1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO/CAMPUS II - ALAGOINHAS
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DIEGO QUEIROZ DE OLIVEIRA
IMPACTO DAS INTERVENÇÕES DO PIBID/UNEB NO
OLHAR DOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL OSCAR
CORDEIRO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA
ALAGOINHAS 2012
2
DIEGO QUEIROZ DE OLIVEIRA
IMPACTO DAS INTERVENÇÕES DO PIBID/UNEB NO
OLHAR DOS ALUNOS DA ESCOLA ESTADUAL OSCAR
CORDEIRO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de licenciado em Educação Física pela Universidade do Estado da Bahia, Campus II, Alagoinhas. Orientadora:Profª. Ms. Martha Benevides da Costa
ALAGOINHAS 2012
3
Dedico aos meus pais, Manoel Firmo e Irenilda Queiroz. Pelo incentivo, confiança e amor em todos os passos dessa jornada. Amos vocês.
4
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço ao criador de todas as coisas, que é a fortaleza e
maior significado da minha existência, ao Pai amado Deus. Por todas as bênçãos
concedidas serei grato eternamente a Ti. Fostes Tu que me reerguestes em cada
momento que pensei não ter forças para levantar. Sem Ti nada sou e nada teria
feito. A honra, o louvor e a glória eternamente a Ti Senhor.
Aos meus pais, Manoel Firmo e Irenilda Queiroz, pela criação, dedicação e
carinho, sendo presente em todos os momentos de alegrias e tristezas. Agradeço
pelo incentivo aos estudos e por acreditar no meu potencial. Essa conquista inicial
da minha vida dedico a vocês meus pais. Amo vocês.
Aos meus irmãos Igor e Monilla que sempre me incentivaram nas minhas
decisões e entenderam a minha ausência em momentos importantes de nossas
vidas. Agradeço pelas palavras de carinho e apoio quando as dificuldades tentavam
superar o equilíbrio. Amo vocês.
A meu amor, Thiara Santana que esteve presente nos momentos de
dificuldades e glorias dessa batalha que chega ao fim. Com o seu amor e carinho
me deu força para seguir em frente e com sua companhia fez amenizar a saudade
da família. Te amo muito.
Aos colegas de sala, obrigado pelos momentos de contribuições profissionais
e pessoais. Ao nosso grupo de todas as horas, Cíntia, Dayane, Daiara e Alani que
foram pessoas fundamentais para essa conquista. Que tudo isso possa ser apenas
o início de um futuro brilhante que nos espera. O meu eterno carinho e gratidão a
vocês.
Ao programa PIBID pela oportunidade de ter sido bolsista desse projeto,
possibilitando-me vivenciar a realidade da educação brasileira e, por conseguinte,
relatar minha experiência através do meu trabalho de conclusão de curso.
Ao Colégio Estadual Oscar Cordeiro por ter aberto as portas para nós,
discentes do curso de Educação Física, especificamente bolsistas do PIBID,
contribuindo com a nossa formação enquanto futuros profissionais da educação.
Às principais fontes da minha pesquisa, os educandos do Colégio Estadual
Oscar Cordeiro, pela participação ativa em meu trabalho através das respostas
dadas aos questionários e entrevistas.
5
Aos colegas do PIBID, pelo apoio e grandes contribuições pessoais e
acadêmicas. Este trabalho tem grande parte de cada um de vocês. Em especial a
Joyce e Gilmário, pelo companheirismo e pelas contribuições importantes em todos
os momentos.
Aos amigos Renan, Jutberg e Emanuelle pelo afeto, companheirismo e
paciência na convivência desses quase 4 anos, no qual aprendemos a respeitar as
nossas individualidades e defeitos, possibilitando que nossas qualidades
sobressaíssem, contribuindo assim para uma convivência pacífica. Terei o mesmo
carinho por vocês sempre.
Agradeço a todos da Academia La Dance pela amizade e atenção. Em
especial a Sandro, por estar sempre me ajudando quando surgiam as dificuldades.
Um amigo conquistado em Alagoinhas que levarei para sempre.
Aos professores do curso de Licenciatura em Educação Física da
Universidade do Estado da Bahia, Luís Rocha, Neuber Leite, Lúria Scher, Gregório
Benfica, Mônica Benfica, Ubiratan Menezes, Alan Aquino, Cézar Leiro, Maurício
Maltez, Diana Tigre, Francisco Pitanga, Viviane Rocha, Micheli Venturini, Valter
Abrantes, Ana Simon, que dividiram suas experiências intelectuais conosco. Às
funcionarias do colegiado do curso Monalisa e Dejane. Um agradecimento mais que
especial à Martha Benevides, que apesar de, durante essa jornada não ter
licenciado em minha turma, proporcionou-me a oportunidade de participar do PIBID
e tê-la como orientadora nesse processo árduo que é a construção da monografia. O
meu muito obrigado por tudo. Pela paciência, atenção e desempenho em estar
sempre dando o máximo de você nesse trabalho.
Aos colegas do CETEP, em especial a Simone Góes e Maria José pela
oportunidade e por acreditar no meu trabalho. A experiência na escola foi muito
gratificante e fundamental para o meu crescimento pessoal e profissional. Obrigado
a todos por tudo.
Enfim, quero aqui manifestar minha imensa alegria por estar findando mais
essa etapa da minha vida. Não foi fácil, mas valeu a pena. Muito a pena. Conheci
pessoas que marcarão pra sempre minha vida, obtive experiências fundamentais
para o meu processo formativo, pessoal e profissional.
As lutas foram muitas. Sorrir, chorei, pensei em desistir, mas Deus não
deixou. Foram momentos vividos que ficarão para sempre em minha memória.
Agora não quero mais olhar para trás. Quero enxergar o futuro que me espera de
6
braços abertos chamando-me para viver as inúmeras aventuras que a vida me
reserva. De uma coisa tenho certeza. Se chorei ou se sorrir, o importante é que
emoções eu vivi.
7
“Vou perseguir tudo aquilo que Deus já escolheu pra mim, Posso, tudo posso Naquele que me fortalece...”
(CELINA BORGES, 2010)
8
LISTA DE SIGLAS
BA - Bahia
PIBID- Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
UNEB - Universidade do Estado da Bahia
ID- Iniciação à Docência
CONBRACE- Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte
CONECE- Congresso Nordeste de Ciências do Esporte
PCN- Parâmetros Curriculares Nacionais
PR- Paraná
9
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1- TOTAL DE ALUNOS: 360 (MATUTINO E VESPERTINO) 32
QUADRO 2- IDADE 33
QUADRO 3- SEXO 34
QUADRO 4- RESIDÊNCIA 34
QUADRO 5- COMO VOCÊ AVALIA SUA ESCOLA? 35
QUADRO 6- O QUE VOCÊ ACHA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? 35
QUADRO 7- COMO VOCÊ AVALIA O SEU RELACIONAMENTO COM 36
A TURMA?
QUADRO 8- ONDE GERALMENTE ACONTECEM AS AULAS DE 36
EDUCAÇÃO FÍSICA DA SUA ESCOLA?
QUADRO 9- VOCÊ ACHA QUE É IMPORTANTE TER AS AULAS 37
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA?
QUADRO 10- JUSTIFICATIVAS PARA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO 37
FÍSICA
QUADRO 11- VOCÊ TEM CONTATO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA FORA 38
DA ESCOLA?
QUADRO 12- O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA PARA VOCÊ? 39
QUADRO 13- COMO SÃO AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? 40
QUADRO 14. O QUE APRENDEU COM ESSAS AULAS? 41
QUADRO 15- COMO VOCÊS ACHAM QUE DEVEM SER AS AULAS 43
DE EDUCAÇÃO FÍSICA (PROPOSTA)?
QUADRO 16- TOTAL DE ALUNOS: 321 (MATUTINO E VESPERTINO) 44
QUADRO 17- IDADE 44
10
QUADRO 18- SEXO 45
QUADRO 19- RESIDÊNCIA 45
QUADRO 20- COMO VOCÊ AVALIA SUA ESCOLA? 45
QUADRO 21- O QUE VOCÊ ACHA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? 46
QUADRO 22- COMO VOCÊ AVALIA O SEU RELACIONAMENTO COM 46
A TURMA?
QUADRO 23- ONDE GERALMENTE ACONTECEM AS AULAS DE 47
EDUCAÇÃO FÍSICA DA SUA ESCOLA?
QUADRO 24- VOCÊ ACHA QUE É IMPORTANTE TER AS AULAS 47
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA?
QUADRO 25- JUSTIFICATIVAS PARA A IMPORTÂNCIA DA 48
EDUCAÇÃO FÍSICA
QUADRO 26- VOCÊ TEM CONTATO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA 48
FORA DA ESCOLA?
QUADRO 27- O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA PARA VOCÊ? 49
QUADRO 28- COMO SÃO AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA? 50
QUADRO 29- O QUE APRENDEU COM ESSAS AULAS? 52
QUADRO 30- COMO VOCÊS ACHAM QUE DEVEM SER AS 53
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA (PROPOSTA)?
11
RESUMO
Esta pesquisa teve como objeto de pesquisa discutir a(s) concepção(ões) sobre a disciplina Educação Física entre os/as alunos do Ensino Fundamental, em uma Escola Pública de Alagoinhas/BA, a partir das intervenções do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência. O processo de construção iniciou-se com avaliação diagnóstica que aconteceu em maio de 2010. O segundo momento de avaliação com os alunos aconteceu em outubro de 2011. Utilizamos um questionário aplicado a todos os alunos e uma entrevista semiestruturada aplicada coletivamente para as turmas da escola parceira, que conta com um total de 14 turmas, divididas em dois turnos – 7 matutino e 7 vespertino. Entre as respostas do primeiro momento dos alunos, declararam-se bastante insatisfeitos quanto à estrutura física da escola, principalmente a quadra. Com relação aos conteúdos trabalhados na Educação Física, os alunos atestaram que havia apenas o futsal na quadra.No segundo momento, modificou-se o acesso dos alunos aos temas da cultura corporal. Isto representa um avanço no que se refere ao papel que tem a escola na concepção da Pedagogia Histórico-Crítica. Mas essas intervenções ainda não foram suficientes para transformar o olhar dos alunos para a Educação Física. Palavras-chave: Educação Física. PIBID. Alunos.
12
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 13
2 METODOLOGIA 18
3 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: TRAJETÓRIA,
CONCEPÇÕES E REFERÊNCIAS NO PIBID/UNEB-EF/2009
20
4 OLHAR DOS ALUNOS SOBRE EDUCAÇÃO FÍSICA
ESCOLAR
26
5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 32
5.1 Descrição e análise de dados colhidos em julho de 2010 32
5.2 Descrição e análise de dados colhidos em outubro de 2011 44
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 55
REFERÊNCIAS
APÊNDICE A
APÊNDICE B
13
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho teve como objeto de pesquisa discutir a(s)
concepção(ões) sobre a disciplina Educação Física entre os/as alunos do Ensino
Fundamental II em uma Escola Pública de Alagoinhas/BA, a partir das intervenções
do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência.
Dentre as diversas abordagens que visam trabalhar a Educação Física
escolar, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) foi
estruturado como uma alternativa de implantação de propostas pedagógicas que
contribuam com a melhoria da qualidade de ensino, visto que traz como objetivo
maior o incentivo à formação de professores para a Educação Básica e a melhoria
da qualidade da escola pública (BRASIL, 2010). Ressalta-se, assim, o fundamental
papel da universidade enquanto local de ensino, pesquisa e extensão, mas também
o reconhecimento da escola como espaço de produção de conhecimento no campo
educacional (PROJETO INSTITUCIONAL DO PIBID-UNEB, 2009).
No que diz respeito especificamente à Educação Física, tem sido crescente o
número de cursos e universidades que desenvolvem projetos no âmbito do PIBID.
No caso da UNEB – Campus II, o projeto vem sendo desenvolvido desde 2010 e
seus objetivos são: estabelecer diálogos entre a Universidade, as escolas, os
professores e alunos deste município; promover a aproximação do curso e dos
acadêmicos de Licenciatura em Educação Física da realidade da escola pública
alagoinhense; executar ações de formação de professores para a tematização do
eixo corpo e movimento; intervir sistemática e deliberadamente no campo da
Educação Física escolar na cidade de Alagoinhas (PROJETO INSTITUCIONAL DO
PIBID/UNEB, 2009)1. A partir da participação no referido Programa, na condição de
bolsista de Iniciação à Docência (ID), surge o desejo de compreender a concepção
dos alunos em diferentes momentos, para que possamos identificar as mudanças
que as intervenções do PIBID geraram no olhar dos alunos da escola parceira para
a Educação Física e se essas mudanças aconteceram.
1 Quando se fala em PIBID-UNEB/2009 e/ou em PIBID-UNEB/EF-2009 refere-se ao Projeto Institucional e Subprojeto da área de Educação Física aprovados no Edital CAPES/DEB 02/2009.
14
A relevância da temática está no fato de fornecer elementos importantes para
futuros bolsistas do PIBID e para estudantes e profissionais da área, no que diz
respeito ao olhar dos estudantes para esse componente curricular. Dentro de outras
Universidades e cursos em que o PIBID é desenvolvido, os objetivos alcançados
vem comprovar a sua importância no processo de ensino-aprendizagem. Alguns dos
resultados encontrados na realidade de Colavolpe, et al. (S/D, s.p) foram
Ampliação das referências teóricas educacionais e das práticas pedagógicas dos estudantes PIBID. Visível crescimento pessoal /profissional dos professores em exercício antes e durante o PIBID, projetando o futuro educador das séries finais. Os alunos ampliaram a concepção de currículo e prática pedagógica e docente. Ampliação na capacidade de articular ideias embasadas em referências teóricas, fazer relatórios, artigo e projetos didáticos.
Já no PIBID da área de Matemática desenvolvido por Morales, et al. (2011)
observou-se melhoria das notas dos alunos da escola parceira nessa área de
conhecimento após as intervenções vinculadas ao referido Programa.
Outro subprojeto do PIBID, este na área de História, desenvolvido por
Cardoso (2011, p.8), tem como resultado “a tomada de consciência do papel social
do professor” por parte dos bolsistas de ID, a implementação de metodologias
inovadoras no ensino dessa área e a articulação entre ensino e pesquisa.
Numa outra reflexão, Brandt (s/d) afirma da necessidade de se analisar o
próprio PIBID e os projetos que estão sendo concretizados, a partir da experiência
da UEPG, no sentido de promover a instrumentalização para o processo reflexivo do
trabalho pedagógico que o próprio PIBID propõe, especialmente no que se refere à
indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão.
De acordo com Silva (2011), analisando o PIBID-UNEB, os bolsistas de ID,
supervisores e coordenadores identificaram que passaram a ter melhores
desempenhos depois da inserção do PIBID, uso adequado de vocabulário e
desenvolvimento de pesquisas, como produção de artigos e trabalhos de conclusão
de curso. Os estudantes de cursos de licenciaturas que são inseridos no PIBID
passaram a compreender melhor as relações dentro do processo de ensino-
aprendizagem com mais firmeza e postura na docência.
Especificamente em relação ao subprojeto da área de Educação Física, na
UNEB – Campus II, o processo iniciou-se com a construção do diagnóstico da
Educação Física na escola parceira, o que aconteceu em maio de 2010. Nesse
15
momento, utilizamos um questionário aplicado a todos os alunos e uma entrevista
semiestruturada aplicada coletivamente para as turmas da escola parceira, que
conta com um total de 14 turmas, divididas em dois turnos – 7 matutino e 7
vespertino. Entre as respostas dos alunos, eles declararam-se bastante insatisfeitos
quanto à estrutura física da escola, principalmente a quadra. Com relação aos
conteúdos trabalhados na Educação Física, os alunos atestaram que havia apenas o
futsal na quadra.
O segundo momento de avaliação com os alunos aconteceu em outubro de
2011. Havia um planejamento para um terceiro momento de avaliação das
intervenções do PIBID2 para maio de 2012. Todavia, o mesmo ficou inviabilizado
devido à greve dos docentes do Estado da Bahia3.
Em relação ao diagnóstico inicialmente realizado, a exclusão das meninas
teve papel de destaque durante a entrevista, sendo a principal queixa das mesmas.
Outros conteúdos acontecem apenas nas ditas “aulas teóricas”. Para nós, a própria
separação entre teoria e prática é problemática.
Quando questionados sobre o que aprenderam nas aulas, os relatos foram:
higiene, copa do mundo, água, regras do futsal, cuidado com o corpo, exercício,
benefícios e malefícios do esporte, com maior destaque para jogar bola e a não
aprendizagem.
E, quando falamos sobre como gostariam que fossem as aulas, obtivemos
então: equilíbrio entre teoria e prática, sem mudanças, maior frequência de aulas,
interação, terem uniformes e melhoria da quadra, sendo as falas mais citadas a
necessidade de variação dos conteúdos e maior frequência de aulas práticas. É
importante destacar que a realidade encontrada nesse diagnóstico inicial foi
sistematicamente analisada nos trabalhos apresentados no CONBRACE/2011 de
Costa, et al. (2011), no CONECE/2012 de Moreira, et al. (2010) e Jesus, et al.
(2010). Essas análises fundamentaram o processo de intervenção realizado na
escola parceira, que agora propomos reanalisar a partir do olhar dos alunos.
2 Para fins desta pesquisa, considerando o tempo para sua conclusão, não mais utilizamos os dados desse terceiro momento de avaliação. Mas, o mesmo será realizado como ação do PIBID, independente desta pesquisa.
3 O principal motivo da greve é que o Governo do Estado não cumpriu a Lei Federal que regulamenta o piso salarial dos professores, segundo os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB). E a greve só irá terminar quando o reajuste de 22,22% for alcançado.
16
Desta forma, verificar o impacto na Educação Física da escola parceira a
partir das intervenções do PIBID possibilita analisar as potencialidades e
dificuldades desse Programa no campo da Educação Física escolar.
Além disso, na literatura disponível sobre Educação Física Escolar, são
escassas as discussões e debates sobre o olhar dos alunos para as aulas de
Educação Física. Foi realizado levantamento bibliográfico nas revistas e congressos
disponíveis da área e foram encontrados nos Anais do XVI Congresso Brasileiro de
Ciências do Esporte-CONBRACE (1 trabalho), na Revista Motrivivência (1 artigo),
nos Anais do Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino-ENDIPE (1
trabalho), na Revista da Faculdade Mackenzie (1 artigo), nos Anais do O Congresso
Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação-CONNEPI (2 trabalhos), na Revista
Educación Física y Deportes (1 artigo), nos Anais do Congresso Norte Paranaense
de Educação Física Escolar-CONPEF (1 trabalho). Nas revistas Portuguesa de
Ciências do Desporto, Pensar a Prática, Movimento, Brasileira de Ciências do
Esporte, Brasileira de Ciência e Movimento, Conexões não foi encontrada nenhuma
produção sobre a concepção dos alunos sobre a Educação Física.
Na pesquisa de Bento e Ribeiro (2008), que buscou identificar os elementos
que levam à evasão dos alunos nas aulas de Educação Física, encontra-se que a
maioria dos alunos participam e gostam da disciplina. Os que não gostam explicam
que tem preguiça ou pelo sol. A maioria justifica suas participações atribuindo ao
prazer e por serem saudáveis. Nos aspectos apresentados pelos alunos, a relação
com a saúde se propaga com maior evidência. Os questionamentos dos alunos são
pela falta de infraestrutura e mais atenção do professor nas aulas.
Já para Caetano, et al. (2009), que discutiram a atitude dos alunos em relação
à Educação Física, apresenta a pouca importância e falta de interesse por parte dos
alunos. Os que frequentam as aulas afirmam que não tem medo e sentimento de
insegurança em relação à reprovação, devido aos conteúdos trabalhados, às
avaliações realizadas e com relação às outras disciplinas, levando apenas a
apreciação dessa área. Contudo, a presença marcante apenas do lúdico nas aulas
pode justificar a sua desvalorização. Fatores metodológicos contribuem para
negação e afastamento no processo de ensino-aprendizagem.
As pesquisas encontradas possuem determinadas ligações com o presente
trabalho, com discussões que contribuem para o enriquecimento da pesquisa.
Todavia, diante da quantidade de trabalhos produzidos sobre variados temas
17
relacionados à Educação Física e poucas publicações sobre o olhar dos alunos,
ressalta-se a importância e necessidade deste estudo.
Diante disso, o problema deste estudo é qual(ais) a(s) concepção(ões) dos
alunos da Escola Estadual Oscar Cordeiro sobre a disciplina Educação Física antes
e depois da implantação do PIBID no contexto escolar?
Então, o objetivo geral é verificar o impacto das intervenções do PIBID no
olhar dos alunos sobre a disciplina Educação Física, posteriormente à implantação
do programa na Escola Estadual Oscar Cordeiro.
E, os objetivos específicos são:
- Identificar a realidade da Educação Física na escola antes das intervenções do
PIBID;
- Analisar a intervenção do PIBID no contexto da Escola Oscar Cordeiro;
- Averiguar a situação pedagógica da disciplina Educação Física após um período
de intervenções do PIBID na Escola Estadual Oscar Cordeiro.
18
2 METODOLOGIA
Para elaboração deste trabalho, inicialmente foram feitos estudos sobre as
temáticas que envolvem essa discussão, com utilização da bibliografia já produzida
e disponível, como livros, revistas, materiais impressos e avulsos.
Este estudo buscou estudar a concepção dos alunos a partir da inserção do
PIBID dentro da comunidade escolar. Para Bauer (2010), a avaliação de impacto,
entre diversos objetivos, busca mensurar determinada intervenção, com objetivo de
verificar se houve mudanças do período inicial. Normalmente, esse tipo de estudo
acontece antes de iniciar um programa ou uma intervenção, sendo aplicado
novamente após um período (ou durante) de atividades para identificar se os
objetivos foram alcançados ou se houve mudança a partir da inserção do programa.
A coleta de dados foi realizada em etapas. A primeira etapa foi desenvolvida
no mês de julho de 2010. O segundo momento aconteceu no mês de outubro de
2011, com aplicação do mesmo questionário e entrevista aos alunos. A terceira e
última etapa da coleta estava prevista para maio de 2012. Todavia, esta ainda não
se concretizou devido à greve das escolas estaduais, como mencionamos na
Introdução.
A pesquisa foi realizada na escola parceira do PIBID/UNEB-Educação Física
2009, localizada na cidade de Alagoinhas. A cidade de Alagoinhas tem 18 escolas
estaduais. A que se constitui nosso espaço de pesquisa tem 451 alunos
matriculados, 14 (quatorze) turmas divididas em dois turnos – 7 (sete) matutino e 7
(sete) vespertino. Participaram da coleta de dados 360 alunos na primeira fase, 321
na segunda, a escola atende aos anos do ensino fundamental II, do 6º ano ao 9º
ano. A escola parceira está situada na Rua Luís Viana, 860 – Centro. É uma escola
considerada de médio porte, possui sete salas de aula, três sanitários, uma
secretaria, uma sala de professores, uma sala de arquivo, uma sala de informática,
uma quadra, um pátio, uma recepção e uma cozinha. A mesma é frequentada tanto
por alunos da zona urbana, quanto da zona rural, sendo este último menor
representado.
19
Como instrumento para coleta dos dados4 foi utilizada entrevista
semiestruturada, que o pesquisador se apropria de um roteiro estruturado, que
facilita e assegura as abordagens durante a realização da mesma, deixando-o livre e
espontâneo para aqueles que tiverem vontade e conhecimento sobre o assunto
questionado, estarem respondendo, com a técnica de grupo focal (MINAYO, 2010).
Para ampliar a pesquisa, foi realizado questionário, que é um instrumento de
coletas de dados construído por uma série de perguntas e deve ser respondida por
escrito sem a presença do pesquisador e que na pesquisa qualitativa, para Minayo
(2010), tem o papel de complementaridade dos estudos. Nosso questionário foi do
tipo semiaberto. Foram aplicados a todos os alunos, deixando-os livres para
respondê-lo conforme sua vontade e interesse.
Para o tratamento dos dados desta pesquisa utilizamos a técnica de analise
do conteúdo, que permite validar as inferências dos dados encontrados. Dentro das
possibilidades disponíveis de acordo com Minayo (2010), a presente pesquisa
utilizou a análise temática, que atribui “tema” para afirmar determinado assunto, que
pode ser representado por uma palavra, uma frase ou um resumo. No primeiro
momento, foi realizada a “Pré-Análise” na escolha dos instrumentos necessários
para pesquisa; a “Leitura Flutuante”, sendo o momento do contato efetivo do
material de campo; a “Constituição de Corpus”, onde buscou-se verificar a totalidade
dos dados, se existem relevância e contribuição necessárias para os objetivos da
pesquisa; a “Formulação e reformulação de Hipóteses e Objetivos”, momento em
que foi feita a leitura profunda do material, verificando as indagações iniciais.
No segundo momento foi realizada a “Exploração do Material”, onde
aconteceram às classificações dos dados, para encontrar as categorias, reduzindo o
texto, em palavras e frases, em seguida, a contagem dos achados, por fim, a
classificação e agregação dos dados.
No terceiro momento de “Tratamento dos Resultados Obtidos e
Interpretação”, os resultados achados foram submetidos a “operações estatísticas
simples” colocando as informações em relevo e, então, realizando a inferência e
interpretação e discussão do material. O tratamento dos dados foi realizado com
auxílio do programa SPSS, que é um software aplicativo do tipo científico, versão
17.0.
4 Os instrumentos utilizados foram elaborados e testados pela equipe do PIBID-UNEB/Educação
Física 2009 no momento do diagnóstico inicial realizado na mesma escola parceira.
20
3 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: TRAJETÓRIA, CONCEPÇÕES E
REFERÊNCIAS NO PIBID/UNEB-EF/2009
Com intuito de conhecer a realidade da educação física escolar, faz-se
necessário compreender os momentos históricos importantes que marcaram cada
período. Momentos esses que são compostos por métodos que são criticados e
questionados por muitos, mas ainda utilizados nos dias atuais.
No final do século XIX e início do século XX, o processo de urbanização e
industrialização no Brasil passou a exigir um “novo homem”. A atividade física
(ginástica) era vista como necessária para formar a mão-de-obra e para o
desenvolvimento dos valores morais dessa sociedade (SOARES, ET AL. 1992).
Nesse contexto, as escolas passaram a inserir a Educação Física em seus
currículos. A ginástica passou a ganhar espaço nas escolas. A Educação Física era
vista como importante para sociedade, pois com exercício físico os indivíduos
adquiriam aprimoramento e fortalecimento dos corpos. Conforme Soares (2004), foi
através do desenvolvimento da Educação Física que a ”Revolução Burguesa”
conseguiu a construção e o nascimento de uma nova sociedade, estabelecendo a
ordem e minimizando os questionamentos da população em massa.
Segundo Bolino (S/D) do período do Império ao início da República, a
Educação Física se consolida por traços militares e médicos, adotando um caráter
higienista. Neste período, essas perspectivas determinaram os procedimentos
metodológicos e práticos, a partir de suas compreensões, necessidades e interesses
da época. Nesse sentido, durante esse tempo a Educação Física foi dominada por
outras instituições, de modo que foram levados para as escolas métodos militares,
como forma de adestramento. O objetivo era preparar os jovens para defender a
nação e para o trabalho nas fábricas. As aulas eram ministradas pelos instrutores do
próprio exército.
A concepção da Educação Física higienista na sociedade buscava livrar de
doenças infecciosas e de certos vícios existentes atribuídos como responsáveis pela
vida insalubre dos trabalhadores. O centro das atenções era aquisição da saúde por
parte da sociedade. Nas escolas, objetivava-se o desenvolvimento de boas
maneiras, através de hábitos higiênicos e atividades sanitárias (BOLINO, S/D).
21
Após a Segunda Guerra Mundial, período que coincide com o fim da ditadura
do Estado Novo no Brasil, surgiu neste momento diversas tendências, todas em
busca de destaque e consolidação dentro do espaço escolar. Entre as tendências, o
processo de esportivização das aulas de Educação Física nas escolas foi que
passou a ocupar maior espaço. De acordo com o Soares, et al. (1992), com esse
movimento, o esporte passou a utilizar do espaço escolar e dos alunos, buscando
fortalecer o cenário nacional, a partir da perspectiva da competição, alto rendimento,
regulamentação das regras de forma rígida, a técnica pela técnica, demonstrando
aos alunos o sucesso do esporte como forma de alcançar vitórias. A Educação
Física assumiu um caráter tecnicista. O professor passou a desenvolver o papel de
instrutor e treinador nas aulas de Educação Física. É dentro deste contexto que
surge a separação de gênero nas aulas, que acontece em algumas realidades
escolares até os dias atuais.
Esse movimento se intensificou nas décadas de 1960 e 1970, quando a
Educação Física escolar passou a ser “o caça talentos” para o esporte de alto
desempenho. Pode-se observar que ainda hoje nas aulas de Educação Física
encontramos movimentos típicos desta concepção (MONTEIRO, 2009).
De acordo com o PCN (1997), a partir da década de 1980, esses resultados
começaram a ser questionados, pois mesmo com o processo de esportivização no
ambiente escolar o país não virou uma nação olímpica e as competições esportivas
de ponta não aumentaram a quantidade de praticantes de esportes.
De acordo com Soares, et al (1992), nesse período surgiram “Os Movimentos
Renovadores” na Educação Física. De acordo com Darido (2003), na busca de
romper com os modelos tradicionais, surgem várias abordagens, algumas com
enfoque mais Psicológico (Psicomotricista, Desenvolvimentista, Construtivista e
Jogos Cooperativos), outras com enfoque mais sociológico e político (Crítico-
superadora, Crítico-emancipatória, Cultural, Sistêmica, e baseada nos PCNs), e
também biológico, como a da Saúde Renovada.
Nessas referências, diversos elementos contemplam o campo de atuação do
professor de Educação Física, que hoje trata dos temas da cultura corporal, dentre
eles temos o esporte, as lutas, os jogos, as danças e outros. Para Melo (2006), o
trato com as diversas possibilidades de conhecimento dentro da escola não deve
estar atrelada apenas à técnica apurada da atividade, ao simples fato de saber
22
fazer, mas embasado de conhecimentos críticos, capazes de criar, mudar o
tradicional, possibilitando ao aluno a capacidade crítico-reflexiva.
Para o PCN (1998), a Educação Física escolar tem a capacidade de
oportunizar todos os alunos desenvolver suas habilidades, de maneira igualitária,
sem segregação, buscando o desenvolvimento humano. Portanto, para Martins e
Fensterseifer (2009), é papel da Educação Física escolar, promover a inserção de
todos os alunos nas diversas práticas da cultura corporal, com artifícios suficientes
para compreendê-la criticamente.
Desta forma, para Betti e Zuliani (2002, p. 80)
[...] Educação Física e seus professores precisam fundamentar-se teoricamente para justificar à comunidade escolar e à própria sociedade o que já sabem fazer, e, estreitando as relações entre teoria e prática pedagógica, inovar, quer dizer, experimentar novos modelos, estratégias, metodologias, conteúdos, para que a Educação Física siga contribuindo para a formação integral das crianças e jovens e para a apropriação crítica da cultura contemporânea.
A Educação Física, através dos conhecimentos que lhe são pertinentes,
poderá construir elementos de transformação do indivíduo e do coletivo,
promovendo ações éticas de solidariedade e de cooperação (DARIDO; RANGEL,
2011).
Apesar disto, muitos espaços escolares, ainda hoje, tem atribuído à disciplina
Educação Física o papel de desenvolver “atividades”, como uma simples realizadora
de “tarefas”, levando a uma contradição, pois entre vários motivos, a escola frente
aos papéis sociais, enquanto criadora e reprodutora do saber sistematizado, não
deveria atribuir esses valores a qualquer disciplina.
E, além disso, a Educação Física escolar encontra-se ainda sem o
reconhecimento necessário no âmbito das políticas educacionais e das
comunidades escolares. Isso fica claro quando a legislação torna a Educação Física
de caráter facultativo aos alunos que tem jornada de trabalho igual ou superior a seis
horas; mais de trinta anos de idade; que estiverem prestando serviço militar; que
tenham prole. Todavia, não é encontrado nada parecido em outras disciplinas do
currículo, demonstrando a desvalorização atribuída à Educação física pelas escolas
e oficializando a negação dos conhecimentos da cultura corporal para parte da
comunidade escolar.
23
Mas é preciso entender que a própria desvalorização da Educação Física no
currículo escolar também se constitui historicamente. Quando os questionamentos
sobre a Educação Física higienista, militarista e tecnicista emergiram na década de
1980, a própria Educação escolar tornou-se mais participativa e democrática. Já não
cabia mais a Educação Física de antes. Todavia, no próprio campo da prática
pedagógica, era/é grande a dificuldade dos professores de Educação Física
justificarem/legitimarem sua presença na escola (SOARES, ET AL. 1992).
Assim, diversos questionamentos surgem a cada instante, dentre eles: o que
tem sido ensinado? E o que tem sido aprendido no espaço escolar? É preciso
entender que o processo de ensino e aprendizagem da Educação Física na escola
deve contemplar alguns aspectos, é preciso ser algo intencional, dirigido, planejado
e não de qualquer forma, espontâneo ou improvisado. Assim, para desenvolver uma
didática dos conhecimentos da Educação Física é preciso:
Assimilar a necessidade de sistematização dos seus conteúdos para possibilitarmos uma aprendizagem mais ampla e plural, pois os alunos não se apropriam de um conhecimento específico em uma única aula, uma vez que a aprendizagem é um processo gradativo (MELO, 2006, p. 189).
Entretanto, em nosso cenário atual, as mudanças tem ocorrido em diversas
realidades. Porém, nossas escolas ainda têm professores de Educação Física com
formação tradicional, como também professores com formação em outras áreas
ministrando a disciplina Educação Física. Para Fernandes (2009), estamos diante de
lacunas entre pressupostos teóricos e práticos pedagógicos dentro das escolas.
Como possibilidades de mudança dessa realidade, destaca-se a ideia dos órgãos
superiores, como as secretarias estaduais e municipais de educação, promoverem
diversos cursos de formação continuada nas redes de ensino.
Um desses programas de formação, que tenta articular tanto a formação
inicial quanto à formação continuada, para Silva (2011), é o PIBID. Trata-se de uma
possibilidade de mudança na dinâmica de os estudantes de licenciaturas
organizarem e se apropriarem dos saberes referentes as práticas pedagógicas para
as comunidades escolares, que consequentemente, podem desenvolver mudanças
nas próprias escolas, como também nos profissionais das realidades em que o
Programa está inserido. Esse Programa envolve também professores das
Universidades na condição de coordenadores de área e dos professores das
24
Escolas Básicas como supervisores, possibilitando o diálogo direto entre as escolas
e universidades com a troca de experiências e conhecimentos. Essa relação só
acontecia antes nos estágios obrigatórios, que é feito com curto tempo nas unidades
escolares.
No campo da Educação Física, no PIBID-UNEB/Educação Física 2009, o
trato com essa área do conhecimento foi pensado a partir da Pedagogia Histórico-
Crítica e da concepção Crítico-Superadora nela baseada. Esse projeto discute um
pouco da história da Educação Física para explicar a secundarização da Educação
Física no âmbito escolar e apontar os elementos necessários para legitimá-la na
escola, entendendo que isto se dá com a determinação de conteúdos específicos
(cultura corporal) e de objetivos pedagógicos próprios. O projeto aponta, ainda, que
apesar de tal clareza, a produção acadêmica não chega à escola. Assim, é preciso
criar mecanismos de aproximação Universidade-escola e de fazer com que os
futuros professores conheçam o “chão da escola”. Com tais objetivos, o projeto
busca, também, intenciona legitimar a Educação Física na escola parceira.
Como já dito, tomou-se por base a Pedagogia Histórico-crítica. Nessas
referências, para Saviani (2008) é papel da educação escolar promover o acesso ao
saber elaborado e sistematizado através de ações que promovam a transmissão e
apropriação dos conteúdos pertinentes a cada área do conhecimento. A Pedagogia
Histórico-crítica busca compreender a educação, a escola e o conhecimento com
base no seu processo histórico. Além disso, o fazer pedagógico é pensando a partir
da unidade entre a teoria e prática.
Para desenvolver a materialidade da ação pedagógica três dificuldades são
colocadas como desafios. A primeira é “ausência de um sistema de educação”
(SAVIANI, 2008, p.108) que possibilite o pleno desenvolvimento de uma pedagogia
crítica. A segunda é “a questão material da organização do sistema e das escolas”
(SAVIANI, 2008, p.117). A terceira é a “descontinuidade”, das políticas educacionais,
de modo que não se alcança os objetivos propostos pelo sistema educacional
(SAVIANI, 2008).
De acordo com Gasparin (2009), as diversas mudanças que estão ocorrendo
na sociedade em termos tecnológicos parecem que são capazes de substituir o
professor. Entretanto, em relação ao processo didático-pedagógico e político deve
utilizar desses mecanismos para auxiliar e não substituir os professores. Dentro das
escolas tradicionais os alunos estudavam com intuito de tirar apenas boas notas.
25
Todavia, o objetivo agora é que as escolas se desenvolvam de acordo com o
momento atual da sociedade, com professores e alunos possam descobrir e
desenvolver cada conteúdo relacionando as necessidades sociais.
Didaticamente, a Pedagogia Histórico-crítica propõe cinco momentos distintos
no desenvolvimento da ação pedagógica. No primeiro momento, a “Prática Social
Inicial”, o aluno apresenta seu conhecimento sobre o assunto e expressa o que
gostaria de aprender mais sobre o assunto. O segundo momento, a
“Problematização“ acontece a partir dos questionamentos encontrados na prática.
No terceiro momento, a “Instrumentalização”, o conteúdo é trabalhado de forma
sistematizada, respondendo as questões que surgiram durante a problematização.
No quarto momento, a “Catarse”, o aluno apresenta a síntese de sua aprendizagem.
No quinto momento, “Prática Social Final do Conteúdo” que é o retorno ao momento
inicial diferenciado, com uma nova postura, por ter aprendido novos conteúdos e
sistematizado o conhecimento inicialmente sincrético (GASPARIN, 2009).
Dentro da perspectiva da cultura corporal na Educação Física, entende-se
que ela “busca desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de
representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história,
exteriorizadas pela expressão corporal” (SOARES, ET AL. 1992, p. 26). Dessa
forma, as lutas, os jogos, a ginástica, a dança, o esporte, a mímica, as acrobacias e
outros são os conhecimentos que se constituem os conteúdos da Educação Física.
Estes devem ser trabalhados desde a identificação de como se apresentam na
realidade até o aprofundamento sobre os mesmo, em suas diversas dimensões,
como propõem Soares, et al. (1992) e Gasparin (2009).
26
4 OLHAR DOS ALUNOS SOBRE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
De acordo com Soares, et al. (1992, p. 28)
A expectativa da Educação Física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos - a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem.
Nessa referência, a educação física escolar deve tratar de conhecimentos que
sejam significativos para os alunos, “sobre a importância da sua prática e o que esta
contribui para a vida do indivíduo. É preciso que os nossos alunos compreendam a
sua importância, para que possamos formar cidadãos autônomos, participativos e
críticos” (SOUSA; DANIEL, 2010a, p. 1).
Na pesquisa de Souza e Daniel (2010a), sobre a “Importância da Educação
Física Escolar na Visão dos Alunos de uma Escola Pública”, realizadas com
escolares do Ensino Médio, os motivos que levaram os alunos a reconhecerem a
Educação Física como importante foram relacionadas à promoção da saúde e
beleza. Observa-se que o imaginário dos alunos vincula-se às concepções de
Educação Física com viés biologicista que as proposições atuais tentam superar.
Nesse sentindo, os autores dizem que as aulas de Educação Física não devem
apenas se limitar sobre esse indicador.
Na mesma pesquisa, os alunos que disseram não participar da Educação
Física, colocaram como motivos não gostar da disciplina e achar que é perda de
tempo. Os alunos que participam das aulas, disseram que fazem porque gostam,
porque a disciplina é obrigatória e faz parte do currículo escolar, para adquirir boas
notas e por terem habilidades. Observa-se que nesta realidade as atividades
práticas são destinadas apenas para os que possuem bons desempenhos e aqueles
que não participam das aulas ficam à margem e não existem estratégias
metodológicas para a aproximação e motivação desses alunos, consequentemente,
aumentando o afastamento e desmotivação dos mesmos.
27
Para os alunos desta realidade escolar, se eles pudessem, mudaria o horário
que acontecem às aulas, para o turno normal de aula, pois elas são realizadas no
turno oposto, dificultando para os que moram na zona rural ou precisam trabalhar.
Para os estudantes também mudariam os locais em que acontecem as aulas e a
infraestrutura.
Os autores identificam que para que aconteçam as mudanças é necessário
que a escola dê o real valor à disciplina, pois até mesmo a direção e os professores
das outras disciplinas entendem que cabe à Educação Física simplesmente
promover diversão e lazer. Além disso, a escola deveria garantir boas condições
estruturais e materiais pedagógicos para melhor desenvolver as aulas. Entretanto,
segundo os autores, para que tais mudanças aconteçam é necessário não esperar
apenas da escola. É preciso usar criatividade no planejar e executar as aulas, usar e
adaptar melhor os espaços disponíveis, confeccionar materiais com os alunos para
utilizar nas aulas, entre outras possibilidades.
Todavia, considerando as afirmações feitas no capítulo anterior, vê-se que
não basta o professor ser criativo. É preciso, também, que suas ações pedagógicas
sejam fundamentadas e que ele se aproprie de tal fundamentação para justificar a
presença da Educação Física na escola.
Nesse mesmo estudo, em relação ao nível de participação em gênero, tem
uma maior participação dos meninos. De acordo com as meninas que não
participam por falta de habilidade e por não gostar das atividades. Entretanto, é
papel da educação promover um efetivo acesso de todos os alunos sem
desigualdade em nenhuma atividade promovida pelos professores, respeitando e
criando situações para minimizar as diferenças existentes.
Segundo Fonseca Filho, et al. (2011) em um outro estudo sobre a “Percepção
dos Alunos de uma Escola Pública em Relação às Aulas de Educação Física”,
realizado com estudantes de idade variadas, entre 7 (sete) e 14 (quatorze) anos,
quando os alunos foram questionados se consideram importantes as aulas de
Educação Física, “é possível perceber que uma boa parte dos alunos associam as
aulas de Educação Física a momentos livres, onde há uma quebra da rotina normal
das aulas”(FONSECA FILHO, ET AL. 2011, p.8). Percebemos que os alunos
utilizam, nesta realidade escolar, do momento das aulas de Educação Física com
um lazer ou diversão, um fazer pelo fazer. Mas, para os autores, “[...] a Educação
Física pode e deve utilizar do processo lúdico para empreender suas estratégias de
28
ensino, sem que isso torne o único objetivo ou conteúdo da aula.” (FONSECA
FILHO, ET AL. 2011, p. 8). Isto fica claro no próprio debate do PCN (1997), de
Darido (2003) e Soares, et al. (1992), que dizem que a Educação Física deve tratar
de maneira intencional e sistemática dos temas da cultural corporal, possibilitando o
desenvolvimento crítico-reflexivo sobre os mesmo.
Nessa realidade, gostar das aulas está associado à quebra de rotina, do
normal, estabelecendo uma ideia de liberdade, de fuga. Quando questionados sobre
o que precisa para melhorar na Educação Física, a grande maioria identificou falta
de infraestrutura, falta de material pedagógico, a falta de espaço adequado e
equipado, o que faz enorme diferença no processo ensino-aprendizagem. Os alunos
solicitaram a realização de outras atividades (FONSECA FILHO, ET AL. 2011).
Para Fonseca Filho, et al. (2011), mesmo os alunos identificando as aulas de
Educação Física com capacidade apenas de promover a diversão e descontração,
eles veem a disciplina como importante para sua formação. Ainda segundo Fonseca
Filho et al. (2011, p. 11),
Foi possível, também, observar que eles sentem falta de uma melhor estrutura física para a realização das aulas, [...] o fator surpreendente, mesmo com as dificuldades encontradas pelos alunos, eles ainda têm preferência pela Educação física em relação às demais disciplinas.
Ou seja, mesmo com as dificuldades relatadas, os alunos preferem as aulas
de educação física, por proporcionar um momento diferente das demais, espaço
propício à criação, causando expectativas e satisfação nos alunos. Isto não significa,
no entanto, que a aprendizagem está sendo garantida.
O estudo feito por Carneiro (2006), realizado com estudantes do ensino
fundamental da rede pública de São Gonçalo, de 7ª e 8ª séries, buscou conhecer o
olhar dos alunos sobre a Educação Física escolar. Quando os estudantes foram
questionados se gostam da educação física na escola, os achados foram “[...] a
relação utilidade aparece de forma bem diluída. Ou seja, o que motiva a participação
dos alunos nas aulas de Educação Física é o gosto, é o prazer em participar”
(CARNEIRO, 2006, s/p). Nessa realidade as aulas estão representadas como um
momento de descontração e de lazer, como também, um momento de socialização.
Quando Carneiro (2006, s/p) questionou os alunos sobre o que a Educação
Física significa para eles, “Observou-se aí que os alunos relacionam o significado da
29
Educação Física com a estética”. Em relação ao que leva a ter prazer nas aulas, os
alunos solicitaram mais diversificação, com inserção de outros jogos, assim,
percebe-se que as aulas são realizadas na base da improvisação. Os próprios
alunos identificam que falta aos professores domínio e didática para realização das
aulas. Sugerem ainda mais tempo para o futebol e direitos iguais para meninos e
meninas. Pelas respostas dos alunos, o autor identifica que não se vê diferenças
entre exercícios para treino de esportes e as aulas de Educação Física na escola,
levando a entender que são aulas com treinos técnicos e táticos de modalidades
esportivas.
Nessa realidade, os alunos estabelecem as aulas com momentos de prazer,
lazer, práticas esportivas, alegrias, de reposição de energia para as outras
disciplinas, deixando-os mais relaxados, como também exercício para o corpo e
mente. No capítulo anterior, Melo (2006) identifica que as aulas de Educação Física
não devem estar atreladas ao simples fato de saber fazer gestos mecânicos, é
necessário que o professor desenvolva no aluno a capacidade de torná-lo crítico-
reflexivo em todas as suas ações. Todavia, parece que nessas realidades a
Educação Física não se concretiza desse modo e isto favorece sua desvalorização.
Outra pesquisa realizada por Bento e Ribeiro (2008), identificou-se que as
influências das aulas no cotidiano dos alunos de 5ª a 8ª série na Escola Municipal de
Indianópolis, estão relacionadas, em sua maioria, aos aspectos de abordagens à
saúde, com a mídia assumindo papel importante de divulgação da estética e da boa
forma. O aspecto biologicista está enraizado nessa realidade escolar.
Outros achados importantes encontrados em Bento e Ribeiro (2008), 96% dos
alunos afirmam gostarem da disciplina Educação Física, representando a maioria
dos alunos. Entretanto, 15% não participam das aulas, justificando isto com
condições serem precárias do espaço escolar. Dos que não participam, a maioria
afirma ser o sol que atrapalha, e o restante tem preguiça para realizar as atividades.
Os alunos sugeriram para uma melhor aula, acima de tudo, melhor infraestrutura,
seguido de mais atenção dos professores, diversidade nas aulas e mais iniciativa
dos próprios alunos.
Outra pesquisa, de Daniel e Sousa (2010b, p.5), buscou compreender a
“Percepção das Aulas de Educação Física na Visão de Alunos da Rede Pública de
Juazeiro do Norte – Ceará” e concluíram que,
30
[...] as aulas de Educação Física foram consideradas “ótimas” pela maioria dos alunos e que o principal motivo da participação nas aulas foi o professor. O principal objetivo da Educação Física na visão do aluno foi a promoção da saúde. Também considerou que as aulas não estão sendo desenvolvidas como deveriam e dentre as várias modificações que devem ser realizadas estão: a mudança dos horários, o melhoramento da estrutura da escola e melhores condições para os locais das aulas.
Como em outras pesquisas já apresentadas, a presença da Educação Física
biologicista vem se destacando nos ambientes escolares e no modo como os
estudantes a concebem.
Na pesquisa de Martinelli, et al. (2006), com alunas do Ensino Médio de uma
realidade escolar da Rede Particular de Ensino de São Paulo, objetivou-se discutir o
relato de 15 alunas que não gostam de participar das aulas de Educação Física. Isto
se deve aos conteúdos programáticos trabalhados nas aulas e às atividades, entre
as quais predomina sempre o vôlei, basquete, handebol e futebol, apresentados
apenas em forma de jogo. Desta forma, as alunas se sentem desinteressadas, por
não acontecer a vivência de outras atividades e a falta de explorar outras técnicas
que serve de base para as modalidades. Nesse aspecto, as aulas são limitadas
apenas à realização de jogos pré-desportivos, com aulas repetitivas e monótonas.
Nessa realidade, as alunas que afirmaram participar fazem-no pelo professor
obrigar, com medo de não tirar boas nota e de receber falta. Outras alunas que não
participam, afirmam que não possuem habilidades nas atividades realizadas. Nota-
se que por ser obrigatório, acontece o afastamento das alunas.
Na mesma pesquisa, quando as alunas foram questionadas sobre quais
atividades elas teriam vontade que fossem abordadas nas aulas, foram sugeridos:
“ginástica, atletismo, ginástica olímpica, dança, natação e yoga” (MARTINELLI, ET
AL. 2006, p. 17). Assim, se as alunas tivessem a possibilidade de expressar seus
interesses, participariam mais.
Na mesma pesquisa, algumas alunas afirmam não ter boa relação com a
professora, que, para elas, a professora não sabe entreter e manter a atenção dos
alunos. Sabe-se que no processo de ensino aprendizagem as relações interpessoais
entre professor e aluno são importantes para o bom andamento das aulas.
Entretanto, nesta realidade aconteceu pouca influência nos resultados. As alunas
querem participar da Educação Física com intuito de manter a boa forma e adquirir
hábitos saudáveis. Entretanto, relatam que isto não acontece, porque não sentem
vontade de fazer a aula.
31
Dento do estudo feito por Caetano, et al. (2009), com estudantes do 8º e 9º
ano do Ensino Fundamental, de escolas particulares do município de Paracambi –
Rio de Janeiro, que buscou discutir as atitudes dos alunos mediante a Educação
Física, os resultados foram que a disciplina não é importante para o currículo da
escola e há baixo interesse sobre a mesma.
Na mesma realidade, aparece outro dado importante, os alunos remetem as
aulas de Educação Física como uma sensação de “fuga”, apresentando mais uma
vez uma visão equivocada de recreação e esportes. Para Caetano, et al. (2009) a
situação encontrada deve-se ao professor utilizar planejamentos e metodologias
insuficientes para favorecer construção de aulas com organização e elaboração
garantindo efetiva participação com satisfação dos alunos.
Resultados semelhantes foram encontrados na pesquisa de Souza e Silva
(2009) discutiu a representação dos alunos com relação às aulas de Educação
Física em 8ª séries do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Marechal Rondon
de Campo Mourão – PR.
O que se pode observar nas pesquisas apresentadas é que o olhar dos
alunos acontece sobre a Educação Física como um momento de descontração,
lazer e diversão, utilizando deste momento para tirar a tensão causada pelas outras
disciplinas. Muitos alunos demonstram que nas aulas acontece o fazer aleatório.
Ainda se percebe a relação com a saúde e com a realização das práticas esportivas.
Esses olhares permanecem mesmo com uma série de proposições diferenciadas
para Educação Física. Aumenta a importância de propor práticas inovadoras e
avaliar se elas alcançam os resultados que propõem.
32
5 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
Como já descrito no tópico da metodologia, a coleta de dados se deu em dois
momentos (julho de 2010 e outubro de 2011). No primeiro momento, a atividade fez
parte do diagnóstico inicial que a equipe do PIBID/UNEB-Educação Física construiu
da realidade da escola. No segundo momento, tratou-se de uma ação avaliativa
pensada pelo projeto, mas também efetivada para fins desta pesquisa. Os dados
serão aqui descritos e analisados separadamente e, em seguida, tratarei de
comparar as concepções de Educação Física dos alunos nos dois momentos. As
categorias de análise serão constituídas a partir dos próprios dados,
especificamente do que cada questão do questionário e da entrevista buscou saber.
5.1 Descrição e análise de dados colhidos em julho de 2010
QUADRO 1- TOTAL DE ALUNOS: 360 (MATUTINO E VESPERTINO)
Quadr
Idade Sexo
Residên-
cia
Questão
1
Questão
2
Questão
3
Questão
4
Questão
5
Questão
6
Questão
7
Validos 359 360 360 360 360 360 360 360 356 360
Inválidos 1 0 0 0 0 0 0 0 4 0
Como se vê no Quadro 1, 360 alunos participaram da coleta de dados
respondendo a quase todas as questões do questionário.
33
QUADRO 2- IDADE
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos 9 1 ,3 ,3 ,3
10 16 4,4 4,5 4,7
11 39 10,8 10,9 15,6
12 47 13,1 13,1 28,7
13 54 15,0 15,0 43,7
14 81 22,5 22,6 66,3
15 61 16,9 17,0 83,3
16 39 10,8 10,9 94,2
17 17 4,7 4,7 98,9
18 2 ,6 ,6 99,4
19 1 ,3 ,3 99,7
20 1 ,3 ,3 100,0
Total 359 99,7 100,0
Inválidos System 1 ,3
Total 360 100,0
No Quadro 2, vê-se que as idades dos alunos que participaram da coleta dos
dados, varia entre 9 aos 20 anos, com maior representação entre 12 aos 15 anos.
34
QUADRO 3- SEXO
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos Feminino 184 51,1 51,1 51,1
Masculino 176 48,9 48,9 100,0
Total 360 100,0 100,0
Como se vê no Quadro 3, os questionários foram respondidos por 184
meninas e 176 meninas.
QUADRO 4- RESIDÊNCIA
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos 16 4,4 4,4 4,4
Zona Rural 100 27,8 27,8 32,2
Zona Urbana 244 67,8 67,8 100,0
Total 360 100,0 100,0
Como se vê no Quadro 4, os alunos residem na Zona Rural e Zona Urbana,
com predominância de residentes na Zona Urbana.
35
QUADRO 5- COMO VOCÊ AVALIA SUA ESCOLA?
No quadro 5, vê-se que a maioria dos alunos considera a escola boa.
QUADRO 6- O QUE VOCÊ ACHA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos Ruim 19 5,3 5,3 5,3
Razoável 53 14,7 14,7 20,0
Boa 108 30,0 30,0 50,0
Ótima 180 50,0 50,0 100,0
Total 360 100,0 100,0
Como se vê no Quadro 6, as aulas de Educação Física são consideradas
ótimas pela maioria dos alunos. Esse dado se aproxima das pesquisas
apresentadas no capítulo anterior.
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos Ruim 15 4,2 4,2 4,2
Razoável 87 24,2 24,2 28,3
Boa 137 38,1 38,1 66,4
Ótima 121 33,6 33,6 100,0
Total 360 100,0 100,0
36
QUADRO 7- COMO VOCÊ AVALIA O SEU RELACIONAMENTO COM A TURMA?
No presente Quadro 7, vê-se que a maioria dos alunos considera boa a
relação com os colegas.
QUADRO 8- ONDE GERALMENTE ACONTECEM AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA SUA
ESCOLA?
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Valido Quadra 88 24,4 24,4 24,4
Sala de Aula 140 38,9 38,9 63,3
Quadra e Sala
de Aula 132 36,7 36,7 100,0
Total 360 100,0 100,0
Como se vê no quadro 8, as aulas de Educação Física são realizadas em
maioria na sala de aula, o que pode sugerir uma separação entre teoria e prática.
Para Saviani (2008), a ação pedagógica deve ser pensada a partir da teoria e
a prática. Portanto, as aulas de Educação Física no ambiente escolar deve
proporcionar aos alunos ações pedagógicas tornando-os críticos-reflexivos, em
qualquer espaço que esteja acontecendo as aulas.
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos Ruim 18 5,0 5,0 5,0
Razoável 117 32,5 32,5 37,5
Boa 145 40,3 40,3 77,8
Ótima 80 22,2 22,2 100,0
Total 360 100,0 100,0
37
QUADRO 9- VOCÊ ACHA QUE É IMPORTANTE TER AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
ESCOLA?
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Sim 347 96,4 96,4 96,4
Não 13 3,6 3,6 100,0
Total 360 100,0 100,0
Como se vê no Quadro 9, 96,4% afirmaram que é importante ter aulas de
Educação Física. Esses dados também se aproximam das pesquisas de Sousa e
Daniel (2010a), Fonseca Filho, et al. (2011) e Bento e Ribeiro (2008). Mas, nas
pesquisas consultadas, isto se deve à diversão e fuga que a aula de Educação
Física proporciona. Assim, é preciso saber com base em que os alunos aqui
pesquisados constroem tal importância.
QUADRO 10- JUSTIFICATIVAS PARA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA:
SAÚDE BELEZA
PRATICA
ESPORTIVA LAZER
JOGOS E
BRINCADEIRAS DANÇA
VALIDOS 229 51 221 103 123 31
INVÁLIDOS 3 0 0 0 0 0
Obs: A soma dos resultados não pode dar 100% pois nesse quesito os alunos marcaram mais de
uma opção.
No Quadro 10, os alunos que justificaram como importante existir aulas de
Educação Física no ambiente escolar, apresentaram neste quesito suas
justificativas. As justificativas foram relacionadas à saúde e prática esportiva de
modo mais significativo.
Em relação à saúde, identificamos um olhar dos alunos à concepção da
Educação Física Higienista. De acordo com Bolino (S/D) esse viés tinha como
objetivo livrar sociedade de doenças infecciosas e de certos vícios existentes, o
centro das atenções era aquisição da saúde por parte da sociedade, nas escolas,
38
tinha o papel de educar os alunos às boas maneiras, através de hábitos higiênicos e
atividades sanitárias.
Já para as práticas esportivas, apresenta um caráter de aulas de Educação
Física Tecnicistas. Para Soares, et al. (1992), com esse movimento, o esporte
passou a ser tratado na perspectiva da competição, alto rendimento,
regulamentação das regras de forma rígida, a técnica pela técnica.
Em outra pesquisa já citada, de Souza e Daniel (2010a), os motivos que
levaram os alunos a reconhecerem a Educação Física como importante foram
relacionadas à promoção da saúde e beleza. Vê-se que a beleza também aparece
no Quadro 10. Portanto, os motivos que levam os alunos pesquisados a conferir
importância à Educação Física não se diferenciam das pesquisas de outros
estudiosos.
No Quadro 10 aparecem, também, os jogos e brincadeiras. Estes, na
pesquisa de Martinelli et al. (2006) são motivos dos desinteresses das alunas pelas
aulas.
Obs: Se os alunos responderem que Sim, devem descrever qual atividade faz. A maioria
respondeu: Futebol, Vôlei, Capoeira, Ciclismo, Box, Dança, Baleado, etc.
Como se vê no Quadro 11, os alunos afirmam que tem contato com Educação
Física fora da escola. Na descrição dos alunos é notória a presença da
esportivização. Vê-se que o contato com os temas da Educação Física fora da
escola se dá devido à presença intensa e cotidiana do fenômeno esportivo na
sociedade atual, na qual ele se apresenta como mercadoria e negócio. Assim, pode-
se inferir que o olhar dos alunos para a Educação Física se constitui a partir do
cotidiano e não só a partir do que tem contato na escola.
QUADRO 11- VOCÊ TEM CONTATO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA FORA DA ESCOLA?
Frequência
Porcentage
m
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Validos Sim 239 66,4 66,4 66,4
Não 121 33,6 33,6 100,0
Total 360 100,0 100,0
39
QUADRO 12- O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA PARA VOCÊ?
Categoria Falas mais frequente Frequência
O que é a Educação
Física para você?
Exercício 12
Esporte 10
Lazer 5
Brincadeira 3
Educação 1
Beleza 2
Auto-estima 1
Atividade 1
Saúde 3
No Quadro 12, em relação o que é Educação Física para os alunos, os
resultados são Exercício, Esporte, Lazer e Saúde. Esses resultados afirmam os
achados do Quadro 10 das aulas de Educação Física com vieses nas concepções
Higienista e Tecnicista. Mas também se aproxima dos elementos que os alunos tem
contato fora da escola, na vida cotidiana, onde estabelecem conhecimentos
sincréticos para os fenômenos da vida social, como coloca Gasparin (2009).
Em outras realidades, como na pesquisa de Carneiro (2006), os alunos
estabelecem as aulas com momentos de prazer, lazer, práticas esportivas, alegrias,
de reposição de energia para as outras disciplinas, deixando mais relaxados, como
também exercício para o corpo e mente.
Na pesquisa de Souza e Silva (2009) foi identificado que as aulas de
Educação Física estão relacionadas com aspectos direcionados ao prazer e o lazer.
Mas, para os alunos as aulas não tem muito significado.
Conclui-se que as realidades escolares pesquisadas por outros autores
retratam o mesmo cenário encontrado inicialmente na escola pesquisada. As aulas
de Educação Física são expressas com práticas esportivas. O problema não é
desenvolver o esporte na escola. O problema é a forma como tem sido trabalhado o
40
esporte. O grande desafio é desenvolver outros conteúdos da cultura corporal e não
apenas o esporte e fazê-lo de modo a ampliar e sistematizar a experiência com
esses temas (SOARES, ET AL. 1992).
QUADRO 13- COMO SÃO AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
Categoria Falas mais frequente Frequência
Como são as aulas de
Educação Física?
Ótimo 1
Ruim 3
Razoável 1
Exclusão das meninas 13
Boa 1
Esporte 3
Brincadeira 2
Mais teoria que prática 16
Interação 1
Como se vê no Quadro 13, em relação a como são as aulas de Educação
Física, destacam-se a ideia de que as mesmas são mais teóricas que práticas e de
que as meninas são excluídas.
Isto confirma o Quadro 8, quando os alunos identificam que as aulas
acontecem apenas na sala de aula. Alguns questionamentos surgem com intuito de
ampliar a reflexão: só é aula de Educação Física quando está na quadra? Outros
espaços não são utilizados? A própria sala de sala não é espaço para aula de
Educação Física?
Para Saviani (2008), a ação pedagógica deve ser teórico-prática e é também
assim que Soares, et al. (1992) apontam a Educação Física. Portanto, vários
espaços podem ser utilizados.
Conclui-se que as aulas de Educação Física não devem seguir a ordem
didática estabelecida pela Secretaria de Educação que deve ser uma aula teórica,
41
uma aula prática. Cabe-se ao professor desenvolver suas aulas em todos os
ambientes disponíveis para a comunidade escolar, que seja coerente com seu
planejamento e que a teoria e prática aconteçam entrelaçadas em todas as aulas.
Na pesquisa de Souza e Silva (2009), observa-se que as aulas acontecem
separadamente (meninos x meninas), não possibilitando a interação e socialização
do grupo. Neste contexto, desenvolve-se indiretamente a competição com ações
tecnicistas, onde se traz a ideia que o homem é forte e a mulher é frágil. O mesmo
acontece na realidade aqui pesquisada, na qual há exclusão das meninas.
QUADRO 14. O QUE APRENDEU COM ESSAS AULAS?
Categoria Falas mais frequente Frequência
O que aprendeu com
essas aulas?
Higiene 2
Copa 4
Água 3
Regras do futsal 1
Nada 5
Jogar bola 4
Cuidado com o corpo 2
Exercício 2
Benefícios e malefícios do
esporte 2
Esporte 1
O Quadro 14 menciona o que os alunos aprenderam nas aulas. Os resultaram
foram: Nada, Jogar bola, Copa e Água.
Quando os alunos identificam que não aprenderam nada, fica claro que a
importância atribuída às aulas se faz no cotidiano, no senso comum. O “jogar bola”
representado pelo futebol, mostra que normalmente a função do “professor” é
42
apenas de disponibilizar a bola. É nesse contexto que acontece a exclusão das
meninas nas aulas, discutido no Quadro 13.
Em outras realidades, como na pesquisa de Fonseca Filho, et al. (2011),
percebemos que os alunos utilizam do momento das aulas de Educação Física com
um lazer ou diversão, um fazer pelo fazer. O mesmo parece se repetir nesta
realidade.
Conclui-se que nas realidades escolares que os professores de Educação
Física, dentro do processo de ensino-aprendizagem, desenvolvem seus planos de
aulas e no momento de sua intervenção realizam apenas o processo de
disponibilizar a bola para realização de atividades, é notório que as representações
serão negativas, deixando um sensação que não aprenderam “nada” mesmo.
Isto fica claro no próprio debate do PCN (1997), de Darido (2003) e de
Soares, et al. (1992), que dizem que a Educação Física deve tratar de maneira
intencional e sistemática dos temas da cultural corporal, possibilitando o
desenvolvimento crítico-reflexivo sobre os mesmos.
Em relação aos conteúdos, água e copa são temas que podem ser
trabalhados transversalmente nas aulas. Entretanto, não são conteúdos específicos
e de domínio da área da Educação Física. Apesar de, especialmente a copa, poder
ser tomado como objetivo de reflexão em relação a temas da cultura corporal.
43
QUADRO 15- COMO VOCÊS ACHAM QUE DEVEM SER AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
(PROPOSTA)?
Categoria Falas mais frequente Frequência
Como vocês acham que
devem ser as aulas de
Educação Física
(proposta)?
Equilíbrio entre teoria e
prática 2
Mais prática 22
Sem mudanças 1
Conteúdo 19
Maior frequência de
aulas 1
Interação 7
Ter uniforme 3
Melhoria da Quadra 3
Como se vê no Quadro 15, que apresenta como os alunos acham que devem
ser as aulas de Educação Física, solicita-se por mais prática e ter conteúdos.
Quando os alunos identificam no Quadro 13 que as aulas de Educação Física
tem mais teoria que prática e nesse Quadro solicitam mais aulas práticas e a
necessidade de conteúdos, pois no Quadro 14 os alunos afirmam não aprender
nada, fica claro que as aulas de Educação Física não seguem uma sequência
didática e que não utilizam das Concepções Renovadoras da Educação Física.
O que se vê é que, como nas pesquisas de Martinelli, et al. (2006) e de Melo
(2006), os alunos anseiam por aprender algo nessas aulas. E, considerando o que
colocam Soares, et al. (1992), definir objetivos e conteúdos pode ser um caminho
para que a Educação Física seja mais valorizada nas escolas.
44
5.2 Descrição e análise de dados colhidos em outubro de 2011
QUADRO 16- TOTAL DE ALUNOS: 321 (MATUTINO E VESPERTINO)
Idade Sexo
Residên-
cia
Questão
1
Questão
2
Questão
3
Questão
4
Questão
5
Questão
6
Questão
7
Válidos 315 321 253 317 317 320 321 321 225 320
Inválidos 6 0 68 4 4 1 0 0 96 1
Como se vê no Quadro 16, 321 alunos participaram da coleta de dados
respondendo a quase todas as questões do questionário, no segundo momento.
QUADRO 17- IDADE
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos 10 6 1,9 1,9 1,9
11 27 8,4 8,6 10,5
12 55 17,1 17,5 27,9
13 52 16,2 16,5 44,4
14 57 17,8 18,1 62,5
15 44 13,7 14,0 76,5
16 42 13,1 13,3 89,8
17 25 7,8 7,9 97,8
18 6 1,9 1,9 99,7
19 1 ,3 ,3 100,0
Total 315 98,1 100,0
Inválidos 6 1,9
Total 321 100,0
Como se vê no Quadro 17, as idades dos alunos são entre 10 e 19 anos.
Com maior número entre 12 e 16 anos. Como foi a mesma comunidade, esse
aspecto se manteve igual.
45
QUADRO 18- SEXO
Frequência Porcentagem Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Masculino 174 54,2 54,2 54,2
Feminino 147 45,8 45,8 100,0
Total 321 100,0 100,0
Como se vê no Quadro 18, nesse momento, os questionários foram
respondidos por 174 meninos e 147 meninas.
QUADRO 19- RESIDÊNCIA
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Zona Urbana 184 57,3 72,7 72,7
Zona Rural 69 21,5 27,3 100,0
Total 253 78,8 100,0
Inválidos 68 21,2
Total 321 100,0
No Quadro 19, repete-se que os alunos residem na Zona Urbana e Zona
Rural, com maior quantidade na Zona Urbana.
QUADRO 20- COMO VOCÊ AVALIA SUA ESCOLA?
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Ruim 21 6,5 6,6 6,6
Razoável 122 38,0 38,5 45,1
Boa 122 38,0 38,5 83,6
Ótimo 52 16,2 16,4 100,0
Total 317 98,8 100,0
Inválidos 4 1,2
Total 321 100,0
46
Como se vê no Quadro 20, nesse momento os alunos avaliam a escola entre
razoável e boa.
QUADRO 21- O QUE VOCÊ ACHA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
Frequência Porcentagem Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Ruim 3 ,9 ,9 ,9
Razoável 62 19,3 19,6 20,5
Boa 136 42,4 42,9 63,4
Ótimo 116 36,1 36,6 100,0
Total 317 98,8 100,0
Inválidos 4 1,2
Total 321 100,0
Como se vê no Quadro 21, em relação ao que os alunos acham das aulas de
Educação Física, aparecem em maior quantidade boa e ótima. Caiu a percepção de
aulas ótimas em relação ao primeiro momento e este precisa ser um ponto de
reflexão nos próximos elementos questionados.
QUADRO 22- COMO VOCÊ AVALIA O SEU RELACIONAMENTO COM A TURMA?
Frequência Porcentagem Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Ruim 25 7,8 7,8 7,8
Razoável 129 40,2 40,3 48,1
Bom 93 29,0 29,1 77,2
Ótimo 73 22,7 22,8 100,0
Total 320 99,7 100,0
Inválidos 1 ,3
Total 321 100,0
47
Como se vê no Quadro 22, em relação a avaliação do relacionamento entre
os alunos, os resultados apontam como razoável. Antes, essas relações eram
consideradas boas.
QUADRO 23- ONDE GERALMENTE ACONTECEM AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA SUA
ESCOLA?
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válido
s
Quadra 17 5,3 5,3 5,3
Sala de Aula 68 21,2 21,2 26,5
Quadra e
Sala de Aula 236 73,5 73,5 100,0
Total 321 100,0 100,0
No Quadro 23, em relação onde geralmente acontecem as aulas de
Educação Física, os achados foram quadra e sala de aula. Aqui, uma mudança
importante que precisa ser destacada. No primeiro momento, a sala de aula
apareceu como principal espaço onde as aulas aconteciam. Agora, apareceu
também a quadra. Ou seja, parece que um dos anseios dos alunos foi atendido, ter
mais experiências práticas. Isto pode indicar, também, que a Educação Física
passou a ser encaminhada como intervenção teórico-prática.
QUADRO 24- VOCÊ ACHA QUE É IMPORTANTE TER AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
ESCOLA?
Frequência Porcentagem
Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Sim 309 96,3 96,3 96,3
Não 12 3,7 3,7 100,0
Total 321 100,0 100,0
Como se vê no Quadro 24, a Educação Física continuou sendo considerada
importante por 96,3% dos alunos pesquisados.
48
QUADRO 25- JUSTIFICATIVAS PARA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Saúde Beleza
Pratica
Esportiva Lazer
Jogos e Brincadeiras
Dança Outros
Válidos 189 39 173 87 134 67 38
Obs: A soma dos resultados não pode dar 100% pois nesse quesito os alunos marcaram mais de
uma opção.
Como se vê no Quadro 25, as justificativas permanecem as mesmas e
continuam se aproximando das pesquisas consultadas e citadas no referencial
teórico.
Aqui cabem algumas reflexões. Como dito no capítulo 3 deste texto, as
intervenções do PIBID/UNEB-Educação Física 2009 foram organizadas a partir da
Pedagogia Histórico-Crítica e da perspectiva Crítico-Superadora, mesmo
reconhecendo as dificuldades próprias do sistema educacional para concretizá-las.
Todavia, parece que o tempo de intervenção não foi suficiente para mudar o olhar
dos alunos, já que os vieses tecnicista e higienista continuam aparecendo no
Quadro 25. Isto nos leva a pensar, também, que 01 ano de intervenção não foi,
ainda, suficiente para mudar um olhar que se constitui durante toda a vida no próprio
cotidiano, especialmente considerando que a esportivização continua aparecendo no
Quadro 26 (a seguir).
QUADRO 26- VOCÊ TEM CONTATO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA FORA DA ESCOLA?
Frequência Porcentagem Porcentagem
Valida
Porcentagem
cumulativa
Válidos Sim 234 72,9 73,1 73,1
Não 86 26,8 26,9 100,0
Total 320 99,7 100,0
Inválidos 1 ,3
Total 321 100,0
Obs.: futebol, atletismo, ginástica, pega-pega, vôlei, basquete, natação, dança, brincadeiras, ciclismo,
baleado, prática de esporte, handebol, capoeira, musculação, pula corda, karatê, skate, hip-hop, 7
pedras.
49
Como se vê na Questão 26, em relação ao contato com a Educação Física
fora da escola, observa-se uma ampliação dos temas da cultura corporal nas
respostas dos alunos, mas ainda com enfoque no esporte. Todavia, pode-se inferir
que essa ampliação tem relação com o maior acesso aos temas da cultura corporal
que tiveram nas aulas de Educação Física.
QUADRO 27- O QUE É A EDUCAÇÃO FÍSICA PARA VOCÊ?
Categoria Falas mais frequente Frequência
O que é a Educação
Física para você?
Ginástica 3
Prática de exercício físico 2
Esporte 19
Expressão corporal 1
Diversão 6
Educar o corpo 1
Atletismo 3
Natação 1
Saúde 5
Jogos 2
Ir para quadra 1
Lazer 3
Diversão 2
Bem estar 2
Prazer 1
Modo de interação 1
Ritmos 1
No Quadro 27, relacionado ao que é Educação Física para os alunos os
achados foram esportes, saúde e diversão. Esses resultados afirmam os achados do
Quadro 25 das aulas de Educação Física vista ainda com vieses nas concepções
higienista e tecnicista, comprovando que as intervenções do PIBID/UNEB-Educação
Física ainda não mudaram as concepções dos alunos.
Na década de 1970, o processo de esportivização da Educação Física passou
a ocupar maior espaço. De acordo com Soares, et al. (1992), com esse movimento,
50
o esporte passou a utilizar do espaço escolar e dos alunos, buscando fortalecer o
cenário nacional, a partir da perspectiva da competição, alto rendimento,
regulamentação das regras de forma rígida, a técnica pela técnica, demonstrando
aos alunos o sucesso do esporte como forma de alcançar vitórias. A Educação
Física assumiu um caráter tecnicista. Esse olhar, conforme os mesmos autores,
ainda está presente atualmente por conta de o esporte representar um espetáculo
de alto valor econômico. É, certamente, com esse viés que os alunos tem contato
fora da escola e isto concorre com a perspectiva no qual o PIBID/UNEB-Educação
Física se referenciou, propondo inclusive a reflexão sobre a relação esporte e mídia.
QUADRO 28- COMO SÃO AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
Categoria Falas mais frequente Frequência
Como são as aulas de
Educação Física?
Boas 10
Muito bom 2
Divertidas 2
Ótimas 8
Seria melhor se fosse
para quadra 3
Só fica dentro da sala 3
A gente nunca vai para
quadra e é ruim 3
Mais ou menos 3
Tem dias que são boas,
tem dias que são ruim 2
Só na sala e não vai para
quadra 3
Aprende o que é jogo 1
O que é esporte 1
Bom quando vai para
quadra 3
Cooperação 1
Prazerosa 1
Dança 1
51
Como se vê no Quadro 28, reapareceu que as aulas são boas e ótimas.
Chama atenção essa relação de que as aulas de Educação Física são boas
quando acontecem na quadra e são ruins quando não se vai para quadra. Isto
afirma que para os alunos as aulas só devem acontecer na quadra e remetem ao
fazer.
Entretanto, tratando se dos elementos da cultural corporal, são múltiplos
locais dentro da escola capazes de proporcionar uma aula de qualidade. E isto foi
concretizado no âmbito do PIBID, encontrando, muitas vezes, resistência dos
alunos.
52
QUADRO 29- O QUE APRENDEU COM ESSAS AULAS?
Categoria Falas mais frequente Frequência
O que aprendeu com
essas aulas?
Nada 4
Capoeira 4
Jogos 11
Esportes 4
Pular corda 2
Alongamento 2
Vôlei 2
Dança 11
Atletismo 4
Brincadeira 2
Regras de jogos 2
A respeitar o corpo do
outro 1
Basebol 1
Frisbee 3
Ginástica 7
Seminário 1
Trabalho em equipe 2
Cooperar, respeitar o
colega 2
Superação 1
Compartilhar 1
Futebol 2
criar jogos 2
Como se vê no Quadro 29, em relação o que os alunos aprenderam com as
aulas os achados mais frequentes foram jogos, dança, ginástica.
Apesar dos Quadros 25 e 27 apresentarem apenas o esporte como conteúdo
central no olhar dos alunos, aqui obtivemos achados que comprovam o acesso a
outras experiências que contemplam os elementos da cultura corporal. Entretanto,
53
esses elementos ainda não estão enraizados. Nesse quesito o esporte obteve pouca
significância.
Dentro da perspectiva da cultural corporal na Educação Física, objetiva-se [...]
desenvolver uma reflexão pedagógica sobre o acervo de formas de representação
do mundo que o homem tem produzido no decorrer da história, exteriorizadas pela
expressão corporal” (SOARES, ET AL, 1992, p. 26). E, esse quadro comprova que
as intervenções do PIBID/UNEB-Educação Física pautaram-se em tal referência e
que houve ampliação do acesso dos alunos a esses temas.
QUADRO 30- COMO VOCÊS ACHAM QUE DEVEM SER AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
(PROPOSTA)?
Categoria Falas mais frequente Frequência
Como vocês acham que
devem ser as aulas de
Educação Física
(proposta)?
Jogar vôlei 6
Atividades em sala 1
Jogar basquete 2
Alongamento 2
Ir para quadra 8
Futebol 4
Novas brincadeiras 1
Mais aulas de dança 4
Mais aulas de ginástica 2
As meninas jogar futebol
com os meninos 1
Futebol de mulher contra
mulher 2
Fazer mais atividade
avaliativa 3
Esportes diferentes 1
Capoeira 4
Futsal 1
Natação 5
Lutas 5
Atletismo 2
54
No Quadro 30, em relação como alunos acham que devem ser as aulas de
Educação Física (proposta) os resultados mais frequentes foram: ir para quadra,
jogar vôlei, natação e lutas.
Retomando o Quadro 28 em que os alunos consideram que as aulas de
Educação Física são boas quando acontecem na quadra, o mesmo se confirma
aqui, reforçando a ideia do fazer por fazer no olhar dos estudantes. Essa perspectiva
aparece, também, no “jogar vôlei”.
Quanto à natação, é preciso apontar que não há infraestrutura para tematizar
esse tema com os alunos na realidade em que o PIBID/UNEB-Educação Física se
concretiza. E, no que diz respeito às lutas, o projeto de ensino-aprendizagem
proposto pelo supra citado projeto previu sua tematização, mas apenas nas turmas
em que as relações interpessoais proporcionassem confiança para o trato
pedagógico do tema, devido à necessidade de garantir segurança física aos alunos.
55
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta pesquisa, teve como objetivos específicos: identificar a realidade da
Educação Física na escola antes das intervenções do PIBID; analisar a intervenção
do PIBID no contexto da Escola Oscar Cordeiro; averiguar a situação pedagógica da
disciplina Educação Física após um período de intervenções do PIBID na Escola
Estadual Oscar Cordeiro.
Antes do PIBID, os alunos identificaram que as aulas de Educação Física são
ótimas, mas acham que ela significa exercícios, esporte, saúde e lazer. Esses
olhares vinculam-se a concepções tradicionais, especificamente da tecnicista e
higienista. E o que se viu é que os olhares dos alunos se formavam mais no senso
comum.
Quanto às intervenções do PIBID, os alunos identificaram que as aulas de
Educação Física são boas e nelas aprenderam sobre jogos, ginástica e dança.
Todavia, é perceptível que após um período de intervenções do PIBID ainda
não se modificou os olhares dos alunos que continuam sendo tradicionais. O que se
pode concluir é que o tempo de intervenções não foi suficiente para mudar um
imaginário construído durante toda a vida dos alunos no seu contato com a
Educação Física na escola e fora dela.
Contudo, é notório que as aulas aconteciam antes da inserção do PIBID de
maneira aleatória, sem uma sequência didática e sem proposta previamente
desenvolvida. Apenas realizava-se o jogar bola, sendo um fazer por fazer. Todavia,
após o PIBID os alunos identificaram diversos elementos que contemplam os
conteúdos relacionados à cultura corporal.
O que se vê, portanto, é que as intervenções do PIBID/UNEB-Educação
Física, até o momento em que se fez a segunda coleta de dados, modificou o
acesso dos alunos aos temas da cultura corporal. Isto representa um avanço no que
se refere ao papel que tem a escola na concepção da Pedagogia Histórico-Crítica.
Mas essas intervenções ainda não foram suficientes para transformar o olhar
dos alunos para a Educação Física, que continua sendo tomada como momento de
prática esportiva e de fazer algo. É preciso apontar que essa dimensão precisa ser
tomada como objetivo específico de reflexão nas intervenções que ainda serão
56
realizadas no âmbito do PIBID. E os resultados apontam a necessidade de continuar
com tais intervenções, considerando os resultados desta avaliação de impacto.
Entende-se, ainda, que esta pesquisa, através da metodologia adotada, traz
contribuições importantes para estudantes e professores de Educação Física que
estão inseridos em projetos do PIBID no que diz respeito à necessidade de avaliar,
com rigor, as ações desenvolvidas.
Nessa relação, suas contribuições se estendem para outros cursos de
licenciatura em que o PIBID seja realizado, como base para realizar avaliações
diagnósticas e de impacto.
Aponto ainda, que nesta pesquisa tinha como objetivo realizar outra coleta de
dados para ampliar a discussão e fornecer elementos para enriquecer o estudo.
Todavia, devido à greve dos professores do Estado da Bahia, já citada na pesquisa,
isto foi impossibilitado.
Entende-se, ainda, que esta pesquisa indica outras questões que podem ser
investigadas, como os elementos extra-escolares que influenciam o olhar dos alunos
para a Educação Física e o trato pedagógico que este podem/devem ter no âmbito
da Educação Física escolar.
57
REFERENCIAS
BAUER, Adriana. Avaliação de impacto no Brasil: é possível mensurar impactos de programas de formação docente? Revista da Fundação Carlos Chagas. n. 46, mai/ago 2010. BENTO, Lilian Carla Moreira; RIBEIRO, Romes Dias. As Aulas de Educação Física na Concepção dos Alunos de 5ª a 8ª Séries do Ensino Fundamental da Cidade de Indianópolis-Mg. Revista Motrivivência, ano XX, n. 31, Dez., 2008.
BETTI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação física Escolar: uma Proposta de Diretrizes Pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, ano 1, n. 1, 2002. BRASIL, Ministério da Educação: Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL, Ministério da Educação: Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7219.htm. Acessado em 16 jun. 2012. BRANDT, Celia Finck. Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão: A Relevância do Projeto Pibid Como Instrumento Viabilizador da Inserção Social. Disponível em: www.ufrgs.br/.../pibid/. Acessado em 16 jun. 2012. BOLINO, Claudete. Educação física escolar: primeiros tempos. Sociedade Brasileira de História da Educação. Vitória, S/D. CAETANO, Ángelica, et al. Educação física escolar: um estudo sobre atitudes expressadas por alunos do ensino fundamental. Anais do XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e III Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Centro de Convenções do Estado da Bahia, 2009. COLAVOLPE, Carlos Roberto; et al. O PIBID na Licenciatura em Educação do Campo da UFBA – LEC/UFBA. Disponível: www2.faced.ufba.br/educacampo/pibid. Acessado em 12 jun. 2012. CARNEIRO, Elaine de Brito. O olhar dos alunos sobre a Educação Física escolar. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital, ano 11, n. 103, Dez,
2006.
58
CARDOSO, Célia Costa, O PIBID de História: Formação de Educandos para o Ensino e a Pesquisa (MEC/CAPES/UFS). Anais de V Colóquio Internacional “Educação e Contemporaniedade”. UFS, 2011. COSTA, Andressa Nunes; et al. O olhar dos alunos sobre a escola e a Educação Física: o contexto do PIBID/UNEB-Educação Física. Anais do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte-Congresso Internacional de Ciências do Esporte UFRGS, 2011. DARIDO, Suaraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. 2. ed. Rio de Janeiro: Nacional, 2011. DARIDO, Suraya Cristina. Educação Física na escola: questões e reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. FERNANDES, Anoel. A renovação na Educação Física escolar: desafios e perspectivas. Revista Digital Lecturas, ano 14, n. 133 – Jun., 2009. FONSECA FILHO, Gustavo Soares; et al. Percepção dos Alunos de uma Escola Pública em Relação às Aulas de Educação Física. Anais do IV Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. UFMG, 2011. GASPARIN, Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Autores Associados, 2009. JESUS, Joice Souza de; et al. Visão dos gestores e funcionários do Colégio Estadual Oscar Cordeiro sobre a escola e a Educação Física: o contexto em que se insere o PIBID/UNEB-Educação Física. Anais do Congresso Nordeste de Ciências do Esporte UFC, 2010. MARTINELLI, Camila Rodrigues; et al. Educação física no ensino médio: motivos que levam as alunas a não gostarem de participar das aulas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 5, n. 2, 2006. MARTINS, Fabrício Döring; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. Educação Física Escolar como componente curricular: intenções e impasses. Revista Digital Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital, ano 13, n. 128, jan.,
2009. MELO, José Pereira de. Perspectivas da Educação Física Escolar: reflexão sobre a Educação Física como componente curricular. Revista Brasileira Educação Física Esportiva, v.20, Suplemento n.5, set., 2006. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010. MOREIRA, Isis Santos; et al. O estudo da realidade da Escola Estadual Oscar Cordeiro do município de Alagoinhas/BA. Anais do Congresso Nordeste de Ciências do Esporte UFC, 2010.
59
MONTEIRO, Alessandra Andrea. Corporeidade e educação física: histórias que não se contam na escola! Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado Em Educação Física São Paulo, 2009. MORALES, Karlla Silveira; et al. Projeto Pibid como Suporte para Mudanças no Ensino de Matemática. Anais do Congresso Nacional de Educação Matemática, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011. SILVA, Eliene Maria da. PIBID/UNEB: Uma Experiência e Novos Territórios de Formação Inicial e Continuada do Profissional Docente. II Encontro Nacional das Licenciaturas e I Seminário Nacional do PIBID UFG, 2011. SOARES, Carmen Lúcia, et al. Metodologia do Ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. SOUZA, Ilson de; SILVA, Morgana Claudia da. Representações sobre aulas de educação física: o olhar dos escolares. Anais do Congresso Norte Paranaense de Educação Física Escolar. Universidade Estadual de Londrina, 2009. SOUSA, Jeane Dantas; DANIEL, Maria Miqueline da Conceição; Importância da Educação Física Escolar na Visão dos Alunos de uma Escola Pública. Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, 2010a. SOARES, Carmen Lúcia. Educação Física: Raízes Europeias e Brasil. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2004. SOUSA, Jeane Dantas; DANIEL, Maria Miqueline da Conceição. Percepção das Aulas de Educação Física na Visão de Alunos da Rede Pública de Juazeiro do Norte – Ce. Anais do Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica. 2010b. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas: Autores Associados, 2008. UNEB. Projeto Institucional do PIBID/UNEB. Salvador, UNEB, 2009.
60
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO
NOME COMPLETO______________________________________________
IDADE:________________ SEXO: :________________
ONDE MORA: a) ZONA RURAL b) ZONA URBANA
1 – COMO VOCÊ AVALIA SUA ESCOLA?
a) RUIM b) RAZOÁVEL c) BOA d) ÓTIMA
2 – O QUE VOCÊ ACHA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?
a) RUIM b) RAZOÁVEL c) BOA d) ÓTIMA
3 – COMO VOCÊ AVALIA O SEU RELACIONAMENTO COM A TURMA?
a) RUIM b) RAZOÁVEL c) BOA d) ÓTIMA
4 – ONDE GERALMENTE ACONTECEM AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA SUA
ESCOLA?
a) QUADRA b) SALA DE AULA c) SALA E QUADRA d) OUTROS
5 – VOCÊ ACHA QUE PE IMPORTANTE TER AS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA
ESCOLA?
a) SIM b) NÃO
6 – SE NA QUESTÃO ANTERIOR SUA RESPOSTA FOR SIM, JUSTIFIQUE NAS OPÇÕES
ABAIXO?
a) SAÚDE b) BELEZA c) PRÁTICA ESPOTIVA d) LAZER
e) JOGOS E BRINCADEIRAS f) DANÇA g) OUTROS
Obs: Nessa questão os alunos poderão optar por mais de uma alternativa
7 – VOCÊ TEM CONTATO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA FORA DA ESCOLA?
a)SIM b)NÃO
QUAL(IS) _______________________________________________________
61
APÊNDICE B
ENTREVISTA
1- O que é educação física para vocês?
2- Como são as aulas de educação física?
3- O que aprendeu com essas aulas?
4- Como vocês acham que devem ser as aulas de educação física (propostas)?