997718081088133
ISSN
217
8-08
97
Brazilian Vegetable Yearbook
Anuário Brasileiro de
DOW AGROSCIENCESPROTEÇÃO DE PONTA A PONTA
A Dow AgroSciences apresentasua linha de produtos para proteçãodas lavouras de Hortifruti.
São diversas soluções, para múltiplasculturas, que protegem sua produçãode ponta a ponta!
www.dowagro.com.br0800 772 2492
eccomais.com
® TM * Marca registrada da The Dow Chemical Company ("Dow") ou uma companhia aliada da Dow. | AGATA – Marca registrada de ISK Biosciences Comercial Ltda. | Platinum Neo – Marca registrada de Syngenta Proteção de CultivosEllect – Marca registrada de Oxiquímica Agrociência | Tairel M – Marca registrada de FMC Agricultural Products. | Micene – Marca registrada de Sipcam UPL Brasil S.A.
Soluções para um Mundo em Crescimento®
Soluções em Hortifruti
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Hortifruti - Anúncio Anuário Hortaliças - 20 X 27 cm - 09.05.14.ai 1 09/05/14 15:43
Inor
Ag.
Ass
man
n
1
EXPEDIENTE Publishers and editors
ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS 2014
Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Erna Regina Reetz,
Benno Bernardo Kist, Cleiton Evandro dos Santos,
Cleonice de Carvalho e Marluci Drum; supervisão: Romeu
Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut;
fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann),
Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades;
projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado;
arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia
de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio
Oliveira Machado; tabelas: Eduardo Mesquita; marketing:
Maira Trojan Bugs, Gabriela Kaempf da Silva, Giovani Souza e
Raul Dreyer; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado;
distribuição: Simone de Moraes;
impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).
ISSN 2178-0897
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer
Diretor-administrativo: Jones Alei da Silva
Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib
Rua Ramiro Barcelos, 1.224
CEP 96.810-900
Santa Cruz do Sul, RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: [email protected]
Site: www.editoragazeta.com.br
Robi
spie
rre
Giu
liani
2
SUMÁRIO Summary
06 | Apresentação
08 | PANORAMA
34 | AS PRINCIPAIS
58 | ESPECIAL
66 | PESQUISA
84 | PAINEL
86 | EVENTOS
Introduction
Panorama
Highlights
Special
Research
Panel
Events
É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.
Ficha
A636
Anuário brasileiro de hortaliças 2014 / Erna
Regina Reetz ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora
Gazeta Santa Cruz, 2014.
88 p. : il.
ISSN 2178-0897
1. Horticultura – Brasil. 2. Hortaliças. I. Reetz, Erna Regina.
CDD : 635
CDU : 635
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
3
Não importa que se trate de realidade
do Brasil ou de qualquer outra na-
ção, quando alguém começa a fazer
planos para a refeição seguinte (e a
fome é sempre certa), é impossível
que eles não levem em conta ou en-
volvam ao menos uma hortaliça – de preferência várias, e de diver-
sas cores. Se não estiver na lista, com certeza se terá um cardápio
mais pobre, e bem menos nutritivo.
Os alimentos colhidos na horta ou na granja, tenham estas a
extensão ou o tamanho que tiverem, são indispensáveis aos orga-
nismo e diretamente associados a tudo aquilo que se considera, no
melhor dos casos, uma vida saudável. A população brasileira ainda
se descuida, em grande medida, dessa lógica e dessa regra, ao
não adotar na devida dimensão o consumo de hortaliças em níveis
sugeridos pela Organização Mundial da Saúde.
O Brasil acaba por manter seus índices de demanda per capita
– e, por extensão, seu patamar de produção e de comércio – de
hortaliças muito aquém do que uma Nação com essa extensão
territorial teria capacidade para exibir, e necessidade de consumir.
A disponibilidade de área, os tipos de solo e de clima e a vocação
APRESENTAÇãO Introdution
É dia de fEIRA
existente nas diversas regiões nacionais praticamente viabilizam
o plantio de todas (todas) as hortaliças encontráveis no planeta.
Logo, basta que a população acorde, se interesse por conhecer
e consumir, estruture economicamente o cultivo junto ao setor pri-
mário, providenciando a regularidade na oferta, e o Brasil se tornará
um verdadeiro paraíso para esse segmento vital.
A diversidade de espécies (que ultrapassa, e muito, a uma cen-
tena) e de variedades, hoje dotadas – pelo esforço da pesquisa
– com nutrientes e propriedades organolépticas (perceptíveis aos
sentidos humanos) quase impensáveis, faz da horta um lugar que
desafia e entusiasma cozinheiros, gourmets e chefs, dos experien-
tes aos estreantes. O Anuário Brasileiro das Hortaliças 2014, ao
atualizar as informações de produção, de mercados e de inova-
ções tecnológicas em território nacional, apresenta o panorama
para que cada leitor deixe-se inspirar e incentivar a consumir mais
produtos colhidos na granja – e, assim, viver muito melhor.
Na próxima vez em que for fazer a feira – e quem sabe pos-
sa ser logo depois de ter conferido o conteúdo desta edição –,
lembre-se: a vida pode ter muito mais cor, aroma e, especialmente,
sabor. E que sabor!
Bom apetite.
Quer dizer: boa leitura.
6
Regardless of whether it is a reality in Bra-
zil or any other nation, when someone
starts planning their next meal (an appe-
tite is always a good thing) they should
always consider or include at least one
vegetable – preferably several, and in
plenty of different colors. If not, your meals will certainly be less inte-
resting, and far less nutritious.
Fresh produce from a garden or farm, irrespective of its size, are
vital for the body and directly associated with a healthy lifestyle. Brazilians
still largely neglect this logic by failing to consume adequate amounts of
vegetables at the levels recommended by the World Health Organization.
Brazil continues to maintain the same levels of demand per capita
and, by extension, its production and trade levels, which are far below
what a country of Brazil’s size is capable of and below its consump-
tion needs. The available area, soil types, climate and vocation in the
country’s varied regions allow any, absolutely any kind of vegetable on
It’s MARkET daythe planet to be planted. As a result, all that is needed is for the popu-
lation to wake up, get interested in learning and consuming, making
cultivation economically viable among the primary sector by regulat-
ing demand, and Brazil will become a true paradise for this vital sector.
The sheer diversity of species (which far exceed one hundred)
and varieties that, through research efforts, now contain nutrients and
organoleptic properties that were previously unthinkable, make the
vegetable garden a place that challenges and excites cooks, gour-
mets and chefs, from novices to the most experienced. By updating
information on domestic production, markets and technological inno-
vations, the 2014 Brazilian Vegetable Yearbook provides a panorama
that inspires and encourages reads to consume more farm-grown
produce and live a healthier life.
Then next time you go grocery shopping – and hopefully after you
read the annual edition it will be soon – remember: life can be filled
with much more color, aroma and, especially, flavor. And what flavor!
Enjoy!
Sílv
io Á
vila
7
Com muito APETITE
A horticultura brasileira apresenta certa
estabilidade na produção, com leve
crescimento, mas menor disponibili-
dade (consumo), pois fica abaixo do
crescimento populacional. Os últi-
mos dados sistematizados pela Em-
brapa Hortaliças, referentes a 32 culturas, e até o ano de 2012,
indicam que o total produzido retornou, neste ano, novamente
à faixa das 18 milhões de toneladas, na qual se mantém desde
2007, embora em 2011 tivesse ultrapassado a 19 milhões de to-
neladas. O mesmo ocorre na mandioca, incluída neste Anuário e
que, sozinha, respondeu por 23 milhões de toneladas em 2012,
quando no ano anterior já chegara a 25 milhões de toneladas.
Em 2013, com nova interferência de problemas climáticos,
voltou a ocorrer diminuição na produção de culturas importantes,
sobre as quais já são conhecidas informações. É o caso de man-
dioca, batata-inglesa e cebola, enquanto o tomate, com pequena
recuperação, ainda não atingiu a produção anterior. O fato gerou
dificuldades para atender ao mercado e acarretou aumento de
preços. Já para 2014, as primeiras estimativas feitas indicam a
possibilidade de melhoria na oferta destes alimentos.
“A produção e o mercado de hortaliças apresentam discreto
crescimento, muito especialmente em função do desenvolvimen-
to tecnológico”, observa Waldir de Lemos, que preside a Associa-
ção Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio
(Acegri) e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças,
ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). A pesquisa da Embrapa Hortaliças, apresentada por Nir-
lene Junqueira Vilela, confirma este fato, ao constatar que, entre
2008 e 2012, a área cultivada diminuiu 0,9%, a produção aumen-
PRODUÇãO DE HORTALIÇAS REgISTRA RETOMADAS EM 2014, APóS PERíODO DE REDUÇãO EM CULTURAS IMPORTANTES E DIfICULDADES PARA ATENDER AOS MERCADOS
PANORAMA Panorama
8
tou 4,2%; e a produtividade, 6,6%.
O dirigente do setor verifica ainda que “razões como custo de
produção, logística inadequada, falta de incentivo ao consumo e
discreta política de extensão rural” implicam em insatisfações e
falta de dinamismo. Contudo, Waldir percebe “esforços que es-
tão sendo desenvolvidos, e significativos avanços científicos para
melhora da nossa produção, onde a Embrapa cada vez mais se
afirma como referência mundial”. Por isso, crê que, “em médio
prazo, com a superação de boa parte dos problemas identifica-
dos, teremos notícias de um grande crescimento no setor”.
Aposta é em maior crescimento com apoio científico e tecnológico
Ano 2008 2012
Área (mil ha) 807,7 800,1
Produção (mil t) 18.020 18.769
Produtividade (t/ha) 22,311 23,458
Disponibilidade (kg/hab/ano) 97,9 94,5
Fonte: IBGE/Embrapa Hortaliças.
EVOLUÇÃO / Evolution(DADOS REfERENTES A 32 pRODUTOS – BRASIL)
Sílv
io Á
vila
9
Brazilian horticulture shows a degree of
stability in production, with slight gro-
wth, but less availability (consumption)
since it falls below population growth.
The latest data calculated by Embrapa
Hortaliças, covering 32 crops up to the
year 2012, indicate that this year the total produced recovered to
around 18 million tons and has remained there since 2007, though
A hearty APPETITEVEgETAbLE PRODUCTION RECOVERS IN 2014 AfTER A PERIOD Of DECLINE IN MAjOR CROPS AND DIffICULTIES CATERINg TO THE MARkET
rising to 19 million in 2011. The same is true for cassava, featured in
this Annual and which, alone, accounted for 23 million tons in 2012
and 25 million tons the previous year.
In 2013, affected by climate problems, production of major crops
once again declined, with figures already available. These include
cassava, potatoes and onions, whereas tomatoes recovered slightly
though without reaching previous levels. This made it difficult to meet
market demands and led to a rise in prices. Initial estimates for 2014
indicate a possible improvement in the supply of these foods.
“The vegetable market and production have shown slight
growth, primarily as a result of technological development”, remarks
Waldir de Lemos, head of the Ceasa Grande Rio Commercial As-
sociation of Producers and Users and the Board of the Supply
Chain for Vegetables, associated with the Ministry of Agriculture,
Livestock and Supply (Mapa). Research by Embrapa Hortaliças,
presented by Nirlene Junqueira Vilela, confirms this fact in noting
that between 2008 and 2012, the country’s cultivated area declined
by 0.9%, production rose 4.2% and productivity grew by 6.6%.
The director of the sector also commented that “aspects such
as production costs, inadequate logistics, failure to promote con-
sumption and discrete rural expansion policies” lead to dissatisfac-
tion and lack of dynamism. Nevertheless, Waldir acknowledged
that “efforts are currently underway, including significant scientific
advances, to improve our production and Embrapa is increasingly
asserting itself as a global benchmark”. As a result, he believes that
“in the medium term, by overcoming many of the problems identi-
fied, we will see significant growth in the sector”.
Increased growth forecast with the support of science
and technology
Robi
spie
rre
Giu
liani
10
Tomate Compack SeminisAlto potencial produtivo
Liberdade de escolha Seminis: segurança de colher produtividade, com qualidade 2A.
29-04-14 anuncio anuario hortalicas 20x27 3.indd 1 4/30/14 12:44 PM
Campeão OTIMISTAPESQUISA EM SãO PAULO, MAIOR ESTADO PRODUTOR DE HORTALIÇAS, APRESENTA jULgAMENTO POSITIVO DA SAfRA E PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO NA NOVA ETAPA
O melhor conhecimento da realidade
na produção de hortaliças no País,
uma das principais metas do ainda
novo Instituto Brasileiro de Horticul-
tura (Ibrahort), deu um passo histó-
rico com a realização da pesquisa
“Perfil e necessidades da olericultura paulista”, realizada em junho
de 2013, por meio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas de São Paulo (Sebraer-SP). O Estado, ressalta
Carlos Schmidt, presidente da instituição do setor e executivo da
Associação dos Produtores e Distribuidores de Horti-Fruti (Aphor-
tesp), é, por vocação e pela história, o grande produtor de olerí-
colas do País, e por isso mereceu o enfoque inicial deste estudo.
De acordo com a última informação existente sobre a produ-
ção global do Estado, apresentada por Waldemir Pires de Camar-
go Filho, Felipe Pires de Camargo e Ana Maria Montragio Pires de
Camargo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), a estimativa é
de que São Paulo respondia em 2011 por 21,13% do total brasi-
leiro. Eles levantaram o volume de 4,1 milhões de toneladas, com
53 espécies cultivadas em 145,3 mil hectares, considerando-se
que no País estivessem sendo obtidas 19,4 milhões de tonela-
das. “São Paulo, além de ser o principal produtor de hortaliças no
Brasil, é o Estado que tem a maior diversidade de produtos para o
abastecimento do mercado consumidor”, assinalam, registrando
também crescimento em relação a 2010, quando teria produzido
3,8 milhões de toneladas.
A pesquisa do Sebrae em 2013 contemplou 600 produtores
com até 100 hectares (média de 10 hectares) e 20 culturas. A
12
DIVERSIfICAÇãOO dirigente do Ibrahort, Carlos Schmidt, observa, em relação à pesquisa, que, nas folhosas, um
mesmo produtor dedica-se a quase todos os produtos (alface de diferentes tipos, agrião, repolho, couve etc). Já nos outros itens, há os que se especializam em tomate ou batata, enquanto nos
legumes os produtores cultivam em média cinco tipos. O estudo, com vasta gama de informações, foi apresentado na reunião da Câmara Setorial de Hortaliças, no dia 10 de abril de 2014, com apreciação
bastante positiva, e a meta é estendê-lo a outras regiões. Paralelamente, destaca Schmidt, a preocupação é adequar o produtor a novas tecnologias, a
fim de aumentar produtividade e receita, e auxiliar no que for necessário para que os planos e os avanços traçados no setor, a médio e longo prazos, possam ser alcançados. Missões técnicas no País
e no exterior, e eventos na área, como seminários sobre produtos minimamente processados, estão inseridos nas ações previstas para 2014, procurando reforçar o associativismo e o cooperativismo.
maioria dos agricultores é familiar e, conforme dados de 2012,
o faturamento alcançado é de até R$ 60 mil ao ano, em 80%
dos casos. O último ano em questão foi considerado positivo por
83% dos olericultores, e 53% esperavam crescer na temporada
seguinte. Em média, 2,4 pessoas da família trabalham na ativida-
de, e grande parte dos produtores manifesta dificuldades para
encontrar trabalhadores. Os contratados geralmente são de bai-
xa formação e têm pouco acesso a capacitação.
Ainda segundo os dados levantados, o cultivo convencional é
predominante (96,2%, sendo 3,8% orgânico e 0,7% hidropônico),
assim como é aberto (93,2%). As perdas alcançam, em média,
17,6%; o transporte é feito expressivamente por terceiros (69%), a
venda pessoal abrange 68% do total, mas é forte a presença de
atravessadores (57%). Outros aspectos dizem respeito à preocu-
pação existente com algum tipo de beneficiamento (60,3%), novas
tecnologias de produção (54% em novos defensivos e fertilizantes,
e 70% no caso de cebola, batata e tomate), adubação orgânica
(63%) e destino correto de embalagens (92%).
Inor
Ag.
Ass
man
n
13
LIDERANÇA PAULISTA / São Paulo leadershippRODUçãO DE hORTALIçAS Em 2011 (T)
brasil 19,4 milhões
São Paulo 4,1 milhõesFonte: Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P. de Camargo, Ana Maria M. P. De Camargo/Embrapa/ABCSEM/IBGE.
OptimisticCHAMPION
A historic step was taken towards the
Brazilian Horticultural Institution’s pri-
mary goal of achieving better under-
standing of the reality of vegetable
growing in the country with the study
titled “Profile and Needs of Olericul-
ture in São Paulo”, conducted in June 2013 through the Brazilian
Micro and Small Business Support Service (Sebrae-SP). Accord-
ing to Carlos Schmidt, president of the institution for the sector
and an executive in the Association of growers and Distributors
of Fruits and Vegetables (Aphortesp), São Paulo is historically the
country’s largest vegetable producer and for this reason was cho-
sen as the initial focus of the study.
According to the latest information on the state’s overall produc-
tion, published by Waldemir Pires de Camargo Filho, Felipe Pires
de Camargo and Ana Maria Montragio Pires de Camargo of the
A SURVEy IN SãO PAULO, THE LARgEST VEgETAbLE gROwER AMONg bRAzILIAN STATES, fORECASTS A POSITIVE HARVEST AND PREDICTS gROwTH IN THE NEw PHASE
DIVERSIfICATIONCommenting on the study, the director of Ibrahort noted that, in
regard to leafy vegetables, one producer will grow almost all such produce (different types of lettuce, watercress, cabbage, kale etc.).
With respect to other items, some growers specialize in tomatoes or potatoes, whereas legume farmers grow on average five different
types. The study and its extensive data were presented at the meeting of the Horticultural Board on April 10, 2014 and was very well received,
with the aim being to extend it to other regions of the country. At the same time, president Carlos Schmidt points out that the
overriding concern is to help growers adapt to new technologies in order to increase productivity and revenue, in addition to providing
the necessary assistance to ensure the medium and long-term plans for the sector are achieved. Technical missions within the country
and abroad, as well as events such as seminars on minimally processes products, are among the initiatives forecast for 2014
geared towards strengthening trade associations and cooperatives.
Agricultural Economics Institute (IEA) it is estimated that in 2011 São
Paulo accounted for 21.13% of the Brazilian total. They reported a
volume of 4.1 million tons, with 53 cultivated species over 145,300
hectares, against a total of 19.4 million tons for the country as a
whole. According to the researchers, “in addition to being Brazil’s larg-
est vegetable growing state, São Paulo also has the widest range of
products for supplying the consumer market,” also recording growth
in relation to 2010 when production reached 3.8 million tons.
Sebrae’s 2013 survey covered 600 growers with up to 100
hectares (an average of 10 hectares) and 20 crops. Most farms are
family-owned and, according to data for 2012 turnover is up to R$
60,000 a year in 80% of cases. The last year studied was considered
positive by 83% of vegetable growers and 53% expected growth in
the following season. 2.4 people in the family worked in the operation
and most growers reported difficulties finding workers. Those hired
are generally uneducated and have little access to training.
Also according to study data, conventional growing predominates
(96.2%, of which 3.8% is organic and 0.7% hydroponic), as well as
the open-field system (93.2%). On average, losses reach 17.6%;
transport is carried out exclusively by third parties (69%), personal
selling accounts for 68% of the total, but there is a strong presence of
middlemen (57%). Other aspects relate to concern over processing
(60.3%), new production technologies (54% in new pesticides and
fertilizers, and 70% in the case of onions, potatoes and tomatoes),
organic manure (63%) and proper disposal of packaging (92%).
Sílv
io Á
vila
14
O consumo de hortaliças no País ain-
da não corresponde às necessida-
des e às potencialidades. Mesmo
que não haja atualização de dados
a respeito – o último oficial é do Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE), de 2008, que apresenta pequena redução, para 27
kg/pessoa –, esta conclusão está presente no meio produtivo e faz
perseguir maior incentivo ao uso dos produtos, por meio das orga-
nizações e em sintonia com o governo. Os benefícios para a saúde
e a melhoria da renda oferecem argumentos para aumentar a de-
manda e respaldar iniciativas na área, onde estão presentes desde
o resgate a produtos típicos relegados até – e de modo especial – o
estímulo a novas alternativas de produção e de apresentação.
A recuperação das chamadas hortaliças não convencionais
no cultivo e na culinária está entre os objetivos, por exemplo, de
programa desenvolvido em Minas Gerais pela Empresa de Pesqui-
sa Agropecuária (Epamig), pela Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural (Emater-MG), junto com a Universidade Federal
de Viçosa (UFV), o Ministério da Agricultura (Mapa), a Embrapa e
as prefeituras. Foram instalados 28 bancos de germoplasma em
diversas comunidades no Estado e são avaliados sistemas orgâni-
cos de cultivo de espécies como azedinha, taioba e ora-pro-nóbis.
Por outro lado, visando atingir o consumidor moderno, com
menos tempo para preparar alimentos e mais exigente, o setor
está atento a novas opções de produtos a serem oferecidos.
Do tradicional ao MODERNOINCENTIVO AO CONSUMO CENTRA AÇõES EM HORTALIÇAS NãO CONVENCIONAIS E CHAMA A ATENÇãO PARA ALTERNATIVAS MAIS PRÁTICAS EXIgIDAS NA ATUALIDADE
Neste sentido, ganham força alternativas em tamanhos menores,
como mini-tomates e mini-alfaces, com sementes híbridas de-
senvolvidas pelas empresas de biotecnologia, e os produtos com
algum processamento. Particularmente, os chamados vegetais
pré-cortados ou minimamente processados recebem cada vez
mais a preferência dos compradores.
É o que constatou pesquisa de evolução do consumo de
hortaliças minimamente processadas em oito anos (2005-2013),
feita por Andréa Gonçalves de Almeida, para tese de mestrado
em agronegócios, pela Universidade de Brasília, em 2013. Neste
ano, 66% dos entrevistados revelaram disposição de pagar mais
por estes produtos, enquanto em 2005 esta proporção ficava em
46%. Gerentes de supermercado ouvidos, por sua vez, eviden-
ciaram o crescimento nas vendas desta opção e o aumento das
exigências junto aos consumidores, requerendo cada vez maior
atenção à qualidade.
O assunto foi destaque também no 3º Congresso Brasileiro de
Processamento de Frutas e Hortaliças, realizado em setembro de
2013, em Ilhéus, na Bahia. Murilo Freire Júnior, pesquisador da Em-
brapa, apontou que, no Brasil, o consumo desses produtos tende
a crescer em função de sua praticidade e do maior aproveitamento
dos vegetais. Destacou ainda que as tendências mundiais nesta
área referem-se a novas embalagens, com design inovador e cores
atrativas voltadas à satisfação do consumidor. Em 2014, o Instituto
Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) prevê a realização de seminários
específicos sobre este tema, em Santa Catarina e na Paraíba.
16
The consumption of vegetables in the
Country still doesn’t match the needs
and the potential. Even though there
is a lack of updated data on the is-
sue – the last official report is from the
Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE) in 2008 and shows a small reduction, to 27 kg/
person – this conclusion is present among farmers and leads to
greater pursuit of incentives for product use by the organizations
and in sync with the government. The benefits for health and
income improvement offer arguments to increase demand and
endorse initiatives in the field that include anything from a redemp-
tion of typical products that had fallen out of favor to the encoura-
gement of new production and presentation alternatives.
The recovery of the so-called non-conventional vegetables
for cultivation and cooking, are some of the objectives of a pro-
gram developed in Minas Gerais by the Agricultural Research
Company (Epamig), by the Technical Assistance and Rural Exten-
sion Company (Emater-MG), along with the Federal University of
Viçosa (UFV), the Ministry of Agriculture (Mapa), Embrapa, and the
local city administrations. Twenty-eight germplasm banks were
installed in several communities in the State and organic planta-
tion systems are evaluated for species such as sorrel, arrowleaf
elephant’s ear, and leaf cactus.
On the other hand, trying to reach the modern consumer who
has less time to prepare food and is more demanding, the sector
is paying attention to new product options to be offered. With this
in mind, smaller sized alternatives gain traction, such as mini-to-
matoes, and mini-lettuce, with hybrid seeds developed by biotech
companies, and also products with some processing. Especially
the so-called pre-cut or minimally processed vegetables are in-
creasingly well received by the consumers.
That was the Discovery of the eight year (2005-2013) research
on the evolution of the consumption of minimally processed veg-
etables done by Andréa Gonçalves de Almeida, for her Master’s
thesis in Agribusiness from the University of Brasília, in 2013. This
year, 66% of those interviewed were said to be willing to pay more
for these products, while in 2005 the proportion was around
46%. Grocery store managers, when asked, confirmed the sales
growth of this option and the increased demands of consumers
that require increased attention to quality.
The issue was also highlighted at the 3rd Brazilian Congress of
Fruit and Vegetable Processing, held in September 2013, in Ilhéus,
Bahia. Embrapa researcher Murilo Freire Júnior mentioned that in
Brazil, the consumption of these products will tend to grow due
to their practicality and the more effective use of the vegetables.
He also highlighted that the global trends in this area point to new
packaging with innovative design and attractive colors geared to-
ward pleasing the consumer. In 2014, the Brazilian Horticulture
Institute (Ibrahort) plans to hold seminars about this specific topic
in Santa Catarina and Paraíba.
From the traditional to the MODERNCONSUMPTION INCENTIVES CENTER ON ACTIONS wITH NON-CONVENTIONAL VEgETAbLES AND DRAw ATTENTION TO MORE PRACTICAL ALTERNATIVES NEEDED CURRENTLy
Sílv
io Á
vila
17
A balança brasileira do comércio
internacional de hortaliças con-
tinua pendendo para a importa-
ção, já tradicional, principalmen-
te em alguns produtos, como
batata-inglesa, cebola e alho.
Após pequena recuperação em 2012, quando a diferença
entre o importado e o exportado ficava um pouco acima de
500 mil toneladas e US$ 560 milhões, em 2013 o déficit pas-
sou de 740 mil toneladas e de US$ 840 milhões.
A compra de produtos olerícolas no exterior cresceu
28,8% em 2013, na comparação com o anterior, passando
de 1 milhão de toneladas, conforme apuração feita pelo Anu-
ário Brasileiro de Hortaliças. Também em valor, foi ultrapas-
sada a barreira de US$ 1 bilhão. Os números são recordes
Socorro EXTERNOIMPORTAÇãO jÁ TRADICIONAL DE HORTALIÇAS AUMENTOU QUASE 30% EM VOLUME EM 2013 E EXPANDIU O DéfICIT NA bALANÇA COMERCIAL DO SEgMENTO
se considerada a série histórica entre 2000 e 2012, levantada
por Nirlene Junqueira Vilela, pesquisadora da Embrapa Hor-
taliças, de Brasília (DF).
As importações, de modo geral, vêm crescendo no se-
tor. Num período de 10 anos, entre 2003 e 2012, a varia-
ção em volume importado atinge 70,7% e, quando são
considerados cinco anos, o índice ainda fica em 16,5%.
Enquanto isso, as exportações não acompanham o mes-
mo ritmo. No decênio referido, até chegaram a crescer um
pouco, 8,1%; mas já no quinquênio em análise, é verifica-
da redução de 21,8%.
18
LEVE CRESCIMENTO A venda externa tem alguma expressão apenas em culturas que são enquadradas ao mesmo tempo como frutas e como
hortaliças, a exemplo do melão e da melancia. A exportação de melão, conforme analisado no Anuário Brasileiro de Fruticultura 2014, sofreu desde 2008 com a crise econômica na Europa, onde se concentra a principal clientela, além de ainda enfrentar
problemas de elevação de frete marítimo e tarifas de importação.Mas a destinação da fruta olerácea ao exterior (mais de 56% do total produzido) ensaia recuperação, tanto que em 2013
cresceu 5,3% em volume e 10% em receita, com câmbio favorável. A performance permitiu leve incremento na exportação geral de hortaliças: 2,2% em volume e 4,7% em valor, atingindo 265 mil toneladas e US$ 234 milhões, respectivamente. A melancia, segunda
mais exportada, teve desempenho até um pouco inferior, enquanto outras culturas registraram algum acréscimo, como o milho-doce, o terceiro colocado no ranking, com 23%.
Enquanto isso, nos principais produtos hortícolas importados, o socorro externo aumentou significativamente em 2013. Na cebola, o segundo produto mais trazido do exterior, o incremento da operação alcançou quase 48% em volume e 74% em valor, na comparação com o ano anterior. Em relação ao ítem mais importado, a batata-inglesa, especialmente na forma preparada e
processada, o ingresso no País aumentou quase 30% em quantidade e mais de 50% em valor.A maioria das hortaliças que são normalmente importadas foram trazidas em proporção maior em 2013. Entre elas, destacam-se ainda o tomate e a ervilha, assim como sementes diversas. De modo geral, a realidade do comércio exterior no segmento volta a
desafiar fortemente a cadeia produtiva em busca de melhores resultados no balanço dos negócios na área.
Sílv
io Á
vila
19
PARA VIAGEM / For exportExpORTAçãO DE hORTALIçAS – 2013
Produto US$ kg
Melão 147.579.929 191.412.600
Melancia 16.523.934 32.049.686
Milho-doce 13.230.801 10.776.044
Mandioca 6.017.791 6.262.542
Ervilha 5.651.315 5.571.095
Cebola 1.192.519 3.610.414
Condimentos/temperos 13.084.958 3.277.376
batata-doce 2.188.420 2.784.168
batata-inglesa 1.756.390 2.271.020
Tomate 1.334.774 1.079.931
Cascas 1.248.346 1.043.919
Mostarda 574.776 599.852
beterraba 548.324 294.946
Sementes diversas 14.185.227 210.937
Pepino 309.102 109.115
Outros 9.013.409 4.185.366
Total 234.440.015 265.539.011Fonte: MDIC/AlicewebElaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças.
EXTERNAL helpTRADITIONAL VEgETAbLE IMPORTS INCREASE 30% by VOLUME IN 2013 AND EXPAND THE SEgMENT’S TRADE bALANCE DEfICIT
The Brazilian international trade bal-
ance for vegetables continues to lose
to traditional imports, especially for
some products such as potatoes,
onions, and garlic. After a slight re-
covery in 2012, when the difference
between imports and exports was a bit above 500 thousand tons
and USD 560 million, in 2013 the deficit surpassed 740 thousand
tons and USD 840 million.
The purchase of vegetable products abroad grew 28.8% in
2013, in comparison to the prior year, surpassing 1 million tons, ac-
cording to the survey made by the Anuário Brasileiro de Hortaliças
(Brazilian Vegetable Yearbook). In monetary value, it surpassed the
USD 1 billion barrier. The numbers are records when considering
the historical period from 2000 to 2012, surveyed by Nirlene Jun-
queira Vilela, researcher for Embrapa Hortaliças in Brasília (DF).
The sector’s imports, in general, have been growing. During
a 10 year period, from 2003 to 2012, the variation in imported
volume reaches 70.7%, and when considering five years, the rate
is still 16.5%. Meanwhile, the exports did not keep up at the same
pace. During this ten year period, they grew a bit, 8.1%; but dur-
ing the five year period analyzed there was a reduction of 21.8%.
20
NA HORA DO RANCHO / At shopping timeImpORTAçãO DE hORTALIçAS – 2013
Produto US$ kg
batata-inglesa 387.770.213 327.486.036
Cebola 118.577.697 271.040.851
Alho 223.490.238 179.264.732
Tomate 59.238.272 63.429.018
Ervilha 45.946.378 53.359.649
Mandioca 11.373.448 26.998.751
Lentilha 1.841.885 16.696.253
Sementes diversas 94.960.880 11.124.187
grão-de-bico 8.970.965 7.571.883
Morango 11.150.105 6.697.912
Condimentos/temperos 21.767.922 5.277.312
Mostarda 5.415.184 3.066.359
Aspargo 7.200.009 2.374.760
Milho-doce 2.490.814 1.329.210
Cogumelo/trufa 5.527.378 1.210.605
Outros 60.339.577 30.605.961
Total 1.076.060.965 1.007.533.479Fonte: MDIC/AlicewebElaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças.
SLIgHT gROwTH Foreign sales are significant only for crops that are considered
fruit and vegetables at the same time, such as melon and watermelon. Melon exports, as analyzed in the Anuário Brasileiro
de Fruticultura 2014 (2014 Brazilian fruit Culture Yearbook), has suffered from the European economic crisis, where the main clients are concentrated, as well as facing problems with higher maritime
freight charges and import tariffs.But the destination of the oleracea fruit abroad (over 56% of the
production) is recovering, and in 2013 grew 5.3% in volume and 10% in revenue, with a favorable exchange rate. The performance allowed a slight increase in the overall exports of vegetables: 2.2% in volume
and 4.7% in monetary value, reaching 265 thousand tons and USD 234 million, respectively. The watermelon, the second most exported,
had a bit lower performance, while other crops showed some increase, such as sweet-corn, the third on the ranking, with 23%.
Meanwhile, for the main horticultural imports, foreign help increased significantly in 2013. Onions, the second most imported product, had an increase of 48% in volume and 74% in monetary
value, when compared to the previous year. In relation to the most important item, the potato, especially in a prepared and processed format, the entry into Brazil increased almost 30% in quantity and
over 50% in monetary value.Most of the vegetables that are normally imported were brought
in greater amounts in 2013. Among them, the tomato and the pea, as well as several seeds. In general, the reality of foreign trade for
the segment once again offers a major challenge for the production chain to seek better results in the area’s balance of trade.
21
Inor
Ag.
Ass
man
n
Os números são expressivos quan-
do se apura a receita na comercia-
lização de hortigranjeiros no Brasil,
revelando a importância econômi-
ca da atividade, além da grande
representatividade social que ela
possui, pois requer muita mão de obra e abrange muitos pequenos
produtores. Em termos de renda, embora sem cálculos completos,
as informações existentes indicam dezenas de bilhões de reais obti-
dos com a venda da produção, passando tranquilamente de R$ 20
bilhões na cadeia produtiva.
O valor da produção brasileira do setor, só em nível primário,
gira em cerca de R$ 12,6 bilhões anualmente, de acordo com as
estimativas feitas por Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P.
de Camargo e Ana Maria Montragio P. de Camargo, em análise da
olericultura no Brasil e em São Paulo, com dados de 2011. Já o Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio
de sua Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) apresenta Valores
Brutos de Produção (VPB), relativos a 2013, que superam este valor,
somente em três culturas (tomate, batata e cebola).
Em dados divulgados em março de 2014, esta fonte informava
que o valor registrado pelo tomate em 2013 equivaleria a R$ 9,7 bi-
lhões, o da batata chegaria a R$ 4,7 bilhões; e da cebola, a quase
R$ 1,7 bilhão. Já na forte cultura da mandioca, o resultado financei-
ro atingiria a R$ 7,7 bilhões. Os produtos iniciais referidos, de fato,
tiveram altas cotações, principalmente no primeiro semestre, com
menor disponibilidade de produção, tendo inclusive impactos des-
tacados na inflação. Com a maior oferta posterior, no entanto, regis-
traram reduções, tanto que apresentam até índices negativos nas
apurações de 12 meses.
De qualquer forma, deve ser reconhecida a participação significa-
tiva da horticultura na renda agrícola brasileira, reiterada também pela
SEMENTES QUE RENDEM Números mais recentes da horticultura no Brasil, a serem
apresentados com maior amplitude pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) na Hortitec 2014, reforçam a importância do setor. Projeto da entidade para o levantamento de dados socioeconômicos da cadeia produtiva de hortaliças no Brasil, no ciclo 2012/13, revela que os 18 principais segmentos de produtos do setor multiplicados por sementes rendem R$ 14,21 bilhões só em nível de propriedade produtora e R$ 26,84 bilhões no atacado (Ceasas). Se for considerado o varejo/consumidor, o valor chega a R$ 53,49 bilhões, adianta Steve Udsen, presidente da ABCSEM.
A associação estima que o total do cultivo de hortaliças reproduzidas por sementes no Brasil seja da ordem de 800 mil hectares e divulga que a área cultivada pelos 18 segmentos estudados representa 656.730 hectares. A produção atinge 19,2 milhões de toneladas in natura. As culturas presentes no estudo são: abobrinha, abóbora japonesa, alface, beterraba, brócolis, cebola, cenoura, coentro, couve-flor, feijão-vagem, melancia, melão, milho-doce, pepino, pimentão, quiabo, repolho, tomate para mercado fresco e para processamento.
Bom de gRANAVENDA DE HORTALIÇAS MOVIMENTA ALTOS VALORES A CADA ANO EM TODO PAíS, ALéM DE ENVOLVER gRANDE CONTINgENTE DE PESSOAS NA CADEIA PRODUTIVA
comercialização no maior entreposto do setor no Brasil e na América
Latina, o da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo (Ceagesp). Em 2013, este somou movimento financeiro de R$
6 bilhões, só em legumes e verduras.
Além disso, o segmento é marcado pela ocupação de grande
número de pessoas, tanto que já há dificuldade em obter mão de
obra, o que inclusive se reflete em custos. Levantamentos apresen-
tados há poucos anos, e que não incluíam a mandioca, assegura-
vam a participação de mais de 7 milhões de pessoas na atividade
olerícola brasileira.
Sílv
io Á
vila
22
Good money
MAkER
THE SALE Of VEgETAbLES CIRCULATES A LOT Of MONEy EVERy
yEAR IN bRAzIL, AND INVOLVES A LARgE CONTINgENCy Of PEOPLE IN
THE PRODUCTION PROCESS
The numbers are considerable when
calculating the revenue from vegetable
sales in Brazil, revealing the economic
importance of the activity, as well as
the social effects it represents, becau-
se it requires lots of labor and includes
many small farmers. In regard to income, even without complete
calculations, the existing information point to tens of billions of reals
obtained from the sale of the production, easily surpassing BRL 20
billion on the production chain.
The value of the Brazilian production for the sector, just at a pri-
mary level, circulated about BRL 12.6 billion annually, according to
the estimates made by Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P.
de Camargo and Ana Maria Montragio P. de Camargo, in an analy-
sis of horticulture in Brazil and São Paulo, with 2011 data. But the
Ministry of Agriculture, Livestock, and Food Supply (Mapa), through
the Office of Strategic Management (AGE) finds Gross Production
Values (VPB) for 2013 that surpass that amount in only three cul-
tures (tomato, potato, and onion).
In data released in March of 2014, a source stated that the re-
corded monetary value for tomatoes in 2013 was BRL 9.7 billion,
for potatoes was BRL 4.7 billion, and for onion, almost BRL 1.7
billion. And in the strong cassava crop, the financial results would
reach BRL 7.7 billion. The first mentioned product did, in fact, have
high price quotes, especially during the first semester, with less
available production and even a highlighted impact on inflation. With
more supply later on, however, price reductions occurred and even
showed negative rates over the 12 month figures.
Regardless, the significant participation of horticulture in the Bra-
zilian agricultural income should be recognized, reaffirmed by the
sales at the largest depot for the sector in Brazil and Latin America
– the Company of General Depots and Warehouses of São Paulo
(Ceagesp). In 2013, its total financial activity was BRL 6 billion for
vegetables.
Also, the segment is noted for the large amount of people in-
volved, so that there is already difficulty in obtaining labor, which is
reflected in the costs. Surveys presented a few years ago, which
did not include cassava, ensured the participation of over 7 million
people in the Brazilian vegetable farming activities.
SEEDS THAT yIELDThe most recent horticultural figures for Brazil, which will be
presented in more depth by the Brazilian Association of Seed and Seedling Trade (ABCSEM) during Hotitec 2014, reinforce the importance of the sector. The association has a project to survey
socioeconomic data of the vegetable production chain in Brazil, during the 2012/13 cycle that reveals that the main 18 segments of the
sector’s products multiplied by seeds yielded BRL 14.21 billion just at the farm level and BRL 26.84 billion in the wholesale level (Ceasas).
If the retail/consumer market is considered, the amount reaches BRL 53.49 billion, according to Steve Udsen, ABCSEM president.
The association estimates that the total vegetable crop reproduced by seeds in Brazil is about 800 thousand hectares and says that
the cultivated area of the 18 surveyed sectors is 656,730 hectares. The production reached 19.2 thousand tons in natura. The cultures
included in the survey were: zucchini squash, hybrid winter squash, lettuce, beets, broccoli, onion, carrot, cilantro, cauliflower, green beans,
watermelon, melon, sweet-corn, cucumber, bell pepper, okra, cabbage, fresh market tomatoes, and processing tomatoes.
23
O impulsoparaCRESCER
Um conjunto de questões estão sen-
do abordadas na Câmara Setorial
da Cadeia Produtiva de Hortaliças
para permitir maior avanço no seg-
mento da horticultura no País. Com
vínculo no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) e reunindo diversas entidades
do setor, é um canal de discussões e tratativas que está buscando,
junto ao governo e a diversas instâncias, uma evolução em várias
demandas existentes nos planos técnico, sanitário e alimentar.
“Temos um cenário que, de forma recorrente, revela constante
insatisfação do produtor rural com o custo da sua produção e
diante da percepção de um mercado que tem incremento infe-
rior ao crescimento vegetativo da população”, avalia Waldir de
Lemos, dirigente de associação da área produtora na Ceasa
Grande Rio (Acegri) e presidente da Câmara Setorial. Constata
SETOR DE HORTICULTURA TEM DEMANDAS NA ÁREAS TéCNICA, SANITÁRIA E ALIMENTAR PARA bUSCAR MAIOR EVOLUÇãO NA PRODUÇãO E NO CONSUMO
também “a falta de uma extensão rural mais efetiva para que os
avanços tecnológicos, de condutas e de processos sejam efeti-
vamente transmitidos ao produtor rural”.
Em relação às questões mais tratadas recentemente por meio
da câmara, Lemos aponta que, de forma consistente, o setor
está interagindo com a Agência Nacional da Vigilância Sanitária
(Anvisa) para regulamentação de novos defensivos, que permi-
tam melhor proteção do cultivo e, assim, possibilitem aumento da
produtividade. “Precisamos de mais agilidade da agência na sua
liberação”, enfatiza.
Ao mesmo tempo, são apoiados estudos e pesquisas para o
desenvolvimento de embalagens que reduzam as perdas ocorri-
24
MODERNIzAÇãO O governo federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de outras parcerias, desenvolve desde 2005 o
Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), que também busca avanços. O seu Projeto de Informação de Mercado, realizado com a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) e com o Ministério da Fazenda, deverá ter seu banco de dados utilizado para subsídio de políticas agrícolas e econômicas, informou a Conab, em maio de 2014. As Ceasas respondem por cerca de 50% do comércio do setor no País, e o principal entreposto (o de São Paulo) comercializou 3,3 milhões de
toneladas de legumes e de verduras em 2013.A companhia ainda anunciou acordo de cooperação técnica com a estatal espanhola Tragsa, para a capacitação de agentes
envolvidos na cadeia produtiva e qualificação dos produtos hortigranjeiros. Informou igualmente que o Mapa lançou nova portaria (nº 339, de 11 de abril de 2014) que aumenta o escopo do programa, inserindo o estímulo à inserção de micro e pequenos agricultores e
ao uso de técnicas agroecológicas, além da capacitação e de outras formas de fomento à produção e à distribuição de alimentos.
das no transporte e na armazenagem dos produtos. “As emba-
lagens precisam ser uniformizadas, em atenção aos princípios da
economicidade e da segurança alimentar, no que tange à des-
contaminação dos produtos”, salienta.
Igualmente na agenda, menciona o dirigente, “o setor busca
incentivos para que a produção rural sofra menos com os efeitos
da especulação imobiliária”. Outro ponto fundamental é a análise,
junto com o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) e com o
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de
estratégias de marketing para incentivar o consumo de hortifru-
tigranjeiros. “Ainda iremos deflagrar uma campanha, em âmbito
nacional, para fazer da merenda escolar um momento privilegia-
do de reeducação alimentar, a fim de demonstrar que o consumo
regular de produtos naturais, e de safra, conspira a favor da saú-
de da população e da economia do País”, frisa Lemos.
O setor defende política de reeducação nutricional para in-
crementar o consumo destes produtos e, por fim, reforça a ne-
cessidade de contar com extensão rural mais efetiva. “Com o
atendimento das demandas que se evidenciam e com o avanço
de importantes pesquisas, já em desenvolvimento em centros
acadêmicos de reconhecida excelência, por certo teremos maior
produtividade e, em consequência, menor custo para uma ali-
mentação mais saudável à população”, assinala. “Esta é a expec-
tativa do segmento e nosso melhor sonho”, conclui.
Inor
Ag.
Ass
man
n
25
A set of issues are being addressed in
the Sectorial Chamber of the Vege-
table Production Chain to allow for
greater advancement of the vegeta-
ble sector in Brazil. With a link to the
Ministry of Agriculture, Livestock and
Food Supply (Mapa), and gathering several sector agencies, it is
a channel for discussion and dealings that are seeking, along with
the government and several other bodies, to help develop the va-
rious areas in the technical, sanitation, and nutritional fields where
there are needs to be met.
“We have a reoccurring situation that reveals the dissatisfaction
of the farmer with the cost of production, who has the percep-
tion that the market’s growth is less than the population’s natural
growth rate,” said Waldir de Lemos, director of the production
area of the Ceasa Grande Rio (Acegri) and president of the secto-
rial chamber. He also noted that “there is a lack of a more effective
rural extension to effectively pass on the technological advances
in behavior and processes to the farmers.”
Regarding the issues more recently dealt with by the chamber,
Lemos mentioned that the sector is continually interacting with the
National Health Inspection Agency (Anvisa) for regulations regard-
ing new defensive agents that allow better crop protection, and
The driveTO gROwTHE HORTICULTURAL SECTOR HAS DEMANDS IN THE TECHNICAL, SANITATION, AND NUTRITIONAL AREAS TO SEEk AfTER MORE DEVELOPMENT IN PRODUCTION AND CONSUMPTION
that will thus allow productivity gains. “We need more responsive-
ness from the agency to release them,” he emphasized.
At the same time, there is support for studies and research
for the development of packaging that reduces the losses during
transportation and storage of the products. “The packages need
to the standardized, following the principle of saving and food
safety, in regard to decontamination of products,” he said.
Also on the agenda, “the sector seeks subsidies so that farm-
ing will suffer less from the effects of real estate speculation.” An-
other fundamental point is the analysis, along with the Brazilian
Horticultural Institute (Ibrahort) and with the Support Services for
Micro and Small Businesses (Sebrae), of marketing strategies to
encourage the consumption of fruits and vegetables. “We will still
release a nationwide campaign to make school lunches a special
moment for nutritional reeducation, in order to show that the regu-
lar consumption of natural harvest products work in favor of the
population’s health and the Nation’s economy,” said Lemos.
The sector defends a policy of nutritional reeducation to in-
crease the consumption of these products, and also reinforces
the need to be able to rely on a more effective rural extension pro-
gram. “By meeting the demands that are shown to exist, and with
the advance of important research that is already being developed
in academic centers of renowned excellence, we will achieve
greater productivity and therefore, lower the cost of healthy food
for the people,” he said. “That is the expectation of our segment
and our best dream,” he concluded.
Inor
Ag.
Ass
man
n
26
MODERNIzATION The federal government, through the National Supply Company
(Conab) and other partnerships, has developed the Brazilian Program for Modernization of the Horticultural Market (Prohort) since 2005, which also seeks advances. Their Market Information Project, done with the Brazilian Association of Supply Centers (Abracen) and with the Department of the Treasury, should have their database used to support agricultural and economic policies in May 2014. The Supply Centers (Ceasas) were responsible for 50% if the domestic trade for the sector, and that main outpost (São Paulo) sold 3.3 million tons of vegetables in 2013.
The company also announced its technical cooperation agreement with the Spanish state owned company Tragsa to train agents that work in the production chain and to improve the quality of the vegetable products. They also said that Mapa released a new directive (no. 339 on April 11, 2014) that increases the scope of the program, inserting subsidies to include micro and small farmers and the use of agri-ecological techniques, as well as the training and other ways to foster the production and distribution of foodstuffs.
AJM-Embrapa_Mod-01_APROVADO.indd 1 16/05/14 16:33
A participação do Brasil na produção
mundial de hortaliças figura entre
entre os 10 primeiros colocados em
cinco produtos e nas denominadas
“outras culturas”. No primeiro lugar,
não há para ninguém mais do que a
grande China, enquanto os brasileiros beliscam as posições ini-
ciais (quarto lugar em 2012) na mandioca, uma vez incluída nesta
classificação, e numa fruta olerícola (a melancia). Nesta condição,
também o melão brasileiro chega na nona posição, junto com o
tomate e a cebola.
Na cultura da mandioca, onde a africana Nigéria é a campeã,
o Brasil chegou a rondar o posto de segundo maior produtor em
2011, com 25,3 milhões de toneladas, quase junto à Indonésia,
com 25,9 milhões de toneladas. Em 2012, pelos dados proje-
tados disponíveis por meio da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO) e divulgados pela Compa-
nhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório de setem-
bro de 2013, o Brasil ficaria na quarta colocação, logo após Nigé-
ria, Indonésia e Tailândia, que recuperou sua produção.
Domínio CHINêSA CHINA DOMINA AMPLAMENTE A PRODUÇãO MUNDIAL DE HORTALIÇAS, ONDE O bRASIL MARCA PRESENÇA COM MANDIOCA, MELANCIA, TOMATE, CEbOLA E MELãO
A presença do País na quarta melhor colocação em melan-
cia aparece em levantamento da Embrapa Hortaliças, de Brasília
(DF), feito pela pesquisadora Nirlene Junqueira Vilela, valendo-se
também das estimativas da FAO para 2012. O Brasil, com mais
de 2 milhões de toneladas do produto, vem logo a seguir de Chi-
na, Turquia e Irã.
Não por acaso a melancia é um dos produtos que encontra es-
paço na exportação brasileira do setor. Da mesma forma aparece
o melão, o principal produto olerícola exportado pelo País, que na
classificação mundial nesta cultura chega à nona posição. Neste
patamar estão o tomate e a cebola, que constam entre as princi-
pais hortaliças do Brasil, embora ocorra forte importação do bulbo.
Na sequência, a melhor colocação brasileira vem no segmen-
to de “outras hortaliças”, onde o País é o décimo maior produtor.
Entre os produtos selecionados ainda está situado entre os 20
primeiros posicionados em alho (13º), inhame (14º), batata-doce
(19º) e batata-inglesa (20º). A batata, aliás, é o produto hortícola
de maior peso na produção do setor, com quase 365 milhões de
toneladas, seguida de mandioca, com 281,7 milhões de tonela-
das; tomate, com 161,8 milhões de toneladas; melancia e batata-
-doce, com 105 e 103 milhões de toneladas, respectivamente.
Em praticamente todos os produtos específicos pesquisados,
e também nas chamadas “outras culturas”, é a China que sobres-
sai como maior produtor, seguida geralmente da Índia, justamente
os dois países mais populosos no mundo, ambos com mais de 1
bilhão de habitantes. O primeiro é, por exemplo, o campeão em
batata (inglesa e doce), tomate, cebola, alho, melão e melancia.
Inor
Ag.
Ass
man
n
28
HORTA GLOBAL / Global gardenO BRASIL E AS hORTALIçAS NO mUNDO
(pAíS É 4º LUGAR Em DUAS CULTURAS/2012)
Mandioca Produção (mil t)
1º – Nigéria 57.564
2º – Indonésia 28.170
3º – Tailândia 26.601
4º – brasil 21.449 *
Melancia Produção (mil t)
1º – China 70.000
2º – Turquia 4.044
3º – Irã 3.800
4º – brasil 2.079Fonte: FAO/Embrapa Hortaliças.
Fonte: FAO/IBGE/Conab-Set.2013/Projeção * Número de 2012 – IBGE/PAM - fechou em 23.044
Brazil’s participation in the global vege-
table production ranks among the top
10 in five products and the so-called
“miscellaneous crops.” In first place,
there is nobody like great China, while
the Brazilians pinch at the leading po-
sitions (fourth in 2012) in cassava, once included in this classification,
and in an oleracea fruit (watermelon). In this condition, the Brazilian
CHINESE dominationCHINA fULLy DOMINATES THE gLObAL PRODUCTION Of VEgETAbLES, wHERE bRAzIL MARkS ITS PRESENCE wITH CASSAVA, wATERMELON, TOMATO, ONION, AND MELON
melon also reaches the ninth position, along with tomato and onion.
In the cassava crop, where African Nigeria is the champion, Brazil
came close to second place in 2011, with 25.3 million tons, almost tied
with Indonesia, who produced 25.9 million tons. In 2012, according to
the forecast data available from the United Nations Food and Agricul-
ture Organization (FAO) and reported by the National Supply Company
(Conab) in a September 2013 report, Brazil would be in fourth place,
after Nigeria, Indonesia, and Thailand, who recovered their production.
Brazil’s presence in fourth place in watermelon appears in a
survey by Embrapa Hortaliças in Brasília (DF), done by researcher
Nirlene Junqueira Vilela, and also using the FAO estimates for 2012.
With over 2 million tons of the product, Brazil comes right after Chi-
na, Turkey, and Iran.
It is not by accident that watermelon is one of the products that
stand out among Brazil’s exports for the sector. There is also the
melon, the main oleracea product exported by Brazil, which, in the
world ranking for this crop, reaches ninth place. The tomato and the
onion also reach this level, which are among the main vegetables of
Brazil, even though there are major imports of the bulb.
In the ranking, Brazil’s next best position is in the segment “miscel-
laneous vegetables,” where the Country is the tenth largest producer.
Among the selected products, Brazil is among the top 20 positions
for garlic (13th), yams (14th), sweet-potatoes (19th) and potatoes
(20th). Actually, the potato is the horticultural product with the greatest
weight of the sector, with over 365 million tons, followed by cassava,
with 281.7 million tons; tomatoes, with 161.8 million tons; watermel-
on and sweet-potatoes, with 105 and 103 million tons, respectively.
For almost all of the specifically researched products, and also
those considered “miscellaneous crops,” China stands out as the
largest producer, followed by India – the two most populous coun-
tries in the world, both with over 1 billion inhabitants. The first is,
for example, the leader in potatoes (regular and sweet), tomatoes,
onions, garlic, melon, and watermelon.
29
Nada de ficar em cima do muro quan-
do o assunto é gostar ou não de
alho. Sobre ele, não há meio termo:
é oito ou oitenta. Mas, pelo visto, no
Brasil há muitos apreciadores do
gostinho único que só o alho pode
dar em uma receita, seja ela a mais simples ou a mais sofisticada.
Esse amor fica ainda mais evidente quando se percebe que
toda a produção nacional de alho é destinada aos próprios brasi-
leiros. De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de
Alho (Anapa), a cultura consegue abastecer cerca de 32% das
necessidades internas, sendo que os principais mercados con-
sumidores e distribuidores do País estão concentrados em São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Espírito
Santo, Fortaleza e Manaus. Tendo em vista a forte aceitação inter-
na desse alimento, o setor tem expectativa de que, com o tempo,
AS PRINCIPAIS Main
ALHO Garlic
Usando a CAbEÇASETOR PRODUTIVO TEM CONVICÇãO DE QUE PODE SE REESTAbELECER E PASSAR A SUPRIR ATé 80% DA DEMANDA DESSE ALIMENTO, COM AMPLA ACEITAÇãO NO PAíS
poderá vir a abastecer até 80% do consumo nacional.
Conforme a gerente da Anapa, Cristina Barbosa Neiva, para
dar conta de toda a demanda, em 2013 o País importou mais
de 17 milhões de caixas de 10 quilos de alho. Destas, aproxi-
madamente 12 milhões de caixas vieram da China e 5 milhões
de caixas da Argentina. Cristina salienta que o Brasil, na safra de
2013, produziu 108.393 toneladas de alho em área plantada de
10.213 hectares. Tais números configuram produtividade média
de 10.610 quilos por hectare.
No quesito da qualidade, de acordo com o engenheiro agrô-
nomo e presidente de honra da Anapa, Marco Antônio Lucini, o
30
ciclo de 2013 do Centro-Oeste e do Sudeste foi superior ao de
2012, devido ao clima favorável, com noites frias. “A qualidade foi
decisiva para que os preços aos produtores ficassem no mesmo
patamar do ano anterior, embora os valores do alho chinês te-
nham caído”, comenta. “Na região Sul, todo o alho foi plantado
nos meses de maio a julho de 2013, e as lavouras estão com
excelente aspecto. O inverno foi rigoroso e, por isso, se prevê
safra de boa qualidade para 2014”.
Os principais estados brasileiros produtores de alho são Goiás
(35.303 toneladas), Santa Catarina (18.734 t), Minas Gerais (17.628
t) e Rio Grande do Sul (16.835 t). De acordo com Lucini, o País
cultiva 8 mil hectares de alho nobre roxo por ano e cerca de 4 mil
hectares de alho comum. “Os alhos comuns destinam-se mais aos
mercados regionais, e são cultivados desde o Sul do Rio Grande
do Sul até o Nordeste”, explica. “Já os roxos nobres são produ-
zidos especialmente no Sul, por cerca de 2 mil pequenos produ-
tores, que colhem, em média, de 11 a 12 mil quilos por hectare.”
Os outros 5 mil hectares de alho nobre roxo, segundo o pre-
sidente de honra da Anapa, são cultivados na região do Cerrado,
em Minas Gerais, Goiás e Bahia, onde se colhe, em média, 16
toneladas por hectare. “Hoje, no mundo, não há região com pro-
dutividade igual à do Cerrado do Brasil”, destaca.
O plantio de alho atualmente gera cerca de 100
mil empregos no Brasil
Sílv
io Á
vila
31
MÃO DE OBRA / LaborEmpregos diretos gerados na cadeia produtiva do alho:
40.852 (cada hectare gera quatro empregos diretos)
Empregos indiretos: 61.278
(cada hectare gera 6 empregos indiretos)
Total de empregos (diretos e indiretos) gerados: 102 mil Fonte: Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).
There’s no sitting on the fence when it
comes to garlic. With garlic there is no
middle ground: you either love it or you
hate it. But it seems that Brazil is home
to countless enthusiasts who appre-
ciate that unique taste that garlic lends
to both the simplest and most sophisticated of dishes.
This passion becomes even more apparent with the realization
that the entire volume of domestic production supplies Brazilians
themselves. According to the National Association of Garlic Grow-
ers (Anapa), the crop supplies about 32% of internal needs and the
country’s major consumer and distribution markets are concentrat-
ed in the states of São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salva-
dor, Recife, Espírito Santo, Fortaleza and Manaus. Given the strong
internal appreciation for the crop, the sector expects it will eventual
be capable of supplying up to 80% of national consumption needs.
Using your HEADTHE PRODUCTIVE SECTOR IS CONVINCED IT CAN REESTAbLISH ITSELf AND SUPPLy UP TO 80% Of DEMAND fOR THIS fOOD, wHICH ENjOyS gREAT POPULARITy IN THE COUNTRy.
According to the manager of Anapa, Cristina Barbosa Neiva,
in order to cope with demand, Brazil imported more than 17 mil-
lion 10kg boxes of garlic in 2013. Of these, approximately 12 mil-
lion boxes came from China and 5 million from Argentina. Cristina
points out that Brazil’s 2013 harvest produced 108,393 tons of gar-
lic over a planted area of 10,213 hectares. These figures result in
average productivity of 10,610 kilograms per hectare.
With respect to quality, agricultural engineer and honorary presi-
dent of Anapa, Marco Antônio Lucini, reports that the 2013 cycle
in the Midwest and Southeast surpassed that of 2012 due to a
favorable climate, with cool nights. “Quality was a decisive factor in
ensuring that the prices paid to farmers remained at the same level
as the previous year, even though the price of Chinese garlic has
32
AL DENTE / A clove of garlicpRINCIpAIS ESTADOS pRODUTORES DE ALhO
Estado Produção (toneladas) Área plantada (hectares)
goiás 30.000 2.045
Minas gerais 20.469 1.507
Santa Catarina 19.129 2.031
Rio grande do Sul 18.268 2.383
bahia 6.959 573Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014.
Garlic planting generates around 100,000 jobs in Brazil
fallen”, she says. “In the south, prospects for all the garlic planted
from May to July 2013 and the plantations are excellent. The harsh
winter means a good quality crop is expected for 2014”.
Brazil’s major garlic growing states are Goiás (35,303 tons), San-
ta Catarina (18,734 t), Minas Gerais (17,628 t) and Rio Grande do
Sul (16,835 t). According to Lucini, the country grows 8,000 hect-
ares of purple garlic a year and around 4,000 hectares of ordinary
garlic. “Regular garlic varieties are aimed more at regional markets
and are grown from southern Rio Grande do Sul to the Northeast”,
he explains. “Prime purple garlic is produced primarily in the South
by around 2,000 small farmers, who harvest an average of 11,000
to 12,000 kilograms per hectare.”
Another 5,000 hectares of prime purple garlic are also cultivated
in the Cerrado region, Minas Gerais, Goiás and Bahia, harvesting an
average of 16,000 tons per hectare. “There is currently not a single re-
gion in the world that rivals the productivity of Brazil’s Cerrado region”.
Sílv
io Á
vila
33
De geração em geração, os versinhos
“batatinha quando nasce / se espar-
rama pelo chão; / menininha quan-
do dorme / põe a mão no coração”,
inspirados no início do ciclo desta
cultura, são ditos, repetidos e decla-
mados por muitas crianças. Talvez, de tanto dizer, repetir e ouvir a
rima, os brasileiros tenham sido ainda mais influenciados a gostar
tanto da batata inglesa, a famosa batatinha.
O Brasil, conforme dados da Associação Brasileira da Batata
(Abba), em área plantada de 90 mil hectares, colhe, em média,
2,5 a 3 milhões de toneladas desse alimento por ano. A produção
nacional é praticamente toda destinada ao mercado interno: 10%
é utilizada como semente para novos plantios; 10% destina-se
à indústria de batatas pré-fritas congeladas; 15% à indústria de
batata chips; 10% é perdida, devido a problemas fitossanitários e
bATATA Potato
AS PRINCIPAIS Main
De todo jEITOÁREA PLANTADA VEM SENDO REDUzIDA E A PRODUTIVIDADE TEM SE MANTIDO ESTÁVEL, MAS O PRESTígIO DA bATATA Só TEM CRESCIDO NO MERCADO NACIONAL
fisiológicos; e 55% chega ao mercado na forma in natura.
As exportações, conforme o gerente geral da Abba, Natalino
Yassushi Shimoyama, são esporádicas e em quantidades peque-
nas – em média, menos de mil toneladas por ano. Os destinos
geralmente são a Argentina e o Uruguai. O envio costuma ser
motivado pelas eventuais adversidades climáticas (excesso de
chuva, seca ou geadas) registradas nessas nações.
Sobre a produção de batata no Brasil, que ocorre durante o
ano todo, o diretor avalia que, de forma geral, a área plantada vem
sendo reduzida regularmente, e a produtividade tem se mantido
estável. “O recuo de área está relacionado, basicamente, ao ele-
vado custo de produção, à falta de mão de obra e à informalidade
34
O Brasil colhe, em média, até 3 milhões de
toneladas de batata por ano
na comercialização”, ressalta. “Já a estabilidade no rendimento
tem a ver com as variações climáticas e com os problemas fitos-
sanitários, principalmente no solo”.
Para 2014, conforme Shimoyama, a tendência é de que haja
certa falta de batata no mercado, devido à deficiência em água
em algumas importantes regiões produtoras. “Neste momento, a
escassez da batata está relacionada ao longo período de seca e
às temperaturas recordes que tivemos em janeiro e fevereiro de
2014”, detalha.
Com relação à comercialização deste que, segundo a Abba, é
o terceiro alimento mais consumido pela humanidade, o diretor afir-
ma que nas duas últimas décadas ocorreram inúmeras mudanças,
principalmente no que diz respeito às variedades. “As anteriores
(Bintje, Achat, Barak, entre outras) foram substituídas pelas atuais
(Ágata, Cupido, Asterix, Mondial), e esta alteração significou a troca
de sementes menos produtivas por mais produtivas e, lamentavel-
mente, de variedades de excelente aptidão culinária por outras de
ótima aparência, porém com qualidade alimentícia inferior”, des-
creve. “Tal troca também acaba resultando na insatisfação do con-
sumidor e, por consequência, na retração de consumo”, justifica.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE), de 2013, a produção nacional de batata em
2012, em área total de 136 mil hectares, chegou a 3.732 mil tone-
ladas, o que configura rendimento de 27,44 toneladas por hectare.
Inor
Ag.
Ass
man
n
35
Inglês
From generation to generation, the popu-
lar Brazilian children’s rhyme “potatoes
as they grow/ spread their roots across
the earth/ little girls when they doze/ sle-
ep with their hands across their hearts”,
inspired by the beginning of the potato’s
growth cycle, have been recited and repeated by countless chil-
dren. Perhaps as a result of hearing and repeating these lines so
often, Brazilians have grown increasingly fond of the potato.
According to data from the Brazilian Potato Association (Abba),
Brazil harvests an average of 2.5 to 3 million tons of potatoes ev-
ery year across a planted area of 90,000 hectares. Almost the
entire volume of domestic production is for the internal market:
10% is used as seeds for planting; 10% is designated to the fro-
zen pre-fired French fry industry; 15% to the potato chip industry;
10% is lost due to phytosanitary and physiological problems; and
ADORED no matter whatPLANTED AREA HAS STEADILy DECLINED AND PRODUCTIVITy HAS REMAINED STAbLE; HOwEVER, THE PRESTIgE Of THE POTATO HAS CONTINUED TO gROw IN THE bRAzILIAN MARkET.
55% reaches the market as fresh produce.
According to Abba’s General Manager, Natalino Yassushi
Shimoyama, exports are sporadic and small in volume, averag-
ing less than 1,000 tons a year, generally destined for Argentina
and Uruguay. These shipments are typically motivated by adverse
weather events (heavy rain, drought or frost) in these countries.
In Brazil, potatoes are a year-round crop and the director be-
lieves that, in general, planted area has steadily declined while pro-
ductivity has remained stable. “The decline in the area is basically
related to high production costs, labor shortages and the informal
nature of trade”, he says. “Yield stability is elated to climate varia-
tions and phytosanitary problems, particularly in the soil”.
According to Shimoyama, 2014 will see a shortage of pota-
toes on the market due to water shortages in some major farm-
ing regions. The current potato shortage is related the extended
drought and record temperatures experienced in January and
36
BATATAIS / Potato fieldspRINCIpAIS ESTADOS pRODUTORES DE BATATA
1ª Safra
Estado Produção (toneladas) Área plantada (hectares)
Minas gerais 503.784 17.009
Paraná 496.464 16.869
Rio grande do Sul 295.410 14.509
São Paulo 348.846 13.630
Santa Catarina 91.010 4.061
2ª Safra
Estado Produção (toneladas) Área plantada (hectares)
Minas gerais 397.643 12.673
Paraná 355.425 13.170
São Paulo 239.048 8.740
Rio grande do Sul 60.958 3.484
bahia 52.090 1.306
3ª Safra
Estado Produção (toneladas) Área plantada (hectares)
Minas gerais 765.750 22.737
São Paulo 192.083 7.007
goiás 208.000 5.200
bahia 68.520 1.743Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014.
Brazil harvests an average 3 million tons
of potatoes a year
February 2012”, he explains.
In relation to potato sales which, according to Abba, are the
world’s third most consumed food, the director reports that count-
less changes have taken place over the last two decades, primar-
ily with regard to varieties. “Previous varieties (Bintje, Achat, Barak,
among others) have been replaced (Agata, Cupido, Asterix, Mon-
dial), meaning less productive seeds have been substituted for
more productive and unfortunately, varieties highly suitable for
culinary applications have been replaced by others that are more
physical appealing, but have less quality as a food”, he says. “This
ultimately leads to consumer dissatisfaction and, consequently,
reduced consumption”, he explains.
According to a 2013 survey by the Brazilian Institute of Geog-
raphy and Statistics (IBGE), domestic potato production totaled
3,732 tons in 2012 over a planted area of 136,000 hectares, cor-
responding to productivity of 27.44 tons per hectare.
Inor
Ag.
Ass
man
n
37
A batata-doce vem sendo destacada
como alimento saudável, sendo in-
dicada em dietas de baixas calorias.
As raízes e as ramas podem ser
usadas na alimentação animal. Na
indústria, é matéria-prima na gera-
ção de álcool, farinha (amido), pães e doces. É uma espécie com
plantas rústicas, tolerante à seca, de alto potencial e baixo custo
de produção. Atualmente, experimentos provam que a cultura
poderá ser mais uma fonte alternativa na geração de biocom-
bustível. Por enquanto, a possibilidade de uso da raiz ainda não
repercutiu na safra nacional do tubérculo. Nos últimos anos, a
cultura registrou área, volume e rendimento menores.
Comparando o plantio de 2008 com o de 2012, o recuo mé-
dio brasileiro foi de 12%, conforme aponta o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no último levantamento da Produ-
bATATA-DOCE Sweet Potato
AS PRINCIPAIS Main
ENERgIA para crescerCULTIVADO ESPECIALMENTE NO RIO gRANDE DO SUL, ESSE ALIMENTO TOTALIzA QUASE 480 MIL TONELADAS DE PRODUÇãO NO PAíS E VISLUMbRA NOVOS NICHOS
ção Agrícola Municipal (PAM 2012). Em 2008, a planta ocupou
45,6 mil hectares, contra 40,1 mil hectares em 2012. Em rela-
ção à produção, o volume diminuiu 12,6% e a produtividade caiu
0,6%. A colheita totalizou 479,4 mil toneladas em 2012, contra
548,4 mil toneladas em 2008. A produtividade chegou a 11,9 to-
neladas por hectare.
A batata-doce é cultivada em todas as regiões brasileiras,
com maior presença nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O
plantio pode ser feito o ano todo no Norte e no Nordeste. O Rio
Grande do Sul é o maior produtor do País, contribuindo com cer-
ca de 32% do total colhido em 2012, de acordo com o IBGE.
Nesse ano, a produção gaúcha contabilizou 153,7 mil toneladas,
38
Pesquisa comprova que a raiz é
alternativa eficiente de biocombustível
EXTERIORNa lista das principais hortaliças exportadas pelo Brasil, a
batata-doce ocupou a oitava posição em 2013. Nesse ano, os embarques diminuíram; em compensação, a receita cresceu. Os envios totalizaram 2.784.168 quilos, 1% a menos do que o exportado em 2012, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A receita foi de US$ 2.188.420,00 em 2013, com acréscimo de 21% sobre o valor anterior, de US$ 1.812.538,00.
No mundo, a batata-doce é plantada em 116 países, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A produção global foi de 103,145 milhões de toneladas em 2012, em espaço de 8,087 milhões de hectares. No ano em destaque, a China colheu o maior volume mundial, de 73,140 milhões de toneladas, em área de 3,472 milhões de hectares. A segunda maior produção, de 3,4 milhões de toneladas, foi registrada na Nigéria, com cultivo de 1,115 milhão de hectares. Neste ranking, o Brasil ocupa a décima-nona posição.
POTENCIAL IMENSOA primeira usina de biocombustível a partir da batata-doce
foi implantada em Tangará da Serra, no Mato Grosso, em outubro de 2013. A tecnologia foi aperfeiçoada por 30 pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), para ser utilizada por agricultores familiares. Após 20 anos de pesquisa, foi possível comprovar a eficiência da batata-doce como matéria-prima ecologicamente correta na geração do biocombustível.
O pesquisador Aldo Marcos Silva, responsável por implantar o projeto no município, relata que a descoberta é considerada ícone de bioenergia, por garantir o etanol mais barato, devido ao baixo custo de produção e ao potencial energético gerado pelo amido da raiz. Também explica que a produção de etanol a partir da batata-doce não compete com os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar ou do milho, mas pode ser complementar. Iniciativas visando a geração de etanol de batata-doce igualmente estão sendo desenvolvidas nos estados do Rio Grande do Sul, do Paraná e do Tocantins.
em área de 12,3 mil hectares. O rendimento médio foi de 12,4
toneladas por hectare. Os municípios de Mariana Pimentel e Vale
do Sul registram as maiores colheitas, oscilando entre 9.000 e
10.000 toneladas por ano.
Em ordem decrescente, os maiores volumes foram obtidos
nos estados do Paraná (47,1 mil toneladas), de São Paulo (41,4
mil toneladas), de Sergipe (40,6 mil toneladas) e de Minas Gerais
(37,5 mil toneladas). O maior rendimento médio por hectare, de
35 toneladas, é obtido no Mato Grosso, que cultivou 183 hecta-
res em 2012. Na região de Presidente Prudente, em São Paulo,
a caixa de 24 quilos foi comercializada a R$ 30,00 em dezembro
de 2013, valor 150% maior do que a média histórica, de R$ 12,00.
Inor
Ag.
Ass
man
n
39
Sweet potatoes have gained increa-
sing prominence as a healthy food
and are recommended as part of a
low calorie diet. The roots and vines
can also be used as animal feed. In
industry, it serves as a raw material
for producing alcohol, flour (starch), bread and sweet pastries.
The species produces hardy plants that tolerant dry conditions
well, have high potential and low production costs. Experiments
underway have shown that the crop is an alternative source of
biofuels. For the time being, the vegetable’s potential uses have
not yet affected domestic harvests. Recent years have seen lower
volumes, yield and planted area.
Compared to 2008, planting in 2012 showed an average de-
cline of 12%, as reported by the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE) in the latest survey by Municipal Agricultural
Production (PAM 2012). In 2008 planted area covered 45,600
hectares, against 40,100 hectares in 2012. In regard to produc-
tion, volume decreased by 12.6% and productivity fell by 0.6%.
The 2012 harvest totaled 479,400 tons, against 548,400 tons in
2008. Productivity reached 11.9 tons per hectare.
Sweet potato is grown all over Brazil, with greater prominence
in the South, Southeast and Northeast. Planting is carried out
year-round in the North and Northeast. Rio Grande do Sul is the
country’s largest producer, accounting for about 32% of the total
ENERgyto growgROwN PRIMARILy IN THE STATE Of RIO gRANDE DO SUL, THIS CROP ACCOUNTS fOR ALMOST 480,000 TONS Of PRODUCTION IN THE COUNTRy, wITH NEw POSSIbILITIES ON THE HORIzON
harvest in 2012, according to the IBGE. This year, production in
the state totaled 153,700 tons over an area of 12,300 hectares.
Average yield was 12.4 tons per hectare. The municipalities if
Mariana Pimentel and Vale do Sul recorded the largest harvests,
varying between 9,000 and 10,000 tons a year.
In descending order, the largest volumes were obtained in the
states of Paraná (47,100 tons), São Paulo (41,400 tons), Sergipe
(40,600 tons) and Minas Gerais (37,500 tons). The largest aver-
age yield per hectare of 35 tons was recorded in the state of
Mato Grosso, which planted 183 hectares in 2012. In the Presi-
dente Prudente region in São Paulo state, a 24 kg box was sold
at R$ 30.00 in December 2013, a 150% in relation to the historic
average of R$ 12.00.
Inor
Ag.
Ass
man
n
40
SAfRAS DE BATATA NO BRASIL
MOVIMENTO / Potato field
Ano Produção (mil t) Área (mil ha) Produtividade (t/ha)
2010 495,2 42,0 11,8
2011 544,8 43,8 12,4
2012 479,4 40,1 12,1Fonte: IBGE.
pRINCIpAIS ESTADOS pRODUTORES – 2012
BATATEIROS / Potato plants
Estados Área (mil ha) Produção (mil t) Produtividade (t/ha)
Rio grande do Sul 12.312 153.770 12.490
Paraná 2.639 47.164 17.872
São Paulo 2.812 41.449 14.740
Sergipe 3.352 40.600 12.112
Minas gerais 2.194 37.582 17.129
Santa Catarina 1.609 28.491 17.707
Rio grande do Norte 2.098 21.082 10.411
Ceará 2.483 20.007 8.058Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal (PAM) 2012.
IMMENSE POTENTIAL
The first biofuel plant using sweet potato was opened in Tangará da Serra, Mato
Grosso state, in October 2013. Twenty years of research have proved sweet potatoes’ efficiency as an ecologically correct raw
material for biofuel.Researcher Aldo Marcos Silva, responsible
for implementing the project in the municipality, reports that the discovery was revolutionary in
bioenergy because it ensures ethanol is less expensive due to low production costs and the
potential energy generated by the root starch. He also explains that ethanol production from sweet potatoes cannot compete with that of sugarcane or corn, but it can be complementary. Initiatives aimed at producing ethanol from sweet potatoes are currently being developed in the states of Rio
Grande do Sul, Paraná and Tocantins.
AbROAD The sweet potato ranked 8th on the list of
the main vegetables exported by Brazil in 2013. Shipments fell in that year, but revenue grew. Shipments totaled 2,784,168 kg, 1% less than exports in 2012, according to data from the Board of Foreign Trade (Secex), part of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (MDIC). Revenue was USD 2,188,420 in 2013, an increase of 21% over the previous year, of USD 1,812,538.
Worldwide, sweet potatoes are planted in 116 countries, according to the Food and Agriculture Organization (FAO) of the United Nations. Global production was 103.145 million tons in 2012, over an area of 8.087 million hectares. In the year under study China produced the largest volume worldwide of 73.140 million tons over a planted area of 3.472 million hectares. The second largest figures were recorded in Nigeria, with 3.4 million tons produced over 1.115 million hectares. Brazil is placed 19th on this ranking.Research confirms that
the root vegetable is a highly efficient biofuel
41
CEbOLA Onion
AS PRINCIPAIS Main
Sem CHOROCONfORME LEVANTAMENTO DO IbgE, O bRASIL PRODUzIU 1,6 MILHãO DE TONELADAS DE CEbOLA EM 2013, COM ÁREA CULTIVADA DE 55 MIL HECTARES
Há quem a use como desculpa para
libertar um choro contido, com a es-
perança de que os mais próximos
não percebam as lágrimas que es-
correm pelo rosto (uma vez que ela
gera ardência nos olhos de quem a
descasca ou a corta). Mas deve mesmo ser utilizada para dar
um gostinho muito especial no tempero de uma receita, seja a
mais simples ou a mais sofisticada. E a cebola produzida no Brasil
conquista os mais seletos paladares. A demanda é tanta que a
colheita nacional sequer supre totalmente o consumo dos brasi-
leiros. Por isso, o País é considerado um grande importador do
bulbo, adquirindo cerca de 240 mil toneladas por ano.
Conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), feito em março de 2014, ao todo o País colheu
1.610.699 toneladas de cebola na safra 2013, em área planta-
da de 55.445 hectares. O estudo indica que entre os principais
estados produtores do bulbo estão Santa Catarina, Bahia e São
Paulo. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos
Produtores de Cebola (Anace), Almir Schaffer, praticamente toda
a quantidade produzida no País é destinada para consumo in-
terno. As exportações, quando ocorrem, são para a Argentina, e
têm intuito de atender a dificuldades de abastecimento quando o
país vizinho passa por problemas climáticos.
Com relação à importação, Schaffer afirma que, desde a im-
plantação do Mercosul, há duas décadas, o Brasil adquire da
Argentina em torno de 200 mil toneladas anuais. Além do país
vizinho, também são fornecedores constantes Holanda, Espanha
42
e Chile. Estes com o valor menor, de aproximadamente 40 mil
toneladas no total.
O último ciclo não foi muito satisfatório para os brasileiros. Em
2013, o País teve problemas de abastecimento de cebola no pri-
meiro semestre, resultado da quebra das safras do sul na fase
2012/13. Para o presidente da Anace, os problemas climáticos
foram a principal causa das perdas. “Granizo, estiagem e venda-
vais reduziram a colheita da região sulina em cerca de 20%, o que
significa, no valor total, em torno 150 mil toneladas”, comenta.
Já no segundo semestre de 2013, a produção do Sudeste e do
Cerrado ficou acima da média, provocando excesso de oferta até o
final do ano. “Por isso, os preços pagos ao produtor caíram no perí-
odo, ficando abaixo de R$ 0,42 pelo quilo, considerado o valor refe-
rencial do custo de produção”, ressalta Schaffer. Em janeiro de 2014
os preços reagiram e alcançaram a média de R$ 0,80 pelo quilo.
As principais inovações na cebolicultura continuam relaciona-
das à mecanização da produção, à expansão da semeadura e à
adoção de variedades mais produtivas. Conforme o presidente
da Anace, a semeadura direta deve continuar com forte aceita-
ção. “Em Santa Catarina, por exemplo, ela poderá atingir a 50%
da área cultivada na safra de 2014”, observa. “As tentativas de
colheita mecanizada estão sendo feitas em todas as regiões pro-
dutoras, com destaque para o cerrado. Já o uso de híbridos teve
aumento considerável no Sudeste, em Goiás e no Nordeste”.
Brasil ainda importa, anualmente, cerca de 240
mil toneladas do bulbo
Inor
Ag.
Ass
man
n
43
There are those who use it a perfect
excuse for restrained crying, with the
hope that the tears running down
their face will go unnoticed (since it
makes the eyes of those who peel or
cut it water). But in fact, the vegetable
gives a special touch to both the simplest and most sophisticated
recipes. And onions produced in Brazil delight the most deman-
ding of palates. Demand is so high that national supply cannot
fully meet the demands of Brazilian consumers. As a result, the
country is considered a major importer of the vegetable, importing
around 240,000 tons a year.
According to a survey conducted by the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE) in March 2014, a total of
1,610,699 tons of onions were harvested across the country in
2013, over a planted area of 55,445 hectares. The study indicates
EM CAMADAS / In layerspRINCIpAIS ESTADOS pRODUTORES DE CEBOLA
Estado Produção (toneladas) Área plantada (hectares)
Santa Catarina 493.847 18.889
bahia 493.847 8.416
São Paulo 238.300 6.710
Minas gerais 172.327 3.143
Rio grande do Sul 171.124 9.804Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014.
NoTEARSACCORDINg TO AN IbgE SURVEy, bRAzIL PRODUCED 1.6 MILLION TONS Of ONIONS IN 2013, wITH A CULTIVATED AREA Of 55,000 HECTARES.
that the major producers among Brazilian states were Santa Ca-
tarina, Bahia and São Paulo. According to the president of the
National Association of Onion Growers (Anace), Almir Schaffer,
almost the entire crop produced in the country is destined for in-
ternal consumption. Exports, when they occur, are to Argentina
and are aimed at compensating for supply difficulties when the
neighboring country experiences climate problems.
With regard to imports, Schaffer reports that, since the creation
of the Mercosur two decades ago, Brazil has purchased around
200,000 tons from Argentina every year. In addition to the neighbor-
ing country, the Netherlands, Spain and Chile are also consistent
suppliers, with lower quantities of approximately 40,000 tons.
The last cycle proved unsatisfactory for Brazilians. In 2013,
the country experienced onion supply problems in the first quarter
due to crop losses in the south of the country in 2012/13. For the
president of Anace, climate problems were the main cause of the
losses. “Hail, high winds and drought diminished southern crops
by 20% for a total amount of 150,000 tons”, he says.
In the second quarter of 2013, production in the Southeast
and Cerrado regions was above average, resulting in excess supply
by the end of the year. “As a result, prices paid to farmers during
the period fell to less than R$ 0.42 per kilogram, considering the
reference value for production cost”, remarks Schaffer. In January
2014 prices reacted and reached an average of R$ 0.80 per kilo.
The main innovations in onion growing are still related to mech-
anized production, the expansion of sowing and the adoption of
more productive varieties. According to the president of Anace,
direct sowing is set to continue with strong acceptance. “In Santa
Catarina for example, it could reach up to 50% of the cultivated
area in the 2014 harvest”, he says. “Attempts are being made
at mechanized harvesting across farming regions, particularly the
cerrado region, and the use of hybrids has increased considerably
in the Southeast, Goiás state and the Northeast”.
44
Brazil still imports around 240,000 tons of
the vegetable each year
Inor
Ag.
Ass
man
n
45
CENOURA Carrot
AS PRINCIPAIS Main
ENQUANTO A PRODUÇãO MANTéM-SE PRATICAMENTE ESTÁVEL, OS PREÇOS DA CENOURA AO PRODUTOR OSCILAM COM AS INTERfERêNCIAS DO CLIMA E DO MERCADO
Altos e bAIXOS
A remuneração dos produtores
brasileiros de cenoura sofreu al-
tos e baixos ao longo de 2013,
influenciada por fatores de mer-
cado e pelo clima nas duas tem-
poradas anuais, a de verão e a
de inverno. Mesmo com as cotações mais baixas, elas fica-
ram acima dos custos de produção, o que manteve a área e
a produção brasileira praticamente estáveis. Ainda que a ati-
vidade permaneça rentável, a queda nos valores praticados
para a raiz nas safras de inverno de 2013 e de verão 2013/14
desestimulou novos investimentos para o período de 2014.
Este cenário é indicado pela cadeia produtiva, uma vez
que os órgãos oficiais não dispõem de informações atuali-
zadas. A Embrapa Hortaliças, por exemplo, recém-divulgou
estatísticas de 2012, que retratam o aumento de 6% na área
cultivada, de 25 mil para 26,5 mil hectares. Houve queda de
5,7% na produtividade, que recuou de 31,2 toneladas por
hectare para 29,4 t/ha, e baixa na produção nacional, de
780,80 mil toneladas para 780,50 mil toneladas.
Conforme especialistas do Centro de Estudos Avança-
dos em Economia Aplicada da Escola Superior de Agrono-
mia Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), da Universidade de São
Paulo (USP), que pesquisam cerca de 10 mil hectares nos
principais ambientes de produção do País, a produtividade
média foi baixa na temporada de verão. O rendimento ficou
em 51,6 toneladas por hectare entre dezembro de 2012 e
julho de 2013, especialmente em Minas Gerais, no Paraná e
no Rio Grande do Sul, pelo excesso de chuvas.
A queda na oferta a partir de abril gerou valor nominal re-
corde de preços: R$ 29,50 pela caixa de 29 quilos (R$ 1,02/
kg). A média final paga ao horticultor pela caixa de raiz, entre
dezembro de 2012 e julho de 2013, nestas regiões chegou a
R$ 24,54. O valor foi 63% maior do que na temporada anterior,
46
e quase o dobro do custo mínimo de produção, de R$ 12,30
pela caixa.
A temporada de inverno da cenoura, de julho a novembro de
2013, não manteve a remuneração, apesar de o frio ter reduzido
a oferta no Sul. Em outubro, quando o rendimento alcançou a
100 toneladas por hectare, foi registrado o menor preço do ano,
de R$ 5,93 pela caixa de 29 quilos, para um custo de produção
de R$ 10,30. A média entre agosto e novembro pela caixa “suja”
foi R$ 110,21, valor 43% inferior ao mesmo período de 2012,
mas 13% acima do custo de produção. “Mesmo com essa bai-
xa, foi mantida a rentabilidade”, diz João Gabriel Dumbra, ana-
lista de mercado de cenouras do Cepea.
fREIO PUXADOA safra de verão 2013/14 não mostrou grandes novidades.
A área e a produção permaneceram estáveis e os rendimentos estiveram abaixo da temporada anterior. O aumento da oferta, a
partir de março, concorreu para reduzir as margens dos agricultores. Ao mesmo tempo, no final de março e no início de abril foi iniciado
o cultivo da safra de inverno, que deve manter as mesmas características de área e produção do ciclo anterior.
Os produtores não estão estimulados a investir em virtude dos preços praticados. Mesmo rentável, a cultura não apresenta margens que permitam ampliar a área ou realizar investimentos,
pois o aumento de oferta pressionaria ainda mais os preços. A produtividade dependerá das variáveis climáticas. A expectativa
do fenômeno climático El Niño no Brasil preocupa em alguns polos produtivos diante da possibilidade de estresses hídricos, por
excesso ou falta de água, que pode gerar.
Em 2013, a safra de verão remunerou
bem; mas a de inverno, nem tanto
Sílv
io Á
vila
47
Highs and LOwSwHILE PRODUCTION HAS REMAINED PRACTICALLy STAbLE, THE COST Of CARROTS fOR fARMERS VARIES ACCORDINg TO CLIMATE AND MARkET INTERfERENCE
The financial return for Brazilian car-
rot farmers experienced highs and
lows throughout 2013, influenced by
market and climate factors in both
the summer and winter harvests. Al-
though prices were lower, they remai-
ned above production costs which kept the sector and Brazilian
production almost stable. Although the activity is still profitable, the
fall in prices charged for the root vegetable in the 2013 winter and
2013/14 summer harvests discouraged new investment for 2014.
This is the scenario indicated for the production chain, since
official authorities do not have updated information. Embrapa
Hortaliças, for example, recently published statistics for 2012 that
show a 6% increase in cultivated land, from 25,000 to 26,500
hectares. There was a 5.7% fall in productivity, which declined
from 31.2 tons per hectare to 29.4 t/ha, and domestic production
decreased from 780,800 to 780,500 tons.
According to specialists from the Center of Advanced Re-
search in Applied Economy of the University of São Paulo’s Luís
de Queiroz School of Agronomy (Cepea/Esalq), who surveyed
around 10,000 hectares of the country’s major production envi-
ronments, average productivity was low during the summer har-
vest. Yield was 51.6 tons per hectare between December 2012
and July 2013, particularly in the states of Minas Gerais, Paraná
and Rio Grande do Sul due to heavy rainfall.
The fall in supply from April onwards generated record nominal
values: R$ 29.50 for a 29 kg box (R$ 1.02/kg). The average final
price paid to the farmer per box in these regions between Decem-
ber 2012 and July 2013 reached R$ 24.54. The value was 63%
higher than the previous season and almost double the minimum
production cost of R$ 12.30 a box.
Despite the fact that cold weather reduced supply in the
South, the winter carrot harvest from July to November 2013 did
not maintain return. The lowest price of the year was recorded in
48
SLOwDOwNThe 2013/14 summer harvest showed no new
developments. The sector and production remained stable and yields remained below those recorded for the previous harvest. Increased supply from March onwards contributed to reducing farmer’s margins. At the same time, cultivation
for the winter harvest began in late March and early April, which should maintain the same industry and production
characteristics as the previous cycle.Farmers are not keen to invest because of the prices
charged. Though profitable, cultivation does not provide margins that allow expansion of the sector or investments,
since increased supply would exert even greater pressure on prices. Productivity would still depend on climactic variables.
The expectation of the El Niño phenomenon in Brazil is a concern for some production centers given the possibility of
water shortages or excess water.
PARA ENXERGAR / To see betterpERfIL DA pRODUçãO DE CENOURA NO BRASIL
Ano Área (mil/ha) Produção (mil/t) Produtividade (t/ha)
2008 26,20 752,30 28,71
2009 25,50 754,43 29,59
2010 25,28 763,93 30,22
2011 25,00 780,80 31,23
2012 26,50 780,50 29,45Fonte: Estimativa de agentes do agronegócio.Elaboração: Embrapa Hortaliças.
October, when yield reached 100 tons a hectare, at R$ 5.93 for
a 29 kg box against a production cost of R$ 10.30. The average
amount for a box of unwashed product between August and No-
vember was R$ 110.21, 43% lower than the same period in 2012,
but 13% higher than the production cost. “Despite this low, profit-
ability was maintained”, says João Gabriel Dumbra, an analyst of
the carrot market for Cepea.
In 2013, the summer harvest brought good returns; however, the
winter crop did not fare as well
Sílv
io Á
vila
49
fOLHOSAS Leafy
AS PRINCIPAIS Main
50 TONSde verdePRODUÇãO bRASILEIRA DE ALfACES, REPOLHOS E OUTRAS fOLHOSAS MANTéM-SE ESTÁVEL, MAS TENDêNCIA é DE QUE O CONSUMO CRESÇA NOS PRóXIMOS ANOS
A busca crescente por hábitos alimen-
tares mais saudáveis junto à popu-
lação brasileira, diante da onda de
obesidade que põe em alerta os or-
ganismos de saúde pública, aponta
para a tendência de incremento na
demanda nacional de hortaliças. O movimento deve favorecer
especialmente as folhosas, como alface, repolho, rúcula, couve
e agrião, entre mais de 50 variedades de verduras. Ainda que os
órgãos oficiais não gerem estatísticas atualizadas da produção
nacional, o setor trabalha com expectativa de aumento gradual
do consumo, com reflexos na produção e na área semeada.
No entanto, a concentração de oferta em determinadas épo-
cas do ano, e em algumas regiões; o clima e a necessidade de
tornar mais eficientes os processos, da produção à mesa do con-
sumidor, interferem no mercado. Em 2012, em 2013 e também
em 2014, a área e a produção têm se mantido estáveis. No Brasil,
em 2011, os agentes do agronegócio estimaram a produção de
alface e de repolho em 2,59 milhões de toneladas, com cultivo de
123,58 mil hectares. O repolho totalizou 1,32 milhão de toneladas,
e a alface, de 1,27 milhão de toneladas. Em 2012, o montante che-
gou a 2,6 milhões de toneladas no total, volume que se repetiu em
2013 e deve ser mantido em 2014, com superfície cultivada de 123
mil hectares e de 124 mil hectares, respectivamente.
Presenças obrigatórias em refeições bem equilibradas, as fo-
lhosas enriquecem não apenas nutricionalmente a culinária brasi-
leira, mas criam oportunidades de negócios para agricultores que
50
Consumidores associam cada vez mais as folhosas
a uma vida saudável
buscam mercados especiais, os chamados segmentos gourmet.
São os casos de hortaliças com embalagens especiais, apresen-
tação, tamanhos, sistemas de produção orgânico, ou para aten-
dimento de restaurantes de alta culinária, nichos de mercado etc.
“O consumidor, especialmente aquele que viaja ao exterior
e tem maior poder aquisitivo, busca cada vez mais vegetais de
qualidade”, destaca o pesquisador Fábio Suinaga, da Embra-
pa Hortaliças, de Gama (DF). “Isso abre mercados de alto valor
agregado.” Segundo ele, hoje, 65% da alface produzida no Brasil
é crespa, 25% é americana e o restante abrange outros tipos,
como lisa, roxa, mimosa e romana.
CLIMA INSTÁVELA estiagem que atingiu o Centro do País no verão de 2014 afetou
a safra de folhosas. Com isso, a caixa de alface crespa, na Ceagesp, foi comercializada em março de 2014 a R$ 35,31, aumento de 14%
frente a fevereiro, e com avanço expressivo sobre o inverno de 2013. Mas o excesso de calor queimou folhas e raízes das alfaces.
O longo período de estiagem também provocou doenças virais e bacterianas, que trouxeram perdas produtivas e de qualidade. A
manutenção da estiagem e a previsão de El Niño geram expectativa de produção entre estável e um pouco menor no inverno de 2014, o
que deve seguir até o verão no ciclo 2014/15.
DE OLHO NO MERCADODe acordo com a analista de mercado de folhosas Bruna Abrahão
Silva, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), os investimentos em área
após os preços elevados na safra de inverno de 2012 resultaram em maior oferta. Em decorrência, motivaram cotações baixas na
temporada 2013 nos polos de produção do Estado de São Paulo. A oferta elevada pressionou negativamente o valor até julho, quando
fortes chuvas prejudicaram as hortas, reduziram a disponibilidade e permitiram que a folhosa esboçasse reação de preços.
A caixa com 24 unidades de alface crespa na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp),
que em janeiro de 2013 chegou à média mensal de R$ 23,75, alcançou a R$ 18,33 como melhor preço referencial entre maio
e novembro de 2013. Em média, de maio a novembro, a caixa de alface crespa de 24 unidades foi vendida na Ceagesp a R$ 9,89, queda de 39% no comparativo com o mesmo período de 2012.
Sílv
io Á
vila
51
VERDEJANTES / Greenish
Ano Produção (milhão t) Área (mil ha)
2011 2,59 123,58
2012 2,60 123,65
2013 2,61 123,68
2014 * 2,61 123,70
* Projeção - Fontes: Agentes do Agronegócio / Embrapa Hortaliças / IBGE /Cea-gesp / Ceasas. Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças 2014.
pERfIL DA pRODUçãO DE fOLhOSAS DO BRASIL
2011 A 2014
50 SHADESof greenbRAzILIAN PRODUCTION Of LETTUCE, CAbbAgE, AND OTHER LEAfy VEgETAbLES IS STAbLE, bUT THE TREND IS THAT CONSUMPTION wILL INCREASE OVER THE NEXT SEVERAL yEARS
The search for search for healthier
eating habits among the Brazilian
population, who face a wave of obe-
sity that has put the public health
authorities on alert, points to a trend
of increasing domestic demand for
vegetables. This trend should especially impact the leafy vege-
tables, such as lettuce, cabbage, arugula, collard greens, and
watercress, among over 50 varieties of vegetables. Even though
the official government agencies don’t generate current national
statistics, the sector works with a forecast of gradual consumption
increase, reflected in the production and area planted.
However, the supply concentration in certain seasons, the cli-
mate, the need to make processes more efficient – from produc-
tion to the consumer’s table, all interfere with the market. In 2012,
2013, and 2014, the production areas remained stable. In Brazil,
in 2011, the agribusiness players estimated that the production of
lettuce and cabbage was 2.59 million tons, with 123.58 thousand
hectares under cultivation. Cabbage had a total of 1.32 million
tons, and lettuce, 1.27 million tons. In 2012, the total reached 2.6
million tons, a volume that was repeated in 2013 and should be
maintained in 2014, with a cultivated surface area of 123 thou-
sand hectares and 124 thousand hectares, respectively.
As a mandatory ingredient for a well-balanced meal, leafy veg-
etables enrich Brazilian cuisine nutritionally and also created busi-
ness opportunities for farmers that seek special markets – the so
called gourmet segment. These include vegetables with special
packaging, presentation, sizes, organic production systems, or to
supply haute cuisine restaurants, market niches, etc.
“The consumer, especially those that travel abroad and have
more purchasing power, are seeking quality vegetables more and
more,” said researcher Fábio Suinaga, of Embrapa Hortaliças, in
Gama (DF). “This opens the markets with high value added.” Ac-
cording to him, 65% of the lettuce produced in Brazil is leaf let-
tuce, 25% in iceberg, and the rest are of other varieties, such as
butterhead, summercrisp, and romaine.
52
wITH AN EyE ON THE MARkETAccording to Bruna Abrahão Silva, an analyst of the leafy vegetable
market from the Center Of Advanced Studies in Applied Economics of the
Luiz de Queiroz Agricultural College at the University of São Paulo (USP),the
investment in planting area after the high process of the 2012 winter harvest
led to greater supply. As a result, the price quotes were lower in the 2013
season in the production clusters in the State of São Paulo. The increased
supply put downward pressure on the prices till July, when strong rains
damaged the plantations, reducing supply and allowing the leafy vegetables
to move up in price.
A box with 24 units of leaf lettuce at the Company of General Depots and
Warehouses of the State of São Paulo (Ceagesp), which in January 2013
reached a monthly average of BRL 23.75, reached BRL 18.33 as the best
benchmark price from May to November 2013. On average, from May to
November, the box of leaf lettuce with 24 units was sold at Ceagesp for BRL
9.89, a drop of 39% in comparison with the same period in 2012.
UNSTAbLE CLIMATEThe drought that hit the Central region of Brazil
in the summer of 2014 affected the harvest of leafy vegetables. As a result, the box of leaf lettuce at
Ceagesp was sold in March 2014 for BRL 35.31, a 14% in relation to February, and with a significant advance
in relation to the 2013 winter. But the excess heat burned the leaves and roots of the lettuce. The long
drought period also cause viral and bacterial disease, which caused a drop in production and quality. The continuation of the drought and the forecast for El
Niño create and expectation for stable or a little less production for winter 2014, which should continue until
the summer of the 2014/15 cycle.
Consumers make an increasing association
between leafy vegetables and a healthy lifestyle
Inor
Ag.
Ass
man
n
53
MANDIOCA Cassava
AS PRINCIPAIS Main
Raiz de VALORPRODUÇãO REDUzIDA COM A SECA NORDESTINA MOTIVOU O AUMENTO NAS COTAÇõES DA MANDIOCA, E INCLUSIVE A féCULA ATINgIU VALORIzAÇãO RECORDE
Um dos produtos básicos de desta-
que no Brasil, a mandioca sofreu
com uma das mais fortes secas re-
gistradas no Nordeste e teve a pro-
dução nacional reduzida em 8%,
para 21,2 milhões de toneladas, em
2013, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
tística (IBGE), de março de 2014. Incluída entre as hortaliças, ela
supera o total das demais, mesmo com esta redução no volume,
que deve ser recuperado em parte ao longo de 2014. A previsão
do mesmo instituto, no referido mês, aponta para 22,6 milhões de
toneladas (6,87% a mais).
O clima mudou completamente o cenário esperado na cadeia
produtiva da mandioca em 2013, com uma das maiores estia-
gens já observadas no Nordeste, como registra levantamento do
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/
Esalq/USP), em parceria com a Associação Brasileira dos Produ-
tores de Amido de Mandioca (Abam). Para suprir a demanda por
farinha de mandioca, observa o estudo, compradores nordesti-
nos abasteceram-se com o produto do Centro-Sul. Os preços
da mandioca e dos derivados subiram muito, chegando a níveis
recordes.
A média nominal a prazo para a tonelada de raiz de mandio-
ca posta na indústria atingiu R$ 381,69 em 2013, valorização de
61,1% frente ao preço médio de 2012, segundo o Cepea. Em
relação à fécula, a média no ano alcançou a R$ 2.125,09 pela
tonelada, acréscimo de 58% na comparação com a temporada
anterior. Com isso, o Valor Bruto da Produção (VBP) da fécula
54
ENERgIA NO MUNDOPara 2014, as previsões iniciais do IBGE, feitas em março,
indicam recuperação na produção de mandioca no Brasil, que deverá chegar próximo ao número verificado em 2012. Este período foi finalizado em 23 milhões de toneladas, no mesmo nível em que esteve há 10 anos, enquanto nesse meio tempo foram obtidos volumes mais altos (próximo a 27 milhões na temporada 2006/07).
Aumentos quantitativos mais elevados ocorreriam em 2014 no Paraná, segundo maior produtor, com 4,239 milhões de toneladas (mais 9,68% em comparação a 2013); e no Maranhão, com 1,631 milhão de toneladas. O Estado nordestino, prejudicado antes pela seca, agora teria acréscimo de 23%, podendo ultrapassar a Bahia na terceira colocação. O nortista Pará, líder na cultura, deve permanecer com 4,681 milhões de toneladas.
MULTIPLICANDO bENEfíCIOSPara a região nordestina, pensando também em minimizar
efeitos das secas, um projeto em evidência é o chamado Reniva, que se constitui em uma rede de multiplicação e de transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária. Prevê a implantação de 68 unidades para multiplicar manivas; em seis anos, a meta é atender a mais de 14 mil agricultores, conforme a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) do Ministério da Integração Nacional.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), unidade Mandioca e Fruticultura, com sede em Cruz das Almas (BA), atua na liderança do projeto, que deve contribuir para estruturar a cadeia da mandiocultura, afirma o pesquisador Carlos Estevão Cardoso. O assunto esteve em destaque no 15º Congresso Brasileiro da Mandioca, realizado em outubro de 2013 na capital baiana, Salvador, e por ele presidido. Entre outros temas, foram abordadas oportunidades de mercado na Copa do Mundo 2014 e nas Olimpíadas de 2016 no Brasil, e a popularização ainda maior da mandioca em pratos conhecidos e também mais requintados.
A unidade da Embrapa, no Dia da Mandioca, lembrado em 22 de abril, reiterou que a raiz originária da América do Sul é hoje um dos principais alimentos energéticos para mais de 600 milhões de pessoas no mundo, especialmente nas nações em desenvolvimento. É produzida em mais de 80 países, e o Brasil é um dos principais, disputando a terceira posição com a Tailândia, após Nigéria e Indonésia. A cada dia que passa, conforme a instituição de pesquisa, a mandioca firma-se como alimento funcional, por ser rica em carboidratos, que fornecem energia ao corpo; e em fibras, que ajudam a regular o funcionamento do intestino, além de ser alternativa para celíacos com intolerância a glúten. Igualmente se vislumbra seu uso na merenda escolar dos municípios, por meio das organizações dos produtores.
Volume colhido da raiz ficou em 21,2 milhões de
toneladas em 2013
representou R$ 1,007 bilhão, o mais alto já registrado, tendo che-
gado próximo disso somente em 2004, com R$ 990 milhões.
A disputa maior por matéria-prima também interferiu no movi-
mento da indústria. A de fécula, concentrada em 70% no Paraná,
e em crescimento no Mato Grosso do Sul, moeu 7,6% a menos
em 2013, com total de 473,72 mil toneladas. Trabalhou, assim,
com ociosidade média de 53,5%. Outro efeito, a exportação do
produto (6,2 mil t) diminuiu 14% em relação ao ano anterior, en-
quanto a importação cresceu 29%, para 15,7 mil toneladas. Já
nos embarques brasileiros de dextrina e de outros amidos e fé-
cula modificados, houve aumento de 7,2%, fechando em 43,9
mil toneladas, enquanto vieram de fora 8,2 mil t (15,2% a mais).
Inor
Ag.
Ass
man
n
55
One of Brazil’s most prominent
basic products, cassava suffered
the effects of one of the most se-
vere droughts ever recorded in the
Northeast. National production fell
by 8% to 21.2 million tons in 2013,
according to data provided by the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE) in March 2014. Included among the vegeta-
ble family, it surpasses all others despite the reduction in volume,
which is expected to recover in 2014. The prediction by the same
institute for March of that year is 22.6 million tons (6.87% more).
The climate in 2013 changed the expected scenario in the
cassava production chain completely, with one of the worst
droughts ever seen in the Northeast, as recorded by the Center
for Advanced Research in Applied Economy in a study conducted
in partnership with the Association for Brazilian producers of Cas-
Valuable ROOTREDUCED PRODUCTION DUE TO DROUgHT IN THE NORTHEAST CAUSED AN INCREASE IN CASSAVA PRICES, REACHINg RECORD AMOUNTS
sava Starch (Abam). The study notes that, to meet the demand
for cassava flour, Northeastern buyers purchased the product
from the Mid-South. The price of cassava and its derivatives rose
sharply, reaching record levels.
The average nominal value for a ton of cassava in the indus-
try hit R$381.69 in 2013, a 61.1% increase on the average price
for 2012, according to Cepea. With respect to starch, the annual
average reached R$ 2,125.09 a ton, rising 58% in relation to the
previous season. With this, the Gross Value of Production (GVP)
of starch was R$ 1.007 billion, the highest amount on record, hav-
ing only come close to this in 2004, when GVP hit R$ 990 million.
Greater competition for raw materials also interfered in move-
ment within the industry. In relation to starch, 70% of which is fo-
cused in the state of Paraná and is also experiencing growth in
Mato Grosso do Sul, 7.6% less was ground in 2013, with a total of
473,720 tons and an average of 53.5%. Another effect was that ex-
ports of the product (6,200 t) declined by 14% in relation to the pre-
vious year, whereas imports increased 29% to 15,700 tons. Brazil-
ian shipments of dextrin and other modified starches rose 7.2%,
closing at 43,900 tons, with 8,200 tons in imports (15.2% more).
Inor
Ag.
Ass
man
n
56
ARRANCADA / PluckingNúmEROS DA mANDIOCA NO BRASIL
DERIVADO DA mANDIOCA
Ano Área (ha) Produção (t)
2013 1.524.196 21.199.305
2014 1.525.181 22.654.996Fonte: IBGE/LSPA, março de 2014.
Números da indústria brasileira de fécula/2013
Produção 473,72 mil t
Valor bruto da Produção R$ 1,007 bilhão
Importação 15,7 mil t
Exportação 6,2 mil t
Exportação de amidos modificados 43,9 mil t
Importação de amidos modificados 8,2 mil tFonte: Cepea/Ibam.
ENERgy ACROSS THE wORLDFor 2014, the IBGE’s initial predictions, made in March, indicate
recovery in Brazilian cassava production, which should come close to the amount recorded in 2012. That period closed out at 23 million tons, the same level recorded 10 years ago, while interim volumes were higher (nearly 27 million tons in 2006/07).
Higher quantitative increases were observed in 2014 in Paraná, the second largest producer, with 4.239 million tons (9.68% higher than 2013); and in Maranhão, with 1.631 million tons. The northeastern state, previously hampered by drought, is set to experience growth of 23%, potentially overtaking Bahia, ranked third. The northern state of Pará, a leader in cultivation, should remain at 4,681 tons.
MULTIPLE bENEfITSWith the goal of minimizing the effects of drought in the
Northeast, the Reniva project is a multiplication and transference network of cassava micropropagation materials with genetic and phytosanitary quality. It forecasts the installment of 68 multiplication units for plantlets; according to the Department of Regional Development (SDR) of the Ministry of National Integration, the goal is to reach more than 14,000 growers within six years.
The project is run by the Cassava and Fruit Harvesting unit of the Brazilian Enterprise for Agricultural Research (Embrapa), based in Cruz das Almas (Bahia state), which contributes to structuring the cassava farming chain, says researcher Carlos Estevão Cardoso. The issue featured prominently at the 15th Brazilian Cassava Conference, held in October 2013 in Salvador, the capital of the state of Bahia. Other topics addressed were market opportunities during the 2014 World Cup and 2016 Olympic Games in Brazil, as well as further popularization of cassava in well-known and more sophisticated dishes.
On Cassava Day, celebrated on April 22, the Embrapa unit reiterated that the root vegetable, which originated in South America, is today one of the major energy sources for more than 600 million people around the world, particularly in developing countries. It is grown in more than 80 countries, with Brazil ranked third alongside Thailand, after Nigeria and Indonesia. According to the research institution, with each passing day carbohydrate-rich cassava becomes more firmly established as a functional food that provides the body with energy and fibers, which regulate intestinal function, as well as being an alternative for those who suffer from Celiac disease and have gluten intolerance. In addition, farmers associations aim to promote its use in municipal school meals.
total of 21.2 million tons of the root vegetable was harvested in 2013
57
TOMATE Tomato
ESPECIAL Special
O tomate é um vegetal essencial na
vida dos brasileiros. E o consumi-
dor está cada vez mais exigente,
obrigando os horticultores a se
profissionalizarem, para apresen-
tar ao mercado um produto de
qualidade. Para alcançar esse resultado, tem sido comum o uso
de variedades mais produtivas e resistentes a doenças, assim
como cuidados com o manejo.
Essas boas práticas, no entanto, não são suficientes a fim de
garantir sucesso na safra. Em 2013, o cultivo de tomate de mesa
foi prejudicado por problemas climáticos. Conforme relatório bianual
da Associação Brasileira do Comércio de Semente e Mudas (Abc-
sem), entre os fatores que comprometeram a produção e levaram a
queda de produtividade, na ordem de 12%, estão a falta de água no
Nordeste e no Sudeste e a forte onda de calor durante o verão. O
À florDA PELESENSíVEL àS ALTAS TEMPERATURAS, CULTIVO DE TOMATE DE MESA fOI PREjUDICADO EM 2013, TAMbéM PELA fORTE PRESSãO DE PRAgAS NA LAVOURA
fruto é bastante sensível às altas temperaturas. O ataque de pragas
também foi intensificado no período, algumas novas para a cultura.
Segundo levantamento da entidade, a produção de tomate
de mesa chegou a 3,04 milhões de toneladas in natura em 2013,
mantendo-se estável em relação ao ano anterior. O setor é dividido
nos segmentos salada (47%), italiano (40%), Santa Cruz (12%) e
especialidades (1%). Os principais estados produtores são, pela or-
dem, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Goiás. Juntos, representam
em torno de 60% do total cultivado. O relatório apurou que o valor
da produção chegou a R$ 2,913 bilhões, enquanto o total gasto
em insumos foi de R$ 1,351 bilhão.
Já o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA),
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem dados
mais abrangentes para a produção nacional de tomate. No caso
58
IBGE sinaliza para pequeno
aumento de área e produção em 2014
SINAIS DO MERCADO Em 2013, o tomate foi visto como um dos principais vilões do
aumento da inflação no Brasil. No primeiro semestre, o produto atingiu preços recordes. A cotação mais alta foi verificada em
março, segundo acompanhamento do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP).
O quilo do fruto do tipo salada chegou a R$ 5,73 na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp),
principal central de abastecimento do País. Com o aumento da oferta no segundo semestre, em função da colheita
em fortes regiões produtoras, as cotações despencaram, com alguma reação a partir de outubro de 2013.
Os pesquisadores do Cepea acreditam que os preços recordes de 2013 não devem se repetir em 2014. O ano começou já com
intensa oferta de tomates. O relatório de abril mostra que a produtividade pode ficar prejudicada em algumas regiões, por conta
do inseto vira-cabeça, que tem atacado lavouras em vários locais.
de 2013, a previsão divulgada em abril de 2014 aponta para co-
lheita de 3,987 milhões de toneladas, em área de 60.523 hectares.
A estimativa para 2014 é de aumento de 1,73% em volume e de
3,38% em superfície plantada, ou seja, 4,056 milhões de toneladas
e 62.566 hectares.
O presidente da Abcsem, Steven Udsen, acredita que a ten-
dência é de estabilidade de área. Em seu entender, os ganhos se
darão com aumento de produtividade e qualificação dos horticulto-
res, através de técnicas mais avançadas de manejo. “Pode haver
aumento de custo, mas também vai gerar mais renda”, observa o
dirigente. Ressalta ainda que alguns produtores investem em mar-
cas e embalagens próprias, comercializando diretamente com as
cadeias de supermercados, ao invés de venderem nas centrais de
abastecimento, principalmente no segmento grape.
Inor
Ag.
Ass
man
n
59
The tomato is a vegetable that is essential
in the life of the Brazilian. And the consu-
mer is more and more demanding, re-
quiring the vegetable farmers to be more
professional, so that they can offer the
market a quality product. To reach this
result, it is common to use varieties that are more productive and resis-
tant to disease, as well as to take greater care with handing measures.
These good practices, however, are not enough to ensure a
successful crop. In 2013, the table tomato crop was harmed by
weather problems. According to the biannual report of the Brazilian
Association of Seed and Seedling Trade (Abcsem), some of the fac-
tors that compromised production and led to a drop in productiv-
ity, of about 12%, were the lack of water in the Northeast and the
strong summer heat wave in the Southeast. The fruit is very sensi-
tive to high temperatures. The attack of pests also grew in intensity
UnderTHE SkINwITH THEIR SENSITIVITy TO HIgH TEMPERATURES, THE TOMATO CROP wAS ALSO HARMED IN 2013 by MAjOR PRESSURE fROM PESTS
during the period so of which were new to the culture.
According to the association’s survey, the production of table to-
matoes reached 3.04 million tons in natura in 2013, remaining stable
in relation to the prior year. The sector is divided into the following seg-
ments: salad (47%), Italian (40%), Santa Cruz (12%) and specialty (1%).
The main producing states, in order, are São Paulo, Minas Gerais, Ba-
hia, and Goiás. Together, they represent about 60% of the total crop.
The report surveyed that the monetary value of the production reached
BRL 2.913 billion, while the total spent in inputs was BRL 1.351 billion.
However, the Systematic Agricultural Production Survey (LSPA)
of the IBGE has more complete data regarding the domestic to-
mato production. In 2013, the forecast released in April 2014 is for
a harvest of 3.987 million tons in an area of 60,523 hectares. The
estimate for 2014 is for an increase in 1.73% in volume and 3.38%
in surface area planted, i.e., 4.056 million tons and 62,566 hectares.
Abcsem president Steven Udsen believes the trend is toward
60
ONDA VERMELHA / Red wavepRODUçãO BRASILEIRA DE TOmATES
Ano Toneladas Hectares
2012 3,874 milhões 64.800
2013 3,987 milhões 60.523
2014 4,056 milhões 62.566Fonte: IBGE.Obs: os anos de 2013 e 2014 são previsões.
MARkET SIgNALS In 2013, tomato was seen as one of the main villains in the
inflationary increase of Brazil. In the first half of the year the tomato hit record prices. The highest price quote was seen in March,
according to the monitoring done by the Center of Advanced Studies in Applied Economics (Cepea) of the University of São Paulo (USP).
The kilogram of the fruit (salad type) reached BRL 5.73 at the General Depot and Warehouse Company of São Paulo
(Ceagesp), the main supply center in Brazil. With the increase in supply during the second half of the year, due to strong
harvests in production regions, the price quotes dropped, with some reaction occurring as of October 2013.
The Cepea researchers believe that the record prices in 2013 should not happen again in 2014. The year began with an intense
supply of tomatoes. The April report states that productivity can be damaged in some regions, due to the Thrips insect, which has
attacked the crops in various locations.
area stability. According to his understanding, the gains will happen
through productivity increases, and the training of the vegetable farm-
ers, using more advanced handling techniques. “There may be an
increase in cost, but it will also generate more income,” said Steven
Udsen. He also emphasized that some farmers invest in their own
brands and packaging, selling directly to grocery store chains, instead
of selling to supply centers, especial in the grape tomato segment.
IBGE (Brazilian Institute for Geography and Statistics) suggests a small
increase in production area during 2014
Inor
Ag.
Ass
man
n
61
O Brasil é o sétimo maior fornecedor
mundial de tomates para a indús-
tria. Para 2014, a expectativa é de
aumento de 7,7% na produção no
País, em relação a 2013, devendo
chegar a 1,615 milhão de tonela-
das. O dado foi revelado no relatório de abril do Conselho Mundial
dos Processadores de Tomato (WPTC, na sigla em inglês), organi-
zação internacional que representa 95% do volume de frutos des-
tinados ao beneficiamento.
Em termos mundiais, o órgão evidencia que haverá incremento
de 17,6%, com a produção situando-se em 38,845 milhões de
toneladas. O maior produtor, os Estados Unidos, mais especifica-
mente o Estado da Califórnia, tem previsão de colher 12,247 mi-
lhões de toneladas em 2014, com aumento de 11% em relação a
2013. Na sequência, aparecem China, Itália, Turquia, Espanha e Irã.
Até a POLPAbRASIL ESTÁ NA SéTIMA POSIÇãO ENTRE OS gRANDES PRODUTORES MUNDIAIS DE TOMATE PARA PROCESSAMENTO, COM PERSPECTIVA DE MAIOR CULTIVO EM 2014
Acompanhamento do Centro de Estudos Avançados em Econo-
mia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), divulga-
do em janeiro de 2014, revela que o cultivo de tomate rasteiro para
a indústria teve aumento de área em 2013 no Brasil. Em Goiás, que
representa 70% do total, foram 14 mil hectares, 18,4% a mais que
2012. A expansão em todo o território nacional foi de 12,6%. Mes-
mo com investimento no plantio o rendimento caiu, por causa do
ataque de pragas nas lavouras. A principal foi a lagarta Helicoverpa
armigera, conhecida por devorar tudo o que vê pela frente.
O diretor-executivo da Associação Brasileira da Cadeia Pro-
dutiva de Tomate Industrial (Abratop), Antônio Carlos Tadiotti,
acredita que a produção agrícola deverá ter queda entre 15% e
17% em 2014. Os problemas climáticos (o ano começou com
seca em algumas regiões) e o excesso de pragas são aponta-
dos como as principais causas. Se em 2013 o problema foi a
Helicoverpa, em 2014 os produtores precisam combater o inseto
Lotarips adisi, conhecido como trips.
O cenário comercial igualmente está mais retraído. Tadiotti ex-
plica que existe produto em estoque, o que tende a levar à diminui-
ção nas importações brasileiras de atomatados. Para os analistas
do Cepea, o quadro é um pouco diferente. Eles estimam que em
2014 o volume vindo de fora ainda será elevado, embora menor do
62
PELO MUNDO / AbroadpRODUçãO mUNDIAL DE TOmATE pARA
pROCESSAmENTO
(pRINCIpAIS pAíSES, Em mILhõES DE TONELADAS)
País 2013 2014 *
Estados Unidos 11,020 12,247
China 3,850 5,750
Itália 4,080 4,800
Turquia 2,150 2,300
Espanha 1,650 2,200
Irã 1,900 2,000
brasil 1,500 1,615Fonte: WPTC.* Previsão.
Brazil is the seventh largest global sup-
plier of tomatoes for industrial pro-
cessing. For 2014, the expectation
is a 7.7% increase in country’s pro-
duction in relation to 2013, reaching
1.615 million tons. The data was re-
leased in the April report of the WPTC – World Council of Tomato
Processors, an international organization that represents 95% of
the volume of the fruit destined for processing.
In global terms, the organization says there will be a 17.6% in-
crease, with a harvest of 38.845 million tons. The largest producer
is the United States, specifically the State of California, with a fore-
cast of 12.247 million tons in 2014, with an increase of 11% in re-
lation to 2013. Next in line are China, Italy, Turkey, Spain, and Iran.
Monitoring done by the Center for Advanced Studies in Ap-
plied Economics (Cepea), of the University of São Paulo (USP),
released in January 2014, shows that the tomato crop for indus-
trial processing in Brazil had an increase in cultivated area during
2013. In Goiás, which represents 70% of the total production,
there were 14 thousand hectares, 18.4% more that in 2012. The
expansion in the entire country was 12.6%. Even with investments
in the planting process, the yield dropped due to the attack of
pests to the crop. The main pest was the caterpillar Helicoverpa
armigera, known for eating everything in its path.
The executive director of the Brazilian Association of the Indus-
trial Tomato Production Chain (Abratop), Antônio Carlos Tadiotti,
believes that the agricultural production will drop between 15% to
17% in 2014. The climate problems (the year began with drought
in some regions) and the excess pests are said to be the primary
culprits. If in 2013 the problem was the Helicoverpa, in 2014 the
farmers need to fight the Lotarips adisi insect, also known as trips.
The commercial scenario is also more retracted. Tadiotti ex-
plained that there is product in inventory, which tends to reduce the
Brazilian import of tomatoes. According to the Cepea analysts, the
situation is a little different. They forecast that in 2014, the volume
from abroad will still be high, although less that the numbers seen
in 2013.
Data from the Secretary of Foreign Trade (secex), an agency of
the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade, shows
that in 2013, 62,887 tons of processed tomato products were im-
ported, a 50.71% increase over 2012. The purchased volume cost
USD 58.661 million, 52.74% more than the previous year.
que os números registrados em 2013.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mos-
tram que em 2013 foram importadas 62.887 toneladas de pro-
dutos processados de tomate, com aumento de 50,71% sobre
2012. O volume comprado teve custo de US$ 58,661 milhões,
52,74% a mais do que no ano anterior.
To aPULP
bRAzIL IN THE SEVENTH PLACE AMONg THE MAjOR gLObAL PRODUCERS Of TOMATOES fOR PROCESSINg, wITH A fORECAST Of A LARgER CROP IN 2014
Robi
spie
rre
Giu
liani
63
O tomate é um produto de muita
versatilidade. O fruto é usado em
saladas e molhos, e ainda serve
como importante ingrediente de
outras sofisticadas receitas culi-
nárias. Para agradar a plantado-
res e consumidores mais exigentes, cabe aos pesquisadores de
melhoramento genético a busca por variedades mais saborosas,
resistentes a doenças e que tenham as propriedades nutricionais
evidenciadas.
A Embrapa Hortaliças, com sede em Brasília (DF), lançou no
mercado, no início de 2014, duas novas cultivares que atendem a
diferentes necessidades dos apreciadores do vegetal. A BRS Za-
mir, material do tipo cereja alongado (grape), é direcionada para a
alta gastronomia do segmento gourmet, além de possuir elevados
teores de licopeno, um eficiente antioxidante. Já a BRS Imigrante,
do tipo salada, foi desenvolvida com uma combinação de genes
resistentes a importantes doenças do tomateiro.
A demanda crescente pelo tomate do tipo grape fez com que
a empresa partisse para a pesquisa no segmento. A BRS Zamir é
um híbrido nutricionalmente enriquecido. O pesquisador Leonardo
PURO interesseNOVAS VARIEDADES DE TOMATE LANÇADAS PELA EMbRAPA HORTALIÇAS ATENDEM àS PRINCIPAIS DEMANDAS DO MERCADO, COMO SAbOR E RESISTêNCIA A DOENÇAS
IMIgRANTEA diminuição do rendimento de lavoura por conta da ocorrência
de doenças motivou o desenvolvimento da variedade BRS Imigrante. O híbrido de tomate, tipo salada, possui combinação de genes que o tornam resistente às principais espécies de begomovírus, disseminados pelo País, e ao Fusarium oxysporum, causado por fungos, que já foi detectado em Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo e Minas Gerais.
Os estudos foram conduzidos em áreas de cultivo protegido no Distrito Federal, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo. Na comparação com outros materiais presentes no mercado, houve vantagem com relação à BRS Imigrante, nas regiões da ocorrência simultânea dos dois patógenos. As pesquisas mostraram ainda que a cultivar é de ciclo médio e tem potencial produtivo de 12 quilos por planta.
Boiteux salienta que o fruto apresenta altas concentrações de lico-
peno. Estudos revelam que o antioxidante ajuda na prevenção de
doenças cardiovasculares e degenerativas, além de alguns casos
de câncer, como ovário e próstata.
Outra característica interessante da variedade Zamir é a combi-
nação equilibrada entre os teores de açúcares e ácidos, resultando
em excelente impacto sensorial e gustativo. A alta produtividade da
planta é outro atrativo. Ela atinge oito quilos por pé de tomateiro e
tem durabilidade pós-colheita de até 15 dias. Boiteux explica que
a espécie possui um gene que estimula a bifurcação dos cachos e
aumenta o número de frutos por penca.
Div
ulga
ção
64
IMIgRANTEThe decrease in crop yield due to disease prompted the
development of the BRS Imigrante variety. The salad variety hybrid contains a combination of genes that make it resistant to the species’ main diseases, including begomovirus, which
occurs throughout the country, and Fusarium oxysporum, caused by fungi and recorded in the states of Rio de Janeiro,
Bahia, Espírito Santo and Minas Gerais.Research was carried out in protected cultivation areas
in the Federal District, Rio Grande do Sul and Espírito Santo. BRS Imigrante has an advantage over other materials on the
market in regions where both pathogens occur simultaneously. Research also shows that it is a medium-cycle cultivar with a
production potential of 12 kilograms per plant.
kEEN interestNEw TOMATO VARIETIES LAUNCHED by EMbRAPA HORTALIÇAS MEET THE MAIN MARkET DEMANDS, SUCH AS fLAVOR AND RESISTANCE TO DISEASE
The tomato is a highly versatile product.
The fruit can be used in salads and
sauces and also serves as an impor-
tant ingredient in more sophisticated
cuisine. In order to cater to highly
demanding consumers and farmers,
genetic engineering researchers seek out varieties with more flavor,
resistance to disease and proven nutritional properties.
In early 2014, Embrapa Hortaliças, based in Brasília (the Federal
District), launched two new cultivars that cater to the different needs
of vegetable lovers. BRS Zamir, a grape tomato variety, is aimed at
the gourmet cuisine market and contains high levels of lycopene,
an efficient antioxidant. BRS Imigrante is a salad variety and was
developed using a combination of disease resistant genes.
Growing demand for grape tomatoes prompted the company
to embark on research in the segment. BRS Zamir is a nutritionally
enriched hybrid. Researcher Leonardo Boiteux highlights that the fruit
has high concentrations of lycopene. Studies indicate that the anti-
oxidant helps prevent degenerative and cardiovascular diseases as
well as some types of cancer, including ovarian and prostate cancer.
Another interesting feature of the Zamir variety is the balance
between sugar and acidic content, resulting in excellent taste and
sensory impact. The plant’s high productivity is another appealing
characteristic. It reaches eight kilograms per plant and has a post-
harvest durability of up to 15 days. Boiteux explains that the spe-
cies contains a gene that stimulates the bifurcation of bunches and
increases the number of fruits per cluster.
Div
ulga
ção
65
PESQUISA Research
ESfOMEADASHelicoverpa armigera PROPAgA-SE E TORNA-SE INIMIgA TAMbéM DOS HORTICULTORES, CAUSANDO PREjUízOS EM DIVERSOS SISTEMAS DE PRODUÇãO
Desde outubro de 2012, as lagartas
do gênero Helicoverpa provocam
prejuízos significativos em várias
culturas agrícolas no Brasil. Há pou-
co tempo, a Helicoverpa zea era a
principal representante da subfamí-
lia Heliothinae e praga secundária na horticultura. Ela ataca prin-
cipalmente a ponta da espiga do milho, a maçã do algodoeiro e
os frutos do tomateiro; porém, sem causar perdas na produção,
tendo em vista a ação efetiva de inimigos naturais.
Em algumas situações, como o final da safra de milho ou de
algodão, a praga se deslocava das lavouras velhas e dos restos
culturais para os cultivos de hortaliças, principalmente de tomatei-
ro, ocasionando o broqueamento de frutos já em fase avançada
de desenvolvimento. No entanto, em 2013 foi confirmada a ocor-
rência, no Brasil, da Helicoverpa armigera.
Segundo o pesquisador Miguel Michereff Filho, doutor em
Entomologia da Embrapa Hortaliças, os primeiros focos dessa
nova praga foram registrados no Oeste baiano e em Goiás, com
altas infestações em lavouras de algodoeiro, soja, feijão, milho e
tomate. Atualmente, está amplamente distribuída e pode atacar
hortaliças, como tomate, quiabo, pimentão, ervilha, feijão-vagem,
batata, melancia, alface, berinjela e milho-doce.
Dependendo da hortaliça, a praga pode danificar folhas, hastes,
brotações, flores, frutos e vagens. “Apesar da ausência de registros
oficiais, as perdas na produção de tomate para mesa (cultura tuto-
rada) foram muito altas na safra 2012/13 em Goiás, Minas Gerais e
Distrito Federal”, salienta Michereff. “Em várias situações, constatou-
-se lavouras com 100% de perdas na produção de frutos. Neste
tipo de exploração, qualquer dano ao fruto reduz o valor de venda”.
66
DESCONTROLADASOs produtores também relataram grande dificuldade no controle das lagartas, que pode ser atribuída, em boa parte, à falta de informações
técnico-científicas e de manejo adequado da Helicoverpa armigera por cerca de 80% dos agricultores. Apesar dos esforços institucionais (pesquisa agropecuária, assistência técnica rural e ensino) nos níveis estadual e federal, a praga segue causando prejuízos neste segmento do agronegócio.
“Perdas consideráveis também ocorreram em cultivos de tomate para processamento industrial em Goiás na safra 2012/13. Porém, tal segmento conseguiu se mobilizar para evitar prejuízos maiores no ciclo 2013/14”, explica Miguel Michereff Filho, da Embrapa Hortaliças. Conforme ele, com os primeiros surtos da praga, a maioria dos produtores intensificou o uso de inseticidas químicos sintéticos, principalmente daqueles com
amplo espectro de ação (inseticidas organofosforados e piretróides). Aliado a isso, houve aumento na frequência das aplicações no intuito de conter a infestação. Isso resultou em aumento imediato no custo de produção e na redução dos lucros do produtor no período de maior incidência do inseto.
Apesar das medidas tomadas, para a maioria dos casos, principalmente na cultura de tomate, o esforço não reduziu a infestação, nem as perdas ocasionadas. “Somente com a correta identificação da espécie-alvo, ou seja, a Helicoverpa armigera, foi possível traçar estratégias de controle e utilizar os inseticidas de forma mais apropriada, dentro da filosofia do Manejo Integrado de Pragas (MIP)”, comenta Michereff. “Atualmente, se o
agricultor seguir as recomendações técnicas, é possível controlar eficientemente a praga, sem o uso indiscriminado de inseticidas, e com a garantia de alimentos de melhor qualidade”, relata. Para isso, é preciso monitorar os cultivos e identificar a presença do inseto em nível de controle.
Monitoramento e controle são fundamentais
para combater a praga
Div
ulga
ção
67
Since October 2012, the caterpillars of
the Helicoverpa genus caused sig-
nificant losses in various agricultural
crops in Brazil. A short while ago,
Helicoverpa zea was the main repre-
sentative of the Heliothinae subfami-
ly and a secondary horticultural pest. It primarily attacks the tip of
the corn ear, the cotton plant boll, and the tomato fruit; however,
without causing a productions loss, considering its effective action
against natural enemies.
In some situations, such as at the end of the corn or cotton
harvest, the pest would move from the old crops and the crop
remains to the vegetable crops, especially the tomato plant, caus-
ing the burrowing in fruit that is already in an advanced develop-
ment state. However, in 2013 the Helicoverpa armigera presence
in Brazil was confirmed.
STARVINgHelicoverpa armigera SPREADS AND bECOMES THE ENEMy Of THE VEgETAbLE fARMERS, CAUSINg LOSS IN SEVERAL PRODUCTION SySTEMS
According to the researcher Miguel Michereff Filho, a doctor of
Entomology at Embrapa Hortaliças, the first foci of this new pest
was recorded in the West of Bahia and in Goiás, with major infes-
tations in cotton, soy, beans, corn, and tomato crops. Currently, it
is widely distributed and can attack vegetables such as tomatoes,
okra, bell pepper, peas, green beans, potatoes, watermelon, let-
tuce, eggplant, and sweet-corn.
Depending on the vegetable, the pest can damage leaves,
stems, sprouts, flowers, fruits and pods. “Despite the absence
of official records, the losses in table tomato production (guided
culture) were very high in the 2012/13 harvest in Goiás, Minas
Gerais, and the Distrito Federal,” said Michereff. “In several situa-
tions, crops were found with 100% loss of fruit production. In this
type of activity, any damage to the fruit reduces the sale value.”
68
OUT Of CONTROLThe farmers also reported a lot of difficulty with the control of the caterpillars, which could be attributed, in large part, to the lack of technical and
scientific information regarding appropriate handling of Helicoverpa armigera by about 80% of the farmers. Despite institutional efforts (agricultural research, rural technical assistance and teaching) at the state and federal level, the pest continued to cause losses in this agribusiness sector.
“Considerable losses also occurred in tomato crops for industrial processing in Goiás in the 2013/14 harvest. However, this segment was able to mobilize to avoid greater losses during the 2013/14 cycle,” said Miguel Michereff Filho, of Embrapa Hortaliças.
According to him, at the first outbreaks of the pest, the majority of the producers intensified the use of chemical synthetic insecticides, especially those with a broad action spectrum (organophosphate and pyrethroid insecticide). Along with that, there was
an increase in the applications in order to contain the infestation. This resulted in the immediate increase in the cost of production and a reduction on the farmer’s profits during the period when the insect was most prevalent.
Despite the measures taken, for most of the cases, especially the tomato culture, the effort did not reduce the infestation or the losses it caused. “Only with the correct identification of the target-species, i.e., Helicoverpa armigera, was it possible to trace strategies to control and use insecticides
in a more appropriate manner, using the philosophy of Integrated Pest Management (IPM),” said Michereff. “Currently, if the farmer follows the technical recommendations, the pest can be efficiently controlled, without the indiscriminate use of insecticides, and with the guarantee of better
quality foods,” he said. Therefore, monitoring the crops and identifying the presence of the insect at the control level is essential.
Monitoring and control are fundamental to battle the pest
69
O descuido SAI CAROfALTA DE INSETICIDAS REgISTRADOS PARA HORTALIÇAS é UM gARgALO NO COMbATE àS LAgARTAS, MAS HÁ OUTROS MECANISMOS QUE PERMITEM CONTROLAR A PRAgA
A voracidade da Helicoverpa armige-
ra preocupa os horticultores, mas
acossa principalmente a cadeia pro-
dutiva do tomateiro, em seus diferen-
tes segmentos: tomate tutorado para
mesa, tomate rasteiro para proces-
samento industrial e produção orgânica. Ela se mostra muito mais
agressiva do que a Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga do milho)
e as lagartas do complexo Spodoptera (lagarta militar), é polífaga
(se alimenta de diversas espécies vegetais cultivadas e silvestres),
pode se adaptar a diferentes condições ambientais e não é facil-
mente controlada com inseticidas químicos sintéticos.
De acordo com o pesquisador Miguel Michereff Filho, doutor
em Entomologia da Embrapa Hortaliças (DF), a distinção entre
a Helicoverpa armigera e a Helicoverpa zea, com base tanto nas
mariposas adultas como nas lagartas, é muito difícil a olho nu, e
requer conhecimentos de suas estruturas reprodutivas para con-
firmação da espécie. “O uso de ferramentas de biologia molecular
mostra-se indispensável para a tarefa”, informa.
O cientista acredita que o aumento das populações de lagar-
tas deste gênero, e dos consequentes prejuízos aos sistemas de
produção, foi ocasionado por processo cumulativo de práticas
de cultivo inadequadas. O plantio sucessivo de espécies vegetais
hospedeiras (milho, soja e algodão) em áreas muito extensas e
contíguas, além do manejo inapropriado, com uso abusivo dos
agrotóxicos, e ainda associado a condições climáticas favoráveis
à disseminação dos insetos, estão entre as principais causas do
desequilíbrio ecológico. “Isso parece ocorrer em várias regiões
brasileiras, nas quais a praga tem preocupado os produtores e os
consultores técnicos”, conclui o especialista.
70
SEM REgISTRONo Brasil, ainda não há inseticidas registrados para combate à Helicoverpa armigera em áreas de hortaliças, o que torna a
convivência e o manejo da praga ainda mais crítico no que diz respeito às próximas safras. Apesar disso, há grande expectativa no desenvolvimento tecnológico na área de controle biológico, envolvendo o emprego da vespinha parasitoide de ovos Trichograma
spp., de inseticidas biológicos à base da bactéria Bacillus thuringiensis (produtos com mistura das subespécies kurstaki e azawai), ou à base de vírus que matam lagartas, os quais poderão ser utilizados tanto na produção convencional como na orgânica.
“Portanto, o uso de inseticidas seletivos em favor dos inimigos naturais será indispensável para o sucesso no controle da praga”, assinala o pesquisador Miguel Michereff Filho. Outro grande reforço para a implementação das táticas de controle é o monitoramento de adultos (mariposas machos) de Helicoverpa armigera, pelo emprego de armadilhas iscadas com feromônio
sexual sintético, produto ainda não registrado no Brasil. A nova tecnologia tende a reduzir as dificuldades encontradas pelos produtores com o uso de armadilhas luminosas,
em virtude das fontes de energia elétrica no campo, da influência da lua cheia na atração das mariposas e da confusão na identificação dos insetos descamados. Permitirá ainda que medidas de controle, como inseticidas químicos, biológicos e
parasitóides de ovos, sejam utilizadas de forma mais efetiva contra a praga.Na apreciação de Michereff, soluções técnicas existem e o problema gerado pela Helicoverpa armigera na agricultura brasileira
poderá ser resolvido nos próximos anos. “Mas, para isso, é necessário que haja o empenho de toda a sociedade”, frisa.
Sílv
io Á
vila
71
The voracity of the Helicoverpa armi-
gera worries vegetable farmers, but
primarily besets the production chain
of the tomato plant, in its different
segments: guided table tomatoes,
sprawling tomatoes for industrial pro-
cessing and organic production. It is much more aggressive than
the Helicoverpa zea (corn ear caterpillar) and the caterpillars of the
Spodoptera complex (military caterpillar), is polyphagous (feeds off
of several species of wild and cultivated vegetables), can adapt to
different environmental conditions, and is not easily controlled with
synthetic chemical insecticides.
According to the researcher Miguel Michereff Filho, doctor of
Entomology at Embrapa Hortaliças (DF), the difference between
Helicoverpa armigera and Helicoverpa zea, based on both the
adult moths as well as the caterpillars, is very had to see with the
naked eye, and requires knowledge of their reproductive struc-
tures to confirm the species. “The use of molecular biology tools is
Carelessnessis EXPENSIVEA LACk Of APPROVED INSECTICIDES fOR VEgETAbLES IS A bOTTLENECk IN THE bATTLE AgAINST CATERPILLARS, bUT THERE ARE OTHER MECHANISMS THAT CAN bE USED TO CONTROL THIS PEST
essential for this task,” he said.
The scientist believes that the increase in populations of this
genus of caterpillar and the resulting harm to the farming system
was caused by an accumulation of inappropriate handling practic-
es. The planting of successive species of host vegetables (corn, soy,
and cotton) in very large continuous areas, as well as inappropriate
handling, with the abusive use of insecticides, and also associated
to the climate conditions that are favorable to the spread of insects,
are among the main causes of the ecological imbalance. “This may
occur in various regions in Brazil, where the pest has concerned
farmers and the technical consultants,” said the specialist.
72
NO APPROVALIn Brazil, there are no approved insecticides for battling Helicoverpa armigera in vegetable areas, which makes living with
and handling the pest even more critical in regard to the next harvest. Despite this, there is a major expectation for technological development in the area of biological control, involving the use of the wasp egg parasites Trichogramma spp., of biological
insecticides based on the Bacillus thuringiensis bacteria (products with a mixture of subspecies kurstaki and azawai), or based on a caterpillar killing virus, which will be able to be used both in conventional and organic production.
“Therefore, the use of selective insecticides for the natural enemies will be essential to the success of the pest control,” said researcher Miguel Michereff Filho. Another major reinforcement for the implementation of control tactics is the monitoring of adult
Helicoverpa armigera (male moths), by using the traps baited with the synthetic sexual pheromone, as of yet not approved in Brazil. The new technology tends to reduce the difficulties found by producers with the use of light traps, due to energy sources in the field,
the influence of the full non in attracting the moths, and the confusing n identifying the peeled insects. It will allow control measures such as chemical insecticides, biological measures, and egg parasitoids to be used as a more effective means of controlling the pest.
In Michereff’s opinion, technical solutions exist and the problem generated by Helicoverpa armigera in Brazilian agriculture can be resolved in the next several years. “But for that, there need to be an effort made by the entire society,” he said.
Sílv
io Á
vila
73
A trivial salada de alface, comum na
mesa dos brasileiros, ganhará sta-
tus de alimento nutracêutico. Isto
é, além de alimentar, trará benefí-
cios à saúde, como a prevenção
de doenças. Nos laboratórios da
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, foi desenvolvida
uma variedade transgênica capaz de prevenir a má-formação fe-
tal causada pela carência de ácido fólico. A tecnologia está em
processo de autorização nos organismos de biossegurança, para
validação a campo pela Embrapa Hortaliças.
A expectativa é de que, vencidas todas as etapas legais e
técnicas, esta hortaliça – que servirá de base genética em cruza-
mentos com outras cultivares – chegue ao mercado em até cin-
co anos. A variedade tem 15 vezes mais concentração de ácido
fólico do que a convencional: duas folhas suprem a necessidade
diária de um adulto. Atualmente, o ácido fólico é acrescido à fari-
nha de trigo, mas a mistura nem sempre é homogênea.
Para alcançar essa nova característica, a alface recebeu um
gene da Arabidopsis thaliana, planta usada em cruzamentos gené-
ticos. A função do gene é elevar a produção natural de ácido fólico
na hortaliça. Presente em vegetais verde-escuros, como brócolis e
Novinha em fOLHAEMbRAPA RECURSOS gENéTICOS E bIOTECNOLOgIA DESENVOLVE ALfACE TRANSgêNICA QUE PREVINE MÁ fORMAÇãO fETAL, POR SER RICA EM ÁCIDO fóLICO
espinafre, a substância (uma forma de vitamina B) colabora com os
processos de multiplicação celular, como o desenvolvimento fetal.
Por essa razão, a suplementação com ácido fólico é recomendada
dois meses antes da concepção até o fim da gestação.
Segundo dados do Conselho de Informações de Biotecnologia
(CIB), essa prática pode prevenir 50% dos casos de má formação,
que, no Brasil, acomete 1,6 bebê em cada mil nascidos vivos. A
anencefalia, acúmulo de líquido amniótico no cérebro, um dos tipos
mais graves, ocorre em 0,6 bebê por mil nascidos vivos.
POSSIbILIDADESO pesquisador Francisco Aragão, responsável pelo projeto
na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, destaca que os ensaios realizados com a nova variedade obtiveram sucesso, com desempenho agronômico idêntico ao de plantas tradicionais. E a maior concentração de ácido fólico é apenas a primeira de muitas outras possibilidades nutracêuticas que a biotecnologia poderá agregar à alface. Outras pesquisas no mesmo sentido, e também relacionadas à alface, já estão bem evoluídas no mesmo laboratório. Uma delas, inclusive, para facilitar o diagnóstico da dengue, doença que afeta todas as regiões do Brasil, transmitida pelo mosquito Aëdes aegypti.
Div
ulga
ção
74
POSSIbILITIESThe researcher Francisco Aragão, responsible for the
project at Embrapa Genetic Resources and Biotechnology, highlights that the tests made with the new variety were
successful, with the same agronomic performance as the traditional plants. And greater folic acid concentration is just the first of several other neutraceutical possibilities
that biotechnology can add to lettuce. Other similar studies related to lettuce are already being developed
in the laboratory. One seeks to facilitate the diagnosis of dengue fever, a disease that affects every region in Brazil,
transmitted by the Aëdes aegypti mosquito.
The basic lettuce salad, so common
on Brazilian dinner tables, will receive
nutraceutical status. That means that,
besides feeding, it will provide health
benefits such as disease prevention.
The laboratories of Embrapa Genetic
Resources and Biotechnology developed a genetically modified
variety that can prevent fetal birth defects caused by a lack of folic
acid. The technology is being authorized by the biosafety agen-
cies for field validation by Embrapa Hortaliças.
The expectation is that, once all of the legal and technical steps
are completed – which will serve as the genetic basis in crosses
with other crops – it will arrive in the market in up to five years. The
variety has a 15 times greater concentration of folic acid than the
conventional: two leaves meet the daily needs of an adult. Cur-
rently, folic acid is added to wheat flour, but the mixture is not al-
ways homogeneous.
To reach this new characteristic, the lettuce received a gene
from Arabidopsis thaliana, a plant used in genetic crossing. The
purpose of the gene is to elevate the natural production of folic
acid in the lettuce. Present is dark green vegetables, such as broc-
coli and spinach, the substance (a form of vitamin B) collaborates
with cellular multiplication processes such a fetal development.
Therefore, the folic acid supplements are recommended for two
months before conception until the end of the pregnancy.
According to data from the Biotechnology Information Board
(CIB), this practice can prevent 50% of the deformity cases, which
in Brazil affects 1.6 babies out of every thousand born alive. An-
encephaly, the accumulation of amniotic liquid on the brain, one
of the most severe defects, happens in 0.6 babies per thousand
born alive.
EMbRAPA gENETIC RESOURCES AND bIOTECHNOLOgy DEVELOP gENETICALLy MODIfIED LETTUCE THAT PREVENTS fETAL bIRTH DEfECTS SCIENCE IT IS RICH IN fOLIC ACID
Turning aNEw LEAf
75
Dentro de alguns anos, a seleção e a
classificação de hortaliças poderão
deixar de ser feitas manualmente
e com base em decisão humana.
Além disso, algumas hortaliças de
frutos também são classificadas de
acordo com o tamanho, com referência no peso, através de clas-
sificadores eletrônicos. A novidade é que todas essas atividades
poderão vir a ser executadas por máquinas, e com mais precisão.
No Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em São Paulo,
está sendo desenvolvido o programa “Uso de imagem digital para
seleção e classificação de frutas e hortaliças”. “Hoje, estamos
desenvolvendo as metodologias de seleção, e o próximo passo
será testá-las em mesas de classificação”, relata Juliana Sanches,
pesquisadora do IAC, órgão da Secretaria de Agricultura e Abas-
tecimento do Estado de São Paulo. Ao lado de Antônio Carlos
ESCOLHA automatizadaINSTITUTO AgRONôMICO DE CAMPINAS ESTÁ AVALIANDO A POSSIbILIDADE DO APROVEITAMENTO DE IMAgENS DIgITAIS NA SELEÇãO DE fRUTAS E DE HORTALIÇAS
Loureiro Lino, também pesquisador do IAC, Juliana é coordena-
dora do programa.
Uma das prioridades da pesquisa é que essas metodologias
em desenvolvimento sejam de baixo custo. “O intuito deste tra-
balho é a adaptação de softwares com códico-fonte aberto, para
habilitar o sistema de seleção e de classificação, através do reco-
nhecimento da forma, do tamanho, do volume, da cor e dos da-
nos mecânicos e/ou fisiológicos”, explica Juliana. Acrescenta que
algumas empresas no País já oferecem a tecnologia de imagens
para classificar e selecionar frutas e hortaliças, em alguns produ-
tos, como goiaba e tomate. No entanto, o valor das máquinas
classificadoras com esta tecnologia é muito alto. “Apenas alguns
76
grandes produtores e exportadores estão adquirindo”, observa.
Conforme a pesquisadora, para a aquisição de imagens, é ne-
cessário um sistema de visão de máquina, geralmente formado
por cinco componentes: iluminação, câmera, placa de captura de
imagem (digitalizador), dispositivos computacionais de hardware e
programas computacionais. Assim, esclarece, a visão de máquina
é reconhecida como o uso integrado de dispositivos de sensoria-
mento ótico, sem contato direto com o objeto de estudo, pois eles
realizam procedimentos para receber e interpretar uma imagem
de cena real, automaticamente. “Porém, a implementação tec-
nológica neste setor torna-se inviável devido ao alto custo de sof-
twares e equipamentos, além dos gastos operacionais”, afirma.
MAIS SEgURANÇAA produção de hortaliças exige alta qualidade para atender
às mudanças culturais ocorridas nos hábitos alimentares dos consumidores. A qualidade vegetal leva geralmente em
consideração tamanho, forma, massa, firmeza, cor e danos. “É a partir dessas características que os produtos
hortícolas são classificados e ordenados”, relata Juliana Sanches, pesquisadora do Instituto Agronômico (IAC). “Com isso, a etapa destinada à seleção e à classificação
da produção merece maior atenção”, avalia. Primeiro, por ser tradicionalmente um trabalho de natureza manual; e segundo, porque o mercado nacional está buscando a profissionalização no comércio das hortaliças. Portanto, a crescente demanda por frutos classificados pela
qualidade e a falta de consistência no processo baseado na decisão humana resultam na procura pela automatização na pós-colheita.
De acordo com Juliana, sistemas de classificação e de caracterização objetiva não destrutivas estão sendo desenvolvidos
através do uso de sensores e dispositivos eletrônicos para satisfazer essas exigências do mercado. “Uma das técnicas que tem sido estudada na área agrícola é a visão de máquina, cujo escopo é
promover a objetividade da classificação dos produtos”, aponta.
Sílv
io Á
vila
77
Automatic CHOICETHE CAMPINAS AgRONOMy INSTITUTE IS EVALUATINg THE POSSIbILITy Of USINg DIgITAL IMAgINg TO SELECT fRUIT AND VEgETAbLES
Manual selection and grading of
fruits and vegetables could be-
come a thing of the past within
a few short years. In addition,
some fruits and vegetables are
also classified according to size
by electronic sorters using weight as reference. The latest develo-
pment is that all these activities could potentially be carried out by
machines, with greater accuracy.
The Campinas Agronomy Institute (IAC) in São Paulo is develop-
ing a program entitled “Use of Digital Imaging to Select and Clas-
sify Fruits and Vegetables”. “We are currently developing selection
methodologies and the next step will be to test these on sorting
tables”, reports Juliana Sanches, a researcher with IAC, an institu-
tion that forms part of the Department of Agriculture and Supply for
the State of São Paulo. Juliana coordinates the program alongside
Antônio Carlos Loureiro Lino, another IAC researcher.
One of the study’s priorities is to ensure these methods are low
cost. “The aim of the study is to adapt open-source software to
allow the system to select and sort by recognizing shape, size, vol-
ume, color and mechanical and/or physiological damage”, explains
Juliana. She adds that some companies in the country already offer
image technology for selecting and sorting fruit and vegetables on
produce such as guavas and tomatoes. However, the cost of sort-
ing machines that offer this technology is very high. “Only some of
the major farmers and exporters are purchasing them”, she says.
IMPROVED SAfETyVegetable farming requires high quality standards in response
to cultural changes in the eating habits of consumers. Vegetable quality generally includes size, shape, mass, firmness, color and
damage. “Vegetable produce is selected and sorted based on these characteristics”, reports Juliana Sanches, a researcher at the
Campinas Agronomy Institute (IAC). “As a result, the phase dedicated to selection and sorting
produce deserves greater attention”, she says. First, because it is traditionally a manual task, and second because the domestic
market is seeking to professionalize the vegetable trade. As such, growing demand for fruit graded according to quality and
inconsistency in the process as a result of human decision-making have prompted interest in post-harvest automation.
According to Juliana, non-destructive and objective sorting and characterization systems are under development using electronic sensors and devices to meet these market demands. “One of the
techniques studied in the agricultural sector is machine vision, which promotes objectivity in sorting produce”, she points out.
According to the researcher, acquiring the images requires a ma-
chine vision system, generally consisting of five components: lighting,
camera, image capturing card (scanner), computer hardware devices
and computer programs. Thus, machine vision is recognized as the
integrated use of optical sensing devices, without direct contact with
the object under study, since procedures to receive and interpret im-
ages of real scenes are carried out automatically. “Implementing tech-
nology in this sector becomes unviable because of the high cost of
software and equipment, in addition to operating costs”, she says.
Sílv
io Á
vila
78
Seu portal para fazernegócios com o Brasil!
Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;
Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior;
Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior;
Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011;
Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria
www.brasilglobalnet.gov.br
pesada e megaeventos esportivos.
Ministério das Relações ExterioresSubsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
Cuidado, fRÁgILESTUDOS APONTAM QUE AS PERDAS NO SETOR HORTíCOLA bRASILEIRO PODEM CHEgAR A 40%, VOLUME SUfICIENTE PARA ALIMENTAR 29,3% DA POPULAÇãO
Uma preocupação constante para
o setor de hortaliças nacional tem
sido a grande quantidade de per-
das verificadas ao longo processo
que vai do ambiente de produção
até a residência do consumidor.
“Estudos indicam que, no Brasil, os níveis médios de perdas na
pós-colheita são da ordem de 35%, chegando a atingir até 40%”,
destaca Juliana Sanches, pesquisadora do Instituto Agronômico
de Campinas (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abas-
tecimento do Estado de São Paulo. Em outros países, como nos
Estados Unidos, as perdas são estimadas em até 10%.
“A significativa quantidade desperdiçada seria suficiente para
abastecer a 29,3% da população brasileira”, calcula a pesquisa-
dora. No campo, os prejuízos são menores e podem chegar a
10%. Porém, no manuseio e no transporte, o desperdício alcança
a até 50%. “Durante a fase de pós-colheita, não é possível me-
lhorar a qualidade das hortaliças que vêm do campo, mas sim
preservá-la pelo maior tempo possível, até o seu consumo final”,
esclarece Juliana.
Conforme a pesquisadora, produtores, distribuidores e co-
merciantes precisam adotar alguns cuidados mínimos a fim de
manter a integridade dos produtos. Um deles é manusear as hor-
taliças de maneira adequada e cuidadosa. Além disso, devem
manter limpos e higienizados máquinas, mesas classificadoras e
demais equipamentos utilizados na colheita e no galpão de bene-
ficiamento (packing house). O ideal é que o galpão fique próximo
da produção, seja coberto, tenha fácil acesso e disponha de água
e energia elétrica.
Depois de colhidas, as hortaliças devem ser selecionadas e
classificadas. Também precisam ser colocadas em embalagens
adequadas para evitar danos mecânicos. Necessitam ainda ser
armazenadas imediatamente, de preferência em refrigeração.
“Uma vez refrigerados, os alimentos devem permanecer sob a
cadeia do frio até a casa do consumidor”, destaca.
80
HORA DE MUDARAs perdas de alimentos em geral eram visualizadas como um
problema de país pobre, principalmente por falta de infraestrutura. No caso das hortaliças, eram agravadas por elas serem perecíveis. Mas agora a perda por desperdício também é preocupação em países ricos, como os Estados Unidos. “O tema ganhou mais importância com a problemática envolvendo o aumento da população, a maior demanda por alimentos, a menor disponibilidade de recursos naturais e as questões ambientais”, relata Milza Moreira Lana, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, em Gama (DF).
De acordo com Milza, nos países menos favorecidos as perdas ocorrem desde o plantio até a casa do consumidor. Já nos países abastados o desperdício é maior no ponto de comercialização e nas residências dos consumidores. Para ela, o setor nacional precisa mudar a maneira como trabalha com a cultura. Para exemplificar, cita que ainda se machuca muito as hortaliças e as frutas no manuseio. “O conhecimento de como fazer o correto existe, é simples e está sendo levado à cadeia produtiva como um todo”, destaca.
DE OLHO NAS MINI As tecnologias de pós-colheita que visam o
prolongamento da vida útil de hortaliças folhosas chamadas de baby-leaf são as mais solicitadas ao Instituto Agronômico
de Campinas (IAC). “Recentemente, também estão sendo demandadas inovações para as mini-hortaliças”, acrescenta a pesquisadora Juliana Sanches, desse organismo. Projetos sobre esses temas estão sendo desenvolvidos ou discutidos
pelos pesquisadores do instituto.
Sílv
io Á
vila
81
fRAgILE, handle with careSTUDIES INDICATE THAT LOSSES IN THE bRAzILIAN VEgETAbLE SECTOR CAN REACH 40%, ENOUgH TO fEED 29.3% Of THE POPULATION.
A constant concern for the domestic
vegetable sector has been the sub-
stantial losses recorded throughout
the process, from production to the
home of consumers. “Studies indi-
cate that, in Brazil, average losses in
the post-harvest period are around 35% and can reach up to 40%”,
says Juliana Sanches, a researcher at the Campinas Agronomy
Institute (IAC), associated with the Department of Agriculture and
Supply for the State of São Paulo. In countries such as the United
States, losses are estimated at up to 10%.
“The substantial amount lost is enough to supply 29.3% of the
Brazilian population”, calculates the researcher. Losses in the field
are lower and reach up to 10%. However, during handling and
transport wastage can climb to 50%. “In the post-harvest phase
the quality of vegetables that come from the field cannot be im-
proved but it can be preserved for as long as possible, until its final
consumption”, explains Juliana.
According to the researcher, farmers, distributors and retailers
need to adopt certain minimum measure to ensure the integrity of
products. One of these is to ensure proper and careful handling of
vegetables. In addition, the machinery, sorting tables and other equip-
ment used in harvesting and the packing house must be kept clean.
Ideally, packing houses should be in close proximity to production
settings, covered, easily accessible and have water and electricity.
Once harvested, vegetables need to be selected and graded.
They must also be adequately packaged to prevent mechanical
damage and immediately stored, preferably refrigerated. “Once re-
frigerated they must remain so until they reach consumer homes”,
she emphasizes.
82
MININS UNDER THE MICROSCOPE
Post-harvest technologies aimed at extending the shelf life of leafy vegetables known as baby-leaf
greens are the most sought-after at the Campinas Agronomy Institute (IAC). “Recently, innovations are also being requested in terms of mini vegetables”,
adds Juliana Sanches, a researcher at the institute. Projects along these lines are currently underway or in
discussion by the institute’s researchers.
TIME fOR A CHANgEFood losses have generally been viewed as a problem in poor countries,
primarily due to insufficient infrastructure. In the case of vegetables, these losses were compounded because of their perishable nature. Yet now, losses due to wastage are also a concern in wealthy countries like the United States. “The issue has become increasingly important given growing population numbers, greater demand for food stuffs, less availability of natural resources and environmental issues”, reports Milza Moreira Lana, a researcher at Embrapa Hortaliças in Gama (the Federal District).
According to Lana, in underprivileged countries losses occur from planting until the product reaches consumer homes. However, in wealthy countries wastage is more pronounced at retail outlets and in consumer homes. Lana feels that the domestic sector needs to change how it works in cultivation. As an example she points out that fruits and vegetables are still frequently damaged during handling. “Knowledge on the correct procedures exists, is straightforward and is being passed on to the production chain as a whole”, she emphasizes.
Sílv
io Á
vila
83
PAINEL Panel
Novidade NA RAIzAMANCO ESTÁ LANÇANDO NO bRASIL UMA fITA gOTEjADORA COM 95% DE APROVEITAMENTO DE ÁgUA, RESISTENTE AO SOL E CAPAz DE SUPORTAR TRAÇõES
Um novo produto para a irrigação
por gotejamento está sendo lança-
do no Brasil em maio de 2014 pela
Amanco, marca comercial da Me-
xichem, empresa líder mundial em
tubos e conexões. A Amanco Drip
Fita Gotejadora é indicada para uso em lavouras de fruticultura, le-
gumes, hortaliças em geral e silvicultura. O produto, similar a um
tubo, possui versões em seis espessuras e nove espaçamentos.
O equipamento mantém o solo úmido apenas na raiz da planta, o
que favorece o desenvolvimento e evita que a plantação contraia
doenças provenientes do excesso ou da falta de água.
A Amanco Drip Fita Gotejadora é produzida com resina termo-
plástica de alta resistência mecânica e aditivada para resistir à radia-
ção ultravioleta. O método de irrigação por gotejamento proporcio-
na maior controle do processo em linha e de ciclo rápido. Por ser
comercializado em bobinas, torna mais fácil a aplicação e o trans-
porte. O material maleável também permite que sejam feitas curvas
na lavoura. O produtor tem a possibilidade de optar pelo manejo
manual ou automático, ambos com excelente desempenho.
O grande diferencial da fita gotejadora, em relação a outros
equipamentos similares, está no aproveitamento da água, que
chega a 95% de eficiência. Em outras opções tem-se, no máximo,
80% da água chegando até a planta, e nem sempre somente na
raiz. O produto pode ainda ser usado para adubação de lavouras,
pois sua parede delgada reduz os riscos de entupimento.
O Brasil possui o maquinário e a tecnologia para fabricação da
fita gotejadora e irá exportar o produto para filiais do grupo Mexi-
chem, em países da América Latina.
84
SAIbA MAISA Amanco conta ainda com uma linha de aspersores de impacto,
disponível nas versões agro, hidro e garoa, indicados para irrigação convencional de hortaliças, pastagens e grãos, entre outras culturas.
Cada modelo tem opções de vários bocais, podendo se adaptar a diferentes plantações.
Entre os destaques do produto estão a distribuição uniforme de água e os espaçamentos recomendados, que contribuem com o desenvolvimento saudável da plantação.
Conheça também o Amanco Irrigafort, o primeiro tubo em PVC da marca, desenvolvido especialmente para altas pressões no segmento de irrigação. Além de resistente e leve, o que facilita o transporte e a instalação, o processo produtivo do tubo consome menos energia em relação às soluções de mercado para a mesma aplicação, tornando-se uma opção sustentável.
A new drip irrigation product is being
launched in Brazil in May 2014 by
Amanco, the trade name for Mex-
ichem, a global leader in tubes and
connections. Amanco Drip Tape is
recommended for use in plantations
of fruits and vegetables in general as well as forestry. The product,
similar to a tube, has several versions in six widths and nine spac-
ings. The equipment keeps the soil moist only at the root of the
plant, which favors the development and keeps the plantation from
acquiring diseases from the excess or lack of water.
Amanco Drip Tape is produced with thermoplastic resin with
high mechanical resistance with an additive to resist ultraviolet light.
The drip irrigation method provides more control for the inline and
quick cycle process. Since it is sold in coils, it is easy to apply and
transport. The malleable material allows for curves in the plantation.
The farmer can choose to use the manual or automatic handling,
both with great performance.
The major differential of the drip tape, in comparison to similar
equipment, is the water usage, which reaches 95% efficiency. In
other options in has, at most, 80% of the water reaching the plant,
and not always at the root. The product can also be used to fertilize
plantations, because its thin wall reduces the risk of blockage.
Brazil has the machinery and the technology to manufacture the
drip tape and will export the product to the subsidiaries of the Mex-
ichem in Latin American countries.
Novelty atTHE ROOT
AMANCO IS LAUNCHINg A DRIP TAPE IN bRAzIL wITH 95% wATER EffICIENCy RATE THAT IS RESISTANT TO THE SUN AND CAPAbLE Of SUPPORTINg TRACTION
LEARN MOREAmanco also has a line of impact sprinklers, available
in the agro, hydro, and drizzle versions, recommended for conventional irrigation of vegetables, pasture, and grains,
among other cultures.Each model has several options for nozzles, and can be
adapted for different plantations. Among the highlights of the product are the uniform
distribution of water and the recommended spacing, which contribute to the healthy development of the plantation.
Also, get to know Amanco Irrigafort, the brand’s first PVC tube, developed especially for high pressure in the irrigation segment. Not only is it strong and light, which
makes transportation and installation easier, but the production process of the tube consumes less energy in comparison to other market solutions for the same
application, making it more sustainable.
85
EVENTOS Events
Para todos os gOSTOSPROgRAMAÇãO INTENSA DE EVENTOS DÁ SUPORTE TéCNICO E MERCADOLógICO AOS SEgMENTOS DA HORTICULTURA bRASILEIRA, DA PRODUÇãO AO CONSUMIDOR fINAL
Se o consumo de legumes e de ver-
duras é cada vez mais sinônimo de
saúde equilibrada, é verdade que a
demanda também é crescente. E, por
isso, é ainda maior a necessidade de
as cadeias produtivas buscarem aper-
feiçoamento. Entre as grandes oportunidades de otimizar os siste-
mas de produção, colheita, pós-colheita, transporte, conservação
e comercialização de hortaliças, agregando conhecimento, experi-
ências e tecnologias, estão os eventos setoriais.
Em 2014, inúmeras são alternativas de congraçamento e de
aprendizagem. No final de maio, entre os dias 28 e 30, uma das
mais importantes feiras sobre tecnologias para horticultura acon-
tece em Holambra (SP): a Hortitec – Exposição Técnica de Horti-
cultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas. Ela deve atrair mi-
lhares de produtores e agentes de mercado envolvidos com esses
segmentos. Em julho, outro grande evento está programado para
acontecer em Palmas, Tocantins: o 53º Congresso Brasileiro de
Olericultura, que ocorre de 28 de julho a 1º de agosto.
Conforme a presidente da comissão executiva do 53º Con-
gresso, professora Valéria Momenté, “o evento tem como objetivos
principais divulgar os resultados das pesquisas ligadas à produção
de hortaliças e congregar os profissionais do ensino, da pesquisa,
da assistência técnica, da extensão rural e da agroindústria, que
têm a olericultura e as plantas medicinais como interesse comum”.
Com esse foco, serão realizadas palestras, mesas-redondas e
fóruns de discussão, e vão ser apresentados trabalhos científicos
de pesquisadores, produtores e acadêmicos de graduação e pós-
-graduação de todas as regiões do País.
Em outro momento, de 18 a 19 de setembro, em Florianópolis
(SC), acontecem o 9º Encontro Brasileiro de Hidroponia e o 1º Sim-
pósio Brasileiro de Hidroponia, voltados a uma das técnicas que
mais tem se difundido na horticultura. A demanda é alta no Sul do
Brasil, especialmente por se tratar de região afetada por problemas
climáticos, que investe bastante em ambientes protegidos.
De 26 a 28 de novembro, um dos maiores eventos da horticul-
tura brasileira está programado para Goiânia (GO). É o 7º Congres-
so Brasileiro do Tomate Industrial, que abordará a conjuntura de
toda a cadeia produtiva, elo por elo, seu fortalecimento, gargalos
e demandas em busca de maior competitividade. Entre as novida-
Robi
spie
rre
Giu
liani
86
If the consumption of vegetables becomes more
and more synonymous with balanced health, it
is also true that the demand is growing. There-
fore, it becomes even more necessary for the
production chains to seek improvement. Among
the major opportunities to optimize production,
harvest, post-harvest, transportation, preservation, and the sale
of vegetables, while adding knowledge, experience, and tech-
nology, are the sectorial events.
In 2014, there are countless options for interaction and learn-
ing. At the end of May, from the 28th to the 30th, one of the most
important tradeshows for horticultural technology will be held in
Holambra (SP): Hortitec – Technical Expo for Horticulture, Pro-
tected and Intensive Crops. It is expected to attract thousands of
farmers and market players involved in these segments. In July,
another major even is scheduled to happen in Palmas, Tocan-
tins: the 53rd Brazilian Horticulture Congress, which is held July
28th thru August 1st.
According to Professor Valéria Momenté, the president of the
executive committee for the 53rd Congress, “the event’s major
objectives are to share the results of research related to veg-
etable production, and also to gather the teaching, research,
technical assistance, rural extension, and agribusiness profes-
sionals, that share horticulture and medicinal plants as a com-
mon interest.” With this focus, there will be lectures, roundtables,
and discussion forums, and there will be presentations of scien-
tific papers from researchers, farmers, and undergraduate and
graduate academics from every region of the country.
Later, from September 18th-19th, in Florianópolis (SC), will be
the 9th Brazilian Hydroponics Meeting and the 1st Brazilian Hy-
droponics Symposium, geared to the sharing of one of the tech-
niques that has most spread among Brazilian horticulture. The
demand is high in the South of Brazil, especially since it is a region
affected by climate problems, and invests heavily in protected en-
vironments.
From November 26th-28th, one of the largest events in Bra-
zilian horticulture is scheduled to be held in Goiânia (GO). It is the
7th Brazilian Congress of Industrial Tomatoes, which will address
the entire production chain, link by link, its strengthening, bottle-
necks, and demands in search for greater competitiveness. The
event includes the 2nd Tomato Show, with market lectures, mo-
tivational speeches, music concerts, dinning, and other attrac-
tions. The schedule with the main Brazilian horticultural events in
2014 can be seen on the next page.
For every TASTEINTENSE PROgRAM Of EVENTS PROVIDES TECHNICAL AND MARkETINg SUPPORT TO THE SEgMENTS Of bRAzILIAN HORTICULTURE, fROM THE fARMER TO THE END USER
des está a realização do 2º Tomate Show, com palestras de mer-
cado, motivacionais, espetáculos musicais, gastronomia e outras
atrações. A programação com os principais eventos da horticultura
brasileira em 2014 pode ser conferida na página 88.
87
HORTITEC 2014Data: 28 a 30 de maio de 2014Local: Holambra (SP)Fone: (19) 3802 2234E-mail: [email protected]: www.flortec.com.br
fESTA DO TOMATEData: 18 a 22 de junho de 2014Local: Parque de Exposições Amaury Pullig – Avelar, em Paty do Alferes (RJ)Fone: (24) 2485-2384E-mail: [email protected] Site: www.patydoalferes.rj.gov.br
53º CONgRESSO bRASILEIRO DE OLERICULTURAData: 28 de julho a 1º de agosto de 2014Local: Palmas (TO)Fone: (77) 3425 9350E-mail: [email protected]: www.abhorticultura.com.br
IX ENCONTRO NACIONAL DE SUbSTRATO PARA PLANTASIII CONgRESSO bRASILEIRO DE RESíDUOS ORgÂNICOSData: 4 a 7 de agosto de 2014Local: Hotel Golden Tulip Porto Vitória, em Vitória (ES)Fone: (27) 3636 9814E-mail: [email protected]: www.cbro-substrato.com.br
CICLO DE PALESTRAS SObRE A CADEIA PRODUTIVA DE HORTALIÇASData: 6 de agosto de 2014Local: Anfiteatro Prof.Salim Simão, na Esalq/USP, na Av.Pádua Dias, 11, em Piracicaba (SP).Fone: (19) 3417 6600E-mail: [email protected] Site: www.fealq.org.br
wORkSHOP: TéCNICAS E TENDêNCIAS DA INDUSTRIALIzAÇãO DE fRUTAS E HORTALIÇAS NO MERCADO gOURMETData: 21 de agosto de 2014Local: Campinas (SP)Fone: (19) 3743 1758E-mail: [email protected] Site: www.ital.sp.gov.br/fruthotec/eventos/2014/workshop_210814/
9º ENCONTRO bRASILEIRO DE HIDROPONIA1º SIMPóSIO bRASILEIRO DE HIDROPONIAData: 18 a 19 de setembro de 2014Local: Oceania Park Hotel & Convention Center, Florianópolis (SC)Fone: (48) 4052 8089E-mail: [email protected] Site: www.encontrohidroponia.com.br
7º CONgRESSO bRASILEIRO DO TOMATE INDUSTRIALData: 26 a 28 de novembro de 2014Local: Centro de Convenções de Goiânia (GO).Fone: (62) 3241 3939E-mail: [email protected] Site: www.congressotomate.com.br
A AgENDA DO SETOR Sector’s agenda
Sílv
io Á
vila
88
Melhor controle de doenças Não causa fito Menor período de carência Efeito sinérgico: praticidade e eficiência
Amistar Top. A qualidade que seu produto precisa para se destacar.
© S
ynge
nta,
201
4.
AF-SY0003/14-Amistar-Top-20X27-MELANCIA.indd 1 2/24/14 11:13 AM