Download - Hábitos Nocivos à Saúde Vocal

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HOSPITAL DAS CLNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SO PAULODEPARTAMENTO DE OFTALMOLOGIA, OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA DE CABEA E PESCOO DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRO PRETO-USP

Fonoaudiologia

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HBITOS NOCIVOS SADE VOCALOs principais hbitos nocivos:

PigarrearO ato de pigarrear um atrito entre as pregas vocais; este roar forte e agressivo pode contribuir para o aparecimento de alteraes nas pregas vocais, pois o atrito provoca irritao e descamao do tecido.

Falar muitoO excesso de fala, principalmente em emisso continuada prejudicial para a laringe, pois submete o aparelho vocal a um esforo prolongado; nessas situaes, o risco de se desenvolver uma leso tambm maior. Quando o uso continuado de fala ou canto se fizer necessrio, procure, em seguida, descansar a voz pelo mesmo perodo.

Falar cochichando ou sussurrandoEmbora, aparentemente, cochichar ou sussurrar possa sugerir relaxamento das pregas vocais, na verdade este um ato de extrema fora que pode, at mesmo, ser mais lesivo que falar com a sonoridade habitual.

GritarFalar em voz muito forte ou gritar utilizar a laringe em sua fora mxima; evidentemente, o desgaste maior e bem mais rpido nessas situaes, cansando a voz rapidamente e aumentando o risco do aparecimento de leses na superfcie das pregas vocais, ou at mesmo de hemorragias submucosas. Os gritos devem ficar restritos situaes absolutamente necessrias.

Realizar competio sonoraFalar em locais barulhentos constitui competio sonora, ou seja, voc tende a elevar o volume de voz num esforo para se comunicar, na tentativa reflexa de vencer o rudo do fundo; o pior de tudo que voc geralmente nem percebe o quanto est se esforando.

Falar fora de sua freqncia habitualTodos apresentamos uma freqncia de voz que nos identifica e que chamada de freqncia habitual. Enquanto falamos ou cantamos estamos constantemente variando a freqncia de nossa emisso, porm existe um valor mdio onde nossa voz se situa. Alguns cantores tendem a usar a freqncia do canto (geralmente mais aguda) na prpria fala, o que representar um abuso vocal, alm de soar artificial. Procure usar sua voz, do modo mais natural possvel, fora das apresentaes.

Imitar sons, vozes e rudosAlguns cantores, pelo controle vocal desenvolvido, ou mesmo por dom, apresentam facilidade de imitar sons, vozes de outras pessoas e rudos. muito difcil fazer essas manobras e rudos vocais sem lesar o aparelho fonador, o que determina que a maioria dos imitadores fiquem com sensao de ardor e irritao aps acabar suas imitaes. Desta forma, se voc no tem certeza de que consegue fazer imitaes sem se prejudicar, evite-as.

Ingerir cafena em excessoA cafena encontrada no caf, nos chs de ervas e tambm em refrigerantes dietticos; alm de estimulante, a cafena favorece o refluxo gastroesofgico, ou seja, o lquido cido do estmago vem em forma de jato, como uma azia, para na boca, podendo ser desviado para a laringe. O refluxo, por sua composio qumica, extremamente irritante para as sensveis mucosas da laringe. Se voc tem o hbito de cafezinhos freqentes, use o descafeinado.

Ambientes secosA reduo da umidade do ar causa o ressecamento do trato vocal, induzindo uma produo de voz com esforo e tenso. como se um sistema mecnico altamente potente tivesse que funcionar sem lubrificao de seus componentes. Se sua permanncia em locais com ambiente seco (por exemplo, ao viajar para cidades cuja umidade relativa do ar pequena, ambientes com ar condicionado etc.) for inevitvel, procure se hidratar tomando vrios copos com gua em temperatura ambiente.

Descanso inadequadoCantar um ato de extremo gasto energtico e os cantores chegam at mesmo a perder peso durante as apresentaes. A energia da laringe recuperada atravs do descanso, mais especificamente atravs do sono. A voz nunca est boa depois de uma noite maldormida. A laringe recarrega sua energia principalmente atravs do descanso. Programe-se para dormir o suficiente.

EstresseUm certo estresse positivo para o canto, pois estresse nada mais significa do que mobilizao de energia; porm, o estresse excessivo negativo (conhecido tecnicamente por distresse) e prejudica a emisso, o que se observa atravs de cansao vocal, falta de resistncia, rouquido e - ar na voz -; tambm pode ocorrer perda de notas da tessitura.

Fumo de conhecimento comum que o fumo altamente nocivo para a laringe, principalmente para cantores. Entre tantos outros efeitos, o fumo causa irritao direta no trato vocal, pigarro, inflamao da regio larngea, tosse e aumento da secreo viscosa. Lembre-se de que existe uma alta correlao entre o tabagismo e o desenvolvimento do cncer, particularmente na laringe e nos pulmes. Aconselhamos os cantores a abandonarem este hbito, considerando no s a sade vocal, mas a qualidade de vida como um todo.

lcoolOs lquidos no passam pela laringe, mas o lcool, principalmente os destilados (pinga, vodca e usque), esto intimamente associados ao desenvolvimento do cncer. O consumo freqente de bebidas alcolicas provoca edema, inchao das pregas vocais e irritao de toda laringe. O lcool fermentado (vinho e cerveja) o menos irritante. Evite beber antes de cantar. Abandone o mito de que um conhaque antes de cantar melhora a voz.

Mudanas constantes de professor de canto sempre importante freqentar aulas de canto, mesmo se voc j se considera um cantor pronto e formado. Ns no nos ouvimos como os outros nos ouvem e, alm de toda a instruo tcnica do professor de canto, ele representa um ouvido exterior confivel para lhe oferecer uma avaliao de como anda realmente a sua voz. Faa aulas peridicas e, principalmente, procure no ficar mudando de professor o tempo todo, em busca de progressos rpidos e espetaculares. Os professores usam recursos diferentes e mudar constantemente de linha de aprendizado pode prejudicar a voz. A construo de uma voz cantada um processo de desenvolvimento lento que exige pacincia e dedicao.

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Prof. Dr. Edwin Tamashiro

Prof. Dr. Hilton M A Ricz

Profa. Llian N Aguiar Ricz

Profa. Tatiane Martins Jorge

Comisso Organizadora

Graduandos do Curso de Fonoaudiologia da FMRP-USP e

Ps-graduandos do Departamento de Oftalmologia,

Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabea e Pescoo da FMRP-USP

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