7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
1/105
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
Vincius Gadini Valim
LI GHT STEEL FRAMING: VIABILIDADE TCNICA DA
UTILIZAO DE UM SISTEMA INOVADOR NA
CONSTRUO CIVIL
Porto Alegredezembro 2014
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
2/105
VINICIUS GADINI VALIM
LI GHT STEEL FRAMING: VIABILIDADE TCNICA DAUTILIZAO DE UM SISTEMA INOVADOR NA
CONSTRUO CIVIL
Trabalho de Diplomao apresentado ao Departamento deEngenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federaldo Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do
ttulo de Engenheiro Civil
Orientador: Lus Carlos Bonin
Porto Alegredezembro 2014
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
3/105
VINICIUS GADINI VALIM
LI GHT STEEL FRAMING: VIABILIDADE TCNICA DAUTILIZAO DE UM SISTEMA INOVADOR NACONSTRUO CIVIL
Este Trabalho de Diplomao foi julgado adequado como pr-requisito para a obteno do
ttulo de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e
pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomao Engenharia Civil II (ENG01040) da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, dezembro de 2014
Prof. Luis Carlos BoninMestre pelo PPGEC/UFRGS
Orientador
Profa. Carin Maria SchmittDra. pelo PPGA/UFRGS
Coordenadora
BANCA EXAMINADORA
Profa. Ceclia Gravina da Rocha (UFRGS)Dra. em Engenharia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
Lucila SommerMestra em Engenharia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
Las ZucchettiMestra em Engenharia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
Prof. Luis Carlos Bonin (UFRGS)Mestre em Engenharia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
4/105
Dedico este trabalho a meus pais, Claudio e Gema, quesempre me apoiaram e especialmente durante o perodo domeu Curso de Graduao estiveram ao meu lado.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
5/105
AGRADECIMENTOS
Agradeo ao Prof. Luis Carlos Bonin por seu apoio e dedicao, sempre disposto a orientar e
compartilhar seu conhecimento durante a realizao deste trabalho.
Agradeo Profa. Carin Maria Schmitt, pela dedicao e sabedoria transmitida em suas
palavras.
Agradeo aos trs entrevistados pela ajuda e disponibilidade na realizao deste trabalho.
Agradeo aos meus pais, Claudio e Gema, pelos valores ensinados desde a infncia, e por
terem acreditado em meu potencial.
Agradeo a minha namorada Carina, pela compreenso, pela pacincia e pelo encorajamento
durante os perodos mais difceis na elaborao deste trabalho.
Agradeo aos meus amigos, que tornaram o perodo de faculdade nico e sem eles certamente
no seria quem sou hoje.
Agradeo a todos que de alguma forma contriburam para que hoje eu pudesse estar aqui.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
6/105
A vida uma grande estrada repleta de sinais. Por isso,quando caminhar entre buracos, no confunda sua mente.
Fuja do dio, da maldade e do cime. No enterre suasideias, tente enxergar a realidade. Desperte e viva!
Bob Marley
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
7/105
RESUMO
A construo civil dentro do cenrio brasileiro atual, em sua grande maioria, ainda
executada a partir de tcnicas rudimentares, predominantemente artesanais, o que acaba
gerando grandes desperdcios de material e mo de obra, e, consequentemente, produzindo
uma maior quantidade de resduos. A partir do desenvolvimento tecnolgico da rea, novos
sistemas construtivos surgiram com a finalidade de criar um processo industrializado dentro
da construo civil, com o aumento da produtividade e a diminuio do desperdcio de
material, e estes sistemas tm sido aplicados de forma crescente dentro do mercado brasileiro.
Dentre eles est o light steel framing, j utilizado h muitos anos em pases desenvolvidos
como Estados Unidos e Japo, que se trata de um sistema construtivo em ao leve composta apartir de perfis de ao galvanizado formados a frio ligados entre si. O light steel framingno
um sistema construtivo muito usual no Brasil, o que acaba gerando diversas dvidas quanto
sua utilizao, primeiramente sobre o mtodo de montagem de toda a estrutura e suas
peculiaridades e, posteriormente, sobre sua viabilidade tcnica, abrangendo questionamentos
sobre segurana estrutural, durabilidade, velocidade construtiva, desempenho termoacstico,
mo de obra, entre outros. Atravs de pesquisa qualitativa foi feito um comparativo entre o
relatado na pesquisa bibliogrfica e o que realmente visto na prtica, principalmente comrelao a diversos parmetros tcnicos, sob o ponto de vista de profissionais intervenientes no
processo de elaborao e execuo do light steel framing, a fim de analisar a viabilidade
tcnica desse sistema industrializado. Trs profissionais de trs reas representativas do
sistema (fornecedor, projetista e executor) foram entrevistados. As entrevistas foram,
posteriormente, sintetizadas e analisadas. Atravs dessas entrevistas foi possvel perceber que
o sistema apresentou inmeras vantagens e alguns empecilhos quanto a sua utilizao no
mercado brasileiro atual. Apesar disso um sistema que tende a crescer dentro do mercado,
provando que o intuito de inovar a partir de sistemas racionalizados e industrializados se faz
necessrio e est presente no mercado brasileiro.
Palavras-chave: Inovao na Construo Civil. Industrializao na Construo.Light SteelFraming.Viabilidade Tcnica doLight Steel Framing.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
8/105
LISTA DE FIGURAS
Figura 1Delineamento do trabalho ............................................................................... 17
Figura 2Estrutura em LSF ............................................................................................ 19Figura 3Residncia construda em LSF ....................................................................... 20
Figura 4Construo em wood framing......................................................................... 21
Figura 5Prottipo residncia em LSF ........................................................................... 22
Figura 6Destruio causada pelo furaco na Flrida ................................................... 23
Figura 7Perfis de ao formados a frio com suas respectivas utilizaes ...................... 25
Figura 8Estrutura detalhada de construo em LSF ..................................................... 26
Figura 9Montagem do painel pelo mtodo stick no canteiro de obras ......................... 27
Figura 10Painis prontos levados at a obra ................................................................ 28
Figura 11Mdulo de banheiro ...................................................................................... 28
Figura 12Ballon framing.............................................................................................. 29
Figura 13Platform framing........................................................................................... 29
Figura 14Fundao radier............................................................................................ 30
Figura 15Fundao sapata corrida ................................................................................ 31
Figura 16Esquema de ancoragem da estrutura por chumbador ................................... 31
Figura 17Painel tpico em LSF ..................................................................................... 32Figura 18Painel com modulao de menor espaamento ............................................ 33
Figura 19Contraventamento em X ............................................................................... 33
Figura 20Contraventamento com placas de fechamento estrutural .............................. 34
Figura 21Estrutura formada pela ligao dos painis .................................................. 34
Figura 22Montagem laje mida ................................................................................... 36
Figura 23Laje seca ....................................................................................................... 37
Figura 24Esquema cobertura plana .............................................................................. 38
Figura 25Estrutura telhado inclinado ........................................................................... 38
Figura 26Aplicao de telhashingle sobre placas OSB com isolamento hidrfugo .... 39
Figura 27Painis OSB .................................................................................................. 40
Figura 28Fechamento externo com painis OSB ......................................................... 41
Figura 29Impermeabilizao das placas OSB com membrana de polietileno ............. 42
Figura 30Residncia com acabamento emsiding vinlico........................................... 43
Figura 31Revestimento em argamassa aplicado sobre tela fixada na membrana e na
placa OSB ...........................................................................................................
44
Figura 32Fachada em OSB revestida com argamassa ................................................. 45
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
9/105
Figura 33Sistema EIFS: 1substrato de apoio; 2placa de EPS; 3base pararevestimento; 4tela de reforo em fibra; 5regulador de fundo; 6revestimento final ...............................................................................................
46
Figura 34Fechamento externo com placas cimentcias ................................................ 47
Figura 35Placa de gesso tradicional ............................................................................. 49
Figura 36Placa de gesso resistente umidade ............................................................. 50
Figura 37Isolamento termoacstico com l de vidro ................................................... 51
Figura 38Instalaes hidrulicas no LSF ..................................................................... 52
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
10/105
LISTA DE QUADROS
Quadro 1Comparao dos resultados ........................................................................... 77
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
11/105
LISTA DE SIGLAS
CBCACentro Brasileiro de Construo em Ao
CEFCaixa Econmica Federal
EIFSExterior Insulation and Finishing System
EPIsEquipamentos de Proteo Individual
EPSExpandable Polystyrene
LFSLight Steel Framing
OSBOriented Strand Board
PEXPolietileno Reticulado
PVCPolyvinyl Chloride
SinatSistema Nacional de Avaliao Tcnica de Produtos Inovadores
SindusconSPSindicato da Indstria da Construo Civil do Estado de So Paulo
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
12/105
SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................... 12
2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 152.1 QUESTO DE PESQUISA ....................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 15
2.2.1 Objetivo Principal ................................................................................................. 15
2.2.2 Objetivo Secundrio .............................................................................................. 15
2.3 PRESSUPOSTO ......................................................................................................... 16
2.4 PREMISSA ................................................................................................................ 16
2.5 DELIMITAES ...................................................................................................... 16
2.6 LIMITAES ............................................................................................................ 16
2.7 DELINEAMENTO .................................................................................................... 16
3 LI GHT STEEL FRAMING......................................................................................... 19
3.1 HISTRICO ............................................................................................................... 20
3.2 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS ............................................................................. 25
3.2.1 Fundaes ............................................................................................................... 29
3.2.2 Painis ..................................................................................................................... 32
3.2.3 Laje ......................................................................................................................... 353.2.3.1 Laje mida ............................................................................................................ 35
3.2.3.2 Laje seca ............................................................................................................... 36
3.2.4 Cobertura ............................................................................................................... 37
3.2.5 Fechamento Vertical ............................................................................................. 39
3.2.5.1 Painis de OSB ..................................................................................................... 40
3.2.5.1.1 Siding vinlico .................................................................................................... 42
3.2.5.1.2 Argamassa ......................................................................................................... 43
3.2.5.1.3 EIFS ................................................................................................................... 45
3.2.5.2 Placas cimentcias ................................................................................................ 46
3.2.5.3 Gesso acartonado .................................................................................................. 49
3.2.6 Isolamento termoacstico ..................................................................................... 50
3.2.7 Instalaes Eltricas e Hidrossanitrias .............................................................. 52
4 PARMETROS TCNICOS DO LSF ..................................................................... 53
4.1 PROJETO ................................................................................................................... 53
4.2 VELOCIDADE CONSTRUTIVA ............................................................................. 544.3 SEGURANA ESTRUTURAL ................................................................................ 54
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
13/105
4.4 DURABILIDADE ...................................................................................................... 55
4.5 CONFORTO TRMICO ........................................................................................... 56
4.6 CONFORTO ACSTICO ......................................................................................... 58
4.7 DESEMPENHO CONTRA INCNDIOS ................................................................. 585 ESTUDO QUALITATIVO......................................................................................... 60
5.1 ELABORAO DAS ENTREVISTAS .................................................................... 60
5.2 REALIZAO DAS ENTREVISTAS ..................................................................... 61
5.3 SNTESE E ANLISE DAS ENTREVISTAS ......................................................... 62
5.3.1 Introduo.............................................................................................................. 63
5.3.2 Parmetros Tcnicos............................................................................................. 64
5.3.2.1 Projeto ............................................................................................................. ..... 64
5.3.2.2 Velocidade construtiva ......................................................................................... 66
5.3.2.3 Segurana estrutural ............................................................................................. 68
5.3.2.4 Durabilidade ......................................................................................................... 69
5.3.2.5 Patologias ............................................................................................................. 69
5.3.2.6 Conforto trmico .................................................................................................. 70
5.3.2.7 Conforto acstico ................................................................................................. 72
5.3.2.8 Desempenho contra incndios .............................................................................. 73
5.3.2.9 Modo de execuo ................................................................................................ 735.3.3 Mo de Obra.......................................................................................................... 74
5.3.4 Mercado.................................................................................................................. 75
5.4 COMPARAO DOS RESULTADOS ................................................................... 77
6 CONSIDERAES FINAIS..................................................................................... 79
REFERNCIAS ............................................................................................................... 82
APNDICE A .................................................................................................................. 84
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
14/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
12
1 INTRODUO
A construo civil, dentro do cenrio brasileiro atual, um dos setores da economia no qual
ocorreu o menor desenvolvimento tecnolgico ao longo dos anos. No exagero dizer que o
brasileiro ainda usa tcnicas muito artesanais na construo de edificaes, sendo plausvel a
ideia de que, do ponto de vista sistmico, ainda se constri muito semelhante a 70, 80 anos
atrs. A ltima grande evoluo se deu com a introduo do concreto armado no final da
dcada de 1920, que possibilitou um grande avano no processo construtivo brasileiro,
fazendo com que limitaes como vos e alturas dos edifcios aumentassem, criando um novopadro na construo civil brasileira (CEOTTO, 2005, p. 85).
Porm, depois desse avano, a construo seguiu a passos lentos quanto introduo de
novos sistemas construtivos, diferentemente do que ocorria nos Estados Unidos e na Europa.
Prossegue Ceotto (2005, p. 86) afirmando que de 1930 at 1990 a evoluo nesse cenrio
coube apenas a pesquisas sobre propriedades e possibilidades de aplicao do concreto
armado, alm da substituio de materiais, como, por exemplo, as tubulaes de ferro fundido
que passaram a ser de PVC, substituio das esquadrias de madeira por janelas de alumnio e
PVC, aprimoramento nos elementos de revestimento, mudana na composio das tintas.
Uma srie de substituies de materiais construtivos ocorreu nessa poca, porm nenhuma
delas provocou uma mudana realmente significativa, com relao ao sistema construtivo
empregado, desde o concreto armado.
A inovao tecnolgica dentro da Engenharia tem papel fundamental na mudana desse
cenrio. Ela responsvel pela criao dos chamados novos sistemas construtivos que tmpor finalidade abrir novas portas ao setor da construo civil, tentando mudar o cenrio atual
que ainda composto, em grande parte, por uma construo artesanal, muito lenta e que gera
muito desperdcio de material e mo de obra, consequentemente afetando o valor final da
produo.
A ideia desses novos sistemas levar s fbricas parte da produo dessa edificao, tirando
do canteiro de obras a tarefa de produo total da mesma. Com um projeto detalhado em
mos, esses sistemas tm a capacidade de ter um controle maior na qualidade dos materiais
que compem a edificao, e apresentar uma boa qualidade tcnica no desempenho da
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
15/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
13
edificao. Alm disso, permite um gerenciamento muito melhor e facilitado da obra, pois
segue um cronograma fsico-financeiro mais preciso desde o incio da execuo do projeto,
tendo como consequncia um oramento inicial mais confivel e um tempo de execuo mais
preciso.
Dentro desse conceito, encontram-se as estruturas de ao, com uma ideia de construo mais
rpida, precisa e com desperdcio quase nulo. O sistema construtivo denominado de light steel
framing, muito utilizado em pases de primeiro mundo, vem ocupando lentamente um espao
cada vez maior no mercado da construo civil no Brasil. Sua principal ideia a busca da
melhoria dos parmetros tcnicos, minimizando as perdas e os prazos durante a obra com uma
construo mais limpa.
Segundo Freitas e Crasto (2006, p. 12), o light steel framing um sistema construtivo de
concepo racional, que tem como caracterstica principal o uso de perfis de ao galvanizado
formados a frio, ligados entre si, os quais so utilizados para compor a estrutura, abrangendo
tanto a parte estrutural como a no estrutural.
O light steel framing um sistema construtivo considerado ainda novo em boa parte do
Brasil. H uma cultura muito conservadora, na qual difcil aceitar o emprego desses novos
sistemas, muito pela desconfiana com relao parte tcnica, que abrange desde o projeto,
passa pela execuo da estrutura e pela posterior utilizao da edificao.
Com isso, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma anlise da viabilidade tcnica do
emprego do sistema construtivo industrializado ligth steel framingna construo civil dentro
do cenrio brasileiro atual, abrangendo os benefcios e dificuldades que o sistema pode
proporcionar, sob a viso de profissionais atuantes no processo.
Tal importncia dada, pois a utilizao de tcnicas mais modernas e industrializadas que
tragam melhorias construtivas como maior velocidade, durabilidade e menos desperdcio,
como no caso do light steel framing, ainda no so abrangentes dentro do mercado atual.
Realizando-se um estudo aprofundado sobre este sistema, pode-se verificar a garantia da
viabilidade tcnica de seu uso e a necessidade de adequao para que se retire o mximo de
eficincia deste sistema construtivo.
O trabalho desenvolveu-se em seis captulos. O primeiro captulo apresenta uma introduosobre o cenrio atual da construo civil, o surgimento de novos sistemas construtivos e a
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
16/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
14
definio do sistema construtivo light steel framing. O segundo captulo aborda o mtodo de
pesquisa, apresentando questo, objetivos primrio e secundrios, pressuposto, premissa,
delimitaes, limitaes e delineamento do trabalho. O terceiro captulo composto pela
maior parte da pesquisa bibliogrfica, abrangendo as caractersticas, histrico e todo o
processo construtivo do light steel framing. O quarto captulo finaliza a pesquisa bibliogrfica
atravs da anlise de diversos parmetros tcnicos abrangentes dentro do sistema. O quinto
capitulo refere-se ao estudo qualitativo do trabalho, contemplando dentro dele uma
introduo, explicao da escolha e caracterizao do mtodo de coleta de dados e,
finalizando com uma sntese e anlise completa dos dados obtidos. E, para finalizar, o sexto
captulo apresenta as consideraes finais do trabalho.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
17/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
15
2 DIRETRIZES DA PESQUISA
As diretrizes para desenvolvimento do trabalho so descritas nos prximos itens.
2.1 QUESTO DE PESQUISA
A questo de pesquisa do trabalho : do ponto de vista tcnico, qual a viabilidade da
utilizao do sistema construtivo light steel framing na construo civil dentro do cenrio
brasileiro atual?
2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA
Os objetivos da pesquisa esto classificados em principal e secundrios e so descritos a
seguir.
2.2.1 Objetivo principal
O objetivo principal do trabalho a avaliao da viabilidade tcnica, sob o ponto de vista de
diferentes pessoas atuantes no processo de construo, do uso do sistema construtivo light
steel framingdentro do cenrio brasileiro atual.
2.2.2 Objetivos secundrios
Os objetivos secundrios do trabalho so:
a) identificao dos parmetros tcnicos analisveis de projeto e execuo dosistema construtivo light steel framing;
b) elaborao de um instrumento para coleta de dados junto aos vrios agentesconsultados;
c) descrio da viso dos diferentes tcnicos intervenientes no sistema, sobre osparmetros abordados no processo de coleta de dados.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
18/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
16
2.3 PRESSUPOSTO
O trabalho tem por pressuposto que os dados compilados da literatura tcnica so vlidos para
definir a boa prtica da utilizao do light steel framing, apesar do sistema no possuir umanorma publicada pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas.
2.4 PREMISSA
O trabalho tem por premissa que, por se tratar ainda de uma tecnologia no muito conhecida e
usual dentro do mercado da construo civil brasileira, gera dvidas quanto sua utilizao
perante parmetros tcnicos.
2.5 DELIMITAES
O trabalho delimita-se percepo de profissionais intervenientes no processo de construo,
com comprovada participao na utilizao do sistema construtivo light steel framing.
2.6 LIMITAES
O trabalho fica limitado por:
a) um nmero no muito grande de entrevistados devido ao pequeno nmero deobras e profissionais atuantes neste tipo de sistema;
b) restrio da utilizao do light steel framing dentro do mercado regional daconstruo civil, mais precisamente dentro da regio metropolitana de PortoAlegre e Caxias do Sul.
2.7 DELINEAMENTO
O trabalho foi realizado atravs das etapas apresentadas a seguir, que esto representadas na
figura 1, e so descritas nos prximos pargrafos:
a) pesquisa bibliogrfica;
b) identificao dos parmetros tcnicos;
c) elaborao de um instrumento de coleta de dados;
d) realizao de entrevistas;
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
19/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
17
e) anlise das entrevistas;
f) consideraes finais.
Figura 1Delineamento do trabalho
(fonte: elaborado pelo autor)
A pesquisa bibliogrfica teve por objetivo obter conhecimento aprofundado sobre o sistema
construtivo light steel framing. A partir dessa pesquisa foi possvel o entendimento do que e
como composto o light steel framing.Ela foi realizada durante toda a elaborao do presente
trabalho, atravs do estudo de publicaes que auxiliaram na execuo de todas as etapas.
Com base na pesquisa bibliogrfica houve a possibilidade de se efetuar uma contextualizao
do sistema construtivo light steel framing, com definio dos principais modos de utilizao
do sistema dentro do mercado da construo civil. A partir da apresentou-se um histrico
desde seu surgimento, desenvolvimento ao longo dos anos e como est a situao atual dentro
deste mercado. Partindo de um processo construtivo pr-determinado, tambm foram
caracterizados todos os elementos que compem uma edificao executada a partir deste
Pesquisa Bibliogrfica
Identificao dos parmetros tcnicos
Elaborao de instrumento de coleta dedados
Realizao de entrevistas
Anlise das entrevistas
Consideraoes finais
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
20/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
18
sistema. Com essas etapas concludas foram identificados, caracterizados e avaliados, com
base na literatura tcnica, parmetros a serem analisados dentro do processo construtivo.
Com um conhecimento maior sobre todo o sistema, foi elaborado um instrumento de coleta dedados para investigao perante percepo tcnica de profissionais intervenientes no processo
de construo. Constatou-se ento, que o melhor mtodo seria a realizao de entrevistas. A
partir da, foram realizadas as entrevistas com esses profissionais, e posteriormente, efetuou-
se uma sntese e posterior anlise dessa coleta de dados perante as diferentes percepes. Com
essa etapa concluda, foi redigida a monografia avaliando-se a viabilidade tcnica sobre
diferentes aspectos.
Na ltima etapa foram apresentadas as consideraes finais referentes s experincias
adquiridas.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
21/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
19
3 LI GHT STEEL FRAMI NG
O light steel framing(LSF) um sistema construtivo industrializado de concepo racional.
Ele constitudo de perfis de ao galvanizado ligados entre si formando um esqueleto
estrutural (figura 2), que tem por finalidade resistir a todas as cargas que so solicitadas pela
estrutura, alm de dar forma mesma. Trabalhando em conjunto com outros subsistemas,
garantem todos os requisitos de funcionamento da edificao (FREITAS; CRASTO, 2006, p.
12).
Figura 2Estrutura em LSF
(fonte: CONSTRUTORA SEQUNCIA LTDA, 2006a)
Para uma melhor visualizao do que o LSF recorre-se ao drywall, que tem uma utilizao
muito maior dentro do mercado da construo civil brasileira como vedaes internas,
substituindo as paredes macias de alvenaria. Porm, segundo Jardim e Campos (2005, p. 30-
31), a semelhana termina neste ponto. Apesar dos dois sistemas serem compostos por painis
em perfis leves de ao galvanizado, as espessuras nominais desses perfis so maiores no LSF
do que no drywall, assim como o revestimento em zinco, fazendo com que o LSF,
diferentemente do drywall, possa suportar as cargas da edificao formando um sistema
estrutural.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
22/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
20
Do ponto de vista estrutural Rodrigues (2006, p. 16) afirma que:
O conceito principal do projeto segundo o sistema LSF dividir a estrutura em umagrande quantidade de elementos estruturais, de maneira que cada um resista a uma
pequena parcela de carga total aplicada. Com esse critrio, possvel utilizar perfismais esbeltos e painis mais leves e fceis de manipular.
Por se tratar de um sistema ainda considerado novo dentro do mercado nacional, muitos
acreditam que, quando da utilizao do LSF, as edificaes no apresentem uma arquitetura
semelhante s executadas a partir do sistema convencional. Atravs da figura 3, observa-se
que uma edificao em LSF tem as mesmas caractersticas, do ponto de vista arquitetnico,
com relao a qualquer outro mtodo construtivo.
Figura 3Residncia construda em LSF
(fonte: CONSTRUTORA SEQUNCIA LTDA, 2007)
3.1 HISTRICO
Apesar de ser considerado um sistema ainda novo no mercado da construo civil brasileira, o
LSF j utilizado h vrios anos e de forma significativa em pases como Estados Unidos e
Japo.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
23/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
21
O sistema teve origem nas construes de madeira construda pelos colonizadores americanos
no incio do sculo XIX. Para atender ao grande crescimento populacional daquela poca, foi
necessrio empregar o material disponvel naquela regio, no caso a madeira, para a
construo. As habitaes consistiam em uma estrutura composta por peas de madeira
serrada com pequena seo transversal. Essas construes em madeira foram denominadas de
wood frame e acabaram se tornando a construo mais comum naquela poca nos Estados
Unidos (figura 4). Esse novo sistema da poca abrangia tanto praticidade como velocidade e
produtividade, conceitos oriundos da Revoluo Industrial (CONSULSTEEL, 2002, p. 17,
traduo nossa).
Figura 4Construo em wood frame
(fonte: PALATNIK, 2012, p. 6)
Com o grande desenvolvimento da indstria do ao, [...] as siderrgicas americanas
comearam a disponibilizar aos com menores espessuras e maior resistncia corroso.
Comeava, ento, a tecnologia dos aos galvanizados.(JARDIM; CAMPOS, 2005, p. 28).
De acordo com Frechette1(1999 apud CRASTO, 2005, p. 10), em 1933, na Feira Mundial de
Chicago, ocorreu o lanamento do prottipo de uma edificao em LSF (figura 5), que
possibilitou a substituio da estrutura de madeira por perfis de ao.
1O autor lido indica que essas informaes foram colhidas na obra de Frechette, de 1999, com o ttulo Buildingsmarter with alternative materials, mas no apresenta as demais informaes desta obra.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
24/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
22
Figura 5Prottipo residncia em LSF
(fonte: MARSHALL UNIVERSITY WEB PAGES2, 2005 apud CRASTO, 2005, p. 10)
A indstria do ao comeou a ganhar espao dentro do territrio americano, pois segundo
Crasto (2005, p. 11):
O crescimento da economia americana e abundncia na produo de ao no perodops 2 Guerra possibilitou a evoluo no processo de produo de perfis formados a
frio, e o uso dos perfis de ao substituindo os de madeira passou a ser vantajosodevido a maior resistncia e eficincia estrutural do ao e a capacidade da estruturade resistir a catstrofes naturais como terremotos e furaces [...].
Essa substituio tornou-se ainda mais significativa no incio da dcada de 1990, a qual se
caracterizou por dois fatos relevantes para o crescimento das residncias em LSF no territrio
americano, que foi a flutuao no preo e na qualidade da madeira para construo civil, e,
segundo Jardim e Campos (2005, p. 28), a passagem do furaco Andrew pela costa leste
americana em 1992, que causou destruio em grande parte das edificaes presentes nesseterritrio, conforme mostra a figura 6, e tambm colaborou muito para este crescimento
porque, aps esse fato, as companhias seguradoras sobretaxaram as obras em wood framing,
que possuem resistncia bem mais baixa a este tipo de catstrofe, e subtaxaram o LSF,
consequentemente dando um amplo incentivo ao desenvolvimento e aplicao dessa
tecnologia.
2
O autor lido indica que essas informaes foram colhidas na obra de Marshall University Web Pages, de 2005,com o ttulo Stran Steel-House in 1933 Chicagos Word Fair, mas no apresenta as demais informaes destaobra.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
25/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
23
Figura 6Destruio causada pelo furaco na Flrida
(fonte: JARDIM; CAMPOS, 2005, p. 28)
Outro pas onde o LSF bastante utilizado o Japo, onde historicamente seu uso tambm se
deve muito por decorrncia da 2 Guerra Mundial. Conforme Crasto (2005, p. 11) explica,
devido aos bombardeios no territrio japons, muitas residncias tiveram que ser
reconstrudas, porm a madeira que era o material predominante na estrutura das casas havia
sido proibida pelo governo japons de ser utilizada novamente, pois, alm de ter agravado os
incndios durante os ataques, tinha-se uma preocupao ambiental gigantesca, protegendo os
recursos naturais do pas. Tendo em vista essas restries, a indstria de ao japonesa passou
a produzir perfis leves de ao para construo civil como substituto da madeira. Hoje em dia,
como consequncia deste fato, o Japo um mercado altamente desenvolvido quando se trata
em construes neste tipo de sistema.
Com relao ao mercado brasileiro, o LSF ainda no uma tecnologia muito conhecida e
utilizada. A cultura brasileira considerada tradicional, que ainda vive muito da construo
artesanal caracterizada pelo emprego do concreto armado com vedao em alvenaria, impede
uma abrangncia maior desse sistema dentro da construo civil. Porm, ele vem se
desenvolvendo aos poucos, iniciando com uma fora maior no final da dcada de 1990 e
incio dos anos 2000, quando construtoras importaram essa ideia tecnolgica e passaram a
desenvolver edificaes a partir deste sistema.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
26/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
24
O Brasil ainda no possui uma norma tcnica aprovada para este tipo de sistema, porm esse
processo vem evoluindo fortemente durante os ltimos anos. O Centro Brasileiro de
Construo em Ao (CBCA) foi muito importante nessa evoluo. Conforme exalta Jardim e
Campos (2005, p. 34-35):
No segundo semestre de 2003, o CBCA, representando o setor siderrgico,juntamente com o SindusconSP (Sindicato da Indtria da Construo Civil doEstado de So Paulo), elaboraram e aprovaram junto a CEF (Caixa EconmicaFederal) um manual, denominado Steel FramingRequisitos e condies mnimaspara financiamento pela CAIXA, vlido para todo o Brasil, que regulamenta a formade construo desse sistema.
Com a utilizao cada vez maior do LSF este cenrio j mudou, hoje todas as obras com
tecnologias inovadoras financiadas pela CEF devem seguir o Sistema Nacional de Avaliao
Tcnica de Produtos Inovadores (Sinat), implantado no ano de 2007, que tem por objetivo a
harmonizao de procedimentos para avaliao tcnica de produtos e processos inovadores da
construo civil no Brasil, onde produtos inovadores so aqueles que no possuem norma
tcnica brasileira para anlise de desempenho. O Sinat possui uma diretriz de avaliao
exclusiva para a construo em LSF, onde encontrado .
Seu emprego na construo civil brasileira ainda predominante em construes de padro
mdio/alto, embora o LSF j tenha sido empregado em edificaes de padro mais baixo,
como a construo de casas populares dentro do programa Minha Casa Minha Vida do
Governo Federal junto a CEF. Alm disso, o sistema tem sido utilizado na construo de
escolas, hospitais, lojas comercias, edifcios de at 4 pavimentos e, conforme cita Santiago
(2008. p. 5), Uma aplicao para o LSF, comum em vrios pases do mundo mas ainda
pouco difundida no pas, como elemento de fechamento vertical de fachadas de edifcios
com estrutura convencional de ao ou de concreto..
Segundo Santiago (2008, p. 4), o Brasil tem totais condies de produzir todos os insumos
necessrios para a construo com o sistema LSF. O que falta ainda um conhecimento
tcnico maior das pessoas envolvidas quando se trata em construes em ao. E
principalmente um ajuste cultura construtiva brasileira baseada em materiais macios e no
racionalizada.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
27/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
25
3.2 ELEMENTOS CONSTRUTIVOS
Por se tratar de um sistema industrializado o LSF pode ter grande parte da execuo da
edificao produzida nas fbricas, deixando para o canteiro apenas a montagem dos painis erevestimentos. Os perfis que compem o LSF so obtidos a partir da conformao de chapas
finas, que se encontram em fase de crescimento rpido no Brasil tambm devido a diversidade
de aplicaes do produto final. Esses perfis obtm concepo estrutural esbelta e eficiente
para uso nas edificaes (RODRIGUES, 2006, p. 28). A figura 7 apresenta os perfis de ao
que compem o LSF com suas respectivas utilizaes.
Figura 7Perfis de ao formados a frio com suas respectivas utilizaes
(fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS, 2005)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
28/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
26
O LSF basicamente composto por paredes, piso e cobertura. As paredes so compostas por
perfis denominados montantes que so separados entre si com uma distncia de 400 mm a 600
mm, dependendo do projeto, ligados entre si a partir de parafusos e pinos especiais. As vigas
de piso formam a laje, e possuem as mesmas caractersticas de montagem que os painis, e a
cobertura semelhante da construo convencional, diferenciando-se por sua estrutura ser
em ao e no em madeira. O fechamento interno dos painis feito por placas de gesso
acartonado e externamente por placas OSB (oriented strand board) ou placas cimentcias, e
telhas de qualquer tipo na cobertura. No revestimento interno e externo so utilizados os
mesmo materiais de uma construo convencional (CRASTO, 2005, p. 13-15). A figura 8
apresenta uma estrutura detalhada e explicativa dos elementos que compem o LSF.
Figura 8Estrutura detalhada de construo em LSF
(fonte: CRASTO, 2005, p. 13)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
29/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
27
Conforme Crasto (2005, p. 26-28) explica, o LSF possui basicamente trs mtodos
construtivos diferentes:
a) mtodostick: neste mtodo os painis, as lajes, os contraventamentos, tesourasdo telhado, enfim, toda a estrutura da edificao montada no local. Os perfispodem vir j perfurados para a passagem dos condutos eltricos e hidrulicos eos demais subsistemas so instalados aps a montagem da estrutura. Estemtodo aplicado em locais onde a pr-fabricao no vivel, e tem comovantagens o transporte das peas at o local da obra e a fcil ligao doselementos, embora tambm haja um aumento da mo de obra dentro docanteiro (figura 9);
b) mtodo por painis: neste mtodo, diferentemente do anterior, os painisestruturais e no estruturais, lajes, contraventamentos, tesouras do telhado, so
pr-fabricados em fbricas prprias, deixando para o canteiro apenas amontagem das peas prontas, sendo que alguns materiais de fechamentotambm podem ser aplicados nas fbricas. Esse mtodo apresenta algumasvantagens como o aumento da velocidade de execuo e uma preciso maior namontagem das peas, minimizando tambm a mo de obra no canteiro (figura10);
c) construo modular: as construes modulares so unidades totalmente pr-fabricadas, podem ser entregues no local da obra com os revestimentosinternos, louas, metais, totalmente instalados, prontas para uso. Um uso muitocomum deste tipo de construo so os mdulos de banheiros para obras degrande porte (figura 11).
Figura 9Montagem do painel pelo mtodo stick no canteiro de obras
(fonte: SANTIAGO, 2008, p. 23)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
30/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
28
Figura 10Painis prontos levados at a obra
(fonte: AEGIS METAL FRAMING3, 2007 apud SANTIAGO, 2008, p. 24)
Figura 11Mdulo de banheiro
(fonte: TREBILCOCK4, 1994 apud CRASTO, 2005, p. 28)
Alm desses trs mtodos de construo, Crasto (2005, p. 29-30) ainda destaca que se podem
dividir as estruturas de LSF em duas formas de concepo de montagem, o tipo ballon
framinge o tipo platform framing. Nas estruturas em ballon, e estrutura do piso fixada na
lateral dos montantes, sendo que os painis so muito grandes, normalmente atingindo uma
altura superior a mais de um pavimento (figura 12). J na platform pisos e paredes so
3AEGIS METAL FRAMING. Product Guide/Typical Applications.Catlogo tcnico, 2007.4TREBILCOCK, P. J. Building Design using cold formed steel sections:an architects guide. Berkshire: Steel
Construction Institute (SCI) Publication, 1994.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
31/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
29
construdos sequencialmente, um pavimento aps o outro, fazendo com que as cargas do piso
sejam descarregadas axialmente aos montantes (figura 13).
Figura 12Ballon framing Figura 13Platform framing
(fonte: CONSULSTEEL, 2002, p. 17) (fonte: CONSULSTEEL, 2002, p. 17)
Por ser o mtodo mais utilizado atualmente, abordada a seguir a forma platform de
execuo, dando detalhes sobre os elementos que compem a estrutura do sistema LSF.
3.2.1 Fundaes
Por se tratar de uma estrutura leve, o LSF no exige muito da fundao. No entanto, como a
estrutura distribui uniformemente as cargas nos painis, exige-se uma fundao contnua que
possa suportar essas cargas em toda a sua extenso. A fundao executada segundo o
processo construtivo convencional, levando em conta tambm o tratamento contra a umidade
do solo. A escolha dessa fundao depende do clculo estrutural e da tipologia do terreno,
embora as mais utilizadas sejam a fundao do tipo radiere sapata corrida (CRASTO, 2005,
p. 31).
O radier(figura 14) trata-se de uma fundao superficial que recebe e distribui os esforos
para o terreno. Consiste em uma laje de concreto contnua armada, contendo vigas em todo oseu permetro e sob as paredes estruturais, dando rigidez fundao. A fundao deve ter no
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
32/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
30
mnimo uma diferena de 15 cm com relao ao solo para evitar que a umidade ou a
infiltrao de gua danifiquem a edificao. As instalaes eltricas e hidrulicas encontram-
se embutidas dento da fundao. Sempre que o tipo de solo permitir, essa a fundao mais
utilizada nas construes em LSF (CRASTO, 2005, p. 31-32). Alm disse o nivelamento da
fundao deve ser muito importante para que no
Figura 14Fundao radier
(fonte: PALATNIK, 2012, p. 15)
A sapata corrida ou viga baldrame (figura 15), outro tipo de fundao que pode ser utilizada.
Crasto (2005, p. 33) afirma que:
[...] um tipo de fundao indicada para construes com paredes portantes, onde adistribuio da carga contnua ao longo das paredes. Constitui-se de vigas quepodem ser de concreto armado, de blocos de concreto ou de alvenaria que solocados sob os painis estruturais. O contrapiso deste tipo de fundao obtido pormeio de perfis galvanizados que apoiados sobre a fundao constituem umaestrutura de suporte aos materiais que formam a superfcie do contrapiso [...].
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
33/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
31
Figura 15Fundao sapata corrida
(fonte: CRASTO, 2005, p. 34)
Para evitar que a edificao sofra movimentaes como translao ou tombamento devido
ao do vento indispensvel que seja executada a ancoragem da estrutura na fundao. O
material mais utilizado para executar essa fixao dos painis na fundao atravs do uso de
chumbadores (figura 16).
Figura 16Esquema de ancoragem da estrutura por chumbador
(fonte: JARDIM; CAMPOS, 2005, p. 36)
Conforme Jardim e Campos (2005, p. 36) explicam:
Os chumbadores so responsveis em garantir a transferncia das cargas daedificao para a fundao e dessa para o terreno, [...] Para tanto, devem estardevidamente ancorados fundao e aos painis de ao, nos pontos e formasdefinidos pelo clculo. So confeccionados com chapas mais espessas e, geralmente,instalados nas extremidades dos painis que recebem os contraventamentos.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
34/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
32
3.2.2 Painis
O sistema estrutural do LSF pode ser dividido em subsistemas verticais e horizontais. Os
subsistemas verticais so compostos pelos painis que formam as paredes. Eles podem terfuno estrutural ou apenas de vedao.
Dentro da concepo estrutural, Rodrigues (2006, p. 16) explica que Paredes com funo
estrutural tm a capacidade de transmitir tanto cargas verticais quanto horizontais para a
fundao [...]. Os painis (figura 17) so compostos por perfis verticais de seo transversal
Ue (perfis U enrijecidos) denominados montantes, os quais transmitem as cargas verticais
atravs de suas almas e por perfis horizontais (CRASTO, 2005, p. 40). Segundo Crasto (2005,
p. 42), Os montantes so unidos em seus extremos inferiores e superiores pelas guias, perfil
de seo transversal U simples. Sua funo fixar os montantes a fim de construir um quadro
estrutural..
Figura 17Painel tpico em LSF
(fonte: CRASTO, 2005, p. 42)
Segundo Crasto (2005, p. 41), a separao entre os montantes, normalmente, depende da
solicitao de carga que a estrutura venha a ser submetida, geralmente tendo como modulao
mais utilizada 400 ou 600 mm. Considera-se que quanto menor for esse espaamento maior
a carga suportada pelos painis, conforme a figura 18 que retrata uma modulao de 200 mmdevido carga do reservatrio.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
35/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
33
Figura 18Painel com modulao de menor espaamento
(fonte: CRASTO, 2005, p. 42)
Porm, segundo Crasto (2005, p. 48-49), os montantes no tm a capacidade de resistir a toda
carga horizontal, (como, por exemplo, as cargas provocadas pela ao do vento), submetida estrutura. Por isso deve-se conferir rigidez aos painis. Isso pode ocorrer por meio de um
contraventamento em X, executado normalmente por fitas de ao galvanizado parafusadas
aos montantes (figura 19), ou atravs de placas de fechamento estrutural que trabalhem como
diafragma rgido (figura 20).
Figura 19Contraventamento em X
(fonte: CRASTO, 2005, p. 49)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
36/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
34
Figura 20Contraventamento com placas de fechamento estrutural
(fonte: CRASTO, 2005, p. 55)
As paredes no estruturais so aquelas que no tm nenhuma funo de suportar o
carregamento da estrutura como um todo, mas sim apenas seu peso prprio e o peso dos
revestimentos que as compem. Tm como finalidade principal o uso em divisrias internas
na edificao (CRASTO, 2005, p. 66).
Todos esses perfis so unidos entre si atravs de parafusos galvanizados (variando de forma e
tamanho conforme a funo estrutural da pea), dando forma estrutura (figura 21).
Figura 21Estrutura formada pela ligao dos painis
(fonte: CONSTRUTORA SEQUNCIA LTDA, 2006b)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
37/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
35
Conforme Schafer et. al.5(2003 apud SANTIAGO, 2008, p. 31) comentam, outra utilizao
dos painis estruturais do sistema LSF no fechamento externo de edifcios de concreto
armado como sistema secundrio, no exercendo funo estrutural no edifcio como um todo.
3.2.3 Laje
Da mesma forma que os painis, a laje tambm constituda de perfis de ao galvanizados no
qual a separao dos elementos depende da carga na qual a laje submetida, sendo na maioria
dos casos a mesma que dos painis partindo do principio de estrutura alinhada. Esses perfis
so denominados de vigas de piso que utilizam perfis Ue, cujas mesas tm a mesma dimenso
dos montantes e altura da alma sendo determinada pela modulao da estrutura e o vo entreos pisos (CRASTO, 2005, p. 71).
As vigas de piso transmitem as cargas que a laje est sujeita a receber diretamente aos painis
estruturais, servindo de apoio para o contrapiso. Segundo Rodrigues (2006, p. 24),
Tradicionalmente, as vigas so consideradas como biapoiadas, pois assim os painis de
entrepiso podem vir montados de fbrica, sendo apenas encaixados na obra.. As lajes so
classificadas em laje mida e laje seca.
3.2.3.1 Laje mida
A laje mida (figura 22) composta por uma chapa metlica ondulada aparafusada s vigas
de piso, que serve como frma para o concreto. Esse concreto tem de 4 a 6 cm de espessura e
emprega uma armadura de distribuio, a qual tem a finalidade de evitar fissuras na laje. A
laje mida no dever ser confundida ao steel deck, sendo que se trata de uma estrutura mista,
necessitando de uma menor quantidade de apoios (CRASTO, 2005 p. 76).
As lajes, pelo fato do concreto no estar totalmente aderido frma, quando sujeitas a
movimentaes no piso, devido ao uso, podem produzir propagao de rudos entre os
ambientes. Para se evitar isso, obtendo-se um conforto acstico maior, empregado um
material de isolamento entre a forma e o concreto (CONSULSTEEL, 2002, p. 94, traduo
nossa).
5
SCHAFER, B. W. et. al. Accommodating Building Deflections: What every EOR should know aboutaccommodating deflections in secondary cold-formed steel systems. NSCEA/CASE/ASCE-SEI, StructureMagazine, April 2003.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
38/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
36
Figura 22Montagem laje mida
(fonte: CRASTO, 2005, p. 76)
3.2.3.2 Laje seca
A laje seca (figura 23) constituda de placas rgidas, aparafusadas as vigas de piso, servindo
como contrapiso, se as placas forem estruturais tambm podem servir como diafragmas
horizontais. A determinao do tamanho da espessura da placa depende da deformaorequerida e do tipo de revestimento a ser utilizado sobre ela (CONSULSTEEL, 2002, p. 96,
traduo nossa). Ainda, segundo Crasto (2005, p. 78), a placa OSB a mais utilizada devido a
sua leveza e facilidade de instalao, alm de propriedades estruturais que favorecem o uso
como diafragma horizontal. Porm para as reas molhadas (rea de servio, banheiros,
cozinha) o uso da placa cimentcia o mais recomendado, justamente devido sua maior
resistncia umidade, sendo as mesmas devidamente apoiadas, devido s solicitaes flexo
(LOTURCO6
, 2003 apud CRASTO, 2005, p. 78).
Partindo do mesmo princpio das lajes midas, nela tambm empregado um material de
isolamento acstico a fim de se evitar a propagao dos rudos entre os ambientes. Segundo
Crasto (2005, p. 79), As principais vantagens do uso da laje seca seriam a menor carga por
peso prprio, e uma construo a seco sem a necessidade do uso de gua na obra..
6LOTURCO, B. Chapas cimentcias so alternativa rpida para uso interno ou externo. Revista Tchne, SoPaulo, n. 79, p. 62-66, out. 2003.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
39/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
37
Figura 23Laje seca
(fonte: CRASTO, 2005, p. 78)
3.2.4 Cobertura
A cobertura tem como principal funo proteger a edificao das intempries. Para suprir a
esse requisito ela deve ser composta por materiais que atendam tanto a padres tcnicos,
como exigncias arquitetnicas.
No sistema LSF, no seria diferente, por sua versatilidade ele possibilita a realizao dos mais
variados projetos. Segundo Domarascki e Fagiani (2009, p. 46), o LSF apresenta o mesmo
princpio construtivo e caractersticas das edificaes convencionais, podendo ser composto
por telhas cermicas, metlicas, de fibrocimento e telhas tipo shingle (telhas planas e finas
compostas por gros de cermica, fibra de vidro e emulso asfltica), porm tendo sua
estrutura composta pelos perfis em ao. Por sua leveza, versatilidade e principalmente pela
capacidade de vencer grandes vos, elas podem tambm ser empregadas em construesconvencionais como galpes e edificaes de usos gerais.
As coberturas podem ser tanto planas quanto inclinadas. As coberturas planas (figura 24),
menos utilizadas no LSF, so executadas como uma laje mida, onde a inclinao para o
caimento da gua executada atravs de um contrapiso de concreto (CONSULSTEEL, 2002,
p. 107, traduo nossa).
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
40/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
38
Figura 24Esquema cobertura plana
(fonte: CRASTO, 2005, p. 95)
As coberturas inclinadas (figura 25) se assemelham muito s tradicionais, porm substituindo
uma estrutura pesada de madeira por uma, bem mais leve, em ao, podendo ser formada de
caibros e vigas (coberturas simples e com pequenos vos) ou estruturada por tesouras outrelias (coberturas mais elaboradas ou com vos maiores). Seguindo o principio da estrutura
alinhada, a alma dos perfis que compe a estrutura da cobertura se alinham aos montantes dos
painis de apoio de modo que a transmisso de carga seja axial (CRASTO, 2005, p. 97).
Figura 25Estrutura telhado inclinado
(fonte: CRASTO, 2005, p. 98)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
41/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
39
Segundo Jardim e Campos (2005, p. 39), cada tipo de telha tem uma forma correta de
utilizao, por exemplo, telhas cermicas ou do tipo shingle (figura 26), possuem um
isolamento hidrfugo (manta de impermeabilizao) e so apoiadas em algum substrato,
geralmente placas OSB. J no caso da utilizao de telhas metlicas, os prprios caibros
servem de apoio s telhas, propiciando, tambm, uma cobertura mais leve e com capacidade
de contraventamento para a cobertura.
Figura 26Aplicao de telhashingle sobre placas OSB com isolamento hidrfugo
(fonte: CRASTO, 2005, p. 120)
3.2.5 Fechamento Vertical
O conceito de fechamento vertical no sistema LSF parte do mesmo principio da estrutura,
possibilita a implementao de produtos industrializados e racionalizados. Esses acabamentos
verticais empregados, normalmente chapas ou placas, partem do principio de elementos leves
(baixo peso prprio) e que apresentam modulao estrutural prpria pra melhor otimizao de
sua utilizao, alm disso, propiciam uma obra seca (CRASTO, 2005, p. 122).
Segundo Santiago (2008, p. 21), Os sistemas de acabamento devem atender aos critrios de
habitabilidade, desempenho estrutural, resistncia e reao ao fogo, estanqueidade gua
conforto termoactico, durabilidade e esttica..
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
42/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
40
Os componentes mais utilizados para o fechamento vertical no LSF so os painis de madeira,
comercialmente denominados de OSB, as placas cimentcias e o gesso acartonado, este
utilizado somente para fechamento interno.
3.2.5.1 Painis de OSB
O painel de OSB, componente presente em praticamente todas as obras em LSF, segundo
Masisa Ltda7 (2003 apud CRASTO, 2005, p. 125), fabricado atravs da juno de trs a
cinco camadas de tiras de madeira reflorestada, cruzadas perpendicularmente, aumentando
sua resistncia mecnica e rigidez, prensadas e unidas com resinas sob alta temperatura
(figura 27). Elas so tratadas contra insetos e possuem caractersticas como grande
versatilidade de uso e alta durabilidade, apresentando boa trabalhabilidade.
Figura 27Painis OSB
(fonte: CRASTO, 2005, p. 54)
Esses painis podem ser utilizados como acabamento externo e interno de paredes, forros e
pisos e como substrato para a cobertura do telhado. Para fechamento vertical externo o
sistema mais utilizado (figura 28). A espessura das placas definida por fatores como o tipo
de acabamento empregado, se exercem funo estrutural (diafragma rgido) e o espaamento
entre os montantes dos painis (CRASTO, 2005, p. 126).
7MASISA LTDA. Painel Estrutural: catlogo eletrnico de recomendaes prticas. Ponta Grossa, 2003.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
43/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
41
Figura 28Fechamento externo com painis OSB
(fonte: CRASTO, 2005, p. 127)
Quando utilizadas como fechamento vertical externo, deve se tomar algumas precaues em
sua execuo. Como as placas encontram-se em contato direto com as intempries, deve-se
prever uma junta de dilatao de 3 mm entre elas e entre as placas com as esquadrias, devidoa sua variao de tamanho ocasionadas pela temperatura e pela umidade presente no
ambiente. Alm disso, elas necessitam de um acabamento impermevel, utilizando-se
normalmente para esse fim uma membrana de polietileno de alta densidade, na face externa,
revestindo toda a rea externa das placas (figura 29), garantindo, assim, a estanqueidade das
paredes. Na base dos painis deve ser fixada uma fita seladora que impede a passagem de
umidade vinda do piso (CRASTO, 2005, p. 127-129).
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
44/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
42
Figura 29Impermeabilizao das placas OSB com membrana de polietileno
(fonte: CRASTO, 2005, p. 128)
Para revestir a membrana de polietileno, so utilizados diferentes componentes como
revestimento em argamassa, oriundo da construo tradicional, e alguns deles, desenvolvidos
e produzidos especialmente para o sistema LSF, como o siding vinlico e o EIFS (exterior
insulation and finishing system).
3.2.5.1.1 Siding vinlico
O siding vinlico, material composto de PVC, um revestimento de fachada que apresenta
bom desempenho e concepo industrializada. um material de execuo rpida e limpa e
proporciona o acabamento que melhor se adapta ao fechamento em OSB (CRASTO, 2005, p.
130).
um material de fcil aplicao e de fcil manuteno, permitindo, quando necessrio,
efetuar troca de peas danificadas sem maiores transtornos. Pode ser pintado e sua limpeza
pode ser feita apenas com gua e sabo. Encontra-se no mercado em painis compostos por
rguas duplas com 25 cm de largura na cor branca e com texturas que imitam madeira
(CRASTO, 2005, p. 130-131).
Segundo Crasto (2005, p. 131), um material impermevel, porm, apesar de atender as
normas de desempenho, no possui grande resistncia a impactos. Por ser um material emPVC, um fator a se tomar cuidado durante sua instalao com relao ao movimento de
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
45/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
43
dilatao e contrao das peas, por isso as rguas devem ser instaladas a fim de no restringir
tais movimentos.
Na figura 30, apresentada uma residncia cujo acabamento externo foi todo executado emsidingvinlico.
Figura 30Residncia com acabamento emsiding vinlico
(fonte: PALATNIK, 2012, p. 41)
3.2.5.1.2 Argamassa
O revestimento em argamassa o que mais foge do conceito de construo limpa e racional
concebida pelo LSF, porm, por se assemelhar muito construo tradicional, tem uma
grande aceitao dentro do mercado nacional. Crasto (2005, p. 134) explica que:
[...] ainda h certas dificuldades na execuo, que podem ocasionar patologias,principalmente pelas placas de fechamento e as membranas de impermeabilizaono apresentarem uma superfcie adequada para a aderncia da argamassa, e pelorevestimento estar exposto as condies climticas que podem influir nodesempenho final.
A maneira mais correta, segundo Santiago (2008, p. 106), da utilizao desse tipo de
revestimento apresenta:
[...] argamassa aplicada sobre tela de fio de ao zincado expandida ou tela plstica
resistente alcalinidade fixada ao OSB. Para garantir a aderncia da argamassa, atela deve estar disposta em duas camadas e fixada com grampos sobre a superfciedo OSB (espessura 15 mm) impermeabilizada com a membrana de polietileno. A
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
46/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
44
argamassa deve ser de trao forte e aplicada uniformemente no deixando a telaexposta [...].
A figura 31 apresenta o revestimento argamassado sendo aplicado sobre a tela fixada na
membrana e na placa OSB.
Figura 31Revestimento em argamassa aplicado sobre tela fixada na membrana ena placa OSB
(fonte: CRASTO, 2005, p. 135)
Alm disso, segundo Santiago (2008, p. 106), devem ser previstas [...] juntas feitas na
superfcie da argamassa para orientao das trincas que podem ocorrer em funo da
movimentao e variao dimensional do conjunto..
Sobre essa superfcie podem ser aplicados acabamentos usuais como cermica, revestimentos
em pedra, textura e pintura, conforme fachada apresentada na figura 32. Porm, de acordo
com os construtores da rea, o acabamento em argamassa no recomendado para
construes em LSF.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
47/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
45
Figura 32Fachada em OSB revestida com argamassa
(fonte: CRASTO, 2005, p. 135)
3.2.5.1.3 EIFS
O EIFS, sigla que significa sistema de isolamento e acabamento externo, mais uma
alternativa de acabamento externo para o LSF. Muito utilizado fora do Brasil e cada vez maisganhando fora dentro do territrio nacional parte de uma aparncia semelhante ao do
revestimento em argamassa, porm com menores chances de aparecimento de patologias ao
longo da vida til do sistema (SANTIAGO, 2008, p. 107).
Conforme Bonitese8(2006 apud SANTIAGO, 2008, p. 107) explica, o EIFS um sistema de
multicamadas composto por [...] substrato de OSB (espessura de 15 mm), membrana de
polietileno, EPS (poliestireno expandido) e argamassa elastomrica, formando um conjunto
resistente a impactos e capaz de absorver bem as movimentaes inerentes ao sistema LSF.
(figura 33).
8BONITESE, K. V. Primeira residncia de BH em light steel framing. Revista Obras Online,So Paulo, n. 29,jul. 2006.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
48/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
46
Figura 33Sistema EIFS: 1substrato de apoio; 2placa de EPS;3base para revestimento; 4tela de reforo em fibra; 5regulador de fundo;
6revestimento final
(fonte: FUTURENG 2014a)
Como alternativa forte para substituio do revestimento em argamassa, alm de ser mais
compatvel com o sistema, o EIFS, segundo Thomas9(2001 apud SANTIAGO, 2008, p. 107-
108), apresenta outra caracterstica:
[...] um sistema que possui comportamento dctil, ou seja, quando submetido aesforos capaz de se deformar bastante antes de se romper, diferente do que ocorrecom o reboco tradicional, que se quebra facilmente devido a sua matriz cimentcia.Tal propriedade garante a menor ocorrncia de patologias construtivas ecomprometimento da integridade do sistema comparado argamassa. Alm disso,sua maior estabilidade dimensional permite que acabamentos utilizando o EIFSpossam ser executados com uma quantidade de juntas de dilatao bem menor queas que seriam necessrias no acabamento em argamassa.
3.2.5.2 Placas cimentcias
As placas cimentcias so utilizadas tanto para fechamento externo (figura 34), devido sua
boa resistncia a impactos e umidade, como para fechamento interno dos painis. No
fechamento interno elas normalmente substituem as placas de gesso acartonado em reas
9 THOMAS, R. EIFS and Earthquakes. Walls and Ceilings Magazine. May 2001. Disponvel em:. Acesso em: out. 2007.
http://www.wconline.com/http://www.wconline.com/7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
49/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
47
molhadas. Nessas reas tambm so utilizadas em pisos justamente por essa caracterstica de
maior resistncia a umidade (CRASTO, 2005, p. 139).
Figura 34Fechamento externo com placas cimentcias
(fonte: CRASTO, 2005, p. 136
Segundo Pereira Junior10 (2004 apud DOMARASCKI; FAGIANI, 2009, p. 46), as placas
cimentcias tm como definio bsica:
[...] placas delgadas de concreto, fabricadas a partir de argamassas especiaiscontendo aditivos e uma elevada porcentagem de cimento. Geralmente soconfeccionadas a partir de moldes metlicos, utilizando a mesma tecnologia doconcreto pr-moldado.
Segundo catlogo tcnico dos fabricantes as placas cimentcias tm espessuras definidas a
partir de sua aplicao. So comercializadas com bordas retas ou rebaixadas e nas espessuras
de 6 mm, 8 mm, 10 mm e 12 mm, sendo as duas ltimas as indicadas para revestimento
externo. E, assim como as placas OSB, tm coordenao modular com peas fabricadas com
medidas mltiplas de trs, com largura de 1200 mm e altura de 2000 mm, 2400 mm ou 3000
10PEREIRA JUNIOR, C. J. Edifcios de pequeno porte contraventados com perfis de chapa fina de ao.Dissertao (Mestrado em Engenharia Civil)Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
50/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
48
mm, para evitar ao mximo o desperdcio de material (BRASILIT LTDA11, 2007 apud
SANTIAGO, 2008, p. 111).
Com relao a elas Santiago (2008, p. 111) explica que:
[...] possuem constituio permevel ao vapor e impermevel gua, dispensando, apriori, a instalao de manta de polietileno. Porm, na sua instalao pode-se utilizara manta de polietileno, entre os montantes de LSF e a placa, para garantir aestanqueidade da parede, o que recomendado principalmente em juntas aparentesacabadas com perfis. O acabamento com placas cimentcias dispensa a execuo dechapisco, emboo e reboco, e possui uma superfcie que aceita diversos tipos derevestimento, tais como: laminado melannico, cermica, verniz acrlico, pintura,massa texturizada com base acrlica e pastilhas [...].
Segundo Crasto (2005, p. 141-143), as manifestaes patolgicas mais comuns que podemaparecer so as fissuraes no corpo da chapa e trincas em juntas e revestimentos, portanto
devem-se tomar cuidados especiais no assentamento das placas, levando em considerao a
variao dimensional devido temperatura e umidade, bem como com relao natureza
dos acabamentos. A partir disso, considera-se que o sistema de montagem delas semelhante
ao das placas OSB, devendo apresentar juntas de no mnimo 3 mm entre as placas e tambm
entre elas e as esquadrias.
Alm disso, para boa adequao do produto dentro do sistema, Crasto (2005, p. 143-144)
recomenda que:
[...] em paredes externas, deve-se revestir a face exposta com uma demo de seladorde base acrlica. Em locais midos (banheiros, cozinhas, reas de servio, etc.)prever um sistema de impermeabilizao nas junes da parede com o piso, paraevitar a infiltrao de gua para dentro do painel. Paredes das reas de Box, pias decozinha e tanques tambm devem receber impermeabilizao. O assentamento depeas cermicas pode ser feito com argamassa colante, porm flexvel.
Alm da utilizao como fechamento externo em edificaes construdas em LSF, as placas
cimentcias, segundo Santiago (2008, p. 144), so uma opo interessante para fechamento
dos perfis utilizados em fachadas externas de edifcios em concreto armado, principalmente
devido ao resultado final do acabamento, que se assemelha muito aos fechamentos
convencionais utilizados em tijolo com argamassa.
11 BRASILIT LTDA. Placa cimentcia BrasiPlac, catlogo tcnico. So Paulo, 2007. Disponvel em:. Acesso em: maio 2007.
http://www.brasilit.com.br/http://www.brasilit.com.br/7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
51/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
49
3.2.5.3 Gesso acartonado
As placas de gesso acartonado so utilizadas para fechamento interno de painis estruturais e
no estruturais que constituem o entorno da edificao e para o fechamento das divisrias
internas e nos forros. Quando essas divisrias internas no tm funo estrutural, pode-se
empregar o sistema drywallrevestido por essas placas, que, como mencionado anteriormente,
um sistema leve, estruturado, de montagem por acoplamento mecnico, constitudo pelos
mesmos perfis do LSF, porm com espessuras menores, devido a menor carga exigida
(CRASTO, 2005, p. 144).
As placas de gesso acartonado, conforme Santiago (2008, p. 119) explica, [...] so fabricadas
industrialmente por meio de um processo de laminao contnua de uma mistura de gesso,gua e aditivos entre duas laminas de carto, conferindo ao gesso resistncia a trao e
flexo..
Ainda, segundo Santiago (2008, p. 120), no mercado essas chapas so fabricadas com
espessuras de 9,5 mm, 12,5 mm e 15 mm, e, quanto s dimenses, seguindo o mesmo padro
das placas de OSB, com largura de 1200 mm e comprimentos entre 1800 mm e 3600 mm, e
so disponibilizada em trs tipos diferentes:
a) placa standard (ST) disponvel no mercado na cor marrom (cada placa temuma cor prpria para sua melhor e mais rpida identificao na obra), utilizada nas reas secas (figura 35).
b) placa resistente a umidade (RU) disponibilizada na cor verde, tendo utilizaopara paredes sujeitas ao da umidade (figura 36).
c) placa resistente ao fogo (RF) disponibilizada na cor rosa, sendo utilizada emreas secas que necessitem de um maior desempenho contra fogo (utilizado emsituaes especiais).
Figura 35Placa de gesso tradicional
(fonte: PENNA, 2009, p. 41)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
52/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
50
Figura 36Placa de gesso resistente umidade
(fonte: PENNA, 2009, p. 41)
Quanto instalao das placas, Santiago (2008, p. 120) recomenda que:
Deve-se sempre deixar uma folga de 10 mm entre a base da chapa de gesso e o piso,para evitar absoro da umidade. As juntas verticais entre as chapas deve sempreocorrer sobre os montantes e quando o p-direito for maior que o comprimento daschapas, suas juntas horizontais devem ser desencontradas.
Elas so fixadas aos montantes por meio de parafusos, e posteriormente executado o
tratamento das juntas entre as placas. Esse tratamento feito com massa para rejunte
especfica juntamente com fitas de papel microperfurado especial (TANIGUTI12, 1999 apud
SANTIAGO, 2008, p. 121). Quando devidamente finalizadas as placas de gesso podem
receber qualquer tipo de acabamento como pintura e cermica.
3.2.6 Isolamento termoacstico
O isolamento dentro de uma edificao tem a funo de proporcionar um melhor conforto
trmico e acstico dentro dos ambientes, fazendo com que as condies externas no
influenciem nas internas. Esse desempenho satisfatrio quando proporciona qualidade
ambiental adequada, sendo influenciado por uma srie de fatores como a posio da
12
TANIGUTI, E. K. Mtodo construtivo de vedao vertical internade chapas de gesso acartonado. Dissertao (Mestrado em Engenharia)Departamento de Engenharia Civil, Escola Politcnica, Universidadede So Paulo, So Paulo, 1999.
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
53/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
51
edificao e suas dependncias, o tipo de fechamento e cobertura, seus revestimentos,
esquadrias, etc. (CRASTO, 2005, p. 165).
Segundo conceito antigo os materiais de grande massa e densidade so os melhores isolantestermoacsticos, porm, com o avano tecnolgico de produtos e processos, essa lei no se
aplica ao LSF. Crasto (2005, p. 165) afirma que Os princpios de isolamento termoacstico
em LSF baseiam-se em conceitos mais atuais de isolao multicamada, que consiste em
combinar placas leves de fechamento afastadas, formando um espao entre os mesmos,
preenchido por material isolante (l mineral).. Aumentando-se a espessura desse material
isolante aumenta-se a eficincia de desempenho do sistema.
O isolamento trmico tem como principal objetivo minimizar as perdas de calor no inverno e
de controlar os ganhos de calor no vero. J o isolamento acstico ocorre quando se minimiza
a transmisso de sons de um ambiente para outro ou do meio externo para o meio interno e
vice versa. Segundo Crasto (2005, p. 169-170), os materiais de isolao, instalados entre os
painis internos e externos, so geralmente porosos e/ou fibrosos os quais tem excelente
comportamento como isolante trmico e acstico. O material mais utilizado para isolamento
a l mineral, como a l de rocha e a l de vidro, apresentado na figura 37. Alm disso, em
locais muito frios para aumentar a eficincia trmica da edificao, so utilizados materiaisisolantes na parte exterior dos painis, como o poliestireno expandido (apresentado
anteriormente nos acabamentos externos no sistema EIFS).
Figura 37Isolamento termoacstico com l de vidro
(fonte: PENNA, 2009, p. 42)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
54/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
52
3.2.7 Instalaes Eltricas e Hidrossanitrias
As instalaes eltricas e hidrossanitrias dentro do sistema LSF, podem ser semelhantes
construo civil tradicional ou incorporar novas solues tecnolgicas. A diferena bsica,porm relevante, o fato de ela ser embutida dentro das lajes e painis antes do fechamento
interno, sem a necessidade de rasgar as paredes. Os perfis metlicos vm furados de fbrica
conforme a localizao, em projeto, da passagem dos condutos de hidrulica e eltrica. A
tubulao de gua, assim como a eltrica passa a ser flexvel (figura 38), possibilitando, com
maior facilidade, sua distribuio na edificao.
Figura 38Instalaes hidrulicas inovadoras incorporadas no LSF
(fonte: PALATNIK, 2012, p. 47)
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
55/105
__________________________________________________________________________________________Light steel framing: viabilidade tcnica da utilizao de um sistema inovador na construo civil
53
4 PARMETROS TCNICOS DO LSF
O LSF, como visto no captulo anterior, um sistema diferente do tradicional em diversos
aspectos. Este captulo tem a finalidade de apresentar parmetros que so considerados como
essenciais em qualquer tipo de edificao e descrever, conforme bibliografia, sua relao com
o sistema LSF. So abordados parmetros tcnicos referentes ao projeto, execuo e ao
desempenho da edificao. Conforme a Diretriz Sinat N 003 (2012, p. 15-36), o LSF deve
atender aos parmetros de segurana estrutural, desempenho contra incndios, desempenho
trmico, desempenho acstico e durabilidade. Alm desses parmetros presentes nessadiretriz, foram identificados outros parmetros, tambm significativos para uma avaliao.
Todos os itens abordados neste captulo serviram como base para elaborao de um
instrumento de coleta de dados juntos aos profissionais intervenientes no processo.
4.1 PROJETO
H de se destacar que com relao ao projeto arquitetnico existam certas dvidas com
relao ao seu planejamento, principalmente o fato de ser possvel ou no se executar
qualquer tipo de projeto ou necessrio limitar-se devido utilizao de um sistema racional.
Segundo Crasto (2005, p. 16), [...] a construo metlica muito verstil e viabiliza qualquer
projeto arquitetnico, desde que ele seja concebido e planejado considerando o
comportamento do sistema.. Muitas outras bibliografias e catlogos tcnicos de empresas
tambm sugerem que o sistema no tem nenhuma restrio forma arquitetnica podendo
atender e se adaptar a qualquer projeto executado, tudo claro dentro das limitaes dosistema, principalmente perante a parte estrutural.
No contra ponto, um grande facilitador comprovado na teoria a execuo dos projetos
hidrulicos e eltricos. Esses projetos por sua vez partem da vantagem de que os perfis j vm
perfurados de fbricas com a posio correta das passagens dos eletrodutos. Alm disso, os
projetos de gua utilizam tambm uma nova tecnologia que so as tubulaes PEX
(polietileno reticulado), que so tubos flexveis que se ajustam muito melhor dentro deste tipo
de sistema. Essas diferenas acabam evitando quebras e desperdcio de materiais
7/23/2019 Lsf - Viabilidade Tcnica Da Utilizao
56/105
__________________________________________________________________________________________Vinicius Gadini Valim. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2014
54
desnecessrios e, pelo fato das paredes internas serem revestidas por placas de gesso, acabam
facilitando a manuteno das tubulaes.
Contudo no sistema LSF extremamente necessrio que haja uma compatibilizao perfeitaentre os projetos (arquitetnico, estrutural, hidrulico e eltrico) antes do incio de produo
das peas e montagem das mesmas, para no se evitar futuras complicaes e utilizar ao
mximo o que o sistema pode oferecer de vantagens.
4.2 VELOCIDADE CONSTRUTIVA
Por se tratar de uma construo industrializada, com grande parte dos materiais produzidos
em indstria, e estes virem, de certa forma, prontos para a obra, faz com que a velocidade
de construo do LSF seja de um menor tempo se comparada a tradicional, por exemplo.
Porm, a ideia no comparar a nenhum outro processo construtivo e sim entender como esse
tempo construtivo pode ser melhor definido e acompanhado durante a execuo da obra.
O LSF um sistema no qual se pode prever mais precisamente o tempo de execuo da
edificao, colaborando tambm com um oramento inicial mais confivel. Segundo Jardim e
Campos (2005, p. 34), A necessidade de um projeto detalhado para montagem do light steelframing fator facilitador da auditoria na obra, atravs do acompanhamento arquitetnico,
que permite verificar o cronograma fsico-financeiro e a perfeita execuo estrutural do
sistema..
4.3 SEGURANA ESTRUTURAL
A segurana estrutural um ponto chave na escolha de um sistema construtivo. O fato de seusar materiais leves em sua composio, em contraste com um material bem mais pesado
utilizado na construo tradicional de concreto armado e alvenaria, leva muitos leigos no
assunto a pensar se o material empregado no LSF realmente resiste a todos os esforos que
podem ser solicitados pela estrutura.
Conforme explica a Diretriz Sinat N 003 (2012, p. 15) para cada tipo de edificao projetada
e local implantada essencial que seja feito, por um profissional devidamente habilitado, todo
um clculo estrutural especfi
Top Related