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R544m
Roballo, Davi Malditos versos mal ditos / Davi Roballo. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2015.
ISBN 978-85-437-0470-8
1. Crônica brasileira. I. Título.
15-25172 CDD: 869.98 CDU: 821.134.3(81)-8
________________________________________________________________30/07/2015 30/07/2015
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
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Davi Roballo é jornalista, fotógrafo, possui gradu-ação em Comunicação Social pela Unigran e especiali-zações em Jornalismo Político pela Universidade Gama Filho e Comunicação e Marketing pelo Centro Universi-tário da Grande Dourados. Nasceu em São Borja e atual-mente reside em Porto Alegre.
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—Aqui estão reunidas as impressões de um poeta que procura
o sentido da vida através dos versos, palavras, poemas, extraídos do mais profundo sentimento, que por vezes são incompreendidos quando lidos na superficialidade. A obra refere-se às dores do ser humano, suas crises existenciais, angústias, descobertas, conflitos gerados por essas descobertas e, consequentemente, o rasgar da alma sensível que procura o saber como a ponte para a liberdade.
Não há como não mencionar que existem páginas de leveza e humor, de reflexão sobre a postura quanto ao amor e aos ques-tionamentos do comportamento humano. Tudo acoplado a uma visão que viaja entre a observação do cotidiano e estudos referen-tes ao tema, mas, vale ressaltar, o que impera são a inspiração da alma do poeta e o sentimento que divaga entre a razão, a fúria, a insatisfação e o desespero diante do vazio existencial.
Em “Malditos versos mal ditos”, as letras do poeta andam e se agitam em busca de um desafogo dessa vida alienada não pertencida. É um eco no vazio da solidão que acompanha quem se atreve pensar e a ir mais longe que a linha do horizonte, atra-vés da imaginação, da cogitação, da perquirição e da dúvida. É uma obra que tem as nuanças de um andarilho que persegue a própria sombra, palmilhando palmo a palmo a própria essência em busca de encontrar ao menos fragmentos de si mesmo nessa odisseia da vida, quando a todo o momento saímos à procura do nosso EU profundo não conectado (às vezes) conosco mesmo e, pudera, com os demais.
“Maldito versos mal ditos” é um grito no silêncio, um grito impressionado pela imagem refletida do próprio huma-no diante do espelho, uma imagem nua e crua.
Itaciana Santiago.
Porto Alegre, RS, 04 de setembro de 2015.
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I
Tão alto quer estar o homemSem asas, preso ao chão
Quer as alturasQuer ser mais que imensidão
Um mísero pó do póAssentado num grão de areiaSe alimentando de ilusão
Matando a sedeNa fonte da presunção.
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—
II
Pouco importa As sombras alheias
Quero sim meu próprio espaçoÚmido de meu suor
Trilhado por meus pésDesejar sombra alheia
É comer sem abrir a bocaUm dia chega o tempo
E apresenta o saldo da vidaQue pode ser uma
inundação de siOu nenhuma gota...
11
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III
A mentira e a verdadeIrmãs gêmeas
Nunca andam nuasVivem a trocar de roupa
Sob a luz da luaE a dúvidaÉ a estilista Das duas...
12
—
IV
Tão pertoO riso do brilho de um olharQuanto os olhos da bocaMas tornam-se distantes
Quando as lágrimas são tristezaE a alegria é pouca...
13
—�
V
O que somos?Senão
A sobra do passadoE a sombra do futuroNo palco do presente
Na ópera do absurdo...
14
—
VI
Já perdi as contasDe quantos sou
Ou em quantos me torneiSão tantas as exigências
Deste mundo triste, hipócritaQue meu eu
Em sua falsidade se afogou...
Ainda tento achar-meEm algum canto meu
Mas lembroQue nunca me vi
Nunca me encontreiA não ser em meus sonhos
Onde vive exiladoMeu secreto eu...
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