Sinceramente,depois que eu fiz a capa
e lhe dei o título, encontrei dificuldade para começar a escrever..., talvez
por ter posto a liberdadeacima da existência
...
As nossas palavras,embora nos dêem liberdade para usá-las,
mantém algumas estruturas fixas e invioláveis.
Por isso elas nos permitem dizer que, pela liberdade,nós todos nos dispomos a lutar e até a morrer...
Mas pelas suas estruturas, elas não nos permitemdizer o mesmo, pela existência... E, de fato,
não faria sentido algum nos mostrarmosdispostos a morrer pela existência
...
E para mim foi isso que também estes meninos indígenastiveram dificuldades para compreender.
Imaginaram quese desde cedo se mantivessem
unidos pelos pés ou pelas raízes ,se manteriam em liberdade para a existência
...
Realmente é difícil compreender o que se relacionacom o homem..., este que defende o valor da liberdade
enquanto se deixa dominar pela compulsãode subordinar, escravizar ou exterminar
os seus semelhantes...
É o que causa essas reticências.
E assim, ao insistirpara escrever, forcei o pulsar do
meu coração (este que me dá “existência”sem atinar minha real necessidade de “liberdade”),
o que, então, tingiu tudo por aqui com estatonalidade rubra como sangue..., que afinal é a cor
da Vida que se encontra sob as cores das nossas peles.
Espero que não incomode a vocês.
Hojeninguém contesta
quem diz que a história humanafoi literalmente banhada em sangue.
Pela pressão desta tonalidade rubramuitos de nossos mais velhos conceitosdeixaram de ser verdadeiros e eternos:tiveram que ser revistos e até, então,
corrigidos e aprimorados.
Em hipótese algumapodemos considerar a escravidão
como uma manifestação de existência.
E assim,para nos sintetizar,
podemos dizer que precisamosde liberdade para manifestar a existência.
Mesmo assim emesmo sabendo que
uma das maiores dificuldadeshumanas foi libertar-se da escravidão
exercida pelo próprio homem...,
vejo-me induzido a escreverque tudo no Universo foi criado
para o existir ou para a existência,
mas não para existir sozinho e,muito menos, para existir
livremente.
A meu ver, no Universo não háo que possa ser definido como “livre”,
nem o que possa ser definido como “escravo”; o que há é uma interação imensa ou imensurável
e uma rigorosa interdependência tudo emabsoluta rima para se estabelecer
a existência.
E considerando que a existência para nós é viva, pela sua importância, que isto já fique claro:
tudo que se mostrar contrário à Vida,deverá ser privado da liberdade.
Uma lei universal.
Esta lei universal, aliás,poderá ser aplicada contra nós mesmos
(seres humanos) pelas forças da Natureza,
e de uma maneira muito, muito mais severa,pois se nos mostrarmos contrários à Vida
seremos privados dela!
E considerando que a existência para nós é viva, pela sua importância, que isto já fique claro:
tudo que se mostrar contrário à Vida,deverá ser privado da liberdade.
Uma lei universal.
Lamento, precisei voltar,após esta tonalidade rubra me levar
ao extremo dimensionado pela Vida.
Não posso ou não devo aqui sair dos limitesdas relações entre nós seres humanos.E vou dar ao assunto conotação erudita,
recorrendo-me a um renomado cientistapolítico e filósofo de origem alemã:
Karl Loewenstein
- “constitucionalista” -
“O pretenso estado democrático vive o maior dilema,ao enfrentar uma constante ameaça totalitária
aos seus valores e à sua existência.
Karl Loewenstein
- “constitucionalista” -
“... Se se decide a usar fogo contra fogoe a negar aos agitadores totalitários o usodas liberdades democráticas para evitar
a destruição de toda liberdade,
atuará contra, precisamente,os princípios da liberdadee da igualdade sobre os
quais se baseia.
Karl Loewenstein
- “constitucionalista” -
“Se, ao contrário, mantém-se firmeno principal fundamento democrático(a liberdade), beneficia seus inimigos
e põe em jogo sua própriaexistência!”
Karl Loewenstein
- “constitucionalista” -
“Se, ao contrário, mantém-se firmeno principal fundamento democrático(a liberdade), beneficia seus inimigos
e põe em jogo sua própriaexistência!”
Então, mesmo assim,
de maneira unilateral,voltamos à nossa palavra
chave: existência!
Não considero necessáriome aprofundar para entender
o que Loewenstein quis dizer com“agitadores totalitários”.
Desprezando isso, por ora,parece-me importante confirmaro inegável valor da “oposição”
...
Recordo Heráclito,o filósofo grego autor da
Unidade dos Opostos. Disse:“Quando eliminamos a oposição
eliminamos a própria realidade”...,
em seu sentido mais concreto, existencial,e que assim por certo se alia à existência!
A oposição, portanto, claramenteé também importante para a existência,
desde que também a promova!!!
A liberdade primária ou a primáriaimportância da liberdade está no fato de quenós, humanos, ainda não atingimos nenhuma
“condição total” relativa ao totalitário ,ou seja, não passível de correção
ou aprimoramento.
Assim a liberdade é fundamental,mas o que encerra uma meta em si
é a EVOLUÇÃO!
E assim aqueles “agitadores totalitários”deveriam usar a liberdade que se dão para evoluir!,
e para enfim nos mostrar sua evolução,não sua força ou sua fúria!
Evoluir como ser!...
Repito, porquea única liberdade que realmente
dispomos se refere a “pensamento”e, portanto, se refere a ser.
É o que falo após me lembrar de outrodos grandes filósofos gregos Parmênides.
Há mais de dois mil anos ele já dizia, convictamente:
“O que precisamos é da liberdade de pensamento,único método válido para se atingir o ser”.
Evoluir como ser!
Enfim e de certo modo podemos também dizerque só precisamos da liberdade que já dispomos:
“liberdade interior”.
Esta é fundamental,porque na realidade só podemos
evoluir de dentro para fora... ! ...
O nível de evolução de um homemdeveria ser medido pela qualidade da contribuição
que ele consegue dar para promovera existência humana.
E a liberdade deste homemdeveria também ser vigiada, rigorosamente,
para ser protegida!
Um absurdo..., que porém se ajustaneste mundo onde os piores inimigos do Homem
ainda se encontram entre os próprios homens!!!
Ser evoluído... . ...
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