LIFE SKILLS AND CAREER DEVELOPMENT: HELPING
YOUNG PEOPLE PROGRESS INTO SUCCESS
OUTPUT 1: ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO
COMPETÊNCIAS AO LONGO DA VIDA E
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL:
BOAS PRÁTICAS EM QUATRO PAÍSES EUROPEUS
Disponível em quatro línguas:
Búlgaro, Dinamarquês, Inglês e Português
Julho 2016
INTRODUÇÃO
A realidade das competências para uma transição bem-sucedida do ensino para o
mercado de trabalho na Europa não é das melhores. Segundo a Comissão Europeia,
existem 70 milhões de europeus que não possuem as competências básicas de
alfabetização, tais como a leitura e a escrita, e muitos apresentam também
problemas ao nível da matemática e das competências digitais, o que torna estas
pessoas num alvo fácil para o abandono escolar precoce (AEP), o desemprego, a
pobreza e a exclusão social.
Para fazer face a este problema, o documento New Skills Agenda for Europe (EC,
2016b) foi publicado em junho 2016 com o objetivo de garantir que as pessoas
desenvolvam as competências necessárias ao desenvolvimento do seu trabalho e
que a empregabilidade, competitividade e crescimento sejam reforçados nos
diferentes países europeus. Este documento avança 10 medidas concretas que
sustentam a execução desta Agenda para os próximos dois anos: 1) uma garantia de
competências, que assegura que as pessoas tenham um nível mínimo de
competências básicas; 2) uma revisão do Quadro Europeu de Qualificações; 3)
aspetos específicos no âmbito das competências digitais e da interação do mercado
de trabalho, que visa unir as diferentes partes interessadas, nomeadamente a
educação e o mercado de trabalho, para facilitar o acesso a competências digitais
básicas; 4) o Blueprint for Sectoral Cooperation on Skills focado na melhoria de
competências cognitivas e na resposta à escassez de competências em determinadas
áreas de atividade; 5) um Skills Profile Tool for Third Country National de forma a
identificar as competências adquiridas e necessárias para os requerentes de asilo,
refugiados e outros migrantes; 6) uma revisão do enquadramento Europass; 7) a
promoção da educação e formação profissional (EFP); 8) uma revisão das
recomendações sobre as competências-chave, centrando-se especificamente sobre
o desenvolvimento de competências relacionadas com o empreendedorismo e com
a inovação; 9) um sistema de acompanhamento de licenciados para ter uma
compreensão mais clara acerca de como estes progridem no mercado de trabalho; e
10) formas eficazes para reduzir a fuga de cérebros.
Dentro deste contexto, o presente artigo tem como objetivo identificar as melhores
práticas de desenvolvimento de competências existentes em cada um dos quatro
países parceiros que constituem projeto Erasmus+ Key Action 2, School Education
Strategic Partnerships project Be Ready – Life Skills and Career Development: Helping
Young People Progress into Success (2015-1-UK01-KA201013739). Este projeto é
coordenado pela Hammersmith e Fulham (UK) com parceiros de quatro países
diferentes na Europa: em Portugal – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do
Estoril (ESHTE), Faculdade de Motricidade Humana, ULisboa (FMH-UL) e
Agrupamento de Escolas Dr. Azevedo Neves (AGAN); na Bulgária – New Bulgarian
University (NBU) e 127 Ivan Denkoglu Escolar; na Dinamarca – UU Vejle Kommune
(VK); e no Reino Unido – Ealing, Hammersmith and West London College (EHWLC)
e Salford Foundation (SF).
As principais prioridades neste projeto incluem: o apoio às escolas no âmbito do
AEP e proporcionar uma melhor resposta às necessidades dos jovens
desfavorecidos (mais de 14 anos de idade) em diferentes fases da sua vida
académica; o desenvolvimento de ensino e formação profissional (EFP) de elevada
qualidade; e a consolidação da educação e da formação para educadores e jovens
trabalhadores. A necessidade de desenvolvimento deste projeto foi identificada
pelos parceiros devido à escassez de materiais atuais e de elevada qualidade,
destinados a jovens em risco de AEP, que os motivem e apoiem, e que incluam
informação acerca de oportunidades disponíveis em toda a UE.
Este artigo consiste no primeiro Output (O1) do projeto acima mencionado. As boas
práticas aqui apresentadas têm como objetivo apoiar e orientar os jovens com
necessidades especiais a fazer a transição entre a escola e a educação
profissional/emprego e inclui também atividades de aconselhamento vocacional,
com especial enfoque nas oportunidades de emprego e formação em toda a UE. A
pesquisa realizada para este artigo foi coordenada pela Escola Superior de Hotelaria
e Turismo do Estoril (ESHTE) e estruturada com o contributo dos seguintes
parceiros: Hammersmith e Fulham (LBHF), New Bulgarian University (NBU),
ESHTE, Faculdade de Motricidade Humana – ULisboa e UU Vejle Kommune. Este
levantamento não é, contudo, extenso e existem certamente muitas outras práticas
que poderiam ter sido incluídas.
METODOLOGIA ADAPTADA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS
Para além de uma definição consensual do que significa uma "boa prática", a
preparação para este artigo incluiu igualmente a identificação e definição de
conceitos-chave essenciais para orientar a seleção das práticas identificadas. Estes
termos, baseados maioritariamente no entendido avançado por organizações da UE
foram: aconselhamento e orientação vocacional, coaching, responsabilidade social
empresarial (RSE), abandono escolar precoce, empreendedorismo, mentoria,
competências transversais, educação e formação profissional (EFP), estágios, job
shadowing, e jovens em situação de risco ou jovens desfavorecidos (Apêndice 1).
De forma a garantir a consistência na identificação e avaliação das boas práticas nos
quatro países, a metodologia foi definida de acordo com: i) processo de identificação
e âmbito; ii) definição dos critérios de avaliação a aplicar às práticas identificadas;
iii) replicabilidade; e iv) sustentabilidade.
No que concerne ao processo de identificação e âmbito, apenas as práticas que se
centram sobre o âmbito geral do projeto foram selecionadas, isto é, práticas que
envolvem jovens de com mais de 14 anos de idade e que contribuem para minimizar
o abandono escolar precoce e/ou melhorar a empregabilidade. Para cada prática
identificada era necessário que pelo menos uma das suas fases tivesse já sido
concluída e avaliada. Foram adotadas pelos parceiros diversas estratégias na
identificação de práticas neste âmbito, quer de forma independente ou cumulativa.
Tal incluiu: a) solicitar a diferentes partes interessadas (nomeadamente a escolas,
instituições de ensino superior (IES), municípios, empresas, prestadores de EFP,
centros comunitários, agências de emprego e outros) que identificassem boas
práticas nestas áreas; b) a realização de uma pesquisa de tipo “bola de neve”,
começando com instituições a nível nacional (governamentais ou privadas) que
incluam o AEP, a empregabilidade e o emprego dos jovens na sua missão; c) pesquisa
em relatórios de avaliação de instituições que habitualmente financiam/avaliam
projetos educativos e/ou sociais; e d) pesquisa geral sobre em diferentes veículos
de informação (ex., relatórios, políticas governamentais, etc.). No entanto, dada a
experiência de todos os parceiros neste domínio, algumas das práticas foram
também identificadas devido ao conhecimento prévio da sua existência, ou mesmo
do envolvimento direto dos parceiros nessas práticas.
Relativamente aos critérios de avaliação, estes foram listados de acordo com três
perspetivas diferentes: i) qualidade, i.e., o modo como as características da prática
levou à satisfação das necessidades identificadas ou implícitas dos beneficiários e
outras partes interessadas, de forma abrangente, flexível, inovadora e preventiva;
ii) replicabilidade, i.e., a forma como a prática poderá ser replicável no futuro,
noutros espaços e/ou para outras populações/grupos; e iii) sustentabilidade, i.e., se
a prática apresenta uma abordagem tripla (económica, ambiental e social/cultural)
para as questões do AEP e da empregabilidade jovem.
Os critérios de qualidade foram determinantes para a caracterização de uma prática
como "boa prática". Estes critérios, sob a forma de afirmações que se agrupam em
torno de áreas-chave (credibilidade, eficácia, abrangência, flexibilidade,
durabilidade/continuidade, colaboração e inovação), foram avaliados de acordo
com uma escala de Likert de 1-5, em que 1 corresponde a "discordo totalmente e 5
a "concordo totalmente"1. Todas as práticas avaliadas de acordo com estes critérios
de qualidade com 75 pontos ou mais foram consideradas como boas práticas
(Tabela 1). As práticas identificadas que não cumpriram com os critérios de
qualidade definidos foram ainda assim equacionadas no sentido de refletir sobre as
suas limitações.
Tabela 1: Grelha de avaliação para as práticas identificadas
A. Critério de Qualidade
1. Discordo totalmente
2. Discordo
3. Não discordo nem concordo
4. Concordo
5. Concordo totalmente
Não
disponível
Credibilidade
1. A prática foi avaliada de forma clara por uma ou
mais entidades independentes.
2. O promotor autoavaliou esta prática de forma
clara.
3. Foram definidas ações de melhoria.
Eficácia 4. Os objetivos da prática são claramente
definidos.
1 Importa referir, contudo, que as práticas identificadas em cada país só foram avaliadas pelas
organizações parceiras sedeadas nesse mesmo país e que a perceção dos parceiros acerca do critério
qualidade é necessariamente determinada pelo contexto de cada país.
5. Os resultados do projeto ultrapassam os
objetivos inicialmente definidos.
Abrangência
6. A prática implica uma abordagem
multifacetada do abandono escolar precoce.
7. A prática implica uma abordagem
multifacetada da empregabilidade.
8. A prática atinge um diverso número de grupos
beneficiários.
9. A prática não está limitada a uma localização
geográfica específica.
Flexibilidade
10. A prática implica diferentes estratégias para
diferentes grupos ou beneficiários.
11. A prática incorpora a possibilidade de mudança
ao longo do tempo de modo a responder a
resultados não previstos.
12. A prática possui a capacidade de mudar ao
longo do tempo para responder à alteração de
necessidades.
Duração
13. A prática tende a desenvolver competências
de longa duração.
14. A prática não é limitada a oportunidades de
curto prazo.
15. A prática tem diferentes edições/ foi repetida
(ou tem intenção de o ser).
Colaboração
16. A prática envolve uma diversidade de parceiros
da comunidade (ex., escolas, empresas, bairros,
famílias...).
17. A qualidade da colaboração entre parceiros é
evidente.
18. A robustez da relação entre os parceiros é
evidente.
Inovação
19. A prática apresenta dimensões/aspetos
inovadores (novidade com valor acrescentado).
20. A prática é radicalmente inovadora (“nova
para o mundo”).
Os critérios de replicabilidade foram importantes no sentido de considerar se as
boas práticas podem ser replicáveis em toda a UE. Finalmente, os critérios de
sustentabilidade permitiram a avaliação das boas práticas a partir de uma perspetiva
mais ampla em relação à sua contribuição geral para a sociedade para lá dos seus
objetivos iniciais. Estes critérios, embora não sejam determinantes para considerar
a prática em termos de qualidade, foram importantes no sentido de equacionar se
as boas práticas têm o potencial de ser replicadas, relativamente à facilidade de
implementação (ou seja, a prática não requer um conhecimento muito específico ou
recursos de difícil acesso), para uma metodologia clara e replicável (ou seja, as
atividades desenvolvidas podem ser facilmente adaptadas a outras
regiões/situações/populações, etc.) e para o potencial de disseminação. Por outro
lado, uma boa prática é considerada sustentável quando implica uma gestão de
projeto relevante em termos de custo-eficiência (uso adequado dos recursos),
impactes sociais relevantes (para lá dos seus principais objetivos) e impactes
ambientais relevantes (redução dos impactes negativos ou aumento dos impactes
positivos) para as diversas partes interessadas (Figura 1).
Figura 1: Processo de avaliação
Input: Informação acerca das práticas
Submeter as práticas aos critérios de
qualidade
Output 1: Descrição das principais limitações da prática
Não A pontuação é superior a 75?
Sim
Submeter a boa prática ao critério de
replicabilidade
A prática é replicável?
Identificar a boa prática como replicável
Sim
Não
Submeter a boa prática ao critério de
sustentabilidade
A prática é sustentável
Identificar a boa prática como sustentável
Sim
Não
Output 2: Descrição detalhada da boa prática
PRATICAS IDENTIFICADAS NOS 4 PAÍSES
Nesta secção irão ser apresentadas e discutidas cinco das boas práticas identificadas
em cada país.
I. BULGÁRIA
As boas práticas identificadas na Bulgária têm como objetivo desenvolver as
competências transversais e profissionais dos jovens, permitir um melhor
aconselhamento vocacional e prevenir o abandono precoce do sistema educativo,
incluindo a oferta de educação compensatória para o abandono escolar precoce, a
melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem por parte da escola e dentro do
sistema educacional búlgaro. Tal é conseguido através da formação profissional e
motivação de futuros professores em escolas de regiões desfavorecidas, a melhoria
da qualidade do ensino e formação profissional, a oferta de educação compensatória
para adultos iletrados (abandono escolar precoce) e a formação profissional, bem
como a igualdade de acesso à educação para crianças com necessidades educativas
especiais (NEE).
1. Ensino para a Bulgária ou "Zaedno v chas" (Pontuação: 100/100)
Este é um projeto de âmbito local, a nível nacional, que começou em 2010 e ainda
está a decorrer. Destina-se a crianças em idade escolar (do 1º ao 12º ano) de meios
desfavorecidos e foi promovida pela America for Bulgaria Association. O projeto visa
garantir o acesso de todas as crianças da Bulgária a educação de qualidade através
do incentivo e da formação de pessoas qualificadas e ambiciosas no sentido de se
tornarem professores motivados e líderes no sistema educativo búlgaro, para que
possam por sua vez motivar os alunos a desenvolver o seu potencial pessoal com o
máximo sucesso possível.
Os professores que participam no programa recebem formação que melhora as suas
qualificações profissionais e, posteriormente (após a conclusão da formação), estes
assumem posições de ensino durante 2 anos em escolas de áreas desfavorecidas. O
valor pessoal adicional para os professores que se voluntariaram para participar do
programa é que após a sua conclusão podem encontrar um novo posto de trabalho
no ensino com maior facilidade. Este projeto atingiu 8.000 alunos, 55 escolas e 96
estagiários de 8 distritos administrativos na Bulgária e até agora recebeu o prémio
de negócios Forbes em 2014 para ONG.
URL: http://zaednovchas.bg/
2. Um Sistema de Aconselhamento Vocacional para o Sistema Educativo ou
"Система за кариерно ориентиране в училищното образование"
(Pontuação: 100/100)
Trata-se de um projeto nacional implementado pelo Ministério da Educação e
financiado pelo Fundo Social Europeu, no âmbito do Programa Operacional
“Desenvolvimento de Recursos Humanos”, que teve o seu início em 2012 e está
ainda em desenvolvimento (atualmente na sua segunda fase). É apoiado por várias
empresas dos média e setor eletrónico. Destina-se a crianças e jovens em idade
escolar de todos os níveis de ensino (do 1.º ao 12.º anos de escolaridade) e pretende
melhorar a formação profissional, assim como incrementar as oportunidades de
empregabilidade destes jovens através do desenvolvimento de um sistema eficiente
de aconselhamento profissional no sistema educativo adaptado à idade dos alunos,
suas capacidades cognitivas e necessidades, para além de refletir igualmente as
necessidades do mercado de trabalho.
De forma a atingir estes objetivos, 28 centros de aconselhamento regionais foram
criados, 150 orientadores vocacionais tiveram formação para trabalharem com
jovens em idade escolar e com os seus pais, de acordo com padrões de qualificações
reconhecidos internacionalmente, e foi criado um portal nacional para
aconselhamento a estudantes (http://orientirane.mon.bg) contendo informação
sobre as instituições de ensino secundário e superior e os tipos de formação
profissional que estas oferecem, ferramentas práticas e guias que podem ser
utilizados pelos orientadores vocacionais e recursos humanos educativos para a
implementação de atividades de aconselhamento na escola e no âmbito regional,
bem como materiais visuais, atividades temáticas e exercícios interativos para os
alunos de forma a ajudá-los a reconhecer o seu potencial e a escolher o seu percurso
profissional. Este projeto beneficiou 378,732 alunos do ensino secundário em 28
distritos administrativos na Bulgária e o sistema está atualmente a ser integrado no
sistema educativo através das regulamentações do Ministério. Atualmente um novo
módulo está a ser adicionado ao portal de forma a permitir aos alunos procurarem
estágios ou trabalho temporários e às empresas apresentarem ofertas de emprego
e recrutar jovens com as competências e qualificações necessárias.
URL: http://orientirane.mon.bg/
3. Estágios para Alunos do Ensino Secundário e Universitário ou
“Studentski i uchenicheski Praktiki” (Pontuação: 97/100)
Este é também um projeto local de âmbito nacional que beneficiou 61.000 alunos do
ensino secundário e universitário entre 2013 e 2015, com o apoio do Ministério da
Educação da Bulgária. O projeto teve como objetivo melhorar a qualidade do ensino,
da formação profissional e do ensino superior através de um melhor equilíbrio entre
teoria e prática durante os estudos escolares e académicos, fornecendo aos alunos
oportunidades para estágios profissionais e orientando a educação para responder
às necessidades do mercado de trabalho, ajudando assim os alunos a encontrarem
emprego logo após a licenciatura. Para além disso, este projeto procurou definir
mecanismos sustentáveis que permitissem aos empregadores recrutar jovens
especialistas que desenvolveram competências práticas no mercado de trabalho
durante os seus períodos de estágio.
O projeto ajudou a melhorar a qualidade do ensino, EFP e da educação no ensino
superior, proporcionando aos alunos de escolas secundárias e universidades a
oportunidade de adquirir experiência profissional e de melhorar as suas
competências práticas de acordo com as expectativas e exigências do mercado de
trabalho.
Devido à inexistência de recompensas monetárias aos alunos durante o estágio, o
projeto poderá sofrer alguns problemas no futuro quando o financiamento do
projeto terminar. No entanto, o número de pessoas envolvidas é bastante promissor
– 155,035 estudantes universitários, 16,037 empresas que proporcionam
experiência prática e 182,668 estágios.
URL: http://praktiki.mon.bg/sp/
4. Inclusive education ou Vkljuchvashto obuchenie (Pontuação:
88/100)
Este projeto, apoiado pelo Ministério da Educação búlgaro e financiado pelo Fundo
Social Europeu, no âmbito do programa operacional “Desenvolvimento de Recursos
Humanos” teve como objetivo proporcionar um ambiente facilitador à igualdade de
acesso à educação. Foi implementado de 2012 a 2015 em 23 cidades, com sete
associações de pais e ONGs que têm como beneficiários principais crianças entre os
3 e 7 anos de idade com dificuldades de aprendizagem (ou com NEE), com NEE ou
sem supervisão parental (com apoio social), professores, psicólogos, terapeutas da
fala e outros recursos humanos de apoio.
O projeto desenvolveu um novo modelo de organização e funcionamento nas escolas
do sistema educativo e em regime de internato para crianças com dificuldades
intelectuais, promovendo atitudes positivas em relação à educação inclusiva nas
escolas e entre os pais. O projeto beneficiou cerca de 1.500 alunos com NEE, 1.500
funcionários educativos, 1.500 pais e 400 alunos órfãos. O modelo foi adotado pelo
Ministério da Educação e permitiu uma transição mais tranquila entre a educação
integrada e a educação inclusiva em todas as escolas da Bulgária.
URL: http://vkluchvashto.mon.bg/html/instrukcia.pdf
5. Take Two Europe (Pontuação: 85/100)
Este projeto foi uma parceria entre a Hammersmith and Fulham Education Business
Partnership, a Salford Foundation, no Reino Unido, a HUMAK University of Applied
Sciences na Finlândia e a School 127 Ivan Denkoglu na Bulgária. O projeto decorreu
durante dois anos, entre outubro de 2012 e outubro de 2014, e teve como principal
objetivo melhorar as oportunidades de vida dos jovens (com mais de 14 anos de
idade) através do desenvolvimento das suas competências de comunicação. A
parceria pretendeu em atingir estes objetivos através do apoio aos educadores para
se envolverem com as empresas de modo a desenvolverem atividades de
aprendizagem relacionadas com o âmbito profissional para os jovens. Estas
atividades foram concebidas de modo a melhorar as competências de comunicação
dos jovens participantes e prepará-los para o mercado de trabalho.
Este projeto foi muito bem-sucedido já que 35 empresas de uma variedade de
indústrias em toda a Europa responderam positivamente e apoiaram o
desenvolvimento de materiais de formação ou a implementação de atividades para
os jovens. Empresas do Reino Unido, Finlândia e Bulgária forneceram estudos de
caso do seu empenho com a educação para o módulo de formação "trabalhar com a
empresa” e ajudaram numa série de projetos com jovens, incluindo a mentoria,
oficinas de aconselhamento e visitas aos locais de trabalho.
No entanto, uma das limitações identificadas nesta prática foi que os materiais
foram apenas testados com educadores. As empresas colaboraram apenas em
determinadas atividades do projeto.
URL: http://www.taketwopartnership.com/
II. DINAMARCA
As cinco boas práticas identificadas da Dinamarca focam-se no desenvolvimento de
competências, especialmente na educação e formação profissional (EFP),
nomeadamente através da aproximação entre o ensino regular e a EFP.
1. Do banco ao campo ou Fra Bænken til Banen (Pontuação: 88/100)
Esta prática de âmbito local desenvolveu-se entre 2013 e 2015 e tinha como
população-alvo jovens entre os 15 e 17 anos que não estavam preparados para
frequentar o ensino regular e estavam interessados em jogar futebol. O programa
foi destinado a assegurar uma boa transição entre o ensino básico e o ensino
secundário e profissional e prevenir o abandono escolar, para fortalecer e
desenvolver competências sociais e pessoais dos jovens. Os objetivos específicos
procuraram estabelecer uma relação entre jovens e adultos de modo a desenvolver
a sua rede pessoal e fazer novos amigos. Durante 6 horas por semana os jovens
jogavam futebol com um treinador e com alguns dos melhores jogadores no FC
Fredericia. Para além da prática do futebol, os jogadores foram mentores para os
jovens e prestavam uma atenção individualizada a cada um deles. Os jogadores
mantiveram contato com os jovens até estes começarem a frequentar um
estabelecimento de ensino ou formação e estabelecerem uma nova rede.
Como resultado, a taxa de absentismo escolar baixou consideravelmente. A maioria
dos jovens iniciaram a sua educação e estão ainda a dar continuidade às suas
atividades de aprendizagem. No entanto, esta prática foi limitada a jovens que
estavam interessados no futebol e, embora possa ter como alvo também raparigas,
os participantes eram na sua maioria rapazes. Além disso, era também necessária a
participação de um clube de futebol.
URL: http://www.brugforalleunge.dk/Brug-for-alle-unge/Initiativer-for-
unge-i-udsatte-boligomraader/Idr%c3%a6t-og-kultur
2. Uma Ponte para a Educação ou Brobygning til uddannelse
(Pontuação: 87/100)
Este foi um projeto de um ano (2013-2014) que beneficiou jovens adultos com
idades entre os 18 e 30 anos, uma vez que visa integrar estas pessoas no EFP. A
prática foi desenvolvida numa escola de formação profissional e continha formação
prática nas escolas de EFP e no setor empresarial. Os beneficiários tinham um tutor
durante o projeto que assegurava que os jovens não abandonavam o seu percurso
escolar. O projeto ajudou cerca de 3.000 jovens a permanecerem no sistema de EFP,
impedindo o abandono escolar precoce.
URL: http://brobygningtiluddannelse.dk/
3. Uma Ponte para as Instituições (Pontuação: 84/100)
Este foi um projeto de dois anos (2012-2014) destinado a jovens dos 13-16 anos de
idade, incluindo os seus pais e os professores do EFP. Esta prática teve um alcance
nacional e os objetivos gerais procuraram garantir uma boa transição da escola
global para o EFP e evitar interrupções. Portanto, foi fornecido aos futuros alunos e
aos seus pais um maior conhecimento acerca do sistema de EFP antes de iniciar o
programa e aos professores em EFP e às escolas abrangentes foi fornecido com um
maior conhecimento sobre métodos de ensino, pedagogia e diferentes culturas das
instituições.
Cada semestre os alunos participaram em atividade de parceria no EFP através de
uma disciplina eleita (Saúde e Educação Física, Criatividade e Expressões, Serviço,
Carpintaria, Técnica, Inovação e Empreendedorismo, Média e Estudos de
Comunicação e Estudos Internacionais) nas instituições de EFP durante três dias.
No final de cada período das disciplinas eleitas, os pais foram convidados para um
evento de pais para apresentação da EFP. Para além de obter o conhecimento acerca
do EFP, os alunos desenvolveram também as suas relações com os professores e
orientadores do EFP.
Durante o período em que foi estabelecida esta ponte, os professores tiveram
também a oportunidade de observar outros professores no EFP e as suas interações
com os alunos. Assim, os professores tiveram um maior conhecimento acerca de
como preparar os estudantes para o EFP, ajudando-os a preparar aulas
diferenciadas para os alunos quando estes iniciam o seu processo de educação
URL: https://www.eva.dk/eva/projekter/2014/forsogs-og-udviklingsarbejde-pa-
erhvervsuddannelserne/rapporter/forbedrede-overgange-til-
erhvervsuddannelserne
4. Young people on their way in subject/course (Pontuação: 83/100)
Este foi um pequeno projeto (maio-junho de 2014) direcionado a jovens (16-19
anos) que terminaram a escolaridade obrigatória, não concluíram ou
interromperam a educação. O objetivo geral deste projeto foi o de fazer com que
mais jovens concluíssem o ensino. O objetivo específico desta prática foi a
participação de novos métodos de orientação para jovens com necessidades
especiais. O projeto pretendeu oferecer a estes jovens a oportunidade de realizar
formação numa empresa com apoio específico antes, durante e após a formação com
a ajuda de um orientador.
Esta prática consistiu, portanto, na articulação entre um grupo de orientação,
formação e orientação individual cujo objetivo era o de dar aos jovens uma melhor
perceção acerca de si próprios e torná-los capazes de estabelecer metas e
planeamento sobre como alcançar esses objetivos, de modo a que após o curso de
orientação estivessem prontos para escolher e completar o seu percurso educativo.
URL: http://ungepaatvaers.dk/category/praksisprojekter/uu-nordvestsjaelland-
virksomhedssamarbejde/
5. Youth Lab-Young Ambassadors of Education – on street level
(Pontuação: 83/100)
Este projeto foi desenvolvido durante dois anos (2011-2013) e teve como
beneficiários jovens com idades compreendidas entre 15 e 25 anos numa área
residencial com problemas sociais e económicos significativos. O objetivo geral foi o
de aumentar o número de jovens na educação através da prevenção do abandono
escolar. Desta forma, os “Jovens Embaixadores da Educação” convidaram jovens que
já estavam no sistema de ensino a participar num seminário onde aprenderam a
escrever curricula, em que obtiveram um bom conhecimento acerca do sistema de
educação e tiveram formação em liderança pessoal, incluindo a maneira de
comunicar a sua história pessoal de educação. Esta prática facilitou o
desenvolvimento de competências e recursos dos jovens e ampliou as suas redes
profissionais. Isto foi conseguido através de orientação oferecida por jovens
embaixadores que parecem ter uma maior compreensão sobre desafios em causa.
O Youth Lab (laboratório da juventude) é hoje em dia parte integrante e permanente
das atividades do RCNYs (RCYN -Resource Centre of Ydre Nørrebro – um centro de
atividades para os jovens).
URL: http://www.brugforalleunge.dk/Brug-for-alle-unge/Initiativer-for-unge-i-
udsatte-boligomraader/Ungtilung
III. PORTUGAL
A seleção de boas práticas em Portugal centrou-se especialmente no abandono
escolar precoce, no desenvolvimento de competências transversais e no
empreendedorismo, dando aos jovens as ferramentas necessárias para criarem a
sua própria empresa ou negócio.
1. Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) (Pontuação:
94/100)
Este programa tem sido desenvolvido pelo Ministério da Educação desde 1996 e
visa promover a igualdade no acesso à educação e o sucesso de estudantes em risco
de abandono escolar e de exclusão social, através da adaptação da escola às
necessidades específicas da comunidade em cada localização geográfica onde se
desenvolve, através de medidas organizacionais, da adequação de estratégias para
o público e do uso de recursos materiais e humanos específicos para assegurar as
condições que promovam o sucesso educativo.
A iniciativa, apesar de ter um âmbito nacional, é implementada a nível local por cada
rede de escolas, juntamente com os parceiros relevantes. Este consiste no reforço de
ações educativas em contextos sociais desfavorecidos ou marginalizados, a fim de
contribuir para a melhoria da qualidade da aprendizagem e para o sucesso dos
alunos, para fornecer orientação e qualificação adequadas na transição para a vida
ativa, tendo o desempenho escolar como um elemento central para a comunidade.
Isto é conseguido através da criação de equipas e de espaços específicos para o
apoio, orientação e acompanhamento dos alunos, do envolvimento de professores e
de outros especialistas, bem como através do desenvolvimento de um modelo de
trabalho planeado, diversificado, objetivo e integrado.
As perceções dos professores e dos pais acerca deste programa têm sido muito
positivas e a inclusão educacional, a coesão social e sucesso educativo têm, embora
lentamente, melhorado de forma consistente, reduzindo o abandono escolar e
contribuindo para melhores relações sociais e ambientes de aprendizagem. No
entanto, o grau de tal progresso varia consideravelmente de acordo com a área em
que o projeto é aplicado.
URL:
http://www.dge.mec.pt/teiphttp://www.dge.mec.pt/sites/default/files/EPIPSE/d
espacho_normativo_20_2012.pdf
2. RESLEA – Reduction of Early School Leaving of Young People (Pontuação:
88/100)
Este foi um projeto europeu de dois anos (2012-2014) desenvolvido por diferentes
parceiros, incluindo a Universidade Católica Portuguesa, e que foi destinado a
estudantes com idades entre os 15 e os 19 anos que frequentavam níveis básicos e
profissionais/vocacionais de ensino.
O objetivo do projeto RESLEA foi o de desenvolver um modelo inovador e manuais
de ferramentas que poderiam ser utilizados em diferentes países e contextos de
aprendizagem de modo a reduzir o número de casos de abandono escolar precoce
nos quatro países parceiros: Portugal, Hungria, Eslovénia e Reino Unido.
O RESLEA utilizou como ponto de partida um programa de intervenção estabelecido
“Mediadores para o sucesso escolar", desenvolvido em Portugal pela EPIS
(Empresários Pela Inclusão Social), uma ONG com financiamento privado. Este
programa visou capacitar os adolescentes (12 a 15 anos de idade) com baixo
desempenho para o sucesso escolar e ajudá-los a completar a escolaridade
obrigatória. Os estudantes em risco identificados receberam apoio de mediação e,
desde 2007, os programas da EPIS já identificaram mais de 35,000 alunos e
selecionaram mais de 12,000 para apoio. O RESLEA adaptou este modelo a
diferentes contextos nacionais e/ou ambientes educacionais e assegurou que os
processos de rastreio utilizados combinam critérios subjetivos e objetivos e que não
estereotipam alunos devido às suas origens familiares.
URL: http://www.reslea.eu/index.php/en/
3. Academia CV – Capacitar e Valorizar (Pontuação: 84/100)
Este projeto liderado pela Fundação Cidade de Lisboa promove o apoio pedagógico
e social a crianças e adolescentes em situação de risco, nomeadamente em situação
de abandono escolar precoce, através de uma rede intergeracional de voluntários
que atuam como tutores/mentores para estes jovens.
Os principais objetivos deste projeto, que é desenvolvido a nível local, são o aumento
da motivação e sucesso escolar dos alunos em situação de risco através da promoção
do seu desenvolvimento pessoal e social e do aumento do seu desempenho
académico, promoção de competências sociais e educacionais dos estudantes
universitários das áreas da educação e da psicologia que atuam como
tutores/mentores de estudantes mais jovens e a capacitação de jovens e de adultos
(nomeadamente pais) para a cidadania ativa.
Em 2015/2016, 16 estudantes universitários foram abrangidos pelo programa e
orientaram 13 jovens estudantes.
URL: http://www.fundacaocidadedelisboa.pt/areas-de-intervencao/em-
portugal/academia-cv-capacitar-e-valorizar
4. A Empresa (Pontuação: 82/100)
Este programa, desenvolvido pela Junior Achievement Portugal, é destinado a
estudantes do ensino secundário (entre os 15 e 21 anos) e desafia os alunos a
criarem e gerirem uma pequena empresa ao longo do ano escolar. Isto é feito com a
ajuda de um professor e de um voluntário do mercado de trabalho. Assim, os alunos
passam por todas as fases da criação e de desenvolvimento de um negócio – desde
a criação do plano de negócio à venda do produto ou serviço. Em cada fase os jovens
recebem orientação específica e competências empresariais que são fundamentais
para a sua futura profissão.
URL:
http://japortugal.org/index.php?option=com_attachments&task=downl
oad&id=121:6
http://www.japortugal.org/educacao/ensino-secundario/905-a-
empresa.html
5. DNA Cascais – Escolas Empreendedoras (Pontuação: 75/100)
Este projeto é desenvolvido pela Câmara Municipal de Cascais, em conjunto com a
Science for you, a Junior Achievement Portugal, a StartIUPI, a Universidade Europeia
e a Microsoft e é destinado a jovens dos 8 aos 18 anos de idade do município de
Cascais. Centra-se no desenvolvimento de competências pessoais e profissionais dos
alunos, ou seja, no desenvolvimento de competências empresariais para a criação
do seu próprio negócio, com base no trabalho em equipa, criatividade, resolução de
problemas e responsabilidade.
Este projeto está dividido em quatro atividades: a DNA Cascais Jovens Empresários,
um concurso para a criação de projetos empresariais para alunos desde o 9º ano até
ao ensino superior (14-23 anos); a DNA Cascais Cientistas Empreendedores que visa
a criação de protótipos e brinquedos produzidos a partir de materiais reciclados
(para estudantes entre os 10 e os 15 anos); a DNA Cascais Junior Achievement
Portugal, que se centra no desenvolvimento de competências pessoais e sociais
adaptadas a cada ciclo, desde o ensino primário até ao ensino secundário; e DNA
Cascais IUPI, que consiste em programas lúdicos para os alunos do ensino primário.
Para além disso, a DNA Cascais também desenvolve formações de
empreendedorismo para professores.
Esta iniciativa beneficiou até hoje 267 professores e 18,325 estudantes de 46
escolas.
URL: http://www.dnacascais.pt/en/entrepreneurial-ecosystem/young-social-
and-creative-entrepreneurship/dna-cascais-entrepreneurial-schools/
IV. REINO UNIDO
As cinco boas práticas para prevenir o abandono escolar precoce identificadas no
Reino Unido abrangem as seguintes áreas: desenvolvimento de competências
transversais, mentoria, aumento da empregabilidade, apoio familiar e estratégias de
regresso ao ensino.
1. Time for Change (Pontuação: 98/100)
A Time for Change é uma parceria entre a Fundação Salford e o bairro londrino de
Hammersmith e Fulham, que visa dar resposta aos problemas de retenção após os
16 anos e melhorar a experiência de transição, aumentando o alcance e as
qualificações dos jovens, especialmente aqueles mais propensos à retenção e
desistência da educação ou formação. O programa trabalha com parceiros de
negócios para fornecer apoio adaptado e estruturado a jovens nos 11-13 anos de
escolaridade (idades entre os 15 e 19 anos) de modo a apoiá-los na tomada de
decisões acerca da educação e percurso profissional e que decorreu entre janeiro de
2014 e março de 2016. Os jovens selecionados para o programa foram todos
identificados pelos coordenadores do programa dentro da sua escola ou faculdade
como estando em risco de abandono escolar e de se tornarem jovens que não estão
na escola ou em formação ou não têm emprego (NEET – Not in Education,
Employment or Training).
O Time for Change focou-se no fornecimento de oportunidades interessantes e
criativas no sentido de apoiar uma transição bem-sucedida, dando a estes jovens
esperança para o futuro e encorajando-os a ver o planeamento do seu percurso
profissional de uma forma diferente.
Cada jovem do programa completou um plano de ação profissional detalhando os
seus objetivos educacionais e profissionais a curto e a longo prazo, bem como as
medidas que deveriam ser tomadas para os alcançar. Estes jovens participaram
posteriormente numa série de atividades para apoiar o seu progresso rumo a essas
metas. O leque de atividades em que os jovens poderiam participar incluiu a
mentoria de negócios individualizada, atividades de transição e oficinas, visitas de
estudo a locais de trabalho, desafios de carreiras específicas da indústria,
experiências de trabalho e estágios de voluntariado, oficinas de educação e
profissionais e um fórum de carreiras online.
Ao trabalhar com os empregadores, o projeto levou ao desenvolvimento de um
programa de transição em parceria entre os profissionais das instituições de ensino
e as empresas voluntárias.
Beneficiaram deste programa 139 jovens, que incluiu 91 mentores de 12 empresas
e 100 planos de ação concluídos.
URL: www.taketwopartnership.com
2. Take Two (Pontuação: 93/100)
Este foi um projeto que visava apoiar alunos do ensino secundário, promovendo as
suas competências de comunicação e compreensão oral no sentido de ultrapassar a
sua situação de desvantagem e de os equipar para o mundo do trabalho. O projeto
foi desenvolvido em West London e Salford, com as parcerias usadas em benefício
dos jovens.
O Take Two centrou-se nos alunos do ensino secundário que foram afastados da
escola e da sua educação devido a uma série de razões, particularmente aqueles
estudantes para quem a língua e a comunicação foram um problema. Estes alunos
foram selecionados pelo coordenador da Escola Take Two para participar em todos
os aspetos do programa, seguindo critérios de seleção específicos relacionados, por
exemplo, com o perigo de se tornarem em jovens NEET, com baixa autoestima, falta
de confiança, risco de abandono escolar sem qualificações, problemas de
alfabetização, fracas competências de comunicação e baixa motivação.
O projeto incluiu o desenvolvimento e a documentação de módulos de formação
para os profissionais do ensino e para mentores voluntários e estabeleceu
igualmente parcerias com empresas locais, de modo a permitir o acesso às
competências dos mentores voluntários, fornecer um contexto do mundo real para
a mentoria, formação e outras formas de apoio aos jovens. Para além das atividades
de mentoria, os jovens participaram numa série de atividades de comunicação com
base em três temas de Comunicação – Difusão, Publicidade e Teatro - que fez com
que os jovens trabalhassem com profissionais da indústria nos projetos.
202 jovens (acima da meta de 200), coordenadores de formação de nove escolas
(acima da meta de seis) e 123 mentores de sete empresas participaram deste
projeto.
URL: www.taketwopartnership.com
3. Stride Out (Pontuação: 89/100)
Stride Out é um projeto do Shropshire Youth, Shropshire Council. O objetivo do
projeto é melhorar as competências de empregabilidade para os jovens, fornecendo
informação, aconselhamento e serviço de orientação para a jovens de difícil acesso.
Este é um projeto-piloto que visa 12 jovens NEET, oferecendo programas de
envolvimento para ajudar os jovens a alcançar todo o seu potencial e remover
barreiras à aprendizagem e ao emprego. O projeto é um programa inovador e
motivador de 12 semanas para ajudar os jovens a terem sucesso e acreditarem em
si mesmos. O programa oferece experiência no local trabalho e o apoio com
competências pessoais, sociais e de empregabilidade, bem como mentoria.
Durante 12 semanas, os jovens aprendem competências de empregabilidade, têm
atividades de team building ao ar livre, visitas a empresas, ajudam a comunidade e
ganham experiência de trabalho.
É também oferecida aos jovens uma entrevista e plano de orientação profissional
completo, bem como mentoria para os ajudar a cada momento do seu percurso. O
programa pode, no entanto, ser adaptado às necessidades individuais.
URL: www.shropshireyouth.info
4. The Shropshire Project (Pontuação: 82/100)
O projeto Shropshire é desenvolvido em parceria entre o Shropshire Council e e
Barnardo, uma instituição de solidariedade britânica fundada em 1866, que cuida
de crianças e jovens vulneráveis e destina-se a apoiar os jovens, juntamente com as
suas famílias, no sentido de beneficiarem da educação. A população-alvo deste
projeto são jovens com idades compreendidas entre os 5 e os 19 anos, numa área
essencialmente rural e que têm familiares e outras dificuldades que os desviam da
aprendizagem e que afetam seu comportamento. O programa visa a intervenção
precoce e os serviços de prevenção são centrados no trabalho de apoio à família.
Um objetivo principal é o de evitar a exclusão escolar. Isto é feito através do trabalho
com os jovens e com suas famílias, juntamente com outros serviços e em ligação com
as escolas, usando uma grande variedade de habilidades e métodos para resolver
tudo o que está a desviar o jovem da educação. Em média, as intervenções duraram
seis meses, ainda que por vezes tenha sido necessário um envolvimento a longo
prazo.
O programa foi implementado através do trabalho com os jovens, juntamente com
outros serviços e em ligação com as escolas, bem como através do envolvimento dos
pais e dos encarregados de educação para apoiar e intervir em favor dos jovens,
através de técnicos de apoio à família. Estes técnicos de apoio à família são colocados
em escolas e alguns trabalham em equipas de multidisciplinares ao lado de outros
profissionais tais como assistentes sociais, proteção de menores e profissionais de
saúde mental.
URL: www.barnardos.co.uk
5. Leeds REACH (Pontuação: 80/100)
A Leeds REACH (Reaching Educational Achievement through CHallenge) é uma
organização voluntária com base na prestação de serviços aos jovens que enfrentam
dificuldades no sistema de ensino regular. O projeto visa apoiar os jovens fora do
ensino regular e ajudá-los a retomar o seu projeto educativo. O projeto desenvolve
esforços para reduzir o abandono escolar, para promover a assiduidade e para
desvendar o talento escondido nestes jovens.
O projeto começou em 1994 e está ainda a decorrer. A Leeds REACH trabalha em
parceria com a autoridade educativa local, o Council Youth Service, a Barnardo e
diversas escolas secundárias urbanas da área de Nordeste/ Noroeste no interior da
cidade de Leeds. Desde o seu início que o projeto foi acolhido pela comunidade local,
pelos jovens, pelas famílias e pelas escolas da região. A Leeds REACH oferece a cada
escola parceira entre três a seis lugares por ano a um custo de 40 libras diária por
aluno, trabalhando com 7 a 12 alunos a cada trimestre.
Os jovens com idades compreendidas entre os 11 e 16 anos são o principal alvo deste
projeto, e têm principalmente, mas não exclusivamente, ascendência negra dos
países das Caraíbas. Estes jovens são incentivados a participar em ofertas educativas
alternativas e regulares fora do ambiente escolar. Os tutores trabalham numa base
individualizada ou dão atenção individual durante as sessões de grupo.
Posteriorment, é oferecido aos jovens um período de orientação e uma visita
semanal de forma a reintegrar o aluno na escola. Isto pode demorar até 6 meses e
pode ser necessário ainda mais apoio para alguns alunos que têm de participar em
projetos de verão ou de regressar depois da escola e ainda voluntariarem-se como
mentores dos seus colegas.
Quando estes jovens atingem os 16 anos é ainda oferecida educação, formação e
oportunidades de emprego, remetendo-os para o projeto Barnardo’s 'Leeds Believe'.
URL: www.inspireleeds.com
Limitações na identificação de práticas
Algumas outras práticas foram identificadas nos quatro países apesar de não
cumprirem todos os critérios mínimos de qualidade para serem consideradas como
boas práticas. Esta situação deveu-se principalmente ao facto de algumas das
práticas não disporem de informações suficientes acerca dos seus resultados e dos
impactos produzidos, não permitindo a avaliação da prática de forma completa e
adequada.
Noutros casos não é claro se as práticas são suficientemente credíveis, ou seja, se
foram exaustivamente avaliadas, quer pelo promotor, quer por uma agência
independente ou se houve melhorias delineadas para o futuro. Para além disso, se
pelo menos uma das fases não foi avaliada (o que foi um dos critérios inicialmente
definidos como obrigatórios) ou se não existe informação suficiente sobre isso, a
prática foi retirada.
Por outro lado, algumas das práticas identificadas são muito específicas, seja porque
oferecem mais benefícios a curto prazo, como é o caso de prémios ou concursos, ou
porque se centram numa estratégia muito específica para um grupo de beneficiários
ou localização geográfica específicos.
Conclusão
As práticas identificadas em cada um dos países parceiros que se centram no
desenvolvimento de competências nos jovens com o objetivo de os integrar no
mercado de trabalho são, em muitos casos, semelhantes.
A inadequação do sistema de ensino regular em dar resposta a alunos com
necessidades específicas ou especiais com vista a um mercado de trabalho cada vez
mais especializado levou ao desenvolvimento de conhecimentos e competências
especializadas nas áreas da formação profissional ou vocacional.
Outra grande preocupação centra-se nas estratégias e iniciativas específicas
destinadas a prevenir o abandono escolar precoce. Na verdade, estas práticas
correspondem à meta estabelecida pela Europa 2020 no sentido de reduzir a
percentagem média europeia de abandono escolar precoce para menos de 10% até
2020 (EC, 2010).
A maioria das boas práticas identificadas requerem uma forte colaboração com o
mercado de trabalho, de modo garantir o desenvolvimento de competências
adequadas que respondam às exigências do mercado, promovendo assim o aumento
da empregabilidade.
Por outro lado, os jovens com necessidades educativas, sociais e/ou económicas
especiais exigem também abordagens especiais quando se trata do
desenvolvimento de competências e estes são também aspetos tidos em
consideração pelos diferentes países.
Referências (Incluindo apêndice)
Bendit, R., & Stokes, D. (2003) ‘Disadvantage’: transition policies between social
construction and the needs of vulnerable youth. In A. López Blasco, W. McNeish, &
A. Walther (eds.), Young people and contradictions of inclusion: towards Integrated
Transition Policies in Europe (pp. 261–283). Bristol: Policy Press.
CEDEFOP (2006) Typology of knowledge, skills and competences: Clarification of the
concept and prototype. Luxembourg: Office for Official Publications of the European
Communities.
CEDEFOP (2008) Terminology of European education and training policy: A selection
of 100 key terms. Luxembourg: Office for Official Publications of the European
Communities.
CEDEFOP (2013) Return to Work: Work-based learning and the reintegration of
unemployed adults into the labour market. Working Paper no. 21. Luxembourg:
Publications Office of the European Union.
Education, Audiovisual and Culture Executive Agency (EACEA) (2012)
Entrepreneurship Education at School in Europe National Strategies, Curricula and
Learning Outcomes (2012) [Online]. Disponível em:
http://eacea.ec.europa.eu/education/eurydice/documents/thematic_reports/135
en.pdf [Consultado a 3 de janeiro de 2016].
European Commission (EC) (2001) Promoting a European Framework for Corporate
Social Responsibility – Green Paper. Luxembourg: Office for Official Publications of
the European Communities.
European Commission (EC) (2010) Europe 2020: A Strategy for Smart, Sustainable
and Inclusive Growth. Brussels: European Commission.
European Commission (EC) (2011) A renewed EU strategy 2011-14 for Corporate
Social Responsibility. Brussels: European Commission.
European Commission (EC) (2013) Reducing early school leaving: Key messages and
policy support Final Report of the Thematic Working Group on Early School Leaving.
Brussels: European Commission.
European Commission (EC) (2016a) Erasmus+ Programme Guide. Brussels:
European Commission.
European Commission (EC) (2016b) A New Skills Agenda for Europe. Brussels:
European Commission.
European Mentoring and Coaching Council (EMCC) (2011) Code of Conduct for
Coaching and Mentoring [online]. Disponível em:
http://www.emccouncil.org/src/ultimo/models/Download/102.pdf [Consultado a
3 de janeiro de 2016].
Food and Agricultural Organization of the United Nations (2014) “Good Practices
Template” in Food and Agricultural Organization of the United Nations [Online].
Disponível em: http://www.fao.org [Consultado a 29 de dezembro de 2015].
Governance of Educational Trajectories in Europe (GOETE) Glossary [Online].
Disponível em: http://www.goete.eu/glossary [Consultado a 3 de janeiro de 2016].
Heckman, J. J., & Kautz, T. (2012). Hard evidence on soft skills. Labour economics,
19(4), 451-464.
Pantea, M.-C. (2014) Youth Entrepreneurship. EU-CoE youth partnership policy
sheet. Strasbourg: European Commission and the Council of Europe.
The European Parliament and the Council of the European Union (EP) (2006)
Recommendations of the European Parliament and of the Council of 18
December2006 on Key Competences for Lifelong Learning (2006/962/EC)A
European Framework [Online]. Disponível em: http://www.alfa-trall.eu/wp-
content/uploads/2012/01/EU2007-keyCompetencesL3-brochure.pdf
[Consultado a 3 de janeiro de 2016].
Apêndice 1 | Termos-chave e Definições
Abandono Escolar Precoce (AEP)
O AEP ao nível da UE refere-se aos jovens que deixam a educação e a formação apenas
com qualificações inferiores ou ao nível do ensino secundário e que já não participam
na educação ou formação.
O termo 'abandono escolar', muitas vezes refere-se à desistência de um curso, por
exemplo, abandonando a escola a meio do período escolar. A saída do sistema de ensino
pode ocorrer a qualquer momento e pode ocorrer em diferentes grupos etários (em EC,
2013).
Aconselhamento Profissional
De acordo com o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional
(CEDEFOP), o aconselhamento profissional inclui uma série de atividades destinadas a
ajudar as pessoas a tomarem decisões educativas, profissionais ou pessoais e levá-las a
cabo antes e após entrarem no mercado de trabalho (CEDEFOP, 2008).
Boa Prática
Uma boa prática deve ser entendida como uma prática que provou responder a uma
necessidade identificada, a um desafio ou um problema ou que tenha produzido bons
resultados, agindo como um modelo que merece ser partilhado com os outros dentro de
um determinado enquadramento. Os critérios para considerar uma boa prática podem
incluir eficácia e sucesso, a sustentabilidade (ao nível social/cultural, ambiental e
económico), a igualdade de género e consciencialização, a facilidade de aprendizagem
ou de implementação, a presença de um elevado número de diferentes grupos ou partes
interessadas, a adaptabilidade e replicabilidade para outros contextos, bem como a
capacidade de minimizar os riscos e impactos negativos (baseado em FAO, 2014).
Coaching
Atividade na área do desenvolvimento profissional e pessoal com enfoque nos
indivíduos ou equipas e recorrendo aos próprios recursos dos indivíduos para os ajudar
a identificar e a testar formas alternativas de melhorar as suas competências, a sua
tomada de decisão e qualidade de vida.
O coaching também pode ser visto como "facilitador do processo de aprendizagem
através de métodos e técnicas profissionais para os ajudar a melhorar o que é obstrutivo
e promover o que é eficaz, a fim de alcançar os objetivos do indivíduo" (traduzido de
EMCC, 2011).
Competências Tranversais
Heckman e Kauts (2012) definem competências transversais como traços de
personalidade, objetivos, motivações e preferências que são valorizados no mercado de
trabalho, na escola e em muitos outros domínios. Assim sendo, as competências
transversais são frequentemente associadas à inteligência emocional de uma pessoa. De
acordo com o CEDEFOP, que adota o conceito de "competências transversais e
metódicas", estas incluem, por exemplo, a "comunicação e moderação, línguas e cultura,
colaboração e interação, trabalho em equipa e mentoria, conflito e consenso,
criatividade e inovação, análise e raciocínio, análise e resolução de problemas,
estratégia, conceção e planeamento, contexto e pensamento de conexão causal,
tratamento da informação, documentação e apresentação" (tradução de CEDEFOP,
2006: 68).
As “competências transversais e metódicas” devem ser entendidas, no entanto, em
relação a outras duas categorias de competências básicas: "competências
comportamentais e pessoais" (“flexibilidade, autoaprendizagem, motivação e empenho,
resistência ao stress e emoção, responsabilidade, gestão de riscos, tomada de decisão,
negociação, iniciativa e atenção, persuasão, atitude profissional") e “trabalho básico e
transequatorial e competências técnicas” ("perceção da qualidade, perceção comercial
e do mercado, empreendedorismo, orientação para o cliente e relacionamento,
organização do negócio ou da empresa, trabalho e organização do projeto,
conhecimento do processo de trabalho e de negócio, segurança no trabalho e proteção
da saúde, direitos do trabalhador e privacidade de dados, e consciência ambiental e de
recursos") (traduzido de ibid).
Educação e Formação Profissional (EFP)
De acordo com o CEDEFOP, a EFP é definida como a "educação e formação que visam
equipar as pessoas com conhecimentos, know-how, competências e/ou competências
necessárias em determinadas ocupações ou de forma mais ampla no mercado de
trabalho" (traduzido de CEDEFOP, 2008). Esta pode consistir em formação inicial ou ao
longo da vida dentro de uma área/campo específico de trabalho.
Empreendedorismo
O Key Competences Framework define o empreendedorismo como "a capacidade de
planear e gerir projetos com vista a alcançar objetivos. Desenvolvendo mentalidades,
atributos e competências genéricas que são a base do empreendedorismo e que podem
ser complementadas por conhecimentos mais específicos acerca do negócio de acordo
com o nível e tipo de ensino" (traduzido, 2006).
De acordo com Pantea (2014: 2), no que se refere ao empreendedorismo existe "uma
abordagem amplamente utilizada que distingue entre empreendedorismo para a criação
de novas empresas, empregabilidade e ‘empreendedorismo para a vida’. A visão do
empreendedorismo para a criação de novas empresas está ligada à capacidade de
identificar oportunidades no mercado e criar novos negócios. Este é o chamado sentido
"restrito", com enfoque na competência económica. A empregabilidade (capacidade de
obter os empregos existentes) envolve competências de trabalho e a capacidade de se
“vender” junto dos empregadores. Em 1989, a OCDE alargou a abordagem acima
referida, passando a incluir a noção de desenvolvimento pessoal e de cultura
empreendedora, que implica "atitudes e comportamentos associados à criatividade, à
inovação e à tomada de riscos (que são) geralmente aplicáveis a todos os aspetos da
vida pessoal e profissional" (traduzido de CE, 2012). A abordagem atual da política da
UE abrange tanto o sentido mais restrito como o mais abrangente do empreendedorismo
para a vida.
Estágios
Os estágios consistem na formação on-the-job e aprendizagem onde os
alunos/formandos "são enviados para locais de trabalho reais" (traduzido de CEDEFOP,
2013: 11). Este caracteriza-se por um período de tempo (de duração variável) em que
um estagiário é acolhido por uma determinada empresa e se compromete a certas
funções ou tarefas que são normalmente realizadas por funcionários da empresa. Este
pode ser integrado dentro de um curso específico ou grau, como parte da formação on-
the-job essencial para o processo de aprendizagem, ou pode ser feito de forma
independente, geralmente após a conclusão de um curso/grau e como preparação para
um emprego/percurso profissional. Os estágios podem ou não ser remunerados.
Jovens em risco ou desfavorecidos
Refere-se habitualmente a jovens com menos oportunidade de atingir objetivos como a
educação ou posições sociais. De acordo com Bendit & Stokes (2003), a “juventude em
risco” é em muitos países usada como uma categoria abrangente que engloba todos os
jovens com menos oportunidades do que os seus pares e, em alguns países, outros
termos como “jovens em risco”, “juventude vulnerável”, “jovens desconectados ou
socialmente excluídos” são preferidos para descrever a desigualdade social entre os
jovens (GOETE).
Mentoria
A mentoria pode ser descrita como um processo de desenvolvimento que envolve a
transferência de competências ou de conhecimento de uma pessoa com mais
experiência para uma com menos experiência através do diálogo de aprendizagem e da
utilização de modelos, e que também pode ser uma parceria de aprendizagem entre
pares (em EMCC, 2011).
Responsabilidade Social Empresarial (RSE)
A RSE tem sido definida como "um conceito segundo o qual as empresas integram
voluntariamente as preocupações sociais e ambientais nas suas operações e nas suas
interações com outras partes interessadas" (traduzido de CE, 2011). As empresas
assumem, portanto, que têm responsabilidade para com a sociedade em geral, para com
os seus funcionários e para com os acionistas da empresa e que suas ações devem ser
sustentáveis e transparentes (CE, 2001; 2011).
Work or job shadowing
O work or job shadowing consiste num "curto período de permanência numa
organização parceira noutro país, com o objetivo de receber formação, seguir os
profissionais na organização de acolhimento, fazer intercâmbio de boas práticas,
adquirir competências e conhecimentos e/ou a estabelecer parcerias de longo prazo
através da observação participativa" (traduzido de UE, 2016a: 308). Esta atividade pode
ser realizada como parte da formação de um novo emprego, como a aprendizagem ao
longo da vida ou desenvolvimento profissional, de modo a desenvolver um
conhecimento específico ou como parte do processo de liderança.
Top Related