LISTA EXTRA: Filosofia Antiga
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Questão 01)
“Como se sabe, a palavra mythos raramente foi
empregada por Heródoto (apenas duas vezes).
Caracterizar um logos (narrativa) como mythos era
para ele um meio claro de rejeitá-lo como duvidoso
e inconvincente. [...] Situado em algum lugar além
do que é visível, um mythos não pode ser provado.”
HARTOG, F. Os antigos, o passado e o presente.
Brasília, Editora da UnB, 2003, p. 37.
Sobre a diferença entre mythos e logos acima
sugerida, é INCORRETO afirmar que
a) o problema do mythos era limitar-se ao que é
visível e, por isso, não podia ser pensado.
b) filosofia e história nasceram, na Grécia clássica,
com base numa mesma reivindicação do logos
contra o mythos.
c) o mythos não poderia ser submetido à
clarificação argumentativa e à prova —
demonstração — discursiva.
d) em contraposição ao mythos, o logos era um
uso argumentativo da linguagem, capaz de
criar as condições do convencimento.
Questão 02)
Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que não
pertence à sua essência, ver-se-á que ele se reduz
aos seguintes termos: ‘Cada um de nós põe em
comum sua pessoa e todo o seu poder sob a
direção suprema da vontade geral, e recebemos,
enquanto corpo, cada membro como parte
indivisível do todo. [...] essa pessoa pública, que se
forma desse modo, pela união de todas as outras,
tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de
república ou de corpo político o qual é chamado por
seus membros de Estado quando passivo, soberano,
quando ativo, e potência, quando comparado aos
seus semelhantes. Quanto aos associados, recebem
eles, coletivamente, o nome de povo e se chama,
em particular, cidadãos enquanto partícipes da
autoridade soberana e súditos enquanto
submetidos à autoridade do Estado. Estes termos,
no entanto, confundem-se frequentemente e são
usados, indistintamente; basta saber distingui-los
quando são empregados com inteira precisão.’
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social.
Coleção Os Pensadores.
Tradução: Lourdes Santos Machado. São Paulo:
Abril Cultural, 1973, p. 39. (Adaptado)
a) Explique por que a expressão “Cada um de nós
põe em comum sua pessoa e todo o seu poder
sob a direção suprema da vontade geral” não
conduz a um regime autoritário.
b) Disserte, a partir do excerto acima, sobre a
diferença entre cidadãos e súditos na teoria do
Contrato Social de Jean-Jacques Rousseau.
Questão 03)
Em relação ao Helenismo, é correto afirmar.
a) Corresponde ao período em que o filósofo
Heleno ocupou o centro dos debates em torno
da moral e da ética.
b) É o período em que o pensamento helênico se
expandiu para além das fronteiras da Grécia.
c) Após Aristóteles, mestre de Platão, nenhuma
grande síntese filosófica foi produzida na
Grécia Antiga e a filosofia passou a ocupar-se,
principalmente, das discussões a respeito de
como o homem deve viver para ser feliz.
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d) Trata-se do período em que Plotino firmou as
bases do pensamento religioso, tendo sido o
Rei precursor do Cristianismo.
e) Foi quando Heleno, discípulo de Aristóteles,
expandiu as ideias de seu mestre para além das
fronteiras da Grécia.
Questão 04)
De um lado, dizem os materialistas, a mente é
um processo material ou físico, um produto do
funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo
com as visões não materialistas, a mente é algo
diferente do cérebro, podendo existir além dele.
Ambas as posições estão enraizadas em uma longa
tradição filosófica, que remonta pelo menos à
Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia
a ideia de que tudo é composto de átomos e todo
pensamento é causado por seus movimentos
físicos, Platão insistia que o intelecto humano é
imaterial e que a alma sobrevive à morte do corpo.
(Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo.
“O cérebro produz a mente?: um levantamento da
opinião de psiquiatras”. www.archivespsy.com,
2015.)
A partir das informações e das relações presentes
no texto, conclui-se que
a) a hipótese da independência da mente em
relação ao cérebro teve origem no método
científico.
b) a dualidade entre mente e cérebro foi
conceituada por Descartes como separação
entre pensamento e extensão.
c) o pensamento de Santo Agostinho se baseou
em hipóteses empiristas análogas às do
materialismo.
d) os argumentos materialistas resgatam a
metafísica platônica, favorecendo hipóteses de
natureza espiritualista.
e) o progresso da neurociência estabeleceu
provas objetivas para resolver um debate
originalmente filosófico.
Questão 05)
Os homens, diz antigo ditado grego,
atormentam-se com a ideia que têm das coisas e
não com as coisas em si. Seria grande passo, em
alívio da nossa miserável condição, se se provasse
que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só
tem acesso em nós porque julgamos que o seja,
parece que estaria em nosso poder não o levarmos
a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que
atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um
gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o
destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe
determinar a qualidade de seus efeitos.
(Michel de Montaigne. Ensaios,
2000. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e
o mal
a) representa uma oposição de natureza
metafísica, que não está sujeita a relativismos
existenciais.
b) relaciona-se com uma esfera sagrada cujo
conhecimento é autorizado somente a
sacerdotes religiosos.
c) resulta da queda humana de um estado
original de bem-aventurança e harmonia geral
do Universo.
d) depende do conhecimento do mundo como
realidade em si mesma, independente dos
julgamentos humanos.
e) depende sobretudo da qualidade valorativa
estabelecida por cada indivíduo diante de sua
vida.
Questão 06)
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Considere os seguintes excertos:
“Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico
e o fora através do poder demoníaco que falava
pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em
certo sentido, apenas máscara: a divindade, que
falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco
Apolo, porém um demônio de recentíssimo
nascimento, chamado Sócrates”.
Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia
ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guins-
burg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
“O Nascimento da tragédia tem dois objetivos
principais: a crítica da racionalidade conceitual
instaurada na filosofia por Sócrates e Platão; a
apresentação da arte trágica, expressão das pulsões
artísticas dionisíaca e apolínea, como alternativa à
racionalidade”.
Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra
de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.) Artepensa-
mento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994.
Os trechos acima aludem diretamente à crítica
nietzschiana referente à atitude estética que
a) subordina a beleza à racionalidade.
b) cultua os antigos em detrimento do
contemporâneo.
c) privilegia o cômico ao trágico.
d) concebe o gosto como processo social.
e) glorifica o gênio em detrimento da composição
calculada.
Questão 07)
Segundo o sociólogo e filósofo alemão Herbert
Marcuse (1898–1979), a sociedade de massas tem o
consumo como seu ideal de vida, limitando seus
horizontes e aspirações à posse de bens materiais,
como automóveis e eletroeletrônicos.
Podemos afirmar corretamente que a sociedade de
massas surgiu
a) no início do século XX, quando a Segunda
Revolução Industrial acelerou o processo de
urbanização, favorecendo a formação de
mercados produtores e consumidores na
Europa e nos Estados Unidos.
b) no século XVII, quando a ascensão do
pensamento Iluminista popularizou o acesso
aos livros, provocando o desenvolvimento da
razão e do pensamento crítico das classes
populares.
c) na Idade Moderna, quando, ao retirar Deus do
centro das preocupações humanas, o
Humanismo provocou a valorização do
individualismo, enfraquecendo os laços
comunitários.
d) na Grécia antiga, quando o crescimento da
população e o surgimento da filosofia forçaram
a reformulação da legislação e a extensão dos
direitos civis para todas as classes sociais.
e) no final da Idade Média, quando as alterações
climáticas provocaram a queda da produção
agrícola, o êxodo rural e o surgimento da classe
operária.
Questão 08)
O aparecimento da filosofia na Grécia não foi um
fato isolado. Estava ligado ao nascimento da pólis.
(Marcelo Rede. A Grécia Antiga, 2012.)
A relação entre os surgimentos da filosofia e da
pólis na Grécia Antiga é explicada, entre outros
fatores,
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a) pelo interesse dos mercadores em estruturar o
mercado financeiro das grandes cidades.
b) pelo esforço dos legisladores em justificar e
legitimar o poder divino dos reis.
c) pela rejeição da população urbana à
persistência do pensamento mítico de origem
rural.
d) pela preocupação dos pensadores em refletir
sobre a organização da vida na cidade.
e) pela resistência dos grupos nacionalistas às
invasões e ao expansionismo estrangeiro.
Questão 09)
Leia o texto a seguir sobre o pensamento grego:
Platão escreveu diálogos filosóficos, verdadeiros
dramas em prosa. Foi um dos maiores escritores de
todos os tempos, e ninguém conseguiu, como ele,
unir as questões filosóficas à tamanha beleza
literária. As ideias filosóficas de Platão é a primeira
grande síntese do pensamento antigo. (Adaptado)
(REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia, Rio de
Janeiro: Zahar, 1998, p. 46.)
No tocante a essa temática, assinale a alternativa
CORRETA sobre o pensamento de Platão.
a) Enfatiza as ideias no mundo sensível, buscando
a verdade na natureza.
b) Retrata a doutrina das ideias e salienta a
existência do mundo ideal para fazer possível a
verdadeira ciência.
c) Prioriza a verdade do mundo concreto com a
confiança no conhecimento dos sentidos.
d) Sinaliza o valor dos sentidos como condição
para o alcance da verdade.
e) Atenta para o significado da razão no plano da
existência da realidade sensível.
Questão 10)
Observe o texto a seguir sobre a gênese do
pensamento filosófico:
Entre o fim do VII século e o começo do VI a.C., o
problema cosmológico é o primeiro a destacar-se
claramente como objeto de pesquisa sistemática
diferente do impreciso complexo de problemas que
já ocupavam a mente dos gregos ainda antes do
surgir de uma reflexão filosófica verdadeira e
própria.
(MONDOLFO, Rodolfo. O Pensamento Antigo, São
Paulo: Mestre Jou, 1966, p. 31.)
O texto retrata, com clareza, o problema
cosmológico, objeto de estudo da filosofia
a) Socrática.
b) Platônica.
c) Pré-socrática.
d) Mítica.
e) Pós-socrática.
Questão 11)
Leia o texto a seguir sobre o conhecimento
filosófico:
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Disponível em:
https://www.google.com.br/search?q=o+conhecim
ento+filosófico
No período socrático ou antropológico, no âmbito
da filosofia grega, surgem os sofistas. A palavra era
antigamente sinônimo de sábio. Porém, no século V
a.C., toma um matiz pejorativo e se aplica a um
grupo de mestres ambulantes, que recorrem aos
cidadãos gregos, ensinando o que eles chamam de
sabedoria.
(COLOMER, Klimke. Historia de la filosofia. Madrid:
Labor, 1961, p.39) Adaptado.
No âmbito do conhecimento filosófico, o texto
retrata que, no período socrático ou antropológico,
os sofistas representam algo totalmente novo nesse
cenário com relação ao estudo do homem. Sobre
isso, assinale a alternativa CORRETA.
a) Os sofistas foram, na verdade, reputados como
grandes mestres de cultura; inicia-se a fase
antropológica.
b) Os sofistas foram sábios nos estudos da
natureza cosmológica e deram pouca
importância ao problema antropológico.
c) Com a sofística, inicia-se uma nova fase no
período filosófico, o estudo de Deus.
d) Os sofistas não reconheceram o valor
formativo do saber e elaboraram o conceito de
natureza, excluindo o homem da sua
consideração.
e) Os sofistas influenciaram parcialmente o curso
da investigação filosófica, com seu enfoque
teórico frente aos problemas prático-
educativos.
Questão 12)
Leia o texto a seguir sobre o tema Filosofia na
História:
Disponível em:
www.google.com.br/search?q=platão&
A filosofia antiga grega e greco-romana tem uma
história mais que milenar. Partindo do século VI
a.C., chega até o ano de 529 d.C., ano em que o
imperador Justiniano mandou fechar as escolas
pagãs e dispersar os seus seguidores. Nesse arco de
tempo, podemos distinguir o momento das grandes
sínteses de Platão e Aristóteles.
(REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade
e Idade Média.
São Paulo: Paulinas, 1990, p. 25-26).
O autor na citação acima sinaliza a significância do
período sistemático da filosofia antiga. No que
tange à filosofia de Platão, assinale a alternativa
CORRETA.
a) Platão propõe a existência das “essências ou
formas‟, que estão presentes no mundo das
ideias e são modelos eternos das coisas
sensíveis.
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b) A filosofia de Platão salienta as essências do
mundo sensível que são modelos para o
mundo das ideias.
c) O pensamento de Platão não teve papel
decisivo do desenvolvimento da mística, da
teologia e da filosofia cristã.
d) As ideias de Platão têm a confiança absoluta no
poder dos sentidos e desconfiam do
conhecimento racional.
e) O pensamento filosófico de Platão tem como
finalidade a descoberta do mundo físico,
declinando do campo da metafísica.
TEXTO: 1 - Comum à questão: 13
Sabe-se que os primeiros registros feitos pelos
seres humanos eram marcados em paredes, folhas
de palmeiras, tijolos de barro, tábuas de madeira. A
primeira inovação foi o papiro, que tinha como
matéria-prima uma planta. Depois ele foi
substituído pelo pergaminho – feito de pele de
animais –, que tinha maior durabilidade e que
tornava a escrita mais fácil.
No século II, a partir do córtex de plantas,
tecidos velhos e fragmentos de rede de pesca, os
chineses inventaram o papel.
Em 1448, Johann Fust, juntamente com
Gutenberg, fundou a Werk der Buchei (Fábrica de
Livros), onde foi publicada a Bíblia de Gutenberg,
livro que tinha 42 linhas. O aumento da oferta de
papel e o aprimoramento das técnicas de impressão
em larga escala ajudaram a consolidar o livro como
veículo de informação e entretenimento.
Em 1971, a tecnologia inovou o mundo da
leitura com os e-books, livros digitais que podem
ser lidos em vários aparelhos eletrônicos.
Disponível em:
<http://blog.render.com.br/diversos/a-evolucao-
do-livro/>.
Acesso em: 14 fev. 17. (Parcial e adaptado.)
Diante disso, o eixo temático abordado é “A
Evolução do Livro: do pergaminho ao e-book”.
Questão 13)
Sócrates, um dos maiores expoentes da Filosofia,
não deixou nada escrito. Foram as obras de Platão,
seu principal discípulo, as responsáveis por quase
tudo que se sabe sobre suas ideias e sua
personalidade. Sócrates foi o primeiro dos três
grandes filósofos gregos que estabeleceu as bases
do pensamento ocidental (os outros dois foram
Platão e Aristóteles). Sócrates nasceu em Atenas,
por volta de 470 a.C., e conduziu a transição do
pensamento dos antigos cosmologistas gregos, que
viviam refletindo sobre a origem do universo, para
preocupações maiores com a ética e a existência
humana.
Disponível em:
<http://mundoestranho.abril.com.br/historia/quem
-foi-socrates/>. Acesso em: 27 mar. 17. (Parcial e
adaptado.)
Sobre os filósofos citados no texto, assinale a
alternativa correta.
a) Sócrates não concorda com a ação dos sofistas
para os quais a verdade dependia de como se
falava e convencia-se. Para ele, a prática sofista
criava apenas uma aparência de conhecimento
(doxa) não recordando a verdade (alétheia).
b) Sócrates entende que o homem produz, ou
seja, cria a verdade e o conhecimento através
do uso da palavra. Daí sua proposta ser
conhecida como maiêutica (maieutiké).
c) Aristóteles afirma que o ser humano, por ser
dotado de sentidos, busca a realização dos
prazeres e da felicidade (eudaimonia), ou seja,
do Bem, e, para isso, os sentidos têm função
fundamental, pois é somente por meio da
sensibilidade que o homem pode atingir o
Bem.
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d) Platão acredita que existe um mundo além
deste, um mundo metafísico, ao qual deu o
nome de Mundo Ideal. Para ele, os sentidos
informam a respeito do Mundo Ideal,
enquanto que o pensamento revela sobre o
Mundo Material.
e) Platão mostra uma desvalorização do Mundo
Inteligível, colocando-o como secundário em
relação ao Mundo Sensível. Para ele, as ideias
podem deixar de existir, uma vez que
mudanças no mundo Material/Sensível
também as afetam.
Questão 14)
“A ciência antiga era uma ciência teorética, ou seja,
apenas contemplava os seres naturais, sem jamais
intervir neles ou sobre eles por meios técnicos; a
ciência clássica [ou moderna] é uma ciência que
visa não só ao conhecimento teórico, mas
sobretudo à aplicação prática ou técnica. Francis
Bacon dizia que ´saber é poder`, e Descartes
escreveu que ´a ciência deve tornar-nos senhores
da natureza`.” (CHAUI, M. Convite à filosofia. São
Paulo: 2011, p. 278). Sobre as transformações da
ciência ao longo da História, assinale o que for
correto.
01) A concepção científica de Aristóteles visa
explicar o movimento dos corpos através de
princípios metafísicos.
02) Artefatos técnicos como plano inclinado,
termômetro, luneta e relógio de água
permitiram um novo olhar sobre os fenômenos
físicos.
04) Francis Bacon, ao afirmar que “saber é poder”,
defende a sujeição da ciência ao poder da
religião e do Estado.
08) O racionalismo moderno, segundo o qual o
conhecimento verdadeiro não é sensível,
constitui um empecilho para a experiência
empírica na prática científica.
16) Para Descartes, o universo não pode ser
conhecido senão através de ciências
esotéricas, entre as quais o ocultismo e a
quiromancia.
Questão 15)
O Brasil, como define a Constituição de 1988, é uma
República Federativa. Em relação ao
republicanismo, é correto afirmar:
01) A tradição republicana é proveniente da Roma
Antiga e seus fundamentos foram retomados,
no Renascimento, por Maquiavel na
formulação filosófica dos princípios políticos
modernos.
02) Um dos princípios do pensamento republicano
é o de que a boa ordem política consiste na
liberdade dos cidadãos.
04) As leis do Estado republicano criam os
mecanismos de controle dos governantes para
que estes não exerçam de forma arbitrária a
dominação sobre os governados.
08) A Constituição Brasileira estabelece um
republicanismo que garante a defesa do poder
decisório do Estado organizado por meio da
ação institucionalizada de diversos agentes e
grupos sociais.
16) Em defesa dos princípios de ordem e
progresso, é permitido ao poder Executivo
brasileiro dissolver a Câmara dos Deputados e
o Senado Federal, suspender os direitos
individuais e decretar a extinção do voto direto
e universal.
Questão 16)
Dado que, dos hábitos racionais com os quais
captamos a verdade, alguns são sempre
verdadeiros, enquanto outros admitem o falso,
como a opinião e o cálculo, enquanto o
conhecimento científico e a intuição são sempre
verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de
conhecimento é mais exato que o conhecimento
científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os
princípios são mais conhecidos que as
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demonstrações, e dado que todo conhecimento
científico constitui-se de maneira argumentativa,
não pode haver conhecimento científico dos
princípios, e dado que não pode haver nada mais
verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a
intuição, a intuição deve ter por objeto os
princípios.
ARISTÓTELES. Segundos analíticos.
In: REALE, G. História da filosofia
antiga. São Paulo: Loyola, 1994.
Os princípios, base da epistemologia aristotélica,
pertencem ao domínio do(a)
a) opinião, pois fazem parte da formação da
pessoa.
b) cálculo, pois são demonstrados por
argumentos.
c) conhecimento científico, pois admitem provas
empíricas.
d) intuição, pois ela é mais exata que o
conhecimento científico.
e) prática de hábitos racionais, pois com ela se
capta a verdade.
Questão 17)
“Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde
meus primeiros anos, recebera muitas falsas
opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que
depois eu fundamentei em princípios tão mal
assegurados não podia ser senão muito duvidoso e
incerto; de modo que me era necessário tentar
seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me
de todas as opiniões a que até então dera crédito, e
começar tudo novamente desde os fundamentos,
se quisesse estabelecer algo de firme e de
constante nas ciências. [...] Agora, pois, que meu
espírito está livre de todos os cuidados, e que
consegui um repouso assegurado numa pacífica
solidão, aplicar-me-ei seriamente e com liberdade
em destruir em geral todas as minhas antigas
opiniões”. (DESCARTES, R. Meditações metafísicas
in MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio
de Janeiro: Zahar, 2007, p. 74). Com base no texto
citado, assinale o que for correto.
01) Para Descartes, muitas opiniões que recebeu
são falsas visto que não foram elaboradas pelo
método que está propondo, mas a partir de
pressupostos duvidosos e incertos.
02) Para Descartes, o primeiro momento do
processo de obtenção da verdade é o
questionamento das opiniões que se tem.
04) Para Descartes, é necessário libertar o espírito
das ideias falsas, para que elas não atrapalhem
a obtenção da verdade.
08) Descartes está fazendo uma crítica à sua
formação escolar, que era muito ruim na
França do século XVII, pois estudou em
colégios de religiosos.
16) Para Descartes, nunca haverá tranquilidade no
espírito, pois sempre se estará questionando o
conhecimento que se tem.
Questão 18)
“Há várias maneiras de lidar com o fato de que
todas as vidas, incluídas as das pessoas que
amamos, têm um fim. O fim da vida humana, que
chamamos de morte, pode ser mitologizado pela
ideia de uma outra vida no Hades ou na Valhalla, no
Inferno ou no Paraíso. Essa é a forma mais antiga e
comum de os humanos enfrentarem a finitude da
vida. Podemos tentar evitar a ideia da morte
afastando-a de nós tanto quanto possível –
encobrindo e reprimindo a ideia indesejada – ou
assumindo uma crença inabalável em nossa própria
imortalidade – ‘os outros morrem, eu não’. *...+ A
morte é um problema dos vivos. Os mortos não têm
problemas. Entre as muitas criaturas que morrem
na Terra, a morte constitui um problema só para os
seres humanos”. (ELIAS, N. A solidão dos
moribundos. In CHALITA, G. Vivendo a filosofia, São
Paulo: Ática, 2011, p. 373). A partir do texto citado,
assinale o que for correto.
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01) Refletir sobre a morte implica analisar o
sentido da existência humana na Terra.
02) As demais criaturas não refletem sobre a
morte porque não possuem consciência de sua
vida e de sua existência tal como o ser humano
possui.
04) A tristeza e a melancolia expostas no texto são
uma postura típica do existencialismo, que
nega o valor da vida humana.
08) A questão posta pela certeza da morte nos leva
a refletir não somente sobre a morte, mas
sobre a vida e o significado de uma existência
que pode pensar sobre si mesma.
16) O autor do texto é um ateu que não crê em
vida após a morte e, por isso, encara a morte
com pessimismo.
Questão 19)
Sobre a compatibilidade ou incompatibilidade entre
fé cristã e filosofia grega, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) A filosofia grega conhece o princípio de
unidade do divino, mas numa esfera que
acolhia grande multiplicidade de entes, forças
e níveis hierárquicos. Portanto, permaneceu
sempre aquém de uma concepção
propriamente monoteísta.
b) A propósito do problema da “origem dos
seres”, a mensagem cristã rompe com a
filosofia grega na medida em que fala de
“criação”. Deus, segundo tal mensagem, não
usou nada preexistente, como o Demiurgo de
Platão, nem se valeu de “sub-motores”, como
a divindade aristotélica.
c) Na filosofia grega, o homem está sempre
inscrito em um horizonte cosmocêntrico. Ali, o
homem não é a realidade mais elevada, mas
tão-somente parte de algo que lhe é superior.
No âmbito da fé cristã, o homem é visto como
criatura privilegiada no processo de criação
divina.
d) Platão fala de unicidade do Demiurgo (divino
ordenador do cosmos) e Aristóteles trata de
um primeiro motor imóvel único, pensamento
de si mesmo: com a Bíblia, tem-se apenas a
ratificação de um monoteísmo já defendido
pela Filosofia Antiga.
Questão 20)
O cristianismo é uma religião; empregando por
vezes termos filosóficos para exprimir sua fé, os
escritores sacros cediam a uma necessidade
humana, mas substituíam o sentido filosófico antigo
desses termos por um sentido religioso novo. É esse
sentido que lhes devemos atribuir, quando os
encontramos nos livros cristãos.
GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média. Trad.
Eduardo Brandão.
São Paulo: Martins Fontes, 1998, p. XV.
A partir do fragmento e de seus conhecimentos
sobre o assunto, faça o que se pede.
a) Explique a relação entre fé e razão para Santo
Agostinho.
b) Explique a influência da teoria da reminiscência
de Platão na doutrina da Iluminação Divina de
Agostinho.
Questão 21)
O surgimento da Filosofia na Grécia antiga
estava diretamente relacionado à passagem do
pensamento mitológico ao pensamento racional,
cujo principal objetivo era justamente distinguir
uma atitude racional (ou científica) de uma atitude
mitológica (ou religiosa) da realidade. Com o
surgimento da Filosofia, os filósofos começaram a
desconfiar da veracidade das certezas mais básicas
enraizadas no senso comum. Um dos erros mais
frequentes que se comete em Física, por exemplo,
que muitas vezes é atribuído ao senso comum, diz
respeito aos conceitos que envolvem calor,
temperatura e energia interna.
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Considere as afirmativas a seguir e assinale a
correta.
a) No que diz respeito ao surgimento da Filosofia,
pode-se dizer que os filósofos procuravam
conhecer a verdadeira essência das coisas e
não a mera opinião que podemos ter sobre
elas, pois uma opinião é instável, mutável,
dependente de cada um e de suas
preferências. Neste sentido, na Física, o calor
pode ser definido como a energia térmica que
é transferida entre corpos que se encontram
em diferentes temperaturas. Logo, não faz
sentido falarmos em “calor contido num
corpo”
b) Com o surgimento da Filosofia, a Cosmologia (a
tentativa de explicar a realidade racionalmente
através de conceitos) substituiu a Cosmogonia
(a tentativa de explicar a realidade através de
mitos e genealogia divinas). Na Física, o calor
pode ser definido como a energia térmica que
é transferida entre corpos que se encontram
em diferentes temperaturas. Porém, pode-se
falar em “calor contido num corpo”
c) A Filosofia é caracterizada, desde o seu
surgimento, como um pensamento não-
sistemático que tem por objetivo exclusivo a
reflexão sobre o senso comum. No que diz
respeito ao conceito de calor, pode-se afirmar
que o calor em um corpo está relacionado com
o fato de o corpo estar quente. Não faz sentido
falar em calor para um corpo que esteja frio,
em baixas temperaturas.
d) Os primeiros filósofos estavam muito
preocupados com a natureza dos corpos
físicos. Hoje se sabe que o calor é uma forma
de energia em trânsito de um corpo para
outro, neste caso, do corpo de menor
temperatura para o corpo de maior
temperatura.
e) Desde o seu surgimento, a Filosofia se
preocupou com a essência de todas as coisas,
mas, sobretudo, com as causas dos eventos
físicos É correto falar “estou com calor” num
dia quente, pois, neste caso, o grau de agitação
das moléculas é elevado em função da alta
temperatura.
f) I.R.
Questão 22)
Os Filósofos Atomistas da Grécia Antiga, em
especial Leucipo e Demócrito de Abdera (Séc. V
a.C), defenderam que o nascer nada mais é do que
um "agregar-se de coisas que já existem" e o
morrer é um "desagregar-se", ou ainda, um
"separar-se" dessas coisas. A concepção dessas
realidades originárias, contudo, é muito incipiente:
"trata-se de um infinito número de corpos,
invisíveis pela pequenez e volume". Esses corpos
são indivisíveis, sendo, por isso, átomos (em grego,
átomo significa algo que é não-divisível) e,
portanto, algo que não é criado, que é
indestrutível e imutável.
Assinale a alternativa correta.
a) Para Leucipo e Demócrito de Abdera, o
funcionamento do universo não seria
puramente mecânico, pois haveria forças
sobrenaturais influindo sobre os átomos. Hoje
em dia, sabe-se que o átomo é composto por
elétrons de carga positiva e prótons de carga
negativa.
b) A concepção dos filósofos gregos
estavabaseada puramente na observação
experimental e esta observação levou ao
conhecimento, aceito hoje, de que a massa do
átomo é distribuída uniformemente entre o
núcleo e a eletrosfera.
c) Os filósofos gregos defendiam uma concepção
bastante sofisticada, pois acreditavam que a
fusão dos átomos era absolutamente possível,
porém hoje se sabe que isto não é possível e
que a massa do elétron é semelhante à do
próton.
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d) Para Leucipo e Demócrito de Abdera, os
átomos (partículas indivisíveis e invisíveis) são
os elementos primordiais do universo. Os
átomos estariam em constante movimento,
entrando em colisão, às vezes se unindo, às
vezes se separando. Hoje se sabe que o átomo
é divisível e que a massa do elétron é
aproximadamente 1/1836 da massa do próton.
e) Os filósofos gregos acreditavam na existência
de partículas subatômicas que eram
transcendentes ao mundo natural. É
justamente por isso que eles não eram
considerados filósofos materialistas. Hoje se
sabe que o número de prótons é
absolutamente igual ao dos nêutrons em todos
os átomos.
f) I.R.
Questão 23)
O tempo e suas medidas
1 O homem vive dentro do tempo, o tempo que
ele 2 preenche, mede, avalia, ama e teme. Para
marcar a 3 passagem e as medidas do tempo,
inventou o relógio. A 4 palavra vem do latim
horologium, e se refere a um 5 quadrante do céu
que os antigos aprenderam a observar 6 para se
orientarem no tempo e no espaço. Os artefatos 7
construídos para medir a passagem do tempo
sofreram 8 ao longo dos séculos uma grande
evolução. No início o 9 Sol era a referência natural
para a separação entre o dia 10 e a noite, mas
depois os relógios solares foram seguidos 11 de
outros que vieram a utilizar o escoamento de 12
líquidos, de areia, ou a queima de fluidos, até
chegar 13 aos dispositivos mecânicos que originaram
as pêndulas. 14 Com a eletrônica, surgiram os
relógios de quartzo e de 15 césio, aposentando os
chamados “relógios de corda”. O 16 mostrador
digital que está no seu pulso ou no seu 17 celular
tem muita história: tudo teria começado com a 18
haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num 19 plano horizontal demarcado. A ampulheta e a
clepsidra 20 são as simpáticas bisavós das atuais
engenhocas 21 eletrônicas, e até hoje intrigam e
divertem crianças de 22 todas as idades.
23 Mas a evolução dos maquinismos humanos
que 24 dividem e medem as horas não suprimiu nem
diminuiu a 25 preocupação dos homens com o
Tempo, essa entidade 26 implacável, sempre a
lembrar a condição da nossa 27 mortalidade. Na
mitologia grega, o deus Chronos era o 28 senhor do
tempo que se podia medir, por isso chamado 29
“cronológico”, a fluir incessantemente. No entanto,
a 30 memória e a imaginação humanas criam
tempos outros: 31 uma autobiografia recupera o
passado, a ficção 32 científica pretende vislumbrar o
futuro. No Brasil, muito 33 da força de um José Lins
do Rego, de um Manuel 34 Bandeira ou de um Pedro
Nava vem do memorialismo 35 artisticamente
trabalhado. A própria história nacional 36 sofre os
efeitos de uma intervenção no passado: 37 escritores
românticos, logo depois da Independência, 38
sentiram necessidade de emprestar ao país um
passado 39 glorioso, e recorreram às idealizações do
Indianismo.
40 No cinema, uma das homenagens mais
bonitas ao 41 tempo passado é a do filme Amarcord
(“eu me recordo”, 42 em dialeto italiano), do
cineasta Federico Fellini. 43 São lembranças pessoais
de uma época dura, quando o 44 fascismo crescia e
dominava a Itália. Já um tempo futuro 45
terrivelmente sombrio é projetado no filme “Blade 46 Runner, o caçador de androides”, do diretor
Ridley 47 Scott, no cenário futurista de uma
metrópole caótica.
48 Se o relógio da História marca tempos
sinistros, o 49 tempo construído pela arte abre-se
para a poesia: o 50 tempo do sonho e da fantasia
arrebatou multidões no 51 filme O mágico de Oz
estrelado por Judy Garland e 52 eternizado pelo
tema da canção Além do arco-íris. 53 Aliás, a arte da
música é, sempre, uma habitação especial 54 do
tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem 55 melodias, adensando as horas com seu 56
envolvimento.
57 São diferentes as qualidades do tempo e as
circunstâncias 58 de seus respectivos relógios: há o
“relógio 59 biológico”, que regula o ritmo do nosso
corpo; há o 60 “relógio de ponto”, que controla a
presença do trabalhador 61 numa empresa; e há a
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necessidade de “acertar 62 os relógios”, para
combinar uma ação em grupo; há o 63 desafio de
“correr contra o relógio”, obrigando-nos à 64 pressa;
e há quem “seja como um relógio”, quando
extremamente 65 pontual.
66 Por vezes barateamos o sentido do tempo,
tornando- 67 o uma espécie de vazio a preencher: é
quando 68 fazemos algo para “passar o tempo”, e
apelamos para 69 um jogo, uma brincadeira, um
“passatempo” como as 70 palavras cruzadas. Em
compensação, nas horas de 71 grande expectativa,
queixamo-nos de que “o tempo não 72 passa”.
“Tempo é dinheiro” é o lema dos capitalistas e 73
investidores e dos operadores da Bolsa; e é uma
obsessão 74 para os atletas olímpicos em busca de
recordes.
75 Nos relógios primitivos, nos cronômetros
sofisticados, 76 nos sinos das velhas igrejas, no
pulsar do 77 coração e da pressão das artérias, a
expressão do 78 tempo se confunde com a evidência
mesma do que é 79 vivo. No tic-tac da pêndula de
um relógio de sala, na 80 casa da avó, os netinhos
ouvem inconscientemente o 81 tempo passar. O Big
Ben londrino marcou horas terríveis 82 sob o
bombardeio nazista. Na passagem de um ano 83
para outro, contamos os últimos dez segundos
cantando 84 e festejando, na esperança de um novo
tempo, de um 85 ano melhor.
(Péricles Alcântara, inédito)
Sobre a mitologia referida no texto de Péricles
Alcântara, é correto afirmar que, na pólis,
a) o completo afastamento da cultura grega em
relação às tradições orientais favoreceu o
surgimento de mitos e lendas sobre deuses
com aspectos humanos, responsáveis pelos
fenômenos naturais.
b) a manutenção da autonomia das cidades-
estados, sob o comando de Atenas, incentivou
o desenvolvimento de crenças como as de que
os deuses eram seres divinos que moravam no
Monte Olimpo.
c) o desenvolvimento de correntes filosóficas que
faziam do problema ético o centro de suas
preocupações estimulou a criação de um
conjunto de crenças de que os deuses
interferiam na vida dos homens.
d) a conquista de dórios e aqueus na época da
ocupação do território grego influenciou a
cultura dos habitantes da região e contribuiu
para a formação de instituições religiosas que
deram origem à mitologia.
e) as lutas civis conquistaram direitos que
estabeleceram o espaço público para a
discussão, para o convencimento e para a
decisão racional, negando o preestabelecido e
a revelação sobrenatural.
Questão 24)
“O nascimento da filosofia pode ser entendido
como o surgimento de uma nova ordem do
pensamento, complementar ao mito, que era a
forma de pensar dos gregos. Uma visão de mundo
que se formou de um conjunto de narrativas
contadas de geração a geração [...]. Os mitos
apresentavam uma religião politeísta, sem doutrina
revelada, sem teoria escrita, isto é, um sistema
religioso, sem corpo sacerdotal e sem livro sagrado,
apenas concentrada na tradição oral, é isso que se
entende por teogonia”. (Filosofia / vários autores.
Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 18). Sobre o surgimento
da filosofia, assinale o que for correto.
01) Na Grécia Antiga, o conhecimento dos mitos
era transmitido pelos padres da Igreja.
02) O livro do Gênesis repete o primeiro capítulo
da Teogonia de Hesíodo, que trata da criação
do mundo.
04) A teogonia visa explicar a genealogia dos
deuses e sua relação com os fenômenos do
mundo.
08) A oralidade constitui a forma privilegiada de
transmissão do pensamento mítico.
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16) O mito representa uma forma de pensamento
religioso contrário à racionalidade filosófica de
Platão e dos filósofos pré-socráticos.
Questão 25)
A história da filosofia possui momentos distintos
(antiga, medieval, moderna e contemporânea), que
marcam, de forma genérica, temáticas distintas
(ser, razão, verdade, linguagem etc.) e escolas
distintas (sofística, patrística, escolástica,
fenomenologia, filosofia analítica etc.).
Assinale, segundo os conceitos bases da tradição
filosófica, o que for correto.
01) Chamamos de sofistas os filósofos cuja
interlocução com Sócrates, Platão e Aristóteles
é marcada pelo debate de ideias políticas e
metafísicas.
02) Chamamos de pré-socráticos os filósofos
preocupados com o princípio unificador da
realidade.
04) Chamamos de fenomenologia a tradição
empíricoracionalista que estuda a teoria das
quatro causas: formal, material, eficiente e
final.
08) Chamamos de patrística a filosofia de
influência neoplatônica que surgiu a partir do
século II com os Padres da Igreja, responsável
pela formulação da base filosófica da doutrina
cristã.
16) Chamamos de flovística a escola de Siracusa
(Magna-Grécia) que toma como ponto de
partida os ensinamentos de Pirro de Élis.
Questão 26)
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os
seus amigos presumiam que a justiça era algo real e
importante. Trasímaco negava isso. Em seu
entender, as pessoas acreditavam no certo e no
errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer
às regras da sua sociedade. No entanto, essas
regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva,
2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no
diálogo A República, de Platão, sustentava que a
correlação entre justiça e ética é resultado de
a) determinações biológicas impregnadas na
natureza humana.
b) verdades objetivas com fundamento anterior
aos interesses sociais.
c) mandamentos divinos inquestionáveis legados
das tradições antigas.
d) convenções sociais resultantes de interesses
humanos contingentes.
e) sentimentos experimentados diante de
determinadas atitudes humanas.
Questão 27)
Suponha homens numa morada subterrânea,
em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se
estende sobre todo o comprimento da fachada; eles
estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço
presos por correntes, de tal sorte que não podem
trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois
os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de
uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do
terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e
os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao
longo do caminho, imagine um pequeno muro,
semelhante aos tapumes que os manipuladores de
marionetes armam entre eles e o público e sobre os
quais exibem seus prestígios.
PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2007.
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Essa narrativa de Platão é uma importante
manifestação cultural do pensamento grego antigo,
cuja ideia central, do ponto de vista filosófico,
evidencia o (a)
a) caráter antropológico, descrevendo as origens
do homem primitivo.
b) sistema penal da época, criticando o sistema
carcerário da sociedade ateniense.
c) vida cultural e artística, expressa por
dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
d) sistema político elitista, provindo do
surgimento da pólis e da democracia
ateniense.
e) teoria do conhecimento, expondo a passagem
do mundo ilusório para o mundo das ideias.
Questão 28)
“Há muito tempo o conceito de ciência faz parte
das culturas mais antigas, geralmente para indicar
algum tipo de conhecimento teórico superior. O
significado variou conforme a época ou o pensador,
mas apenas no século XVII configurou-se o conceito
moderno de ciência, quando Galileu estabeleceu os
novos métodos de investigação da física e da
astronomia. [...] Ao afirmarmos que a ciência é
conquista recente da humanidade, a indagação que
nos vem à mente é sobre que tipo de conhecimento
existia antes da revolução científica. Pois é
inevitável reconhecer as inumeráveis conquistas
técnicas das civilizações, em todos os tempos. Ou
seja, antes de a física se tornar uma ciência,
diversos povos já sabiam como fazer as
embarcações flutuarem, como construir palácios,
aquedutos, sistemas de irrigação. [...] As civilizações
desenvolveram o conhecimento e a técnica
conforme o senso comum, pelo uso espontâneo da
razão e da imaginação. Às vezes, por tentativa e
erro, outras vezes, por dedução ou indução. E, por
fim, pela tradição que acumulava o saber de cada
povo, tornando-o cada vez mais elaborado”
(ARANHA, M. L. de A. Filosofar com textos: temas e
história da filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p.
170-171).
Com base nas afirmações acima e nos
conhecimentos sobre ciência e senso comum,
assinale o que for correto.
01) O método científico fundamenta-se pelo
processo de tentativa e erro, dedução e
indução.
02) O senso comum, embora acrítico e
espontâneo, revelou-se como fonte de
orientação fecunda e relevante para os
homens, em todas as épocas.
04) O papel de Galileu é importante por ter
idealizado palácios e aquedutos e modernizado
o sistema de irrigação terrestre.
08) Ligado a fatores determinantes, o conceito de
ciência moderna é decorrente da revolução
científica do século XVII.
16) O senso comum está associado ao valor dos
mitos, pois não tem natureza científica, apenas
imaginativa e cosmológica.
Questão 29)
“Por volta de 700 a.C., com o surgimento do
alfabeto, facilitando a linguagem escrita, teve início
uma transformação cujas consequências se
observam até os dias atuais. O relato oral foi
perdendo a relevância exclusiva de antes, pois o
texto escrito, que lentamente se difundia, falava
por si mesmo e, para escutá-lo, o orador deixou de
ser imprescindível. E a linguagem da reflexão foi
gradativamente suplantando o papel antes
desempenhado pelo relato oral dos
acontecimentos: passou-se a perguntar ‘o que é a
sabedoria?’, ‘o que é a coragem?’, sem recorrer aos
exemplos de Ulisses ou Aquiles.” (ECHEVERRÍA, R.
Ontología del lenguaje. In: COTRIN, G. Fundamentos
da filosofia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006, p. 16).
Sobre a afirmação acima e os conhecimentos sobre
o surgimento da filosofia, assinale o que for
correto.
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01) A prática da escrita, depois do surgimento do
alfabeto, fez crescer a importância da retórica
e da oratória.
02) São representantes da oralidade as antigas
formas de pensamento, marcadas pelas
teogonias e pelas cosmogonias.
04) Perguntas especulativas, como o que é a
sabedoria e a coragem, são características da
mitologia, formuladora de questões abstratas
sobre o homem.
08) As narrativas míticas encontram-se presentes
na rapsódia dos poetas, representantes da
cultura oral.
16) Com o advento da escrita, a prática de
narrativas lendárias ou míticas ganhou mais
potencialidade.
Questão 30)
“A Ciência assume outro aspecto quando concebida
como algo que se propõe atingir conhecimento
sistemático e seguro, de sorte que seus resultados
possam ser tomados como conclusões certas a
propósito de condições mais ou menos amplas e
uniformes sob as quais ocorrem os vários tipos de
acontecimentos. Em verdade, segundo fórmula
antiga e ainda aceitável, o objetivo da Ciência é
‘preservar os fenômenos’ – isto é, apresentar
acontecimentos e processos como especificações
de leis e teorias gerais que enunciam padrões
invariáveis de relações entre coisas. Perseguindo
esse objetivo, a Ciência busca tornar inteligível o
mundo; e sempre que o alcança, em alguma área
de investigação, satisfaz o anseio de saber e
compreender que é, talvez, o impulso mais
poderoso a levar o homem a empenhar-se em
estudos metódicos.” (NAGEL, Ernest. Ciência:
natureza e objetivo. In: MORGENBESSER, Sidney.
Filosofia da ciência. São Paulo: Edusp, 1975, p. 15).
A partir do trecho citado, assinale o que for correto.
01) Buscar tornar o mundo inteligível é saciar um
desejo próprio da compreensão humana.
02) Preservar os fenômenos significa expor
acontecimentos como padrões não variáveis
de relações entre coisas.
04) A ciência busca explicar tudo por meio de uma
única lei racional.
08) A ciência objetiva um conhecimento
sistemático e seguro obtido a partir de
conclusões de estudos metódicos.
16) Os homens possuem um desejo natural por
conhecer, de modo que são levados a produzir
estudos metódicos, isto é, fazer Ciência.
Questão 31)
“A proposição de Tales de que a água é o absoluto
ou, como diziam os antigos, o princípio, é filosófica:
com ela, a filosofia começa porque, através dela,
chega à consciência de que o um é a essência, o
verdadeiro, o único que é em si e para si. Começa
aqui um distanciar-se daquilo que é em nossa
percepção sensível; um afastar-se deste ente
imediato - um recuar diante dele. Os gregos
consideraram o sol, as montanhas, os rios, etc.,
como forças autônomas, honrando-os como
deuses, elevados pela fantasia a seres ativos,
móveis, conscientes, dotados de vontade. Isto gera
em nós a representação da pura criação pela
fantasia — animação infinita e universal, figuração,
sem unidade simples. Com essa proposição está
aquietada a imaginação selvagem, infinitamente
colorida, de Homero; dissociar-se de uma infinidade
de princípios, toda esta representação de que um
objeto singular é algo que verdadeiramente
subsiste para si, que é uma força para si, autônoma
e acima das outras, é sobressumida e assim está
posto que só há um universal, o universal ser em si
e para si, a intuição simples e sem fantasia, o
pensamento de que apenas um é. Este universal
está, ao mesmo tempo, em relação com o singular,
com a aparição, com a existência do mundo.”
Hegel
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“Não se trata de contrapor os gregos aos outros
povos, como se fossem destituídos de
racionalidade. Mas diante do real, os gregos não se
limitaram a uma atividade prática ou a um
comportamento religioso; ao lado disso, souberam
assumir um comportamento propriamente
filosófico: a pergunta filosófica exige uma postura
mais puramente intelectual.”
Gerd A. Bornheim
Considerando os textos acima, que tratam do
surgimento da filosofia e do primeiro filósofo grego,
Tales de Mileto, é CORRETO afirmar que
a) a proposição de Tales é filosófica, mas não
constitui uma resposta racional que pretende
organizar o mundo para além da ordem
mitológica ou do ente imediato.
b) ao afirmar que a água é o princípio de tudo,
Tales institui mais uma perspectiva para o
mito, mas agora como uma verdade sobre o
que é a realidade.
c) o advento da filosofia não distingue os gregos
de seus contemporâneos ou daqueles que os
antecederam, apenas acrescenta uma nova
noção, a noção de ser, à história da cultura.
d) a representação que temos do mundo,
formada pela fantasia e pelo mito, guia a razão
à essência do real e motiva os primeiros
filósofos em suas reflexões.
e) a filosofia, ao surgir, impulsiona a razão a se
perguntar se aquilo que observamos através de
nossa percepção sensível constitui a verdadeira
essência da realidade.
Questão 32)
“Quando se orientavam só pelas estrelas, os
homens conseguiam no máximo bordejar os
continentes e atravessar mares menores
mediterrâneos. Para transpor o oceano e descobrir
um novo mundo foi necessária a descoberta da
bússola. Ao lado da invenção da imprensa e da
pólvora explosiva, a descoberta da bússola e as
viagens oceânicas revolucionaram a história do
mundo; modificaram a posição do homem. Nenhum
império, nenhuma escola filosófica, nenhuma
estrela teve sobre a história humana um efeito
maior do que tiveram aquelas invenções. São elas
que tornaram as filosofias dos antigos não mais
utilizáveis. Após ter navegado pelo mundo material
e descoberto novas terras, os homens não
poderiam continuar confiando o seu destino a cinco
ou seis cérebros e renunciar à exploração do
mundo material”.
Paolo Rossi
Considerando o texto acima, no qual seu autor
assinala alguns elementos que contribuíram para
alterar radicalmente a cosmovisão do Ocidente a
partir do século XVI, é CORRETO afirmar que
a) até o século XVI, os homens acreditavam que
seu destino era determinado pelas estrelas.
b) os descobrimentos marítimos do século XVI só
se tornaram possíveis após as invenções da
bússola, da imprensa e da pólvora explosiva.
c) a filosofia dos antigos não explicava o
funcionamento da bússola e, por isso,
mostrou-se não mais utilizável.
d) a investigação filosófica pode ser instigada
pelas transformações das condições percebidas
no presente.
e) os avanços tecnológicos evidenciam, na
história humana, a inutilidade da investigação
filosófica.
Questão 33)
Dentre as teorias que explicam o nascimento da
filosofia na Grécia Antiga, há uma que enfatiza o
seu surgimento político. Qual característica da polis
grega teria contribuído para o nascimento da
filosofia?
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a) A proeminência, no espaço público, do
pensamento e da reflexão sobre a palavra.
b) Com a polis advém uma revolução social na
Grécia: o surgimento da nova classe dirigente
dos sábios ou Reis filósofos.
c) A existência de um discurso público e
dialogado, baseado na troca de opiniões e no
desenvolvimento de argumentos persuasivos.
d) A fundação de um cosmo social laico,
expulsando, dos domínios da polis, a religião, o
sagrado e os sacerdotes.
Questão 34)
É o caráter radical do que se procura que exige a
radicalização do próprio processo de busca. Se todo
o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza
que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma
gerada pela própria dúvida, e não será seguramente
nenhuma daquelas que foram anteriormente
varridas por essa mesma dúvida.
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade.
São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a
dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter
positivo por contribuir para o (a)
a) dissolução do saber científico.
b) recuperação dos antigos juízos.
c) exaltação do pensamento clássico.
d) surgimento do conhecimento inabalável.
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos.
Questão 35)
O homem é a medida de todas as coisas, das que
existem e de sua natureza; das que não existem e
da explicação de sua não existência.
(Protágoras apud Jean Voilquin (org.). Os
pensadores gregos antes de Sócrates, 1964.)
O fragmento de Protágoras, um dos primeiros
sofistas da Grécia antiga, apresenta um princípio
essencial da filosofia grega, o
a) ceticismo.
b) hedonismo.
c) cientificismo.
d) antropocentrismo.
e) elitismo.
Questão 36)
Os fenômenos sociais são objeto de investigação
desde o surgimento da filosofia, na Grécia Antiga,
por volta dos séculos VII e VI a.C.; mas a
constituição de uma ciência específica da sociedade
remonta apenas ao século XIX. Considerando-se o
enunciado acima, assinale a alternativa que
apresenta as principais causas que contribuíram
para o nascimento da Sociologia na Europa do
século XIX.
a) As modificações no modo vigente de
compreender os povos tribais na Europa do
século XIX possibilitaram a constituição da
Sociologia.
b) As alterações na mentalidade religiosa na
Europa do século XIX condicionaram o
surgimento da Sociologia.
c) As mudanças econômicas, políticas e sociais
que moldaram as sociedades europeias do
século XIX geraram perguntas ('questão social')
que demandaram a constituição da Sociologia.
d) As mutações ocorridas na filosofia e na moral
das sociedades europeias do século XVI
contribuíram para o surgimento da Sociologia.
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e) As transformações na sensibilidade estética
das sociedades europeias do século XIX
favoreceram o processo de formação da
Sociologia.
Questão 37)
“Ao criticar o mito e exaltar a ciência,
contraditoriamente o positivismo fez nascer o mito
do cientificismo, ou seja, a crença cega na ciência
como única forma de saber possível. Desse modo, o
positivismo mostra-se reducionista, já que, bem
sabemos, a ciência não é a única interpretação
válida do real. De fato, existem outros modos de
compreensão, como o senso comum, a filosofia, a
arte, a religião, e nenhuma delas exclui o fato de o
mito estar na raiz da inteligibilidade. A função
fabuladora persiste não só nos contos populares, no
folclore, mas também na vida diária, quando
proferimos certas palavras ricas de ressonâncias
míticas – casa, lar, amor, pai, mãe, paz, liberdade,
morte – cuja definição objetiva não esgota os
significados que ultrapassam os limites da própria
subjetividade.” (ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P.
Filosofando: introdução à filosofia. 4ª. ed. rev. São
Paulo: Moderna, 2009, p. 32)
A partir do trecho citado, assinale o que for correto.
01) Ao contrário da ciência, o senso comum, a
religião e a filosofia refletem uma imagem
incompleta e precária do real.
02) O mito do cientificismo é a aplicação do rigor
formal do método científico à dança, à música
e a diversas outras formas de expressão
popular.
04) O positivismo utiliza o inconsciente e o mito
como forma de expressão do mundo.
08) Explicações de caráter mítico, apesar de
pertencerem ao período antigo, sobrevivem na
modernidade.
16) A função fabuladora recupera aspectos do mito
que se distinguem da razão e do método
científico.
Questão 38)
Uma das obras de Platão (428-347 a.C.) mais
conhecidas é A República, na qual se encontra o
mito da caverna. “Platão imagina uma caverna onde
pessoas estão acorrentadas desde a infância, de tal
forma que, não podendo ver a entrada dela, apenas
enxergam o seu fundo, no qual são projetadas as
sombras das coisas que passam às suas costas,
onde há uma fogueira. Se um desses indivíduos
conseguisse se soltar das correntes para
contemplar, à luz do dia, os verdadeiros objetos, ao
regressar, relatando o que viu aos seus antigos
companheiros, esses o tomariam por louco e não
acreditariam em suas palavras.” (ARANHA, M.L.A. e
MARTINS, M.H. Filosofando: introdução à filosofia.
3.ª ed. revista. São Paulo: Moderna, 2003, p.121).
Sobre a citação acima e o alcance epistemológico
do mito da caverna, assinale o que for correto.
01) As imagens produzidas na caverna são sombras
que podem ser confundidas com a realidade.
02) A todo aquele que sai da caverna é vetada a
possibilidade de retorno.
04) A imagem da fogueira se contrapõe, fora da
caverna, à presença do sol, responsável pela
verdadeira luz.
08) Tal qual o mito da Esfinge, decifrado por Édipo,
Platão descreve três estados da humanidade:
infância, juventude e maturidade.
16) Tal qual o mundo sensível, ilusório e efêmero,
as imagens da caverna possuem um grau
ontológico deficitário ou duvidoso.
Questão 39)
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Se há um fim das nossas ações que queremos
por ele mesmo [...] e não desejamos nada em vista
de outra coisa particular (assim, de fato, iríamos ao
infinito, de modo que a nossa tendência seria vazia
e inútil), é claro que esse deve ser o bem e o bem
supremo.
ARISTÓTELES. Ética Nicomaqueia, A 2, 1094 a 18-2.
Tradução de Henrique C. de Lima Vaz e Marcelo
Perine; In. REALE, G. História da Filosofia Antiga,
Vol. II, São Paulo: Loyola, 1997, p. 406-407.
Com base no texto acima e em seus conhecimentos
e de acordo com a doutrina ética de Aristóteles,
marque, para as afirmativas abaixo, (V) Verdadeira,
(F) Falsa ou (SO) Sem Opção.
1. De acordo com Aristóteles, o bem supremo
que se confunde com o fim de toda ação ética
é o prazer corpóreo e o acúmulo de riquezas.
2. Para Aristóteles, o bem supremo que deriva de
uma existência ética é a felicidade. A
felicidade, diz ele, resulta da atividade da alma
segundo a virtude.
3. Aristóteles diz que os bens relativos à alma são
os principais e mais perfeitos, na medida em
que a virtude e a felicidade derivam de uma
atividade própria da alma.
4. Para Aristóteles, a ação virtuosa encontra-se
no ―justo meio‖, no agir que escapa dos
extremos. Assim, a virtude é uma mediania,
que tem por escopo o justo meio.
Questão 40)
Alguns autores costumam chamar de ‘milagre
grego’ a passagem do pensamento mítico para o
pensamento crítico racional e filosófico. Atenuando
a ênfase dada a essa ‘mutação’, no entanto, alguns
estudiosos mais recentes pretendem superar essa
visão simplista e a-histórica, realçando o fato de
que o surgimento da racionalidade crítica foi o
resultado de um processo muito lento, preparado
pelo passado mítico, cujas características não
desaparecem ‘como por encanto’ na nova
abordagem filosófica do mundo. Ou seja, o
surgimento da filosofia na Grécia não é o resultado
de um salto, um ‘milagre’ realizado por um povo
privilegiado [...].
ARANHA, Maria L.A.; MARTINS, Maria Helena P.
Filosofando: Introdução à filosofia. São Paulo:
Moderna, 2000, p. 63-64.
Com base no texto acima e em seus conhecimentos,
marque, para as afirmativas abaixo, (V) Verdadeira,
(F) Falsa ou (SO) Sem Opção.
1. O “milagre grego” que determinou o
nascimento da filosofia na Grécia ocorreu no VI
séc. a.C., com Platão e Aristóteles.
2. Entre os fatores históricos que propiciaram o
surgimento da filosofia na Grécia encontra-se o
nascimento da pólis (cidade-Estado), evento
que provocou a racionalização da vida pública
e dos procedimentos relacionados à política.
3. Acreditava-se que a legitimidade das narrativas
mítico-religiosas na Grécia antiga repousava na
inspiração dos rapsodos que as narravam e não
no logos (razão), que, por sua vez, está na base
do pensamento filosófico.
4. Homero e Hesíodo foram importantes autores
da longa tradição mítica que existiu na Grécia
antiga. Em suas obras, por isso mesmo, não se
podem encontrar o rigor e a coerência exigidos
pelo exercício da filosofia.
GABARITO:
1) Gab: A
2) Gab:
a) Com a expressão “Cada um de nós põe em
comum sua pessoa e todo o seu poder sob a
direção suprema da vontade geral”, Rousseau
explica a formação da soberania e da
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autoridade do Estado por meio do contrato
social. Para Rousseau, a soberania é a vontade
geral do povo, que prevalece sobre as
vontades individuais. Pelo contrato social os
indivíduos tornam-se o povo, um todo
indivisível, um corpo político, para o qual
transferem os seus direitos naturais
transformado-os assim em direitos civis. Assim
sendo, a autoridade do Estado e o governante
não são o soberano, mas os representantes da
soberania popular, e por isso jamais originarão
um regime autoritário.
b) Para a teoria do contrato social de Rousseau,
os indivíduos associados coletivamente se
comportam de dois diferentes modos
enquanto corpo político. Quando na condição
ativa de partícipes da soberania e nela se
fazem representar são cidadãos, por outro
lado, enquanto se submetem às leis e à
autoridade do governante que os representa,
de modo passivo, chamam-se súditos. Neste
sentido, são cidadãos do Estado e súdito das
leis.
3) Gab: B
4) Gab: B
5) Gab: E
6) Gab: A
7) Gab: A
8) Gab: D
9) Gab: B
10) Gab: C
11) Gab: A
12) Gab: A
13) Gab: A
14) Gab: 03
15) Gab: 15
16) Gab: D
17) Gab: 07
18) Gab: 11
19) Gab: D
20) Gab:
a) Para Agostinho a fé é superior à razão, ela é o
guia que conduz a razão no caminho do
conhecimento reto e verdadeiro. A despeito
disso, fé e razão estão numa relação de
complementariedade, sendo ambas
necessárias para o conhecimento que o ser
humano produz. A fé não substitui e nem
elimina a razão. Pelo contrário, a fé estimula a
razão e esta fortalece a fé.
b) Segundo Platão, o conhecimento deve
rememorar, pela alma racional, as verdades
contempladas no mundo inteligível. Inspirado
por Platão, Agostinho defende que o
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conhecimento deve ser buscado
intelectualmente no mundo das ideias, via
interiorização do pensamento. Para ele é Deus
a luz que ilumina o nosso intelecto de forma a
tornar possível o conhecimento das verdades
imutáveis ou eternas.
21) Gab: A
22) Gab: D
23) Gab: E
24) Gab: 12
25) Gab: 11
26) Gab: D
27) Gab: E
28) Gab: 10
29) Gab: 10
30) Gab: 27
31) Gab: E
32) Gab: D
33) Gab: C
34) Gab: D
35) Gab: D
36) Gab: C
37) Gab: 24
38) Gab: 21
39) Gab: FVVV
40) Gab: FVVV
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