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JOGOS E MODELOS DIDÁTICOS COMO INSTRUMENTOS FACILIT ADORES

PARA O ENSINO DE BIOLOGIA.

Fernanda Sales Coelho1 Priscilla Guimarães Zanella1

Fátima Cristina Ferreira1 Marcelo Diniz Monteiro de Barros2

Thereza Soares Feres3

Linha Temática: Educação

RESUMO

Os métodos de ensino estão, cada vez mais, sendo pesquisados e aprimorados após notar-se que cada aluno aprende de uma forma distinta. Um meio para facilitar a construção do conhecimento do aluno seria a utilização de modelos e jogos didáticos que auxiliam no preenchimento de algumas lacunas acerca da matéria ministrada. Tendo em vista a dificuldade que professores possam ter em ensinar alguns assuntos da disciplina Biologia, principalmente para alunos com necessidades especiais visuais, destaca-se a importância de pesquisas acerca de métodos alternativos de ensino. A deficiência do tipo visual constitui-se em um desafio no processo ensino-aprendizagem, não só por parte dos alunos que possuem este tipo de deficiência, como também para os professores, que precisam estar devidamente capacitados para a realização satisfatória de um trabalho inclusivo. O objetivo deste artigo é destacar a importância e os benefícios da utilização de jogos e modelos didáticos, e como estes podem ser usados e adaptados para alunos com necessidades especiais visuais. Para exemplificar os modelos didáticos, utilizou-se modelos construídos por alunos da graduação em Ciências Biológicas da PUC Minas que foram doados ao Banco de Materiais do Curso de Ciências Biológicas da referida Universidade. Os jogos e modelos didáticos, então, surgem como alternativa viável para o aprimoramento do processo de ensino aprendizagem, principalmente, por sua fácil e acessível produção, pois podem até mesmo ser desenvolvidos pelos próprios alunos deficientes. Ao perceber que métodos alternativos de ensino são importantes no ensino tradicional, eles se tornam indispensáveis para proporcionar percepção e conhecimento aos portadores de deficiência visual, além de desenvolverem a acuidade dos sentidos e habilidades motoras dos mesmos. Ao destacar a importância desses métodos, conclui-se que eles devem

1 Acadêmicas do curso de Ciências Biológicas da PUC Minas. [email protected];

[email protected]; [email protected]. 2 Professor do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas. [email protected] 3 Professora dos Departamentos de Ciências Biológicas e Educação da PUC Minas. [email protected]

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ser pesquisados, para conhecimento crescente de seus benefícios aos alunos, bem como incentivados na educação para que professores obtenham, assim, melhores resultados no processo de ensino. PALAVRAS-CHAVE: Jogos e modelos didáticos; ensino de ciências, educação inclusiva

para deficientes visuais.

1. INTRODUÇÃO

A teoria das múltiplas inteligências, de Gardner, indica que cada estudante aprende de

uma forma distinta e cabe a cada professor descobrir alternativas de ensino e aprendizagem

que contribuam para o desenvolvimento das competências dos alunos. Esse fator, associado à

dificuldade de se ministrar alguns conteúdos de Biologia, indica a necessidade de se propor

atividades alternativas que possam contribuir para o processo de ensino e aprendizagem

(MORATORI, 2003).

Os PCNs se propõem a apresentar materiais de apoio viabilizando o desenvolvimento

das práticas, estudos e reflexões por parte dos professores. O documento afirma que toda

atividade de sala de aula é única, acontece em tempo e espaço socialmente determinados;

envolve professores e estudantes que têm particularidades quanto a necessidades, interesses e

histórias de vida. Assim, os materiais de apoio ao currículo e ao professor cumprem seu papel

quando são fontes de sugestões e ajudam os educadores a questionarem ou a certificarem suas

práticas, contribuindo para tornar o conhecimento científico significativo para os estudantes

(BRASIL, 1998).

Segundo Silva et al (2009), o método de ensino-aprendizagem não deve ser unilateral, no

qual o professor é a fonte soberana de conhecimento. No campo da educação, e especificamente

no ensino de ciências, alguns modelos hegemônicos precisam ser problematizados: o professor

como tutor do conhecimento, o conhecimento científico como o detentor da verdade e o livro

didático como ferramenta única de ensino.

Durante muito tempo confundiu-se "ensinar" com "transmitir" e, nesse contexto, o aluno

era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. A idéia de um ensino

despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por

material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da

aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um

gerador de situações estimuladoras e eficazes (MORATORI, 2003).

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Além do impulso gerado pela preocupação em utilizar materiais e métodos

alternativos de ensino, que despertem a curiosidade e facilitem o aprendizado significativo de

todos os alunos, a questão da Educação Inclusiva também estimula essa discussão.

Com o advento da Educação Inclusiva, muitas pesquisas têm sido realizadas no

sentido de buscar técnicas de ensino-aprendizado que viabilizem um melhor desenvolvimento

da capacidade intelectual dos alunos com alguma necessidade especial educativa. A defesa da

cidadania e do direito à educação das pessoas portadoras de deficiência é uma atitude latente

em nossa sociedade, manifestando-se através de medidas isoladas, de indivíduos ou grupos. A

conquista e o reconhecimento de alguns direitos dos portadores de deficiências podem ser

identificados como elementos integrantes de políticas sociais, a partir de meados do século

XX (MAZZOTTA, 2001).

Materiais como modelos e jogos didáticos facilitam a construção do conhecimento

pelo aluno, pois preenchem algumas lacunas deixadas pelo processo de transmissão e

recepção acerca do conteúdo ministrado. A aprendizagem pode ser facilitada ao se

transformar em atividade lúdica, pelo simples fato de os alunos se entusiasmarem quando são

convidados a aprender de uma forma mais descontraída, interativa e divertida (CAMPOS;

BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003).

Acredita-se, assim como Kishimoto (1996), que o professor deve rever a utilização de

propostas pedagógicas, passando a adotar em suas práticas aquelas que atuem nos

componentes internos da aprendizagem, já que estes não podem ser ignorados quando o

objetivo é a apropriação de conhecimentos por parte do aluno.

Os materiais didáticos são ferramentas fundamentais para os processos de ensino-

aprendizagem, e os jogos e modelos didáticos caracterizam-se como uma importante e viável

estratégia para auxiliar em tais processos, por favorecer a construção do conhecimento pelo

aluno (CAMPOS; BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003).

Observando as dificuldades de se ministrar alguns assuntos na disciplina Biologia,

principalmente para deficientes visuais, o presente artigo pretende destacar a importância da

utilização de métodos alternativos de ensino, como jogos e modelos didáticos, fornecer dicas

acerca da utilização correta dos mesmos, ressaltar os aspectos que devem ser analisados e

adaptações necessárias para alunos com deficiência visual. Serão também fornecidos

exemplos do acervo de materiais disponíveis no Banco de Materiais Didáticos do Curso de

Ciências Biológicas.

2. DESENVOLVIMENTO DOS JOGOS DIDÁTICOS

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O jogo pedagógico ou didático é aquele fabricado com o objetivo de proporcionar

determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material pedagógico, por conter o aspecto

lúdico (Cunha, 1988), e utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, sendo uma

alternativa para se melhorar o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil

aprendizagem (Gomes et al, 2001).

Nesta perspectiva, o jogo não é o fim, mas o eixo que conduz a um conteúdo didático

específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações

(Kishimoto,1996).

Jogos podem ser considerados como uma importante alternativa educacional por

proporcionarem o desenvolvimento das áreas afetiva, cognitiva, social, linguística, motora e

moral, e por contribuírem para fomentar a criatividade, autonomia, responsabilidade,

criticidade e cooperação dos envolvidos (CAMPOS; BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003).

Segundo Stefani & Neves (2004) o jogo didático deve ser utilizado pelo docente de

forma orientada, ou seja, planejada, visando o desenvolvimento de determinadas habilidades e

proporcionando o conhecimento de conteúdos científicos, isto é, durante o jogar o educando

deve ser direcionado a observar alguns dos aspectos demonstrados pelo jogo dependendo do

que se pretende ensinar.

Assim, o jogo ganha, então, espaço como uma útil ferramenta na aprendizagem, tendo

em vista que desperta o interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de experiência

pessoal e social, além de ajudar em descobertas, construção e aprimoramento da

personalidade do indivíduo (CAMPOS; BORTOLOTO; FELÍCIO, 2003).

É válido lembrar que cada professor deve analisar e oferecer atividades adequadas a

cada fase de desenvolvimento dos alunos (SPIGOLON, 2006). Ao optar pela atividade

lúdica, esta deve possuir objetivos bem definidos (MORATORI, 2003).

Para que um jogo seja útil no processo educacional, ele deve promover situações que

despertem o interesse e desafiem o aluno para resoluções de problemas, permitindo que os

estudantes se autoavaliem quanto ao desempenho e participem ativamente de todas as etapas.

Assim, cabe a cada educador explorar e adaptar as situações cotidianas nas atividades

escolares. É de suma importância que o professor domine as idéias e os processos com os

quais vai trabalhar, para que o aluno possa construir e desenvolver o próprio conhecimento

(MORATORI, 2003).

Jogos educacionais e pedagógicos são úteis somente se acompanhados por alguém que

analise o jogo e o jogador de modo crítico, tentando sempre voltar a atenção para que a

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ferramenta seja instrutiva. Porém, o papel do professor não deve ser o de guiar os passos do

aprendiz, mas permitir que a utilização do jogo não desvie muito do objetivo educacional

(MORATORI, 2003).

Uma vez que o sistema dos jogos foi estabelecido e obedecido, aprender torna-se

divertido, natural e interessante para o aluno que irá assimilar coisas não notadas antes e,

assim, o método torna-se uma das maneiras preferidas de aprender, tendo em vista que

aprender deixa de ser tedioso e monótono (MORATORI, 2003).

3. MODELOS DIDÁTICOS – IMPORTÂNCIA NO ENSINO DE CIÊ NCIAS PARA DEFICIENTES VISUAIS

Nos últimos tempos, um tema que tem estado bastante presente nas pautas de

governos, ONGs, grupos de educadores e da sociedade em geral é o instigante, mas nem

sempre bem compreendido, tema da inclusão (FONTANA & VERGARA NUNES, 2006).

A Lei de Diretrizes e Bases 9.394 (96) que assegura que a criança deficiente física,

sensorial e mental, tem o direito de estudar em classes comuns, foi instituída em 1996. Dispõe

no art. 58, que a educação escolar deve situar-se preferencialmente na rede regular de ensino e

determina a existência, quando necessário, de serviços de apoio especializado. O art. 59

contempla a adequada organização do trabalho pedagógico que os sistemas de ensino devem

assegurar às crianças deficientes, com o objetivo de atender às suas necessidades específicas,

assim como a presença de professores preparados, tanto para o atendimento especializado,

quanto para o ensino regular, capacitados para auxiliar a integração desses alunos nas classes

comuns. Se a lei garante a inclusão em salas regulares, a formação dos professores mostra

uma realidade bem diferente que se inicia pela dificuldade deste em lidar com estudantes com

alguma necessidade educativa especial (DICKMAN & FERREIRA, 2008).

No espaço da escola, a inclusão social tem o seu lugar garantido por lei e exige

esforço e disposição para compreender ordenamentos epistêmicos nas áreas de saber já

constituídas (BRASIL, 2004).

O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA -, aprovado no Brasil em 1990,

ratifica os direitos da criança e do adolescente, já apontados pela constituição, que se

constituem basicamente no atendimento educacional especializado para portadores de

deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino (COSTAS, 2008).

A visão integra todos os estímulos que recebemos através dos outros sentidos. No

caso das crianças cegas ou com graves limitações visuais, a maior parte da informação é

recebida através da linguagem oral e pelo sentido do tato, o que confere a estas crianças

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características perceptivas próprias, necessitando por isso de estimulação adicional e/ou da

criação de situações ambientais que conduzam à criação de contextos educativos favoráveis e,

portanto, mais propícios à apreensão de estímulos do meio ambiente (CAPUCHA, 2008).

O número de alunos cegos que chegam às escolas de educação básica aumenta a cada

dia. Entretanto, os docentes continuam a terminar os seus cursos de graduação desconhecendo

como devem trabalhar com esse público. Estudo de Maciel et al (2007) indicou, em escolas

que possuem ou já possuíram atendimento a alunos com deficiência visual, que 94,4% dos

professores entrevistados não possuem formação específica em educação especial.

O ensino de ciências para portadores de deficiência visual tem sido realizado de uma

maneira equivocada, cuja solução depende da investigação científica e da intervenção

cientificamente embasada e avaliada. Diante desse desafio, toda iniciativa com o propósito de

contribuir para a superação desse problema, certamente, é de grande importância (NEVES et

al, 2000).

Segundo Cerqueira e Ferreira (2000), recursos físicos que podem ser utilizados em

todas as disciplinas, áreas de estudo ou atividades, seja qual for o método ou técnica

empregada, que visam auxiliar o educador no processo ensino-aprendizagem, são chamados

recursos didáticos. Eles são de fundamental importância, principalmente, na educação de

deficientes visuais, levando-se em conta que:

a) Deficientes visuais, em especial, o cego, têm dificuldade de contato com o

ambiente físico;

b) O verbalismo utilizado para conduzir a aprendizagem do deficiente visual é

desvinculado da realidade da mesma;

c) A formação de conceitos depende do contato do aluno deficiente com o que está

sendo estudado;

d) O deficiente, como todas as pessoas, precisa de motivação para a aprendizagem;

e) O manuseio desses materiais possibilita o treinamento da percepção tátil,

facilitando a discriminação de detalhes e desenvolvendo, assim, a coordenação

motora.

Uma pesquisa realizada por Laplane e Batista (2003), identificou algumas das crenças

sobre o planejamento de ensino para alunos portadores de deficiência visual, como:

a) Tato é uma habilidade básica e deve ser bem treinada;

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b) Modelos táteis são alternativas para o ensino de deficientes visuais;

c) A criança com deficiência visual deve ter contato com vários objetos possibilitem

a formação de conceitos;

d) Representações visuais devem ser modificadas para representações táteis.

Logo, podemos perceber que o desenvolvimento da habilidade do tato é fundamental

na construção do individuo portador de deficiência visual, tendo em vista que, a partir dessa

habilidade, é que ele consegue sentir e compreender o mundo que o cerca.

Ao visar a que o educando realize suas atividades mais eficientemente, os modelos

didáticos constituem-se com um meio facilitador, incentivador e estimulante do processo de

ensino-aprendizagem (CERQUEIRA; FERREIRA, 2000).

O professor de deficientes visuais, segundo Cerqueira e Ferreira (2000), deverá levar

em conta alguns critérios para alcançar a eficiência desejada na utilização dos recursos, na

seleção, adaptação ou elaboração dos mesmos, como:

a) Tamanho: os materiais devem ser adequados às condições dos alunos, destacarem

os detalhes de suas partes componentes; porém, matérias exageradamente grandes

podem prejudicar a apreensão da totalidade.

b) Significação Tátil: o material precisa possuir um relevo perceptível e constituir-se

de diferentes texturas para destacar as partes componentes.

c) Fidelidade: a representação do estudado deve ser tão exata quanto o modelo

original.

d) Facilidade de Manuseio: os materiais devem ser simples e de manuseio fácil,

proporcionando ao aluno uma prática utilização.

e) Resistência: os recursos didáticos devem ser confeccionados com materiais que

não se estraguem, considerando o freqüente manuseio pelos alunos.

f) Segurança: os materiais devem ser seguros e não oferecerem perigo para os

educandos.

3.1 Modelos presentes no Banco de Materiais Didáticos da PUC Minas

O Projeto de Extensão “Biologia na Escola: Utilização do banco de materiais didático-

educativos para comunidade escolar” tem, como objetivo geral, compartilhar materiais

produzidos e experiências vivenciadas pelos graduandos do curso de Ciências Biológicas com

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a comunidade educativa nos Ensinos Fundamental e Médio. Através do mesmo, foi possível a

construção de um Banco de Materiais Didáticos na PUC Minas (Coração Eucarístico), o qual

organiza e disponibiliza jogos e modelos didático-educativos produzidos pelos alunos do

curso.

Assim, alguns materiais que se encontram no Banco serão utilizados para exemplificar

modelos didáticos produzidos para portadores de deficiência visual.

3.1.1 - Modelo de Aves

No material de aves, podemos encontrar algumas peças de biscuit, como:

a) Diferentes tipos de patas e suas respectivas funções;

b) As partes de uma pena;

c) Diferentes tipos de bicos e suas respectivas funções;

d) Tipos de penas;

e) Ovo não fecundado e suas respectivas partes;

f) Ovo fecundado e suas estruturas;

g) CD-Rom educativo, baseado na obra: Museu virtual das aves, da Revista Galileu.

Figura 1: Modelo de Aves Foto: Fernanda Sales

Fonte: Banco de Materiais Didáticos do Curso de Ciências Biológicas da PUC Minas

3.1.2 - Modelo de Célula Vegetal

Neste modelo, que representa a Célula Vegetal, estão presentes:

a) Membrana Plasmática;

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b) Parede Celular;

c) Cloroplasto;

d) Mitocôndria;

e) Complexo de Golgi;

f) Retículo Endoplasmático (liso e rugoso);

g) Núcleo (com nucléolo);

h) Peroxissomas.

Cada estrutura celular é representada o mais parecido com o real possível, e suas

identificações estão em braile.

3.1.3 - Modelo de Célula Animal

Neste modelo, que representa a Célula Animal, estão presentes:

a) Membrana Plasmática;

b) Mitocôndria;

c) Complexo de Golgi;

d) Retículo Endoplasmático (liso e rugoso);

e) Núcleo (com nucléolo);

f) Peroxissomas.

Cada estrutura celular é representada da forma a mais real possível, e suas

identificações estão em braile.

Figura 2: Modelo de Células Foto: Fernanda Sales

Figura 2: Modelos de células vegetal e animal

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Foto: Fernanda Sales Fonte: Banco de Materiais Didáticos do Curso de Ciências Biológicas da PUC Minas

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista a dificuldade de se ensinar algumas matérias de Biologia e da

preocupação em desenvolver estratégias didáticas que envolvam o tema da inclusão, jogos e

modelos didáticos surgem como alternativa viável para o aprimoramento do processo de

ensino e aprendizagem, de acordo com o baixo custo para sua produção e pelo fato de serem

adaptados pelos próprios alunos, proporcionando, assim, uma maior assimilação do assunto

estudado.

Se, no ensino tradicional, os métodos alternativos já são importantes, para pessoas

com necessidades educacionais especiais, eles surgem como eficaz ferramenta, por

proporcionarem uma oportunidade de percepção e conhecimento que não foram obtidos por

recursos visuais, devido à dificuldade inerente de sua condição física. Além disso, também

auxiliam no desenvolvimento da acuidade dos sentidos e da habilidade motora dos mesmos.

Ao destacar a importância e eficácia dos métodos alternativos citados e sua fácil

implementação, é válido ressaltar que o uso destes deve ser incentivado na educação para que

se obtenha melhores resultados no processo de ensino.

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especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios

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