JONAS, o profeta missionário.
_ Profetas Menores
_ Todo o mundo se lembra bem da experiência de Jonas. Quantos sabem citar a sua
mensagem falada?
_ A máxima do livro para muitos, e o único ponto de interesse é o problema do peixe
que engoliu o profeta Jonas.
_ Jonas foi o primeiro profeta hebreu enviado a um país pagão.
Considerações Preliminares
Autor: Jonas (embora o livro não cite). Era um profeta, e fugiu da presença de Deus.
Significado: hebraico “pombo”.
Tema: A magnitude da misericórdia salvífica de Deus
Data: Cerca de 760 a.C.
Filho de: Amitai (1.1)
Nasceu em: Gate-Efer (aldeia localizada a 4 Km de Nazaré) 2 Re 14.25
Profeta do Reino do: Norte, profeta de Israel.
Profetizou durante o reinado de: Jeroboão II (793-753 a.C.), foi o filho e sucessor de
Joás , foi o 13º rei do antigo Reino de Israel , sobre a qual ele governou por 41 anos. Fez
o que era mal aos olhos do Senhor.
Características Especiais
(1) É um dos dois únicos livros proféticos do AT escritos por um profeta nascido e
criado no Reino do Norte. O outro é Oséias.
(2) É uma obra prima de narrativa concisa, somente a oração em ação de graças está
em forma poética (2.2-9).
(3) Contém de forma mais clara que em qualquer outro livro do AT, a mensagem de
que a graça salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os judeus.
Propósito
(1) Demonstrar a Israel e às nações a magnitude e a ampliação da misericórdia
divina, e a atividade de Deus através da pregação do arrependimento.
(2) Demonstrar, através da experiência de Jonas, até que ponto Israel decaíra de sua
vocação missionaria original, de serem luz e redenção aos que habitam nas trevas.
(3) Lembrara ao Israel apóstata que Deus, em seu amor e misericórdia, enviaria
profetas, que entregariam mensagens de arrependimento, a fim de evitar o castigo pelo
pecado. Diferentemente de Nínive, Israel rejeitou os profetas que Deus enviara.
Visão Panorâmica
Capítulo 1: Descreve a desobediência inicial de Jonas, e o castigo divino subsequente.
O chamado: O livro começa com um veemente chamado a Jonas e uma clara
ordem para levar a Palavra à cidade de Nínive: “Levanta-te” (1.1-2). O que desagradou
a Deus foi a “malícia que subiu” até Ele. Essa maldade incluía a idolatria e a extrema
brutalidade contra prisioneiros de guerra além de forte imoralidade.
Um missionário desobediente: Desobedecendo ao chamado, em vez de ir a
Nínive, Jonas desceu até Jope e fugiu em um navio em direção a Társis, na atual
Espanha, o ponto mais distante possível da direção apontada por Deus. (1.3). Como
pode um homem imaginar poder escapulir dos planos do Senhor que tudo vê? Hb 4: 13.
Consequências da desobediência: O profeta, porém não demorou muito a sentir
o peso da impugnação (ato de não concordar) divina: Deus enviou uma violenta
tempestade e o navio quase quebrou (1.4), os marinheiros temeram e clamaram aos seus
deuses, e lançaram suas fazendas no mar, mas Jonas estavam dormindo no porão do
navio (1.5). O cristão verdadeiro, fora da vontade de Deus, espalha, por onde quer ande,
graves prejuízos para outros. E, pior de tudo, naquela hora em que a morte ameaçava,
Jonas era um crente de boca fechada. Em vez de falar do Senhor, estava dormindo.
O mestre do navio foi até ele e pediu para que ele clamasse ao seu Deus (1.6). Lançaram
sorte e caiu sobre Jonas (1.7). Então Jonas foi interrogado (1.8-9). Os homens ficaram
com medo porque souberam que ele fugia do Senhor (1.10). A pessoa que foge do
propósito de Deus logo se sente cercado por circunstâncias que parecem ser fatais. A
viagem toda azul se torna negra. Quem viaja sem Deus está a caminho duma grande
tempestade.
Jonas provoca uma situação suicida: Os homens perguntaram a Jonas o que eles
deveriam fazer para o mar se acalmar. Jonas disse para o jogarem no mar (1.12).
Deus prepara “um grande peixe” para salvar-lhe a vida. Os homens clamaram
a Deus, pois eles não tinham culpa, então pegaram Jonas e o lançaram no mar, e a fúria
do mar cessou (1.14-15). Os homens oferecem sacrifícios e fazem votos a Deus (1.16),
Deus mandou um grande peixe para que tragasse a Jonas e ele ficou 3 dias nas entranhas
do peixe (1.17)
Peixe ou Baleia? hb “dag gadol” ou “grande peixe”. A antiga taxonomia
(ciência que classifica os seres vivos) do reino animal não seguia o sistema moderno, de
modo que qualquer criatura que nadasse era chamada de peixe. Em Mateus 12.40 Jesus
cita baleia, o texto emprega a mesma palavra encontrada no AT grego em (1.17). Seja
um peixe ou uma baleia, o mais importante é que Deus providenciou um meio
milagroso para redirecionar o profeta desobediente a tarefa original, pregar o
arrependimento a Nínive.
Aprendemos aqui uma lição importante. A evangelização do mundo é efetuada por
agentes humanos. E se eles falharem? O plano de Deus vai falhar? Nunca! Deus dispõe
de todos os recursos, e se o servo humano recusar a chamada divina, Deus se servirá de
outro. O único a perder será aquele que desobedecer.
Capítulo 2: Jonas no ventre do grande peixe, sua oração e seu salvamento.
O clamor durante a calamidade: A eficácia da oração tem sido comprovada nas mais
diversas situações e Deus tem respondido a homens e mulheres que têm clamado dos
mais variados lugares na face da terra, mesmo dentro do “ventre de um peixe”. Deus
miraculosamente manteve Jonas vivo por três dias no estômago do peixe. Ele agradece a
Deus por ter lhe poupado à vida, e promete obedecer a sua chamada (2.1-9).
Jonas é vomitado pelo peixe em terra seca: (2.10)
Capítulo 3: Jonas prega em Nínive, e os ninivitas se arrependem.
O novo chamado: Pela segunda vez o Senhor diz a Jonas “levanta-te”. Ele estava na
praia, por certo ainda meio confuso com tudo que ocorrera, mas percebendo que não
adianta fugir da obrigação de entregar mensagens duras. Então Jonas se levantou e foi
até Nínive, uma grande cidade que para atravessar a sua área municipal era necessário
andar por 3 dias (3.1-3). Os pregadores do Evangelho são semelhantemente convocados
a proclamar todo o conselho de Deus. Devem pregar tanto a misericórdia quanto a ira de
Deus; ou seja, o perdão e a condenação. Devem pregar de tal forma que as pessoas se
voltem de seus pecados.
O missionário obediente: Jonas entrou na cidade e dizia: “Ainda quarenta dias e Nínive
será subvertida” (3.4). O profeta não estava contente em saber que Deus poderia perdoar
os ninivitas. Ele queria, aparentemente que Deus derramasse o juizo, sem antes mesmo
de lhes oferecer uma chance de arrependimento. Muito embora obedecendo à ordem
divina, ele obedecia sem amor ao próximo. O pregador deprimido não tinha compaixão.
Pregava o juízo, mas sem uma lágrima nas faces. Prenunciava sadicamente o fogo e o
enxofre.
Os homens de Nínive creram e proclamaram um jejum e se vestiram de pano de saco,
inclusive o rei tirou as vestes e se assentou sobre as cinzas (3.5-6). O rei fez uma
proclamação e divulgou em Nínive que nem os homens e animais beberiam água, então
cada um se converteu do seu mal caminho e da violência das suas mãos (3.7-8)
A cinza era o conhecido pó resultante da queima de alguma coisa. O pano de saco era
um tecido grosseiro e resistente feito de pelos de cabra ou de camelo, utilizado para
conter cereais, objetos e alimentos em geral. Esse pano de saco era devidamente cortado
e vestido como uma roupa por algumas pessoas em algumas ocasiões:
_ que a pessoa ou o povo estavam passando por momentos de grande tristeza
(2 Sm 3.31).
_ que a pessoa ou povo estavam passando por momentos de arrependimento
(Lc 10.13).
_ que a pessoa ou povo estavam passando por momentos de humilhação (Sl 69.11)
O Deus Misericordioso: Deus viu a obra deles, e que haviam se arrependido, e não os
destruiu como havia prometido que faria (3.10). A profecia de Jonas aos ninivitas foi
condicional e não absoluta. Se o povo se arrependesse o Senhor poderia não executar o
juízo. Observa-se que a profecia é sempre condicional, dando ao homem a oportunidade
ou de aceitar ou de rejeitar o recado divino. A obediência acarreta à bênção, e a
desobediência à maldição. Este princípio fundamental foi entregue a Israel por Moisés
(Deuteronômio 28)
Capítulo 4: O descontentamento de Jonas e a resposta do SENHOR.
Jonas ficou ressentido (magoado, angustiado) de o Senhor ter poupado os ninivitas
(cidade inimiga de Israel). Jonas disse que ele não queria ir a Nínive na primeira vez,
pois sabia que o Senhor era bondoso, longânimo e misericordioso e os perdoaria (4.1-2).
Jonas pediu ao Senhor que tirasse a sua vida (4.3).
Jonas saiu para o oriente da cidade e fez uma cabana para ver o que aconteceria com a
cidade (4.5). Tão duro foi o coração do profeta, que este ainda esperava que Deus
mudasse de pensamento e destruísse a cidade odiada! E fez o Senhor nascer uma
aboboreira para fornecer sombra para Jonas, para que ele não desfalecesse, e Jonas se
alegrou com isso (4.6). Mas no dia seguinte Deus enviou um bicho, que a feriu e a
aboboreira secou (4.7). Deus manda um vento e o sol feriu a cabeça de Jonas, que
desmaiou e desejou a morte (4.8).
Deus perguntou a Jonas se era justo que ele se aborrecesse por causa da aboboreira, ele
disse que sim, e era justo desejar a morte (4.9). Deus disse que Jonas teve compaixão da
aboboreira e não da cidade de Nínive que tinha mais de 120.000 homens que não
sabiam discernir entre a mão direita e esquerda, e os muitos animais (4.10-11). Deus
ensina ao profeta contrariado, que Ele se deleita em colocar sua graça à disposição de
todos e não apenas de Israel e Judá. O seu ódio para com os ninivitas era maior do que o
seu amor para com a mensagem da graça divina.
Considerações Finais
Foi uma época em que o poderio da Assíria estava se impondo do Oriente Médio. A
crueldade assíria era lendária. Todos os povos detestavam as práticas desumanas de suas
tropas vitoriosas. Jonas tipificava o judeu que nunca entenderia como seria possível
Javé amar os assírios. Como povo eleito, os judeus esperariam que o seu Deus Javé
arremetesse contra eles. O livro de Jonas mostra a resistência deste profeta ao propósito
divino de evangelizar a raça mais cruel e mais odiada do mundo. O ódio racial de Jonas
e a sua consequente desobediência ao mandado divino explicam a depressão espiritual
da qual Jonas se tornou vítima. O inexplicável amor de Deus para todas as nações, sem
distinção nenhuma, não encontrou eco no coração de Jonas.
Nínive
Localização: Nínive era a capital da Assíria, situava-se próxima ao rio Tigre, a uma
distância de mais de 1000 km do Mediterrâneo. Jazia na margem oriental do rio Tigre,
na antiga Assíria, atual Iraque. Nínive era uma junção importante para as rotas
comerciais cruzando o Tigre. Ocupando uma posição central na grande estrada entre o
Mar Mediterrâneo e o Oceano Índico, assim unindo o Oriente e o Ocidente, recebia a
riqueza que fluía de várias fontes, tornando-se logo uma das maiores cidades antigas da
região.
Características da cidade: Era uma cidade tipo fortaleza, cercada por um muro de 12,5
Km, por 30 metros de altura, tendo a cidade 15 portas. Sendo que o pesquisador Felix
Jones estimou uma população de 175 000 habitantes. Mais a Bíblia nos relata 120.000
habitantes.
Características do povo: Era um povo guerreiro com um exército forte e muito bem
organizado, o que o ajudou a manter o poder do reino unificado. Com seu forte exército
dominou os hebreus, babilônios e egípcios. Os assírios formaram o maior império, até
então criado, antes do Império Romano.
Religião: Cada cidade era devota de um deus específico (ao qual se associava a sua
criação e proteção), e os deuses mais importantes do panteão assírio dependiam do grau
de influência de suas cidades na política interna. Assur era o principal deus assírio. Era
o deus do Sol e da condução da guerra.
Jonas x Nínive: Um fato que chegou ao ouvido do profeta Jonas e, era uma realidade,
que todos os pregadores e profetas que chegavam à cidade eram terrivelmente
torturados. Os piores tipos de tortura eram executados por aquele povo, tudo em nome
dos seus deuses pagãos. A cidade de Nínive era conhecida como a cidade dos ladrões.
Era uma prática natural de seus moradores invadirem e despojarem outras regiões. Foi
chamada como cidade sanguinária aonde a feitiçaria predominava. Cortavam as mãos e
os pés, narizes e orelhas, vazavam os olhos dos cativos, e faziam pirâmides com as
cabeças dos seus prisioneiros, dentre os tais tinham além de inimigos de guerra, os
profetas que falavam a Palavra de Deus. Eles serravam as pessoas pelo meio, jogava-as
em óleo fervendo, quando não arrancavam a pele da pessoa viva, e muitas mais que não
foram detectados pelos historiadores. Povo terrível. Quando Deus manda Jonas para lá,
o medo se apoderou do servo de Deus. No seu intimo pensava que estava sendo
condenado a morte. Deus sempre velou pela sua palavra e vai continuar velando, os seus
servos são sempre guardados pelo Senhor. O Senhor tinha se aborrecido das atrocidades
daquele povo.
Jonas fugia da presença do Senhor. (Salmo 139.7, 8). Quando, porém, alguém rejeita o
caminho indicado pelo Senhor, torna-se fugitivo e errante, a bel-prazer, vítima da sua
própria vontade.
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