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Revelaes da Histria
o Acervo do Foto Estrela
Organizado por Daniel Choma, Edson Luiz da Silva Vieira e Tati Cos
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Multido espera no evento de inaugurao do Aeroporto de Londrina, em 8 de abril de 1956.
Todos imigrantes. Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
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Revelaes da Histria:o Acervo do Foto Estrela
Fotograas de Yutaka Yasunaka e Carlos Stenders
2 Edio Revista e Ampliada. Londrina-Paran, 2012.
Coordenao Editorial
Daniel Choma
Coordenao de Projeto e Circulao
Edson Luiz da Silva Vieira
Coordenao de Pesquisa e Produo
Tati Costa
Artigos
Ana Maria Mauad
Daniel Choma
Edson Luiz da Silva Vieira
Rogrio Ivano
Solange Cristina Batigliana
Tati Costa
Vanda de Moraes
Legendas e BiograasDaniel Choma e Tati Costa
Realizao
Instituto Cmara Clara
Patrocnio
Programa Municipal de Incentivo a Cultura de Londrina
ndices para catlogo sistemtico:
1. Fotograa: Artes 770
2. Cidades: Fotograa: Artes 770
3. Londrina: Fotograa: Artes 770
4. Restaurao Acervo: Fotograa: Artes 770
5. Histria Norte do Paran: Fotograa: Artes 770
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
Daniel Choma, Edson Vieira e Tati Costa (organizadores) ; Fotograas
de Yutaka Yasunaka e Carlos Stenders -- Londrina : Cmara Clara, 2012.
176p. : il. ; 22 x 22 cm
ISBN 978-85-62002-04-5
1. Fotograas. 2. Cidades . 3. Londrina Fotograa. 4. Restaurao
Acervo. 5. Histria Norte do Paran. 6. Imagem Mdia. I. Choma, Daniel
(Organizador). II. Costa, Tati (Organizador). III. Vieira, Edson (Organizador).
IV. Yasunaka, Yutaka e Stenders, Carlos (Fotograas). V. Ttulo.
CDD- 770
633.73
Revelaes da Histria: o Acervo do Foto Estrela.
Edio viabilizada pelo projeto Foto Estrela - outras revelaes
E-mail: [email protected] Site: www.camaraclara.org.br
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Detalhe do caa-palavras proposto na cartilha Londrina em Mov
trabalhada com estudantes da rede pblica estadual de ensino.
Foto: Daniel Choma. Acervo: Instituto Cmara Clara.
Roteiro
Artigos
Difundir preservar, preservar vivo.10
Daniel Choma, Tati Costa e Edson Luiz da Silva Vieira.
Fotograas/memrias, um plural singular.24
Ana Maria Mauad.
O acervo do Foto Estrela como memria
fotogrca da cidade de Londrina.30
Rogrio Ivano.
Patrimnio cultural e polticas pblicas - reexo
sobre a poltica cultural do Programa Municipal de
Incentivo Cultura de Londrina, na perspectiva de
uma poltica de atuao patrimonial. 36
Vanda de Moraes e Solange Cristina Batigliana.
Breve biograa de Carlos Stenders.22
Breve biograa de Yutaka Yasunaka. 158
Daniel Choma e Tati Costa.
Sries Fotogrcas
Aeroporto. 44
Cafeicultura.50
Avenida Paran. 74
Cine Teatro Ouro Verde.88
Catedral.96
Centro Comercial e Julio Fuganti. 104
Concha Acstica. 08, 110
Centro de Sade. 114
Quadra 19. 116, 122
Ruas Maranho e Mato Grosso.125
Rua Rio de Janeiro.130
Prdio dos Correios. 132
Vistas areas do centro.134
Estao Ferroviria. 144
Charretes. 149
Estao Rodoviria. 148
Famlia Yasunaka. 160
Carlos Stenders. 22
Foto Estrela. 01, 05,12, 24, 26, 34
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Concha Acstica, Praa Primeiro de Maio, Londrina. Final da dcada de 1950.
Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
Concha Acstica, Praa Primeiro de Maio, Londrina. 201
Foto: Edson Vieira. Acervo: Instituto Cmara Clara.08
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Difundir preservar, preservar vivo
Do cafezal a se perder de vista no
separam as duas fotograas da C oncha Ac
selva e serto na dcada de 1930, fez-se ca
neste caminho de transforma
inditas do acervo do Foto Estrela. Fundad
fotos estabelecidos na cidade, adquirido
encerrado suas atividades em 2008, quan
a ponto de tornar insustentvel o negcio
estacionamento. Mas o esquecimento no
Desde 2005, o imenso acervo fot
trabalhado por ns - Daniel, Tati e Edson -Edson, que trabalhou como laboratorista
negativo depositadas em um quartinho d
produo, o material estava precariament
umidade, sendo que parte do material j se
anos aps sua revelao, aqueles negativos
e mulheres.
A primeira tarefa foi realizar uma s
casamentos, formaturas, debutantes e fam
e cem destes se referiam a vistas de Londr
na cafeicultura e paisagens rurais, produzid
venda no Foto Estrela. Dentre estas, a maio
acetato tamanho 6x6 cm entre 1952 e a dc
de Carlos Stenders, em negativos de acetat
1950, e que caram no laboratrio quando
Daniel Choma, Tati Costa e Edson Luiz da Silva Vieira
Coordenadores da Cmara Clara - Instituto de Memria e Imagem
10
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Dada a importncia histrica e cultural do acervo, o
grupo comeou a se mobilizar para que este no se perdesse
pela ao do tempo e do esquecimento. A partir da elaborao
e realizao da primeira etapa do projeto Revelaes da Histria:
o acervo do Foto Estrela, iniciada em 2005, viabilizou-se recursos
para a recuperao, higienizao, catalogao, classicao
e digitalizao dos negativos, bem como a organizao e
publicao de Livro, CD-Rom e pgina na Internet.
Desde o incio do trabalho sobre o acervo, para alm
de sua preservao pensou-se estratgias de democratizao
do acesso s imagens recuperadas. A doao de mais de 600
exemplares do livro a escolas pblicas municipais e estaduais
de Londrina, bibliotecas e associaes culturais, a montagem
e circulao de Exposies Fotogrcas e, ainda, a publicao
de pgina na internet com mais de duzentas fotos do acervo
contribuiram decisivamente para que as imagens passassem a
circular com vivacidade no meio social.
Yutaka Yasunaka, que at ento no era reconhecido
como um dos grandes fotgrafos pioneiros de Londrina, passou
a ser entrevistado regularmente pelas principais rdios, tevs
e jornais locais, regularmente. De 2007 pra c, recebeu vrias
homenagens pblicas, com destaque para o ttulo de Cidado
Honorrio de Londrina, recebido da Cmara de Vereadores.
A sociedade se apropriou das imagens do acervo do
Foto Estrela dando a elas diversos usos e leituras. Fotos foram
cedidas para ilustrar publicaes das reas de Histria, Geograae Arquitetura; outras, utilizadas na campanha publicitria da
Sercomtel sobre os 70 anos de Londrina, sendo impressas em
cartes telefnicos, calendrios de mesa, bolso e parede; muitas
tantas foram e continuam sendo objeto de estudo de artigos
e dissertaes acadmicas Brasil afora. Alm de disseminadas
pela Internet, seja em Blogs ou mesmo por e-mail na forma de
powerpoints, as imagens do acervo tambm receberam outros
usos piratas em espetculos teatrais e paredes de boteco.
Calamento da Rua Mato Grosso, em frente ao Foto Estrela.
Final da dcada de 1940. Foto: Carlos Stenders. Acervo: Foto Estrela.
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A circulao das imagens em Exposies Fotogrcas
tambm deve ser destacada, visto os locais de grande acesso
pblico em que ocorreram ou ainda ocorrem, tais como a
Exposio Permanente na Rodoviria de Londrina (Terminal
Rodovirio Jos Garcia Villar) e as itinerantes no Espao de
Fotograa Ouro Verde (2008), Museu de Arte de Londrina (2006)
e nos eventos Fotolink - Encontro Internacional da Imagem
(2010) e Imin 100 londrina (2008), dentre outros.
A partir da excelente recepo pblica da primeira
etapa do projeto Revelaes da Histria, sentiu-se a necessidade
de dar continuidade ao trabalho, com o desenvolvimento de
novas aes de pesquisa, difuso e educao patrimonial sobre
o acervo fotogrco do Foto Estrela. E laborou-se ento, em 2010,
o projeto Foto Estrela Outras Revelaes, inscrito e aprovado
pelo PROMIC. 1
Dentre as novas aes de pesquisa realizou-se a
referencializao cronolgica e geogrca de cerca de 150
fotograas, publicadas neste livro. Pesquisa feita a partir de
detalhes, pegadas, vestgios, como o fotgrafo do lme Blow-Up,
de Antonioni, a mergulhar na ampliao de imagens, a procura
de indcios. Aqui, indcios que situassem o registro no tempo
e no espao, visto que nas entrevistas o prprio fotgrafo no
conseguiu situar com preciso estas informaes - haja vista as
cinco dcadas que separam os registros de sua rememorao.
Neste trabalho, a consulta a bibliotecas, cartrios e publicaes
locais, citadas ao nal deste texto, se fez prtica fundamental.
Ainda no processo de pesquisa, reali
memria e sociabilidade do centro de Londrin
as imagens de Yutaka Yasunaka. Os locais fora
cmera e lente utilizadas por Yutaka dcada
ngulo, enquadramento e tipo de lme (preto
Os locais (re) fotografados foram a Co
Histrico (antiga Estao Ferroviria), Museu d
Rodoviria), Prdio do Correios, Avenida Paran,
Julio Fuganti e Centro Comercial, cafezal e Foto
Lado a lado, os registros de dois tem
comum e o diferente a partir de uma base visu
sete-erros. Cenrios se transformam. As pedras
da fotograa e as aparncias do visvel revelam
1 Os dois projetos que viabilizaram as aes sobre o acervo do Foto Estrela foram inscritos e selecionados, em 2005 e 2010, nos editais de Projetos Culturais
Independentes do PROMIC - Programa Municipal de Incentivo a Cultura de Londrina, da Secretaria de Cultura de Londrina, sendo por ele patrocinado. Destaca-se
que a criao e gesto desta poltica pblica de cultura deve ser tomada como exemplo para o Brasil, cuja minoria dos municpios sequer possui fundos de cultura
e tampouco transparentes editais de seleo. A opo pelo fomento no apenas a produtores e eventos culturais j estabelecidos, mas tambm o incentivo ao
empreendedorismo de novos agentes, fez com que os resultados desta poltica pblica fortalecessem a cidade de Londrina como referncia na produo nacional. A
denio de claras diretrizes para a poltica cultural, integrada s demandas da sociedade, norteia e orienta a elaborao das propostas pelos realizadores. A valorizao
do patrimnio cultural material e imaterial local , bem como a importncia dada contrapartida social , so algumas das linhas que aproximam os realizadores culturais
s preocupaes contemporneas de sua cidade. Louvvel tambm o modo como se d o acompanhamento dos projetos, com transparncia nos procedimentos,
assessoria, dilogo e respeito, comportando-se o poder pblico como parceiro do produtor cultural, e no como seu adversrio. Coisa rara.
Acima, Yutaka Yasunaka, incio da dcada de 1950. Acervo: Foto Estrela.
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Exerccio do futuro.
Estudantes se puseram a imaginar como estar Londrina em 2060,
na atividade de educao patrimonial realizada em escolas de Londrina
pelo projeto Foto Estrela - Outras Revelaes durante o ano de 2011.Na cartilha fotografada, ao lado, a estudante da 3 srie assim preencheu:
- O que vai acontecer no ano de 2060?
- Acho que vai mudar os nibus.
- Acho que no vai mudar a Concha Acstica.
- Acho que o mundo vai acabar.
- No se engane, vai ter novas farmcias.
- Vocs no prevem o futuro.
- O importante que Londrina mudar.
Foto: Daniel Choma. Acervo: Instituto Cmara Clara.
Os resultados da pesquisa foram reunidos na
produo editorial deste livro em vossas mos. Esta segunda
edio abrange uma reviso e ampliao da primeira edio,
complementada pela insero de fotograas inditas de Yutaka
Yasunaka e Carlos Stenders. Amplia-se consideravelmente o
contedo no s pelo salto quantitativo de 96 para 176 pginas,
mas tambm pelo incremento de qualidade que os artigos de
Ana Maria Mauad, Rogrio Ivano, Vanda de Moraes e Solange
Batigliana trazem ao debater fotograa, histria, memria,
salvaguarda e difuso de acervos fotogrcos em paralelo comas polticas de patrimnio subjacentes.
Alm da publicao e distribuio editorial, outra
ao de difuso desenvolvida a montagem de uma Exposio
Fotogrca Itinerante, o Monculo 75. Trata-se de uma grande
caixa que simula uma cmera buraco de agulha e traz em suas
paredes exteriores 75 fotograas do acervo do Foto Estrela,
sob a forma de monculos. Em seu interior o pblico poder
visualizar em tempo real o funcionamento tico de uma cmera
fotogrca. A exposio circular em diversos locais pblicos,
como escolas, praas e eventos artsticos.
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No mbito das atividades de educ
aplicada a cerca de cem estudantes das esc
UEL. Alm de receber a ocina, cada uma d
extras para que a atividade possa ser replic
desenho e HQ, foi apresentado aos alunos
imagem em suas diferentes formas, o patr
vivenciar o conhecimento tambm em sua e
se na visualidade, ouvem-se histrias imag
Trabalhar a educao patrimonia
entre as geraes: a do professor, da palavra
que o uso de imagens do lugar, prximas d
processos de identicao e conseqente
pelos quase cem participantes da atividad
percebeu Luclia Rodrigues de Oliveira, pr
que cedeu a sua aula para receber uma da
por escrito poucos dias aps a realizao da
Nesse momento os alunos esto
Grcia antiga. Com relao at
elogios! Penso que justamente
sentido da disciplina de histria,
a histria para o cotidiano do alun
so temticas como essa que po
amenizam o efeito - pelo menos
velho, daquilo que pertence s
estando em sala de aula tem, evi
com toda a sua carga de ocialiNestes termos, uma atividade com
possibilita demonstrar ao aluno
somente aos outros. Acredito qu
com a atividade que vocs propu
acaba surtindo mais efeito em te
especicada no programa de curs
assim, quando vocs formularem
aula para que vocs possam coloc
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Estudante da 3 srie visualiza foto de Carlos Stenders da ento Estao Rodoviria de Londrina, de 1952,
que ilustra a capa da cartilha trabalhada com estudantes da rede pblica estadual em 2011.
Foto: Daniel Choma. Acervo: Instituto Cmara Clara.
Um dos caminhos para se tratar a
social no presente, cuja essncia o movim
preservar implica, alm de estruturar cond
para que as fontes no se degradem no pla
recuperados. Acesso que anima as fotogr
despertam sentimentos, reavivam lembra
dentro delas. Ao olhar mais atento, pacien
decifragem do enigma que toda fotograa
Manter vivo o acervo do Foto Es
Clara - coloc-lo em circulao. faz-lo
personagens registrados pelas lentes de Y
geraes, para que compreendam a histori
No acervo do Foto Estrela se enc
e meios de habitar uma terra, derruband
Movimentos prprios desta terra forte e c
identicadoras tem sido a mais eciente
globalizao miditica e pasteurizao info
Em sua seo fotogrca, este liv
luz. Breves palavras e amplas imagens a s
atenciosos revelaro narrativas e persona
fotograas continuam em movimento. Com
Referncias Bibliogrcas:
ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz. Histria. A arte de inventarALVES, Rubem. Variaes sobre o prazer: Santo Agostinho, N
Associao Pr-Memria de Londrina e Regio. Londrina Pa
DUARTE JR., Joo-Francisco. O Sentido dos Sentidos: A Educa
FONSECA, Maria Ceclia Londres. Para alm da pedra e cal: po
e patrimnio: ensaios contemporneos. Rio de Janeiro: DP&
HARTOG, Franois. Tempo e Patrimnio. Varia Histria, Belo
HUYSSEN, Andras. Seduzidos pela memria: arquitetura, m
LESO, Denise |et al.| Reconhecendo o Patrimnio Cultural em
MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Fontes visuais, cultura
n. 45, jul. 2003, p. 11-36.
RAMOS, Francisco Rgis L. A danao do objeto: o museu n
museu. P. 19-54.
SAMAIN, Etienne G. O fotogrco. So Paulo: Hucitec/Senac
YAMAKI, Humberto. Labirinto da memria: paisagens de Lo
YAMAKI, Humberto. Londrina Aventura Urbana - Trilha Inter20
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De volta a Alemanha, atua como reprter fo
esportivo prximo a cidade de Colonia. Casa-se com
Schmitz no ano de 193O, e seu primeiro lho, Karl Heinz
nasce em 13 de janeiro de 1933 em Krefeld.
A sentir e a pressentir o que estava por vir a
em solo alemo nos anos seguintes, em 1934 a famli
ao Brasil, xando residncia em Londrina por sugest
amigo ingls, que trabalhava na Companhia de Ter
do Paran. Num primeiro momento, intenta montar
padaria, empreendimento que no foi bem sucedido
tardou muito para que a pequena populao da cid
descobrisse que Carlos Stenders era tambm fotg
passou ento a ser chamado para registrar os principa
e espaos da nascente cidade, atuando com primor t
excelentes equipamentos. Ao ver que a atividade pro
em 1938 Carlos Stenders inaugura o Foto Estrela, loja, la
e estdio fotogrco. Ambos consagram-se, portan
pioneiros da fotograa prossional de Londrina.
Na sede da Rua Mato Grosso, n 192, situava
do estdio, loja e laboratrio fotogrco, a residncia d
Stenders, onde nasceu Rosemarie Stenders, a segund
casal, em 1938. Dois anos depois, um desencontro mar
vidas: Carlos Stenders caria afastado de sua esposa e
lhos por um perodo de oito anos. Sucedeu-se que
Gertrud, Rosemarie e Karl precisaram viajar para a Apara cuidar de uma familiar adoentada, mas foram imp
retornar ao Brasil devido poltica migratria internac
vigor durante e aps a Segunda Guerra Mundial. O re
s se fez em 1949. Mesmo juntos, enm, o constante
intenso p vermelho de Londrina passam a desagradar
que em 1952 coloca a venda o Foto Estrela.
Breve biograa de Carlos StendersCarlos Ricardo Stenders nasceu na Alemanha no ano de 1900, na cidade de Krefeld, prximo a Dsseldorf e a
fronteira com a Holanda. Aos vinte anos de idade, logo aps o trmino da 1 Guerra Mundial, e descontente com a
situao poltica e econmica de seu pas, resolve emigrar ao Brasil. Vendo-se impossibilitado de atuar na sua rea
de estudo, a agronomia, Carlos Stenders passa a trabalhar como fotgrafo na regio de Blumenau, S anta Catarina,
em 1920. Aps cinco anos em atividade, o adoecimento de sua me faz o jovem retornar sua terra natal.Na pgina esquerda, cpia do passaporte que Carlos Stenders
Nesta pgina, ao lado de um dos s eu quadros, em Embu-SP, dc
22
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Acima, da esquerda para direita, Carlos Ricardo Stenders (fundador do Foto Estrela),
Roberto Schupp (gerente), Karl Heinz Stenders (lho) e funcionrias do Foto Estrela.
Em frente a primeira sede, situada na Rua Mato Grosso, 192, no centro de Londrina.Incio da dcada de 1950.
Acervo: Foto Estrela.
esquerda, a carteira de reprter fotogrco alemo, de Carlos Stenders.
Emitida em 30 de Maio de 1934.
Acervo: Rosemarie Stenders.
Fotograas/mem
Professora Associada do De
coordenadora do Laboratri
Toda fotograa condensao de mlti
sobrevivente, cada fotograa guarda em si a
o que nela, a despeito de tudo que passou,
nunca esto inteiramente no passado e no
fornecem o testemunho da nossa irremedi
tempos como os fantasmas atravessam par
foi, o que , e o que ser (o espectro de nos
As fotograas de Yutaka Yasunaka da m
do espectador expectativa de um vir a ser. Mem
serem produzidas, guardam tambm, a presena d
agora um indcio, um lampejo, uma runa, uma le
so, as fotograas tornam-se meios pelos quais a o
ponte que une passado, presente e futuro, num pro
lampejo a luz de um esclarecimento e traduz lemb
fotgrafo, as fotograas so sempre um plural sing
prtica social compartilhada, portanto plural.
Para cada passado que se descortina ao oapresenta como meio de imagens. Essa inspirao
Estrela, estdio fotogrco que em 1952 foi adqu
alemo Carlos Stenders, assim temos imagens de
imaginar e de prever qual ser o novo outro futuro
produzidas no passado e no presente, uma espci
1 Mauricio Lissovsky, Proposies trs e quatro, IN: Dez propo
http://issuu.com/facomfaap/docs/facom23, acesso em 14 de
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H algum tempo venho estudando a relao entre fotograa e histria e mais recentemente trabalhando com as
memrias de fotgrafos que atuaram na grande imprensa brasileira dos anos 1940 em diante. Atualmente, j entrevistamos um
conjunto de mais de trinta fotojornalistas cuja trajetria se confunde com a da prpria fotograa contempornea.2
Neste estudo, entende-se que o olhar contemporneo envolve um conjunto de prticas de ver, de apresentar e de
representar o mundo tornando-o visvel aos outros olhares; mas tambm inclui todo um conjunto de dispositivos operados por
esse trabalho de visualizao; e os saberes, sentimentos e sensaes colocados em movimento para a produo desse mesmo
olhar. Essa reexo refere-se tambm, aos donos do olhar, portanto, sujeitos sociais envolvidos na experincia de ver e dar a
ver o mundo. Concebe-se no conceito de experincia o ponto de encontro do sujeito com o mundo sensvel que se elabora em
pensamentos, sentimentos e sensaes expressos, entre outras formas, pelas imagens tcnicas. 3
2
Rero-me ao projeto: O Olhar Engajado: prtica fotogrca e o3 FLUSSER, Vilm. Towards a philosophy of photography.Londre4 Correndo o risco de ser incompleta vou indicar alguns ttulos
da Costa. Palimpsestos fotogrcos: imagens, lembranas e id
2010. Dissertao (Mestrado em Histria) - Universidade do Esta
e a trajetria do reporter perfeito (1896-1957). 2010. Disserta
Alemanha Turca em Preto-e-Branco: fotograa e reelaborao d
da Silva Portz. As paisagens da memria: um estudo sobre as fot
Histria) - Universidade Federal Fluminense; Lucia Theresinha G
Marechal Rondon (1954-1990). 2010. 0 f. Tese (Doutorado em H
famlia, riqueza e representao social no Brasil oitocentista. 2006
de Desenvolvimento Cientco e Tecnolgico.; Rafael Ginane B
Contestado nas primeiras dcadas do sculo XX. 2009. Tese (Do
De fotostatica a fotocopia, as mudanas na fachada do Foto Estrela. Dcada de 1950. Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
Paralelamente, venho acompanhando por
mbito dos programas de ps-graduao Brasil afor
notadamente pela fotograa.4Destaco esse aspecto
se debruar sobre a trajetria de fotgrafos de dife
que migraram de uma regio a outra do pas levand
atuaram nas regies de fronteira agrcola, como o Pa
de regies de oresta em verdadeiras cidades civili
com as companhias de colonizao.
Nos diferentes casos, quer seja atuando n
agncia de estado, esses fotgrafos acabaram por
tipo de fotograa como pblica. Pblica, no som
como tema e que tem no espao pblico o seu lug
common space, no qual as manifestaes comunit
que distingue o homem comum; mas tambm a i
a imagem das instituies estatais e da
ao longo do sculo XX serviram ao pblico que ha
somente ver e ser visto, mas tambm registrar e gu
de vistas urbanas publicadas em psteres ou nos se
A fotograa pblica refere-se produo d
histricos os fotgrafos e fotgrafas cuja prtica
vnculo institucional. Em ambos os casos, a forma d
a forma que a imagem vai assumir. Assim o engaja
dimenso autoral da fotograa pblica.
26
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Yutaka Yasunaka revisita fotograas
de famlia em entrevista a Edson Vieira,
Rafael Francis e Daniel Choma. 2005.
Fotos: Daniel Choma.
Acervo: Instituto Cmara Clara.
5 Sobre o conceito de cultura poltica ver: AZEVEDO, Ceclia; RO
Cultura Poltica: memria e historiograa, Rio de Janeiro, Edito6 RICOUER, Paul. Memory, History and Forgetting, Translated b
Portanto, a fotograa pblica se torna p
de poder na cena pblica; so, ainda, suportes da m
nas formas de agenciamento da fotograa pblica
acionar representaes histricas sobre acontecim
patrimnio que a fotograa pblica revela memr
analis-la como experincia social passada. 6
Portanto, do ponto de vista do tempo
comemorao do passado como memria nacion
campo de possibilidades para a construo de fut
ns vivemos o nosso prprio presente como part
sua variedade de meios, suportes, situaes e age
uma vivncia. A fotograa patrimnio, pois, tran
permitem entrever movimento, a dinmica cont
conjunto se revela a multiplicidade da histria. O q
A ttulo de concluso vale ponderar so
fotograas resultantes de diferentes prticas fot
imagens fotogrcas do passado, o seu entesour
impossibilidade do vir a ser e, por consequncia,
onde a imagem perde a sua substncia de presen
Somente se abrindo os arquivos que as
conhecimento crtico que novas histrias podero
de sacralizao do passado, que as imagens vo ga
meio de iniciativas como essa que temos em mos,
prtica fotogrca revelou a cidade aos seus habita
comum Londrina - , que a sua fotograa deixou d
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O acervo do Fofotogrca d
Professor do Departamen
Qual o tempo da fotograa?
Fotgrafos da era analgica reconhecem
segundos, ou milsimo de segundo que permite a e
aquela mgica dialtica entre o instante fotogrc
uxo contnuo da vida o necessrio para xar o qu
visvel em paisagem, retrato, cena, agrante, em p
possibilidades de expresso visual que, literalment
O tempo da tcnica tambm o tempo
nalmente obteve sucesso na produo da prime
que revelaria a magia da imagem tcnica. Rapidam
Nesta passagem de tempo, alguns momentos nic
entre tcnica e esttica, tornando-se verdadeira
fotograas do sculo XIX, por exemplo, os element
do retratista ou paisagista, isto , imagens de fot
fotogrca.
No Acervo Foto Estrela, este e outros tededicados ao trabalho, no h dvida em armar q
no fundamental para a criao da imagem foto
O acervo composto majoritariamente d
poucos deles so em vidro, que enganosamente f
grande maioria dos negativos, no entanto, em ac
35 mm ao 3x4cm at o imenso 18x24cm, que leva a
e conservar tais materiais so procedimentos tcn
de um tempo que no retornar mais. Um dia, ser
outras qumicas.
Cordiais Saudaes! Espcie de Carto Postal confeccionado manualmente por Yutaka Yasunaka.
Este, em homenagem ao Jubileu de Prata, os 25 anos de Londrina, comemorados em 1960.
Em entrevista, Yutaka contou que os postais mais procurados pelo pblico eram as vistas da
Catedral, estaes Ferroviria e Rodoviria, cafezais e a foto noturna do Cine Teatro Ouro Verde,
bem como vistas areas em qu e as pessoas podiam localizar suas casas e locais de trabalho.
Fotomontagem de Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
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Na era da imagem digital, um acervo de negativos no guarda apenas a matriz
da fotograa em papel, mas representa tambm o m da era analgica, tornando-se
seu prprio vestgio, seu testemunho. A sensao a de que a materialidade plstica
do negativo, que garante imagem fotogrca uma longa durao, se adequadamente
preservada, ir para bem alm da ainda incerta conservao do arquivo virtual. E num
arquivo de negativos, sempre h uma quantidade signicativa deles ainda no copiados,
criando uma margem de surpresa e desconhecimento de seu contedo. Da mesma forma,
certo supor que a maior parte destes negativos foi usada para a obteno de apenas uma
cpia, aquela do cliente. A partir da, a trajetria de cada fotograa torna-se uma jornada
no tempo, podendo estar bem preservada num lbum zelosamente guardado no ba das
lembranas, ou maltratada, esquecida em um canto da memria, de onde j no reconhecemais lugares ou feies. Quantas dessas fotograas ainda existem?
O Foto Estrela funcionou por mais de meio sculo, ininterruptamente. As
razes de cada um para se deixar fotografar so tantas quantas cada fotograa realizada
no estdio da loja e fora dela. O acervo assim composto da inteno de cada um, das
suas justicativas pessoais e tambm coletivas. Isto quer dizer que os ns comerciais
da fotograa tambm so ns sociais. a fotograa da sociedade em seus momentos e
movimentos que compe o acervo do Foto Estrela. So poses e retratos, na melhor das
tradies pictricas, para recordao e conhecimento; so ritos cristos, principalmente
catlicos, como casamentos, batizados, a primeira comunho, ou seja, a memria desses
e outros ritos de passagem; cerimnias e eventos variados, assim como o registro de
praas, ruas e edicaes, que eram transformados em cartes postais, lembranas de
uma Londrina que se modicava rapidamente. So fotograas de prdios e cafezais, dessa
diviso ainda pouco acentuada entre o mundo urbano e o mundo rural, revelada em
abundantes imagens reas. Ao mesmo tempo propaganda e documentao da cidade,
foto por foto.
Talvez por ser um acervo fotogrco formado pela atividade comercial, isto ,
conforme a demanda dos clientes, h uma mistura de imagens produzidas por diferentes
fotgrafos. possvel armar, com pouca margem de dvida, que aquelas realizadas entre
1938 e 1952 so de responsabilidade de Carlos Stenders, o primeiro proprietrio do Foto
Estrela; dessa data at 2008, quando a loja cerra suas portas, a responsabilidade de
Yutaka Yasunaka. Mas no acervo ainda podem est
ocorrncia de trabalho de outros fotgrafos, que so
contratam-se ajudantes e auxiliares, que depois te
No sendo um acervo pessoal, coloca-se
intenes, ao domnio tcnico e aos valores estti
natal, em outro lugar? Nascido em 1900, imigrou
j que fundou o Foto Estrela em 1938; nos arquiv
denitiva no pas em 1944, e que em 1951 inicio
publicado no Dirio, pede-se que ele apresente p
Da parte dos Yasunaka, a crnica familia
cidade de Sapporo, norte do Japo; que permane
das tradies artesanais, sem salrios nem outras r
para o Brasil, onde no esqueceu as lies japone
que se tornou proprietrio do Foto Estrela, mante
Londrina. Por conta disso, o fotgrafo foi testemun
em centenas de imagens, como exemplicadas ne
se este acervo documental, inigualvel na sua qua
As imagens de uma Londrina antiga ecoa
de antiguidade, por exemplo, esta no dmod da
mais, e outros ganharam o status de relquia; na f
estilo arquitetnico difuso, exemplicado pelo ecle
sem jeans ou acessrios; enm, no sentimento de
parece obra da aparente precariedade da vida e da
casas, nos paraleleppedos ainda descobertos pelolinha de prdios que depois iro cobrir o horizonte
Nestas imagens de Londrina produzidas
surpreender o visitante de hoje que a conheceu on
de vertiginosa mudana dos tempos. Mas, por out
o mesmo conjunto cnico atravessou as dcadas,
de uma sinuosa escadaria com seu corrimo de f
esquerda, Carlos Stenders. Acervo: Foto Estrela
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Em frente ao Foto Estrela da Rua Maranho 331, posa para a foto o Sr. Shinzato, com seu Chevrolet Belaik Styleline, recm adquirido de segunda mo. Dcada de 1960. Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela
Foto:YutakaYasunaka.
Acervo:FotoEstrela.
Centenas de negativos e fotograas j haviam se perdido qem 2006, a equipe do Instituto Cmara Clara entrou em c
com o acervo de Yutaka Yasunaka. Em 2008, com o fecha
e desmanche do Foto Estrela, sugeriu-se ao fotgrafo que
o conjunto de negativos referente aos registros de est
CDPH, da Universidade Estadual de Londrina, para que pud
receber cuidado tcnico e servir como fonte geradora de pes
acadmicas e exposies artsticas. Tambm se conseguiu s
tempo o cenrio de fundo do estdio, encaminhado para
Diretoria de Patrimnio da Secretaria de Cultura de Lond
posteriormente, ao Museu Histrico Padre Carlos Weiss. No
organizadores. Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto E strela.
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Carto produzido por Yutaka Yasunaka, com fotomontagem realizada
manualmente nos laboratrios do foto Estrela na dcada de 1960.
Segundo o fotgrafo, cada uma das fotograas que aparecem na imagem
eram ampliadas em formato 3x4cm e montadas numa folha base, onde
tambm eram feitos os desenhos e legendas. Feito isso, esta prancha era
fotografada originando um negativo matriz do post al.
Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
Patrimnio cultural e polticas
do Programa Municipa
na perspectiva de um
Vanda de Moraes- Diretora d
Solange Cristina Batigl
Muito embora a cidade de Londrina, d
estrutura administrativa do Municpio a rea da cult
da Secretaria Municipal de Educao. Somente e
estruturao do atendimento pblico ao segment
e de Bibliotecas, j consolidados, e do setor de Pat
Em 1998, aps uma reforma administrati
Municipal de Cultura. Nesta ocasio ela passou a c
e Histrico-Cultural, agregando-se esta ltima
Municipal de Incentivo Cultura, foi criada mais u
para que se tenha a idia do quanto novo tratar a
situao ocorrida apenas em Londrina. Este um
ao Estado Brasileiro uma srie de responsabilidade
ao Estado do Bem-Estar Social europeu. Entre seus
a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa h
Estado, para cumprir com estas atribuies, se org
um escritrio de arrecadao ou liberao de alva
Atualmente, a Administrao Pblica tor
educao, assistncia social, cultura, esporte, tra
pblicos sociais. Eles se inserem na modalidade d
sua execuo pode ser feita pelo Estado ou por e
diversas quanto a legitimidade e moralidade do s
de 1999, Reforma Administrativa e o marco legal
instituiu guras das organizaes sociais traz um
pblicos atravs de entidades privadas. Menciona
a redenio do modo de interveno do Estado
1 A Secretaria Municipal de Cultura foi criada em 09 de mar36
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importncia de uma atitude livre de bloqueios. Para ele a partir do discurso dos juristas e atravs da interpretao da norma legal
que se estabelecem decises e determinam-se destinos. O desao de pensar juridicamente as organizaes sociais faz crescer de
importncia a vocao de protagonista dos juristas, pois estes so convidados a co-participar da constituio desta nova gura
jurdica, sem reservas e sem temor de pensar o novo. 2
neste sentido, que nos ltimos 10 anos (2001-2011), a Secretaria Municipal de Cultura vem atuando, privilegiando sua
ao no fomento cultura municipal. Sua ao tem sido a de proporcionar apoio aos produtores culturais no desenvolvimento
de suas atividades. Esta ao na esfera do fomento pblico mais antiga. Ela se inicia, em 1992, com a criao da Lei Municipal de
Incentivo Cultura, baseada na experincia da cidade de So Paulo, pr oporcionando ao produtor cultural londrinense o apoio s suas
atividade atravs da renncia scal. Criada em 1992, regulamentada em 1993, a Lei Municipal de Incentivo Cultura vigorou at 2002.
Seus objetivos eram o de viabilizar economicamente os projetos culturais, difundir o conceito de Marketing Cultural e fazer com que
as pessoas fsicas ou jurdicas pudessem, atravs do investimento em projeto cultural, participar do processo de produo cultural do
Municpio. Esta Lei autorizava a renncia scal, por parte do Municpio, de 5% do valor pr oveniente das receitas de IPTU e ou ISS para
investimento em projetos culturais aprovados por uma Comisso de Avaliao dos Projetos Culturais, autnoma e independente.
Essa Comisso era composta por representantes do Conselho Municipal de Cultura, da Secretaria de Fazenda e Planejamento, da
Secretaria Municipal de Cultura e de representantes da Comunidade Cultural. A avaliao tinha como foco a relao custo benefcio
do projeto e a sua contribuio para a comunidade.
Em 2001 foi realizada a 1 Conferncia de Cultura da Cidade de Londrina que reuniu 108 delegados escolhidos em
assemblias de 12 (doze) segmentos culturais e de moradores de 6 (seis) regies da cidade, alm de representantes dos sindicatos de
trabalhadores, do setor empresarial, do Executivo e Legislativo municipais, com o objetivo de deliberar sobre as principais diretrizes
norteadoras da poltica de ao da Secretaria Municipal da Cultura, objetivando a universalizao do acesso cultura no municpio.
Entre as diretrizes, aprovadas nesta Conferncia, estava a criao do Programa Municipal de Incentivo Cultura PROMIC destinado
a aprimorar o mecanismo de incentivo cultural municipal, ampliando o seu espectro de ao e promovendo desta forma amplas
modicaes na legislao existente. A legislao que implementou a proposta incorporava uma tendncia contempornea de
reconhecer a relevncia pblica de um grande conjunto de grupos, projetos e agentes sociais. O PROMIC propunha a realizao das
polticas pblicas na forma de parc erias entre Estado e Sociedade Civil, com os c idados se envolvendo em sua elaborao e execuo.
A lei n 8984, de 06 de dezembro de 2002, estabeleceu a criao do Programa Municipal de Incentivo Cultura (PROMIC) e o Fundo
Especial de Incentivo Cultura (FEPROC), diferenciando-se da proposta anterior pelos seguintes aspectos: o mecanismo de apoio atodos os projetos culturais apresentados e aprovados seria o Fundo Especial de Incentivo Cultura (FEPROC); e o estabeleci mento
de duas catego rias de projetos passveis de receber os recursos do FEPROC: Projetos Culturais Independentes (PCI) e Programas e
Projetos Estratgicos (PPE).
O Fundo Especial de Incentivo a Projetos Culturais (FEPROC) foi criado com o objetivo de propiciar os recursos nanceiros
necessrios execuo da Poltica Cultural do Municpio. Este fundo capitalizado atravs de dotao oramentria pr pria, doaes
ou contribuies de pessoas fsicas ou jurdicas ou de organismos pblicos e privados, nacionais e internacionais, alm de recursos
oriundos da Unio e do Estado. Entretanto no se estabelece um percentual para o repasse oramentrio, cando esta denio
cargo do Executivo. Sendo uma for ma de admin
Licitaes), que estabelece uma srie de formalidade
scal com os entes pblicos, a formulao de um p
os projetos, a prestao de contas dos recursos receb
Alm de promover um maior controle do
tambm maior visibilidade do Poder Pblico Municip
com a Lei 5.305/92, no cava clara a efetiva particip
de pessoas fsicas e jurdicas entendiam que estes
pelo municpio. Dessa forma outros patrocinadores
desembolsar outros recursos que no sejam aqueles
Em se tratando de uma lei que busca a for
importante a clara denio das duas categorias e
se orientam para o circuito cultural tradicional ou cu
bairros e regies da cidade, em ambos os casos os p
Projetos e Programas Estratgicos(PPE) so aqueles
realizando as polticas pblicas de cultura. Com rela
na nova verso do mecanismo de incentivo. Os pr
municpio, ocupando espaos pblicos e mobilizand
alm da descentralizao cultural, depende de mec
estimule a expressar-se e a fruir as linguagens artstic
estratgico a serem gerenciados por produtores cult
pblicas, movimentando recursos no processo de de
Neste contexto os projetos da rea de P
recursos do PROMIC representam a implementa
sociais. Atravs da articulao empreendida pel a
entidades e produtores culturais foram propostos
aes, tais como, a preservao, a reexo sobre a c
como Londrina, a educao patrimonial, produo d
em 2002 pela Lei de Incentivo Cultura, foi de fu
a nortear as aes patrimoniais na cidade, compon
Humberto Yamaki, elaborou o documento denomin
a rea do Patrimnio Cultural. Uma das principais a
partir de minuta elaborada pela equipe que comps
audincias pblicas, ocinas tcnicas e comunitria
aprovada pela Cmara de Vereadores de Londrina e 2MODESTO, Paulo. Reforma Administrativa e marco legal das organizaes sociais no Brasil . Jus Navigandi, Teresina, ano 3, n. 30, abr. 1999.
Disponvel em: . Acesso em: 15 de maio de 2010. 3 Lei 11.118, de 19 de abril de 2011.
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Interferncias em neg
fotos de casais registr
Sobre um conjunt
trabalhou os
Fotomo
Tambm importante ressaltar o grande nmero de obras publicadas com o apoio do fomento
municipal sobre o Patrimnio Cultural, resultantes de dissertaes de mestrado, teses de doutorado,
pesquisas acadmicas, biograas, acervos fotogrcos, inventrios. Esta produo tem contribudo
decisivamente para o registro, a divulgao e o reconhecimento da Histria e do Patrimnio Cultural da
cidade de Londrina. A distribuio sistemtica dessas obras junto s redes pblica e particular de ensino,
universidades, rgos de pesquisa, bibliotecas e pesquisadores da rea tambm uma meta que vem
sendo atingida com sucesso pelo setor.
Todo este trabalho e articulao, dos vrios projetos da rea de patrimnio, j foi reconhecido
por duas vezes pelo IPHAN Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional atravs do Prmio
Rodrigo Melo Franco de Andrade. Em 2003, a Prefeitura do Municpio de Londrina/Secretaria Municipal
de Cultura/PROMIC Programa Municipal de Incentivo Cultura, recebeu o prmio na categoria
Patrocnio pelo fomento a projetos de publicaes e aes diversas na rea de Patrimnio. Em 2010,
o mesmo prmio foi novamente concedido Prefeitura Municipal de Londrina, dessa vez na Categoria
Educao Patrimonial pelas aes desenvolvidas pelo projeto Educao Patrimonial, um dos projetos de
natureza estratgica apoiados pelo PROMIC.
Cada vez mais a realizao de aes que contribuem para a preservao dos bens culturais
o resultado da ao do Estado e da participao da sociedade civil. Londrina possui uma experincia
produtiva e slida nesta rea. importante que todos estejam comprometidos para que os resultados
aconteam, notadamente neste momento em que, sancionada a Lei de Preservao, torna-se imperativa
a estruturao dos setores de Patrimnio com vista implementao desse instrumento jurdico. A
recente aprovao, junto VI Conferncia de Cultura de Londrina, do Sistema Municipal de Cultura que
traz em seu bojo, alm do Plano Municipal de Cultura, um Sistema Setorial de Patrimnio e Museus,
impe um desao a todos. Este desao a manuteno e aprimoramento das aes que vem sendo
desenvolvidas atravs das parcerias entre a Administrao Pbli ca, as entidades e os produtores culturais.
Todos, a medida de sua responsabilidade, devero consolidar cada vez mais a Poltica Pblic a de Cultura,
incluindo-se a a rea Patrimonial, como poltica de Estado e no somente de governos. #
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No caminho at o aeroporto, Yutaka estaciona seu DKV Vemaguete
em frente ao Obelisco do Jubileu de Prata, construdo em
comemorao aos 25 anos de emancipao poltica de Londrina.
No carro, seus lhos, Yumi e Yuji.
Nas ruas da cidade, pintava a esperana.
Ano de 1967.
Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
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O fotgrafo e o aviador, no Aeroclube de Londrina, dcada de 1950.
O primeiro arcava com o combustvel, em busca de vistas areas da
cidade, e o segundo com a direo, em busca de experincia. A cada
vo, feito a uma velocidade mdia de 130 km por hora, Yutaka chegava
a disparar at cinco lmes de 12 chapas 6x6cm, Asa 50, de sua Rolleiex.
Ajustava o foco no innito e se contorcia para realizar as imagens sem
que aparecessem as asas do avio. Segundo ele, quando o vo era feito
em avio teco-teco, o piso da aeronave parecia ser feito de papelo...
Os melhores vos eram a 300, 400 metros de altura, e dava preferncia
a dias sem nuvens, cujas sombras manchavam as vistas areas.
Das mais de mil fotograas restauradas no projeto Revelaes da Histria,
que gerou este livro, quase a metade referem-se a vistas areas. O que
indica duas coisas: a grande procura do pblico por cartes postais
de vistas areas, a ilustrar bem a expanso da progressista Londrina; e
ainda, a relao de Yutaka Yasunaka com a fotograa.
E seu desejo de voar.
direita, vista area do Aeroporto, envolto por cafezais. Final da dcada de 1950.Foto: Yutaka Yasunaka. Acervo: Foto Estrela.
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DanielChoma
EdsonLuiz daSilvaVieira
TatiCosta
PatrocnioRealizao
Cmara ClaraI N S T I T U T O
Organizao
Da madeira s cinzas,da terra aoconcreto, doabstrato aop - memrias em movimen
Dos cartes epostais produzidos entreas dcadas de 1950e 1970 por YutakaYasuna
e Carlos Stenders para venda no FotoEstrela,restaram apenas os negativos fotogrc
Recuperados e difundidos pelo projeto Revelaes daHistria, apresentam os princi
espaos desociabilidadee referncia arquitetnica deuma cidadedesenhada em torn
um grode cafequena riqueza deseus frutos seconstruiumodernista: Londrina,Brasi
Esta segunda edio,revista eampliada,apresenta mais de 150fotograas etambm arti
de AnaMariaMauad,RogrioIvano, Vandade Moraes,Solange Batiglianae organizado
enfocandotemas como fotograa,histria,memria, patrimnioe polticas culturais.
Car@ Leitor@
Voc teve acesso s primeiras pginas do livroRevelaes da Histria: o Acervo do Fotoestrela(2 Edio), lanado em 2012.
Esperamos que tenha gostado!
Para conhecer a obra completa e ter acesso amais de 150 imagens histricas impressas emmaterial de alto padro, adquira um exemplare contribua para a realizao de novas aes doInstituto Cmara Clara na preservao e difusodo patrimnio cultural.
O livro pode ser adquirido pelo sitewww.camaraclara.org.br
Ou solicitado pelo [email protected]
Cordialmente, Daniel Choma, Tati Costa e Edson Vieira.
Coordenadores do Instituto Cmara Clara.
Imagem da capa e contracapa do livro, q
e contedo de 17