IDENTIFICAÇÃO
Colégio: Colégio Estadual Castro Alves - Ensino Fundamental e Médio
Código: 00058
Endereço: Avenida das Araucárias - Salto Osório Telefone:
(46) 3559-1141
Município: Quedas do Iguaçu - PR
Código: 2110
Dependência Administrativa: Estadual Código: */*
NRE: Laranjeiras do Sul - PR
Código: 31
Entidade Mantenedora: SEED
Ato de Autorização do Colégio: Resolução nº 2215/98 de 16/07/98
Ato de Reconhecimento do Colégio: Resolução nº 6489/93 de
20/12/93
Ato de Renovação do Reconhecimento do Colégio: Resolução nº
6489/93 de 20/12/93
Ato Administrativo de Aprovação do Regimento Escolar: nº 0116
de 21/12/00
Distância do Colégio ao NRE: 87 Km
Localização do Colégio: Rural do Campo
E-mail do Colégio: [email protected]
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ASPECTOS HISTÓRICOS
Através da Lei nº 001/91 da Prefeitura Municipal de Quedas
do Iguaçu, foi criada a Escola Municipal Salto Osório - Ensino de Pré
Escolar e 1º Grau.
Através da Lei nº 003/92, com a criação do curso de
Educação Geral, esta escola passou a denominar-se Colégio Municipal
Salto Osório - Ensino de Pré Escolar e de 1º e 2º Graus.
Em 1998 o Colégio Municipal Salto Osório foi
estadualizado, passando a denominar-se Colégio Estadual Castro Alves
- Ensino de 1º e 2º Graus, situado na Avenida das Araucárias, s/nº.
Atualmente, denomina-se Colégio Estadual Castro Alves –
Ensino Fundamental e Médio.
ESPAÇO FÍSICO
Caracteriza-se por possuir oito salas de aula, biblioteca,
sala de vídeo, Laboratório de Física/Química/Biologia, Laboratório de
Informática, almoxarifado, depósito, secretaria, sala de professores,
sala de digitação, sala de coordenação/supervisão e sala destinada à
direção. Possui para os alunos banheiro masculino e feminino, ambos
com dez divisões, sendo que cada banheiro tem uma adaptação para
deficientes físicos. Possui um pátio bastante grande, dotado de mesas
com bancos e árvores para sombra, há rampas de acesso para
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deficientes, porém, a parte coberta é insuficiente para abrigar os
alunos nos dias de chuva. A quadra para prática desportiva não é
coberta. A área reservada ao Colégio é amplamente cercada de
árvores.
ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
O Colégio oferta as quatro séries finais do Ensino
Fundamental e as três séries do Ensino Médio (uma turma de cada
série), perfazendo um total de 7 (sete) turmas.
O quadro discente e docente é composto por 218 (duzentos
e dezoito) alunos, 14 (catorze) professores e 1 (um) pedagogo. Temos 4
(quatro) funcionários no quadro de serviços gerais e 3 (três) auxiliares
administrativos.
A Escola funciona no período matutino.
A organização curricular utilizada é em forma de disciplinas
sendo a parte diversificada da matriz curricular composta por Língua
Estrangeira Moderna-Inglês.
Os estudos sobre o Estado do Paraná estão inseridos em
projetos e na disciplina de História e/ou Geografia, buscando resgatar a
cultura paranaense e seus valores, incentivando a participação dos
alunos em projetos como o FERA, cujo enfoque é a Arte no Paraná.
O ensino de Filosofia e/ou Sociologia, bem como a Agenda
21 Escolar, Inclusão e Cultura Afro Brasileira e Africana, são
trabalhados interdisciplinarmente e em forma de projetos.
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CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
Alunos/pais
Trabalhamos com crianças oriundas de classes diferentes
entre si, tais como: filhos de pequenos e médios agricultores, que
representam a maioria da clientela escolar; filhos de comerciantes; de
professores; de fazendeiros e de funcionários da Empresa TRACTEBEL
Energia S/A (proprietária do espaço físico e do prédio em que se situa o
colégio).
O que sabemos a respeito de alguns de seus aspectos, é que
devido às transformações mundiais e a globalização, os mesmos não
diferem muito quanto ao seu gosto por música, por exemplo. Quanto
aos demais aspectos (alimentação, lazer, doenças), apresentam
situações diferenciadas, de acordo a sua proveniência (família,
moradia, educação familiar, entre outros). Temos alunos com bastante
dificuldade na aprendizagem por falta de pré-requisitos básicos, os
mesmos são oriundos de um assentamento do MST e passam por
muitas dificuldades financeiras e culturais.
Esses alunos necessitam de sala de apoio, porém, o fato do
Colégio funcionar somente no período matutino e ter apenas uma 5ª
série inviabiliza a oferta deste recurso pelo programa do Estado.
A diversidade da clientela escolar é visível pelos dados
coletados quanto ao grau de escolaridade dos pais, assim distribuídos:
- 22% séries iniciais do ensino fundamental completas;
- 5% séries iniciais do ensino fundamental incompletas;
- 10% séries finais do ensino fundamental completas;
- 4% séries finais do ensino fundamental incompletas;
- 28% ensino médio completo;
- 2% ensino médio incompleto;
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- 25% ensino superior completo;
- 4% ensino superior incompleto.
PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
Profissionais capacitados com formação específica, que
pretendem ser respeitados em suas individualidades, eternos
sonhadores e com expectativas variadas.
Entendem que necessitam de constante aperfeiçoamento,
pois a formação continuada é de suma importância para que ocorra
uma gestão democrática, todos os segmentos da escola são conscientes
do seu papel e da sua importância no contexto escolar. Além do que, o
crescimento pessoal e profissional é um incentivo à todos.
Essa formação se realiza através da realização de grupos
de estudo que são os meios mais eficazes de discussão e análise das
práticas educativas, reuniões pedagógicas, participação em simpósios,
eventos, palestras e cursos de cunho educacional.
Devido a demanda e localização da escola a hora atividade
é feita por professor, individualmente.
Apesar de atuar em uma pequena cidade do interior, estes
procuram sempre estar atualizados, lendo jornais, revistas, acessando
internet, estudando, etc. Podemos acentuar que nosso quadro de
professores e funcionários é de alto nível.
EQUIPE DE DIREÇÃO: PEDAGOGOS E DIRETORES
A direção é exercida, atualmente, por uma professora
formada em Matemática, com especialização em Supervisão
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Educacional, Orientação Educacional e Matemática, auxiliada por uma
professora Pedagoga, especializada em Psicopedagogia.
OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Objetivo Geral:
Uma educação de qualidade busca a formação integral do
educando e, para que essa educação ocorra de forma plena, há
necessidade de uma proposta pedagógica que valorize os diferentes
segmentos da escola, sendo inovadora, democrática, participativa e
condizente com a realidade.
Objetivos Específicos:
- Propiciar condições para que ocorra um ensino de qualidade;
- Criar uma atmosfera agradável de estudo e trabalho, onde prevaleça
a liberdade de expressão e a reflexão coletiva;
- Propiciar a transmissão do conhecimento sistematizado que é dever
curricular através da construção, da apropriação e da socialização de
diferentes saberes, integrando todos os alunos e possibilitando o
acesso e a permanência de todos na escola;
- Desenvolver no educando a capacidade de análise lógica e crítica,
buscando o conhecimento em diferentes situações de vivências nas
diversas áreas do conhecimento;
- Valorizar e incentivar a formação continuada de todos os segmentos
da comunidade escolar em prol de uma educação libertadora;
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- Promover encontros pedagógicos para reflexões sobre a prática
pedagógica, com registro das experiências positivas e negativas,
buscando juntos as melhores soluções;
- Propiciar a mudança da ação pedagógica para que ocorra uma
aprendizagem plena usando o instrumento avaliativo como meio para
rever a prática, com caráter diagnóstico, contínuo e processual;
- Promover um conselho de classe participativo entre alunos e
professores;
- Acompanhar o aproveitamento escolar do aluno, auxiliando e
intervindo quando necessário;
- Empenhar-se na busca das melhores condições para que a
recuperação de estudos se dê de forma processual e paralela;
- Resignificar a hora atividade como espaço para estudo, reflexão e
interlocução;
- Criar o Grêmio estudantil no Colégio.
Estaremos orientando o trabalho das ações pedagógicas
tendo como princípio norteador as diretrizes curriculares estaduais
dentro da pedagogia histórico-crítica.
MARCO SITUCIONAL
REALIDADE BRASILEIRA
O mundo requer a construção urgente de uma nova
sociedade global, pois 30 mil crianças morrem no mundo a cada dia,
por falta de condições básicas da saúde; 674 milhões de crianças (37%
da população infantil do planeta) vivem em pobreza absoluta; 376
milhões precisam caminhar 15 minutos para ter acesso à água ou
bebem água imprópria para consumo.
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Essa realidade é uma conseqüência da assimetria social. O
Brasil é um país potencialmente rico, tendo alcançado o 15º PIB do
mundo. Entretanto, tem uma das piores distribuições de renda do
mundo, tendo 34% da população abaixo da linha pobreza. Dentro desse
cenário, o binômio emprego e trabalho têm peso significativo na
qualidade de vida do homem. No Brasil, menos de 50% da população
economicamente ativa tem emprego com carteira assinada. A
sociedade global vive uma profunda crise ética, pois convive
silenciosamente com a morte de inocentes, com a crescente
concentração de renda, com o desemprego e com o desprezo pelo meio
ambiente.
No entanto, devemos sempre acreditar na imensa
capacidade da espécie humana de reverter suas próprias mazelas. Uma
das mais sublimes, profícuas e duradouras formas de modificar essa
realidade é, sem dúvida, a educação. Uma educação capaz de
contribuir para a formação de uma nova ética planetária, em que o ser
humano e tudo o que é vivo se sobreponha à exploração irracional do
capital.
SITUAÇÃO EDUCACIONAL DO ESTADO
A educação se faz extremamente necessária para as
pessoas. Tanto é direito de todo o cidadão obter ensino gratuito pelo
menos até a 8ª série, considerado fundamental para todos.
Através dos anos, foi gradativamente aumentando a
escolarização. Quanto à população com idade entre 15 e 19 anos, que
se encontram matriculados em nível de ensino secundário. No Paraná
houve um grande crescimento mostrando-nos que os jovens até 19 anos
estão cada vez mais matriculando-se e freqüentando o Ensino Médio.
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A escolarização também expandiu-se ao nível superior o
qual merece destaque por sua expressiva participação nas atividades
do Paraná.
Neste período contamos com grande apoio e, criação de
programas educacionais que ajudam o cidadão a tornar-se mais
consciente. Ex: O Programa "Paraná Alfabetizado" onde a maioria da
população analfabeta está tendo a chance de estudar. Este ano,
também tivemos o primeiro concurso para educadores de classe
especial, nas escolas estaduais do Paraná.
Tudo isso só vem aumentar a qualidade na educação, pois
sabemos que a escola transforma o homem, ela faz crescer e
desenvolver, como também possibilita o desenvolvimento de nosso
Estado e País.
ASPECTOS HISTÓRICOS DE QUEDAS DO IGUAÇU
Com a emancipação política em 1967, o Município de
Quedas do Iguaçu passou a ter autonomia para definir os novos rumos
políticos, econômicos e sociais.
Nas últimas décadas, o Município, teve um bom
desenvolvimento e crescimento econômico. Atividades que antes não
eram realizadas, estão surgindo e diversificando a economia.
Em contrapartida, surgiram mais problemas como resultado
das transformações sociais, econômicas, das ocupações geográficas, ou
seja, do processo de desenvolvimento marcado pela desigualdade,
próprio e característico do Sistema Capitalista vigente.
As atividades econômicas realizadas no município, além do
comércio, são a pecuária, a agricultura, a indústria madeireira e na
última década, as confecções têxteis.
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Com relação à agropecuária, o cultivo da soja e do milho
corresponde à produção predominante.
Além destes, a produção de leite que chega a
aproximadamente 9 (nove) milhões de litros por ano, segundo o DERAL
(Departamento de Economia Rural). Também se produz gado de corte,
aves, suínos e, em menor escala, feijão e trigo.
A indústria madeireira, que no início da colonização era a
atividade predominante, devido às próprias condições existentes, ou
seja, a grande quantidade de mata nativa para ser explorada, hoje está
em declínio.
Atualmente o número de serrarias diminuiu em relação ao
início do processo da ocupação sendo que ainda existem, laminadoras,
fábricas de compensados, fábricas de móveis e outros produtos que
usam a madeira como matéria prima, incluindo a ARAUPEL, que
fabrica e exporta molduras para outros países, no total são
aproximadamente 15 (quinze) empresas no ramo.
O município conta com cinco fábricas de confecções têxteis,
que, incluindo as pequenas empresas, empregam diretamente 600
(seiscentas) pessoas.
Apesar de todo o crescimento econômico existem
desempregados, que acabam saindo de Quedas do Iguaçu para realizar
trabalhos temporários no Mato Grosso, Santa Catarina, São Paulo ou
em grandes centros do Paraná, deixando seus familiares.
Muitos, adolescentes, abandonam a escola, gerando assim,
mais transtornos para o seu futuro.
O município conta com 15 (quinze) escolas municipais de
1ª a 4ª séries e 06 (seis) creches para atendimento das crianças.
Na área social existe a Casa de Abrigo e o Peti (Programa
de Erradicação do Trabalho Infantil), além de outros programas e
instituições de assistência às pessoas mais carentes. Existem 05 (cinco)
colégios estaduais que ofertam o ensino médio e destes, o Colégio
Estadual Padre Sigismundo oferta cursos profissionalizantes. Na área
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social urbana, existe 01 (uma) escola que oferta apenas o ensino
fundamental, na área rural tem 03 (três) escolas que ofertam apenas o
Ensino Fundamental e 01 (uma) situa-se na Vila Residencial
Pindorama.
Além das escolas públicas estaduais há um Colégio
particular conveniado com o Expoente, 01 (uma) Escola de Jardim e
Pré-Escolar, conveniada com o Dom Bosco e também a Faculdade de
Administração de Quedas do Iguaçu, sob a administração da fundação
Assis Gurgacz de Cascavel.
A maior parte da população é descendente de poloneses,
vindos da Polônia ou reimigrantes do Rio Grande do Sul que vieram
para cá a partir da década de 30.
O município de Quedas do Iguaçu, possui questões
importantes a resolver, principalmente no que se refere à ocupação de
terras.
No momento, existem acampamentos e assentamentos do
MST (Movimento Sem Terra), nas terras da Empresa Araupel.
O conflito pela posse das terras em nossa região vem
acontecendo há muito tempo.
Quedas do Iguaçu tem muitos caminhos a traçar, problemas
para solucionar, mas nem por isso deixa de ser um lugar agradável de
se viver, trabalhar e criar raízes. É uma cidade que tem um povo
acolhedor, hospitaleiro, trabalhador e participativo, pois, ao longo de
sua história não faltaram pessoas para encarar as dificuldades
construir, reconstruir, semear e colher os frutos.
ANÁLISE DAS CONTRADIÇÕES PRESENTES NA PRÁTICA
EDUCATIVA.
Durante muito tempo, a educação se constituiu de um
cenário a serviço de uma pedagogia dominante, que via o aluno como
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um ser passivo, que devia ser preenchido por um conjunto de
conhecimentos que depois eram testados através de provas e exames.
Atualmente, ensinar consiste em questões de como ensinar
e quais elementos que compõem essa prática, pois o atual
desenvolvimento da escola é de caráter cego, pois educar num todo
crítico, intelectual e histórico não é função exclusiva da escola,
cabendo, também à sociedade o papel de contribuir na formação de
cada um.
É preciso repensar a formação de professores reflexivos,
que saibam fazer um profundo exame da situação atual, indicando
novos caminhos que levem a escola a corresponder às novas
expectativas. Para isso, é fundamental que o professor receba
incentivos para pesquisar e para se formar de maneira contínua.
Outro conflito é que o processo ensino/aprendizagem deve
ter como princípio norteador o conhecimento sobre o educando em
seus múltiplos aspectos e, assim indagar o que a escola tem para
oferecer ao mesmo.
Para avançarmos da escola que temos para a escola que
queremos, é fundamental conhecer características que são inaceitáveis
dentro da prática pedagógica atual, bem como quais as práticas que
queremos para nossa escola e depois traçar metas de como chegar à
escola sonhada. Para tanto é necessário um professor que enriqueça
suas aulas, de modo a torná-las mais atrativas e que possibilitem ao
aluno a associação da teoria/prática, com enfoques diferenciados.
Dessa forma, a escola se constitui num espaço para aprender a
conviver, a ser, a fazer, a conhecer e propiciar a troca, a imaginação, a
interação, a investigação e a partilha.
Com o excesso de informação que o avanço tecnológico
traz, a escola atual se torna ineficaz. Para obter resultados, é preciso
reinventar a escola, tendo como foco o desenvolvimento humano como
um todo, fazendo com que o aluno pense de forma crítica o mundo que
o cerca. Essa escola deve priorizar a educação que:
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• Considera a cultura popular e o multiculturalismo;
• Questiona a forma como professores e alunos adquirem
conhecimentos;
• Discute sobre as diferenças vividas;
• Possibilita novos investimentos em experiências coletivas;
• Escuta a multiplicidade de vozes;
• Ancora-se em uma sólida ética que denuncia as discriminações;
• Utiliza práticas sociais que valorizam a vida;
• Propõe uma pedagogia que faz com que educadores e educandos
reconheçam suas possibilidades e lutem para superar as suas
dificuldades.
MARCO CONCEITUAL
CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
De acordo com a doutrina de Augusto Comte e H. Spencer,
a sociedade não seria o mero agrupamento de pessoas, um agregado
de indivíduos, ou seja, não é sociedade um nome coletivo para muitos
indivíduos. É, na verdade, uma entidade autônoma, que emerge da
experiência de vida coletiva, possuindo características próprias e que
transcendem aos indivíduos que a ela pertencem.
“A sociedade configura todas as experiências individuais do
homem, transmite-lhe resumidamente todos os conhecimentos
adquiridos no passado do grupo e recolhe as atribuições que o poder
de cada indivíduo engendra e que oferece à sua comunidade". (Pinto,
1994)
Ela é a mediadora do saber e da educação presente no
trabalho concreto dos homens, que criam novas possibilidades de
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cultura e de agir social, a partir das contradições geridas pelo processo
de transformação da base econômica.
Para Atílio Boron (1986), o neoliberalismo nos deixa uma
sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas
desigualdades de todo tipo.
Segundo Inês B. de Oliveira, a democracia pressupõe uma
possibilidade de participação do conjunto dos membros da sociedade
em todos os processos decisórios que dizem respeito à sua vida (em
casa, na escola, no bairro, na cidade, etc.).
CONCEPÇÃO DE HOMEM
O homem é considerado um ser social, pois ele atua e
interfere na sociedade e na natureza, transformando-a segundo suas
necessidades e para além delas. (Saviani, 1992).
O homem necessita produzir continuamente sua própria
existência. Para tanto, em lugar de se adaptar à natureza, ele tem que
adaptar a natureza a si, isto é, transformá-la pelo trabalho, garantindo-
lhe, assim, sua participação ativa e criativa nas diversas esferas de
sociedade.
“ (...) devemos sempre nos lembrar de que cada homem,
num certo sentido, representa toda a humanidade e sua história. O que
foi possível na história da raça humana em grande escala, também é
possível em pequena escala em cada indivíduo. Aquilo de que a
humanidade precisou pode um dia também ser necessário ao indivíduo
(...).” (Jung, 1974)
CONCEPÇÃO DE CIDADANIA
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"Cidadania é um processo histórico-social que capacita a
massa humana a forjar condições de consciência, de organização e de
elaboração de um projeto e de práticas no sentido de deixar de ser
massa e de passar a ser povo". (Boff, 2000, p. 51)
De acordo com Martins (2000), “A construção da cidadania
envolve um processo ideológico de formação de consciência pessoal e
social e de reconhecimento desse processo em termos de direitos e
deveres. A realização se faz através de lutas contra as discriminações,
da abolição de barreiras segregativas entre indivíduos e contra as
opressões e os tratamentos desiguais.”(Martins, 2000, p.53) Ser um
cidadão consciente, organizado e participativo na construção político-
social e cultural de um país é ter claro para si mesmo que é sujeito
histórico com direito e deveres, diante de sua história e da construção
de uma sociedade mais justa.
A tentativa de superação da realidade injusta, vivida pela
grande maioria da população, requer da educação o rompimento com
as ideologias dominantes, socializando o saber às camadas populares.
Este pode ser o primeiro passo para que a cidadania e a
democracia passem a fazer parte do cotidiano do país.
O cidadão ativo é portador de direitos e deveres, mas
principalmente criador de direitos e participativo. A sociedade requer a
formação desse novo cidadão, consciente, sensível e responsável, que
pense global e aja localmente, sendo capaz de intervir e modificar a
realidade social excludente a que se encontra a partir de sua
comunidade, tornando-se, assim, sujeito da própria história.
Segundo Martins (2000) “A cidadania requer consciência
clara sobre o papel da educação e as novas exigências colocadas para a
escola que como instituição para o ensino – a educação formal - pode
ser um lócus excelente para a construção da cidadania”. (Martins,
2000, p.54)
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CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO
A educação é uma atividade específica dos homens
situando-os dentro da história – ela nunca muda o mundo, mas o mundo
pode ser mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações de
trabalho. “Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos,
significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo uma exigência do e para o
processo de trabalho”. (Saviani, 1992, p. 19).
A educação cria o homem para a sociedade e
automaticamente, esta é modificada, em benefício do próprio homem.
O homem se apropria do conhecimento científico, político e
cultural acumulado pela humanidade ao longo da história para
garantir-lhe a satisfação de suas necessidades, fazendo uma avaliação
crítica deste conhecimento acumulado a fim de reorganizá-los
acrescentando novos conhecimentos através de sua atividade cognitiva.
A educação tem por finalidade estar sempre aperfeiçoando
o homem para que este possa intervir na realidade transformando-a
conforme suas necessidades.
CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA
A ciência nasce da necessidade de explicar os fatos
observados de forma sistematizada utilizando métodos.
Para Andery (1980) “A ciência é uma das formas do
conhecimento produzido pelo homem no decorrer de sua história.
Portanto, a ciência também é determinada pelas necessidades
materiais do homem em cada momento histórico, ao mesmo tempo que
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nela interfere”. Dependendo de como se concebe, o homem e o
conhecimento, será a concepção da ciência.
No decorrer da história, a ciência está sempre presente
para reproduzir ou transformar.
Na sociedade capitalista, o conhecimento científico é
produzido de forma desigual, estando a serviço de interesses políticos,
econômicos e sociais do processo histórico; não atingindo a totalidade
da população.
A escola tem a função social de garantir o acesso a todos os
saberes científicos produzidos pela humanidade. Nereide Siavani
afirma que “A ciência merece lugar destacado no ensino como meio de
cognição e enquanto objeto de conhecimento”. Ou seja, ao mesmo
tempo que se eleva o nível de pensamento dos estudantes, permite-lhes
o conhecimento da realidade, o que é indispensável para que não
apenas conheçam e saibam interpretar o mundo em que vivem, mas
com isto saibam nele atuar e transformá-lo.
CONCEPÇÃO DE TRABALHO
O trabalho é uma atividade que está “... na base de todas as
relações humanas, condicionando e determinando a vida. É (...) uma
atividade humana intencional que envolve forma de organização,
objetivando a produção dos bens necessários à vida” (Andery, 1980, p.
13).
Nesta perspectiva para entender o trabalho como ação
intencional, o homem em suas relações sociais, dentro da sociedade
capitalista produz bens. Porém, é preciso compreender que o trabalho
não acontece de forma tranqüila, estando sobrecarregado pelas
relações de poder.
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Em “Os Códigos da Modernidade”, Toro (1997) aponta as
capacidades e as competências mínimas para a participação produtiva
no século XXI:
• Domínio da leitura e da escrita;
• Capacidade de fazer cálculos e resolver problemas;
• Capacidade de analisar, de sintetizar e interpretar dados, fatos e
situações;
• Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social;
São, ainda, capacidades e competências para a participação
produtiva no século XXI, como pressuposto ao início da cidadania:
• Converter problemas em oportunidades;
• Organizar-se para defender os interesses da coletividade e
solucionar problemas por meio do diálogo e da negociação,
respeitando as regras, as leis e as normas estabelecidas;
• Criar unidade de propósitos a partir da diversidade e da diferença,
sem jamais confundir unidade com uniformidade;
• Atuar para fazer da nação um Estado Social de Direito, isto é,
trabalhar para tornar possível o respeito aos direitos humanos;
• Ser crítico com a informação que lhe chega;
• Ter capacidade para localizar, acessar e usar melhor a informação
acumulada;
• Ter capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo.
Nesse sentido, o trabalho educativo o fazer e o pensar
entrelaçam-se dialeticamente, pois é, nessa dimensão, que está posta a
formação do homem.
Ao considerarmos o trabalho uma práxis humana, é
importante o entendimento de que o processo educativo é um trabalho
não material, uma atividade intencional que envolve formas de
organização necessárias à formação do ser humano.
O conhecimento como construção histórica é matéria-prima
(objeto de estudo) do professor e do aluno, que, indagando sobre o
mesmo irá produzir novos conhecimentos, dando-lhes condições de
18
entender o viver, propondo modificações para a sociedade em que vive,
permitindo-lhes “ao cidadão-produtor chegar ao domínio intelectual do
técnico e das formas de organização social sendo, portanto, capaz de
criar soluções originais para problemas novos que exigem criatividade,
a partir do domínio do conhecimento”. (Kuenzer, 1985, p. 33 e 35)
CONCEPÇÃO DE CULTURA
A cultura é o resultado de toda produção humana. Segundo
Saviani, “... para sobreviver o homem necessita extrair da natureza,
ativa e intencionalmente, os meios de subsistência. Ao fazer isso ele
inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo
humano (o mundo da cultura).” (1992, p. 19).
Para podermos considerar, “De um ponto de vista
antropológico, cultura é tudo o que elabora, e elaborou o ser humano,
desde a mais sublime música ou obra literária até as formas de
destruir-se a si mesmo e as técnicas de tortura, a arte, a ciência, a
linguagem, os costumes, os hábitos de vida, os sistemas morais, as
instituições sociais, as crenças, as religiões, as formas de trabalhar”.
(Sacristan, 2001, p. 105). "Todo conhecimento, na medida em que se
constitui num sistema de significação, é cultural, além disso, como
sistema de significação, todo conhecimento está estreitamente
vinculado com relações de poder”. (Tadeu, 1999).
Toda organização curricular, por sua natureza e
especificidade precisa completar várias dimensões da ação humana,
entre elas a concepção de cultura. Na escola, em sua prática há a
necessidade da consciência de tais diversidades culturais,
especialmente da sua função de trabalhar as culturas populares de
forma a levá-los à produção de uma cultura erudita, como afirma
Saviani “A mediação da escola, instituição especializada para operar a
passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura
19
popular à cultura erudita; assume um papel político fundamental".
(Saviani, apud, Frigotto, 1994, p. 189)
Respeitando a diversidade cultural e valorizando a cultura
popular e erudita, cabe à escola aproveitar essa diversidade existente,
para fazer dela um espaço motivador aberto e democrático.
CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
O conhecimento pressupõe as concepções de homem, de
mundo e das condições sociais que geram-se configurando as
dinâmicas históricas que representam as necessidades do homem a
cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a
realidade, novo modo de atuação para obtenção do conhecimento,
mudando, portanto, a forma de interferir na realidade.
A crescente complexidade das estruturas sociais ao
longo dos séculos, levou à criação de instituições que deveriam se
responsabilizar por dar continuidade à produção de conhecimentos
construídos e repassá-los às novas gerações.
A humanidade busca novos paradigmas. É preciso entender
a necessidade de contribuir para a construção de novos espaços de
conhecimento que levem às grandes transformações.
O conhecimento escolar é dinâmico e não uma mera
simplificação do conhecimento científico, que se adequaria à faixa
etária e aos interesses dos alunos. O conhecimento escolar é resultado
dos fatos, conceitos e generalizações, sendo portanto, o objeto de
trabalho do professor.
Para Boff, "O conhecimento sozinho não transforma a
realidade, transforma a realidade somente a conversão do
conhecimento em ação". (2000, p.82)
20
Para Freire, "O conhecimento é sempre conhecimento de
alguma coisa, é sempre "intencionado", isto é, está dirigido para
alguma coisa". (2003, p.59)
Para Severino, "Educar contra - ideologicamente é utilizar,
com a devida competência e criatividade, as ferramentas do
conhecimento, as únicas de que efetivamente o homem dispõem para
dar sentido às práticas mediadoras de sua existência real". (1988,
p.88).
PRINCÍPIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
Igualdade de condições para acesso a permanência na
escola.
Saviani nos alerta para o fato de que há uma desigualdade
no ponto de partida, mas a igualdade no ponto de chegada deve ser
garantida pela mediação da Escola.
Igualdade de oportunidade requer, portanto, mais que
expansão quantitativa de ofertas de vagas no sentido de que as
crianças em idade escolar, entrem na Escola, requer também
ampliação do atendimento junto a qualidade. Qualidade esta que não
pode ser privilégio de memórias econômicas e sociais, devemos
portanto propiciar qualidade no ensino aprendizagem para todos.
A melhoria da qualidade do ensino ministrado na escola e
seu sucesso na tarefa de formar cidadãos capazes de participar da vida
socioeconômica, político e cultural do país relacionam-se à formação
inicial e continuada, "As condições de trabalho (recursos didáticos,
recursos físicos e materiais, dedicação integral a escola, redução do
número de alunos na sala de aula, entre outros). Melhor remuneração
ao profissional do magistério".
21
Qualidade "... implica consciência crítica e capacidade de
ação, saber e mudar" (Demo, 1994, p. 19). Capacitação continuada de
educadores é, em direito de todos os profissionais que trabalham na
escola, uma vez que não só ela possibilita a progressão funcional
baseada na titulação, na qualificação e na competência, mas também
propicia, fundamentalmente, o desenvolvimento profissional dos
professores articulado com as escolas e seus projetos.
COMPETE À ESCOLA
Proceder ao levantamento de necessidades de formação continuada
de seus profissionais.
Elaborar seu programa de formação, contando com a participação e
o apoio dos órgãos centrais, no sentido de fortalecer seu papel na
concepção, na execução e na avaliação do referido programa.
A formação continuada dos profissionais da escola deve estender à
discussão da escola como um todo e suas relações com a Sociedade.
A escola pode ser descaracterizada como instituição histórico e
socialmente determinada, instâncias privilegiadas da produção e da
apropriação do saber. Por outro lado, a escola é local de
desenvolvimento da consciência crítica da realidade, pois educar
quer dizer, formar para a autonomia, isto é, para autogovernar-se.
Nessa concepção, educar significa formar um cidadão
crítico e consciente do contexto histórico, social e econômico no qual
está inserido. Esse aluno deverá, dentro de sua comunidade, ser capaz
de intervir e modificar a realidade social. Ele será o dono de sua
própria história.
O PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM
22
Aprendizado ou aprendizagem é o processo pelo qual o
indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes e valores a partir
de seu contato com a realidade, com o meio ambiente e com as
pessoas. Para Vygotsky, a idéia de aprendizado inclui a
interdependência dos indivíduos envolvidos no processo, isto é, a
relação entre aquele que aprende e aquele que ensina. Em outras
palavras, o aprendizado ocorre na interação social. Ele dá relevante
importância ao papel do outro no desenvolvimento dos indivíduos e só
se desenvolve em relação ao ambiente cultural em que vive com o
suporte de seu grupo de iguais.
Vygotsky aponta para conceito de Zona de Desenvolvimento
Proximal como base para entender as relações entre desenvolvimento e
aprendizado, colocando que é no âmbito dessa zona proximal que pode
ocorrer a aprendizagem, referindo-se, principalmente, à construção de
um conhecimento que se dá quando um adulto desafia o aprendiz com
questionamentos ou pequenos problemas levando o mesmo a um
desempenho além do que sua estrutura de pensamento, naquele
momento, permitiria. Salienta a importância da linguagem do "outro"
(colega/adulto) para essa construção. Nesse sentido, afirma que o
conhecimento é construído pelo sujeito (aprendiz) em interação com o
meio social em que vive, desenvolvendo, ao mesmo tempo, sua
inteligência. É através da própria história da vida, do seu cotidiano,
resolvendo questões, descobrindo, tentando, fazendo interferências,
pensando e representando que o sujeito epistemológico (o sujeito que
aprende) chega ao conhecimento, apreendendo-o.
Nessa visão vygotskiana, cabe ao educador o papel do
interventor, desafiador, mediador e provocador de situações que levem
aos alunos aprenderem a aprender. O trabalho didático deve, portanto,
propiciar a construção do conhecimento pelo aluno. Aprender é, de
certa forma, descobrir com seus próprios instrumentos de pensamentos
conhecimentos institucionalizados socialmente.
23
Vygotsky ainda, chama a atenção, ao fato de que, para
compreendermos adequadamente o desenvolvimento de um indivíduo,
devemos considerar também seu nível de desenvolvimento "Real" e
"Potencial".
Caracteriza como Zona de Desenvolvimento Real a
capacidade que o indivíduo já adquiriu de realizar tarefas
independentemente. Esse nível caracteriza o desenvolvimento
decorrente de etapas já alcançadas, já conquistadas pelo indivíduo e,
no caso das crianças, as funções psicológicas já consolidadas. Na
escola, isso é evidenciado nas tarefas e atividades que o aluno realiza
sozinho, corretamente e sem dificuldades.
É preciso também considerar a Zona de Desenvolvimento
Potencial, que é caracterizada por Vygotsky como sendo a capacidade
que o indivíduo tem para desempenhar tarefas ou atividades com a
ajuda de adultos ou colegas mais capazes. Esse nível de capacidade é
constituído por aspectos do desenvolvimento que, num determinado
momento, estão em processo de realização e é manifestado na escola,
quando o aluno não consegue fazer sozinho as atividades propostas,
podendo executá-las com a intervenção do professor ou de um colega.
Existem tarefas que uma criança não é capaz de realizar
sem que alguém lhe dê instruções, forneça pistas ou dê assistência
durante a realização das mesmas. Com essa intervenção, a criança
alcança resultados mais avançados do que aquele que conseguiria se
realizasse a atividade sozinha. Essa intervenção é fundamental, na
teoria de Vygotsky, para a criança aprender.
Assim, a idéia de desenvolvimento potencial representa um
momento no qual não só as etapas já alcançadas se manifestam, mas
também as etapas posteriores, sendo que a interferência de outras
pessoas irá afetar, significativamente, os resultados da ação do sujeito.
Essa capacidade de beneficiar-se de uma colaboração de
outra pessoa só ocorre num certo nível de desenvolvimento, nunca
antes.
24
Exemplificando: Uma criança de cinco anos é capaz de
construir uma torre de cubos sozinha, uma de três anos só a fará com
ajuda e uma criança de um ano não conseguiria construí-la, nem
mesmo com ajuda. Portanto, não é qualquer indivíduo que pode, a
partir da ajuda do outro, realizar qualquer tarefa.
A partir Zonas de Desenvolvimento Real e Potencial,
Vygotsky, define a Zona de Desenvolvimento Proximal como "a
distância" ou o caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver
funções que estão em processo de amadurecimento e que, com ajuda
do outro, tornar-se-ão funções consolidadas e estabelecidas no nível de
desenvolvimento real. Essas funções, em processo de maturação, são
chamadas por Vygotsky de "brotos" ou "flores" do desenvolvimento, em
vez de "frutos".
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação do aproveitamento escolar deve ser praticada
como uma atribuição de qualidade aos resultados da aprendizagem dos
educandos tendo por base seus aspectos essenciais e, como objetivo
final uma tomada de decisão que relacione o aprendizado e
conseqüentemente o desenvolvimento do educando.
A atual prática da Avaliação Escolar estipula como função
do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico como deveria ser
constitutivamente, ou seja, o julgamento de valor que teria a função de
possibilitar uma nova decisão sobre o objeto a ser avaliado, passa ter
função estática de classificar um objeto ou um ser humano histórico
num padrão definitivamente determinado”. (Luckesi, 1978, p. 34)
Luckesi conceitua a avaliação num momento dialético do
processo de avançar no desenvolvimento da ação, do crescimento para
25
a autonomia, do crescimento para a competência, etc., considerando a
função diagnóstica.
Para Luckesi, com a função classificatória, o ato de avaliar
não serve como pausa para pensar a prática e retornar a ela, mas sim
como um meio de julgar a prática e torná-la estratificada. De fato o
momento de avaliação deveria ser um “momento de fôlego” na
escalada para, em seguida, ocorrer a retomada da marcha de forma
mais adequada, e nunca um ponto definitivo de chegada, especialmente
quando o objeto da ação avaliativa e dinâmica como, no caso, a
aprendizagem.
Portanto, avaliação subsidia o professor com elementos
para uma reflexão contínua sobre sua prática, sobre a criação de novos
instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser
revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados para o processo
de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o aluno, a
avaliação é um instrumento de tomada de consciência de suas
conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu
investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir
prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais
demandam menor apoio.
A avaliação do aproveitamento do aluno é realizada
conforme a legislação vigente. A avaliação é contínua, permanente e
cumulativa utilizando-se apara isso técnicas e instrumentos
diversificados, como: 1ª e 2ª baterias de provas (com objetivo de não
acumular muito conteúdo para uma única prova); os trabalhos (oral e
escrito); desempenho e participação diária do aluno, através de
atividade em casa (tarefas) e em sala de aula, cumprimento de regras e
em acordo com os alunos (mapeamento, ocorrências,...) entre outros
especificados no regimento escolar e elaborados juntamente com os
professores.
Esse sistema de avaliação conta com apoio dos pais, sendo
que 17% deles estão muito satisfeitos, 80% estão satisfeitos e 3%
26
consideram que poderia ser melhor, Já 11% dos alunos consideram
muito satisfatório, 70% satisfatório e 19% acreditam que poderiam ser
melhor.
Diante deste levantamento podemos concluir que este
sistema de avaliação está em comum acordo com a clientela escolar.
MATRIZ TEÓRICA
A tendência pedagógica que norteará nosso Projeto Político
Pedagógico e orientará o trabalho das ações pedagógicas, tendo como
princípio norteador as Diretrizes Curriculares Estaduais é a histórico –
crítica, que define o papel da escola como aquele que defende
conteúdos vivos, concretos, indissociáveis da realidade social. A Escola
pode contribuir para eliminar a seletividade social e tornar-se
democrática através da disseminação e apropriação do saber por parte
do alunado.
Objetivando a eliminação desta seletividade a Lei nº
9.394/96 - LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
dedica o Cap. V à Ed. Especial e estabelece:
Art. 58 - Entende-se por educação especial, para os efeitos
desta lei, a modalidade de educação escolar oferecida,
preferencialmente, na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da
clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes,
escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas
classes comuns de ensino regular.
27
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do
Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a
educação infantil.
Art. 59 - Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos
com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos
e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não
puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino
fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em
nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como
professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua
efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no
trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artísticas, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas
sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível de ensino
regular.
A função da “pedagogia dos conteúdos” é dar um passo a
frente no papel transformador da escola, a partir das condições
existentes, para servir aos interesses populares a escola precisa
garantir a todos a apropriação dos conteúdos escolares básicos que
tenham ressonância na vida dos alunos.
A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o
mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental por
28
meio da aquisição de conteúdos, estes últimos devem estar ligados de
forma indissociável, à sua significação humana e social.
Segundo Snyders, ao mencionar o papel do professor, trata-
se de um lado, de obter o acesso do aluno aos conteúdos, ligando-os
com a experiência concreta dele a continuidade, mas de outro, de
proporcionar elementos de análise crítica que ajudem o aluno a
ultrapassar a experiência, os estereótipos, as pressões difusas da
ideologia dominante é a ruptura.
O professor precisa relacionar a prática vivida pelos alunos
com os conteúdos. A ruptura entre a experiência pouco elaborada do
aluno, no momento em que o professor introduz novos elementos de
análise que poderão ser aplicados criticamente à prática do aluno. Vai-
se da ação à compreensão e da compreensão à ação, até a síntese
(unidade entre teoria e prática).
O professor faz a mediação em torno da análise dos
conteúdos, portanto, se exclui a não-diretividade como forma de
orientação do trabalho escolar. O adulto possui maior número de
informações para ensinar, portanto, cabe a ele fazer a análise dos
conteúdos e confrontá-los com a realidade social. É necessário que
tenha alguém mais experiente para direcionar os trabalhos, caso
contrário os alunos ficariam abandonados a seus próprios desejos o que
não os levaria ao crescimento esperado. Com a intervenção do
professor o aluno será levado a acreditar nas suas possibilidades,
ampliando seus conhecimentos e experiências vividas.
O professor está para prover o aluno das estruturas que ele
ainda não dispõe para apropriar-se de novos conhecimentos.
“O grau de envolvimento na aprendizagem depende tanto
da prontidão e disposição do aluno, quanto do professor e do contexto
da sala de aula.”
Aprender é desenvolver a capacidade de processar
informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os
dados disponíveis da experiência. A aprendizagem acontece quando o
29
aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais
clara e unificadora.
Na pedagogia histórico-crítica a educação está “a serviço
da transformação das relações de produção.” A contribuição do
professor “será tanto mais eficaz quanto mais seja capaz de
compreender os vínculos de sua prática com a prática social global,”
tendo em vista (...) “a democratização da sociedade brasileira, o
atendimento aos interesses das camadas populares, a transformação
estrutural da sociedade brasileira”. (Saviani, Escola e Democracia. p.
83).
Este é o objetivo da nossa escola, oportunizar a todos o
conhecimento elaborado, independente da classe social, para que
tenham iguais condições de ascender social e culturalmente aos
conhecimentos necessários para uma vida mais justa e igualitária.
TRABALHO COLETIVO
Prática transformadora:
O que diferencia o homem dos outros animais é o trabalho
(ação intencional).
Para sobreviver, o homem extrai da natureza os meios de
sua sobrevivência. Fazendo isso, ele inicia o processo de transformação
da natureza, criando um mundo humano (o mundo da cultura). O
trabalho educativo tem por finalidade produzir em cada indivíduo a
humanidade histórica produzida coletivamente pelos homens. A
identificação dos elementos culturais que devem ser apreendidos pelos
30
indivíduos para que se tornem humanos e a descoberta das formas
mais adequadas para atingir esta humanidade, é objetivo da educação.
Para Baudelot e Estable, a escola é apenas reprodutora das
relações sociais. A transformação da estrutura social não passa pela
escola. A ideologia e a cultura proletária surgem dos movimentos da
prática e das lutas populares, não dependendo propriamente do
processo de escolarização. A burguesia, segundo eles, utiliza a escola
para inculcar sua ideologia e recalcar a ideologia do proletariado.
Para Guiomar, a educação tem função política que se
cumpre pela mediação da competência técnica. Para realizar essa
função política de forma transformadora é necessário possuir
competência pedagógica e dominar os processos internos ao trabalho
pedagógico.
A função política da educação é contraditória. A classe
dominante quer colocar a educação a seu serviço, ao mesmo tempo as
classes dominadas, os trabalhadores, buscam articular a escola com
vista em seus interesses. Portanto o papel político da educação se
cumpre, na perspectiva dos interesses dos dominados, quando se
garante aos trabalhadores o acesso ao saber sistematizado. Saber este,
elaborado por pesquisas científicas e transformado em saber escolar.
Essa transformação é o processo por meio do qual se selecionam, do
conjunto do saber sistematizado e os elementos relevantes para o
crescimento intelectual dos alunos, organizando-os numa forma e
seqüência que possibilite a sua assimilação. Tendo a escola o papel de
possibilitar o acesso das novas gerações ao mundo do saber
sistematizado, do saber metódico, científico.
Para Adam Smith, os trabalhadores deveriam receber o
mínimo necessário de instrução para serem produtivos, para fazerem
crescer o capital. Tal idéia é condenada pela pedagogia histórico-
crítica, pois, para Saviani “A cultura popular, do ponto de vista escolar,
é da maior importância enquanto ponto de partida. Não é, porém, a
cultura popular que vai definir o ponto de chegada do trabalho
31
pedagógico nas escolas. Se as escolas se limitarem a reiterar a cultura
popular, qual será sua função?” “O povo precisa da escola para ter
acesso ao saber erudito, ao saber sistematizado e, em conseqüência,
para expressar de forma elaborada os conteúdos da cultura popular
que correspondem aos seus interesses.” ( Ped. Hist. Critica , p.80).
“A pedagogia histórico–crítica surgiu nos anos 80, dado o
anseio em orientar-se a prática educativa numa direção transformadora
das desigualdades sociais que vinham e vêm, desde, muito tempo
marcando a sociedade brasileira. Essa teoria procura compreender os
limites da educação vigente e, ao mesmo tempo, superá-los por meio da
formulação dos princípios, métodos e procedimentos práticos ligados à
organização do sistema de ensino quanto ao desenvolvimento dos
processos pedagógicos que põem em movimento a relação professor–
aluno no interior das escolas.” ( Saviani, p. 119).
GESTÃO DEMOCRÁTICA
A sociedade em que vivemos é dividida em classes sociais
com interesses opostos. A classe dominante não tem interesse na
transformação da escola, pois, esta defende os interesses desta classe
em detrimento da outra. Portanto, uma teoria crítica não poderá ser
formulada com base nos interesses da burguesia e sim do ponto de
vista dos interesses dos dominados. E isto é possível? Uma escola é
capaz de contribuir para a superação do problema da marginalidade?
Para que isso aconteça e necessário lutar contra a seletividade, a
discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas populares,
tentando garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade
possível nas condições históricas atuais.
“O papel de uma teoria crítica da educação é dar
substância concreta a essa bandeira de luta de modo a evitar que ela
32
seja apropriada e articulada com os interesses dominantes” (Saviani
1983. p. 31). Isto posto em 1983, e até agora, o que mudou?
Em lugar do aligeiramento do ensino destinado às camadas
populares (Lei 5.692/71) é preciso defender o aprimoramento do ensino
destinado aos trabalhadores, priorizando conteúdos fundamentais e
significativos para que a aprendizagem realmente aconteça. A
prioridade de conteúdos é a única forma de lutar contra a farsa do
ensino.
Priorizando conteúdos estaremos oportunizando o domínio
da cultura, o que constitui instrumento indispensável para a
participação política das massas. Sem o domínio dos conteúdos
culturais, as camadas populares não têm condições de exigir seus
direitos, pois ficam desarmados contra os dominadores que usam esses
conteúdos culturais para legitimar e consolidar a sua dominação. Para
Saviani, “o dominado não se liberta se ele não vier a dominar aquilo
que os dominantes dominam. Então, dominar o que os dominantes
dominam é condição de libertação.” (1983. p. 55) Aquele que está
sendo explorado precisa assimilar os instrumentos pelos quais possa se
organizar para libertar-se da exploração. E para que a assimilação
aconteça, também se faz necessário a disciplina, pois sem esta os
conteúdos relevantes não são assimilados. Os professores também
precisam estar mais atentos para não deixar de lado os alunos que tem
dificuldades ou são mais lentos na aprendizagem pois isso reforça a
discriminação e acaba por deixar estes alunos a margem do
conhecimento.
A escola precisa ser um espaço de democratização do saber
para dar a todos igualdade de condições culturais para fazerem valer
seus interesses.
“O processo educativo é a passagem da desigualdade à
igualdade. Portanto, só é possível considerar o processo educativo em
seu conjunto como democrático sob a condição de se distinguir a
democracia como possibilidade no ponto de partida e a democracia
33
como realidade no de chegada". (Saviani, 1983. p. 78 – Escola e
Democracia).
Buscando a realização de uma gestão democrática, e
atendendo a solicitação dos pais que em sua totalidade consideram
extremamente necessárias as reuniões bimestrais para
acompanhamento do desempenho escolar do(s) filho(s), o Colégio
propicia esses encontros e promove palestras que visam esclarecer
dúvidas e dar sugestões sobre a melhor forma dos pais estarem
auxiliando seus filhos, não só em termos de aprendizagem, mas
também e em especial questões sobre adolescência, valores, respeito
próprio e ao outro, discriminação, entre outros.
AS INSTÂNCIAS COLEGIADAS DA ESCOLA
Há uma grande preocupação da maioria dos pais,
funcionários e professores em participar mais ativamente do processo
educacional, fazendo valer suas opiniões e seu voto de decisão. Os pais
estão conscientes que precisam ser mais efetivos e que a escola precisa
da participação de todos. A democratização da gestão escolar, é
responsabilidade de todos os sujeitos que constituem a comunidades
escolar.
Para entendermos a função do Conselho Escolar
precisamos primeiramente defini-lo: Conselho Escolar – espaço de
debates, discussões e tomada de decisões, como tal permite a
professores, funcionários, pais e alunos explicitar seus interesses e
reivindicações. É a instância com maior poder de tomada de decisões
sobre assuntos referentes a escola, é o momento de contrapor
interesses e tomar decisões com a participação da comunidade escolar.
34
“Embora a participação de pais e alunos nas decisões do
Conselho da Escola nem sempre se façam da forma intensa que muitos
poderiam esperar, o fato de ser ai o local onde se tomam ou se
ratificam decisões de importância para o funcionamento da unidade
escolar tem feito com que este órgão se torne a instância onde se
explicitam e procuram resolver importantes contradições da vida
escolar.” ( Paro, p. 154)
O Conselho Escolar permite e ou favorece:
A comunicação;
Tomada de decisões;
Delegação de responsabilidades e envolvimento dos
diversos participantes;
Procura defender uma nova visão de trabalho.
CONSELHO DE CLASSE
O Conselho de classe é um órgão colegiado do qual
participam professores, coordenadores pedagógicos, diretor e, por
vezes, os alunos, que se reúnem para discutir o desempenho dos alunos
das diversas turmas.
Inicialmente o Conselho de Classe tinha a pretensão de
recompor a estrutura fragmentada da escola, articular o trabalho
pedagógico e estruturá-lo no sentido de garantir a dimensão avaliativa
do processo educacional, como busca de novas alternativas para
melhorar a prática pedagógica, porém, está sendo usado como
instrumento para cumprir uma avaliação individual do aluno.
É comum nos Conselhos de Classe, os professores
apontarem que as falhas no processo ensino-aprendizagem são
inerentes aos alunos. Raramente o Conselho de Classe é utilizado para
a reflexão da ação pedagógica, de modo a significar as atividades e
35
contribuir para o aperfeiçoamento do processo ensino- aprendizagem.
Mais raramente, o professor é avaliado e ele resiste a qualquer forma
de avaliação. Esta resistência dos professores em avaliar o seu próprio
trabalho pedagógico, provém da ligação ainda muito presente da
estrutura funcionalista (tudo precisa “funcionar” na mais perfeita
ordem). Com relação aos alunos os Conselhos de Classe teriam o papel
de reunir as diferentes análises e avaliações dos profissionais da
educação em relação aos trabalhos desenvolvidos e a estruturação de
trabalhos pedagógicos segundo opções coletivas.
Dalben (1992), constatou que os Conselhos de Classe não
passavam de reuniões onde os professores já traziam os resultados
numéricos registrados em seus “diários de classe”, verbalizando notas,
resultados ou pontos de vista muito diferentes em relação a cada aluno
e ao supervisor ou orientador pedagógico cabia a tarefa de expor
gráficos e tabelas já organizados com as informações prévias
recebidas. Não se estabelecia uma discussão sobre estes resultados,
tampouco sobre os critérios utilizados na definição das notas, da
seleção de conteúdos, metodologias, atividades ou procedimentos de
ensino utilizados. A avaliação escolar apresentava-se, e apresenta-se
até hoje, presa a medidas de rendimento e o aluno é a figura portadora
dos problemas, falta de interesse, estudo e disciplina. Portanto, o papel
político dos Conselhos de Classe era o de reforçar e de legitimar os
resultados dos alunos, como veredictos finais, acabados. Portanto, o
objetivo do Conselho de Classe, “que seria o de propiciar a articulação
coletiva dos profissionais num processo de análise compartilhada,
considerando a globalidade de ótica dos professores, não era atingido,
perdendo assim sua importância e sua riqueza no trato das questões
pedagógicas”. (Dalben, p.36).
O Conselho de Classe deve ter a função de “mobilizar a
avaliação escolar no intuito de desenvolver um maior conhecimento
sobre o aluno, a aprendizagem, o ensino e a escola, e especialmente, de
congregar esforço no sentido de alterar o rumo dos acontecimentos,
36
por meio de um projeto pedagógico que visa ao sucesso de todos”.
(Dalben, p. 38)
Após uma pesquisa, os alunos do Colégio Castro Alves
solicitaram que o Conselho de Classe deve contar com a participação
dos mesmos, pois, muitos deles não sabem a real função deste conselho
e acreditam que haverá maior aproveitamento se este for de forma
democrática, ou seja, como realmente deve ser, um espaço de
conhecimento, busca de alternativas que impulsione a melhoria da
prática educativa. Portanto, adotamos a seguinte forma de proceder o
conselho de classe: no primeiro e o no terceiro bimestres, os alunos
participarão do conselho de classe de forma crítica e consciente, pois
têm o momento de ouvir os professores e também de falarem, expondo
suas dificuldades e anseios; para o conselho de classe do segundo e
quarto bimestres os professores se reúnem para discutir o andamento
de cada turma e, se necessário, os pais são notificados através de
reunião ou conversa particular com a equipe pedagógica e professores,
sobre o andamento da aprendizagem a atitudes dos seus filhos.
ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES E FUNCIONÁRIOS
É outra importante instância colegiada auxiliar que tem a
finalidade de colaborar no aprimoramento da educação e na integração
família- escola – comunidade.
Com o repasse de recursos financeiros às escolas, a APMF
deve exercer a função de administradora jurídica dessas verbas, tendo
o aval dos pais, professores e funcionários na administração destes
recursos.
A escola deve dar espaço para que os pais possam opinar,
reivindicar e compreender a importância de seu papel no dia-a-dia da
escola. É muito importante mobilizar a população para uma educação
37
mais democrática e compromissada. Isso fará com que o governo se
preocupe um pouco mais em prover as escolas dos recursos
necessários para uma educação de melhor qualidade.
“A participação de pais, professores, alunos e funcionários
por meio da APMF, dará autonomia à escola, favorecendo a
participação de todos na tomada de decisões no que concerne às
atividades curriculares e culturais, à elaboração do calendário escolar,
horário de aulas, etc, enfim, a política global da escola.” (Veiga, p.120).
Na opinião da comunidade escolar a APMF privilegia a
legitimidade, a transparência, a cooperação, a responsabilidade, o
respeito, o diálogo e a interação em todos os aspectos pedagógicos,
administrativos e financeiros da organização do trabalho escolar.
GRÊMIO ESTUDANTIL
O Grêmio é a organização dos estudantes na Escola. Ele é
formado apenas por alunos, desenvolvendo atividades culturais e
esportivas, produzindo jornais, organizando debates sobre assuntos
de interesse dos estudantes, que não fazem parte do Currículo
Escolar, também organizado em reinvindicações, tais como compra
de livros para a biblioteca, transporte gratuito para estudantes e
muitas outras coisas.
Sabendo da importância dessa instância colegiada e tendo
como base as palavras chaves da democracia que são participação,
consenso e autonomia, a escola está promovendo e incentivando a
organização do grêmio que passará a atuar em novembro de 2006.
MARCO OPERACIONAL
38
PROPOSTAS QUE BUSCAM SANAR AS CONTRADIÇÕES
PRESENTES NA PRÁTICA EDUCATIVA.
Segundo os autores estudados, um dos principais desafios
da escola hoje é resgatar o seu papel, por vezes esquecido. Nesse
sentido, acreditamos que a educação não está ultrapassada e precisa
apenas ser tratada com mais seriedade, o aluno deve ser visto em sua
totalidade e valorizado em sua diversidade, deve entender que a
educação é prioritária para o desenvolvimento integral do ser humano.
Sendo assim, nossa linha de trabalho está direcionada para uma
educação que vise a cidadania, a participação social e política,
desenvolvendo atitudes de solidariedade, cooperação, diálogo e
respeito ao outro, estimulando hábitos saudáveis com o meio ambiente
e o corpo. Em busca de uma educação de qualidade, o Colégio adota
um sistema organizacional diferenciado, como por exemplo: as provas
são analisadas antes e após a digitação, visando a qualidade de
elaboração, estrutura e clareza; controle de notas e acompanhamento
imediato dos alunos que apresentem dificuldades; informação
constante aos pais quanto ao aproveitamento do aluno; controle do
professor sobre as atividades desenvolvidas em sala, tarefas,
participação diária e respeito as regras e normas estabelecidas em
conjunto com alunos e professores; representantes de turma que
auxiliam os professores no decorrer de suas aulas, etc.
Além disso, para que ocorra uma formação integral do
educando se faz necessário a aplicação de projetos que auxiliem no
desenvolvimento de todas as potencialidades do aluno. Tais como:
- Palestras sobre temas como: adolescência, drogas, educação sexual,
etc.
- Exposição de trabalhos e feira cultural;
- Eventos culturais, recreativos, ecológicos e sociais.
39
- Criação do grupo de Capoeira, grupo de Dança e com aulas de
contra-turno;
- Horta escolar;
- Jogos inter-séries;
- Separação do lixo;
- Aulas de reforço de Língua Portuguesa, Matemática e Inglês para os
alunos com dificuldades.
- Treinamento esportivo: Futsal e Voleybol.
Realizamos um projeto uma vez por semana, promovendo aulas
opcionais em contra-turno de capoeira, dança, treinamento de futsal e
voleybol, além de aulas de reforço de Português, Matemática e Inglês.
Este projeto visa, primeiramente, sanar problemas de aprendizagem
verificados através das avaliações no período da manhã. Uma parcela
dos alunos são oriundos de um assentamento do MST (Rio Perdido) que
apresentam grandes lacunas na aprendizagem.
A escola está buscando solucionar um problema de reprovações
que vem se arrastando a algum tempo. Ao término de cada bimestre
faz-se um levantamento dos alunos que ficam abaixo da média e os
convidamos a participar das aulas de reforço para que consigam sanar
as defasagens verificadas e, conseqüentemente, melhorem o
rendimento escolar. É uma busca constante da escola junto com a
família em prol de uma educação de qualidade, justa, humana e
igualitária.
Incentivar e dar condições para que ocorra a participação dos
professores e alunos nos eventos realizados pela SEED, tais como:
- FERA;
- Jogos Escolares;
- Exposições científicas (Com Ciência);
- Projeto Sesquecentenário;
- Agrinho;
- Fórum para a construção da Agenda 21 e outros.
40
Para que tudo isso ocorra e traga benefícios à
aprendizagem, acreditamos ser fundamental que a escola esteja
constantemente repensando o seu papel e o seu propósito, conhecendo
de forma mais íntima a sua clientela, definindo com maior nitidez os
seus objetivos, atualizando e criando novos processos e alternativas
para a solução dos problemas educacionais, enfim, ter
flexibilização/adaptação curricular.
INSTÂNCIAS COLEGIADAS
O Colégio conta com uma APMF e um Conselho Escolar. A
APMF é participativa e atuante, com integrantes conscientes de seu
papel e da sua importância na busca de uma educação de qualidade,
que desperte no aluno o gosto pelo estudo, o prazer de aprender e
participar da vida em sociedade.
Os representantes de turma e líderes foram eleitos por voto
direto, promovendo assim o exercício da cidadania na sala de aula e os
mesmos tem a função de auxiliar e facilitar o trabalho do professor,
servindo como elo entre alunos, equipe pedagógica e direção, fazendo-
se cumprir as regras para todos.
A criação do Grêmio estudantil está em fase de andamento
e tem como objetivo principal, propiciar a participação efetiva dos
alunos, mesmo que por meio de representantes nas tomadas de
decisões, na exposição de idéias e opiniões de modo a buscar soluções
que venham satisfazer a maioria e priorizando sempre a melhoria da
educação.
O Conselho de Classe será feito com a participação de
alunos e professores, objetivando buscarmos juntos melhorias no
aproveitamento escolar e resolver quaisquer problemas de
41
relacionamento entre professor e aluno, aluno e aluno, etc, que possam
estar de alguma forma prejudicando a aprendizagem.
AVALIAÇÃO
Como visto anteriormente a avaliação subsidia o professor
com elementos para uma reflexão contínua sobre sua prática, sobre a
criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos
que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos como adequados
para o processo de aprendizagem individual ou de todo o grupo. Para o
aluno, a avaliação é um instrumento de tomada de consciência de suas
conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu
investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir
prioridades e localizar quais aspectos das ações educacionais
demandam maior atenção.
Nesse sentido, a avaliação do aproveitamento do aluno no
Colégio Estadual Castro Alves, é realizada conforme a legislação
vigente, sendo contínua, permanente e cumulativa, utilizando-se para
isso de técnicas e instrumentos diversificados como: 1ª e 2ª baterias de
provas; trabalhos orais e escritos; elaboração de portifólios; avaliação
constante do desempenho e participação do aluno por meio de
atividades em sala de aula e em casa; realização de atividades que
permitem a análise do comportamento em determinadas situações,
envolvendo questões de valores, atitudes, tomada de decisões, etc,
como por exemplo a participação na gincana, jogos, projetos e feiras
culturais desenvolvidas pelo colégio.
RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS
42
A recuperação de estudos se dará ao final de cada
bimestre, com os alunos que não atingirem a média 60, ou seja, 60% de
aproveitamento nas disciplinas de estudo. O aluno fará uma pesquisa
sobre o(s) conteúdo(s) que não tenha assimilado, de acordo com
orientação do professor, e sanará suas dúvidas com os mesmos, tendo
um prazo de 15 dias para apresentação escrita e oral deste(s)
conteúdo(s) pesquisado(s) a uma comissão composta pelo professor da
disciplina, equipe pedagógica e representante de turma. Caso não
tenha ocorrido melhora visível, o aluno terá uma segunda chance, com
um prazo de 10 dias para reapresentação do trabalho. Esta forma de
recuperação é realizada nos três primeiros bimestres, sendo que no
quarto bimestre são aplicadas provas escritas, já que o tempo não
permite que se faça a recuperação de estudos na forma de trabalhos
com apresentações.
FORMAÇÃO CONTINUADA
A formação continuada dos profissionais do quadro efetivo
do Colégio se dará da seguinte forma:
- Realização de grupos de estudo, que são meios eficazes de discussão
e análise das práticas educativas;
- Pela participação em simpósios, eventos e palestras de cunho
educacional promovidos pela SEED;
- Resignificado da hora atividade como espaço para estudo, reflexão
e interlocução;
- Valorização e incentivo à formação continuada de todos os
segmentos da comunidade escolar, em cursos e eventos que venham
de encontro as necessidades do Colégio;
43
- Promoção de encontros pedagógicos periódicos para reflexões sobre
a prática pedagógica, com registro das experiências positivas e
negativas, buscando juntos as melhores soluções;
Estamos conscientes de que somente com o esforço
constante e a participação de todos aqueles que fazem parte do
contexto escolar é que construiremos uma escola mais justa, humana,
igualitária e transformadora.
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-
PEDAGÓGICO
O Colégio Estadual Castro Alves estará convidando as
instâncias colegiadas anualmente para fazer a avaliação do Projeto
Político-Pedagógico, ou quando se fizer necessário.
CONTEÚDOS
“Não é o conteúdo, mas a realidade da mesma que deve ser
apreendida”. (Wacchovicz, 1991, p.20)
Há uma constante busca que visa dar significação aos
conteúdos ensinados, pois: “Deseja-se um profissional capaz de pensar,
planejar e executar o seu trabalho e não apenas um sujeito para
executar o que os outros concebem.” (Libaneo)
44
Nesse sentido, organizou-se os conteúdos procurando não
apenas formar o profissional, mas sim valorizar o cidadão. Para isso,
buscou-se várias fontes de informações e embasamento, dentre eles os
Conteúdos Estruturantes dos DCEs, que são linhas gerais atreladas ao
contexto local, adequadps a uma realidade diagnosticada.
Acreditamos que: “Se é verdade que a educação não pode
fazer sozinha a transformação social, também é verdade que a
transformação não se efetivará e não se consolidará sem a educação.”
Moacir Gadotti
PORTUGUÊS- ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensino de Língua Portuguesa está alicerçado na concepção
sóciointeracionista, ou seja, é entendido como uma interação viva com
as forças sociais, que permitem entender o sujeito contemporâneo e a
maneira como esse sujeito se exprime. Todo conhecimento é construído
socialmente. No âmbito das relações humanas, o aluno é um ser ativo
durante a aprendizagem, que é entendida como um processo, sendo
ele dinâmico, contínuo e complexo. Desse processo resulta um produto
que pode ser observado, analisado, e avaliado. Nessa concepção, o
papel do professor é ajudar o aprendiz em suas conquistas, mediando a
aprendizagem, para que consiga executar determinadas tarefas. Dessa
maneira, dentro de um certo prazo, ele será capaz de executá-las
sozinho. É essa interação professor – aluno, aluno - aluno que
proporcionará uma aprendizagem efetiva.
A linguagem é o meio pelo qual o ser humano consegue
expressar-se, defender suas idéias, enfim, interagir com outro. Cabe à
45
escola e à Língua Portuguesa garantir que o aprendiz a utilize
significativamente, para que possa participar plenamente da sociedade.
É através do uso eficaz da linguagem que o indivíduo poderá exercer
sua cidadania.
Em relação à variação lingüística, a única aceita como correta no
espaço escolar até a década de 70, era a norma culta. Assim, a escola
empenhava-se em “ corrigir “ a fala do aluno, desconsiderando a
linguagem, inclusive os aspectos culturais inerentes a cada uma dessas
variações.
Justifica-se o fato de a escola ensinar a língua padrão, pois os
alunos precisam Ter domínio sobre ela. Porém, é necessário combater
o preconceito no que se refere a considerar uma variação “certa” e
outra “ errada”. O que precisa ficar claro é que a linguagem deve ser
adequada ao seu objetivo, tendo em vista o contexto e os interlocutores
a que se destina. Isso implica no uso efetivo da linguagem, que permite
a igualdade de participação social.
Em relação aos tipos de texto, deve circular a mais ampla
variedade textual possível e devem ser, acima de tudo, de boa
qualidade e de gêneros variados, que sirvam para finalidades distintas.
A leitura de textos variados permite uma compreensão maior sobre o
uso e as funções da linguagem. Além disso, permite ao aprendiz
adentrar-se nos pensamentos alheios e conhecer outras maneiras de
viver e de conceber o mundo. O trabalho com a diversidade textual
possibilita ao indivíduo um posicionamento crítico diante das mais
variadas situações.
OBJETIVOS GERAIS
46
Seguindo a concepção de língua como interação no ensino da
língua materna, três objetivos fundamentarão todo o processo:
- Empregar a língua em diferentes situações de uso, sabendo
adequá-la a cada contexto e interlocutor; descobrir as
intenções dos discursos e posicionar-se diante deles.
- Desenvolver habilidades de uso da língua escrita, por meio de
práticas textuais, considerando-se os interlocutores, seus
objetivos, o assunto, os gêneros e o contexto.
- Criar situações em que os alunos tenham oportunidade de
refletir sobre os textos que lêem, escrevem, falam ou ouvem,
intuindo de forma contextualizada, as características de cada
gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais
empregados na organização do discurso ou texto.
CONTEÚDOS/ENSINO FUNDAMENTAL
5ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Estudo do dicionário e sua importância social e cultural, sua
organização e critérios para agrupar e separar verbetes
• Polissemia
• Sinonímia
• Antonímia
• Introdução a classe de palavras/diferenças entre nomes e verbos.
• Conceito de flexão
• Palavras variáveis e invariáveis
• Flexão de gênero, número e tempo
• Tipos de substantivos
47
• Pessoas gramaticais e as três conjugações verbais
• Introdução a fonologia (fonemas e letras)
• Dígrafos
• Figuras de som: onomatopéia e aliteração
• Acentuação gráfica e suas regras
• Conceito de sílaba: tônicas e átonas
• Hiatos, ditongos e tritongos
• Monossílabos tônicos e átonos
• Classificação das palavras quanto à tonicidade (oxítonas,
paroxítonas e proparoxítonas)
• Adjetivos – conceitos, flexões e funcionalidade – locução adjetiva
• Artigos definidos e indefinidos – distinção semântica
• Pronomes – conceitos, flexões e funcionalidade
• Os pronomes e as pessoas gramaticais
• LINGUAGEM TEXTUAL
• Narração – elementos básicos e mudanças de estado no texto
narrativo
• Narração – caracterização física e psicológica dos personagens
• Fábulas
• Discurso direto
• Narração – “enredo” – espaço narrativo – importância e
funcionalidade do tempo narrativo. Aprofundamento das análises
dos enredos narrativos, introdução, conflito, clímax e desfecho
• Texto poético – distinção entre prosa e poesia
• Rima e a introdução à contagem de sílabas poéticas
• Poesia tradicional x Poesia modernista
• Narrativas ficcionais e não ficcionais
• A notícia jornalística e a estrutura da notícia jornalística
• Reconhecer os gêneros textuais presentes em um jornal
48
6ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Coesão e seus mecanismos básicos
• Ordem das palavras – Elipse
• Concordância
• Pessoas gramaticais e tratamento
• Distinção entre pessoas do discurso e pessoas gramaticais
• Variação histórica e estilística (culta X coloquial)
• Representação dos fonemas [S] e [Z]
• Homônimos e parônimos
• Letras maiúsculas, siglas e abreviaturas
• Revisão de acentuação gráfica
• Estudo das regras de hiato, ditongos abertos, trema e principais
acentos diferenciais
• Revisão de classes gramaticais já vistas: verbo, substantivo,
adjetivo, artigo, pronome e apresentação de “numeral”
• Aprofundamento do estudo do verbo
• Locução verbal
• Verbos e o modo indicativo
• Advérbio – estudo e sua caracterização
• Locução adverbial
• Distinção entre advérbios e adjetivos
• LINGUAGEM TEXTUAL
• Narração – elementos básicos, linearidade
• Discurso direto e indireto
• Texto descritivo – comparação entre texto descritivos
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• Função descrição – fazer, ver e sentir
• Pontos de vista da descrição
• Figuras de linguagem próprias do texto descritivo – comparação –
metáfora – prosopopéia – sinestesia
• Crônica – como gênero ao mesmo tempo literário e jornalístico;
como gênero misturador de narração e dissertação
• Dissertação e sua estrutura básica
• Linguagem verbal e não verbal e seus tipos de textos básicos
(verbal: narração - descrição – narração e não verbal: pintura -
charge - história em quadrinhos)
7ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Uso dos conectivos lógicos e seu conceito
• Revisão dos verbos e dos tempos verbais básicos do modo
indicativo
• Modo subjuntivo – a formação dos tempos verbais e sua
conjugação
• Conceito de sintaxe e análise sintática
• Diferença entre sintaxe e morfologia
• Frase – Oração e Período
• Sujeito e Predicado
• Tipos de Sujeito
• Pontuação e sentido: alterações de sentido provocadas pela
mudança de pontuação
• Uso da vírgula, do ponto, do ponto-e-vírgula, dois-pontos, ponto-
de-interrogação, ponto-de-exclamação e travessão
• Variedades lingüísticas
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• Termos relacionados ao verbo-transitivo, intransitivo,
direto/indireto, adjunto adverbial
• Termos associados ao nome (substantivo, adjunto adnominal,
predicativo do sujeito, complemento nominal e aposto)
• Tipos de Predicados – verbal – nominal e verbos de ligação
• LINGUAGEM TEXTUAL
• Análise, estudo sobre os gêneros textuais presentes em um jornal
• Estrutura do jornal/notícia
• Estrutura da primeira página
• O conteúdo da informação
• Resumo
• As revistas registram a história
• Diferenças estruturais entre jornal e revista
• As diferentes linguagens das revistas, foto, novela, histórias em
quadrinhos
• Textos de opinião
• Resenha
• Produção de suplementos especializados de revistas
• O rádio como meio de comunicação e sua história
• A televisão – sua importância e sua margem de influência –
qualidade em sua programação – a propaganda e a
teledramaturgia
• Reconhecer a programação das emissoras de televisão
8ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Relações entre períodos
• Orações coordenadas sindéticas e assindéticas
• Períodos compostos por subordinação
51
• Verbo
• Concordância verbal e nominal
• PRODUÇÃO E ENTENDIMENTO DO TEXTO
• Internet: uma janela para o mundo
• Navegando e opinando na www
• Livro e literatura
• Literatura e cinema
• Teatro
ENSINO MÉDIO
1ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Coesão
• A ordem das palavras
• Concordância e elipse
• Enunciação
• Pronomes
• Artigos
• Estudo do léxico
• Análise sintática
• LITERATUA
• Literatura: como registro da aventura humana
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• A literatura como manifestação do medo, da denúncia, do amor,
do lirismo
• Poesia
• Narrativas literárias
• Conto
• Crônica
• Romance
• Teatro
• Literatura e religiosidade
• Literatura e natureza
• Nativismo na literatura colonial
• Romance regionalista
• Nacionalismo crítico dos pré-modernistas
• PRODUÇÃO E ENTENDIMENTO DO TEXTO
• Tipologia e gêneros textuais
• Produção e avaliação dos textos escritos
• Narração
• Tipos de discurso
• Descrição
• Dissertação
• Textos não verbais
• Pontuação
2ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Variantes lingüísticas
• História da Língua Portuguesa
• O português do Brasil
53
• Concordância verbal
• Emprego dos pronomes pessoais
• Regência verbal
• Pronomes relativos
• Colocação pronominal
• Verbos
• LITERATURA
• A mulher e a literatura através dos tempos
• Infância, adolescência e juventude na literatura
• As etnias brasileiras na literatura
• PRODUÇÃO E ENTENDIMENTO DO TEXTO
• Argumentação
• Relações lógicas
• Oposição de idéias
• Progressão e coerência
• Contra-argumentação
3ª SÉRIE
• LINGUAGEM E GRAMÁTICA
• Classes gramaticais
• Criação e processos de formação de palavras
• Períodos simples e compostos
• LITERATURA
• Literatura colonial: quinhentismo, barroco e arcadismo
• Romantismo e autores
• Realismo, Naturalismo e autores
• Parnasianismo, Simbolismo e autores
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• Pré-Modernismo e autores
• Modernismo e autores
• Regionalistas de 30
• Literatura contemporânea
• PRODUÇÃO E ENTENDIMENTO DO TEXTO
• Temas e figuras
• Intertextualidade
• Funções da linguagem
• Figuras de linguagem
METODOLOGIA
Para ampliar o domínio da língua e da linguagem dos alunos é
necessário organizar situações de ensino para que eles desenvolvam
conhecimentos discursivos e lingüísticos. Para tanto será considerada a
diversidade de textos que circulam socialmente, para construir a
reflexão sobre a linguagem e seu uso em situações significativas de
interlocução, priorizando o texto como unidade básica de trabalho.
Garantir o uso apropriado de padrões da língua escrita e refletir sobre
os fenômenos da linguagem, propiciando a sua real utilização,
respeitando sua multiplicidade utilizada na produção textual dos
alunos.
O ensino da Língua Portuguesa precisa dar conta da
complexidade cada vez maior da experiência do homem moderno,
procurando fazer justiça à complexidade dos conteúdos inscritos na
realidade social. Assim, deve ser entendido como a própria linguagem
posta em ação; por isso tomado como uma função específica de
interagir e não, simplesmente, como sendo um conjunto de informações
sobre a língua. Portanto, haverá um trabalho integrado com dois
55
setores da Língua Portuguesa: a gramática, a produção e entendimento
do texto, com tessituras produzidas constantemente no transcorrer das
propostas de sistematização temática.
Os conteúdos priorizados, (re)significados pela sua ação,
ultrapassam a fronteira dos itens a serem trabalhados e propõem-se a
oferecer condições para que os alunos ampliem o domínio das
atividades verbais e aprendam a transitar pelas redes de interações
sociais.
No Ensino Fundamental, apesar de não se estudar Literatura
como conteúdo específico, os alunos serão orientados e incentivados a
ler constantemente obras literárias preparando-os para o Ensino
Médio.
Quanto à Literatura no Ensino Médio, os alunos serão levados a
conhecer e a pensar sobre a produção simbólica, vivenciando processos
expressivos. As relações, assim tecidas, podem ampliar sua visão sobre
a literatura nas dimensões histórica, social, individual, expressiva,
conceitual, simbólica e técnica. Seu ensino se processará a partir de
temas, ao longo dos períodos literários.
Como professores de Literatura, não podemos esquecer o que nos
caracteriza como humanos: a nossa incompletude, que é também a
invenção do possível que há em nós.
Por mais que estejamos vivendo a era da informação, e esta que
se diga, está substituindo a narratividade e contribuindo para atrofia
da memória, temos a responsabilidade social, como professores da
Língua Portuguesa, de desenvolver a capacidade de refletir, dialogar e
discordar.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser fonte de informação não só do aluno, mas
também do professor, permitindo-lhe observar o alcance de suas
56
intenções educativas. Podemos falar em dois tipos de avaliação: uma
diagnóstica e outra formativa. A avaliação diagnóstica realizada
anteriormente ao início de uma nova etapa de trabalho informa-nos a
respeito da bagagem que os alunos possuem antes de iniciarem o
processo de ensino-aprendizagem. Já a avaliação formativa, realizada
ao longo do trabalho, permite ao aluno e ao professor perceberem
como aquele está se saindo nas diferentes etapas de sua aprendizagem,
podendo o professor, de posse de tal informação, elaborar novas
situações de aprendizagem, ampliando as possibilidades de
desenvolvimento do aluno.
A principal finalidade da avaliação é auxiliar alunos e
professores, seja com relação à percepção de sua própria
aprendizagem. No caso do aluno, seja com relação à bagagem trazida
pelos estudantes e ao alcance deles nas diversas etapas de
aprendizagem, podendo haver ajustes feitos por ambas as partes.
Assim, a avaliação deve ser vista como uma oportunidade de
reflexão sobre o próprio processo de ensino e seus resultados, não só
para verificar o desenvolvimento dos alunos, mas principalmente para
verificar o rendimento das práticas pedagógicas. Ela deve subsidiar o
professor para eventuais ajustes na programação e no
encaminhamento pedagógicos de certos temas ou de certas práticas.
Quanto aos instrumentos, estes devem manter coerência com os
objetivos, bem como as atividades realizadas. Vários tipos de
instrumentos devem ser utilizados, tais como: produção de textos
variados, observação de debates, pesquisas, trabalhos com leitura
extraclasse de diversos textos e também provas orais e escritas, para
que tenhamos uma visão mais abrangente do desenvolvimento do
aluno.
BIBLIOGRAFIA
57
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro e interação. São Paulo:
Parábola Editorial, 2003.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de:
Michel e Yara Vieira. 6.ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
BECHARA, Ivanildo. Ensino de gramática. Opressão? Liberdade? São
Paulo: Ática, 1991.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e
Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio, 1999,
pp.137-146.
FARACO, Carlos A.; TEZZA, Cristóvão; CASTRO, Gilberto de. Diálogos
com Bakhtin, Curitiba, PR: Editora UFPR, 2000.
GERALDI, João Wanderlei. O texto na sala de aula. 2.ed. são Paulo:
Ática, 1997.
LAJOLO, Marisa. O que é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1982.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Currículo básico para a
escola pública do estado do Paraná. 3.ed. Curitiba, 1997.
SUASSUNA, Lívia. Ensino de Língua Portuguesa: uma abordagem
pragmática. Campinas, SP: Papirus, 1995.
58
MATEMÁTICA – ENSINO FUNDAMENTAL
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A aprendizagem somente é completa pela reflexão do aluno em
face de várias situações que envolvem uma idéia. Aprender com
compreensão é mais do que dar resposta certa a um determinado
desafio semelhante a outros já vistos; é poder construir o maior
número possível de relações entre os diferentes significados da idéia
investigada; é predispor-se a enfrentar situações novas estabelecendo
conexões entre o novo e o conhecido.
A matemática tem uma estrutura de desenvolvimento que revela
características, tópicos, situações-problema, conceitos e propriedades
que serão usadas e vivenciadas no dia-a-dia em sala de aula com os
educandos. Embora o objeto de estudo da Educação Matemática ainda
encontre-se em processo de construção, pode-se dizer que ele está
centrado na prática pedagógica da Matemática, de forma a envolver-se
com as relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento
matemático.
59
A história da matemática não é apresentada como um simples
desfile de fatos e curiosidades. Ela aparece como importante referência
que dá ao aluno uma dimensão mais clara dos obstáculos
epistemológicos.
A matemática no ensino fundamental evidencia a importância do
aluno em valorizá-la como instrumento para compreender o mundo à
sua volta, como área do conhecimento que estimula o interesse, a
curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da
capacidade de desenvolver atitudes de segurança no trabalho e de
preservar a busca de soluções.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Desenvolver a capacidade de analisar, comparar,
conceituar, representar, abstrair e generalizar;
Desenvolver a capacidade de julgamento e o hábito de
concisão e rigor;
Habituar-se ao estudo, atenção, responsabilidade e
cooperação;
Conhecer, interpretar e utilizar corretamente a linguagem
matemática associando-a com a linguagem usual;
Adquirir conhecimentos básicos, a fim de possibilitar sua
integração na sociedade em que vive;
Desenvolver, a partir de suas experiências um
conhecimento organizado que proporcione a construção de
seu aprendizado;
Desenvolver um pensamento reflexivo que lhe permita a
elaboração de conjecturas, a descoberta de soluções e a
capacidade de concluir;
Associar a matemática a outras áreas do conhecimento;
60
Construir uma imagem da matemática como algo agradável
e prazeroso, desmistificando o mito da “genialidade”;
Possibilitar aos estudantes realizar análises, discussões,
conjecturas, apropriação de conceitos e formulação de
idéias;
Fazer com que o estudante construa, criticamente, por
intermédio do conhecimento matemático, valores e atitudes
de natureza diversa, visando a formação integral do ser
humano e atitudes que revelem autonomia em suas
relações sociais como cidadão;
Transpor para a prática docente, o objeto matemático
construído historicamente e possibilitar ao estudante ser
um conhecedor desse objeto.
CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO
5ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante
Números operações e álgebra
Conteúdos Específicos
1- Sistema de numeração decimal;
2- Números naturais;
3- Adição, subtração, multiplicação e divisão de números naturais;
4- Potenciação e raiz quadrada de números naturais;
5- Múltiplos e divisores;
6- Frações;
7- Números decimais;
8- Porcentagem;
9- Medidas;
61
10- Polígonos e circunferências
Conteúdo Estruturante
Medidas
Conteúdos Específicos
1- Potenciação
2- Frações
3- Números decimais
4- Medidas
5- Polígonos e circunferência
Conteúdo Estruturante
Geometria
Conteúdos Específicos
1- Medidas
2- Observando formas
3- Polígonos e circunferências
Conteúdo Estruturante
Tratamento da informação
Conteúdos Específicos
1- Frações
2- Porcentagem
6ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante
Números operações e álgebra
62
Conteúdos Específicos
1- Aprendendo mais sobre frações e números decimais;
2- Proporcionalidade;
3- Razão e porcentagem;
4- Dados, tabelas e gráficos de barras;
5- Sólidos Geométricos;
6- Áreas e volumes;
7- Medidas de massa e medidas de tempo;
8- Números negativos
9- Equações;
10- Ângulos
Conteúdo Estruturante
Medidas
Conteúdos Específicos
1- Medindo massa e tempo
2- Números negativos
3- Equações
4- Ângulos
5- Áreas e volumes
6- Sólidos geométricos
7- Dados, tabelas e gráficos de barras;
8- Proporcionalidade
9- Aprendendo mais sobre frações e números decimais
Conteúdo Estruturante
Geometria
Conteúdos Específicos
1- Dados, tabelas e gráficos de barras;
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2- Sólidos Geométricos;
3- Áreas e volumes;
4- Ângulos
Conteúdo Estruturante
Tratamento da Informação
Conteúdos Específicos
1- Aprendendo mais sobre frações e números decimais;
2- Razão e porcentagem;
3- Dados, tabelas e gráficos de barras;
7ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante
Números operações e álgebra
Conteúdos específicos
1- Conjuntos numéricos/
2- Potenciação e notação científica;
3- Radiciação;
4- Cálculo algébrico;
5- Produtos notáveis e fatoração;
6- Frações algébricas;
7- Sistemas de equações;
8- Circunferência e círculo;
9- Sistema cartesiano;
10- Possibilidades e estatística.
Conteúdo Estruturante
64
Medidas
Conteúdos específicos
1- Potenciação e notação científica;
2- Cálculo algébrico;
3- Sistemas de equações;
4- Sistema cartesiano;
5- Possibilidades e estatística.
Conteúdo Estruturante
Geometria
Conteúdos específicos
1- Cálculo algébrico;
2- Circunferência e círculo;
3- Sistema cartesiano;
4- Possibilidades e estatística.
Conteúdo Estruturante
Tratamento da informação
Conteúdos específicos
1- Frações algébricas;
2- Sistema cartesiano;
3- Possibilidades e estatística.
8ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante
65
Números operações e álgebra
Conteúdos específicos
1- Potenciação e radiciação;
2- Equações do 2º grau;
3- Congruência e semelhança de figuras;
4- Relações métricas nos triângulos retângulos;
5- Trigonometria no triângulo retângulo;
6- Círculo e cilindro;
7- Porcentagem e juro;
8- Construindo e interpretando gráficos;
9- Funções.
Conteúdo Estruturante
Medidas
Conteúdos específicos
1- Potenciação e radiciação;
2- Equações do 2º grau;
3- Congruência e semelhança de figuras;
4- Relações métricas nos triângulos retângulos;
5- Trigonometria no triângulo retângulo;
6- Círculo e cilindro;
7- Porcentagem e juro;
8- Construindo e interpretando gráficos;
9- Funções.
Conteúdo Estruturante
Geometria
Conteúdos específicos
66
1- Congruência e semelhança de figuras;
2- Relações métricas nos triângulos retângulos;
3- Trigonometria no triângulo retângulo;
4- Círculo e cilindro;
5- Construindo e interpretando gráficos;
6- Funções.
Conteúdo Estruturante
Tratamento da informação
Conteúdos específicos
1- Porcentagem e juro;
2- Construindo e interpretando gráficos;
3- Funções.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Qualquer que seja a concepção de aprendizagem e opção de
ensino, estas deverão estar voltadas à formação plena do educando.
Portanto deve-se ter sempre o cuidado de deixar claro quais são os
métodos mais adequados que garantem atingir esse grande objetivo.
Quando o professor entra numa sala de aula, com uma aula
diferente da outra, muitos são os desafios que se apresenta a ele. É
com esse espírito que devem assumir o seu cotidiano profissional,
fugindo das atitudes padronizadas, que congela as multiplicidades de
situações em que a relação professor / aluno e área tornam-se um
grande desafio.
É importante ter consciência de que essa multiplicidade de
situações exigirá do professor uma atitude de mediador nas interações
educativas com seus alunos. Outra poderá estar, juntamente com eles,
67
criando desafios, perante os conteúdos apresentados, que por sua vez
poderão estar relevando a realidade do mundo do aluno.
A metodologia utilizada pelo professor deve priorizar a
aprendizagem, considerando uma significativa assimilação de
conteúdos que leva em conta as necessidades, as dificuldades, a
realidade e o próprio conteúdo proposto para cada série em suas
diferentes etapas.
O professor deve dispor-se a utilizar uma metodologia que
priorize um ensino qualitativo e significativo, dessa forma pode utilizar
de atividades de interpretação, trabalhos individuais, trabalhos em
grupos, resolução de problemas, construção de gráficos, recursos e
materiais diversos: como transferidor, desenhos, recortes, exercícios
que estimulem o raciocínio, gincanas matemáticas, resolução de
exercícios de desafios, dinâmicas com a tabuada, exposição de
trabalhos, brincadeiras de porcentagem, pesquisa de preços em lojas,
supermercados entre outras formas que o professor poderá dispor.
Além dessa metodologia diversificada, o professor deve também:
a) Desenvolver um clima de aceitação e respeito mútuo, em que o erro
será encarado como um desafio para o aprimoramento do
conhecimento e construção da personalidade e que todos sintam-se
seguros e confiantes para pedirem ajuda;
b) Estimular a ação individualizada do aluno para que possa
desenvolver sua potencialidade criadora e, para que haja uma troca de
experiências;
c) Oferecer oportunidades, por meio das tarefas organizadas para a
aula, em que vários possam ser os pontos de vista, permitindo ao aluno
um fortalecimento da auto-estima, atribuindo alguns significados ao
produto de seu trabalho intelectual;
Esses fatores que estimulam a reflexão sobre as interações
educativas na sala de aula deverão estar associadas àqueles referentes
às estratégias adotadas no processo de ensino e aprendizagem e
seleção dos conteúdos a serem ministrados nesse sentido.
68
É possível trabalhar com o conhecimento matemático de forma
dinâmica e instigante por meio de situações que problematizam as
diferentes situações do dia-a-dia, pois eles necessitam de um raciocínio
lógico, para promover o domínio de procedimentos que interagem no
decorrer das situações-problema.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
A avaliação deve ser compreendida como um conjunto de ações
organizadas com a finalidade de obter informações sobre o que o aluno
aprendeu, de que forma, em quais condições. Para tanto, é preciso
elaborar um conjunto de procedimentos instigativos que possibilitem o
ajuste e a orientação da intervenção pedagógica para tornar possível o
ensino e a aprendizagem de melhor qualidade.
A avaliação deve ser compreendida como constitutiva da prática
educativa, dado que é análise das informações obtidas ao longo do
processo de aprendizagem o que os alunos sabem e como possibilita ao
professor a organização de sua ação de maneira adequada e com
melhor qualidade.
Ao se avaliar, devem-se buscar informações não apenas
referentes ao tipo de conhecimento que o aluno constituiu, mas
também é, sobretudo, responder as questões sobre porque os alunos
aprenderam, o que aprenderam naquela situação de aprendizagem,
como aprenderam, o que mais aprenderá e o que deixaram de
aprender. Para isso, o professor precisa construir formas de registro
qualitativamente diferentes das que tem sido utilizadas
69
tradicionalmente pela escola para obter informações relevantes para
organização da ação pedagógica.
A avaliação não é, portanto, unilateral ou monológica, mas
dialógica. Deve realizar-se num espaço em que seja considerado aquele
que ensina, aquele que aprende e a relação intrínseca que se
estabelece entre todos os participantes do processo do aprendizado.
Portanto, não se aplica apenas ao aluno, considerando unicamente as
expectativas de aprendizagem, não se aplica às condições oferecidas
para que isso ocorra: avaliar a aprendizagem implica avaliar também o
ensino oferecido.
MATEMÁTICA – ENSINO MÉDIO
Apresentação Geral da Disciplina
O conhecimento matemático desenvolvido no Ensino Médio deve
abordar os aspectos formativo e instrumental, então é preciso
considerar que na Abrangência da Educação Matemática enseja-se um
ensino que aponte para concepções, cuja postura possibilite aos
estudantes realizar análises, discussões, conjunturas, apropriação de
conceitos e formulação de idéias. Aprende-se Matemática na somente
por sua beleza ou pela consciência de suas teorias, nas também para
que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento e, por
conseqüente, contribua para o desenvolvimento da sociedade.
70
É necessário que o processo de ensino e aprendizagem em
matemática contribua para que o estudante tenha condições de
constatar regularidades matemáticas, generalizações e apropriação de
linguagem adequada para desenvolver e interpretar fenômenos ligados
à Matemática e a outras áreas do conhecimento. Assim, a partir do
conhecimento matemático, seja possível o estudante criticar questões
sociais políticas, econômicas e históricas.
A matemática deve ser vista como ciência e, como tal,
impregnada de características referentes à sua estrutura específica.
Nesse sentido, o processo de ensino a aprendizagem da matemática
devem perceber que as definições, as demonstrações, bem com todos
os encadeamentos lógicos e conceituais, permitem a construção de
novos conceitos a partir de outros, além de validar instruções e dar
sentido aos processos e técnicas que são aplicadas.
O conhecimento matemático do ensino médio deve proporcionar
o desenvolvimento de inúmeras capacidades.
Destacamos:
♦ Capacidade de revolver problemas;
♦ Capacidade de comunicar-se;
♦ Capacidade de não apenas tomar decisões, mas respeitar e discutir
outras decisões;
♦ Capacidade de trabalhar em equipe, respeitando opiniões
divergentes;
♦ Capacidade de elaborar conjecturas com bases sólidas que exigem
uma formação continuada;
♦ Capacidade fundamental de ser criativo em situações diversas.
71
Objetivos
Os objetivos básicos da Educação Matemática visam desenvolve-
la enquanto campo de investigação e de produção de conhecimentos –
natureza cientifica – e a melhoria da qualidade do ensino e da
aprendizagem da matemática – natureza pragmática.
De acordo com ( Apud Miguel e Miorim, 2004, p.70) “a finalidade da
Educação Matemática é fazer com que o estudante compreenda e se
aproprie da própria matemática concebida como um conjunto de
resultados, métodos, procedimentos, algarismos, etc.”.
Assim dentro de nossa proposta para o Ensino Médio, deseja-se que
o aluno possa:
♦ Ler, interpretar e até produzir textos relacionados a matemática,
valorizando a sua história e evolução;
♦ Ler, interpretar e utilizar representações matemáticas como tabelas,
gráficos, diagramas presentes em veículos de comunicação, realizar
a análise crítica e a valorização de informações de diferentes
origens;
♦ Utilizar de forma adequada e investigativa os recursos tecnológicos,
como a calculadora e o computador, bem como a utilização correta
de instrumentos de medidas;
♦ Compreender e aplicar os conceitos, procedimentos e
conhecimentos matemáticos em situações diversas;
♦ Desenvolver estratégias de resolução de problemas, o que permitirá
uma melhor compreensão de conceitos matemáticos, além de
desenvolver as capacidades de raciocínio;
♦ Observar e estabelecer as conexões existentes entre diferentes
tópicos da matemática e conhecimentos aplicados em outras áreas,
observando diferentes representações de um mesmo conceito;
72
♦ Compreender e utilizar a precisão da linguagem e as demonstrações
matemáticas, utilizando raciocínio dedutivo e indutivo, que
permitirá a validação de conjecturas, além da compreensão de fatos
conhecidos e sistematizados por meio de propriedades e relações;
♦ Desenvolver e aplicar conhecimentos matemáticos em situações
presentes no real. E a capacidade de utilizar a matemática não
apenas na interpretação do real, como também, quando necessária,
como forma de intervenção.
Conteúdos
1ª Série do Ensino Médio
- Conteúdo Estudante
1. Números e Álgebra
- Conteúdos Específicos
♦ 1.1 Conjuntos:
1.1.1 Simbologia
1.1.2 Operações
1.1.3 Conjuntos Numéricos
1.1.4 Intervalos
- Conteúdos Estudante
2. Funções
- Conteúdos Específicos
2.1.1 Plano Cartesiano
2.1.2 Função afim
2.1.3 Função Quadrática
2.1.4 Função Exponencial
2.1.5 Função Logarítmica
2.1.6 Função Modular
2.1.7. Progressão Aritmética
73
2.1.8 Progressão Geométrica
2.1.9. Trigonometria
2.2.0. Função Trigonométrica
- Conteúdos Estudante
3. Geometria
- Conteúdos Específicos
3.1.1 Plano Cartesiano
3.1.2 Função afim
3.1.3 Função Quadrática
3.1.4 Função Exponencial
3.1.5 Função Logarítmica
3.1.6 Função Modular
- Conteúdos Estudante
4. Tratamento da Informação
- Conteúdos Específicos
2.1.1 Binômio de Newton
2ª Série do Ensino Médio
- Conteúdos Estudante
5. Números e Álgebra
- Conteúdos Específicos
5.1. Matrizes
5.2.Determinantes
5.3. Sistemas Lineares
- Conteúdos Estudante
6. Tratamento da Informação
- Conteúdos Específicos
74
6.1. Análise Combinatória
6.2. Probabilidade
6.3. Binômio de Newton
6.4. Triângulo de Pascal
- Conteúdos Estudante
7. Funções
- Conteúdos Específicos
7.1.1 Função afim
7.1.2 Função Quadrática
7.1.3 Função Exponencial
7.1.4 Função Logarítmica
7.1.5. Função Trigonométrica
- Conteúdos Estudante
8. Geometria
- Conteúdos Específicos
8.1. Geometria Plana
8.2. Geometria Espacial
8.2.1 Introdução à Geometria
8.2.2. Posições relativas de retas e planos
8.2.3. Perpendicularismo
8.2.4 Poliedros
8.2.5 Prismas
3ª Série do Ensino Médio
- Conteúdos Estudante
9. Tratamento da Informação
- Conteúdos Específicos
9.1Matemática Financeira
75
9.2Estatística
9.2.1 Introdução à Estatística
9.2.2 Freqüência Absoluta e Relativa
9.2.3 Representação Gráfica
9.2.4 Medidas de Tendência Central
9.2.5 Medidas de Dispersão
9.2.6 Processos Básicos de Contagem
- Conteúdos Estudante
10. Geometria
- Conteúdos Específicos
10.1 Geometria Analítica
10.2 Noções Básicas de Geometria Não-Euclidiana
- Conteúdos Estudante
11. Números e Álgebra
- Conteúdos Específicos
11.1 Polinômios
11.2 Números Complexos
- Conteúdos Estudante
12. Funções
- Conteúdos Específicos
12.1 Função afim
12.2 Função Quadrática
12.3 Números complexos (parte gráfica)
12.4 Polinômios de grau N (parte gráfica)
Metodologia
76
Precisamos atualmente propor situações e questões que
possibilitem a reflexão dos alunos. São as reflexões que permitirão uma
melhor compreensão, um estabelecimento, por parte dos alunos, das
conexões entre o conhecimento que trazem em sua bagagem e aquele
que está sendo construído. Nesse sentido, as relações entre professor e
aluno e entre aluno e aluno, nas aulas de matemática, não podem ficar
sujeitas às imposições. Ao contrário, devem respirar uma atmosfera
altamente dinâmica e reflexiva.
Uma das grandes preocupações do professor é o de propor
questões com a intenção de estimular os alunos a refletirem cada vez
mais sobre os seus próprios pensamentos, suas próprias
argumentações, buscando conscientemente os reais problemas de
compreensão de seus alunos, identificando se o problema do aluno está
relacionado á falta de conhecimento ou à falta de confiança nas suas
próprias capacidades.
A diversidade de métodos de encaminhamento de conteúdos e de
interação em sala de aula representam facilitadores para o convívio e
para a construção de conhecimentos a respeito de conteúdos diversos
para alunos heterogêneos de diferentes bagagens culturais.
Os alunos aprendem muito mais quando estão envolvidos de
forma direta e ativa no processo de aprendizagem, do que na
perspectiva de receptores passíveis de informações.
As aulas de Matemática devem ser diversificadas. Devem conter,
entre seus vários aspectos, momentos para expor, explicar,
conjecturar, questionar e valorizar o raciocínio matemático.
Avaliação
Com relação ao caráter formativo, a avaliação deve fornecer
informações que possibilitem o progresso pessoal do aluno, bem como
sua autonomia. Além disso, mas de acordo com a concepção que se
77
tenha da avaliação, ela deve fornecer, não apenas ao professor, mas
também e principalmente ao aluno, indicativos sobre o conhecimento e
a compreensão de conceitos e procedimentos desenvolvidos.
A avaliação deve ser entendida como uma verificação de como
nos comunicamos com os alunos, quais são os aspectos que nós,
professores, priorizamos e valorizamos na aprendizagem de nossos
alunos.
A avaliação não deve ser vista como isolada, mas como parte
integrante em todo o processo. Ela deve ocorrer numa variedade de
situações (entrevistas, observações, discussões, por exemplo).
Qualquer avaliação do conhecimento matemático adquirido ou
construído pelos alunos devem, entre outros, fornecer informações
sobre a capacidade que os alunos têm em distinguir atributos
relevantes e irrelevantes de um dado conceito, de verificar se o aluno
consegue, de forma adequada, representar esses conceitos e
conhecendo seus significados.
A avaliação, como parte integrante do processo de ensino e
aprendizagem, deve permitir abordagens alternativas na forma como é
encaminhada, em seus instrumentos utilizados.
Referências Bibliográficas
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1989.
D’ AMBROSIO, U. Etnomatemática – arte ou técnica de explicar e
conhecer. São Paulo: Ática, 1998.
MACHADO, N. Matemática e Realidade: análise dos pressupostos
filosóficos que fundamentam o ensino da matemática: São Paulo,
Cortez, 1994.
78
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Blucher/Edusp, 1974.
CARAÇA, B. J. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa,
s.c.p., 1970.
DAVIS, P. J. A Experiência Matemática. Rio de janeiro, Francisco
Alves, 1985.
IEZZI, G. et alii. Coleção Fundamentos de Matemática Elementar.
São Paulo: Atua, 1998.
MACHADO, N. J. et alii. Coleção Vivendo a Matemática. São Paulo:
Scipione, 1999.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação – Superintendência de
Diretrizes Curriculares da Matemática para o Ensino Médio –
Versão Preliminar - Julho, 2006.
Miguel, A.; Morim, M.A. História na Educação Matemática:
propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica 2004.
HISTÓRIA – ENSINO FUNDAMENTAL
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ensino de História tem como principais características do
currículo da disciplina, suas permanências, mudanças, rupturas e a
inserção da produção historiográfica nas práticas escolares, a fim de
79
definir diretrizes curriculares que oriente a organização do currículo
para o Ensino Fundamental e Médio da rede pública estadual.
A História como disciplina escolar passou a ser obrigatória a
partir da criação do Colégio Dom Pedro II em 1937, que instituiu a
História como disciplina acadêmica.
O modelo de ensino de História foi mantido no inicio da
República (1889) e o Colégio Dom Pedro II continuava a ter o papel de
referência para organização educacional brasileira.
O retorno da História do Brasil nos currículos escolares deu-se
apenas no governo de Getúlio Vargas (1882-1954), vinculado ao projeto
político nacionalista do Estado Novo.
O ensino de História, após implantação do regime militar (1964),
manteve seu caráter estritamente político, pautado no estudo de fontes
oficiais e narrado apenas do ponto de vista factual.
A partir da Lei nº 5692/71, o Estado organizou o Primeiro Grau
de oito anos e o Segundo Grau profissionalizante. O Ensino centrou-se
numa formação tecnicista, voltada à preparação de mão de obra para o
mercado de trabalho.
No Primeiro Grau, as disciplinas de História e Geografia foram
condensadas como área de Estudos Sociais, dividindo ainda a carga
horária com Educação Moral e Cívica (EMC). No Segundo Grau, a
carga horária de História foi reduzida e a disciplina de Organização
Social e Política Brasileira (OSPB), passou a compor o currículo.
O Ensino de Estudos Sociais foi radicalmente contestado no início
dos anos 1980, tanto pela academia, quanto pela sociedade organizada,
principalmente pela Associação Nacional dos Professores
Universitários de História (ANPUH).
Posteriormente, na segunda metade da década de 1980 e no
início dos anos 1990, cresceram os debates em torno das reformas
democráticas na área educacional, repercutindo nas novas propostas
do ensino de História.
80
Essa proposta de renovação do ensino de História tinha como
pressupostos teóricos a historiografia social, pautada no materialismo
histórico dialético, indicando alguns elementos da Nova História.
A proposta confrontou o esvaziamento de conteúdos presente no
ensino de Estudos Sociais no primeiro grau, assim como procurou ser
contrária, em seus pressupostos teóricos, ao ensino de História
tradicional, ou seja, eurocêntrica, factual, heróica, pautada na
memorização, na realização de exercícios de fixação e no
direcionamento dos livros didáticos. Por sua vez o documento
Reestruturação do Ensino do Segundo Grau no Paraná (1990), também
embasada na pedagogia histórico-crítica dos conteúdos, apresentava
uma proposta curricular de História que apontava para a organização
dos conteúdos, a partir do estudo da formação do capitalismo no
mundo ocidental e a inserção do Brasil nesse quadro.
Para o Primeiro Grau, o conteúdo foi dividido em dois blocos
distintos: História do Brasil e História Geral. A História do Paraná e da
América Latina apareciam como estudo de caso.
A implementação dessas novas propostas no ensino de História
foi limitada devido à ausência prévia de um processo de formação
continuada dos professores, que, desde os anos 1970, ministravam
aulas de Estudos Sociais, Organização Social e Política do Brasil e
Educação Moral e Cívica para uma proposta curricular de História
pautada na pedagogia histórico - crítica dos conteúdos.
O Estado do Paraná incorporou, no final dos anos 1990, os
Parâmetros Curriculares Nacionais como referência para organização
curricular de toda a rede pública estadual. A implementação dos PCNs
se deu de modo autoritário, apesar de ser garantida na LDBEN/96 a
autonomia das escolas para a elaboração de suas propostas
curriculares.
As escolas estaduais que ofertavam o Ensino de Segundo Grau,
foram orientadas, a partir de 1998 pela SEED, a elaborar suas
propostas curriculares de acordo com esses referenciais. Na Educação
81
de Jovens e Adultos (EJA), os PCNs foram implementados no Ensino
Fundamental e Médio a partir de sua apropriação na proposta
curricular para essa modalidade.
Apesar dos PCNs proporem uma valorização do ensino
humanístico, a preocupação maior era a de preparar o indivíduo para o
mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e tecnológico,
principalmente no Ensino Médio.
Não se pode negar que os PCNs apresentaram inovações para o
ensino de História. No documento do Ensino Fundamental traziam um
histórico da disciplina no Brasil. A historiografia sugerida era
atualizada e procurou aproximar o ensino da pesquisa em História de
modo a superar o ensino tradicional.
No Ensino Médio, a articulação entre os conteúdos propostos e as
competências apresentados nos PCNs, remetiam a uma abordagem
funcionalista, pragmática e presentista dos conteúdos de Historia. A
relação entre o saber e os princípios propostos pela UNESCO:
aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver, aprender
a ser, ao lado de uma referência cognitivista e psicológica, não se
conectavam com a historiografia proposta como embasamento teórico
da História.
Esse conjunto de fatores marcou o currículo de História na rede
pública estadual, tanto no Ensino Fundamental como Ensino Médio, até
o final de 2002. Essa realidade começou a ser superada em 2003, com
o processo de Diretrizes Curriculares para o Ensino de História.
Dentre essas demandas, destacam-se a aprovação da Lei n°
13.381/01, que torna obrigatório, no Ensino Fundamental e Médio da
rede pública estadual de ensino, os conteúdos de História do Paraná.
A obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira,
da Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-
Brasileira e Africana, que tornam obrigatória a inserção de conteúdos
de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nos currículos
escolares.
82
OBJETIVOS GERAIS
A História tem como objeto de estudo os processos históricos
relativos as ações e as relações humanas praticadas no tempo, bem
como os sentidos que os sujeitos deram às mesmas, tendo ou não
consciência dessas relações. Já as relações humanas produzidas por
estas ações podem ser definidas como estruturas sócio-históricas, ou
seja, são as formas de agir, de pensar, ou de raciocinar, de representar,
de imaginar, de instituir, portanto, de se relacionar social, cultural e
politicamente.
Deve-se considerar também como objeto de estudo, as relações
dos seres humanos com os fenômenos naturais, tais como as condições
geográficas, físicas e biológicas de uma determinada época e local, os
quais também se conformam a partir das ações humanas.
Os acontecimentos históricos construídos pelas ações e sentidos
humanos em determinado local e tempo, produzem as relações
humanas, estas permitem um espaço de atividade em relação aos
acontecimentos históricos, isso acontece de modo não linear, ou seja,
as ações humanas produzem relações e são as novas ações produzidas
que constroem novas ações humanas. Sendo assim, os processos
históricos são marcados pela complexidade causual, isto é, vários
acontecimentos distintos produzem uma nova relação enquanto
diversas relações distintas convergem para um novo acontecimento
histórico.
A finalidade da História é expressa no processo de produção do
conhecimento humano sob a forma da consciência histórica dos
sujeitos. É voltada para a interpretação dos sentidos do pensar
histórico dos mesmos, por meio da compreensão da provisoriedade
deste conhecimento.
83
CONTEÚDOS POR SÉRIE E ANO
5ª SÉRIE
DAS ORIGENS DO HOMEM AO SÉCULO XVI - DIFERENTES
TRAJETÓRIAS, DIFERENTES CULTURAS.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
1.Produção do conhecimento histórico
• O historiador e a produção do conhecimento histórico.
• A origem do homem e do homem americano.
• Mitos e lendas da origem do homem.
• Tempo, temporalidade.
• Fontes, documentos.
• Patrimônio material e imaterial.
Pesquisa.
3.Povos indígenas no Brasil, no Paraná e na América
• Ameríndios do território brasileiro.
• Kaingang, Guarani, Xetá e Xokleng.
.
4.Península Ibérica nos séculos XIV e XV: cultura,
sociedade e política.
• Reconquista do território e comércio colonial
84
5.Formação da sociedade brasileira e americana
• América portuguesa
• América espanhola
• Organização político-administrativa(capitanias
hereditárias, sesmarias)
• Manifestações culturais(sagrada e profana)
• Organização social (família patriarcal e escravismo)
• Escravização de indígenas e africanos
Economia (pau-brasil, cana-de-açucar e minérios.
6.Missões
7.Bandeiras
8.Invasões Estrangeiras
9.Movimentos de Contestação
10.Invasão Napoleônica na Península Ibérica
11.Chegada da Família Real no Brasil
12.O Processo de Independência do Brasil
6ª SÉRIE
Do governo Imperial à República Atual Brasileira
• Governo de D. Pedro I
• Constituição Outorgada de 1824
• Unidade Territorial
• Manutenção de Estrutura Social
• Confederação do Equador
• Província Cisplatina
• Revoltas Regenciais
85
• Governo de D. Pedro II
• Lei de Terras, Lei de Eusébio de Queirós
• Início da Imigração Européia
• Definição do Território
• Movimento Abolicionista e Emancipacionista
• A Guerra do Paraguai
• O Processo de Abolição da Escravidão
• Os Primeiros Anos da República
• Idéias Positivistas
• Oligarquia, Coronelismo e Clientelismo
• Movimentos de Contestação
• Movimentos Messiânicos
• Revolta da Vacina e Urbanização do Rio de Janeiro
• A Semana do 22 e o Repensar da Nacionalidade
• A Revolução de 30 e o Período Vargas (1930-1945)
• Populismo no Brasil e na América Latina
• O Regime Militar no Brasil
• Redemocratização
• Constituição de 1988
• Movimentos Populares Rurais e Urbanos
• Mercosul, Alca
• O Brasil no Contexto Atual.
7ª SÉRIE
• Surgimento, desenvolvimento da humanidade e grandes
migrações
• O surgimento das civilizações antigas
• Egito, Mesopotâmia, Palestina, Fenícia
• A América Pré-Colombiana
86
• Sociedade Escravista
• Roma e Grécia
• Sociedade Servil
• O Feudalismo
• Religiões: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo
• O Poder da Igreja
• A Cultura Medieval
• A Formação dos Reinos Bárbaros
• Império Carolíngio
• Império Bizantino
• Paraná
• Guerra do Contestado
• Greve de 1917: Curitiba
8ª SÉRIE
• As Monarquias Absolutistas
• O Expansionismo Marítimo
• O Renascimento
• A Reforma e a Contra-Reforma
• A Conquista e a Colonização da América
• Comércio (África, Ásia, América e Europa)
• Revolução Industrial
• Feudalismo
• Socialismo
• Anarquismos
• Colonização da África e da Ásia
• A Primeira Guerra Mundial
• Revolução Russa
• Crise de 29
87
• Ascensão dos Regimes Totalitários na Europa
• Segunda Guerra Mundial
• Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
• Independência das Colônias Afro-Asiáticas
• Guerra Fria
• Fim da Bipolarização Mundial
• Construção do Paraná Moderno
• Últimos Governos do Paraná
• Frentes de Colonização do Estado
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Pretende-se que o ensino de História contribua para a construção
da consciência histórica, é imprescindível que o professor retome
constantemente com os seus alunos como se dá o processo de
construção do conhecimento histórico, ou seja, como é produzido a
partir do trabalho de um pesquisador que tem como objeto de estudos
os processos históricos relativos as ações e as relações humanas
praticadas no tempo.
A partir desse trabalho o historiador produz uma narrativa
histórica, que tem como desafio contemplar a diversidade das
experiências políticas, econômico-sociais e culturais.
Possibilita contribuir ainda para que os alunos valorizem e
contribuam para a preservação de documentos, dos lugares de
memória como museus, bibliotecas, acervos privados e públicos de
fotografias, de documentos escritos e audiovisuais, entre outros, seja
pelo uso adequado dos locais de memória, pelo manuseio cuidadoso de
documentos que podem se constituir em fontes de pesquisas.
88
Ao planejar as suas aulas, caberá ao professor problematizar, a
partir do conteúdo que se propôs a tratar, a produção do conhecimento
histórico, considerando que a apropriação deste conceito pelos alunos
é processual, e deste modo exigirá que seja constantemente retomado.
O professor terá que ir muito além do livro didático, uma vez que
as explicações ali apresentadas são limitadas, seja pelo número de
paginas do livro, pela vinculação do autor a uma determinada
concepção historiográfica, seja pela tentativa de abarcar uma grande
quantidade de conteúdos, atendendo às demandas do mercado
editorial.
O uso da biblioteca é fundamental, para tanto, é necessário que
sejam orientados pelo professor de história a conhecer o acervo
específico, as obras que poderão ser consultadas ao longo de cada ano
letivo, bem como os procedimentos para se apropriar dos
conhecimentos que estão nos livros, compreendendo os diferentes
conteúdos da disciplina.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve estar colocada a serviço da aprendizagem de
todos os alunos, de modo que permeie o conjunto das ações
pedagógicas, e não como um elemento externo a este processo.
A avaliação deverá ser assumida como um instrumento de
compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno,
tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que
possa avançar no seu processo de aprendizagem.
A partir da avaliação diagnóstica, tanto o professor quanto os
alunos poderão revisitar as práticas desenvolvidas até então para
identificar lacunas no processo de ensino e aprendizagem, bem como
planejar e propor outros encaminhamentos que visem à superação das
dificuldades constadas.
89
O aprendizado e a avaliação poderão ser compreendidos como
um fenômeno compartilhado, que se dará de modo contínuo,
processual e diversificado, permitindo uma análise crítica das práticas
que podem ser constantemente retomadas e reorganizadas pelo
professor e pelos alunos. No entanto, é necessário destacar que cabe
ao professor planejar situações diferentes de avaliação.
BIBLIOGRAFIA
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diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 23 de
dezembro de 1996.
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Introdução aos parâmetros curriculares nacionais.
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AQUINO, Rubim Santos Leão et alli. Sociedade brasileira: uma
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FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzala. 47 ed. (s.i.): Editora
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HOALNDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26 ed.. São
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OLIVEIRA, Ricardo Costa de (org).A construção do Paraná
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GIROX, Henry A. Os professores como intelectuais: Rumo a uma
pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Medicas, 1997.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar.
14 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
91
HISTÓRIA-ENSINO MÉDIO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A disciplina de História contribui para a formação de uma
consciência histórica crítica. Trata o conhecimento histórico como o
resultado do processo de investigação e sistematização de análises
sobre o passado, de modo valorizar diferentes sujeitos históricos e suas
relações.
Para a disciplina de História privilegiou-se as relações culturais,
de trabalho e de poder como recortes deste processo histórico que
estão interligados entre si e permitem a busca do entendimento da
totalidade das ações humanas.
92
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
Desenvolver a capacidade de análise crítica da realidade
relacionada ao contexto histórico.
Proporcionar a compreensão de como se encontram as relações de
trabalho no mundo contemporâneo, como estas se configuram e
como o mundo do trabalho se constitui em diferentes períodos
históricos , considerando os conflitos inerentes às relações de
trabalho.
Analisar as relações de poder que se encontram em todos os
espaços sociais e em diferentes temporalidades , analisando os
mecanismos que as constituíram.
Oportunizar a análise da construção cultural, as especificidades de
cada sociedade e as relações existentes entre elas .
Analisar como se constituíram as experiências culturais dos sujeitos
ao longo do tempo e identificar as permanências e mudanças.
Possibilitar o estudo do passado através de questionamentos feitos
no presente por meio da análise de diferentes documentos históricos
e problematização de questões atuais.
1ª SÉRIE
Conteúdos temáticos:
Experiências culturais:
- O surgimento do homem;
- O surgimento das civilizações antigas (escrita): Egito, Palestina,
Fenícia, Pérsia;
- Os povos da América (primitivos);
93
Relações de trabalho, poder e produção em diferentes sociedades e
épocas:
- Sociedade escravista (Roma e Grécia);
- Sociedade Feudal;
- Igreja e Poder na Idade Média;
- Inquisição na Europa e no Brasil;
Economia, ciência e tecnologia:
- Economia Escravista e Feudal;
- O surgimento do comércio;
- Revolução tecnológica no campo;
Religiosidade:
- Islamismo, Cristianismo, Judaísmo, Budismo, Xintuísmo.
Trabalho e gênero:
- A mulher e o trabalho na sociedade antiga e feudal.
Experiência Cultural:
- Legado Cultural na Grécia e Roma;
- Família e Educação na Idade Média.
Formação da Identidade:
- Cultura européia: modo de vida;
- Cultura indígena: modo de vida e costumes;
- O choque cultural entre os europeus e os Ameríndios.
94
2ª SÉRIE:
Arte,ciência,tecnologia e idéias:
- Renascimento, Revolução Industrial e Iluminismo.
Mentalidade e cotidiano:
- Vida cotidiana no Brasil-colônia e Império;
Movimentos Revolucionários:
- Revolução Francesa;
- Revoluções Burguesas na Europa;
- Emancipação Política no Brasil;
Ideologia do Trabalho:
- Doutrinas Ideológicas;
- Anarquismo, Socialismo, Capitalismo e Liberalismo.
Relação de Poder:
- O Governo do Primeiro Reinado, As Regências e o Segundo Reinado.
Relação de Trabalho:
- Escravidão;
- A Questão Servil e a Imigração.
Cultura Política:
- Proclamação da República;
- Revolução de 30.
95
Relação de Poder – redes de poder:
- Coronelismo no Brasil;
- Imperialismos na África, Ásia e América.
Guerras e Revoluções:
- 1ª Guerra Mundial;
- Revolução Russa;
- 2ª Guerra Mundial.
Regimes Políticos:
- Regimes Totalitários: Nazismo e Fascismo;
- Regimes Democráticos; EUA e no Brasil no século XIX e XX;
- Regimes Socialistas.
Movimentos Políticos e Sociais:
- Contestado, Canudos e Revolta da Vacina;
- Movimento Operário e o Tenentismo;
- MST.
3ªSÉRIE:
Relação de Trabalho e Poder em Diferentes Sociedades:
- As civilizações Antigas;
- Sociedade Escravista (Roma e Grécia);
96
- Sociedade Feudal;
- A Sociedade do Oriente Médio.
Gênero:
- O homem e a mulher na antigüidade e na sociedade feudal;
Formação da Identidade:
- Cultura Feudal;
- Cultura Bizantina e Árabe;
- Povos Ameríndios;
- Cultura Afro-brasileira;
- Cultura do Paraná.
Guerra e Revoluções:
- Revolução Industrial, Iluminismo;
- Revoluções burguesas na França e Inglaterra;
- 1ª guerra mundial;
- Revolução Russa;
- 2ª guerra mundial;
Formas de dominação: Colonialismo e neocolonialismo:
- Conquista e colonização da América Espanhola, Portuguesa;
- Imperialismo;
- Crise do Sistema Colonial;
- As Práticas Mercantilistas.
Partidos e organizações sócias; representação política:
97
- Formação e evolução dos partidos a partir de 1930;
- Brasil, Império e República.
Migrações, Organizações e Lutas Trabalhistas:
- Imigração e trabalho livre no Brasil;
- A classe operária no Brasil e no mundo no século XIX e XX;
- Os movimentos de sindicatos.
- As lutas trabalhistas no campo e na cidade no século XIX e XX.
Poder e Ideologia
- Articulações políticas da República Velha 1930;
- Povoamento do Paraná.
Religião e Poder – Inquisição na Europa e no Brasil:
- Poder da Igreja na Idade Média;
- Igreja no Brasil colonial e imperial.
Propriedade:
- Neoliberalismo;
- Globalização: blocos econômicos.
Conflitos Urbanos e Rurais:
- Êxodo Rural, Revolução Agrícola;
- Processo de urbanização das capitais brasileiras.
Violência e Poder:
98
- Revoltas anti-coloniais.
METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA
A fundamentação teórica de História tem como articulação os
conteúdos estruturantes, temas e sua problematização nas situações
relacionadas com as questões econômica , social e cultural. A seleção
de ações e relações humanas de trabalho. As relações de poder e as
relações culturais, demarcando referências, acontecimentos, processos
que através da narrativa representa uma reconstituição do processo
histórico relativo às mudanças e transformações que passam a ser
descritos em diferentes contextos históricos. A problematização
fundamenta a explicação e a argumentação histórica. O uso de
documentos proporciona a produção de conhecimento histórico quando
usado como fonte na qual buscam-se respostas para a problematização.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
A avaliação será formal, processual, contínua e diagnóstica.
O acompanhamento do processo ensino-aprendizagem, tem como
finalidade principal a visão do desenvolvimento do processo e da
reflexão sobre o método de trabalho, oportunizando ao professor a
percepção da apropriação do conhecimento histórico.
A avaliação deve considerar três aspectos importantes que são: a
apropriação de conceitos históricos e o aprendizado dos conteúdos
estruturantes e dos conteúdos específicos. Aspectos estes que são
entendidos como complementares e indissociáveis. Desta forma o
professor deve utilizar em diferentes atividades como leitura,
interpretação e análise de textos históricos, produção de narrativas
99
históricas, pesquisas bibliográficas, sistematização de conceitos
históricos, apresentação de seminários entre outras.
ENSINO FUNDAMENTAL- GEOGRAFIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Podemos perceber em todo o planeta, as transformações
tecnológicas, científicas, políticas e econômicas. Estas transformações
desenvolveram-se através do avanço da hegemonia do capital,
provocando mudanças de hábitos, novas necessidades, alteração dos
valores sociais e culturais, exploração de novos recursos naturais,
alterando também o fator físico do planeta. Essa nova onda de avanço
do capital passou a dominar o mundo inteiro, o que chamamos de
globalização.
Com esta evolução, o ensino de Geografia, não pode ficar parado
no tempo, é preciso acompanhar as transformações sociais e culturais
da população. O trabalho do professor de Geografia em Ensino
Fundamental e Médio é complexo, pois além de realizar a leitura do
espaço geográfico, precisa fazer a leitura da realidade de seus alunos e
de seus espaços. Neste sentido, os profissionais do ensino de Geografia
devem estar atualizando constantemente seus conhecimentos para que
esta disciplina não represente um atraso na formação do conhecimento
dos cidadãos.
De acordo com Libâneo (1994), os resultados das ações
educativas, conforme propósitos sociais e políticos é um processo que
necessita das transformações sucessivas, tanto na história como na
formação e desenvolvimento da personalidade de todo ser humano.
Uma grande preocupação do ensino de Geografia, e de todos os
que assumiram o compromisso com a formação de profissionais, é com
a formação de alunos que sejam capazes de enfrentar as reais
100
condições adversas impostas pelo mundo competitivo e excludente em
que vivemos. Para isso a Geografia deve estar inserida na sociedade em
que se faz presente, criando possibilidades para a formação de
cidadãos críticos.
A sociedade exige da escola, uma educação que seja capaz de
desenvolver nos alunos, conhecimento amplo, raciocínio lógico, capaz
de formar seus próprios conceitos, onde poderão se excelentes
profissionais. Concordamos com Pontuschka (1996), quando considera
que a construção da cidadania é uma tarefa difícil de ser realizada na
escola pública onde ocorre a convivência de uma população numerosa,
heterogênea, com diferenças de idade, valores, origens sociais e
históricas.
A Geografia no Brasil passou por várias tendências: as primeiras
iniciaram a partir da década de 1940, com grande influência da Escola
Francesa. Essa Geografia foi marcada pela explicação objetiva e
quantitativa da realidade. A meta era abordar as relações entre o
homem e a natureza, buscando a formulação de leis gerais de
interpretação. Essa tendência foi chamada de Geografia Tradicional.
Surge a partir da década de 1960, a teoria Marxista com
tendência crítica a geografia Tradicional. O centro de preocupação
passa a ser as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza na
produção do espaço geográfico. Não significa explicar o mundo, é
preciso transformá-lo. A Geografia ganha conteúdos políticos, os quais
são significativos para a formação humana. Nascia a Geografia Crítica.
Dentro de uma perspectiva crítica, a Geografia não pode ser
centralizada na descrição empírica das paisagens, nem baseada
exclusivamente na interpretação política e econômica do mundo.
Precisa sim, ser uma ciência que trabalhe desde as relações
socioculturais das regiões, considerando os elementos físicos,
biológicos que fazem parte dela. Entretanto, quando nos questionamos
sobre o que vamos ensinar em Geografia, devemos questionar também
como vamos ensinar, afinal sabemos que o principal objetivo do ensino
101
de geografia é de estudar a ação mútua do homem e do espaço que o
rodeia.
Devemos ter clareza de que um dos poucos meios de conhecer a
matéria de Geografia, a qual tem existência real das coisas e fatos, é
através da observação direta e indireta. Durante a execução dos
trabalhos o professor deve guiar os alunos, ajudar e nunca fazer o
trabalho para eles, aí sim teremos esperança que o planeta Terra será
preservado.
Objetivos Gerais
Ao conceber o espaço de vida do ser humano como um produto
histórico, construído pela sociedade, cresce a importância do ensino de
Geografia, na medida em que propicia ao aluno o conhecimento crítico
da realidade espacial e, com isso, sua participação consciente e
responsável no processo social de produção do espaço geográfico.
Cada educando constrói seu conhecimento a partir de interações
educativas propostas pelo professor, o responsável pelo ensino.
Segundo Paulo Freire, “aprender é reconstruir pela descoberta”.
Com isso o aluno vai progressivamente criando e recriando o espaço
geográfico no seu intelecto, ampliando e aprofundando seu
conhecimento. Partindo desse princípio, configura-se o objetivo maior
da Geografia: conhecer o espaço geográfico para melhor agir no
processo de sua construção e sua reconstrução, para que os alunos
passem a pensar e agir criticamente, buscando elementos que
permitam compreender e explicar o mundo, cabendo, assim, à
Geografia a função de preparar o aluno para uma leitura crítica da
produção social do espaço.
102
CONTEÚDOS
5ª SÉRIE
- Lugar e Paisagem
- Orientação e Localização
- Os Mapas
- A Linguagem dos Mapas e dos Gráficos
- A Terra e o Universo
- Movimentos da Terra
- Terra Planeta da Vida
- Litosfera
- Natureza e Sociedade
6ª SÉRIE
- O território Brasileiro
- População Brasileira
- Espaço Rural Brasileiro
- Espaço Urbano Brasileiro
- Regiões Brasileiras: Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Sul.
7ª SÉRIE
- Construção do Espaço Geográfico
- A Organização do Espaço Geográfico Mundial
- A Regionalização do Mundo Contemporâneo
- América Latina
- África
103
- Ásia
8ª SÉRIE
- O Espaço Global
- Consumo, Meio Ambiente e Desigualdade no Espaço Global
- América do Norte
- Europa
- Países Ex-socialistas da Europa e da Ásia
- Países Desenvolvidos do Pacífico
- Regiões Polares.
METODOLOGIA
Cabe ao professor criar situações em que os alunos não percam
de vista a dimensão espacial da realidade e a compreensão de que
esses elementos do espaço (naturais, sociais e culturais) só são
separados para fins de análise ou estudo; na verdade eles estão em
permanente interação, no âmbito das três esferas: dinâmica da
natureza, dinâmica da sociedade, dinâmica sociedade/natureza.
O estudo da natureza ganha importância crescente, no mundo de
hoje, uma vez que é importante conhecer sua dinâmica , a fim de que o
seu aproveitamento não comprometa a preservação ambiental.
A produção do espaço geográfico é feita por meio do trabalho e a
maneira de realizá-la depende de como a sociedade se organiza. Se o
espaço é dinâmico, ele possui tempo acumulado e a geografia não deve
se descuidar da historicização dos fatos.
O professor deve propor e estimular a participação ativa dos
alunos, mediante a aplicação de várias técnicas ou estratégias, seja de
ensino individualizado, seja de ensino socializado (trabalho em equipe,
104
debates, questões desafiadoras, discussões coletivas, estudo dirigido,
produção individual, entre outras).
Por meio de mapas, fotografias, poemas, charges, textos e outras
linguagens indispensáveis ao ensino, o aluno deve desenvolver a
capacidade de observar, perguntar, ler (gráficos e mapas) comparar,
justificar, explicar – habilidades indispensáveis para que esteja em
continua reconstrução do seu conhecimento.
Ao professor cabe selecionar e organizar informações úteis no
âmbito de seu planejamento de ensino, uma vez que a qualidade é mais
importante que a quantidade de conteúdos trabalhados. A função do
professor é “ensinar a aprender”.
AVALIAÇÃO
Trata-se de um processo importante do processo ensino-
aprendizagem e deve ter caráter diagnóstico e contínuo.
A fim de respeitar as diferentes formas de expressão que um
grupo heterogêneo de alunos apresenta, o professor deve se valer de
vários instrumentos de avaliação. Entre eles estão: a observação e o
registro da participação de cada um de seus alunos, aplicação de
diferentes atividades que envolvam expressão oral, escrita, gráfica,
numérica e artística, de forma a obter informações que melhor
discriminam o nível de aprendizagem dos alunos.
Na avaliação a opção por atividades diferenciadas tem como meta
estimular o aluno a explorar suas capacidades e envolvê-los numa
proposta de aprendizagem significativa que avalie os diferentes
interesses e ritmos.
A proposta avaliativa deve estar clara para os alunos, ou seja, que
saibam como serão avaliados em cada atividade proposta.
Importante: A avaliação deve orientar os procedimentos de
ensino, em sala de aula.
105
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OLIVA, J. Ensino de Geografia: um retrato desnecessário.
CAVALCANTI, L. de S. Geografia escola e construção do
conhecimento: Papirus, 1999.
ANDRADE, M. C. de Geografia ciência da sociedade. São Paulo:
Atlas, 1987.
BOLIGIAN, Levon. Geografia espaço e vivência. São Paulo: Atual,
2001.
ENSINO MÉDIO -GEOGRAFIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Podemos perceber em todo o planeta, as transformações
tecnológicas, cientificas, políticas e econômicas. Estas transformações
desenvolveram-se através do avanço da hegemonia do capital,
provocando mudanças de hábitos, novas necessidades, alteração dos
valores sociais e culturais, explorando de novos recursos naturais,
alterando também o fator físico do planeta. Essa nova onda de avanço
do capital passou a dominar o mundo inteiro, o que chamamos de
Globalização.
Com essa evolução, o ensino de Geografia, não pode ficar parado
no tempo, é preciso acompanhar as transformações sociais e culturais
da população. O trabalho do professor de Geografia no ensino
fundamental e médio é complexo, pois além de realizar a leitura do
espaço geográfico, precisa fazer a leitura da realidade de seus alunos e
106
de seus espaços. Neste sentido, os profissionais do ensino de
Geografia, devem estar atualizando constantemente seus
conhecimentos para que esta disciplina não represente um atraso na
formação do conhecimento dos cidadãos.
De acordo com Libâneo (1994), os resultados das ações
educativas, conforme propósitos sociais e políticos, é um processo que
necessita de transformações sucessivas, tanto na história como na
formação e desenvolvimento da personalidade de todo ser humano.
A preocupação do ensino de Geografia, e de todos os que
assumiram o compromisso com a formação de profissionais, é com a
formação de alunos que sejam capazes de enfrentar as reais condições
adversas impostas pelo mundo competitivo e excludente em que
vivemos. Para isso a Geografia deve estar inserida na sociedade em que
se faz presente, criando possibilidades para a formação de cidadãos
críticos.
Dentro de uma perspectiva crítica, a Geografia não pode ser
centralizada na descrição empírica das paisagens, nem baseada
exclusivamente na interpretação política e econômica do mundo.
Precisa sim, ser uma ciência que trabalhe desde as relações
socioculturais das regiões, considerando os elementos físicos,
biológicos que fazem parte dela. Entretanto, quando nos questionamos
sobre o que vamos ensinar Geografia, afinal sabemos que o principal
objetivo do ensino da Geografia é de estudar a ação mútua do homem e
do espaço que o rodeia.
Devemos ter clareza de que um dos poucos meios de conhecer a
matéria da Geografia, a qual tem existência real nas coisas e fatos, é
através da observação direta e indireta. Durante a execução dos
trabalhos, o professor deve guiar, ajudar os alunos, nunca fazer os
trabalhos para eles.
OBJETIVOS GERAIS
107
Subsidiar os alunos a pensar e agir criticamente buscando
elementos que permitam compreender e explicar o mundo, cabendo
assim, à Geografia a função de preparar o aluno para uma leitura
crítica da produção social do espaço.
CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
- A Ciência Geográfica
- A Terra e o Espaço
- Movimento da Terra no Espaço
- Geografia de Posição
- Representação da Terra
- Climas Brasileiros
- Os Rios e Lagos Brasileiros
- O Modelado Terrestre Brasileiro
- Biomas Brasileiros
- Atmosfera
- Clima
- Hidrosfera – Oceanos e Mares
- Águas Continentais
- A Idade da Terra – Eras Geológicas – Rochas e Minerais
- Agentes Modeladores do Relevo
108
- Biosfera
- Fontes de Energia no Brasil
- As Fontes de Energia e o Meio Ambiente
- Agropecuária
- Atividade industrial
2ª SÉRIE
- Indicadores Demográficos e Sócios Econômicos Brasileiros
- Distribuição da População Brasileira
- Crescimento da População Brasileira
- Estrutura da População Brasileira
- Migrações
- Formação Étnicas da População Brasileira
- Os Agrupamentos Urbanos
- A Urbanização Brasileira
- Indicadores Demográficos e Sócios Econômicos (continuação)
- Índice de Desenvolvimento Humano
- Distribuição da População Mundial
- Teorias Demográficas
- Crescimento da População Mundial
- Estrutura da População Mundial
- Movimentos Migratórios
- Urbanização, Crescimento e Processo de Urbanização
- As Cidades e a Rede Urbana
- Os agrupamentos Urbanos
-A Urbanização nas Diferentes Categorias de Paises
- Problemas Urbanos
3ª SÉRIE
109
-A Produção Econômica Diante da Nova Divisão Internacional do
Trabalho
- O Poder Econômico
- As Organizações Econômicas internacionais
- O Espaço Mundial Pós-guerra e o Surgimento da ONU
- O Espaço Mundial Durante a Guerra Fria
- O Mundo Pós-guerra : Fragmentações e Conflitos
- O Espaço Mundial Mediante a Globalização
- O Meio Técnico e Científico Informacional e as Transformações das
Infra-estruturas Socioeconômicas
- A Economia Globalizada
- Indicadores Socioeconômicos: Inclusão ou Exclusão Social
- Cidadania, Saúde e Reforma da Previdência
- Geopolítica Ambiental: Agenda 21 e Tratado de Kyoto
METODOLOGIA
Propõe-se que os conteúdos geográficos sejam trabalhados de
uma forma crítica e dinâmica, mantendo a coerência com os
fundamentos teóricos, sendo assim os conteúdos específicos são
abordados a partir do enfoque de cada Conteúdo Estruturante.
AVALIAÇAO
Deve ser diagnóstica e continuada, pois dá ênfase ao
aprender. Em lugar de avaliar apenas por meio de provas, deve ser
usado instrumento de avaliação quem contemplem várias formas de
expressão dos alunos.
110
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M.C. de Geografia Ciência da Sociedade. São Paulo:
Atlas, 1987.
ARCHELA, R. S. E GOMES, M. F. V. B. – Geografia para o ensino
médio – Manual de aulas Práticas. Londrina: Ed. UEL, 1999.
CASSETI, V. A natureza e o espaço geográfico. In: MENDONÇA, F. E
KOZEL, S.(Orgs.) Elementos de epistemologia da Geografia
contemporânea. Curitiba: Ed. da UFPR, 2002, p. 145-163.
CHISTOFOLETTI, A. (Org.) Perspectivas da Geografia. São Paulo:
Difel, 1982.
CORREA, R. L. Região e Organização Espacial. São Paulo Ática,
1986.
GONÇALVES, C. W. P. Os (des)Caminhos do meio Ambiente. São
Paulo: Contexto, 1999.
MENDONÇA, F. Geografia Sócio-Ambiental. In: Revista Terra Livre,
nº 16, AGB Nacional, 2001, p. 113.
MORAES, A.C.R. Geografia - Pequena História Crítica. São Paulo:
Hucitec, 1987.
______________ Geografia Crítica – A Valorização do Espaço. São
Paulo: Hucitec, 1984.
111
______________ Ideologias Geográficas. São Paulo: Hucitec, 1991.
SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In:
CARLOS, A. F. A. (Org.) A Geografia na Sala de Aula. São Paulo:
Contexto, 1999.
TUAN, Y. F. Geografia Humanística. In: CHISTOFOLETTI, A. (Org)
Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982.
ENSINO FUNDAMENTAL - CIÊNCIAS
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
112
A disciplina de Ciências justifica sua importância ,pois,evidencia
fatos e fenômenos que estão ligados ao nosso dia-a-dia.
O currículo de Ciências no Ensino Fundamental é constituído
historicamente por um conjunto de Ciências que se somam numa
mesma disciplina escolar para compreender os fenômenos naturais
nesta (época) etapa da escolarização. Os conhecimentos físicos,
químicos e biológicos, dentre outros são contemplados nessa disciplina
com vista à compreensão das diferenças e inter-relações entre ciências,
ditas naturais, no processo de ensino e de aprendizagem.
A Ciência ocupa-se em explicar e evidenciar fenômenos que
ocorrem em nosso meio de forma natural ou como conseqüência das
ações humanas, a mesma também justifica sua existência pois contribui
para as inovações tecnológicas invenções e descobertas cientificas, que
venham contribuir para a melhoria na qualidade de vida do nosso
planeta.
OBJETIVOS GERAIS:
CONTEUDO POR SÉRIE / ANO
5ª SÉRIE
- Sistema Solar
- As Galáxias
- A Conquista do Espaço
- A Terra e a Vida
- Os Ecossistemas
- O Solo no Ecossistema
- Rocha e Solo
113
- Utilizando a Preparação do Solo
- A Água na Natureza
- Água Potável e Poluição da Água
- Tratamento de Água
- Flutuação e Pressão da Água
- Existência do Ar
- Pressão Atmosférica
- Pressão Atmosférica e Previsão do Tempo
6ª SÉRIE
- Os Seres Vivos e o Ecossistema
- Classificação e Nomenclatura dos Seres Vivos
- Os Vírus
- Os Seres Unicelulares
- Os Fungos
- O Reino Animal
- As Poríferas
- Os Cnidários
- Os Platelmintos
- Os Nematelmintos
- Os Moluscos
- Os Anelídeos
- Os Insetos
- Aracnideos, Crustáceos, Diplópodes e Quilópodes
- Os Equinodermos
- Os peixes
- Os Anfíbios
- Os Répteis
- As Aves
- Os Mamíferos
114
- Os Grandes Grupos de Plantas
- As Criptogamas
- As Fanerógamas
7ª SÉRIE
- A Espécie Humana
- Como é o Ser Humano
- As Células
- Os Tecidos do Corpo Humano
- O Aparelho Locomotor
- O Sistema Sensorial
- O Sistema Sensorial e a Saúde
- Os Alimentos
- A Digestão
- O Sistema Respiratório
- A circulação
- A Excreção
- A Reprodução Humana
- Noções de Genética
- Coordenação das Funções
8ª SÉRIE
- Introdução a Química
- A Matéria
- Substancias e Misturas
- O Átomo
- Tabela Periódica
- Ligações Químicas
115
- Funções Químicas
- Reações Químicas
- Introdução a Física
- Cinemática
- Dinâmica
- Princípios da Dinâmica
- Trabalho e Potencia
- Energia e Maquinas
- Energia Térmica
- Energia Sonora
- Energia Luminosa
- Eletricidade e Magnetismo
METODOLOGIA
Os conteúdos específicos podem ser tratados por meio de
atividades e aulas práticas, desde que se considere a coerência entre a
teoria e a prática, o conteúdo e a forma.
Para que o currículo de ciências se efetive na escola é preciso
que os participes do processo de ensino e de aprendizagem trabalhem
a concepção de ciências como construção humana, cujos
conhecimentos científicos são passíveis de alterações ao longo da
história da humanidade e marcados por intensas relações de poder. A
partir dessa compreensão da ciência, o tratamento dos conteúdos, na
escola, exige conhecimentos científicos de outras ciências para explicar
os inúmeros fenômenos naturais que ocorrem no mundo. A química, a
física, a biologia, a geociência, a astronomia, e as outras áreas
contribuem significativamente para o estudo, a explicação e a
compreensão dos fenômenos naturais, objetos de estudo das ciências.
Então a ação do professor deve ser direcionada para:
• Verificar a idéia prévia dos alunos
116
• Oportunizar conflitos cognitivos para os alunos, isto é,
questionamentos.
• Introduzir novas idéias capazes de esclarecer e, se possível
resolver o conflito cognitivo.
• Proporcionar aos alunos oportunidades de aplicar novas idéias
em situações diferentes.
É importante que os alunos, por meio das atividades práticas
compreendam e reflitam as noções e conceitos pertinentes ao
fenômeno em estudo, bem como sobre o processo de extração
industrialização da matéria-prima, os impactos ambientais decorrentes
dos processos de extração/industrialização, os materiais utilizados, os
procedimentos dessas atividades e os mecanismos de descartes de
resíduos.
Cada um dos materiais alternativos, reagentes químicos,
equipamentos, precisam ser conhecidos pelos estudantes,
considerando desde a sua origem, composição química, funcionalidade,
até sua relevância, não só no momento da atividade prática, para
estudo do fenômeno em questão, mas também na vida cotidiana sem
deixar de considerar, sempre os princípios da disciplina de ciências, e
os aspectos econômicos, políticos, sociais, ambientais, éticos entre
outros.
Nesse sentido, o importante é o desenvolvimento da educação
para a ciência. A experimentação formal em laboratórios didáticos por
si só, não resultam na apropriação dos conteúdos/conceitos pelos
alunos. Sendo assim as atividades práticas acontecem em diversos
ambientes, na escola ou fora dela, portanto, o laboratório não é o único
cenário para o desenvolvimento dessas ações. As atividades
experimentais podem ser realizadas em sala de aula por demonstração,
em visitas, saídas a campo e por outras modalidades, com o objetivo de
permitir a apropriação de noções e conceitos e de suscitar a reflexão
sobre o objeto de estudo, o fenômeno envolvido e a conjuntura em que
se insere.
117
Além das aulas teóricas e práticas temos também trabalhos de
pesquisa, trabalhos em equipe, apresentações, pesquisas de campo,
encenações, aulas com vídeo e outras estratégias metodológicas que
venham a contribuir para a assimilação dos conteúdos e maior
significação da aprendizagem.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA:
A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as
pessoas.
Precisamos, principalmente nos libertar da idéia de que o senso
comum é suficiente para julgarmos um desempenho.Essa libertação
permite estabelecer parâmetros para uma avaliação mais competente
tornando possível um maior desenvolvimento do individuo que estamos
avaliando, neste caso, o aluno. Desse modo, a avaliação deve ser:
• Um processo continuo e sistemático, portanto, deve ser constante e
planejado, fornecendo retorno ao professor e permitindo a
recuperação de estudos do aluno.
• Funcional, porque verifica se os objetivos previstos estão sendo
atingidos;
• Orientadora, pois permite ao aluno conhecer seus erros e corrigi-los
o mais breve possível;
• Integral, pois considera o aluno como um todo, ou seja, não são
analisados apenas os aspectos cognitivos mas também os
comportamentais e habilidade psicomotora.
118
Cabe ao professor escolher a técnica que considera mais
adequada para avaliar seus alunos, lembrando sempre que não existe
maneira correta de avaliação. Todas apresentam vantagens e
desvantagens. Para tanto, serão sugeridas as seguintes modalidades de
avaliação:
• Prova escrita: é uma forma eficaz de avaliar se o aluno aprendeu a
matéria com questões dissertativas, de múltipla escolha, objetivas
entre outras.
• Prova oral: pode ser desenvolvida por entrevistas e questões
respondidas oralmente, avaliando conhecimento e habilidade de
expressão oral.
• Auto avaliação: estimula o aluno a refletir sobre seu próprio
desempenho. Para ser eficaz a auto-avaliação deve ser orientado
pelo professor, que poderá sugerir alguns itens para o aluno
responder sobre si mesmo.
• Trabalhos de pesquisas feito em casa: devem ser avaliados com
ressalva, pois nem sempre é o aluno quem executa o trabalho.
Assim, é interessante que, após a entrega o aluno ou grupo
descrevam as etapas do trabalho, as dificuldades, as fontes
bibliográficas, entre outras.
• Tarefas em classe: podem ser realizadas individualmente ou em
grupos.
• Trabalho integrado: oportunizar que as tarefas sejam realizados
( em grupos ou individualmente) em conjunto com outras
disciplinas.
• Participação: como complemento das notas de provas poderão ser
atribuídos pontos ou conceitos sobre a participação do aluno em
sala de aula.
Concluindo, a avaliação no processo de aquisição, a construção
dos conteúdos pode ser efetivamente realizada ao se solicitar ao aluno
que interprete situações determinadas cujo entendimento demanda, os
conceitos que estão sendo aprendidos no seu cotidiano.
119
Dessa forma tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem
de procedimento e atitudes estão sendo avaliados. O erro ou o engano
precisa ser tratado não como incapacidade de aprender, mas como
elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno,
servindo então, para redimensionar a prática pedagógica e fazer com
que ele progrida na construção de seu conhecimento
BIBLIOGRAFIA
CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. 2ª ed. São Paulo: moderna,
2004.
ANDERY,M.A.et.al. Para compreender a ciência. 5ª ed. Rio de Janeiro:
Espaço tempo, 1994.
MORERA,M.A. e Axt, R. (Orgs.) Tópicos em ensino de ciências. Porto
Alegra: Sagra, 1991.
VILLANI, A. Filosofia da ciência e ensino de ciências: uma analogia.
Ciência & Educação, v.7, n.2, p.169-181, 2001.
Cecília Vale – Tecnologia e Sociedade – 8ª série
Cecília Vale – Ser humano e saúde – 7ª série
Cecília Vale – Vida e ambiente – 6ª série
Cecília Vale – Terra e Universo – 5ª série
EDUCAÇÃO FÍSICA/ENSINO FUNDAMENTAL
120
Apresentação Geral da Disciplina
Historicamente a partir do século XIX houve transformações na
disciplina de Educação Física devido a uma nova situação política do
Brasil.
Com a reforma do Ensino Primário em 1882 que a Educação
Física tornou-se componente obrigatório dos currículos escolares. A
partir de então o Brasil adotou modelo europeu (promover e
restabelecer a saúde).
A partir da Constituição de 1937 a Educação Física se consolida,
tinha o objetivo de doutrinação, dominação e contenção de ímpetos da
classe popular, eram separados em sexos. O masculino para
desenvolver corpo robusto, com objetivo de defender a família e a
pátria. A feminina harmonia de suas formas femininas e maternais.
Na década de 30 a prática de Educação Física ressaltava a
valorização da pátria por meio dos esportes.
A Lei Orgânica do Ensino Secundário objetivava a Educação
Física como mão-de-obra, fisicamente adestrava e capacitava para o
mercado de trabalho.
A partir de 1964, de acordos feitos com o MEC, a Educação Física
passou a ser elitista com o objetivo de formar atletas de alto nível para
representar o país nas competições internacionais.
Com a promulgação da Lei 5.692/71 a Educação Física passou a
ser obrigatória em todos os sistemas de ensino.
Em meados de 80 a Educação Física teve uma tendência
progressista, onde se destacavam as abordagens desenvolvimentista e
construtivista, estas duas abordagens não se vinculam a uma teoria
política da educação. As propostas Crítico Superadora e Crítico
Emancipatória estão vinculadas as discussões da teoria crítica
brasileira incorporando discussões nas ciências humanas.
121
Na década de 90 o estado do Paraná elaborou o Currículo Básico,
este tinha como objetivo a formação humana do aluno em todas as suas
dimensões.
Na década de 90 com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), apresentou-se a proposta dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s) para a disciplina de Educação Física.
O documento elaborado pelo Ministério da Educação e do
Desporto apresentou como referencial curricular, propostas
curriculares com a função de subsidiar propostas de Estados e
Municípios.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física do
Ensino Fundamental e Médio trazem uma proposta confusa e acrítica.
A partir das várias tendências torna-se possível sistematizar
propostas pedagógicas que orientem estas diretrizes, com vistas a
avançar sobre a visão hegemônica que se aplicou e continua aplicando
à Educação Física.
Objetivos Gerais da Disciplina
- Ampliar o campo de intervenção da Educação Física para além
das abordagens centradas na motricidade;
- Desenvolver os conteúdos de acordo com a capacidade cognitiva
do aluno;
- Desenvolver o sujeito unilateral nas suas práticas corporais;
- Integrar a disciplina no processo pedagógico como elementos
fundamentais para o processo de formação humana do aluno;
- Propiciar ao aluno uma visão de mundo e da sociedade na qual
está inserido;
- Realizar atividades que contemplem a participação de todos os
alunos de forma ativa;
- Oportunizar aos alunos através de práticas corporais condições
de entender e respeitar as diferenças entre eles.
122
Metodologia da Disciplina
A Educação Física no Ensino Fundamental, pretende, por meio das
práticas corporais, seja do esporte, da dança, da ginástica, dos jogos,
das brincadeiras e brinquedos, ir além da dimensão motriz, levando em
conta a multiplicidade de experiências manifestas pelo corpo, os quais
permeiam estas práticas.
O professor de Educação Física precisa compreender-se como um
intelectual, responsável pela organização e sistematização dessas
práticas corporais que possibilitam a comunicação e o diálogo com as
diferentes culturas.
As aulas de Educação Física tornam-se um conjunto de objetos de
investigação que não se esgotam nem nos conteúdos, nem nas
metodologias. Ao tratar dos conteúdos relacionados ao corpo e a
corporalidade, as aulas de Educação Física têm como objeto de estudo
a totalidade das manifestações corporais e sua potencialidade
formativa, que podem transformar o espaço pedagógico repleto de
significados.
É essencial conhecer profundamente a cultura ou as culturas que
envolvem a realidade em que a escola está inserida. Além disso, é
imprescindível estimular, na escola, o diálogo com as outras áreas do
conhecimento que possam colaborar para o entendimento das
manifestações corporais, tendo no horizonte as problemáticas culturais
que se evidenciam em torno da corporalidade atual.
Por isso é fundamental identificar os elementos centrais que
compõem o cotidiano dos alunos para compreender como constroem
determinadas formas de identidade corporal.
A Educação Física pode articular o trabalho com todos os envolvidos
no processo de escolarização com o intuito de repensar e reestruturar
123
rituais, regras, valores, tempos e espaços que compõem o trabalho
pedagógico e abrangem a educação do corpo na escola.
Faz parte de um desafio permanente do professor procurar produzir
uma cultura escolar de Educação Física que mobilize práticas que
afirmem valores e sentidos, que ampliem as possibilidades formativas,
evitando formas de discriminação, segregação e competição
exacerbada.
São muitos os conflitos e as dificuldades encontradas durante a aula
de Educação Física pelos professores, como por exemplo: uma certa
evasão dos alunos e recusa no enfrentamento das questões de gênero
presentes na cultura escolar. Trata-se de valores e normas culturais,
desse modo, é possível tornar esta situação formativa, na qual analisar
e discutir a questão de gênero implica em questionar as diferentes
formas de poder exercidas por meio da corporalidade e esta por sua
vez em ampliar o diálogo para além da classificação em relação à
idade, raça, etnia, classe social, cultura, obesidade, habilidades
motoras, dentre outras.
Avaliação
Na disciplina de Educação Física a avaliação deve estar vinculada ao
Projeto Político Pedagógico da Escola, com critérios estabelecidos de
forma clara, afim de priorizar a qualidade e o processo de ensino e
aprendizagem, sendo contínua, identificando dessa forma, os
progressos do aluno durante o ano letivo, com vistas a promover a
diminuição das desigualdades sociais e com a luta por uma sociedade
justa e mais humana.
A partir da avaliação diagnóstica planejar e propor outros
encaminhamentos que visem a superação das dificuldades constatadas.
124
Será um processo contínuo, permanente e cumulativo, onde o
professor organizará o seu trabalho visando as diversas manifestações
corporais, possibilitando assim que os alunos reflitam e se posicionem
criticamente com o intuito de construir uma suposta relação com o
mundo.
Disciplina: Educação Física série 5ª / Ensino Fundamental
Bimestre 1º
CONTEÚDOS
Exame biométrico Xadrez
histórico
lenda de Sissa
Tabuleiro e jogos pré-enxadristicosVoleibol
Histórico
Toques
Manchete parado e iniciando com deslocamento
Iniciação do saque por baixo
Regra da quadraTênis de mesa – empunhaduraEducação Física e Saúde
Postura e higiene pessoal Futsal
Condução e drible da bola
Parte interna e externa do pé
Condução simples alternando os pés
Jogo educativo
Disciplina: Educação Física série 5ª
Bimestre 2º
125
CONTEÚDOS
Xadrez
Rei e dama
Xeque e xeque mate
Jogos enxadristicos Handebol
Drible em deslocamento
Passe de ombro Recepção
Empunhadura na recepção da bola Arremesso parado
Arremesso em suspensão parado Futsal
Passe – parte interna e sola
Domínio com a sola do pé
Jogo educativoTênis de mesaManifestações estético corporais
Danças criativas
Disciplina: Educação Física série 5ª
Bimestre 3ª
CONTEÚDOS
Xadrez
Noções de rei afogado
Torre, bispo, cavalo, peão.
Jogos pré enxadristicosBasquetebol
Recepção drible
Parado e em deslocamento
Passes
Peito e picado
Molde de arremesso parado
Regras básicas noções da quadra
126
DançasTênis de mesa
Saque e recepção da bolinhaFutsal
Chute, parte interna e de bico.
Noções da quadra
Jogos recreativos
Disciplina: Educação Física série 5ª
Bimestre 4º
CONTEÚDOS
Xadrez
Valor comparativo das peças
Jogos enxadrísticos
Revisão das habilidades adquiridas anteriormenteTodas as modalidades esportivas
Manifestações,
Ginásticas
Brincadeiras e brinquedos
Tênis de mesa
DançasManifestações esportivasJogos, brincadeiras e brinquedos.
Disciplina: Educação Física série 6ª
Bimestre 1º
CONTEÚDOS
Xadrez
Revisão da movimentação das peças
Captura
Promoções
Jogos pré-enxadrísticosVoleibol
127
Aperfeiçoamento dos fundamentos básicos
Rodízio 6X0
Recepção da bola em deslocamento
Saque por baixo
Regras básicas da modalidade
Jogos criativos recreativosFutsal
Condução da bola e domínio
Jogos recreativosTênis de mesaEducação física e saúde
Auto conhecimento corporal: emoções
Disciplina: Educação Física série 6ª
Bimestre 2º
CONTEÚDOS
Xadrez
Finais de jogo
Roques
Mates elementares
Jogos educativosHandebol
Drible em deslocamento
Defesa e formação defensiva
Passe recepção de ombro
Arremesso com apoio
Iniciação a ritmo trifásico simples
Regras do jogoFutsal
Passes e chute a gol
Jogos recreativosTênis de mesa
128
Variações do saque
Mini jogos de tênis de mesa Manifestações estéticas corporais
Danças criativas
Disciplina: Educação Física série 6ª
Bimestre 3º
CONTEÚDOS
Xadrez
Jogos educativos
Jogos enxadristicosBasquetebol
Drible sobre diversas formas:
Direita esquerda
Troca de direção
Passes
Peito direto e picado
Sobre a cabeça com as duas mãos
Arremesso com uma das mãos parado a curta e média
distanciaFutsal
Fundamentos
MarcaçãoTênis de mesa
Mini campeonato recreativoReconhecimento do corpo:
Reconhecimento dos limites do seu corpoAtividades Recreativas e danças
Disciplina: Educação Física série 6ª
Bimestre 4º
CONTEÚDOS
Manifestações esportivas de todos os esportes
129
Manifestações de ginásticas, brincadeiras e
brinquedos
Futsal
Xadrez
Tênis de mesa
Disciplina: Educação Física série 7ª
Bimestre 1º
CONTEÚDOS
Xadrez
Revisão de casos de empate
Anotações
Jogos enxadristicosVoleibol
Iniciação ao saque por cima
Iniciação a cortada
Bloqueio simples
Regras do jogo
Jogos pré-desportivosFutsal
Aprimoramento das técnicas do chute
Execução do tiro livre, lateral e tiro de canto.
Jogos recreativosTênis de mesa
Devolução do saqueEducação física e saúde
Hábitos saudáveis
Disciplina: Educação Física série 7ª
Bimestre 2º
130
CONTEÚDOS
Xadrez
Torneio de xadrez
Regras da modalidadeHandebol
Refinamentos das destrezas motoras básicas
Passes posicionados
Arremessos
Aprimoramento do ritmo trifásico
Defesa 6x0
Jogos pré-desportivosManifestações estéticas corporais
Dança folclóricaTênis de mesaFutsal
Marcação meia quadra
Marcação zona
Disciplina: Educação Física série 7ª
Bimestre 3º
CONTEÚDOS
Xadrez
Jogos enxadristicos
Mini torneio
Exercícios de fixação
Mate em 1, 2 e 3 lancesBasquetebol
Refinamento das destrezas motoras
Passe, drible, arremessos, fintas
Bandeja aprimoramento
Arremesso tipo jump
Movimentação da bola diante da barreira
Regras
131
Revisão de infrações e faltas com penalidadesFutsal
Refinamentos do passe e domínio passe, condução e
chute
Jogos desportivos da modalidadeTênis de mesa
Socialização dos alunos
Jogos desportivos e recreativos.Conhecimento do corpo
Relaxamento e descontraçãoDisciplina: Educação Física série 7ª
Bimestre 4º
CONTEÚDOS
Xadrez
Jogos gerais
Organização de campeonatosManifestações esportivas
Futsal
Voleibol
Basquetebol
Handebol
Tênis de mesa
Outros jogos intelectivos
Jogos pré-desportivos
Jogos recreativos
Disciplina: Educação Física série 8ª
Bimestre 1º
CONTEÚDOS
Xadrez
132
Anotações
Jogos enxadrísticos
Voleibol
Saque por cima
Cortada
Bloqueio simples e duplo
Regras do jogo
Sistemas de jogo 4x2, 6x0
Jogos pré-desportivosFutsalMarcação individual
Sistema 3x1
Jogos recreativosTênis de mesa
JogosEducação física e saúde
Corpo e seus adereços
Disciplina: Educação Física série 8ª
Bimestre 2º
CONTEÚDOS Xadrez
Mates elementares
Regras da modalidade
JogosHandebol
Passes
Arremessos
Duplo, ritmo e trifásico
Jogos pré-desportivosSaúde: desigualdade social Tênis de mesaFutsal
133
Marcação individual
Marcação zona
Sistema de jogo 3x1
Disciplina: Educação Física série 8ª
Bimestre 3º
CONTEÚDOS Xadrez
Torneio de xadrez
RegrasBasquetebol
Passes, drible, arremessos em suspensão
Arremessos
Defesa por zona
Regras
Jogadas combinadas
Jogos desportivos Futsal
Regras
Sistema 3x1
Marcação mista
Jogos desportivos Tênis de mesa
Socialização dos alunos
Jogos desportivos e recreativosConhecimento do corpo
Disciplina: Educação Física série 8ª
Bimestre 4º
134
CONTEÚDOS Xadrez
Jogos gerais
Organização de campeonatosManifestações esportivas
Futsal
Voleibol
Basquetebol
Handebol
Tênis de mesa
Outros jogos intelectivos
Jogos pré-desportivos
Jogos recreativos
Bibliografia
ADORNO, Theodor W. Educação e emancipação. São Paulo:
Paz e Terra, 1995.
CASTELLANI FILHO, Lino. Educação Física no Brasil: a
história que não se conta. 2 ed. Campinas: Papirus, 1991.
ESCOBAR, M. O. Cultura Corporal na Escola: tarefas da
educação física. In: Revista Motrivivência, nº 08, p. 91-100,
Florianópolis: Ijuì, 1995.
LUCESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 2 ed. São
Paulo: Cortez, 1995.
MEDINA, João P. S. O Brasileiro e seu corpo. 2 ed. Campinas:
Papirus, 1990.
135
EDUCAÇÃO FÍSICA/ENSINO MÉDIO
Apresentação Geral da Disciplina
Os exercícios físicos já estão inseridos na cultura humana,
merecendo assim, uma análise e atenção especial, pois cada vez mais a
população tem se preocupado em função do caráter estético utilitário e
social.
Para Ghirardelli (1997), a Educação Física passou por momentos,
também como instrumento de ideologia das classes dominantes, em
que apresentava as classificações por ele entendidas da seguinte
maneira:
1- Educação Física Higienista, em evidência no período de
1930, onde o seu principal objetivo era formação de
homens saudáveis;
2- Educação Física Militarista, fortemente influenciada pelos
militares quanto a sua introdução nos currículos escolares,
onde a força humana para proteção da Pátria era o
principal foco no período de 1930 a 1945;
3- Educação Física Pedagogicista, que surgia com uma
proposta educativa no período de 1945 a 1964;
136
4- Educação Física Competitivista, que aconteceu no período
após 1964 perdurando até as décadas de 70 e 80, que
visava à formação de atletas;
5- Educação Física Popular, onde a organização e
mobilização dos trabalhadores passaram a influenciar a
prática de atividades lúdicas, mas mascarava as situações
fatigantes de trabalho.
A Educação Física nos avanços teóricos sofreu um retrocesso na
década de 90 quando após a discussão e aprovação da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) apresentou-se a proposta dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
No final do século XX, surgem as teorias que se intitulavam
humanistas, com base nos princípios filosóficos onde o ser humano, sua
identidade e valor, são fundamentais. Esta tendência tinha uma
proposta de desenvolvimento social através de relações que tornassem
possíveis ações como cooperação e solidariedade.
Várias tendências surgiram com o intuito de ressignificar a
Educação Física e, por conseqüência, vários autores vem discutindo
sua importância enquanto disciplina curricular. Busca-se uma Proposta
Pedagógica que forme sujeitos capazes de decidir com autonomia, de
dialogar junto a sociedade com clareza e coerência de refletir sobre
sua condição humana e de lutar por condições melhores de qualidade
de vida e dignidade.
Estes fatores históricos nos fazem perceber a importância da
Educação Física no currículo escolar em todos os níveis de ensino e
indiscutivelmente no Ensino Médio. Essa discussão pode contribuir
para o desenvolvimento de contra hegemonias nas relações de classes,
pois a escola é um local onde os filhos das classes trabalhadoras
137
poderão ter acesso ao conhecimento e seus benefícios socioculturais.
(Moraes, 2004)
Objetivos Gerais da Educação Física
Refletir sobre a cultura corporal, a humanização das relações
humanas que contribui e amplia as possibilidades educacionais.
Desenvolver uma reflexão pedagógica sobre valores como
solidariedade pedagógica substituindo o individualismo, cooperação
confrontando a disputa, sobretudo enfatizando a liberdade de
expressão dos movimentos; a emancipação negando a dominação e
submissão do homem pelo homem.
- Incluir a totalidade dos alunos, de forma relevante para suas
vidas.
- Propiciar ao aluno uma visão de mundo e da sociedade na qual
está inserido e que possa utilizar-se desses conhecimentos para
sua vida e transformação da sociedade que leve a desenvolver um
cidadão crítico, sujeito a ações e movimentos conscientes.
Referência bibliográfica: Coletiva de autores – 1992
Orientações Curriculares – julho 2005.
Metodologia
A Metodologia deve considerar conteúdos e práticas que
contemplem:
- A articulação entre a teoria, prática e realidade social.
- A avaliação com caráter de acompanhamento contínuo no
Processo Ensino-aprendizagem.
- As atividades pedagógicas que priorizem o pensamento reflexivo;
138
- Relevância dos saberes escolares frente a experiência social
construída historicamente.
- As múltiplas interações entre os diferentes saberes.
- Vivências Pedagógicas histórico-críticas estando centrada no
princípio da igualdade entre os seres humanos.
Avaliação
A avaliação em Educação Física tem conduzido professores a
reflexão, visando buscar novos formas de entendimento e
compreensão.
“A avaliação de aprendizagem tem gerado dificuldades
principalmente pelas limitações apresentadas em explicações teóricas
e execuções práticas. Atendendo conformidades naturais, e ás vezes
fugindo de padrões metodológicos e técnicos ideais, mesmo assim,
funcionais.”
De acordo com as especificidades da disciplina, a avaliação deve
ser vinculada ao Projeto Político Pedagógico da escola, com critérios
estabelecidos.
Ainda:
- Diagnóstica;
- Somática;
- Participativa;
- Teórico-prática.
Disciplina: Educação Física série 1º
Bimestre 1º
139
CONTEÚDOS
Voleibol
Fundamentos
Toque
Manchete
Saque
Cortada
Bloqueio
Ataque e defesa por zona
Rodízio
Utilização das regras oficiais
Sistema de jogo 4x2
LevantamentoFutsal
Fundamentos
passes,
chutes
domínio
drible e condução de bola
jogos educativosXadrez
Revisão básica das peças
Movimentação
Exercícios de fixação de mateJogos de mesa
Disciplina: Educação Física série 1º
Bimestre 2º
CONTEÚDOS
Handebol
Recepção de bola
140
Passes de ombro, Passe empurrado, Passe lateral
Drible com troca e outros
Progressão
Arremessos
Fintas
Jogos pré-desportivos e desportivos gerais
Regras básicasFutsal
Regras
Refinamento das destrezas motoras básicas
Tipos de defesa- zona, individual e mistaXadrez
conceito de aberturas
dominio do centro do tabuleiro
progressão das peças
iniciação as aberturasDanças
Típicas, nacionais e regionais.
Disciplina: Educação Física série 1º
Bimestre 3º
CONTEÚDOS
Basquetebol
Fundamentos
Dribles
Passes
Arremesso
Bandeja
Rebote
Posicionamento defensivo
Posicionamento e nomenclatura ofensiva – alas, pivots
e armadoresFutsal
141
Jogos pré-desportivos
Regras oficiaisXadrez
Exercícios de fixação
Fim de jogoSaúde
nutrição,
primeiros socorros
doping
Disciplina: Educação Física série 1º
Bimestre 4º
CONTEÚDOS
Voleibol
Handebol
Futsal
Basquetebol
Xadrez
Tênis de mesa
Jogos pré desportivos
Torneios e gincanas
Outras manifestações esportivas vigentes A mídiaDisciplina: Educação Física série 2º
Bimestre 1º
CONTEÚDOS
Voleibol
Aprimoramento dos fundamentos básicos
Saque flutuante
Cortada com variação de direção
Bloqueio simples e duplo
142
Ataque e defesa por zona
Rodízio
Utilização das regras oficiais
Sistema de jogo 4x2
Levantamento
Jogos desportivos e pré-desportivosFutsal
aprimoramento
passes,
chutes
domínio
drible e condução de bola
jogos educativos
posicionamento táctico 2x2 e 3x1Xadrez
Aberturas e finais de jogo
Jogos de mesa
Disciplina: Educação Física série 2º
Bimestre 2º
CONTEÚDOS
Handebol
Aprimoramento dos fundamentos
Recepção de bola
Passes de ombro, Passe empurrado, Passe lateral
Progressão
143
Arremessos
Tipos de ataque 5x1
Trabalho dos pivots
Tipos de defesa 6x0 e 5x1
Jogos pré-desportivos e desportivos gerais
Regras básicasFutsal
Regras
Cobrança de pênalti
Jogos pré-desportivos
Arbitragens por alunos com orientação do professorXadrez
Xeque duplo
Xeque descoberto
Peça cravadaDanças
Típicas, regionais e nacionais.
Disciplina: Educação Física série 2º
Bimestre 3º
CONTEÚDOS
Basquetebol
Aprimoramento dos Fundamentos
Dribles
Passes
Arremesso
144
Bandeja lateral e frontal
Rebote
Posicionamento defensivo
Posicionamento e nomenclatura ofensiva – alas, pivots
e armadores
Futsal
Jogos pré-desportivos
Regras oficiais
DançasXadrez
Exercícios de fixação
Fim de jogoSaúde
Nutrição
Primeiros socorros
Doping
Disciplina: Educação Física série 2º
Bimestre 4º
CONTEÚDOS
Voleibol
Handebol
Futsal
Basquetebol
Xadrez
Tênis de mesa
Jogos pré desportivos
Torneios e gincanas
Outras manifestações esportivas vigentesA mídia
Disciplina: Educação Física série 3º
145
Bimestre 1º
CONTEÚDOS
Voleibol
Saque por cima tipo tênis
Cortada com variação de posições
Noções de cobertura defensiva
Arbitragem pelos próprios alunos com orientação do
professor
Sistema de jogo 4x2
Jogos desportivos e pré-desportivosFutsal
domínio dos fundamentos
Arbitragem pelos próprios alunos com orientação do
professor
jogos desportivos Xadrez
Jogos Jogos de mesa
Disciplina: Educação Física série 3º
Bimestre 2º
CONTEÚDOS
Handebol
Aperfeiçoamento dos fundamentos
Passes
Drible
Progressão três passos
Arremessos com suspensão
146
Fintas
Contra ataque
Ataque posicional com 1 ou 2 pivot
Arbitragem pelos próprios alunos com orientação do professor
Jogos pré-desportivos e desportivos gerais
Regras básicasFutsal
Regras
Domínio dos fundamentos
Domínio de bola, condução, passes, dribles e chutes
ao gol
Sistema 3x1, 2x2
Marcação por zona e individual
Jogos pré-desportivos
Arbitragens por alunos com orientação do professorXadrezDanças
Típicas, regionais e nacionais.
Disciplina: Educação Física série 3º
Bimestre 3º
CONTEÚDOS
Basquetebol
Aperfeiçoamento dos Fundamentos
Dribles
Passes
Arremesso
Bandeja lateral e frontal
147
Rebote
Posicionamento no garrafão 2x1x2 ; 3x2
Giros com as duas mãos
jump
Jogos desportivos totais
DançasFutsal
Jogos pré-desportivos
Regras oficiais
Arbitragem pelos próprios alunos com orientação do
professorXadrez
Saúde
Nutrição
Primeiros socorros
Doping
Disciplina: Educação Física série 3º
Bimestre 4º
CONTEÚDOS
Voleibol
Handebol
Futsal
Basquetebol
Xadrez
Tênis de mesa
Jogos pré desportivos
Torneios e gincanas
Outras manifestações esportivas vigentesA mídia
148
Bibliografia:
1. TAFFAREL E1. AL., 1992, p. 97 - 98
2. Coletivo de Autores. Metodologia de Ensino da Educação Física, São
Paulo: Cortez, 1992.
3. MORAES, A.C. Orientações Curriculares no Ensino Médio, Brasília:
MEC, SEB, 2004.
4. GUERRA, Marlene. Recreação e Lazer, 4ª edição. Porto Alegre:
Sagna, 1983.
5. CASTELANI, Filho, Livro. Educação Física no Brasil: A História que
não se Conta. 2ª edição. Campinas: Papirus, 1991.
6.SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-crítica: Primeiras Aproximações.
São Paulo: Cortez/ Autores Associados, 1991.
7. GASPARIN. J.L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-crítica.
Campinas: Autores Associados, 2002.
ARTES
REFERENCIAL TEÓRICO
É provável que os futuros estudos mostrem que o ato artístico
não é um ato místico celestial da nossa alma, mas um ato tão real
149
quanto todos os outros movimentos de nosso ser, só que, por sua
complexidade, superior a todos os demais (VYGOTSKY,1999).
1. INTRODUÇÃO
A equipe de Arte do Departamento de Ensino Médio da Secretaria
de Estado da Educação, em consonância com as políticas públicas, está
buscando, junto ao professores da rede, uma reconceitualização da
Arte e do seu ensino.
A partir dos 04 grandes encontros e das semanas pedagógicas de
fevereiro e julho de 2005, realizados com os professores que estão
atuando em sala de aula e das equipes pedagógicas dos Núcleos
Regionais de Educação e da Secretaria de Estado da Educação, foi
estruturado este documento.
2. HISTÓRICO DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL
Para uma reconceitualização da Arte e de seu ensino, é
importante o resgate de alguns momentos históricos que nos auxiliarão
a compreender algumas inquietações e nos farão refletir sobre a
posição atual da arte nas escolas e sobre a proposta que surgiram das
discussões.
- 1549 a 1759 – No território do Brasil colônia e principalmente
onde hoje é o Estado do Paraná, ocorreu, nas cidades, vilas e missões
jesuíticas a primeira forma registrada de arte na educação. A
congregação católica denominada Companhia de Jesus (Jesuítas),
instituída na contra-reforma, veio ao Brasil e desenvolveu uma
educação de tradição religiosa para todas as camadas sociais. Nas
missões das comunidades indígenas, realizaram um trabalho de
catequização com os ensinamentos de artes e ofícios, através da
retórica, literatura, escultura, pintura, música e artes manuais. Essa
arte era de tradição da alta idade média e renascentista européia.
150
- 1792 a 1800 – Com influência do projeto iluminista, que rompeu com
o teocentrismo medieval, propondo a razão como a salvação do ser
humano (antropocentrismo), o governo do Marquês de Pombal extingue
o currículo dos Jesuítas e apresenta a primeira Reforma Educacional
Brasileira Reforma Pombalina que dá ênfase ao ensino da ciência com o
objetivo de desenvolver o Brasil. O ensino de Arte se torna irrelevante
e apenas o desenho, associado à matemática, é considerado
importante. Neste período são implantadas as aulas régias, que eram
aulas avulsas que supriam as disciplinas antes oferecidas pelos
jesuítas.
- 1808 - A família real, fugindo da invasão de Napoleão Bonaparte a
Portugal, vem para o Brasil e D. João VI inicia uma série de obras e
ações para acomodar, em termos materiais e culturais, a corte
portuguesa. Entre estas ações está o convite a vários artistas para
virem ao Brasil com a finalidade de instituírem escolas de arte e
promover um ambiente cultural aos moldes europeus.
- 1816 a 1826 – Chega ao Brasil um grupo de artistas franceses
encarregado da
fundação da Academia de Belas-Artes (1826), na qual os alunos
poderiam aprender as artes e ofícios artísticos. Esse grupo ficou
conhecido como Missão Francesa e obedecia ao estilo neoclássico,
propondo a volta aos padrões da arte clássica. O ensino fundamentava-
se no culto à Beleza Clássica, centrado nos exercícios de cópia e
reprodução de obras consagradas. No Brasil, apesar dos artistas já
estarem desenvolvendo uma Arte Barroca, com características
próprias, sofrem a imposição do neoclassicismo. Os artistas europeus
pertenciam a um ambiente que valorizava a liberdade e igualdade
entre os homens e vieram trabalhar para um regime monárquico e
escravista. Neste sentido, suas obras são consideradas, por alguns
autores, como um neoclassicismo constrangido.
A partir deste período, foram disseminadas as aulas domiciliares
de piano. As mulheres podiam, finalmente, ter contato com a arte, no
151
caso, aprendendo a tocar esse instrumento. Em 1886, no Paraná,
iniciou-se um processo de constituição da “Escola Profissional
Feminina”, oferecendo, além de desenho e pintura, cursos de corte e
costura, flores e bordados, que faziam parte da formação da mulher.
- 1890 – Surge a primeira reforma educacional e o primeiro currículo
do Brasil
República. Entre conflitos de idéias positivistas e liberalistas, Benjamin
Constant, responsável pelo texto da reforma, direciona o ensino,
novamente, para a valorização da ciência e da geometria, propagando o
ideário positivista no Brasil.
- 1920 - Em contraposição a todas as formas anteriores de ensino que
impõem modelos que não correspondem à cultura dos alunos, como a
arte medieval e renascentista dos Jesuítas sobre a arte indígena, ou da
cultura neoclássica da Missão Francesa sobre uma arte Barroca com
características brasileiras e uma arte popular em formação. Inicia-se
um movimento de valorização da cultura nacional, expressada na
educação pela escola nova. Esse movimento valorizava a cultura do
povo, pois entendia que, em toda a História dos povos que habitaram o
território onde hoje é o Brasil, sempre ocorreram manifestações
artísticas. Considerava, também, que a partir do processo de
colonização, a arte indígena, a arte medieval e renascentista européia e
a arte africana (cada uma com suas especificidades) constituíram-se na
matriz da cultura popular brasileira.
- 1922 – A Semana de Arte Moderna é considerada um marco
importante para a arte brasileira e os movimentos nacionalistas. A
semana de 22 influenciou os artistas brasileiros e estes tiveram como
ponto de partida, para seus trabalhos, as raízes nacionais. Neste
período, foi valorizado o ensino da arte para a educação das crianças,
através da expressividade, espontaneidade e a criatividade. Esta
valorização da arte encontrou espaço na concepção da Escola Nova,
que era fundamentada na livre expressão de formas, na genialidade
individual, inspiração e sensibilidade. Este ensino subordinou o
152
conhecimento técnico e procurou romper com a transposição
mecanicista de padrões estéticos da escola tradicional.
- 1931 - Foi instituído, nas escolas, o ensino de música, através do
canto orfeônico, que teve como grande incentivador o compositor
Heitor Villa Lobos. Durante todo o período do Governo de Getúlio
Vargas, que dava ênfase a uma política de homogeneização do
pensamento social, com objetivo de criar uma identidade nacional. A
música foi muito difundida nas escolas e conservatórios. Os professores
trabalhavam com o canto orfeônico, ensino dos hinos, canto coral,
provendo apresentações para grandes públicos.
- 1948 – Augusto Rodrigues cria, no Rio de Janeiro, a 1 ª Escolinha de
Arte do Brasil, na forma de Atelier-livre, com a finalidade de
desenvolver a criatividade, incentivando a expressão individual,
seguindo a pedagogia da Escola Nova.
- 1954 – É criada a primeira Escola de Arte na educação básica do
Paraná, no
Colégio Estadual (C.E.P.) em Curitiba, com o objetivo de trabalhar a
dimensão criativa do aluno através das Artes Plásticas, Música e
Teatro.
- 1971 - Lei federal n. 5692/71, no seu artigo 7, determinou a
obrigatoriedade do
ensino da arte nos currículos do Ensino Fundamental (a partir da 5ª
série) e Médio. Contraditoriamente, neste momento de repressão
política e cultural, o ensino da arte torna-se obrigatório, mas com uma
concepção tecnicista, centrada nas habilidades e técnicas, Oficializada
em 08/08/1917 através do decreto 548 (Diário Oficial/PR) minimizando
o conteúdo e o trabalho criativo. Cabia ao professor trabalhar com o
aluno o domínio dos materiais que seriam utilizados na sua expressão.
- 1990 – Durante os anos 80, houve uma grande mobilização dos
movimentos sociais para a redemocratização do país e para a
Constituinte de 1988. Neste contexto, é elaborado, em 1990, no
Paraná, o Currículo Básico do Ensino de Primeiro Grau e o Currículo do
153
Segundo Grau, que tiveram na pedagogia histórico-crítica o seu
princípio norteador. Essa pedagogia intencionava fazer da escola um
instrumento que contribuísse para a transformação social. Também
neste período, no ano de 1992, a Escola Profissional República
Argentina passa a denominar-se Centro de Artes Guido Viaro, voltada
ao ensino de arte.
- 1996 – Lei federal n. 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – mantém a obrigatoriedade do ensino da Arte nas escolas de
Educação Básica. É bom lembrarmos que um grupo de pessoas,
professores, pedagogos, pesquisadores, alunos lutou junto às
autoridades para manter a obrigatoriedade. Essa lei propõe a formação
geral dos alunos em oposição à formação específica da Lei federal n.
5692/71.
- 1998 – São normatizadas, pelo Conselho Nacional de Educação, as
Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM).
- 2003 – Inicia-se o processo de construção coletiva das
Orientações Curriculares do Ensino Médio, elaborada com a
contribuição dos professores em sala da aula e das equipes
pedagógicas dos Núcleos e da Secretaria de Estado da
Educação.
3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE ARTE PARA O ENSINO
MÉDIO
A Arte está presente desde os primórdios da humanidade, no
período denominado pré-história, como uma atividade fundamental do
ser humano. Ela é uma forma de trabalho criador e é por meio do
trabalho que o homem transforma a natureza e a si próprio, isto é, ao
trabalhar com objetos naturais, o homem pôde transformá-los em
ferramentas. Fischer argumenta que “um sistema de relações
154
inteiramente novas entre uma determinada espécie e o resto do mundo,
vem a ser estabelecido pelo uso das ferramentas” (1979 p. 23).
Assim, o homem, depois de imitar os objetos que via na natureza,
passou a criá-los e humanizá-los. O desenvolvimento do trabalho exigia
um sistema de novos meios de expressão e comunicação, ultrapassando
os poucos sinais conhecidos pelo mundo animal. A linguagem surgiu
juntamente com o trabalho, “somente o trabalho e através do trabalho
é que seres vivos passam a ter muito que dizer uns aos outros”
(FISCHER, 1979, p.30).
O ser humano, transformando o mundo pelo trabalho, é, ele
próprio, transformado. Ele passa de animal em homem e torna-se um
ser capaz de simbolizar. O ser humano, que pela primeira vez se
disfarçou com pele de animal, a fim de lograr sua presa, ou aquele que
criou uma marca, um signo para identificar uma pedra ou alterou a sua
forma, foi o responsável pela criação da arte. (...) criando a arte,
encontrou para si um modo real de aumentar seu poder e de
enriquecer a sua vida. As agitadas danças tribais que precediam uma
caçada realmente aumentavam o sentido do poderio da tribo; a pintura
guerreira e os gritos de guerra realmente tornavam o combate mais
resoluto e mais apto para atemorizar o inimigo. As pinturas de animais
nas cavernas realmente ajudavam a dar ao caçador um sentido de
segurança e superioridade sobre a presa (FISCHER, 1979, p. 45).
Essas atividades constituíram-se, para o homem, como uma
necessidade de expressão, poder e domínio sobre a natureza. Por meio
de representações gráficas (pinturas e desenhos), que ainda existem
nas cavernas, de flautas de ossos ou de outros: Antiga Escola
Profissional Feminina, Conceito tratado nos seguintes textos: “2.
Pressupostos teóricos”, desta orientação para a disciplina de Arte e
“2.1.1 As Dimensões do conhecimento” da Identidade do Ensino Médio,
do texto geral destas Orientações Curriculares. Dentre os instrumentos
criados por esses homens, conseguimos identificar vestígios de suas
crenças, seus sonhos, seus sentimentos espirituais e suas necessidades.
155
Na história humana, em todas as culturas, podemos constatar a
presença da arte, seja em objetos ritualísticos, utilitários, artísticos,
estéticos, mesmo que, às vezes, intuitivamente, precedendo contextos
históricos.
Desde a pré-história até a atualidade, a arte adquire ou assume
diferentes funções em diferentes culturas: houve e há culturas para as
quais a arte tem uma função mágica na relação do homem com o
mundo; na idade média, representava o poder temporal e espiritual da
igreja; na China representa a estrutura das classes sociais e elementos
da natureza; na África é um elemento ritualístico, místico e de
sociabilidade, enfim, a arte está presente de diversas formas na
constituição das sociedades humanas.
A arte é um processo de humanização e o ser humano, como
criador, produz novas maneiras de ver e sentir, que são diferentes em
cada momento histórico e em cada cultura. É fundamental considerar
as determinações econômicas e sociais que interferem nas relações
entre os homens, os objetos e os outros homens, para compreender a
relatividade do valor estético e as diversas funções que a Arte tem
cumprido historicamente e que se relacionam com o modo de
organização da sociedade (PARANÁ, 1992, p.149).
Para compreendermos a relação entre arte, sociedade e cultura é
importante pensarmos sobre a complexidade do conceito de cultura.
No nosso cotidiano, encontramos diversas definições de cultura que
são permanências da história do pensamento humano. Um dos
primeiros conceitos de cultura é o de cultivo, do crescimento e cuidado
de colheitas e animais e, por extensão, o crescimento e cuidado das
faculdades humanas. No período do iluminismo e do romantismo, um
dos sentidos de cultura é o de processo de desenvolvimento íntimo, de
vida intelectual e de associar cultura com arte, família, vida pessoal,
religião e de instituições e práticas de significados e valores. Outro
sentido dado à cultura, nesse período, é o externo, configurando-a
como os modos de vida totais, que teve papel importante no
156
desenvolvimento das Ciências Humanas e Ciências Sociais (WILLIANS,
1979, p. 23).
O conceito de cultura adotado nestas diretrizes procura superar
essa separação entre o desenvolvimento íntimo e o externo. Neste
sentido, cultura é a essência ou produto da prática de existência
humana, o que envolve todas as dimensões do conhecimento, seja
artística, filosófica ou científica. Ao mesmo tempo, é importante
salientar que a cultura é constituída, mas também constituinte dos
modos de produção social. Desta forma devemos falar em culturas, pois
cada povo ou grupo social tem suas próprias formas práticas de
existência. Na escola, este é um fator importante, que diz respeito às
implicações educativas do pluralismo cultural. Sobre esta questão,
Forquin (1993, p. 137) alerta que: Um ensino pode, com efeito, dirigir-
se a um público diverso sem ser ele mesmo um ensino multicultural:
ele não se torna tal senão a partir do momento no qual ele põe em ação
certas escolhas pedagógicas, que são ao mesmo tempo escolhas éticas
ou deontológicas, isto é, se ele leva em conta deliberadamente e num
espírito de tolerância, nos seus conteúdos e nos seus métodos, a
diversidade de pertencimentos e referências culturais dos públicos de
alunos aos quais ele se dirige.
Da mesma forma que a cultura, a história social da arte
demonstra que as formas artísticas não são exclusivamente
manifestações da consciência individual, mas também exprimem uma
visão de mundo. Essas formas são dependentes do modo de produção
social, isto é, em cada cultura, em cada momento histórico, as
transformações da sociedade determinam condições para uma nova
atitude estética. Novas maneiras de ver e de ouvir não são apenas o
resultado de aperfeiçoamentos ou refinamentos na percepção
sensorial, mas também uma decorrência de novas realidades sociais
(...) o ritmo, o barulho e o tempo das grandes cidades estimulam novos
modos de ver e ouvir; um camponês enxerga uma paisagem de maneira
diversa da de um homem da cidade, e assim por diante (FISCHER,
157
1979, p.170). Pela arte, o ser humano se torna consciente da sua
existência individual e social, ele se percebe e se interroga, sendo
levado a interpretar o mundo e a si mesmo.
Nesse sentido, a escola constitui-se num espaço privilegiado para
uma educação que estabeleça o diálogo entre o particular e o universal.
A disciplina de arte deve manter este diálogo, estabelecendo relações
entre as experiências, a cultura e vivência atuais com a imagem, os
sons, os gestos, os movimentos e o conhecimento historicamente
construído pela humanidade. Nessa perspectiva, educar os alunos
esteticamente é ensinar a ver, a ouvir criticamente, a interpretar a
realidade, a fim de ampliar as suas possibilidades de fruição e
expressão artística. Assim, uma proposta de ensino de arte tem como
função levar o aluno à apropriação do conhecimento estético,
contextualizando-o, dando um significado à arte dentro de um processo
criador que transforma o real, produzindo novas maneiras de ver e
sentir o mundo. Sabe-se que "não há um dizer único e universal sobre
as Artes e, portanto, estamos sempre na situação de ter de fazer várias
opções teóricas para sustentar nossas propostas curriculares e
metodológicas” (KUENZER 2000, p.125).
Com as contribuições elaboradas nos diversos encontros para as
orientações curriculares do Ensino Médio da disciplina de Arte, que
visou atender ao aluno como um sujeito histórico e social, foram
sistematizadas três formas de interpretação da Arte na sociedade: arte
como ideologia, arte como conhecimento e arte como trabalho
criador.
ARTE COMO IDEOLOGIA
158
Abordando esta questão, Peixoto (2003 p. 36) argumenta, sobre a
ênfase de Vázquez (1978) a respeito da determinação ou não da
ideologia, “O autor alerta que as relações entre Arte e Ideologia são
contraditórias e complexas e que, portanto, há de se cuidar para não
cair em um dos dois extremos: o da identificação de ambas ou o de sua
oposição radical”.Ideologia é o conjunto de idéias, crenças e doutrinas,
próprias de uma “A obra de Arte é parte integrante da realidade social,
é elemento da estrutura de tal sociedade e expressão da produtividade
social e espiritual do homem”, ela constitui-se numa totalidade
estruturada, que abrange uma grande diversidade de elementos da
realidade. (KOSIK, 2002 p.139). Sociedade, de uma época ou de uma
classe, é produto de uma situação histórica e das aspirações dos
grupos que apresentam um pensamento que determina sua
racionalidade. A ideologia tem dupla função: ela pode ser um elemento
de coesão social, de relação de pertencimento a um grupo, classe social
ou a uma sociedade, como pode ser, também, um elemento de
imposição de uma classe social sobre outra, de forma a mascarar a
realidade, para manter e legitimar sua dominação.
No século XX, a juventude foi objeto de intensa ideologização
através da arte. Na primeira metade deste século, a juventude nazista e
fascista foi constituída, principalmente, pela mídia institucional do
rádio e cinema. Na década de cinqüenta, a indústria cultural, com suas
várias formas artísticas, disseminou o consumismo e o individualismo
exacerbado entre os jovens. Contrariamente, neste mesmo século, a
arte foi uma das principais formas de organização social e expressão
dos jovens, em oposição às forças dominantes neste período: os
protestos mundiais dos anos sessenta contra a sociedade de consumo e
às políticas governamentais, a oposição à ditadura militar no Brasil, o
movimento da anistia e o de redemocratização do país. Neste sentido, é
fundamental trabalhar com os alunos as três principais formas de como
a arte se constitui na sociedade contemporânea: O sistema de arte é o
159
que chamamos de arte erudita, ele tem uma forma de distribuição e
divulgação (museus, teatros, etc), uma forma de legitimação (críticos
de arte) e de circulação pela venda a uma elite financeira. Esta arte
tem um campo de ação restrito.
A arte popular é a produzida e vivenciada pelo povo, grupos
sociais e étnicos, caracterizando-se por ser um espaço de sociabilidade
e por ser elemento constituinte da identidade destes grupos. Neste
campo, podemos incluir o folclore, que apesar de ser do povo, tem a
particularidade de ser uma manifestação artística que permanece por
um tempo maior (com algumas mudanças) na história de uma
determinada cultura.
A indústria cultural é a que transforma a arte em mercadoria,
visando o consumo por um grande número de pessoas. Por isso, é
denominada de cultura de massa. A indústria cultural não cria arte, ela
apropria-se da produção artística da cultura popular e da erudita,
descaracteriza esta arte através de equipamentos tecnológicos
sofisticados e a direciona para o consumo em grande escala (produção
em série). Estas são três formas de como se pode ter contato com a
arte, mas não são estanques, elas interpenetram-se e são permeadas
por discursos ideológicos, principalmente para a arte vivenciada pelos
jovens.
ARTE COMO FORMA DE CONHECIMENTO
Toda obra de arte apresenta um duplo caráter em indissolúvel
unidade: é expressão da realidade, mas, ao mesmo tempo, cria a
realidade que não existe fora da obra, ou antes, da obra, mas
precisamente apenas na obra (KOSIK, 2002, p. 128). A arte não só
reflete a realidade em sua aparência, mas também a traduz para além
desta, abrangendo aspectos da totalidade desta mesma realidade. O
conhecimento estético, construído historicamente pela humanidade se
160
expressa na Arte através da sua própria organização, como: Os
elementos formais que constituem a música, as artes plásticas/ visuais,
a dança e o teatro. Os conteúdos estruturantes da disciplina e suas
articulações com as quatro áreas que a constituem. O trabalho com os
alunos deve também tratar, em vários aspectos, da diversidade cultural
e das desigualdades sociais, tais como: As que são expressas nas
obras de arte produzidas pela humanidade em tempos e espaços
diferentes. As dos alunos que estão na escola, considerando sua
origem cultural, grupo social e as manifestações artísticas que
produzem significado de vida para eles, tanto na produção como na
fruição.
ARTE COMO TRABALHO CRIADOR
A criação ou trabalho criador é um elemento essencial no ensino
de arte, sem ele a arte deixa de ser arte e não há aprendizagem. O
educando precisa passar pelo fazer artístico, pois, “ao transformarmos
as matérias, agimos, fazemos. São experiências existenciais, processos
de criação, que nos envolvem na globalidade, em nosso ser sensível,
no ser pensante, no ser atuante”.(FAYGA, 1987, p.69). Quando o
homem cria, isto é, quando transforma uma matéria dando-lhe nova
forma, lhe atribui significados, emoções e a impregna com a presença
do seu próprio existir, captando e configurando-a. Estruturando a
matéria, também dentro de si o ser humano se estrutura. Criando, ele
se recria. ( FAYGA, 1987 p. 51). Para a pesquisa sobre esta questão e
textos para serem trabalhados com os alunos, é importante iniciar com
os autores da escola de Frankfurt, como Benjamin (1985), Horkheimer,
Adorno e Habermas (1975) e Marcuse (1968). Veja também autores na
biblioteca do professor de sua escola, nas disciplinas de Arte, Filosofia
e Sociologia. Criar, então, é transformar, fazer algo inédito, um objeto
novo e singular que expressa esse sujeito criador e, simultaneamente, o
161
transcende, enquanto objeto portador de conteúdo de cunho social e
histórico e enquanto objeto concreto, como uma nova realidade social.
A concepção de arte como criação, como trabalho criador, não
exclui a arte como forma ideológica ou a arte como forma de
conhecimento, porém não a reduz a nenhuma delas. Neste sentido, a
arte constitui-se em um processo de humanização do ser humano.
Com os alunos, é importante desenvolver os seguintes trabalhos:
- Manifestação das formas de trabalho artístico que os alunos
já executam, possibilitando que sistematizem com mais
conhecimentos suas próprias produções.
- Produção de trabalhos artísticos na escola, nas áreas em
que for possível pelas condições de formação do professor e/ou
materiais da escola.
CONTEÚDOS POR SÉRIE
As reflexões, debates e definições sobre o conteúdo a ser tratado
nas salas de aula do Ensino Médio, necessitam iniciar por um pensar
sobre os sujeitos e as condições materiais que constituem a prática
pedagógica.
Existem situações que, por sua constância e complexidade de
resolução, são importantes para refletirmos e tomarmos uma posição
com relação à nossa disciplina:
I. Os alunos que ingressam no Ensino Médio e mesmo os que já estão
na 2º ou
3º série, não têm a mesma experiência cultural (capital cultural) e
pedagógica (percurso escolar) em Arte. Muitos nem tiveram acesso a
uma educação estética nas séries anteriores. Assim, há uma
impossibilidade de se fixar o detalhamento de conteúdo por série.
II. A disciplina de Arte é constituída por 04 áreas: teatro dança, música
e artes plásticas/visuais. A Arte é uma das disciplinas mais
162
estratificadas da matriz curricular nas escolas, portanto o aluno
dificilmente terá contato com todos os conhecimentos que constituem a
disciplina de Arte.
III. Nas escolas onde existem professores e carga horária para as 04
áreas de
Arte seria necessário constituir um mínimo de unidade entre estas
aulas, pois se constituem em uma mesma disciplina e prática social.
IV. Polivalência: com base na LDB n. 9394/96 as diretrizes do ensino
superior
separam a Arte em áreas e formações específicas. As Instituições de
Ensino Superior deixam de oferecer o curso de Educação Artística com
formação polivalente. Segundo a LDB (1996, p.45) e as Diretrizes para
educação básica, a Arte passa a ser componente curricular obrigatório
nos diversos níveis de ensino, de forma a promover o desenvolvimento
cultural dos alunos. Neste caso, há uma aglutinação das áreas e os
alunos teriam direito de conhecê-las e de trabalhar com o
conhecimento das quatro áreas. Diante desta realidade, foi definido
pelos professores de Arte, nos encontros para elaboração deste
documento, que o currículo deve ser organizado de forma a preservar o
direito do aluno de ter acesso ao conhecimento sistematizado de arte
(aprofundando em
uma ou mais áreas, mas tendo uma compreensão da totalidade) e o
direito do professor de trabalhar com o conhecimento de sua formação.
É importante que o professor tenha domínio da sua área de
formação, mas também de conhecimentos básicos das outras áreas de
arte, a fim de possibilitar ao aluno uma relação com as áreas que não
são da sua formação. Neste sentido foi elaborada uma forma de
organização dos conteúdos, que possibilita ao professor trabalhar com
os conteúdos de sua formação.
A matriz curricular não comporta uma aula específica de cada
área, como também não há, ainda, profissionais habilitados para atuar
em cada uma delas. ( As outras áreas de arte) e, ao mesmo tempo,
163
permite que ele aborde outra área de arte. Para o aluno, será a forma
de relacionar os conteúdos da área trabalhada com as outras da
disciplina de arte, numa perspectiva de abranger o conhecimento
estético produzido pela humanidade. Esta forma de organização foi
denominada de conteúdo estruturante, explicitada a seguir.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes podem constituir-se em uma
identidade para a disciplina de Arte e em uma prática pedagógica que
contemple as quatro áreas de Arte. Conteúdos estruturantes são
conhecimentos de maior amplitude, conceitos que se constituem em
partes importantes, basilares e fundamentais para a compreensão de
cada uma das áreas de Arte e, ao mesmo tempo em que se constituem
em elemento fundamental de uma área, têm correspondência de
importância nas outras áreas. Neste sentido, foram definidos como
conteúdos estruturantes os elementos formais, a composição, o
tempo e espaço e ainda os movimentos e/ou períodos:
Elementos formais: são elementos da cultura, que são observados
nas produções humanas e na natureza, eles são a matéria prima para a
construção do conhecimento estético. Estes elementos, como por
exemplo, o timbre em música, a cor em artes plásticas/ visuais, a
personagem em teatro ou o corpo em dança, são diferentes em cada
área, mas todas as áreas são organizadas mediante elementos formais.
O professor deverá aprofundar o conhecimento dos elementos formais
da sua área de formação, sendo que a articulação com as outras áreas
será por intermédio dos conteúdos estruturantes. Os elementos formais
são articuladores porque o aluno percebe como a área que está sendo
abordada se organiza e poderá compreender que as outras áreas têm
suas próprias formas de organização.
Composição: Composição é a produção artística, ela se dá através da
organização e dos desdobramentos dos elementos formais. Por
exemplo, os elementos visuais, linha, superfície, volume, luz e cor de
164
acordo com Ostrower (1983, p. 65) “não têm significados
preestabelecidos, nada representam, nada descrevem, nada assinalam,
não são símbolos de nada, não definem nada – nada, antes de entrarem
num contexto formal”. Ao participar de uma composição, cada
elemento visual configura o espaço de um modo diferente e, ao
caracterizá-lo, os elementos também se caracterizam.Todo som tem
sua duração, dependendo do tempo de repercussão da fonte sonora
que o originou. É pela manipulação das durações, mediada pelo
conhecimento estético, que este som passa a constituir-se em ritmo ou
uma composição.
Com a organização dos elementos formais de cada área de arte,
formulam-se todas as obras (sejam elas, plásticas/visuais, teatrais,
musicais ou da dança), na imensa variedade de técnicas e estilos.
Movimentos e/ou períodos: constituem-se na divisão da História da
Arte em períodos e nos movimentos que a identificam. Esses conteúdos
têm por objetivo revelar os fatos históricos, culturais e sociais, cada um
com suas características próprias, gêneros, estilos e correntes
artísticas específicas. Para facilitar a aprendizagem do aluno com
relação a estes conhecimentos, bem como para ter uma melhor
compreensão da totalidade do conhecimento artístico, este conteúdo
estruturante deve estar presente em vários momentos do ensino da
arte. Quando possível, o professor deve mostrar as relações que cada
movimento ou período tem com outros, de outras áreas da arte, e como
apresentam pontos em comum em determinados momentos.Optando,
por exemplo, por esse conteúdo estruturante (movimentos e/ou
períodos) em música, escolhendo o período contemporâneo e o
movimento HIP-HOP, pode-se tratar da sua origem, que teve raízes no
rap, no grafitismo e na dança, articulando, assim, as artes
plásticas/visuais, a música e a dança. É importante ter em vista que os
movimentos correspondem ao imaginário social, representando uma
determinada consciência social. Nas quatro áreas de arte, às vezes, um
165
determinado movimento artístico não corresponde ao mesmo período
histórico na música, teatro, dança ou artes plásticas/visuais.
Tempo e espaço: Este conteúdo estruturante tem dupla dimensão, ele
é uma categoria articuladora na Arte e tem um caráter social. É
categoria articuladora, pois está presente em todas as áreas da
disciplina. Ele é conteúdo específico dos elementos formais, da
composição e dos movimentos ou períodos. Na música, dança e teatro,
o tempo e o espaço constituem-se em um conceito central e
imprescindível para se pensar, sentir ou realizar um trabalho artístico,
assim como para as artes plásticas/visuais. Nas artes plásticas/visuais,
segundo Ostrower (1983, p. 65) “No espaço natural, percebemos
sempre três dimensões altura, largura e profundidade mais o
tempo. Na arte, porém, essa combinação será variável”. Por exemplo,
na arte bizantina e na medieval, o espaço é bidimensional, plano, sem
profundidade, ao contrário do período renascentista, com a
perspectiva, tridimensionalidade e proporcionalidade.
A seguir explicitaremos, por meio de representações de linhas8, como
este conteúdo está presente em artes plásticas/visuais, observe:
_____________ Linha contínua: nossa vista a percorre de ponta a ponta,
sem parar.
- - - - - - - - - - Linha descontínua: o intervalo entre os espaços
interrompe o contínuo fluir.
_ _ _ _ _ _ Linha descontínua com intervalos maiores: os intervalos
funcionam
como pausa.
I I I I I I I I I I I Linha estática (vertical): a velocidade do movimento é
reduzida.
\ \ \ \ \ \ \ \ \ \ \ Linha dinâmica (diagonal): a linha se tornou ainda mais
lenta.
De acordo com Ostrower (1983 p. 66): “podemos desenhar uma
linha e ela vai configurar um espaço linear, de uma dimensão. Através
dela apreendemos um espaço direcional”.Numa composição com
166
linhas, as mesmas funcionam como setas, dirigindo o olhar para seguir
nesta ou naquela direção. Qualquer elaboração formal com a linha terá,
necessariamente, um caráter rítmico. Quanto maiores os intervalos em
relação aos segmentos lineares, tanto mais lento se torna o percurso
do olhar. Portanto, “o movimento visual se dá no espaço e no tempo”
(OSTROWER, 1983, p. 66). A outra dimensão do tempo e espaço, é o
seu caráter social, que é fundamental no trabalho com os alunos para
que os mesmos possam compreender e interagir com a sociedade em
que estão inseridos. O caráter social é tematizado por Barbero ao
questionar: Este exemplo, com as linhas, foi adaptado dos trabalhos da
professora e artista Fayga
Ostrower. (....) que atenção estão prestando as escolas, e inclusive as
faculdades de educação, às modificações profundas na percepção do
espaço e do tempo vividas pelos adolescentes, inseridos em processos
vertiginosos de desterritorialização da experiência e da identidade,
apegados a uma contemporaneidade cada dia mais reduzida à
atualidade, e no fluxo incessante e embriagador de informações e
imagens? (MARTIN-BARBERO, 2001, p. 58)
A vida do jovem contemporâneo está relacionada,
cotidianamente, com a mídia: internet (orktut, messenger, e-mail),
celular, computador. Mesmo os jovens que não têm acesso a esses
meios, têm contato com a televisão e com jogos eletrônicos. Estes
equipamentos tecnológicos caracterizam-se por fragmentar o tempo
real e deslocar a referência espacial do jovem pela simultaneidade de
imagens e locais. A forma de se estruturarem o tempo e o espaço nos
vídeoclipes, com a utilização simultânea de imagens, é um exemplo
deste contexto. Para um detalhamento de como os conteúdos
estruturantes se subdividem em cada uma das áreas de arte e
articulam-se entre si, elaboramos um esquema gráfico e um quadro
para explicitá-los:
Tempo e espaço
167
Os conteúdos estruturantes, apesar de terem as suas
especificidades, são interdependentes. Nas aulas, o professor deve
trabalhar com esses conteúdos de forma simultânea, pois os
elementos formais, organizados através do conhecimento estético e
da técnica, constituirão a composição que se materializa como obra
de arte nos movimentos e períodos artísticos.
Concomitantemente, o conteúdo estruturante tempo e espaço não só
está presente no interior dos conteúdos, como é, também, um elemento
articulador entre os mesmos.
Áreas / Conteúdos
Elementos Formais Composição Movimentos e/ou Períodos
Artes
Plásticas/ Visuais
Ponto
Linha
Superfície
Textura
Volume
Luz
Cor
Figurativa
Abstrata
Figura/fundo
Bidimensional
Tridimensional
Semelhanças
Contrastes
Ritmo visual
Gêneros
Técnicas
168
Música
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Intervalo melódico
Intervalo harmônico
Tonal.
Modal.
Gêneros
Técnicas
Teatro
Personagem: Expressão, corporal, vocal, gestual e facial.
Espaço Cênico
Ação
Representação
Sonoplastia/ iluminação
Cenografia
Roteiro
Enredo
Gêneros
Técnicas
Dança
Corpo
Espaço
Tempo
Ponto de apoio
Salto
169
Rotação
Formação
Sonoplastia
Coreografia
Gêneros
Cenografia
Coreografia
Técnicas
Arte Pré-história
Arte no Egito Antigo
Arte Grego-Romana
Arte Pré Colombiana nas Américas.
Arte Africana.
Arte Medieval.
Renascimento*.
Barroco.
Dramas Religiosos
Autos profanos
Neoclassicismo
Romantismo
Realismo
Impressionismo
Expressionismo
Fovismo
Cubismo
Teatro pobre
Teatro do oprimido
Música Serial
Música Eletrônica
Rap, Funk, Techo....
Música Minimalista
Arte Engajado
170
Hip Hop..
Dança Moderna.
Vanguardas Artísticas.
Arte Brasileira.
Arte Paranaense.
CAMPOS DO CONHECIMENTO ARTICULADORES EM ARTE
O currículo da escola é, ainda, organizado a partir da divisão do
conhecimento sobre os princípios do Iluminismo. Esses princípios
apontavam a razão como instrumento de libertação do ser humano e o
capitalismo como sua expressão material. A especialização e
fragmentação do conhecimento, a priorização pelas disciplinas
centradas na razão e o pragmatismo são as formas como estes
princípios se materializam na escola. Na tentativa de superação desta
fragmentação do conhecimento, foram propostos trabalhos a partir de
conceitos como: interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e
transdisciplinaridade. Neste documento, não estamos retomando estas
reflexões, pois a arte tem uma característica própria e peculiar em sua
relação com as outras disciplinas e o conhecimento não é, em si
mesmo, fragmentado, para precisar ser unido. Por exemplo, o conteúdo
‘'espaço' é organizador e parte estrutural das artes visuais, música,
dança e do teatro, mas é também estrutural (de diferentes formas) para
a Geografia, Física, História, Educação Física e outras. A arte é uma
composição estética e instrumento de simbolização que necessita do
trabalho material, o que a faz freqüentemente intervir com a ciência
(matemática, física, química, anatomia e entre outras ciências).
Possibilita, desta forma, estabelecer uma unidade com a proposta
curricular da escola e, por conseqüência, integrar-se em um trabalho
mais efetivo na formação e desenvolvimento do aluno.
171
A disciplina de Arte diferencia-se, na escola, por duas questões
fundamentais:
1- A arte comporta características abstratas e racionais, não separa
e/ou prioriza a razão pelos sentidos e nem os sentidos sobre a razão. A
arte é uma síntese destas duas dimensões do ser humano.
2- Como amálgama e essência do conhecimento humano, a arte é
estruturada a partir dos diversos campos do conhecimento.
Para a compreensão dos fenômenos físicos da arte, é importante o
conhecimento da física, química, matemática e biologia. A filosofia,
sociologia e a psicologia são fundamentais para a compreensão da arte
na sua dimensão social, intersubjetiva e subjetiva. A Língua Portuguesa
e Estrangeira, a Geografia e a Educação Física interagem em vários
aspectos com a arte. A História é fundamental para a compreensão de
como o ser humano construiu o conhecimento estético. Outra forma de
articular as áreas (artes visuais, música, dança e teatro) da disciplina
de arte entre si e também com as outras disciplinas da matriz
curricular, é por meio dos conhecimentos que se constituíram
historicamente em conjunto entre a arte e as outras disciplinas. Os três
mais importantes campos do conhecimento que são habitualmente
trabalhados nas aulas de arte são:
História da arte
A História da arte é uma das áreas de estudo da disciplina de História,
tratada como fonte e documento histórico para pesquisa. A história da
arte faz parte, também, do trabalho do professor de arte. Ela está
articulada com o conteúdo estruturante “movimentos e períodos”, que
é o objeto da história que está mais intimamente, relacionada à
disciplina de arte. No ensino da arte, sua importância também é como
articuladora das áreas.
As categorias da História são fundamentais para a compreensão da
produção artística da humanidade, principalmente “permanências e
mudanças” para se trabalhar a arte paranaense e brasileira.
Semiótica
172
É uma ciência relativamente nova e entendida como a ciência geral do
signo ou a arte dos sinais. É originária do estudo de teóricos como, do
americano Charles S. Peirce, do suíço Ferdinand de Saussure, do
italiano Umberto Eco e outros. No mesmo campo, o francês Roland
Barthes, desenvolveu estudos sobre semiologia da linguagem e da
imagem. A semiótica estuda conceitos como signo, veículo do signo,
imagem (representação imagética), assim como, significação e
referência. Originária dos estudos de comunicação e lingüística, a
semiótica é importante para análise de qualquer fenômeno relacionado
à transmissão e retenção de informação na linguagem, na arte e em
todas as outras formas de expressão.
Em arte, a maioria dos estudos semióticos, estão direcionados à
análise da imagem (pintura, fotografia, cinema e imagens do cotidiano)
como signo, mas seus princípios também são aplicados na dança,
música e teatro.
Estética
Tradicionalmente, estética é entendida como o estudo racional do
belo, quer quanto à possibilidade da sua conceituação, quer quanto à
diversidade de emoções e sentimentos que ele suscita no homem. Este
conceito, que é o mais comum de estética, é fundamentado na arte
clássica e de sua relação com a natureza. O conceito contemporâneo,
tendo em vista toda a produção artística posterior ao romantismo ou do
fim do século XIX até o nosso século XXI, é o de estética como o estudo
das condições e dos efeitos da criação artística, descentralizando, desta
forma, as reflexões sobre o belo em seus estudos. É bom lembrarmos
que para o senso comum, o entendimento ainda é o do período clássico,
ou seja, estética como sinônimo de beleza, harmonia e equilíbrio.
Como um campo de estudo e pesquisa da Filosofia, a estética
constitui-se, também, como elemento no trabalho cotidiano do
professor de arte, tanto no aspecto teórico quanto na própria prática
em sala de aula. É importante que o professor aprofunde seus
conhecimentos neste campo, a fim de enriquecer sua própria prática.
173
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao se retomarem as reflexões de Vigotsky, presentes no início
deste documento e aquelas do conjunto destas Orientações, percebe-se
que a arte é parte constitutiva do ser e da prática social da
humanidade. Inserida no cotidiano escolar, o ensino da arte mostra-se
essencial, complexo e inevitável, fundamental para o processo
educativo. Familiarizar-se com a arte, conhecê-la ou exprimir idéias,
emoções por meio da imaginação, criação e do conhecimento estético é
uma forma de constituição dos sentidos humanos que possibilitam um
olhar que transcende a realidade imediata. Ressalte-se, ainda, que, no
texto, foram tratadas diversas categorias e conceitos importantes para
a Arte, o ser humano e a sociedade, de modo a indicar possibilidades
de estudos, de organização do currículo na escola e da prática
pedagógica dos professores.
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Tendo os pressupostos teóricos como referência, devemos pensar
na metodologia, que pode ser concebida como “A arte de dirigir o
espírito na investigação da verdade” (FERREIRA, 1986). Este é o
elemento da pedagogia que está mais intimamente ligado à prática em
sala de aula.
Quando se trata de metodologia, precisamos direcionar o
pensamento para o método a ser aplicado: para quem, como, por que e
o quê? O trabalho em sala de aula deve-se pautar pela relação que o
ser humano tem com a arte: sua relação é de produzir arte,
desenvolver um trabalho artístico ou de sentir e perceber as obras
artísticas. No espaço escolar, o objeto de trabalho é o conhecimento.
174
Desta forma devemos contemplar, na metodologia do ensino da arte,
estas três dimensões, ou seja, devemos estabelecer como eixo o
trabalho artístico, que é o fazer, o sentir e perceber, que são as
formas de leitura e apropriação e o conhecimento, que fundamenta e
possibilita ao aluno um sentir/perceber e um trabalho mais
sistematizado, superando o senso comum do conhecimento empírico. A
seguir explicitaremos cada um desses três eixos. Tendo em vista que os
mesmos constituem-se numa totalidade, o trabalho em sala poderá
iniciar por qualquer um deles, ou pelos três simultaneamente. O
importante é que no final das atividades (em uma ou várias aulas) com
o conteúdo desenvolvido, todos os três eixos tenham sido tratados com
os alunos.
SENTIR E PERCEBER
É possibilitar aos alunos o acesso às obras artísticas para que os
mesmos possam familiarizar-se com as diversas formas de produção da
arte. Este eixo deve, também, envolver a leitura dos objetos da
natureza e da cultura em uma dimensão estética. A leitura das obras
artísticas se dá inicialmente pelos sentidos, sendo que a percepção e
fruição serão superficiais ou mais aprofundadas, de acordo com as
experiências e conhecimentos estéticos que o aluno tiver em sua vida.
O trabalho do professor é o de possibilitar o acesso e mediar esta
leitura e apropriação com o conhecimento sobre arte, para que o aluno
possa interpretar as obras de arte e a realidade, transcendendo as
aparências, apreendendo, através da arte, parte da totalidade da
realidade humano social. A humanização dos objetos e dos sentidos
realiza-se tanto na apreciação livre dos objetos, quanto na percepção
mediada pelo conhecimento estético sistematizado. Podemos definir
método como um modo ou maneira planejada para conhecer alguma
coisa.
175
CONHECIMENTO ESTÉTICO
Este é o momento privilegiado da cognição, onde a racionalidade
opera para apreender o conhecimento historicamente produzido sobre
arte. A Arte é um campo do conhecimento humano estruturado por um
saber que tem uma origem e cada conteúdo tem sua história, que deve
ser conhecida, para melhor compreensão por parte do aluno.
Este conhecimento transforma-se, através do tempo, em função
dos modos de produção social, o que implica, para o aluno, conhecer
como se organizam as várias formas de produzir arte, como também, a
maneira pela qual a sociedade estrutura-se historicamente.
TRABALHO ARTÍSTICO
A prática artística (trabalho criador) é expressão privilegiada do
aluno, é o momento do exercício da imaginação e criação. Apesar das
dificuldades que a escola encontra para desenvolver estas práticas,
elas são fundamentais, pois a arte não pode ser apreendida somente de
forma abstrata, o processo de produção do aluno acontece quando ele
interioriza e se familiariza com os processos artísticos e humaniza os
sentidos. Essa abordagem metodológica é essencial no processo
ensino-aprendizagem em arte. Estes três eixos metodológicos são
importantes para o trabalho em sala de aula, pois apesar de serem
interdependentes, é preciso planejar as aulas com recursos e
metodologia específica para cada um desses momentos.
O encaminhamento pode iniciar-se por qualquer um dos três
eixos, mas o fundamental é que no processo o aluno tenha realizado
trabalhos referentes aos três eixos metodológicos. Como exemplo da
metodologia proposta, citaremos duas situações, uma com o teatro e
outra com artes plásticas/visuais: Um trabalho com teatro poderá ser
iniciado com exercícios de relaxamento, aquecimento, personagem
(expressão vocal, gestual, corporal e facial), jogos teatrais e
176
transposição de texto literário para texto dramático, pequenas
encenações construídas pelos alunos e outros exercícios cênicos.
O início deste encaminhamento é pelo trabalho artístico, mas em
todos os momentos é necessário tratar do conhecimento estético, isto
é, o aluno faz, mas sabe o que e o porquê está fazendo, construindo,
junto com o professor, o conhecimento. São fundamentais também,
aulas teóricas sobre os conteúdos e movimentos artísticos importantes
da história do Teatro. Durante as aulas, é possível, também, solicitar
aos alunos uma análise das diferentes formas de representação na
televisão e no cinema (plano de imagens, formas de expressão dos
personagens, cenografia e sonoplastia). Para complementar o eixo
sentir e perceber, é essencial que os alunos possam assistir a peças
teatrais. O professor poderá solicitar um trabalho de análise da mesma
(escrito na aula ou em casa posteriormente à apresentação) com três
questões:
a) descrição do contexto, nome da peça, autor, direção, local, atores,
período histórico da representação;
b) análise da estrutura e organização da peça, tipo de cenário e
sonoplastia, expressões utilizadas com mais ênfase pelos personagens e
outros conteúdos trabalhados em aula;
c) análise da peça sob o ponto de vista do aluno, descrevendo sua
percepção e sentimentos ao assistir a peça.
Neste trabalho podemos perceber que os três eixos
metodológicos foram tratados na seguinte ordem metodológica
(trabalho artístico, conhecimento estético e sentir/perceber), mas em
vários momentos eles são simultâneos. Percebemos também que todos
os conteúdos estruturantes - os elementos formais (personagem,
ação), a composição (representação, cenografia) os movimentos ou
períodos (história do teatro) e o tempo e o espaço (espaço cênico,
atos, cenografia, música) - foram tratados de forma orgânica.
Iniciando-se um trabalho com artes plásticas/visuais, o professor
poderá pedir que cada aluno desenhe linhas para juntos observarem e
177
discutirem a expressividade, o peso, o movimento que cada linha pode
ocupar nesse espaço (conhecimento estético). Após a apreensão
deste conhecimento, os alunos podem desenvolver composições
(trabalho artístico) criando efeitos de movimento com as linhas e de
organização do espaço. O professor poderá mostrar (sentir e
perceber) obras de artistas que deram ênfase na utilização das linhas
de diferentes formas como, também, expor as composições dos alunos
para leitura e apreciação do grupo.
BIBLIOGRAFIA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo:
Moderna, 1987.
BENJAMIN, T. Walter. Magia e técnica, arte e política. Obras
escolhidas. Vol.1. São Paulo: Brasiliense, 1985.
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BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n.5692/71: Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, LDB. Brasília, 1971.
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n.9394/96: Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, LDB. Brasília, 1996.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2003.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Novo dicionário da língua
portuguesa. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986
FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura: as bases epistemológicas
do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1993.
FISCHER, Ernest. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Zahar,
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GOMBRICH, E. H. Arte e ilusão. São Paulo: M. Fontes, 1986.
HARVEY, David. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1989.
178
HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. W.; HABERMAS, J. Textos
escolhidos. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1975.
KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 2002.
KUENZER, Acácia Zeneida. Ensino médio: construindo uma proposta
para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.
MARCUSE, Herbert. Eros e civilização. Rio de Janeiro, Zahar, 1968.
MARTIN-BARBERO, Jesus; REY, Germán. Os exercícios do ver:
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OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação.
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OSTROWER, Fayga. Universos da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1983.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
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formação continuada/Orientações Curriculares. Curitiba:
SEED/DEM, 2003/2005. Mimeo.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
de Primeiro Grau. Currículo Básico para a Escola Pública do
Paraná. Curitiba: SEED/DEPG, 1992.
PEIXOTO, Maria Inês Hamann. Arte e grande público: a distância a
ser extinta. Campinas: Autores Associados, 2003. (Coleção polêmicas
do nosso tempo, 84).
VÁSQUEZ, A. S. As idéias estéticas de Marx. 2. ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1978.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Psicologia da arte. São Paulo: M.
Fontes, 1999.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: Zahar,
1979.
179
DISCIPLINA DE ARTES – ENSINO FUNDAMENTAL
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Educação Artística, enquanto disciplina escolar possibilita o
estudo da arte como campo de conhecimento constituído de saberes
específicos, envolvendo as manifestações culturais locais, nacionais e
globais: o contexto histórico-social e o repertório de conhecimento do
aluno.
Interferindo na formação do indivíduo como fluídos de cultura e
conhecedor da construção de sua própria nação e disciplina assume um
compromisso com a diversidade cultural, reconhecendo-a como
patrimônio da humanidade, considerando desde o repertório de
conhecimento do aluno até as produções de grupos sociais que podem
ter sido marginalizados pela concepção de arte elitista.
A arte acontece por meio da interação de saberes. A apropriação
dos conhecimentos estéticos se dará pela experimentação, pela análise
estética de diferentes manifestações artísticas e a reflexão do aluno a
respeito dessa produção e dos conhecimentos que envolvem esse fazer.
Só um saber consciente e informado torna possível a
aprendizagem em arte, este saber tem propósito de possibilitar a
ampliação do conhecimento estético (pela análise e experimentação)
presente nas diferentes linguagens e no processo de produções das
manifestações artísticas.
180
É preciso desvelar a história e a cultura para que o aluno se torne
conhecedor de si próprio e do coletivo. A cultura é um fenômeno plural,
multiforme, heterogêneo, dinâmico e envolve tudo que é produzido pelo
ser humano e que, portanto, produz sentido e significado no ensino da
arte evitando que o currículo se torne mais um elemento de exclusão.
A complexidade do atual contexto, marcado pela globalização
exige que a disciplina de artes propicie ao aluno oportunidades de
leitura das diferentes culturas superando preconceitos e valorizando a
riqueza da diversidade.
A Educação Artística explicitará o compromisso de favorecer a
democratização da produção cultural, o objeto de estudo e o
conhecimento estético. Os saberes que decorrem do objeto de estudo,
permitem que a arte seja entendida como um conjunto de linguagens,
cada uma com seus elementos e códigos.
Além de apresentar elementos da linguagem visual, musical ou
cênica, relaciona características com seus respectivos autores e
conhecedor da história dita “universal” . Mas, para que a informação se
torne conhecimento é preciso interpretar, questionar, analisar os
processos de criação e execução.
A função da Educação Artística não é a formação, mas o domínio,
a fluência e a compreensão estética das complexas formas humanas de
expressão que movimentam processos afetivos, cognitivos e
psicomotores, contemplando as linguagens das artes visuais, da dança,
da música, do teatro e o conhecimento sistematizado, fazendo relação
entre as diversas áreas do conhecimento.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
- Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma
atitude de busca coletiva, articulando a percepção, imaginação
181
e emoção, a investigação, a sensibilidade e a reflexão ao
realizar produções artísticas.
- Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem
artística, bem como, materiais e procedimentos, apreciando-os
e contextualizando-os culturalmente.
- Construir uma relação de autoconfiança com a produção
artística pessoal e o conhecimento estético, respeitando a
própria produção e a dos colegas, sabendo elaborar e receber
críticas.
- Observar as relações entre arte e realidade, refletindo,
investigando, indagando com interesse e curiosidade,
exercitando a discussão, a sensibilidade, argumentando e
apreciando a arte de modo sensível.
- Investigar, identificar e organizar informações sobre arte,
reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos
artísticos e concepções estéticas presentes na história das
diferentes culturas e etnias. Observar as relações entre artes
visuais com outras modalidades artísticas e com outras áreas
do conhecimento humano.
CONTEÚDOS POR SÉRIE
5ª SÉRIE
- Introdução a Educação Artística (Fundamentação da Arte).
- Teatro de fantoches.
- História da Arte (Pré-história, Indígena, Africana, Francesa).
- Educação Musical (Som)..
6ª SÉRIE
182
- Elementos Visuais.
- Teatro de Sombras e Fantoche.
- História da Arte (Rupestre, Egípcia, Grega, Romana).
- Educação Musical (Pentagrama, Timbre, Gênero, história, dança).
7ª SÉRIE
- A importância da Arte e suas manifestações
- O patrimônio artístico material e imaterial da humanidade
- A história da Arte
• Arte Cristã Egípcia
• O Renascimento
• O Cubismo
• O Barroco no Brasil
- Composições plásticas de artistas como:
• Sérgio Honorato
• Gustav Klimt
• Vicent Van Gogh
• Tintoretto, Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael Sanzio
• Pablo Picasso, Velázquez
• Antônio Francisco Lisboa (O Aleijadinho)
- O multiculturalismo
• Lendas
• Mitos
• Danças folclóricas regionais brasileiras
• Danças dramáticas
- Arte indígena e Africana
- Cores, pinturas, mosaicos, colagens
- Música
• Instrumentos musicais
• A música atual, seus diferentes ritmos e gêneros
183
• MPB
- Simbologias
- Signos
- Teatro
• Dramatização
• Sensibilização
• Improvisação
8ª SÉRIE
- Arte como prazer, profissão e conhecimento
- O desenvolvimento da arte através de sua história
- Leitura de imagens
- Pinturas e cores
- Volume e texturas
- Harmonia e equilíbrio
- Ética e estética
- A Música Popular Brasileira
- Os principais gêneros musicais
• Samba, marcha, lundu, chanchadas, maxixe, frevo
- A MPB desde a década de 50 até os dias de hoje (séc. XXI)
- O Teatro de Revista
- Construção de espetáculo – Roteiro, sonorização
- O Rádio – Cinema – Internet
- Principais precursores do teatro no Brasil, a Censura, a falta de
profissionalismo, ausência de espaço cênico
- História da arte
• Idade média
• Renascimento
• Impressionismo
• Expressionismo
• Op Art
184
• Pop Art
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A prática de aula é resultante da combinação de vários papéis
que o professor pode desempenhar antes, durante e depois de cada
aula.
O professor em sala de aula é um observador de questões como: o
que os alunos querem aprender, quais as suas solicitações, que
materiais escolher, que conhecimento possui em arte, que diferenças
de níveis expressivos existem, quais os interessados, quais gostam de
trabalhar sozinhos ou em grupo e assim por diante.
A partir da observação constante e sistemática desse conjunto de
variáveis e tendências de uma classe, o professor pode tornar-se um
criador de situações de aprendizagem.
AVALIAÇÃO
A disciplina de Educação Artística apresenta-se como
componente curricular responsável por viabilizar ao aluno o acesso aos
conhecimentos sistematizados em Arte, por meio de diferentes
linguagens, proporcionando aos alunos o acesso aos conhecimentos
presentes nos bens culturais.
Uma avaliação consistente e fundamentada, permite ao aluno
posicionar-se em relação aos trabalhos artísticos estudados e
produzidos. Em uma avaliação significativa, é preciso também que o
professor tenha conhecimento das linguagens artísticas, bem como da
relação entre o criador e o que for criado.
Avaliar exige, acima de tudo, que se defina onde se quer chegar,
que se estabeleçam os critérios, para que, em seguida, escolham-se os
185
procedimentos, inclusive aqueles referentes à seleção dos instrumentos
que serão utilizados no processo de ensino e aprendizado.
BIBLIOGRAFIA
MOURA, Ieda Camargo de. Musicalizando Crianças. Editora Ática,
1996.
ANDRADE, Mário de. Introdução à Estética Musical. Editora
Hucitec, São Paulo, 1995.
NOVELLY, Maria C. Jogos Teatrais. Editora Papirus.
REVERBEL, Olga. O texto no Palco. Editora Kuareep.
REVERBEL, Olga. Jogos Teatrais na Escola. Editora Scipione.
PROENÇA, Maria das Graças. História da Arte. Editora Ática.
HADDAD, Denise Akel. A arte de Fazer Arte. Editora Saraiva. Volume
5, 6, 7 e 8.
CIT, Simone. Histórias da Música Popular Brasileira. Governo do
Paraná, 2003.
TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte. Editora Ática, 2002.
VIANNA, Maria Letícia Raunen. Análise e Produção de textos
didáticos para o Ensino da Arte. Editora Ibpex, 2004.
SEED.Apostilas da Superintendência da Educação. Governo do
Paraná, 2006.
DISCIPLINA DE ARTES – ENSINO MÉDIO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
186
As diferentes formas de pensar o ensino de Artes são
conseqüências do momento histórico no qual se desenvolveram, com
relações socioculturais, econômicas e políticas.
Nas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas referências
sobre sua função, resultando em diferentes posições de como a Arte
pode servir à ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou
mágica e transformar-se em mercadoria ou meramente proporcionar
prazer.
Os fundamentos teórico-metodológicos dessa disciplina
abordarão as formas de como a Arte é compreendida no cotidiano dos
estabelecimentos de ensino e como as pessoas se defrontam com o
problema de conceituá-la.
O ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir
dos conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando-o
do universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.
A Arte é a criação e manifestação do poder criador do homem,
sendo que criar é transformar. A partir de criações artísticas é possível
ampliar e enriquecer a realidade já humanizada pelo trabalho, pois a
arte é um processo humanizador e o ser humano, como criador, produz
novas maneiras de ver e sentir.
O ensino de Arte deve preservar o direito do aluno de ter acesso
ao conhecimento relacionado – ou com outras áreas de conhecimento.
Dessa forma, pretende-se nessa proposta, que os alunos criem
formas singulares de pensamento e aprendam a expandir suas
potencialidades criativas.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO-ARTÍSTICA
– ENSINO MÉDIO
187
• Realizar produções artísticas individuais e coletivas nas
linguagens de Arte, analisando, refletindo e compreendendo os
diferentes instrumentos de ordem material e ideal como
manifestações socioculturais e históricas.
• Apreciar produtos de Arte em suas várias linguagens,
desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise estética,
conhecendo, analisando, refletindo e compreendendo critérios
culturalmente construídos de caráter fisiológico, histórico,
sociológico, antropológico, psicológico, semiótico, científico,
tecnológico, dentre outros.
• Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações
da Arte em suas múltiplas linguagens utilizadas por diferentes
grupos sociais e éticos internacionais que se deve conhecer e
compreender em sua dimensão sócio-histórico.
• Aperfeiçoar seus modos de elaborar idéias e emoções de maneira
sensível, imaginativa, a partir das culturas vividas com essa
linguagem no seu meio sociocultural e integrando outros estudos,
pesquisas, confrontando opiniões, refletindo sobre seus trabalhos
artísticos.
CONTEÚDOS DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA –
ENSINO MÉDIO
1ª série
• PROJETO: AS TEIAS DA ARTE
• A importância, função e integração das linguagens da Arte
(música, plástica e cênica), explorando os elementos básicos de
cada uma e propondo a integração deles.
188
• Composição – Montagem e diagramação (Montagem na plástica e
na música...)
• Surrealismo – Salvador Dalí
• Semiótica e semiologia na Arte (cores e figuras)
• Iniciação a investigação das Artes digitais – cibernéticas por meio
das exposições home pages de sites.
• Símbolos, ícones, interações e estéticas.
• PROJETO: A ARTE EM MEIO AO BELO E AO FEIO
• O conceito de estética... O belo e o feio
• Iniciação à história da Arte – abordagem das artes grega e
romana... e seu ideal de beleza ainda presente na nossa cultura
• A música grega
• O teatro grego
• Estéticas urbanas como tatuagens e a pintura corporal em
diferentes sociedades
• Proporção na Arte
• Simetria na Arte
• A arte de Klimt
• A arte de Picasso
• O beijo...
• PROJETO: ESTAÇÕES DA ARTE
• Viagens no tempo integrando música e plástica abordando
imagens da pré-história, Egito e Idade Antiga, contraposta com
músicas atuais que pretendem refletir sobre o primitivo, o drama
e a centralização na produção da Idade Média
189
• Iniciação à história da Arte – Arte da Idade Média – Arte
Românica e Gótica...
• Retábulos, iluminuras, vitrais, ícones, artistas
• Giotto, mestre de São Francisco... técnicas medievais
• Símbolo mediavais na pintura – Mitos: Joana D’Arc e São
Francisco
• Música medieval: trovadores e sua influência na música popular
brasileira MPB – Modinha
• Teatro Medieval – Moralidades...
• PROJETO: PAISAGENS, BAGAGENS, VIAGENS... PERSPECTIVAS
• Iniciação à história da Arte – Renascimento – Boticelli, Da Vinci...
• Perspectiva artística, isométrica... de paisagens e de objetos...
• Escher
• Música Renascentista – teatro
2ª Série
• ESTÉTICA DOS OPOSTOS
• Os opostos na Arte
• Fundamentos de Arte nas linguagens: visual, cênica e musical
• Fundamentos de Artes e Cênica
• Iniciação à leitura de imagens, de composições, de movimento
e da representação
• Claro-escura
• Claro e escuro – positivo e negativo
• Barroco universal
190
• Rococó
• A música barroca
• A ópera
• Palcos de teatro
• Shakespeare
• A obra de Ismael Nery
• Técnicas de sombreamento
• Movimento
• RITOS, TRIBOS E MITOS
• A estética dos ritos, das tribos e dos mitos que deram origem
a nação brasileira
• A cultura afro-brasileira
• A cultura indígena brasileira
• A cerâmica indígena
• A cultura latina
• O barroco brasileiro
• Aleijadinho
• O mestre Ataíde
• Djanira
• Ritmo
• Movimento e direção nas imagens
• Mitos, “estigmas” e identidade
• Os ceramistas brasileiros de diferentes regiões; técnicas e
materiais: cerâmica
191
• Festa junina
• MPB: temáticas regionais, santos padroeiros, nomes
brasileiros, etc
• Semiologia e os sincretismo brasileiro
• HISTÓRIAS REAIS E BELAS NAS TELAS
• As histórias presentes nas artes visuais, músicas e cênica
• Iniciação à leitura de imagens, composições, movimento e da
representação
• Equilíbrio
• Neoclassicismo brasileiro – David, Ingres, Vitor Meireles
• As expressões e sentidos de ser: clássicos, românticos e
realistas nos dias de hoje
• Romantismo universal brasileiro – Delacroix, Goya, Pedro
Américo
• Realismo – Coubert, Rodin, Almeida Jr.
• Surrealismo – Salvador Dali
• Figurino – o personagem – a história
• Decoração de estilos e de épocas diferentes
• Moliére
• RPG
• A estética das cartas e suas histórias no tempo
• Os jogos de estratégia
• Contraposição entre heróis clássicos e da ficção científica
• UM MUNDO DE CORES
• A luz e as cores no mundo que nos cercam
192
• Harmonia, composição; efeitos de óptica; cores primárias,
secundárias e terciárias; sensações sinestésicas: cores
quentes, frias e neutras
• Pontilhismo
• Impressionismo
• Monet Renoir, Degas, Cézane, Sisle, Pissarro
• Integração de linguagens musicais, visuais e dança por meio
da obra de Degas e música
• Técnicas e materiais; divisionismo
METODOLOGIA DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA –
ENSINO MÉDIO
No espaço escolar o objetivo de trabalho é o conhecimento. Desta
forma, devemos contemplar na metodologia do ensino da Arte três
momentos da organização pedagógica: o sentir e perceber que são as
formas de apreciação e apropriação, o trabalho artístico que é a prática
criativa, o conhecimento, que fundamenta e possibilita ao aluno um
sentir/perceber e um trabalho mais sistematizado, de modo a
direcionar o aluno a formação de conceitos artísticos.
• Através da manifestação das formas de trabalhos artísticos que
os alunos já executam possibilitando que sistematizem com mais
conhecimentos adquiridos nas suas próprias produções.
• Definição de caminhos a serem percorridos por professores e
alunos durante o processo com estratégias diversificadas e
atraentes.
• Procurar articular uma integração com as demais disciplinas.
193
• Realizar feiras culturais com o objetivo da revelação de talentos
com exposição de trabalhos artísticos, músicas, danças,
dramatizações, artes visuais e audiovisuais.
• Leitura de imagens, composições, musicais, peças teatrais,
espetáculos de dança, através de materiais e técnicas
diversificadas, conduzir o trabalho artístico de forma a criar e
construir formas plásticas e visuais em espaços diversos
(bidimensional e tridimensional), expressões cênicas, formas
musicais e da dança.
• Por meio de pesquisas, debates, seminários, murais, cartazes,
releitura, vídeo, CD Room, revistas e jornais, investigar os
elementos e componentes básicos das linguagens visuais e
audiovisuais, expressões cênicas, linguagens musicais e
expressões de dança presentes nas produções artísticas durante
toda a história do ser humano.
AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA –
ENSINO MÉDIO
A avaliação na disciplina de Arte proposta nessa diretriz
curricular é diagnóstica e processual.
O planejamento deve ser constantemente redirecionado,
utilizando a avaliação do professor da classe sobre o desenvolvimento
das aulas e também a auto-avaliação dos alunos.
Nesse sentido é fundamental que nos primeiros dias de aula seja
realizado um levantamento das formas artísticas, dos conhecimentos e
habilidades que os alunos já possuem. Como por exemplo, tocar
194
instrumentos musicais, dançar, desenhar ou representar. Também
durante o ano letivo, podemos observar tendências e habilidades de
alunos para as diferentes manifestações da Arte.
Este diagnóstico deve ser individual, e para isso é necessário
utilizar vários instrumentos de avaliação como: provas escritas,
trabalhos, observações, sendo que o mesmo servirá de base para o
planejamento das aulas.
A avaliação deverá ser contínua, permanente e cumulativa, sendo
que os aspectos qualitativos deverão preponderar.
Assim, a avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do
ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da
aprendizagem e de seu próprio trabalho, com a finalidade de
acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos,
bem como diagnosticar seus resultados.
BIBLIOGRAFIA (IDEM AO ENSINO FUNDAMENTAL)
195
PROPOSTA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FÍSICA
REFERENCIAL TEÓRICO
A Física é um conhecimento que permite elaborar modelos de
avaliação cósmica, das partículas que compõem a matéria, ao mesmo
tempo que permite desenvolver novas fontes de energia e criar novos
materiais, produtos e tecnologias.
Incorporado à cultura e integrado como instrumento tecnológico,
esse conhecimento tornou-se indispensável à formação da cidadania
contemporânea.
Espera-se que o ensino de Física contribua para a formação de
uma cultura científica que permita ao educando a interpretação dos
fatos, fenômenos e processos naturais, situando e dimensionando a
interação do ser humano com a natureza como parte da própria
natureza em transformação, para tanto é essencial que o conhecimento
físico seja explicitado como um processo histórico, objeto que contínua
transformação e associado à outras formas de expressão e produção
humana. É necessário também que essa cultura em Física inclua a
compreensão humana. É necessário também que essa cultura em
Física inclua a compreensão do conjunto de equipamentos e
procedimentos técnicos ou tecnológicos, do cotidiano doméstico, social
e profissional.
Ao propiciar esses conhecimentos, o aprendizado da Física
promove a articulação de toda uma visão de mundo, de uma
compreensão dinâmica do universo. Assim, ao lado de um caráter mais
prático, a Física revela também uma dimensão filosófica com uma
beleza e importância no processo educativo.
O ensino de Física deve promover um conhecimento
contextualizado e integrado a vida de um jovem que explique, por
196
exemplo, a queda dos corpos, o movimento da Lua ou das estrelas no
céu, o arco-íris e também os raios laser, as imagens da televisão e as
formas de comunicação. Uma Física que explique os gastos da “conta
de luz” ou o consumo diário de combustível e também as questões
referentes ao uso das diferentes fontes de energia em escala social,
incluída a energia nuclear com seus riscos e benefícios. Uma Física que
discuta a origem do universo e sua evolução. Que trate do refrigerador
ou dos motores a combustão, das células fotoelétricas, das radiações
presentes no dia-a-dia, mas também dos princípios gerais que
permitem generalizar essas compreensões.
Para isso, é imprescindível considerar o mundo vivencial dos
alunos, sua realidade próxima ou distante, os objetivos e fenômenos
com que efetivamente lidam, ou os problemas e indagações que movem
sua curiosidade. Esse deve ser o ponto de partida e, de certa forma,
também o ponto de chegada. Ou seja, feitas as investigações,
abstrações e generalizações potencializadas pelo saber da Física, em
sua dimensão conceitual, o conhecimento volta-se novamente para os
fenômenos significativos ou objetivos, tecnológicos de interesse, agora
com um novo olhar, como exercício de utilização do novo saber
adquirido em sua dimensão aplicada ou tecnológica.
Como ponto de partida, trata-se de identificar questões e
problemas a serem resolvidos, estimular a observação, classificação e
organização dos fatos e fenômenos à nossa volta segundo os aspectos
físicos e funcionais relevantes. Isso inclui, por exemplo, reconhecer
diferentes aparelhos elétricos e classifica-los segundo sua função,
identificar movimentos presentes no dia-a-dia segundo suas
características; classificar diferentes formas de energia presentes no
uso cotidiano, como em aquecedores, meios de transportes,
refrigeradores, eletrodomésticos, observando suas transformações,
buscando regularidade nos processos envolvidos nessas
transformações.
197
Contudo para que possa haver uma apropriação desses
conhecimentos, as leis e princípios gerais precisam ser desenvolvidos
passo a passo, a partir dos elementos próximos e vivenciais. As noções
de transformação e conservação de energia, por exemplo, devem ser
cuidadosamente tratadas, reconhecendo-se a necessidade de que o
“abstrato” conceito de energia seja construído “concretamente”, a
partir de situações reais.
Assim, o aprendizado da Física deve estimular os jovens a
acompanhar as notícias científicas, orientando-os para a identificação
sobre o assunto que está sendo tratado e promovendo meios para a
interpretação de seus significados. Notícias como uma missão espacial,
um novo método para extrair água no subsolo, o desenvolvimento da
comunicação via satélite, telefonia celular, são alguns exemplos de
informações presentes nos jornais e programas de televisão que podem
ser tratados em sala de aula.
A percepção do saber físico como construção humana constitui-se
condição necessária, para que se promova a consciência de uma
responsabilidade social e ética. Nesse sentido deve ser considerado o
desenvolvimento da capacidade de se preocupar com o todo social e
com a cidadania. Como por exemplo, a necessidade de se avaliarem as
relações de risco/benefício de uma construção de uma usina
hidrelétrica, as implicações de um acidente envolvendo radiações, as
opções para uso de diferentes formas de energia, a escolha de
procedimentos que envolvam menor impacto ambiental sobre o efeito
estufa ou a camada de ozônio, assim como a discussão sobre a
participação de físicos na fabricação de bombas atômicas.
Sendo o Ensino Médio um momento particular do desenvolvimento
cognitivo dos jovens, o aprendizado de Física tem características
específicas que pode favorecer uma construção rica em abstrações e
generalizações tanto no sentido prático como conceitual.
A Física tem uma maneira própria de lidar com o mundo que se
expressa na busca de regularidade, na conceituação e quantificação
198
das grandezas, na investigação dos fenômenos. Aprender essa maneira
de lidar com o mundo envolve uma questão importante no processo de
ensino-aprendizagem relacionados a compreensão e investigação em
Física.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Proporcionar aos alunos, dentro do papel da ciência, no processo
do desenvolvimento tecnológico e social:
• Conhecer cada vez mais seu universo físico e os fenômenos que
nele acontecem;
• Educar para a cidadania contribuindo para o desenvolvimento de
um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção
científica ao longo da história;
• Entender o universo, sua evolução, suas transformações e as
interações que nele se apresentam;
• Entender o comportamento energético da matéria e quantificação
das diferentes formas de energia envolvidas nos fenômenos
físicos;
• Desenvolver o raciocínio associativo e as capacidades dedutivas
que possibilitem inserir em novos conhecimentos, motivando a
experimentação;
• Contribuir para a formação de uma cultura científica efetiva
permitindo ao educando interpretação de fatos, fenômenos e
processos da natureza em transformação.
CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO
199
• Conteúdo Estruturante – Termodinâmica
• Conteúdos Específicos
1ª Série
• Conservação da energia
• Energia
- Cinética
- Potencial
- Potencial Gravitacional
- Potencial Elástica
- Mecânica
• Princípio Geral da Conservação da Energia.
2ª Série
• Pressão dos Sólidos e nos fluidos
• Termologia
• Dilatação e contração
• Calorimetria
• As fases da Matéria e suas Mudanças
• Termodinâmica
• 1ª e 2ª Lei da Termodinâmica
3ª Série
• Introdução à eletrodinâmica
• Lei de Ohm
• Potencia Elétrica
200
• Geradores de Eletricidade
• Aparelhos de Medidas
• Conteúdo Estruturante – Movimento
• Conteúdos Específicos
1ª Série
• Física Moderna
• Evolução e finalidade da Física
• Trajetórias
• Fundamentos da Cinemática
• Gravitação Universal
• Grandezas Vetoriais
• Movimentos
- Circular Uniforme
- Retilíneo Uniforme
- Uniformemente Variado
- Verticais
• As três Leis de Newton
• Trabalho de uma força.
2ª Série
• Física Moderna
• Natação Científica
• Hidrostática
• Teorema de Stevin
• Teorema de Pascal
201
• Teorema de Arquimedes
3ª Série
• Física Moderna
• Estudo das ondas
• Fenômenos Ondulatórios
• Interferência das ondas
• Introdução à acústica
• Cordas Sonoras
• Velocidade do som
• Efeito Doppler
• Conteúdo Estruturante – Eletromagnetismo
• Conteúdos Específicos
1ª Série
• Física Moderna
• Pólos de um ímã
• Interação magnética
• Campo magnético
• Campo magnético terrestre
2ª Série
• Introdução à Óptica
• Refração da luz
• Reflexão em espelhos esféricos
• Lentes esféricas
202
3ª Série
• Carga elétrica
• Processos de eletrização
• Força elétrica
• Campo elétrico
• Eletromagnetismo
• Solenóides ou bobinas
• Força magnética sobre cargas
• Indução magnética
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
A Física, instrumento para a compreensão do mundo em que
vivemos, possui também uma beleza conceitual, que por si só poderia
tornar seu aprendizado agradável. Este aprendizado, no entanto, é
comprometido pelo enfoque matemático com o qual a Física é
freqüentemente confundida, pois os alunos têm sido expostos ao
aparato matemático-formal, antes mesmo de terem compreendido os
conceitos a que tal aparato deveria corresponder.
Uma maneira de evitar esse problema é começar cada assunto de
Física de forma contextualizada e de uma linguagem, comuns ao
professor e ao aluno, contida no meio de vivência de ambos e só
aprofundar o assunto à medida que se amplie a área comum de
compreensão e domínio
O papel do professor será de mediador, aproveitando o que o
aluno já sabe, interagir com o mesmo, enriquecendo o conhecimento já
existente podendo inclusive substituí-lo.
Para que o aluno tenha de fato uma visão mais abrangente do
universo precisamos informa-lo de que as fórmulas matemáticas
203
representam modelos, os quais, são elaborações humanas criadas para
entender determinados fenômenos físicos.
A atividade experimental deve ser o segundo passo, onde pode-
se fazer o confronto entre as concepções prévias dos estudantes e a
concepção científica, facilitando a formação de um conceito científico.
Para verificar o aprendizado o professor poderá retornar às
questões anteriores ao experimento, comparando com as antigas
respostas, para assim perceber se o aluno compreendeu ou não os
conceitos desenvolvidos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICAS DA DISCIPLINA
A avaliação deve levar em conta o progresso do estudante quanto
aos aspectos históricos, conceituais e culturais, a evolução das idéias
em Física e não a neutralidade da ciência.
Devemos nos pautar na realização da avaliação considerando:
compreensão dos conceitos físicos; a capacidade de análise de um
texto; emitir uma opinião que leve em conta o conteúdo físico, a
capacidade de elaborar um relatório sobre um experimento ou
qualquer outro evento que envolva a Física. Nesse sentido, considera-
se a avaliação, como um conjunto de ações que possibilita ao aluno
identificar os seus avanços e suas dificuldades e, ao professor leva-lo a
buscar caminhos para soluciona-los progredindo no aprendizado da
Física.
BIBLIOGRAFIA
CHAVES, A. Física: Mecânica Vol. 1. Rio de Janeiro: Reichmann e
Affonso Editores, 2000.
204
BONJORNO, R. A. BONJORNO, J. R. BONJORNO, V. RAMOS, C. M.
Física Completa. Vol. Único. São Paulo: Editora FTD S.A. , 2000.
MÁXIMO, A. ALVARENGA, B. FÍSICA: De olho no mundo do trabalho.
vol. Único. São Paulo: Editora Scipione, 2003.
ROCHA, J. F. (ORG.). Origens e evolução das idéias da Física. Salvador:
Edufra, 2002.
ALVARENGA, B. MÁXIMO, A. Curso de física. 1ª ed. Belo Horizonte:
Harbra, 1992.
RAMALHO, Jr. F. FERRARO, N. G. Etal. Os fundamentos da Física:
Mecânica. São Paulo: Moderna. V. 1., 1993.
205
Proposta Curricular
Proposta Curricular
Disciplina: ENSINO RELIGIOSO
206
Fundamentação Teórica:
A disciplina de Ensino Religioso insere-se como patrimônio da
humanidade, e em conformidade com a legislação brasileira a qual
pressupõe promover aos educandos a oportunidade do processo de
escolarização fundamental para se tornarem capazes de entender os
movimentos religiosos específicos de cada cultura, possuir o substrato
religioso, de modo a colaborar com a formação da pessoa.
O Ensino Religioso contribui para superar a desigualdade
étnico-religioso a garantir o direito constitucional de liberdade de
crença e expressão conforme artigo 5º, inciso VI da Constituição
Brasileira.
Este conteúdo permitirá que os educandos possam refletir e
entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como
se relacionam com o sagrado. E, ainda, compreender suas trajetórias,
suas manifestações no espaço escolar, estabelecendo relações entre
cultura, espaços e diferenças, para que no entendimento destes
elementos o educando possa elaborar o seu saber, passando a entender
a diversidade de nossa cultura, marcada pela religiosidade.
Objetivos Gerais:
O Ensino Religioso, valorizando o pluralismo e a diversidade
cultural presente na sociedade brasileira, facilita a compreensão das
formas que exprimem o transcendente na superação da finitude
humana e que determinam, subjacentemente o processo histórico da
humanidade. Por isso necessita:
Proporcionar o conhecimento dos elementos básicos que compõe o
fenômeno religioso, a partir das experiências religiosas percebidas
no contexto do educando;
207
Subsidiar o educando na formulação do questionamento existencial,
em profundidade, para dar sua resposta devidamente informado;
Analisar o papel das tradições religiosas na estruturação e
manutenção das diferentes culturas e manifestações socioculturais;
Facilitar a compreensão do significado das afirmações e verdades de
fé das tradições religiosas;
Refletir o sentido da atitude moral, como conseqüência do fenômeno
religioso e expressão da consciência e da resposta pessoal e
comunitária do ser humano;
Possibilitar esclarecimentos sobre o direito à diferença na
construção de estruturas religiosas que têm na liberdade seu valor
inalienável;
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
• O significado do transcendente em vida de cada um.
• O transcendente na minha vida.
• O transcendente tem muitos nomes.
• As pessoas têm diferentes idéias sobre o Transcendente.
• Conhecendo as idéias sobre o transcendente nas Tradições
Religiosas de nossa comunidade.
• As Tradições Religiosas e o modo de vida das pessoas
• Ter religião é uma necessidade humana?
• O que é diálogo inter-religioso?
• Religião e religiosidade, qual a diferença?
• O valor da religião na vida das pessoas.
• Brasil – um pais de diversidade religiosa.
• A representação do Transcendente e o espaço sagrado.
208
• A apresentação do transcendente em algumas tradições
religiosas.
• A busca da espiritualidade.
• O povo brasileiro e suas Tradições Religiosas.
• Os movimentos religiosos na atualidade.
• A busca do sagrado.
• A religião influencia a cultura dos povos.
• O fenômeno religiodo é universal.
• As tradições Religiosas e a construção da paz no mundo de hoje.
• O povo brasileiro e suas Tradições Religiosas.
• Aprendendo nomes de alguns Religiosos no mundo.
• Os movimentos religiosos na atualidade.
• A religião influência a cultura dos povos.
• O fenômeno religioso e universal.
• As Religiões e a pratica do bem.
• As Tradições Religiosas e a construção da paz no mundo de hoje.
• Para que servem as Tradições Religiosas.
• Tradições Religiosas e organização das sociedades humanas.
• Estrutura de algumas Tradições Religiosas.
• Tradições Religiosas e suas ideologias.
• O que eu conheço sobre o Transcendente.
• A construção de idéia do transcendente na história da
humanidade.
• A realidade cultural, histórica e geográfica influência a
concepção do transcendente.
• A idéia do Transcendente na visão tradicional e atual.
Conteúdos por série/ano:
5ª série
209
• O significado do transcendente na vida de cada um.
• A idéia do transcendente nas tradições religiosas (Questões
culturais):
- Cristianismo;
- Protestantismo;
- Islamismo;
- Judaísmo;
- Budismo;
- Fé Bahá’ I;
• Situando no tempo e no espaço (contextualizando).
• A construção de valores e princípios (determinando atitudes e
comportamentos em vista dos objetivos religiosos, nas tradições
religiosas especificadas para esta série.
6ª série
• Construção cultural do sagrado no tempo e no espaço das tradições
religiosas:
- Indígena;
- Afro-brasileiras ou afrodescendentes;
- Hinduísmo;
- Taoísmo;
- Xintoísmo;
- Espiritismo;
- Estruturas e tradições religiosas;
- O Transcendente frente as tradições religiosas;
- O mundo pessoal a partir das experiências do transcendente e das
tradições religiosas.
210
Metodologia:
A metodologia do Ensino Religioso é dinâmica, permitindo a
interação, o diálogo e uma postura reflexiva perante a vida e o
fenômeno religioso. Sendo uma área de conhecimento ele é enfocado
em articulação com os demais aspectos da cidadania e com outras
áreas de conhecimento.
A observação – visa a sensibilização para o mistério e a leitura da
linguagem mítico-simbólica. Pode-se organizar uma exposição de
símbolos, livros sagrados, ilustrações e fatos para serem analisados
pelos alunos. Se possível pesquisa de campo em templos, igrejas e
lugares sagrados da comunidade, para colher dados e informações
sobre o tema abordado.
A reflexão – é o espaço para o diálogo, oportunidade para o
educando manifestar o seu pensamento e a sua opinião sobre o
conteúdo em estudo. Poderá ser orientado através de perguntas,
problematizações, respeitando a liberdade do aluno, e articulando a
conversação de modo a evitar juízos e atitudes preconceituosas.
A informação – é o momento onde os esclarecimentos do educador, o
compartilhar de experiências entre os alunos, a pesquisa, a leitura
de textos, o filme e a internet subsidiam o processo de construção e
reconstrução do conhecimento.
Esses momentos não são dissociados um do outro, porém,
cada momento prioriza determinada função, mesmo que todos estejam
interligados.
Compromisso de vida – é o momento onde os alunos aplicam o
conhecimento a fim de estabelecer formas de convivência solidária,
de atitudes éticas. O professor orientará, a partir do tema abordado
a elaboração de proposições éticas a serem experienciadas pelos
alunos em seu convívio social.
211
Critérios de Avaliação específicos da Disciplina:
O Ensino Religioso não se constituiu como objeto de
reprovação, bem como não terá registro de notas ou conceitos na
documentação escolar, isso se justifica pelo caráter facultativo da
matrícula e da disciplina.
A avaliação do Ensino Religioso pressupõe um caráter inclusivo e
não excludente. É processual, o que quer dizer que é avaliação no
processo e do processo ensino-aprendizagem. Possuindo três etapas:
inicial, formativa e final.
Avaliação inicial – é investigativa, pode acontecer no inicio do ano,
no início de novos conteúdos ou sempre que for necessário.
Avaliação formativa - é formal e sistemática, deve ser
organizada de acordo com os conteúdos significativos, e que levem
ao conhecimento. Acompanha o processo, considerando o contexto,
a faixa etária e o desenvolvimento pessoal do aluno.
Avaliação final – consiste na aferição dos resultados que indicam o
tipo e o grau de aprendizagem que se espera que os alunos tenham
realizado a respeito dos conteúdos essenciais. Esta etapa informa se
o ensino cumpriu sua finalidade: a de fazer a aprender, bem como
determina os novos conteúdos a serem trabalhados.
Avaliar, portanto significa basicamente, acompanhar a
aprendizagem, uma vez que a avaliação não é um momento isolado,
mas acompanha todo o processo ensino-aprendizagem.
Bibliografia
BOSI, Alfredo (org.) – Cultura Brasileira: Temas e Situações. São
Paulo: Ática, 1987.
212
COSTELA, Domênico. O Fundamento Epistemológico do Ensino
Religioso. In: JUQUEIRA, Sérgio. WAGNER, Raul (Orgs.) O ensino
religioso no Brasil. Curitiba: Champagnat, 2004.
OLIVEIRA, Maria Antonieta Albuquerque de. “Componente
Curricular”. In: Ensino Religioso no Brasil. JUQUEIRA, Sérgio.
WAGNER, Raul (Orgs.) O ensino religioso no Brasil. Curitiba:
Champagnat, 2004.
LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS – ENSINO FUNDAMENTAL
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Vivendo num mundo globalizado e, portanto cada vez mais
diverso, o sujeito moderno está sempre exposto a uma Língua
213
Estrangeira e seus aspectos culturais, sendo assim , torna-se
imprescindível o estudo e a aprendizagem de Língua Estrangeira
Moderna. Deve-se observar que, nem sempre o primeiro contato do
sujeito com a Língua Estrangeira Moderna acontece na escola;
contudo, é nesse espaço que ele terá a oportunidade de desenvolver e
formalizar o uso das quatro habilidades – falar, ler, escrever, ouvir –
inerentes ao domínio de uma língua.
Contudo, sabe-se que no Estado do Paraná, a ênfase dada no
Ensino de Língua Estrangeira é feita através da abordagem
Comunicativa, ou seja, o professor procura priorizar uma das quatro
habilidades – a fala – mas diante da realidade em que vivemos, a
escolha dessa habilidade torna-se cada vez mais difícil, pois nosso
alunado é muito heterogêneo considerando a habilidade linguística já
desenvolvida.
Dessa forma, a escola deve promover uma diversidade de
atividades atrativas, com o objetivo de despertar o interesse e o gosto
por outra língua, inserindo-o numa sociedade em constante evolução.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Atender às necessidades da sociedade contemporânea brasileira
e garantir a eqüidade no tratamento da disciplina de LE em relação às
demais obrigatórias do currículo;
- Resgatar a função social e educacional do ensino de línguas
estrangeiras no currículo da Educação Básica;
- Respeitar e valorizar a diversidade cultural, garantido na legislação.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
214
Os conteúdos estruturantes são os que definimos como
conhecimentos de maior amplitude, conceitos que se constituem em
partes importantes, fundamentais, referenciais para assim, eles sirvam
de suporte para o desenvolvimento dos conteúdos específicos da LEM.
Para legalizar esta ordem e fundamental o processo ensino-
aprendizagem significativa para o aluno mos estruturamos em
desenvolver nas quatro séries do Ensino Médio o “discurso” entendido
como prática social garantindo a compreensão do aluno na LEM.
• Leitura – Várias tipologias textuais, ficção e não-ficção, verbal e não-
verbal. O importante é que o aluno consiga gradualmente
compreender o que ele lê.
• Escrita – O professor deve viabilizar subsidiando o aluno para que
ele consiga formar ou informar produzir “escrita”significativa na
LEM conforme sua capacidade, sempre em ascensão.
• Fala – A expressão oral do aluno em LEM demonstra o grau de
compreensão do que está trabalhando no processo de ensino-
aprendizagem. Essa prática deverá ser diversificada em gênero
respeitando a variedade lingüística tal como se faz na língua
materna.
• Compreensão Auditiva – O ato de ouvir e apreender requer um
treino onde se criem condições de práticas significativas e
prazerosas para cada faixa etária, os diferentes textos precisam
viabilizar esta compreensão.
CONTEÚDOS POR SÉRIE / ANO
5ª SÉRIE
215
CONTEÚDOS
• TEXT AND GRAMMAR
• Verbo To Be
• adjetivos Pátrios
• adjetivos
• Pronomes demonstrativos e interrogativos
• Regras de formação do plural e palavras sem plural, plural
irregular
• There is/are
• Verbos
• Presente simples nas três formas
• Verb Modal Can
• Verbos de sentido smell, taste, feel, sound
• Forma ING em inglês
• Uso das formas infinitivas após os verbos love, like, hate, prefer,
want.
• Modificação dos adjetivos com o uso de tôo, a little, a bit
• Passado do verbo “be” nas três formas
• Uso dos: “discourse markers” como anal, but, or, so, because,
while, in the beggining, first, second, after, then, finally, in the
end
• Modo imperativo (afirmativo e negativo)
• Diferentes formas de dizer as horas em inglês
• VOCABULARY
• Dias da semana, meses do ano, datas, números ordinais, estações
e clima
• Vestuário
• Animals
• Saudações
216
• Textos informativos sobre outros países, seus costumes e formas
de convivência
6ª SÉRIE
CONTEÚDOS
• TEXT AND GRAMMAR
• Present Progressive
• Diferença entre tempo simples e tempo composto
• Uso de “How”
• Correspondência eletrônica
• Verbos com terminação “ING” como substantivos
• Linguagem usada na internet e na informática
• Verbos de movimento
• Preposições relacionadas a transporte
• Leitura de gráficos e mapas
• “So” como relação de causa/efeito
• Frases no passado usando “be” e “have”
• Could e please (pedidos)
• Elementos que conectem as frases como; first, then, after that e
finaly
• Operações matemáticas
• Linguagem descritiva sobre os povos
• “determiners” demonstrativos e artigos
• Advérbios para modificar os adjetivos
• Preenchimento de formulários
• Comparativo de igualdade e grau superlativo
• Fuso horário e relógio biológico
• Uso de pronomes pessoais oblíquos
217
• Textos científicos e informativos
• Testes de revistas sobre o comportamento de adolescentes
• História, formato e a divisão do dinheiro nos EUA
• VOCABULARY
• Linguagem usada em aeroportos
• Viagens aéreas
• Adjetivos relacionados com cidades grandes e pequenas...
7ª SÉRIE
CONTEÚDOS
• TEXT AND GRAMMAR
• Leitura de textos de caráter histórico e informativo
• Passado simples de be x have
• Técnicas de leitura para o estabelecimento e compreensão do
contexto
• Reconhecimento dos tempos verbais - presente, passado
• Uso de advérbios no passado
• Past progressive
• ING em alguns verbos
• Uso de discourse makers
• Passado simples de alguns verbos regulares na forma afirmativa
e regra de ortografia para eles
• Passado simples dos verbos irregulares
218
• Elementos para a produção de sentido textual (interlocutores,
portadores, condições de produção e recepção de textos,
intenções...)
• Análise de recursos não verbais no texto escrito e oral
• Composto de “every” e “any” no sentido de todos e quaisquer
• Uso simultâneo do past progressive e past simple
• Passado simples nas 3 formas
• Modais “may” e “might”
• Modo imperativo
• Substantivos contáveis e incontáveis
• Uso de pronomes interrogativos: How many e how much
• Uso de some, a loto f, lots of
• Biografias
• Abstração de anúncios (informativos)
• Caso genitivo
• Futuro com going to
• Uso de frases no futuro expressando planos e decisões
• Diálogo ocorrido por telefone
• VOCABULARY
• Referente ao meio ambiente, campanhas, mídia e programas de
conscientização
• Indumentária
• Sete maravilhas do mundo
8ª SÉRIE
CONTEÚDOS
• TEXT AND GRAMMAR
219
• Leitura e compreensão do texto usando técnica instrumental:
skimming
• Uso de datas em língua inglesa
• Passado simples
• ING ao verbo
• Técnica instrumental SCANNING
• Substantivos contáveis e incontáveis
• Pronomes pessoais e possessivos
• Caso genitivo
• Textos envolvendo preferências escolares de adolescentes
ingleses e estatudinenses
• Texto dissertativo
• Uso de Will e going to
• Forma do particípio passado (regular e irregular)
• Voz passiva
• Compreensão de carta
• Técnica de resumo
• Texto para coluna social (pequenas produções)
• Should e outros modais
• If – clauses com tempos verbais simples
• Currículo em língua inglesa
• Texto argumentativo (carta de reclamação)
• Formulário de intercâmbio
• VOCABULARY
• Emoções e sentimentos
• Relacionado à empregos, como adjetivos qualificativos requeridos
em determinados empregos
• Relacionado com formulários de intercâmbio
220
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
No ensino da L.E M. o professor deve propiciar situações para
trabalhar as 4 habilidades, ou seja, ouvir, falar, er, escrever através de
textos diversificados, exercícios orais e escritos, produção de frases,
textos entrevstas utilizando recursos, tais como: cd, fita, vídeo, filmes,
recortes, músicas, propagandas, etc. a fim de tornar as aulas mais
atrativas, buscando a interação coletiva.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA:
As Práticas avaliativas da LEM no Ensino Fundamental vão além
de medição da apreensão de conteúdos, essas práticas processuais e
cumulativas envolvem os alunos como sujeitos na construção do
significado do discurso e serve com base para o planejamento e
redirecionamento ao longo do processo de aprendizagem viabilizando a
interação da educação com as vias de leitura, escrita, oralidade e
compreensão auditiva presentes no P.P.P.
Critérios e/ou formas avaliativas
• Atividades orais e/ou escritas em sala de aula/casa.
• Debates
• Cartazes
• Aulas Expositivas
• Jogos
• Shows com músicas
• Pequenos teatros e dramatizações
221
• Leitura de livros de literatura inglesa.
• Provas escritas
• Trabalhos escritos com pesquisas em várias fontes.
BIBLIOGRAFIA
Rossetto, Eurides
Together Student`s book. 4{ ed. Books 1,2,3,4-Pato Branco-Pr:
Eurides Rossetto, 2006
Canesi Morino, Eliete & Bwgin de Faria, Rita
Start up. 1ª ed. Books 5ª,6ª,7ª,8ª. São Paulo, SP: 2003
Klassen, Susana
Discovery 5ª,6ª,7ª,8ª / Susana Klassen – São Paulo FTD, 2000-
(Coleção Discovery)
Azevedo, Dirce Guedes de
Blow up/ Dirce Guedes de Azevedo, Ayrton de Azevedo Gomes –
São Paulo: FTD, 1999 – (Coleção Blow up)
Keller, Victoria
Caderno do Futuro, 5ª,6ª,7ª,8ª. São Paulo – SP: IBEP.
PLANEJAMENTO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA–
ENSINO MÉDIO
222
LÍNGUA INGLESA
REFERENCIAL TEÓRICO
A disciplina de LEM é compreendida como um instrumento capaz de
propiciar a interação entre os indivíduos, entendendo a realidade
dinâmica do processo histórico, trabalhando a língua como discurso,
tornando-a uma prática social significativa. Através do estudo e
aprendizagem de uma LEM, o sujeito entra em contato com uma nova
cultura e através do confronto com a sua própria, constrói a sua
identidade.
Considerando como ponto de partida para o ensino-aprendizagem de
uma LEM o discurso, o professor deve apresentar a seus alunos
diferentes gêneros textuais, como orais, escritos, visuais, publicitários,
jornalísticos, literários, informativos, etc, estimulando o aluno a
interagir com LEM. Para desenvolver a criticidade dos alunos, faz-se
necessário o trabalho simultâneo de oralidade, leitura e escrita, sempre
considerando o conhecimento prévio do aluno, fomentando-os com os
que lhe faltam.
OBJETIVO
Proporcionar aos educandos o contato e aprendizado de uma
LEM e sua respectiva cultura, contrastando com a sua língua materna
a fim de formar sua identidade, como um sujeito crítico, participativo e
ativo numa sociedade globalizada.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
223
Os conteúdos estruturantes são os que definimos como
conhecimentos de maior amplitude, conceitos que se constituem em
partes importantes, fundamentais, referenciais para assim, eles sirvam
de suporte para o desenvolvimento dos conteúdos específicos da LEM.
Para legalizar esta ordem e fundamental o processo ensino-
aprendizagem significativa para o aluno mos estruturamos em
desenvolver nas quatro séries do Ensino Médio o “discurso” entendido
como prática social garantindo a compreensão do aluno na LEM.
• Leitura – Várias tipologias textuais, ficção e não-ficção, verbal e não-
verbal. O importante é que o aluno consiga gradualmente
compreender o que ele lê.
• Escrita – O professor deve viabilizar subsidiando o aluno para que
ele consiga formar ou informar produzir “escrita”significativa na
LEM conforme sua capacidade, sempre em ascensão.
• Fala – A expressão oral do aluno em LEM demonstra o grau de
compreensão do que está trabalhando no processo de ensino-
aprendizagem. Essa prática deverá ser diversificada em gênero
respeitando a variedade lingüística tal como se faz na língua
materna.
• Compreensão Auditiva – O ato de ouvir e apreender requer um
treino onde se criem condições de práticas significativas e
prazerosas para cada faixa etária, os diferentes textos precisam
viabilizar esta compreensão.
CONTEÚDOS
1ª SÉRIE
Review verb to be;
There + to be (present/past);
224
Present continuous tense;
Simple present;
Simple present x present continuous tense;
Immediate future;
Simple future;
Texts; (reading comprehension techniques);
Vocabulary;
Present Perfect;
Some any and compounds;
Plural regular e irregular;
Possessives;
Biography;
Atividades de Vestibulares;
Past Perfect;
Técnicas de leitura instrumental Skimming and seanning;
Articles definite and indefinite articles;
If clauses;
Idioms and Phrasal verbs.
2ª SÉRIE
Simple Past (regular and irregular verbs);
Past continuous tense;
Articles;
Degree of adjectives; Equality, Superiorty, Inferority;
Question tags; Special Cases;
Numbers (cardinal/ordinal);
Dates;
The time;
225
Texts;
Relative pronouns;
Possessive case;
Passive voice conjuntions;
Prática de leitura informativa;
Adjectives (order);
Adverbs and Position of adverbs;
Affixes (Prefix, Sufix);
Modals verbs – present x past;
Quantifiers;
Direct speech;
Indirect speech;
Idioms and Phasal verbs;
Cognates and false cognates.
3ª SÉRIE
Expressões: used to/be/get, have/have got;
Verbos no passado (regular e irregular);
Present perfect;
Past perfect;
Uso de prefer/woul drather/had better;
Substantives contáveis e incontáveis;
Sush, such a/an e so e seu uso;
Uso de enough/very x tôo;
Infinitive – ing;
Prepositions - + ing form;
Word worder (adjectives-verbs-adverbs);
Enough – very and too;
226
Still/yet, like, as;
Funções da linguagem e intenção comunicativa;
Phrasal verbs and idioms;
Textos ficcionais e não ficcionais – skimming and scanning;
Testes de vestibulares.
METODOLOGIA
A metodologia no ensino da LEM tem como ponto de partida a
comunicação verbal, escrita, oral e visual, proporcionando aos
educandos oportunidades de expressar-se oralmente em LEM,
respeitando suas limitações, e ao mesmo tempo, familiarizando-os com
sons específicos da língua estudada.
Além disso, para interpretação de textos o professor utilizará
diferentes estratégias de leitura como: skimming, scannning e
predicting.
AVALIAÇÃO
As Práticas avaliativas da LEM no Ensino Fundamental vão além
de medição da apreensão de conteúdos, essas práticas processuais e
cumulativas envolvem os alunos como sujeitos na construção do
significado do discurso e serve com base para o planejamento e
redirecionamento ao longo do processo de aprendizagem viabilizando a
interação da educação com as vias de leitura, escrita, oralidade e
compreensão auditiva presentes no P.P.P.
Critérios e/ou formas avaliativas
• Atividades orais e/ou escritas em sala de aula/casa.
• Debates
• Cartazes
227
• Aulas Expositivas
• Jogos
• Shows com músicas
• Pequenos teatros e dramatizações
• Leitura de livros de literatura inglesa.
• Provas escritas
• Trabalhos escritos com pesquisas em várias fontes.
BIBLIOGRAFIA
ROSSETTO, Eurides. Together’s book. 1ª ed. Book 5. Pato Branco,
Paraná: Kamaro Artes Gráficas, 2004.
QUÍMICA
APRESENTAÇÃO
A Química tem por objeto de estudo desenvolver o
conhecimento do censo comum proporcionado pelo conhecimento
cientifico obtendo formação, informação e compreensão do meio
relacionada às necessidades básicas dos seres humanos: alimentação,
vestuário, saúde, moradia, transporte, etc; e todo mundo deve
compreender isso tudo. O educando deve perceber que tudo a sua
volta tem um aspecto químico e , em exemplo claro disso são as
aplicações a que a Química se presta; o ruim de tudo é que alguns a
228
utilizam para o mal e pintam-na como a grande vilã que mata e destrói
por onde passa . No entanto, o que precisa ser compreendido é que a
Química, enquanto ciência, está, desde a Antiguidade, prestando
serviços à comunidade e melhorando a qualidade de vida do ser
humano. Seus recursos são empregados na lavoura na forma de
agrotóxicos contra pragas, em medicina, nos remédios para a cura de
diversas doenças, inclusive, do câncer, aliviar dores, e, até, prevenir
doenças futuras.
Ter noções de Química instrumentaliza o cidadão para que
ele possa saber exigir os benefícios da aplicação do conhecimento
químico para toda a sociedade. Dispor de rudimentos dessa matéria
ajuda o cidadão a se posicionar em relação a inúmeros problemas da
vida moderna, como por exemplo, poluição, recursos energéticos,
reservas minerais, uso de matérias-primas, fabricação e uso de
medicamentos, importação de tecnologias relacionadas a alimentos
enlatados e muitos outros.
Como ciência experimental, que procura compreender o
comportamento da matéria, a Química se utiliza modelos abstratos que
procuram relacionar o comportamento macroscópico com o
microscópico universo atômico–molecular. Esse exercício é de grande
valia para o raciocínio do estudante em qualquer área do
conhecimento.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Contextualizar a Química, fazendo a interdisciplinaridade
entre as ciências exatas e sociais e tecnológicas relacionando-as com o
cotidiano do aluno e a disciplina do contexto farmacêutico, medicinal,
229
industrial (têxtil, alimentação e saúde), bélico, e as reações com o meio
ambiente para despertar a consciência crítica do aluno. Desta forma
terá condições para aplicar estes conhecimentos como agente
transformador do meio.
CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DA 1ª SÉRIE
1º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Introdução ao estudo da Química
Propriedades da Matéria
Substâncias e Misturas
Métodos de Separação
Fenômeno químico e reação química
A matéria
Estrutura atômica
Um novo modelo atômico
Configuração eletrônica
2ºBIMESTRE
CONTEÚDOS
230
Classificação periódica dos elementos químicos
Propriedades dos elementos químicos
Ligações químicas
Funções químicas (conceitos gerais)
3º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Funções químicas
Ácidos e bases
Sais e óxidos
Reações químicas
4º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Reações químicas
Balanceamento de equações químicas
Ocorrências de reações
Quantidades e medidas
Estado gasoso
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS PARA A 2ª SÉRIE
1º BIMESTRE
231
CONTEÚDOS
Soluções
Colóides
Introdução à Termoquímica
2ºBIMESTRE
CONTEÚDOS
Termoquímica: energia de ligação, calor de formação.
Cinética química
Equilíbrio químico
3º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Equilíbrio químico
Eletroquímica
4ºBIMESTRE
CONTEÚDOS
Eletroquímica : eletrólise
232
Radioatividade.
Fusão e fissão nuclear.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DA 3º SÉRIE
1ºBIMESTRE
CONTEÚDOS
Introdução à Química Orgânica
Classificação das cadeias carbônicas.
Nomenclatura.
2º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Funções orgânicas:
hidrocarbonetos,
álcoois,
fenóis,
anéis benzênicos,
233
haletos,
aminas ,
amidas e outros.
3º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Isomeria plana , geométrica e óptica
Reações orgânicas
4º BIMESTRE
CONTEÚDOS
Reações orgânicas
Compostos orgânicos naturais
Polímeros
D – METODOLOGIA
234
Desenvolver o conhecimento informar, empírico, do senso
comum em conhecimento formal, científico, tecnológico e social,
proporcionando sua formação social, crítica e científica, inserindo uma
perspectiva de aluno inovador de suas práticas, a partir de suas ações
pedagógicas, ofertando-lhe a possibilidade de agente transformador,
investigador e pesquisador, bem como participante ativo e crítico no
meio social em transformação:
Sondagem do conhecimento prévio dos estudantes por meio de
conversações em salas;
Uniformizar o aprendizado ainda não científico trazido por alunos
de diferentes costumes, tradição e idéias e levar os alunos ao
conhecimento científico;
Para o desenvolvimento doas atividades, os professores poderão
utilizar os mais variados recursos pedagógicos: slides, fitas, VHS,
DVD´s, CD´s, CD-ROM´s educativos e softwares livres dentre
outros, etc.;
Textos e pesquisas;
objetos do uso do cotidiano do aluno;
experimentos práticos, proporcionando ao educando a realização
e a interação da teoria com a prática;
trabalhos em grupos;
construção de cartazes que facilite o entendimento do aluno;
AVALIAÇÃO
Se dará ao longo do processo ensino-aprendizagem
possibilitando ao professor, por meio de uma interação diária com os
alunos contribuições importantes para verificar em que medida os
alunos se apropriam dos conteúdos específicos tratados neste processo.
É necessário que o processo avaliativo se dê de forma sistemática e a
partir de critérios avaliativos, estabelecidos pelo professor, que
235
considerem aspectos como os conhecimentos que os alunos possuem
sobre determinados conteúdos , a prática social desses alunos, o
confronto entre esses conhecimentos e os conteúdos específicos, as
relações e interações estabelecidas por eles no seu processo de ensino
e de aprendizagem e, no seu cotidiano.
A avaliação se dará da seguinte forma:
• Avaliação escrita objetiva;
• Avaliação da participação do aluno nas atividades
propostas;
• Avaliação dos trabalhos escritos e orais;
• Avaliação dos trabalhos práticos com relatório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SARDELLA, A.; Falcone, M. Química: Série Brasil. São Paulo: Ática,
2004.
FONSECA, Martha Reis Marques da Química: Físico-química /
Martha Reis Fonseca – São Paulo: FTD, 1992.
FONSECA, Martha Reis Marques da. Química Integral, 2º grau:
volume único / Martha Reis. – São Paulo: FTD, 1993.
Revista Química na Escola
SARDELLA, Antonio. Química, volume único / 5ª edição. São Paulo,
2003.
RUSSEL, J, B. Química Geral. São Paulo: Mc Graw – hill, 1981.
236
BIOLOGIA
REFERENCIAL TEÓRICO
O objeto de estudo da Biologia é o fenômeno da vida em todas as
suas manifestações, desde o nível molecular microscópico até a grande
intrínseca teia da Biosfera. A vida não pode ser definida ou delimitada
por um simples conceito, mas é possível caracteriza-la. Cabe à Biologia,
portanto, investigar e levantar todos os dados possíveis, informações e
processos sobre o fenômeno da vida. De modo a sintetizá-los,
interpreta-los e torná-los compreensíveis ao homem.
O ensino de Biologia deve conduzir a uma reflexão e ao
posicionamento mais adequado e crítico em relação à natureza e ao
homem, como indivíduo e como parte da sociedade em que vive e do
ambiente que ocupa. Isto deverá levar o educando a despertar a
consciência de suas responsabilidades diante do presente e do futuro.
Ainda, deve permitir a compreensão de que a construção do
conhecimento científico e o desenvolvimento de tecnologias modificam
profundamente nossa vida alterando as perspectivas quanto à
preservação de nossa saúde e quanto à nossa expectativa de vida.
237
Dentro do ensino de Biologia deve-se dar ênfase ao trabalho com
a morfofisiologia animal e vegetal, as quais permitem uma
compreensão adequada das variáveis que influem às funções dos
organismos; a relação entre as características dos grandes grupos
biológicos e o tipo de ambiente em que vivem.
A própria compreensão do surgimento e da evolução da vida nas
suas diversas formas de manifestações demanda uma compreensão das
condições geológicas e ambientais reinantes no planeta primitivo. O
atendimento dos ecossistemas atuais implica conhecimento da
intervenção humana, de caráter social e econômico, assim como os
ciclos de materiais e fluxos de energia. A percepção da profunda
unidade da vida é uma complexidade sem paralelo em toda a ciência e
também demanda uma compreensão do mecanismo de modificação
genética que são ao mesmo tempo uma estreioquímica e uma física a
organização molecular da vida.
Assim, torna-se necessário levar os educandos a compreender
que o conhecimento científico é o resultado de um longo processo
histórico. Com isso eles poderão perceber através da
transdisciplinariedade e da contextualização dos produtos gerados
pelos saberes científicos, que são resultado de uma combinação entre
natureza e cultura e que os recursos da tecnologia são partes dessa
nossa cultura científica, visando que nossos alunos desenvolvam a
postura de que continuarão a aprender por toda a vida.
OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
Em termos de objetivos gerais, o ensino da Biologia deve:
identificar relações entre conhecimento científico, produção de
tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua
evolução histórica e compreender a tecnologia como meio para
suprir necessidades humanas, mas sabendo elaborar juízo sobre
riscos e benefícios das praticas tecnológicas;
238
compreender a natureza como uma intrincada rede de relação,
um todo dinâmico o ser humano á parte integrante. Com ela
interage, dela depende e nela interfere, reduzindo seu grau de
dependência mas jamais sendo independente;
identificar a condição do ser humano de agente e paciente de
transformações intencionais por ele produzidas;
relacionar degradação ambiental e agravos à saúde humana,
compreendendo-a como bem-estar físico, social e psicólogo e não
como ausência de doença;
compreender a vida do ponto de vista biológico, corno fenômeno
que se manifesta de formas diversas, mas sempre como
fenômeno que se manifesta de formas diversas mas sempre
como sistema organizado e integrado, que interage como meio
físico-químico através de um ciclo de matéria e de um fluxo de
energia;
compreender a diversificação das espécies como resultado de
um processo evolutivo, que compreende dimensões temporais e
espaciais;
compreender que o universo é composto por elementos que
agem interativamente e que é essa interação que configura o
universo como universo, a natureza como algo dinâmico, o corpo
como um todo integrado e que confere à célula condição de
sistema vivo;
dar significado a conceitos científicos básicos em biologia tais
como: energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema
equilíbrio dinâmico, hereditariedade e vida;
articular conceitos das diferentes Ciências particulares na
interpretação e análise de fenômenos naturais e no
embasamento da compreensão e julgamento de conquista
tecnológicas;
obter informações e dados através de observação,
experimentação, e leituras de textos conceituais, combinando
239
tais procedimentos a outros que permitam articulá-los a uma
rede de idéias, sendo capaz de elaborar conceitos e realizar
generalizações;
apresentar hipótese acerca dos fenômenos em estudo,
utilizando-se de dados e articulações entre dados para validá-las
ou refutá-las;
formular questões, diagnosticar e propor soluções para
problemas reais a partir de elementos da Biologia, colocando em
prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no
aprendizado escolar;
organizar registros de dados, fatos, idéias, discussões e
comunicá-los através da produção de textos, esquemas, gráficos,
tabelas, etc.;
valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação critica e
cooperativa para a construção coletiva do conhecimento.
CONTEÚDOS POR SÉRIE
1.ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante:
• Organização dos Seres Vivos
Conteúdos Específicos:
• Introdução a Biologia;
• Histórico da Biologia;
• Organização da Biologia;
• Origem da Vida;
• Como surgiu a vida?
• Introdução à Biologia Celular;
• Composição química da Célula;
240
• Membrana Celulares
• Citoplasma e o sistema de Canais, Vesículas e membrana interna da
Célula.
• Mitocôndrias e a liberação de Energia pelas células;
• Centro Celular, cílios e flagelos;
Conteúdo Estruturante:
• Mecanismo Biológicos.
Conteúdos Específicos:
• Fotossíntese e Respiração Celular
• Divisão Celular
• Núcleo, cromossomos e mutações;
Conteúdo Estruturante:
• Biodiversidade.
Conteúdos Específicos:
• Embriologia animal;
• Histologia animal;
• Histologia Vegetal
Conteúdo Estruturante:
• Implicações dos avanços biológicos no fenômeno vida:
Conteúdos Específicos:
• Gametogênese
• Reprodução
• Embriologia animal.
2ª SÉRIE
241
Conteúdo Estruturante:
• Organização dos Seres Vivos
Conteúdos Específicos:
• A classificação dos Seres Vivos e nomenclatura Biológica;
• Os vírus;
• Reino Monera;
• Reino Protista;
• Reino Fungi
• Reino Metaphyta
• Reino Vegetalia
• Reino Plantae;
Conteúdo Estruturante:
• Mecanismos Biológicos.
Conteúdos Específicos:
• Histologia Vegetal;
• Organologia vegetal - órgãos de reprodução e dispersão;
• Tópicos de Fisiologia Vegetal;
Conteúdo Estruturante:
• Biodiversidade.
Conteúdos Específicos:
• Os grandes grupos vegetais
• Introdução ao Reino Metazoa;
• Filo Porífera;
• Filo Cnidaria;
• Filo Platyhelminthes;
242
• Filo Aschelminthes;
• Filo Annelida;
• Filo Arthropoda;
• Filo Mollusca;
• Filo Echinodermata;
• Filo Chordata;
• Superclasse Pisces;
• Superclasse Anfíbia;
• Superclasse Reptilia;
• Superclasse Aves;
• Superclasse Mammmalia;
Conteúdo Estruturante:
• Implicações dos avanços biológicos no fenômeno da vida:
Conteúdos Específicos:
• Histologia vegetal; clonagem, manipulação genética, transgênicos.
• Organologia vegetal;
• Tópicos de fisiologia vegetal;
3ª SÉRIE
Conteúdo Estruturante:
• Organização dos Seres Vivos
Conteúdos Específicos:
• Tipos Básicos de reprodução
• Casos especiais de Reprodução
• Reprodução Humana
243
Conteúdo Estruturante:
• Biodiversidade
Conteúdos Específicos:
• O mecanismo evolutivo
• Especiação
• Evidências evolutivas
• Fluxo de Energia e de matéria no ecossistema
• Populações naturais
• Relações Ecológicas
• A biosfera e suas divisões
• Desequilíbrios Ambientais
Conteúdo Estruturante:
• Mecanismos biológicos
Conteúdos Específicos:
• Embriologia
• Primeira Lei de Mendel
• Segunda Lei de Mendel
• Noções de Probabilidade
• Co-dominância gênica
• Grupos Sangüíneos – Sistema ABO (polialelia – alelos múltiplos)
• Grupos Sangüíneos – fator Rh, Sistemas MN
• Herança do Sexo
• Interação Gênica
244
Conteúdo Estruturante:
• Implicações dos avanços biológicos no fenômeno da vida.
Conteúdos Específicos:
• Linkage e mapeamento genético
• Código genético – DNA e RNA;
• Bioética
• Biotecnologias
METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Como qualquer investigador, para fazer suas descobertas o aluno
utiliza uma base conceitual prévia. Dessa forma, na construção de seu
conhecimento o aluno, ao ser colocado diante de desafios e problemas,
busca resolvê-los com seus próprios conhecimentos e modelos; assim,
ele sempre poderá encontrar uma explicação para a questão, mesmo
que ela pareça incoerente para o professor. Então, a ação do professor
deve se voltar para:
• Identificar as idéias prévias dos alunos;
• Propor conflitos cognitivos para os alunos, isto é,
questionamentos;
• Introduzir novas idéias capazes de esclarecer e, se possível,
resolver o conflito cognitivo;
• Proporcionar aos alunos oportunidades de aplicar as novas
idéias em situações diferentes.
É importante que os alunos, por meio das atividades práticas
compreendam e reflitam as noções e conceitos pertinentes ao
fenômeno em estudo, bem como sobre o processo de extração e
industrialização da matéria-prima, os impactos ambientais decorrentes
245
dos processos de extração/industrialização, os materiais utilizados, os
procedimentos dessas atividades e os mecanismos de descartes dos
resíduos.
Cada um dos materiais alternativos, reagentes químicos,
equipamentos, precisa ser conhecido pelos estudantes, considerando
desde a sua origem, composição química, funcionalidade, até a sua
relevância, não só no momento da atividade prática, para estudo do
fenômeno em questão, mas também na vida cotidiana sem deixar de
considerar, sempre, os princípios da disciplina de Ciências e os
aspectos econômicos, políticos, sociais, ambientais, éticos, entre
outros.
Nesse sentido, o importante é o desenvolvimento da educação
para a Ciência. A experimentação formal em laboratórios didáticos por
si só, não resulta na apropriação dos conteúdos/conceitos pelos alunos.
Sendo assim, ressalta-se que as atividades práticas acontecem em
diversos ambientes, na escola ou fora dela, ou seja, o laboratório não é
o único cenário para o desenvolvimento dessas ações. As atividades
experimentais podem ser realizadas em sala de aula, por
demonstração, em visitas, saídas de campo e por outras modalidades,
com o objetivo de permitir a apropriação de noções e conceitos e de
suscitar a reflexão sobre o objeto estudado, o fenômeno envolvido e,
ainda, sobre a conjuntura em que este se insere.
As aulas práticas não esgotam as possibilidades de tratamento
dos conteúdos, em que configuram uma das várias estratégias
metodológicas com caráter de ilustração, concretização e reflexão dos
conteúdos da disciplina de Ciências. Qualquer que seja a atividade a
ser desenvolvida deve se ter clara a necessidade de períodos pré e pós
atividade (vinculando teoria e prática), visando à construção das
noções e conceitos. Essa perspectiva, evita a dicotomia entre teoria e
prática, eliminando o caráter autoritário e dogmático, conferido pela
utilização de roteiros e procedimentos que induzem as respostas ou
246
comprovação de uma lei, teoria ou fenômeno (princípio da
provisoriedade do conhecimento científico).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
A avaliação é uma atividade constante na vida de todas as
pessoas.
Precisamos, primeiramente, nos libertar da idéia de que o senso
comum é suficiente para julgarmos um desempenho. Essa libertação
permite estabelecer parâmetros para uma avaliação mais competente,
tornando possível um maior desenvolvimento do indivíduo que estamos
avaliando, neste caso, o aluno. Desse modo, a avaliação deve ser:
• um processo contínuo e sistemático; portanto, deve ser
constante e planejado, fornecendo retorno ao professor e
permitindo a recuperação do aluno;
• funcional, porque verifica se os objetivos previstos estão
sendo atingidos;
• orientadora, pois permite ao aluno conhecer erros e corrigi-
los o quanto antes;
• integral, pois considera o aluno como um todo, ou seja, não
apenas os aspectos cognitivos são analisados, mas
igualmente os comportamentais e a habilidade
psicomotora.
Cabe ao professor escolher a técnica que considerar mais
adequada para avaliar seus alunos, lembrando sempre que não existe a
maneira correta de avaliação. Todas apresentam vantagens e
desvantagens. Para tanto, serão sugeridas as seguintes modalidades de
avaliação:
• Prova escrita – é uma forma eficaz de avaliar se o aluno
aprendeu a matéria com questões dissertativas, de múltipla
escolha, e objetivas, entre outras.
247
• Prova oral – pode ser desenvolvida por entrevistas e
questões respondidas oralmente, avaliando conhecimentos
e habilidades de expressão oral.
• Auto-avaliação – estimula o aluno a refletir sobre seu
próprio desempenho. Para ser eficaz, a auto-avaliação deve
ser orientado pelo professor, que poderá sugerir alguns
itens para o aluno responder sobre si mesmo.
• Trabalhos de pesquisas feitos em casa – devem ser
avaliados com reserva, pois nem sempre é o aluno quem
executa o trabalho. Assim, é interessante que, após a
entrega, o aluno ou o grupo descrevam as etapas do
trabalho, as dificuldades, as fontes, entre outros.
• Tarefas em classe – podem ser realizadas individualmente
ou em grupos ajudando a reforçar o aprendizado, pois
motivam o aluno à reflexão e à prática.
• Trabalho integrado – oportunizar que certas tarefas sejam
realizadas (em grupo ou individualmente) em conjunto com
outras disciplinas.
• Participação – como complementos das notas de provas
poderão ser atribuídos pontos ou conceitos sobre a
participação do aluno em sala de aula, em trabalhos
experimentais, em feiras de ciências, entre outros.
• Comportamento – é um tema controvertido e polêmico a
aplicação de conceitos sobre comportamentos e atitudes do
aluno. Mas, dependendo do caso, isso pode trazer benefício
para toda a classe, quando o professor se vê diante de uma
situação que vem realmente perturbando o ensino. É
importantíssimo que pontos de comportamento não tenham
mais peso que as notas de avaliação.
Concluindo, a avaliação do processo de aquisição e construção
dos conteúdos pode ser efetivamente realizada ao se solicitar ao aluno
que interprete situações determinadas, cujo entendimento demanda os
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conceitos que estão sendo aprendidos, ou seja, que interpretem uma
história, uma figura, um texto ou trechos do texto, um problema ou um
experimento. São situações que também induzem a realizar
comparações, estabelecer relações, executar determinadas formas de
registro, entre outros procedimentos que desenvolveu no transcorrer
de sua aprendizagem.
Dessa forma, tanto a evolução conceitual quanto a aprendizagem
de procedimentos e atitudes estão sendo avaliados. O erro ou o engano
precisa ser tratado não como incapacidade de aprender, mas como
elemento que sinaliza ao professor a compreensão efetiva do aluno,
servindo, então, para reorientar a prática pedagógica e fazer com que
ele avance na construção mais adequada de seu conhecimento.
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