qualidade

SENAI-SP - INTRANET 109

Exemplo:Para o item riscos, temos: 14% + 54% = 68%.

Componente: Conjunto ABC Seção: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produção: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peças Inspetor: Xxxxxxxx

Tipo de defeito Tabulação Freqüência doitem

Classificação

%Individual

%Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12 6º 34% 34%

Solda ///// ///// ///// ///// / 21 4º 20% 54%

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68 1º 14% 68%

Junção ///// ///// ///// 15 5º 10% 78%

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41 2º 07% 85%

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 3º 06% 91%

Trinca ///// ///// 10 7º 05% 96%

Rebarba ///// / 06 8º 03% 99%

Bolha / 01 9º 01% 100%

Total ⇒ 202 - 100% -

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Gestão pela qualidade

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8. Construa o gráfico, após determinar as escalas do eixo horizontal e vertical.

9. Construa a curva da % acumulada. Ela oferece uma visão mais clara da relaçãoentre as contribuições individuais de cada um dos fatores.

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Gestão pela qualidade

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Exemplos de aplicação:1. Comparando um processo antes e depois da implantação de uma melhoria

proposta.

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Gestão pela qualidade

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2. Já que os problemas de Qualidade, na maioria dos casos, aparecem sob a forma deperdas (itens defeituosos, seus custos, etc.), o gráfico de Pareto é uma ferramentaextremamente importante para esclarecer a forma de distribuição das perdas.

Produto No defeito Quant.

produz.

% Defeitos Custo/

Defeito

Custo total

A 98 10.000 1% $ 2,50 $ 245,00

B 20 2.010 1% $ 4,50 $ 90,00

C 15 20 75% $ 7,00 $ 105,00

D 35 200 18% $ 11,00 $ 385,00

E 60 600 10% $ 5,00 $ 300,00

F 05 6 83% $ 3,00 $ 15,00

NúmeroDefeitos

%Defeitos

Custototal

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Gestão pela qualidade

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Diagrama de Causa e Efeito

DefiniçãoEstrutura que permite de dados ou informações possibilitando a identificação daspossíveis causas de um problema ou efeito.

Este diagrama é também conhecido como diagrama de Ishikawa em homenagem aoDr. Kaoru Ishikawa, que primeiro o utilizou. Também é conhecido como diagrama deEspinha de peixe, em virtude de seu formato.

ObjetivoAnalisar criteriosamente e expor as relações entre um determinado efeito (como porexemplo a variação de uma característica da qualidade) e suas causas potenciais.

Quando usarEmbora possa ser utilizado individualmente, a principal qualidade do diagrama deIshikawa é sua capacidade de focalizar a discussão em grupo, estimulando aparticipação de todos e aproveitando ao máximo o conhecimento de cada pessoa.Permite, assim, a organização das idéias e sua visualização agrupada, destacando osgrupos de possíveis causas mais significativas.

Como fazer1. Identifique e defina o problema ou efeito, tomando cuidado para que esteja

claramente entendido por todos.

2. Identifique os principais grupos de possíveis causas.Nesta fase, caso os fatores não estejam bem claros para toda a equipe,recomenda-se utilizar os seguintes grupos, bastante abrangentes:• Mão-de-obra;• Máquinas;• Matéria-prima;• Meio ambiente;• Método.

Os 5M acima não devem ser fator limitante. Outros grupos de possíveis causaspoderão ser considerados em função da complexidade do processo, como osexemplos que seguem:• Clima organizacional;• Gerenciamento;• Manutenção;• Medição;• etc.

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Gestão pela qualidade

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3. Construa o diagrama.Para a construção do diagrama sugere-se a seguinte seqüência:• Escreva o problema ou efeito definido no lado direito e desenhe uma longa

flecha apontada para ele.

Disponha os grupos identificados conforme a figura abaixo.

4. Realize um Brainstorming.Nesta fase identifica-se as causas prováveis relacionadas aos grupos básicos (5M).

5. Escolha as causas mais prováveis.Através de uma análise criteriosa do diagrama, a equipe deve buscar as principaiscausas.

6. Comprove a relação causa-efeito.As causas escolhidas devem ser tratadas com prioridade. Preferencialmente, deve-se efetuar a confirmação destas com base em dados.

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Gestão pela qualidade

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Precauções na elaboração do diagrama de causa e efeito.• Construir um diagrama em separado para cada problema ou efeito;• Entender claramente cada causa;• Na definição do problema, a equipe deve se restringir à sua área de

responsabilidade, para minimizar frustrações.

Exemplo:

Diagrama de dispersão

O diagrama de dispersão é um gráfico utilizado para verificar (visualizar) o que ocorrecom uma variável ou característica quando outra variável ou característica se altera.Assim, pode se perceber se existe uma "possível" relação entre causa e efeito, porémnão se pode concluir se uma determinada variável afeta outra.

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Gestão pela qualidade

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Constrói-se o diagrama de dispersão colocando-se no eixo horizontal, os valores deuma variável e no eixo vertical, os valores da outra variável, resultando num gráficocomo o da figura abaixo.

Diagrama de dispersão

Observando-se o gráfico da figura acima, pode-se verificar que os pontos plotadosdefinem um grupamento onde a direção e a espessura do mesmo indicam aintensidade de relação entre as duas variáveis. Caso o gráfico tenda a uma retainclinada, maior será a relação entre as variáveis.

Caso fosse construído um gráfico levando-se em consideração o peso e a altura de umgrupo de pessoas, poderíamos constatar que as pessoas mais altas geralmente têmmaior peso, o que implica dizer que pode haver correlação entre essas duas variáveis.

No ciclo PDCA, o Diagrama de dispersão é empregado nas etapas de planejamento ede avaliação.

Tipos de correlação

Do cruzamento dos dados podem resultar cinco tipos de correlação:• Positiva forte• Positiva fraca• Nula• Negativa fraca• Negativa forte

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Gestão pela qualidade

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a) A correlação é chamada de correlação positiva forte, quando, um aumento em "Y"depende de um crescimento em "X". Assim, controlando-se "X", "Y" estarácontrolado naturalmente. Ex: ao aquecer o alimento numa panela de pressão,quanto maior for a temperatura, maior será a pressão do sistema.

b) Por outro lado, se ao aumentar-se o valor da variável "X" e "Y" aumentar, maspouco, a correlação é chamada de correlação positiva fraca. Ex: ao atingir umaidade mais elevada, a experiência cresce, mas pouco;

c) Se ao variar o valor de "X" (aumentar por exemplo), o valor de "Y" varia ao acaso, oresultado do cruzamento das informações é uma correlação nula.

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Gestão pela qualidade

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d) Se ao aumentar-se o valor de "X", "Y" apresentar uma tendência dequeda/redução, a correlação resultante é uma correlação negativa fraca, poisexistem outras causas além da variável "X". Ex: Policiamento e criminalidade.

e) No entanto, se o crescimento de "X" representar uma relação sensível de "Y", acorrelação é negativa forte e, controlando "X", "Y" estará automaticamentecontrolado. Ex : pressão e volume agindo sobre um gás confinado.

Construção do diagrama de dispersão

1. Coletar uma amostra entre 50 e 100 pares de dados onde se queira verificar acorrelação.

Nº Altura (m) Massa (Kg) Nº Altura (m) Massa (kg)1 1,70 83 26 1,97 932 1,80 102 27 1,70 753 1,67 58 28 1,79 824 1,72 80 29 1,63 675 1,72 74 30 1,61 556 1,53 60 31 1,69 53

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Gestão pela qualidade

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7 1,60 82 32 1,79 658 1,67 69 33 2,03 1109 1,74 94 34 1,84 7810 1,62 72 35 1,71 7911 1,75 81 36 1,90 9412 1,61 64 37 1,75 7013 1,82 137 38 1,85 8914 1,90 115 39 1,82 9215 1,72 77 40 1,60 7616 1,79 72 41 1,56 8017 1,74 84 42 1,63 9218 1,72 76 43 1,96 9619 1,80 98 44 1,93 10820 1,67 67 45 1,79 7921 1,80 88 46 1,87 9122 1,78 76 47 1,68 8023 1,86 91 48 1,76 9024 1,51 74 49 1,60 5925 1,92 104 50 1,90 94

2. Traçar sistema de eixos cartesianos. Se no eixo "Y" a relação for do tipo causa Xefeito, lançar as "causas" no eixo "X" e os "efeitos" "Y" e estabelecer escalas devalores para os dois eixos.

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3) Plotar os pontos no gráfico, aos pares, circundando os valores que apareceremrepetidos, tantas vezes quanto for a incidência. Cada círculo representa um ponto.

Método rápido para interpretação do gráfico - Método das medianas.

Para que se possa verificar se existe correlação ou não na relação apresentada nográfico, faz-se necessário uma análise dos pontos plotados, dividindo-se a áreaabrangida em setores.

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A seguir, são apresentadas as etapas a serem seguidas para a análise:

1. Determinar a mediana para os valores de "X" e "Y", traçando-as no gráfico:a) Eliminar o maior e o menor valor de "X", repetindo esse procedimento até restar

os dois últimos valores;b) Se os valores resultantes forem iguais, considerar esse valor como a mediana;

caso os valores forem diferentes, tirar a média aritmética, que será o valor damediana;

c) Traçar uma reta paralela ao eixo "Y", passando pelo valor da mediana,determinando a linha mediana para os valores de "X".

d) Repetir os passos anteriores para os valores de "Y".

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2. Identificar os quatro setores definidos, numerando-os com l, ll, lll e lV, no sentidoanti-horário, a partir do quadrante superior direto.

3. Contar os pontos plotados em cada setor:

Setor PontoslllllllVNa linha

1951763

Total 50

4. Calcular a soma dos pontos nos setores:a) ll e lV; e, l e lll

n1 = ll + lV ⇒ n1 = 5 + 6 = 11n2 = l + lll ⇒ n2 = 19 + 17 = 36

b) Total de pontos N nos quatro setores ou total de pontos subtraídos do nº depontos sobre a linha:N = 50 - 3 = 47; ouN = 19 + 5 + 17 + 6 = 47

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5. Consultar a tabela abaixo obtendo o nº de pontos limites:47 (tabela) ⇒ 16

Nºnº de pontoslimitespara l + lll e ll + lV

Nºnº de pontoslimitespara l + lll e ll + lV

20 5 42 1421 5 44 1522 5 46 1523 6 48 1624 6 50 1725 7 52 1826 7 54 1927 7 56 2028 8 58 2129 8 60 2130 9 62 2232 9 64 2334 10 66 2436 11 68 2538 12 70 2640 13

6. Interpretar os resultados:a) Se o nº de pontos em ll e lV for maior que o nº de pontos limites, não existe

correlação;b) Se e nº de pontos em ll e lV for menor que o nº de pontos limites, existe

correlação. Neste caso, a soma de ll e lV é menor do que o nº de pontos 11<16. Assim, pode se concluir que existe correlação e está é positiva.

Neste caso, a soma de II e IV é menor que o número de pontos limites, pois 11 < 16.Assim, pode-se concluir que existe correlação e esta é positiva.

Pontos a serem considerados:• Uma correlação negativa com "Y" crescendo e "X" decrescendo é tão importante

quanto a correlação positiva onde "X" cresce e "Y" decresce;• É possível concluir-se que "X" e "Y' têm uma relação, mas não pode-se afirmar que

um é causa do outro;• Ao determinar-se a correlação, observar a direção e a dispersão.

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Histograma

DefiniçãoÉ um gráfico de colunas que representa a forma como se distribui um conjuntonumérico obtido numa coleta.

ObjetivoOs principais objetivos da utilização do histograma são:• Apresentar o padrão de variação do processo;• Possibilitar a visualização do comportamento do processo;• Comparar os resultados com as especificações ou padrões;• Decidir sobre onde devem ser concentrados esforços para a melhoria.

Quando usarOs histogramas são usados quando se deseja representar os dados coletados deforma clara e precisa. Dentre as muitas aplicações que possui, podemos citar:• Pesquisas sociais• Distribuição da renda da população, evidenciando a situação da maioria das

pessoas;• Distribuição da idade da população do país, para direcionar decisões políticas;• Determinação do padrão de estatura dos habitantes de uma determinada região do

país.• Controle da qualidade• Determinação do número de produtos não-conformes produzidos por dia;• Determinação da dispersão dos valores de dureza medida em peças de aço;• Controle da variação do volume final de óleo lubrificante, no processo de

enchimento;• Indicação da necessidade de ação corretiva.

Como fazerOs passos a seguir são apenas uma diretriz e não regras rígidas a serem seguidas naconstrução de um histograma.

1. Planeje e colete os dados, considerando o objetivo e a variável de interesse. Anoteos dados coletados numa folha de verificação.

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A folha de verificação a seguir foi construída para investigar a distribuição dosdiâmetros de eixos de aço produzidos em um processo de usinagem.

Componente: Eixo cilíndrico Seção: Tornearia

Processo de trabalho: Torneamento Data da produção: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.200 peças Inspetor: Xxxxxxxxxxx

Dados ( medidas em milímetros ) Xmáx Xmín.

34,0 34,2 34,5 33,6 33,3 35,3 35,7 36,2 34,9 33,6 36,2 33,3

34,3 34,9 36,0 35,6 33,9 33,5 34,8 35,0 35,2 34,1 36,0 33,5

34,6 34,2 33,8 33,4 34,5 33,9 34,1 34,7 34,2 34,7 34,7 33,4

36,8 36,3 35,9 35,4 33,3 33,7 34,7 34,4 34,8 36,4 36,8 33,3

35,9 35,6 35,1 33,2 33,8 34,7 34,5 34,3 33,9 33,5 35,9 33,2

34,5 34,9 36,1 35,6 35,2 33,0 33,4 34,4 34,6 34,4 36,1 33,0

33,3 33,2 34,2 34,3 34,6 33,6 35,8 34,6 34,8 34,0 35,8 33,2

33,1 33,2 33,9 33,7 34,2 34,3 34,9 33,6 33,4 33,1 34,9 33,1

35,0 35,2 35,4 36,0 35,3 33,4 34,1 35,1 34,0 33,8 36,0 33,4

33,3 34,8 34,5 34,3 35,5 35,1 35,4 34,1 33,0 33,7 35,5 33,0

ObservaçãoPara que o histograma represente com precisão o comportamento do processo, onúmero de dados coletados deve ser maior ou igual a 30 (n ≥30).

2. Identifique o maior e o menor dos valores observados.

No exemplo:O maior valor (Xmáx.) = 36,8 mm;O menor valor (Xmín.) = 33,0 mm.

3. Calcule a amplitude da amostra do processo (R).

R = Xmáx. - Xmín.

No exemplo:R = 36,8 - 33,0R = 3,8 mm.

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4. Defina o número de classes (K).

O número de classes (K) é a quantidade de colunas que o histograma terá oupoderá assumir.

O número de classes (K) é definido como sendo n , onde n é o número total deelementos da amostragem.

No entanto, na maioria dos casos, poderemos utilizar a tabela abaixo, que define onúmero de classes (K) em função do número total de elementos (n) da amostra.

No de elementos (n) No de classes (K)30 a 50 5 a 751 a 100 6 a 10101 a 200 7 a 12mais de 250 10 a 20

5. Calcule o tamanho (amplitude) das classes (h).

O tamanho das classes é calculado seguindo a fórmula abaixo:

KRh = onde: R = amplitude da amostra do processo

K = número de classes

No exemplo:

R = 3,8 mm então: h = 10

3,8 ⇒ h = 0,38mm , adotar h = 0,4mm.

K = 10 (valor obtido na tabela).

ObservaçãoO tamanho das classes (h) deve ter a mesma precisão dos dados coletados, ouseja, o mesmo número de casas decimais.

6. Calcule os limites das classes.

Uma das formas de determinar os limites das classes é iniciar pelo menor valor daamostra (Xmín.) como limite inferior da primeira classe. A este, soma-se otamanho da classe (h), de forma que teremos o limite superior da primeira classe,que também será o limite inferior da segunda classe.

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O limite superior da segunda classe será obtido somando-se ao inferior otamanho da classe (h). Este será o limite inferior da terceira classe e assimsucessivamente, até que tenhamos classes suficientes para incluir o maior valor(Xmáx.) da amostra.

No exemplo:

1a classe:• Limite inferior = 33,0 mm;• Limite superior = limite inferior + h;• Limite superior = 33,0 + 0,4 => limite superior = 33,4 mm.

2a classe:• Limite inferior = limite superior da 1ª classe (33,4 mm);• Limite superior = limite inferior + h;• Limite superior = 33,4 + 0,4 => limite superior = 33,8 mm.

7. Construa uma tabela de freqüência.A tabela de freqüência mostra os limites de cada classe e o número de dados (oufreqüência) em cada uma delas, isto é, quantos valores estão dentro de cadaclasse.

Tabela de freqüênciaClasses Limites das classes Tabulação Freqüência

01 33,0 ! 33,4 ///// ///// / 11

02 33,4 ! 33,8 ///// ///// /// 13

03 33,8 ! 34,2 ///// ///// ///// 15

04 34,2 ! 34,6 ///// ///// ///// /// 18

05 34,6 ! 35,0 ///// ///// ///// 15

06 35,0 ! 35,4 ///// ///// 10

07 35,4 ! 35,8 ///// /// 08

08 35,8 ! 36,2 ///// / 06

09 36,2 ! 36,6 /// 03

10 36,6 ! 37,0 / 01

Total ⇒ 100

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Simbologia

Intervalo

Fechado Aberto

Intervalo fechado - o valor limite pertence à classe.Intervalo aberto - o valor limite não pertence à classe.

8. Desenhe o histograma.

Devemos estabelecer (adotar) escalas adequadas de valores para os eixos horizontale vertical.

No eixo horizontal marcam-se os limites das classes. A partir deles erguem-se ascolunas, cujas alturas correspondem às freqüências de cada classe.

Tipos de histograma

É possível obter informações úteis sobre a população pela análise da forma dohistograma. As seguintes formas são típicas, e podemos utilizá-las como modelos paraa análise de um processo.

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a. Tipo geral (simétrico ou em forma de sino).

O valor médio do histograma está no meio da amplitude dos dados. A freqüência émais alta no meio e torna-se gradualmente mais baixa na direção dos extremos.

b. Tipo pente (multi-modal).

Várias classes têm, como vizinhas, classes com menor freqüência.

Esta forma ocorre quando a quantidade de dados incluídos na classe varia de classepara classe ou quando existe uma tendência particular no modo como os dados sãoarredondados.

c. Tipo assimétrico.

À direita À esquerda

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O valor médio do histograma fica localizado à esquerda (positivo) ou à direita(negativo) do centro da amplitude.

Esta forma ocorre quando o limite inferior ou o superior é controlado teoricamente oupor um valor de especificação, ou quando valores menores ou maiores do que umcerto valor não ocorrem.

d. Tipo abrupto.

À esquerda À direita

O valor médio do histograma do tipo abrupto fica localizado bem à esquerda ou àdireita do centro da amplitude. A freqüência decresce abruptamente à esquerda ou àdireita; em direção ao outro lado, decresce suavemente.

Esta é uma forma que ocorre freqüentemente quando é feita uma inspeção separadora100% por causa da baixa capacidade do processo, e também quando a assimetriapositiva ou negativa se torna ainda mais extrema.

e. Tipo achatado.

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As freqüências das classes formam um achatamento porque as classes possuem amesma freqüência aproximada, com exceção das extremidades.

Esta forma ocorre com a mistura de várias distribuições que têm diferentes médias.

f. Tipo picos duplos (bimodal).

Existe a formação de um pico de cada um dos lados do centro da distribuição dasfreqüências.

Esta forma ocorre quando duas distribuições, com médias muito diferentes, sãomisturadas.

g. Tipo pico isolado.

Num histograma do tipo geral existe mais um pequeno pico isolado.

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Esta é uma forma que surge quando há uma pequena inclusão de dados provenientesde uma distribuição diferente, como nos casos de anormalidade de processo, erro demedição ou inclusão de dados de um processo diferente.

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Referências bibliográficas

SENAI-DN. Sistemas de gestão ambiental. Brasília, 2001.

VIEIRA, Sônia. Estatística para a Qualidade. Rio de Janeiro, 1999.

SENAI-SP. Técnico em Gestão de Processos Industriais - Sistemas da qualidadeSão Paulo, 2002.

SENAI-SP. Gestão estratégica. São Paulo, 2002.

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