CURSO DE ORATÓRIA
ESCOLA DA AGUcolaboradores internos
André Luiz de Almeida Mendonça
Caio Alexandre Wolff
INTRODUÇÃOQuem fala exerce influência (boa ou má).
Entre o enriquecer e o empobrecer
Temos um “chamado especial”: não há outra
prioridade!
Objetivo:
iniciá-los no “modus operandi” técnicas
de oratória.
O aprendizado é “ad infinitum”.
I - O SER HUMANO
1. A pessoa do orador. Oratória: vai além da mensagem ou
conteúdo. Entre a verdade e a mentira.
Não deixe a mentira prevalecer!
Ideal: não haver dicotomia entre orador – mensagem. Mensagem verdadeira + modus vivendi =
fusão Carisma sem caráter: desqualifica o discurso.
1.1. Conheça o assunto: Dissecar o assunto = rapidez + ousadia +
autoridade. Conhecimento de causa Acredite no que diz
Só assim você será capaz de influenciar as pessoas.
1.2. O orador é apenas um ser humano. Humildade é fundamental O outro lado: os ouvintes também são
apenas seres humanos. Pt.: não sucumba às adversidades.
2. O preparo do orador.
Orador sem preparo: nunca será um bom orador.
90% transpiração + 10% inspiração = bom orador.
Áreas de preparo: Preparo moral Preparo intelectual Preparo psicológico / emocional Preparo físico
1º. O que falar? Explore seu ponto forte + ponto fraco do
adversário Torne-os evidente!
2º. Como falar?
3º. Quando falar?
4º. A quem falar? Quer mudança?
Comece contigo! Você é o 1º destinatário de sua fala.
II - ESTRUTURA
3.1. Retórica. Gregos (rhetoriké): verbo rheo = correr,
fluir, falar. Definição: arte de bem falar em público. Arte Ciência Divisões: lieterária / sagrada / jurídica.
3.2. A importância da palavra oral. É o meio + eficaz e + direto { trazer
paixão à sua tese.
3.3. Objetivo da transmissão de ideias. Defina seu objetivo: que resultado você
espera? Para tanto, responda:
Qual é a minha posição / quem é meu cliente? Qual é a minha tese? Quem convencer? Como convencer?
DICAS: 1ª. O resultado não deve beneficiá-lo (salvo
indiretamente) 2ª. Você não deve apenas convencer.
Dê tranquilidade + senso de justiça { julgador ou ouvinte. 3ª. Busque sempre construir
Cuidado para não destruir!
3.4. Áreas que a tese (discurso) deve atingir. Natureza Humana.
Seja capaz de responder às inquietações + problemas + necessidades.
Veja alguns aspectos: 1º. Auto-preservação 2º. Sexo 3º. Aprovação social 4º. Afeições 5º. Possessões 6º. Poder 7º. Prazer 8º. Convicções 9º. Exploração 10º. Problemas emocionais.
4. O preparo do discurso (partes constitutivas) Charles Koller:
“jamais um bom esboço é a causa do fracasso de uma palavra”.
“conquanto só a técnica não garanta um bom discurso, a falta de técnica torna altamente improvável um bom discurso”.
É preciso haver: início meio fim.
É preciso: Bom início Tema Tese central Assuntos conexos Conclusão Aplicação
Inserir o ouvinte na sua tese, para que ele a aplique.
Lembre-se: Não seja prolixo. Uma boa estrutura não é inimiga do conteúdo.
Perigos: 1º. Não dê demasiada ênfase a regras e fórmulas. 2º. Evite imitar outros oradores. 3º. Evite artificialismos.
Estrutura básica do discurso: Introdução Explicação Tema Argumentação Conclusão
Nota: esta estrutura se adapta a qualquer tipo de discurso.
4.1. Introdução. Objetivo Principal: preparar a mente dos
ouvintes + prender-lhes a atenção
Espécies: Direta Indireta Abrupta
O que não fazer: 1º. Pedir desculpas 2º. Contar piadas 3º. Usar palavras vazias ou sem objetividade 4º. Fazer perguntas (salvo retóricas) 5º. Firmar posição sobre assunto polêmico 6º. Usar chavões ou palavras vulgares
Requisitos de uma boa Introdução: 1º. Pertinente 2º. Matéria secundária ou acidental 3º. Ideia única 4º. Despretenciosa 5º. Breve
Fontes: Ilustrações Citações Atualidades Levantamento de problemática Fatos da vida
DICA: faça a introdução por último.
4.2. Explicação. Exegese da norma + interpretação da realidade.
Visa extrair { verdadeiro significado = norma + relalidade.
DICAS (para uma boa compreensão do texto): Leia o texto em alta voz Leia o texto várias vezes Reproduza o texto com suas próprias palavras Observe o contexto imediato + remoto + futuro Determine o significado exato de cada palavra
(origem e uso comum) Fação anotações sobre suas impressões
(contrastes, sequências, conclusões, perguntas e teses)
4.2. Explicação.
DICAS (continuação): Pesquise as circunstâncias históricas e
culturais (época, costumes e tradição)
Estruture / dê sequência lógica ao texto Divida { conteúdo principal + seções
secundárias
Enuncie ideias
Faça análise de causa e efeito
Faça uma síntese da sua exegese
Então, extraia a ideia central e divida sua tese em tópicos (ideal: 3)
Ao explicar um texto, evite: Ser muito extenso Ser muito erudito Ser muito literal e literário
4.3. Tema (palavras-chave e transição). Tema: deve ser sua tese sintetizada. Tese: deve ser sua proposição desenvolvida. Reinaldo Polito:
“a proposição é o próprio discurso reduzido na sua mais breve expressão. É uma sentença que demonstra de forma concisa o tema a ser desenvolvido. Ao fazer a proposição, o orador anuncia aos seus ouvintes sobre o que pretende falar. Sua existência é de fundamental importância, pois encerra as bases do assunto central e apresenta claramente qual a direção da peça oratória”.
LEMBRE-SE: o êxito do discurso depende da arte de bem
colocar o assunto.
DICAS (para verificar a propriedade e consistência do
tema): 1ª. É claro ou compreensível? 2ª. É pertinente ao assunto ou tese? 3ª. Relaciona-se bem com seu esboço? 4ª. É bem específico ou parece mais um
assunto geral? 5ª. Escandaliza os ouvintes, por ser
fantástico, rude ou irreverente?
DICAS (continuação): 6ª. O tema é controvertido? 7ª. Chama atenção do auditório?
Qualidades de uma boa proposição / tema: 1ª. Unidade 2ª. Clareza 3ª. Brevidade 4ª. Fecundidade 5ª. Interesse
4.3.1. Palavras-chave. Objetivo: apontar a ideia que se quer
transmitir. Atenção: normalmente no plural.
4.3.2. Transição. É uma frase Deve ser capaz de ligar { introdução
argumentação
4.3.3. Exemplos de palavras-chave. Use-as no tema + frase de transição. A lista é exemplificativa...
4.4. Argumentação. É o corpo do discurso. Desenvolve-se a tese central. É a maior parte / a mais desenvolvida.
Características: 1ª. Unidade 2ª. Ordem 3ª. Simetria 4ª. Progresso movimento
clímax
Exemplo(crime organizado)
1º. Causas do crime organizado no Estado de Direito.
2º. Consequências do crime organizado no Estado de Direito.
3º. Meios de combate ao crime organizado no Estado de Direito.
Obs. 1: introdução e tema deverão ter relação com os pontos da argumentação.
Obs. 2: por que 3 pontos?
Dicas (quanto à argumentação):
1ª. Os enunciados devem ser como sentenças/cláusulas
2ª. Os enunciados devem ser exclusivos
3ª. Os enunciados devem ser proporcionais
4ª. Os enunciados devem ser paralelos
5ª. Os enunciados devem ser co-extensos com o tema
Importante: os argumentos devem ser...
Fortes, claros e contundentes Apresentados de forma concreta Breves Irrefutáveis Evitar tons polêmicos
4.5. Conclusão. Composição: palavras, frases,
ilustrações e ideias
É na conclusão que os ouvintes são Desafiados Incentivados
Aqui, os ouvintes devem se perguntar: E agora, o que faremos? Como aplicar isso na minha vida? Como eu posso concretizar isso?
Lembre-se: seu objetivo é... Persuadir Convencer Influenciar Sensibilizar Desafiar Levar o auditório à prática do que foi
falado.
Reinaldo Polito: “na conclusão a emoção do orador em
mais influência”.
Espécies de conclusão: 1ª. Recapitulação 2ª. Aplicação (geral e particular) 3ª. Demonstração das consequências
na aceitação ou rejeição da tese
Características de uma boa conclusão: 1ª. Brevidade 2ª. Direta 3ª. Variedade 4ª. Clareza 5ª. Arte 6ª. Finalização natural 7ª. Vivacidade Energia
4.6. Ilustrações. Ilustrar = tornar claro + iluminar + esclarecer { mediante
exemplo
Objetivos: 1º. Esclarecer o assunto tratado 2º. Realçar a ideia 3º. Auxiliar a memória 4º. Inserir o ouvinte no seu discurso
Fontes de ilustrações: Natureza História Sociedade Experiência pessoal (perigo: auto-promoção) Literatura
Requisitos: Pertinência com o assunto Na medida certa Digna do assunto
Cuidados: O uso deve ser limitado Não use histórias repetidas Não use histórias jocosas, anti-higiênicas ou
pesadas Cuidado com histórias inverídicas
Obs. 1: ter uma boa ilustração é essencial. Obs. 2: inseri-la na hora e lugar certo é uma
arte.
5. Tipos de discursos.
1º. Doutrinários.a. Jurídicosb. Interdiciplinares (direito, filosofia, sociologia, ciência
política...)
2º. Práticos. deveres – metas – obrigações – responsabilidades –
prerrogativas – direitos
3º. Históricos. Fatos ou eventos reais Parábolas
4º. Biográficos. Cuidado: nunca apresente o personagem como
alguém inalcançável.