LOBBY ISRAELENSE NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Charles Leopoldino Marcolino1
Resumo
Ao longo dos anos é notória a relação sempre estreita entre os Estados Unidos da
América e Israel, sendo aquele o estado que mais auxilia financeiramente, militarmente e
diplomaticamente este. (MEARSHEIMER; WALT, 2008). Nem com todos as atitudes de Israel
contra os palestinos na faixa de Gaza ou na Cisjordânia fez com que, os Estados Unidos se
pronunciassem de maneira firme a respeito, ou liderassem uma missão para o território
palestino como fizera em outros países. Segundo Walt/2008, durante a primeira intifada
(revolta palestina contra Israel), o exército israelense matou entre 2700 a 5000 palestinos, a
maioria deles desarmados, além de estupros coletivos e expulsões, mesmo assim os Estados
Unidos vetou 32 resoluções contra Israel desde a década de 1980.
Não havia até então pronunciamento norte americano sobre o fato; mas o que faz Israel
e Estados Unidos estarem ligados e aparentemente em total sintonia em tantos aspectos ao
passar dos anos, não só no caso palestino, ao longo da história não há menção de países tão
distantes e tão próximos em questões políticas e militares, estaria tudo remetido ao lobby
israelense na política americana como citam Mearsheimer e Stephen M. Walt em seu livro
com o mesmo título?
É mister saber que, com a eleição de Barack Obama, e as novas atitudes do primeiro
ministro de Israel, e uma nova classe de israelenses que ganha força nos Estados Unidos é
possível que essa relação estremeça ou mude ao passar dos anos.
Esse artigo procura elucidar os fatos internos e externos que aproximou os dois países nas
últimas décadas e se os acontecimentos recentes podem provocar um afastamento político e
ideológico entre as duas nações.
Palavras – Chave: Estados Unidos – Israel – Política – Sintonia – lobby
1 Discente Relações Internacionais – Faculdade ASCES – E-mail: [email protected]
Apresentação
Os ideais norte-americanos de liberdade e sua política pró democracia de livre mercado
ditam uma tendência em todos os lugares do mundo, suas intervenções contra os
denominados rogue – states (estados tidos como ditatoriais e terroristas) fazem também parte
de sua política externa, e comumente é possível verificar entre a comunidade internacional
pedidos de intervenção norte-americana em países que passam por crises interna.
Mas é com o estado de Israel que os Estados Unidos têm tido uma relação mais estreita
ao passar dos anos, em seu livro The Israel Lobby and U.S Foreign Policy os autores
John J. Mearsheimer e Stephen M. Walt analisam, baseando-se em dados empíricos, essa
relação, como ela se processa dentro do estado norte-americano e reflete em sua política
externa, principalmente no Oriente Médio; para ambos a posição norte-americana se dá
através do forte lobby israelense que existe por parte de grupos influentes política e
economicamente dentro do país.
Para o cientista político Wagner Pralon Mancusso,2007 apud Machado 2013:
...o termo lobby comporta o bem e o mal. Para a mídia, lobby é sempre corrupção. Já os lobistas querem que a definição diferencie lobby de corrupção. Na minha visão de acadêmico, trata-se de uma expressão neutra, que significa defesa de interesse perante o tomador de decisão. Para o teórico, muitos profissionais da intermediação de interesses praticam corrupção e tráfico de influência em suas diversas aplicações, como a fraude de concorrência. Mesmo assim, o lobby lícito, cuja base é muita informação, é uma parte muito grande, pois sua credibilidade é importantíssima. Há uma força que o impele a prestar informações precisas, por mais que parciais, que mostrem seu ponto de vista.
Brasil, Estados Unidos e União Europeia, encaram de forma distinta o tema, enquanto
no Brasil não há uma definição oficial de lobista, nos EUA lobista é o indivíduo empregado ou
contratado por um cliente para fazer contato de lobby, tem seu registro feito no Senado ou na
Câmara de Deputados; já na União Europeia não há definição consensual , embora existam
agências de lobistas autônomos registrados no próprio site da UE recebem cartões para ter
acesso ao Parlamento Europeu para trabalhos de lobby. (MACHADO, 2013)
Não há, segundo Mearsheimer e Walt razão alguma que explique a força dessa
aliança, que gera custos aos norte-americanos financeiros e de ataques terroristas de
extremistas prejudicando os interesses do país. Embora tenha recebido várias críticas de
pensadores como Dershowitz (2006) e Goldber (2007) tem como maior mérito trazer o debate
da influência ou não de Israel para os estudos de Relações Internacionais e Política Externa.
(RESENDE, 2010)
A política norte-americana influencia muitos acontecimentos e comportamentos em
outras partes do mundo, segundo os autores o lobby israelense dita como se comporta a
política e alguns políticos americanos em relação a Israel. Israel é o estado que mais recebe
aportes econômicos dos Estados Unidos, e isso repassado em uma única parcela, enquanto
que na maioria dos países esses valores são divididos em até quatro vezes, além desse valor
o estado israelense ainda recebe ajuda financeira para desenvolver sua área militar e de
pesquisa, no campo diplomático não há posicionamento americano e fim de estabelecer
missões de paz para a região de conflito entre Israel e Palestina, e mesmo com as atrocidades
israelenses registradas contra civis palestinos, os Estados Unidos desde 1982 já vetaram
mais de 30 resoluções do Conselho de Segurança da ONU contra o estado de Israel.
(MEARSHEIMER; WALT,2008)
Conforme Mearsheimer (2008) soldados de Israel torturaram vários palestinos, durante
a primeira Intifada (NOTA), estima-se que mais de 20.000 crianças precisaram de tratamento
médico devido a ferimentos provocados por cassetetes. Já na segunda Intifada a resposta
israelense foi tão violenta que seu exército foi denominado de máquina de matar de eficiência
chocante. Israel já matou o equivalente a 3 palestinos para cada israelense, a maioria desses
palestinos civis. Esses e outros fatos relacionados a Israel foram documentados por várias
organizações de direitos humanos e de observação, e mesmo com respostas duras e
desproporcionais não se viu um pronunciamento norte-americano contra esses eventos.
Para Mast (2014) a relação entre Israel e EUA tem sido contestada por vários autores,
creem eles que Israel é um ponto estratégico para lidar com um campo hostil trazendo
segurança e benefícios que ultrapassam os custos políticos. No entanto Mearsheimer e Walt
contestam esse argumento dizendo que isso não existem e denotam 3 razoes para isso: a
presença de Israel no oriente médio na época de influência soviética levou extremistas para
Moscou o que era contrário ao interesse americano, a tendência de ver o oriente médio pela
ótica da guerra fria impossibilitou progresso a paz no conflito Israel palestina, o suporte
americano levou a um clima de hostilidade pelos árabes para os EUA.
De acordo com Zvi apud Mast (2014) embora essa aproximação tenha sido um fator
estratégico durante a guerra fria, desde os anos 1990 não há nenhum fator significante que
explique essa aliança. Israel é um parceiro estratégico em alguns casos, mas nada justifica
um apoio ilimitado por parte dos EUA não podendo explicar esse apoio em um único fator
isolado. O argumento utilizado é de que é a efetividade do lobby no congresso embora tenha
poucos impactos nas decisões do presidente.
Já Bard apud Mast (2014) constatou em uma análise de 782 decisões políticas nos anos
de 1945 a 1984 que o lobby israelense alcançou seus objetivos em 60% das vezes. Entretanto
em casos onde o presidente apoiou o lobby esse número chegou a 95%, constatando que a
assertiva de que o lobby possui mais influência sobre o congresso, e menos influência sobre
o executivo principalmente nas questões de segurança e diplomacia. No entanto conforme
destaca Bard, está limitado ao ano de 1984, exatamente quando o lobby passou a ficar mais
forte e evidente
Para Mearsheimer lobby é a coalizão de indivíduos e organizações para moldar a
política externa norte-americana pró-Israel, é composto por judeus norte-americanos que não
medem esforços para modificar a política externa dos Estados Unidos. As propostas vão muito
além de votar em candidatos, são baseadas também em contribuições financeiras e cartas
abertas de apoio. No entanto, nem todos os judeus que vivem no país fazem lobby pró-Israel,
no ano de 2004, trinta e seis por cento dos judeus estabelecidos no país se declaram não
emocionalmente ligados a Israel, e tendem a serem abertos com o diálogo com os palestinos,
no entanto os extremistas possuem uma maior organização e voz ativa dentro do país.
Esse poder obtido pelos extremistas é devido a capacidade de se adaptar e jogar o jogo
político, dentro do Congresso dos Estados Unidos, o estado de Israel quase não recebe
críticas. Há vários sionistas cristãos dentro da política norte-americana, como Dick Armey que
em pronunciamento alegou: “Minha prioridade número 1 na política externa é proteger Israel”.
Nota-se assim a influência que possui essa questão, já que geralmente a principal função de
uma política externa é proteger seu próprio país. (MEARSHEIMER, 2008)
A influência ou não do lobby israelense nas decisões políticas dos Estados Unidos está
presente nos debates acadêmicos frequentemente, para Chomsky; Achcar apud Pinto (2013),
estabelecer que o lobby realmente possui todo esse poder dentro do Estados Unidos é falácia,
que contribui para uma imagem distorcida tanto de Israel, tanto dos norte-americanos, levante
até a um antissemitismo. Segundo Chomsky a classe política norte-americana se relaciona
com esse dilema em ordem de receber apoio político e dinheiro.
Antes da Guerra dos Seis dias em 1967, Israel enxergavam Israel como um país que se
colocava em rota de colisão a relação estadunidense com outros estados do mundo, é a partir
dessa guerra que o foco e objetivo dos dois países muda, pois os Estados Unidos passam a
ver em Israel uma peça importante no Oriente Médio ao bloquear, na visão norte-americana,
a expansão do radicalismo. (FELDBERG, apud PINTO, 2013)
O fator ideológico e religioso não está afastado dessa relação, embora as questões
políticas são as molas mestras que a regem.
Segundo Walt os fatores estratégicos que condicionam as decisões políticas dos dois países
são:
Israel ajudou o país na Guerra Fria ao derrotar países pró URSS;
Depois da Guerra Fria Israel passa a ser ator estratégico no Oriente combatendo
inimigos em comum como terrorismo dos considerados Rogue States.
Para Chomsky tais argumentos não precedem por vários motivos entre eles: os gastos
econômicos, militares e diplomáticos dos norte-americanos aumentaram, gerando mais
inimigos na região por apoiar Israel, o que dificulta ainda mais a aproximação com os outros
estados daquela região, Israel em muitas situações vai de encontro com as propostas dos
Estados Unidos como por exemplo ao conter avanço de assentamentos na área ou
compartilhando tecnologia militar norte-americana com países não próximos aos ideias deste.
Mearsheimer e Walt apud Pinto, (2013) elencam argumentos que confrontam as ideias de
Chomsky e que procuram demonstrar como ocorre a relação entre os dois países, para os
autores Israel não é um estado com grande poderio na região e está cercado por inimigos,
Israel assim como os Estados Unidos é um país considerado democrático, os judeus por terem
sofrido no passado, mereceriam atenção especial de outros país principalmente dos norte-
americanos.
A maior crítica de Resende (2010) é que todos esses argumentos tratam a questão
interesses do Estado como imutáveis e estáveis, deixando as forças sociais as margens desse
debate. Para a autora a influência do neorrealismo de Waltz adotam uma visão utilitarista da
ação política simplificando por demasia as análises da realidade. Para Wendt (1987,1999)
apud Resende (2010), não se pode examinar as propriedades das capacidades de cada
estado e determinar essa estrutura como pré-definida, para em seguida afirmar que essa
estrutura constrange o comportamento dos Estados, mas mostrar como as estruturas não só
constrangem os agentes além de construir suas identidades e interesses. Sendo assim
Mearsheimer e Walt continuam com uma abordagem totalmente racionalista, positivista e
materialista procurando explicar as questões da política externa como reação
comportamental.
Outro pondo a se analisar na obra dos autores é a falta de explicação quanto ao definir
o interesse nacional, abordado tanto pelos autores, tanto por aqueles que o criticam como
algo exógeno, quando na realidade é algo socialmente construído, não obstante questões
como Estado, lobby, identidade e preferência também são analisados fora das práticas sociais
que lhes dão vida no discurso, não dando importância em observar que a realidade é
construída de discursos usados para naturalizar e criar o senso comum, deixando de fazer
uma análise mais completa enviesando o debate e distorcendo a realidade, onde o agente –
lobby – tem agencia sobrea a estrutura – política externa. (RESENDE, 2010)
Logo, segundo Resende (2010) os autores falham ao deixar de fora de sua análise as
condições favoráveis aos discursos dominantes da Direita Crista que legitimam o apoio a
Israel, tornando tal discurso um senso comum entre a maior parte da população. Sendo assim
o apoio público a aliança Israel x EUA é resultado da força da ideologia protestante no debate
público, do que o poder de influência do lobby descrito pelos autores.
Não só Chomsky e o professor criticam as ideias de Mearsheimer e Walt, para
Resende (2010) argumenta que a aliança estadunidense-israelense e os índices de aceitação
dessa aliança ocorrem devido a ideologia evangélico-protestante junto ao público e os
formuladores de política externa do país. Resende passa por uma análise discursiva sobre
diversos textos vinculados para o que a autora denomina Direita Cristã para descrever a
ideologia praticada no discurso que naturaliza as opções de política externa do país,
principalmente no tocante a relação com o estado de Israel, considerado o povo escolhido por
Deus, se identificando com a Direita Cristã que existe nos EUA.
No entanto essas premissas podem ser contestadas após uma análise que se
contrapõe aos pensamentos de Mearsheimer e Walt, se os Estados Unidos apoiassem o elo
mais fraco apoiariam a Palestina, pois o poderio militar israelense desde antes da ajuda norte-
americana é superior a este, a democracia existente em Israel tem pontos a serem analisados
ao não considerar palestinos como cidadãos com a mesmas igualdades dos judeus, e fatores
diferentes da democracia estadunidense uma vez que enquanto em uma as pessoas de
qualquer religião ou etnia devem ser tratadas de forma semelhante, em Israel existe a
etnocracia, onde apenas judeus possuem cidadania plena (BRIEGER, 2011,)
Ainda para Chomsky apud Pinto, (2013) foi criada uma ideologia em volta da relação
entre os dois países (poderio israelense e forte apoio norte-americano) transformando esse
mito de poder israelense é uma forma de autodefesa. Dessa forma essa ideologia funciona
tanto para os Estados Unidos que se afastaria da figura de intervencionista na região, e coloca
a culpa no lobby israelense em si, não se afastando dos norte-americanos que nesse caso
continuam de uma forma ou de outra, apoiados pelos dois países.
O lobby possui estratégias dentro dos Estados Unidos como grande influência em
Washington pressionando tanto o Congresso como o Executivo, onde também possui
membros que fazem parte de comunidades judaicas dentro do país, ou associações que
destinam grandes doações para as campanhas eleitorais. A AIPAC (The American Israel
Public Affair Committee) é uma dessas associações que pode trabalhar pró ou contra um
candidato dependendo de seu posicionamento frente aos assuntos de interesse de Israel. Na
mídia também é possível ver a influência do lobby lapidando as informações vindas do oriente
médio evitando um questionamento das ações israelenses, pois a mídia, os think tanks
(organizações privadas que financiam e apoiam pesquisas) e a academia influenciariam a
opinião pública.
A força que possui a AIPAC vem de sua imensa capacidade para recompensar
legisladores e candidatos ao Congresso que apoiam suas demandas, e para punir aqueles
que vão de encontro ao seu interesse. O dinheiro é fundamental para eleições e a AIPAC
garante ao seu aliado apoio financeiro dos comitês de ação política pró-Israel. Candidatos
vistos como hostis a Israel, se tornaram adversários da agencia. Não obstante doações a
AIPAC organiza campanhas para escrever cartas de apoio e incentiva editores de jornais para
apoiar candidatos pró-Israel. É comum para os membros do Congresso e seus funcionários a
procurarem a AIPAC quando querem obter informações sobre determinado tema, em outros
casos a agencia redige discursos, dá aconselhamentos busca patrocinadores e votos. A
relação Israel é tamanha que segundo palavras do ex primeiro ministro Ariel Sharon ao ser
indagado como ajudar o país, pronunciou-se dizendo que quem quisesse ajudar, poderia
ajudar a AIPAC nos Estados Unidos. (MEARSHEIMER, 2008)
Os Estados Unidos possuem várias agencias que fomentam as pesquisas acadêmicas,
dentre essas agencias algumas delas possuem ligação estritamente direta com o lobby
israelense. O JINSA (NOTA) criada nos anos 1970 busca afirmar a importância do estado
israelense para a política externa norte-americana no Oriente Médio. A AIPAC que possui
mais de cem mil membros trabalha com lobby dentro do congresso e do poder executivo nos
Estados Unidos. A presença dessas instituições remonta de tempos antigos vindo desde os
anos do sionismo e a formação do estado de Israel já então influenciando vários setores do
governo. (MARINHO, 2011)
Conforme afirmam Mearsheimer e Walt a AIPAC afirma que Israel é o principal aliado
dos Estado Unidos contra o terrorismo, enquanto a JINSA que a essa parceria é vital para a
segurança global. Israel possui amplo apoio norte-americano não só por causa da questão do
holocausto, mas porque auxiliam a manter a pax americana (NOTE) na região (KRAMER apud
MARINHO, 2011)
Para Marinho, (2011) não podemos considerar o lobby israelense diferente de qualquer
outro que opera dentro dos Estados Unidos, não sendo considerados também algo
conspiratório. De acordo com o entendimento de quem o faz estão praticando uma atividade
legal como qualquer outro grupo de interesse, no entanto de uma forma mais eficiente,
diferente.
O lobby pró Israel não influencia apenas o Legislativo, mas também o Executivo, devido
as volumosas doações que fazem durante as eleições, segundo o jornal norte-americano
Washington Post, aproximadamente 60% das doações são oriundas dos judeus, além de
possuírem muita influência em estados chave como Califórnia, Flórida Illinois e Nova York.
O lobby não compartilha da opinião que é necessária uma análise imparcial do conflito
com os árabes, e procuram dentro do poder executivo ter pessoa com laços estreitos com a
causa israelense, esse caminho pró-Israel também é notado nos editoriais dos jornais que
são fortemente pró-Israel, assim como as revistas que procuram defender.
(MEARSHEIMER,2008)
O lobby é visto também como uma força por trás da guerra no Iraque, almejando uma
reorganização do Oriente Médio para dar mais poderes a Israel naquela região, assim
Nos campos universitários o lobby tem encontrado certa dificuldade para colocar o debate pró
Israel em pauta, por causa da liberdade acadêmica, embora tenham ocorrido episódios onde
palestrantes israelenses ou outros grupos como o Conselho Judeu de Assuntos Públicos
coordenaram grupos de discussão nas universidades e a AIPC aumentou seus gastos de
monitoramento de atividades universitárias e treinamento de jovens pró-Israel.
A guerra ao Iraque foi movida por neoconservadores americanos em sua maior parte
com laços estreitos com Israel e apoiados por estes, tendo as organizações judaicas
defendendo o então presidente Bush em sua cruzada. Mesmo com o apoio e ânsia em invadir
o Iraque, com o discurso da necessidade de livrar a região de Saddam Hussein, a comunidade
judaica americana menos favorável ao lobby foi contra a guerra. Durante a administração
Clinton os neoconservadores já queriam a invasão ao Iraque, não obtendo apoio necessário
para tal, porém o 11/09 foi o acontecimento que precisaram para declarar a guerra ao terror.
Em 2003 um executivo da AIPAC anunciou a aprovação do uso da força no Iraque pelo
congresso como um bem-sucedido lobby. (MAST,2014)
Após a guerra do Iraque, líderes israelenses começaram a incentivar o governo Bush
para uma intervenção na Síria, conforme entrevista de Ariel Sharon a jornais israelenses
alegando que tinham uma lista de questões a tratar com a Síria e que isso deveria ser feito
através dos EUA, na mesma época o jornal Washington Post, veiculou matéria relatando que
Israel alimentava uma campanha contra a Síria, repassando relatórios de inteligência
israelense para os norte-americanos.
Sendo assim a administração Bush estava indecisa quanto a uma posição mais firme
quanto a Síria uma vez que o país tinha repassado informações importantes sobre a rede Al
Qaeda, e o regime de Assad não era visto como uma ameaça aos EUA.
Porém o lobby possui ampla articulação no meio político, conseguindo promover através
do discurso os pontos positivos de Israel e pressionar os poderes executivo e legislativo,
controlando o que será debatido, evitando assim que um debate mais limpo e profundo
levasse a comunidade estadunidense a pensar em uma política diferente. A AIPAC não só
financia os think tanks, e influenciando o debate acadêmico e a propositura dos discursos,
mas financia as campanhas de deputados e senadores que apoiam a causa israelense, e
encoraja editores de jornais a apoiar determinados candidatos. (MARINHO, 2011)
No início da primavera árabe políticos norte-americanos julgaram a política externa do
presidente Obama como como confusa, sem direção ou inconsistente, mas para seus
assessores mais próximos essas decisões faziam sentido pois estavam relacionadas em
balancear a estratégia política e objetivos norte americana no oriente médio para uma versão
mais branda do suporte dos valores americanos naquela região, a primavera pode ser
considerada um grande teste para a administração do presidente Obama em conseguir
balancear valores liberais e objetivos quanto a luta do povo egípcio pela liberdade e o real
interesse em manter estabilidade econômica e política de um de seus maiores aliados no
mundo árabe. (MAST,2014)
Ainda segundo Mast (2014) no início não houve maiores preocupações de Israel quanto
a primavera árabe mas ganhou proporções de importância e pessimismo ao longo do tempo,
pois os israelenses temiam que os protestos trouxessem maior instabilidade e encorajasse
forças sócio politicas emergirem contra Israel e seus aliados.
A reação de Israel a primavera árabe é política, entende que ameaça as relações
diplomáticas de Israel com países moderados como Egito e Jordânia, pois considera o mundo
árabe hostil a Israel, aumentando a possibilidade do radicalismo palestino, aumento da
pressão norte americana em conter ameaça nuclear iraniana, possibilidade de surgir novos
governos árabes independentes da pressão política dos EUA. Assim Israel mantem a
necessidade de possuir uma força defensiva cada vez mais poderosa para conter uma
possível ameaça árabe. Desse modo Israel manteve suas alianças com Jordânia e Egito
enquanto se afastou da Síria, não só pela histórica hostilidade pelo regime de Bashar al
Assad, mas por que conforme pontua o autor Israel sempre esteve mais interessa em manter
seu status quo na região do que ajudar a mudanças democráticas. (MAST,2014)
Enquanto isso no Congresso norte-americano a AIPAC trabalhava dentro do congresso
pressionando-o para apoiar decisões pró Israel, o presidente Obama pegou todos de surpresa
ao decidir suspender a ajuda ao Egito, mesmo sem consultar o Congresso, no entanto essa
suspensão atingiu apenas algumas áreas de ajuda, sendo mais uma decisão simbólica.
(MAST,2014)
Para Mast (2014) o Iran tem perseguido expandir sua tecnologia nuclear desde 1957
tendo inclusive recebido suplemento de uranio enriquecido pelos EUA até a quebra de laços
diplomáticos em 1979 por causa da revolução islâmica, o programa nuclear iraniano ficou
suspenso temporariamente e em 1985 com auxílio de cientistas do Paquistão retomaram os
estudos. Mesmo com sanções econômicas por causa do EUA, a preocupação internacional
com a questão nuclear no Iran é bem recente.
Com uma política externa diferente o presidente Obama adotou medidas que não
impactassem de forma direta nos cidadãos iraniana, tomando medidas relacionadas aos
setores de energia que causaram um impacto significativo na economia daquele país,
evidenciando mais uma vez seu perfil de tratar as questões de política externa de uma forma
mais multilateral. Por essa razão os israelenses se sentem desconfortáveis com esse
posicionamento norte-americano na região e veem uma ameaça a relação EUA x Israel.
A demanda solicitada pela AIPAC é que o Iran interrompa seu programa nuclear e que
os EUA sejam os condutores dessa ação; mandando recados ao governo norte-americano
como: América deve evitar que Iran consiga alcançar a capacidade de produzir armas
nucleares, um estado iraniano armado nuclearmente é uma ameaça para israel. (MAST,2014)
Assim, a AIPAC pressiona o congresso dos EUA para fazer o que é necessário para
prevenir que o estado do Iran se arme, Benjamin Netanyahu se frustrou com a aproximação
da comunidade internacional com o Iran e responsabiliza a fraca política externa norte-
americana por isso. (MAST,2014)
No entanto as ideias não são unanimes e causam debates em pensadores, em recente
declaração Noam Chomsky abordou sua percepção sobre o assunto afirmando que a tese de
Mearsheimer e Walt não é convincente, já que para ele as políticas do Estados Unidos para
o Oriente Médio são semelhantes as outras partes do mundo, alega ainda que as empresas
de energia, armas e petróleo tem um interesse muito maior na região, fazem doações
superiores e não permitiriam ter um papel secundário frente ao lobby israelense, o que coloca
a tese de Mearsheimer e Walt em cheque.
Segundo Chomsky; Achcar (2007) apud Pinto (2013) os intelectuais liberais norte-
americanos são tão influentes quanto a AIPAC, e a classe política norte-americana está
disposta a apoiar qualquer tipo de declaração desde que lhes seja concedido dinheiro para
suas campanhas e votos. Ainda para os autores, embora o lobby seja parte importante na
política dos EUA, não se pode atribuir tamanha influência nas decisões tomadas pelo país, o
que possibilitaria um aumento antissemita influenciado por esse discurso.
O lobby foi criado por volta dos anos 1960, pouco após a Guerra Fria, motivado por
várias mudanças ocorridas no sistema internacional, os pensadores liberais que influenciaram
a criação desse lobby estão hoje presentes no governo influenciando suas decisões. Antes
da Guerra dos Seis Dias, Israel não era visto como aliado, mas como um obstáculo no
relacionamento dos EUA com outros países árabes, é após a guerra que é visto em Israel um
ponto estratégico no Oriente Médio, podendo desempenhar um importante papel na
contenção do radicalismo. (PINTO, 2013)
Assim, logo após a Guerra dos Seis Dias, com a vitória de Israel, os intelectuais liberais
do país passaram de críticos de à sionistas fervorosos, mostrando como cita Resende (2010)
que o fator ideológico está também enraizado no governo. Essas questões políticas muitas
das vezes utilizam desse discurso para receber apoio de grupos judaico-cristãos. (CHOMSKY;
ACHCAR apud PINTO, 2010)
O mito do poder israelense cumpre uma função ideológica: exonera os Estados Unidos de toda
a responsabilidade [de ficar com a reputação de país inimigo, que intervém, imperialista e
agressor]. E é perfeito para os sauditas em particular, porque assim podem recorrer a essa
explicação: “Temos que lutar contra os judeus e sua perversa influência em Washington, e tentar
ganhar a nossos amigos norte-americanos. E temos aliados nos Estados Unidos, aos quais
temos de prestar apoio”. Com tal argumento, não se pode culpá-los de estar estreitamente
ligados aos Estados Unidos, já que competem contra os israelenses por lograr o favor dos
Estados Unidos. (ACHCAR; CHOMSKY, 2007, p. 94, apud PINTO, 2010)
No entanto, há intelectuais árabes que entendem que os EUA são a verdadeira
ameaça ao Oriente Médio, pois usam Israel visando seus interesses nacionais,
utilizando uma expressão dos autores de que pensar em Israel conduzindo os EUA, é
a mesma coisa que pensar que “o rabo é quem move o cachorro”. Assim, os EUA
fazem com que Israel pareça o verdadeiro inimigo da região, atraindo a atenção para
algo que é secundário, fazendo com que não se perceba seus verdadeiros interesses.
(CHOMSKY; ACHCAR apud PNTO, 2010)
Em resposta ao comentários de Chomsky o historiador israelense Dr. Ilan Pappe da
Universidade de Haifa contra argumenta essas afirmações dizendo que as políticas norte
americanas para o Oriente Médio e para o resto do mundo são as mesmas, pois segundo o
professor após a morte de Kenedy as políticas mudaram no oriente médio e permaneceram
as mesmas no resto do mundo e que o mesmo da pouca importância para a AIPAC, afirma
ainda que tal postura não é uma política típica americana, e necessita sim de uma análise
detalhada dos fatos.
Como visto a questão desperta discussões e as opiniões sobre o assunto não são
unânimes, há indagações sobre até quando o lobby israelense, entre controvérsias de assunto
ou não, manterá sua influência na política externa norte americana, principalmente a voltada
para o Oriente Médio. Tal política influencia negativamente Israel, uma vez que os países
vizinhos podem se ver em nítida desvantagem frente a estreita relação israelense com os
norte-americanos, procurando se unir e isolar o estado israelense e também os Estados
Unidos tornando o Oriente Médio, local onde conforme o próprio país existem vários rogue –
states a desafiar a política norte-americana, seja com enriquecimento de urânio ou a simples
não colaboração estratégica e de informações.
Para Mearsheimer e Walt, (2006) essa situação prejudica as ações norte-americanas
pois aumenta os perigos do terrorismo até mesmo entre os aliados europeus dos EUA, o lobby
também contribui para que o conflito palestino continue latente, dando forças para extremistas
e seus simpatizantes e a propagação islâmica radical pelo mundo. Indo além a campanha do
lobby poderia fazer com que EUA tivessem que atacar Síria e Iran pela mudança de regime
nesses países.
Embora o Lobby continue sendo uma força poderosa, os efeitos adversos de sua
influência são cada vez mais difíceis de esconder. O debate aberto exporá os limites do
argumento estratégico e moral em favor do apoio americano unilateral e poderia levar os
Estados Unidos a uma posição mais coerente com seus interesses nacionais, com os
interesses de outros Estados da região e também com os interesses de longo prazo de Israel.
(Mearsheimer e Walt/2008).
Com as recentes descobertas de membros da AIPAC repassando informações sobre
os EUA para Israel os autores perguntam se essa relação pode ser rompida, também para
que a imagem norte-americana seja refeita no mundo árabe e islâmico. Há razões para os
líderes americanos se distanciaram da política do lobby e adotar uma nova abordagem para
o oriente médio, como usar do poder americano para estabelecer a paz entre israelenses e
palestinos, ajudaria a o combate ao extremismo e promoção da democracia no oriente médio.
No entanto essa guiada de direção seria difícil uma vez que não há oponentes para o lobby
israelense e políticos americanos ainda são dependentes de suas doações e sofrem pressão
de outras formas. (MEARSHEIMER & WALT, 2006)
Para Mearsheimer e Walt, (2006) essa situação prejudica as ações norte-americanas
pois aumenta os perigos do terrorismo até mesmo entre os aliados europeus dos EUA, o
lobby também contribui para que o conflito palestino continue latente, dando forças para
extremistas e seus simpatizantes e a propagação islâmica radical pelo mundo. Indo além a
campanha do lobby poderia fazer com que EUA tivessem que atacar Síria e Iran pela
mudança de regime nesses países.
Não obstante o lobby faz com que os EUA sejam vistos como um fator que facilita a
expansão israelense e o faz complacente com os crimes contra palestinos, fazendo o discurso
americano de promover a democracia e sia pressão para que sejam respeitados os direitos
humanos perderem força. O esforço para limitar a proliferação nuclear aparenta hipocrisia
devido ao arsenal de seu aliado Israel. (MEARSHEIMER & WALT, 2006)
Conforme Mearsheimer e Walt, (2006) O congresso americano se mostra incapaz para
debater esses assuntos, paralisando a expansão democrática a ser proposta, por outro lado,
essa dependência norte-americana causa problemas para Israel, pois o país deixa de tomar
decisões favoráveis a seu país, como o acordo de Oslo que não deu certo, e que poderia não
só ter poupado vida de israelenses, mas diminuindo o número de rebeldes palestinos.
Há a necessidade de uma ampla discussão sobre o assunto no país o que guiaria os
EUA para uma posição mais coerente com seu interesse nacional e o interesse de outros
países no oriente médio. (MEARSHEIMER & WALT, 2006)
Essa discussão já pode ser sentida dentro do país influenciada pelas recentes atitudes
do atual primeiro ministro de Israel Benjamim Netanyahu, a ascensão de uma nova classe e
judeus nos Estados Unidos e até mesmo a postura do presidente Barack Obama, em relação
a Netanyahu e Obama a questão gira em torno da criação do estado palestino e do programa
nuclear no Irã, recentemente ao propor cessar-fogo na região o documento norte-americano
causou revolta no primeiro ministro alegando que o mesmo favorecia por demais o Hamas
(organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido
político e um braço armado, sendo o mais importante movimento fundamentalista islâmico da
Palestina) não votando o rascunho alegando não aceitar questionamentos da gestão Obama.
A decrescente dependência do petróleo, proporcionada pelo sucesso da exploração do
gás de xisto em solo norte-americano; e o desejo de conter a China. A mudança no perfil do
lobby pró-Israel, tradicionalmente estruturado como um grupo de pressão da direita
beligerante israelense, o lobby tem um novo ator poderoso, o J-Street, criado por judeus-
americanos pró-Israel, mas também pró-paz, postura contrastante com a do atual governo
israelense. Os judeus norte-americanos se encontram entre os grupos demográficos mais
progressistas do país, a sociedade israelense tem dado exemplos gritantes de fanatismo,
político e religioso, na ala jovem-liberal da comunidade judaica dos EUA, que está em
ascensão, o progressismo é mais acentuado. Para este grupo, as "políticas de Israel em
relação aos palestinos constituem um teste decisivo crucial para a viabilidade e capacidade
de resistência de seus alicerces morais e éticos".
Tal postura dá legitimidade às críticas contra Israel, em especial porque, segundo uma
pesquisa do instituto Pew feita em 2013, 89% dos judeus norte-americanos enxergam como
compatíveis as condições de ser judeu e a de ter posições "fortemente críticas" a Israel. No
fim de julho, o mesmo instituto Pew mostrou que 40% dos americanos culpavam o Hamas
pelo conflito na Faixa de Gaza, enquanto 19% responsabilizavam Israel. Entre os maiores de
65 anos, a tendência melhorava para Israel (53% a 15%), mas caía para no grupo entre 18 e
29 anos (29% a 18%). Mais um agravante demográfico para Israel é a perda de poder
dos brancos evangélicos dentro do Partido Republicano. Este grupo é majoritária e
ferrenhamente pró-Israel, por motivos religiosos inclusive, e está na base do lobby tradicional.
Como mostrou recente reportagem do jornal The Washington Post, os evangélicos têm se
sentido isolados politicamente no partido, diante do crescimento de ativistas libertários. Se
essa tendência interna do Partido Republicano continuar, os brancos evangélicos vão ver
reduzido seu poder de eleger deputados e senadores, diminuindo a base suscetível ao lobby
da direita israelense. (LIMA, Carta Capital/2014)
Os fatores aqui abordados apontam não para uma ruptura entre os dois estados, visto
que os dois possuem uma parceria estratégica, tanto econômica, como política, mas para
uma nova ótica de relações entre os dois países no Oriente Médio afim de manter as
perspectivas e influência de ambos os lados, mas é possível que com essa nova ótica, seja
possível a reconstrução da imagem dos Estados Unidos na região, visto que é no oriente
médio que ano após ano surgem regiões hostis ao país. Dentro dos Estados Unidos já é
possível perceber vozes ainda que tímidas contra o posicionamento em relação as práticas
de Israel e o alinhamento sem contestações claras por parte dos norte-americanos, quanto a
Israel ainda há muitos radicais e conservadores que vão de encontro dos israelenses que
vivem em solo americano, apenas o tempo e as reações da população de ambos os países a
suas políticas, assim como o posicionamento de suas lideranças dirá como ficará essa linha
do tempo, se enfraquecerá e sucumbirá, ou se perdurará ao passar dos anos.
Conclusão
O tema lobby conhecido é visto no Brasil de forma totalmente diversa da qual é vista
nos EUA, enquanto aqui lobistas são pessoas normalmente vistas de má índole que procuram
adquirir para si vantagens junto ao legislativo ou executivo, nos EUA o lobby, como visto é
positivado e regulamentado. Não obstante existem várias agencias que trabalham para
conseguir seus interesses na área farmacêutica, indústria de armas, agricultura, econômica e
política.
Mas é na área política que o lobby se mostra mais fortemente organizado, pois conta
com agencias de prestígio econômico e social. Essas agencias fomentam o debate para
angariar junto a classe política meios de manter o status quo de Israel no Oriente Médio. No
entanto como visto, há diversas correntes e cada uma delas se pronuncia de forma diferente
quanto ao tema.
Enquanto a corrente ligada aos pensamentos de Mearsheimer e Walt defende que
esse lobby pró Israel possui ampla influência sobre as decisões de política externa norte-
americana, levando muitas vezes o país a tomar decisões contrárias aos princípios que prega,
pela pressão interna que sofre, essa pressão se dá através do apoio financeiro e moral que
os candidatos receberiam em suas campanhas e durante seus mandatos, além da pressão
através da mídia e manutenção de grandes grupos de estudo.
A segunda corrente que segue as ideias de Chomsky, assegura que os EUA é que
propagam esse discurso, para conseguir meios de propor seus ideais em um ambiente hostil
para os norte-americanos o que deixaria o estado de Israel como único inimigo naquele
território, estando assim os norte-americanos jogando tanto com os israelenses, como com
os árabes. Para esses pensadores não faz sentido o discurso de força do lobby israelense
junto aos Estados Unidos devido as disparidades de poder e economia.
Por último há a análise de que tanto os pensamentos de Mearsheimer e Waltz, como
os de Chomsky estariam equivocados ao não fazer valer a análise de discurso produzida
dentro desse ambiente, deixando de lado como a relação Israel x EUA x Direita Cristã se
formou ao longo dos anos e como agem esses atores para promover seus interesses, mais
ligados ao cunho religioso do que a simples procura ferrenha de influência no Oriente Médio.
Dados os pensamentos se faz necessário reavaliar a ligação EUA x Israel,
principalmente desde a primeira eleição do presidente Barack Obama, e da constante
mudança de pensamento dos judeus norte-americanos, já que dentro dos país é cada vez
mais nítida a falta de interesse ou mesmo divergência em apoiar as ações israelenses no
Oriente Médio, além da mudança de postura do presidente Obama frente as declarações do
Primeiro Ministro Israelense, confirmando o que diz XXXX que o lobby não tem grande
influência no poder executivo dos EUA, e que nos próximos anos essa relação tende a mudar
significamente.
Referências Bibliográficas
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