O FUTEBOL NA ESCOLA
Contedoescolar
Incluso
Valores do esporte
Combate aosedentarismo
Transformaosocial
Cultura e cidadania
Educar para Crescer 02
FUTEBOL, D PARAFAZER DIFERENTE
ENTREVISTA: PROFESSORJORGE STEINHILBER
VALORES ALMDAS QUADRAS
O QUE A CRIANA PODEAPRENDER COM O FUTEBOL?
FUTEBOL CONTEDO ESCOLAR
O QUE A COPA DEIXA PARA NS?
COMO O FUTEBOL PODECONTRIBUIR PARA AINCLUSO NAS ESCOLAS
PONTAP INICIAL 03
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QUAL A CONCEPO DEQUALIDADE ALMEJADAPARA A EDUCAO BSICA?
O NOSSO TIME
JOGO QUIZ
LUTA CONTRA O SEDENTARISMO
NDICEO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer
O livro eletrnico O FUTEBOL NA ESCOLA, no qual voc na-vega agora, fruto de uma inicia-tiva indita no contexto da educa-o brasileira. Traz um painel com reflexes e experincias a respei-to das oportunidades que esse esporte to amado em nosso Pas oferece para o espao educacio-nal. Partimos de algumas ques-tes cujas respostas tm grande potencial de transformao. A prtica do futebol pode colaborar para melhor apreenso do conte-do escolar? Como os valores do esporte contribuem para a cria-o de uma cultura de cidadania?
PONTAP INCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
UM JOGO MEMORVEL
Quais so as oportunidades para promover, por meio da prtica de esportes e do ensino da Educao Fsica, experincias de incluso social e combate ao sedentaris-mo? Que boas prticas j existem nessa rea? O que podemos es-perar para o futuro?
Numa parceria entre o mo-vimento Educar para Crescer e o Conselho Federal de Educao Fsica (CONFEF), reunimos para um debate diversas vozes inte-ressadas em contribuir com essa discusso. O resultado foi um en-contro indito e amplo, rico em ideias que agora compartilhamos
CACO DE PAULAPOR
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Educar para Crescer
com educadores, pesquisadores, pais e demais interessados em promover mudanas consisten-tes e duradouras na educao brasileira. Os principais pontos levantados no encontro nos de-ram o norte para os artigos aqui publicados. Procuramos ir alm da discusso e entrar no caminho das propostas. A primeira delas que se amplie o conhecimento so-bre as oportunidades de melhoria do desenvolvimento e da apren-dizagem a partir da incluso da Educao Fsica no cotidiano das escolas.
Nossa contribuio para le-var esse tema adiante justa-mente esta edio, que torna du-rvel e acessvel a participao de algumas das instituies mais respeitadas nesse cenrio e algu-mas das mentes mais lcidas de-dicadas a esta discusso. Assim, acreditamos ter reunido um time talentoso, com uma meta ambi-ciosa. Foi o nosso pontap inicial.
Se gostar desta edio, compar-tilhe-a com quem voc acha que ela pode ser til. Faamos juntos um jogo memorvel. Escreva-nos com suas opinies e sugestes. O Brasil s melhora com educao de qualidade. Voc tem muito a ver com isso. E a Educao Fsica tambm.
Caco de PaulaPublisher do movimento
Educar para Crescer
PONTAP INCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
MRIO LUIZ FERRARI NUNES 06 PROF. JORGE STEINHILBER 07
PROF. MARIA MRCIA MALAVASI 08 IAL CARDOSO 09
PROF. RICARDO CATUNDA 10 PEDRO FELIPE R. SANTANNA 11
ALCIDES SCAGLIA 12 MONICA CONRADO 13
SRGIO ANDRADE 14 MARIANA BEHR ANDRADE 15
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Doutor e Mestre em Educao, licenciado em Edu-cao Fsica. Coordena o Grupo de Pesquisas em Edu-cao Fsica Escolar da Faculdade de Educao da USP (GPEF/FEUSP) . Atuou na Educao Bsica e, atualmen-te, leciona em cursos de Pedagogia e Educao Fsica no Ensino Superior e programas de ps-graduao e formao continuada de docentes. Autor de livros e artigos que abordam as temticas do Currculo, Edu-cao Fsica e Cultura Corporal, ancorados nos Estu-dos Culturais e Estudos Foucaultianos.
MRIO LUIZFERRARI NUNES
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Formou-se em Educao Fsica na UFRJ e ha-bilitado em Administrao e Superviso Escolar pela Universidade Catlica de Braslia (UCB). Tem Mestrado em Motricidade Humana pela UCB eMPA (Mestrado Profissional em Administrao) em Controle Externo pelaFGV. Foi professor de Educao Fsica noensino pblico e privado, tcnico de voleibol de escolas e clu-bes. Implantou o Programa de Frias nas escolas p-blicas do Municpio do Rio de Janeiro e promoveu os Jogos Escolares na Cidade do Rio de Janeiro de 1977 a 1990. Foi presidente da Associao dos Professores de Educao Fsica no Rio de Janeiro (APEF-Rio) e as-sessor de Educao Fsica da Secretaria Municipal de Educao do Rio de Janeiro. presidente do Conselho Federal de Educao Fsica (Confef) e presidente da Academia Olmpica Brasileira.
PROFESSOR JORGESTEINHILBER
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Possui graduao em Histria pela Universidade Estadual de Campinas (1979), graduao em Pedago-gia pela Universidade Nove de Julho (1990), mestrado em Educao pela Universidade Estadual de Campinas (1995) e doutorado em Educao pela Universidade Estadual de Campinas (2000). Atualmente, professo-ra titular da Universidade Estadual de Campinas. Tem experincia na rea de Educao, com nfase em Pro-jeto Poltico Pedaggico, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliao, escola, educao, ensino superior e ensino.
PROFESSORA MARIAMRCIA MALAVASI
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Graduada em Artes Plsticas pela Faculdade Santa Marcelina (1997). Atua como coordenadora do Ncleo de Ao Educativa do Museu do Futebol desde 2011, tendo como foco principal a acessibilidade. respon-svel pelo Programa de Acessibilidade do Museu do Futebol (PAMF), no qual coordena projetos, aes edu-cativas e materiais para o pblico. Trabalhou como ar-te-educadora com experincia em educao no for-mal em instituies culturais e museus (1999-2009). Foi coordenadora do Museu da Casa Brasileira (2009) e professora de Artes da escola Ncleo Aprendizagem e Desenvolvimento para alunos com deficincia inte-lectual (2008-2012).
IAL CARDOSO
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Educar para Crescer
Licenciado em Educao Fsica com especializa-o em Psicomotricidade. Mestrado em Educao em Sade e Doutorado em Cincias da Educao Did-tica do Ensino da Educao Fsica e do Desporto. Atua como professor assistente da Universidade Estadual do Cear e presidente da Comisso de Educao F-sica Escolar do Conselho Federal de Educao Fsica (Confef).
PROF. RICARDOCATUNDA
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Atua no Museu do Futebol desde 2008, inaugu-rando a equipe da rea de Documentao, Pesquisa e Exposies. Historiador pela PUC (SP), possui espe-cializao em Gesto de Sistemas e Servios da Infor-mao pela FESP (SP). Pelo Museu do Futebol, partici-pou da criao de todas as exposies temporrias, como Mania de Colecionar, Ora Bolas, O Futebol pelo Mundo e Copas de A a Z, entre outras. um dos idealizadores e executores do Banco de Dados do Museu do Futebol e tambm do Centro de Referncias do Futebol Brasileiro (CRFB), do qual tambm coor-denador.
PEDRO FELIPE R. SANTANNA
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Graduado em Educao Fsica pela Universidade de Santo Amaro (UNISA) e ps-graduado em Lazer e Animao Sociocultural no Centro Universitrio SENAC e em Gesto de Organizaes do Terceiro Setor pelo Mackenzie. Iniciou a atuao no terceiro setor h 17 anos como educador na rea da Educao Fsica, re-alizou orientao pedaggica de projetos culturais e coordenou o departamento de Cultura e Lazer. Desen-volveu projetos de formao para educadores sociais e culturais e aes de desenvolvimento comunitrio, uti-lizando as atividades de lazer como mobilizadoras em organizaes sociais de bairro. Atualmente, coorde-nador do programa esportivo Jogo Aberto da Funda-o Gol de Letra, onde responsvel pelo planejamen-to, implantao e avaliao dos projetos desenvolvidos nesta rea para a comunidade.
SRGIO ANDRADE
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Especialista em Gesto de Pessoas e coordenado-ra de Projetos Sociais Pedaggicos na Spirit Of Football Brazil (SOF).Graduada pela Universidade Salesianos, especialista em Gesto de Pessoas pela Faculdade Santa Rita (SP) e ps-graduada em Gesto de Pessoas com nfase em Negcios pela Universidade Salesia-nos So Paulo. Atua na rea de projetos sociais desde 1991, coordenou projeto de alfabetizao de jovens e adultos MOVA na regio da zona norte de So Paulo. Participou ativamente na implantao de novos cursos e oficinas no Programa Telecentros, alm de ministrar palestras para jovens em busca do primeiro emprego.
MONICA CONRADO
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Licenciado e bacharel em Educao Fsica, mes-tre em Pedagogia do Esporte e doutor em Pedagogia do Movimento. Tem experincia na rea de Educao Fsica e Esportes, desenvolvendo estudos, projetos e pesquisas nas reas de Educao Fsica escolar e Pe-dagogia do Esporte, com nfase em metodologia de ensino-treinamento dos jogos coletivos de invaso, futebol da iniciao ao treinamento e pedagogia do jogo. Atualmente, docente na Faculdade de Cincias Aplicadas (FCA) no curso de Cincias do Esporte da UNICAMP, responsvel/lder pelas pesquisas do Labo-ratrio de Estudos em Pedagogia do Esporte (LEPE), pesquisador do Ludens (USP) e coordenador de Gra-duao da FCA (UNICAMP).
ALCIDES SCAGLIA
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Graduado em Educao Fsica pela Universidade de Santo Amaro UNISA e ps-graduado em Lazer e Animao Sociocultural no Centro Universitrio SE-NAC e em Gesto de Organizaes do Terceiro Setor pelo Mackenzie. Iniciou a atuao no terceiro setor h 17 anos como educador na rea da Educao Fsica, realizou orientao pedaggica de projetos culturais e coordenou o departamento de Cultura e Lazer. Desen-volveu projetos de formao para educadores sociais e culturais e aes de desenvolvimento comunitrio, utilizando as atividades de lazer como mobilizadoras em organizaes sociais de bairro. Atualmente, co-ordenador do programa esportivo Jogo Aberto da Fundao Gol de Letra, onde responsvel pelo pla-nejamento, implantao e avaliao dos projetos de-senvolvidos nesta rea para a comunidade.
MARIANA BEHR ANDRADE
PARTICIPANTES DO SEMINRIOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
EXPERINCIAS DE SUCESSOO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer 16
FUTEBOL: D PRA FAZER DIFERENTECom criatividade, vontade e
empenho, possvel criar oportunidades enriquecedoras para os alunos
e os professores por meio dos esportes
Educar para Crescer
A prtica do futebol na escola pode ir alm da comemorao dos gols e do corre-corre da hora do recreio. Ele pode ser ferramenta de transformao social se estiver as-sociado boa prtica da Educao Fsica escolar. Essa disciplina exerce vrios papis importantes no de-senvolvimento e na formao de crianas e adolescentes, entre eles o de melhorar a coordenao motora e o de estimular a boa performance em outras matrias, conscientizan-do sobre a importncia da ativida-de fsica e de hbitos saudveis. A prtica esportiva apoia ainda a dis-seminao de valores do esporte e da cultura. Engajar as escolas neste desafio a misso do Conselho Fe-deral de Educao Fsica (Confef).
Apesar de ainda haver um lon-go caminho para que a Educao F-sica no Brasil seja ensinada e apren-dida de forma plena em todas as
escolas, h muitas instituies que buscam novas maneiras de garantir que os alunos tenham uma vivn-cia diferente e transformadora por meio dela, seja pelo futebol ou ou-tras modalidades, refora o presi-dente do Confef, Jorge Steinhilber.
O futebol, por ser um esporte altamente difundido no Pas, pode ser um timo meio para iniciar o dilogo entre as escolas, alunos e professores, contudo, experin-
EXPERINCIAS DE SUCESSOO FUTEBOL NA ESCOLA
O futebol, por ser um esporte altamente
difundido no Pas, pode ser um timo meio para iniciar o dilogo entre
as escolas, alunos e professores
Jorge Steinhilber, presidente
do Conselho Federal de Educao Fsica (Confef)
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Educar para Crescer
cias de sucesso em escolas pbli-cas brasileiras demonstram que d para fazer diferente, diversi-ficar atividades e, com isso, pro-porcionar todos os benefcios da Educao Fsica aos alunos e, con-sequentemente, sociedade.
FORMAO CIDADEm Virginpolis, Minas Gerais,
os alunos da Escola Estadual Nos-sa Senhora do Patrocnio precisam conquistar notas acima da mdia mnima em todas as disciplinas para disputarem os campeonatos
esportivos da escola, incluindo o de futebol. Para chegar a esse nvel de exigncia, foi necessrio criar uma estrutura slida de suporte aos alunos, cujo objetivo princi-pal era criar projetos pedaggicos transformadores na nica escola de ensino mdio da cidade.
Por iniciativa do professor de Educao Fsica Jairo Jos de Sou-za, a escola criou, em 2011, um Departamento de Educao F-sica formado por colaboradores voluntrios, entre alunos do en-sino mdio e estudantes do cur-
EXPERINCIAS DE SUCESSOO FUTEBOL NA ESCOLA
Em uma cidade pequena, com poucas opes de lazer, a escola exerce um papel ainda mais relevante.
Precisvamos criar movimentos para que as crianas se ocupassem e se engajassem em atividades benficas
Jairo Jos de Souza,
professor de Educao Fsica
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Educar para Crescer
EXPERINCIAS DE SUCESSOO FUTEBOL NA ESCOLA
so superior de Educao Fsica. O grupo props direo da esco-la um programa de esportes que melhorasse o comportamento dos alunos e os auxiliasse no seu desenvolvimento como cidados por meio da transmisso de fun-damentos, conceitos e valores do esporte para os jovens.
Em uma cidade pequena, com poucas opes de lazer, a escola exerce um papel ainda mais relevante. Precisvamos criar movimentos para que as crianas se ocupassem e se enga-jassem em atividades benficas,
explicou o professor.Hoje, o departamento res-
ponsvel pela organizao de treinamentos, oficinas, pesquisas
e ensinos de atividades fsicas e est dividido em trs ncleos: Ncleo de Composio Corporal (NUCOMCOR), que desenvolve
trabalhos recreativos para a me-lhora das condies de sade e o tratamento do sobrepeso e obesi-dade; Ncleo de Teatro e Esporte (NUTE), que integra os alunos por meio de atividades artsticas apli-cadas s atividades escolares; e o Ncleo de Esporte (NUES), que incentiva a prtica de esportes e aplica os conceitos das modalida-des como fator educacional.
Por meio de uma prova de conhecimentos especficos, a es-cola ainda realiza uma seleo de monitores do departamento en-tre os alunos do ensino mdio.
Ns no formamos atletas.
Formamos cidados
Jairo Jos de Souza, professor de Educao Fsica
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Educar para Crescer
EXPERINCIAS DE SUCESSOO FUTEBOL NA ESCOLA
A ideia era quebrarparadigmas, despertar
interesse peloesporte utilizando
modalidades que elesno conheciam
Diego Telles Model, professor de Educao Fsica
Atualmente, o projeto conta com a orientao do professor Jairo e monitoramento de 10 alunos (sete da escola e trs universitrios).
Alm do aumento mdio das notas escolares, desde que o pro-jeto foi iniciado os professores no-tam melhoras em relao ao conv-vio dos alunos com os colegas. Ns no formamos atletas. Formamos cidados, declarou o coordenador.
ALM DO FUTEBOLA quase 2.000 quilmetros de
distncia de Virginpolis (MG), a Es-cola Municipal Vila Nova, de Igre-jinha, no Rio Grande do Sul, vive tambm uma experincia de trans-formao por meio do desenvolvi-mento de projetos diferenciados aplicados disciplina de Educao Fsica. Desde 2010, a instituio mantm uma oficina de Hquei so-bre a Grama, um esporte indito na
grade curricular de escolas pblicas, mas que mudou a rotina da escola porque incluiu os alunos nas deci-ses do que seria dado em aula.
Em 2009, o professor Diego Telles Model percebeu que os estu-dantes tinham pouco interesse nas aulas de Educao Fsica e props aos alunos do 9 ano que pesqui-sassem modalidades esportivas que gostariam de conhecer melhor. A partir dos resultados, foram sele-cionados Croquet, Manbol, Tchou-
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Educar para Crescer
EXPERINCIAS DE SUCESSOO FUTEBOL NA ESCOLA
kball, Ultimate Frisbee, Quimbol e Hquei sobre a Grama.
A ideia era quebrar paradig-mas, despertar interesse pelo es-porte utilizando modalidades que eles no conheciam. Alm de au-mentar a curiosidade, foi uma for-ma de garantir que no houvesse apenas reproduo dos padres j vivenciados, destacou.
No incio, o professor buscou todos os materiais necessrios para a aplicao dessas modalida-des nas aulas, no entanto no con-seguiu desenvolver o Hquei, pois os equipamentos eram importa-dos e, portanto, muito caros para a escola adquirir.
Mas nem ele nem os alunos se deram por vencidos. Fizeram uma apresentao para a Confedera-o Brasileira de Hquei sobre a Grama e Indoor (CBGH) explican-do os objetivos e necessidades do
projeto e conseguiram a doao de todos os acessrios necess-rios para a prtica do esporte.
A conquista conjunta fez o es-porte crescer na escola. Aps algum tempo dedicados a esse esporte, os estudantes demonstraram mais interesse pelo Hquei do que pelas outras modalidades, o que motivou Telles a transformar essas aulas em oficinas, que seriam ministra-das fora do perodo de aulas. Ini-cialmente, apenas oito estudantes praticavam o esporte, mas, com o apoio da direo e da equipe peda-ggica, a oficina comeou a ganhar
cada vez mais popularidade. O sucesso foi tanto que, hoje,
a Escola Municipal Vila Nova parti-cipa de competies do esporte e j conquistou vrios ttulos, entre eles o primeiro lugar na categoria feminina do Campeonato Brasilei-ro Indoor Sub-17 de Hquei.
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Educar para Crescer
EDUCAO FSICA QUESTO DE SADE PBLICA E DE CIDADANIA
ENTREVISTAO FUTEBOL NA ESCOLA
Opresidente do Conselho Fe-deral de Educao Fsica (Confef) defende que preciso criar polticas pblicas para dife-renciar a Educao Fsica da prti-ca de esportes na escola para ter-mos uma sociedade melhor.
O ensino da Educao Fsica no Brasil passa por uma transio em busca de uma nova forma de atuao das escolas, com professo-res que contribuam efetivamente para reduzir a inatividade fsica, de-senvolver competncias transver-sais e promover valores, tais como
incluso e colaborao. O futebol tem papel transformador neste ce-nrio por ser um esporte altamente disseminado no Pas e que faz par-te da cultura nacional. A disciplina Educao Fsica, para o professor, essencial para a aquisio des-ses valores, tanto durante a prtica esportiva quanto fora dela. A Edu-cao Fsica fundamental para o alcance do equilbrio do corpo, da mente e do esprito. a nica dis-ciplina que permite o desenvolvi-mento necessrio para levarmos a vida adulta de maneira saudvel.
PROFESSORJORGE STEINHILBER
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Educar para Crescer
Como o senhor enxerga o papel da Educao Fsica atualmente na formao dos alunos nas escolas?JORGE STEINHILBER: A Educao F-sica totalmente comprometida com a disseminao dos valores do esporte. No entanto, eu sou obrigado a reconhecer que a rea-lidade diferente, pois o processo educacional hoje tem como foco os projetos pedaggicos, tanto da escola como do professor. Se no temos, ento, uma polti-ca pblica muito bem traada, ou polticas de governo que modifi-quem essas prticas, esse quadro dificilmente vai mudar.
Na questo da obesidade, por exemplo, a Educao Fsica fun-damental para reverter esse qua-dro, mas, atualmente, no h ne-nhuma poltica de combate a esse problema. Se houvesse, consegui-
ramos atuar de forma muito mais contundente.
Qual a razo de a disciplina se encontrar nesse cenrio?STEINHILBER: Acredito que no exista apenas um fator, mas uma somatria deles. A primeira razo que acontece que est havendo uma mudana de cultura da Edu-cao Fsica no Brasil. Isso porque a profisso nasceu como licen-ciatura em 1939, a partir de uma perspectiva disciplinadora. Na dcada de 1970, com o boom da atividade fsica, comearam a surgir as academias e no ha-
A Educao Fsica fundamental para
o alcance do equilbrio do corpo, da mente
e do esprito
ENTREVISTAO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
ENTREVISTAO FUTEBOL NA ESCOLA
via nenhuma regulamentao da profisso. A partir da, perceben-do essa oportunidade de merca-do, os cursos universitrios, que eram inteiramente voltados a for-mar professores de escola, come-aram a introduzir disciplinas vol-tadas para esse nicho. Foi somente em 1998 que o pro-fissional de Educao Fsica foi
reconhecido como profissional
da sade e que foi criado o ba-charelado na rea. So transfor-maes recentes, por isso nos encontramos ainda nesse mo-mento de transio e estudo so-bre os melhores modelos de for-mao de profissionais.
Como a academia tem contribudo para essa transio?STEINHILBER: Esta outra questo problemtica. Os estudos cient-ficos que mostram a importncia
da Educao Fsica no desenvol-vimento e no aprendizado so recentes, tm no mximo dez anos. Por isso os diretores de es-cola, parlamentares e executivos ainda no veem valor acadmico na educao fsica. um trabalho que est em construo.
Como o senhor definiria, ento, a Educao Fsica hoje?STEINHILBER: O que ns enten-demos e buscamos hoje como Educao Fsica escolar a dis-ciplina com o objetivo da for-mao em cidadania e valores; e que, simultaneamente, a es-cola oferea pelo menos trs atividades com uma intensida-de maior para que o aluno pos-sa adquirir gosto pelo exerc-cio, com foco na reduo dos ndices de obesidade. Essa seria a linha para contri-
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Educar para Crescer
ENTREVISTAO FUTEBOL NA ESCOLA
buir com esse processo todo, que o que chamamos de educao integral.
Em relao ao processo de formao de professores, como o Confef atua para que eles tenham essa viso mais holstica da discipli-na na escola?STEINHILBER: Ns promovemos encontros de coordenadores pe-riodicamente e ainda temos um convnio com o MEC para avaliar os cursos de Educao Fsica ofe-recidos atualmente. Tambm promovemos capacita-es aos profissionais, com con-tedo atualizado. Nos colocamos, ainda, disposio das Secreta-
rias de Educao para fazermos capacitao conjunta.
Nas escolas, como isso pode mudar na prtica?STEINHILBER: Precisamos de um entendimento do diretor sobre a importncia e o real papel da
Educao Fsica. Dessa forma ele tem condies de cobrar e avaliar os professores e per-mitir o desenvolvimento desse trabalho com os alunos. Nesse sentido, tambm preciso engajar e capacitar os professores para que eles tenham condies de ofere-cer um programa de aulas com essas caractersticas.Existe, por parte das escolas,
A educao gera resultados mais intangveis e de longo prazo, e isso ainda pouco valorizado
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Educar para Crescer
algum movimento nessa direo?STEINHILBER: Na verdade, o que ob-servamos hoje uma realidade bem diferente. Os professores so co-brados pelos resultados no esporte, pela performance da escola em com-peties, por exemplo. A educao gera resultados mais intangveis e de longo prazo, e isso ainda pouco va-lorizado. Temos visto diversas expe-rincias interessantes, com timos resultados, porm ainda so inicia-tivas pontuais, isoladas. Queremos disseminar esses exemplos para que cada vez mais escolas adotem esse modelo de educao integral.
Quais seriam, ento, os desafios para que a Educao Fsica desempenhasse sua funo integralmente?STEINHILBER: Eu citaria trs gran-des desafios. O primeiro a in-
cluso, nas polticas pblicas fe-derais, estaduais e municipais, de um processo efetivo da va-lorizao dessa disciplina. Sem esse movimento no h como termos uma evoluo de fato. Tambm preciso que haja uma maior compreenso da diferena entre a disciplina Educao Fsica e o desenvolvimento de ativida-des fsicas na escola. Isso porque elas tm funes diferentes. Na disciplina, no podemos, por exemplo, tratar da obesi-dade, mas sim da conscientiza-o em relao vida saudvel. J a atividade fsica oferecida pela escola pode sim ser um trabalho complementar e ajudar na re-duo da obesidade. Por ltimo, destacaria a incluso da Educa-o Fsica no processo de apren-dizagem da criana. H pesqui-sas que comprovam que a falta
ENTREVISTAO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
de Educao Fsica na escola pre-judica o aprendizado, inclusive no pr-vestibular, poca em que tanto os alunos como as pr-prias escolas acabam excluindo a Educao Fsica do cotidiano. E essa atitude tem o efei-to oposto, pois a ativida-de fsica auxilia no desenvol-vimento da aprendizagem. Se esses trs fatores fossem compreendidos, j teramos um avano enorme.
Como o futebol pode contribuir para o aprendizado dos valores do esporte e da importncia de uma vida saudvel?STEINHILBER: Por ser uma mo-dalidade esportiva, o futebol um instrumento para o apren-dizado desses valores, como a importncia do adversrio,
do parceiro, do cumprimen-
to de regras de como pos-svel aplicar essas questes no dia a dia. Infelizmente, o que vejo que estamos jogan-do uma grande oportunidade fora, pois no h um trabalho voltado ao ensino desses va-lores atrelado ao momento. No se fala sobre isso nem nas escolas nem na mdia. O que eu defendo usarmos o futebol por uma questo de oportunidade.Temos de aproveitar a ocasio para explicar e divulgar o quan-to o esporte fundamental para diminuio da obesidade, para a promoo da sade e para o desenvolvimento do cidado. por isso que o futebol im-portante, em funo do mo-mento. pela visibilidade, no por apresentar mais vantagens do que outras modalidades.
ENTREVISTAO FUTEBOL NA ESCOLA
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APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer 28
O QUE A CRIANA PODE APRENDER COM O FUTEBOL?
O esporte mais popular do planeta pode ser a ponte para a aprendizagem de valores
humanos e at da matemtica
Educar para Crescer
No comeo de sua carreira como professor de Educao Fsica, na dcada de 1990, Alcides Jos Scaglia deu incio a um traba-lho que o marcaria para sempre. Na escola onde lecionava, em Paul-nia, a Escola Municipal Oadil Pietro-bon, no havia uma quadra espor-tiva, motivo de queixa dos alunos. Tinha, no entanto, uma rea grama-da no aproveitada. Influenciado
pelos pensamentos do pedagogo Celestin Freinet, que, entre muitas outras ideias, defendia a aprendiza-gem por meio da experincia, Alci-des mobilizou alunos e professores na construo de um campo de fu-tebol no espao ocioso.
Para projetar o estdio, o time ganhou o reforo da professora Mrcia, de matemtica. Em suas au-las, retngulos, crculos e semicrcu-los passaram a ser vistos por outra perspectiva pelos alunos da quarta
srie do antigo ensino fundamental hoje quinto ano. De compassos e rguas nasceram a pequena e a grande rea, a meia lua, as linhas de fundo e laterais e os gols. Tam-bm coube classe, dividida em grupos, a avaliao do terreno as informaes eram levadas aos, pro-jetistas fazer o oramento da obra, preparar um ofcio para a diretora e selecionar no bambuzal, no fun-do da escola, os melhores pedaos que seriam serrados pelo zelador e transformados nas traves dos gols.
O planejamento, tocado em paralelo com o contedo regular das aulas, levou um ms e meio para ficar pronto; o campinho, ape-nas um dia. As crianas, orientadas pelos professores, transpuseram a planta para a escala real, calculando os espaos do campo com barban-tes, desenharam as linhas com cal e fixaram na grama as traves. O jogo
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
de estreia, tamanha a ansiedade, se deu logo ao fim do expediente. E o
projeto no terminou ali.No dia seguinte, os alunos do
quinto ano explicaram aos demais que o patrimnio era de todos e combinaram horrios e regras para sua utilizao nos intervalos. Depois da experincia, os professo-res perceberam uma melhora no desenvolvimento de suas matrias. Nas aulas de Mrcia, a compreen-so da aritmtica e de formas ge-omtricas ficara mais fcil; nas de
Alcides, a parte conceitual dos jo-gos com bola tambm. O esporte, em geral, ser o que fizermos dele.
O futebol ser pedaggico e edu-cativo se forem criados ambientes de aprendizagem, de modo a pos-sibilitar que realmente se atinjam os objetivos educativos que se pre-tende, diz o professor, hoje coor-denador do curso de Cincias do Esporte na Faculdade de Cincias Aplicadas da Unicamp.
O esporte, em geral, ser o que fizermos dele. O futebol ser pedaggico e educativo se forem criados ambientes
de aprendizagem, de modo a possibilitar que realmente se atinjam os objetivos educativos que se pretende
Alcides Jos Scaglia, coordenador de Cincias do
Esporte na Faculdade de Cincias Aplicadas da Unicamp
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
O esporte bom para mostrar criana a importncia de suas escolhas. Ir ao treino
ou ao cinema? Passar a bola ou seguir em frente? No d para jogar sempre a culpa
das derrotas no azar, na vida, no outro. A criana nota que o resultado do
jogo fruto de atitudes.
SER MAIS RESPONSVEL
PELAS ESCOLHAS
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
VEJA OUTRAS
LIES QUE PODEM
VIR DO FUTEBOL
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Educar para Crescer
Se o esporte praticado e aprendido imerso em um ambiente de prazer pela aprendizagem,
alegria por saber ganhar e perder (que faz parte da aprendizagem do jogo) e acolhimento
pelo sentimento de pertencimento, o jovem levar isto para o resto
de sua vida.
CRIAR HBITOSSAUDVEIS
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
O talento, que sempre foi visto como algo inato, fruto de um dom, , na verdade, resultado de muito
envolvimento, disciplina e determinao. Com o esporte, a criana aprende que precisa se
esforar para melhorar. Sem treino? Sem talento!
ACREDITAR QUE O ESFORO
RECOMPENSA
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Educar para Crescer
O futebol ajuda muito na resoluo de problemas. Quando vai driblar um adversrio,
o jogador precisa pensar rpido; para fazer a marcao do atacante, preciso
concentrao; para chutar ou fazer um passe, senso de direo e
noo do espao.
RACIOCNIO RPIDO
O professor de Educao Fsica pode trabalhar assuntos conceituais que fazem parte do universo
do futebol. H uma relao intrnseca entre futebol e cultura. Os professores podem
alertar sobre as mazelas na cultura popular do futebol e criar
condies para a reflexo e ao.
TER PENSAMENTO CRTICO
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Para viver em sociedade, precisamos aprender a nos expressar, sem nos impor sobre o outro,
mas tambm sem deixar que ele nos oprima. Assim tambm no esporte: um jogador
precisa ter coragem de ousar, de exercer sem inibio suas
habilidades.
MELHORAR ASOCIABILIDADE
O Fair Play, ou jogo limpo, deve ser ensinado desde cedo nas (boas) aulas de futebol. A
gente procura mostrar que voc tem um adversrio e no um inimigo, diz Fbio
Oliani, coordenador de Educao Fsica do colgio So Lus.
JOGAR LIMPO
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Nas aulas de futebol, as crianas percebem que quando todo mundo trabalha em conjunto
por um objetivo comum mais fcil alcanar o sucesso. Elas percebem tambm que
cooperar melhor do que se impor sobre os outros.
TRABALHAR EM EQUIPE
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
Perder faz parte do jogo e da vida. Ao reavaliar uma derrota com o professor, a criana reflete
sobre o que pode fazer para melhorar seu desempenho. Isso importante para que
ela perceba o valor do esforo para cada conquista.
APRENDER COM AS DERROTAS
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Educar para Crescer
No esporte bem dirigido, a criana aprende a ganhar sem desprezar o valor do adversrio.
Pequenos gestos, como ouvir o hino do outro time, apertar a mo ao final do jogo, trocar a
camisa com outro jogador, mostram que a disputa se restringe ao campo.
RESPEITAR O PRXIMO
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
Quando a criana defende a camisa de um time, ela se compromete a comparecer aos
treinos, a dormir cedo para ficar descansada, a ter uma alimentao mais saudvel...
Ela se sente responsvel pelo seu desempenho frente ao
time todo.
TER MAISCOMPROMISSO
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Educar para Crescer
Fez falta? Perde a bola. Xingou o adversrio? Leva carto. Todas as atitudes antidesportivas
tm consequncias que afetam no apenas a criana como a todos. Ela aprende que
precisa respeitar as regras para se manter em campo.
ACEITAR AS REGRAS
APRENDIZADO INTERDISCIPLINARO FUTEBOL NA ESCOLA
At mesmo um atleta habilidoso pode se atrapalhar se no conseguir controlar o
nervosismo durante o jogo. A cabea fria importante tanto na hora de cobrar um
pnalti quanto na hora de no agredir o adversrio, provocando uma
expulso.
CONTROLAR AS EMOES
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Educar para Crescer
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer 38
VALORES ALM DAS QUADRASO impacto positivo que
o esporte traz para a sociedade
Educar para Crescer
Integrao, cooperao e colabo-rao so valores intrinsecamen-te ligados prtica esportiva e que podem ser potencializados na es-cola por meio do esporte educacio-nal. Ao contrrio do esporte como performance, que busca o resulta-do, o objetivo no desenvolver ta-lentos desportivos, mas alcanar o desenvolvimento integral do indiv-duo, por meio dos quatro pilares da educao: saber, fazer, ser e convi-ver. Unindo todos esses conceitos, o aluno adquire competncias e co-nhecimento para exercer sua cida-dania plena, tornando-se agente de incluso e de transformao social.
E se o esporte exerce um papel to importante na formao das crianas e adolescentes, o futebol, por sua popularidade e visibilidade, tem um poder ainda maior. O es-porte, por si s, no educacional. Para ele ser um agente de transfor-
mao, deve haver uma intenciona-lidade, um programa que promova no apenas a prtica de movimen-tos, mas que discuta todo o univer-so em que esse esporte est inseri-do e as questes que ele desperta, afirma Srgio Andrade, coordena-dor da Fundao Gol de Letra, or-ganizao no governamental que desenvolve prticas socioeducati-vas para crianas, adolescentes e jovens por meio de atividades cul-turais e esportivas.
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
O esporte, por si s, no educacional.
Para ele ser um agente de transformao,
deve haver umaintencionalidade...
Srgio Andrade, coordenadorda Fundao Gol de Letra
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Educar para Crescer
Andrade cita um exemplo de como isso pode ser feito em re-lao ao futebol. Por fazer parte do dia a dia de praticamente toda a populao, alm das regras e fundamentos, o futebol oferece a oportunidade de debatermos di-versos assuntos, como violncia das torcidas, supervalorizao de jogadores, dopping, vitria a qual-quer custo e muitos outros assun-tos que vo alm das quadras, mas que tambm fazem parte da Educao Fsica. Essa proximida-de facilita o dilogo, completa.
FORMAO E INCLUSO SOCIAL
Apesar de o principal am-biente do esporte educacional ser a escola, seus conceitos e mto-dos podem ser aplicados de di-ferentes formas. A Fundao Gol de Letra, fundada pelos ex-joga-
dores de futebol Ra e Leonardo, possui um programa esportivo totalmente baseado no esporte educacional. Chamado Jogo Aber-to, o programa atua em diversas frentes, entre elas o Ncleo de Es-porte e Desenvolvimento (NED), voltado para crianas e jovens e que oferece prticas de futsal, v-lei, basquete, handebol, capoeira e tchoukball praticados em um espao cedido pela prefeitura, na Vila Albertina, na periferia de So
Paulo, bairro onde tambm fica a
sede da ONG.
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
A inteno no formar atletas, mas utilizar o
esporte como forma de ensinar valores
Maurcio Amatto, educador do programa Jogo Aberto
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Educar para Crescer
Os participantes podem es-colher at trs modalidades, pra-ticadas fora do turno escolar. Te-mos aulas de manh e tarde, para que estudantes de ambos os perodos possam participar. A ideia preencher esse tempo ocioso, em que eles poderiam estar nas ruas, em contato com drogas e com o crime, por exem-plo, com atividades esportivas de cunho educacional. Nossa inten-o no formar atletas, mas uti-lizar o esporte como forma de en-sinar um comportamento cidado, o que inclui valores como incluso,
trabalho em equipe, companheiris-mo e no-violncia, afirma Maur-cio Amatto, educador do programa Jogo Aberto, que atualmente aten-de cerca de 450 crianas e adoles-centes.
A prtica acontece sempre com times mistos e de diversas idades (dos 10 aos 18) e as regras muitas vezes so adaptadas pelos prprios participantes. Dessa forma eles se apropriam do jogo e trabalham em conjunto, o que contribui muito para que eles gostem da atividade e se empenhem, continua Amatto.
A Gol de Letra ainda oferece
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
um programa de formao de mo-nitores do Jogo Aberto para jovens com interesse em atuar dentro da instituio como multiplicadores de conhecimento. Aps um processo de formao de seis meses, eles se tornam auxiliares dos educadores.
UMA BOLA QUE PERCORRE O MUNDO
A paixo pelo futebol e a certe-za de que ele pode contribuir para
a construo de um mundo melhor foi o motor para a criao de outro projeto voltado ao esporte educa-cional: o Spirit of Football ou SOF.
A entidade surgiu na Inglaterra e, desde a Copa do Mundo de 2002,
no Japo, um grupo viaja at o pa-s-sede da Copa do Mundo, saindo
do local onde foi disputada a pri-meira partida oficial de futebol, o
Battersea Park, em Londres. Nessa viagem, os voluntrios percorrem diversos pases visitando escolas, dirigentes e locais pblicos. Eles tambm conhecem a cultura local, promovem atividades, palestras e divulgam o esprito do futebol.
Para cada Copa, a equipe do SOF leva uma bola, The Ball, conhe-cida como a tocha olmpica do fu-tebol. Por onde passa, a bola vai sendo assinada por todos, at che-gar ao pas que receber o Mundial.
Utilizamos a bola como smbolo de
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
Veja o vdeodos alunos
na verso digital da revista
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Educar para Crescer
Saiba mais sobre os valores e princpios disseminados pelo esporte educacional:
INCLUSO DE TODOS: criao de condies e oportunidades para que todas as crianas e jovens tenham acesso prticaesportiva;
CONSTRUO COLETIVA: possibilitar aos alunos oenvolvimento no planejamento e na construo dos programasde aprendizagem esportiva, considerando seus interesses, suas expectativas e necessidades;
RESPEITO DIVERSIDADE: reconhecer e respeitar a hetero-geneidade dos alunos em relao etnia, ao sexo, ao biotipo,assim como de repertrios e habilidades;
EDUCAO INTEGRAL: possibilitar aprendizagens queultrapassem a dimenso psicomotora da prtica esportiva como, por exemplo, as cognitivas, sociais e afetivas;
RUMO AUTONOMIA: compreender a prtica esportiva como ao emancipatria, baseada no conhecimento,esclarcimento e na possibilidade de, no futuro, o alunoautogerenciar sua prtica de atividade fsica e esportiva e se tornar um cidado desportivamente entusiasta, crtico e competente;
REGIONALISMO respeito, proteo e valorizao das razes e heranas culturais, considerando a singularidade dos diversos mundos culturais, de forma a resgatar e preservar sua identidade cultural no processo de construo do coletivo.
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
igualdade e de combate a qualquer tipo de discriminao, afirma Mo-nica Conrado, coordenadora peda-ggica do SOF Brasil.
A entidade tambm conta com uma rede de organizaes no-governamentais presente no Brasil, na Inglaterra e na Ale-manha que realiza programas de acompanhamento de crianas e adolescentes carentes, utilizando o futebol como ferramenta de in-cluso e transformao social.
Outra iniciativa promovida pelo SOF no Brasil um programa
educacional voltado para crianas de 6 a 8 anos, com durao de 20
horas e que pode ser requisitado por qualquer escola e entidade que tenha o desejo de fortalecer valores sociais e do esporte. Nesse programa, oferecemos atividades multidisciplinares que envolvem no apenas o futebol, mas meio
ambiente, cultura local, artes pls-ticas, alimentao saudvel e tec-nologia, que culmina na produo de um livro digital, explica Gustavo Azevedo, coordenador de Marke-ting do Spirit of Football Brasil. Ao
final do ciclo, h ainda um torneio
de futebol envolvendo os familia-res dos alunos. Esses jogos tm o objetivo de integrar a todos e en-volver os familiares em um torneio de futebol onde participam adul-tos e crianas em um mesmo time, com regras especficas para apro-veitar ao mximo a participao de todos. Esprito do futebol unio, todos terem a oportunidade de jogar. Seja qual for o esporte, in-cluso, completa Azevedo.
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Educar para Crescer
Comecei na Gol de Letra porque estava procurando um lugar para jogar basquete e gostei muito da forma como o esporte ensinado. Aqui um ajuda o outro a dar o seu melhor e os professores conversam sempre com a gente sobre diversos assuntos. Aprendo muito sobre como conviver melhor com pessoas diferentes de mim.
Alm de podermos conhecer diversos esportes, o mais legal que ningum se sente melhor que ningum. Quem sabe mais ensina os que sabem menos e todos jogam juntos, independentemente da habilidade.
Resolvi me tornar monitor porque me identifiquei demais com o trabalho da Gol de Letra. Aqui, descobri o que eu realmente gosto de fazer, que trabalhar com o esporte, principalmente o futebol. Hoje trabalho tarde e de manh auxilio os professores. Meu sonho fazer uma faculdade de Educao Fsica e poder voltar como educador.
TRANSFORMAO SOCIALO FUTEBOL NA ESCOLA
DEPOIMENTOS:
Jssica Nunes, 15 anos
Andr Augusto Caetano Jr., 18 anos
Gustavo dos Santos Aguiar, 15 anos
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Educar para CrescerEducar para Crescer 46
PROGRAMA PEDAGGICOO FUTEBOL NA ESCOLA
Levar s aulas de Educao Fsica umprograma sistematizado, interdisciplinar
e que ainda proporcione a conscientizaosobre a importncia da atividade
fsica pode gerar timos resultados
FUTEBOL CONTEDO ESCOLAR
Educar para Crescer
O futebol um tema apaixo-nante em um pas como o Brasil, em que o esporte faz parte do cotidiano e at do estilo de vida de milhes de pessoas. No h quem no tenha uma opinio so-bre o assunto. Por que, ento, no fazer dele um agente da educao?
Para o professor Alcides Scaglia, coordenador de Cin-cias do Esporte na Faculdade de Cincias Aplicadas da Unicamp, essa foi a questo que o levou a propor um programa sobre o futebol durante um bimestre
dedicado modalidade nas au-las de Educao Fsica da escola onde lecionava. A Educao F-sica precisa de um contedo que tenha comeo, meio e fim, como
qualquer outra disciplina. Esse contedo deve ser apresentado de forma que os alunos possam conhecer a atividade, contextua-liz-la e ressignific-la para alm
dos muros da escola, afirma.
Scaglia entende por conhe-cimento apresentar o que j foi produzido pelo homem relacio-nado a essas prticas corporais e, por contexto, compreender o momento e a forma em que esse conhecimento foi produzido. J a ressignificao criar um ambien-te para que esses conhecimentos possam ser apropriados pelos alunos e postos em prtica em sua vida. A ideia no reproduzir conhecimento, mas dar um novo
PROGRAMA PEDAGGICOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
significado, mostrar que o que foi
aprendido tem sentido e pode ser usado como forma de melhorar a vida dos alunos, completa.
CONTEDO MULTIDISCIPLINAR
O programa foi implantado nas aulas da quinta oitava s-ries, equivalente ao que hoje so sexto a nono anos, com conte-dos e atividades diferentes, de acordo com a idade e correlao com o contedo das outras mat-rias. Reuniram-se, ento, em uma mesma disciplina, a atividade fsi-ca, o desenvolvimento motor, cul-tura, histria e valores sociais.
Dessa forma, possibilitou-se aos alunos a ampliao e a incor-porao crtica dos conhecimen-tos relativos s prticas corporais, mais especificamente cultura
ldica, expressa na forma de jogo e exerccio. Alm de proporcionar
situaes pedaggicas que esti-mulassem a soluo de proble-mas de corpo inteiro buscando sempre que os alunos ampliem suas respectivas competncias interpretativas, medida que to-mam conscincia de suas aes corporais contextualizadas, de-senvolvendo autonomia, conquis-tando sua emancipao.
EDUCAO FSICA MAISVALORIZADA
Apesar de bem-sucedida, a experincia de Scaglia esbar-ra em algumas questes com as quais as escolas ainda no sabem como lidar, como o entendimen-to e a conscientizao, por parte das prprias instituies, da im-portncia da Educao Fsica na formao do aluno e de sua rele-vncia em relao s demais disci-plinas. Futebol no vira contedo
PROGRAMA PEDAGGICOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
na escola. O futebol contedo na escola em poca de Copa do Mun-do, Olimpada ou em uma grande deciso de clubes. Mas o conte-do srio, que se pauta por abor-dagem de questes crticas e pelo papel do futebol na vida do povo, no acontece. A Educao Fsica, assim como Artes, contedo de segunda classe para grande parte das escolas. Lamentavelmente, a tendncia nacional o despres-tgio dessas disciplinas. Acredito que, com bons projetos pedag-gicos, o futebol poderia exercer
uma funo muito mais relevan-te, afirma Marcia Malavasi, pro-fessora e especialista em Projeto Poltico Pedaggico da Unicamp.
INTEGRAR E INCLUIROutra questo levantada por
Marcia o investimento direcio-nado ao esporte na escola, j que, atualmente, apenas 20% das escolas brasileiras possuem qua-dras esportivas. Acredito que os movimentos sociais em busca de polticas pblicas que resga-tem essa necessidade de espor-
Educao Fsica, assim como Artes, contedo de segunda classe para grande parte
das escolas. Lamentavelmente, a tendncia nacional o desprestgio dessas disciplinas
Marcia Malavasi, professora e especialista em Projeto Poltico Pedaggico da Unicamp
PROGRAMA PEDAGGICOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
tes podem ser um comeo dessa mudana. Outro passo a parce-ria das escolas com associaes de bairro, com a comunidade, para a melhora da infraestrutu-ra ou para a melhora de espaos que so mal utilizados, continua a professora, que destaca, ainda, a necessidade de se ouvir os alu-nos. As crianas tm sido muito pouco ouvidas pelas escolas. Se elas fossem questionadas, cer-tamente pediriam mais Educa-o Fsica. E o gosto pela discipli-na pode contribuir muito para a educao e o desenvolvimento socioemocional dos alunos.
Para Alcides Scaglia, o ambien-te de jogo pode ser uma tima fer-ramenta de desenvolvimento e in-cluso. O jogo um timo espao acolhedor, pois possibilita aos alu-nos vivenciarem o desafio em um
espao em que eles se sintam se-
guros. Esse um grande desafio do
professor: conseguir incluir todos os alunos nas prticas propostas, pro-porcionar a construo de conheci-mento e, ao mesmo tempo, cons-cientiz-los sobre a importncia da atividade fsica, finaliza Scaglia.
PROGRAMA PEDAGGICOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer
Com iniciativas e polticas pblicas eficientes, possvel reverter o atual
quadro de inatividade fsica e despertar nas crianas o gosto pelo esporte
LUTA CONTRA O SEDENTARISMO
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Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
Pela primeira vez na histria, esperado que as crianas de uma gerao posterior vivam
em mdia cinco anos a menos
do que seus pais. E a principal
causa sedentarismo. De acor-do com a Campanha Designed
to Move, criada com o objetivo
de conscientizar a populao
sobre os riscos do sedentarismo
e que fez uma extensa pesquisa
em relao ao tema em diversos
pases, a atividade fsica dos bra-sileiros diminuiu 6% em apenas
cinco anos. At 2030, a reduo
ser de mais de 34% menos da
metade do tempo previsto para
o Reino Unido.
De acordo com Mariana Behr
Andrade, gerente geral de Educa-o do Comit Organizador dos Jo-gos Olmpicos e Paralmpicos Rio
2016, esses dados so alarman-te principalmente pelos impac-
tos sociais e econmicos gerados
pela inatividade fsica. H apenas
algumas geraes, a atividade fsi-ca era parte integrante da vida di-ria. Em nome do progresso, ns
a removemos to completamente
que a inatividade fsica parece re-almente normal, afirma.
Mariana aponta ainda outras
consequncias graves do seden-tarismo, como maiores ndices
de obesidade, mais faltas na es-cola, menores notas, menor ren-da, mais gastos com sade, mais
dias de afastamento devido a
doenas e at mais mortes pre-maturas. A inatividade fsica tam-bm contribui de maneira signifi-cativa ampla predominncia de
doenas no contagiosas e dis-trbios de sade mental. Apenas
no Brasil, so 250 mil mortes por
doenas cardacas e diabetes e a
obesidade infantil aumentou trs
Educar para Crescer 52
Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer 52
Educar para Crescer
H apenas algumas geraes, a atividade fsica era parte integrante da vida diria. Em nome do progresso, ns a removemos to completamente que a inatividade fsica parece realmente normal Mariana Behr Andrade, gerente geral de Educao do Comit Organizador dos Jogos Olmpicos e Paralmpicos Rio 2016
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
Educar para Crescer 53
Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
vezes nos ltimos 20 anos. So-mente em 2008, foram gastos R$
26 bilhes associados inativida-de fsica. Diante desse cenrio,
fica claro que a atividade fsica
no uma opo, uma necessi-dade, afirma Mariana.
PARA QUEBRAR O CICLOEm uma experincia que
busca o resgate da atividade fsi-ca entre as crianas, a Rio 2016
criou uma srie de iniciativas em
escolas pblicas do Rio de Janei-ro, oferecendo novas experimen-taes esportivas. Essa foi uma
maneira que encontramos de
contribuir para que as crianas
adquiram o gosto pela atividade
fsica desde cedo e, ao mesmo
tempo, aprendam sobre valores
olmpicos e paralmpicos. Para
ns, a escola o lugar ideal para
essa iniciativa, afirma Mariana.
AES DE EDUCAO RIO 2016
Font
e: M
aria
na B
ehr A
ndra
de -
Rio
2016
Levar os Jogos Rio 2016 para dentro das escolas e potencializar o esporte como ferramenta de educao
Linhas de ao:l Vivncia dos valores
olmpicos e paralmpicos;
l Experimentao esportiva e vida ativa saudvel;
l Engajamento nos Jogos Rio 2016;
l Experimentao esportiva e estmulo vida saudvel;
l Ampliao do cardpio de esportes na Educao Fsica escolar;
l Estmulo de novasoportunidades de aprendizado para professores e alunos;
l Criao de experincias positivas de prtica esportiva.
Educar para Crescer 54
Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
Para o presidente do Conse-lho Federal de Educao Fsica
(Confef), Jorge Steinhilber, uma
das principais barreiras para que
esse quadro se reverta a falta de
polticas pblicas relacionadas
ao tema. Se me perguntam se
a questo do sedentarismo est
sendo discutida nas escolas, eu
vou dizer que no tenho certeza,
porque no existe uma poltica
para isso. Como cada professor
age da maneira que acredita ser
a mais correta, observamos es-colas que tm timas experin-cias, alm de outras iniciativas,
como a do Rio 2016, e outras
que no esto fazendo absoluta-mente nada, afirma. necess-rio que haja, de fato, um desper-tar para essa questo. Estamos
trabalhando junto sociedade
e ao poder pblico para que as
pessoas percebam que a Educa-
Educar para Crescer 55
Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
o Fsica no uma atividade
recreativa ou desportiva, uma
disciplina, completa.
Steinhilber explica que o pa-pel da Educao Fsica escolar
disseminar a conscientizao da
importncia da atividade fsica, ou
seja, ela proporciona as experin-cias para que o aluno tome gosto
por alguma prtica. Alm disso,
durante o Ensino Fundamental, a
disciplina ainda exerce um impor-tante papel no desenvolvimento
da coordenao motora, o que
essencial para a alfabetizao
da criana. Muitas crianas tm
dificuldade de aprender a ler e a
escrever pela falta de coordena-o visual e motora. E a Educao
Fsica pode contribuir muito para
isso, ressalta o professor.
Steinhilber chama ateno
para outro ponto que considera
fundamental no combate ina-
BENEFCIOS CONQUISTADOS COM A QUEBRA DO CICLO DE INATIVIDADE NAS
CRIANAS:l Dez vezes menos chances
de desenvolver obesidade;
l Menor propenso ao fumo, ao uso de drogas ou gravidez precoce;
l Resultados 40% maiores em testes e provas escolares;
l 15% mais chance de ir para faculdade;
l Salrio anual 7%-8% maior;
l Reduo de riscos de doenas de corao e diabetes.
Font
e: D
esig
ned
to M
ove
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Educar para Crescer
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
tividade fsica: a falta de infor-mao. Hoje, a ideia de que es-porte promove sade e incluso
social e de que praticar alguma
atividade fsica a chave para
uma vida saudvel est arrai-gada na nossa sociedade, mas
a realidade no bem essa. O
esporte s promove benefcios
se houver a correta orientao.
Para isso, evidentemente, se faz
necessria a atuao do profis-sional da Educao Fsica.
Para o professor, a valoriza-o e a capacitao adequada do
profissional de Educao Fsica
so questes primordiais. Tanto
as crianas, como jovens, adul-tos e idosos tm o direito de re-ceber orientao profissional de
alta qualidade. Nosso trabalho
defender esse direito, afirma.
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Educar para Crescer
O conhecimento das con-
sequncias da inatividade fsica
est evoluindo nos ltimos anos.
No Reino Unido, entre 1994 e 2008,
por exemplo, os ndices de obe-
sidade aumentaram 79% para os
homens e 47% para as mulheres.
A inatividade fsica um im-
portante fator de risco de en-
fermidades, como mortalidade
geral, doena cardiovascular,
presso alta, AVC, diabetes do tipo
2, sndrome metablica, cnc-
er de clon, cncer de mama
e depresso.
Um estudo recente publicado na
revista cientfica The Lancet estima
que a inatividade fsica responsvel
por 6% das doenas coronrias, 7% da
diabetes do tipo 2 e 10% dos cnceres
de mama e de clon.
AS GRAVES CONSEQUNCIAS DA INATIVIDADE FSICA
No Brasil, estima-se que as mortes
atribudas a diabetes aumentaro 82%
entre 2005 e 2015. E, na China, mais de
2,4 milhes de pessoas morreram de
doenas cardiovasculares em 2005.
O estudo do The Lancet tambm
estima que 9% de todas as mortes pre-
maturas no mundo so atribudas
inatividade fsica. Em outras palavras,
elas poderiam ter sido evitadas.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
1. DISPUTA DE CAMPEES
Material utilizado papel canetas coloridas tesoura
Como brincar1. Faa uma ficha sobre cada pas
participante da Copa.
2. Recorte as fichas como se fossem cartas de baralho.
3. Embaralhe as cartas e distribua aos jogadores. Cada um deve fazer seu montinho, com as cartas viradas para baixo.
4. Tire na sorte quem ser o primeiro a jogar. Ele deve pegar a primeira carta do monte e escolher uma das categorias numricas (rea, populao, nmero de Copas de que participou ou nmero de Copas que venceu) para desafiar o grupo. Cada um fala seu nmero referente a essa categoria. Quem tiver o nmero mais alto vence e fica com as cartas dos amigos, colocando-as no final de seu monte.
5. O vencedor da rodada tira a primeira carta de seu monte e escolhe uma das categorias para repetir o desafio. Quem ficar sem cartas sai do jogo e, ao final, vence quem tiver mais cartas.
BRINCADEIRAS PARA USAR EM CASA OU NA SALA DE AULACombata o sedentarismo usando o futebol como tema
para brincadeiras
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
59Educar para Crescer
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2. FORME OS PARES
Material utilizado papel lpis e lpis de cor (ou impressora
colorida)
Como brincar1. Desenhe as bandeiras dos pases
participantes da Copa. Corte as folhas em retngulos maiores do que as bandeiras, como se fossem cartas. Recorte 32 retngulos do mesmo tamanho e escreva o nome dos pases.
2. Embaralhe os retngulos e distribua sobre uma mesa, virados para baixo.
3. Tire na sorte quem ser o primeiro a virar duas figuras, tentando unir uma bandeira ao respectivo nome do pas. Quem conseguir fica com as duas cartas e tem uma nova chance. Quem errar tem de por as duas cartas de volta no mesmo lugar. O participante direita ser o prximo a tentar formar um par. Ao final, vence quem juntar mais pares. Obs: Se preferir, cole a folha de papel em uma cartolinaou em um pedao de papelo antes de cortar as cartas.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
60Educar para Crescer
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3. UM PAS COM A LETRA...
Como brincar1. Todos contam at trs, dizem j
e mostram um nmero com as mos. Contem os dedos usando como referncia o alfabeto (A, B, C...) e considerando que cada dedo corresponde a uma letra.
2. Tirem na sorte quem ser o primeiro a falar. Em uma rodada, cada partici-pante fala o nome de um pas partici-pante da Copa em que essa letra apa-rea (no necessariamente no incio). Quem no souber pelo menos um nome sai do jogo. Quem souber s um nome, na rodada seguinte, pode passar a vez. O jogador que disser o ltimo nome correto o vencedor da rodada.
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61Educar para Crescer
Educar para Crescer
4. PASSA A BOLA
Material utilizado 1 bola
Como brincar1. A turma forma uma roda e um
jogador passa a bola para o outro, com os ps. Quem toca na bola tem que falar o nome de um dos pases participantes da Copa.
2. Quem errar ou no souber dizer o nome de nenhum pas sai do jogo. O ltimo a acertar o nome de um pas o vencedor.
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5. MUITAS SELEES
Material utilizado papel caneta
Como brincar1. Escrevam uma lista com categorias
como: personagens, filmes, livros, histrias, lendas, brinquedos, comidas, bichos, lugares, amigos, cores, pases, cidades e outros que a turma quiser. Recortem a lista em tirinhas e dobrem os papeizinhos.
2. Distribuam uma folha para cada participante. Sorteiem uma categoria e cada participante tem de fazer uma seleo de 11 itens naquela categoria (11 lugares ou 11 livros, por exemplo). Quem terminar a lista por ltimo paga um castigo escolhido pela turma.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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6. GOL A GOL
Material utilizado bola giz 1 camiseta branca tinta colorida
Como brincar1. Risquem os limites de um gol de
cada lado e uma linha bem no meio, dividindo o campo.
2. Dois jogadores sorteiam cada um o nome de um pas e colam com fita adesiva a bandeira do pas escolhido em suas camisetas. Os dois se posicionam e comeam a chutar, tentando acertar o gol do adversrio e protegendo seu gol. Se um jogador passar da linha central para chutar, o adversrio tem o direito de bater um pnalti.
3. Vence quem fizer cinco gols primeiro. Se a turma for grande, o jogo pode terminar quando algum fizer dois gols e ento o vencedor da primeira rodada encara outro adversrio e permanece em campo at ser derrotado. O ltimo o campeo e pode ganhar uma camiseta personalizada de acordo com a bandeira que escolheu.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
64Educar para Crescer
Educar para Crescer
7. ONDE FICA?
Material utilizado papis com os nomes dos
pases participantes da Copa
papel caneta um mapa-mndi
Como brincar1. Tirem na sorte quem vai ser o
primeiro a sortear um papel e dizer bem alto o nome do pas. Todos os outros vo tentar achar o pas no mapa. Quem tocar primeiro no pas, localizando-o no mapa, ganha um ponto e ser o prximo a sortear outro nome.
2. Em cada rodada, anotem os pontos em um papel e quando acabarem os papeizinhos somem os pontos para presentear o vencedor.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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8. EMBARALHANDO LETRAS
Material utilizado papis com os nomes dos pases
participantes
papel caneta
Como brincar1. Tirem na sorte quem ser o
primeiro a pegar um papelzinho. Sem ningum ver, o jogador vai escrever o nome do pas sorteado, mas com as letras todas embaralhadas. A turma vai tentar descobrir qual o pas. Quem acertar primeiro ser o prximo a fazer o sorteio. Quem acertar mais vezes vence.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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9. TRAVESSIA DO OCEANO
Material utilizado giz colorido papel caneta papis com o nome dos pases participantes da Copa
1 bola
Como brincar1. Risque com giz no cho cinco crculos
grandes, um bem afastado do outro, que sero os continentes. Escreva dentro de cada um: Amrica, Europa, sia, frica e Oceania. Toda a rea fora dos crculos considerada mar.
2. Forme dois times com o mesmo nmero de participantes. Uma equipe vai ser a dos tubares e a outra a dos craques.
3. Os tubares ficam com a bola, bem no centro, entre os crculos, e os craques se dividem entre os continentes.
4. Um tubaro sorteia o nome de um pas e l em voz alta. Nesse momento, a turma das selees corre para o continente onde esse pas se localiza. Enquanto isso, o tubaro que est com a bola vai lana-la para tentar acertar um craque que esteja no mar. Se a bola escapar s pode ser pega por um dos tubares. O craque que for atingido pela bola vai para a equipe dos tubares.
5. Se algum craque for para o continente errado, ter de correr sozinho para o lugar certo, fugindo dos tubares. Acaba quando os tubares pegarem todos os craques.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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10. JOGO DO ALFABETO
Material utilizado bola
Como brincar1. A turma forma um crculo e um
participante passa a bola para o outro com as mos, falando as letras do alfabeto, em sequncia.
2. Quando algum errar, tem de dizer o nome de um pas participante da Copa que comece com a letra da vez. Por exemplo, se o jogador errou o toque de bola ao falar a letra P, ele pode dizer Portugal, por exemplo. Se ele no souber ou errar, sai do jogo. Em seguida, retoma-se a brincadeira com a letra seguinte. Quem ficar por ltimo vence.
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11. SEM FALAR
Material utilizado papis com o nome dos pases da Copa
Como brincar1. Dividam a turma em dois
times. Cada grupo escolhe um representante e os dois vo sortear cada um o nome de um pas.
2. Fazendo mmica, os dois jogadores tm de tentar transmitir sua equipe o nome do pas sorteado. A equipe que descobrir primeiro, ganha um ponto. Em seguida, os dois jogadores escolhem os prximos participantes de suas respectivas equipes que vo fazer o sorteio. Vence o time que somar mais pontos.
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12. BOLICHE ESPERTO
Material utilizado 10 garrafas pet vazias bandeirinhas dos pases participantes
papel caneta 1 bola pequena
Como brincar1. Escolham bandeiras de 10 pases,
prendam com fita adesiva uma em cada garrafa e coloquem dentro da respectiva garrafa uma pergunta sobre o pas indicado na bandeira (usem as informaes da ficha da brincadeira 1 ou faam uma pesquisa rpida e anotem as perguntas e respostas para que possam conferir depois).
2. Arrumem as garrafas, mantendo bastante distncia entre elas. Marquem uma linha de lanamento, de onde um jogador de cada vez vai arremessar a bola, tentando derrubar as garrafas.
3. Quem derrubar uma garrafa ter de responder a pergunta que est l dentro e, se acertar, fica com a garrafa. Se errar, no ganha nada. Depois a vez de outro jogador. Vence quem tiver mais garrafas no final da brincadeira.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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13. ONDE ESTOU?
Material utilizado papel caneta
Como brincar1. Escrevam uma lista com o nome das
cidades que sero sede de jogos da Copa (Belo Horizonte, Braslia, Cuiab, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e So Paulo) e recortem a lista em tirinhas. Tirem na sorte quem vai ser o primeiro a sortear um papelzinho e dizer: Quem sabe onde eu estou?.
2. A turma vai fazer perguntas para tentar descobrir onde o participante est, mas ele s pode responder sim ou no. Quem acertar a cidade onde ele est o prximo a sortear uma cidade.
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14. ROLA A BOLA
Material utilizado bandeirinhas dos pases participantes da Copa
duas bolas
Como brincar1. Cada participante escolhe a bandeira
de um pas e cola com fita adesiva na prpria camiseta. Todos formam um crculo e duas crianas que estejam uma bem de frente para a outra seguram cada uma uma bola.
2. Contem at trs e os dois comeam a passar a bola ao colega da esquerda, que rapidamente vai fazer o mesmo, passando para o colega do lado. Quando algum derrubar uma bola ou ficar com duas bolas nas mos ter de responder a uma pergunta proposta pelo grupo, referente ao pas que escolheu (usem as fichas sobre os pases para elaborar as perguntas ou faam uma pesquisa e anotem perguntas e respostas para poder conferir durante a brincadeira). Quem acertar a resposta continua na brincadeira e quem errar sai do jogo. Quem ficar por ltimo o campeo.
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15. JOGO DA FLOR
Material utilizado giz 1 bola
Como brincar1. Desenhem no cho uma flor bem
grande, com oito ptalas. Pea para a turma indicar quais so as selees que devem ser as oito finalistas da Copa e escrevam os nomes dos pases escolhidos, um em cada ptala.
2. Sorteiem quem vai ficar no miolo da flor. O participante sorteado joga a bola para cima (bem alto) e diz o nome de um dos pases indicados nas ptalas. A turma que est nas ptalas tem de sair correndo para longe, at que o participante pegue a bola de volta.
3. Quando isso acontecer, todos param e o jogador, que est no miolo da flor, lana a bola, tentando acertar um dos colegas. Quem for queimado sai da brincadeira. Outro participante vai para o centro da flor e a brincadeira recomea.
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16. DUPLA DE CRAQUES
Material utilizado giz lenos escuros 1 bola
Como brincar1. Em um lugar amplo, marquem no
cho os limites do gol de um lado e o ponto de partida do lado oposto.
2. Cada participante escolhe a bandeira de um dos pases participantes da Copa e cola com fita adesiva em sua camiseta.
3. Os jogadores formam duplas, unindo foras de dois pases. Um dos participantes vai ficar de olhos vendados e os dois, de mos dadas, vo sair do ponto de partida levando a bola com os ps e passando-a dos ps de um para o do outro, sem se soltar. A dupla tem direito a duas tentativas de chute a gol e depois a vez da prxima dupla. A dupla que fizer mais gols vence. Dica: como prmio, a turma pode usar tinta para tecido e decorar duas camisetas, uma para cada campeo, usando as cores que representam as bandeiras dos dois pases escolhidos por eles.
PROMOO DA SADEO FUTEBOL NA ESCOLA
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LEGADOO FUTEBOL NA ESCOLA
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O QUE A COPA DEIXA PARA NS?
Valores do esporte, cidadania,diversidade e tica so legados quedeveriam ser proporcionados peloseventos esportivos sediados no Pas
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Infraestrutura, turismo, trans-porte, comunicaes. Quando se discutem os possveis legados que grandes eventos esporti-vos como a Copa do Mundo e as Olimpadas deixam para um pas, geralmente esses so os grandes temas, j que esto intimamente ligados ao desenvolvimento eco-nmico. Mas momentos como esses, em que se renem culturas diferentes com valores do espor-te, podem e devem gerar muito
mais do que esse legado tangvel. Para Ricardo Catunda, presi-
dente da Comisso de Educao Fsica Escolar da Confef, o legado socioeducativo, quando existente, pode exercer um papel importan-te na educao, contribuindo para o aprendizado de princpios e va-lores do esporte, tica, cidadania, incluso, diversidade, entre ou-tros conceitos. O legado socioe-ducativo so produes deixadas pelas pessoas e tem a funo de disseminar os temas intangveis. Nas escolas, os professores po-dem trabalhar essas questes de diversas formas, afirma Catunda.
No entanto, o professor destaca que ainda h uma grande inibi-o em relao implementao de aes que levem ao legado so-cioeducativo. O futebol um dos fenmenos de cultura de mas-sa preferido dos brasileiros, mas
LEGADOO FUTEBOL NA ESCOLA
O legado socioeducativo so produes deixadas
pelas pessoas e tem a funo de disseminar os
temas intangveis
Ricardo Catunda, presidente da Comisso de Educao
Fsica Escolar da Confef
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certamente nunca foi debatido de forma aprofundada. Por ocasio da Copa, vemos projetos com ob-jetivos bem fundamentados, mas que carecem de acompanhamen-to e de avaliao dos resultados.
INVESTIMENTO E ESTRATGIASegundo Catunda, na escola,
em especial na Educao Fsica escolar, so ainda mais incipien-tes as discusses e aes que te-nham como objetivo explorar o legado socioeducativo da Copa do Mundo 2014. Princpios e va-lores como universalizao, in-cluso, tica, cidadania e diver-sidade tm ficado restritos ao
discurso oficial e a estudos no
meio acadmico. Fora desse m-bito, muito pouco se conhece ou se faz a respeito das questes. Um estudo teve como objetivos apresentar a estrutura nacio-
LEGADOO FUTEBOL NA ESCOLA
LEGADO SOCIOEDUCATIVO
DA EDUCAO FSICA:
Desenvolver tarefa coletiva Emancipar-se Regras (deveres e direitos) Agir sob presso e tomar
deciso Hbitos para uma vida
saudvel
nal do Projeto Cidades da Copa e analisar os resultados obtidos em seis cidades-sede da Copa do Mundo FIFA 2014. Os resultados demonstraram que o legado so-cial e esportivo no foi planeja-do pelos gestores pblicos e no existem sistemas de controle e avaliao do esporte em nenhu-ma das cidades-sede, continua.
Segundo o professor, o fato de que 30% das escolas pblicas
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brasileiras no possuem espao destinado Educao Fsica n-mero que chega a 50% na zona rural e 51% no Nordeste uma demonstrao clara desse desca-so em relao ao esporte na esco-la. Fortalecer as modalidades do esporte deve ser uma estratgia para a educao inclusiva e para o aprendizado de valores humanos. E o futebol, em especial, por ser um verdadeiro fenmeno socio-cultural, um negcio bem sucedi-do que para muitos visto como veculo de ascenso social, se tor-na uma ferramenta atraente e efi-caz como meio de aprendizado de conceitos e valores, diz Catunda.
RESPONSABILIDADE A Carta Internacional de Edu-
cao Fsica e Esportes da UNES-CO afirma que a Educao Fsi-ca e o esporte devem reforar
LEGADOO FUTEBOL NA ESCOLA
a ao formativa e favorecer os principais valores humanos. A Poltica Nacional do Esporte tam-bm destaca a importncia do as-pecto socioeducativo do esporte como direito social e de promo-o do bem-estar na sua pers-pectiva emancipatria. J o Con-selho Federal de Educao Fsica, objetivando a instalao urgente de um processo de qualidade em todas as aes inerentes rea, apresentou a Carta Brasileira de Educao Fsica e o livro de Re-
A EDUCAO FSICA ESCOLAR ASSUME NO ENSINO DO ESPORTE
O COMPROMISSO:
Associativismo Solidariedade Tolerncia Respeito pelo outro
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Educar para Crescer
LEGADOO FUTEBOL NA ESCOLA
comendaes para a Educao Fsica Escolar, em 2014.
Desse modo, fica claro que,
mundialmente, a escola e a Edu-cao Fsica, tendo em vista os objetivos que fundamentam sua existncia, oferecem condies de influenciar crianas e adolescentes
na aquisio de hbitos, valores e prticas que contribuem para um harmonioso desenvolvimento pes-soal e social. O que se apresenta como possibilidade educativa pelo futebol e os objetivos do que se tem planejado como legado so comuns ao ensino da Educao Fsica escolar. o que j devemos fazer em nosso dia a dia. Os even-tos nos ajudam pelo destaque que recebem. As atenes esto volta-das para eles e podemos aprovei-tar essa oportunidade para forta-lecer esses valores, pegar carona naquilo que est em foco, diz.
Para Catunda, no entanto, es-ses princpios e valores possveis de serem trabalhados no ensino do es-porte exigem uma Educao Fsica bem orientada, alicerada na tica, com professores eficientes, com co-nhecimento terico e habilidades no compromisso social dos professores e no envolvimento da comunidade escolar. Sem professores capaci-tados e atualizados no h como multiplicar o legado socioeducativo proporcionado por eventos esporti-vos. Precisamos de mais projetos, de mais investimento, mas o papel do professor fundamental, finaliza.
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Educar para Crescer
Recomendaes para a Educao Fsica escolarinclusiva na perspectiva do desenvolvimentode um legado socioeducativo:
O professor reconhece que todos os alunos podem aprender e que todas as diferenas podem ser compreendidas;
O professor atende todos os alunos, respeitando suas dif-erenas e estimulando-os ao maior conhecimento de si e de suas potencialidades, num exerccio de tica e cidadania. (Recomendaes para a Educao Fsica Escolar, 2014);
O professor de Educao Fsica tem a devida conscincia paraque os contedos no sejam seletivos, em que se privilegiam ostalentosos em detrimento do grupo. (Recomendaes paraa Educao Fsica Escolar, 2014);
O professor adota uma metodologia de ensino e aprendizagem que busca o desenvolvimento da autonomia, cooperao, partici-pao social e afirmao de valores e princpios ticos e democrti-cos. (Recomendaes para a Educao Fsica Escolar, 2014);
Garante a todos a possibilidade de usufruir das atividades que contemplem jogo, brincadeira, esporte, dana, luta e ginstica,permitindo, dessa forma, o aprendizado da convivncia coma diversidade.
LEGADOO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
EDUCAO BSICAO FUTEBOL NA ESCOLA
C oncebemos a educao como possibilidade de libertao humana e de transformao so-cial. Em seu livro Formao docen-te e profissional: formar-se para a
mudana e a incerteza, Francisco Imbernn, professor de Didtica e Organizao Educacional da Uni-versidade de Barcelona, acredita que o objetivo da educao seria ajudar a tornar as pessoas mais livres, menos dependentes do po-der econmico, poltico e social.
Dentro desse conceito, o papel da escola de somente transmitir s
novas geraes o que as geraes que as antecederam produziram no cabe mais. Hoje, se reconhece que esses conhecimentos no so sufi-cientes, em especial quando se alme-ja uma escola comprometida com uma sociedade mais democrtica, mais justa, mais respeitosa e plural, onde as diferenas so reconhecidas e expressadas o que demandaria uma escola com outros propsitos. Uma escola nessa perspectiva tem por compromisso a formao inte-gral e no parcial dos alunos, pois a qualidade que advoga a social.
QUAL A CONCEPO DE QUALIDADE ALMEJADA PARA A EDUCAO BSICA?
MARIA MARCIASIGRIST MALAVASI
POR
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Educar para Crescer
Da a importncia do currcu-lo escolar. De acordo com Michael Apple, um dos maiores nomes da psicologia crtica, o currculo escolar no um mero conjunto neutro de conhecimentos, mas o resultante de uma tradio seletiva, decorren-te da escolha de algum, ou grupo, e sua respectiva viso acerca do que seja conhecimento legtimo. Nesse entendimento, representa, segundo ele, um produto das tenses, dos conflitos e das concesses culturais,
polticas e econmicas que organi-zam e desorganizam um povo.
O currculo escolar de carter mais crtico tem, ento, uma fina-lidade oposta ao tradicional, vis-to que o ltimo tende a natura-lizar os fatos, ou seja, perpetuar a cultura hegemnica e promover a adequao e conformismo dos alunos realidade social, mesmo que opressora, em vez de propor-
cionar o questionamento de atitu-des e comportamentos conside-rados naturais e imutveis, com vistas transformao social.
Esse pensamento tem por pressuposto que todo currculo expresso de um projeto poltico, cultural e ideolgico. Nessa compre-enso, o ambiente escolar pode ser vislumbrado como um espao que oportuniza diferentes saberes, que se (entre)cruzam e so problemati-zados, de modo a proporcionar aos estudantes novas possibilidades de compreenso de si mesmos e do mundo que os circunda. Assim, cabe escola constituir um espao de pluralidade de saberes e no de ho-mogeneidade, onde a padronizao sucumbe criatividade. Compre-endemos que mltiplas propostas curriculares devem ser estimuladas, socializadas e debatidas, principal-mente em um contexto de mudan-
EDUCAO BSICAO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
as e evoluo cientficas e tecnol-gicas do mundo atual.
Sendo assim, as prticas peda-ggicas desse tipo de currculo no devem ser fragmentadas, focadas no ensino de poucas disciplinas, mas interdisciplinares e contextu-alizadas, privilegiando o respeito diversidade, a leitura crtica da re-alidade e a incluso construtiva na sociedade. A preocupao com a emancipao humana aponta para a necessidade de diversificarmos
as experincias de aprendizagem: de ampliar e diversificar o currculo
escolar em todos os nveis. A aprendizagem assim enten-
dida privilegia uma construo co-letiva, oportunizada em situaes e ambientes cooperativos, com auto-nomia e protagonismo do aprender, diante da tica da identidade, da es-ttica, da sensibilidade e da poltica da igualdade. Muito alm do bsico proposto com foco em lngua por-tuguesa e matemtica. Porm, sa-bemos que a concepo de avalia-o est intrinsecamente ligada ao conceito de qualidade e que estas podem se apresentar de forma dis-tinta. As distines se justificam na
diversidade ideolgica e, portanto, de diferentes vises acerca da com-preenso do que seja educao.
As prticas pedaggicas desse tipo de currculo no devem ser fragmentadas, focadas no ensino de poucas disciplinas,
mas interdisciplinares e contextualizadas, privilegiando o respeito diversidade, a leitura crtica da realidade
e a incluso construtiva na sociedade
EDUCAO BSICAO FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
Os jogos com bola e a p acom-panham a histria da huma-nidade. H registros que remetem aos povos da Antiguidade na China, no Japo, na Grcia e em Roma. Na Idade Mdia europeia, esses jogos envolviam centenas de pessoas correndo atrs da bola, ocasionan-do quebradeira nas cidades. E para espanto dos colonizadores do Novo Mundo, havia cerimnias religiosas que terminavam em embates com bola nos atuais Mxico e Par.
No entanto, o futebol que co-nhecemos hoje teve sua gnese no
final do sculo XVIII, mediante um
processo de expropriao e apro-priao de jogos da cultura popular. Isso ocorreu nas escolas das elites econmicas inglesas de Eton, Rugby, Oxford e Winchester, com finalida-des estritamente pedaggicas. Com regras distintas em cada escola, sua prtica tencionava preparar o car-ter dos filhos da sociedade burguesa
para tornarem-se lderes do sistema liberal diante da expanso do impe-rialismo britnico. Enfrentar advers-rios coletivamente em uma partida, sem temor da violncia do contato f-
INCLUSO O FUTEBOL NA ESCOLA
COMO O FUTEBOL PODE CONTRIBUIR PARA A INCLUSO NAS ESCOLAS?
MRIO LUIZFERRARI NUNES
POR
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Educar para Crescer
sico, e almejar a vitria dentro de um cdigo de tica tinham como funo preparar a fibra moral, desenvolver o
vigor fsico, fortalecer o esprito ven-cedor e dar rapidez ao raciocnio dos jovens burgueses. Apesar dos jogos com bola continuarem acontecendo nas camadas populares, o denomi-nado futebol moderno que ocorria nas escolas visava preparar os futu-ros governantes do pas.
NORMAS PARA A VIDA ADULTAO desenvolvimento do futebol
concomitante com a expanso do iderio liberal. Com isso, suas regras foram normatizadas a fim de atender
demanda coletiva para evitar qual-quer tenso social. O acordo entre as escolas burguesas para a construo de uma regulamentao comum vi-sava domar o corpo, submetendo-o s formas de regulao socialmente instaladas. medida que o imperia-
lismo britnico se expandia, os con-flitos decorrentes desse processo
influenciavam o jogo, constituindo
uma microssociedade que manifes-tava o modo de ser da macrosso-ciedade que o inventara. O futebol e toda a prtica esportiva com suas regras, cdigo de tica, rbitros, etc. contriburam decididamente para a consolidao do capitalismo liberal.
Foram essas as condies que fizeram com que o esporte, particu-larmente o futebol, adentrasse as escolas mundo afora. E isso no foi
Apesar dos jogos com bola continuaremacontecendo nas
camadas populares, o denominado futebol moderno que ocorria
nas escolas visavapreparar os futuros
governantes do pas
INCLUSO O FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
diferente no Brasil. Desde o come-o do sculo XX, o futebol est pre-sente nas escolas da elite brasileira entrando nas instituies pblicas aps a vitria dos pases aliados na Segunda Grande Guerra. Em um pas que buscava o desenvolvimen-to econmico, a preparao fsica, moral e psicolgica era necessria para que os jovens estivessem ap-tos a enfrentar os dilemas dessa so-ciedade. Aquele ou aquela que no se adaptasse a essa condio no era sequer considerado.
PARA ALM DA REPRODUODE MOVIMENTOS
Desde a democratizao da so-ciedade brasileira, em 1985, a esco-la tem se preocupado com a parti-cipao efetiva de todos os alunos nas aulas, a fim de superar os ideais
de seleo e hierarquizao. No en-tanto, o que se observa desde ento
em muitas escolas a manuteno das mesmas prticas do perodo an-terior camufladas por discursos de
incluso social. So metodologias repetitivas e aes que cerceiam a li-berdade de expresso, controlando sensaes e sentimentos, reduzin-do as experincias de movimentos a gestos estereotipados e previs-veis, reproduzindo o modelo ante-rior, que, como foi dito, pertence s estruturas de parcelas dominantes da sociedade. As aulas de Educao Fsica, momento que seria destina-
Desde o comeodo sculo XX, o futebol
est presente nasescolas da elite
brasileira, entrando nasinstituies pblicas
aps a vitria dos pases aliados na Segunda
Grande Guerra
INCLUSO O FUTEBOL NA ESCOLA
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Educar para Crescer
do para as vivncias de manifesta-es culturais, reflexo crtica sobre
a cultura e seus sujeitos e novas produes culturais, mantm um aprendizado comportamentalista com o objetivo de disciplinar o cor-po, desenvolver tcnicas e habilida-des, adequando seus sujeitos aos princpios da sociedade capitalis-ta e, em tempos de hegemonia do pensamento neoliberal, constituir potenciais consumidores.
Se por um lado as prticas da Educao Fsica escolar so questio-nadas, principalmente as esportivas, ora devido a seus cdigos seletivos, ora por no propiciar outras formas de manifestao cultural, por outro, elas podem proporcionar o debate sobre como essas atividades (espor-tes) podem implicar na formao de sujeitos crticos e participativos nas decises para a consolidao de uma sociedade mais democrtica e har-
moniosa. Nesse caso, no h como negar a potencialidade do trabalho investigativo com o esporte e, no caso aqui especfico, com o futebol.
FERRAMENTA PARACOMPREENSO DO MUNDO
Para tanto, os alunos podem vi-venciar: os jogos espontneos pra-ticados e recriados nas ruas, qua-dras, becos e outros espaos sociais como o mel, bobinho, linha, reba-tida, etc; os dribles, chutes, passes
INCLUSO O FUTEBOL NA ESCOLA
Se por um lado as pr-ticas da Educao Fsica
escolar so questionadas, por outro, elas podem proporcionar o debate sobre como essas ativi-
dades podem implicar na formao de sujeitos cr-
ticos e participativos
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Educar para Crescer
produzidos a todo instante pelos craques da bola como o elstico, a carretilha, a bicicleta, o lanamento ,etc; as situaes tticas inventadas na histria como o ferrolho, o 4-3-3, o 3-5-2, etc; os treinamentos fsicos e tcnicos; os jogos proporcionados pelos brinquedos do futebol como o boto, prego, tampinha, pebolim, bafo; fazer visitas aos centros de treinamentos e museus dos clubes; elaborar exposies dos materiais esportivos como flmulas, cami-sas, lbuns, chuteiras; entrevistar jogadores e ex-jogadores; reconhe-cer os trabalhadores que vivem do futebol, alm dos craques - como o roupeiro, massagista, bilheteiro, jornalista, bem como suas funes; investigar a sua burocratizao e os dirigentes que dele participam; analisar os discursos miditicos que ajudam na consolidao de sua he-gemonia entre tantos assuntos que
o constituem. Nesses momentos no h prio-
ridade em aprender a executar o movimento tcnico, escrever uma crnica sobre o jogo ou elaborar uma estratgia de jogo de forma correta, mas, sim, a possibilidade de compreender os significados que
cercam o futebol, o modo como fo-ram produzidos e so discursados seus efeitos sociais para poder ela-borar outros. Para o sucesso dessa empre
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