LIPÍDIOS
Paula Maki Otani R1
LIPÍDIOS
Pessoas fazem exercício ou esporte por vários motivos:
Atletas querem ficar mais rápidos Indivíduos querem perder ou manter o peso Exercitar por motivos de saúde
Acabam procurando por suplementos para otimizar
o objetivo
LIPÍDIOS
Substrato para contração muscular: Carboidrato – importante para exercícios de
alta intensidade Gordura – mais importante principalmente para
endurance Aminoácidos – podem ser usados, mas sua
contribuição é mínima
LIPÍDIOSGlicogênio (principalmente dos músculos): Importante para exercícios de alta intensidade Sua depleção leva à:
Fadiga Redução da intensidade do exercício Até necessidade de parar o exercício
Pode ser depletado em uma horaGordura: é muito abundante
LIPÍDIOS
Assim, qualquer adaptação que leve à preservação do glicogênio e aumente a oxidação de gordura, leva a melhora da capacidade de endurance.
Próprio treinamento leva a essas adaptações (aumento da vascularização muscular, melhora da extração de O2, aumento da concentração de mitocôndrias, melhora da atividade da enzima oxidativa)
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA LONGA
Maioria dos alimentos consumidos na dieta: origem animal ou óleo vegetal
Servem como reserva de energia Suprem as necessidades de ác. graxos
essenciais
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA LONGAIngestão de TCL pré-exercício: Realizadas tentativas para reduzir a quebra de
glicogênio e aumentar a oxidação de gordura Estudos demonstraram que:
Ingestão de TCL antes do exercício tem pouco ou nenhum efeito no metabolismo ou performance
Porque o que chega na circulação é o quilomícrons, que acredita-se não ser importante como fonte de energia durante exercício
ÓLEO DE PEIXE
Vem crescendo muito o interesse sobre os efeitos do óleo de peixe na dieta humana
As duas principais classes de ác graxos poliinsaturados são: W-3 – EPA (ác eicosapentaenóico) e DHA (ác
docosahexaenoico) W-6
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e VO2 máx:
Deformabilidade do RBC (red blood cells): Diminui com o exercício Associado com:
Aumento da agregação Aumento do tempo de transição pelos microporos
Isso reduz a efetividade de distribuição de O2 através da microcirculação
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e VO2 máx:
Com dieta com óleo de peixe: Aumenta a deformabilidade do RBC Devido incorporação do w-3 na membrana do
RBC e facilita o transporte do RBC através do leito capilar
Na teoria, melhoraria a distribuição de O2 p/ músculo contrátil e VO2 máx, resultando em melhora da performance
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e VO2 máx:
Estudos foram realizados para tentar comprovar essa teoria, o que se concluiu:
No geral, óleo de peixe pode reduzir a queda da deformabilidade do RBC que acontece no exercício
No entanto, essa alteração é muito pequena e improvável de se afetar VO2 máx ou performance.
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe para prevenir lesão muscular e resposta inflamatória:
Inflamação: Resposta a ferimento ou lesão tecidual que
envolve o sistema de defesa do corpo Resposta inflamatória:
Aumenta expressão de citocinas (TNF-alfa e IL-6) Também libera prot de fase aguda e mediadores
inflamatórios (Prostaglandinas e leucotrienos)
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe para prevenir lesão muscular e resposta inflamatória:
Com exercício intenso: Redução da imunidade natural Queda da resistência a infecção
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe para prevenir lesão muscular e resposta inflamatória:
Na teoria, suplementação com W-3: Reduz o aumento das proteínas de fase aguda
presente após exercício (associado com resposta inflamatória)
Reduz a imunossupressão pós-exercício
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe para prevenir lesão muscular e resposta inflamatória:
Realizados estudos que concluiram: Dor tardia do exercício, que está associada com
a resposta inflamatória, não melhorou com a suplementação com óleo de peixe
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e asma induzida pelo exercício:
Observaram associação entre asma e dieta com óleo de peixe pela baixa incidência de asmáticos da Groelândia, associado com a alta ingestão de óleo de peixe nessa mesma população
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e asma induzida pelo exercício: Existem estudos inconclusivos, sem
comprovação da melhora dos sintomas após suplementação com W-3
Outros estudos relataram melhora
Ou seja, mais estudos precisam ser realizados para conclusão
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e metabolismo:
Com o treino, leva a alteração da seleção de combustível no exercício, estimulando a:
Aumento da oxidação de gordura Queda da oxidação de carboidratos
ÓLEO DE PEIXEÓleo de Peixe e metabolismo:
Estudos concluiram que óleo de peixe pode ter efeito positivo a longo prazo, mas evidências científicas atuais é falha para afirmar que o óleo de peixe melhora VO2 máx e performance
ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO
Termo coletivo usado para descrever um misto de isômeros de ác linoleicos com duplas ligações conjugadas
Fonte de ALC: principalmente carne e produtos derivados dos ruminantes
ALC: Vendidos como suplemento nutricional Tb é um misto de isômeros
ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO
Anunciado para atletas treinados em resistência: Ajuda a minimizar o catabolismo Reduz a gordura do corpo Promove ganhos maiores de força e massa
muscular durante treinos
ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADOALC e perda de peso corporal:Foram realizados estudos em animais: Efeito positivo na perda de peso com
suplementação de ALC, independente da dieta Mas tiveram estudos que não encontraram
efeito nenhum Acham que essa diferença de resultados seja
devido a diferença de espécies de animais ou devido diferença de isômeros de ALC usados
ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADOALC e perda de peso corporal:
Foram realizados estudos em humanos: Resultados diferentes daqueles encontrados em
animais Resultados não encontraram nenhum efeito na
perda de peso
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIA
Encontrado em pouca quantidade na dieta ocidental
Desde 1950, é sintetizada pela hidrólise do óleo de côco e óleo do grão de palmeira, pela filtração dos ác graxos de cadeia média e depois reesterificado
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIA
A partir de 1960, demonstrado que: Esse TCM sintetizado é relativamente bem tolerado Pode manter peso em humanos
Desde então, esse óleo é usado para tratar várias condições clínicas incluindo má absorção de gordura
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIATolerância do TCM:
Nos EUA foram liberados pela FDA para uso oral e parenteral
Mas tem muitos sintomas adversos: náuseas, vômitos, desconforto gastrointestinal, diarréia osmótica, dor abdominal
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIATolerância do TCM:
100% apresentaram os efeitos colaterais com ingestão de 50-60g de TCM
10% apresentaram efeitos colaterais com ingestão de 30g de TCM
Estudos sugerem que se desenvolve tolerância e adaptações com o tempo
Maioria dos estudos foram feitos com 30g TCM
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIAIngestão de TCM antes do exercício:
Foi sugerido que ingestão de TCM: Poderia aumentar a concentração de ác graxos
livres no plasma Reduzir o uso de glicogênio muscular Melhorar a capacidade de endurance
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIAIngestão de TCM antes do exercício:
Estudos realizados com exercícios de baixa, moderada e alta intensidade e diferentes quantidades de ingestão de TCM não mostraram efetividade na redução da quebra do glicogênio muscular ou capacidade de endurance
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIAIngestão de TCM durante exercício:
Estudos demonstraram que quantidades aumentadas de TCM em soluções isoenergéticas de carboidratos-TCM melhoram o esvaziamento gástrico
Realizados estudos para avaliar o efeito do consumo dessa solução:
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIAIngestão de TCM durante exercício:
Estudos sugeriram que ingestão de TCM: Pode induzir mínima cetonemia Mas tem efeito mínimo na disponibilidade de ác
graxos plasmáticos Nenhum efeito na quebra do glicogênio
muscular
Portanto, a performance de endurance não teve melhora com ingestão de TCM
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIAIngestão de TCM durante exercício:
Ainda, a falta de efeito do TCM foi atribuída ao fato de ser dado pouca quantidade de TCM
Mas se eles aumentavam a quantidade, os indivíduos apresentavam sintomas gastrointestinais e/ou tinham nenhum efeito na performance
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIATCM e perda de peso:
Sugerido que TCM serve de ferramenta para perder peso:
Baseado na teoria de que ác graxos de cadeia média são preferencialmente oxidados, enquanto ác graxos de cadeia longa são preferencialmente armazenados
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIATCM e perda de peso:
Além disso, sugerem que TCM: Aumenta a sensação de saciedade Tem uma quantidade de energia por grama
pouco menor que TCL Pode ter alto efeito termogênico
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIATCM e perda de peso:
Estudos evidenciaram que TCM: Pode aumentar o gasto energético em humanos,
comparado com o consumo de TCL Pode aumentar a sensação de saciedade
TRIGLICÉRIDES DE CADEIA MÉDIATCM e perda de peso:
Consumo de TCM poderia ser uma estratégia para perder peso
Mas o número de estudos ainda é limitado
CARNITINA
CARNITINA
Afirmam que a carnitina: Melhora a performance de atletas Acelera sua recuperação de exrecícios Melhora metabolismo e massa de gordura Aumenta a massa muscular
CARNITINA
São retratados como “fat burners” Recomendados para perda de peso Afirmações puramente especulativas e
baseados em suposições Essa revisão avalia se essas afirmações são
válidas
CARNITINANo corpo: Produzida a partir de aminoácidos essenciais
(lisina e metionina)
Fatores limitantes da produção endógena: Intermediário da biossíntese: trimetil lisina
Presente nas fibras do músc esquelético Último passo da produção
Hidroxilação da butyrobetaine em carnitina Limitado no fígado, rim e cérebro
CARNITINANo corpo:
Principais fontes de carnitina: Dieta Carne vermelha Derivados de laticínio
Maior reserva do corpo são os músc esqueléticos
Excretada pela urina e bile
CARNITINANo metabolismo da gordura:
Papel importante no metabolismo da gordura
Durante a noite Descanso Exercício de baixa ou moderada intensidade
Ác graxos de cadeia longa = 80% da fonte de energia
CARNITINANo metabolismo da gordura:
Principal função da L-carnitina: Papel como cofator da carnitina Acyltransferase que transporta ác graxo de
cadeia longa através da membrana interna da mitocôndria
Na ausência de L-carnitina, a membrana interna da mitocôndria fica impermeável
CARNITINANo metabolismo da gordura:
Ácido graxo livre – ácido graxo ativado (Acil-CoA graxo) – entra na mitocôndria (carnitina)
Acil-CoA graxo, pela reação de beta oxidação, se transforma em Acetil-CoA
CARNITINANo metabolismo da gordura: Se tiver O2 suficiente, Acetil-
CoA entra no Ciclo de Krebs para produção de ATP
CARNITINANo metabolismo da gordura: Durante o exercício de alta
intensidade, há grande produção de Acetil-CoA
CARNITINANo metabolismo da gordura:
Grande quantidade de Acetil-CoA Leva à inibição do complexo piruvato
desidrogenase
CARNITINANo metabolismo da gordura:
Assim, com aumento de Acetil-CoA, aumenta lactato
CARNITINANo metabolismo da gordura:
Outra função importante da carnitina: manter a razão Acetil-CoA / CoA na célula
Acetil-CoA + Carnitina Acetil-Carnitina + CoA
Então, a carnitina pode suprimir o acúmulo de ác lático, melhorando a performance de exercícios de alta intensidade
CARNITINAComo agente para perder peso:
Afirmam que com suplementação de carnitina: Leva ao aumento da concentração intracelular
Aumenta a oxidação de gordura Redução gradual das reservas de gordura do
corpo
CARNITINAComo agente para perder peso:
Estudos não são suficientes para afirmar que suplementação de carnitina promove perda de peso em pessoas saudáveis não obesas e precisa ser investigado melhor
CARNITINAOutras funções:
Estudos mostraram que: Altas doses de L-carnitina modularam a função
do receptor de glicocorticóide Pode mimetizar algumas atividades biológicas do
glicocorticóide Ex: estimular a lipólise no tecido adiposo
CARNITINAOutras funções:
Também se observou estímulo da carnitina acyltransferase com suplemento de L-carnitina (para transporte dos ác graxos para dentro da mitocôndria)
CARNITINAExercício:
Carnitina é importante para bioenergética nl do músculo esquelético, pelo menos em 3 reações:
1) Oxidação de ác graxos de cadeia longa2) Ajuda a remover grupos acyl acumulados da
mitocôndria3) Tem papel importante para desintoxicação
Suplementação de carnitina melhoraria performance por atuar em 1 e 2
CARNITINAExercício: Maioria dos estudos mostraram melhora na
performance com a suplementação de carnitina Tiveram estudos que não conseguiram
demonstrar essa melhora Justificam essas diferenças de resultados por:
Diferenças interindividuais Uso de metodologias diferentes
CARNITINAExercício:
Além disso, estudos também mostraram que: L-carnitina tem efeito protetor nas células
sangüíneas, principalmente nas plaquetas Isso justifica o efeito protetor da L-carnitina contra
lesões musculares induzidas pelo exercício
CARNITINAExercício:
Além disso, estudos também mostraram que: Uso de drogas Malfuncionamento da OCTN2 (imp para absorção
intestinal e reabsorção renal de L-carnitina) Diálise Reduzem a concentração de L-carnitina do músculo
esquelético Então, pctes com dça renal mostraram melhora do
funcionamento musc e capacidade de exercício com suplementação de carnitina
CARNITINAExercício:
Outros estudos demonstraram que: Há alteração no pool de carnitina plasmática
durante exercício Depende da intensidade do exercício Efeito da L-carnitina é mais pronunciada em
exercícios com intensidade maiores
CARNITINAExercício de Endurance:
Estudos dão dicas de que o suplemento com L-carnitina tem efeitos benéficos para exercício de endurance:
Pelo aumento da concentração no músculo Assim, aumenta a taxa de oxidação de ácidos
graxos intramusculares e tracilglicerol durante exercício
Reduzindo, então, a quebra de glicogênio muscular e adiando a fadiga
CARNITINAExercício de Alta Intensidade:
Concentração de carnitina livre diminui devido sua reação com Acetil-CoA
Essa queda tem sido sugerida por ser responsável pela redução da oxidação dos triglicérides e ác graxos plasmáticos durante exercícios de alta intensidade
CARNITINAExercício de Alta Intensidade:
Maioria dos estudos demonstraram efeito benéfico na performance com a suplementação em altas doses e por longos períodos de L-carnitina
Alguns estudos não mostraram nenhum efeito
CARNITINAExercício de Alta Intensidade:
Além disso, foi demonstrado: Atenuação da dor muscular Atenuação da concentração de CPK
CARNITINAOutros efeitos:
Estudos também demonstraram que suplementação com L-carnitina estimula a eritropoiese
Pode ajudar a eritropoiese em treinamentos em altas altitudes
CARNITINADose:
Dose maior que 4g/d pode levar a alterações gastrointestinais
Dose de 2g/d é suficiente para recuperação
CARNITINAConclusão:
Precisa-se de mais estudos, levando em conta diferenças entre indivíduos, possíveis uso como terapia para indivíduos doentes, diferentes idades, etc...
BIBLIOGRAFIA
Jeukendrup AE, Aldred S. Fat Supplementation, Health, and Endurance Performance. Nutrition 20 2004: 678-688.
Karlic H, Lohninger A. Supplementation of L-Carnitine in Athletes: Does It Make Sense? Nutrition 20 2004: 709-715.
OBRIGADA!!!
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