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Lookbook Moda
Africana e afro
brasileira
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Mama África não morreu.
Apenas se escondeu, pereceu, se fortaleceu.
Mama África sou eu!
Dos porões do navio negreiro
Ecoou um soluço de dor.
Eram meus filhos queridos
Acorrentados e feridos
Pelos grilhões da cor.
Quando pensaram vencidos,
A força crescia:
Driblavam a morte,
Forçavam a sorte.
A esperança se fazia.
É verdade,
Mama África ainda chora
Pelos filhos que outrora
Lhe arrancaram dos braços.
Mama África repudia
O punho da tirania.
E acredita que haverá o dia
Em que negro será gente
Tratado decentemente.
É por isso que insisto:
Mama África não morreu!
Apenas se escondeu, pereceu, se forta-
leceu.
Mama África sou eu!
Quantos sonhos desfeitos!
Quanta dor! Quanto pranto!
Fui roubada, amordaçada, violentada,
Mas não silenciada.
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Não! Não conseguiram calar minha voz. Falei nos filhos da minha entranha:
Na coragem de Zumbi, No sonho de Luther King Na audácia de Rosa Parks
Na sabedoria de Milton Santos Na Beleza de Chica
Falei no trabalho duro de Quinca, De Nana e Barnabé.
Na luta de Maria, Antônio e José.
Hoje, Ainda sob chibatas do racismo e do
preconceito, Irrompe em meu peito Vontade forte de gritar
E fazer ecoar Aos quatro cantos dessa terra
Que a liberdade está para chegar. E ela há de ficar!
Há de se espalhar, De nos ajudar a cantar e encantar.
Ao toque dos tambores, Sem ordem de senhores, Há de nos consolar a dor,
Reavivar a cor, Devolver o amor.
E se quer saber mais
Mama África não morrerá ja-
mais!
Ela pulsa em mim
Ela corre em você.
de Maria Eliane Pereira
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ÁFRICA : ÁFRICA : ÁFRICA :
“ UM CONTINENTE “ UM CONTINENTE “ UM CONTINENTE
DE CONTRASTES” DE CONTRASTES” DE CONTRASTES”
A África é o terceiro
continente mais ex-
tenso (atrás da Ásia e
da América) com cer-
ca de 30 milhões
de quilômetros qua-
drados, cobrindo
20,3 % da área total
da terra f irme
do planeta. É o segun-
do continente mais
p o p u l o s o
da Terra (atrás da
Ásia) com cerca de
mil milhões de pesso-
as (estimativa para
2005 ), representando
cerca de um sétimo da
população do mundo,
e 54 países indepen-
dentes.
Apresenta grande di-
versidade étnica, cul-
tural, social e política.
Dos trinta países mais
pobres do mundo
(com mais problemas
de subnutrição, analfa
b e t i s m o , b a i -
xa expectativa de vi-
da), pelo menos 21
são africanos. Apesar
disso existem alguns
países com um padrão
de vida razoável, mas
não existe nenhum
país realmente desen-
volvido na África.
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MAPA POLÍTICO DA ÁFRICA MAPA POLÍTICO DA ÁFRICA MAPA POLÍTICO DA ÁFRICA
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CULTURA CULTURA CULTURA
AFRICANA AFRICANA AFRICANA
A cultura da África
reflete a sua anti-
ga história e é tão di-
versificada como foi o
seu ambiente natural
ao longo dos milênios.
África é o territó-
rio terrestre habitado
há mais tempo, e su-
põe-se que foi nes-
te continente que
a espécie humana sur
giu; os mais anti-
gos fósseis de hominí
deos encontrados na
Á f r i c a
(Tanzânia e Quênia)
têm cerca de cinco
milhões de anos.
O Egito foi provavel-
mente o primei-
ro estado a constituir-
se na África, há cerca
de 5000 anos, mas
m u i t o s o u -
tros reinos ou cidades
-estados se foram su-
cedendo neste conti-
nente, ao longo dos
séculos . Para além
disso, a África foi,
desde a antiguidade,
procurada por povos
em outros continen-
tes, que buscavam as
suas riquezas.
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FUNÇÃO CULTURAL DA FUNÇÃO CULTURAL DA FUNÇÃO CULTURAL DA
ROUPA NA ÁFRICA ROUPA NA ÁFRICA ROUPA NA ÁFRICA
Roupas não servem apenas para cobrir e prote-
ger o corpo. De modo geral, servem também
como símbolo de uma identidade, cultura e
origem. No vestuário africano, estas caracterís-
ticas são ainda mais acentuadas. A roupa afri-
cana é uma “obra de arte funcional” e expressa
muita sensibilidade. Nos trajes típicos , a pre-
sença da figura humana identifica a preocupa-
ção com os valores étnicos, morais e religiosos.
Quando pessoas as vestem, não se conseguem
distinguir os ricos dos pobres.
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MODA MODA MODA
AFRICANA AFRICANA AFRICANA
AO AO AO
LONGO LONGO LONGO
DOS SÉCULOS DOS SÉCULOS DOS SÉCULOS
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4000 a.C (PRÉ-HISTÓRIA)
PRÉPRÉPRÉ---
HISTÓRIAHISTÓRIAHISTÓRIA
Na Pré-história, com
o contínuo aumento
das populações, o ho-
mem africano sentiu
necessidade de tornar
as suas tribos nôma-
des em busca de ali-
mentos noutras ter-
ras. Com essa deslo-
cação o homem depa-
rou-se com a variação
climática em cada re-
gião por onde passa-
va. Assim surgiu a
roupa. O homem pre-
cisava de se agasalhar
e proteger do frio. Po-
rém as roupas tam-
bém eram usadas pa-
ra o homem se exibir,
crença em proteções
mágicas e o seu pró-
p r i o p u d o r .
Na época essas rou-
pas eram feitas de pe-
les de animais. A pele
era bastante dura e
apenas cobria poucas
partes do corpo e per-
ceberam que se as
mastigassem ficariam
maiores e, assim, co-
briam mais partes.
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4000 a.C (PRÉ-HISTÓRIA)
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3.150 a.C - 31 a.C ( DURAÇÃO DOEGITO ANTIGO) 0 (NASCIMENTO DE CRISTO)
VESTUÁRIO VESTUÁRIO VESTUÁRIO
NO NO NO
EGITO EGITO EGITO
ANTIGO ANTIGO ANTIGO
O vestuário dos egíp-
cios restringia-se a
poucas peças, basica-
mente saia, blusa e tú-
nica, com leve drapea-
do ou pregueado dia-
gonal, em geral con-
feccionadas em tecidos
brancos, leves e trans-
parentes, de algodão.
A roupa era um divisor
das classes sociais. Pa-
ra as classes mais al-
tas, a roupa era muito
mais luxuosa, enquan-
to as menos favoreci-
das, muita das vezes
andavam nus.
Os trajes típicos
eram:
Chanti- saiotes de
tecido pregueado
(masculino). Era um
tipo de saiote regulá-
vel. A roupa aumenta-
va ou diminuía de
acordo com a situação
econômica da época;
Kalasíri - Túnica lon-
ga ( masculina e femi-
nina);
Clasire - Roupa colada
n o c o r p o d a
m u l h e r ;
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3.150 a.C - 31 a.C ( DURAÇÃO DOEGITO ANTIGO) 0 (NASCIMENTO DE CRISTO)
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XVII d.C (VINDA DE ESCRAVOS NEGROS PARA O BRASIL ) XVIII d.C ( FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL )
ÁFRICA SOB COLONIZA-ÁFRICA SOB COLONIZA-ÁFRICA SOB COLONIZA-
ÇÃO EUROPEIAÇÃO EUROPEIAÇÃO EUROPEIA
Na sociedade colonial, os trajes serviam pa-
ra distinguir as escravas das negras libertas
e alforriadas, além de identificar a naciona-
lidade. O Traje da Criola, por exemplo, in-
dicava a escrava nascida no Brasil. Na soci-
edade contemporânea, os trajes africanos
também têm uma representação sócio-
cultural. E é no modo de vestir que fica
uma África que abre seu coração, a qual
seus costumes e culturas são presenciados
em vários países, que merece todo o nosso
aplauso por vir de uma inspiração cultural
recolhida na natureza, nos rios, nos ani-
mais e nas multifaces do ser humano.
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XVII d.C (VINDA DE ESCRAVOS NEGROS PARA O BRASIL ) XVIII d.C ( FIM DA ESCRAVIDÃO NO BRASIL )
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VESTUÁRIO VESTUÁRIO VESTUÁRIO
AFRICANO : AFRICANO : AFRICANO :
HOJEHOJEHOJE
Vestido colorido, cal-
ças largas, batas, pano
-da -costa e sandália
de couro. consegue
identificar de que po-
vo se trata? Não é difí-
cil descobrir. O vestu-
ário africano se desta-
ca pelas cores alegres
e marcantes e, não é
de admirar que, em
anos recentes, o estilo
afro se tornou uma
das correntes da mo-
da. Após séculos de
dominação, é possível
dizer que “ Em tempos
de outrora , a maior
parte de África andou
embrulhada em teci-
dos de cores e padrões
espampanantes, pro-
dutos da indústria lo-
cal e reflexo de orgu-
lho cultural” . Mas
com metade dos seus
habitantes a sobrevi-
ver com menos de um
dólar por dia, o conti-
nente tornou-se o cai-
xote de reciclagem de
todo o mundo.
XIX d.C - XX d.C (NEOCOLONIALISMO) XXI d.C (DIAS ATUAIS )
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XIX d.C - XX d.C (NEOCOLONIALISMO) XXI d.C (DIAS ATUAIS )
A coleção africana de YSL, de 67 , buscou inspira-
ção na África Tribal .
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VESTUÁRIO VESTUÁRIO VESTUÁRIO
TRADICIONAL TRADICIONAL TRADICIONAL
AFRICANO AFRICANO AFRICANO
A exuberância se faz presente no ves-
tuário típico de algumas regiões por
meio de roupas com cores, digamos,
pouco discretas.
Cores fortes ou em tons amarelados
ou terracota, turbantes, tranças, bi-
juterias grandes que são confeccio-
nadas com sementes, cascas de árvo-
res, contas coloridas, ossos ou metal
e muita exuberância nos penteados
marcam o jeito de se vestir
"africano".
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Mulher em trajes típicos na aldeia Suazi.
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TENDÊNCIAS DA TENDÊNCIAS DA TENDÊNCIAS DA
MODA AFRICANAMODA AFRICANAMODA AFRICANA
Se o continente é quente, os tons do
vestuário acompanham o clima com co-
res fortes e vibrantes estampadas na
grande diversidade de padronagem de
tecidos misturadas à beleza natural da
terra e do povo africano.
A vestimenta dos africanos se estende
por vários países, não ultrapassando
continentes, mas influencia localmente
muitas comunidades e várias outras em
diversos países.
A África está viva em suas vestimentas.
Esta é a verdade que muitos povos que-
rem negar: o continente africano é sim
influenciador de vestimentas.
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CORES E MATERIAISCORES E MATERIAISCORES E MATERIAIS
As cores mais empregadas são os ter-
r a s ( o c r e - t e r r a c o t a ) .
A presença africana é sentida nos pa-
nos amarrados, nas roupas soltas no
corpo, no colorido exuberante, na es-
tamparia extravagante, no colo nu pa-
ra as mulheres. São usados outros ma-
teriais tradicionais, como ' ráfia',
'pagne', índigo, etc. Os estilistas afri-
canos somam às vestimentas materi-
ais locais que, normalmente, não são
usados em roupas, como: palha, cor-
da, juta, conchas do mar etc. Tudo is-
so dá para as roupas um aspecto colo-
rido e típico. Desenhos são inspirados
principalmente por tendências locais
tradicionais.
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Caftã com bordados dourados Mango
(vestido estampado Anna Sui e Caftã Milly .
Sandálias da LV e de Jimmy Choo (à dir.)
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VESTUÁRIO VESTUÁRIO VESTUÁRIO AFROAFROAFRO---BRASILEIRO BRASILEIRO BRASILEIRO
O vestuário africano mantêm-se entre povos envolvidos em movimentos negros como forma de identidade. Dentre os mili-tantes e em regiões de maioria negra como a Bahia, especialmente em Salvador obser-vamos que a cultura negra se impõe, e se externa principalmente pelo modo de ves-tir, pentear e pela atitude . A moda afro vem conquistando seu espaço não só nas passarelas, mas também nas ruas. Hoje não é difícil encontrar pessoas usando um ou outro componente do vestuário africa-no, apesar de haver ainda uma resistência para esta forma de se vestir. Esta impor-tante ferramenta de comunicação tem contribuído significativamente para a construção da identidade negra também através das roupas.
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Álbum Álbum Álbum
Fotográfico : Fotográfico : Fotográfico :
Roupas Roupas Roupas
AfricanasAfricanasAfricanas
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CURIOSIDADE : CURIOSIDADE : CURIOSIDADE :
A BONECA ABAYOMI.A BONECA ABAYOMI.A BONECA ABAYOMI.
A palavra Abayomi tem origem incerta, iorubá, sig-
nificando aquele que traz felicidade ou alegria, ou
ainda, "meu presente". O nome é comum na África
do Sul, mas também é encontrado até o norte da
África, e no Brasil.
No Brasil, designa bonecas de pano artesanais,
muito simples, a partir de sobras de pano reapro-
veitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola
ou costura e com mínimo uso de ferramentas.
Conta-nos a história que os negros confeccionavam
ABAYOMIS como amuleto de proteção espiritual.
Em viagens para o Brasil nos navios negreiros, du-
rante o tempo da escravidão, as mulheres rasga-
vam a barra da saia e faziam Abayomis para as cri-
anças brincarem. Representam personagens, de
circo, da mitologia, orixás, figuras do cotidiano,
contos de fada e manifestações folclóricas e cultu-
rais.
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Como fazer uma boneca Abayomi : Como fazer uma boneca Abayomi : Como fazer uma boneca Abayomi :
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ALGUMAS PERSONALIDADES ALGUMAS PERSONALIDADES ALGUMAS PERSONALIDADES
AFROAFROAFRO---BRASILEIRAS QUE UTI-BRASILEIRAS QUE UTI-BRASILEIRAS QUE UTI-
LIZAM ROUPAS AFRICANAS :LIZAM ROUPAS AFRICANAS :LIZAM ROUPAS AFRICANAS :
CARLINHOS BROWN CARLINHOS BROWN CARLINHOS BROWN
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VANESSA DA MATAVANESSA DA MATAVANESSA DA MATA
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Créditos :
Diego Alves de Oliveira
Julio Pansiere Zavarise
Laudiane Gabrest Silva
Nathália Olegário Goularte
Thaysnara Teixeira de Oliveira
Ygor Pena Freisleber
Orientadora:
Luciene Timm Paganoto
HISTÓRIA