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Glicogenose tipo IDoença de von Gierke
Maria do Céu Salgado
Dezembro de 20072
Estado actual
• Peso: 37 Kg• Altura: 1,42 m• Abdomén globoso• Nódulos hepáticos (1991)• Insuficiência renal e
proteinúria
Identificação e motivo da consulta
•CMCP, 36 anos, caucasiano
• Natural e residente V.Conde
•Diagnóstico:1985 (Data de nascimento: 1971)
•Motivo estudo: epistáxis, atraso de crescimento
•Ex objectivo: hepatomegalia
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Exames laboratoriais• Hemograma: 11,5 g/dl
• Glicemia: 0.40 g/l (1/2 N)
•TGL: 19,38 g/l (13 xN)•Colesterol Total: 3,18 g/l
•Ac. Úrico: 90,3mg/l
•TGO: 165 U/l
•TGP: 147 U/l
•γ-Glutamil-Transpeptídase: 246 U/l
•α-feto-proteína: Normal
•Exame urina: cálculo de oxalato
•Clearence de creatinina: 48 ml/min (1/2 N)
•Proteinúria: 1,2 g /24 h4
Antecedentes PessoaisLitíase renal (cálculo coraliformeesq –2004 LEOC), sem história de cólica renal
Antecedentes Familiares
Irmão com litíase renal
Sobrinha com d. celíaca
Terapêutica actual•refeições frequentes
• glicose(substuindo sacarose)
•ferro
•sinvastatina
•bezafibrato
•alopurinol
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BIÓPSIAS HEPÁTICAS
1987• hepatócitos volumosos, com citoplasma finamente granular e
com esteatose médio e macrovesicular. Núcleos volumosos.• ME: glicogéneo citoplasma e núcleo, gotículas de gordura.• Não foi possível fazer estudo enzimático.
1997• adenoma.
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TAC
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TAC
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TAC
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RIM: No grupo calicial inferior do rim esquerdo observa-se cálculocom cerca de 19 mm em forma de "vírgula", e uma ou outra formação litiásica, já ao nível do ureter homolateral com cerca de 8,4 mm. Ausência de litíase no rim direito, não se verificando também qualquer dilatação do sistema excretor, bilateralmente.
FÍGADO: Hepatomegalia (22 cm), apresentando dispersas pelo parênquima 5 formações nodulares de limites bem definidos, com dimensões que variam entre os 7 cm e os 3,5 cm. Estas lesões temcomportamentos diferentes em relação a captação de contraste, sendo que pelo menos duas são mais visíveis nos cortes tardios.
A lesão maior apresenta uma cápsula calcificada. Numa outra do lobo direito tem áreas hipodensas que poderão corresponder a necrose.
TAC
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RNM
•Nódulos hepáticos, tendo o maior 6,4 cm. Hepatomegalia. Baço normal.
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RNM
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Glicogenose tipo I (a e b)• Doença hereditária autossómica recessiva• Incapacidade de conversão da glicose-6-fosfato em
glicose – hipoglicemia• Produção hepática de lactato em jejum ou após
ingestão de galactose ou frutose• Lipogénese hepática aumentada com fígado gordo e
aumento da excreção de VLDL• Lactato e ácidos gordos são utilizados como fonte
de energia
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Glicose Glicose-6-P
Glicose-1-P
Galactose
Galactose-1-P
UDP-Galactose
ATP
ADP
H2O Pi
Piruvato
Lactato
UDP-Glicose
Glicogénio
UTP
PPi
UDPA glicose-6-P
é, no fígado, rim e intestino, substrato da glicose-6-fosfátase.
Pi
Acetil-CoAÀcidosgordos
A glicose-6-fosfátase participa na glicogenólisena gliconeogénesena conversão de galactose e frutose em glicose
⇒Deficit de glicose-6-fosfátase = hipoglicemia e acumulação de glicogénio e gordura (hepatomegalia)
Mas, durante o jejum, a glicogenóliseestá estimulada. Quando há deficit de glicose-6-fosfátase a glicose-6-P formada não pode ser convertida em glicose.
No homem a glicose-6-P formada éconvertida em lactato e ácidos gordos.
Hipoglicemia
Hipertrigliceridemia
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Biopsia hepática
Os estudos de actividade da glicose-6-fosfátase faziam-se em homogeneizados de fígado obtidos de biópsia hepática e medindo in vitroa velocidade de hidrólise da glicose-6-P.
O exame histológico não tem aspectos patognomónicos.
Serve para confirmar os adenomas.
Estudo genético
Actualmente o diagnóstico de GSD Ia e Ib faz-se estudando os genes
da glicose-6-fosfátase e o G6PT usando técnicas de biologia molecular.
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Clínica
Crises de hipoglicemia
Letargia, convulsões, coma
Hepatomegalia
Protuberância abdominal
Fácies típico (cara de boneca)
Tendência à obesidade
Atraso psico-motor
Atraso crescimento
Xantomas
Análises
Hipoglicemia
Acidose metabólica
TGL muito elevados
Ac úrico elevado – gota, nefropatia 16
Complicações
Adenomas hepáticos
Hepatocarcinoma
Insuficiência renal
Nefrolitíase
Osteoporose
TRATAMENTOControlo metabólico – melhorar a glicemia, mas sem normalizar
Transplante hepático/renal
EVOLUÇÃOMelhoria dos sintomas de hipoglicemiacom o tempo
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