Manejo Sanitário em Ovinos
Controle da Verminose em Sistema
Intensivo de Produção de Ovinos
PRINCIPAIS PARASITOS GASTRINTESTINAIS
DOS OVINOS E SUA LOCALIZAÇÃO
ABOMASO
Haemonchus*
Trichostrongylus*
* alimentam-se de sangue
INTESTINO
DELGADO
Trichostrongylus
Cooperia
Strongyloides
Moniezia
Eimeria
INTESTINO
GROSSO
Oesophagostomum
PRINCIPAIS SINTOMAS
Papeira (edema submandibular)
Anemia
Fraqueza, perda de peso MORTE!!!
CONTROLE DA VERMINOSE
(todas as categorias)
Monitoramento da infestação por helmintos a cada 40 a 60
dias, por meio de exames de fezes (ovos por grama de fezes,
OPG) em amostras de 10 a 25% do número total de animais
do rebanho. As fezes são coletadas diretamente do reto dos
animais, selecionando-se para a amostragem os ovinos mais
fracos, magros e aqueles que eventualmente apresentem
sintomas de verminose, tais como edema submandibular
(papeira), anemia, e diarréia.
AS VERMIFUGAÇÕES SÃO FEITAS DE ACORDO
COM O RESULTADO DOS EXAMES (média acima de 500
ou 1.000 OPG)
• no terço final da gestação;
• logo após o parto;
• e no desmame (se os cordeiros forem
criados a pasto com as mães, vermifuga-se
mãe e filho no desmame).
VERMIFUGAÇÕES ESTRATÉGICAS
DAS OVELHAS
Procura-se utilizar vermífugos de três grupos
químicos diferentes, alternados, sempre que
possível, a cada aplicação.
Pelo menos uma vez por ano, avaliar a eficácia
de cada produto por meio do teste de redução de
OPG:
%Eficácia = (OPG antes – OPG depois)/OPG antes
x 100
Troca-se o grupo químico quando se verifica
diminuição na eficácia do produto (<70%).
VERMÍFUGOS
ANTI-HELMÍNTICOS
Vias de administração
oral
subcutânea
intramuscular
Verificar o espectro do medicamento:
nem todo vermífugo atinge todos os
helmintos que estão parasitando o animal
Em um lote, escolher o animal mais forte (depois de eliminar
os extremos, muito leves e muito pesados), pesar e calcular a
dose que será aplicada aos outros animais
Trocar a agulha a cada 5-10 animais, quando o produto for
injetável (evitar contaminação - linfadenite caseosa)
O local de aplicação do medicamento injetável deve ser na
paleta
Observar se a agulha está sendo bem introduzida, pp/ em
animais lanados
As pistolas dosificadoras devem estar funcionando
adequadamente (verificar se elas estão liberando a quantidade
certa do produto)
CUIDADOS NA APLICAÇÃO
EXEMPLOS DE PRINCÍPIOS ATIVOS / DOSES
Haemonchus
Cloridrato de Levamisole – 7,5 mg/kg (1ml:10kg)
Disofenol – 20 mg/kg (1ml:10 kg)
Tetramisole – 12,50 mg/kg
Haemonchus + ectoparasitas
Closantel – 15 mg/kg (1,5ml: 10 kg)
Moxidectin – 0,2 mg/kg (1ml:50 kg)
Triclorfon – 100 mg/kg (1ml:5 kg)
Haemonchus + Moniezia (tênia)
Albendazole – 10 mg/kg (1ml:10kg)
•VITAMINA B12
• SOLUÇÕES MINERALIZANTES (que
contenham cobalto, arsênico, ferro e outras
vitaminas)
•Antibiótico à base de Norfloxacina, quando
houver pneumonia “espumosa” (bactéria gram
negativa, ex: Pasteurella, E. coli)
•Soluções à base de Cálcio, pp em fêmeas recém-
paridas
MEDICAÇÃO DE APOIO
FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA
• Raça: Santa Inês mais resistente, e Suffolk mais
suscetível à verminose
• Estado fisiológico: no período próximo ao parto e
durante a lactação, as ovelhas ficam mais suscetíveis à
verminose
• Idade do animal: o jovem é mais suscetível que o adulto
•Nutrição e estresse: animais mal nutridos e estressados
ficam mais suscetíveis à verminose e outras doenças
Suscetibilidade individual: existem diferenças individuais
dentro de cada raça quanto à suscetibilidade à verminose
( seleção)
MEDIDAS DE MANEJO QUE AUXILIAM O CONTROLE
PROTEÇÃO DAS CATEGORIAS SUSCETÍVEIS:
ovelhas em lactação e borregos em crescimento e terminação
CONFINAMENTO
Baias de chão batido, forradas com cama de bagaço de cana,
maravalha, palha ou capim seco. Ao trocar a cama quando
estiver úmida, pulverizar com superfosfato simples (evita mosca
e odor de amônia no ambiente).
CAMA DE BAGAÇO DE CANA
MÃES E CRIAS NO CONFINAMENTO
CORDEIROS CONFINADOS EM ACABAMENTO
MEDIDAS DE MANEJO QUE AUXILIAM O CONTROLE
Revisão constante dos animais, separando os doentes
Atenção especial às categorias cordeiros em crescimento (pp/
se estiverem a pasto) e ovelhas paridas, mais suscetíveis à
verminose
Pastejo rotacionado com utilização seqüenciada (em faixas),
c/ período de utilização de 3-4 dias e descanso de 35-45 dias
Pasto c/ forrageiras de elevado valor nutritivo e de
crescimento cespitoso (ex: Aruana, Tanzania)
Não misturar animais adultos e jovens no mesmo pasto
Reserva de pasto para a recria de animais jovens
Fornecimento de mistura mineral apropriada
Suplementação alimentar do rebanho na época seca (silagem
de milho e concentrado
MEDIDAS DE MANEJO QUE AUXILIAM O CONTROLE
Confinamento das ovelhas paridas e seus filhotes até o desmame
com 45-60 dias, onde recebem alimentação completa no cocho (capim
picado – verão e silagem de milho – inverno + 500g/cab/dia de conc.16%PB)
Uso de “creep feeding” (conc. min.16%PB) aos cordeiros lactentes
Os cordeiros desmamados (15-17 kg) continuam no confinamento
até o abate (28-30kg) * Não é necessário vermifugar os cordeiros que
vão ser abatidos nesse sistema de criação
As crias de reposição ficam confinadas até 5-6 meses, quando têm
aceso gradativo a pastos exclusivos para recria, onde continuam
recebendo suplementação de conc. min. 16%PB (400g/cab/dia) até
atingir o peso de cobertura (9-10 meses)
Reprodutores ficam confinados recebendo alimentação completa
no cocho e só vão a pasto durante a estação de monta (60 dias)
MEDIDAS DE MANEJO QUE AUXILIAM O CONTROLE
Evitar a entrada dos animais no cocho de alimentação
Quando os animais são presos à noite no verão, soltar eles
no dia seguinte após a secagem do orvalho (9:30 -10:00hs)
Utilizar quarentena para ovinos que vão ser introduzidos no
rebanho, durante a qual são vermifugados, e, somente após a
constatação de estarem livres de parasitos, por meio do exame
de fezes, é que são integrados ao plantel
Descarte de animais que apresentem, com freqüência,
sintomatologia clínica de verminose
TIPOS DE CAPINS
• Coast Cross, Tifton,
Estrela, Pangola,
Pensacola, etc.
• Aruana, Tanzânia,
Colonião, etc.
Forma uma massa vegetal
fechada em função do hábito de
crescimento estolonífero que,
mesmo quando rebaixado,
impede a penetração da
radiação solar e mantém um
microclima favorável à
sobrevivência das larvas dos
helmintos.
Forrageira de hábito de
crescimento cespitoso.
Menor potencial de
infestação em pastejo rente ao
solo, devido a dessecação de
larvas provocada pela ação da
radiação solar.
SISTEMAS DE CONTROLE INTEGRADO
(que alternam pastejo de ovinos com outras
espécies, juntos ou separados)
Equinos
Bovinos adultos
COCCIDIOSE
OU
EIMERIOSE
Doença causada por um protozoário (Eimeria)
que se multiplica nas células das vilosidades
intestinais, destruindo-as
COCCIDIOSE OU EIMERIOSE
Destaque na ovinocultura pelas perdas provocadas
Protozoários pertencentes a diversas espécies do gênero
Eimeria sp.
Animais criados de forma intensiva (confinamento) ou
alta lotação
Ingestão de alimentos e/ou água contaminada
Morbidade pela perda de peso, baixa conversão
alimentar, retardo de crescimento, menor qualidade da
carcaça
Mortalidade de animais jovens
SINTOMAS CLÍNICOS DAS COCCIDIOSES
Baixo ganho ou perda de peso
Fezes fluidas e escuras (presença de
sangue nas fezes)
Depressão, prolapso retal, anemia e
morte
EIMERIOSE - PREVENÇÃO
Sulfadimidina
Terapêutico – 140 mg/kg , via oral , 5 dias
Preventivo - 25 mg/kg , via oral , 7 dias
•
Amprólio
Terapêutico – 4 dias, via oral
Preventivo – 50 mg/kg , via oral , 21 dias
Monensina
Preventivo – 40 ppm na ração
Ex: Rumensin (400g/ton) no concentrado de fêmeas em
lactação e suas crias
CONTROLE DE
ECTOPARASITOS
PRINCIPAIS ECTOPARASITOS DOS OVINOS
MIÍASES
Cochliomyia hominivorax
(bicheira)
Dermatobia hominis
(berne)
Oestrus ovis
(bicho da cabeça)
ÁCAROS
Amblyomma cajennense
(carrapato estrela)
Psoroptes ovis
(sarna)
Damalinia ovis
(piolho)
CONTROLE DOS ECTOPARASITOS
Com vermífugos que tenham ação ectoparasiticida
Exemplos:
Neguvon (bicho da cabeça, berne, bicheira, sarna e piolho)
Closantel (carrapato, berne, bicheira, bicho da cabeça, sarna e piolho)
Cydectin (sarna, piolho, berne, bicheira e carrapato)
Bicheiras são tratadas retirando-se todas as larvas, e curando-se
com água oxigenada e produtos especializados
Pode-se prevenir o berne e a bicheira derramando-se produto
piretróide de aplicação Pour on (no fio do lombo) nos animais lanados
logo após a tosquia
VACINAÇÕES
• CLOSTRIDIOSES
(enterotoxemia, gangrena gasosa, carbúnculo
sintomático, etc)
•TÉTANO
•Queratoconjuntivite (opcional)
•Foot rot ou podridão dos cascos (opcional)
•Linfadenite caseosa (opcional)
Terço final da
gestação
e
Cordeiros no
desmame
QUERATOCONJUNTIVITE
(bactéria Moraxella bovis)
• Lacrimejamento
• Inflamação da conjuntiva
• Opacidade da córnea
• Cegueira
SINTOMAS
TRATAMENTO
Colírio à base de terramicina e cloranfenicol
PREVENÇÃO
Vacina (Kevac, Lab. Irfa)
FOOT ROT
(Podridão dos cascos)
Prevenção:
• aparo do casco
• passagem dos animais em pedilúvio
(principalmente na época das águas)
• evitar áreas alagadas
•vacina
Obs: Raças lanadas são mais suscetíveis!
Tratamento:
Nuflor (1mL:15kg, 2doses c/ 48h intervalo)
Solução para o pedilúvio:
1% de detergente doméstico (para limpar o casco) +
•solução de 10% de sulfato de zinco ou
•solução 2,5% de formol ou
•iodo (200ml de Biocid em 50 litros de água) ou
• solução a 10% de sulfato de cobre (evitar passar
animais jovens e fêmeas em final de gestação e em
lactação, ante a possibilidade de intoxicação pelo cobre).
PEDILÚVIO
LINFADENITE CASEOSA
(MAL DO CAROÇO)
(bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis)
•Abrir com canivete ou bisturi os abscessos que
aparecerem; drenar o pus e fazer uma boa limpeza com
produtos desinfetantes, como por exemplo iodo 10%.
•Não esperar que eles venham a furo sozinhos para evitar a
contaminação do ambiente! (queimar o material utilizado na
limpeza)
•Desinfecção do ambiente: lavagem com desinfetante (iodo)
no local onde ficam os animais (currais, confinamento, etc);
passar vassoura de fogo .
•Prevenção: vacina
PREVENÇÃO DA MASTITE
SECAGEM DAS OVELHAS
•cortar o concentrado da ovelha aos 30 dias de lactação (o cordeiro
continua ingerindo o concentrado no creepfeeding);
•desmama com 45 - 60 dias:
•1º dia: restringir água e alimentos por 24horas;
•2º dia: fornecer água, mas não alimento;
•3º dia: fornecer pouco alimento, e soltar em um pasto fraco, para
observação por 1 semana
•Ordenhar com todos os cuidados de higiene, caso haja necessidade
(úbere muito cheio de leite).
ATAQUE DE CÃO
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