Download - Livro Metodologia Completo

Transcript
Page 1: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 1/82

M e t o d o l o g i a

C i e n t f f i c a

S usana H in tzV a ld ir N ogueira

Page 2: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 2/82

Vedada a comercializacao ou a reproducao no todo ou em partes.

H556m Hintz, Susana

Metodologia cientffica / Susana Hintz, Valdir

Nogueira. - Jaraqua do Sui: Editora UNERJ, 2006.

82 p. : il. ; 21 cm

Inclui referencias

ISBN: 85-88535-

1.Pesquisa - Metodologia. 2. Ensino superior-

Pesquisa. 3. Teoria do conhecimento. I. Nogueira,

Valdir. II. Tftulo.

coo - 001.42COU - 001.8

Ficha Cataloqraflca elaborada pela Biblioteca Central da UNERJ

Todos os direitos reservados ao Centro Unlversltario de Jaraqua do Sui -UNERJ.

UNERJ - Centro Universltarlo de Jaraqua do Sui

NEaD - Nueleo de Edueac;ao a Dlstancia

Bloeo C - Sala 01

Jaraqua do Sui - SC

CEP - 89254- 430

Fone: (47) 32758240

[email protected]

Dlaqramacao e Capa

Lilian Mascarello

Revisao

Roserneri Maria Lucioli

Coordenacao Editorial

Suely Scherer

Page 3: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 3/82

Surnar io

Apresentac"'a""o'---- 05

TEMA 1 Universidade07

TEMA2 - Conhecimento: Cria<;:aoe Compromisso Social23

TEMA3 Pesquisa37

TEMA4 - Organiza<;:ao e Sistematiza<;:ao do TrabalhoAcademico51

03

Page 4: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 4/8204

Page 5: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 5/82

Apresen tacao

o presente livro foi elaborado para subsidiar 0 desenvolvimento da

disciplina de Metodologia Cientffica, na modalidade de Educacao a Distancia,

Esta obra e composta por estudos ternaticos relacionados aUniversidade, Conhecimento, Pesquisa e a Orqanizacao e Sistematizacao de

trabalhos academicos, As discuss6es decorrentes destes temas buscam

promover reflex6es e producoes relacionadas a vida academica, articuladas

com a formacao de um profissional, sujeito, conectado com os diferentes

movimentos da sociedade local e global.

Durante a disciplina, sera privilegiada a interacao mediadora atraves

da utilizacao de um ambiente virtual, onde serao disponibilizados recursos que

respeitem a cornunicacao e 0 uso das diferentes linguagens em um processo

educacional favoravel a construcao de conceitos e a aprendizagem deprocedimentos e atitudes.

Profa. Dra. Suely Scherer

Coordenadora de Educacao a Distancia

UNERJ

Agora e com voce. Leia, dialogue, questione, proponha,... os

professores estarao sempre com voce!

Bom Estudo,

05

Page 6: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 6/8206

Page 7: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 7/82

lem a 1U n i v e r s i d a d e

Este Tema tem como objetivo, possibilitar ao academico:

y Conhecer a forma pela qual a Universidade foi historicamente

constitu ida.

y Refletir sobre a funcao da universidade como produtora e

propagadora de conhecimento.

y Compreender 0 papel do(a) acadernicota) na universidade,

visando 0 desenvolvimento de uma postura aut6noma, critica,

etica, reflexiva e criativa na formacao academics e profissional.

Neste Tema vamos discutir quest6es relacionadas a Universidade. Levantar

alguns elementos que a caracterizam, pontuar outros que consideramosimportante. Por isso, sua participacao e fundamental. 0 modo como voce pensa,

imagina, conhece a Universidade e diferente do modo como os outros pensam,

imaginam, conhecem? Talvez. Para isso, vamos refletir sobre algumas

quest6es:

Fazer um primeiro registro

acerca destes questionamentos

para voce se perceber e se situar

neste espac;:o... No momento em que

registramos, pensamos, organizamos

nossas ideias, nos situamos no tempo

e espaco, refletimos, entramos em

contato conosco e com 0 nosso

entorno.

Vamos Registrar:

Voces ja se perguntaram 0 que estao fazendo na Educacao Superior? Por que resolveram

estudar numa instituicao de Educacao Superior e nao fazer um ensino profissionalizante ou

qualquer outro curso de capacitacao profissional? Talvez este seja 0 primeiro desafio para

pensarmos a Universidade: Por que me matriculei nesse curso? 0 que desejo com ele? Quais

as minhas expectativas profissionais e pessoais com esse curso? Como acredito que sera viverno ambiente/espac;:o universitario? Por que escolhi essa instituicao e nao outra? Em que

instituicao me matriculei: Faculdade, Fundacao, Centro Universitario, Universidade ...?

07

Page 8: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 8/82

v

e

Muitas vezes, ouvimos falar em Universidade, Faculdade, Centro

Universitario. Da mesma forma como ouvimos esses termos, tarnbem fazemos

uso deles em nosso vocabulario cotidiano. Nem sempre, entretanto, nos damos

conta do sentido e significado que tais termos tern na nossa vida, na nossa

comunidade e na nossa sociedade.

Que sentidos as pessoas que convivem com voce atribuem a universidade?Converse com elas, converse com pessoas que estudaram em universidades

publicas e privadas, em Centros Universitarios e Faculdades. Converse com

aqueles que nao passaram pelos bancos escolares da Universidade, mas tern

uma representacao do que e a universidade. 0 que sera que esses sujeitos, com

diferentes experiencias em relacao a universidade, pensam e acreditam que

seja essa instituicao?

U

n

s

i

d

ad

e

Vamos pesquisar I Anotacoes:a palavra Universidadenos dicionarios para _

ver 0 que nos dizem _

sobre esse termo? _

c = = = = = = = = = = = = = = = = = ~

o que e Universidade? Para conhecer a definicao de Universidade, fomos

pesquisar em dois tipos de dicionarios distintos: 0 dicionario da LIngua

Portuguesa (aquele mais conhecido por nos, que utilizamos frequentemente na

escola e no nosso dia-a-dia) e 0 dicionario Etimoloqico, Faca essa pesquisa

voce tarnbem, buscando outros autores ...

Qual sera a definicao que cada um desses autores traz do termo

Universidade?

Universidade "I...]qualidade ou condicao de universal [... ]

instituicao de ensino e pesquisa constitufda

por um conjunto de faculdade e escolas destinadas

a prom over a formacao profissional e cientffica de

pessoal de nfvel superior, e a realizar pesquisa teorica

e pratica nas principais areas do saber humanfstico,tecnoloqico e artfstico e a divulqacao de seus

resultados a comunidade cientffica mais ampla

[...]" (HOUAISS; VILLAR, 2001, p. 2807).

08

Page 9: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 9/82

Alem da pesquisa nos dicionarios, buscaremos em literaturas especfficas 0

sentido que outros autores atribuem ao termo universidade. Para isso, nos

lancaremos em um dialoqo com diferentes autores. Voce esta convidado para

entrar nesta conversa!

"Para mim, a universidade e um lugar - mas nao so ela - privilegiado paraconhecer a cultura universal e as varias ciencias, para criar e divulgar 0

saber, mas deve buscar uma identidade propria e uma adequacao a

realidade nacional. Suas finalidades basicas sao 0ensino, a pesquisa e a

extensao, Ela e a instituicao social que forma, de maneira sistematica e

organizada os profissionais, tecnicos e intelectuais de nivel superior que

as sociedades necessitam[ ...]" (WANDERLEY, 1999, p. 11).

Luiz E. W. Wanderley

"Nesse centro buscaremos 0maximo possivel de informac;:6es a todos os

niveis, a fim de que a realidade seja percebida, questionada, avaliada,

estudada e entendida em todos os seus anqulos e relacoes, com rigor,para que possa ser continuamente transformada [ ... ]" (LUCKESI et aI.,

1991,p.41).

~Cipriano Luckesi etal.._ _

Acreditamos que a universidade seja um dos espac;:os que contribui para a

producao do conhecimento e transrnissao do saber. Alern disto, ela

contribui para a nossa formacao pessoal e profissional.

Susana e Valdir

Suas Reflexoes:

"Art. 52. As universidades sao instituicoes pluridisciplinares de formacao dos quadros

profissionais de nivel superior, de pesquisa, de extensao e de dominio e cultivo do saber

humano, que se caracterizam por:

I producao intelectual institucionalizada mediante 0 estudo sistematico dos

temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista cientifico e cultural, quanta

regional e nacional [ ... ]" (BRASIL, [2001?], p. 32).

"[ . .. ] a universidade como um locus onde convivem todas as areas do conhecimento. Na

universidade, hoje, tudo deve ser criticado, analisado e, quando necessario,

confrontado. Ha uma dimensao fundamental na universidade que as vezes sua estrutura

acaba fragmentando: a convivencia das rnultiplas express6es do saber. Se quisermos

lembrar outras instituicoes onde ha uma tal diversidade em convivio, dificilmente

acharemos exemplos convincentes. As empresas? Nao, as empresas tern sempre uma

vocacao setorial [ ... ] Outro motivo superior para a universidade existir: ela e 0 melhor

lugar possivel para uma enriquecedora transicao da adolescencia para a juventude e,

depois, para a idade adulta." (MARCOVITCH, 1998, p. 22-23, grifo do autor).

Jacques Marcovitch

U

n

v

e

s

i

d

ad

e

09

Page 10: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 10/82

U

n

Para compreendermos melhor por que falamos tanto em Universidade, esse

espaco que faz parte da vida academics dos estudantes por dois, tres, quatro

anos ou mais, acreditamos que seja imprescindfvel conhecermos como a

Universidade se constituiu ao longo dos tempos, ate mesmo para entendermos

as instituicoes denominadas Centro Universitarios, Faculdades ... 0 que as

distingue da Universidade e 0 que buscamos enquanto espaco que contribuipara a construcao da Educacao Superior no nosso pafs.

v

e

s

i

d 1.1 Processo hlstorlco

ade Voltar ao passado, as vezes, parece perda de tempo. Muitos questionam:

Por que conhecer 0 passado se 0 que importa e 0 presente? Outros comentam:

Eu vivo 0 presente e espero 0 futuro, 0 que passou, passou, nao vale a pena

chorar 0 leite derramado.

Contudo, nos apoiamos na seguinte ideia:

Conhecer 0 passado, ou melhor, 0 olhar que outras pessoas lancararn sobre 0

passado, por meio de estudos e pesquisas, nos permite compreender melhor 0

presente, onde estamos e por que estamos, desta forma, neste lugar. Isto nos possibilita

lancar um olhar crltico e reflexive para 0 presente uma vez que 0 passado nos fornece

subsidios para levantarmos problernaticas da atualidade. A partir dal, temos elementos

para pensarmos 0presente e contribuirmos para 0futuro, conscientes das necessidades

do nosso tempo. Com isto, temos a oportunidade de fazer melhor porque olhamos aamplitude do nosso entorno, tendo em vista as ideias e os fatores que geraram os

tempos e espacos em que estamos situados, no caso, a universidade.

Daf 0 sentido de lancarmos um olhar para 0 percurso historico pelo qual a

universidade passou. Uma primeira pergunta poderia ser: Quando e como a

Universidade foi criada? Voce ja parou para pensar sobre isso? Vamos nos

lancar ao desafio de conheceressa historia?

o proprio termo Universidade traz em seu contexto historico a ideia deuniversalidade do conhecimento. De acordo com Luckesi et al. (1991, p. 30):

Na Antiquidade Classica, 0 Ocidente, principal mente na

Grecia e em Roma, [a dispunha de escolas tidas como de

alto nivel, para formar especialistas de classificacao

refinada em medicina, filosofia, ret6rica, direito.

Discfpulos se reuniam em torno de um mestre, cuja

consideravel bagagem de conhecimento era

zelosamente transmitida. Aos discfpulos cabia aprender

do mestre, espelho e modele de aperfeicoarnento. Cada

mestre conduzia a sua escola, fazia escola. Tinha-se,pois, nesses tempos, uma comunidade de discfpulos

gravitando em torno de um mestre, de um cabeca de

escola.

10

Page 11: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 11/82

Durante a Idade Media, a Universidade foi influenciada pelo forte clima

religioso, que era determinado pela Igreja Cat6lica. A igreja lancava um olhar

atento sobre a producao intelectual da epoca, tendo em vista manter suas

ideias, crencas e verdades em vigor. Havia todo um cuidado da Igreja Cat61ica

em cercear as ideias que questionavam aquilo que a igreja havia preconizado

como certo e verdadeiro.

Aqueles que questionavam suas ideias eram punidos severamente. Muitos

foram presos, outros foram submetidos a tortura e a morte por enforcamento ou

pela guilhotina. Voce ja imaginou viver num contexto como esse? Voce conhece

Universidades que foram construfdas nesse perfodo hist6rico? Seguem abaixo,

imagens de Universidade desse perfodo:

v

e

U

n

s

i

d

ad

e

Universidade de Evora, foi fundada em 1559, em

Portugal. pelo Cardeal D. Henrique

Universidade de Oxford sob 0 olhar de Robert

Hooke (1635-1703)

Ha varies filmes que retratam esse perfodo. Dentre eles, podemos sugerir

alguns para serem assistidos:

D [ ] ~ G ~ r n ~ ~ , : o [ ] [ ] D\-Lutero

Atividade-0 nome da Rosa

_ Em nome de Deus Complementar:

Vamos assistir00000000000000000000 aos filmes

sugeridos?

Nas palavras de Luckesi etal. (1991, p. 30-31):

[ . . . J A Igreja Cat61ica desse tempo e a responsavel pel a

unificacao do ensino superior em um s6 6rg80, a

'universidade'. Isto ocorre como resultante de todo um

esforco da Igreja no sentido de fundamentar a sua a<;;80polftica e religiosa, enquanto preparava seus quadros, 0

clero especificamente.

Com a Idade Modema, momenta marcado por inovacoes e descobertas

cientfficas, comeca-se a se configurar um outro modele de universidade,

11

Page 12: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 12/82

U

n

buscando-se romper com a ordem medieval. Contudo, segundo Luckesi et al.

(1991), embora haja 0 desenvolvimento da ciencia moderna nesse perfodo,

ainda havia muita resistencia para mudar 0 conceito de universidade como

guardia de verdades estaticas,

v

eVamos refletir: Vamos pesquisar?

s

i

d

ad

e

.. Por que havia tantas resistencias as

mudanc;:as? ~ Vamos fazer uma pesquisa em livros,

.. A quem interessava manter a ordem ""r"-v' peri6dicos e na internet para ampliar e

eo poder que estava em vigor? aprofundar 0 nosso olhar sobre 0

.. Quem seria afetado com tais percurso percorrido pela universidade?

transformac;:6es?

o processo de industrializacao vem romper com 0 conceito de universidade

predominante na Idade Media.

[ ... ] em consequsncia das transforrnacoes impostas pela

industrializacao, uma outra mentalidade enderecada

para a pesquisa cientffica. Ha como que um despertar da

letargia intelectual vigente e a universidade, entao, tenta

retomar a lideranca do pensamento, para tomar-se

centro de pesquisa. 0 marco dessa transformacao

ocorre em 1810, quando da criacao da Universidade de

Berlim (Alemanha), por Humboldt. A universidade

modema, enquanto centro de pesquisa, e, portanto, uma

criacao alerna, preocupando-se em preparar 0 homem

para descobrir, formular e ensinar ciencia [... ] (LUCKESI

etal., 1991, p. 32-33).

Com 0 processo de industrializacao, novos interesses tomam conta do

cenario politico, econornico, cultural e social. A educacao e afetada por tais

transformacoes, uma vez que se projeta a formacao de um novo homem, uma

nova mulher. Busca-se 0 perfil de um sujeito que venha ao encontro das

necessidades e que de conta das prioridades impostas pelo novo tempo.

Wanderley (1999, p. 16-18) destaca algumas caracterfsticas que marcarama universidade na Idade Media e a universidade com a Revolucao Industrial,

como pode serobservado no quadro abaixo:

Universidade na

Idade Media

Universidade com a

Revolucao Industrial

.. Conservadora

.. Espirito universalista do professorado italiano .. exiqencia de especializac;:6es

.. Cursos longos de teologia

.. Regime de internato

.. Presenc;:a das aulas orais

.. Defesa de tese ao final do curso

.. busca-se a inteqracao entre 0 ensino e a

pesquisa

.. transformam-se em local para conceder aperrnissao para 0 exercicio da profissao

.. Saber como fim em si mesmo, desinteressado

Quadro01-QuadroComparativo

12

Page 13: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 13/82

A partir do quadro

anterior, voce percebe elementos

que caracterizam a Universidade na

Idade Media e a Universidade com a

Revolucao Industrial que estejam presentes

na instituicao em que voce esta

matriculado? Quais elementos sao estes?Sera que e apenas uma coincidencia? Que

interesses estao por detras disso? 0 que

mantemos e 0 que nao mantemos da

Universidade presente na Idade Media e da

Universidade ap6s a Revolucao Industrial?

Quais avances e retrocessos marcam a

trajet6ria da Universidade ate os dias

atuais?

v

e

Vamos registrar:

U

n

''''''---=====~

s

i

d

ad

e

\

E no Brasil, voce sabe como se deu a origem da universidade? Po is bem, a

universidade veio para0

Brasil juntamente com a famflia real. Como nos apontaLuckesi etal. (1991, p. 34) "Com a vinda de D. Joao VI para a Colonia, e institufdoaqui 0 chamado ensino superior. Nascem as aulas reqias, os cursos, as

academias, em res posta as necessidades militares da Colonia, consequencia

da instalacao da Corte no Rio de Janeiro." Sobretudo, ela vem consolidar-se

como ensino superior em forma de Faculdade ou Escola Superior apenas por

volta de 1900.

Embora existisse a ideia e a concepcao de universidade como centro de

pesquisa, defend ida por Humboldt, na Alemanha, a universidade brasileira foi

institufda e constitufda pelo 0 que os outros pafses ja construfram, ou seja, foi

constitu fda a partir da imagem e referencia de outras pessoas e culturas. Como

isto pode acontecer? Isto acontece quando copiamos modelos educacionais ou

importamos tecnologias de outros pafses sem considerar 0 contexto social,

cultural, economico e polftico no qual estamos inseridos. Quantos livros que

temos aces so sao traducoes? Sera que nos questionamos: quem fez a

traducao? Ha como uma traducao ser fiel ou aproximar-se da ideia do autor?

Conhecemos 0 contexto social, cultural e hist6rico do pafs no qual 0 autor

nasceu e viveu para compreendermos suas ideias? Com isso, nao queremos

negar a importancia de termos acesso a obras estrangeiras, contudo, temos

feito muita leitura sem considerar tais aspectos.

Talvez devessernos nos questionar: Quais as polfticas publicas voltadas ao

investimento de pesquisas realizadas no Brasil e a divulqacao de obras

brasileiras? Em relacao a esta questao, Wanderley (1999, p. 34-36) nos alerta

que:

Outro dado a se realgar se fixa no processo de eva sao de

cerebros, resultante do fato da safda do pals de pessoas

que vao aprofundar seus estudos no estrangeiro e 113

permanecerem, por encontrarem ali os meios

apropriados e facilidades ao seu desenvolvimento

cientffico e atividades criativas, retirando assim de nossopafs e dos pafses dependentes em geral as pessoas com

capacidade e prepare. Ainda h13 a considerar 0

expressivo contingente de professares e estudantes que

foram expulsos e obrigados a ir para 0exllio, par forca da

repressao e da persequicao que marcaram a triste

hist6ria polftica da vida do nosso pafs.

13

Page 14: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 14/82

v

e

Quem ja nao ouviu falar de artistas, professores e pesquisadores exilados no

perfodo da Ditadura Militar? A partir daf, podemos pensar como a producao do

conhecimento foi estabelecida nesse perfodo e como era 0 clima presente nas

universidades brasileiras.

Com isso, podemos perceber como 0 contexto hist6rico, polftico e social

influenciou a concepcao de universidade presente no nosso pafs. Da mesma

forma, a vinda da universidade para 0 Brasil provocou mudancas significativas

na nossa sociedade porque onde quer que ela esteja instalada ela promove um

movimento que vincula a imagem que temos de universidade a pesquisa e ao

pensamento crftico e criativo. Tal vinculacao acontece porque 0 espfrito

investiqativo, a criatividade e a criticidade sao elementos que fizeram parte da

trajet6ria hist6rica dos sujeitos que contribufram para a constituicao da

universidade.

U

n

s

i

d

ad

e

Momento de Producao

Com base nestes aspectos hist6ricos sobre a

universidade e outros que voce pode buscar na biblioteca por

meio de livros, artigos ou na internet, faca uma busca de

imagens, no minima duas, que retratem como era a

universidade na Idade Media e ap6s a Revolucao Industrial.

Ap6s selecionar as imagens, escreva um paraqrafo sobre as

impress6es que ficaram sobre a constituicao da universidade

ao longo da hist6ria.

1.2 Funl(oes da Universidade

o que e funcao universitaria? Que elementos caracterizam as funcoes da

universidade? Como elas interferem no cotidiano social, politico, econ6mico e

cultural em que vivemos? Como as pessoas que buscam uma formacao

universitaria contribuem na estruturacao das funcoes da universidade? Qual 0

papel de cada sujeito nessa estruturacao? Estas questoes podem nos ajudar a

refletir sobre as funcoes da universidade, seu sentido e significado, nos ajudam

a percorrer caminhos em direcao ao entendimento do modo como a

universidade e organizada para atender as demandas de formacao e de

comprometimento social.

Como sustentam Pimenta eAnastasiou (2002, p. 161-162), a universidade euma

[ ... ] instituicao edueativa euja finalidade e 0 permanente

exercfeio da crltica, que se sustenta na pesquisa, no

ensino e na extensao. Ou seja, na producao dos

eonheeimentos par meio da problernatizacao dos

eonheeimentos historieamente produzidos, de seusresultados na construcao da soeiedade humana e das

novas demandas e desafios que ela apresenta.

Esse modo de perceber 0 que cabe a universidade em sua finalidade, nos

leva a pensar sobre 0 que esta posto nos Projetos Pedag6gicos dos cursos de

qraduacao. Como esses projetos contemplam a funcao/tinalidade da

14

Page 15: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 15/82

universidade? Vamos fazer este exercfcio? Listamos 0 que encontramos em

alguns projetos. Agora, cabe a voce buscar outros projetos, ou 0 projeto do curso

que voce frequents e ler sobre 0 que esta escrito/pontuado em relacao auniversidade e suas funcoes.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -o estudante do Ensino Superior precisa encontrar no espac;:o universitario,

conhecimentos capazes de toma-to um profissional competente e critico, com a

cornpetencia produzindo a criticidade e a criticidade qualificando a cornpetencia. 0

Ensino Superior nao pode se resumir na difusao da inforrnacao. Para que 0 Ensino

Superior seja entendido como um processo multifacetado, abrac;:ando aos saberes

produzidos na sociedade, desenvolvendo sobre eles procedimentos de criticidade,

precisa se converter num espaco de discussao e de procura de cornpetencias para

, operacionalizar as informac;:6es e, com elas, produzir conhecimento. 0 Ensino Superior ,

precisa ser uma dinarnica marcada por tres preocupacoes: buscar e construir ciencia:

transformar as informac;:6es em conhecimento atraves de procedimentos criticos e

construir vida material, social e existencial para a humanidade.

v

e

U

n

s

i

d

ad

e

Projeto Pedaqoqico do Curso de Ciencias Contabeis - UNERJ (CENTRO

UNIVERISITARIO DE JARAGUA DO SUL, 2002, p. 8).

----------------------------------------------------------As universidades, assim como as instituicoes educacionais em geral, sempre foram ,

, questionadas como reprodutoras das ideologias vigentes. Este questionamento, por outro '

: lado, tarnbern serviu para fermentar as ideias democraticas, iqualitarias e libertadoras. Na :

, medida em que estas ideias contribuem para a formacao de novos cidadaos, cabe a elas '

, transmitir val ores que assegurem a confiquracao de uma sociedade mais justa e digna.

Nao existe nada de moderno neste conceito, pois ja 0 era na academia de Pia tao e no

liceu de Aristoteles, 0 saber possui dimens6es etico-polfticas das quais as universidades ,nao podem prescindir.

: Projeto Pedaqoqico do Curso de Adrninistracao - UNERJ (CENTRO UNIVERISITARIO DE :

: ~~~~~~~?_S_U_L~~0_2~~._2_1~. ,

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -A formacao universitaria que queremos consiste num processo intencional, proprio e

particular de ensino, pesquisa e extensao, com compromisso social e a service do ser,

que possibilite ao sujeito, de forma aut6noma, critica e criativa, a interpretacao, a

: invencao e a (rejconstrucao da realidade. Vivenciaremos esta concepcao de formacao na :, medida em que oportunizarmos 0 exercicio de praticas sociais pautadas na construcao do ,

: saber e no partilhar de experiencias, mediante constante acao e reflexao, tanto individual '

quanta coletivamente.

Projeto Pedaqoqico do Curso de Pedagogia - UNERJ (CENTRO UNIVERISITARIO DE

, JARAGUA DO SUL, 2002, p. 20).- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - _I

Ap6s a leitura cuidadosa e crftica do que esta escrito nos projetos

pedag6gicos dos cursos sobre a funcao da universidade, faca um registro comsuas conclusoes, Qual a funcao da universidade presente nesses projetos? Emomenta de escrita!

Para Pimenta e Anastasiou (2002, p. 163) as funcoes da universidade podem

ser assim sistematizadas:

15

Page 16: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 16/82

U

n

"I...] criacao, desenvolvimento, transmissao e crftica da ciencia, da tecnica e

da cultura; preparacao para 0 exercfcio de atividades profissionais que

exijam a aplicacao de conhecimentos e rnetodos cientfficos e para a criacao

artfstica; apoio cientffico e tecnico ao desenvolvimento cultural, social e

econ6mico das sociedades." ~l__----e

s

i

d

ad

e

A partir do contexto apresentado, vamos destacar os tres eixos que

constituem 0 tripe do modo de ser da universidade. Sao elementos que

configuram sua funcao e que nao podem ser vistos linearmente, mas inter-

relacionados como segue:

Esquema 01 - Funcoes da Universidade

Entendemos que essas funcoes da universidade se complementam. Ha uma

inter-relacao entre elas, de modo que uma funcao e condicao para que a outra se

desenvolva. Sendo assim, nao ha ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem

ensino e ambos sem extensao, Esses tres elementos estao na estrutura do

modo de ser da universidade.

Para Chiarello, ensino, pesquisa e extensao sao funcoes universitarias

indissociaveis na sua essencia, A autora sustenta que "[... ] Ensino e pesquisa

sao dois conceitos que, dentro da vida universitaria, interpenetram-se de tal

forma, que se tornam indissociaveis e tem um significado se voltados para a

comunidade dos homens." (CHIARELLO, 2004, p. 53). Ao tratar sobre 0ensino,

a pesquisa e a extensao como funcoes da universidade, Chiarello (2004) os

apresenta da seguinte forma:

a) ensino - uma das funcoes mais tradicionais da universidade, onde se faz

a sistematizacao dos conhecimentos, das experiencias e da cultura. Refere-se aaquisicao e pratica de novos conhecimentos, atitudes e valores. Tem por

finalidade propria a aprendizagem, como 0 objetivo primeiro de criar condicoes

favoraveis a aprendizagem, a aquisicao e a producao de conhecimentos;

b) pesquisa - constitui-se no segundo elemento do tripe sustentador da

universidade. A pesquisa e a busca diligente de dados na solucao de problemas

e na producao de um conhecimento novo. Ela precisa priorizar a busca de novas

verdades ou identificacoes da realidade, como tarnbern indagar novos modos de

atingir e expandir a verdade. Deve ser criativa e ultrapassar 0 conhecimento

adquirido, abrindo novos horizontes e descobertas;

c) extensao - e pela extensao que a universidade convive, analisa,

participa e dinamiza a sociedade em todos os seus setores e aspectos. Por isso,

a extensao constitui-se numa especie de ouvido da universidade junto acomunidade. A extensao investe-se da incurnbencia de minimizar problemas

socia is e suprir deficiencias do ensino e da pesquisa, sendo-Ihes lancados

problemas que outras funcoes da universidade nao conseguem atingir.

16

Page 17: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 17/82

Tendo explicitado essas funcoes da universidade, levantamos algumas

questoes para refletir:

v

e

............... u~;~i;e;sid'ad~ ••••••••••••••••

.. .. .. ..... ... de qualidade e aquela que tem um ensino de ponta? '"...........

•• ' Que desenvolve pesquisas e se ocupa da producao/construcao de novos '.

• conhecimentos? \... Ou sera aquela voltada para a extensao, aberta a comunidade, que desenvolve projetos para :

'. atender a demanda social de seu entorno? .'

U

n

•••• • • Ou e aquela que tem a extensao e 0 ensino como momentos de ••••••

........................................ _~e_s~~i:a.._ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

s

i

dEssas funcoes da universidade contribuem para que 0 estudante a

universitario possa desenvolver-se pessoal e profissionalmente. au seja, por d

meio dessas funcoes, entre outras, a universidade e os centros universitarios e

possibilitam ao estudante ampliar seus horizontes pessoais e profissionais,

desenvolver suas habilidades e competencias, compreender de modo mais

ampliado seu contexto social, agir eticamente e participar de modo mais crftico econsciente na sociedade.

Por meio dessas funcoes, a universidade abre espacos para estudantes e

outras pessoas poderem atuar no campo social, politico, econ6mico e cultural,

oportuniza a criacao e a proposicao de acoes que pod em provocar mudancas

significativas nos mais diferentes contextos.

1.3 Os sujeitos na Universidade

Certa vez alquern escreveu a hist6ria a seguir:

"Uma industria de calcados desenvolveu um projeto de exportacao para a India. Mandou

dois de seus vendedores a regi6es diferentes do pais para fazer as primeiras observacoes do

potencial daquele futuro mercado. Ap6s alguns dias de pesquisas, um dos vendedores enviou 0

seguintefax para a direcao da industria: 'Senhores, cancelem 0projeto de exportacao de sapatos para

a India. Aqui ninquern usa sapatos'. Sem saber desse fax, alguns dias depois, 0 segundo vendedor

mandou 0 seu: 'Senhores, tripliquem 0 projeto de exportacao de sapatos para a India. Aqui ninquern

usa sapato".

a que esse pequeno relato nos faz pensar sobre a relacao sujeito-

universidade? a que e ser um sujeito universitario ou um estudante

universitario? Quais os compromissos? Que atitudes? Que opcoes e escolhas

sao feitas a partir do momenta em que se entra em uma universidade? Como

agir frente aos diferentes modos de ensinar e aprender? Que dialoqos devem

ser estabelecidos? Que parceiros buscar? Quais os compromissos a serem

assumidos?

Algumas pessoas desistem nas primeiras dificuldades, nas primeiras

impressoes, outros seguem adiante e vao descobrindo 0 que e , como e , comoagir, como ser estudante, ser sujeito universitario. Talvez 0 posicionamento de

alguns seja como 0 do primeiro vendedor a enviar 0 fax: "cancelem a producao",Muitos pod em agir assim: cancelar matrfcula, desistir dos projetos, mandar

recados, faltar nos trabalhos, desistir de si e das responsabilidades assumidas,

etc. Outros podem agir como 0 segundo vendedor: "Tripliquem a producao",

Tripliquem os sonhos, os desejos, os ideais, a vontade de vencer, de ir adiante,

de enfrentar os desafios, de conhecer novas fronteiras, de descobrir novas

possibilidades.

17

Page 18: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 18/82

v

e

Vida de universitario e um encontro. Um encontro de tensoes, conflitos,

propostas, erros, acertos, anqustias, novidades e retrocessos.

Na universidade, os tempos e os espacos sao outros, tern outras dirnensoes.

Estao permeadas por rotinas diversas, por producoes, estudos, viagens,

projetos, pesquisas, avaliacoes, dialoqos, partilhas. Os tempos passam por

orqanizacoes sistematicas constantes e os espacos estao repletos de sentidose significados. Cada sujeito cria e recria estes tempos e espacos,

Vejamos algumas imagens de pessoas frequentando espacos e tempos

universitarios. Pode-se perceber em cada uma das imagens como se dao as

diferentes interacoes entre as pessoas e a universidade:

U

n

s

i

d

ad

e -, ,

Fotografia 01 -Socializacao no audit6rio Fotografia 02 - Sala de aula

1.4 A Universidade e a formacao dos sujeitos

No inicio desse Tema conhecemos a origem da universidade e as

concepcoes de universidade presentes ao longo do tempo. Em cada momentahistorico, a universidade teve como intencionalidade formar um tipo de ser

humano.

Na Idade Media, a universidade teve como intencionalidade formar um

sujeito dentro das prerrogativas da Igreja Catolica, que acreditasse e tivesse fe

em uma entidade divina, em um Deus. Com a Revolucao Industrial, buscou-se

formar rnao-de-obra especializada para trabalhar nas fabricas, ou seja, um

especialista. Desse modo, nas palavras de Wanderley (1999, p. 18)

[...] Paulatinamente, as universidades terao que se

adequar aos processos de desenvolvimento econ6mico

e social segundo as caracterfsticas peculiares de cada

nacao [ ... ] Pouco a pouco elas se transformaram no lugar

apropriado para conceder a perrnissao para 0 exercfcio

das profiss6es, atraves do reconhecimento dos tftulos e

diplomas conferidos por orqaos de classe e

governamentais [...]

Atualmente, qual a formacao que se deseja para 0 homem e a mulher do

nosso tempo, da nossa sociedade? Neste momento, nos propomos a refletir

sobre:

.. Qual 0 perfil do profissional que a universidade pretende formar?

.. Que tipo de formacao e esta? Sera que e uma formacao tecnica?

Ou a formacao de um sujeito criativo, critico, etico, humano ....?

18

Page 19: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 19/82

IFa<;;asuas anotacoes:

v

e

U

n

\ ) s

i

dNao podemos perder de vista 0 aspecto legal que visa e legitima a formacao a

profissional dos sujeitos. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educacao d

Nacional, lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 43, afirma que a e

educacao superior tem, entre outras, por finalidade "I...] formar diplomados nas

diferentes areas de conhecimento, aptos para a insercao em setores

profissionais e para a participacao no desenvolvimento da sociedade brasileira,e colaborar na sua formacao contfnua [...]" (BRASIL, [2001 ?], p. 28).

Para a universidade pensar em tal formacao, muitas vezes, acredita-se que

ela precisa atender ao mercado de trabalho.

Sera que 0mercado de trabalho e que rege ou determina 0 profissional quedevemos formar?

Se acreditarmos nisto, qual 0 interesse do mercado de trabalho para a formacao deste

profissional?

Sera que tera como interesse formar um cidadao critico, questionador, que visa transformar

sua realidade tendo em vista os interesses da coletividade?

Embora nao possamos negaro contexto historico, social, politico, econ6mico

e cultural em que estamos inseridos, acreditamos que 0 mercado de trabalhonao pode determinar a formacao deste profissional. Se tal fato acontecer, nos

tornaremos refens do capital. Nesse contexto, qual 0 papel da universidade?

Pensando no ambito nacional, dadas as peculiaridades de cada reqiao

brasileira, acreditamos que nao podemos ter um perfil unico e imutavel para

formar um determinado profissional, por exemplo, um Administrador. Contudo,

as instituicoes nao podem fazer 0 que querem e pensam, e preciso ter

parametres curriculares que garantam conteudos mfnimos tendo em vista uma

formacao academics de qualidade. Para isso, temos orqaos governamentais

que instituem e regulamentam as diretrizes curriculares dos cursos de

qraduacao assim como os cursos de qraduacao trazem em seu projeto

pedaqoqico a matriz curricular do curso, os objetivos do curso, 0 perfil do

egresso .... Voce conhece 0 projeto pedaqoqico do seu curso? Voce lembra de

quando discutimos 0 conceito de Universidade a partir do projeto pedaqoqico do

curso? De uma espiada nele novamente, buscando estes elementos.

19

Page 20: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 20/82

U

n

A partir das reflexoes trazidas ate aqui, acreditamos em que tipo de

formacao? Ate pouco tempo atras, ouvfamos muito falar que determinada

pessoa se formou na universidade e foi exercer sua profissao, sem preocupar-

se com sua formacao continuada. A universidade cumpria uma funcao: formar 0

sujeito para exercer uma determinada profissao. Assim que a pessoa safa da

universidade tinha a impressao de ter conclufdo seu percurso de formacao.e

s

i

d

ad

e

Momento de Reflexao

Sera que, nos dias de hoje, e possivel sair da universidade acreditando ter "concluido"

de vez 0 processo de formacao?

Que sentidos voce atribui ao termo "formacao"?

Para compreendermos tal conceito, vamos ao dicionario da lingua

portuguesa! Para Houaiss e Villar (2001, p. 1372), formacao e...

[...] ate ou efeito de formar, construir (algo); criacao,

construcao, constituicao [...] maneira como uma pessoa

e criada; tudo que Ihe mold a 0 carater, a personalidade;

criacao, origem, sducacao [ ... ] conjunto de

conhecimentos e habilidades especfficos a um

determinado campo de atividade pratica ou intelectual

[ ... ]

Em seu sentido restrito, 0 termo formacao esta vinculado a ideia de forma,

algo determinado, fechado e acabado. Quando ampliamos 0 olhar sobre este

termo, formacao traz consigo a ideia de construcao e constituicao da identidade

profissional (conhecimentos e habilidades especfficos de um campo de

atividade) e pessoal (maneira como uma pessoa e criada, carater,

personalidade ...) do sujeito. Desse modo, 0 termo traz elementos subjetivos e

objetivos que contribuem para a constituicao da identidade profissional do

sujeito.

Enquanto processo em construcao, a formacao nao e compreendida comoum processo de aprendizagem finito, acabado, imutavel,

Compreendemos a formacao como "I...] projeto que articula etica, estetica,

conhecimentos, valores, reflexao, crftica, verdades relativas, intencoes

provis6rias num dado momenta hist6rico-social e com ele se compromete, seja

para rnante-lo, seja para transforrna-lo." (BATISTA, 2001, p. 137).

Desse modo, pensamos a formacao como um processo continuo,

inacabado, em transformacao, Por isso, a necessidade da formacao de um

profissional que se inquieta com 0 contexto em que esta situado, questiona-se,

busca, investiga ... pesquisa.

Voce esta preparado(a) para esse desafio?

20

Page 21: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 21/82

v

e

U

n

Referenc ias

ABBAGNANO, Nicola. Dicionario de Filosofia. 4. ed. Sao Paulo: Martins

Fontes, 2000. 1014p.

s

i

d

ad

eBATISTA, Sylvia Helena Souza da Silva. Formacao. In: FAZENDA, Ivana C.

A. (Org.). Dicionario em construcao: interdisciplinaridade. Sao Paulo:

Cortez, 2001. p. 135-137.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educa«;ao Nacional lei n. 9394, de

20 de dezembro de 1996. 8. ed. Florian6polis: SINEPE/SC, [2001 ?].

CHIARELLO, IIze Salete. Ensino, pesquisa e extensao: uma visao

interdisciplinar. Extensao em Rede, Blumenau, n 2, 2004.

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionario etimol6gico. Rio de Janeiro: Nova

Fronteira, 1986. 103p.

FERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Novo dicionario da lingua

portuguesa. 15. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, [19--]. 1499p.

HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionario Houaiss da lingua

portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2922p.

JOHANN, Jorge Renato (Coord.). lntroducao ao rnetodo cientifico:

conteudo e forma do conhecimento. Canoas: ULBRA, 1997. 108p.

LUCKESI, Cipriano et al. Universidade criacao e producao de conhecimento.

In: __ . Fazer universidade: uma proposta metodol6gica. 6. ed. Sao

Paulo: Cortez, 1991. p. 29-44.

MARCOVITCH, Jacques. A universidade (im)possivel. Sao Paulo: Futura,

1998.

PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Gracas, Docencia no

Ensino Superior. v.1 Sao Paulo: Cortez, 2002.

WANDERLEY, Luiz E. W. 0que e universidade. Sao Paulo: Brasiliense,

1999. (Colecao Primeiros Passos, 91).

21

Page 22: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 22/8222

Page 23: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 23/82

lem a 2C o n h e c i m e n t o :

Cr iacao e C o m p ro m i s s o S o c ia l

Este Tema tem como objetivo, possibilitar ao academico:

¢Compreender as implicacoes do conhecimento na sociedade

percebendo a relacao destas implicacoes com as atitudesassumidas no campo pessoal e profissional.

Neste Tema estaremos discutindo, refletindo as relacoes entre

conhecimento e inforrnacao, conhecimento e compromisso social,

conhecimento e ciencia. Por isso, consideramos seu envolvimento

imprescindfvel. Suas indaqacoes, suas ideias, suas contribuicoes sao de

fundamental irnportancia para que possamos articular as discussoes com os

pares ao longo da formacao.

2.1 Conhecimento e lnforrnacao

Vivemos na sociedade do conhecimento e da informacao. Tudo mudou

muito rapidamente nos ultimos anos ou nas ultimas decadas, Do seculo XIX ao

seculo XXI, principalmente, houve muitas mudancas que influenciaram,

afetaram a vida no planeta.

Nas sociedades humanas, 0 desenvolvimento tecnico cientffico afetou a

vida nas suas estruturas econornica, cultural, polftica, entre outras. Marcou

profundamente a historia. Frente a isso, podemos nos questionar: 0 que eproduzir, criar conhecimento? Quais as diferencas entre conhecimento e

informacao? Qual a funcao social do conhecimento? Como 0 conhecimento tem

contribufdo para mudar a sociedade, a vida, 0 planeta? Qual a relacao entre

etica e conhecimento? Que tipos de conhecimento influenciam a vida das

pessoas no cotidiano? Essas perguntas nos ajudam a iniciar este percurso de

reflexoes sobre 0 conhecimento, e outras pod em ser levantadas, entre elas,

aquelas que voce traz para a academia.

Ao pensar sobre 0 conhecimento, que questoes voce levanta? Que duvidas

voce tem? Voce ja se percebeu algum dia se perguntando sobre sua vida, sobrepor que esta aqui neste lugar, sobre qual 0 sentido do que voce vive, do que as

pessoas vivem? Sobre a destruicao do planeta Terra, as catastrofes provocadas

pelas guerras, pelas armas atomicas e bioloqicas, sobre a manipulacao de

formulas qufmicas, 0mapeamento do codiqo qenetico humano, a clonagem, os

transqenicos? Voce muitas vezes se questionou sobre a existencia de Deus, a

fe, as crencas, a relacao entre fe e razao? Essas perguntas transitam pelo

23

Page 24: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 24/82

conhecimento. Mas 0 que e 0 conhecimento? 0 que e conhecer? Vamos

dialogar um pouco.

No Novo Dicionario Aurelio, encontramos algumas definicoes do que pode

ser 0 conhecimento:

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

"Ato ou efeito de conhecer. ldeia, nocao, Pratica da vida, experiencia.

Processo pelo qual se determina a relacao entre sujeito e objeto. Apropriacao do objeto pelo

pensamento." (FERREIRA, 1999, p. 529).

ParaAssmann (1998, p. 149),0 conceito de conhecimento

[ . . . J se presta tanto para enfatizar 0 papel ativo dos

agentes cognitivos como para acentuar 0 seu carater

processual. Fala-se em agentes cognitivos quando os

receptores da inforrnacao sao, ao mesmo tempo,

classificadores, analisadores, processadores ativos da

mesma e, ao menos parcialmente como nos humanos,

construtores e reconstrutores ativos do conhecimento.

Podemos, assim, perceber que 0 conhecimento tem uma estreita relacao

com 0 vivido, com 0 experienciado pelo ser humano. 0 conhecimento e uma

relacao com a vida. E tarnbem e, principalmente, um processo de reflexao

critica, de analise sistematica, um elemento desencadeador de acoes e,

desencadeado por acoes, por isto, e relacao,

Para entender melhor essa relacao, vamos ao conceito de experienciaapresentado por Michel Foucault:

ci

a

Iiao

e

com

p"A experlencla e alguma coisa da qual saimos transformados."

(REVEL, 2005, pA7).

o

m

i VOCe pode perceber que os elementos com os quais nos relacionamos

S cotidianamente, sejam eles, as leituras que fazemos, os filmes a que assistimos,

S os dialoqos que estabelecemos com outras pessoas, os lugares que visitamos,

o as etnias e culturas com as quais mantemos contato, as acoes que

desencadeamos no contexto em que vivemos, entre outras, sao essas "coisas"

S sinalizadas no conceito de experiencia de Foucault que nos permitem

o compreender que 0 conhecimento e relacional. Um exemplo dessa relacao esta

c sistematizado no esquema apresentado a seguir:i

a

I

Conhecimento

do aquecimento

global

Fluxograma 01 - Conhecimento

24

l J ,Derretimento das

calotas pol ares

Mudant;as no clima

do Planeta Terrat

r- ~~~:------_,tI . . - - - - - - ! _ _ _ _ _ _ _ _ _ ,.. Novas desafios para

os homens

ISecas repentinas e I

roblemas na

agricultura

Page 25: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 25/82

a conhecimento e comprometimento responsavel e etico, uma vez que por

meio dele, os seres humanos provocam mudancas e se constituem como

agentes, sujeitos de rnudanca, Pelo conhecimento, libertamos, mas tarnbem

aprisionamos. Por isso, e importante ter claro que 0 conhecimento, como sugere

Morin (2000, p. 86), "[ ...] e a naveqacao em um oceano de incertezas, entre

arquipelaqos de certezas." Sao essas incertezas que demandam um tratamentoadequado, um uso criterioso e responsavel do conhecimento que produzimos

na academia, nos institutos de pesquisa e em outros lugares em que se

estabelece essa relacao entre experiencia e pensamento.

a conhecimento e sempre conhecimento de algo, de alguma coisa, de um

fato ou fen6meno. E por isso que se fala em objeto do conhecimento: aquilo que

se torna conhecido. E 0 que se torna conhecido ou 0 objeto do conhecimento e

seu produto, seus resultados, sao sempre provis6rios, incertos, sao objetos de

novas duvidas, novos questionamentos. Como sustenta Demo (1997, p.18)

"[...] 0 conhecimento, em vez de produzir certezas, e marcantemente uma

estrateqia de as desmontar. Parece ser mais uma habilidade de lidar

criativamente com a incerteza, com a qual convive dialeticamente [...]"

Frente ao que ja foi pontuado, refletido em linhas anteriores, e interessantefrisar 0que sustenta 0autor referenciado acima:

o conhecimento e uma habilidade.

Habilidade de lidar criativamente com incertezas.

Fique atento! Essas incertezas podem ser de ordem te6rica ou social. au

seja, podem ser incertezas produzidas no campo das investiqacoes cientfficas,

teol6gicas, filos6ficas ou aquelas que advern dos diferentes contextos com os

quais interagem os seres humanos e de onde emergem problemas, indaqacoes,

questionamentos que suscitam respostas, solucoes e que possibilitam certo tipo

de conhecimento.

• Consideramos importante que voce faca 0 Vamos Registrar:

registro de algumas incertezas com as quais

voce convive no campo pessoal eprofissional. Fac;:a isso ao lado, e volte a elas

no final deste processo formativo para

verificar que mudanc;:as houve.

No esquema a seguir, podemos visualizar os diferentes tipos de

conhecimento com os quais convivemos cotidianamente e sobre os quais

trataremos ao longo das reflexoes desencadeadas neste Tema.

Fluxograma 02 - Tipos de Conhecimento

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

ci

a

Iiao

e

com

p

o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I

25

Page 26: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 26/82

Antes de abordarmos esses conhecimentos temos que voltar a uma das

perguntas levantadas no inicio deste dialoqo: quais as diferencas entre

conhecimento e informacao?

Um trecho da rnusica intitulada "Nao olhe pra tras" do grupo de rock Capital

Inicial ajuda a iniciar tal diferenciacao:

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

ci

a

Iiao

e

"Nem tudo e como voce quer

Nem tudo pode ser perfeito

Pode ser facil se voce

Ver 0 mundo de outro jeito

Se 0 que e errado ficou certo

As coisas sao como elas sao

Se inteligencia ficou cega de

tanta lnformacao

Se nao faz sentido

Discorde comigo

Nao e nada de mais

Sao aquas passadas

Escolha uma estrada

E nao olhe

Nao olhe pra tras [...J . "

C I" Parece ser isso, a principio, que vai nos ajudar a relacionar as diferenc;as: .......

o "inteligencia cega de tanta lnformacao", Poderiamos estar nos perguntando:

m quais as caracteristicas da informacao? Que aspectos a torna diferente do

p conhecimento? A informac;ao pode tornar-se urn conhecimento? Como? -"

o

m

i

ss

o

Vamos vercomo 0Novo Dicionario Aurelio define inforrnacao:

"Ato ou efeito de informar (se); informe. Dados acerca de alquern ou de

algo. Comunlcacao ou noticia trazida ao conhecimento de uma pessoa oudo publico." (FERREIRA, 1999, p. 1109).

so

c

i

a

I

A partir dos aspectos levantados pela rnusica e pelo dicionario consultado,

podemos conceituar informacao como um conjunto de dados ou de notfcias que

sao informados a alquem ou um grupo de pessoas e que dizem respeito a algo

ou algum acontecimento, objeto, etc.

Voce pode perceber que as inforrnacoes podem servir como fontes

interessantes para a elaboracao de conhecimentos. Nelas se encontram dados

que podem ajudar a elucidar determinados conflitos de ordem cientffica,

filos6fica ou teol6gica. Nas informacoes estao presentes opinioes expressadas

pelas pessoas e que podem ou nao ser validadas.

Apresentamos a seguir exemplos de inforrnacoes extraidas de um jornal e

exemplos de conhecimento retirados de alguns livros:

26

Page 27: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 27/82

lnforrnacoes Conhecimentos co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

"Comercio define horatio especial para 0 fim de

ano."

"Secretaria da saude faz balaco das

atividades."

"A atencao da comunidade cientifica para uma

planta criqinaria das ilhas da Polinesia

Francesa a Morinda citrifolia ou mais

conhecida como Noni nao por acaso. 0 seu

suco e utilizado amplamente, pela medicina

popular, ha mais de dois mil anos, nesses

povos."

"Empresas de Santa Catarina sao alvo mais

uma vez de uma entidade fantasma que usa um

nome semelhante ao das associac;:6es

comerciais e industriais ou empresariais para

cobraruma mensalidade indevida."

(JORNAL DO COMERCIO, ed. 668.

Dez.l200S.)

"A situacao e paradoxal sobre a nossa Terra. As

interdependericias multiplicaram-se. A

consciencia de ser solidarios com a vida e a

morte, de agora em diante, une os humanos

uns aos outros. A cornunicacao triunfa, 0

planeta e atravessado por redes, fax, telefones

celulares, modems, Internet. Entretanto, a

incornpreensao permanece geral. Sem duvida,

ha importantes e multiples progressos da

co m p re e ns a o , mas 0 a v a nc o da

incornpreensao parece ainda maior." (MORIN,

2000, p. 93).

"Em relacao a teoria da acao, que serve de

referencia a todas as outras ideias de seu

sistema conceitual, podemos dizer que todas

as proposicoes se baseiam na acao de um ator

(individual actor) ou de uma coletividade de

atores (actors). Parsons salienta que os atores

individuais sao organismos fisiol6gicos e que

as coletividades de atores tarnbern estao

integradas por organismos que sao individuos

fisioI6gicos." (TRIVINOS, 1987, p.8S).

c

i

a

Iiao

Quadro 01- Exemplos de conhecimento e lntormacao,

e

Podemos afirmar que 0 conhecimento, em linhas gerais, exige um processo

sistematico de elaboracao, analise e reflexao. Sua construcao parte de

questionamentos, problematizacao, indaqacao da realidade. Alem disso, exige-

se que haja pesquisa cientffica, tratamento adequado de fontes e dados, e que

passe por uma validacao sustentada por criterios e princfpios eticos, seja no

campo da filosofia, da teologia, ou da ciencia,

A inforrnacao, por sua vez, nem sempre passa por um processo rigoroso de

sistematizacao, uma vez que seu objetivo e informar algo, apresentar,

comunicar algo a alquern como ja fora explicitado. Caracteriza-se mais como umrelato ou uma narrativa do que foi visto ou acompanhado pelo informante, ou

ainda, do contato que este teve com as bases de sua informacao: bancos de

dados, exposicoes orais ou imagens, etc.

Nas pr6ximas secoes,

abordaremos os tipos de

conhecimento e como eles se

caracterizam. Mas, antes de

iniciarmos estas abordagens,

consideramos importante que

voce faca um registro. Emomenta de producao:

co

m

p

o

m

i

s

so

so

c

i

a

I

Registre alguma inforrnacao veiculada em

jornais ou revistas e que tenha se tornado

um conhecimento. Ap6s registrar a

inforrnacao, escreva um paraqrafo

pontuando 0 que voce percebe de

diferencas entre a informacao e 0

conhecimento produzido. \ ~

L..--- __ _ _ _ , J r l / '

27

Page 28: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 28/82

C 2.2 Conhecimento Cientifico

o

n

h

ec

i

m

en

t

0:

o que sabemos ou 0 que conhecemos do mundo e como 0 conhecemos esta

em parte, representado pelas nossas vivencias, nossas experiencias de mundo

e, em parte, no que se produz enquanto conhecimento sobre 0 mundo. Nesta

direcao, conhecer cientificamente 0 mundo nos parece um grande desafio. E 0

que e 0conhecimento cientffico? Para Cruz e Ribeiro (2003, p. 20):

C

o conhecimento cientffico procura alcancar a verdade

dos fatos (objetos) e depende da escala de valores e das

crencas dos cientistas; ele resulta de pesquisas

met6dicas e sisternaticas da 'realidade'. E at raves da

classificacao, da cornparacao, da aplicacao de rnetodos,

da analise e sfntese, 0 pesquisador extrai do contexto

social, ou do universe, princlpios e leis que estruturam

um conhecimento rigorosamente valido e universal.

i

a

Iiao

Podemos perceber, a partir desses autores que 0 conhecimento cientffico se

caracteriza pela orqanizacao sistematica e rigorosa pelo qual passa quando

esta sendo construfdo ou elaborado. 0 conhecimento cientffico suscita assim,

atitude de investigador de quem 0 produz, ou constr6i. Ainda nessa direcao,

Cruz e Ribeiro (op. cit. p. 23), salientam que "0 conhecimento cientffico exige do

pesquisador crftica e que este seja objetivo, racional e imparcial". Afirmam

tarnbern que 0 conhecimento cientffico e diferente, por exemplo, do

conhecimento filos6fico, "[ ...] uma vez que as proposicoes ou hip6teses de um

conhecimento cientffico tem a sua veracidade ou falsidade conhecida nao pela

razao, mas atraves da experirnentacao." (idem, p. 23).

o conhecimento cientffico e 0 produto ou 0 resultado de um processo

criterioso e rigoroso de orqanizacao de dados, inforrnacoes e teorias. Sua

natureza e de ordem experimental. Ramos et. al. (2003, p. 12), apresentam

alguns dados hist6ricos do conhecimento cientffico, como segue destacado:

e

Co

m

p

o

m

i

ss

o

so

c

i

aI Esse tipo de conhecimento pode sustentar-se por tres concepcoes

filos6ficas distintas: 0 Positivismo, a Fenomenologia e 0 Marxismo. A primeira,

segundo Trivirios (1987) foi fundada por Augusto Comte no seculo XIX,

apresentando tres preocupacoes fundamentais: uma filosofia da hist6ria; umafundarnentacao e classificacao das ciencias e a elaboracao de uma disciplina

para estudar os fatos sociais.

"Iniciou na Idade Moderna com Galileiu Galilei (1564-1642),considerado 0 primeiro te6rico do rnetodo experimental; em 1604,

formula a lei da queda dos corpos; em 1610 inventa 0 telesc6pio;

em 1632, publica 'Dialoqos sobre os grandes sistemas do

universo' [...]"

A segunda concepcao, por sua vez, tem como representantes, entre outros,

Husserl, Heidegger, Sartre, Merleau-Ponty, pensadores dessa corrente nascida

28

Page 29: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 29/82

tarnbem no seculo XIX. A fenomenologia tem como objetivo estudar a partir do

cfrculo herrneneutico (cornpreensao, interpretacao e explicacao) as essencias e

todos os problemas que segundo ela, tornam a definir as essencias,

A ultima concepcao apresentada, a marxista, tem como principais

representantes Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). 0marxismo compreende em linhas gerais, tres aspectos principais: 0

materialismo dialetico, 0 materialismo hist6rico e a economia polftica, por isto,

nesta concepcao, 0 foco de investiqacao ou de construcao dos objetos

cientfficos esta na sociedade.

Voce pode perceber que 0 conhecimento cientffico, para ser elaborado,

precisa estar sustentado em bases te6ricas que apresentem caracteristicas

metodol6gicas pr6prias.

Voce estudara as questoes metodol6gicas que envolvem a producao de um

conhecimento cientffico no terceiro Tema, ao tratarmos sobre pesquisa.

Podemos, entretanto, desde ja indicar as diferencas significativas entre rnetodo

e metodologia:

Esquema 01 - Metodo e Metodologia

Aatitude do pesquisadore seu objeto de pesquisa, de investiqacao, ou aquilo

que for transformado em um dado conhecimento cientffico, e que vai definir a

concepcao-base do estudo, ou seja, 0 modo como 0 pesquisador vai organizar

ou sustentar teoricamente sua pesquisa cientffica.

Por objeto de estudo voce pode entender como aquilo que vai ser

pesquisado. Alguns exemplos apresentados no quadro a seguir ajudam a

clarear tais definicoes:

CAMPO DE INVESTIGA<;AO OBJETOS DE ESTUDO

Administracao Marketing, Gestae,

Relacoes Humanas, etc.

Curriculo, Avaliacao, Processos de

Educa<;:ao Ensino e de Aprendizagem,

Relacao Professor-Aluno, etc.

Princfpios da Contabilidade,Ciencias Contabeis Compromisso social do contabilista,

Balanca Comercial, etc.

Esquema 02 - Campo de Investiqacao e objeto de estudo

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

ci

a

Iiao

e

com

p

o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I

29

Page 30: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 30/82

Tendo apresentado esses exemplos de campo e objetos de estudo,

relacionamos alguns recortes de conhecimentos produzidos cientificamente:

Os recortes apresentados ajudam a identificar os procedimentos

com os quais opera 0 conhecimento cientffico. Se voce observar nosrecortes do quadro a esquerda, voce percebera a concepcao

filos6fica predominante no modo de pensar

do pesquisador Allen Gardner referenciado

por Fouts (1998, p. 25): "Allen Gardner

era um expoente da psicologia

experimental, exigente,

conhecido por seu rnetodo

rigoroso de laborat6rio

e precisao matematica."

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

"Allen Gardner era um expoente dapsicologia experimental, exigente,

conhecido por seu rnetodo rigoroso de

laboratorio e precisao maternatica. Sabia

que ele tenderia a olhar para um clinico

feito eu como um freudiano flexivel, que

ganhava a vida falando e nao era capazde

separar os sentimentos dos fatos."

(FOUTS, 1998, p. 25).

c

"0 fato do processo evolutivo que os

crentes da supremacia branca no seculo

XIX, como meu bisavo, nao poderiam

jamais aceitar, era que cad a humano

sobre a Terra e aparentado com todos os

demais somos todos uma so familia. 0

fato do processo evolutivo que nos ainda

nao aceitamos atualmente e que todos os

humanos sobre a Terra sao aparentados

com todos os chimpanzee, os gorilas e os

orangotangos sobre a Terra somos todos

membros da mesma familia hominidea."

(FOUTS, 1998, p. 373).

i

a

Iiao

e

com

p

Recortes da Obra de Roger Fouts

intitulada: "0 parente mais proximo: 0 que

os chirnpanzes me ensinaram sobre quem

somos" resultado de sua pesquisa de

doutorado publicado em 1998.o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I

30

"0 ponto de partida para a delirnitacao docampo de trabalho foi realizar um resgate

da minha vida profissional; das carencias

e necessidades enfrentadas e dos

caminhos muitas vezes trilhados para

garantir que a perrnanencia na escola

tivesse significado para 0 meu

crescimento profissional na realizacao de

um trabalho coletivo junto a professores e

alunos em atividades enriquecedoras do

ponto de vista intelectual, afetivo, politico

e social." (PONTUSCHKA, 1994, p. 10).

"0 desenvolvimento dos varies ramos da

ciencia, encontram-se em estaqios

diferentes, utilizando teorizac;:6es

diversificadas tanto no interior de um

mesmo campo de conhecimento e,

sobretudo em campos diversos. Esse fato

e verdadeiro inclusive para 0 ensino; por

exemplo, as chamadas ciencias exatas e

bioloqicas sempre receberam maiores

estimulos e financiamentos que

permitiram maior avanco em detrimento

das ciericias ditas humanas; as

metodologias utilizadas pelos variescampos tarnbem sao diferentes."

(PONTUSCHKA, 1994, p. 214).

Recortes da Tese de Doutorado intitulada:

"A formacao pedaqoqica do professor de

geografia e as praticas interdisciplinares"

defendida na USP no ana de 1994.

Qual sera a concepcao

filos6fica que indica 0

modo de pensar do

pesquisador Allen

Gardner? Discuta com

seus colegas.

Page 31: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 31/82

2.3Conhecimento Filosofico

Como 0 proprio nome indica, 0 conhecimento filosofico trata do universe da

filosofia. Sua diferenca especffica em relacao aos demais tipos de

conhecimento caracteriza-se pelo objeto e pelo rnetodo que emprega. SegundoCruz e Ribeiro (2003, p. 22)

A filosofia, atraves do conhecimento filos6fico, procura

conhecer e mais especificamente compreender a

realidade mais avancada ou universal que possa ser

percebida pelo homem. 0 conhecimento filos6fico

conduz a uma reflexao crftica sobre os fen6menos e

possibilita inforrnacoes coerentes.

o conhecimento filosoflco, entao, trata da natureza da realidade a ser

conhecida, percebida pelo homem, vai alern da razao, da pura rnensuracao,Encaminha 0 homem a pensar e desvendar os rnisterios a sua volta. 0recorte a

seguir, trata de um dado conhecimento fllosofico elaborado por um filosofo:

Parece que chegamos ao fim de nossa investiqacao, Reduzimos as coisas a totalidade

conexa de suas aparencias, e depois constatamos que as aparencias reivindicam um ser que

ja nao seja aparencia. 0 'percipi' nos remeteu a um 'percipiens', cujo ser se nos revelou como

consciencia. Alcanc;:amos assim 0 fundamento cntoloqico do conhecimento, 0 ser primordial

ao qual todas as demais aparicoes aparecem, 0absoluto em relacao ao qual todo fen6meno e

relativo. Nao se trata do sujeito, no senti do Kantiano do termo, mas da propria subjetividade,irnanencia de si a si.Ate agora escapamos ao idealismo. (SARTRE, 1997, p. 29).

o exemplo apresentado acima, nos ajuda a perceber 0 modo como se

organiza, como se conjectura 0conhecimento fllosofico.

2.4 Conhecimento Teologico

o conhecimento teoloqico esta relacionado a fe, as crencas no divino. Na

etimologia da palavra encontramos, do qreqo: theos, que significa Deus e logos,

que significa tratado ou discurso. No conhecimento teoloqico, segundo Cruz e

Ribeiro (2003), as verdades tratadas ou apresentadas sao infalfveis e

indiscutfveis, uma vez que sao revelacoes da divindade, do sobrenatural.

Esse tipo de conhecimento, conforme sustentam os autores referenciados

" I . .. ] apresenta respostas para questoes que 0 ser humane nao pode responder.

E um conhecimento sistematico do mundo (origem, significado, finalidade e

destine) como obra de um criador divino e, portanto, envolve a aceitacao, ou

nao." (CRUZ; RIBEIRO, 2003, p. 21).

o conhecimento teoloqico funda-se ou sustenta-se nas questoes voltadas a

fe, as crencas, ao significado que 0 homem da ao mundo a partirda existencia de

um ser supremo e que e responsavel pela relacao que 0 homem rnantern com 0

mundo, uma relacao criacionista. No recorte a seguir, voce pode perceber 0 que

foi explicitado anteriormente:

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

ci

a

Iiao

e

com

p

o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I

31

Page 32: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 32/82

"Segundo 0 autor sagrado, 0 esforc;:o da investiqacao nao estava isento da fadiga causada

pelo embate nas limitac;:6es da razao. Sente-se isso mesmo, por exemplo, nas palavras

com que 0 livro dos proverbios den uncia 0 cansac;:o provado ao tentar compreender os

misteriosos designios de Deus [ ... J Todavia, apesar da fadiga, 0 crente nao desiste. E a

forca para continuar 0 seu caminho rumo a verdade provern da certeza de que Deus 0

criou como um 'explorador', cuja rnissao nao e deixar nada sem tentar, nao obstante acontinua chantagem da duvida, Apoiando-se em Deus, 0 crente permanece, em todo 0

lado e sempre, inclinado para 0 que e belo, bom e verdadeiro." (ENCfCLlCA FIDES ET

RATIO, 1998, p. 26).

Recorte retirado da Carta Enciclica de Joao Paulo II versando sobre as relacoes entre fe

e razao.

co

n

h

ec

i

m

en

t

0: 2.5 Conhecimento Vulgar Ou Popular

c 0 conhecimento vulgar ou popular se fundamenta na vivencia, naexperiencia, no que e transmitido de pessoa para pessoa. Esse tipo de

i conhecimento pode ser dividido em algumas categorias como propos Ender-

a Egg (apud CRUZ; RIBEIRO, 2003): superficial, sensitive, subjetivo,

Ii assistematico e acrftico. No esquema a seguir, eles estao especificados.ao

e

com

p

o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I

32

SUPERFICIALIDADE:

Conforma-se apenas

com a aparencla.

\SUBJETIVO:

E 0 proprio sujeito que

organiza suas experiE'mcias

e conhecimentos.

SENSITIVO:

Refere-se as vivE 'mcias .._ Conhecimento

Vulgar Ou Popular

I ACRiTICO:

Verdadeiro ou nao,a pretensao de que esses

conhecimentos 0 sejam,

nao se manifesta sempre

ASSISTEMATlco:

A crqanlzacao daexperiE'mcia nao visa a uma

slstematlzacao das ideias,

Esquema 02 - Conhecimento vulgar ou popular

A irnportancia do conhecimento vulgar ou popular, segundo Cruz e Ribeiro

(2003, p. 21), e "[...] a sua unicidade na caracterfstica de identificacao de um

grupo ou de um povo. Este conhecimento tarnbem pode derivar de experiencias

casuais, atraves de erros e acertos, sem a fundarnentacao dos postulados

metodoI6gicos."

Ao enfocar 0 conhecimento vulgar, Ramos et al. (2003, p. 12) afirmam que

esse tipo de conhecimento "[...] exprime sentimentos e opinioes individuais e de

grupos, variando de uma pessoa para outra, dependendo do meio em que vive e

tendem a estabelecer relacoes de causa e efeito entre as coisas." Um exemplo

deste tipo de conhecimento: colocar sal debaixo da lingua regulariza a pressao,

Page 33: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 33/82

Percorremos uma caminhada refletindo os tipos de conhecimento. Por isso

consideramos importante que voce faca um levantamento sistematico sobre

eles. Voce podera organizar seu trabalho em PowerPoint ou reqistra-lo de outra

forma, para que 0mesmo possa ser socializado com seus colegas de formacao.

o quadro apresentado a seguir ajuda nesta elaboracao:

2.6 Conhecimento e Compromisso Social i

a

Iiao

Tipo de conhecimento Objetivos - Finalidades Exemplos Reflex6es Proprlas

CIENTiFICO

Descreva os objetivos ou Voce pode colocar comoAo final, escreva suas

FILOSGFICO as finalidades a que se exemplos, imagens que

destina cada tipo de ajudem a identificar os reflex6es sobre cada tipo

TEOLGGICOconhecimento, busque tipos de conhecimentos de conhecimento.

isto em outras fontes, ou textos que

outros auto res. caracterizem cada umVULGAR OU POPULAR deles.

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

Quadro 03 - Tipos de conhecimento

c

Para rrucrarrnos esta discussao importantfssima sobre a relacao

conhecimento e compromisso social, apresentamos um pequeno texto extrafdo

da obra de Daniel Quinn (2001) intitulada "Alem da civilizacao" e uma pergunta

que elaboramos a fim de criar uma provocacao, Vamos a pergunta:e

o

m

Para que possamos nos indagar ainda mais sobre essa dimensao ou sobre a i

relacao que pretendemos discutir, 0 texto de Quinn: s

s

o ato de conhecer e de construir

conhecimentos nos compromete com a

vida, com a sociedade, com n6s mesmos?

Qual a dimensao deste comprometimento?

com

p

Nao existe apenas uma forma certa o

As pessoas costumam imaginar que seria maravilhoso se todos os seis bilh6es de seres humanos

do planeta comec;:assem a viver de uma forma nova arnanha. E o um de nossos memes mais

profundamente arraigados e um dos mais equivocados: que e absolutamente necessario existir

uma unica forma de viver que e boa para todos.

Admiro os gebusis da Nova Guine, mas (acreditem em mim) nem todos os habitantes do planeta

devem viver como eles. Admiro os ciganos, mas nem todos os habitantes do planeta devem viver

como eles e (por mais estranho que pareca), se vivessem, seu modo de vida nao seria bom.

Admiro os jalialis camel6s e artistas ambulantes do Afeqanistao -, mas nem todos os habitantes do

planeta devem viver como eles. Admiro os tuposas do Sudao, os rendilles do Ouenia e os karieras

da Australia Ocidental, mas nem todos os habitantes do planeta devem viver como eles. Nao se

trata de um raciocinio socicloqico e um raciocinio ecoloqico. As araras tern uma vida boa, masseus habitats entrariam em colapso se todos os passaros vivessem como elas. As girafas tern uma

vida boa, mas seus habitats entrariam em colapso se todos os mamiferos vivessem como elas. Os

casto res tern uma vida boa, mas seus habitats entrariam em colapso se todos os roedores

vivessem como eles.

Diversidade, e nao uniformidade, e 0 que da certo. Nosso problema nao e que as pessoas estejam

vivendo de uma maneira ruim e sim que estejam todas vivendo da mesma maneira. A Terra pode

acomodar muitos povos vivendo de uma maneira vorazmente predatoria e poluidora, mas nao pode

acomodar todos nos vivendo desse jeito.

so

c

i

a

I

33

Page 34: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 34/82

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

Voce pode perceber, a partir do texto transcrito, uma primeira dirnensao, ou

ainda, um princfpio da relacao conhecimento e compromisso social: 0 respeito adiversidade. 0 conhecimento nao so nos leva a assumir responsabilidades com

populacoes, povos, seres vivos de diferentes especies, mas tarnbem nos

compromete com a diversidade, com a singularidade destes povos, populacoes,

seres vivos.

i

a

Iiao

A responsabilidade a qual estamos todos atrelados em relacao ao

conhecimento pode se caracterizar como responsabilidade social,

responsabilidade sustentavel ou sustentabilidade social, responsabilidade

natural (relacoes de conservacao e preservacao), responsabilidade polftica,

econornica, cultural, e por ultimo, a responsabilidade com a vida em todas as

suas dirnensoes e estruturas. Uma nao existe sem a outra, uma interfere na

outra e ambas coexistem ou devem coexistir com uma unica e primordial

intencionalidade: a manutencao da vida no Planeta.

o que fazemos com 0 conhecimento que apreendemos ou construfmos?Como agimos a partir daquilo que conhecemos? Que sentidos, significados sao

atribufdos aos conhecimentos com os quais trabalhamos ou nos formamos?

Como 0 conhecimento tem contribufdo para que sejamos mais humanos?

Conforme sustenta Demo (1997, p. 94-95),

c

e

o proprio caminho historico da ciencia tem mostrado

recorrentemente que cada novo resultado nao coloca

qualquer ponto final. Ao contrario, abre novas fronteiras.

Na trajetoria de sua emancipacao, 0ser humano precisa

lancar mao de todos os meios aptos. Aciencia merece al,com certeza, grande destaque.com

pA ciencia, ou 0 conhecimento de modo geral e, como sustenta Demo, esta

possibilidade de abertura, de incertezas, de novas buscas, novos rumos para a

vida, para a humanidade. A historia tem mostrado isso. A historia tarnbem

mostrou faces da ciencia e do conhecimento que precisam ser constantemente

repensados, principalmente quando se questiona sobre 0 sentido do que

conhecemos ou do que produzimos como conhecimento. Podemos perceber

isso no exemplo das carnaras de gas, dos armamentos, das formas de

extermfnio usadas nas grandes guerras mundiais,das bombas lancadas sobre

Hiroshima e Nagasaki, entre outras situacoes sobre as quais voce pode estar

pensando.

Podemos concordar com 0que afirma Mariotti (2000, p. 294):

o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I"Se foi possivel adquirir um modo de comportamento, e tarnbem possivel modlflca-lo, Isso

nao significa que conseguiremos faze-lo, mas que se trata de uma escolha nossa."

o nosso compromisso com os outros, com a vida, com nos mesmos e uma

escolha. E uma atitude responsavel e sustentada por princfpios eticos, por

atitudes que perpassam pelo valor que damos a vida, ao outro, ao que somos e

ao que pod emos vir a ser.

34

Page 35: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 35/82

o conhecimento nos atualiza, provoca desenvolvimento social, politico,

econ6mico e cultural, mas tarnbem, e principalmente, deve nos possibilitar ir

alern do que somos e vivemos. Ele deve nos possibilitar outras formas de ser,

viver, conviver, atuar na sociedade.

o conhecimento e esta possibilidade de abertura para 0 novo. Por isso, ele ecompromisso social e humano, 0 que demanda um outro olhar sobre 0 proprio

conhecimento e aquele que conhece. 0 poema de Fernando Pessoa (apud

MARIOTTI, 2000, p. 299) apresentado a seguir, ilustra essa necessidade de um

outro olhar sobre a relacao conhecimento e compromisso social.

E penso com as olhos e com as

ouvidos

E com as mtios e com as pes

E com a nariz e com a boca.

o essencial e saber ver,

Saber ver sem estar a pensar,

Saber ver quando se ve,

E nem pensar quando se ve

Nem ver quando se pensa.

Mas isso (triste de nos, que

trazemos a alma vestida!),

Isso exige urn estudo profunda,

Uma aprendizagem de

desaprender.

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

ci

a

Iiao

e

o desafio do compromisso social e este: desaprender. 0 conhecimentocomprometido e aquele que aprende a desaprender, aquele que passa a olhar

as coisas, os sujeitos, 0 mundo e apreende esse mundo, esses sujeitos, essas

coisas, a partir da relacao com elas, a partir do que cada um tem a dizer. 0

compromisso social passa pela atitude de olhar 0 outro como um legitimo e

verdadeiro outro, como diversidade que comp6e uma totalidade, como agentes

de mudanca e de transformacao, 0 conhecimento e conhecimento com.

Para nao finalizarmos essa

dlscussao, mas buscarmos ainda

mais, uma concepcao do que sao

os seres humanos:

DOC · )

" E o caracteristicafundamental dos seres

humanos serem agentes -

terem intencoes, escolherem

cursos de acao, agirem para

alcancar alvos predeterminados,

buscarem realizar planes, pelo menos

durante grande parte do tempo -, e

assim eles tarnbern dotam suas

proprias acoes, objetivos e relacoes,

bem como a mundo em geral, deuma profusao de significados."

(LLOYD, 1995, p. 162).

com

p

o

m

i

ss

o

so

c

i

a

I

35

Page 36: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 36/82

co

n

h

ec

i

m

en

t

0:

Referenc ias

ASSMANN, Hugo. Reencantar a educacao: rumo a sociedade aprendente.

Petropolis: Vozes, 1999.

CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uira. Metodologia cientifica: teoria e pratica. Rio

de Janeiro: Axel Books, 2003.

DEMO, Pedro. Conhecimento moderno: sobre etica e intervencao do

conhecimento. 2. ed. Petropolis: Vozes, 1997.

cFERREIRA, Aurelio Buarque de Holanda. Dicionario da lingua portuguesa.

Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

i

a

Iiao

FOUTS, Roger. 0 parente mais proximo: 0 que os chimpanzee me

ensinaram sobre quem somos. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.

LLOYD, Christopher. As estruturas da historia, Rio de Janeiro: Jorge Zahar,

1995.

eMARIOTTI, Humberto. As palxoes do ego: complexidade, polftica e

solidariedade. Sao Paulo: Palas Athena, 2000.

com

p

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessaries a educacao do futuro. 2.ed.

Sao Paulo: Cortez; Brasilia, DF, 2000.

___ . A cabeca bem-feita: repensar a reforma, reformar 0 pensamento.

o Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.m

i PAULO II, Joao. Carta enciclica "Fides et Ratio": sobre as relacoes entre fe

s e razao, 2.ed. Sao Paulo: Paulus, 1998.

s

o PONTUSCHKA, Nfdia Nacib. A formacao pedaqoqica do professor degeografia e as praticas interdisciplinares. Sao Paulo: USP, 1994. 280p.

S (Tese).

o

c

i

a

I

QUINN, Daniel. Alem da civilizacao: a proxima grande aventura da

humanidade. Sao Paulo: Peiropolis, 2001.

RAMOS, Paulo et. al. Manual pratico de metodologia da pesquisa: artigos,

resenha, projeto, TCC, monografia, dissertacoes e tese. Blumenau:

Academica, 2003.

REVEL, Judith. Foucault: conceitos essenciais. Sao Carlos: Claraluz, 2005.

SARTRE, Jean-Paul. 0 ser e 0 nada: ensaio de ontologia fenornenoloqica.

Petropolis: Vozes, 1997.

TRIVINOS, Augusto N. S. lntroducao a pesquisa em ciencias sociais: a

pesquisa qualitativa em educacao, Sao Paulo: Atlas, 1987.

36

Page 37: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 37/82

lem a 3P e s q u i s a

Este Tema tem como objetivo possibilitar ao academico:

¢Sensibilizar-se sobre a importancia da pesquisa na formacao

acadernica e profissional buscando 0 desenvolvimento de atitudecrftica e criativa frente a prcducao e socializacao do

conhecimento.

Quando estudamos 0 Tema1, conhecemos 0 contexto hist6rico e social em

que a universidade foi se constituindo. Vimos que uma das funcoes da

universidade e a pesquisa, juntamente com 0 ensino e a extensao, Mas sera

possfvel pensar a pesquisa na instituicao em que estamos inseridos? Qual 0

sentido da pesquisa nesse contexto? Como ela pode ser desenvolvida?

No Tema 2, vimos como a sociedade tem produzido 0 conhecimento ao

longo da hist6ria. Tarnbem discutimos sobre 0 compromisso da universidadecom a producao desse conhecimento. Novamente, nao da para pensar a

construcao do conhecimento sem a pesquisa, principalmente, na universidade,

espaco em que estamos inseridos.

Conhecer a irnportancia e 0 sentido da pesquisa na formacao academics

sera a intencionalidade deste Tema uma vez que buscamos, ao longo da

disciplina de Metodologia Cientffica, possibilitar 0 desenvolvimento do espfrito

investiqativo, inquiridor, questionador, curioso ... pesquisador.

Vamos Registrar:

3.1 Significado e irnportancia da pesquisa

o que e pesquisa? Por que pesquisar? Qual a funcao da pesquisa na

universidade? Qual 0 sentido da pesquisa no espaco universitario, na formacao

pessoal e profissional? Quem pesquisa? Como se faz pesquisa? Entre tantos

outros questionamentos, esses nos instigaram a pensar sobre 0 processo e a

vivencia da pesquisa na formacao academica. Sao questionamentos que nos

remetem a buscar definicoes, conceitos, normas, formas de registrar esse

processo.

Vamos reflelir?

37

Page 38: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 38/82

p

esq

u

i

sa

Para ampliarmos 0 olhar sobre 0 significado do termo pesquisa, seria

interessante buscarmos ajuda nos dicionarios e em autores que abordam esse

tema. Vamos la?

De acordo com 0 dicionario etimol6gico, pesquisa e a "I...] busca com

investiqacao [...]" (CUNHA, 1986, p. 600). 0 dicionario da lingua portuguesa

amplia essa definicao ao trazer a pesquisa como "[... ]1 conjunto de atividades

que tern por finalidade a descoberta de novos conhecimentos no dominic

cientffico, literario, artistico etc. 2 investiqacao ou indaqacao minuciosa 3 exame

de laborat6rio [...]" (HOUAISS; VILLAR, 2001, p. 2200).

Fomos pedir ajuda, tarnbem, ao dicionario da interdisciplinaridade. Nesse

dicionario, Mello (2001 , p. 132, grifo do autor) acentua que

o homem nao vive a margem dos processos produtores

da vida e, como supunha a modernidade, nao controla

total mente a interpretacao e a construcao da realidade.

No entanto, seu olhar nao descalca e, inquieto, interroga,

investiga, perscruta a partir e para alern do visto com 0

intuito de olhar bem. A este movimento chamamos

pesquisa [... J

E interessante perceber que os autores acima citados, vinculam 0 termo

investiqacao a pesquisa. 0 que isso quer dizer? Se investigar e "[...] seguir osvestfgios de, indagar [...]" (CUNHA, 1986, p. 444), pesquisar algo pressup6e

seguir os vestfgios do que desejamos conhecer. Para tanto, e preciso buscar,

nas minucias, as pistas que indicam 0 caminho a seguir, observar atentamente

cada detalhe, procurar ....

aca uma enquete com as pessoas da

sua casa, do seu trabalho ....

questionando-as:

o que e pesquisa para voce?

38

Page 39: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 39/82

A partir do que voce escreveu sobre 0 que e pesquisa, do que os dicionariostrazem sobre esse termo e da enquete que voce fez, podemos perceber que ha

diferentes concepcoes a respeito do que seja a pesquisa. Vamos, agora,

conhecer a concepcao de pesquisa de diversos autores que escrevem sobre

essa tematica:

000

Pedro Demo

A partir do que Demo nos coloca, pesquisa nao se traduz no que muitos

pensam, como c6pia e reproducao do que alquern ja estudou e escreveu. Tendo

em vista a criatividade e criticidade como elementos importantes na pesquisa,

ela transcende a mera c6pia e a reproducao do conhecimento.

Contudo, Demo tarnbern salienta que a pesquisa nao e uma atividade

especial com hora e dia marcado. Da mesma forma, 0 pesquisador nao deve ser

considerado como uma pessoa iluminada e especial. 0 autor acrescenta que:

p

esq

u

i

sa

"Na condicao de principio cientifico, pesquisa apresenta-se como a instrurnentacao

te6rico-metodol6gica para construir conhecimento. Como principio educativo,

pesquisa perfaz um dos esteios essenciais da educacao emancipat6ria, que e 0

questionamento sistematico critico e criativo [... ]" (DEMO, 1997, p. 33).

"Trata-se de atitude cotidiana, nao de hora marcada, lugarespecifico, instrumento

especial, e e isto que se espera da cidadania moderna: um cidadao sempre alerta,

bem informado, critico e criativo, capaz de avaliarsua condicao socio-econornica,

dimensionar sua participacao hist6rica, visualizar seu horizonte de atuacao,

reconstruir suas praticas, participar decisivamente na construcao da sociedade e

da economia." (DEMO, 1997, p. 34, grifo do autor).

Pedro Demo

Para pesquisar, precisamos ler, investigar, buscar sempre mais e de uma

forma melhor a fim de aprofundar nossos conhecimentos, nos posicionarmos

frente 0mundo, construir argumentos sobre 0que pensamos, acreditamos ...

Provavelmente, voces devem se perguntar: Mas, como isso acontece no

dia-a-dia? Como fazer pesquisa? De que forma? Nao fiquem desesperados!!!

Pedro Demo nos ajuda a pensar sobre isso, dizendo que:

39

Page 40: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 40/82

p

esq

u

i

sa

Assim como 0 detetive, quem pesquisa ve alern do aparente, aquilo que esta

nas entrelinhas. Para ver alern do aparente precisamos tirar os veus, as

mascaras. Precisamos ver 0 que esta por detras, 0 detalhe, 0 que esta entre as

dobras do objeto a ser conhecido. Alem de Pedro Demo, ha outros autores que

abordam 0 conceito de pesquisa, trazendo a ideia de pesquisa de forma

sistematica, aquela pesquisa que acontece na universidade.

Antonio Carlos Gil

"Pesquisa e 0exercicio intencional da pura atividade intelectual, visando melhorar as

condicoes praticas de existencia [...]" (SANTOS, 2000, p.17).

Antonio Raimundo dos Santos o d J"A pesquisa e uma atividade voltada para a solucao de problemas te6ricos e praticos

com 0emprego de process os cientificos." (CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63).

oOdilia Fachin 00

"Pesquisa e um procedimento intelectual para adquirir conhecimentos pela

investiqacao de uma realidade e busca de novas verdades sobre um fato (objeto,problema). Com base em metod os adequados e tecnicas apropriadas, 0

pesquisador busca conhecimentos especificos, respostas ou solucoes ao problema

estudado. No resultado de uma pesquisa nao se deve atribuirverdade absoluta, pois

as descobertas sao sempre renovadas e toda analise sobre um fato (objeto,

problema) apresenta varias implicac;:6es de ordem apreciativa e analitica." (FACHIN,

2001, p. 123).

Ir a biblioteca, pegar um texto ou artigo cientffico e apenas ler nao significa

pesquisar. Podemos fazer a leitura de algo e continuar a reproduzir 0 que foi lido

ou estudado, ou apenas nos informarmos acerca do que lemos. Pesquisar

significa resolver um problema, algo que nos inquieta enos instiga. Por isso,

toda pesquisa surge de uma pergunta. A pergunta e 0 elemento desencadeador

de uma pesquisa.

40

Page 41: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 41/82

oLaino Alberto Schneider 00

Um certa olhar sabre a pesquisa

Que alegria, diz a Eternidade,

Ver 0 filho de minha esperanc;:a

Apaixonar-se pela pesquisa,

Pois em sua mente

Coloquei inurneros de meus sonhos

E gostaria tanto que se tornassem realidade.

A pesquisa,

Comec;:ou a explicar a Eternidade,

E, antes de qualquer coisa, 0 gesto do jovem

carnpones

Que se vai,

Revolvendo a pedra dos campos,

Descobrindo lesmas e gafanhotos,

Ou milhares de formigas atarefadas.

A pesquisa,

E a caminhada pelos bosques e pantanos

Para tentar explicar,

Vendo folhas e flores,

Por que a vida apresenta tantos rostos.

A pesquisa,

E a fusao, em um so crisol,

De observacoes, teorias e hipoteses

Para ver se cristalizar

Algumas parcel as de verdade.

A pesquisa,E, ao mesmo tempo, trabalho e reflexao

Para que os homens

Achem todos um pouco de pao

E mais liberdade.

Gerard-B. Martin

Tarnbern e olhar para 0 passado

Para encontrar nos antigos

Alguns graos de sabedoria

Capazes de germinar

No coracao dos hom ens de arnanha.

A pesquisa,

Eo tatear em um labirinto,

E aquele que nao conheceu a embriaguez de

procurar seu rumo

Nao sabe reconhecer 0 verdadeiro caminho.

A pesquisa

E a surpresa, a cada descoberta,

De se ver recuar as fronteiras do

des con hecido,

Como se a natureza, cheia de rnisterios,

Procurasse fugir de seu descobridor.

A pesquisa,

Diz finalmente a Eternidade,

Eo trabalho do jardineiro

Que quer se tornar,

No jardim de minha criacao,

o parceiro de minhas esperanc;:as.

E VOCe?

Percebe a presenca do conceito de pesquisa em outrasformas de linguagens ou em outros espacos?

p

esq

u

i

sa

41

Page 42: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 42/82

P Por meio da concepcao de pesquisa apresentada por diversos autores,

e podemos perceber como alguns deles ampliam seus conceitos, enquanto que

S outros articulam tal conceito tendo em vista 0 espaco academico.

q

u

i

S

aBusque em outras tontes

bibliogr<ificas 0co neeito de

pesquisa:

.. Dicionarios da lingua portuguesa;

.. Dicionarios especializados:

Filosofia, Sociologia, Psicologia ...;

.. Literatura especializada: livros,

artigos de periodos, trabalhos

apresentados em congressos.

Para registrar:

A partir do seu conceito inicial de pesquisa (a que nos chamamos de

conhecimento previo), das definicoes expressas nos dicionarios e das

diferentes concepcoes apresentadas por diversos autores, 0 que e pesquisa

para voce?

o que sao publlcacoes

peri6dicas?

"[ ... ] sao aquelas editadas em

fasciculos, em intervalos regulares

ou irregulares, com a colaboracao

de varies autores, tratando de

assuntos diversos, embora

relacionados a um objetivo mais ou

menos definido [ ... ]" (GIL, 2002, p.

44).

Faca seu registro aqui:

42

Page 43: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 43/82

Nota importante!

Voce percebeu 0 movimento que fizemos para estudar 0 P

conceito de pesquisa? e

escrita do conceito previo (0 que voce ja conhece sobre 0 conceito a s

serestudado); q

pesquisa da definicao do conceito nos dicionarios da lingua uportuguesa; i

pesquisa nos dicionarios especializados: Filosofia, Sociologia, s

Psicologia ... ; a

pesquisa na literatura especializada: livros, artigos de periodicos,

trabalhos apresentados em congressos;

Reconstrucao do conceito (apes a pesquisa, reconstruir 0 seu

conceito).

Com esse movimento, voce pode observar em que e como ampliou

o seu conhecimento.

Faca 0 registro de suas reflexoes:

Quadro 01 - Elaboracao realizada a partir da tese de doutorado "uma 16gica curricular interdisciplinar

para a formacao de professores -a estampa de um design", de Diva Spezia Ronghetti.

3.2 Espirito investigativo

Como vimos, a pesquisa nao se restringe ao uso e aplicacao de tecnicas

porque esta vinculada a atitude do sujeito frente 0 conhecimento. Atitude que se

expressa pela sua abertura diante do novo, pela humildade em querer sempre

aprender mais e melhor, pelo olhar crftico e questionador que lanca para si

mesmo e para 0 seu entorno, pelo movimento que cria ao sentir-se sempre

desafiado frente 0conhecimento.

o que isso implica? Implica assumir que nao nascemos pesquisadores, mas

nos tornamos pesquisadores a cada dia. Para tanto, precisamos desenvolver

em nos algumas habilidades. Neste sentido, ninquern nasce um pesquisador,

mas torna-se a cada dia na medida em que, na interacao com 0 outro e 0meio,

aprende a buscar, a investigar, a inquietar-se com 0 que nao conhece, a

questionar aquilo que, aparentemente, e familiar ...

E voce? Voce se percebe como

uma pes soa que tem um "espirito

investigativo"? Por que? 0 que

voce acredita que seja essencial

para uma pessoa ser consideradaalquern que tem um "espirito

investigativo"?

43

Page 44: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 44/82

p

esq

u

i

sa

Por que desenvolver 0 espirito investigativo na Universidade?

A universidade, como espaco de construcao e producao de conhecimento, e

um dos espacos que possibilita ao acadernico a formacao do espfrito

investiqativo uma vez que tem como sua essencia a articulacao entre 0 ensino, a

pesquisa e a extensao, Se nao ha ensino sem pesquisa e a extensao se da pela

pesquisa, a pesquisa torna-se 0 elemento articulador destas relacoes e inter-

relacoes, Para Nosella (2000, p. 59), na Educacao Superior " I . .. ] opera-se a

passagem definitiva da fase doqrnatica para a fase criadora do trabalho

intelectual autonorno e independente [...] na Educacao Superior 0 instrumento

principal de producao cultural e, sem duvida, a pesquisa [...]"

Nessa perspectiva, 0 espfrito investiqativo move e remove 0 acadernico na

busca de uma certeza que torna-se, a cada momento, provis6ria. Esse

movimento se estabelece na medida em que ha um sem fim de possibilidades,

que nos percebemos como sujeitos inacabados, quando nossa maior certeza e

a presenca constante da incerteza.

"[ ...] Os estudos univer-sitarios se interessam pelos assuntos sobre os quais

ninquern ate entao se interessou ou sobre os quais ainda muito pouco se sabe [ ...] 0

objeto especifico da Universidade e 0 nao-saber, e nao 0ja sabido. Todavia, trata-se

de um 'nao-saber' todo especial. E o um 'nao-saber' de que precisamos saber e quepodemos saber [ ... ] E o um 'nao-saber' parcialmente conhecido, que deixou rastros,

sobre 0qual se pode configurarhip6teses. E o um 'nao-saber' que lembra a brincadeira

do esconde-esconde, quando 0 escondido ja mostrou uma rninuscula e confusa

parcela de seu rosto e seu corpo. E o , sobretudo, um 'nao-saber' de que os homens,

ansiosos e necessitados (muitos homens; possivelmente, todos os homens)

precisam saber [...]" (NOSELLA, 2000, p. 59-60).

Paolo Nosella

Dar-se conta do "nao-sabido" faz parte de um movimento de busca pelo que"nao sei", pela identificacao do "ate onde sei" equal caminho trilhar para dar 0

saito do nao sabido para 0 saber. Podemos tracar alguns elementos que

consideramos essen cia is para nos acompanhar nessa trajet6ria:

Curiosidade: "ter a pulga atras da orelha" e 0 que nos movimenta a querer

saber mais porque nos sentimos inquietos, desafiados e desacomodados. 0

sujeito que se sente acomodado nao pesquisa porque nao se questiona, esta

satisfeito com 0 que e, 0 que tem e 0 que sabe. 0que seria essa curiosidade?

Para Freire (2003, p. 32)

A curiosidade como inquietacao indagadora, comoinclinacao ao desvelamento de algo, como pergunta

verbalizada ou nao, como procura de esciarecimento,

como sinal de atencao que sugere alerta faz parte

integrante do fen6meno vital. Nao haveria criatividade

sem a curiosidade que nos move e que nos poe

pacientemente impacientes diante do mundo que nao

fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos.

44

Page 45: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 45/82

Aquela curiosidade que nos move, que nos faz avancar, que nos leva a lancar

um olhar inquietante sobre nos, 0outro e 0mundo.

Rigorosidade: significa aprender criticamente. Aprender criticamente,

entretanto, pressup6e uma leitura comprometida do texto, do contexto e do

mundo, isso significa ler nas entrelinhas. Para ler nas entrelinhas, preciso ler

varies livros, varias vezes 0que nao entendi. Preciso discutir com 0outro sobre 0

conteudo da leitura, conhecer a ideia de varies autores, interpretar 0 que dizem,

conhecer a interpretacao que outros ja fizeram dessa leitura. Ter rigorosidade

significa ter disciplina para 0 estudo, fazer 0 registro, anotar, analisar, refletir

sobre a ternatica ou a problematica estudada. Significa ter comprometimento e

seriedade com a pesquisa.

Humildade: ter abertura para 0 novo, acreditar que sempre podemos

aprender mais, questionar nossas certezas, ter certeza das nossas incertezas.

Ter humildade significa perceber-se como sujeito inacabado, que tem sempre

algo a aprender com 0 outro. "Humildade e conhecer os proprios limites. Aceitarque sa be algo de modo imperfeito, incompleto, que, a qualquer momento, pode

serquestionado, reformulado e mesmo superado [...]" (ALVES, 2001, p. 64).

Metamorfose: acreditar na transtorrnacao, que nada e , mas esta se tornandoa cada momenta diferente do que era ha um segundo. Acreditar que tanto 0

homem quanto 0 conhecimento nao e algo pronto e acabado. E acreditar no

movimento e na possibilidade da transformacao, Movimento esse que leva 0

acadernico ou professor a ver-se e rever-se a cada momento. Nas palavras de

Raul Seixas

p

esq

u

i

sa

Eu prefiro ser

Essa metamorfose ambulante [ ... ]

Do que ter aquela velha opiniao formada sobre tudo [ ... ]

Eu quero dizer

Agora 0 oposto do que eu disse antes [ ...]

Se hoje eu sou "estrela"

Arnanha ja se apagou

Se hoje eu te odeio

Arnanha Ihe tenho am or

Lhe tenho am or

Lhe tenho horror

Lhe taco amor

Eu sou um ator ...

E o chato chegar

A um objetivo num instante

Eu quero viver

Nessa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opiniao formada sobre tudo [ ... ]

Sobre 0 que e 0 amor ...

Sobre 0 que eu nem sei quem sou [...]

Eu you desdizer

Aquilo tudo que eu Ihe disse antes

Eu prefiro ser

Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opiniao formada sobre tudo [ ... ]

Essa trajetoria torna-se rica em aprendizagens quando temos alguns

parceiros que nos acompanham. 0 professor, como orientador dessa

caminhada, os colegas que conosco entram neste desafio e os teoricos que nos

dao suporte para continuar a caminhada ...

45

Page 46: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 46/82

p

esq

u

i

sa

Essa trajet6ria pode ser seguida com a ajuda de um mapa que nos orienta e

nos conduz ... 0 mapa dessa trajet6ria pode ser representado pelas orientacoes

metodoI6gicas ... Tais orientacoes estao expressas no Tema 4.

Como entender a forma pela qual a pesquisa pode ser organizada ou

sistematizada? Para tal orientacao:

.. 0 texto "Tipos de pesquisa" nos indicara como diversos autores

classificam as diversas formas pelas quais a pesquisa pode ser

organizada, seja pelos objetivos, intencionalidade ou natureza da

pesquisa.

3.3Tipos de pesquisa

Quando desenvolvemos uma pesquisa, muitas vezes, nos questionamos:

Em qual area a minha pesquisa esta situada? Que tipo de pesquisa estoudesenvolvendo? Como posso classificar a minha pesquisa? As respostas a

essas perguntas nos ajudam a nos situarmos no espaco da pesquisa e da

academia.

Fazer uma pesquisa em Ciencias Contabeis, certamente, nao e a mesmacoisa que desenvolver uma pesquisa na Adrninistracao, Educacao, na Medicina

ou na Engenharia. Cada area exige formas e instrumentos especfficos para 0

desenvolvimento de uma pesquisa.

Marconi e Lakatos (2000) tarnbem sentiram a necessidade de compreender

a forma pela qual podemos classificar os diversos ramos de estudo da ciencia,Esses autores tarnbem perceberam que nao ha um consenso entre os autores

que abordam sobre essa ternatica. Frente a isso, Marconi e Lakatos (2000, p.

28) chegaram a seguinte classificacao das ciencias:

FORMAlS

CIENCIAS

FACTUAIS

Esquema 01 - Classificacao das ciencias

46

Page 47: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 47/82

Ap6s situar-se no esquema acima, voce deve questionar-se: Como posso

classificar a minha pesquisa? Ha uma forma de classificar as pesquisas?

Como? Uma das formas que podem ser utilizadas para classificar a pesquisa e:

BibliogrMica Campo Experimental Documental

p

esq

u

i

sa

Tlpos de Pesquisa

te6rica

Nao dispensa a

pesquisa biblioqrafica

Exige que 0 pesquisador

se dirija ao contexto, par

meio de observacao,

entrevista e/ou questionario

Possibi li ta a integra gaoentre a universidade e a

comunidade

Representa 0

exemplo mais

adequado de pesqu isa

cientffica e e 0 que tem

maior prestlqio nos meios

cientfficos

Necessariamente, nao

precisa ser realizada emlaborat6rio

E manipulada e

controlada pelo

pesquisador

"Documentos sao as

fontes de informacao que nao

receberam orqanizacao,

t ratamento analft ico e publicacao

[ ... ]" (SANTOS, 2000, p. 29).

Existem as documentos que ainda

nao receberam qualquer analise

(documentos o ficia is, cartas, filmes,

fotografia .. ) e os documentos que [a

foram analisados (relat6rio de

pesquisa, relat6rios de

empresa ... )

Procura explicar e

responder problemas

dentro de uma dim en s ao

Os livros e os artigos

cientff icos sao ferramentas

basicasOferece facil idade na busca

do material

Nao pode ser feita em

torno de apenas uma

obra

Fluxograma 01 - Tipos de pesquisa

Goncalves (2001) amplia essa classificacao a partir de alguns criterios, 0

quadro a seguir apresenta a classificacao dos tipos de pesquisa segundo

Goncalves (2001, p. 64). Nele, estao contidas as pesquisas segundo osobjetivos, os procedimentos, as fontes de inforrnacao e segundo a natureza dos

dados, como segue:

Tipos de pesquisas Tipos de pesquisas Tipos de pesquisas

Tipos de pesquisas segundo os segundo as fontes de segundo a natureza dos

segundo os objetivos procedimentosde coleta lnformacao dados

.. Experimento

.. Explorat6ria .. Levantamento "Campo

.. Descritiva .. Estudo de Caso .. Laborat6rio .. Quantitativa

.. Experimental .. Biblioqrafica .. Biblioqrafica .. Qualitativa

.. Explicativa .. Documental .. Documental

.. Participativa

Quadro 02 - Tipos de Pesquisa

Para refletir . )

'---- Como voce percebe a pesquisa? _)

De que forma a pesquisa na area em que voce esluda pode

..___ ser desenvolvida?

De que forma voce, como acadernico, pode conlribuir para a_)'-- sua comunidade por meio da pesquisa?

______."..

47

Page 48: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 48/82

p

esq

u

i

sa

Referenc ias

ABBAGNANO, Nicola. Dicionario de Filosofia. 4. ed. Sao Paulo: Martins

Fontes, 2000. 1014p.

ALVES, Claudio. Humildade. In: FAZENDA, Ivani C. A. (Org.). Dicionario em

construcao: interdisciplinaridade. Sao Paulo: Cortez, 2001. p. 61-64.

BORDENAVE, Juan Dfaz; PEREIRA, Adair Martins. Estrategias de ensino-

aprendizagem. 24. ed. Petr6polis, RJ: Vozes. 316p.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia cientifica. 5. ed. Sao

Paulo: Prentice Hall, 2002. 242p.

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionario etimol6gico Nova Fronteira da

lingua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 103p.

DEMO, Pedro. Pesquisa e construcao do conhecimento: metodologia

cientffica no caminho de Habermas. 3. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,

1997. 125p. (Biblioteca tempo universitario: 96).

FACHIN, Odilia. Fundamentos de metodologia. 4. ed. Sao Paulo: Saraiva,

2003.200p.

FRANQA, Junia Lessa et al. Manual para normalizacao de publlcacoes

tecnico-cientificas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996. 196p. (Colecao

APRENDER).

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessaries a pratica

educativa. 28. ed. Sao Paulo: Paz e Terra, 2003. 148p.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. Sao

Paulo: Atlas, 2002. 159p.

GONQALVES, Elisa Pereira. Escolhendo 0 percurso metodol6gico. In:

_=-=-=__ .Conversas sobre iniciacao a pesquisa. Sao Paulo: Alfnea, 2001.

p.63-73.

HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionario Houaiss da lingua

portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2922p.

48

Page 49: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 49/82

KOCHE, Jose Carlos. Fundamentos de metodologia cientifica: teoria da

ciencia e pratica da pesquisa. Petr6polis, RJ: Vozes, 1997. 180p.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construcao do saber. Porto Alegre:

Artes Medicas, 1999. p. 278-279.

MARCONI; Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia

cientifica. 3. ed. Sao Paulo: Atlas, 2000. 289p.

___ . Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos basicos,

pesquisa biblioqrafica, projeto de relat6rio, publicacoes e trabalhos cientfficos.

6. ed. Sao Paulo: Atlas, 2001. 219p.

MELLO, Lucrecia Stringhetta. Pesquisa. In: FAZENDA, Ivani C. A. (Org.).

Dicionario em construcao: interdisciplinaridade. Sao Paulo: Cortez, 2001. p.

132-133.

NOSELLA, Paolo. A pesquisa e a formacao do espirito academico. Saberes,

Jaraqua do Sui, v. 1, n. 1, p. 56-61, jan./abr. 2000.

pADUA, E. M. M. de. Seminario, In: CARVALHO, Maria Cecilia M. de.

Construindo 0 saber. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 1994. p. 137-146.

RANGHETTI, Diva Spezia. Uma logica curricular interdisciplinar para a

formacao de profess ores - a estampa de um design. Sao Paulo: PUC,

2005. 227p. (Tese).

SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia cientifica: a construcao do

conhecimento. 3. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. 144p.

SCHNEIDER, Laino Alberto. A pesquisa como atividade academica. In:

JOHANN, Jorge Renato (Coord.). lntroducao ao rnetodo cientifico:

conteudo e forma do conhecimento. Canoas: ULBRA, 1997. p. 55-67.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. 21. ed.

rev. e ampl. Sao Paulo: Cortez, 2000. 279p.

p

esq

u

i

sa

49

Page 50: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 50/8250

Page 51: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 51/82

Tema4Orqan izacao e sisternat izacao

d o t r a b a lh o acadern ico

Este Tema tem como objetivo possibilitar ao academico:

¢Compreender a importancia e a utilizacao das normas de

orqanizacao e a estruturacao do trabalho acadernico para asistematizacao do estudo e da producao do conhecimento.

Para percorrer uma trajetoria, podemos utilizar um mapa para nos orientar e

nos conduzir... Esse mapa pode ser representado pelas orientacoes

metodoloqicas, ou seja, um conjunto de instrumentos que nos possibilitam trilhar

os caminhos da pesquisa.

Com as orientacoes rnetodoloqicas, organizamos e estruturamos essa

trajetoria, nao como um fim em si mesma, mas como a possibilidade de nos

comunicarmos por meio de uma linguagem comum. Daf a necessidade de

compreendermos a utilizacao das normas de orqanizacao e estruturacao dotrabalho acadernico como um importante elemento para a sistematizacao do

estudo e da producao do conhecimento, nao mais como uma "carnisa de forca",

o texto "Orqanizacao e sistematizacao do trabalho acadernico" nos indicara

as formas que pod emos utilizar para organizar 0 estudo e a apresentacao do

trabalho academico.

Como as normas de apresentacao do trabalho academico sao institufdas

pela Associacao Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT), 0 texto "Apresentacao

do trabalho academico", com a orientacao para a estrutura, dimensoes e

formatacao do trabalho bem como a escrita das citacoes e das referencias,

apresentado nesse modulo, reproduz 0 material divulgado pela ABNT. Como eum material que muda constantemente, ele sera frequentemente atualizado.

4.1 Orqanlzacao e slsternatlzacao da pesquisa

Enquanto processo, acreditamos que a pesquisa nao seja um fim em si

mesma. E preciso considerar que a pesquisa esta atrelada ao ensino e aextensao, dando assim um novo significado para a formacao academica.

Por isso, a acao de pesquisar entendida como 0 movimento questionador,

inquiridor e um processo que desencadeia projetos, contribui para a

reconstrucao do conhecimento e possibilita a reflexao sistematica sobre os

problemas sociais. A pesquisa e , dessa forma, um dos meios que sustenta 0

desenvolvimento de habilidades e a formacao de competencias,

51

Page 52: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 52/82

o

9a

z

a

9ao

e

s

is

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

52

Voce [a ouviu falar na

palavra projeto? Muitas

vezes, falamos em projeto

de vida, ou sobre 0 projetoVamos registrar?

de uma casa .... E sobre 0

projeto de pesquisa, voce[a ouviu falar?

Agora lancaremos um novo

desafio: procure em

diversos livros 0 significado

do termo "Projeto de

Pesquisa".

o que e um projeto de

pesquisa? Que elementos

comp6em um projeto de

pesquisa? Como

sistematizar um projeto d~pesquisa?

Voce deve estar se perguntando: como desenvolver e organizar uma

pesquisa? Como colocar tudo no papel? Um elemento essencial para que a

pesquisa aconteca e 0 planejamento, outro elemento e a sistematizacao, Este

texto tem como intencionalidade ajuda-los a trazer elementos que contribuirao

para a sistematizacao e a formatacao de projetos de pesquisa, relat6rios e

trabalhos academicos,

Voce deve ter percebido que quando falamos em projeto de pesquisa, ha um

certo consenso entre os autores no que se refere ao conceito e a finalidade de

um projeto de pesquisa. Assim, utilizaremos 0 quadro a seguir como referencia

para a orqanizacao de um projeto e relat6rio de pesquisa:

Primeira Reflexao Projeto de Pesquisa Relat6rio de Pesquisa

Qual assunto? 1-TEMA

o que resolver? 2 - PROBLEMA 1 -INTRODUc;Ao

Por que resolver? 3 - JUSTIFICATIVAPara que? 4 - OBJETIVOS

Como? 5 - PROCEDIMENTOS 2 - PROCEDIMENTOS

METODOLOGICOS METODOLOGICOS

6 - FUNDAMENTAc;Ao 3 - FUNDAMENTAc;Ao

TEORICA TEORICA

Quanto? 7 - ORc;AMENTO

Quando? 8-CRONOGRAMA

4 - ANALISE DOS DADOS5 - CONSIDERAc;OES

Onde? REFERENCIAS REFERENCIASANEXOS ANEXOS

Quadro 01 - Elementos de Projeto e Relat6rio de Pesquisa

1Esse quadro foi elaborado a partir do quadro, inicialmente, produzido par Susana Hintz, Leonir Pessate Alves e Veronica Gesser para a

oficina "Elaboracao de Projetos de Pesquisa", desenvolvida no III Congresso de lniciacao Cientffica PROINPES, na UN ERJ, nos dias 22 e 23 de

agosto de 2002.

Page 53: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 53/82

Qual 0 sentido de cada um dos elementos acima indicados? Ao elaborar um

projeto de pesquisa, e preciso ter, inicialmente, uma pergunta que Ihe incomoda

ou uma ternatica a ser pesquisada. Uma pesquisa surge de algo que incomoda

ou instiga 0 pesquisador, tal inquietacao e expressa em forma de uma pergunta

ou problema.

A partir dai, na justificativa, indicam-se os motivos que 0 levaram a fazer tal

pesquisa. Nesse momento, e preciso convencer 0 leitor da irnportancia do

desenvolvimento da pesquisa.

Em um projeto de pesquisa, e preciso ter clara a intencionalidade da

pesquisa, 0 "para que" desenvolver a pesquisa.

A fundarnentacao te6rica e 0 momenta em que 0 pesquisador faz 0

levantamento biblioqrafico e 0 estudo do que outros autores ja pesquisaram e

escreveram sobre 0 tema em questao, "A pesquisa biblioqrafica compreende a

consulta a livros e peri6dicos. Os peri6dicos servem como meio de atualizacao,

uma vez que sao publicados mais rapidamente que os livros." (FACHIN, 2001, p.

126). Podemos dizer que a fundarnentacao te6rica acompanha todo 0 processo

de pesquisa, uma vez que, no primeiro momenta em que surge uma possivel

pergunta a ser investigada, precisa-se comecar a conhecer 0 terreno onde se

esta pisando, fazendo um levantamento biblioqrafico e leitura, ate mesmo para

verificar se tal pesquisa e viavel ou nao, possivel ou nao de ser desenvolvida.

Nos procedimentos metodol6gicos e preciso pensar no caminho a ser

percorrido. E por isso que busca-se responder a pergunta: Como desenvolver 0

projeto de pesquisa? Farei pesquisa biblioqraflca? Quais materiais serao

pesquisados? Farei coleta de dad os? Que instrumentos utilizarei para a coletade dados (entrevista, questionario ....)? ....

Em relacao aos tipos de fontes biblioqraflcas, Gil (2002, p. 44) traz um

esquema elucidativo:

9a

o

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

Livros I

I Obras Literarias I

I ~I---. . Obras de Divulga~ao

,------,

I ~ I Informativa1 LI-R-e-m-is-s-iva-I-a

c

a

d

em

i

c

o

I De referencia

dlclonarlos

anclclopedlas

anuarlos

almanaques

a

b

aI

h

o

I De leitura corrente

I Jornais

I Impressos Diversos

I Revistas I

Esquema 01 - Fontes biblioqraficas

53

Page 54: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 54/82

Tanto no projeto de pesquisa quanto no relatorio e preciso apresentar as

o Referencias, Nesse momento, muitos questionam: Qual a diferenca entre

Referencias ou Referencias Biblioqraficas e Bibliografia?

Nos anexos, constam elementos indispensaveis para a compreensao do

texto, tais como: roteiros de entrevista ou questionario, fichas de observacao ....

E importante ter cuidado porque, muitas vezes, as pessoas se "empolgam" e

tudo vira anexo. Nesse caso, 0 anexo torna-se algo volumoso e acaba

"atrapalhando" mais do que informando. Em muitos casos, e conveniente que

materiais como fotografias e documentos sejam incorporados ao texto. Dessa

forma, 0 material facilita a leitura e compreensao do texto na medida em que 0

leitor nao precisa deslocar 0 seu olhar para 0 final do trabalho, rompendo com a

leitura.

Apes 0 desenvolvimento do projeto de pesquisa, vem 0 momenta do

relatorio de pesquisa. No relatorio, 0 pesquisador escrevera como a pesquisa foi

desenvolvida, tara analise dos dad os coletados e tratara suas proposicoes,

Como 0 processo ja foi vivido, nesse momenta da escrita, os verbos deverao ser

utilizados no tempo passado.

9a

z

a

9ao

e

s

is

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

54

Bibliografia

"A bibliografia difere da lista de

referencias biblicqraficas por se tratar de

um levantamento biblioqrafico sobre 0

tema ou com ele relacionado, incluindo

documentos nao consultados. Tem por

objetivo possibilitar ao leitor condicao

para um aprofundamento maior no

assunto." (FRAN<;:A, 1996, p. 109).

Referencias ou Referencias

Bibliogr<ificas

"E uma relacao dos nomes das

pessoas que escreveram as obras

consultadas para a elaboracao e

estudo do trabalho. E a reunlao de

elementos minuciosamente

descritivos com lndlcacoes precisas

que permitem a ldentlflcacao de

publlcacoes no todo. as elementos

essenciais nas referencias

bibliogr<ificas sao indispensaveis emtodos os trabalhos." (FACHIN, 2001, p.

167).

"Relaciona-se as referencias

blblloqraflcas em llsta propria,

incluindo-se todas as fontes

efetivamente utilizadas para a

elaboracao do trabalho I..]"FRAN<;:A,1996, p. 109).

Como podemos organizar e sistematizar 0estudo realizado durante a

pesquisa bibliogr<ifica?

omo podemos organizar e sistematizar 0estudo realizado durante a pesq;/

bibliogr<ifica?:

Page 55: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 55/82

4.2 Orqanlzacao e registro do estudo

----------17

Faca 0registro do conceito de fichamento

para diversos autores ...

Voce ja ouviu falar em fichamento?

Busque em diversos autores 0

conceito de fichamento, sua

clasalflcacao e forma de orqanlza-lo ....

17"

E importante tomar alguns cuidados durante 0 desenvolvimento da

pesquisa. Um deles e com a orqanizacao e sistematizacao das leituras feitas. 0

fichamento e um dos instrumentos que podemos utilizar para a orqanizacao da

leitura e a sistematizacao das nossas ideias e reflexoes a partir da leitura

realizada.

o fichamento e uma forma de organizar e registrar 0 estudo feito de um livro

ou artigo que possuem informacoes importantes acerca da ternatica estudada.

oregistro

efeito por meio de fichas, nas quais faz-se a referencia da citacao da

ideia do autor, a paqina em que determinada citacao se localiza no livro ou no

artigo e cornentarios sobre a ideia do autor. 0 fichamento e um instrumento

importante na realizacao da pesquisa biblioqrafica, pois possibilita ao leitor

identificar as obras lidas e as ideias centrais do autor assim como os

cornentarios feitos a partir da leitura. E importante trazer indicacoes

biblioqraficas precisas sobre 0 livro estudado (autor, tftulo da obra ..... ) e

transcrever as citacoes conforme as orientacoes da Associacao Brasileira de

Normas Tecnicas (ABNT).

A resenha de livros e outro instrumento que possibilita 0 contato com 0

pensamento de diversos autores. Assim como 0 fichamento, a forma de pensarna orqanizacao e sistematizacao da resenha esta relacionada ao objetivo a que

nos propomos para faze-la. Para Santos (2000, p. 34), " I . . . ] resenhar consiste

em examinar e apresentar 0 conteudo de obras prontas acompanhado ou nao

de avaliacao crftica [...]"

A resenha apresenta-se escrita em forma de texto. Santos (2000, p. 35, grifo

do autor) aponta algumas partes que sao essenciais em uma resenha:

ldentificacao da obra - Fichamento, que inclui: autor, titulo,

imprenta, total de paqinas resenhadas.

Credenciais do autor - Os creditos: Formacao, publ lcacoes,

atividades desenvolvidas na area.

Conteudo - As ideias principais, pormenores importantes,

pressupostos para 0 entendimento do assunto.

Conclus6es - l.ocallzacao (onde se encontram na obra) e

breve expllcacao da conclusao do autor.

Critica - Deterrnlnacao hist6rica e metodol6gica (cientif ica,

jornalistica, didatica) da obra, contribulcoes importantes,

estilo, forma, rneritos, consideracoes etlcas

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

55

Page 56: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 56/82

9a

E importante salientar que 0 autor pontua que a resenha crftica, de modo

geral, e feita por especialistas da area em que a obra foi escrita, uma vez que

para fazer a crftica e preciso ter conhecimento profundo na area.

o resumo e outra forma de organizar 0 estudo de um texto ou livro. "0

resumo do texto e , na realidade, uma sfntese das ideias e nao das palavras do

texto. Nao se trata de uma 'rniniaturizacao' do texto. Resumindo um texto com as

pr6prias palavras, 0 estudante rnantern-se fiel as ideias do autor sintetizado."

(SEVERINO, 2000, p. 130, grifo do autor).

Uma das habilidades do leitor, ao fazero resumo, e serfiel as ideias do autore estabelecer uma sequencia 16gica das ideias em sua escrita. Para fazer 0

resumo, nao basta ler a obra, mas estuda-la na medida em que e preciso

selecionar do texto as ideias principais do autor. Para tanto, e preciso conhecer a

obra e 0 seu autor.

o sernlnarlo e uma tecnica de estudo em que as pessoas se reunern para

estudar um tema ou investigar um problema sob a orientacao do professor. Os

resultados do estudo ou da pesquisa realizada sao socializados, abrindo-se

espaco para 0debate e a reflexao, Qual 0 significado do termo seminario?

o

z

a

9ao

e

s

is

t

e

m

a

t

z

a

9

"0 nome desta tecnica vem da palavra 'semente', 0

que parece indicar que 0 serninario deve ser uma ocasiao de semear

ideias ou de favorecer a sua germinac;:ao. Talvez seja por essa razao que nas

Universidades 0 serninario constitui, em geral, nao uma ocasiao de mera inforrnacao,

mas uma fonte de pesquisa e de procura de novas solucoes para os problemas."

(BORDENAVE; PEREIRA, 2002, p. 171).ao

d

oJuan Diaz Bordenave eAdair Martins Pereira

a

b

aI

h

o

Um dos aspectos considerados importantes no seminario e a pesquisa. No

seminario, 0 estudante e sujeito do processo de aprendizagem. 0que isso quer

dizer? Tanto 0 professor quanto 0 estudante sao responsaveis pelo

desenvolvimento do seminario. Isso nao retira do professor a responsabilidadeem orientar os academicos durante a pesquisa, 0 estudo, a orqanizacao e a

socializacao do serninario.

Qual a finalidade do serninario? Para Bordenave e Pereira (2002, p. 171),

a

c

a

d

em

i

c

o

- dentificar problemas

- examinar seus diversos aspectos

- apresentar informac;:6es pertinentes

- propor pesquisas necessarias para resolver os problemas

- acompanhar 0 progresso das pesquisas

- apresentar os resultados aos demais membros do grupo- receber cornentarios, criticas e sugest6es dos companheiros

e do professor

Podemos destacar alguns passos a serem dados para a orqanizacao do

seminario:

56

Page 57: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 57/82

~ Preparacao: nesse momento, 0 papel do professor e importante para

instigar e desafiar os academicos para a realizacao da pesquisa. Alem disso, eum espaco que 0 professor tem para orientar os acadernicos para a pesquisa,

sinalizando 0 tipo de pesquisa que podera ser desenvolvida. A orqanizacao do

calendario e a orientacao para os materia is a serem pesquisados, tarnbem sao

importantes para que nao se perca a intencionalidade do trabalho.

9a

o

~ Desenvolvimento: esse e um momenta crucial porque, muitas vezes, 0

professor motiva os acadernicos e da as diretrizes iniciais para a pesquisa a ser

desenvolvida, assim como planeja 0 caminho a ser percorrido "pelos"

academicos, Contudo, esse caminho precisa ser trilhado "junto" com os

academicos, Para nao perder 0 envolvimento inicial dos academicos, eimprescindfvel 0 acompanhamento constante do professor uma vez que esse eum espaco para a aprendizagem. Essencialmente, este e um dos espacos para

o estudante aprender a estudar, a organizar-se, a sistematizar a pesquisa

desenvolvida, a fazer 0 registro, a organizar a socializacao .....

z

a

9ao

e

~ Apresentacao do Serninario: cabe ao professor organizar, junto aos

academicos, um roteiro que podera nortear a apresentacao do seminario. Nesse

momento, e importante ter claro: 0 que e essencial? Para a apresentacao eimportante deixar clara a ternatica ou problematica pesquisada, a relevancia

social ou intelectual do tema ou problema, 0 objetivo da pesquisa, como ela foi

desenvolvida (os caminhos percorridos), a fundarnentacao te6rica (autores que

contribufram no desenvolvimento da pesquisa) e as consideracoes (momento

em que os academicos colocam-se frente a pesquisa realizada, analisam,

refletem, propoem tendo em vista a problematica e 0objetivo da pesquisa).

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

• Avaliacao: a avaliacao pode ser realizada pelo professor e pelos

acadernicos a partir de criterios de avaliacao que deverao ser discutidos com 0

grupo no momenta da preparacao do seminario

ao

d

o

a

b

aI

h

o

Para pensar e pesquisar:

Qual a importiincia do registro para voce?

De que forma 0registro da leitura, analise e estudo de um texto ou livro pode contribuir

para a sua aprendizagem?Que outras formas voce poderia utilizar para estudar um texto ou livro?

Vamos pesquisar?

Como organizar e apresentar 0trabalho acadernlco?

Como fazer a apresentacao do registro escrito?

a

c

a

d

em

i

c

o

4.3 Aprasentacao do trabalho acadernlco

57

Page 58: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 58/82

4.3.1 Estrutura, Dimensoes e Formatacao

o

9a

Os textos devem ser apresentados em papel branco, formato A4 (21 cm x

29,7 cm), digitados ou datilografados na cor preta, com excecao das ilustracoes,

a) Tamanho da fonte

Recomenda-se, para diqitacao, a utilizacao de fonte de tamanho 12 (Aria I ou

Times New Roman) para 0 texto e tamanho menor para citacoes de mais de tres

linhas, notas de rodape, paqinacao e legendas das ilustracoes e tabelas'

b) Margens

Margem superior e esquerda: 3 cm.

Margem inferior e direita: 2 cm.

c) Espaco

Todo 0 texto deve ser digitado ou datilografado com espaco duplo. As

citacoes de mais de tres linhas, as notas, as referencias, as legendas das

ilustracoes e tabelas, a natureza do trabalho, 0 objetivo, 0 nome da instituicao a

que e submetida e a area de concentracao devem ser digitados ou

datilografados em espaco simples. As referencias, ao final do trabalho, devem

ser separadas entre si por espaco duplo. Os tftulos das subsecoes devem ser

separados do texto que os precede ou que os sucede pordois espacos duplos.

d) Paqinacao

Todas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto, devem ser contadas

sequencialmente, mas nao numeradas. A nurneracao e contada a partir da

primeira folha da parte textual, em algarismos arabicos, no canto superiordireito

da folha. Nas paqinas em que ha tftulo nao se coloca 0 nurnero, mas elas saocontadas normal mente. Para evidenciar a sistematizacao do conteudo do

trabalho, deve-se adotar a nurneracao progressiva para as secoes do texto. Os

tftulos das secoes primarias, por serem as principais divisoes de um texto,

devem iniciar em folha distinta.

e) Secoes

Secoes sao partes em que se divide 0 texto de um documento, contendo as

materias consideradas afins na exposicao ordenada do assunto. Secoes

primarias: principais divisoes do texto de um documento, denominadas

capftulos. 0 indicativo nurnerico de uma secao precede seu tftulo, alinhado aesquerda por um espaco de caractere. Os tftulos, sem indicativo numerico

errata, agradecimentos, lista de ilustracoes, lista de abreviaturas e siglas, lista

de sfmbolos, resumos, surnario, referencias, qlossario, apendicets), anexo{s) e

fndice{s) devem sercentralizados, conforme a NBR 6024.

f) Alfneas

Quando for necessario enumerar os diversos assuntos de uma secao (itens),

estes podem ser subdivididos em alfneas. As alfneas sao ordenadas

alfabeticamente por letras minusculas, seguidas de parenteses, As alfneas,

exceto a ultima, sao separadas por ponto e vfrgula. 0 trecho ao final da secao

anterior das alfneas, termina em dois pontos. A materia da alfnea corneca por

letra minuscule e termina por ponto e vfrgula. Nos casos em que seguem sub-

alfneas, estas terminam em virqula.Aultirna alfnea termina em ponto.

g) Siglas

Quando aparece pela primeira vez no texto, a forma completa do nome

z

a

9ao

e

s

is

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

"llustracao: desenho, gravura, imagem que acompanha um texto.

Tabela : elemento demonstrativo de sln tese que constitui unidade aut6noma.

58

Page 59: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 59/82

precede a sigla, colocada entre parenteses,

Exemplo: Associacao Brasileira de Normas Tecnicas (ABNT);

h) llustracoes

Qualquer que seja seu tipo (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias,

qraficos, mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros), sua

identificacao aparece na parte inferior, precedida da palavra designativa,seguida de seu nurnero de ordem de ocorrencia no texto, em algarismos

arabicos, do respective tftulo e/ou legenda explicativa de forma breve e clara,

dispensando consulta ao texto, e da fonte. A ilustracao deve ser inserida 0mais

proximo possfvel do trecho a que se refere, conforme 0 projeto qraflco.

9a

o

z

a

9ao

4.3.2 Cita«;ao3

e

Citacao e a rnencao de uma inforrnacao extrafda de outra fonte. Ela se

apresenta de duas formas:Citacao direta: transcricao textual de parte da obra consultada.

Citacao indireta: texto baseado na obra do autor consultado.

s

i

s

t

e

m

a

t

Nas citacoes, as chamadas pelo sobrenome do autor, pel a instituicao

responsavel ou tftulo inclufdo na sentence devem ser em letras maiusculas e

minusculas e, quando estiverem entre parenteses, devem ser apresentadas em

letras maiusculas,

Exemplos:

A ironia seria assim uma forma implfcita de heterogeneidade mostrada,

conforme a classificacao proposta por Authier-Reiriz (1982).

z

a

9

"Apesar das aparencias, a desconstrucao do logocentrismo nao e uma

psicanalise da filosofia [...]" (DERRIDA, 1967, p. 293).

ao

d

o

1. Especificar no texto a(s) paqinats), volume(s), tomo(s) ou secaotoes) da

fonte consultada, nas citacoes diretas. Este(s) deve(m) seguir a data,

separado(s) por vfrgula e precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de

forma abreviada. Nas citacoes indiretas, a indicacao da(s) paqinais)

consultada(s) e opcional.Exemplos:

A producao de litio comeca em Searles Lake, na California, em 1982

(MUMFORD, 1949, p. 513).

a

b

aI

h

o

Meyer parte de uma passagem da cr6nica de "14 de maio", de A Semana:

"Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que 0 Senado votou a

lei, que era regente sancionou [...]" (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583).

a

c

a

d

e

Oliveira e Leonardos (1943, p. 146) dizem que "[... ] relacao da serie Sao Roque

com os granitos porfiroides pequenos e muito clara".

m

2. As citacoes diretas, no texto, de tres linhas, devem estar contidas entre aspas

duplas. As aspas simples sao utilizadas para indicar citacao no interior da

citacao.

i

c

o

3Associacao Brasileira de NorrnasTecnicas(ABNT) NBR 10520 AGO 2002.

59

Page 60: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 60/82

Exemplo:

Barbour (1971, p. 35) descreve: "0 estudo da morfologia dos terrenos [... ] ativos

o [...]"

9 "Nao se mova, faca de conta que esta morta." (CRALAC; BONNIN, 1985, p. 72).a

Segundo Sa (1995, p. 27): "I...] por meio da mesma 'arte de conversacao' que

abrange tao extensa e significativa parte da nossa existencia cotidiana [...]"z

a

9ao

3. As citacoes diretas, no texto, com mais de tres linhas, devem ser destacadas

com recuo de 4cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto

utilizado entre aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se

observar apenas 0 recuo.

Exemplo:

z

a

9

A teleconferencia permite ao indivfduo participar

de um encontro nacional ou regional sem anecessidade de deixar seu locar de origem. Tipos

comuns de teleconferencia incluem 0 uso da

televisao, telefone, e computador. Atraves de

audio-conlerencia, utilizando a companhia local de

telefone, um sinal de audio pode ser emitido em um

salao de qualquer dimensao, (NICHOLS, 1993, p.

181 ).

s

is

t

e

m

a

t

ao

4. Devem ser indicadas as supressoes, interpolacoes, cornentarios, enfase ou

destaques, do seguinte modo:a) supressoes: [...]

b) interpolacoes, acrescirnos ou comentarios: [

enfase ou destaque: grifo ou negrito ou italico.d

o

a

b

aI

h

o

5. Quando se tratar de dados obtidos por inforrnacao verbal (palestras, debates,

cornunicacoes etc.), indicar, entre parenteses, a expressao "informacao

verbal", mencionando-se os dados disponfveis, em nota de rodape,

Exemplo:

Notexto:

o novo medicamento estara disponfvel ate 0 final deste semestre (informacao

verbal)'

a

c

a

d

e

6. Para enfatizar trechos da citacao, deve-se destaca-los indicando esta

alteracao com a expressao "grifo nosso" entre parenteses, ap6s a chamada

da citacao, ou "grifo do autor", caso 0 destaque ja faca parte da obra

consultada.

Exemplos:

" I . . . ] para que nao tenha lunar a producao de degenerados, quer physicos quer

Moraes, miserias, verdadeiras ameacas a sociedade." (SOUTO, 1916, p. 46,grifo nosso).

m

i

c

o

"[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que,

aparecendo 0 classicismo como manifestacao de passado colonial [...]"

(CANDIDO, 1993, v. 2, p. 12, grifo do autor).

4 Notlcia fornecida par JohnA. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Oenefica, em Londres, em outubro de 2001.

60

Page 61: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 61/82

7. Quando a citacao incluir texto traduzido pelo autor, deve-se incluir, ap6s a

chamada da citacao, a expressao "traducao nossa", entre parenteses,

Exemplo:

"Ao faze-lo pode estar envolto em culpa, perversao, 6dio de si mesmo [...] pode

julgar-se pecador e identificar-se com seu pecado." (RAHNER, 1962, v. 4, p.

463, traducao nossa).

9a

o

1) Sistema de Chamada

a) Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es), instituicaotoes) responsaveheis)

estiverem inclu fdos na sentenca, indica-se a data, entre parenteses,

acrescida da(s) paqinats), se a citacao fordireta.

Exemplos:

Em TeatroAberto (1963) relata-se a ernerqencia do teatro absoluto.

z

a

9ao

As cltacoes podem serfeitas de duas formas:

e

Segundo Moraes (1932, p. 32) assinala " I . . . ] a presence de concrecoes de

bauxita no Rio Cricon."

s

i

s

t

e

m

a

t

b) Quando houver coincidencia de sobrenomes de autores, acrescentam-se as

iniciais de seus prenomes. Se ainda assim existir coincidencia, colocam-se

os prenomes porextenso ..

Exemplos:(BARBOSA, C., 1958)

z

a

9

(BARBOSA, Cassie, 1965) ao

(BARBOSA, 0., 1959) (BARBOSA, Celso, 1969)d

oc) As citacoes de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num

mesmo ano, sao distinguidas pelo acrescimo de letras minuscules, em

ordem alfabetica, ap6s a data e sem espacejamento, conforme a lista de

referencias,

Exemplos:

De acordo com Reeside (1927 a)

(REESIDE,1927b)

a

b

aI

h

o

d) As citacoes indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados

em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tern as suas datas

separadas porvfrgula.

Exemplos:

(DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)

CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999,2000)

a

c

a

d

em

e) As citacoes indiretas de diversos documentos de vanes autores,

mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vfrgula,

em ordem alfabetica.

i

c

o

61

Page 62: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 62/82

o

Exemplos: Ela polariza e encaminha, sob a forma de "demanda coletiva", as

necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997).

Diversos autores salientaram a importancia do "acontecimento desencadeador'

no inicio de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986;

MEZIROW,1991).9a

2) Sistema autor-data

a

9ao

a) Pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade responsavel

ate 0 primeiro sinal de pontuacao, seguido(s) da data de publicacao do

documento e da(s) paqinais) da citacao. No caso de citacao direta, as

inforrnacoes sao separadas porvirgula e apresentadas entre parenteses:

Exemplos:

Notexto:

A chamada "pandectfstica havia side a forma particular pela qual 0 direito

romano fora integrado no seculo XIX na Alemanha em particular." (LOPES, 200,

p.225).

e

s

is

t

e

m

a

t

Na lista de referencias:

LOPES, Jose Reinaldo de Lima. 0 Direito na Hlstorla. Sao Paulo: Max

Limonad, 2000.z

a

9Notexto:

Bobbio (1995, p. 30) com muita propriedade nos lembra, ao comentar estasituacao, que os "juristas medievais justificaram formal mente a validade do

direito romano ponderando que este era 0 direito do Imperio Romano que tinha

side reconstituido porCarlos Magno como 0 nome de Sacro Imperio Romano."

ao

d

o Na lista de referencias:

BOBBIO, Norberto. 0 positivismo juridico: licoes de Filosofia do Direito.

Sao Paulo: icone, 1995.

a

b

aI

h

o

Notexto:

De fato, semelhante equacionamento do problema conteria 0 risco de seconsiderar a literatura meramente como uma fonte a mais de conteudos ja

previamente disponiveis, em outros lugares, para a teologia (JOSSUA; METZ,

1976, p. 3).

a

c

a

d

e

Na lista de referencias:

JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura.

Concilium, Petr6polis, v. 115, n. 5, p. 2-5, 1976.

i

c

o

Notexto:

Merriam e Caffarella (1991) observam que a localizacao de recursos tem umpapel crucial no processo de aprendizagem autodirigida.

m

Na lista de referencias:

MERRIAM, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adulthood: a comprehensive

guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991.

62

Page 63: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 63/82

Notexto:

"Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer circunstancia, sem

quaisquer restricoes estatais, pelas moedas dos outros Estados-membros." 0

(COMiSSAo DAS COMUNIDADES EUROPEIAS, 1992, p. 34).

Na lista de referencias:

COMiSsAo DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. A unlao europeia.Luxemburgo: Service das Publicacoes Oficiais das Comunidades Europeias,

1992.

9a

Notexto:

o mecanisme proposto para viabilizaresta concepcao e 0 chamado Contrato de

Gestae, que conduziria a captacao de recursos privados como forma de reduzir

os investimentos publicos no ensino superior (BRASIL, 1995).

z

a

9ao

e

Na lista de referencias:

BRASIL. Ministerio da Administracao Federal e da Reforma do Estado. Planodiretor da reforma do aparelho do Estado. Brasilia, DF, 1995.

s

i

s

t

e

m

a

t

b) Pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade responsavel

ate 0 primeiro sinal de pontuacao, seguido(s) da data de publicacao do

documento e da(s) paqinais) da citacao. No caso de citacao direta, as

inforrnacoes sao separadas porvfrgula e apresentadas entre parenteses:

Exemplo:

Notexto:

"As IES implernentarao mecanismos democraticos, legftimos e transparentes

de avaliacao sistematica das suas atividades, levando em conta seus objetivos

institucionais e seus compromissos para com a sociedade." (ANTEPROJETO ...,

1987, p. 55).

z

a

9

ao

d

o

Na lista de referencias:

ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates, Brasflia, DF, n. 13, p. 51-60, jan.

1987.

c) Se 0 titulo iniciar por artigo (definido ou indefinido) ou se for monossilabico,

devera ser inclu fdo na indicacao da fonte.

Exemplo:

Notexto:

E eles disseram "qlobalizacao", e soubemos que era assim que chamavam a

ordem absurda em que dinheiro e a unica patria a qual se serve e as fronteiras se

diluem, nao pela fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos

sem nacionalidade. (A FLOR. .., 1995, p. 4).

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

eNa lista de referencias:

AFLOR Prometida. Folha de S. Paulo, Sao Paulo, p. 4,2 abr. 1995.

m

Notexto:

"Em Nova Londrina (PR), as criancas sao levadas as lavouras a partir dos 5

anos." (NOS CANAVIAIS ... , 1995,p.12).

i

c

o

63

Page 64: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 64/82

Na lista de referencias:

o NOS CANAVIAIS, mutilacao em vez de lazer e escola. 0 Globo, Rio

deJaneiro, 16 jul. 1995.0 Pais, p. 12.

A exprassao apud ...

A EXPRESsAo apud citado por, conforme, segundo pode, tarnbern, ser

usada no texto.

Exemplos:

Notexto:

Segundo Silva (1983 apudABREU, 1999, p. 3) dizser[ ... ]

"[...]0 vies organicista da burocracia estatal eo antiliberalismo da cultura polftica

de 1937, preservado de modo encapucado na Carta de 1946." (VIANNA, 1986,

p.172apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).

9a

z

a

9ao

e

s

is

t

e

m

a

t

No modele serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), 0 ate de ler envolve um

processamento serial que comeca com uma fixacao ocular sobre 0 texto,

prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear.

4.3.3 Referencias5

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definicoes:

a) autor (es): Pessoa (s) ffsica (s) responsavel (eis) pela criacao doconteudo intelectual ou artfstico de um documento.

b) Autor (es) entidade (es): lnstituicao (oes), orqanizacao (oes), empresa

(s), cornite (s), comissao (oes), evento (s), entre outros, responsavel

(eis) por publicacoes em que nao se distingue autoria pessoal.

c) Capitulo, secao ou parte: Divisao de um documento, numerado ou nao,

d) Documento: qualquer suporte que contenha informacao registrada,

formando uma unidade, que possa servir para consulta, estudo ouprova. Inclui impressos, manuscritos, registros audiovisuais, sonoros,

rnaqneticos e eletronicos, entre outros.

e) Edicao: Todos os exemplares produzidos a partir de um original ou

matriz. Pertencem a mesma edicao de uma obra todas as suas

impressoes, reimpressoes, tiragens etc, produzidas diretamente ou

por outros metodos, sem modificacoes, independentemente do

periodo decorrido desde a primeira publicacao,

f) Editora: casa publicadora, pessoa (s) ou instituicao responsavel pela

producao, editorial. Conforme 0 suporte documental, outras

denorninacoes sao utilizadas: produtora (para imagens em

movimento), gravadora (para registros sonoros), entre outras.

Nota: Nao confundir com desiqnacao do editor, utilizada para indicar 0

responsavel intelectual ou cientffico que atua na reuniao de artigos

64

5 Associacao Brasileira de NormasTecnicas(ABNT) NBR6023 AG02002.

Page 65: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 65/82

g)

para uma revista, jornal etc. ou que coordena ou organiza a

preparacao de coletaneas,

Publicacao peri6dica: Publicacao em qualquer tipo de suporte, editada

em unidades ffsicas sucessivas, com desiqnacoes numericas e/ou

cronol6gicas e destinada a ser continuada indefinidamente.

h) Referencia: conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados

de um documento, que permite sua identificacao individual.

i) Subtftulo: lnforrnacoes apresentadas em seguida ao tftulo, visando

esclarece-lo ou complementa-lo, de acordo com 0 conteudo do

documento.

j) Titulo: palavra, expressao ou frase que designa 0 assunto ou 0

conteudo de um documento.

4.3.3.1 Transcricao dos elementos

Os pad roes indicados nesta Norma para apresentacao dos elementos que

compoern as referencias, aplicam-se a todos os tipos de documentos.

a)Autoria

Para indicacao da forma correta de entrada de nomes, pessoais e/ou de

entidades, deve ser utilizado 0 C6digo de Cataloqacao Anglo-Americano

vigente.

b) Autor pessoal

Indica(m)-se o(s) autor(es), de modo geral, pelo ultimo sobrenome, em

maiusculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes, abreviado(s) ou

nao, Recomenda-se, tanto quanto possivel, 0 mesmo padrao para abreviacao

de nomes e sobrenomes, usados na mesma lista de referencias, Os nomes

devem ser separados por ponto-e-virgula, seguido de espaco.

Exemplos:

ALVES, Roque de Brito. Ciencia criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A .; CHAVES, M. Alegria de saber:

matematica, segunda serie, 2, primeiro grau: livro do professor. Sao Paulo:

Scipione, 1995. 136 p.

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

Quando existirem mais de tres autores, indica-se apenas 0 primeiro, a

acrescentando-se a expressao et al. d

a

c

Exemplo:

URANI, A. et al. Constltulcao de uma matriz de contabilidade social para

o Brasil. Brasilia, DF: IPEA, 1994.

Nota: Em casos especfficos (projeto de pesquisa cientffica, indicacao de

producao cientffica em relat6rios para orqaos de financiamento etc.), nos quais a

rnencao dos nomes for indispensavel para certificar a autoria, e facultado indicar

todos os nomes.

m

i

c

o

65

Page 66: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 66/82

o

Quando houver indicacao explicita de responsabilidade pelo conjunto da

obra, em coletaneas de varies autores, a entrada deve ser feita pelo nome do

responsavel, seguida da abreviacao, no singular, do tipo de participacao

(organizador, compilador, editor, coordenadoretc.), entre parenteses,9a

Exemplos:FERREIRA, Leslie Piccolotto (Org.). 0 fonoaudi61ogo e a escola. Sao

Paulo: Summus, 1991.a

9ao

MARCONDES, E. LIMA, I. N. de (Coord.). Dietas em pediatria clinica. 4. ed.

Sao Paulo: Sarvier, 1993.

e MOORE, W. (Ed.). Construtivismo del movimiento educacional:

soluciones. Cordoba, AR.: [s.n.], 1960.

s

is

t

e

m

a

t

LUJAN, Roger Patron (Comp.). Um presente especial. Traducao Sonia daSilva. 3. ed. Sao Paulo: Aquariana, 1993. 167 p.

c) Autor entidade

As obras de responsabilidade de entidade (orqao governamentais,

empresas, associacoes, congressos, seminaries etc.) tern entrada, de modo

geral, pelo seu proprio nome, por extenso.z

a

9Exemplos:

ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 10520:informacao e docurnentacao: citacoes em documentos: apresentacao, Rio de

Janeiro, 2002.

ao

d

oUNIVERSIDADE DE sAo PAULO. 0 cataloqo de teses da Universidade de

Sao Paulo, 1992. Sao Paulo, 1993.467 p.

CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAQAo,

10., 1979, Curitiba. Anais ... Curitiba: Associacao Bibliotecaria do Parana, 1979.

3v.a

b

aI

h

o

Quando a entidade tem uma denominacao qenerica, seu nome e precedido

pelo nome do orqao superior, ou pelo nome da jurisdicao qeoqrafica a qual

pertence.

a

c

a

d

e

Exemplos:

sAo PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Diretrizes para a

politica ambiental do Estado de Sao Paulo. Sao Paulo, 1993. 35 p.

i

c

o

BRASIL. Ministerio da Justica, Relat6rio de atividades. Brasilia, DF, 1993.28

p.

m

d)Autoria desconhecida

Em caso de autoria desconhecida, a entrada e feita pelo titulo. 0 termo

an6nimo nao deve ser usado em substituicao ao nome do autor desconhecido.

66

Page 67: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 67/82

Exemplo:

DIAGNOSTICO do setor editorial brasileiro. Sao Paulo: Camara Brasileira do

Livro, 1993. 64 p.

4.3.3.2 Titulo e subtitulo

o tftulo e 0 subtftulo (se for usado) devem ser reproduzidos tal como figuram

no documento, separados por dois-pontos.

Exemplos:

PASTRO, Claudio. Arte sacra. Sao Paulo: Loyola, 1993.

PASTRO, Claudio. Arte sacra: espaco sagrado hoje. Sao Paulo: Loyola,

1993.343 p.

Quando nao existir tftulo, deve-se atribuir uma palavra ou frase que

identifique 0 conteudo do documento, entre colchetes.

Exemplo:

SIMPOSIO BRASILEIRO DEAQUICULTURA, 1., 1978, Recife. [Trabalhos

apresentados]. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciencias, 1980. ii,

412 p.

4.3.3.3 Edi«;3o

Quando houver uma indicacao de edicao, esta deve ser transcrita, utilizando-

se abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edicao, am bas na forma

adotada na lingua do documento.

Exemplos:

SCHAUM, Daniel. Schaums outline of theory and problems. 5th ed. New

York: Schaum Publishing, 1956. 204 p.

PEDROSA, Israel. Da cor a cor inexistente. 6. ed. Rio de Janeiro: L.Cristiano, 1995. 219 p.

Indicam-se emendas e acrescimos a edicao, de forma abreviada.

Exemplo:

FRANQA, Junia Lessa et al. Manual para normalizacao de publlcacoes

tecnico-cientificas. 3 ed. rev. e aum. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1996.

4.3.3.4 Local

o nome do local (cidade) de publicacao deve ser indicado tal como figura no

documento.

Exemplo:

ZANI, R. Beleza, saude e bem-estar. Sao Paulo: Saraiva, 1995. 173 p.

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

67

Page 68: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 68/82

o

No caso de hornonimos de cidades, acrescenta-se 0 nome do estado, do

pais etc.

Exemplos:

Vicosa.Al,

Vicosa, MG

Vicosa, RJ9a

Quando houver mais de um local para uma s6 editora, indica-se 0 primeiro ou

o mais destacado.a

9ao

Exemplo:

SWOKOWSKI, E. w .; FLORES, V . R. L. F .; MORENO, M. Q. Calculo de

geometria analitica. Traducao de Alfredo Alves de Faria. Revisao tecnica

Antonio Pertence Junior. 2. ed. Sao Paulo: Makron Books do Brasil, 1994. 2 v.e

Nota: Na obra: Sao Paulo Rio de Janeiro Lisboa Bogota Buenos Aires

Guatemala Mexico New York San Juan Santiago etc.

s

is

t

e

m

a

t

Quando a cidade nao aparece no documento, mas pode ser identificada,

indica-se entre colchetes.

z

a

9

Exemplo:

LAZZARINI NETO, Sylvio. Cria e recria. [Sao Paulo]: SDF Editores, 1994.

108 p.

ao

Nao sendo possivel determinar 0 local, utiliza-se a expressao sine loco,

abreviada, entre colchetes [s.I.]. [s.l.]

d

o

Exemplos:

OS GRANDES classicos das poesias Ifricas. [s.I.]: Ex Libris, 1981.60 f.

KRIEGER, Gustavo; NOVAES, Luis Antonio; FARIA, Tales. Todos os soclos

do presidente. 3. ed. [s.I.]: Scritta, 1992. 195 p.

a

b

aI

h

o

4.3.3.5 Editora

o nome da editora deve ser indicado tal como figura no documento,

abreviando-se os prenomes e suprimindo-se palavras que designam a natureza

juridica ou comercial, desde que sejam dispensaveis para identificacao.

a

c

a

d

e

Exemplos:

DAGHLlAN, Jacob. Logica e algebra de Boole. 4 ed. Sao Paulo: Atlas,

1995.167 p., il . Bibliografia: p. 166-167. ISBN 85-224-1256-1.

i

c

o

Nota Na publicacao: Editora Atlas.

LIMA, M. Tern encontro com Deus: teologia para leigos. Rio de Janeiro: J.Olympio, 1985.

m

Nota Na publicacao: Livraria Jose Olympio Editora.

Quando houver duas editoras, indicam-se ambas, com seus respectivos

locais (cidades). Se as editoras forem tres ou mais, indica-se a primeira ou a que

68

Page 69: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 69/82

estiver em destaque.

Exemplo:

ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; MAlA, Carlos A. (Coord.). Hlstorla da

ciencia: 0 mapa do conhecimento. Rio de Janeiro: Expressao e Cultura; Sao

Paulo: EDUSP, 1995. 968 p. (America 500 anos, 2).

Quando a editora nao puder ser identificada, deve-se indicar a expressao

sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.].

Exemplo:

FRANCO, I. Discursos: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasilia, DF:

[s.n.], 1993. 107 p.

Quando 0 local e 0 editor nao puderem ser identificados na publicacao,

utilizam-se am bas as express6es, abreviadas e entre colchetes [s.l.: S.n.].

Exemplo:

GONQALVES, F. B.Ahlstorla de Mirador. [s.l.: s.n.], 1993.

Quando a editora e a mesma instituicao ou pessoa responsavel pela autoria

e ja tiver side mencionada, nao e indicada.

Exemplos:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIQOSA. Cataloqo de gradua«;ao, 1994-

1995. Vicosa, MG, 1994. 385 p.

RIBEIRO, Antonia Motta de Castro Memoria. AACR2, Anglo-American

Cataloguing Rules, t edition: descricao e pontos de acesso. 2. ed. rev. e

atual. Brasilia, DF, 2001.

4.3.3.6 Data

Adata de publicacao deve ser indicada em algarismos arabicos,

Exemplo:

LEITE, C. B. 0 seculo do desempenho. Sao Paulo: LTr, 1994. 160 p.

Se nenhuma data de publicacao, distribuicao, copirraite, impressao etc.

puder ser determinada, registra-se uma data aproximada entre colchetes,

conforme indicado:

Exemplos:

[1971 ou 1972] um ana ou outro

[1969?] data provavel[1973] data certa, nao indicada no item

[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20 anos

[ca. 1960] data aproximada

[197 -] decada certa

[197 -?] decada provavel

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

69

Page 70: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 70/82

o

[18--] seculo certo

[18--?] seculo provavel

9a

FlORENZANO, Everton. Dicionario de ideias semelhantes. Rio de Janeiro:

Ediouro, [1993]. 383 p.

Em caso de publicacao peri6dica, indicam-se as datas inicial e final do

periodo de edicao, quando se tratar de publicacao encerrada.a

9ao

Exemplo:

DESENVOlVIMENTO & CONJUNTURA. Rio de janeiro: Confederacao

Nacional da Industria, 1957-1968. Mensal.

e

Os meses devem ser indicados de forma abreviada, no idioma original da

publicacao, conforme 0anexoA.

is

t

e

m

a

t

Exemplos:

AlCARDE, J. C.; RODEllA, A. A. 0 equivalente em carbonato de calcic dos

corretivos da acidez dos solos. Scientia Agricola, Piracicaba, v. 53, n. 2/3, p.

204-210, maio/dez. 1996.

BENNETTON, M. J. Terapia ocupacional e reabilidade psicossocial: uma

relacao possivel. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de Sao

Paulo, Sao Paulo, v. 4, n. 3, p. 11-16, mar. 1993.z

a

9

a 4.3.3.7 Descricac fislca

o

d

o

Pode-se registrar 0 nurnero da ultima pagma, folha ou coluna de cada

sequencia, respeitando-se a forma encontrada (Ietras, algarismos romanos e

arabicos),

Exemplos:

lUCCI, E. A. Viver e aprender: estudos sociais, 3: exemplar do professor. 3.

ed. Sao Paulo: Saraiva, 1994. 96,7 p.a

b

aI

h

o

FELIPE, Jorge Franklin Alves. Previdencia social na pratica forense. 4. ed.

Rio de Janeiro: Forense, 1994. viii, 236 p.

JAKUBOVIC, J.; lElLlS, M. Matematica na medida certa, 8. serie: livro do

professor. 2. ed. Sao Paulo: Scipione, 1994. 208, xxi p.c

a

d

e

Quando 0 documento for constitu ido de apenas uma unidade ffsica, ou seja,

um volume, indica-se 0 nurnero total de paqinas ou folhas, seguido da

abreviatura p. ou f.

i

c

o

Nota: A folha e composta de duas paqinas: anverso e verso. Alguns trabalhos,

como teses e dissertacoes, sao impressos apenas no anverso e, neste caso,

indica-se f.

Exemplos:

70

Page 71: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 71/82

PIAGET, Jean. Para onde vai a educacao, 7. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio,

1980.500 p.

TABAK, F. A lei como instrumento de rnudanca social. Fortaleza:

Funda<;:ao

Waldemar Alcantra, 1993. 17 f.9a

o

Nas teses, dissertacoes ou outros trabalhos acadernicos devem ser

indicados em nota 0 tipo de documento (tese, dissertacao, trabalho de

conclusao de curso etc.), 0 grau, a vinculacao academica, 0 local e data da

defesa, mencionada na folha de aprovacao (se houver).

z

a

9ao

Exemplos:

MORGADO, M. L. C. Reimplante dentarlo, 1990. 51 f. Trabalho de

Conclusao de Curso (Especializacaoj-Faculdade de Odontologia,

universidade Camilo Castelo Branco, Sao Paulo, 1990.

e

ARAUJO, U. A. M. Mascara inteiricas Tukuna: possibilidades de estudo de

artefatos de museu para 0 conhecimento do universe ind fgena. 1985. 102 f.

Dissertacao (Mestrado em Ciencias Sociaisj-Fundacao Escola de Sociologia

e Polftica de Sao Paulo, Sao Paulo, 1986.

s

i

s

t

e

m

a

t

ALENTEJO, Eduardo. Cataloqacao de postais. 1999. Trabalho apresentado

como requisito parcial para aprovacao na Disciplina Cataloqacao III, Escola

de Biblioteconomia, Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

z

a

9

4.3.3.8Abreviatura dos meses (Portugues) ao

janeiro jan.

fevereiro fey.

marco mar.

abril abr.

maio maio

junho jun.

julho jul.

agosto ago.

setembro set.

outubro out.

novembro nov.

dezembro dez.

d

o

4.3.4 Regras gerais de apresantacao

a

b

aI

h

o

As referencias sao alinhadas somente a margem esquerda do texto e de

forma a se identificar individual mente cada documento, em espaco simples e

separadas entre si, por espaco duplo. Quando aparecerem em notas de rodape,

serao alinhadas, a partir da segunda linha da mesma referencia, Observer-se-a

o espaco abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar 0

expoente e nao havera espaco entre elas.

a

c

a

d

em

Modelos de referencias

i

c

o

4.3.4.1 Monografia no todo

71

Page 72: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 72/82

o

Inclui livro e/ou folheto (manual, guia, cataloqo, enciclopedia, dicionario etc.)

e trabalhos acadernicos (teses, dissertacoes, entre outros).

Os elementos essenciais sao: autor (es), tftulo, edicao, local, editora e

data de publicacao,9a

Exemplo:GOMES, L. G. F . F . Novela e Sociedade no Brasil. Niter6i: EdUFF, 1998.

z

a9 4.3.4.2 Monografia no todo em meio eletronico

ao As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para os documentos

monoqraficos no todo, acrescidas das informacoes relativas a descricao ffsica

do meio eletronico.

s

is

t

e

m

a

t

Exemplo:

KOOGAN, Andre; HOUAISS, Antonio (Ed.). Enciclopedia e dicionario

digital 98. Direcao geral de Andre Koogan Breikmam. Sao Paulo: Delta:

Estadao, 1998.5 CD-ROM.

Quando se tratar de obras consultadas on line, tarnbem sao essen cia is as

informacoes sobre 0 endereco eletronico, apresentado entre os sinais < >,

precedido da expressao Disponfvel em: a data de acesso ao documento,

precedida da expressao Acesso em:, opcionalmente acrescida dos dados

referentes a hera, minutos e segundos.

z

a

9

ao

Nota: Nao se recomenda referenciar material eletronico de curta duracao nas

redes.

d

o

Exemplo:

ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.I.]: Virtual Books, 2000. Diponfvel em:

<http://www.terra.com.br/virtualbooks/freebook/porULport2/navionegreiro.htm>

. Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30.

a

b

aI

h

o

4.3.4.3 Parte de Monografia

Os elementos essenciais sao: autor (es), tftulo da parte, seguidos da

expressao "In:", e da referencia completa da monografia no todo. No final da

referencia, deve-se informar a paqinacao ou outra forma de individualizar a parte

referenciada.c

a

d

e

Exemplos:

ROMANO, Giovanni. Imagens da Juventude na era moderna. In: LEVI, G.;

SCHMIDT, J. (Org.). Hlstorla dos jovens 2. Sao Paulo: Companhia das

Letras, 1996. p. 7-16.

m

i

c

o SANTOS, F. R. dos. A colonizacao da terra do Tucujus, In:__ . Hlstorla do

Arnapa, 1° grau. 2. ed. Macapa: Valcan, 1994. cap. 3.

Quando necessario, acrescentam-se elementos complementares a

referencia para melhor identificar 0documento.

72

Page 73: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 73/82

Exemplos:

ROMANO, Giovanni. Imagens da Juventude na era moderna. In: LEVI, G.;

SCHMIDT, J. (Org.). Hlstorla dos jovens 2: a epoca contemporanea, Sao

Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 7-16.

SANTOS, F. R. dos. A colonizacao da terra do Tucujus, In:__ . Hlstorla doArnapa, 10 grau. 2. ed. Macapa: Valcan, 1994. cap. 3, p. 15-24.

4.3.4.4 Parte de monografia em meio eletronlco

As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para partes de

monografias, de acordo com 0 item que fala sobre a parte de monografia,

acrescidas das inforrnacoes relativas a descricao ffsica do meio eletr6nico

(disquete, CD-ROM, on line etc.).

Exemplos:

MORFOLOGIA dos artropodes, In: ENCICLOPEDIA multimfdia dos seres

vivo. [S.I.]: Planeta DeAgostini, c1998. CD-ROM 9.

POLiTICA. In: DICIONARIO da Ifngua portuguesa. Lisboa: Priberam

Informatica, 1998. Disponfvel em: <http://www.priberam.pUdIDLPO>. Acesso

em: 8 mar. 1999.

sA o PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Tratados e

orqanizacoes ambientais em materia de meio ambiente. In:__ .Entendendo 0 meio ambiente. Sao Paulo, 1999. v. 1. Dispon fvel em:

<http://www.bdt.org.br/sma/entendendo/atual.htm>. Acesso em: 8 mar. 1999.

4.3.4.5 Publlcacao periodica

Inclui a colecao como um todo, fascfculo ou nurnero de revista, nurnero de

jornal, caderno etc. na fntegra, e a materia existente em um nurnero, volume ou

fascfculo de periodico (artigos cientificos de revistas, editoriais, rnaterias

jornal fsticas, secoes, reportagens etc.).

• Publlcacao periodica como um todo

Os elementos essen cia is sao: titulo, local de publicacao, datas de infcio e de

encerramento da publicacao, se houver.

Exemplo:

REVISTABRASILEIRADE GEOGRAFIA. Rio de Janeiro: IBGE, 1939-

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

e• Partes de revista, boletim etc. m

i

Inclui volume, fascfculo, nurneros especiais e suplementos, entre outros, c

sem titulo proprio. 0

Os elementos essen cia is sao: titulo da publicacao, local de publicacao,

editora, numeracao do ana e/ou volume, nurneracao do fascfculo, inforrnacoes

de perfodos e datas de sua publicacao,

73

Page 74: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 74/82

o

Exemplo:

DINHEIRO. Sao Paulo: Ed. Tres, n. 148,28 jun. 2000.

9a

• Artigo e/ou materia de revista, boletim etc.

Inclui partes de publicacoes periodicas (volumes, fascfculos, nurnerosespeciais e suplementos, com tftulo proprio), cornunicacoes, editorial,

entrevistas, recensoes, reportagens, resenhas e outros.a

9ao

Os elementos essen cia is sao: autor(es), tftulo da parte, artigo ou materia,

tftulo da publicacao, local da publicacao, nurneracao correspondente ao volume

e/ou ano, fascfculo ou nurnero, paqinacao inicial e final, quando se tratar de

artigo ou materia, data ou intervalo de publicacao e particularidades que

identificam a parte (se houver).e

s

is

t

e

m

a

t

Exemplos:AS 500 maiores empresas do Brasil. Conjuntura Economica, Rio de

Janeiro, v. 38, n. 9, set. 1984. Edicao especial.

MAo-DE-OBRA e previdencia, Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicilios, Rio de Janeiro; v. 7, 1983. Suplemento.

z

a

9

COSTA, V . R. A margem da lei. Em Pauta, Rio de Janeiro, n. 12, p. 131-148,

1998.

• Artigo e/ou materia de revista, boletim etc. em meio eletronicoao As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para artigo e/ou

materia de revista, boletim, etc., acrescidas das inforrnacoes relativas adescricao ffsica do meio eletr6nico (disquetes, CR-ROM, on line etc.).

o

Exemplos:

VIEIRA, Cassie Leite; LOPES, Marcelo. A queda do cometa. Neo Interativa,

Rio de Janeiro, n. 2, inverno 1994. 1 CR-ROM.

b

aI

h

o

SILVA, M. M. L. Crimes da era digital. .Net, Rio de Janeiro, nov. 1998. SecaoPonto de Vista. Disponfvel em:

<http://www.brazilnet.com.br/contexts/brasilrevistas.htm>. Acesso em: 28 nov.

1998.

RIBEIRO, P. S. G. Adocao a brasileira: uma analise sociojurfdica. Dataveni@,

Sao Paulo, ana 3, n. 18, ago. 1998. Dispon fvel em:

<http://www.datavenia.inf.br/frame.artig.html>. Acesso em: 10 set. 1998.

a

c

a

d

eWINDOWS 98: 0 melhor caminho para atualizacao, PC World, Sao Paulo, n.

75, set. 1998. Disponfvel em: <http://www.idg.com.br/abre.htm>. Acesso em:10 set. 1998.

m

i

c

o• Artigo e/ou materia de jornal

Inclui cornunicacoes, editorial, entrevistas, recensoes, reportagens,

resenhas e outros.

74

Page 75: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 75/82

Os elementos essenciais sao: autor(es) (se houver), tftulo, tftulo do jornal,

local de publicacao, data de publicacao, secao, caderno ou parte do jornal e a

paqinacao correspondente. Quando nao houver secao, caderno ou parte, a

paqinacao do artigo ou materia precede a data.

Exemplos:COSTURA x P.U.R. Aldus, Sao Paulo, ana 1, n. 1, nov. 1997. Encarte tecnico,

p.8.

NAVES, P. Lagos andinos dao banho de beleza. Folha de S. Paulo, Sao

Paulo, 28 jun. 1999. Folha Turismo, Caderno 8, p. 13.

LEAL, L. N. MP fiscaliza com autonomia total. Jornal do Brasil, Rio de

Janeiro, p. 3, 25 abr. 1999.

• Artigo e/ou materia de jornal eletronico

As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para artigo e/ou

materia de jornal, acrescidas das inforrnacoes relativas a descricao ffsica do

meio eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).

Exemplos:

SILVIA, Ives Gandra da. Pena de morte para 0 nascituro. 0 Estado de S.

Paulo, Sao Paulo, 19 set. 1998. Disponfvel em:

<http://www.providafamilia.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 19

set. 1998.

4.3.4.6 Evento como um todo em meio eletronlco

As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para evento como

um todo, acrescidas das inforrnacoes relativas a descricao ffsica do meio

eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).

Exemplos:

CONGRESSO DE INICIAQAo CIENTiFICA DA UFPe, 4., 1996, Recife.Anais eletronicos ... Recife: UFPe, 1996. Disponfvel em:

<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm>. Acesso em: 21 jan. 1997.

4.3.4.7 Trabalho apresentado em evento

Inclui trabalhos apresentados em evento (parte do evento).

Elementos essenciais

Os elementos essen cia is sao: autor(es), tftulo do trabalho apresentado,

seguido da expressao In:, nome do evento, nurneracao do evento (se houver),

ana e local (cidade) de realizacao, tftulo do documento (anais, atas, t6pico

ternatico etc.), local, editora, data de publicacao e paqina inicial e final da parte

referenciada.

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

75

Page 76: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 76/82

Exemplos:

BRAYNER, A . R . A .; MEDEIROS, C. B. lncorporacao do tempo em SGBD

o orientado a objetos. In: SIMPOSIO BRASILEIRO DE BANCO DE DADOS, 9.,

1994, Sao Paulo. Anais ... Sao Paulo: USP, 1994. p. 16-29.

9a

4.3.4.8 Trabalho apresentado em evento em meio eletronlco

z

a

9ao

As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para trabalhos

apresentados em evento, acrescidas das informacoes relativas a descricao

ffsica do meio eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).

e

Exemplos:

GUNCHO, M. R. A educacao a distancia e a biblioteca universitaria. In:

SEMINARIO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS, 10., 1998, Fortaleza.

Anais ... Fortaleza: Tec Treina, 1998. 1 CD-ROM.

is

t

e

m

a

t

SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedag6gicos do paradigma da

qualidade total na educacao, In: CONGRESSO DE INICIAQAo CIENTiFICA

DA UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletronicos ... Recife: UFPe, 1996.

Disponivel em: <http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/ce04.htm>.

Acesso em: 21 jan. 1997.

z

a

9

4.3.4.9 Documento juridico

Inclui leqislacao, jurisprudencia (decisoes judiciais) e doutrina (interpretacaoados textos legais).o

d 4.3.4.10 Legisla«;aoo

a

b

aI

h

o

Compreende a Constituicao, as emendas constitucionais e os textos legais

infraconstitucionais (lei complementar e ordinaria, medida provis6ria, decreto

em todas as suas formas, resolucao do Senado Federal) e normas emanadas

das entidades publicas e privadas (ato normativo, portaria, resolucao, ordem de

service, instrucao normativa, comunicado, aviso, circular, decisaoadministrativa, entre outros).

a

c

a

d

e

Os elementos essenciais sao: jurisdicao (ou cabecalho da entidade, no caso

de se tratar de normas), titulo, nurneracao, data e dados da publicacao, No caso

de Constituicoes e suas emendas, entre 0 nome da jurisdicao e 0 titulo,

acrescenta-se a palavra Constituicao, seguida do ana de prornulqacao, entre

parenteses,

i

c

o

Exemplos:

sAo PAULO (Estado). Decreto n° 42.822, de 20 de janeiro de 1998. Lex:coletanea de leqislacao e jurisprudencia, Sao Paulo, v. 62, n. 3, p. 217-220,

1998.

m

BRASIL. Medida Provis6ria n° 1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diario

Oficial [da] Republica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasilia, DF,

14 dez. 1997. Secao 1, p. 29514.

76

Page 77: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 77/82

BRASI L. Decreto-Iei n° 5.452, de 1 de maio de 1943. Lex: coletanea de

leqislacao: edicao federal, Sao Paulo, v. 7, 1943. Suplemento.

BRASIL. C6digo Civil. 46. ed. Sao Paulo: Saraiva, 1995.

BRASIL. Constituicao (1998). Emenda constitucional n° 9, de 9 de novembro

de 1995. Lex: leqislacao federal e marginalia, Sao Paulo, v. 59, p. 1966,

out.ldez. 1995.

4.3.4.11 Documento juridico em meio eletronlco

o

9a

z

a

9ao

As referencias devem obedecer aos pad roes indicados para documento

jurfdico, acrescidas das informacoes relativas a descricao ffsica do meio e

eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).

Exemplos:

LEGISLAQAo brasileira: normas jurfdicas federais, bibliografia brasileira de

Direito. 7. ed. Brasilia, DF: Senado Federal, 1999. 1 CD-ROM. Inclui resumos

padronizados das normas jurfdicas editadas entre janeiro de 1946 e agosto de

1999, assim como textos integrais de diversas normas.

BRASI L. Lei n° 9.887, de 7 de dezembro de 1999. Altera a leqislacao

tributaria federal. Diario Oficial [da] Republica Federativa do Brasil,

Brasflia, DF, 8 dez. 1999. Disponfvel em:

<http://www.in.gov.br/mp_leis/leis_texto.asp?ld=LEI%209887>. Acesso em:

22 dez. 1999.

4.3.4.12Imagem em movimento

Inclui filmes, videocassetes, DVD, entre outros. Os elementos essen cia is

sao: titulo, diretor, produtor, local, produtora, data e especificacao do suporte em

unidades ffsicas.

Exemplo:

OS PERIGOS do uso de t6xicos. Producao de Jorge Ramos de Andrade. Sao

Paulo: CERAVI, 1983. 1 videocassete.dez. 1999.

4.3.4.13 Documento lconoqraflco

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

Inclui pintura, gravura, ilustracao, fotografia, desenho tecnico, diapositivo, a

diafilme, material estereoqrafico, transparencia, cartaz entre outros. d

Elementos essenciais

Os elementos essenciais sao: autor, titulo (quando nao existir, deve-se

atribuir uma denominacao ou a indicacao Sem titulo, entre colchetes), data e

especificacao do suporte.

Exemplo:

KOBAYASHI, K. Doenca dos xavantes. 1980. 1fotografia.

m

i

c

o

77

Page 78: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 78/82

4.3.4.14 Documento lconoqraflco em meio eletronico

o

9a

As referencias devem obedecer aos padroes indicados para 0 documento

iconoqraflco, acrescidas das informacoes relativas a descricao ffsica do meio

eletr6nico (disquetes, CD-ROM, on line etc.).

z

a

9ao

Exemplos:

VASO. TIFF. 1999. Altura: 1083 pixels. Largura: 827 pixels. 300 dpi. 32 BIT

CMYK. 3.5 Mb. Formato TIFF bitmap. Compactado. Disponfvel em:

<C:\Carol\vASO.TIFF>. Acesso em: 28 out. 1999.

e

GEDDES, Anne. Geddes 135.jpg. 2000. Altura: 432 pixels. Largura: 376

pixels. 51 Kb. Formato JPEG. 1 disquete, 5 y" pol.

s

is

t

e

m

a 4.3.4.15 Documento cartoqratlcot

ESTAQAo da Cia. Paulista com locomotiva eletrica e linhas de bitola larga. 1

fotografia, p&b. In: LOPES, Eduardo Luiz Veiga. Memoria fotoqrafica deAraraquara. Araraquara: Prefeitura do Municipio de Araraquara, 1999. 1

CD-ROM.

z Inclui atlas, globo, fotografia aerea entre outros. As referencias devem

a obedecer aos padroes indicados para outros tipos de documentos, quando

9 necessario,

a Elementos essenciaiso

d

o

Os elementos essenciais sao: autor(es), titulo, local, editora, data de

publicacao, desiqnacao especffica e escala.

Exemplos:

ATLAS Mirador Internacional. Rio de Janeiro: Enciclopedia Britanica do Brasil,

1981. 1 atlas. Escalas variam.b

aI

h

o

INSTITUTO GEOGRAFICO E CARTOGRAFICO (Sao Paulo, SP). Regioesde governo do Estado de Sao Paulo. Sao Paulo, 1994. 1 atlas. Escala

1:2.000.

BRASI L e parte da America do SuI. Sao Paulo: Michalany, 1981. 1 mapa.

Escala 1:600.000a

c

a

d

e 4.3.4.16 Documento son oro

m

i

c

o

Inclui disco, CD (compact disc), cassete, rolo, entre outros.Os elementos essen cia is sao: compositor(es) ou interpreters), titulo,

local, gravadora (ou equivalente), data e especificacao do suporte.

Exemplo:

ALCIONE. Duro e cobre. Sao Paulo: RCA Victor, p1988. 1disco sonoro.

78

Page 79: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 79/82

Quando necessano, acrescentam-se elementos complementares a

referencia para melhor identificar 0documento.

Exemplos:

ALCIONE. Duro e cobre. Direcao artfstica: Miguel Propschi. Sao Paulo: RCA

Victor, p1988. 1 disco sonoro (45 min), 33 1/3 rpm, estereo., 12 pol.

4.3.4.17 Documento son oro em parte

Inclui partes e faixas de documentos sonoros.

Os elementos essen cia is sao: compositor( es), interpreters) da parte (ou faixa

de qravacao), tftulo, seguidos da expressao In:, e da referencia do documento

sonoro no todo. No final da referencia, deve-se informar a faixa ou outra forma de

individualizar a parte referenciada.

Exemplos:

COSTA, S.; SILVA, A. Jura secreta. lnterprete: Simone. In: SIMONE. Face a

face. [s.I]: Emi-Odeon Brasil, p 1977. 1 CD. Faixa 7.

GINO, A. Toque macio. lnterprete: Alcione. In: ALCIONE. Duro e cobre. Sao

Paulo: RCA Victor, p 1988. 1 disco sonoro. Lado A, faixa 1.

4.3.4.18 Documento de acesso exclusivo em meio eletronlco

Inclui bases de dados, listas de discussao, BBS (site), arquivos em disco

rfgido, programas, conjuntos de programas e mensagens eletronicas entre

outros.

Os elementos essen cia is sao: autor(es), tftulo do service ou produto, versao

(se houver) e descricao ffsica do meio eletronico.

Nota: No caso de arquivos eletronicos, acrescentar a respectiva extensao adenominacao atribu fda ao arquivo.

Exemplos:

MICROSOFT Projectfor Windows 95. Version 4.1. [S.I.]: MicrosoftCorporation, 1995. 1 CD-ROM.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA. Biblioteca Central. Normas.doc.

Curitiba, 1998. 5 disquetes.

ALLIE'S play house. Palo Alto, CA.: MPC/Opcode Interactive, 1993. 1 CD-

ROM.

ACAROS no Estado de Sao Paulo. In: FUNDAQAo TROPICAL DE

PESQUISAS E TECNOLOGIA "ANDRE TOSELLO". Base de DadosTropical. 1985. Disponfvel em: <http://www.bdtJat.org.br/acaro/sp/>. Acesso

em: 30 maio 2002.

Quando necessario, acrescentam-se elementos complementares areferencia para melhor identificar 0documento.

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

79

Page 80: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 80/82

o

Exemplos:

MICROSOFT Project for Windows 95: project planning software. Version 4.1.

[S.I.]: Microsoft Corporation, 1995. 1 CD-ROM.

9a ALLIE'S play house. Palo Alto, CA.: MPC/Opcode Interactive, 1993. 1 CD-

ROM. Windows 3.1.

z

a

9ao

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA. Biblioteca Central. Normas.doc:

normas para apresentacao de trabalhos. Curitiba, 1998. 5 disquetes, 3 Y z pol.Word for Windows 7.0.

e

AVES do Arnapa: banco de dados. Disponfvel em:

<http://www.bdt.org/bdt/avifauna/aves>. Acesso em: 30 maio 2002.

BIONLINE Discussion List. List maintained by the Bases de Dados Tropical,

BDT in Brasil. Disponfvel em: [email protected], Acesso em: 25 nov. 1998.

s

is

t

e

m

a

t

GALERIA virtual de arte do Vale do Parafba. Sao Jose dos Campos:

Fundacao Cultural Cassiano Ricardo, 1998. Apresenta reproducoes virtuais

de obras de artistas plasticos do Vale do Parafba. Disponfvel em:

<http://www.virtualvale.com.br/galeria>. Acesso em: 27 nov. 1998.

z

a

9

ALMEIDA, M. P. S. Fichas para MARC [mensagem pessoal]. Mensagem

recebida por <[email protected]> em 12 jan. 2002.

ao

Nota: As mensagens que circulam por intermedio do correia eletr6nico devemser referenciadas somente quando nao se dispuser de nenhuma outra fonte

para abordar 0 assunto em discussao, Mensagens trocadas por e-mail tern

carater informal, interpessoal e etemero, e desaparecem rapidamente, nao

sendo recornendavel seu uso como fonte cientffica ou tecnica de pesquisa.o

4.3.4.19 Entrevistas

a

b

aI

h

o

Ao referenciar entrevistas, faz-se a descricao ffsica de acordo com 0 suporte

adotado. A entrada para a entrevista e dada pelo nome do entrevistado. Quandoo entrevistador tem maior destaque, seu nome e 0 primeiro a ser mencionado.

Exemplo:

MELLO, Evaldo Cabral de. a passado no presente. Veja, Sao Paulo, n. 1528,

p. 9-11, 4 set. 1998. Entrevista concedida a Joao Gabriel de Lima.a

c

a

d

em

i

c

o

80

Page 81: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 81/82

Referenc ias

ABBAGNANO, Nicola. Dicionario de Filosofia. 4. ed. Sao Paulo: Martins

Fontes, 2000. 1014p.

ALVES, Claudio. Humildade. In: FAZENDA, Ivani C. A. (Org.). Dicionario emconstrucao: interdisciplinaridade. Sao Paulo: Cortez, 2001. p. 61-64.

ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 6023:

informacao e docurnentacao: referencias: elaboracao, Rio de Janeiro, 2002.

ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 14724:

informacao e docurnentacao: trabalhos academicos: apresentacao, Rio de

Janeiro, 2002.

ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 10520:informacao e docurnentacao: citacoes em documentos: apresentacao, Rio de

Janeiro, 2002.

ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 6024:

informacao e docurnentacao: nurneracao progressiva das secoes de um

documento escrito: apresentacao, Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAQAo BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 6027:

informacao e docurnentacao: sumario: apresentacao, Rio de Janeiro, 2003.

BORDENAVE, Juan Diaz; PEREIRA, Adair Martins. Estrategias de ensino-

aprendizagem. 24. ed. Petr6polis, RJ: Vozes. 316p.

CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia cientifica. 5. ed. Sao

Paulo: Prentice Hall, 2002. 242p.

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionario etimol6gico Nova Fronteira da

lingua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 103p.

DEMO, Pedro. Pesquisa e construcao do conhecimento: metodologia

cientffica no caminho de Habermas. 3. ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,

1997. 125p. (Biblioteca tempo universitario: 96).

FACHIN, Odilia. Fundamentos de metodologia. 4. ed. Sao Paulo: Saraiva,

2003.200p.

o

9a

z

a

9ao

e

s

i

s

t

e

m

a

t

z

a

9

ao

d

o

a

b

aI

h

o

a

c

a

d

em

i

c

o

81

Page 82: Livro Metodologia Completo

8/3/2019 Livro Metodologia Completo

http://slidepdf.com/reader/full/livro-metodologia-completo 82/82

FRANQA, Junia Lessa et al. Manual para normalizacao de publlcacoes

o tecnico-cientificas. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996. 196p. (Colecao

APRENDER).

9a FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessaries a pratica

educativa. 28. ed. Sao Paulo: Paz e Terra, 2003. 148p.

z

a

9ao

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. Sao

Paulo: Atlas, 2002. 159p.

e

GONQALVES, Elisa Pereira. Escolhendo 0 percurso metodol6gico. In:

_-:-::--=::- __ . Conversas sobre iniciacao a pesquisa. Sao Paulo: Alfnea, 2001.

p.63-73.

HOUAISS, Antonio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionario Houaiss da lingua

portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 2922p.

s

is

t

e

m

a

t

KOCHE, Jose Carlos. Fundamentos de metodologia cientifica: teoria da

ciencia e pratica da pesquisa. Petr6polis, RJ: Vozes, 1997. 180p.

LAVILLE, Christian; DIONNE, Jean. A construcao do saber. Porto Alegre:

Artes Medicas, 1999. p. 278-279.

z

a

9

MARCONI; Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia

cientifica. 3. ed. Sao Paulo: Atlas, 2000. 289p.

ao

___ . Metodologia do trabalho cientifico: procedimentos basicos,

pesquisa biblioqrafica, projeto de relat6rio, publicacoes e trabalhos cientfficos.

6. ed. Sao Paulo: Atlas, 2001. 219p.d

oMELLO, Lucrecia Stringhetta. Pesquisa. In: FAZENDA, Ivani C. A. (Org.).

Dicionario em construcao: interdisciplinaridade. Sao Paulo: Cortez, 2001. p.

132-133.a

b

aI

h

o

NOSELLA, Paolo. A pesquisa e a formacao do espirito academico. Saberes,

Jaraqua do Sui, v. 1, n. 1, p. 56-61, jan./abr. 2000.

pADUA, E. M. M. de. Seminario, In: CARVALHO, Maria Cecilia M. de.

Construindo 0 saber. 4. ed. Campinas, SP: Papirus, 1994. p. 137-146.

a