Instrumento para desenvolver o esprito quaresmal da converso,
interior e ao comunitria. Gestos concretos de fraternidade A partir
de problemas especficos, tratados luz do Projeto de Deus. Campanha
da Fraternidade - CF
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Objetivos permanentes 1 Despertar o esprito comunitrio e cristo
no povo de Deus na busca do bem comum; 2 Educar para a vida em
fraternidade, a partir da justia e do amor; 3 Renovar a conscincia
da responsabilidade de todos pela ao evangelizadora da Igreja, na
promoo humana, em vista de uma sociedade mais justa e
solidria.
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Em 1961, trs padres responsveis pela Critas Brasileira
idealizaram uma CAMPANHA para arrecadar fundos para as atividades
assistenciais e promocionais da instituio e torna- la, assim,
autnoma. A atividade foi chamada de CAMPANHA DA FRATERNIDADE e
realizada a primeira vez na Quaresma de 1962, em Natal-RN. No ano
seguinte 1963 dezesseis dioceses do Nordeste aderiram Campanha. Em
mbito Nacional, o projeto foi lanado no dia 26 de Dezembro de 1963,
sob o impulso renovador do Conclio Vaticano II. Em 20 de Dezembro
de 1964 os bispos aprovaram o projeto inicial da campanha; Em 1965,
a CNBB passou a assumir a CF. Em 1970, a CF ganhou o apoio
expressivo do papa. A mensagem papal continua enriquecendo a
abertura da CF.
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Temas da CF 1964: Igreja em renovao lembre-se: voc tambm
Igreja. 1966: Fraternidade somos responsveis uns pelos outros.
1973: Fraternidade e libertao: o egosmo escraviza, o amor liberta.
1981: Sade e Fraternidade: Sade para todos. 1982: Educao e
Fraternidade: A verdade vos libertar 1983: Fraternidade e violncia:
Fraternidade sim, violncia no.
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1993: Fraternidade e a moradia: onde moras? 1994: A
fraternidade e a famlia: a famlia, como vai? 1996: A fraternidade e
a poltica: Justia e paz se abraaro. 2000: Ecumnica: dignidade
humana e paz Novo Milnio sem excluses. 2013: Fraternidade e
juventude: eis-me aqui, envia-me. 2014: Fraternidade e Trfico
Humano: para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5, 1).
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1 Reflete a crueldade do trfico humano. As mos acorrentadas e
estendidas simbolizam a situao de dominao e explorao. A mo que
sustenta as correntes representa a fora do trfico, que explora e
mata. 2 A sombra na parte superior do cartaz expressa as violaes do
trfico humano que ferem a fraternidade e a solidariedade, que
empobrecem e desumanizam a sociedade. 3 - As correntes rompidas e
envoltas em luz apontam para a esperana de libertao do trfico
humano. Gl 5, 1: para a liberdade que Cristo nos libertou.
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A Liberdade um dom de Deus, oferta generosa Humanidade desde
sempre e, mais explicitamente, na pessoa do seu Filho, Jesus
Cristo. O trfico humano cerceamento dessa liberdade e o desprezo
pela obra criacional de Deus; uma ofensa ao prprio Deus, portanto.
O que provoca o trfico humano? Segundo o papa Francisco isso se
deve e muito aos nossos tempos que vive e anseia por uma cultura do
bem-estar que nos leva a pensar unicamente em ns mesmos e nos torna
insensveis aos apelos alheios. Indiferena: globalizao da
indiferena. O outro no nos interessa; no nos diz respeito, no
responsabilidade nossa. Liberdade?
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Quaresma A converso implica recomear a partir de Jesus
Cristo.
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[...] o recrutamento, o transporte, a transferncia, o
alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo ameaa ou uso da
fora ou a outras formas de coao, ao rapto, fraude, ao engano, ao
abuso de autoridade ou situao de vulnerabilidade ou entrega ou
aceitao de pagamentos ou benefcios para obter o consentimento de
uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de explorao.
A explorao incluir, no mnimo, a explorao da prostituio de outrem ou
outras formas de explorao sexual, o trabalho ou servios forados,
escravatura ou prticas similares escravatura, a servido ou a remoo
de rgos.
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CRIMINOSOS - exploram pessoas em vrias atividades: 1 construo 2
confeco 3 entretenimento 4 sexo 5 servios agrcolas e domsticos 6
adoes ilegais 7 remoo de rgos 8 outros.
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So altamente lucrativos, silenciosos, de baixssimo custo e de
poucos riscos para os traficantes. As pessoas so tratadas e
manipuladas como coisas, objeto e mercadorias. O Brasil, aps o
tratado de Palermo (2006), lanou a Poltica Nacional de
Enfrentamento ao Trfico de Pessoas. A ICAR se une a essas
iniciativas no intuito de potencializ-las e suscitar, em suas
comunidades, reflexes e aes de combate a esta chaga social.
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Trfico Humano crime contra a dignidade da Pessoa Humana (limita
sua liberdade, despreza sua honra, agride seu amor prprio, ameaa e
subtrai sua vida) uma vergonha para as nossas sociedades que se
dizem civilizadas Papa Francisco No h pas livre do trfico de
pessoas, seja como ponto de origem do crime, seja como destino dos
traficados (Ministrio da Justia) GS 27:... so infames... e ofendem
grandemente a honra do criador. Ocorre entre classes menos
favorecidas e contribui para disseminar o preconceito e o
racismo.
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Modalidades Explorao no trabalho: trabalho forado, trabalho
escravo, explorao do trabalho, semiescravido, trabalho degradante,
entre outros. Qualquer trabalho que no rena as mnimas condies
necessrias para garantir os direitos do trabalhador... Vai desde o
constrangimento fsico e moral at as pssimas condies de trabalho e
de remunerao.
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Alojamentos sem condies de habitao; falta de instalaes
sanitrias e de gua potvel, falta de equipamentos de proteo
individual, higiene e segurana no trabalho; jornadas exaustivas,
remunerao irregular. Nas regies Norte e Centro-Oeste, um em cada
dois municpios j foi atingido. Nas demais regies, um em cada dez.
Nessa modalidade, a maioria dos traficados so homens: 95,3%.
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EXPLORAO SEXUAL Explorao da prostituio sexual ou de outras
formas de explorao sexual. Faz uso de: pornografia, do turismo, da
indstria do entretenimento, da internet. Nessa modalidade, 80% dos
traficados so mulheres.
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Extrao de rgos Envolve a coleta e a venda de rgos de doadores
involuntrios ou doadores que so explorados ao venderem seus rgos em
circunstncias questionveis. A internet muito usada nessa
modalidade. A cena: um doador, um mdico especializado e uma sala de
cirurgias. O caso mais conhecido foi em Pernambuco-frica do Sul no
ano de 2000. Em 2004 o ministrio pblico denunciou 28 pessoas. O
esquema movimentou em torno de 4,5 milhes na comercializao de cerca
de 30 rgos.
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D E C RIANAS E A DOLESCENTES Na dcada de 80, quase 20 mil
crianas brasileiras foram enviadas ao exterior para adoo. A situao
de muitas ainda permanece uma incgnita. Para cada 10 crianas
brasileiras, uma trabalha; So 866 mil crianas de 7 a 14 anos
alistadas como trabalhadoras no Brasil. (trabalho escravo forado,
venda e trfico de pessoas, produo e trfico de drogas, corte de cana
e fabricao de tijolos e farinha). Milhares de crianas fazem
trabalhos domsticos no Brasil.
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Crime organizado: ampla estrutura e sofisticado servio.
Funcionam de maneira autnoma, dificultando o seu combate. Rotas: Em
2003 foi mapeado 241 rotas nacionais e internacionais. Cidades
prximas a rodovias, portos e aeroportos. Trfico interno e
internacional. Amaznia (76), nordeste (69), Sudoeste (35),
Centro-oeste (33) e Sul (28). Invisibilidade: dificultam o
enfrentamento, pois um crime silencioso. Aliciamento e coao: a
pessoa abordada com uma oferta de trabalho irrecusvel, que lhe
promete melhorar de vida. As redes de aliciamento se
camuflam...
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... recrutando pessoas para as atividades como de modelos, de
talentos para futebol, babs, enfermeiras, garonetes, danarinas ou
trabalhar como cortador de cana, pedreiro, peo, carvoeiro. Perfil
dos aliciadores: muitas vezes pertencem ao rol de amizades das
vtimas ou de familiares. Alguns se apresentam como trabalhadores ou
proprietrios de casas de shows, bares, falsas agncias de encontros,
de matrimnios ou de modelos. As vtimas: em situao vulnervel social:
mulheres, crianas, jovens e homens.
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* um fenmeno constante na humanidade. * no perodo que
compreende os anos 1846 a 1940, cerca de 55 milhes de pessoas
migraram da Europa para as Amricas. * Atualmente, com os modernos
meios de transportes e comunicao, estima-se que s em 2010 os
migrantes chegaram a 214 milhes, cerca de 3% da populao mundial.
Destinos preferidos: EUA (20%), Europa (9,4%), Canad (5,7%); outros
64%, outros destinos. * Migrao voluntria, econmica ou forada.
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Estatstica do Traf. H. no Brasil Entre 2005 e 2011, foram
instaurados 514 inquritos pela Polcia Federal. Desses, 344 dizem
respeito ao trabalho escravo, 13 ao trfico interno de pessoas e os
outros 157 de Traf. Sexual. No mesmo perodo, houve 381
indiciamentos, enquanto as prises chegaram a 158.
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Gn 1, 26: faamos o homem nossa imagem e semelhana Sl 8, 5-6:
que o Homem, Senhor, para que deles tu te ocupes tanto assim? [...]
Entretanto, vs o fizeste quase igual aos anjos, de glria e honra o
coroaste. Gn 37, 12-28: Jos, filho do patriarca Jac, a primeira
pessoa vendida na Bblia, foi levado por mercadores a trabalhar como
escravo no Egito. Ex 1, 8-14: um rei-fara que desconhecia o
trabalho de Jos junto a dinastia passada, torna escravo dos egpcios
os descendentes de Jos. Ex 3, 7ss: Deus mesmo, por meio de Moiss,
vai libertar o seu povo da escravido.
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2 Rs 24,13: Exlio Babilnico: 597 a.C. Rei Nabucodonosor. Sl
137, 1-4: na beira dos rios da babilnia, ns nos sentvamos chorando,
com saudades de Sio. [...] Como cantar os cantos do Senhor em terra
estrangeira?. Ex 20, 2-17; Dt 6, 6-11: as leis so criadas como
desdobramento do declogo para que a essncia da relao com Deus no se
perca.
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Profetismo na Bblia Am 1,6. 2,6. 4, 1: oprimir o pobre o maior
de todos os pecados. Is 59, 3-15: denncia da violncia contra os
indefesos. Jr 34, 12-22: Jubileu perdo dos pecados, das dvidas,
libertao do oprimido, do escravo. O cdigo da Aliana protege os mais
vulnerveis: faz referncia ao vigente, mas aponta caminhos para
super-lo, para buscar o querer de Deus; Lv 19, 33-34. Ex 20,
2-17.
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No Novo Testamento Lc 4, 18-19: o Esprito do Senhor est sobre
mim para libertar os cativos... Mt 5, 1-4; Mc 10, 21-25; Lc 6, 20:
felizes os que choram, porque sero consolados... Mc 3, 3:
levanta-te, vem para o meio. Lc 13, 12: mulher, ests livre da tua
doena. Mc 6, 34: teve compaixo, pois eram como ovelhas sem pastor
Mt 25, 31-46: Estive preso... e foste me visitar.
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O Trfico Humano a forma mais nefasta da idolatria: mentira,
furto, roubo, assassinato, avareza, luxria, apega s riquezas. I Tm
6, 10: a raiz de todos os males o amor ao dinheiro.
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Enfrentamento ao Trfico Humano # enquanto cristos e pessoas de
boa vontade, temos a misso de agir para que a sociedade se
estruture em termos de conscientizao e preveno, de denncia, de
reinsero social e de incidncia poltica. # necessrio articular a ao
social cumprindo o desafio de a Igreja ser a advogada da justia e a
defensora dos pobres [...] milhares de pessoas esto em situao de
misria e pobreza, potenciais vtimas de aliciadores para o trfico
humano. # grito de protesto como o do cego bartimeu Mc 10, 46ss
contra aqueles que no o deixavam chegar at Jesus, grito de
reivindicao de sua dignidade roubada por uma sociedade
preconceituosa.
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# cabe Igreja amplificar este grito, ou mesmo emprestar sua voz
para quem no consegue gritar. Denunciar. # 3 caminhos de ao: 1)
utilizar sua imensa rede de fiis e sua presena em todo territrio
brasileiro, para divulgar e conscientizar; 2) a converso dos coraes
essencial neste processo, pois apenas as leis nacionais e
internacionais no bastam. 3) Lc 16, 20ss (pobre Lzaro).
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# Pastorais da Igreja: Pastoral do trabalhador migrante rural,
Pastoral do trabalhador migrante So Paulo, Thalita Kum (Rede
Internacional de Vida Consagrada contra o trfico de pessoas),
Comisso Justia e Paz da CNBB, Pastoral da Mulher, Critas
Diocesanas, Pastoral Afro-Brasileira, Pastoral do Menor, Pastoral
da Juventude, Pastoral da Criana. # Em 2008, a CNBB criou dois
grupos de trabalho (GT): o Grupo de Combate ao Trabalho Escravo e o
Grupo de Enfrentamento do Trfico de Pessoas. Em 2011, eles se
uniram formando um nico Grupo de Enfretamento contra o Trfico
Humano.
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Disque 100: a cargo da Secretaria dos Direitos Humanos da
Presidncia da Repblica. Sua funo encaminhar as denncias unidade da
rede de proteo, defesa e responsabilizao mais prxima vitima. Ligue
180: Central de Atendimento Mulher. Receber denncias, orientar e
encaminhar para rgos competentes os casos de trfico de pessoas e de
crcere privado. Tambm orienta nos casos de violncia contra a
mulher. Departamento da Polcia Federal: Diretoria de Investigao e
Combate ao Crime Organizado (DICOR) Coordenao Geral de Defesa
Institucional (CGDI) Diviso de Direitos Humanos (DDH).
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Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo e vos compadeceis dos
oprimidos e escravizados. Fazei que experimentem a libertao da cruz
e a Ressurreio de Jesus. Ns vos pedimos pelos que sofrem o flagelo
do trfico humano. Convertei-nos pela fora do Vosso Esprito, e
tornai-nos sensveis s dores desses nossos irmos. Comprometidos na
superao deste mal, vivamos como Vossos filhos e filhas, na
liberdade e na paz. Por Cristo, nosso Senhor. Amm. ORAO DA
CF-2014