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QUEM SOU EU?

A QUESTÃO DA IDENTIDADE PESSOAL / IDENTIDADE

SOCIAL

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Parte 1

IDENTIDADE PESSOAL

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Em filosofia, a questão da identidade pessoal diz respeito às condições sob as quais uma pessoa em um momento é a mesma pessoa em outro momento.

Uma análise da identidade pessoal fornece um conjunto de condições necessárias e condições suficientes para a identidade da pessoa através do tempo. Por vezes se fala de tal questão como o problema diacrônico da identidade pessoal

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O problema da identidade pessoal também pode ser um problema sincrônico: o que constitui a personalidade a cada momento?Que tipo de coisa é uma pessoa?

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Há dois sentidos em que podemos afirmar duas pessoas serem a mesma. Quando uma pessoa se converte a uma religião ou rapa o cabelo, torna-se diferente de como era antes. Não permanece qualitativamente a mesma pessoa, digamos. Então, num sentido ela não é "a mesma pessoa".

“João mudou muito desde a última vez que o vi, é uma outra pessoa.”

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Noutro sentido (por mais que tenha mudado) ele é a mesma pessoa.

Quando dizemos que João não é mais a mesma pessoa, não estou dizendo que outra pessoa tomou o seu lugar.

Este segundo gênero de identidade é chamado "identidade numérica", uma vez que se trata do mesmo tipo de identidade denotada pelo sinal de igualdade em expressões matemáticas como "2 + 2 = 4": as expressões "2 + 2" e "4" representam o mesmo número.

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Você é numericamente a mesma pessoa que era quando era um bebê, apesar de ser qualitativamente muito diferente.

“O pai de Bernardo” = “O adolescente que é aluno do Pontello no início dos ano 80”

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Recordando fotografias da infância, você diz "este era eu". Mas porquê? O que faz que aquele bebê e você sejam a mesma pessoa, apesar de todas as mudanças que sofreu com o correr dos anos?

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1ª candidato: a matéria

O Barco de TeseuO Paradoxo de Teseu é uma hipótese argumentativa, em Filosofia, para a questão da continuidade da identidade de um objecto.Segundo Plutarco, de tão admirado e acarinhado, o barco do herói grego Teseu foi preservado pelos atenienses ao longo de gerações, substituindo as pranchas apodrecidas por novas, de tal forma que ao fim de algumas décadas já não restavam partes do navio original.Podemos então questionar se se tratava ainda do mesmo navio, ou se de outro diferente.

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2ª versão:

Teseu, herói mitológico grego, tinha um barco com o nome Ariadna constituído integralmente por pranchas de madeira. Gradualmente, ao longo de vários anos de permanência no mar, essas pranchas foram removidas e substituídas por outras pranchas. Um dia, sem que Teseu e a sua tripulação se tivessem apercebido, a última prancha original foi substituída de tal modo que todas elas são agora novas pranchas. O construtor de navios do estaleiro decidiu então aproveitar todas as peças substituídas construindo um novo navio, utilizando como plano o mesmo modelo usado na construção do barco Ariadna.

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Questão paradoxal: qual dos dois navios é ainda idêntico ao original? Teseu jurará a pés juntos que sempre navegou no mesmo navio e que o novo navio é apenas semelhante ao seu; por sua vez, o construtor habilidoso dirá que este novo navio é idêntico ao original tanto do ponto de vista material como formal. É apenas por referência a uma origem que tem sentido afirmar que o navio em que navega Teseu é ainda, apesar de tudo, o navio original.

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Ora, à semelhança do barco de Teseu, o corpo humano é constituído por moléculas que são substituídas e transformadas periodicamente através de reações metabólicas. Os átomos dos alimentos que ingerimos são processados e integrados na nossa estrutura, enquanto que outros que já possuíamos são expelidos e provavelmente não mais voltarão a fazer parte de nós. A nossa estrutura física sofre, então, alterações profundas a cada instante, tanto mais marcadas quanto maior o intervalo de tempo considerado. A velhice constata macroscopicamente o efeito destas variações de massa e composição física do organismo.

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Seremos, então, as mesmas pessoas que há dez anos atrás ou, até, que há dez milisegundos?

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Discussão filosofica

Versão Simples:

Seja A = O navio em que Teseu começou a sua viagem.

Seja B = O navio em que Teseu terminou sua viagem.

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A questão não é apenas se "A=B?"; suponha que Teseu havia deixado uma peça original do barco A no barco B. Uma peça de A é o suficiente para fazer A idêntico a B? Se não, seria idêntico a B supondo que ele havia deixado duas peças, etc. Onde devemos desenhar a linha da identidade do barco?

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Versão Complexa:Igual a versão simples, mas com uma adição - seguindo Teseu havia um outro barco, o Carniceiro, que pega as partes que Teseu atira ao mar, e as utiliza para se reconstruir. O Carniceiro ao chegar no porto é um navio que se compõe precisamente das partes que compunham o navio que Teseu começou a viagem. Ele aporta na doca seu navio ao lado do navio que Teseu aportou. A versão complexa da origem a dezenas de perguntas e análises sobre a identidade de ambos navios que buscam de uma resposta que forneça o conjunto de condições necessárias e condições suficientes para a identidade do navio de Teseu e do navio Carniceiro

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1ª candidato: a matéria – CRÍTICA.

A mesma matéria não é condição necessária da identidade pessoal. As pessoas sobrevivem constantemente a mudanças graduais na sua matéria. Ingerem e segregam, cortam o cabelo e perdem porções de pele, e por vezes fazem implantes de pele ou de outra matéria nos seus corpos. Na verdade, o processo normal de ingestão e excreção reciclam quase toda a sua matéria de anos a anos. No entanto, você continua a ser o mesmo. A identidade pessoal não está especialmente ligada à coincidência da matéria. Então com o que está ela ligada?

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2ª candidato: a almaAlguns filósofos e pensadores religiosos respondem: a alma.A alma de uma pessoa é a sua essência psicológica, uma entidade não-física onde ocorrem pensamentos e emoções.

A alma permanece imune a todas as formas de transformação física do corpo e pode mesmo sobreviver à destruição total do corpo. A sua alma é o que o faz ser você. O bebê nas fotos é você porque a mesma alma que agora habita o seu corpo habitava então o corpo daquele bebê.

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Os filósofos costumavam argumentar que as almas são necessárias para explicar os pensamentos e as emoções, uma vez que os pensamentos e as emoções não parecem fazer parte do corpo físico. Mas este argumento é destruído pela ciência contemporânea.

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Os seres humanos sabem desde há muito que uma parte do corpo - o cérebro - está peculiarmente ligada à vida mental. Mesmo antes da neurociência contemporânea, sabia-se que as lesões cefálicas causam danos psicológicos. Sabemos agora como certas partes do cérebro estão associadas a certos efeitos psicológicos.

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Embora estejamos longe de poder correlacionar inteiramente estados psicológicos com estados cerebrais, progredimos o suficiente ao ponto de a existência de uma tal correlação ser uma hipótese razoável.

É razoável inferir que a própria vida mental reside no cérebro. Não se trata de dizer que a ciência neurológica refuta a existência da alma: as almas poderiam existir ainda que os estados psicológicos e os estados mentais estivessem perfeitamente correlacionados.

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Se o cérebro físico explica por si a vida mental, não há necessidade de postular almas.

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Os defensores do cérebro possuem o princípio de uma explicação: o cérebro contém bilhões de neurônios, cujas interações incrivelmente complexas produzem o pensamento.

Ninguém sabe ao certo como isto funciona, mas os neurocientistas pelo menos avançaram um pouco.

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3º candidato: o self (eu) – consciência e memória

O self é a idéia de um ser unificado que é a fonte de uma consciência particular.(A palavra é de origem alemã.)

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Como traduzimos essa palavra para o português? Como “eu”, como “auto -”, como “subjetividade”, etc.

Quatro significados básicos para o conceito de “self”:

a)Uniformidade – algo que permanece igual ao longo do tempo (vetor diacrônico): O MESMO.

b) Individualidade ou essência de uma pessoa: “você mesmo”, “ele mesmo”, “eu mesmo”. Trata-se de uma consistência interna e diferença em relação aos outros.

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c) O terceiro aspecto indica introspecção, refletividade... Muitas vezes este aspecto é expresso pelo prefixo “auto-”. “Auto-conhecimento” , “autoconfiança” etc.

d) O quarto significado indica autonomia, autodeterminação...ser um agente.

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RESUMINDO...

•Esse self é o agente responsável pelos pensamentos e ações de um indivíduo.

•É uma substância que permanece através do tempo.

•As características particulares de um self determinam a identidade pessoal.

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•O self é a personalidade consciente e reflexiva de um indivíduo.

•A identidade psicológica de uma pessoa reside na auto-imagem (identidade pessoal)

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•Faça o seguinte exercício em casa: olhe-se no espelho e tente se concentrar apenas em si mesmo.

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Você provavelmente vai perceber que isso é muito difícil porque quando nos olhamos no espelho, nós nos observamos atentamente no início, mas então nossos pensamentos voam. Vamos para outro mundo, fazemos planos, imaginamos coisas que temos para fazer, coisas que nos aconteceram, etc...

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OS FILÓSOFOS FAZEM UMA DIFERENCIAÇÃO ENTRE O ATOR/ E O ESPECTADOR.

•Na nossa vida, alternamos os dois pontos de vista.

•Na maior parte do tempo, somos os atores da nossa vida.

•Quando paramos para refletir passamos para a perspectiva do espectador e tomamos consciência de quem somos, do que nos acontece, etc.

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Mas então surge uma situação paradoxal...

•Mesmo quando estou na posição do espectador...há um “eu observando” e um “eu observado”.

•O eu que observa parece que sempre escapa...

•“O olho não pode se olhar a si mesmo”!

•O auto-conhecimento nunca é perfeito. Eu estou sempre sujeito ao auto-engano. Auto-ilusão.

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EXPERIMENTOS MENTAIS

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PARTE 2

IDENTIDADE SOCIAL

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Você sai para a balada à noite...e é barrado na porta pelo “doorman”...eles pedem sua identidade para conferir a idade...

QUEM VOCÊ É?

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Identidade = “identitas” (latim) significa “o mesmo”

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Você entrou na loja de conveniências para comprar uma água sem gás...e fazer um lanche.

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Mas você vai pagar com cartão do banco emprestado de seu pai...o caixa desconfia que o cartão não é seu e pede seus documentos...

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No aeroporto... O fiscal de imigração lhe pede o passaporte!

No metrô em NY, o passageiro do banco da frente percebe que você está lendo a ZH. Então ele puxa papo...também é gaúcho.

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No entanto, a identidade social também surge em situações mais ‘complicadas’...por assim dizer.

• Você é colorado e entrou, por engano, no meio da Alma Castelhana...vestindo a camisa do Inter

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Conflitos de identidades (étnicas ou não) pelo mundo são causas de genocídios, guerras, migrações...

Palestinos e israelenses?

Muçulmanos e católicos?

Etnias africanas?

Bósnios, croatas e sérvios?

Bascos e espanhóis?

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Que música você curte?

Que time você torce?

A qual tribo ou cultura você pertence? Clubber, hip-hop, pagodeiros, surfer, metal, shopping, internautas,boleiros, etc.

Qual a sua classe social?

Qual sua etnia?

Qual seu gênero?

Qual sua identidade sexual?

Qual é a sua...?

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O que é a identidade social?

• É uma característica dos seres humanos enquanto seres sociais.

• Ela se baseia nos conceitos de semelhança e diferença.

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IDENTIDADE SOCIAL RELACIONAL

•Não há algo como a identidade social absoluta verdadeira.

•Não há características inerentes ao sujeito, nem ao seu passado, nem a sua história.

•A identidade é relacional.

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• Identidade é A =B (relacional) – a identidade precisa do outro, não há identidade sem diferença.

•A identidade depende da diferença. Portanto, do que não é.

•A diferença é representada por símbolos. (Plano simbólico)

• A diferença é marcada pela exclusão social (plano social e material).

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• Émile Durkheim: as formas de diferença –simbólica e social – são estabelecidas por meio de sistemas classificatórios.

•O sistema classificatório aplica um princípio de diferença a uma população de uma forma tal que seja capaz de dividi-la em ao menos dois grupos opostos.

•Os sistemas classificatórios dão significado e ordem à vida social, sendo afirmados nas falas e nos rituais (antropologia estrutural).

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Claude Lévi-Strauss e Saussure, ao analisarem como as identidades são construídas a partir de oposições binárias.

Cultura/ natureza

Cru/ cozido

Homem / mulher

Paixão/ razão

Corpo / mente

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•As oposições binárias estão ligadas à lógica da linguagem e de todo o pensamento. (Estruturalistas)

•Derrida vai questionar as oposições binárias...

Ele argumenta que os termos em oposição estão em desequilíbrio. Um dos elementos da dicotomia é sempre mais valorizado ou mais forte do que o outro.

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Um termo é a norma e o outro é “o outro” – visto como desviante.

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Onde está ela?

Cultura/ Natureza; atividade/ passividade; Sol/ Lua; dia/ noite; cabeça / coração; inteligível/ sensível, homem/ mulher. (Cixous)

De que forma essas oposições binárias estão relacionadas com o gênero e com a posição das mulheres no dualismo em questão?

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•Os caracteres identitários são estabelecidos por elementos contrastantes e colocados em oposição.

• Um grupo se considera portador de um determinado atributo positivo / por contraste o outro grupo, seja considerado como portador de um atributo oposto e negativo.

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•Exemplo: os enfermeiros psiquiátricos poderão ver nos doentes mentais (drogas) indivíduos portadores de uma negatividade ( “defeito moral” / estigma ) intrínseca da qual eles não compartilham. Assim eles reforçam a representação de si mesmos como pessoas sãs e “moralmente adequadas”.

•Na negatividade temos presente uma avaliação moral.

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1)Categorização: Colocamos os outros (e a nós mesmos) em categorias. Rotulando os outros de Muçulmano, Turco, boleiro, etc.

2) Identificação: Nós nos associamos com certos grupos, que reforçam nossa auto-estima.

3) Comparação:Comparamos nossos grupos com os outros – as nossas características são + e a dos outros -

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Texto/Pesquisa sobre o que constitui a identidade de um tribo de jovens ou outro tipo de identidade social. (Duplas)

1) Histórico

2) Como se define essa identidade

3) Qual a importância dos grupos na formação da identidade dos jovens?

Parte Individual

1) Qual a importância dos grupos para sua identidade? Na sua opinião, o que define sua identidade?