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oA carreira do geofísicode Paulo Buarque, professor do departamento de Geologia da UFF e membro do comitê gestor do CTPetro

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T e r c e i r a e d i ç ã o , 2 0 1 1ESTUDANTE

Ano XIII • mar/abr 2011 • Número 77 (Suplemento Guia do Estudante) • www.tnpetroleo.com.br

NESTA EDIÇÃOA indústria do petróleo no BrasilPlataformas brasileirasCenário do petróleo no mundoPré-sal: o presente e o futuro do BrasilBacias sedimentares brasileirasA logística do petróleoMalha dutoviáriaParque de refinoO beabá da exploraçãoSustentabilidade e recursos energéticosPersonalidades da indústria do petróleoIndústria naval brasileira

ARTIGOSMBA em quê?, por Bianca Machado Branco

A difícil escolha da profissão, por João Batista Frazão

(Não) Há vagas, por Jane Cláudia Queiroz dos Santos

Engenharia está sempre na moda, por Marco Tulio Duarte Rodriguez

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nº 77

na engenharia do petróleo

Entrevista exclusiva

José Renato Ferreira de Almeida coordenador executivo do Prominp

Prominp: qualificação é o desafio permanente

Novos desafios

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2 Guia do Estudante 2011

sumário edição nº 77 (Suplemento Guia do Estudante) maio/jun 2011

Entrevista exclusiva

Pesquisa e desenvolvimento

Formação

Especial: Mercado de trabalho

25 Cenpes é ampliado

26 IBM terá centro de pesquisa no Brasil

27 Suecos inauguram centro de P&D no Brasil em maio

31 Falta de trabalhador qualificado afeta 69% das indústrias

32 Pesquisa revela escassez de talentos no nível técnico

com Fábio Fares, engenheiro naval e vice-presidente do Grupo Forship

Maré de oportunidades

Presença feminina no mercado de energia

Pesquisa em parceria: os novos centros de P&D da cadeia produtiva de petróleo no Brasil

O profissional do refino

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Formação

Profissões

Profissões

Liderança em Classificação e Certificação Offshoree-mail: [email protected] Tel: + 55 21 2276-3535

CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

36 SPE agiliza transição de estudantes para a indústria de E&P

48 A engenharia de petróleo como opção profissional, por Sergio Fontoura

51 Experiência internacional é diferencial na hora da contratação, por Cláudio Chalom

53 As questões-chave da economia da energia, por Helder Queiroz Pinto Junior

03 editorial 04 hot news 42 eventos 46 produtos e serviços

55 cursos 58 feiras e congressos 59 opinião

Geofísica e a sísmica, o começo de tudo

O engenheiro de petróleo:engenharia de poço, de produção e química

O profissional de projeto naval e offshore

artigos

Ano XIII • Número 77 • maio/jun 2011Fotos: Wilson,Sons e Agência Petrobras

seções

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2 Guia do Estudante 2011

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Rua do Rosário, 99/7º andarCentro – CEP 20041-004

Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 3221-7500

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DIRETOR EXECUTIVOBenício Biz

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DIRETORA DE NOVOS NEGÓCIOSLia Medeiros (21 8241-1133)

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EDITORABeatriz Cardoso (21 9617-2360)

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EDITOR DE ARTE, CULTURA E VARIEDADES

Orlando Santos (21 9491-5468)

REPÓRTERESCassiano Viana (55 21 9187-7801)

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Maria Fernanda Romero (55 21 8867-0837) [email protected]

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RELAÇÕES INTERNACIONAISDagmar Brasilio (21 9361-2876)

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DESIGN GRÁFICOBenício Biz (21 3221-7500)

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PRODUÇÃO GRÁFICA E WEBMASTERLaércio Lourenço (21 3221-7506)[email protected]

Marcos Salvador (21 3221-7510)[email protected]

REVISÃOSonia Cardoso (21 3502-5659)

DEPARTAMENTO COMERCIALJosé Arteiro (21 9163-4344)

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Cristina Pavan (21 9408-4897)[email protected]

Lorraine Mendes (21 7801-7860)[email protected]

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Luiz Felipe Pinaud (21 7861-4828) [email protected]

ASSINATURASRodrigo Matias (21 3221-7503)

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CTP e IMPRESSÃOWalprint Gráfica

DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados.

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores,

não representando, necessariamente, a opinião dos editores.

TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos,

técnicos, pesquisadores, fornecedorese compradores do setor de petróleo.

ENVIO DE RELEASESSugestões de temas ou envio de matérias devem ser feitos via fax: 55 21 3221-7511

ou pelo e-mail [email protected]

O crescimento de 7,5% do Pro-duto Interno Bruto (PIB) do Brasil, no ano passado, e o índice de 4,2% obtido no primeiro trimestre de 2011 reforçam as expectativas de que o mercado de trabalho vai continuar aquecido.

Sobretudo no setor de petróleo e gás – e, consequentemente, em toda a cadeia produtiva, que engloba ainda a área de indústria naval e offshore. Está aí o fato de a atividade extrati-vista (que inclui exploração de petró-leo e gás) ter sido a responsável pela alta do setor industrial, o qual, pela primeira vez em vários anos, superou agricultura e serviços, até então os maiores responsáveis pelo cresci-mento do PIB (ainda que pequeno) na última década.

Todos esses números e índi-ces apenas confirmam o que vem se delineando nos últimos anos: o crescimento da demanda por mão de obra qualificada, abrindo numero-sas oportunidades de trabalho para aqueles que estão concluindo cursos técnicos nos mais distintos segmen-tos, assim como para os universitá-rios que estão na época de escolher sua especialidade.

Quem apostar nas indústrias pe-trolífera, naval e offshore vai ter um incrível leque de opções! Não apenas

as companhias de petróleo, como a Petrobras e outras que atuam no Brasil, estão sempre buscando pro-fissionais qualificados, mas também todas as empresas que fornecem bens e serviços, dos mais simples itens às mais sofisticadas tecnolo-gias, têm uma demanda em expansão.

Na realidade, uma demanda prestes a explodir, se, como previsto, forem acelerados vários empreendi-mentos programados para os próxi-mos cinco anos, quando o Brasil de-verá mais do que dobrar a produção de petróleo e gás. O que demandará não somente uma infinidade de bens e serviços de todos os níveis, mas, principalmente, técnico e superior.

Comprometida com o desenvolvi-mento do setor e com a geração e disseminação de conhecimento (que são ‘movidos’ a informação), a TN Petróleo publica uma nova edição do Guia do Estudante. Nosso objetivo é mostrar como funciona e quem são os profissionais que fazem rodar as engrenagens dessa indústria que, além de ajudar o país a crescer, tem investido pesado na qualificação e formação de novos profissionais. Eles serão bem-vindos!

Mercado aquecido

Filiada à

editorial

Lia MedeirosDiretora de Novos Negócios

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hot news

Em fEvErEiro, o prEsidEn-tE da Chevron Brasil petróleo, George Buck, e o reitor da pUC--rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, assinaram um acordo de parceria para a formação de recursos humanos adequados à realidade do mercado da área de petróleo e gás. o apoio, inédito entre a universidade e a multi-nacional, é da ordem de r$ 2 milhões e válido pelos pró-ximos três anos.

os recursos financeiros serão aplicados na concessão de bol-sas de estudo, na criação de um programa de tutoria e no incre-mento das condições de ensaios experimentais em três laborató-rios do Centro técnico Científi-co da pUC-rio (CtC/pUC-rio), com o objetivo de dar aos alunos o acesso a equipamentos de alta tecnologia e permitir uma formação acadêmica consistente e competitiva ao mercado de trabalho.

“por meio de parcerias como esta pretendemos colaborar

com o desenvolvimento dos alunos que optam pela área de petróleo e gás. É importante termos bons profissionais for-mados para fazer frente a uma demanda de mão de obra que é crescente em nosso mercado”, afirma George Buck.

serão concedidas 12 bolsas para alunos de graduação, a partir do quinto período, cuja elegibilidade considerará aque-les que apresentem destaque quanto ao grau do coeficiente de rendimento, com prioridade para alunos que apresentem dificul-dades quanto ao custeio das mensalidades.

no programa de tutoria, os alunos contemplados terão um orientador científico, profes-sor da pUC-rio, e um mentor da Chevron, o que permitirá a transferência de conhecimentos e experiência no desenvolvimento e capacitação dos alunos. “É muito importante que o curso de Engenharia de petróleo tenha esse tipo de janela para o aluno, com

temas vinculados à realidade do mercado. o co-orientador atua também na função de mentor, já que o trabalho será realizado no ambiente da Chevron e pode servir como um primeiro contato com a indústria, possibilitando melhor entendimento da aplicação da disciplina no mercado de óleo e gás”, explica sérgio fontoura, co-ordenador do curso de Engenharia de petróleo da pUC-rio.

A compra de equipamentos contemplará três laboratórios di-ferentes, conforme o cronograma estabelecido até 2013: mecânica das rochas, petrofísica e fluidos de perfuração e de reservatórios. A implementação do projeto vai beneficiar, de imediato, os cerca de cem alunos do curso de Enge-nharia de petróleo.

fontoura ressalta ainda que a parceria mostra aos alunos de graduação que quem sou-ber aproveitar todos os demais recursos que a pUC-rio oferece (excelente biblioteca na área, laboratórios e corpo docente qualificado) tem grandes chan-ces de empregabilidade em um mercado tão competitivo. “Ao conciliar o universo acadêmico (com sua tradição na transferên-cia do conhecimento) com o da indústria (que busca soluções e profissionais com características específicas), os alunos contam com um diferencial no currícu-lo”, diz ele.

Chevron fecha acordo inédito com a PUC-Rio para investimento no curso de engenharia de petróleoInfraestrutura de laboratórios, bolsas de estudo e co-orientação de projetos estão entre os benefícios que serão oferecidos aos alunos da graduação. Recursos financeiros chegam a R$ 2 milhões.

O presidente da Chevron Brasil Petróleo, George Buck, e o reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, durante a assinatura do acordo.

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A fAltA dE mão dE oBrA es-pecializada para algumas áreas fez com que o empresário Samuel Pinheiro, proprietário da escola de capacitação em petróleo e gás petrocenter, apos tasse no ‘ouro negro’ para ampliar os negó-cios da empresa por meio de fran-quias. segundo ele, a população, ainda mais a de classe baixa, ga-nha a oportunidade de entrar para o mercado e de aumentar vertigi-nosamente sua renda salarial. Este setor promove a inserção social e o desenvolvimento econômico do país. “o meu objetivo é levar o nosso know-how neste segmento e fortalecer ainda mais o nordes-te. Em dois anos, pretendo ter 50 franquias da petrocenter em todo o território nacional”, completa pinheiro. o investimento total do negócio pode ficar entre r$ 50 mil e 160 mil. dependendo da admi-nistração, o retorno chega até em 18 meses. para quem busca uma área de atuação e pensa em um negócio lucrativo, o segmento de petróleo e gás deve ser uma das opções. Existem muitas vagas e

salários altos, por isso a procura por cursos de especialização tem aumentado a cada dia, inclusive entre os jovens da classe C.

outra franquia que aposta no petróleo como meio de crescimento é o Curso maxx. A escola prepa-ratória para concursos públicos também aproveita a oportunida-de gerada no setor para ingresso no mercado de trabalho e criou o modulo petróleo e Gás com turmas de estudo para a prova do prominp (programa de mobilização da in-dústria nacional de petróleo e Gás natural).

outra empresa que vem lucran-do com as oportunidades geradas pelo petróleo é a sampling planeja-mento. segundo o CEo da empre-sa, fernando Quintella, somente na área de petróleo e gás, há necessi-

dade de 34 mil engenheiros, além de profissionais de nível técnico.

o centro de treinamento aposta na tecnologia para formar profissio-nais. A empresa passou a utilizar o Centro de simulação de Guindas-tes portuário e offshore, primeiro no Brasil com tecnologia 3d total-mente nacional desenvolvida pela empresa virtualy. o cenário virtual conta com simuladores para ope-ração em guindastes de diferentes modelos, entre eles, o Guindaste de Bordo, portainer, ponte rolante, caminhões, além de um simulador de combate a incêndio. os equipa-mentos emitem sons e condições meteorológicas com base em re-produções de ambientes dos portos brasileiros entre os quais estão o de santos, do rio de Janeiro e por-tocel, no Espírito santo.

Petróleo fortalece o setor de franquias e a educaçãoA extração de petróleo no pré-sal é uma oportunidade para o Brasil diversificar sua economia, desenvolver-se tecnologicamente, gerar empregos e renda. Mas não é só o fortalecimento desses setores que está em evidência. O segmento de franquias e educação também observa a oportunidade latente.

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QUAsE dois tErços dos em-pregadores brasileiros encontram dificuldades de selecionar pessoas qualificadas para preencher cargos disponíveis, segundo indica uma pesquisa realizada pela consultoria internacional de recursos humanos manpower.

de acordo com a pesquisa reali-zada este ano, que ouviu mais de 35 mil empregadores em 36 países, a escassez de mão de obra qualificada no Brasil só não é maior do que no Japão. Entre os empresários brasi-leiros, 64% disseram ter dificuldades para preencher suas vagas com profissionais qualificados – no Ja-pão, esse percentual foi de 76%. na média dos 36 países pesquisados, 31% dos empregadores disseram ter dificuldades em encontrar profissio-nais qualificados.

no mercado de engenharia, a realidade não é diferente. E foi exatamente esse cenário uma das motivações para o estabelecimento da parceria entre EpC Engenharia, Autodesk e a faculdade pitágoras. o projeto prevê a utilização dos softwares da Autodesk nas discipli-nas dos cursos de engenharia da faculdade com o direcionamento da EpC para as necessidades do mercado.

“para isso, foram feitas reu-niões entre os coordenadores de cursos da faculdade pitágoras e os gerentes de disciplinas da EpC, nas quais foram propostos ajustes nos conteúdos programáticos de algumas disciplinas e criação de matérias optativas voltadas para o segmento”, segundo o gestor estratégico de pessoas da EpC, Carlos sícoli.

o diretor de produção da EpC, Wilmar ruas, acredita que, além

do interesse de capacitar novos profissionais, essa seja uma forma de cumprir a missão social da EpC de aproximar a empresa da faculdade. “saímos da posição cômoda e espectadora de ficar só demandando e reclamando da falta de mão de obra qualificada. temos que assumir nossa responsabili-dade social e nos colocar como agente de mudança”, avaliou.

Como será na prática – por meio da parceria, os laboratórios de engenharia vão ser equipados com os softwares da Autodesk com aplicação no mercado de engenha-ria. Além disso, o aluno vai receber login e senha para fazer o download gratuito dos softwares no computador pessoal.

de acordo com o gerente de marketing da Autodesk, márcio r. pinto, a utilização dos mais de 20 softwares da Autodesk vai permitir aos alunos da faculdade pitágoras manter relações com estudantes do mundo inteiro, promovendo troca de conhecimento e de experiên-cias. Entre os softwares disponíveis estão revit, Civil 3d, AutoCAd, inventor e navisworks.

Cerca de 30 professores serão treinados por consultores da Autodesk até o final do ano. de início, serão beneficiados seis mil

estudantes das turmas de Belo Horizonte, Betim e ipatinga.

Aécio lira, coordenador do Comitê Acadêmico do Conselho de Administração da Kroton Educacio-nal, grupo detentor da faculdade pitágoras, acredita que, ao usar a tecnologia da Autodesk e o referen-cial de mercado da EpC, o grande beneficiário será o aluno, que vai ter acesso em casa e na faculdade a softwares de cunho profissional. “Começamos com três unidades, mas a meta é atingir, ao final de 2011, as 18 unidades do grupo que têm cursos de engenharia, alcan-çando 12 mil alunos”, explicou.

os coordenadores dos cur-sos de engenharia da faculdade pitágoras terão link direto com os gerentes das mesmas disciplinas da EpC para trocar experiências e discutir melhorias na grade curri-cular, com base nas reais necessi-dades do mercado.

Wilmar informou que a EpC tem interesse em absorver os melhores alunos. “vamos fomentar concursos e disputas para os estudantes para reduzir a distância entre o que é feito na empresa e o que é aprendido na faculdade. E queremos levar adiante o projeto. A EpC preten-de levar esse modelo para outras faculdades”, destacou.

Parceria para capacitar alunos de engenharia deve ajudar a reduzir a falta de mão de obra especializadaEPC Engenharia, Faculdade Pitágoras e Autodesk firmam parceria que vai atingir 12 mil alunos de engenharia e aproximar a teoria da prática de mercado.

Representantes da EPC Engenharia, da Faculdade Pitágoras e da Autodesk durante do evento do acordo de parceria.

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ExistEm poUCAs mAnEirAs de subir em um corpo cilíndrico de média ou grande altura. o trabalho pode ser feito com escadas convencionais (com ou sem apoio próprio) ou mesmo com o auxílio das mãos e pés. sendo que as escadas convencionais não oferecem a aderência e a estabilidade necessárias, e a subida por meio de mãos e pés ne-cessita de certo grau de conhecimento, equipamento de apoio e depende de grande esforço físico.

portanto, em qualquer uma das duas formas existentes hoje no mercado, não é possível garantir segurança alguma ao seu usuário, o que pode gerar diversas complicações, fraturas e machucados, podendo levá-los até a morte.

o projeto desenvolvido pelo inven-tor Oliveira Marcos Vicente Moncada foi denominado “degraus autossusten-táveis para subida em corpos cilíndri-cos de média ou grande altura”, com o objetivo de promover maior agilidade e eficiência, diminuindo o esforço e o tempo, além de garantir a segurança do usuário em exercícios similares.

os degraus possuem design estru-tural leve para permitir sua mobilida-de; sua estrutura adere com grande pressão ao corpo no qual estiver sendo usada, pressão produzida pela sua forma de alavanca; completa o apoio com pequenos ressaltos da corrente e da base inferior, além de ser comple-tada por cordéis ligados a um cinto de utilidades que facilita o movimento de subida e descida.

segundo o inventor: “A estru-tura dos degraus autossustentáveis foi elaborada de maneira simples e funcional, facilitando sua utilização,

transporte e, até mesmo, sua acomodação. Este projeto torna-se indispensável em sítios, fazendas, estradas e quar-téis!”, afirma. E agrega diversas vantagens, entre

elas: praticidade, facilidade, agilida-de, conforto, evita danos e acidentes,

tudo isso com um excelente custo/benefício.

por isso, oliveira está em busca de parceiros para o desenvolvimento de modelos. Com patente requerida em todo o território brasileiro, o inventor busca negociá-la ou obter parceria entre empresas especializadas em equipa-mentos de segurança, para criar mode-los, realizar testes e industrializá-la.

Empresários interessados em inves-tir no produto devem entrar em contato com a Associação nacional dos inven-

tores, pelo telefone (11) 3873-3211.

O PROGRAMA NOVOS TALENTOS, da Shell, vai recrutar, até o dia 27 de junho, recém-formados e universitários prestes a se formar interessados em trabalhar na empresa. O processo é destinado a jovens graduados entre dezembro de 2009 e dezembro de 2011.

O salário varia a partir de R$ 4,5 mil, para oito horas diárias. Ao todo são 12 vagas, distribuídas entre os cursos de ad-ministração, economia, geologia, engenha-ria de petróleo, civil, mecânica, produção e química. Os selecionados vão atuar nos negócios de Exploração e Produção, Lubri-ficantes e Finanças da empresa. Uma das vagas será para trabalhar no escritório da Shell em São Paulo. As demais oportuni-dades são destinadas à sede e à fábrica da empresa no Rio de Janeiro.

“Nossa grande vantagem em relação à maior parte dos programas de trainee do mercado é que, no Novos Talentos os

selecionados já entram como funcionários, com contrato por prazo indeterminado”, destaca a analista de Recursos Humanos da Shell, Luiza Corrêa.

A empresa também oferece como vantagens a possibilidade de desenvol-

ver uma carreira internacional, diversos treinamentos, horários flexíveis e a oportunidade de colaborar nos projetos sociais desenvolvidos pela Shell. As inscrições devem ser feitas pelo site www.shell.com.br/rh.

PROGRAMA NOVOS TALENTOSProcesso seletivo – Inscrições online (até 27/06); Análise qualitativa da ficha de ins-crição (2ª quinzena de junho); Testes de Inglês, Conhecimentos Gerais e Lógica - via internet (1ª quinzena de jullho); Laboratório de Competências (2ª quinzena de julho e 1ª quinzena de agosto); Entrevistas Indi-viduais (2ª quinzena de agosto); Assess-ment Center: SRD - Shell Recruitment Day (a partir da 2ª quinzena de agosto).Exame Médico / Admissão (A partir da primeira quinzena de setembro). Início a partir de outubro. Para os candidatos que

residem em local diferente da vaga, o início será a partir de janeiroInformações – Perfil do candidato: univer-sitário ou recém-formado; Conclusão da graduação: dezembro de 2009 a dezembro de 2011; Inglês avançado; Conhecimentos no Pacote Office; Cursos: Administração, Economia,Geologia e Engenharias de Pe-tróleo, Civil, Mecânica, Produção e Química; Inscrições até 27 de junho de 2011Benefícios – Plano de Saúde Bradesco; Plano Odontológico Bradesco; Seguro de Vida; Tíquete Refeição; Adicional por tempo de serviço; Plano de Previdência Privada.

Degraus autossustentáveis para subir em postes

Shell abre vagas para universitários e recém-formados

Projeto promove maior agilidade, eficiência e segurança na hora de subir em corpos cilíndricos de média ou grande altura.

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Em mEio às notíCiAs de sobrecarga no sistema elétrico e apagões, a Câmara de Comércio e indústria Brasil-Alemanha de são paulo, em parceria com a vdi--Brasil (Associação de Engenhei-ros Brasil-Alemanha), realizará, de maio a outubro, o curso de eficiên-cia energética European Energy manager (Eurem) em são paulo. A iniciativa conta com o apoio do ministério da Economia e tecnolo-gia da Alemanha (BmWi) e da GiZ (Agência Alemã para Cooperação internacional).

desenvolvido por engenheiros alemães e ministrado para mais de mil alunos da Europa desde 2003, o curso foi desenvolvido como um programa de treinamento para gestores de energia. Hoje, o Eurem

funciona regularmente e em alto nível, em 12 países europeus, como um curso de qualificação padrão na área de gestão de energia. A União Europeia (UE) tem como meta melhorar em 20% a eficiência energética até 2020 e a Alemanha tem papel importante nesse quadro. Além de aderir à meta da UE para 2020, o país desenvolveu um plano nacional com o objetivo de reduzir o consumo de energia em 80% até 2050, começando pelos sistemas de aquecimento e isolamento térmico das construções, que respondem sozinhos por 85% dos gastos com energia nos lares alemães.

“os esforços da Câmara e do ministério da Economia e tecnolo-gia da Alemanha para implemen-tar o curso no Brasil buscam au-

mentar a cooperação tecnológica Brasil-Alemanha, contribuir para melhorar a eficiência energética no Brasil e posicionar a Câmara como centro de competência e de especialistas em eficiência energé-tica e energias renováveis”, afirma ricardo Ernest rose, diretor do departamento de meio Ambiente, Energias renováveis e Eficiência Energética da Câmara Brasil--Alemanha.

Com duração de seis meses e 350 horas, o Eurem foi totalmente adaptado à realidade brasileira a fim de ajudar profissionais de empresas instaladas no Brasil a implementar um moderno sistema de gestão de energia e aumentar a eficiência energética para, consequentemente, reduzir os custos de produção e contri-buir de forma ativa na gestão ambiental.

o curso destina-se a profissio-nais que estejam envolvidos com o tema da energia ou que preten-dam adquirir conhecimentos para implantar projetos nessa área. o certificado de especialização é válido no Brasil e em toda União Europeia.

mais informações sobre o curso: http://www.ahkbrasil.com/Eurem/.

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Curso sobre eficiência energética no Brasil

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entrevista exclusiva

10 Guia do Estudante 2011

oportunidades

Fábio Fares, engenheiro naval e vice-presidente do Grupo Forship

Foi em águas muitas vezes turbulentas, de raras calmarias, em águas rasas e profundas que o engenheiro naval Fábio Fares consolidou uma trajetória bem-sucedida.

por Cassiano Viana

FORMADO PELA UNIVERSIDADE Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com pós-graduação em Engenha-ria de Sistemas de Computação (Coppe-UFRJ), Fares iniciou sua carreira no Lloyd Brasileiro, em 1976, e participou da fase áurea dos estaleiros nacionais, na década de 1970. Coordenou projetos ainda na Diretoria de Engenharia Naval da Marinha do Brasil (DEN) e viu a der-rocada da indústria naval brasileira no início da década de 1990 até que decidiu criar sua própria empresa.

Ao fundar a Forship Engenharia, em 1998, Fares deu um passo impor-tante para criar uma nova cultura no Brasil: a da engenharia de comissio-namento, processo de gestão pri-mordial para o sucesso de qualquer empreendimento que abranja plantas industriais complexas – de parques industriais, refinarias e siderúrgicas a plataformas de petróleo.

Hoje, comissionamento e Forship são palavras indissociáveis. Com sede no Rio de Janeiro e amplo portfólio de projetos em quase todos os conti-

nentes – Américas, Europa, África e Ásia –, a Forship tornou-se referência internacional nesse segmento. Mais ainda: uma empresa na medida certa para quem gosta de desafios. Nada mais natural que se tornasse uma alia-da estratégica na formação de novos recursos humanos, em parceria com a Universidade Federal de Rio Grande (Furg), onde hoje está em expansão um novo polo da indústria naval.

TN Petróleo – A Forship recente-mente estabeleceu um protocolo de cooperação com a Universidade Federal de Rio Grande (Furg) para a realização de cursos e desenvol-vimento de disciplinas relacionadas ao tema ‘comissionamento’. Qual a importância das parcerias entre empresas e universidades?

Fábio Fares – A universidade sempre vai ter um papel fundamental na geração do conhecimento e no desenvolvimento do país. E por mais que se busque maior proximidade com a indústria, com as empresas, eu particularmente defendo que ela

– a Academia – não pode abrir mão do seu princípio conceitual indepen-dente. Já a empresa, por sua vez, deve ter o compromisso de treinar continuamente seus colaboradores, cumprindo um papel complementar na formação de quadros. A demanda por mão de obra qualificada motiva as empresas a buscarem profissio-nais nas universidades e escolas técnicas. Devido ao momento atual da economia, temos de contribuir para acelerar essa capacitação. Esse é o principal objetivo dessa parceria.

Mas o ensino técnico, ao que parece, tem sido cada vez mais valorizado.

Sim. Hoje temos melhores oportunidades de trabalho e boas remunerações para o profissional de nível médio. A quantidade de escolas técnicas sendo abertas nos últimos anos é bastante repre-sentativa. Num país estagnado, o profissional com nível superior tem mais oportunidades. Mas o país está crescendo, temos um cenário promissor pela frente. Hoje, há

Maré de

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Guia do Estudante 2011 11

A UNIVERSIDADE NãO é, NA INDúSTRIA DO

PETRóLEO, GÁS, NAVAL E OFFSHORE,

O úNICO CAMINHO, O úNICO PERCURSO, OU UMA REGRA PARA UMA

CARREIRA BEM-SUCEDIDA.

demanda tanto por profissionais técnicos como de nível superior. Se levarmos em consideração o universo de um epecista ou de uma construtora, para cada engenheiro você precisa de cinco a dez, ou mais, colaboradores técnicos. E qualquer investimento em educa-ção, em qualquer nível, de uma es-cola técnica e profissionalizante ao universitário, é um grande negócio.

A universidade continua sendo a porta de entrada?

A universidade não é, na indústria do petróleo, gás, naval e offshore, o único caminho, o único percurso, ou uma regra para uma carreira bem--sucedida. Temos muitos diretores na Forship que passaram, num primeiro momento, pelo nível técnico, Cefets e outras instituições, e que depois vieram a fazer engenharia; e também temos muitos técnicos de nível médio fazendo trajetórias muito bem-su-cedidas profissionalmente. O ensino técnico hoje é valorizado, há maiores oportunidades e melhores salários e

condições de trabalhos que antiga-mente. O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) tem dado uma contribuição fantástica nesse sentido, não somente na valorização, mas também na formação de recursos para a indústria de óleo e gás em todas as áreas.

Qual o tamanho do mercado de trabalho no setor?

O Brasil vive um momento muito especial de desenvolvimento. E em

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entrevista exclusiva

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um país em crescimento, a enge-nharia é uma atividade de grande demanda. O mercado, porém, tem dois tamanhos: um que está no papel, no planejamento estratégico das empresas; e outro que está se traduzindo em realidade. E esse descompasso entre o previsto e o realizado vai influenciar diretamente na formação de recursos humanos. A perspectiva é de uma demanda crescente de mão de obra, mas esse processo ainda está lento, pois muitos projetos ainda não saíram no papel, o que acaba gerando certa ansiedade. Teremos ou não pro-fissionais qualificados para tocar-mos os projetos? Por outro lado, obviamente, as empresas precisam trabalhar de olho no futuro, nas demandas futuras. O ideal é que a formação esteja sincronizada com a demanda real, não só a planejada. O Estado brasileiro, historicamen-te, tem uma dívida enorme com a educação. De qualquer forma, há uma aceleração da qualificação de mão de obra. Governo, empresas e instituições de ensino estão todos se movendo nesse sentido.

Para a engenharia, qual o impacto da falta de mão de obra?

é terrível. Em primeiro lugar, porque a imprevisibilidade inflacio-na os salários. Para o setor como um todo, isso é bem complicado,

principalmente para as empresas, levando em consideração a for-mação dos preços dos serviços. Fica difícil fechar a equação da competitividade. Fica complicado para o planejamento econômico das empresas definir qual o salário real dos profissionais. O outro ponto é a qualidade do trabalho, pois você acaba tendo profissionais qualificados mas inexperientes, ou alocando profissionais de outros setores. O que, por um lado, é um motivador de capacitação, uma vez que obriga as empresas a realiza-rem mais treinamentos. Por fim, há o risco de você não conseguir, de forma alguma, nem pelo salário mais absurdo, garantir em tempo hábil a mão de obra necessária para os projetos. Isso pode provocar o atraso de projetos, comprometer a capacidade de entrega do produto que você vendeu. Com isso, toda a cadeia sofre, do epecista ao opera-dor, passando pelos fornecedores de bens e serviços.

Na área de comissionamento, a Forship está iniciando a formação de profissionais no país?

Evidentemente, o comissio-namento já existe muito antes da Forship, mas não de maneira sistemática e empresarial. O comissionamento é a mistura de uma visão sistêmica de projeto

com teste e operação; precisa ter (e aplicar com disciplina) metodo-logia, procedimentos, capacidade de análise, conhecimento da planta no abstrato e ainda fazer ver isso ao vivo, no campo, operar, ter pra-zer em sujar a mão de graxa para cuidar da qualidade de cada objeto operacional.

é preciso o conhecimento de projeto, mas é fundamental também ter um DNA de operador e sonhar com a operabilidade. O comissio-namento é uma transição do papel para a operação. Trata-se de um profissional com vocação para fazer o encontro do abstrato com o con-creto. O melhor perfil do engenhei-ro de comissionamento é aquele que tem uma formação técnica de background. O ideal é conseguir um encontro entre a formação superior com a formação técnica. O melhor perfil do técnico de comissionamen-to é aquele tem bom desempenho tanto no campo quanto no papel. E paixão: é um trabalho interessan-tíssimo tornar uma planta industrial pronta para operar, vê-la sair do papel e entregá-la ao operador em plenas condições de operabilidade.

Qual o horizonte para o profissional de comissionamento no Brasil?

O passado já era interessante. O presente é muito bom. Temos profissionais bem remunerados nessa área. Penso que o futuro é cada vez mais interessante, até mesmo pela demanda crescente por esse profissional, devido aos vários empreendimentos que estão sendo feitos ou programados. Além disso, a cultura de comissionamento vem se consolidando cada vez mais: as empresas e os epecistas trabalham mais e mais com a visão sistemá-tica e conceitual que caracteriza a engenharia de comissionamento. Portanto, é uma área que tem tudo para continuar crescendo e remu-nerando bem seus profissionais.

O IDEAL é QUE A FORMAçãO ESTEJA

SINCRONIZADA COM A DEMANDA REAL,

NãO Só A PLANEJADA. O ESTADO BRASILEIRO,

HISTORICAMENTE, TEM UMA DíVIDA ENORME

COM A EDUCAçãO. DE QUALQUER FORMA,

HÁ UMA ACELERAçãO DA QUALIFICAçãO

DE MãO DE OBRA. GOVERNO, EMPRESAS

E INSTITUIçõES DE ENSINO ESTãO

TODOS SE MOVENDO NESSE SENTIDO.

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Guia do Estudante 2011 13

de volta ao eldorado

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14 Guia do Estudante 2011

A participação da mulher no setor de energia, especialmente no segmento de petróleo

e gás, já é uma realidade no Brasil há alguns anos. Hoje é comum ver mulheres

desempenhando as mais variadas funções, de soldadoras nas plataformas ou nos campos

terrestres até os mais altos cargos executivos. A sensibilidade e competência feminina já

são reconhecidas no mercado de trabalho que, cada vez mais, tem dado uma posição de

destaque às profissionais mulheres, sendo hoje um tema recorrente no setor de óleo e

gás no mundo inteiro.

mercado de trabalho

Presença

14 Guia do Estudante 2011

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Um levantamento rea-lizado em 2010 pela Catho, em mais de cem mil empresas, revela que as mulhe-res ocupam cargos

mais altos em empresas conside-radas de pequeno porte (menos de 50 funcionários). Quase 30% dessas empresas em todo o país possuem mulheres em cargos de presidência ou gerência. no en-tanto, esse número cai para 12,86% quando consideradas as empresas que possuem acima de 1,5 mil fun-cionários.

outra pesquisa realizada um ano antes pela mesma empresa revelou a participação histórica das mulheres nos níveis hierárqui-cos mais altos: 20,56% em 2009, enquanto que em 1997 o número era de 10,39%. foi o maior per-centual registrado nos últimos 11 anos. nos cargos de gerência, as mulheres mantêm tendência de crescimento gradativo. para car-gos de gerência e supervisão, os índices passaram de 15,61% para 32,03%, e de 28,85% para 44,68%, respectivamente.

E ainda, constata-se maior par-ticipação feminina nos cargos de chefia (24,76% para 40,54%), en-

carregado (36,78% para 53,49%) e coordenador (36,95% para 53,89%), principalmente em empresas de grande e médio porte.

depois de dilma rousseff ter se tornado a primeira mulher a assu-mir a presidência do Brasil, o tema tem sido amplamente discutido no país – e este, no âmbito dos negó-cios, tem, nos últimos anos, olhado para as mulheres com outros olhos.

Petróleo na veiapara a diretora da Agência na-

cional do petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (Anp), Magda Chambriad, o setor de petróleo e gás precisa de pessoas compe-tentes, criativas, com espírito de liderança e sem medo de assumir posições chaves e, segundo ela, as mulheres estão prontas para atuar muito bem neste mercado.

Engenheira civil pela Univer-sidade federal do rio de Janeiro (UfrJ) e pós-graduada em enge-nharia química pela Coppe/UfrJ, magda fez engenharia de reser-vatórios e avaliação de formações na Universidade Corporativa da

petrobras. Entrou na petrobras como engenheira estagiária em 1980, e ficou na estatal até 2002, passando pelas áreas de engenha-ria de reservatórios, atuando na supervisão e controle de projetos, área de produção e por último na área de novos negócios de ex-ploração e produção, trabalhando na negociação de blocos explorató-rios, campos de petróleo maduros e campos em desenvolvimento.

Com grande experiência no se-tor, em 2002, a executiva foi para a Anp, onde se mantém até hoje. Entrou como assessora da diretoria, mas passou ainda pela superin-tendência de exploração (sEp), a superintendência de definição de blocos (sdB), atuou como co-ordenadora técnica no processo seletivo da Anp no segmento de exploração e produção de petróleo e gás natural, e hoje é diretora da entidade.

“na petrobras, onde trabalhei por muitos anos, convivi com mu-lheres muito competentes. sei que hoje muitas delas ocupam cargo de chefia. Aqui na Anp também tenho na minha equipe e em outros setores da agência um grupo de mulheres com todas as condições de desempenhar suas funções em

femininano mercado de energia

Guia do Estudante 2011 15

por Maria Fernanda Romero

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16 Guia do Estudante 2011

qualquer empresa privada, seja no Brasil ou no exterior”, conta magda.

A executiva afirma ainda que assim como acontece com jovens do sexo masculino, as jovens mu-lheres que estão ingressando no mercado agora devem ser vistas como possíveis candidatas a cargos executivos. “não se trata de pri-vilegiar as mulheres simplesmen-te porque são mulheres, mas sim de investir no futuro da empresa ou da instituição pública, dando condições às jovens de crescerem profissionalmente, assumindo res-ponsabilidades e desafios que no final das contas são os mesmos enfrentados pelos homens”, indica.

Da terra ao marnas indústrias pesadas, como

a naval, ainda é comum se estra-nhar mulheres à frente de algu-mas atividades, mas a presença feminina é garantida. E elas não se encontram apenas na área de soldagem ou nas atividades mais pesadas, as mulheres também já são destaque em cargos altos do setor, como é o caso de solange Aversa, gerente de recursos Hu-manos da Companhia Brasileira de offshore (CBo), braço de na-vegação do Grupo fischer.

formada em filosofia, serviço social e psicologia, solange diz que entrou no segmento meio por acaso. sua história começou há 24 anos, quando, já formada, foi trabalhar como assistente social numa empresa de navegação e simplesmente se apaixonou em trabalhar com marítimos. “naquela época, eles trabalhavam nove me-ses por três de descanso. Era uma vida dura e, durante este período, nasciam e morriam filhos, esposas, mães etc., o meio de comunicação era precário e eu participava ati-vamente dessa dolorosa atividade. Com o passar do tempo, senti a necessidade de cursar psicologia para aprimorar meus conhecimen-tos e para atender a esses seres profissionais especiais”, disse so-lange, complementando que hoje não sabe fazer nada melhor do que lidar com o ser humano.

Ela explica que ser uma mulher executiva é saber conviver com a dura jornada tripla: mãe, mulher, executiva, mas que apesar de tudo isso as mulheres conseguem se sair muito bem em suas atividades. “Em sua maioria, as mulheres são persistentes, dedicadas, corajosas e disciplinadas, e se cobram mui-to em suas funções, tanto como executivas quanto mães, por isso

tendem a procurar, constantemen-te, desenvolvimento e aperfeiçoa-mento”, aponta.

E ela explica que é exatamente essa gestão competente e profissio-nal acompanhada de dedicação, sensibilidade e intuição que faz a vantagem feminina no mercado de trabalho. “Esses atributos podem ser um diferencial no momento de tomar decisões, de liderar grupos e de pensar em um projeto”, afirma.

Questionada sobre como lidar com o universo majoritariamen-te masculino, em estaleiros, e de marítimos, a gerente da CBo con-ta que não vê muitos problemas e que nunca passou por situação preconceituosa ou algum momento em que percebeu ser discriminada por ser mulher e/ou estar no cargo que está. “para mim é muito fácil. nunca tive problema sério... é bem verdade que às vezes existem di-vergências de opiniões e condutas, mas nada que não haveria, penso eu, se eu fosse do sexo masculino. mas, é certo, utilizo o cargo contri-buindo para humanizar o relacio-namento entre as pessoas, formar líderes conscientes e criar uma co-munidade com energia positiva”, ressalta, dizendo que sempre foi muito respeitada e solicitada do ponto de vista profissional.

para solange, o maior desa-fio dessa atuação é manter uma equipe equilibrada sem espírito de competição e sim de união e enriquecimento, profissional e pes-soal, num ambiente com homens (mais racionais e concretos) e mu-lheres (intuitivas, espiritualizadas e sensíveis), com atributos muito diferentes e que se completam.

de acordo com a gerente, es-tamos numa nova etapa dentro da trajetória de conquistas das mu-lheres e que isto é sinal de que o mercado de trabalho está acompa-nhando a modernização dos con-ceitos e a ascensão profissional da

Na sua maioria, as mulheres são per-sistentes, dedicadas,

corajosas e disciplinadas, e se cobram muito em suas funções, tanto como exe-cutivas quanto mães, por isso tendem a procurar, constantemente, desenvol-vimento e aperfeiçoamento.

SOLANGE AVERSA,gerente de Recursos Humanos da

Companhia Brasileira de Offshore (CBO)

mercado de trabalho

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mulher. “A sociedade hoje é mais sensível. Creio que as mulheres têm atributos da personalidade que podem ser um diferencial. A mulher é intuitiva, espiritualizada, consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo (isso já comprovado cientificamente) e não gosta de autoritarismo”, finaliza.

Desafiar o tempo A cobrança do tempo entre famí-

lia e negócios é, para ela, o principal desafio do dia a dia. Economista, com mestrado em tecnologia da energia e do meio ambiente pelo imperial College, Universidade de londres, inglaterra, sylvie d’Apote é sócia diretora da Gas Energy s/A, empresa de assessoria nos setores de gás natural, petróleo e energia no Brasil e Conesul e diz que sua maior preocupação é não se sentir sempre culpada por não dedicar tempo su-ficiente à família ou de não dedicar

energias suficientes ao trabalho. “Eu me cobro muito e acabo me dando sempre objetivos bem altos, por isso vivo estressada. Acho que isso é um traço de muitas mulheres executi-vas”, afirma sylvie.

Ela conta que é bem cansa-tivo lidar com família e trabalho

ao mesmo tempo, e percebe que leva para o trabalho preocupações que seus colegas homens não têm. “mas vejo também que há uma maior compreensão e aceitação pelos meus colegas homens das minhas duplas responsabilidades. tenho a sorte de ter um marido

Eu me cobro muito e acabo me dando sempre objetivos bem altos. Acho que isso é

um traço de muitas mulhe-res executivas. A situação é bem melhor hoje que na época da minha mãe, mas ainda há muito caminho pela frente. Estou segura de que nossas filhas viverão num mundo mais igualitário.

SyLVIE D’APOTE,sócia diretora da Gas Energy S/A

presença feminina no mercado de energia

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18 Guia do Estudante 2011

muito participativo em casa. os homens estão mudando, certo?”, ressalta a executiva.

sylvie diz que sua entrada no mercado de energia foi uma mis-tura de acaso, no início, e de de-cisão, depois. Certa dose de acaso entrou na escolha do mestrado na inglaterra. “Entre todos os cursos sobre economia e meio ambiente, escolhi este do imperial College sobre energia e meio ambiente por ser multidisciplinar e muito mais aplicado que outros mestrados. Gostei muito do tema da energia e decidi ficar neste segmento como consultora. Estou até hoje, e não me arrependo”, assegura.

A executiva considera que a si-tuação atual de grande crescimento da mulher no mercado de trabalho, com a ascensão da primeira presi-dente mulher no Brasil, é a conti-nuação de uma trajetória de peque-nas conquistas do dia a dia durante anos e anos. E essa conquista vem lentamente levando as mulheres a ter igualdade de oportunidade com os homens. “Acho que a situação é bem melhor hoje que na época da minha mãe, mas ainda há muito caminho pela frente. Estou segura de que nossas filhas viverão num mundo mais igualitário, no qual uma mulher presidente ou CEo

de empresa serão a norma e não a exceção”, salienta sylvie.

Mercado aquecidoComo todos sabem, o setor de

petróleo e gás é a bola de vez. É um segmento com uma característica que abre inúmeras oportunidades de desenvolvimento para profis-sionais de diferentes formações. isso porque, desde a exploração do recurso natural, passando por toda a cadeia produtiva, até o con-sumo final dos derivados, existem várias atividades que geram opor-tunidades para engenheiros(as), geólogos(as), biólogos(as), econo-mistas, projetistas, profissionais das áreas de comunicação, transporte, meio ambiente e serviços em geral.

para Gilda Bouch, gerente técnica da Gas Energy s/A, esse é um momento especial para pes-soas formadas em engenharia, em especial, em engenharia quími-ca, na qual ela é formada. “Esta é uma modalidade de engenha-ria que possui amplo espectro de atuação. Além disso, os cursos de pós-graduação podem fornecer a especialidade desejada para atuar num segmento específico”, indica.

Com mestrado em engenharia química na Coppe (Coordenadoria de programas de pós-graduação em

Engenharia da Universidade federal do rio de Janeiro) e mBA executivo na Coppead (instituto de pós-gradu-ação e pesquisa em Administração da Universidade federal do rio de Janeiro), Gilda acredita que a en-genharia química é uma profissão promissora, mas que se encontra numa fase de maturidade e não de crescimento muito acelerado.

para ela, dentro deste mercado e de outros, as mulheres possuem vantagens como: responsabilidade, organização e intuição. “partindo do princípio de que homens e mulhe-res se equivalem intelectualmente, acho que a mulher, de modo geral, apresenta como vantagem um ótimo equilíbrio dessas três caracterís-ticas fundamentais para um bom posicionamento no mercado de trabalho”. segundo a executiva, esses três elementos combinados resultam numa grande eficiência, com uma leveza que nem sempre o mundo masculino permite. “Creio que isso faz a diferença”, conclui.

diante de todas essas caracte-rísticas positivas da mulher e da quebra de paradigmas, ela está crescendo e se destacando cada vez mais no mercado de trabalho. Gilda se lembra de um dos vários episódios preconceituosos por que passou no começo da careira: “Um colega (homem, óbvio) me disse a seguinte pérola: ‘fulano da empre-sa tal comentou que sua participa-ção na reunião de negociação foi muito boa, pois teve a impressão que estava lidando com um ho-mem.’ depois do primeiro choque e revolta com o comentário, termi-nei por perceber que, na verdade, se tratava de um elogio”, conta a executiva.

Embora tal episódio tenha ocor-rido há mais de dez anos, Gilda considera que o cenário já mudou bastante, mas ainda se encontra esse tipo de reação, que mesmo como brincadeira tem um fundo

Partindo do princí-pio de que homens e mulheres se equiva-lem intelectualmente,

acho que a mulher, de modo geral, apresenta como van-tagem um ótimo equilíbrio entre responsabilidade, organização e intuição, características fundamentais para um bom posicionamen-to no mercado de trabalho.

GILDA BOUCH,gerente Técnica da Gas Energy S/A

mercado de trabalho

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Guia do Estudante 2011 19

de preconceito. “nesses casos, o importante é a mulher se posicio-nar de forma correta e com firmeza para não permitir que o preconcei-to se estabeleça”, sugere.

Fazendo a diferençarealizada e bem sucedida pro-

fissionalmente, Cristina pinho, gerente geral de operações e ma-nutenção da petrobras, defende – e muito – o crescimento feminino no mundo dos negócios, e ressalta: “A mulher pode contaminar de forma positiva o ambiente de trabalho com mais delicadeza, empatia pelo próximo e equilíbrio entre a jornada e a vida pessoal.”

segundo ela, hoje as mulheres são bem preparadas e muito dedicadas durante o período de estudos, assim como no trabalho. Além disso, reco-nhece ainda a contribuição da matu-ridade masculina, já que o homem passou a dar o devido valor à mulher e à sua competência, abrindo espaços em seus grupos antes fechados.

“temos também educado de for-ma diferente nossos filhos homens,

dando o exemplo, mostrando que podemos e somos tão competentes quanto eles. E educando nossas filhas mulheres, mostrando que elas podem ser o que sonharem ser”, complementa.

Apesar disso, a executiva lem-bra que já passou por alguns pre-conceitos em função de seu cresci-mento e ascensão profissional: “Há alguns anos percebi muito bem que um gerente meu subordinado tinha

muita dificuldade de me aceitar por eu ser mulher. Eu o transferi para outra unidade.”

formada em engenheira me-cânica, Cristina diz que sempre gostou de física, mecânica e mate-mática e a escolha pela petrobras foi natural, graças ao orgulho que a empresa já lhe despertava na época.

sobre o mercado de trabalho na sua área de formação, ela co-menta que há forte demanda, mas

SEGUNDO SAMUEL PINHEIRO, di-retor da Petrocenter, centro de qua-lificação profissional especializado em petróleo e gás, hoje as mulheres apresentam 30% da demanda de alu-nos interessados nos cursos técni-cos da instituição. A estimativa, de acordo com o executivo, representa que a mulher está cada vez mais conquistando espaço neste setor dominado pela figura masculina.

Samuel considera que o esforço vale a pena, pois as oportunidades não param de crescer e as mulheres são bem-vindas ao setor. “Há incon-táveis maneiras de inserir o sexo fe-minino nas atividades relacionadas ao petróleo, tanto que já existem empresas investindo na capacitação delas”, afirma.

Pinheiro conta que algumas em-presas estão preferindo mulheres para trabalhar ao invés de homens. “As mulheres realmente têm prefe-rência em setores da indústria, que exigem maior meticulosidade, traba-lhos de acabamento em geral. Elas são vistas como organizadas e deta-lhistas. Nas contratações de cargos administrativos, as competências profissionais pesam mais na hora da contratação do que o sexo”, aponta.

O diretor da Petrocenter indica ainda que a diferenciação por sexo está cada vez mais fora do contex-to de trabalho em nossa sociedade. “Nosso país hoje é liderado por uma mulher e isso prova que a grande parte da população não tem restri-ção a ser liderado e/ou representado

por uma figura feminina. Além disso, as líderes femininas tendem a ter um talento natural para persuasão, item obrigatório para atingir os objetivos das organizações”, pontua.

Segundo ele, o setor industrial, no geral, é dominado pela figura mascu-lina e os cursos de engenharia, técni-cos e operacionais da área de petró-leo e gás ainda apresentam em sua maioria alunos do sexo masculino, mas já se observa que esta realidade vem mudando nos últimos anos.

Para Pinheiro, hoje a mulher compete em igualdade com os ho-mens. Isto representa a grande van-tagem da mulher no mercado, pois as competências humanas e técni-cas é que irão definir o sucesso do profissional. Desta forma, o executi-vo acredita que a vantagem não está relacionada ao sexo.

Mais espaço e oportunidades no mercado

O Brasil está passando por um momento es-pecial e profissionais do ramo de óleo e gás

estão sendo muito deman-dados. Estamos vivendo um momento especial e os jovens engenheiros e enge-nheiras, com certeza, não irão sofrer o que eu sofri na década de 1980. Há empre-go para todos os bem quali-ficados.

CRISTINA PINHO,gerente geral de Operações e Manutenção da Petrobras

presença feminina no mercado de energia

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também uma boa oferta. de acordo com a executiva, em outras áreas, como naval ou metalúrgica, a pro-cura é muito maior do que a oferta, mas o que é preocupante é o nível de qualidade do ensino.

“o Brasil está passando por um momento especial e profis-sionais do ramo de óleo e gás estão sendo muito demandados. Estamos vivendo um momento especial e os jovens engenheiros e engenheiras, com certeza, não irão sofrer o que eu sofri na dé-cada de 1980. Há emprego para todos os bem qualificados”, pon-tua a gerente da petrobras.

Apesar da jornada tripla de mãe, mulher e executiva, Cristina afirma que é muito bom ser uma gerente que pode fazer diferença, sendo capaz de extrair o melhor de sua equipe e contribuir para o progresso e futuro da companhia. “temos uma responsabilidade com a sociedade brasileira de preser-var e perpetuar o sucesso desta empresa. A jornada ainda é tripla, mas agora com uma demanda mais suave: meus filhos não são mais bebês”, conta.

Experiência e dedicaçãona área ambiental há 33 anos,

Gisela forattin, atual diretora de

licenciamento ambiental do insti-tuto Brasileiro do meio Ambiente e dos recursos naturais renová-veis (ibama), desde agosto do ano passado acredita que, com a valo-rização da mulher, a questão de gênero já é reconhecida no mundo corporativo. “de fato, estamos em uma nova etapa dentro da trajetória de conquistas da mulher, mas ain-da faltam mulheres em postos de comando no Brasil. mais espaços devem ser ocupados, valorizando a mulher e a competência técnica delas e não a indicação política”, acrescenta.

Apaixonada pelo meio ambien-te, Gisela sempre se identificou e direcionou sua carreira para a área de recursos hídricos. É formada em engenharia civil, com mestrado em recursos Hídricos e saneamento pela Coppe e pós-graduada em limno-logia pela Usp (Universidade de são paulo), de são Carlos.

Atuou como superintendente de fiscalização e assessora técnica do diretor presidente da Agência nacional de Águas (AnA). também foi presidente da GWp Brasil (Glo-bal Water partnership south Ame-rica) e trabalhou na Companhia de pesquisa de recursos minerais (Cprm), vinculada ao ministério de minas e Energia (mmE).

“Já fui diretora do ibama há dez anos e tenho um orgulho muito grande de estar onde estou agora. tenho um leque de possibilidades de trabalho e agradeço a confiança da ministra izabella teixeira quan-to ao meu papel nos destinos do nosso país”, diz Gisela.

Casada há 33 anos e mãe de duas filhas, uma de 27 e outra de 23, a diretora do ibama conta que dedica grande parte do seu tempo ao trabalho, mas não esquece do exercício e de sua saúde. “Estou vivendo um momento de muita produtividade na minha vida pro-fissional, mas gostaria de ter mais tempo para mim”, aponta.

Além da competência, sensi-bilidade de antecipar problemas e mais foco no trabalho, Gisela aponta como vantagem feminina no mercado de trabalho o fato de as mulheres serem mais observadoras e ouvir a todos, num negócio, por exemplo. “não sou feminista, mas o olhar feminino é diferenciado numa negociação. Além de muito produtivas, nos preocupamos com um todo maior e temos muita com-petência técnica”, ressalta.

Por oportunidades iguaisAs mulheres estão conquistan-

do grande espaço no mercado de trabalho no decorrer dos últimos anos. ingrid Zech, engenheira quí-mica do Cenpes (Centro de pesqui-sas leopoldo Américo miguez de mello), da petrobras, reconhece isso, mas considera que diante disso, homens e mulheres devem ter oportunidades iguais, com os mesmos direitos.

porém, segundo ela, é inegá-vel que homens e mulheres têm características diferentes. “mi-nha visão, que não é uma regra, é de que as mulheres são mais detalhistas, mais disciplinadas e mais agregadoras do ponto de vista social que os homens.

O olhar feminino é diferenciado numa negociação. Além

de muito produtivas, nos preocupamos com um todo maior e temos muita competência técnica.

GISELA FORATTIN,diretora de Licenciamento

Ambiental do Ibama

mercado de trabalho

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Guia do Estudante 2011 21

Cabe às empresas tirar vanta-gem das características de cada um. olhando pelo lado pessoal, a entrada da mulher no mercado de trabalho propiciou a abertura de seus horizontes e contribuiu para a estabilidade financeira das famílias, entre outras coi-sas”, destaca a executiva, que trabalha na gerência de Gás e Energias renováveis da área de engenharia básica do Cenpes. A executiva comenta ainda que nunca foi discriminada ou viven-ciou uma situação profissional de discriminação de ordem se-xual ou racial e acredita que é porque trabalha num ambiente de altíssimo nível técnico, com pessoas de um patamar cultural muito elevado.

ingrid diz que sua escolha pro-fissional deveu-se a “um caso de amor à primeira vista”. Ainda es-tudante do ensino médio, ela con-ta que ao fazer um passeio com a família até Camaçari, passou por dentro do polo petroquímico – na época ainda em seus primeiros pas-sos – e se encantou com a torre de refrigeração da Copene (Com-panhia petroquímica do nordeste s/A). “Eu me apaixonei por aquele monumento de concreto. Juntando ao fato de que sempre gostei de matemática e química, optar pela engenharia química foi um passo natural”, relembra.

Já fazendo o curso escolhi-do, ingrid pensava em trabalhar no polo petroquímico, porém, segundo ela, ir para o sistema petrobras aconteceu “meio no susto”: “na época, o curso de especialização em engenharia de processamento petroquímico (Cenpeq) era oferecido apenas aos homens, na Bahia, onde eu estudava. por sorte, começaram a aceitar mulheres exatamente no meu último ano de faculdade. fiz o concurso e passei. por meu de-

sempenho, recebi proposta para trabalhar na gerência técnica da petroquisa, no rio e, dez anos depois, fui para o Cenpes, onde estou até hoje”, afirma a enge-nheira da petrobras.

sobre o cenário da mulher no mercado de trabalho, ela indica que o preconceito ainda existe e as estatísticas mostram isto, mas percebe que é cada vez menos pre-sente em carreiras menos especia-lizadas. “lembro-me de que, ao me formar, não existiam mulheres na área de produção das fábricas. Hoje, elas estão presentes até mes-mo nas plataformas de petróleo. sem dúvida, termos uma mulher como presidente da república, eleita pelo voto popular, é uma prova irrefutável da mudança na forma de pensar da sociedade”, opina ingrid.

de acordo com a engenheira, apesar de todos os avanços, na maior parte das famílias a mulher continua sendo a maior responsá-vel pelos filhos, por manter a en-grenagem da casa funcionando, mesmo que muitas vezes o marido participe. “isto sem poder deixar de lado sua feminilidade e seu lado profissional. A mulher é muito sa-crificada. fazer o supermercado, educar os filhos, fazer projeto,

enfim, ser mulher, mãe, esposa e profissional é muito complicado, mas na minha vida não cabe outra forma de agir”, indica.

Hoje, com os filhos já cria-dos, ingrid diz que seu maior desafio é o profissional. “depois de 28 anos de formada, passei a encarar uma nova atividade, envolvendo muito estudo e no-vas responsabilidades. Uma nova guinada profissional, que tem me estimulado muito”, diz.

sobre a forte demanda por profissionais na área de enge-nharia, a executiva considera que profissionalmente o momento é muito bom e que a situação econômica do país está muito favorável, sobretudo para o setor de petróleo e gás, que de acordo com ela, está fervilhante. “As em-presas têm ido às universidades captar estagiários, já pensando em aproveitá-los após a forma-tura. foi-se o tempo em que as pessoas se formavam e iam para o mestrado como falta de opção de emprego. Hoje, mestrado e doutorado são opções para quem quer se aprofundar na profissão. para aqueles que já estão no mer-cado de trabalho, não é incomum receber propostas para mudança de emprego”, explica.

A entrada da mulher no mercado de trabalho propiciou a abertura de seus

horizontes e contribuiu para a estabilidade financeira das famílias, entre outras coisas.

INGRID ZECH,engenheira química

do Cenpes (Petrobras)

presença feminina no mercado de energia

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22 Guia do Estudante 2011

A internacionaliza-ção desses centros começa a ser acele-rada e ganha espaço maior no Brasil. são amplos laboratórios

multinacionais que têm o objetivo de gerar conhecimento e desen-volver tecnologia para produtos inovadores destinados ao mercado ou a clientes específicos. A impor-tância desses centros para o Brasil está no crescimento do nível da tecnologia produzida por empresas aqui e na contratação de centenas de pesquisadores brasileiros – em grande parte com doutorado.

o estímulo à pesquisa e ino-vação nas áreas de petróleo, gás e energia tem sido constante nesses últimos anos no país. por meio da pesquisa e inovação tecnológica, garante-se maior competitividade no mercado e, no caso do setor de petróleo e gás, tem-se também um auxílio no desenvolvimento da se-gurança para evitar os riscos nos processos exploratórios.

Como o principal desafio em pesquisa e inovação ainda é a ca-pacitação da cadeia de fornecedo-res, as empresas estão buscando criar seus próprios centros de p&d, para cada vez mais especializar e

O ano de 2010 foi marcado pelo anúncio de criação de diversos centros de pesquisa e

desenvolvimento (P&D) no país. O cenário otimista do setor de petróleo, gás e energia e

as descobertas do pré-sal são os grandes propulsores dos olhares atentos das empresas

nacionais e internacionais na expansão dos negócios nos setores.

Pesquisa em parceria:

os novos centros de P&D da cadeia produtiva de petróleo no Brasil

por Maria Fernanda Romero

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Área: 8.000 m²

Investimento: US$ 50 milhões

Para o desenvolvimento de novas tecnologias de óleo e gás, principalmente para soluções para o pré-sal.

Empresas instaladas: GE, Halli-burton, FMC, Usiminas, Tenaris Confab e Baker Hughes.

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aprimorar suas atividades, e capa-citar seus funcionários.

o rio de Janeiro, em especial o parque tecnológico do estado, localizado na ilha do fundão, tem sido a ‘princesinha’ dos olhos das empresas. o local garante acesso privilegiado a laboratórios, profis-sionais de alta qualificação e novas oportunidades de negócios e é o local mais disputado para abrigar estes novos centros.

de acordo com Maurício Gue-des, diretor do parque, mais de r$ 500 milhões de investimentos foram anunciados na ilha do fun-dão só em 2010.

outros fato-res considerados fundamentais pelas empresas que justificam a instalação das mesmas no estado são: a localização estratégica; a in-fraestrutura; a facilidade de acesso a matérias-primas; as facilidades logísticas (ferrovias e portos); os polos de demanda (petróleo, cons-trução naval, indústria automotiva etc.); as facilidades para a formação de mão de obra e para a expansão do parque instalado e o apoio ins-titucional, especialmente por parte do Governo do Estado.

Até 2014, diversas multina-cionais terão centros de pesquisa operando na ilha do fundão. terão como vizinhos o principal campus da Universidade federal do rio de Janeiro (UfrJ) e o Cenpes (Centro de pesquisas e desenvolvimen-to leopoldo Américo miguez de mello), da petrobras.

A primeira a anunciar seu centro de pesquisa no estado foi a fmC technologies. A líder em soluções tecnológicas para a in-dústria de petróleo e gás informou, em junho do ano passado, a cons-trução de um centro de tecnologia no parque tecnológico.

segundo Paulo Couto, vice--presidente de tecnologia, Enge-

nharia e produ-tos Emergentes da fmC, a ame-ricana irá inves-tir cerca de r$ 70 milhões só na infraestru-tura do projeto.

de acordo com o executivo, os investimentos em recursos hu-manos e tecnologia também são significativos.

o centro da fmC vai empregar cerca de 300 engenheiros dedica-dos ao desenvolvimento de projetos e pesquisa de tecnologias submari-nas para exploração de petróleo e gás no país, sobretudo para o pré--sal e o pós-sal. A unidade contará com centros de p&d, laboratórios de testes e qualificações, instala-ções para testes de integração e protótipos em escala real.

Com contrato de duração de 20 anos, esse será o primeiro centro de pesquisa da empresa no Bra-sil, que vai ocupar uma área de cerca de 20.000 m². paulo Couto informou ainda que as obras estão sendo realizadas desde junho de 2010 e que o empreendimento deve estar em pleno funcionamento já em meados deste ano.

Ainda no segundo semestre de 2010, em outubro, a petroleira repsol anunciou o patrocínio de um dos cinco laboratórios especializa-dos em petróleo e gás, do Centro tecnológico 2 (Ct2), da fundação Coppetec, na ilha do fundão.

A espanhola irá participar ati-vamente das pesquisas a serem desenvolvidas no laboratório de modelagem de impactos e Eco-gerenciamento de reservatórios de petróleo (lmiErp). segundo a empresa, só no lmiErp devem trabalhar 50 pessoas, entre profes-

INAUGURADO EM 2003, o Parque Tecnológico foi criado com o objetivo de estimular a interação entre a Universidade – seus alunos e corpo acadêmico – e empresas que trabalham com inovação.

São 350.000 m², destinados a abrigar empresas de setores intensivos em diferentes áreas de conhecimento. Hoje, o Parque Tecnológico abriga cerca de seis empresas e mais três outras já estão em processo de licita-ção, com previsão de instalação ainda para este primeiro semestre de 2011. Para elas, o grande fator de atração para a implantação dos centros no Parque Tecnológico é o posicionamento estratégico, próximo ao aeroporto e a facilidade na interação com os universitários.

Parque Tecnológico do Rio de Janeiro

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sores, administrativo e estudantes de pós-graduação. A inauguração foi realizada no mês de novembro.

As linhas de pesquisa do la-boratório construído pela repsol estarão voltadas para temas como a preservação da biodiversidade nas operações de perfuração e explora-ção de petróleo; avaliação do ciclo de vida de insumos da indústria de petróleo; produção de biocom-bustíveis; logística ambiental em E&p; e modelagem ecoeficiente de reservatórios de petróleo.

mas foi em novembro do ano passado que a primeira empresa abriu seu centro de tecnologia para

o pré-sal na área do parque tecno-lógico, a multinacional schlum-berger. o empreendimento, que ocupa uma área de 8.000 m² no parque, destina-se a pesquisas em geoengenharia e é o primeiro da empresa dedicado a atividades de exploração e produção de petróleo no hemisfério sul. Cerca de 300 funcionários trabalham no local, entre cientistas, engenheiros e técnicos. foram investidos Us$ 50 milhões no projeto do Centro de pesquisas em Geoengenharia da schlumberger (BrGC).

A unidade terá como foco o desenvolvimento de novas tec-

nologias na área do petróleo e gás, principalmente, no desen-volvimento de soluções para os desafios técnicos encontrados nas águas profundas da costa

Centro de P&D da FMCÁrea: 20.000 m² Investimento: R$ 70 milhões (só em infraestrutura)Previsão de funcionamento: segun-do semestre de 2011Foco: laboratório de testes e quali-ficações, instalações para testes de integração e protótipos em escala real

Centro de Pesquisas em Geoengenharia da Schlumberger (BRGC)Área: 8.000 m² Investimento: US$ 50 milhões Foco: voltado para o desenvolvi-mento de novas tecnologias em petróleo e gás, principalmente, no desenvolvimento de soluções para o pré-sal.

Centro de Tecnologia da UsiminasÁrea: 3.600 m² Previsão de funcionamento: primei-ro semestre de 2012 Foco: voltado para o desenvolvi-mento de novas tecnologias de aplicação de aços para os setores de petróleo e gás, naval e offshore, com foco nas demandas do pré-sal. Centro de P&D da Halliburton e Tenaris ConfabÁrea: 7.000 m² (Halliburton) e 4.000 m² (Tenaris Confab)Investimento: R$ 26 milhões (Halli-burton) e R$ 36 milhões (Tenaris Confab)Previsão de funcionamento: final do segundo semestre de 2012 Foco: voltado para pesquisas em caracterização e o monitoramento de reservatórios; produtividade, construção e completação de poços de petróleo.

Centro de Pesquisas em Geoenge-nharia da Schlumberger (BRGC)

Centro Global de Pesquisas da GE

Centro de P&D da FMC

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brasileira. o centro vai integrar geociências e engenharia, a fim de aprimorar a produção e recu-peração de petróleo e gás natural das reservas de petróleo em águas profundas na camada pré-sal da costa brasileira.

segundo a empresa, o BrGC vai operar a partir de três nú-cleos: o Centro de pesquisas em Geoengenharia, que desenvol-verá pesquisas em cooperação com clientes e universidades; o Centro de tecnologia em Geo-engenharia, que desenvolverá aplicações em software baseadas nas plataformas ocean e petrel, da schlumberger e da Western-Geco; e a unidade WesternGeco Geosolutions, que se dedicará ao desenvolvimento de soluções geofísicas otimizadas para a costa brasileira. Além destas unidades, o centro contará com três labo-

ratórios integrados para testes e avaliação de rochas e fluidos em ambientes controlados.

no início de novembro do ano passado, a GE anunciou o novo Centro de pesquisas Global, o quinto da empresa no mundo, que ficará localizado na ilha de Bom Jesus, na ilha do fundão, dentro do parque tecnológico da Universidade federal do rio de Janeiro (UfrJ).

Com investimentos de Us$ 100 milhões, o centro de pesquisas terá como foco o desenvolvimento de tecnologias avançadas para as in-dústrias de óleo e gás, energias renováveis, mineração, transporte ferroviário e aviação. A construção do complexo, no qual trabalham cerca de 300 pesquisadores e en-genheiros, começou este ano e a previsão é que as obras estejam concluídas no fim de 2012.

“Escolhemos o rio de Janeiro por concentrar muitas qualidades como facilidades de acesso, logística, proximidade com nossos clientes e com as universidades”, afirmou João Geraldo ferreira, presidente e CEo da GE Brasil, lembrando que cidades como Belo Horizonte, Campinas e são José dos Campos também estavam na disputa pelo empreendimento.

Juntamente com o Centro de pesquisas Global, a GE irá construir um Centro de Qualificação, com custo de Us$ 50 milhões, com foco em treinamento e desenvolvimento dos funcionários. durante o anúncio de instalação do Centro, a empresa assinou acordos de cooperação com órgãos do governo, universidades e companhias brasileiras.

A vale e a GE firmaram um ter-mo de cooperação técnica focada em projetos de armazenamento, geração

EM OUTUBRO DE 2010, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) expandiu sua capacida-de de pesquisa para atender às demandas do pré-sal. O centro foi reinaugurado após duplicar sua estrutura, com investimento de US$ 700 milhões. Hoje, conta com 800 pesquisadores e 137 labora-tórios. Com a expansão, o empre-endimento da Petrobras passa a ser um dos maiores complexos de

pesquisa do mundo (com mais de 300.000 m²).

Localizado no Rio de Janeiro, o Cenpes conta com diversos laborató-rios destinados a atender as demandas tecnológicas das áreas de biotecnolo-gia, fertilizantes, biocombustíveis, reu-so de água, petroquímica e avaliação do meio ambiente nos locais em que a empresa opera ou pretende operar.

Com a ampliação, o centro de pesquisas contará também com modernos laboratórios para aten-

der exclusivamenteà as demandas do pré-sal. Das dez alas de novos laboratórios, cinco são dedicadas ao pré-sal, com foco na caracterização de rochas e interação dessas rochas com os diversos fluidos presentes (petróleo, gás natural, água, CO2 etc.).

Na ocasião, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, ressaltou que a ampliação gerou cerca de seis mil empregos diretos e 15 mil empregos indiretos durante a execução da obra.

Cenpes é ampliado

pesquisa em parceria: os novos centros de P&D da cadeia produtiva de petróleo no brasil

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e distribuição de energia. Com o acordo, as duas empresas poderão compartilhar conhecimentos e expe-riências e trabalhar conjuntamente para compartilhar informações sobre as atividades do Centro de pesquisas Global, para auxiliar no desenvolvi-mento de tecnologias e cooperar na identificação de áreas de p&d.

Ainda em novembro, a Usimi-nas lançou a pedra fundamental

de seu centro de tecnologia no parque tecnológico. A siderúr-gica ocupará uma área de 3.600 m² no parque tecnológico, loca-lizado na ilha da Cidade Uni-versitária. o objetivo do projeto, que deve começar a operar no primeiro semestre de 2012, é de-senvolver novas tecnologias de aplicação de aços para os setores de petróleo e gás, naval e offsho-

re, com foco no atendimento às demandas da exploração da ca-mada pré-sal.

E em dezembro de 2010, mais anúncio: as multinacionais Halli-burton, prestadora de serviços para exploração e produção de petróleo, e a tenaris Confab, fabricante de tubos de aço, assinaram contrato para a construção de unidades de pesquisa para o desenvolvimento de novas

EM JUNHO DO ANO PASSADO, a IBM anunciou a instalação de um centro no Brasil, no qual um dos focos de pesquisa serão as descobertas na área de recursos naturais, principal-mente petróleo e gás. A exploração do petróleo na área do pré-sal deve gerar pesquisas específicas no centro da empresa, que requer desafios enor-mes na área de exploração, produção e logística. “Vamos atuar nessas áreas trazendo as nossas competências

em modelagem e simulação de processos geoló-gicos e sistemas de engenharia, computação de alto desempenho, campos digitais inteligentes, aná-

lise massiva de dados, otimização e logística”, diz Ulisses Mello, diretor da área de recursos naturais da IBM.

Segundo o executivo, vários fato-res pesaram na decisão da abertura do laboratório no Brasil, entre eles a maturidade do sistema educacional brasileiro, disponibilidade de talentos técnicos e riqueza do país em termos de recursos naturais, hídricos, além de megaeventos (Copa do Mundo e Olimpíadas) e política brasileira para o avanço de ciência e tecnologia. A IBM tem oito centros de pesquisa em seis países, reunindo mais de três mil cientistas e engenheiros.

As negociações entre a empresa e o governo brasileiro duraram pouco menos de três meses. O centro era disputado

também pelo emirado de Abu Dhabi e pela Austrália. Três áreas do governo atuaram para trazer esse investimento para o país: o Ministério do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior, o Ministério de Ciência e Tecnologia e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).

Mello explica que a área de recursos naturais, também incluirá gestão avançada de água, minerais e agricultura, sobretudo para biocom-bustíveis e aponta outras áreas de fo-cos importantes: “Sistemas humanos inteligentes, com ênfase em eventos de larga escala. O objetivo é desen-volver inovações que serão usadas nos grandes eventos esportivos que ocorrerão no Brasil, incluindo a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpi-cos de 2016; ciência de serviços, com foco no entendimento, modelagem e simulação de sistemas focados em qualidade, eficiência e produtividade; e dispositivos inteligentes que podem ser criados utilizando avanços na área de semicondutores.”

De acordo com o executivo, o la-boratório de pesquisa já está em ope-ração desde seu anúncio, em junho de 2010. “As instalações de uma de suas sedes foram inauguradas oficialmente em março de 2011, no Rio de Janeiro. A sede de São Paulo será inaugura-da em breve. Estamos contratando pesquisadores e já estamos discutindo parcerias estratégicas com compa-nhias e universidades”, indica Mello.

O laboratório de pesquisa irá se envolver com linhas de pesquisa rela-

cionadas às áreas-foco em exploração de recursos naturais, semicondutores, evento de larga escala e ciências de serviço. “Na área de óleo e gás vamos nos concentrar em modelagem numérica de processos geológicos e geofísicos, como também em otimi-zação de operações integradas para gestão de reservatórios. Estaremos muito envolvidos em desenvolvimento de tecnologia e processos que podem transformar nossas grandes cidades em ‘cidades inteligentes’, que aumen-tem de modo significativo a sustenta-bilidade com o aumento de eficiência de transporte, energia, e principal-mente a gestão de eventos catastrófi-cos como inundações, deslizamentos, etc.”, explica ele.

Ulisses Mello conta que, no Brasil, a empresa ainda não possui contrato fechado na área de petróleo e gás, mas está discutindo parce-rias estratégicas com companhias e universidades. Globalmente, a IBM já tem várias colaborações nessa área como, por exemplo, com a Statoil na área de operações integradas e com a Shell na área de gestão de reser-vatório em que desenvolve novas metodologias para incluir dados de sísmica 4D no processo de ajuste histórico. “O laboratório de pesquisa no Brasil é o nono da IBM no mundo e o primeiro do hemisfério Sul. Iremos trabalhar de forma integra-da aos outros laboratórios globais que, em conjunto, têm perto de três mil pesquisadores, a maioria PhDs. Porém, é nossa intenção liderar as pesquisas na área de petróleo aqui do Brasil com o suporte dos labora-tórios globais”, conclui.

IBM terá centro de pesquisa no Brasil

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tecnologias para o setor de petróleo e gás, no rio.

o centro de pesquisa terá como foco a caracterização e o monitora-mento de reservatórios; a produti-vidade, construção e completação de poços de petróleo. A previsão é que as obras sejam iniciadas no segundo semestre de 2011 e sejam concluídas até o final de 2012. os investimentos podem chegar a r$ 42 milhões.

A Halliburton, que ocupará ter-reno de 7.000 m², investirá de Us$ 10 a 15 milhões (perto de r$ 26 milhões) na construção do centro e pretende desenvolver soluções para estimulação e performance de poços, área eletrônica e desen-volvimento de softwares em 3d e visualização.

Já a tenaris Confab ocupa-rá terreno de 4.000 m², onde vai construir seu centro de pesquisas voltado para os setores de p&G, mi-neração, construção civil e automo-bilística. o objetivo é desenvolver novas tecnologias para soldagem de tubos, testes e simulações para tubos de grande diâmetro e estudos de revestimentos metálicos de polí-meros. Além disso, haverá um setor para cuidar especificamente das conexões premium tenarisHydril, especialmente destinadas a ope-rações de perfuração de poços de p&G. A empresa prevê investimento de cerca de Us$ 21 milhões (cerca de r$ 36 milhões).

Ademais, em março deste ano, o BG Group anunciou a instalação do Centro tecnológico mundial do grupo no Brasil como um primeiro passo para tornar o país provedor de soluções tecnológicas em nível glo-bal. o Centro será um gerenciador de projetos de acordo com as prio-ridades acordadas com a Agência nacional de petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (Anp).

na ocasião, a BG assinou um protocolo de intenções com a

Escola politécnica da Usp para desenvolvimento de projetos de pesquisa no setor de óleo e gás, parte do plano de investimento em p&d no país.

“Além de parcerias com uni-versidades e investimentos em infraestrutura, o Centro desen-volverá novas tecnologias e contri-buirá para a formação de recursos humanos de alto nível em todo o país”, diz o presidente do conselho de administração do BG Group, sir robert Wilson, que veio ao Brasil na ocasião para anunciar o plano de investimentos da BG Brasil que alcança Us$ 30 bilhões nesta década.

A BG Global technology Cen-ter (GtC) vai gerir os programas

de pesquisa que serão executados no Brasil. pré-sal, perfuração, se-gurança operacional e meio am-biente estão entre as linhas de projetos a serem desenvolvidos. A previsão de investimentos da BG Brasil no programa é de Us$ 1,5 bilhão até 2025.

segundo a empresa, o GtC será o epicentro da pesquisas do BG Group e irá atender to-dos os desafios tecnológicos do grupo em âmbito mundial. os estudos realizados no Centro se concentrarão em pesquisa, desenvolvimento e aplicação de estudos e projetos realizados em parceria com a academia brasi-leira e prestadores de serviços instalados no Brasil.

O PRIMEIRO CENTRO de P&D no Brasil da empresa sueca Saab será inaugurado em maio, em São Ber-nardo do Campo (SP).

“Já temos 15 empresas e uni-versidades participando do projeto. Nossa meta é inaugurar a unidade com pelo menos 20 integrantes”, informou o diretor técnico da Saab, Pontus De Laval. Segundo o execu-tivo, a iniciativa da Saab tem como objetivo proporcionar tanto experi-ências de conhecimento (pesquisa) quanto corporativas (negócios). O centro de P&D para o Brasil foi

desenvolvido a partir de um modelo utilizado na Suécia, com base na cooperação entre indústria, acade-mia e governo. “A ideia é instalar a unidade, identificar as necessidades da sociedade brasileira e desen-volver as soluções a partir desde diagnóstico”, completou.

Ele informou ainda que as áreas de pesquisa provavelmente serão relacionadas a setores como defe-sa, segurança, transporte, logística, energia e meio ambiente. A previ-são de investimento para financiar os projetos é de US$ 50 milhões.

pesquisa em parceria: os novos centros de P&D da cadeia produtiva de petróleo no brasil

Suecos inauguram centro de P&D no Brasil em maio

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Ao sair do fundo do oceano, o petróleo cru é levado para refinarias de todo o país para ser sub-metido a um proces-

so químico de limpeza para que estas produzam diversos derivados como lubrificantes, asfalto, diesel, gasolina, querosene, entre outros.

A indústria de refino no Brasil está a pleno vapor, com grandes empreendimentos sendo impul-sionados pela petrobras, como o Complexo petroquímico do rio de Janeiro (Comperj), a refinaria Abreu e lima, em pernambuco, a refinaria do nordeste (rnEst) e duas refinarias premium. Com isso, a estatal pretende aumentar a capacidade de refino de 1,8 milhão de barris para 2,2 milhões por dia.

são grandes as oportunidades para quem quer ingressar no setor de refino, principalmente para os interessados na área de engenharia de petróleo e engenharia química. E a especialização também envol-ve trabalhadores de segurança do trabalho, manutenção e automação.

Hoje, tanto universidades pú-blicas quanto privadas oferecem vagas para cursos voltados para o mercado de petróleo. Em função da grande demanda do setor e de es-tudantes interessados na área, vem aumentando a cada ano o número de instituições que estão abrindo cursos tanto de graduação quanto de especialização.

formação

O profissional do refino

Com grandes investimentos programados para os próximos anos, as refinarias são uma ótima oportunidade para quem quer entrar no mercado de óleo e gás e conhecer mais profundamente esta indústria.

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por Rodrigo Miguez

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pioneiro no Brasil, o curso de Engenharia de Exploração e pro-dução de petróleo da Universida-de Estadual do norte fluminense (Uenf) foi criado há 17 anos para aumentar a profissionalização na área de exploração de petróleo na Bacia de Campos. o curso combina a formação básica do engenhei-ro (matemática, física e química) com o domínio de informática e conhecimentos fundamentais de geofísica e geoquímica, engenharia de petróleo e petrofísica.

Oportunidades profissionaisCom a alta demanda por pro-

fissionais especializados nas mais diversas áreas, praticamente todos os engenheiros formados têm vaga garantida nas empresas do setor petrolífero que atuam na Bacia de Campos e em outras regiões produtoras do Brasil e do mundo.

Além de ser uma área em ex-pansão, a grande procura pelas profissões ligadas ao setor de pe-tróleo também tem relação com os salários aplicados, em geral muito bons. Hoje, a remuneração média inicial em cargos técnicos de nível médio é de cerca de r$ 2.600, já na área de engenharia esses valores podem chegar a r$ 6.000.

percebendo o aumento da de-manda do mercado de óleo e gás, as empresas privadas estão inves-tindo no setor de refino, deixando para trás a ideia de muitos de que as oportunidades estão apenas na petrobras. Hoje, as refinarias privadas atendem à demanda dos seus clientes com muita qualidade, ajudando no aumento dos negócios para os pequenos produtores de petróleo.

Empresa fabricante de solven-tes, a dax oil inaugurou, no ano passado, sua unidade de refino de petróleo no polo petroquímico de Camaçari (BA). Com investimentos de r$ 20 milhões, a expectativa da

companhia é processar em média 2,5 mil barris por dia. Com isso, os produtores independentes de pe-tróleo localizados na Bahia passam a contar com uma alternativa para a comercialização da produção, até então destinada à petrobras, man-guinhos (rJ) e a refinaria paulista Univen, em itupeva.

“os investidores nos peque-nos campos de produção andaram desanimados com as dificuldades

de venda de seu petróleo e acaba-ram reduzindo o ritmo. Acredita-mos que, com a nossa entrada no mercado, este cenário deve mu-

dar”, comentou Cyro Valentini Jr, da dax oil, em entrevista exclusi-va à TN Petróleo no início do ano passado.

Trabalho em terrao dia a dia em uma refinaria

é definido basicamente pelo re-cebimento das cargas e insumos programados, o planejamento e a execução dos diversos tipos de pro-cessamento industrial existentes e

a movimentação e transporte dos produtos acabados. A alta tecnolo-gia, a integração e o compromisso com a segurança, com o meio am-biente e com a saúde estão sempre presentes nas rotinas diárias.

Como as refinarias produzem de forma contínua para atender às demandas do país e do mercado em geral, os regimes de trabalho são divididos entre administrativo e de turno. no regime administra-

Principais produtos das refinarias Asfalto; Diesel/óleo diesel; Nafta;

óleo combustível; Gasolina;

Querosene e querosene de aviação;

Gás Liquefeito de Petróleo (GLP);

óleos lubrificantes; Ceras de

parafinas; Coque.

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tivo, além da operação dos proces-sos, são realizadas atividades de acompanhamento da produção, manutenção e serviços adminis-trativos de suporte aos processos industriais. no regime de turno, ocorre a operação dos processos industriais.

para atender a essa forte de-manda de profissionais é neces-sário investimento em escolas técnicas voltadas para a cadeia produtiva de petróleo e gás em todo o Brasil. Juntamente com isso, o fomento às carreiras de ní-vel superior ligados à área, para fazer com que os jovens possam cada vez mais se informar sobre

a importância e as vantagens do ensino médio profissionalizante e dos cursos técnicos necessários para se trabalhar na indústria.

os futuros profissionais de re-finarias que têm interesse em in-gressar na petrobras, por exemplo, devem ficar atentos aos cargos de técnico de manutenção, técnico de operação, técnico de Administra-ção e Controle Jr. que foram os mais demandados no último processo seletivo público (psp) da petrobras, e possuem muitas oportunidades de crescimento profissional.

outra porta interessante para entrar no mercado das refinarias é através de programas de estágio,

que são uma boa oportunidade de ganhar experiência, podendo até surgir uma vaga para efetivação na empresa. Há mais de 50 anos recebendo estagiários, a refinaria riograndense é uma referência no setor, sendo a origem da ipiranga, e desde o seu início apoia o crescimen-to profissional de jovens estudantes.

no ano passado, 30 estagiários passaram pela refinaria exercendo funções em áreas como produção, engenharia e meio ambiente. Com capacidade de processamento de 17 mil barris de petróleo por dia, a refinaria riograndense produz sobretudo gasolina, óleo diesel, bunker, asfalto, Glp e solventes.

Profissões nas refinarias

Engenheiro de Petróleo; Engenheiro Químico; Automação; Técnicos de Produção

de Refino de Petróleo; Engenheiro de Processamento de Petróleo; Engenheiro de

Equipamentos; Engenheiro de Segurança; Engenheiro de Meio Ambiente; Técnico

de Operação; Técnico de Manutenção; Técnico de Inspeção de Equipamentos

e Instalações; Técnico Químico de Petróleo; Técnico de Segurança; Técnico

Ambiental; Técnico de Suprimento de Bens e Serviços; Técnico de Projeto,

Construção e Montagem; Técnico de Comercialização e Logística.

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www.tnpetroleo.com.brInformação que repercute.

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A maioria das em-presas enfrenta dificuldades com a falta de trabalha-dores qualificados, o que prejudica

o aumento da competitividade. de acordo com o estudo da Cni, das 1.616 empresas consultadas, 69% enfrentam dificuldades com a falta de trabalhadores qualifi-cados. E mais, 78% das empresas que informam enfrentar o proble-ma procuram capacitar o tra-balhador dentro da própria em-presa. Essa é a principal forma de lidar com a situação, revela o levantamento.

no entanto, 52% das empre-sas industriais indicaram que a má qualidade na educação básica é uma das principais dificuldades que enfrentam para qualificar os trabalhadores. “o país precisa melhorar sua educação básica para aumentar a competitividade da indústria brasileira”, atesta o estudo.

o problema atinge empresas de todos os setores da indústria de transformação e da indústria extrativa e prejudica, sobretudo, empresas de menor porte. o déficit atinge 70% das pequenas e médias empresas e 63% das grandes. “o problema é sentido da produção às vendas, passando

por pesquisa e desenvolvimento (p&d) e pela gerência da organi-zação”, lê-se na publicação.

A área de produção, contudo, é a mais afetada com a falta de engenheiros, técnicos e operado-res. nestas duas últimas catego-rias, o problema é ainda mais dis-seminado. Quase a totalidade das empresas que enfrentam a falta de trabalhadores qualificados tem dificuldade em encontrar técnicos (94%) e operadores (82%).

“o que chama a atenção é que as empresas estão sentindo as mesmas dificuldades que os cursos de capacitação já tinham detectado, que é a pouca quali-dade da educação básica”, disse o gerente-executivo da Unidade de pesquisa da Cni, Renato da Fonseca, que divulgou a pesqui-sa. “As empresas hoje necessitam de trabalhadores versáteis, flexí-veis, que precisam de educação e treinamento”, completou.

de acordo com o diretor de Educação da fundação vanzo-lini, prof. Renato de Oliveira Moraes, devido ao crescimento

da econo-mia interna, o Brasil teve que alavancar sua produção e melhorar a qualidade de seus produtos

para se tornar competitivo no mercado externo também. “isso interferiu diretamente na quali-

ficação de nossos trabalhadores que, no passado, tiveram acesso à educação básica insuficiente. neste primeiro momento, as empresas terão que apostar em programas de capacitação que incentivem o aperfeiçoamento de seus trabalhadores em diver-sos setores, explica.

de acordo com moraes, o que acontece também é que muitos profissionais assumem cargos mais elevados e pouco tempo depois percebem que é neces-sário adquirir conhecimentos de forma rápida. “para levar conhe-cimentos a estes profissionais, a fundação vanzolini com atuação na área educacional criou sete novos cursos com enfoque nas áreas da indústria automotiva, sustentabilidade ambiental, tecnologia da informação e negócios. são eles: Gerência da inteligência Competitiva; Gestão da tecnologia da informação; Gestão de Empreendimentos e operações na Construção Civil; Gestão de negócios e operações em serviços; Ecodesign – design e inovação para a sustentabi-lidade Ambiental; sustentabi-lidade na Cadeia produtiva e Análise e projeto de negócios no novo setor Automotivo”, destaca moraes. para grupos de profis-sionais, é possível desenvolver as aulas do curso no formato ‘in company’, com programação específica para empresas de ori-gens nacional e internacional.

Falta de trabalhador qualificado afeta 69% das indústriasPraticamente sete em cada dez empresas industriais brasileiras enfrentam problemas de falta de trabalhador qualificado. A constatação é da Sondagem Especial pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). As empresas que têm tais dificuldades afirmam que a escas-sez de mão de obra qualificada prejudica a competitividade.

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32 Guia do Estudante 2011

Técnicos e engenhei-ros são as profissões com maior escassez de profissionais capacitados em comparação com a

necessidade do mercado no Bra-sil, segundo pesquisa da manpo-werGroup. Este é o segundo ano em que o país participa.

A pesquisa identificou que 57% dos 876 empregadores brasileiros ouvidos pelo estudo encontram dificuldade em preen-cher funções e posições impor-tantes dentro de suas organiza-ções. Esta é a sexta edição da pesquisa de Escassez de talentos realizada pelo manpowerGroup, e revela que um em cada três empregadores do mundo se de-para com diversos problemas na busca por talentos que ocupem os postos em aberto.

no Brasil, os cargos com maior escassez de talentos são técnicos em produção, opera-ções, engenharia e manutenção, seguidos por engenheiros e mo-toristas. Em comparação com os resultados do ano passado, a de técnico continua a ser a profissão com maior incompatibilidade en-tre a qualificação disponível e o perfil demandado. trabalhadores

de ofício manual e operadores de produção deixaram de ocupar o topo da lista e passaram, respec-tivamente, para a oitava e quinta posições do ranking de 2011.

“Embora nem todos os empregadores tenham sentido os efeitos da escassez de talen-tos enfrentada globalmente, os fatores do mercado de trabalho atual apontam que é provável que em breve todos comecem a sentir essa pressão. As empre-sas precisam adotar uma ampla abordagem para garantir que eles tenham o talento necessário para alcançar seus objetivos de negócios. Enquanto o talento não

pode ser ‘fabricado’ em curto pra-zo, uma abrangente estratégia de capacitação de mão de obra deve assegurar os negócios da empre-sa, fazendo com que ela tenha os talentos necessários para viabi-lizar suas estratégias”, afirma o country manager da manpower Brasil, riccardo Barberis.

o recente estudo do manpo-werGroup, ‘fabricando talentos para a era do potencial humano’, faz recomendações de como os empregadores devem enfrentar o estigma da escassez de talentos, face ao grande número de traba-lhadores disponíveis – incluindo uma estratégia completa de força de trabalho, atualizando os modelos de trabalho e as práticas das pessoas para refletir a reali-dade do século xxi e colaborar com todos os públicos.

“o fato de as empresas esta-rem citando a falta de capacita-ção ou experiência como razão para a escassez de talentos deve chamar a atenção das organi-zações, governos e indivíduos”, completa Barberis. “É impres-cindível que todos trabalhem juntos, de forma sistemática, ágil e sustentável, para lidar com o desequilíbrio no mercado entre oferta e demanda.”

Pesquisa revela escassez de talentos no nível técnicoPesquisa da Manpower Brasil aponta que demanda do mercado é maior do que

o número disponível de profissionais qualificados como técnicos e engenheiros.

E mais: 57% dos empregadores brasileiros têm dificuldades para preencher

vagas – a média global é de 34%. O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking

mundial da falta de mão de obra.

mão de obra

Ranking das dez profissões com maior escassez de talentos no Brasil em 2011

1. Técnicos2. Engenheiros3. Motoristas4. Operários5. Operadores de Produção6. Representantes de Vendas7. Secretárias e Assistentes

Administrativos8. Trabalhadores

de Ofício Manual9. Mecânicos10. Contadores e

Profissionais de Finanças

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34 Guia do Estudante 2011

Ciência que estuda a es-trutura, composição e dinâmica do planeta, sob a ótica da física, a Geofísica é uma das áreas mais importan-

tes da indústria de petróleo e gás. levando em consideração que a maior parte dos recursos mine-rais, principalmente o petróleo, é encontrada em profundidades muito além das alcançadas pelas

formação

o começo de tudo

Geofísica e a sísmica,

Da exploração e modelagem de bacias ao desenvolvimento do campo e acompanhamento da produçãopor Cassiano Viana

Geólogos da Petrobras atuando em plena

Floresta Amazônica, na região de Urucu.

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Guia do Estudante 2011 35

observações da geologia de super-fície, o geofísico é um profissional bastante requisitado, atuando na exploração, no desenvolvimento e acompanhamento da produção.

o estudo dos campos, a coleta e interpretação dos dados sísmicos estão entre as atividades principais da profissão. outro ramo desta área é a utilização de métodos geofísicos no diagnóstico ambiental e moni-toramento de impactos.

o trabalho do geofísico consiste em coletar, com auxílio de equipa-mentos apropriados, essas informa-ções (em terra, no mar, em poços ou pelo ar), tratá-las convenientemen-te e interpretá-las com o auxílio do conhecimento geológico. Como as técnicas empregadas são, em ge-ral, muito sofisticadas e o volume de dados levantados é muito grande, o perfil desse profissional é interdis-ciplinar e exige conhecimentos de geologia, física, matemática e com-putação, além de disposição para o trabalho em equipe e, muitas vezes, em longos períodos no campo.

o mercado está em crescimento. o geofísico tem um campo de traba-lho muito amplo e a demanda por esse tipo de profissional cresce ano a ano. Além do setor de petróleo & gás e da área acadêmica, empresas de construção civil, mineração, meio ambiente e geotecnia oferecem boas oportunidades para quem quer se-guir a carreira. segundo o Crea-sp, o salário inicial de um geofísico é de r$ 3.060,00 (por seis horas diárias).

o primeiro curso de bacharela-do em Geofísica no Brasil surgiu em 1984, no então chamado ins-tituto Astronômico e Geofísico da Universidade de são paulo, ofe-recendo 20 vagas e um currículo bastante amplo e denso. Até então, os geofísicos eram formados no exterior, em geral em nível de pós--graduação, e o mercado de traba-lho praticamente desconhecia este profissional. Com o passar do tem-po, novos cursos foram surgindo, dando ênfase às áreas ambiental, de exploração ou de geofísica bá-

sica. Atualmente, existem vários cursos no Brasil. os profissionais formados na área têm se mostrado bem competitivos e produtivos no mercado nacional e internacional, e o número de instituições que ofe-recem o curso tende a crescer.

Com duração média de quatro anos, matemática, estatística, física, geologia e sistemas computacio-nais são a base do currículo. Entre as disciplinas profissionalizantes estão prospecção de água, de pe-tróleo e de recursos minerais. Há várias atividades práticas, tanto em campo quanto em laboratório. Elas são fundamentais na formação de profissionais aptos a trabalhar com monitoramento ambiental, na construção civil e na indústria do petróleo. É preciso também levar em consideração que, por atuar em mercados globalizados, o geofísico sofre a concorrência de profissio-nais de todas as partes do mundo e necessita de uma permanente atualização de seus conhecimentos.

os cursos de graduação em geofísica da Universidade federal da Bahia (Ufba), da Universidade federal do pará (Ufpa) e da Uni-versidade federal fluminense (Uff) estão entre os mais tradi-cionais no país. merecem desta-que também os cursos do instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp (Universidade Estadual paulista Julio de mesquita), do instituto de Geociências da Ufr-Gs (Universidade federal do rio Grande do sul) e do instituto de Geociências, da UnB (Universi-dade de Brasília).

Links úteisUniversidade Federal da Bahia (Ufba) – www.ufba.brInstituto de Geociências e Ciências Exatas - Unesp (Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita) – www.unesp.brUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – www.ufrgs.br/ufrgsUniversidade de Brasília (UnB) – www.unb.brCurso de Graduação em Geofísica da Universidade Federal Fluminense (UFF) – www.proac.uff.br/geofisicaUniversidade Federal do Pará (Ufpa) – www.portal.ufpa.br

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36 Guia do Estudante 2011

Os alunos que estão entrando na indús-tria de energia, ago-ra e no futuro, terão a oportunidade de causar um impacto

importante na sociedade moderna, pois a energia é essencial para a gestão do nosso mundo. “à medi-

da que aumenta o consumo de energia, a qua-lidade de vida sobe – e mais pessoas têm con-dições de melho-rar seu padrão

de vida”, observa Alain Labastie, presidente da spE.

de acordo com a Agência in-ternacional de Energia, até 2030 a demanda mundial por energia será quase 40% maior do que hoje. para alcançar esse crescimento, estão previstos para os próximos 20 anos mais de Us$ 20 trilhões em investimentos globais, dos quais boa parte será direcionada para o desenvolvimento de tecnologia.

também é possível prever que um grande número de engenheiros que atuam na indústria de petróleo e gás vai se aposentar nos próxi-

mos cinco a dez anos. “sempre converso com os alunos sobre a excelente oportunidade que é tra-balhar em uma indústria que vai receber um volume tão grande de investimentos e na qual muitos dos profissionais de nível sênior irão se retirar do mercado nos próximos anos”, afirmou labastie.

maior prova disso é que o nú-mero de jovens que estão começan-do nesse setor continua a crescer.

Atualmente, os sócios da spU com idade inferior a 35 anos de idade já representa 23% do total. A spE tem mais de 23.500 estudantes sócios na comunidade universitária (uni-versity chapters) em 52 países, de todas as partes do mundo – o que representa 20% a mais do que no ano passado. no Brasil, a spE tem mais de mil estudantes sócios, em nove universidades.

o complexo processo de deci-são e a capacidade de gerir e ex-plorar todas as possibilidades da tecnologia avançada que demanda hoje essa indústria exigem anos de experiência. Além das habilida-des técnicas, destacada liderança e capacidade de comunicação são essenciais para o trabalho em equi-pes multidisciplinares.

“o desenvolvimento de com-petências técnicas é uma ‘viagem ao longo da vida’. trata-se de for-mação na prática, da experiência adquirida através de atribuições de trabalho, bem como da tutoria e da aprendizagem que pode ser incorporada por meio da partici-pação em sociedades técnicas”, observa Alain labastie. “Acredito firmemente que ser um participan-te ativo na spE pode proporcionar

entidades

SPE agiliza transição de estudantes para a indústria de E&POs estudantes que estão buscando carreira na indústria do petróleo, escolheram um trabalho muito importante – encontrar e produzir energia. Juntar-se à Sociedade de Engenheiros de Petróleo (Society of Petroleum Engineers/SPE), como estudante sócio, pode ajudá-los na opção por essa área, assim como facilitar o ingresso nesse mercado de trabalho.

História – Fundada em 1955, as organizações antecessoras a SPE datam do nascimento da indústria petrolífera, nos idos de 1880.

Membros – Mais de 97 mil mem-bros em 118 países, participam em 180 seções e 225 comu-nidades universitárias. Estão incluídos entre os membros da SPE mais de 25 mil estudan-tes participantes.

Brasil – São mais de mil estu-dantes em nove universidades.

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Guia do Estudante 2011 37

oportunidades ilimitadas de apren-der e ganhar o reconhecimento, que irá ajudar os alunos em suas carreiras profissionais”.

Acesso ao conhecimentopor que tornar-se um estudante

sócio do spE? Um dos benefícios mais importantes é o acesso aos recursos técnicos e profissionais da entidade. Cada comunidade (student chapter) é afiliada a uma seção, o que permite aos alunos interagir com os profissionais em exercício e se beneficiar da tecno-logia de discussões que ocorrem nas reuniões de seção.

Além de programas de bol-sas, inclusive de pós-graduação – há um banco de dados sobre o assunto no site www.spe.org –, a spE oferece oportunidades de de-senvolvimento e qualificação aos seus filiados, como, por exemplo, a orientação profissional.

A entidade dispõe também de um programa de orientação online (eMentoring online), por meio do qual os estudantes ficam conecta-dos a um profissional jovem (com idade inferior a 35 anos) que pode servir como orientador nas questões da carreira. os sócios estudantes

podem ainda participar de progra-mas especiais de desenvolvimento oferecidas pela sua comunidade (by their chapter) e assistir às reuniões locais da spE l quando são discu-tidos assuntos técnicos.

por meio do programa professor Embaixador, jovens profissionais visitam as universidades e con-versam com os sócios estudantes, partilhando experiências relacio-nadas à carreira, como graduação, especializações e pós-graduação, além de debater sobre as modernas tecnologias e a rotina de trabalho na E&p de petróleo e gás.

A spE realiza ainda competi-ções estudantis regionais que se constituem em uma oportunida-de ímpar para os alunos mostra-rem suas pesquisas e habilidades analíticas, competindo com outros alunos em premiações regionais e internacionais. o último concurso para estudantes brasileiros acon-teceu na Competição regional América latina /Caribe, realizada em 30 de novembro de 2010, em lima, peru. participar em concur-sos regionais não só amplia as ha-bilidades técnicas, como enrique-ce o currículo do aluno quando se candidata a empregos.

A entidade também oferece oportunidades de capacitação em uma nova área – os alunos podem

praticar suas habilidades de ge-renciamento de equipe, servindo como oficial em um comitê univer-sitário ou como líder de um comitê de eventos.

para se qualificar como es-tudante sócio da spE, o aluno universitário deve estar matri-culado no curso de engenharia de petróleo ou em alguma área relacionada, ter pelo menos 30% de calendário acadêmico em tem-po integral, estar buscando uma licenciatura ou pós-graduação, ou estudar em uma universidade na qual haja comitê estudantil esta-belecido pela spE.

no Brasil, a spE tem comitês de estudantes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual do norte fluminense, Universidade federal de itajubá (mG), Universidade de vila velha Uvv/Es, Universidade federal do rio Grande do norte, pontifícia Universidade Católi-ca do rio de Janeiro (pUC-rio), Universidade federal fluminen-se (Uff), Universidade federal do Espírito santo e Universidade federal do rio de Janeiro (UfrJ). Em 2009, a Unicamp foi reconhe-cida como o melhor Comitê Estu-dantil da spE – foi o único comitê brasileiro a receber este prêmio internacional.

A society of petroleum Engi-neers (spE) é uma associação sem fins lucrativos cujos membros são profissionais envolvidos no desen-volvimento dos recursos energéticos e de produção. A spE atende a 92 mil membros de mais de 117 países em todo o mundo. É um recurso fundamental para o conhecimento técnico relacionado à exploração de petróleo e gás e na indústria de produção e presta serviços através de suas publicações, conferências, workshops, fóruns e do site www.spe.org. para mais informações, vi-site www.spe.org/students.

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SPE

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38 Guia do Estudante 2011

Segundo estudo do programa de mobi-lização da indústria nacional de petró-leo e Gás natural (prominp), serão

necessários pelo menos 15.421 profissionais da área engenharia, entre técnicos e de nível superior.

por ser de uma área que abrange todos os ramos relacio-nados à produção de hidrocarbo-netos (óleo ou gás natural), além de atuar na exploração, o enge-

nheiro de petróleo é contratado para trabalhar em perfuração, transporte, instalação de siste-mas submarinos, de gasodutos e no desenvolvimento de projetos.

As atividades são divididas em geral em duas grandes áreas: ups-tream – atividades de exploração e produção; e downstream – ativida-des de refino e distribuição.

A Engenharia de petróleo é dividida em seis áreas básicas: Engenharia de reservatórios, Engenharia de perfuração,

Engenharia de completação, processo de produção, Econo-mia do petróleo e tecnologia offshore.

Com duração média de quatro anos, os cursos de Enge-nharia do petróleo contam com aulas de cálculos, física, quími-ca, geologia, geometria, álgebra, lógica, estatística, mecânica e fenômenos de transporte, prin-cipalmente nos dois primeiros anos. A partir do terceiro ano, entram matérias mais específi-cas, como fontes alternativas de energia, técnicas de exploração e refino do petróleo, prospecção de petróleo, matérias ligadas à indústria do petróleo, engenha-ria de reservatório, métodos de elevação, ciências dos materiais, entre outras. na grade curricular também há disciplinas ligadas à gestão do negócio, como marke-

profissões

O engenheiro de petróleo Engenharia de poço, de produção e química

Com o aquecimento da indústria de petróleo no Brasil, sobretudo após as descobertas das reservas na região do pré-sal, o país precisa investir até 2013 na qualificação de 207 mil profissionais de 185 categorias para atender à demanda da cadeia de fornecedores da indústria do petróleo.

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por Cassiano Viana

Page 41: Guia estudante 2011 completo

Guia do Estudante 2011 39

ting, empreendedorismo, gestão ambiental e direito internacional.

o engenheiro de petróleo é capacitado para atuar em diver-sos segmentos da cadeia produti-va do petróleo, desde a pesquisa de novas jazidas até a produção de petróleo e gás natural. Ele é habilitado também para fazer análise econômica e avaliação de reservatórios e para auxiliar em projetos de construção de plataformas e poços de petróleo. o campo de trabalho para esse profissional abrange: empresas de extração, de engenharia, con-sultoria, institutos de pesquisa e órgãos do governo.

Cabe à Engenharia de poços, por exemplo, a tarefa de perfurar, testar e equipar os poços para que esses atendam aos requisitos de exploração ou produção.

Já a Engenharia de produção de petróleo está relacionada ao conjunto de tecnologias e técni-cas que envolvem os processos de elevar e escoar a produção do fundo do poço, separação multifásica (óleo, gás e água) e produção, bem como os proces-sos físico-químicos que promo-vem a separação das fases dentro de rigorosas especificações e posterior transporte da produção para os terminais. o engenheiro deve conhecer como ninguém o comportamento dos fluidos e suas propriedades para que escoamen-to destes seja feito através dos melhores métodos possíveis.

o engenheiro de produção pode atuar tanto no setor in-

dustrial como no de serviços, realizando o planejamento, coordenação e controle dos processos produtivos. o curso de Engenharia de produção lida com a interação de homens, ma-teriais, equipamentos e proces-sos, encarando-os como recursos para a realização da atividade produtiva. o curso dá ênfase às competências gerenciais, mas também trabalha as habilitações tecnológicas, de modo que o engenheiro possa atuar nos mais diversos níveis das organizações empresariais, desde o chão de fábrica até a administração.

A Engenharia Química, por sua vez, é a área/profissão que se dedica à concepção, desen-volvimento, dimensionamento, melhoramento e aplicação dos processos e dos seus produtos.

na cadeia do petróleo, o en-genheiro químico é responsável por todo o processamento que ocorre após o petróleo sair do poço. Assim, a partir da separa-ção primária entre gás/óleo/água/areia, que ocorre na boca do poço, até a produção de combus-tíveis e derivados são atividades sob a responsabilidade do enge-nheiro químico. Esse profissio-nal, juntamente com o químico

industrial, é também responsável pelo acompanhamento da qua-lidade dos derivados produzidos nas refinarias. Após a descoberta do petróleo, o engenheiro de petróleo é o responsável por de-senvolver o poço e acompanhar sua operação.

o bacharel em Engenharia de petróleo, ou engenheiro de petróleo, tem como campo de atividade os petroleiros, refina-rias, plataformas marítimas e petroquímicas. Com seus co-nhecimentos em engenharia, geofísica, mineração e geologia, ele trabalha na descoberta de jazidas de petróleo e também em poços de gás natural. É da responsabilidade desse profis-sional desenvolver projetos que visem à exploração e à produção desses bens, sem prejuízo ao meio ambiente nem desperdício de material. Além disso, cuida do transporte do petróleo e seus de-rivados, desde o local da explo-ração até a chegada na refinaria. Esse especialista também pode atuar em consultorias ambien-tais e no setor de exportação e importação, fazendo pesquisas de preços de matérias-primas ou captando compradores. É requisito da profissão conhecer a legislação internacional que regula as atividades ligadas ao petróleo e seus derivados e, como a maior parte das empresas do setor é estrangeira, é necessá-rio ter fluência em inglês.

os cursos de graduação do departamento de Engenharia Química e de petróleo, como os da Universidade federal flumi-nense (Uff), da Universidade federal do rio de Janeiro (UfrJ), da Universidade Estadual do norte fluminense (Uenf) e da Universidade Estadual de Cam-pinas (Unicamp), estão entre os principais no país.

NO BRASIL, O PRIMEIRO CURSO de Engenharia de Petróleo foi criado pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) em seu Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep). Em 1987, é criado o curso de pós-graduação em Engenharia de Petróleo da Unicamp, resultado de convê-nio de cooperação científica firmado com a Petrobras. Também em 1987 foi criado o Cepetro (Centro de Estudos de Petróleo).Em São Paulo, o primeiro curso de graduação na área de Engenharia de Petróleo foi criado pela USP, em 2002.

Links úteisLaboratório de Engenharia e Exploração

de Petróleo/Lenep – www.lenep.uenf.br

UFF – www.uff.br/petroleo/depsobre.htm

USP – www2.poli.usp.br

Cepetro – www.cepetro.unicamp.br

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40 Guia do Estudante 2011

O período de reto-mada começou em 2000, quando a petrobras deu início à conversão, na Bacia de Cam-

pos, de dois navios petroleiros nas unidades de produção do tipo fpso (Unidades flutuantes de produção, Armazenamento e descarga), p-43 e p-48, desti-nadas aos campos de Barracuda

e Caratinga, respectivamente. pouco tempo depois, o governo brasileiro orientou a petrobras a construir, no Brasil, mais plata-formas, dentre elas a p-51, p-52, p-53, p-54 e prA-1.

Hoje, o país conta com a quinta maior carteira de enco-mendas de navios petroleiros do mundo – em 2010, elas somaram 132 projetos (entre plataformas de petróleo, petroleiros, navios

graneleiros e porta-contêineres, rebocadores, balsas e empurra-dores). no setor de construção naval, o Brasil atualmente só fica atrás da Coreia, China e Japão.

o volume de negócios é crescente. segundo o sindi-cato nacional da indústria da Construção e reparação naval e offshore (sinaval), apenas a demanda da petrobras para os próximos dez anos prevê a construção de 40 plataformas e sistemas de produção de petró-leo, 400 embarcações de apoio marítimo e 70 navios-petroleiros para fazer o transporte entre as plataformas e os terminais locali-zados na costa.

para os próximos anos são esperadas novas contratações de plataformas, navios de apoio e petroleiros. A exploração de

profissões

O profissional de projeto naval e offshore

Em seu auge, nos anos 1970, a indústria naval brasileira

era considerada a segunda maior do mundo, ficando

atrás apenas da japonesa. No entanto, em meados dos anos

1980, ela entrou em declínio, as atividades se estagnaram

na década de 1990, muitos estaleiros fecharam e o setor passou mais de 20 anos sem

receber encomendas.

por Cassiano Viana

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Guia do Estudante 2011 41

novos reservatórios e o início de produção dos campos do pré--sal também abrem perspectivas de aumento de encomendas de embarcações e empregos para a indústria naval brasileira.

Em 2010, havia 269 empreen-dimentos nos estaleiros asso-ciados ao sinaval. foram cerca de 56 mil empregos diretos que, somados aos 28 mil postos de trabalho da área náutica de lazer, o total chegava a 84 mil empre-gos diretos.

no ano passado havia 13 estaleiros em processo de implan-tação, expansão ou modernização em diversas regiões do país. Um dos principais polos da indús-tria naval brasileira, o estado do rio se prepara para uma nova expansão do setor. de acordo com a secretaria Estadual de desen-volvimento Econômico, Energia, indústria e serviços, nos próxi-mos anos serão geradas mais de dez mil vagas em cinco estaleiros na capital, na região metropoli-tana e em cidades do interior.

Há 13 estaleiros em implan-tação ou expansão/modernização em diversas regiões do Brasil. logo, este é um mercado de tra-balho em expansão e de grandes oportunidades.

os profissionais especialistas em engenharia naval e offshore devem estar preparados para participar de empreendimen-tos que se destinam ao projeto, construção, reparo, operação e manutenção de navios e platafor-mas oceânicas ligados à cadeia de prospecção, transporte, arma-zenagem e produção de petróleo em terra e em mar.

Arquitetura naval e projeto de navios e plataformas, engenharia de sistemas, ergonomia, plane-jamento da produção offshore, teoria básica de estruturas navais offshore estão entre as principais

disciplinas dos cursos oferecidos para os interessados.

Entre os principais cursos de Engenharia naval no país estão o da Universidade federal do rio de Janeiro (UfrJ), o da Escola politécnica da Universidade de são paulo (Usp), Universidade federal de pernambuco (Ufpe) – desenvolvida para atender a demanda do Complexo indus-trial de suape –, da Universi-dade federal do pará (Ufpa) e o curso de Engenharia mecânica da Universidade federal do rio Grande (furg).

Além disso, são várias as opor-tunidades para o nível técnico, passando por vagas para mecâni-cos, eletricistas, instrumentistas, técnico de tubulação, pintores, soldadores, montadores de andai-me e alpinistas industriais.

no rio de Janeiro, o ser-viço nacional de Aprendiza-gem industrial (senai) oferece diversos cursos de qualificação e especialização na área. Entre os de qualificação estão: ajustador mecânico, montador de estrutu-ras metálicas, caldeireiro, solda-dor de arame tubular, soldador de eletrodo revestido, soldador tiG, soldador mAG, soldador brasador oxicombustível e pintor industrial. As unidades que oferecem os cursos são o Cen-tro de tecnologia senai-rJ de

solda, no maracanã; o Centro de tecnologia senai-rJ Automação e simulação, em Benfica; e as unidades de niterói, são Gonça-lo, macaé, Jacarepaguá, santa Cruz, duque de Caxias, Campos, Barra mansa.

Já a fundação de Apoio a Escola técnica (faetec) tem op-ções como encanador industrial, básico em caldeiraria, inspe-tor de solda nível i, instalação mecânica de motores marítimos, soldador, soldagem a maçarico, soldagem com eletrodo revestido, soldagem miG-mAG, soldagem tiG, além do técnico em máqui-nas navais e técnico em constru-ção naval. Esses e outros cursos são encontrados nas unidades de Campos, santa Cruz, niterói, são Gonçalo, são João de meriti, duque de Caxias e rezende.

Posição Estado Empregos Partic. %

1º Rio de Janeiro 25.987 46,31

2º Pernambuco 10.581 18,86

3º Amazonas 9.244 16,47

4º Rio Grande do Sul 5.500 9,80

5º Santa Catarina 1.958 3,49

Outros 2.842 5,07

Total geral 56.112 100,00

Distribuição regional da produção e do emprego nos estaleiros do Brasil

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42 Guia do Estudante 2011

No dia 15 de março, a sociedade Brasi-leira de Engenharia naval (sobena) completou 49 anos de atividade. E em

maio, durante almoço comemo-rativo com algumas das princi-pais autoridades e empresários do setor naval no rio de Janeiro, homenageou profissionais que prestam serviços relevantes à en-genharia naval brasileira e que se destacaram em suas ativida-des no ano passado.

foram homenageados como destaques da engenharia na-val: nelson luiz Coelho Alves, engenheiro da vale, e Carlos Eduardo macedo, do ministério do desenvolvimento, indústria e Comércio Exterior (mdiC). na ocasião, o engenheiro da petro-bras, pedro José Barusco filho, recebeu a placa da homenagem concedida a ele em 2010.

o primeiro homenageado foi Carlos Eduardo macedo, coro-nel aviador da reserva da força Aérea Brasileira e atualmente funcionário do mdiC. pós-gra-duado em gerência executiva em transporte e mobilização (Ge-tram) pela faculdade da terra de Brasília (ftB); e em logística, pelo Certificate in logistics to Executive manager, da Univer-sidade de miami, macedo já recebeu medalha da ordem do mérito militar, da força Aérea

Brasileira (fAB), medalha do mérito mauá, do ministério dos transportes e medalha do paci-ficador, do Exército Brasileiro. Atualmente é coordenador-geral das indústrias de transporte Aéreo, Aeroespacial e naval, na secretaria do desenvolvimento da produção do mdiC.

Com extenso currículo, de-sempenhou inúmeras funções ao longo de sua carreira: foi conselheiro no Conselho diretor do fundo de marinha mercante (Cdfmm); representante no Grupo de trabalho/transpor-te Aquaviário da Comissão de desenvolvimento Econômico, indústria e Comércio (decom) da Câmara dos deputados; gestor da política de desenvolvimento da Competitividade da indústria

marítima e de petróleo e Gás; representante do mdiC junto à gerência do projeto H-xBr, com a responsabilidade da compensa-ção e cooperação industrial; re-presentante do mdiC no Comitê Gestor do Catálogo de navipe-ças; representante do mdiC no Comitê da rede de inovação para Competitividade da indús-tria naval e offshore (ricino).

também foi homenageado o engenheiro da vale, nelson luiz Coelho Alves. formado em engenharia mecânica pela Uni-versidade Gama filho, tem mBA

Uma trajetória de SUCESSO

eventos

No aniversário de 49 anos, Sobena homenageia profissionais que se destacaram no setor.

No alto, à esquerda: Alceu Mariano, presidente da Sobena, entrega placa a Carlos Eduardo Macedo, do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (MDIC). À direita: Sergio Garcia, diretor administrativo

da Sobena e Nelson Luiz Coelho Alves, engenheiro da Vale. Ao lado: Luiz Felipe

Assis, diretor técnico da Sobena e Pedro José Barusco Filho, engenheiro da Petrobras.

Sobena 49 anos

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executivo em gestão empresarial pela fundação dom Cabral, e vários cursos de especialização em shipping e gestão, assim como em construção naval no Brasil e no exterior.

Quando ainda estudante, foi estagiário na ishikawajima do Brasil Estaleiros s/A (ishi-bras) e na vale do rio doce navegação s/A (docenave). trabalhou na verolme Estalei-ros reunidos do Brasil s/A, nas áreas de estimativa, coordena-ção técnica e de contratos e no departamento de compras de máquinas/eletricidade da em-presa, nas unidades do rio de Janeiro e de Angra dos reis.

desenvolveu diversas ati-vidades ligadas à contratação de fretes, estudos de soluções logísticas de transporte marítimo, gerenciamento técnico da frota de navios graneleiros e reboca-dores, projetos, contratação e acompanhamento da construção de navios de grande porte para transporte de minério e em-barcações de apoio portuário, gerenciamento das operações de contêineres e diretor da área de transporte de contêineres.

Em 2007 passou a integrar o quadro do departamento de navegação da vale, no qual de-sempenhou funções de gerencia-mento e coordenação nas áreas técnica da frota, de operações comerciais, de planejamento comercial de transporte marítimo internacional, de estimativa de custo e projeto básico de navios, de produção industrial na área de construção naval, e de com-pras de equipamentos para a construção naval.

nos últimos cinco anos, participou diretamente da contratação para construção de cinco navios porta-contêineres no Brasil, pela log-in ao Estalei-

ro Eisa no rio de Janeiro, com projeto da projemar, assim como das 51 embarcações contrata-das diretamente para vale no Brasil, incluindo 15 rebocadores portuários azimutais, sendo 11 construídos no estaleiro detroit, em itajaí (sC), e outros quatro no estaleiro santa Cruz, em Araca-ju (sE), dois comboios fluviais formados por dois empurradores e 32 barcaças, em construção no estaleiro rio-maguari, no pará, com projeto da interocean, e dois catamarãs no estaleiro Arpoador, em Angra dos reis, para trans-porte de funcionários do termi-nal da ilha Guaíba.

nelson também participou diretamente na contratação para construção em três esta-leiros, na China e Coreia, de 19 navios mineraleiros de 400.000 dwt (valemax) e quatro grane-leiros de 180.000 dwt. os va-lemax de 400k são os maiores mineraleiros do mundo e o pro-jeto básico foi encomendado à projemar, valorizando uma vez mais a engenharia brasileira. A projemar também foi contrata-da pela vale para desenvolver o projeto de conversão de 12 vlCCs em vloCs em estalei-ros na China.

E o homenageado de 2010, que recebeu uma placa na ocasião, foi o engenheiro pedro Barusco, diretor de operações da recém-formada companhia sete Brasil. formado em engenharia naval pela Universidade de são paulo (Usp), graduou-se mes-tre em engenharia oceânica na Coppe/UfrJ.

ingressou na petrobras em janeiro de 1979, onde se apo-sentou recentemente. durante esse período, ocupou várias posições na estatal, foi o primei-ro engenheiro naval do Centro de pesquisas leopoldo Américo

miguez de mello (Cenpes), da petrobras, gerente de engenharia naval no Cenpes e no departa-mento de produção, gerente de instalações marítimas de produ-ção no E&p, e foi o primeiro – e até o momento o único – enge-nheiro naval a ocupar a função mais importante da engenharia aplicada na empresa, que é a de gerente executivo da engenharia da petrobras.

no Cenpes, teve a oportuni-dade de participar de projetos importantes ligados ao desen-volvimento de tecnologia de produção em águas profundas. no departamento de produção, conduziu a instalação de vários sistemas de produção em águas profundas, participou da inves-tigação do acidente da p-36 e desenvolveu novos sistemas de offloading.

na engenharia da petrobras, teve a oportunidade de conduzir projetos como a implantação do Gasoduto nordeste-sudeste, ga-soduto Coari-manaus, a constru-ção de várias plataformas, como p-43/p-47/p-48/p-51/p-52/p-53/p54/p-55/p-56/p-57/prA-1/plataforma fixa de mexilhão, entre outras. na área industrial, executou melhorias e ampliações em todas as refinarias do Brasil, além de ter iniciado a implanta-ção das novas refinarias renest (refinaria Abreu e lima)/Com-perj (Complexo petroquímico do rio de Janeiro)/premium 1 e premium 2.

recentemente foi conduzido a diretor de operações da sete Brasil, empresa privada que já possui um contrato de cons-trução das primeiras sete son-das marítimas de perfuração a serem construídas no Brasil e se prepara para contratar mais 21 unidades, todas para operar para a petrobras.

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44 Guia do Estudante 2011

A cidade de são paulo sediou a etapa bra-sileira da 6ª marato-na Global de Enge-nharia e tecnologia, evento gratuito, pro-

movido pela Engineers Week foun-dation e que no Brasil é patrocina-do pelas empresas dupont, promon Engenharia e CH2m Hill, com o apoio do ligados na facul, portal de educação destinado a jovens. Com o tema ‘Cultivando o Ama-nhã’, o evento teve por objetivo debater as perspectivas futuras de carreira nas áreas de engenharia e tecnologia, e o papel dos jovens profissionais nesse cenário.

Com a realização da Copa do mundo de 2014 e das olimpíadas de 2016 no Brasil, além dos cres-centes investimentos em infraestru-tura por conta do pAC e do pré-sal, a demanda por profissionais de engenharia e tecnologia tende a aumentar. por essa razão, o evento também funcionou para esclarecer eventuais dúvidas sobre a carreira e para compartilhar as oportuni-dades que essas áreas oferecem.

de acordo com Ana paula Goes, gerente de tecnologia da dupont, o evento é global, mas na região já tem quatro anos de existência. “A cada ano temos visto uma au-diência maior, motivando mais e mais jovens a seguir as carreiras de engenharia e tecnologia”, aponta.

A executiva conta que foi gra-tificante participar do evento, pois teve a oportuni-dade de mostrar aos jovens que estão se prepa-rando para a universidade o quão fascinante é a carreira de engenharia, sua importância e o cenário de atual demanda por pro-fissionais nesta área.

“Além disso, eu, como enge-nheira, pude contar um pouco das vivências e experiências que venho desenvolvendo ao longo da minha

carreira e mostrar a todos que hoje em dia a engenharia deixou de ser uma profissão exercida somente por homens e que, cada vez mais, o número de mulheres em dife-rentes áreas da engenharia vem crescendo”, pontuou.

segundo Pablo Ibañez, diretor de operações da CH2m Hill, o Bra-sil vive um momento especial, com diversos projetos de infraestrutura sendo executados. “projeções in-dicam que o país deve crescer de forma sustentada pelos próximos dez a 15 anos. Um dos desafios do país nesse processo de crescimento será a qualificação da mão de obra.

Evento internacional incentiva carreira nos setores de

ENGENHARIA E TECNOlOGIA

eventos

Com o patrocínio da DuPont, Promon Engenharia e CH2M Hill, o Brasil foi um dos países que receberam a 6ª Maratona Global de Engenharia e Tecnologia. O evento foi realizado no início de março.

6ª Maratona Global de Engenharia e Tecnologia

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Guia do Estudante 2011 45

EM MEIO ÀS NOTíCIAS de so-brecarga no sistema elétrico e apagões, a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo, em parceria com a VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil--Alemanha), realizará, de maio a outubro, o curso de eficiência ener-gética European Energy Manager (Eurem) em São Paulo. A iniciativa conta com o apoio do Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha (BMWi) e da GIZ (Agência Alemã para Cooperação Internacional).

Desenvolvido por engenheiros alemães e ministrado para mais de mil alunos da Europa desde 2003, o curso foi desenvolvido como um programa de treinamento para gestores de energia. Hoje, o Eurem funciona regularmente e em alto nível, em 12 países europeus, como um curso de qualificação padrão na área de gestão de energia. A União Europeia (UE) tem como meta melhorar em 20% a eficiência energética até 2020 e a Alemanha tem papel importante nesse quadro. Além de aderir à meta da UE para

2020, o país desenvolveu um plano nacional com o objetivo de reduzir o consumo de energia em 80% até 2050, começando pelos sistemas de aquecimento e isolamento térmico das construções, que respondem sozinhos por 85% dos gastos com energia nos lares alemães.

“Os esforços da Câmara e do Mi-nistério da Economia e Tecnologia da Alemanha para implementar o curso no Brasil buscam aumentar a coope-ração tecnológica Brasil-Alemanha, contribuir para melhorar a eficiência energética no Brasil e posicionar a Câmara como centro de competência

e de especialistas em eficiência energética e energias reno-váveis”, afirma Ricardo Ernest Rose, diretor do Departamento de

Meio Ambiente, Energias Renováveis e Eficiência Energética da Câmara Brasil-Alemanha.

Com duração de seis meses e 350 horas, o Eurem foi totalmente

adaptado à realidade brasileira a fim de ajudar profissionais de empresas instaladas no Brasil a implementar um moderno sistema de gestão de energia e aumentar a eficiência energética para, consequentemente, reduzir os custos de produção e contribuir de forma ativa na gestão ambiental.

O curso destina-se a profissio-nais que estejam envolvidos com o tema da energia ou que pretendam adquirir conhecimentos para im-plantar projetos nessa área. O certi-ficado de especialização é válido no Brasil e em toda União Europeia.

Mais informações sobre o curso: http://www.ahkbrasil.com/Eurem/.

Curso sobre Eficiência Energética, European Energy Manager (Eurem), chega ao Brasil para treinar gestores de energia

na área de enge-nharia, o desafio é ainda maior, pois o número de profissionais for-mados atualmen-te, em torno 35 mil engenheiros por ano, é insuficiente e está mui-to abaixo do registrado em outros países com demandas semelhantes às nossas”, afirma.

para o executivo, a importância do evento é despertar nesses jovens a consciência de que eles podem contribuir muito para o desenvol-vimento do Brasil ao optar pelas diferentes áreas da engenharia.

Fábio Marzionna, engenheiro civil da promon, conta que achou o evento uma excelente oportuni-dade para a divulgação da enge-nharia para a geração que está na iminência de prestar vestibular e escolher uma carreira. “Além disso, a oportunidade de profissionais que desenvolveram sua carreira na área contarem suas experiências serviu de incentivo a quem está para escolher uma carreira e optar pela engenharia. A mesa-redonda realizada foi bem interessante, por colocar pessoas de diversas gera-ções nas mais diferenciadas fases da vida profissional para debater a engenharia, e a sua importância.

Creio que o evento cumpriu seu objetivo e como fruto trará mais profissionais à carreira da enge-nharia”, explica.

no evento, após as palestras, foi realizada uma rodada de dis-cussão, com mesa formada por estudantes, jovens engenheiros e profissionais experientes, lide-rada por denilson shikako, da fábrica de criatividade.

A 6ª maratona Global de Enge-nharia e tecnologia teve duração de uma semana e ocorreu simul-taneamente nos diversos países participantes, como Estados Uni-dos, China, índia, méxico, líbano, África do sul e reino Unido.

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A UnivErsiA BrAsil, maior rede iberoamericana de colabo-ração universitária, presente em 23 países, reuniu 24 aplicativos e programas de computador gra-tuitos para auxiliar quem deseja ajuda da tecnologia até para es-tudar. são ferramentas úteis para compartilhar arquivos, pesquisar, criar e armazenar documentos, escrever, etc.

Além dos aplicativos direcio-nados para os estudos, a Univer-sia separou algumas tecnologias fundamentais para desenvolvi-mento de projetos e gravação de aula. todos os aplicativos podem ser encontrados no link: http://noticias.universia.com.br/desta-que/noticia/2011/04/13/810882/conheca-24-aplicativos-gratuitos--podem-ajudar-nos-estudos-e-pes-quisas.html.

Parceria com a Unicamp – A Universia Brasil e a Unicamp (Uni-versidade Estadual de Campinas) lançaram, em abril, o openCour-seWare Unicamp, portal desen-volvido para hospedar conteúdos educacionais e digitais originários de cursos de graduação da Uni-versidade. por meio do site http://www.ocw.unicamp.br/, os interes-sados ao redor do mundo podem baixar conteúdos gratuitamente.

Com 12 disciplinas disponíveis e liberadas para uso do público, o objetivo do portal é oferecer conteúdos – apostilas, textos, fotos, vídeos, animações, entre outros materiais – para uso gratuito da sociedade. Além disso, o portal também terá função de aproximar

o público da produção técnico--científica da Unicamp, uma vez que haverá publicações das disci-plinas.

para o diretor geral da Uni-versia Brasil, ricardo fasti, que acompanhou o lançamento oficial do portal, trata-se de uma iniciati-va inovadora, e a inovação é uma das características da Unicamp. “Essa ferramenta certamente me-xerá com uma série de situações, inclusive com métodos peda-gógicos. o desafio que fica aos professores é fazer com que os conteúdos de suas aulas também possam ser aprendidos a distân-cia”, afirmou.

desenvolvida a partir de um acordo firmado com a Universia Brasil há cerca de dois anos, a Unicamp é a primeira universi-dade pública brasileira a utilizar o openCourseWare. “muitos docentes já manifestaram o dese-jo de publicar conteúdos didá-ticos no portal. nossa tarefa foi desenvolver uma plataforma com recursos de edição, respeitando o direito autoral”, explicou o

titular da pró-reitoria de Gradu-ação (prG) da Unicamp, marcelo Knobel.

idealizado pela prG e GGtE (Grupo Gestor de tecnologias Educacionais), o portal vai funcionar como vitrine do que é produzido na Universidade. “nos-sos docentes vão disponibilizar conteúdos de boa qualidade, que estarão disponíveis para downlo-ad no mundo inteiro”, explicou o coordenador do GGtE, professor José Armando valente.

o acesso aos dados do portal é livre, sem custo para o internauta e sem necessidade de inscrição, mas é conveniente que o interessado esteja de acordo com os termos de Uso da plataforma. segundo valente, o GGtE confere, junto ao professor, se os direitos autorais relativos aos conteúdos da aula fo-ram observados, a fim de eliminar qualquer dúvida.

vale ressaltar que a platafor-ma não oferece assistência dos autores para tirar dúvidas, assim como não emite certificados ou diplomas. E, também, alguns materiais disponíveis podem não apresentar o amplo conteúdo das disciplinas.

A ferramenta do openCour-seWare Unicamp segue uma tendência mundial e amplia a relação entre universidade e sociedade, da mesma maneira como acontece na mit (massa-chusetts institute of technolo-gy). interessados em conhecer a plataforma devem acessar o site http://www.ocw.unicamp.br/.

Universia reúne 24 aplicativos gratuitos para pesquisas e estudos

produtos e serviços

Portal apresenta as ferramentas para compartilhar documentos, escrever,

estudar e pesquisar. Sem custo e prontos para download, os interessados

podem baixar disciplinas originárias dos cursos da graduação da Universidade.

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Guia do Estudante 2011 47

iniCiAdo Em sEtEmBro de 2010, o projeto já qualificou três turmas de soldadores. A primeira formou 15 trabalhadores-alunos em 90 dias. A segunda turma, já com pré-seleção pelo simulador, capacitou 15 soldadores, mas em prazo ainda menor.

A ‘escolinha de solda’, como assim o chamam, prepara mão de obra para realizar os processos de solda de que a empresa necessita. Mauri Finholdt, gestor de cons-trução e monta-gem da Quip na p-55, conta que os participantes são pré-selecio-nados em um equipamento desenvolvido pela empresa. “os es-tudantes passam por um simulador de habilidades em solda, equipa-mento controlado por computador, que mede a curva de habilidade do trabalhador aspirante a soldador”, diz. o equipamento foi desenvolvi-do internamente na empresa com o objetivo de selecionar candidatos que já apresentassem alguma apti-dão para esse tipo de trabalho.

o bom resultado deveu-se sobre-tudo ao simulador, que entrou em funcionamento ainda na primeira turma. “Esse equipamento mostra se a pessoa tem ou não aptidão para

o serviço e reduz o tempo para capa-citação em solda”, revela finholdt.

segundo ele, na terceira turma, foram capacitados seis soldado-res em 45 dias, metade do prazo inicial. E um sétimo trabalhador conseguiu se habilitar em 60 dias.

o executivo observa que na escolinha da Quip os ministran-tes dos cursos são da área naval, atuam na empresa, e conseguem preparar o soldador para o traba-lho que é necessário nas obras de construção de plataformas. “Eles se qualificam fazendo soldagem específica para esta área. os alu-nos têm aulas teóricas e práticas, sendo que para estas últimas há 15 cabines de solda disponíveis. Cada trabalhador tem uma cabine para treinar”, apontou.

de acordo com finholdt, a ideia é instalar a escolinha em ou-tros projetos da Quip. Até fevereiro de 2011, a empresa contava com 204 soldadores que atuavam na construção da p-55, dos quais 134

do rio Grande, 24 de outros mu-nicípios do estado e 46 de outras unidades da federação. na mon-tagem da plataforma são utilizados processos de soldagem eletrodo revestido, arame tubular e tiG.

Quip qualifica soldadoresA falta de mão de obra qualificada para a indústria naval, principalmente de soldadores, e a

proposta de aproveitar trabalhadores na região das obras de construção de plataformas de

petróleo levaram a Quip S/A a montar uma escolinha de solda.

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Portal Naval no Twitter. Siga-nos em http://twitter.com/portalnaval

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A mudança estrutural do setor, ao ser promulgada a lei do petróleo em 1997, trouxe grande aumento das atividades, com a vinda de novas empresas operadoras para o Brasil e a consequente demanda por

profissionais. As recentes descobertas de gigantescos campos de petróleo em camadas geologicamente complexas, e chamadas de pré-sal, aumen-taram ainda mais a demanda por profissionais de engenharia de petróleo. tais descobertas atraíram muitos investimentos no Brasil, país que se firma como uma das mais importantes áreas do mundo no setor de óleo e gás, com a consequente procura por profissionais.

mas, afinal, o que é um engenheiro de petróleo? o que faz um enge-nheiro de petróleo?

A engenharia de petróleo é um ramo da engenharia reconhecido em 1973 pelo Conselho federal de Educação (Confea). A designação ‘engenheiro de petróleo’ se aplica, em geral, aos profissionais de engenharia que atuam na área de exploração e produção (E&p). As atividades desenvolvidas por este profissional consistem de construção de poços, testes e extração do petróleo da rocha reservatório e elevação do óleo/gás até a unidade de separação e armazenamento. Estas atividades vêm em seguida à de exploração, coman-dada por geofísicos, geólogos e geoquímicos que têm por missão identificar os alvos no interior da crosta terrestre a serem investigados.

por tradição, em tempos anteriores ao marco regulatório de 1997, a formação do engenheiro de petróleo no Brasil ficava a cargo da empresa operadora estatal brasileira, a petrobras. os engenheiros aprovados em concurso público nacional eram treinados por profissionais da própria empresa em seu centro de formação em salvador (BA). Este curso de for-mação, com duração de dois anos, funcionava como uma especialização e transformava engenheiros civis, mecânicos, elétricos, e outros, em enge-nheiros de petróleo. As atividades do setor de óleo e gás eram atendidas por estes profissionais e por engenheiros estrangeiros trazidos pelas empresas prestadoras de serviço.

Aos poucos, o país vai respondendo ao desafio de formar recursos hu-manos para o setor e há, em 2011, em praticamente todas as regiões, cursos

O ciclo atual de crescimento econômico do Brasil necessita

dos mais variados tipos de engenheiros. Em particular, o

setor de óleo e gás é um dos que mais se ressentem da falta

de engenheiros especializados.

A engenharia de petróleocomo opção profissional

formação profissional

Sergio Fontoura é coorde-nador do curso de Enge-nharia de Petróleo do Cen-tro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio). Graduado em engenharia civil com doutorado em Mecânica das Rochas pela Universidade de Alberta, Canadá. é presidente do Comitê Brasileiro de Mecânica das Rochas. Atualmente coordena projeto que objetiva difundir a engenharia de petróleo entre alunos do ensino médio. é o responsável acadêmico na PUC-Rio por programa de intercâmbio com a Escola de Geologia de Nancy, e as Escolas de Minas de Nancy e St Etienne.

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Guia do Estudante 2011 49

de graduação de engenheiros de petróleo. no entanto, a velocidade dos projetos e investimentos e a saída de profissionais por aposentadoria geram um déficit de especialistas no setor de óleo e gás. os grandes desafios tecnológicos envolvidos com o desenvolvimento dos campos do pré-sal motivaram empresas de serviços especializados, tais como schlumberger, Baker Hughes e Halliburton, a montarem Centros de pesquisas no Brasil, no parque tecnológico da UfrJ, junto ao Centro de pesquisas da petrobras (Cenpes).

Em resumo: a demanda atinge todos os níveis de formação: há carência de técnicos de nível médio, de engenheiros plenos e de pesquisadores. Há cursos de especialização para engenheiros de outras habilitações e que desejam mudar de área de atuação.

o curso de graduação em Engenharia de petróleo tem a duração média de cinco anos. na grade curricular, o aluno passa por grupo de disciplinas fundamentais como cálculo, física, química, mecânica geral, mecânica dos fluidos e termodinâmica e geologia. Esta etapa equivale aos dois primeiros anos do curso. na parte profissional, o aluno cursa disciplinas obrigatórias em engenharia de perfuração, engenharia de reservatório e engenharia de produção de petróleo e sistemas de produção offshore.

Além disto, há disciplinas também obrigatórias de instrumentação, métodos experimentais, métodos nu-méricos em petróleo, mecânica de rochas, geofísica, petrofísica, ensaios em poços. Há ainda as disciplinas complementares de administração, legislação do setor de

óleo e gás, economia e avaliação financeira em projetos de desenvolvimento de campos de óleo e gás.

os cursos de graduação em Engenharia de petróleo já começaram a ser avaliados pelo mEC através do Exa-me nacional de Cursos (Enade), e já existe um ranking destes cursos, que deve ser consultado pelos interessados no momento da escolha da instituição na qual estudar. os melhores cursos tendem a ser mais procurados pelas empresas para recrutamento de seus profissionais.

os cursos de especialização em geral possuem uma duração de dez meses, num equivalente a 400 horas, em média. são oferecidos por instituições com tradição em ensino superior e que têm provido o mercado com um grande número de engenheiros. o curso de especia-lização em engenharia de petróleo do Centro técnico Científico da pUC-rio (CtC/pUC-rio) foi criado em 1999 e já formou cerca de 280 engenheiros que hoje ocupam posições em várias empresas do setor de óleo e gás.

A indústria de óleo e gás tem participado da formação dos engenheiros com bolsas, convênios de cooperação para cessão do direito de uso de sofisticados programas computacionais para fins educacionais e de programa de estágios e tutorias. A Agência nacional de petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (Anp) possui um extenso programa de recursos Humanos que distribui bolsas para alunos de graduação e pós-graduação em todo o país, formando uma grande rede de incentivo à entrada de profissionais no setor de óleo e gás. Associações como o instituto Brasileiro do petróleo (iBp), a society of pe-

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50 Guia do Estudante 2011

troleum Engineers (spE) e empresas como a petrobras e a Chevron possuem programas de bolsas para alunos de Engenharia de petróleo.

Mercado de trabalho e condiçõesAs empresas multinacionais que atuam no setor de

óleo e gás no Brasil têm adotado a saudável prática de contratação de profissionais brasileiros para seus qua-dros, aumentando a proporção de conteúdo local dos seus serviços. Assim sendo, o mercado de trabalho está muito aquecido. talvez até demasiadamente aquecido. os engenheiros de petróleo podem ser recrutados por empresas operadoras estrangeiras, como Chevron, sta-toil, shell e devon, ou empresas brasileiras, tais como oGx e Queiroz Galvão. As grandes contratantes são as empresas de serviços: transocean, schlumberger, Baker Hughes, Halliburton, entre outras. Há oportunidades por concurso público para os quadros da petrobras e da Anp. os salários são elevados para os que se destacam em suas atividades. Há também oportunidades atra-

entes para muitos e que são bem remuneradas como desempenhar atividades em plataformas offshore, em regime de 14 dias embarcados e 14 dias de folga. os salários são bem elevados. os profissionais com perfil de pesquisa e que possuem cursos de pós-graduação são muito requisitados pelos institutos de pesquisa brasileiros que realizam estudos de pesquisa e desenvolvimento, principalmente com a petrobras. os centros de pesqui-sas de empresas estrangeiras também recrutam muitos destes profissionais.

não se pode pedir um cenário melhor que o atual. Há falta de profissionais, sim, e isto é um grande problema, mas é um problema ‘positivo’. os jovens brasileiros estão diante de belíssimas oportunidades, devem buscá-las e ajudar na construção de nosso país. É necessário se preparar bem, pois a indústria de óleo e gás é extrema-mente competitiva e de alta tecnologia. os profissionais mais desejados são os que possuem espírito inovador, conhecimentos, paixão por tecnologia e, sobretudo, que sabem aprender com rapidez.

Consciência e responsabilidade social e ambiental também são fundamentais. A indústria de óleo e gás é uma das que mais investem em preservar o meio am-biente e seus profissionais são treinados à exaustão para garantirem a segurança das operações.

o caráter multinacional da indústria faz com que os seus profissionais possuam muita facilidade de comunica-ção e interação com outras culturas e idiomas. o idioma da indústria é o inglês. os alunos que buscam entrar no setor de óleo e gás devem investir muito em se tornar proficientes em outros idiomas – em particular em inglês. para tal, uma opção importante é buscar instituições de ensino que ofereçam bons programas de intercâmbio internacional durante o curso de graduação.

muito importante é começar desde cedo a construir uma rede de contatos e se filiar a grupos e associações técnicas. A society of petroleum Engineers permite e encoraja a filiação de alunos no quadro de associados e promove muitos eventos de integração entre profissionais mais experientes e os mais jovens. As universidades de maior expressão possuem Capítulos Estudantis da spE entre seus alunos, e estes promovem feiras e eventos de divulgação do setor.

por fim, há muita informação disponível aos inte-ressados. sugerimos consultar os portais da spE (www.spe.org) e das grandes universidades brasileiras que oferecem cursos de Engenharia de petróleo, assim como o ranking do mEC para os cursos.

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Newsletter TN PetróleoDiariamente, na tela do seu computador, as informações do setor naval e offshore. Assine em www.tnpetroleo.com.br

formação profissional

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Guia do Estudante 2011 51

Cláudio Chalom é diretor da BEX Intercâmbio do Rio de Janeiro.

A petrobras estima que há necessidade de contratação de mais de 200 mil profissionais qualificados para trabalhar na área de petró-leo até 2013. E neste campo existe grande variedade de áreas para

os profissionais que desejam entrar neste setor, um dos que mais cresce na economia nacional. As opções vão desde técnicos para o trabalho nas plataformas (como em sondas de perfuração) até engenheiros, pilotos e cientistas. A escassez de profissionais especializados inflaciona o ‘mercado salarial’ e atrai cada vez mais candidatos para empregos no segmento de petróleo e gás.

neste cenário, além de possuir especialização na área de petróleo e gás, é fundamental que o candidato a uma vaga de emprego nesta área tenha fluência em idiomas estrangeiros, principalmente o inglês, e expe- riência internacional. nove em cada dez profissionais da área de recursos Humanos apontam a vivência no exterior como um dos principais fatores na contratação das empresas, ainda mais as multinacionais.

Além de aprimorar o conhecimento da língua, a vivência no exterior proporciona melhor compreensão da cultura local e a oportunidade de tomar decisões importantes com maior independência. isto é muito valo-rizado pelas empresas na contratação de mão de obra qualificada e é um diferencial importante no mercado de trabalho.

os idiomas mais procurados por aqueles que desejam estudar no exte-rior são o inglês, espanhol, francês, alemão e o italiano. no entanto, idio-mas como o mandarim e o japonês vêm atraindo cada vez mais o interesse de estudantes que desejam aprender uma nova língua. isto é um reflexo claro da globalização, que torna imprescindível não só o conhecimento de novas línguas, mas também de novas culturas.

os países mais procurados por estudantes brasileiros para a realização de programas de intercâmbio são os destinos de língua inglesa, como Esta-dos Unidos, Canadá, reino Unido e irlanda.

A exploração de petróleo na camada do pré-sal vem atraindo investimento

de muitas empresas multinacionais, principalmente na região da Bacia de

Campos, no estado do Rio de Janeiro. Grandes empresas multinacionais, como

a FMC, Schlumberger e a Baker Hughes estão investindo milhões de dólares

no Brasil em tecnologia para a exploração de petróleo na camada do pré-sal.

formação profissional

EXPERIêNCIA INTERNACIONALé diferencial na hora da contratação

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52 Guia do Estudante 2011

de janeiro de 2009 para cá, o dólar americano desvalorizou cerca de 33% com relação ao real. Com a queda da moeda americana, os Estados Unidos, desde o ano passado, passaram a ser um dos destinos mais procurados para a realização de programas de inter-câmbio no exterior. A exigência de vistos de entrada para este país ainda é um entrave a ser superado.

A visita do presidente Barack obama ao Brasil, em março deste ano, trouxe à tona a discussão sobre a eli-minação de vistos de curta permanência para brasilei-ros, mas este pedido foi ignorado pelas autoridades de imigração americana, que acreditam que ainda não é o momento ideal para esta liberação. Com a descoberta do pré-sal, o Brasil passou a ser um futuro fornecedor estratégico de petróleo para os EUA, que depende muito de países do oriente médio e esta dependência causa desgastes no campo político e econômico ao governo americano.

o número de intercambistas brasileiros também cresceu no reino Unido, em função da queda da libra em relação a várias moedas. nos últimos cinco anos, a libra esterlina se desvalorizou em quase 40% com rela-ção ao real. mesmo com as novas regras mais rígidas para a solicitação de vistos de estudantes, a inglaterra ainda é um excelente destino para brasileiros, pois não exige visto de entrada para permanência inferior a seis meses.

o Canadá é o país de língua inglesa com maior crescimento no número de estudantes brasileiros nos últimos dez anos. Apesar de, atualmente, os custos não serem tão mais baixos que os de programas de inter-câmbio nos EUA, o Canadá é um destino muito popular entre estudantes brasileiros em razão da receptividade do povo canadense e suas belas cidades.

outro fato interessante é a possibilidade de apren-der ou aperfeiçoar o francês, já que a província de Quebec adota o francês como o seu principal idioma. montreal, que é a segunda maior cidade canadense, convive muito bem com os dois idiomas e o estudante brasileiro pode tirar proveito desta situação. A região de Calgary, na província de Alberta, chama a atenção pelo fato de ser o principal polo de empresas da área de petróleo e gás.

A irlanda começou a atrair mais estudantes brasilei-ros após as mudanças nas regras de vistos de estu-dantes para o reino Unido. Este país não exige visto de entrada para brasileiros e permite que o estudante trabalhe legalmente em meio período durante a realiza-ção de seu curso.

no mundo dos negócios, é imprescindível conhecer as diferenças culturais dos diversos países com quem o Brasil realiza transações comerciais, pois isto é um fator primordial para o bom andamento das negociações e acordos.

Até mesmo em empresas multinacionais que pos-suem escritórios em diferentes países, é importante

entender estas diferenças culturais para que o relacio-namento com colegas de trabalho e, principalmente, com executivos em cargos de chefia.

Alguns conflitos de interesse podem surgir de dife-renças culturais, o que ambos os negociadores devem ter em mente. o perigo está em localizar erradamente a origem desses conflitos. Um fabricante ocidental de máquinas agrícolas, por exemplo, ao negociar com dis-tribuidores indianos não deve presumir, gratuitamente, que o conflito é devido a questões de preço.

A ênfase do indiano na competição e na necessi-dade premente pode, muito possivelmente, derivar de uma visão do mundo baseada em sua experiência cul-tural de escassez e limitação de recursos. o conflito de interesses, neste caso, pode ser mais uma questão de experiências culturais de escassez e de fartura do que uma questão de preço para cada um dos contendores.

neste caso, como, aliás, na maioria dos casos de negociação, o requisito principal para o sucesso é a compreensão do ponto de vista do oponente. devemos compreender com clareza o modo de pensar e de agir de pessoas de diferentes países para que possamos distinguir as divergências verdadeiras daquelas que decorrem de vieses culturais. Em qualquer negociação, os conflitos de interesses podem ou não estar baseados em diferenças culturais.

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formação profissional

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Guia do Estudante 2011 53

economia da energia

Helder Queiroz Pinto Junior é economista, formado pela UFRJ, com mestrado em Planejamen-to Energético pela Coppe/UFRJ e doutorado pelo

Instituto de Economia e Política de Energia da Universidade de Grenoble (França) e pro-fessor associado do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Autores: Helder Queiroz Pinto Junior (organizador); Edmar Fagundes de Almeida; José Vitor Bomtempo; Mariana Iooty e Ronaldo Goulart Bicalho. Editora Campus. Formato 17 cm x 24 cm. 346 páginas.

Por esta razão, a energia ocupa papel de destaque no processo de de-finição das estratégias empresariais e na agenda de políticas gover-namentais. de fato, não há desenvolvimento econômico e social sem

suprimento de energia.Contudo, a incorporação destes aspectos na agenda de política se tra-

duz em fonte de incerteza com relação à evolução da matriz energética mundial e das tecnologias de produção e de uso de energia.

o debate sobre as questões energéticas tem sido pautado, no plano internacional e nacional, sobre o futuro da produção e uso das fontes de energia e não pode ser mais dissociado das políticas que visam atingir estes três objetivos: a segurança do abastecimento energético, a redução da dependência energética dos Estados nacionais e a diminuição dos im-pactos das mudanças climáticas provocadas por gases do efeito estufa, em especial os oriundos da queima de combustíveis fósseis. não há nada de trivial na compatibilização desses objetivos, os quais provavelmente apon-tam para uma crescente importância do binômio energia-tecnologia no processo de busca de soluções.

no caso das indústrias de energia, existem externalidades negativas, ainda que em graus variados, na produção e uso de todas as formas de energia. por esta razão, o Estado cumpre um papel fundamental tanto na definição de diretrizes de política energética, quanto na aplicação dos ins-trumentos econômicos e fiscais necessários à mitigação das externalidades e à garantia do abastecimento energético.

no Brasil, por décadas, desde o primeiro choque do petróleo, o eixo condutor das políticas energéticas implementadas por governos muito diferentes foi a tentativa de alcançar a autossuficiência do petróleo. Este é um extraordinário traço comum das diretrizes governamentais para o setor energético brasileiro. os resultados são largamente conhecidos. Ainda que o Brasil tenha que importar óleos leves para o equilíbrio do seu processo de refino, o grau de dependência líquida das importações de petróleo é, hoje, próximo de zero. E as possibilidades descortinadas com as importantes descobertas do pré-sal, mesmo com grandes desafios tecnológicos e institucionais a serem equacionados e superados, colo-cam o país numa privilegiada posição em matéria de dotação de recursos energéticos.

Assim, no setor de energia no Brasil, as perspectivas de o país consoli-dar a posição de exportador líquido de petróleo e derivados, de gás natural

A segurança do abastecimento energético e a busca do desenvolvimento

sustentável – com atenção justificadamente crescente para o tema dos

impactos ambientais da produção e uso de energia – são objetivos da política

energética de todos os países.

energia

As questões-chave da

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e mesmo de biocombustíveis (em especial, etanol) con-diciona no curto, médio e longo prazo as tendências setoriais de investimentos.

Cabe observar, contudo, que a condição exportado-ra não está dada e deve ser construída, pois compor-ta riscos, e deve ser negociada nos campos político e comercial. sua construção depende, assim, das dife-rentes formas de inserção internacional, e também da dinâmica da indústria mundial de energia.

Estes riscos estão associados a uma série de ques-tões sobre a evolução do setor de energia ao longo das próximas décadas, tanto em matéria de estratégias em-presariais, quanto da efetividade da política energéti-ca nacional, bem como das novas políticas energéticas em curso em diferentes países, visando à redução de emissões.

neste sentido, importa destacar dois aspectos cru-ciais relativos a este tema e que implicam maior inter-dependência de políticas:1. no plano internacional, parece claro que haverá uma

tendência à ampliação do grau de interdependência das políticas energéticas nacionais. As alternativas de substituição dos combustíveis fósseis, em diferen-tes países, reduzem as possibilidades de viabilizar plenamente as oportunidades de exportação de carvão, de petróleo e de seus derivados dos paí-ses com maiores dotações de recursos energéticos. decisões de investimento para ampliar a capacidade de oferta destes energéticos, hoje, comportam riscos maiores do que no passado, quando as incertezas fi-cavam circunscritas às elasticidades de preço e ren-da da demanda, condicionando as taxas esperadas de crescimento.

2. no plano nacional, dada a magnitude das reservas esperadas, o advento das descobertas do pré-sal se desdobra na necessidade de articulação da política energética com as políticas macroeconômica, am-biental, tecnológica, industrial, externa, de formação de recursos humanos, entre outras. tal articulação terá que ser instituída a partir de bases inteiramente novas. no passado, como foi dito aqui, o norte das políticas energéticas foi a redução da dependência. A busca de uma participação relevante no cenário energético internacional exigirá arranjos institu-cionais, dispositivos regulatórios e instrumentos de política energética distintos daqueles usados no pas-sado e adequados aos novos objetivos inerentes ao almejado status de exportador líquido de energia.

desse modo, a evolução do setor de energia no Brasil, no longo prazo, é tarefa de grande comple-xidade técnica, econômica e institucional na con-cepção e desenvolvimento dos projetos de expansão. isto decorre das diferentes dimensões (tecnológica, financeira, ambiental) que influenciam as decisões de investimento, e do número crescente de atores econômicos envolvidos.

Estas complexas questões são em geral estudadas pela disciplina Economia da Energia. A Economia da Energia é, por definição, um ramo da economia apli-cada que tenta oferecer elementos de resposta a estas questões, e busca conjugar a análise econômica com as dimensões técnica e político-institucional que abarcam os problemas energéticos.

A abordagem privilegiada no livro Economia da energia está articulada em torno de três eixos prin-cipais de análise que constituem o subtítulo do livro: 1) os fundamentos teóricos e os instrumentos analíti-cos que contribuem para a compreensão da estrutu-ra e da dinâmica do setor energético; 2) a evolução histórica das principais indústrias de energia; e 3) as diferentes formas de organização industrial e institu-cional do setor de energia, com particular ênfase no papel do Estado na regulação e formulação de polí-ticas energéticas.

por se tratar, fundamentalmente, de uma área de Economia Aplicada, a Economia da Energia constitui um terreno fértil à utilização dos ensinamentos teóricos e empíricos da Ciência Econômica. Em suma, a Econo-mia da Energia trata de cinco temas interdependentes, os quais contemplam uma série de relações econômi-cas fundamentais envolvendo empresas de energia, países, representados pelos Estados nacionais e consu-midores. Estes temas estão associados:1. às relações entre a oferta e demanda de energia e o

crescimento econômico sustentável;2. às condições econômicas e geopolíticas que gover-

nam as relações comerciais e de interconexão física da infraestrutura de energia entre diferentes países;

3. ao processo de formação de preços e os critérios que presidem as decisões de financiamento, de investi-mento e de consumo de energia;

4. ao papel do Estado na formulação das políticas de oferta e de demanda, do regime fiscal e/ou através da criação de empresas estatais;

5. ao papel das estratégias empresarias e das inovações tecnológicas, que configuram, em última instância, determinado padrão de concorrência nas indústrias energéticas.

A partir desta abordagem, espera-se que, ao cabo da leitura, o leitor esteja em condições de analisar as principais questões de energia, as quais continuarão por muito tempo como cruciais para o desenvolvimen-to econômico e social de todos os países do mundo. o livro busca apresentar os problemas e os instrumen-tos de análise da disciplina Economia da Energia, bus-cando, nas últimas seções de cada capítulo, enfatizar os aspectos inerentes ao setor de energia no Brasil.

Em suma, o livro pretende capacitar o leitor para a compreensão das diferentes dimensões que envolvem o tema Energia, bem como o entendimento das rela-ções geopolíticas, das estratégias empresariais e as po-líticas energéticas de diferentes países.

energia

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Guia do Estudante 2011 55

UNIVERSIDADES FEDERAISUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ)www.ufrj.brTel.: (21) 2562-2010Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Naval e OceânicaPós-Graduação em: Engenharia de Máquinas Navais e Offshore; En-genharia Portuária; Engenharia de Confiabilidade em Sistemas Navais e Offshore; Engenharia de Sistemas Flutuantes Offshore e Pós-Gradua-ção Executiva em Petróleo e GásMBA: Gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde)

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF)www.uff.brTel.: (21) 2629-5205Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Geofísica; Quí-mica e Química IndustrialPós-Graduação em: Engenharia de Dutos e Engenharia de Petróleo e Gás Natural

FUNCEFETRio de JaneiroTel.: (21) 3553-4112www.funcefet-rj.com.brMacaé – Rio de Janeirowww.funcefet-macae.com.brTel.: (22) 2762-9887/ 8823-5621São PauloTel.: (11) 4063-7756 Pós-Graduação em: Engenharia de Construção Naval e Offshore; Enge-nharia de Inspeção e Manutenção na Indústria do Petróleo e Engenharia SubmarinaMBA Executivo em Petróleo e GásMBA em Gestão Integrada em QSMS (Qualidade, Segurança, Meio

Ambiente e Saúde) na Indústria do Petróleo

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)www.ufpr.brTel.: (41) 3360-5000Curso Técnico de Petróleo - duração 3 anosGraduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Química; Engenharia Mecânica e Química; Geologia; Oceanografia; Engenha-ria Química Elétrica e Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG)www.ufmg.brTel.: (31) 3409-5000Graduação em: Engenharia de Contro-le e Automação; Engenharia Ambien-tal; Engenharia Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia de Sistemas; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS)www.ufrgs.brTel.: (51) 3308-6000Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE (FURG)www.furg.brTel.: (53)3233.6500Graduação em: Engenharia Civil Costeira e Portuária; Engenharia de Automação; Engenharia de Mecâni-ca Naval e Engenharia Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPíRITO SANTO (UFES)http://portal.ufes.brTel.: (27) 4009-2203Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção;

Engenharia Química; Geologia e Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) www.ufba.brTel.: (71) 3283-9703 Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia QuímicaPós Graduação em: Energia e Ambiente; Engenharia Elétrica; Engenharia Industrial; Engenharia Química (mestrado em Processos e Sistemas Químicos); Engenharia Química (doutorado em Processos e Sistemas Químicos); Geofísica; Geoquímica: Petróleo e Meio Am-biente; Geologia; Química e Enge-nharia de Automação e Controle (Mestrado)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS (UFAM)http://portal.ufam.edu.br/Tel.: (92) 3305-4559Graduação em: Engenharia de Gás e Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia de Materiais; Engenharia Mecâni-ca; Engenharia Química; Geologia; QuímicaPós Graduação em: Química; Enge-nharia de Recursos da Amazônia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN)Tel.: (84) 3215-3124Graduação em: Geofísica; Química; em Química do Petróleo; Engenharia do Petróleo; Engenharia de Produ-ção; Engenharia Mecânica; Engenha-ria Elétrica; Engenharia Química

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC)www.ufc.brTel.: (85) 3366 9410Graduação em: Geologia; Química; Engenharia de Energias Renováveis; Engenharia de Petróleo; Engenharia

CURSOS

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56 Guia do Estudante 2011

de Produção Mecânica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química; Engenharia Elétrica; Engenharia de Gás Natural; Engenharia de Produ-ção; Especialização em Engenharia Hidráulica e Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)www.ufpe.brTel.: (81) 2126.8000Graduação em: Engenharia de Energia; Engenharia de Materiais; Engenharia Elétrica-Eletrônica; Engenharia Elétrica-Eletrotécnica; Engenharia Mecânica; Engenharia de Produção; Engenharia Química; Geologia e Química IndustrialPós Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenharia Química e Tecnologias Energéticas e Nucleares

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (UFAL)www.ufal.brTel.: (82) 3214-1052Graduação em: Engenharia Química e Engenharia Ambiental

ESTADUAISUNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ)www.uerj.brTel.: (21) 2334-0652Graduação em: Engenharia de Produção; Engenheria Química; Engenharia Mecânica e QuímicaPós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás Natural e Química Ambiental

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) www4.usp.brTel.: (11) 3091-3414Graduação em: Engenharia de Petróleo; Engenharia de Produção; Engenharia de Produção Mecânica; Engenharia Metalúrgica; Engenha-ria Mecatrônica; Engenharia Naval;

Engenharia Química; Engenharia Elétrica - Eletrônica e Sistemas de Energia e Automação; Engenharia Elétrica Com ênfase em Automação e Controle; Engenharia Elétrica com ênfase em Energia e Automação Elétricas; GeofísicaPós Graduação em: Ciências da Engenharia Ambiental; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Geotecnia; Engenharia Química; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Engenha-ria Naval e Oceânica ; Engenharia Química; Engenharia de Sistemas Logísticos

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA)www2.uea.edu.brTel.: (92) 3214-5771Graduação em: Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica; Enge-nharia Mecatrônica; Engenharia Química; Automação Industrial; MecânicaPós Graduação em: Engenharia de Segurança do Trabalho; Enge-nharia de Proudução com ênfase em Recursos Produtivos; Gestão e Tecnologia do Gás Natural; Proces-sos e Tecnologias de Fabricação Mecânica

• Planejamento, Orçamentação, Contratação e Gerência de Em-preendimentos de Manutenção e Montagem – Rio de Janeiro. 32 horas. 13 a 16/09/2010

• Inspeção e Manutenção de Siste-mas de Proteção Catódica de Du-tos Terrestres (ABRACO) – Rio de Janeiro. 32 horas. 5 a 8/10/2010

• Interferência em Instrumentação – Maranhão. 16 horas. 25 e 26/10/2010

• Controle Regulatório Avançado e Sintonia de Controladores PID – Rio de Janeiro. 32 horas. 5 a 8/10/2010

• Aprovando Projetos de Automação com Bases Financeiras – Rio de Janeiro. 16 horas. 18 e 19/10/2010

• Básico de Instrumentação – 2ª turma – Pernambuco. 40 horas. 18 a 22/10/2010

• Segurança e Saúde em Laborató-rios – São Paulo. 24 horas. 29/10 a 1º/11/2010

• Auditoria Interna em Laboratórios – Rio de Janeiro. 24 horas. 18 a 20/10/2010

• Técnicas de Gerenciamento de Projetos de E&P – Rio de Janeiro. 24 horas. 29/10 a 1º/11/2010

• Produção de Petróleo – Campos Maduros – Bahia. 16 horas. 23 e 24/09/2010

• Gerenciamento de Negócios de Exploração e Produção de Petró-leo – Rio de Janeiro. 32 horas. 4 a 7/10/2010

• Gestão da Logística de Supri-mento de Petróleo e Derivados (Módulo II) – Rio de Janeiro. 40 horas. 25 a 29/10/2010

• Análise de Investimento na Indús-tria Petroquímica – Rio de Janei-ro. 40 horas. 18 a 22/10/2010

• Implementação e Certificação de Sistemas de Gestão da Qualidade com Base na NBR ISO 9001:2000, de Forma Integrada com a NBR ISO 14001, Gestão Ambiental, BS 8800 e OHSAS 18001, Saúde e Segurança no Trabalho e sua re-lação com Sistemas de Excelên-cia em Gestão – Rio de Janeiro. 24 horas. 7 a 9/10/2010

• Comunicação Ambiental segundo a nova Norma ISO 14063 – Rio de Janeiro. 16 horas. 14 e 15/10/2010

• Auditor e Fiscal da Legislação de Segurança e Medicina do Traba-lho – Rio de Janeiro. 32 horas. 4 a 7/10/2010

IBP (INSTITUTO BRASILEIRO DE PETRÓLEO, GÁS E BIOCOMBUSTíVEIS)www.ibp.org.br/cursos. Tel.: (21) 2112-9033/9034

formação

Page 59: Guia estudante 2011 completo

Guia do Estudante 2011 57

PARTICULARESCENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL JFW www.jfw.com.brTel: 0800-021-2000Capacitação em: Petróleo e Gás. Duração: 8 meses (90 horas)Carga horária semanal: 3 horas

ENPROTEC www.cursosenprotec.com.brTel.: (21) 3705-7199Cadeia Produtiva do Petróleo (1 ano)

UGF (UNIVERSIDADE GAMA FILHO)www.ugf.br Tel.: (21) 2599-7100Graduação em: Engenharia do Pe-tróleo (duração de 5 anos); Tecnoló-gica em Petróleo e Gás (3 anos)

PUC-RIO (PONTIfíCIA UNIVERSI-DADE CATÓLICA)www.puc-rio.brTel.: (21) 3527-1001Graduação em: Engenharia do Pe-tróleo (duração de 4,5 anos) Pós-Graduação em: Química Ana-lítica do Petróleo; Engenharia de Petróleo; Engenharia de Dutos; Gás Natural; Estrutura da Indústria de Petróleo, Gás e Derivados

ESTÁCIOwww.estacio.brTel.: (21) 3231-0000Graduação em: Engenharia do Petró-leo (duração de 5 anos); Tecnológica em Automação Industrial (duração de 3 anos); Tecnólogo em Petróleo e Gás (duração de 2,5 anos)Pós-Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Geologia e Geofísica de poço em reservató-rios de Petróleo e Gás; Logística de Petróleo e Gás (estes com duração de 361 horas) e Engenha-ria Naval e Offshore (duração de 496 horas)

UNISUAM (CENTRO UNIVERSITÁ-RIO AUGUSTO MOTTA)www.unisuam.edu.brTel.: (21) 3882-9797Graduação em: Engenharia de Pe-tróleo (duração de 5 anos)

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO www.cursosoffshore.com.brTel.: (21) 2253-2147 / (22) 2772-6788/2759-1164

Graduação em: Engenharia de Construção e Montagem de Tu-bulações Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia de Constru-ção Naval e Offshore (20 meses); Engenharia de Equipamentos na Indústria do Petróleo (19 me-ses); Engenharia de Inspeção e Manutenção de Equipamentos Onshore e Offshore (20 meses); Engenharia de Petróleo e Gás (19 meses); Engenharia Submarina (20 meses)MBA em: Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde Onshore e Offshore (19 meses); Engenharia e Gestão de Projetos, com ênfase em sistemas e equipamentos industriais e navais (20 meses). Todos os cur-sos em Macaé e no Rio de Janeiro

UNIGRANRIOwww.unigranrio.brTel.: (21) 3882-9797Graduação em: Engenharia de Petróleo e Gás; Tecnológica em Petróleo e Gás

CENTRO DE TREINAMENTO ESPECIALIZADO SIÃOwww.cetessiao.com.br Tel.: (22) 2791-5058; 9933-7439Soldador Eletrodo Revestido (6G) – Macaé; Soldador TIG – (6G, solda-dor com argônio) – Macaé

PROJECT-EXPLO – SPwww.project-explo.com.brTel.: (11) 5589-4332 – Ramal: 217Aperfeiçoamento em áreas classi-ficadas: Elétrica, Instrumentação, Projetos, Montagens e ManutençãoDatas: 14 e 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010.Analista Técnico de Segurança Contra ExplosõesDatas: 14 a 16, 28 a 30 de setembro; 19 a 21, 28 a 30 de outubro; 9 a 11, 23 a 25 de novembro; 7 a 9, 14 a 16 de dezembro de 2010.

SENAIwww.senai.brTel.: (61) 3317-9000/9001Técnico em Operação deProdução de Petróleo eGás Natural – Campos e Niterói. Duração: 1.440 horasTécnico Industrial em Tecnologias Finais do Gás – Rio de Janeiro. Duração: 1.140 horasPós-Graduação em: Automação Industrial dos Sistemas de Produ-ção, Refino e Transporte – Rio de Janeiro. Duração: 400 horas; Espe-cialização em Projetos de Automa-ção em Instalações de Superfícies de Produção de Petróleo – Rio de Janeiro. Duração: 418 horasCurso Técnico de Petróleo e Gás – Acacuí (BA); Maracanaú (CE);Belo Horizonte e Contagem (MG); João Pessoa (PB); Cabo de S. Agos-tinho e Recife (PE); Campos, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis e Rio de Janeiro (RJ); Mossoró e Natal (RN); Porto Velho (RO); Caxias do Sul, Esteio e Porto Alegre (RS); Caçador, Capivari de Baixo, Criciúma, Itajaí, Joinville, São José, Tijucas, Tubarão (SC); Aracaju (SE), Campinas e São Paulo (SP)

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58 Guia do Estudante 2011 www.tnsustentavel.com.br

Junho7 a 9 – CanadáGas & Oil Expo & Conference North AmericaLocal: Calgary, AlbertaTel.: +1 (403) 209-3555fax: +1 (403) [email protected]

7 a 9 – NigériaNigeria Oil & Gas Technology 2011Local: Victoria IslandTel.: +44 20 [email protected]

7 a 9 – AlemanhaNGV 2011Local: BerlimTel.: +54 11 4300-6137 [email protected]

7 a 10 – AzerbaijãoCaspian International Oil & Gas Exhibition & Conference 2011Local: BakuTel.: 0044 207 596-5091fax: 0044 207 [email protected]/2010/index.html

8 a 9 – ChinaGAP & Coal Chemicals ConferenceLocal: PequimTel.: (00XX336) 07 28 5247fax: (00XX331) 56 08 [email protected] www.gap-gasification.com

14 a 17 – BrasilBrasil Offshore 2011Local: Macaé, RJTel.: 55 11 3060-4868fax: 55 11 [email protected] www.brasiloffshore.com

20 a 22 – BrasilXI Conferência da ANPEILocal: Fortaleza, CETel.: 55 11 3842-3553 ou 55 85 [email protected]

21 a 24 – Rússia11th MIOGE 2011Local: MoscouTel.: 0044 207 596 5135fax: 0044 207 596 [email protected]/2010/

22 a 23 – CanadáAtlantic Canada Petroleum ShowLocal: NewfoundlandTel.: +1 (403) 209-3555fax: +1 (403) 245-8649bettyshea@dmgevents.comwww.atlanticcanadapetroleumshow.com

Agosto1º a 3 – ColômbiaHola – Heavy Oil Latin America CongressLocal: BogotáTel.: (888) 799-2545 fax: +1 (403) [email protected]

15 a 18 – BrasilInternational Congress of the Brazilian Geophysical SocietyLocal: Rio de JanieroTel.: 918 497 5500fax: 918 497 [email protected]/congresso/

17 a 19 – EUANAPE Conference & ExpoLocal: Houston, TXTel.: 972 993 9090 fax: 972 993 [email protected] • www.nape.com

22 a 24 – ChinaCIPPE 2011 - ShanghaiLocal: XangaiTel.: +86 10 5823-6588/5823-6548fax: +86 10 [email protected]/cippeen/

Setembro20 a 22 – BrasilRio Pipeline Conference & Exposition 2011Local: Rio de JaneiroTel.: +55 21 2112-9077fax: +55 21 [email protected]

Outubro4 a 6 – BrasilOTC Brasil 2011Local: Rio de JaneiroTel.: 1 281 491-5908fax: 1 281 [email protected]

10 a 13 – ArgentinaArgentina Oil & Gas – AOG 2011Local: Buenos AiresTel.: +54 11 4322-5707fax: +54 11 4322-0916 [email protected]

24 a 26 – BrasilVitória Oil & Gas 2011Local: Vitória, ESTel.: +55 21 [email protected] www.ibp.org.br

25 a 26 – BrasilPernanbuco Business 2009 Oil & Gas, Offshore, ShipbuildingLocal: RecifeTel.: +55 21 2112-9077fax: +55 21 [email protected]

Novembro7 a 10 – BrasilNNO – Niterói Naval Offshore Local: Niterói, RJTel.: (55 21) [email protected]/

10 a 12 – ArgentinaV ExpoGNC 2011 Local: Buenos AiresTel.: +54 11 4300 [email protected]

28 a 30– BrasilBrazil Onshore 2011Local: Natal, RNTel.: (21) [email protected] www.ibp.org.br

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feiras e congressos

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Guia do Estudante 2011 59

opinião

Muitos investimentos foram realizados e era o período em que as melhores oportunidades estavam nas carreiras técnicas, com ênfase nas engenharias mecânica, eletrônica, química e nucle-ar, entre outras menos cotadas. o sonho

de muitos era trabalhar em uma empresa estatal e, sem dúvida, a petrobras era uma das mais atraentes. também havia muitas oportunidades na iniciativa privada. dificilmente, um formando na área técnica ficava desempregado.

Em seguida, já nos anos 1980 e 90, o Brasil entrou em uma rigorosa dieta de investimentos e as melhores oportunidades profissionais passaram a ser encontra-das no serviço público, com ênfase nas áreas de saúde e principalmente nas escolas de direito, formação que abria excelentes oportunidades como ser juiz, procu-rador, promotor, defensor... os salários eram atraentes e estavam associados a status, estabilidade, benefícios e menores cargas horárias nominais.

nesse período, o Brasil sofreu uma verdadeira ‘desengenheirização’. por falta de oportunidades, a procura por cursos técnicos diminuiu, numerosas indústrias fecharam e muitos formados em carreiras técnicas foram buscar outras formas de sobrevivência. o Brasil perdeu muito de sua capacitação técnica.

mas, por mais elástico e voraz de funcionários que o Estado possa ser, num dado momento os jovens precisaram buscar outras possibilidades de colocação e, nesse aspecto, a geração que ora está entrando no mercado de trabalho tem fortes sinali-zações de que muitas oportunidades estão surgindo para as carreiras técnicas.

Convivo no setor de petróleo e gás há mais de 40 anos e nunca tinha visto um período de tantas possi-bilidades. Existe uma forte demanda de mão de obra especializada e, ao mesmo tempo, enorme carência de pessoal qualificado. A formação brasileira em carrei-ras técnicas está muito aquém da verificada em países que concorrem conosco em termos de desenvolvimen-to, como é o caso do grupo dos emergentes designado como Bric (Brasil, rússia, índia e China) e da Coreia.

na fase atual, o Brasil, desse grupo, é o país que forma o menor número de profissionais nas carreiras técnicas, pro-fissões fundamentais ao crescimento econômico, crescimento que, por exemplo, é claramente visível na Coreia, país que na década de 1960 simplesmente não exis-tia em se tratando de indústrias. vale acres-centar que as carreiras técnicas não se limitam às engenharias, pois incluem outras áreas do conhecimento, como geolo-gia, geofísica, informática, profissionais de marinha mercante, entre outras.

Embora apenas tenham sido citados exemplos de carreiras de terceiro grau, o mesmo ocorre com as de nível médio e operacional – e nesse último grupo estão incluídos soldadores, montadores, operadores de máquinas-ferramenta, caldeireiros, entre outras

O conteúdo local e o dilema do primeiro emprego

de Alberto Machado, diretor executivo de Petróleo, Gás, Bionergia e Petroquímica da Abimaq.

Na minha juventude, as principais escolhas profissionais eram a carreira

militar para os homens e o magistério primário para as mulheres. Na

década de 1970, o Brasil experimentou um período de crescimento:

“este é um país que vai pra frente”, dizia o Governo Federal e muitos

de nós vivemos isto.

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ção

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60 Guia do Estudante 2011

profissões que são vitais para um país “colocar sua indústria para funcionar”.

A maioria desses profissionais não se forma da noite para o dia, em muitos casos são necessários mais de cinco anos somente na formação acadêmi-ca. A considerar as demandas previstas em inves-timentos e operações para os próximos anos, se nada for feito com urgência, o déficit será enorme e o Brasil acabará tendo que importar mão de obra estrangeira ou, o que é pior, terá que exportar as oportunidades.

para viabilizar a constituição desses quadros, antes da citada capacitação profissional, existe uma primeira missão que é motivar o jovem em idade produtiva a ingressar e investir em sua formação técnica. É preciso um trabalho de convencimento a partir da demonstração do caminho a ser seguido e do mundo de oportunidades que existem. Um jovem que mora em macaé (rJ) até pode perceber isso, mas e um do interior do maranhão ou do Ceará, onde esse setor ainda é pouco divulgado, será que já o percebe? se eu quero ter um emprego de engenhei-ro, é necessário, antes de qualquer coisa, que eu me torne um engenheiro.

Como se sabe, formar um profissional não é tarefa simples, entretanto, mais complexo é o mecanismo de ingresso do profissional recém-formado no mercado de trabalho. E, nesse ponto, as medidas até então adotadas não têm se mostrado eficientes.

por outro lado, as oportunidades potenciais decor-rentes dos investimentos previstos só irão se concreti-zar na medida dos valores que o país conseguir captu-rar para seu mercado interno. A indústria do petróleo cresce até em países sem qualquer industrialização, só que, nesse caso, o único benefício vem do petróleo pelo petróleo. todos os empregos são gerados fora.

daí a relevância do trabalho que vem sendo desenvolvido em prol do aumento do conteúdo local. Conteúdo local implica emprego local e renda local. E as empresas só vão empregar se perceberem a real possibilidade de receberem encomendas.

Concluindo, o fator mais importante, que são as demandas, nós já temos e, para concretizá-las com reais benefícios para o país, é necessário que cada um faça sua parte: que os jovens se interessem, os profissionais se qualifiquem, os empresários invistam e o governo crie condições para que o Brasil possa ter uma indústria competitiva.

opinião

Indústria naval brasileira. Um setor em expansão.

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Com um mar de oportunidades em sua proa e após anos de estagnação, o mercado naval brasileiro volta a ser uma realidade. De 2000

para cá, com os programas de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) e o de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da

Transpetro, a indústria da construção naval brasileira saltou de dois mil para 80 mil empregos diretos e indiretos, serão 146 embarcações

de apoio marítimo e 49 navios, com um índice de 65% de conteúdo nacional no setor de navipeças. Participe!

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