LUIZ FERNANDO PASSAGLIA
ANÁLISE DA INTRODUÇÃO DE PAUSAS DE TRABALHO NA PRODUTIVIDADE E CONFORMIDADE DE PROCESSOS EM INDÚSTRIA DE ABATE DE FRANGOS
Trabalho de graduação apresentado ao Departamento de Engenharia Elétrica e de Produção da Universidade Federal de Viçosa como parte das exigências para a conclusão do curso de Engenharia de Produção.
Orientador
Prof. Luciano José Minetti
Co-orientador
Antônio Cleber Gonçalves Tibiriçá
VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL
2004
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai pelos conselhos, orientações, carinho e pelo exemplo de inteligência.
A minha mãe pelo amor, confiança e dedicação.
A minha irmã Sandra pela amizade, pelo companheirismo e pela compreensão em
todos esses anos que compartilhamos dificuldades e felicidades em nossos estudos em Viçosa.
Aos meus irmãos Luiz Guilherme e Eliana pelo amor e apóio.
A Universidade Federal de Viçosa pela oportunidade de estudo e pela qualidade de
ensino.
Ao Professor Luciano José Minetti pela orientação, confiança e incentivo para
realização desse trabalho, pela amizade e pelos conhecimentos ensinados.
Ao Professor Antônio Cleber Gonçalves Tibiriçá, pela co-orientação, dedicação e
pelos imprescindíveis conselhos para a realização desse trabalho, além da eterna gratidão por
seus ensinamentos e pelo seu trabalho junto à coordenação do Curso de Engenharia de
Produção.
A Professora Danielle Dias Sant’Anna pela dedicação, esforço e ajuda aos alunos do
Curso.
A Michelle Martha e a todos da Empresa que colaboraram para a realização desse
trabalho.
Aos meus amigos de Universidade, Paulo, Marcel, Juliana, ...., Rod’z e Pudim pelo
carinho, apóio, compreensão, farras, .........
Aos amigos de Juiz de Fora pela verdadeira amizade e respeito.
A todos que direta ou indiretamente colaboraram com a minha formação.
I
RESUMO
Na tentativa de reduzir os efeitos do trabalho na saúde dos trabalhadores, os conceitos
ergonômicos determinam a introdução de pausas programadas na jornada de trabalho,
principalmente naquelas caracterizadas por sobrecarga física, psíquica ou cognitiva. Contudo,
a introdução dos conhecimentos e das práticas ergonômicas na maioria das empresas é
dificultada, principalmente porque tem sido observada sua aplicação para o cumprimento da
legislação vigente. Esse fato reside em função dos benefícios financeiros gerados pela
ergonomia muitas vezes serem de difícil mensuração.
Dessa forma, objetivou-se com este trabalho identificar e analisar a influência das
pausas de trabalho na produtividade e na conformidade de processos.
Além da análise de produtividade e conformidade, o trabalho consta com uma
caracterização e análise dos fatores humanos, físicos e ambientais que direta ou indiretamente
influenciam nas variáveis estudadas.
A introdução de pausa de trabalho programadas de 10 min. a cada hora trabalhada
durante o experimento, permitiu melhorar a produtividade por minuto do trabalhador,
interrompendo o comportamento característico de queda de produtividade observado nos dias
nas quais as pausas não estavam presentes. Além disso, proporcionou em alguns casos o
aumento na quantidade de peso pendurado por dia de trabalho.
A influência da pausa de trabalho na conformidade do processo de pendura de frango
não foi possível de ser analisada, devido à forte incidência de inúmeros fatores de difícil
controle sobre a variável estudada.
II
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
2 OBJETIVOS............................................................................................................. 2
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 3
3.1 Condições de Trabalho.......................................................................................... 3 3.2 Ruído..................................................................................................................... 3 3.3 Calor...................................................................................................................... 4 3.4 Iluminação............................................................................................................. 5 3.6 Antropometria....................................................................................................... 5 3.7 Organização do Trabalho...................................................................................... 6 3.8 Fatores Humanos................................................................................................... 7
4 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................... 7
4.1 Caracterização do Local em Estudo...................................................................... 7 4.2 População e Amostragem...................................................................................... 8 4.3 Calor...................................................................................................................... 8 4.4 Ruído..................................................................................................................... 8 4.5 Luz......................................................................................................................... 9 4.6 Riscos Ergonômicos.............................................................................................. 9 4.7 Determinação da Carga Física de Trabalho.......................................................... 9 4.8 Estado de Saúde dos Trabalhadores...................................................................... 10 4.9 Perfil dos Trabalhadores........................................................................................ 11 4.10 Organização do Trabalho.................................................................................... 11 4.11 Avaliação da Produtividade e Conformidade do Processo................................. 11
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................... 11
5.1 Organização do Trabalho...................................................................................... 11 5.2 Característica Gerais dos Trabalhadores............................................................... 12 5.3 Saúde..................................................................................................................... 12 5.4 Carga Física de Trabalho....................................................................................... 13 5.5 Riscos Ergonômicos.............................................................................................. 13 5.6 Ruído..................................................................................................................... 15 5.7 Iluminação............................................................................................................. 15 5.8 Calor...................................................................................................................... 16 5.9 Análise de Produtividade....................................................................................... 16 5.10 Análise de Conformidade.................................................................................... 19
6 CONCLUSÃO.......................................................................................................... 20
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 21
III
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Esquema geral das condições e das conseqüências do trabalho..............................03
Figura 2 – Fluxograma do processo de abate do frango...........................................................12
Figura 3 - Produtividade do Funcionário 1...............................................................................17
Figura 4 - Produtividade do Funcionário 2...............................................................................17
Figura 5 - Produtividade do Funcionário 3...............................................................................17
Figura 6 - Produtividade do Funcionário 4...............................................................................17
Figura 7 - Produtividade do Funcionário 5...............................................................................17
Figura 8 - Produtividade do Funcionário 6...............................................................................17
Figura 9 – Curva de produtividade...........................................................................................18
Figura 10 – Curva de produção.................................................................................................18
IV
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estatísticas do levantamento antropométrico dos trabalhadores do setor de
pendura................................................................................................................14
Tabela 2 - Produtividade média dos funcionários ....................................................................19
V
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação da carga de trabalho físico com base na freqüência cardíaca...........10
Quadro 2 - Partes do corpo com incidência de dores ao final da jornada.................................13
Quadro 3 - Análise dos batimentos cardíacos por funcionário.................................................13
Quadro 4 - Descrição geométrica das principais variáveis analisadas......................................14
Quadro 5 - Peso total pendurado em um dia de trabalho por funcionário................................19
VI
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas os conceitos administrativos sofreram profundas modificações. O
domínio do capital e da técnica de produção deixaram de ser fatores de diferenciação
competitiva; atualmente a capacidade de uso da informação e do conhecimento exercem essa
função. Nesse contexto, a compreensão da influência e do papel de transformação do homem
sobre os sistemas produtivos torna-se de suma importância para o alcance dos objetivos
empresariais, principalmente, dos relacionados à diferenciação competitiva.
Paralelamente, modificações econômicas geradas pela globalização modificaram
bruscamente as características do mercado, que acabaram por pressionar as organizações a se
adequarem aos padrões competitivos. A não-adequação às exigências desse mercado põe em
risco a sobrevivência das empresas. Dessa forma, a competitividade é o elemento central na
redefinição produtiva, o que implica necessariamente a focar o ser humano como um dos
elementos principais dessa modificação.
Ao considerar competitividade, surge adicionalmente a necessidade do conceito de
produtividade, o qual pode ser compreendido como a relação entre quanto é produzido e
quanto é usado. Sua conexão com o nível de competitividade resulta no fato de que
racionalidade em produção é o fator determinante do poder das companhias para competir.
Segundo Porter (1991), uma companhia pode ficar mais competitiva se adotar estratégias que
reduzem custos e diferenciam seu produto. Em ambos os casos, a alta produtividade
representa custos mais baixos, gerando vantagens quando comparados com seus substitutos
ou concorrentes.
A qualidade, segundo Slack et al. (1998), está relacionada à capacidade de se fazer
“produtos ou proporcionar serviços livres de erros, que correspondam precisamente a suas
especificações”. A qualidade é geralmente medida pela conformidade, ou seja, pela relação
entre produtos livres de erros e o total de produtos fabricados (DAVIS, 2001). Nesse sentido,
a conformidade contribui de forma direta para a competitividade da empresa por meio da
redução de custos de processo, estoque e serviço. Dessa forma, a qualidade e a produtividade
estariam assegurando a consecução do objetivo principal de toda organização capitalista que é
a lucratividade.
Na tentativa de conciliação de produtividade e qualidade, as empresas, na organização
do trabalho, planejam e fornecem os meios necessários à produção, na medida em que
dividem tarefas, estabelecem critérios, normas e regras definindo, assim, os objetivos a serem
alcançados no processo de trabalho. Muitas vezes, adotam como referência um pressuposto
herdado de Taylor, cuja máxima reside na concepção de um operário padrão, bem treinado e
1
que trabalha em um posto estável (WISNER, 1987, apud ABRAHÃO, 2000). Porém, o que se
observa no cotidiano é que esta estabilidade não corresponde à realidade. Os estudos
(LEPLAT, 1977; ABRAHÃO, 2000) demonstram uma diferença entre o que é previsto e o
que é realizado, entre o desejável e o real, pois nas situações de trabalho ocorrem variações
freqüentes em decorrência de vários fatores, dentre os quais ressalta-se a organização do
trabalho e aqueles relacionados às características do trabalhador.
Na perspectiva da organização do trabalho, devem ser considerados os materiais, as
máquinas, os equipamentos e os procedimentos. Quanto às características do trabalhador, a
literatura (LEPLAT, 1977; IIDA, 1990; SANTANA; 1996; ABRAHÃO, 2000) aponta as
fontes de variabilidade do indivíduo como as de natureza inter e intra-individuais, levando-se
em conta os aspectos físicos, psíquicos e cognitivos neles inseridos, a experiência como
história das representações mentais, o envelhecimento como história biológica e outras
intrinsecamente ligadas à história do trabalho. É nesse contexto do real que a atividade
realmente ocorre e não naqueles previstos pela organização na sua tentativa de estabilização
do processo ou ainda da normatização.
Em função dessa demanda é que surgem os conhecimentos ergonômicos que buscam
compreender a relação entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, com o
objetivo de proporcionar segurança, saúde e conforto para o trabalhador, daí decorrendo, em
geral, maior eficiência no trabalho executado.
Na tentativa de reduzir os efeitos do trabalho na saúde dos trabalhadores, os conceitos
ergonômicos determinam a introdução de pausas programadas na jornada de trabalho,
principalmente naquelas caracterizadas por sobrecarga física, psíquica ou cognitiva.
Contudo, a introdução dos conhecimentos e das práticas ergonômicas na maioria das
empresas é dificultada, principalmente porque tem sido observada sua aplicação para o
cumprimento da legislação vigente. Esse fato reside em função dos benefícios financeiros
gerados pela ergonomia muitas vezes serem de difícil mensuração (IIDA, 1990).
Com base nos elementos supracitados, objetiva-se com este trabalho identificar e
analisar a influência das pausas de trabalho na produtividade e na conformidade de processos.
2 OBJETIVOS
O objetivo geral do trabalho é analisar a influência na produtividade e na conformidade
do processo da produção decorrentes da introdução de pausas de trabalho na jornada de traba-
lho, conforme preconizado pela NR-17.
Os objetivos específicos são:
2
- realizar levantamento do perfil e do estado de saúde do trabalhador;
- identificar e descrever os recursos produtivos envolvidos no processo;
- caracterizar os fatores ambientais (térmicos, sonoros e luminosos);
- avaliar a carga de trabalho físico; e
- identificar as variações na produtividade e da desconformidade na ausência e na presença de
pausas de trabalho.
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Condições de Trabalho
O conceito de condições de trabalho está relacionado ao conjunto de fatores que
determinam o comportamento do trabalhador, podendo esses interferirem direta e ou
indiretamente na forma de atuação do trabalhador e, conseqüentemente, no resultado do
trabalho exercido (LEPLAT, 1977).
Segundo LEPLAT (1977), o comportamento do operador é determinado pelas suas
características individuais (física, psicológicas, intelectual, personalidade, experiências, etc.) e
pelas exigências imposta ao trabalhador, ou seja, os objetivos da atividade (fabricar
determinado tipo de peça com esta ou aquela tolerância) e das condições de execução (meios
técnicos utilizáveis, ambiente físico, regulamentos a observar, etc.) (Figura 1).
O mesmo autor ressalta que o comportamento do operador traz-lhe determinadas
conseqüências (carga de trabalho, fadiga, satisfação, etc.), que modificando as suas próprias
características, podem refletir-se no seu comportamento.
Do confronto da atuação com os objetivos, pode resultar um desvio que, uma vez
constatado, se torna uma condição da atividade, modificando a atuação do operador.
Características
do operadorObjetivos Condições de
execução
Atividade do operador
Conseqüências para o operador
Atuação
I
II
III
Figura 1 – Esquema geral das condições e das conseqüências do tFonte: Leplat (1977)
3.2 Ruído
No ar, o som é descrito em termos da variação de pressã
3
I – Nível das condições: de trabalho II – Nível das atividades III – Nível dos efeitos daatividade
rabalho.
o acima e abaixo da pressão
atmosférica ambiente. Estas oscilações de pressão são geradas por uma superfície vibrante ou
uma corrente turbulenta de fluido que se propagam por meio material com freqüência
semelhante a da fonte do som (KWITKO, 1993).
Segundo IIDA (1990), o conceito de ruído é de um som indesejável, sendo esse uma
mistura complexa de diversas vibrações. Sua intensidade é medida numa escala logarítmica,
cujos níveis são expressos em decibéis (dB).
A permanência em locais de trabalho que apresentem níveis de ruído de 85 a 90 dB(A)
oferece, segundo VERDUSSEN (1978), grandes riscos. Os limites de tolerância para ruídos
contínuos e intermitentes estão descritos na Legislação Brasileira sobre Atividades e
Operações Insalubres (NR 15 - anexo nº 3, da Portaria nº3.214/78, do Ministério do Trabalho
e Emprego).
As pessoas não são afetadas, na mesma proporção, pelo efeito do som. O ruído
provocado por uma máquina pode ser prejudicial ao seu operador, mas pode ser agradável à
outra pessoa que se encontre longe do local de operação (MINETTI, 1996).
Experimentos laboratoriais têm demonstrado que em alguns casos o ruído pode
produzir uma queda no desempenho, mas em outros esse pode produzir um aumento do
mesmo.
Os resultados obtidos estão sujeitos à natureza do trabalho que está sendo executado.
Trabalhos de natureza monótonos podem ser melhor desempenhados em ambientes ruidosos,
simplesmente porque o ruído mantém o trabalhador desperto. Por outro lado um trabalhador
que requer um alto grau de concentração está sujeito a ser perturbado pelo ruído (IIDA, 1990).
Em ruídos de curta duração (um ou dois minutos) observa-se uma queda no
rendimento no início e final do período de exposição. Contudo, após alguns segundos, se o
nível de ruído permanecer estável, o desempenho retorna ao nível normal. Portanto dentro de
certos limites, parece que não é propriamente o ruído, mas a intermitência do mesmo que
provoca alterações do desempenho (IIDA, 1990).
Para ruídos de longa duração (horas), na faixa de 80 a 90 dB, não se observam
mudanças significativas em experimentos realizados em laboratórios, tanto em tarefas
intelectuais como naquelas manuais. Para ruídos acima de 90 dB, o desempenho começa a
cair. Em tarefas que exigem atenção, o número de erros aumenta significativamente (IIDA,
1990).
3.3 Calor
Calor é a energia térmica transferida, a qual é a soma das energias cinética e potencial,
4
associado aos movimentos aleatórios dos átomos, moléculas e outros corpos microscópicos
que fazem parte do objeto (HALLIDAY, 1966).
No trabalho em ambientes de alta temperatura, o rendimento do trabalhador cai. A
velocidade de trabalho diminui, as pausas se tornam maiores e mais freqüentes, o grau de
concentração diminui e a freqüência de erros e acidentes tende a aumentar significativamente,
principalmente a partir de 30oC. O trabalho em temperaturas acima de 25oC já começa a
produzir desconforto, fadiga física e mental, efeito que se agrava com alto grau de umidade
que dificulta a evaporação do suor e a auto-regulação da temperatura corporal (COUTO, 1995
e IIDA, 1990).
Já a realização do trabalho em baixas temperaturas afeta o controle muscular,
reduzindo algumas habilidades motoras como a destreza e a força, principalmente para as
mãos e pés, devido à diminuição do suprimento do sangue na pele e da temperatura corporal
(COUTO, 1995). A temperatura nestes casos, não tem que estar excessivamente baixa, e os
efeitos podem, aparecer com temperaturas em torno de 13oC, tornando-se mais evidente em
temperaturas abaixo de 10 oC. Também o frio abaixo de 15 oC diminui a concentração e reduz
as capacidades para pensar e julgar (STRANK, 1971, apud SANTANA, 1996).
3.4 Iluminação
Uma boa iluminação pode ser entendida como a existência de um conjunto de
condições, em determinado ambiente, no qual o ser humano pode desenvolver suas tarefas
visuais com o máximo de acuidade e precisão com o menor esforço (PERREIRA, 1993).
Uma iluminação adequada do ambiente de trabalho é essencial para evitar problemas
como fadiga visual, incidência de erros, queda no rendimento e acidentes (SILVA, 1999).
Dois fatores merecem destaque em um projeto de iluminação: a intensidade luminosa,
geralmente expressa em lux, e a luminância, ou seja, a sensação de brilho e de ofuscamento
percebida por uma pessoa a partir de uma fonte luminosa, ou refletida por uma superfície
(COUTO, 1995).
3.6 Antropometria
Antropometria é a ciência que estuda especificamente as medidas e proporções das
diferentes partes do corpo humano para determinar diferenças entre indivíduos e grupos.
O levantamento antropométrico de uma determinada população é um instrumento
importante em estudos ergonômicos, fornecendo subsídios para dimensionar e avaliar
máquinas, equipamentos, ferramentas e postos de trabalho de forma a beneficiar a saúde e o
5
conforto do trabalhador.
Segundo MORAES (1983), equipamentos ou máquinas quando se adaptam
adequadamente ao organismo, sob o ponto de vista dimensional, os erros, os acidentes, o
desconforto e a fadiga diminuem sensivelmente.
Segundo IIDA (1990) a antropometria pode ser classificada em:
- estática: está relacionada com a medida das dimensões físicas do corpo humano parado ou
com poucos movimentos.
- dinâmica: mede os alcances dos movimentos. Os movimentos de cada parte do corpo são
medidos mantendo-se o resto do corpo estático; e
- funcional: as medidas antropométricas são associadas à análise da tarefa. Por exemplo, o
alcance das mãos não é limitado pelo comprimento dos braços, uma vez que envolve também
o movimento dos ombros, a rotação do tronco, a inclinação das costas e o tipo de função que
será exercido pelas mãos.
O ideal seria que o dimensionamento de postos de trabalho e, ou, ferramentas e
equipamentos de trabalho fossem desenvolvidos individualmente, para atender as
características de cada trabalhador, no entanto, isso seria inviável tanto praticamente como
economicamente. Dessa forma, os levantamentos antropométricos são realizados para atender
a faixas da população ou para um indivíduo especifico (MINETTI, 1996).
3.7 Organização do Trabalho
DEJOURS (1994, apud MAZZILLI, 2000) afirma que “a organização do trabalho é, de
certa forma, a vontade do outro. Ela é, primeiramente, a divisão do trabalho e sua repartição
entre os trabalhadores”.
O trabalhador ocupa, na organização do trabalho, um cargo e desempenha uma função,
encontrando à sua espera uma série de tarefas que deve cumprir. Encontra, também, os
objetivos e os meios com os quais terá de trabalhar, ou seja, o seu trabalho já está
determinado, restando-lhe apenas executa-lo (CODO et al., 1993, apud MAZZILLI, 2000).
Segundo DEJOURS (1994, apud MAZZILI, 2000), uma organização do trabalho
autoritária que não torna possível o rearranjo da organização do trabalho pelo trabalhador, a
relação conflitual do aparelho psíquico à tarefa é bloqueado, acumulando-se a energia
pulsional que não acha descarga no exercício do trabalho, resultando um sentimento de
desprazer, fadiga e tensão. Afirma, também, que a origem da carga psíquica do trabalho está
na relação do homem com a organização do trabalho.
Quando existe bloqueio na relação homem-organização do trabalho inicia o
6
sofrimento, apesar da utilização máxima das faculdades intelectuais, psicoafetivas, de
aprendizagem e de adaptação. Quanto mais rígida é a organização do trabalho, menores as
possibilidades de mudá-lo e quanto maior a certeza de que o nível de insatisfação atingido não
pode ser diminuído marca o começo do domínio do sofrimento e da luta contra ele. Essa luta
contra o sofrimento faz-se, a um só tempo, coletiva e individualmente, conduzindo ao
ocultamento ou a identificação do sofrimento, sob forma de doenças ou ao efetivo
enfrentamento de dinâmicas causais enraizadas nas situações de trabalho (DEJOURS, 1992,
apud MAZZILI, 2000).
A flexibilização da organização do trabalho, permitindo pleno emprego das aptidões
psicomotoras, psicossensoriais e psíquicas, de modo a deixar maior liberdade ao trabalhador
para rearranjar seu modo operatório e utilizar-se de gestos capazes de lhe proporcionar prazer,
transformando um trabalho fatigante em um trabalho equilibrante, parece ser uma condição
para se obter prazer no trabalho (DEJOURS, 1994, apud MAZZILI, 2000) e,
conseqüentemente, a produtividade e a conformidade.
3.8 Fatores Humanos
O trabalhador é o principal componente que determina o sucesso ou o fracasso de um
sistema de trabalho (MINETTI, 1996). A qualidade dos produtos fabricados e, ou, serviços
prestados também são afetados pelas características do trabalhador, tanto as de natureza inter
individuais, quanto as intra-individuais.
A literatura (IIDA, 1990; MINETTI, 1996; SILVA, 1999) aponta alguns fatores
humanos influenciadores do desempenho do trabalhador, sendo esses de origem física,
fisiológicas, psicológica e intra-individuais (sexo, idade, tempo atividade, escolaridade,
treinamento).
Dessa forma, para cada uma dessas variáveis humanas há certas características que são
mais prejudiciais ao trabalho. Cabe aos sistemas produtivos e, principalmente, aos
ergonomistas conhecerem essas limitações e, na medida do possível, tomar as providências
necessárias para otimizar seus efeitos sobre o resultado do trabalho realizado.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Caracterização do Local em Estudo
Este trabalho será desenvolvido utilizando-se dados coletados em uma empresa de
abate de aves localizada no na Zona da Mata Mineira.
O posto a ser analisado é de pendura de frangos, no qual a tarefa a ser realizada
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consiste em pegar os frangos vivos que se encontram em caixas e pendurá-los em uma linha
transportadora de correia contínua. Trata-se de uma atividade com intensa repetitividade,
ritmo de trabalho e exigência física.
A atividade de pendura é realizada por 4 grupos de 10 ou 11 funcionários, sendo cada
grupo responsável por meio turno de trabalho. O primeiro turno de trabalho vai de 3h 40 min
da manhã até às 14 hs. e o segundo turno vai das 14hs até às 24h 20 min.
4.2 População e Amostragem
A população em análise é composta por 11 trabalhadores responsáveis pela pendura de
frango na segunda parte do primeiro turno de trabalho.
A identificação dos riscos físicos será realizada considerando-se o grupo homogêneo
de risco do setor de pendura. Serão realizados levantamentos, durante toda a jornada de
trabalho analisada.
A identificação dos riscos ergonômicos e dos fatores humanos e a análise da
produtividade e conformidade serão realizadas considerando a amostra de seis funcionários.
4.3 Calor
A avaliação da exposição ao calor será realizada através da determinação da
sobrecarga térmica dentro dos ambientes de trabalho. Na coleta dos dados será utilizado um
termômetro digital de IBUTG (Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo). O aparelho
será posicionado no setor de trabalho e programado para registrar os valores de IBUTG, em
intervalos de dez minutos durante toda a jornada de trabalho. Ao final da jornada, os dados
serão descarregados e armazenados em um computador, para posterior análise.
Os dados serão analisados e confrontados com os limites determinados pela Legislação
Brasileira sobre Atividades e Operações Insalubres (NR 15 - anexo nº 3, da Portaria nº
3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego).
4.4 Ruído
Os níveis de ruído no ambiente de trabalho serão obtidos por intermédio da utilização
de um medidor de nível de pressão sonora, projetado para atender aos requerimentos das
normas sobre exposição a níveis de ruído.
Para realizar a coleta dos dados o microfone será preso à gola da camisa do
funcionário, de forma a posicioná-lo o mais próximo possível da sua zona auditiva.
O medidor possui um coletor interno de dados que permite registrar e armazenar dados
a um intervalo de tempo constante, e descarregá-los ao final da coleta em um computador.
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Os dados serão analisados e confrontados com os limites determinados pela Legislação
Brasileira de Atividades e Operações Insalubres (NR 15 - anexo nº 1, da Portaria nº 3.214/78,
do Ministério do Trabalho e Emprego).
4.5 Luz
A iluminação será analisada a partir da identificação e caracterização das propriedades
luminotécnicas do ambiente de trabalho. As medições de níveis de iluminância nos campos de
trabalhos serão realizadas com luxímetro. As leituras serão feitas posicionando-se a base da
fotocélula num plano horizontal dentro do campo de trabalho determinado, obtendo-se os
níveis de iluminância, em lux.
Os dados serão analisados, e confrontados com os limites determinados pela Norma
Brasileira NBR 5413/1992 – Iluminação de interiores - da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas).
4.6 Riscos Ergonômicos
No intuito de verificar a adequação dos postos de trabalhos as características físicas de
seus usuários, será realizado um levantamento das variáveis geométricas do setor estudado e
das seguintes variáveis antropométricas:
- estatura: distância vertical da extremidade da cabeça ao solo;
- altura do ombro: distância vertical do ombro, no acrômio, ao solo;
- altura da mão: distância vertical da extremidade pulpar do dedo médio, estando o braço pendido
ao longo do eixo longitudinal do corpo, ao solo;
- comprimento do membro superior: comprimento do membro superior, entre o ombro, no
acrômio, e a ponta do dedo médio;
- comprimento do braço: comprimento do braço, entre o ombro, no acrômio, e o cotovelo,
estando o antebraço flexionado em 90o com o braço; e
- comprimento do antebraço: comprimento do antebraço, entre o cotovelo e a ponta do dedo
médio.
Os dados antropométricos serão obtidos através das medidas diretas do corpo do
trabalhador na posição em pé. As medidas serão tomadas utilizando-se uma trena graduada,
uma suta e formulários para anotação das medidas.
As varáveis geométricas serão obtidas através de medições in loco realizadas com
trena graduada e formulário para anotação das medidas.
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4.7 Determinação da Carga Física de Trabalho
A carga de trabalho físico será determinada pela freqüência cardíaca dos funcionários
durante a jornada de trabalho. Os dados serão coletados e analisados por meio de aparelho
composto por um receptor digital, uma correia elástica e um transmissor de eletrodos.
O transmissor será fixado na altura do tórax, por meio da correia elástica, no início da
jornada de trabalho e retirado ao final dela. O transmissor irá comunicar a cada minuto os
sinais de freqüência cardíaca ao receptor para serem armazenados. Ao término da coleta, os
dados serão descarregados no computador e analisados por meio de um software específico.
Utilizando os dados coletados será determinada a carga de trabalho físico em cada
atividade (Quadro 1) e a carga de trabalho cardiovascular no trabalho.
Para o cálculo da carga cardiovascular, será utilizada a equação:
CCV = [(FCT – FCR ) / (FCM – FCR)] x 100 [eq. 1]
em que: CCV = carga cardiovascular, em %; FCT = freqüência cardíaca de trabalho, em bpm;
FCR = freqüência cardíaca de repouso, em bpm; e FCM = freqüência cardíaca máxima, (220
– idade).
A freqüência cardíaca limite (FCL) em bpm, para a carga cardiovascular de 40% será
obtida pela seguinte fórmula:
FCL = 0,40 x (FCM – FCR) + FCR [eq. 2]
O tempo de pausa a cada hora de trabalho será obtido por intermédio da carga
cardiovascular quando essa for superior a 40% da carga obtida em repouso. O tempo de
repouso pode ser determinado pela equação:
Tr = [Ht x (FCT – FCL)] / (FCT – FCR) [eq. 3]
em que: Tr = tempo em minutos da pausa; e Ht = duração em minutos da jornada de trabalho.
Quadro 1 – Classificação da carga de trabalho físico com base na freqüência cardíaca Carga de trabalho físico Bpm Muito leve < 75 Leve 75 – 100 Moderadamente pesada Pesada Pesadíssima Extremamente pesada
100 – 125 125 – 150 150 – 175
> 175 Fonte: SILVA, 1999
4.8 Estado de Saúde dos Trabalhadores
A identificação dos fatores relativos a saúde do trabalhador que venham a interferir de
forma objetiva na atividade e no desempenho do trabalho será realizada mediante consulta ao
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trabalhador e ao setor responsável pela medicina do trabalho. Dessa forma, pretende-se obter
informações sobre os seguintes fatores: problemas fisiológicos, físicos e psicológicos; dores
corpóreas; e condições do trabalhador para realização de atividades visuais e auditivas.
4.9 Perfil dos Trabalhadores
O perfil dos trabalhadores será levantado por intermédio de questionário individual
aplicado em forma de entrevista com o objetivo de levantar informações relativas a: sexo,
idade, tempo de atividade, escolaridade, tempo de empresa e treinamento;
4.10 Organização do Trabalho
Informações relativas à organização do trabalho serão obtidas mediante questionário
individual aplicado em forma de entrevista ao trabalhador, sendo levantada as seguintes
informações: máquinas e materiais utilizados no setor, ritmo de trabalho, orientação, controle
de metas, treinamento e equipamentos de segurança.
4.11 Avaliação da Produtividade e da Conformidade do Processo
A análise produtividade e da conformidade do trabalho será realizada conforme duas
organizações de trabalho: a primeira com a ausência de pausas programadas no decorrer da
jornada de trabalho e a segunda com a introdução de pausas de 10 minutos para cada hora
trabalhada. Em ambas as organizações do trabalho procurar-se-á manter condições
semelhantes de trabalho, principalmente no que tange a fatores técnicos.
Os dados de produtividade e conformidade serão obtidos em dias separados e
consecutivos através da contabilização da produtividade através de observação in loco pelo
pesquisador.
A desconformidade é caracterizada pela colocação de somente um pé da galinha no
pendurador, fato que gera problemas na sangria, depenagem e escaldagem do animal.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Organização do Trabalho
A atividade de pendura está localizada no início do processo de abate do frango,
constitui, no arranjo físico, que se costuma chamar etapa suja do processo, sendo este setor
responsável pela alimentação de todo o sistema (Figura 2).
O setor de pendura é composto por uma linha, por uma esteira transportadora de caixa
e um lavador de caixas. As máquinas encontram-se em bom estado de conservação, oferecem
boa segurança e não geram obstruções aos movimentos dos funcionários e a visualização dos
11
objetos de trabalho.
A linha trabalha à taxa média de 8000 a 9600 frangos por hora, ritmo caracterizado
como intenso pelos trabalhadores.
Os animais são transportados do produtor a empresa dentro de caixas plásticas,
variando de 6 a 8, que em sua maioria, estão em bom estado de conservação.
A cada meio turno de trabalho é realizada informalmente uma pausa de 7 a 10 minutos
para que o funcionário vá ao banheiro. Esse procedimento é realizado para um funcionário de
cada vez.
Os equipamentos de segurança utilizados pelos funcionários são óculos, protetor
auricular, luvas, botas e máscaras. A vestimenta é composta por calça, blusa de manga curta e
um plástico protetor dos braços.
B Corte Evisceração Corte do pé
A BDegolagem Depenagem Escaldagem Sangria
Pesagem AAtordoamento Pendura Descanso Granja
Figura 2 – Fluxograma do processo de abate do frango. Fonte: autor
5.2 Características Gerais dos Trabalhadores
A idade média dos trabalhadores avaliados foi de 29,8 anos, 67% na faixa de 20 a 30
anos e 33% de 41 a 45 anos. O tempo médio de trabalho na função de pendura é 18,2 meses,
porém 67% dos trabalhadores têm de 4 a 10 meses de atuação na função. O grau de
escolaridade dos trabalhadores é de primeiro grau completo (67%) ou segundo grau
incompleto (33%). O estado nutricional de 83% dos trabalhadores é normal e os demais
apresentam sobrepeso, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC).
5.3 Saúde
Quanto às questões de saúde, 50% dos trabalhadores relataram dores e irritação nos
olhos, segundo eles decorrentes da poeira existente no ambiente e da água expirada do corpo
da ave. Esse fato vem confirmar a necessidade de utilização de óculos de proteção no local,
medida que já vem sendo adotada pela empresa.
Dos funcionários, 17% dos funcionários relataram estar fadigado. Além disso,
proporção semelhante alegou problemas auditivos advindos do trabalho realizado
12
anteriormente em uma fábrica de móveis.
Quando perguntados se sentiam dores em alguma parte do corpo ao final da jornada de
trabalho suas respostas foram organizadas de acordo com que se apresenta no Quadro 2. Cabe
ressaltar que dores nos pulsos/mão, na parte inferior das costas, na coluna e nas pernas são as
que mais manifestam, tanto pelo alto grau de incidência e como por interferir direta ou
indiretamente na forma como a atividade é realizada.
Quadro 2 – Partes do corpo com incidência de dores ao final da jornada Partes do Corpo Dor ou
desconforto nos últimos 12 meses
Altera a forma de execução da
atividade
Dor ou desconforto nos últimos 7 dias
Pescoço 50% - 17% Ombro 17% 17% - Pulso/Mão 100% 50% 17% Costas (parte inferior) 67% 17% 17% Costas (parte superior) 33% - - Coluna 83% 17% 33% Pernas 67% 17% 33%
Fonte: autor
5.4 Carga Física de Trabalho
A freqüência cardíaca média no trabalho dos funcionários e suas análises encontram-
se no Quadro 3. A classificação da carga de trabalho físico foi de moderadamente pesada,
com exceção do Funcionário 5 que apresentou uma menor exigência física.
A necessidade de pausas de trabalho para a recuperação física foi constada para o
Funcionário 3, tendo em vista o maior desgaste apresentado para realizar a atividade. Dessa
forma, para cada hora trabalhada deve ser realizada uma pausa de 2,31 min.
Quadro 3 – Análise dos batimentos cardíacos por funcionário
Funcionário FCR
(bpm) FCT
(bpm) FCM (bpm)
CCV (bpm)
FCL (bpm)
Tr (min) Classificação
1 71 104 200 26% 122,6 - Moderadamente Pesada2* 71 106 200 27% 122,6 - Moderadamente Pesada3 71 123 196 42% 121,0 2,31 Moderadamente Pesada4 71 106 175 34% 112,6 - Moderadamente Pesada5 71 95 191 20% 119,0 - Leve 6 71 106 179 32% 114,2 - Moderadamente Pesada
Fonte: autor * - Amostra com coleta de dados reduzida por problema no aparelho
5.5 Riscos Ergonômicos
As estatísticas do levantamento antropométrico dos trabalhadores do setor de penduras
13
encontram-se na Tabela 1. Os resultados encontrados mostram que 5% dos trabalhadores
tinham altura abaixo de 1,63 m, como indica o percentil de 5% para esta variável, e 5% dos
trabalhadores possuíam altura acima de 1,82 m, de acordo com o percentil de 95%. Portanto,
90% dos trabalhadores estariam com altura entre os valores de 1,63 m e 1,82 m. A mesma
análise pode ser considerada para as outras variáveis encontradas.
De acordo com BUSSACOS (1997, apud SILVA, 1999), coeficientes de variação
menores que 10% indicam baixa variabilidade na distribuição da variável analisada, ou seja,
homogeneidade na distribuição. Os coeficientes de variação dos dados estudados estão abaixo
de 10%, indicando homogeneidade na distribuição dos valores encontrados.
Para a atividade de pendura, onde o trabalho é realizado na posição de pé, as variáveis
antropométricas estudadas são de grande importância para determinação da altura da esteira
transportadora de caixas, da distância da linha ao corpo do funcionário e da altura do
pendurador (componente da linha, onde é pendurada a ave). A descrição geométrica dos
valores dessas variáveis e seus valores recomendados encontram-se no Quadro 4. De acordo
com os resultados a altura da esteira transportadora de caixas e do pendurador encontram-se
inadequadas.
A altura da esteira, para a população analisada, deve estar posicionada de forma a
evitar que o funcionário mais alto não tenha que abaixar para pegar o frango e que o
funcionário mais baixo não tenha seu movimento de retirada do animal da caixa prejudicado.
Dessa forma, ela deve estar posicionada entre a maior altura das mãos e a menor altura de
cotovelo descontada a altura da caixa (26,5 cm), ou seja, 0,69 m e 0,71 m.
É importante ressaltar que 33% dos trabalhadores analisados relataram que a altura da
esteira estava baixa e que sentiam dores na parte inferior das costas e na coluna ao acessar as
caixas localizadas nessa máquina.
Tabela 1 – Estatísticas do levantamento antropométrico dos trabalhadores do setor de
pendura Percentil
Variáveis 5% 20% 50% 80% 95% Média Desvio-padrão C.V.
Estatura 1,63 1,63 1,68 1,78 1,82 1,70 0,08 0,05Altura dos ombros 1,48 1,50 1,55 1,70 1,71 1,58 0,09 0,06Altura das mãos 1,34 1,35 1,40 1,51 1,54 1,42 0,06 0,09Altura do cotovelo 0,56 0,57 0,61 0,64 0,69 0,62 0,06 0,06Altura do peito 0,97 0,98 1,04 1,10 1,13 1,04 0,06 0,05Comprimento do membro superior 1,14 1,19 1,21 1,24 1,29 1,21 0,06 0,07Comprimento do braço 0,76 0,77 0,80 0,80 0,89 0,81 0,02 0,06Comprimento do antebraço 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32 0,30 0,02 0,07Fonte: autor
14
Quadro 3 – Descrição geométrica das principais variáveis analisadas Variável Valor real Valor recomendado Altura do pendurador 1,46 m Superior a 1,28 m e inferior a 1,35 m Altura da esteira 0,63 m Superior a 0,69 m e inferior a 0,71 m Distância da linha ao operador 0,55 m a 0,80 m Superior a 0,41 m e inferior a 0,76 m Fonte: autor
A altura do pendurador deve estar posicionada abaixo da altura do ombro do menor
trabalhador e acima da altura do peito do maior trabalhador, de forma a evitar a transferência
de carga para as partes superiores das costas, coluna e pescoço, além de garantir uma distância
mínima entre o trabalhador e a esteira. Dessa forma, o pendurador deve estar localizado entre
1,28 m e 1,35 m, contribuindo para a redução das manifestações de dores nas partes
superiores das costas, coluna e pescoço.
5.6 Ruído
Os níveis de ruído encontrados foram de 90± 0,7 dB(A), predominantemente na faixa
entre 500 e 4000 Hz . Os picos de ruído registros foram de 96±5 dB(A), sendo esses de
natureza contínua.
As principais fontes de ruído são as aves, a máquina lavadora de caixas, a linha e os
caminhões.
De acordo com a Legislação Brasileira sobre Atividades e Operações Insalubres (NR
15 - anexo nº 3, da Portaria nº3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego), a máxima
exposição diária permissível para uma jornada de trabalho de 8 horas sem protetor auricular é
de 85 dB(A).
O setor apresenta níveis de ruído acima do limite de 85 dB(A). Dessa forma, a
necessidade de utilização de protetor auricular é justificada.
5.7 Iluminação
Os valores mínimos e máximos dos níveis de iluminância encontrados foram de
respectivamente 30±9 lux e 122±3 lux. Os valores mínimos foram obtidos em dias em que as
luzes do posto de trabalho estavam apagadas, sendo essa uma prática comum. Esse
procedimento é realizado como forma de diminuir a transmissão de calor para o ambiente e,
conseqüentemente, a sensação térmica dos funcionários.
A Norma Brasileira NBR 5413/1992– Iluminação de interiores - da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabelece, que para atividades sem grandes
exigências visuais realizadas em Industrias de Alimentos, o nível mínimo de iluminação é de
15
200 lux. Dessa forma, o setor analisado oferece condições inadequadas de iluminação, tendo
em vista apresentar níveis de iluminação inferiores aos níveis estabelecidos pela norma.
Ressalta-se que 50% dos funcionários relataram dores nos olhos ao final da jornada,
estando essas intimamente ligada às condições inadequadas de iluminação.
Além das conseqüências físicas, uma iluminação deficiente promove uma queda da
velocidade de reação do trabalhador e, conseqüentemente, de sua produtividade e aumento
dos erros e dos riscos de acidentes.
A melhoria da iluminação do local pode ser realizada utilizando-se meios artificiais ou
aproveitando a luz natural, que devido à arquitetura do local é possível de ser feita por meio
de telhas translúcidas.
5.8 Calor
Os valores de IBUTG encontrando nas duas coletas de dados realizadas no mês de
Abril foram de respectivamente 27,8±0,3 e 28,7±0,8. As condições climáticas no dia da
primeira e segunda coleta eram de sol encoberto e de parcialmente encoberto. O valor mínimo
de IBUTG encontrado foi de 27,1oC e o máximo 30 oC.
De acordo com a Legislação Brasileira sobre Atividades e Operações Insalubres (NR
15 - anexo nº 3, da portaria nº3.214/78, do Ministério do Trabalho e Emprego), o valor
máximo de IBUTG permitido para uma atividade moderada é de até 26,7 oC.
Dessa forma, os valores de IBUTG encontrados no setor de Pendura estão acima do
valor permitido por legislação. Nesse caso, de acordo com a norma, para temperaturas entre
26,8 oC e 28 oC é necessário que o trabalhador faça uma pausa de 15 minutos por hora
trabalhada e para temperaturas entre 28,1 oC e 29,4 oC é necessário que o trabalhador faça uma
pausa de 30 minutos por hora trabalhada.
Ressalta-se que 50% dos trabalhadores caracterizaram a temperatura do local como
muito alta e que 33% alegaram-na influenciar no desempenho do trabalho, gerando
transpiração excessiva e, conseqüente, assaduras nos braços devido à movimentação da
proteção utilizada.
Dessa forma, é necessária a redução da temperatura do local via melhoria de aspectos
construtivos ou utilização de equipamentos mecânicos.
5.9 Análise de Produtividade
A produtividade dos Funcionários analisados estão representadas nas Figuras 3 a 8.
Sua representação foi feita considerando a média por minuto do peso levantado pelo
16
funcionário no intervalo de 30 minutos de trabalho.
Interrupções na continuidade das linhas de produtividade dos dias em que as pausas de
trabalho programadas (PTP’s) não estavam presentes foram realizadas para indicar paralisões
no trabalho em virtude de necessidades pessoais ou técnicas. Os tempos dessas paralisações
foram variáveis, sendo superiores a 5min. e inferiores a 12min.
5952
56606059
49
494853
59
5149 48 49
35404550556065
0 1 2 3 4 5 6 7 8Intervalo
Prod
utiv
idad
e (K
g/m
in)
Com Pausa Sem Pausa
5351
50
54 5453
46
4651
52
56
5338
464435404550556065
0 1 2 3 4 5 6 7 8Intervalo
Prod
utiv
idad
e (K
g/m
in)
Com Pausa Sem Pausa
Figura 3 – Produtividade do Funcionário 1. Figura 4 – Produtividade do Funcionário 2. Fonte: autor Fonte: autor
5151 50
4750
4850
4549
51
4649
48
35404550556065
0 1 2 3 4 5 6 7 8Intervalo
Prod
utiv
idad
e (K
g/m
in)
Com Pausa Sem Pausa
374241393938
52545857 63
36
43
54
35404550556065
0 1 2 3 4 5 6 7 8Intervalo
Prod
utiv
idad
e (K
g/m
in)
Com Pausa Sem Pausa
Figura 5 – Produtividade do Funcionário 3. Figura 6 – Produtividade do Funcionário 4. Fonte: autor Fonte: autor
60 62
54 53
61
54 5350 50
55
47
56 59
55 56
35404550556065
0 1 2 3 4 5 6 7 8Intervalo
Prod
utiv
idad
e (K
g/m
in)
Com Pausa Sem Pausa
444550
50
4952
4346
53
52
42414335404550556065
0 2 4 6 8Intervalo
Prod
utiv
idad
e (K
g/m
in)
10
Com Pausa Sem Pausa
Figura 7 – Produtividade do Funcionário 5. Figura 8 – Produtividade do Funcionário 6. Fonte: autor Fonte: autor
A produtividade dos funcionários no dia em que as PTP’s não estavam presentes
apresenta uma tendência de queda a medida que transcorre a jornada de trabalho. Esse
comportamento não é observado no funcionário 3 (Figura 5), no qual a queda de
produtividade é interrompida na segunda hora de trabalho, atingindo valores superiores aos
iniciais.
17
O comportamento diferenciado da produtividade desse funcionário pode ter sido
estimulado por fatores psicológicos não controlados na pesquisa. Observando seu batimento
cardíaco médio (Quadro 3), verifica-se que esse funcionário foi quem obteve o maior valor e,
conseqüentemente, a maior exigência física para a realização do trabalho.
Entretanto, a queda individual de produtividade não é percebida na linha de produção,
já que essa redução possibilita que os funcionários localizados no início e no final da esteira
aumentem sua produtividade por proporcionar, respectivamente, a chegada de maior
quantidade de frangos e a liberação de espaço na linha.
Nos dias em que a PTP’s estavam instaladas, observa-se uma tendência de aumento da
produtividade nas três ou nos quatro intervalos subseqüente ao primeiro. A tendência de
queda é observada ao final da jornada de trabalho.
A produtividade por minuto nos dias em que as PTP’s estavam presentes são, em sua
maioria, superiores aos valores dos dias em que as pausas não estavam instaladas. A exceção
a esse comportamento é o Funcionário 4 (Figura 4), contudo a comparação de seus valores de
produtividade não devem ser realizadas, tendo em vista sua produtividade no dia em que as
PTP´s estavam presentes estar influenciada por uma contusão que sofrerá no dia anterior.
A única pausa de trabalho realizada pela empresa a cada 2 ou 3 horas de trabalho nos
dias em que as PTP’s não estavam presentes mostraram-se ineficientes para recuperar e
estabilizar a produtividade do funcionário. Dessa forma, verifica-se que as pausas de trabalho
são necessárias a cada hora de trabalho para haver uma melhora de produtividade do
funcionário.
A quantidade de peso pendurado em um dia de trabalho por funcionário encontra-se
descrito no Quadro 5. Verifica-se que 33% dos trabalhadores penduraram maior quantidade
de peso no dia em que as pausas estavam presentes, enquanto que 33% apresentaram melhor
rendimento no dia em que as pausas não estavam presentes. O restante da amostra
(Funcionário 3 e 4) não foi incluído na análise em virtude da influência de fatores
psicológicos e físicos sobre seus resultados anteriormente mencionados.
As Figuras 9 e 10 apresentam, respectivamente, as curvas de ganho de produtividade e
de produção (quantidade de peso pendurado por dia). Essas foram construídas baseando-se
nos dados contidos na Tabela 2 e no Quadro 5. Sua análise permite verificar os seguintes
indícios:
- quanto maior a produtividade do trabalhador nos dias em que as PTP’s não estavam presente
maior é o ganho produtivo proporcionado pelas PTP’s. Contudo, a produtividade ao atingir
18
determinados patamares, identifica-se uma estabilização e, posteriormente, a redução do
ganhos gerados pelas pausas (Figura 9); e
- quanto maior a produtividade do trabalhador nos dias em que as PTP’s não estavam
presentes menor é a diferença entre a quantidade de peso pendurado por dia entre a
organização do trabalho sem e com pausas, até que a quantidade de peso pendurada nos dias
em que as PTP’s estavam presentes passam a superar a quantidade pendurada nos dias em que
as PTP’s estavam ausentes (Figura 10). Essa mudança de comportamento é observada a partir
da produtividade média de 50 kg/min nos dias em que as PTP’s não estavam presentes;
Quadro 5 - Peso total pendurado em um dia de trabalho por funcionário (unidade kg) Funcionário 1 2 3 4 5 6 Com pausa 11.871 10.864 10.396 8.271 12.154 10.015 Sem pausa 11.678 11.124 11.499 11.976 11.927 10.618 Diferença 193 -260 -1103 -3706 227 -603 Fonte: autor
Tabela 2 – Produtividade média dos funcionários (unidade kg/min) Funcionário 1 2 3 4 5 6Produtividade com pausas 56,531 51,732 49,505 39,383 57,877 47,691Produtividade sem pausas 50,775 48,363 48,532 52,070 52,528 46,165Diferença 5,756 3,368 0,973 -12,687 5,349 1,526Fonte: autor
5,755
3,368
5,349
1,526y = -0,1068x2 + 11,197x - 287,9
0,0001,0002,0003,0004,0005,0006,000
44,000 46,000 48,000 50,000 52,000 54,000Produtividade: dia sem PTP's (kg/min)
Gan
ho d
e pr
odut
ivid
ade
(kg/
min
)
-260
227
-603
193
y = -13,377x2 + 1458,7x - 39456-800-600-400-200
0200400
44,000 46,000 48,000 50,000 52,000 54,000Produtividade: dia sem PTP's (kg/min)
Gan
ho d
e pr
oduç
ão
por d
ia (k
g)
Figura 9 – Curva de ganho de produtividade Figura 10: Curva de ganho de produção
Fonte: autor Fonte: autor Nota: a linha de tendência das Figura 9 e 10 são significativas a 5% de probabilidade pelo Teste F 5.10 Análise da Conformidade
Quanto à conformidade do processo de pendura, constatou-se que o desgaste físico do
funcionário não é o único e principal fator a influenciar a variável estudada. Verificou-se que
fatores como grau de agitação da ave, velocidade da linha, peso e diâmetro do pé do animal
são fatores que também influenciam na incidência de erros no procedimento analisado. Dessa
forma, não foi possível identificar a influência das pausas de trabalho sobre a conformidade
do procedimento de pendura.
19
6 Conclusão
O ambiente analisado apresenta diversos problemas ergonômicos e ambientais que
interferem direta ou indiretamente na produtividade, na saúde, na segurança e na incidência de
erros do trabalhador. Os principais problemas encontrados foram iluminação natural e
artificial insuficientes, calor e ruído excessivos e altura inadequada de máquinas. A adoção de
medidas técnicas para a correção desses fatores são necessárias para eficácia do processo e
para o conforto do trabalhador.
Quanto às pausas de trabalho programadas (PTP’s), sua introdução durante o experi-
mento permitiu melhorar a produtividade por minuto do trabalhador, interrompendo o
comportamento característico de queda de produtividade observado nos dias nas quais as
pausas não estavam presentes.
Além disso, os seguintes indícios foram observados:
- quanto maior a produtividade do trabalhador nos dias em que as PTP’s não estavam
presentes maior é o ganho produtivo proporcionado pelas PTP’s. Contudo, a produtividade ao
atingir determinados patamares, identifica-se um estabilização e, posteriormente, a redução do
ganhos gerados pelas pausas; e
- para trabalhadores com produtividade entre 50 e 57,877 kg/min, a quantidade de peso
pendurado em um dia de trabalho é melhorada pela introdução das PTP’s.
A única pausa de trabalho realizadas pela empresa a cada 2 ou 3 horas de trabalho nos
dias em que as PTP’s não estavam presentes foram ineficientes para recuperar e estabilizar a
produtividade do funcionário. Dessa forma, verificou-se que as pausas de trabalho são
necessárias a cada hora de trabalho para haver uma melhora de produtividade do funcionário.
Quanto à conformidade do processo de pendura, constatou-se que o desgaste físico do
funcionário não é o único e principal fator a influenciar a variável estudada. Verificou-se que
fatores como grau de agitação da ave, velocidade da linha, peso e diâmetro do pé do animal
são fatores que também influenciam na incidência de erros no procedimento analisado. Dessa
forma, não foi possível identificar a influência das pausas de trabalho sobre a conformidade
do procedimento de pendura.
Neste trabalho procurou mensurar objetivamente as vantagens produtivas geradas
pelos conhecimentos ergonômicos, mais especificamente quanto a pausas de trabalho. Dessa
forma, espera-se ter contribuído para melhorar a aceitação e aplicação dos conceitos de saúde,
segurança e satisfação do trabalhador no cotidiano empresarial.
Além disso, procurou-se promover uma modificação da visão da relação existente
entre ergonomia e legislação para ergonomia e estratégias competitivas. Para tanto, faz-se
20
necessário uma maior aproximação dos conhecimentos ergonômicos da linguagem produtiva
e econômica e da modificação da mentalidade do empresariado, passando a reconhecer o
potencial estratégico dos conhecimentos gerados por essa área.
21
7 - BIBLIOGRAFIA
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