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Wa1 - Administração - Microeconomia e Macroeconomia

ADMINISTRAÇÃO Unidade 1 – Conceitos de Economia e Microeconomia

WEBAULA 1 ECONOMIA: QUESTÕES INICIAISOlá caro aluno, seja bem-vindo à nossa Web Aula, sou a Professora Regina Malassise e leciono economia a 14 anos e gosto muito de compartilhar meus conhecimentos com meus alunos. Creio que você já deva estar familiarizado com alguns conhecimentos de economia, pois nos jornais as notícias sobre economia são as que mais despertam a atenção porque geralmente tem algum impacto sobre o consumo, sobre as vendas, sobre os trabalhadores. Normalmente as notícias comentam alguma medida de política econômica adotada pelo governo e seus impactos. Então, tenho certeza que os conhecimentos que você vai adquirir em nossas Web Aulas vão lhe auxiliar a entender melhor as questões econômicas e serão muito úteis na sua formação profissional, pois espera-se que Administradores saibam tomar decisões e a economia pode auxiliar nisso. Agora que você já sabe qual seu papel neste processo, convido-o a estudar esta unidade com a qual tenho certeza que você irá aprender muito.O primeiro contato que você tem com uma área do conhecimento, sempre será abordado o conceito ou definição sobre esta área. Com os economistas não é diferente. Então, para entender o economês, devemos dominar alguns conceitos básicos, vamos a eles.Primeiramente, é preciso destacar para que serve uma definição. Podemos dizer que ela nos direciona para entender o significado de algo. A definição da palavra economia é antiga, surgiu na Grécia, da junção de duas outras:- a palavra oikos que significa casa, fortuna e riqueza e,- a palavra nomos que significa lei, regra e administração.Hoje atinge dimensões maiores se referindo desde administração das pequenas unidades de produção, incluindo as grandes e chegando à administração de um país, e é definida como:Uma ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Em qualquer sociedade, os recursos ou fatores de produção são escassos; contudo as necessidades humanas são

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ilimitadas, e sempre se renovam. Isso obriga a sociedade a escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva aos vários grupos da sociedade (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 2).Deste conceito podemos destacar algumas palavras-chave. Comecemos por ciência, que em linhas gerais é um termo utilizado para definir todas as áreas do conhecimento que tem método de estudo. As análises econômicas tem por base um método de estudo.PARA SABER MAIS

O pai da ciência é Galileu Galilei, italiano que viveu entre 1564 a 1642, que observou os fenômenos mais comuns da natureza e a regularidade com que eles ocorriam procurando descrevê-los com detalhes de cálculo e matemáticos. De seus estudos nasceu o método científico.Quando pensamos em social lembramos que o homem é um ser social, isto é, vive em grupos e sob uma determinada organização social. Isto quer dizer que temos leis, normas e regras que devem se seguidas para garantir um bom convívio social, ou seja, garantir não só o convívio mas também a sobrevivência do grupo. O homem também toma decisões para prover sua existência isto implica em fazer escolhas. Eles devem decidir como utilizar os recursos produtivos, fatores de produção ou meios de produção eles referem-se aos recursos utilizados pela sociedade para produzir bens e serviços. Estes recursos estão agrupados em grandes categorias como: recursos naturais, recursos humanos, capital, tecnologia a utilização destes recursos gera uma remuneração, conforme você pode ver na quadro 1. Os bens e serviços produzidos servem para satisfazer as necessidades humanas. As pessoas procuram bens e serviços porque eles são úteis, ou seja, satisfazem alguma necessidade.Se você pensar um pouco verá que existe uma infinidade de produtos e serviços que se destinam a satisfação destas necessidades. Não que elas dependam somente de recursos materiais para serem satisfeitas, mas como estamos no campo da economia, devemos observar nestas necessidades a parte delas que podem ser supridas pela existência de recursos materiais e disponíveis no mercado de bens e serviços.A palavra escasso vem do termo escassez. Este termo que pode ser entendido em como referência a valores absolutos, como por exemplo, se produzirmos todos os bens e serviços para satisfazer todas as necessidades até que todos os seres humanos estejam satisfeitos, com certeza esgotaremos os recursos naturais do planeta. Ou em termos relativos quando, por exemplo, temos um aumento no preço do açúcar, a cana (que é um recurso natural) é direcionada para produção de açúcar, então ocorre queda da produção de etanol no mercado interno. Esta escassez é momentânea até que a nova safra de cana seja produzida ou que os produtores reduzam a produção de açúcar e direcionem a cana para produção de etanol. Assim, outros exemplos podem ilustrar a escassez: o tempo que você estuda não pode ser utilizado em lazer; quando vai ao supermercado, seu dinheiro é limitado e você terá que escolher o que comprar assim como as quantidades; a fábrica de confecções tem

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máquinas que devem ser utilizadas na produção de roupas, mas o empresário deverá escolher o que produzir, já que a demanda por roupas é diversificada.Do conceito de economia, podemos, então concluir que, se há produção de bens e serviços e eles satisfazem as necessidades humanas, ao mesmo tempo isto atende a uma questão econômica. Através da produção dos bens gera-se riqueza que será distribuída pela sociedade. Também podemos ver que do conceito de economia emana todos os demais estudos da economia que se complementam e, ao mesmo tempo, permitem sistematizar a análise econômica.

Quadro 1 – Remuneração aos fatores de produção.

Fonte: Do autor (2013).Como os recursos são escassos, a forma como eles serão usados sempre trará a necessidade de fazer escolhas. Isto nos remete a um importante conceito da economia que é a curva ou fronteira de possibilidade de produção (CPP). Ela é uma descrição teórica do máximo que se pode produzir com uma dada tecnologia e os recursos disponíveis (MENDES, 2004). Vamos tomar como exemplo uma empresa de produção de sucos e observar a figura 1.

Figura 1 – Curva de possibilidade de produção.

Fonte: Adaptado de Economia (2012).Por exemplo, se uma empresa tem uma unidade de produção de sucos e com os mesmos equipamentos consegue produzir suco de laranja ou suco de limão. Os pontos A, B e C sobre a curva (CPP) representam todas as possibilidades de produção de ambos os sucos dada a tecnologia e os recursos disponíveis. Porém, se ela optar por produzir em A vai produzir mais suco de laranja que suco de limão, mas estará utilizando toda capacidade de produção. Assim, ela

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deverá escolher quanto produzir de cada um dos sucos, sabendo que o aumento na produção de um implica na redução da produção do outro.Em economia sempre temos que fazer escolhas porque os recursos são escassos e as necessidades humanas são ilimitadas. Assim, toda escolha envolve um custo em termos de perda daquilo que abrimos mão quando escolhemos, este custo é conhecido como custo de oportunidade. Como a empresa, as famílias também têm que escolher como gastar seu dinheiro, as pessoas têm que escolher como empregar o seu tempo, enfim, todos os dias fazemos escolhas que implicam em certo custo de oportunidade.Assim, no caso da empresa de sucos, sua escolha implica num custo de oportunidade ou custo de escolha. O custo da escolha é o custo da produção que foi sacrificada em termos de quanto deixou de produzir de suco de limão quando optou por produzir mais suco de laranja no ponto A.Por meio da figura 1 podemos verificar que nos pontos A, B e C a empresa está produzindo sobre a curva de possibilidade de produção. Ela estaria sendo eficiente produzindo e utilizando plenamente sua capacidade de produção, independente de qual suco ela optasse por produzir.  No ponto D ela estaria sendo ineficiente, pois não utilizaria toda sua capacidade de produção. E ela só alcançaria um ponto como E se ela investisse na ampliação da capacidade de produção. O mesmo acontece com um país, para crescer ele precisa ampliar a utilização dos fatores de produção e tecnologia.As economias precisam se organizar para que as pessoas possam ter leis e regras que permitam regular a convivência em grupos além de regular a atividade produtiva. Em linhas gerais, o sistema econômico pode ser entendido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade. Nos dias de hoje, os países se organizam segundo dois tipos básicos de sistema econômico: sistema capitalista (ou de mercado) e sistema socialista. Nossos estudos se concentram no sistema capitalista.Uma forma alternativa de definir economia é dizer que ela é o estudo de como a sociedade decide o que e quanto, como e para quem produzir (BEGG, 2003). Isto ocorre porque os recursos ou fatores de produção são escassos, há necessidade de fazer escolhas guiadas pelos problemas econômicos fundamentais. Estes problemas são: a) O quê e quanto produzir; b) Como produzir; e c) Para quem produzir.É buscando entender, analisar ou resolver estes problemas econômicos que a economia se subdividiu em grandes áreas de interesse. As subdivisões não são estáticas, mas apenas facilitam a abordagem à medida em cada uma delas direciona sua atenção a um foco específico. Os estudos da economia se dividem em dois grandes blocos, a Microeconomia e a Macroeconomia.A Microeconomia examina as ações dos agentes econômicos e empresas nas atividades produtivas. Seu foco é a interação destes agentes no mercado, assim, dentre seus estudos, se destacam a oferta, a demanda, o equilíbrio de mercado, as estruturas de mercado, teoria da firma e a teoria do consumidor.A Macroeconomia se ocupa de estudar o funcionamento do sistema econômico como um todo, utiliza como meio de estudo os grandes agregados

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econômicos, tais como produto, investimento, renda, inflação e balanço de pagamentos.Os economistas explicam o funcionamento do sistema econômico por meio de um ciclo, chamado fluxo circular da renda. Neste fluxo temos os dois agentes econômicos: as famílias e as empresas. As famílias são proprietárias de fatores de produção e os fornecem às empresas, por meio do mercado dos fatores de produção. As empresas, a partir da combinação dos fatores de produção, produzem bens e serviços e os fornecem às famílias por meio do mercado de bens e serviços (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).O fluxo circular da renda expressa a relação entre os agentes econômicos em dois fluxos, um real e um monetário (ou nominal). No fluxo real ocorrem as transações reais, ou seja, as empresas produzem bem e serviços e as famílias trabalham para as empresas. No fluxo nominal as empresas remuneram as famílias com renda (em economia renda é o conjunto de salários, juros, lucros, aluguéis e royalties) e as famílias compram com sua renda os bens e serviços das empresas.Desta relação surgem as óticas da produção, isto é, como pode ser utilizado o dinheiro gerado na produção. Temos três óticas: do produto, da renda e do dispêndio. Na ótica do produto os recursos são utilizados para produzir bens e serviços, na ótica da renda são utilizados para remunerar os fatores de produção e na ótica do dispêndio os recursos são gastos com aquisição de bens e serviços.A Economia, como qualquer ciência ou área do conhecimento, evolui ao longo do tempo, geralmente buscando entender e propor soluções para os problemas de sua época, ou seja, as escolas do pensamento econômico tem uma ligação histórica com os problemas de sua época. Nas linhas abaixo vamos tecer algumas considerações sobre as principais linhas do pensamento econômico, seguindo uma cronologia que vai dos mercantilistas até os desenvolvimentos mais recentes.a) Mercantilistas: Foram os primeiros economistas a estruturar algumas observações com sentido econômico. Sua preocupação com o poder de uma nação levou-os a pregar que a acumulação de metais preciosos era fundamental para o crescimento do país. Então, incentivaram a balança comercial positiva, a exploração de outras fronteiras e o estabelecimento de colônias, além de apoiarem a centralização do poder nas mãos dos monarcas.b) Fisiocratas: Suas ideias sobre crescimento estavam centradas na agricultura, pois na visão deste grupo somente a terra tinha a capacidade de multiplicar um produto, pois recebia uma semente e devolvia muitas outras na colheita.c) Economia Clássica: Estes partiram do laissez-faire e acrescentaram a ideia de que este promoveria, por meio da mão invisível, o melhor bem-estar. Esta ideia é melhor entendida se observarmos que a racionalidade dos homens os levaria a buscar o melhor para si num mundo onde todos os homens agem, buscando o melhor para si, prevaleceria o melhor para todos.  As nações cresceriam porque seus cidadãos teriam empresas e buscariam produzir mais e melhor para poder vender aos demais países. O aumento da produção seria

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conquistado com a divisão do trabalho, conforme descreve Adam Smith na obra Riqueza das Nações (1983) e pela aplicação da lei de Say, criada por Jean Baptiste Say (1803) que propunha que a oferta cria sua própria procura. Além disso, um país poderia obter benefícios ao se especializar na produção de bens nos quais tivesse vantagem comparativa em relação aos demais países, Thomas Malthus (1798) argumentava que a população crescia mais rapidamente que a produção de alimentos.David Ricardo foi outro teórico da escola clássica que trouxe grandes contribuições à análise econômica. Sua principais teorias foram:a) Teoria do Valor – Por esta teoria Ricardo propôs que todos os bens tivessem seu valor determinado pela quantidade de trabalho incorporada ao bem. A quantidade de trabalho poderia ser direta ou indiretamente (por meio dos meios de produção) incorporadas ao bem. Esta teoria ficou conhecida como Teoria do valor-trabalho.b) Teoria da Repartição – Por esta teoria, Ricardo procurou explicar a repartição da renda (soma dos salário, juros, lucros, aluguéis, royalties)  entre as diversas classes sociais.c) Teoria das Vantagens Comparativas – Nesta abordagem, Ricardo considera que cada país deva produzir aquilo em que ele é, comparativamente aos outros países, mais produtivo. Assim ele produziria o que lhe é proporcionalmente mais barato comparado aos outros países. Ao produzir ele geraria um excedente produto que deverá ser vendido e com estes recursos o país compraria dos demais países aquilo que ele não produz.É importante destacar que a escola clássica elabora suas suposições sobre o funcionamento da economia e geração de riqueza observando os fatos históricos e necessidades da Revolução Industrial. Esta forma de pensar a economia será dominante até a crise de 1930, depois outras escolas vão mostrar as mudanças na economia que levam à necessidade de propor outras abordagens para o funcionamento da economia.d) O Pensamento de Karl Marx: Em sua obra O Capital, ele descreve o capital como uma relação social que surge com a burguesia e cria duas classes sociais, os capitalistas e os proletários. Os capitalistas são os donos dos meios de produção e ampliam sua riqueza pela extração da mais valia. A mais valia é diferença existente entre o valor produzido pelos proletários e valor pelo qual foram contratados. Existe a mais valia absoluta, obtida pelo prolongamento da jornada de trabalho e a mais valia relativa, obtida pela intensificação do trabalho (Ex. trabalho multifunções). A forma de geração de riqueza seria a extração da mais valia prática, comum a todos os capitalistas. Ao longo do tempo, a perpetuação desta prática avança e surgem as duas leis do movimento do capital na geração de riqueza, são elas: a concentração e a centralização de capitais. Na primeira, as empresas maiores absorvem as menores, e, na segunda, as grandes empresas disputam entre si o mercado. Assim, a forma como o capitalismo evolui o levaria ao fim a medida em que os capitais se fundissem até restar um grande capital e um grande contingente de proletários/trabalhadores excluídos. Para Marx, somente a união dos

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trabalhadores poderia por fim ao avanço predatório do capitalismo, por isto ficou célebre sua frase “trabalhadores do mundo todo, uni-vos.”e) Os Neoclássicos: A partir de 1870 surge um grupo de economistas que propõem estudar a alocação ótima dos fatores de produção em seus usos alternativos, destacando o princípio marginal na produção, que dá origem à Teoria da Firma (produção e custos de produção). Por esta ótica, os agentes são maximizadores, isto é, os consumidores querem bens úteis e o produtores querem ter maior lucro. Assim, as decisões dos agentes (consumidores e produtores) são guiadas pelo custo benefício de suas escolhas. Quanto mais útil um bem, mais valorizado e quanto maior o lucro, maior a produção do bem. A concorrência em todos os mercados desempenham um papel importante, pois é ela que garante que não haverá excesso nem escassez de produtos e serviços. Assim, esta teoria se desenvolve explicando o funcionamento da economia com base nos fundamentos microeconômicos da empresa e das famílias com ênfase na racionalidade dos agentes (a utilidade e a maximização do lucro) e na tendência ao equilíbrio.f) A teoria keynesiana: John Maynard Keynes escreveu a obra Teoria Geral do Emprego do Juros e da Moeda, em 1936. Na década de 1930 ocorre a Grande Depressão, período no qual verificou-se muitas falências, com aumento expressivo do desemprego e da miséria. Keynes associava esta crise ao fato de que a capacidade de produção seria muito maior que a demanda. Para ele, a economia tinha um problema de demanda efetiva. Em sua opinião, o laissezfaire e a mão invisível haviam falhado e o mercado não era autorregulado, assim, se houvesse produção maior que demanda, deveria haver intervenção do Estado no sentido de conduzir a demanda efetiva, aproximando-a da oferta. Nas análises keynesianas destaca-se que a demanda agregada (DA) de bens (o destino dos bens produzidos) são realizadas para consumo (C), investimento (I), gasto público (G) e exportações (X) descontando-se as importações (I). Em suas observações verificou que o consumo é mais estável, porém os investimentos não. Em períodos de baixo investimento, o gasto público deveria se elevar para estimular a demanda e o aumento dos investimentos, e, em períodos de grande investimento, deveria reduzir o gasto. Ao destacar o papel do Estado na condução da economia, Keynes abre um novo caminho para a resolução das crises econômicas, as políticas postas em prática a partir de então alcançaram resultados positivos até os anos 1970, quando da ocorrência dos choques do petróleo.g) Desenvolvimentos recentes: Neste ponto, tomamos por base os estudos de Souza (2003), que destaca mais detalhes sobre os desenvolvimentos recentes. Depois da grande crise de 1930 surge os neoclássicos que aceitam um certo grau de intervenção do Estado na economia, para contornar os problemas das falhas de mercado. Surge também a síntese neoclássica que propõe ações deliberadas de política fiscal e monetárias. Para conduzir a economia ao equilíbrio, seu instrumento de análise ficou conhecido como modelo IS-LM. Depois vem os monetaristas que acreditam que o controle da moeda pode reduzir os desequilíbrios do mercado. Seguem as novas teorias do crescimento, que destacam o papel do progresso técnico como um outro importante fator de produção, que gera riqueza e crescimento das nações.

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h) Economia política da sustentabilidade: O que há de mais recente nas discussões econômicas é a questão da sustentabilidade (MAY, 2010). Neste contexto, duas novas correntes se destacam, a economia ecológica para qual o fluxo econômico de produção de bens e serviços está limitado pela capacidade de carga suportada pelo meio ambiente, e a economia ambiental, para o qual a possibilidade de substitubilidade perfeita entre os fatores de produção e o avanço tecnológico relativizam o esgotamento ambiental. Sobre estas novas vertentes, o impacto ambiental da produção de bens e serviços é uma questão fundamental, bem como encontrar caminhos para contorná-las privilegiando a questão da sustentabilidade. Esta é entendida como capacidade das gerações atuais satisfazerem suas necessidades sem prejudicar as gerações futuras.Agora estamos finalizando a primeira unidade desta Web Aula, e até aqui você já domina os conceitos básicos da economia. Então, estamos prontos para dar o próximo passo, vamos estudar um pouco mais sobre o comportamento do mercado este é o objetivo da Microeconomia que veremos na próxima unidade. Até lá...

Unidade 1 – Conceitos de Economia e Microeconomia

WEBAULA 2 EQUILÍBRIO DE MERCADO E ESTRUTURAS DE MERCADOCaro aluno, você já deve ter notado que no mercado encontramos compradores e vendedores dos mais diversos produtos e serviços. Assim, os empresários e os consumidores tem objetivos bem definidos. Os empresários procuram maximizar seus lucros e os consumidores procuram maximizar sua satisfação. Tanto a oferta quanto a demanda são restritas de acordo com seus determinantes. Entender como se dá o equilíbrio destas forças no mercado requer que estudemos a interação entre elas.Os agentes econômicos interagem no mercado e “Mercado é o locus em que a demanda e a oferta se juntam para formar o preço dos bens e serviços” (MENDES, 2004, p. 121, grifo do autor).Neste ponto, vamos delimitar, nas próximas linhas, as hipóteses ou pressupostos que norteiam o comportamento dos agentes no mercado.PARA SABER MAIS

A microeconomia pode ter duas abordagens, a neoclássica, que utilizaremos ao longo deste capítulo, e a Teoria da Organização Industrial. Nesta última, a análise do comportamento da firma considera ela enquanto uma organização dotada de recurso financeiros, físicos e humanos. A firma também é dotada de uma trajetória histórica que lhe habilita a vencer ou lhe concebe a derrota dependendo da forma de atuação, das suas competências centrais, da trajetória adotada e de suas rotinas.Assim, a microeconomia da organização industrial serve para analisar o comportamento das firmas, identificar falhas e prover soluções estratégicas.

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Eles é que vão informar sobre as atitudes da empresa, da concorrência e os consumidores se comportam no momento da interação no mercado, isto é, no momento em que negociam a compra ou venda de mercadorias. Toda análise aqui desenvolvida segue estes pressupostos, que são apresentados na sequência.a) A hipótese coeterisparibus: é uma palavra derivada do latim sujo significado é tudo o mais permanece constante. Quando utilizamos este termo na análise, queremos dar foco ao estudo, ou seja, fazer a análise apenas de um mercado de cada vez. Por exemplo, quando dizemos que o preço de uma mercadoria determina sua demanda, coeterisparibus, estamos dizendo que esta afirmação é válida para olhar o preço e quantidade consumida de uma dada mercadoria, considerando que as únicas variáveis que irão mudar são preço e quantidade. Deixamos de lado outras variáveis, como a renda do consumidor, a preferência pela mercadoria e observamos a interação entre oferta e a demanda, supondo que outras variáveis não mudam no momento da análise.b) O papel dos preços relativos: Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, o preço de um bem em termos do quanto ele compra de outros bens. Ex: 1 kg de açúcar = R$ 3,50 = 1 Kg de Feijão. Sem o dinheiro, 1Kg de feijão pode ser trocado por 1 Kg de açúcar. Esta relação de equivalência preço entre os produtos e quantidades é chamada de preços relativos. O conceito de preço relativo é o preço de uma mercadoria em termos de quanto ela compra de outra mercadoria.Esta relação entre preços das diversas mercadorias é que dá suporte às vendas das empresas. Toda venda das empresas é realizada para efetuar novas compras de mercadorias, tais como: insumos, matéria-prima, pagar trabalhadores, etc. para manter seu ciclo de produção. Chamaremos estas mercadorias de fatores de produção. Na prática, e como se cada real de um produto vendido pode ser distribuído percentualmente entre os gastos que a empresa incorre nas compras dos fatores de produção.Por exemplo, vamos imaginar que uma empresa produz uma mercadoria que vende a R$10,00. A este preço a empresa cobre os fornecedores, paga trabalhadores, paga os impostos e ainda tem uma margem de lucro que é a remuneração do seu capital investido. Suponhamos que os percentuais referentes a estas operações sejam:- Fornecedores = 25% = R$ 2,50;- Trabalhadores = 30% = R$ 3,00;- Impostos = 35% = R$ 3,50;- Lucro = 10% = R$ 1,00Para o empresário será importante manter esta relação do preço de sua mercadoria versus os custos de aquisição dos fatores de produção, pois disso depende o sucesso de sua empresa. Ele pode trabalhar visando melhorar a produtividade e assim aumentar seu percentual de lucro na medida em que utilizar menores quantidades de fatores de produção. Por outro lado, se qualquer um dos fatores de produção tiver alta de preço e ele não conseguir repassar seu aumento de custo para os preços, ele terá redução de seu lucro.

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c) O princípio da racionalidade: por esse princípio, todos os agentes do mercado utilizam a razão para fazer suas escolhas, estas escolhas são movidas pela maximização. Os empresários tentam sempre maximizar lucros (limitados pelo custo de produção) e os consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços (limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias).d) Análise de economia em mercado concorrencial: Uma observação importante para entender as análises microeconômicas é observar para qual estrutura de mercado esta análise funciona. Nossa proposta é começar a análise pela forma mais simples de estrutura de mercado, consideraremos uma economia concorrencial, isto é, refletem o funcionamento de um mercado livre, sem barreiras à entrada e totalmente transparente.  As hipóteses específicas deste mercado são:- O mercado é autorregulado pelas leis da oferta e da demanda do mercado;- Isto ocorre porque cada vendedor e comprador são tão pequenos que a ação de um deles sozinho não consegue afetar o preço e as quantidades do produto no mercado.  Se uma empresa deixa de produzir não faz falta ou impede o funcionamento do mercado, se um consumidor deixa de comprar também não faz diferença para as vendas do mercado. Por isso, cada empresa deve estabelecer seu preço igual ao preço de mercado, por exemplo, se um produto está sendo vendido a R$ 10,00 no mercado, qualquer empresa que quiser vendê-lo deverá ter preço de R$ 10,00. Isto ocorre porque como existe um grande número de empresas no mercado se ela tentar vender acima deste preço os consumidores comprarão nas empresas que vendem ao preço de mercado. E pelo princípio da racionalidade, ele não venderá abaixo deste peço porque seu lucro seria menor. Por isso as empresas são chamadas de tomadoras de preços, ou seja, devem praticar o preço de mercado.- Trabalha com a noção de produtos homogêneos: isto significa que não existe grande diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes, isto é, produtos que servem para atender uma mesma necessidade são iguais. Por exemplo: sapato protege os pés, todos os sapatos são feitos para isto, não interessa a marca, por isso qualquer sapato venderá, desde que tenha preço de mercado. Não são considerados diferenças de qualidade, marca embalagem, etc.- Não existem barreiras à entrada, pois como as empresas são pequenas e o capital investido também é pequeno existe a livre entrada e saída de firmas no mercado. Também existe a livre entrada de compradores no mercado.- Supõe a transparência no mercado, isto é, os preços expressam o grau de eficiência de mercado. Como os consumidores e vendedores têm acesso à todas as informações sem custos, isto é, conhecem o preço, qualidade, custo, receitas e lucros de seus concorrentes.- Supõe-se a livre mobilidade de fatores: isto significa que os insumos podem ser convertidos rapidamente de um uso para outro para atender outras necessidades. Então, a cana de açúcar tanto serve para produzir açúcar quanto

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álcool, e os trabalhadores tem as mesmas habilidades. Além disso, as empresas dominam as técnicas de produção, ela pode se localizar em qualquer lugar, utilizar qualquer fator de produção; sair de um lugar e ir para o outro. Enfim, caso verifiquem que não conseguirão ter o preço de seu produto igual ao preço de mercado, elas podem escolher produzir outro produto no qual tenham eficiência e consigam produzir ao preço que prevalece naquele mercado.- Supõe-se que não existem externalidades, isto é, qualquer evento que aconteça fora de sua empresa, prejudicando ou beneficiando, sua produção não é considerado na análise.Agora que finalizamos os estudos dos pressupostos e hipóteses necessárias para entender a análise de mercado, podemos iniciar o estudo do mercado, começaremos analisando os determinantes da demanda.Comentamos que os consumidores são agentes racionais e que procuram consumir bens e serviços para satisfazer suas necessidades. Então, como o consumidor define a satisfação de uma necessidade? Geralmente ele vai dizer que para satisfazer sua necessidade ele escolhe produtos que tem uma serventia, uma utilidade. Então, entender a demanda pressupõe alguns entendimentos sobre a utilidade dos bens. Segundo Vasconcellos e Garcia (2004, p. 37) “a utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado”.Os bens satisfazem necessidades, porém as necessidades têm seus aspectos subjetivos porque a preferência por um produto ou serviços diferem de pessoa para pessoa. Por outro lado, como os consumidores é que demandam e fazem isso de acordo com a utilidade do bem. Este comportamento é o que caracterizou o que chamamos de soberania do consumidor. Nas economias de mercado, toda empresa quer vender e, para isto, tem que oferecer algo para o qual haja demanda ou consumo. A primeira regra para isto é que o consumidor tem que enxergar a utilidade da mercadoria que está sendo vendida.Do ponto de vista da teoria econômica foi necessário desenvolver leis que expressassem o comportamento da maioria e, que, portanto, tem suas exceções. Assim, uma das teorias que buscou explicar a demanda baseou-se na utilidade, ficou conhecida como teoria do valor utilidade, a aplicação desta teoria foi utilizada para definir o valor dos bens econômicos. Quando aplicada, ela explica que os bens tem valor porque são úteis, isto é, o homem estabelece uma relação de uso com o objeto e atribui valor a ele a partir desta relação. Exatamente por causa desta relação o valor atribuído aos bens é chamado de valor de uso, que é contraposto ao valor cobrado pelo mercado pela venda de um produto, que é chamado de valor de troca.Como dissemos anteriormente, a teoria do valor utilidade só teria significado quando aplicado para a maioria das pessoas, não há vantagem em criar uma teoria para um único indivíduo. Assim, esta teoria se utiliza da utilidade total e da utilidade marginal. A utilidade total de um bem é crescente, isto é, tende a aumentar à medida que consumimos mais dele. A utilidade marginal refere-se à satisfação adicional com cada nova unidade consumida, esta é decrescente, pois à medida que aumentamos o consumo de um bem cada nova unidade é menos útil e vai perdendo significado de satisfazer uma necessidade, até que

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chega o ponto em que ficamos saturados do consumo deste bem especificamente.Para você, leitor, parece estranho ler sobre isto, pois você não se questiona sobre seu consumo, apenas exerce seu direito de consumir. Por outro lado, este conceito é muito utilizado por empresas para atrair os consumidores, como nos sistemas de rodízio, self service, etc. em que as quantidades vendidas estão associadas à utilidade marginal e saturação do consumidor para o produto que eles vendem. No sistema de rodízio, por exemplo, numa pizzaria em que o consumidor paga a entrada e come o quanto quiser, o empresário sabe que na média, no máximo, uma pessoa consome de 4 a 6 pedaços de pizza, portanto, estabelece um preço acima deste custo para ter lucro por pessoa e não por pizzaPor fim, podemos utilizar as observações de Mendes (2004) sobre as características gerais do comportamento do consumidor, são elas: os consumidores gastam sua renda na compra de bens e serviços; não gastam tudo com um único bem; ele nunca está totalmente satisfeito, isso quer dizer que preferem mais quantidades a menos de um bem; seu consumo é limitado pela restrição orçamentária, isto é, sua renda. Neste sentido, podemos então definir a demanda, conforme Vasconcellos e Garcia (2006, p. 38):A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo.Uma das primeiras afirmações que conhecemos sobre a demanda diz respeito à Lei Geral da Demanda, segundo esta lei, existe uma relação inversamente proporcional entre a quantidade demandada e o preço do bem. Portanto, o preço do bem é o primeiro determinante da demanda que estudaremos. Essa relação pode ser demonstrada a partir da demanda, ou da escala de procura, ou da curva de demanda, ou da função de demanda. Todas estas expressões são sinônimos de demanda. A curva de demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demandada será provocada por esses dois efeitos somados:a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: aumenta o preço da Coca-Cola, compra Pepsi; aumenta o refrigerante, consome-se mais suco.b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, e a renda do consumidor não acompanha o aumento de preço, o consumidor perde o poder aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui.Além disso, a demanda também pode ser expressa matematicamente como uma função linear decrescente em relação ao preço do tipoQd = a - bP em que Qd é a quantidade demanda, a é o intercepto da função e b o parâmetro multiplicador do preço p.

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QUESTÃO PARA REFLEXÃO

Tomando por base o tema exposto, verifique com quais determinantes do comportamento do consumidor você se identifica enquanto consumidor? Por quê?PARA SABER MAIS

As empresas investem muito em suas marcas e seus produtos pois tem interesse que eles caiam no gosto do consumidor. Quando o consumidor tem preferência por uma marca o preço terá pouca influência sobre seu hábito de consumo.É possível mensurar as variações na quantidade demandada de acordo com variações em alguns de seus determinantes, isto é, feito por meio do cálculo da elasticidade. A demanda pode ter elasticidade preço da demanda, elasticidade preço cruzada da demanda e elasticidade renda.LINK

Para aprender mais, leia o texto Apostila sobre elasticidade, disponível no link. .

Exemplos de Cálculo de Elasticidade:Matematicamente, a elasticidade preço da demanda pode ser expressa como:Epd = Variação percentual na Qd / Variação percentual do POuEpd = [(Q1 – Q0)/Q0] / [(P1 – P0)/P0)]Em que:Epd é a elasticidade preço da demanda.Qd é a quantidade demandada do bem.P é o preço do bem.Q0 é a quantidade demandada inicial.Q1 é a quantidade demandada final.P0 é o preço inicial.P1 é o preço final.Podemos aplicar esta fórmula a um exemplo. Luiza frequentava o teatro 4 vezes ao mês quando os ingressos custavam R$ 20,00, porém, quando os ingressos subiram para R$ 25,00 Luiza reduziu suas idas aos shows e agora vai apenas 2 vezes por mês a este tipo de evento. Vamos calcular a elasticidade-preço da demanda por shows de Luiza.Epd = [(Q1 – Q0)/Q0] / [(P1 – P0)/P0)]Epd = [(2 – 4)/4] / [(25,00 – 20,00)/20,00)]

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Epd = -0,5 / 0,25Epd = -2 ou em módulo |Epd| = 2Repare que a Epd será um número negativo, para resolver isso utilizamos o número em módulo, pois o que nos interessa é seu valor absoluto. A análise deste resultado representa que dado uma variação no preço do teatro (de R$ 20,00 para R$ 25,00), houve um aumento no preço de 0,25 ou 25%, este aumento reduziu as idas de Luiza ao teatro em 2 x 0,25 = 0,5 ou 50%, isto é, reduziu de 4 para 2 as idas de Luiza ao teatro (esta conta é feita com EP d x variação do preço). Então as variações de preços causam variações nas quantidades.Em relação à Epd, os bens e serviços podem ser classificados em bens elásticos ou inelásticos. Quando a Epd é maior que 1, o bem é chamado elástico, isto significa que variações no preço do bem vão afetar mais que proporcionalmente as quantidades demandadas do bem. Quando a Epd é menor que 1 os bens são classificados como inelásticos, isto significa que variações no preço do bem vão ter impacto menos que proporcional sobre as quantidades demandas.No nosso exemplo numérico, a Epd = 2 >1, logo, o produto é elástico. Neste caso, vimos que um aumento de 25% no preço reduziu a demanda em 50%. Mas poderíamos ter uma situação diferente se, por exemplo, o preço subisse 10% e a quantidade demandada caísse apenas 5%, teríamos uma Epd = (5 / 10) = 0,5 < 1, ou seja, teríamos um produto inelástico. Isto significa que para um aumento de preço de 10%, a demanda só caiu 5%. Existem ainda os bens em que a Epd = 1, eles são chamados de bens de elasticidade unitária ou unitariamente elástico, é mais um conceito teórico e difícil de se encontrar um número exatamente 1.Estes dois resultados tem significado importante para as empresas. Empresas que tem produtos elásticos tem maior dificuldade em aumentar preços, pois, a cada aumento de preços a demanda reduz mais que proporcional, o que reduz as vendas e a receita da empresa. Empresas que tem produtos inelásticos podem alterar os preços sem muitas preocupações, pois o aumento de preços reduz a demanda menos que proporcionalmente, logo, o aumento de preços com queda menor nas vendas aumenta a receita das empresas. Conforme podemos observar no Quadro 3.

Quadro 3 – Impacto da elasticidade preço da demanda sobre a receita das empresas.

Fonte: Do autor (2013).

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Existem alguns fatores que influenciam a Epd dos bens, são eles: disponibilidade de substitutos, essencialidade do bem e a importância do bem no orçamento do consumidor.Quanto maior o número de substitutos de um bem, mais elástico ele é em relação a variações de preços. Isto ocorre porque os consumidores tem maior variedade de um produto que atende a mesma necessidade. Por exemplo, o leite longa vida é um produto não perecível e que tem diversas marcas no mercado, é um produto elástico, um aumento no preço de uma marca leva a queda nas vendas, pois os consumidores podem escolher outro mais barato. Já os produtos hortifrutigranjeiros são perecíveis e são mais inelásticos a preço, isto é, as quantidades demandas variam pouco em relação às variações nos preços.Quanto mais essencial ele é para o consumidor, maior sua tendência a ser inelástico em relação ao preço. Por exemplo, mesmo que a gasolina suba, ainda assim as pessoas precisam se locomover, então o consumo de gasolina deve cair pouco em relação ao aumento de preço.Quanto maior o peso no gasto total do consumidor, mais elástico ele tende a ser. Por exemplo, quando o consumidor pensa em trocar seu micro-ondas por um mais moderno, se ele ganha R$ 1.000,00 e o micro-ondas desejado custar R$ 550,00 ele tenderá a pesquisar mais preços. Logo, o aumento nos preços do micro-ondas devem reduzir as vendas, pois ele é um item que absorve um valor considerável do gasto do consumidor. 

existe uma relação inversamente proporcional entre a quantidade demandada e o preço do bem. Portanto, o preço do bem é o primeiro determinante da demanda que estudaremos. Essa relação pode ser demonstrada a partir da demanda, ou da escala de procura, ou da curva de demanda, ou da função de demanda. Todas estas expressões são sinônimos de demanda. A curva de demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demandada será provocada por esses dois efeitos somados:a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: aumenta o preço da Coca-Cola, compra Pepsi; aumenta o refrigerante, consome-se mais suco.b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, e a renda do consumidor não acompanha o aumento de preço, o consumidor perde o poder aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui.Além disso, a demanda também pode ser expressa matematicamente como uma função linear decrescente em relação ao preço do tipoQd = a - bP em que Qd é a quantidade demanda, a é o intercepto da função e b o parâmetro multiplicador do preço p.

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QUESTÃO PARA REFLEXÃO

Tomando por base o tema exposto, verifique com quais determinantes do comportamento do consumidor você se identifica enquanto consumidor? Por quê?PARA SABER MAIS

As empresas investem muito em suas marcas e seus produtos pois tem interesse que eles caiam no gosto do consumidor. Quando o consumidor tem preferência por uma marca o preço terá pouca influência sobre seu hábito de consumo.É possível mensurar as variações na quantidade demandada de acordo com variações em alguns de seus determinantes, isto é, feito por meio do cálculo da elasticidade. A demanda pode ter elasticidade preço da demanda, elasticidade preço cruzada da demanda e elasticidade renda.LINK

Para aprender mais, leia o texto Apostila sobre elasticidade, disponível no link. .

Para entender a elasticidade preço cruzada da demanda podemos recorrer a um exemplo. Quando estamos com sede podemos escolher entre água, refrigerante e suco, estes bens são substitutos em relação a suprir a sede. Por outro lado, pode ser que quando você compare com outra situação, por exemplo, ir ao cinema pressupõe que você irá consumir pipoca, então a relação entre estes dois bens passa a ser complementar em relação ao lazer cinema.Percebemos que relação entre os bens e seu uso pelo consumidor pode ser de complementariedade quando o consumo de dois bens conjunta e simultaneamente é essencial para a maximização da satisfação do consumidor, eles são chamados bens complementares. Ou em uma situação na qual o consumidor estabelece uma situação de escolha entre dois bens, eles são chamados bens substitutos. Esta relação entre o bem e os demais bens também pode ser quantificada, matematicamente temos:Epcd = Variação percentual na quantidade demanda do bem X / Variação percentual no preço do bem Y.Em que Epcd é a elasticidade preço cruzada da demanda. Se Epcdd>0, os bens serão substitutos. Tomemos um exemplo: o consumidor gosta de comprar o produto B, porém, no mês passado, o produto B subiu 10% e ele consumiu mais

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5% do produto C. Neste caso, podemos dizer que Epcd = 5 / 10 = 0,5 > 0, isto é, os bens B e C são substitutos, pois um aumento de 10% no preço de B aumentou o consumo de C em 5%.Tomemos outro exemplo: Se o produto D subisse 10%, porém a quantidade demanda do bem E caísse 7%. Neste caso, a Epcd= -7 /10 = -0,583 < 0, isto é, os bens D e E são complementares, pois um aumento do preço do bem D reduziu o consumo do bem E.Quanto à elasticidade renda da demanda, ela informa sobre a reação do consumidor em relação à compra de um bem quando ocorrem alterações em sua renda. Podemos dizer que, quando a renda aumenta, duas situações podem acontecer a um produto: aumentar seu consumo ou reduzir. Quando o consumo aumenta, este bem será denominado bem normal ou superior e quando o consumo reduz, ele será designado bem inferior. Existe uma maneira de quantificar quanto será esta variação no consumo dada uma variação na renda, ou seja, podemos medir a sensibilidade do consumidor a demanda de um produto dada uma variação da renda. Este é o conceito de elasticidade renda da demanda, matematicamente ela é expressa como:Erd = Variação percentual na Qd / Variação percentual na renda do consumidorEm que Erd é a elasticidade renda da demanda. A Erd pode ser negativa ou positiva, ou seja, menor ou maior que zero. Tomemos alguns exemplos: a) Paulo teve um aumento salarial de 8% e reduziu seu consumo de sanduíches em 5%, logo, a Erd = - 5 / 8 = -0,625 < 0, ou seja, o bem é inferior porque à medida que o salário aumenta, reduz a quantidade demandada de sanduíches; b) outro exemplo poderia ser para o mesmo aumento salarial de Paulo, ele aumentou seu consumo de carne em 7%, ou seja, Erd = 7 / 8 = 0,875>0 é menor que 1, o bem é normal, pois um aumento de salário levou a um aumento proporcionalmente menor no consumo de carne (0,875 x 8 = 7). c) um outro exemplo com o mesmo aumento: caso Jane tenha aumentado o consumo de água de coco em 12%, ou seja, Erd = 12 / 8 = 1,5, o bem é superior, pois um aumento menor de salário levou a um aumento mais que proporcional no consumo de água de coco (1,5 x 8 = 12).Podemos resumir em uma tabela as possibilidades das diversas elasticidades da demanda apresentadas até aqui no quadro 4.

Quadro 4 – Classificação das elasticidades da demanda.

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Fonte: Do autor (2013).Agora que entendemos a demanda, vamos ver o outro lado das forças de mercado, vamos estudar a oferta. Ela refere-se às várias quantidades de bens e serviços que os empresários desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. A oferta depende de vários fatores, tais como: próprio preço do produto a ser ofertado, do nível de concorrência, dos preços dos fatores de produção, do nível de tecnologia disponível.A função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada de um produto e seu nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta. Isto ocorre porque, “ [...] coeterisparibus, um aumento no preço de mercado estimula as empresas a elevar a produção; novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto”(VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 43). Assim, matematicamente, a oferta pode ser expressa por uma função de linear crescente em relação ao preço do tipo:Qo = c + dPem que Qo é a quantidade ofertada, c é o intercepto da função e d o parâmetro multiplicador do preço p.A interação das curvas de demanda (D) e de oferta (O) determina o preço (Pe) e a quantidade (Qe) de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado, graficamente temos.

Figura 3 – Equilíbrio de Mercado.

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Fonte: Farjoun (2012, p. 1).

Na prática, o ponto de equilíbrio representa um momento em que dado o preço, tudo o que a empresa produziu foi vendido, e todos os consumidores foram satisfeitos. Realmente é um ponto teórico e difícil de ser alcançado. O que ocorre na realidade é uma tendência ao equilíbrio devido às duas forças atuando no mercado a da demanda e da oferta. Assim, preços acima do preço de equilíbrio (Pe) são interessantes para as empresas, porém, a oferta será maior que a demanda gerando acúmulo de estoques na empresa. Quanto maior os estoques da empresa, maior será a necessidade de vender, logo, a pressão dos estoques e a concorrência entre as empresas forçará a queda nos preços, então os preços baixarão. Os pontos abaixo do preço de equilíbrio são interessantes para os consumidores, por outro lado, a estes preços a demanda será maior que a oferta e logo o produto irá faltar. Os consumidores vão disputar as unidades que tiverem disponíveis no mercado oferecendo e pagando mais por eles, logo, os preços tenderão a subir.Também é possível encontrar o preço de equilíbrio de mercado de maneira matemática, quando conhecemos a função demanda e oferta. Partindo da representação matemática da função demanda e da função oferta conforme já vimos anteriormente, temos:Qd = a – bP=> função demanda eQo = c + dP  => função ofertaPara encontrar o preço de equilíbrio de mercado, devemos igualar as funções oferta (Qo) e demanda (Qd). Tomando como exemplo a seguinte função numérica para função demanda Qd = 200 - 4P e para a função oferta Qo = 38 + 8P. Vamos desenvolver os passos para encontrar o preço de equilíbrio.Qo = Qd sendo  Qd = 200 - 4P     e      Qo = 38 + 8PQo = Qd substituindo os valores das funções temos:38 + 8P = 200 - 4P

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Resolvendo a igualdade para P, temos8P + 4P = 200 – 3812P = 162P = 162 / 12P = 13,50     => este é o preço de equilíbrioSubstituindo P, nas funções oferta e demanda, temosQo = 38 + 8 x 13,50                     Qd = 200 – 4 x 13,50Qo = 38 + 108                              Qd = 200 – 54Qo = 146                                      Qd = 146A conclusão é que quando o preço for 13,50, a quantidade ofertada (Qo) e a quantidade demanda (Qd) serão iguais, ou seja, 146 unidades. Este será o ponto de equilíbrio do mercado, isto em mercado competitivo, quando estamos em outra estrutura de mercado este equilíbrio se altera. Porém, antes e estudarmos as estruturas de mercado vamos ver como as empresas tomam suas decisões de acordo com a Teoria Microeconômica da Firma.Para entender e explicar o comportamento econômico das firmas, a microeconomia faz uma abordagem por partes. Primeiro analisa a produção (Teoria da produção), depois os custos (Teoria dos custos), as receitas e, por fim, combina-as para explicar o ponto de lucro máximo.De maneira geral, na economia capitalista as empresas são constituídas para produzirem bens e serviços e obterem lucros a partir da combinação dos recursos ou fatores de produção. Ela busca produzir utilizando a melhor combinação entre capacidades de cada um deles. Por exemplo, é muito comum as empresas terem computador, mas ele só será útil se tiver quem saiba utilizá-lo de maneira eficiente, isto é, uma pessoa que conhece os recursos de hardware e software da máquina, caso contrário, ele vai ser um custo e servirá para juntar poeira.  Assim, nas linhas abaixo, você vai ler sobre o jeito econômico de explicar a produção de bens e serviços por parte das empresas.Os recursos tem três importantes características: são escassos, são versáteis e podem ser combinados em diferentes proporções. Podemos descrever a produção por meio de uma função. A função de produção mostra a produção máxima que uma empresa pode obter para cada combinação específica de insumos. Matematicamente, temos:PT =f(xi,...,xn),Onde PT é a quantidade produzida e xi é a quantidade utilizada do fator de produção i e xn representa dos demais fatores.A função de produção “[...] é a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de tempo” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004, p. 59).Quando estudamos produção, verificamos que existem fatores que são fixos(FF) ou variáveis (FV). Por Fatores fixos (FF) entendemos aqueles que existem na empresa e que independem da quantidade produzida, como, por exemplo: o

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espaço físico utilizado pela empresa. Por fatores variáveis(FV) entendem-se os que variam conforme o volume produzido, como, por exemplo, as horas trabalhadas, número de trabalhadores empregados, energia, matéria-prima etc.A existência de fatores fixos e variáveis permite diferenciar o curto do longo prazo. Entende-se por curto prazo o período de tempo em que há pelo menos um fator fixo envolvido na produção de uma firma. E longo prazo é o período de tempo em que todos os fatores podem variar, isto é, não existem fatores fixos. Na prática das empresas, o longo prazo é uma série de curto prazo agrupado, pois as mudanças na capacidade de produção da empresa vão ocorrer ao longo do tempo. Portanto, nas próximas linhas, descreveremos o processo de produção no curto prazo (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004). No curto prazo, o produto total (PT) é o obtido com a utilização de fatores fixos e variáveis. A partir da identificação destes fatores, podemos proceder os cálculos da produtividade média, produtividade marginal dos fatores.- Produtividade média (PMe): resulta da divisão do produto total (Q) pela quantidade empregada e mão de obra (N). Algebricamente, temos: PMe = PT / N. O resultado indica quanto cada trabalhador produziu em média.- A produtividade marginal ou adicional (PMg): mede a variação da produção a medida em que acrescentamos o fator variável a produção. Neste caso, ele mede quanto a produção cresce quando acrescentamos mais trabalhadores na produção. Algebricamente pode ser expresso por: PMg = Variação na produção / Variação em N.Para tomar uma decisão do nível, os empresários também precisam conhecer os custos de produção.  Conhecidos os preços dos fatores de produção, é possível determinar um custo total de produção ótimo para cada nível de produção. Assim, define-se custo total de produção como o total das despesas realizadas pela firma com a utilização da combinação mais econômica dos fatores, por meio da qual é obtida uma determinada quantidade do produto. Os custos totais de produção (CT) são divididos em custos variáveis totais (CVT) e custos fixos totais (CFT).  Também os custos fixos e totais podem ter seus cálculos desmembrados em custo médio. De tal forma que:CTMe = CT / PT => Esta é a fórmula do Custo Total Médio (CTMe).CFMe = CFT / PT => Esta é a fórmula do Custo Fixo Médio (CFMe).CVMe = CVT / PT => Esta e a fórmula do Custo Variável Médio (CVMe).E a evolução do custo total de produção (CT) pode ainda ser observada pela ótica do custo marginal ou adicional (CMg). Este custo é medido pela seguinte fórmula.CMg = Variação no Custo Total de Produção / Variação na ProduçãoEnquanto os custos médios permitem ver qual o desembolso médio da empresa para produzir uma unidade de produto, o custo marginal permite a empresa visualizar o custo da última unidade produzida.Todo o processo de produção de bens e serviços por parte dos empresários se dá porque eles buscam alguma compensação, e esta é o lucro. Porém, a obtenção de lucro por parte da empresa é um processo. Num primeiro

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momento, ele planeja a produção, levanta os custos, computa um lucro e projeta as vendas. Porém, neste processo ele controla os elementos internos como seus custos e lucro, as vendas são o fator externo que ele procura conhecer e dominar pois delas dependem as receitas da firma.As receitas das firmas podem ser classificadas como: a) Receitas totais (RT) ou Faturamento Bruto: resulta da multiplicação do preço de venda pela quantidade vendida de um bem; b) Receita média (RMe) ou faturamento médio, ou ainda receita unitária: resulta da divisão da Receita Total pela quantidade vendida do produto ou do serviço. A receita média confunde-se com o próprio preço de venda do produto; e c) Receita Marginal (RMg): é a variação da receita total dividida pela quantidade produzida. Agora que estudamos a receita da firma, precisamos fazer a ligação entre produção, custos e receitas para poder entender o ponto de lucro máximo.Agora faremos a análise do ponto de vista da maximização do lucro. Em primeiro lugar, precisamos lembrar que o Lucro Total (LT) é resultado da diferença entre a Receita Total (RT) e os Custos Totais de Produção (CT). Logo, quanto maior esta diferença, maior o lucro. Assim, o lucro total (LT) da empresa é representado pela expressão LT = RT-CT. A receita total (RT) é o resultado do preço do produto (P) e da quantidade vendida desse produto (QV), logo temos RT = P x QV. Observamos que, na prática, a quantidade vendida pela empresa difere da quantidade produzida, pois muitas vezes as empresas podem ter estoques de produtos não vendidos. Verificamos que produção pode seguir tanto o critério de custo médio quanto o de custo marginal. Economicamente, como se a empresa tiver pleno controle de seus custos, ela poderá produzir considerando os custos marginais, isto é, observando quanto custa a produção do último item. Caso o custo de produção deste seja menor que seu preço, ele deverá aumentar a produção porque ganhará com o acréscimo de receita total.LINK

Para entender melhor, você pode estudar o texto: Simulador de maximização de lucros: uma aplicação a um posto de gasolina, disponível em:http://www.fee.tche.br/3eeg/Artigos/m09t02.pdfAté aqui estudamos a teoria da firma, que é composta pela teoria da produção, teoria dos custos de produção e da maximização dos lucros. Toda a explicação desenvolvida tomou por base a firma concorrencial, isto é, uma pequena empresa com um produto homogêneo num mercado no qual o custo de capital é baixo e comporta a entrada e saída de empresas do negócio. Porém, observamos que no mercado existem outras estruturas de mercado diferenciadas, vocês já ouviram falar em oligopólios e monopólios, estruturas de mercado nas quais predominam grandes empresas, é este assunto que vamos estudar agora.As empresas operam em diferentes estruturas de mercado. Por estrutura estamos nos referindo a três características básicas da quais dependem as estruturas de mercado, são elas: número de empresas que compõe esse mercado; tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados); se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse

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mercado. Desta forma, as empresas podem ser classificadas em 4 diferentes estruturas, conforme você pode verificar no quadro abaixo:

Quadro 2 – Principais Características das Estruturas Básicas de Mercado.

Fonte: Adaptado de Mendes (2009).Conforme você pode ver, as diferentes estruturas de mercado comportam variedade de vendedores, de produtos e de estratégia de preços. Vamos descrever um pouco mais estas estruturas. A estrutura de Concorrência Perfeita é um modelo teórico criado para descrever o que seria o ideal. É a partir das diferenciações dele que podemos classificar as demais estruturas que se aproximam mais da realidade de mercado. Esta estrutura supõe que existem muitas pequenas empresas que produzem um bem homogêneo (sem diferenciação) e que individualmente nenhum deles pode modificar o preço de mercado. Por serem pequenas não há barreiras à entrada de novas empresas neste mercado. As empresas não concorrem via preço porque sua margem de lucro é muito pequena e se uma baixar o preço vai vender tudo, mas não vai conseguir repor e as outras não a acompanham pois não querem ter prejuízo. Isto seria o ideal, pois numa estrutura como esta os preços e lucros seriam baixos e os produtos acessíveis a todos os consumidores. Na realidade, você percebe que não é isto que ocorre.

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Quando estamos numa estrutura de Monopólio, existe apenas uma grande empresa dominando o mercado. Os produtos desta empresa não tem concorrentes próximos e, por isso, ela consegue determinar preços. Há barreiras à entrada devido a necessidade de capital, existência de marcas e patentes, domínio de alguma fonte de recurso. Estas condições são as que garantem que o monopólio dure muito tempo e exerça grande influência sobre as quantidades disponibilizadas do produto no mercado e ainda dominam o preço.O Oligopólio é um tipo de estrutura normalmente na qual existe um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado. O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria farmacêutica, bebidas, chocolates, etc. Nos oligopólios, tanto as quantidades ofertadas quanto os preços são fixados entre as empresas por meio de cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem. Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio). (VASCONCELLOS;GARCIA, 2004).A Concorrência Monopolística é uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características: a) Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda); b) Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado.  Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolista) (VASCONCELLOS; GARCIA, 2004).LINK

Você pode ler mais detalhes sobre o tema no texto: Estruturas de Mercado disponível em:http://www.infopedia.pt/$estruturas-de-mercado

Bom, estamos finalizando o estudo desta Unidade da Web Aula, com certeza você pôde aprofundar seus conhecimentos de economia. Agora que você já conhece os conceitos básicos e um pouco mais sobre a

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Microeconomia, podemos partir para o estudo da próxima unidade na qual discutiremos Macroeconomia e Economia Brasileira, vamos lá...Enquanto isto, não se esqueça de acessar o fórum da disciplina e participar do debate....Até Mais...At.Profa. Regina Malassise