Impacto da Terapia Anti-Retroviral no Perfil Lipídico de Pacientes Infectados pelo Vírus da Imunodeficiência
Humana José Albuquerque de Figueiredo Neto, Camila Maria Moura Polary, Gabriel Lustosa Said, Isabela
Bispo Santos da Silva, Felipe Pereira Câmara de Carvalho, Carlos Eduardo Everton Machado, Leonardo de Souza Carneiro, Marcelo Medeiros Mota dos Reis, Vera Lívia Xavier De Castro Costa,
Eduardo Durans Figueredo
Universidade Federal do Maranhão/São Luis – MA - BRASILLiga Acadêmica de Transplante e Insuficiência Cardíaca
Introduçao: A introdução da terapia anti-retroviral levou a uma redução significativa da morbimortalidade
relacionada ao vírus da imunodeficiência humana, contudo, ela é responsável por alterações metabólicas, tais
como, no perfil lipídico.
Métodos: Estudo transversal, descritivo, no qual foram avaliados 47 pacientes com HIV em tratamento anti-
retroviral há pelo menos 1 ano no Centro de Saúde do Bairro de Fátima em São Luís, MA. Coletou-se dos
prontuários médicos: identificação, data do diagnóstico da infecção pelo HIV, data do início da terapia anti-
retroviral, drogas anti-retrovirais prescritas e seu tempo de uso, níveis de colesterol total, triglicerídeos, LDL-
colesterol, HDL-colesterol e VLDL colesterol pré-tratamento e após um ano de tratamento, glicemia em jejum e
contagem de linfócitos CD4.
Resultados: constatou-se que, ao longo de um ano, 70,2 % (n=33), 68,1% (n=32), 69,6% (n=32) e 65,2% (n=30)
dos pacientes tiveram um aumento de, respectivamente, CT, TG, LDL-c e HDL-c. Em relação ao esquema
terapêutico usado, entre os pacientes que utilizaram dois inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa e um
inibidor não-nucleosídeo da transcriptase reversa, 72,7% (n=16) apresentaram aumento de CT, 72,7% (n=16) de
TG; 61,9% (n=13) de LDL-c e 81% (n=17) tiveram aumento nos níveis de HDL-c. Dentre os que utilizaram dois
inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa associado a um inibidor de protease, 68% (n=17) apresentaram
aumento de CT, 62% (n=16) de TG, 79% (n=19) de LDL-c e 52% (n=13) tiveram aumento de HDL-c. Nas médias
de lipidograma após 1 ano de tratamento, constatou-se que estes níveis subiram 23,51±49,05 mg/dl, 26,61±78,75
mg/dl, 13,10±37,35 mg/dl e 4,04±12,89 mg/dl. As médias de aumento de CT, TG, LDL-c e HDL-c, de acordo com a
terapia anti-retroviral, foram de, respectivamente, 37,76 ± 8,31 mg/dl, 25,31 ± 68,22 mg/dl, 8,57 ± 41,26 mg/dl e
8,61 ± 10,59 mg/dl para aqueles que utilizaram esquema com dois inibidores nucleosídeos da transcriptase
reversa e um inibidor não-nucleosídeo da transcriptase reversa e de 22,16 ± 47,73 mg/dl 27,76 ± 88,38 mg/dl,
16,92 ± 34,13 mg/dl e 0,2 ± 13,58 mg/dl nos indivíduos que utilizaram dois inibidores nucleosídeos da transcriptase
reversa associado a um inibidor de protease.
Conclusão: Os pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana em tratamento anti-retroviral
apresentaram, de um modo geral, aumento dos níveis lipídicos, o que faz necessário acompanhamento em razão
do risco de eventos cardiovasculares que essas alterações podem trazer.
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