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MANGUEIRÃO: uma construção de influências
Canan Barra da Silva Aluno concluinte do CEDF/UEPA
José Dias Leal Neto Aluno concluinte do CEDF/UEPA
Delson Eduardo da Silva Mendes Professor orientador do CEDF/UEPA
Resumo
O presente artigo aborda acerca das relações entre o futebol e a política, analisando o contexto da ditadura militar no Brasil (1964-1978), focando no âmbito da construção de estádios, visando evidenciar as distopias dessas obras no contexto urbano e social através de uma pesquisa exploratória de caráter histórica com o objetivo de analisar as influências do estádio do Mangueirão em suas áreas de entorno, em Belém do Pará. Contando com um acervo de informações que remetem ao período do início da construção até momentos contemporâneos. Faz-se presente as relações sociais e políticas que foram firmadas no decorrer das décadas dentro do meio desportivo e como o esporte é usado para propagar ideologias políticas que possam atingir a população como forma de influenciar seu pensamento crítico, causando uma rasa dicotomia de segregação política.
Palavras-chaves: Futebol; politica; estádios; Mangueirão
INTRODUÇÃO
Um esporte de massa como o futebol precisaria de um local significante
para acomodar uma grande quantidade de pessoas. Baseado nisso, surge o
Estádio Estadual jornalista Edgar Proença também conhecido como
Mangueirão, de grandes histórias esportivas e políticas.
O futebol é um esporte popular, que ao longo dos anos passou a atrair
milhões de pessoas ao redor do mundo. Nesse período, percebeu-se que tal
esporte poderia ser utilizado facilmente na relação com a sociedade e como
instrumento de transformação urbana. O Brasil foi um dos países que adotou o
futebol como agente de transformações urbanas e sociais.
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No Pará, a difusão e consequentemente a influência desse esporte se
refletiu através da fundação dos clubes como Tuna Luso, Clube do Remo e
Paysandu, e a rivalidade que foi criada em torno desses clubes.
A difusão desse esporte no Pará, a partir da primeira década do século XX, foi resultado, em grande parte, dos festivais esportivos promovidos nos bairros de Belém e do surgimento de clubes dirigidos pela elite paraense: em 1903, o surgimento da Tuna Luso Caixeral, atual Tuna Luso Brasileira; em 1905, do Grupo do Remo, atual Clube do Remo e, em 1914, do Paysandu Foot - Ball Club, atual Paysandu Sport Club. (LANCE, 2001, p. 13)
Com a disseminação e consequente massificação do futebol, houve a
necessidade de criação de uma “praça esportiva”. Diante desse quadro, o
governo iniciou a construção do estádio “Mangueirão” inicialmente chamado
“Alacid Nunes” e posteriormente em 2002 reinaugura com o nome de “Estádio
Estadual Jornalista Edgar Proença” em Belém. Esta obra contou com ajuda de
políticos paraenses e do governo militar brasileiro que se utilizava do futebol
como propaganda.
Existem muitos comentários de que na época da ditadura militar os políticos começaram a ver no futebol um aliado forte para a realização de seus projetos, na verdade, futebol e política já jogavam no mesmo time desde a Era Vagas, refletindo assim os embates políticos do país. (SANTORO, 2006, p. 38).
Desta forma, o trabalho possuiu o seguinte questionamento: Como a
construção do Estádio Estadual Jornalista Edgar Augusto Proença estimulou a
transformação urbana e social através do futebol na cidade de Belém? Além
disso, existiram outras questões norteadoras, que foram: Como é narrada a
origem e evolução do futebol no Pará? Qual o contexto histórico e político
envolvido na construção do Estádio Estadual Jornalista Edgar Augusto
Proença.
O presente trabalho surgiu com a ideia de conhecer e entender as
influências do Estádio no futebol e na sociedade da cidade de Belém,
observando as transformações que ocorreram durante e através da sua
construção, como a evolução do futebol paraense no estado do Pará, em
termos de maior estrutura a todos que acompanham aos jogos no local, ao que
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parece o estádio trouxe benefícios ao bairro em que está localizado, porém
benefícios não tão grandiosos como a obra do governo do Estado.
Baseado neste panorama apresentado, o objetivo do presente trabalho
foi analisar a influência do Estádio estadual Jornalista Edgar Proença,
popularmente conhecido como Mangueirão no âmbito futebolístico, social e
urbano em suas áreas de entorno. Especificamente entender a evolução
urbana e esportiva, em especial do futebol no Pará, graças ao Estádio Estadual
Jornalista Edgar Augusto Proença, identificar se a área da construção do
estádio teve mudanças positivas ou negativas, além de discutir a contribuição
da construção do estádio no processo de transformação social em suas regiões
adjacentes.
O artigo possui as seguintes secções teóricas: História do futebol, O
contexto político e social do futebol no período ditatorial, A construção do
Mangueirão.
1 METODOLOGIA
Esta pesquisa é de caráter exploratório que através de informações
históricas busca tomar conhecimento sobre as influencias das grandes
construções esportivas, em especial o estádio do Mangueirão, no meio urbano,
social e político, onde serão utilizadas entrevistas e análise crítica e social do
das áreas em torno do estádio Mangueirão.
A análise qualitativa foi à escolha por investigar fatos que não podem
ser quantificados. Esse tipo de análise trabalha com o universo de significados,
crenças e valores, correspondendo a um espaço mais profundo das relações,
dos processos e dos fenômenos aos quais não podem ser reduzidos à
operacionalização variáveis Minayo (2000).
Em relação ao delineamento da pesquisa, ela é classificada como
estudo de campo. Neste sentido, Gil (2002, p. 129) nos deixa claro, ao relatar
que “não há como definir a priori as etapas a serem seguidas em todas as
pesquisas dessa natureza. Isso porque, a especificidade de cada estudo,
acaba por ditar seus próprios levantamentos”. Gil (2002) afirma que esse
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delineamento é muito mais amplo do que os levantamentos. Para o autor, o
estudo de campo “inicia-se com um plano bem geral, visto que este tipo de
delineamento, leva em consideração, principalmente, os objetivos da
pesquisa”. A seleção dos informantes e as estratégias para a coleta de dados
costumam ser definidas somente após exploração preliminar da situação (GIL,
2002, p. 129).
Evidencia-se a importância da sociedade envolvida no estudo que se faz
necessária para a melhor compreensão do cotidiano influenciado devido aos
grandes eventos envolvendo esportes e os locais em que são praticados,
segundo Triviños (1987), o ambiente, o contexto onde os indivíduos realizam
suas ações e desenvolvem seu modo de vida, têm importância essencial na
compreensão mais clara de suas atividades. O meio imprime ao sujeito que
nele vive traços peculiares que são desvendados à luz da compreensão dos
significados que ele próprio estabelece. Desta maneira, compreender o
indivíduo fora de seu contexto natural, pode criar situações artificiais que
falsificam a realidade e produzem interpretações equivocadas.
2 HISTÓRIA DO FUTEBOL
2.1 História do futebol no Mundo
O futebol possui origem incerta, onde não é possível afirmar com
precisão a sua origem, de acordo com Castro.
Não é possível dizer ao certo quando foi iniciada as primeiras atividades relacionadas ao futebol, entretanto pode-se dizer que as primeiras manifestações do chamado football (do inglês foot, pé; e ball, bola) surgiram entre 3.000 e 2.500 a.C , na China. (Castro, 2006, pág. 20).
Durante a Idade Média, um jogo muito parecido com o futebol se
manifestava, porém, este fazia o uso frequente da violência entre os jogadores.
Era composto de dois times com 27 jogadores cada e era permitido qualquer
tipo de agressão física para conseguir a vitória. As funções de corredores,
sacadores, guarda-redes, etc., eram ocupadas por subgrupos em cada equipe.
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Na Itália verifica-se a presença de um jogo chamado gioco del calcio,
que terminou por ser proibido por causa da demasiada violência em sua
prática, mas logo depois voltou a ser praticado, porém com várias regras que
proibiam a violência e que eram observadas por mais de dez juízes.
Foi na Inglaterra, porém, que as regras atualmente conhecidas por nós
foram implementadas. Lá o jogo foi sistematizado, o tamanho do campo foi
determinado e passou-se a usar a bola de couro cheia de ar. Aos poucos o
jogo foi se popularizando e recebeu, em 1848, um código unificado de regras
para ser praticado em qualquer lugar do mundo.
Na Inglaterra, o jogo ganhou regras diferentes e foi organizado e sistematizado. O campo deveria medir 120 por 180 metros e nas duas pontas seriam instalados dois arcos retangulares chamados de gol. A bola era de couro e enchida com ar. Com regras claras e objetivas, o futebol começou a ser praticado por estudantes e filhos da nobreza inglesa. Aos poucos foi se popularizando. (Castro, 2006, pág. 22).
Em 1885 o futebol passou a ser jogado profissionalmente, e em 1904 foi
criada a FIFA (Fédération Internationale de Football Association).
A FIFA não apenas auxiliou as federações mais poderosas a popularizarem o esporte, como também executou programas de aperfeiçoamento em todos os níveis nas federações dos continentes africano, asiático e oceânico. (Leal, 2000, pág. 26)
2.2 Chegada do futebol ao Brasil
Charles Miller é considerado o percursor do futebol no Brasil. Segundo
(RUIZ, 1998; NETTO, 2002) “Nascido em São Paulo em 1874, foi estudar na
Inglaterra e retornou em 1894 com duas bolas de futebol, dois uniformes
completos, uma bomba de ar e uma agulha”. Brunoro e Afif (1997)
complementam que Charles Miller obteve auxilio de duas pessoas para o
implemento do futebol no Brasil. Um foi o professor Alemão Hans Noibiling,
fundador do Germânia, atualmente chamado de Pinheiros e do carioca Oscar
Cox, que estudou na Suíça e sua iniciativa possibilitou a implementação do
futebol no Rio de Janeiro (NETTO, 2002).
De acordo com Torero (2002) A primeira partida de futebol no Brasil
ocorreu no dia 15 de abril de 1895, entre os Funcionários da Companhia de
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Gás x Cia. Ferroviaria São Paulo Railway, estes eram funcionários de
empresas inglesas que atuavam em São Paulo, também possuindo origem
inglesa. O primeiro time a se formar no Brasil foi o São Paulo Athletic, fundado
em 13 de maio de 1888. (Torero, 2002).
Inicialmente, por influência da sua origem europeia, o futebol era
praticado pelas elites, sendo vedada a participação de negros no esporte, de
acordo com Bellos:
A origem europeia do futebol ajudou a estabelece-lo como esporte da elite branca e urbana do Brasil [...] Os times eram formados por jovens estudantes e profissionais liberais das melhores famílias da cidade. (2002, pág.35)
Nos anos 30 ocorreu o fim do amadorismo no futebol brasileiro, fato
decorrente da saída de muitos atletas para o futebol europeu, ocasionando
medidas que passaram a visar a valorização do jogador de futebol.
2.3 Chegada ao Pará
A chegada do futebol no Pará ocorreu de forma semelhante a São Paulo
e Rio de Janeiro, por intermédio de jovens descendentes de ingleses que foram
estudar no país britânico e ao retornarem para Belém trouxeram consigo esta
modalidade esportiva. Segundo Costa (2000) o futebol no Pará surgiu
oficialmente em 1896.
Devido a suas origens no continente europeu e ao fato de ser
introduzido no Brasil por homens de famílias ilustres, o futebol ganhou espaço
entre a elite da capital paraense. Neste período, era comum na sociedade
brasileira considerar os padrões europeus como modelo de civilização e Belém
também acompanhava esse modelo no momento, visto que vivenciava um
momento de riqueza proporcionado pela exploração da borracha na região.
Os festivais esportivos promovidos nos bairros de Belém e o surgimento
dos clubes Tuna Luso Caixeral em 1903, Grupo do Remo em 1905 e Paysandu
Sport Club em 1914 foram determinantes para a difusão do futebol no Pará
(Lance, 2001, pág.13).
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O surgimento dos clubes foi peça importante para iniciar à popularização
do futebol na sociedade paraense. A grande rivalidade entre o Clube do Remo
e o Paysandu Sport Club, foi a grande responsável pela maior aceitação
popular do futebol. Rivalidade esta construída ao longo do tempo, a partir da
popularização do futebol, criação de clubes, associações, festivais esportivos e
construção de estádios.
3 O CONTEXTO POLITICO SOCIAL DO FUTEBOL NO PERIODO
DITATORIAL
Futebol e política sempre transitaram lado a lado ao longo da história do
esporte em território nacional. Desde a primeira década do século XX, já se
notava a presença de políticos nos espaços relacionados ao futebol. Mas sua
utilização como instrumento de propagação política começou no governo
Vargas, na década de 30, reforçando a expansão desse esporte na sociedade,
como meio essencial de criação de identidade no Brasil.
Segundo (DAMATTA, 1982, p 29), “o futebol constitui-se em um veículo
para uma série de dramatizações e representações da sociedade brasileira,
permitindo a expressão e vivência de problemas nacionais”.
Enquanto Getúlio Vargas buscou no futebol um importante apoio para
efetivar seu projeto de construção da nacionalidade brasileira, no período
militar, o esporte passou a servir como elemento de propaganda do governo
dentro e fora do País.
Apesar de ser evidente o uso do futebol pela ditadura militar como aliado
para a realização de seus projetos, o futebol e a política já andavam lado-a-
lado desde a Era Vargas (Santoro, 2006, pág.38).
Futebol e Ditadura Militar conviveram e se beneficiaram, mutuamente,
durante o regime implementado pelo Golpe de 1964. O governo brasileiro se
valia do futebol para sua promoção, já que esse esporte representava um país
imbatível e em desenvolvimento. Também era necessário levar até às massas
uma imagem positiva do Golpe. Onde (Almeida e Santoro, 2006 apud Monteiro,
2009) ressaltam que a utilização política do futebol pelo Estado no Brasil foi
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compreendida por alguns estudiosos como um “poderoso instrumento de
politicagem externa”, utilizado pelos governos para “construir uma imagem
positiva do Brasil, dentro e fora do país em diferentes momentos da história.
A vitória da seleção brasileira na Copa do México em 1970, segundo
Monteiro.
era concebida pela crônica esportiva e por alguns jornalistas como uma superação de inferioridade do povo brasileiro diante do conceito de civilização estabelecido pelo modelo europeu. Do lado das autoridades militares, buscou-se, com essa conquista, positivar a nação e propagar a idéia de progresso e desenvolvimento. (2009, pág. 20)
Devido a essa conquista, os atletas da seleção foram transformados em
heróis nacionais, se tornando “garotos propaganda” do regime militar, dentre
eles o principal atleta da equipe brasileira, Edson Arantes do Nascimento, o
Pelé. Segundo Caldas (apud Monteiro,2009, pág. 28), o governo brasileiro
contava com o apoio do “rei do futebol”, que declarou em uma entrevista em
Montevidéu: “não há ditadura no Brasil. O Brasil é um país liberal, uma terra de
felicidade. Somos um povo livre. Nossos dirigentes sabem o que é melhor para
nós e nos governam com tolerância e patriotismo”.
Embora o futebol não tenha sido incorporado ao domínio estatal, as
interferências das autoridades governamentais ao longo do desenvolvimento
desse esporte no Brasil comprovam sua eficácia no cenário político. Desse
modo, na esteira do sucesso do futebol brasileiro, o governo “pegou carona”
para intensificar seu projeto nacionalista.
A criação de campos de futebol inicia-se no Brasil por volta da primeira
década do século XX, pois, com a criação dos primeiros clubes, houve também
a necessidade de se criar uma “praça esportiva” para a realização das
competições e por sua vez abrigar os pequenos grupos dirigentes do esporte.
Durante o período militar, mais precisamente no período de governo Médici
(1969-1974) e Geisel (1974-1979), o futebol ganhou políticas de incentivo para
sua manutenção e crescimento, dentre elas a construção de estádios. (HELAL;
GORDON, 2002) nos anos 70, vários estádios foram construídos, possuindo
capacidade para mais de 70 mil pessoas, como o Morumbi em São Paulo, o
Rei Pelé em Maceió e o Castelão no Ceará.
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Nesse panorama, o estado do Pará seguiria o mesmo caminho do
restante do Brasil e passaria a buscar a construção de sua “praça esportiva” a
nível estadual, dando início em 1969, a construção do estádio Mangueirão.
4. A CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO MANGUEIRÃO
O processo de construção deste estádio teve interferência de
autoridades militares e políticos influentes paraenses. O projeto de construção
do "Mangueirão" foi assumido em 1969 pelo engenheiro Alcyr Meira, que
recebeu essa tarefa do governador Alacid da Silva Nunes. A construção iniciou
em 1971, mas em 1975, com apenas as arquibancadas gerais prontas, já eram
registrados jogos realizados no estádio, dentre eles o Re x Pa infantil em 9 de
março de 1975 que marcou o primeiro jogo no estádio, com a estimativa de
mais de 25.000 pessoas. O primeiro gol foi marcado pelo atacante Iran do
Paysandu, que recebeu das mãos do então governador Fernando Guilhon uma
placa com os dizeres: “Eu fiz o primeiro gol no Mangueirão”.
Para mostrar ao público que o tão sonhado estádio sairia na realidade, o Governo do Estado, através da Fundação Desportiva Paraense decidiu articular com Remo e Paysandu, um jogo de futebol que se daria não entre os profissionais, mas com seus garotos do então chamado “dente-de-leite”, compostos por atletas na faixa dos 9 aos 11 anos de idade. (Costa, 2015)
Em 1976, a disputa em torno do nome foi motivo de discussões entre
políticos paraenses. Em 20 de fevereiro de 1978, o estádio foi inaugurado
como “Alacid Nunes”, em homenagem ao iniciador do projeto. Porém, essa
nomeação não alcançou popularidade, pois o torcedor paraense adotou o
nome "Mangueirão", sendo utilizado até hoje. A construção de um estádio
estadual servia como via de popularidade do governo e de promoção a cargos
políticos, além de expressar a ideia de grandiosidade do discurso político entre
os militares.
O estádio Mangueirão recebeu seu primeiro jogo no dia 20 de fevereiro
de 1978. Na partida entre Remo 2 x 0 Operário-MT. Porém essa partida foi
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considerada uma inauguração extra-oficial, pois o Estádio Evandro Almeida1
encontrava-se vetado pela CDB e então fez-se necessária a utilização do
espaço para que o jogo não fosse realizado fora do estado.
A demonstração de Clube do Remo x Operário foi simplesmente um teste de sua capacidade de público. Porém pela facilidade do ingresso franco, determinando aquela avalanche humana, todos os requisitos de conforto e comodidade foram eliminados, pois se tratava de um caso extra. (PROENÇA, 1978)
A inauguração oficial do espaço ocorreu no dia 04 de março de 1978, às
16:30 horas, na partida entre a Seleção paraense x Seleção uruguaia. O
estádio foi recebido com boas perspectivas pelo torcedor paraense, já que foi
visto como uma oportunidade de obter uma comodidade maior durante as
partidas, algo que não ocorria em jogos realizados no Baenão e Curuzu2, por
exemplo. Como ressaltou Edir Proença (1978) em sua coluna no Jornal O
Liberal: “O público paraense experimentará, a partir de hoje, o conforto de um
estádio mais espaçoso, capaz de receber uma maior quantidade de
espectadores, sem os atropelos a que já estavam acostumados”.
A obra, mesmo que ainda inacabada, trouxe novas perspectivas para o
futebol paraense.
Porém, a grande praça de esportes, mesmo que ainda pela metade tem condições para enfrentar com vantagem tais despesas, abrindo novas perspectivas para os espetáculos, explorando a fidelidade que sempre a torcida paraense mostrou. (PROENÇA, 1978)
A placa de inauguração foi apresentada simultaneamente pelo
governador Aloysio Chaves e pelo operário da FDP (Federação Paraense de
Desporto), Alvaro Sinclair de Oliveira, em uma homenagem prestada pelo
governador do estado aos operários que durante 7 anos trabalharam para que
a obra fosse entregue dentro do prazo. Dentro da programação houve uma
cerimônia religiosa conduzida pelo então arcebispo Dom Alberto Gaudêncio
Ramos.
1 O estádio do Baenão estava vetado devido à queda do seu muro durante a partida entre Remo x Operário-MS 2 Estádios do Clube do Remo e Paysandu respectivamente
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Quanto ao jogo inaugural, a seleção paraense formada por jogadores
dos principais clubes do Estado tais como Paysandu, Remo e Tuna Luso,
derrotou de maneira tranquila a seleção uruguaia pelo placar de 4 x 0.
Em 2000, na administração do então governador Almir Gabriel, o
Mangueirão passou por uma reforma, sendo acrescentada uma pista de
atletismo no estádio. Reinaugurado no dia 5 de maio de 2002 em um Re-Pa3, a
praça esportiva, além de jogos de futebol, também passou a receber
competições de atletismo de nível internacional. Segundo a SEEL (Secretaria
de Estado de Esporte e Lazer) por três vezes, o público do Grande Prêmio de
Atletismo no estádio foi superior a 40 mil pessoas, com recorde sul-americano
de torcedores em eventos atléticos sul-americanos.
De acordo com o Governo do Pará, o maior público registrado foi em um
clássico, Paysandu 0 x 1 Remo, com 65 mil pessoas, no dia 11 de julho de
1999. O maior público após as melhorias aconteceu em 2003, no jogo entre
Paysandu e Boca Juniors, pela Taça Libertadores da América. Foi registrado o
total de 59.930 pessoas. De lá para cá, o Mangueirão teve sua capacidade
reduzida e atualmente estão liberados para 42 mil torcedores.
O estádio recebeu jogos da seleção brasileira em quatro ocasiões: O
primeiro jogo da seleção brasileira realizado em Belém ocorreu no dia 8 de
novembro de 1990, enfrentando a seleção do Chile, o jogo terminou empatado
em 0x0; em 1997, o Brasil realizou um amistoso contra a seleção do Marrocos,
visando à preparação para a Copa do Mundo de 1998. Com um grande
público, os brasileiros venceram pelo placar de 2x0, gols anotados por
Denílson; no dia 12 de outubro de 2005, em jogo válido pelas eliminatórias da
Copa do Mundo de 2006, a seleção venceu a Venezuela por 3x0. Os gols
foram marcados por Adriano, Ronaldo e Roberto Carlos; no dia 28 de setembro
de 2011, o Mangueirão recebeu o Superclássico das Américas, reedição da
Copa Roca, disputada por Brasil e Argentina. Nessa partida o Brasil venceu
pelo placar de 2x0, gols de Lucas e Neymar.
3 Clássico do futebol paraense disputado entre as equipes de Remo e Paysandu
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Além do futebol o espaço do Mangueirão também é utilizado em eventos
culturais, religiosos e de diferentes modalidades esportivas como as
competições de atletismo de nível nacional e internacional.
4.1 As Áreas em torno do Estádio
As áreas quem tem aproximação com o Mangueirão tiveram
transformações no decorrer das décadas, antes e depois da construção do
estádio olímpico, o bairro conhecido como Marambaia tinha a maior extensão
territorial da cidade, com o passar dos anos esta área passou a ser ocupado e
muitas destas ocupações aconteceram de forma desordenada, entre a década
de 50 e de 60, a população no local saltou de 4.933 para 10.460 um
crescimento de 102,04%. (IBGE/1950, 1960)
Com o passar das décadas inúmeros bairros foram surgindo dentro da
localidade da Marambaia, alguns como os bairros do Benguí, Parque Verde,
Pratinha, São Clemente, Coqueiro, Tapanã e Mangueirão. Segundo ABRINC4
(apud Gama, 2009, pág.2)
A maioria dessas localidades, de início, é fruto de ocupações desordenadas, como podemos ver esse processo de crescimento urbano desordenado da cidade de Belém trouxe consigo vários problemas, como por exemplo: ausência de infraestrutura, alto índice de violência, falta de segurança, precário serviço de saúde e educação, desemprego e subemprego, alto índice de trabalhadores no mercado informal.
Hoje as localidades próximas ao estádio estão divididas em distritos
administrativos como o Distrito do Entroncamento (DAENT) com uma
população de 125.400 habitantes (IBGE/censo2010) que corresponde a 10
bairros, são eles Castanheira, Curió-Utinga, Mangueirão, Marambaia, Val-de-
Cães, Águas Lindas, Souza, Universitário e Aurá. Apesar do rendimento
mensal da população da área ser mediano, podem ser encontrados áreas
4 Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos
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degradas, apresentando estruturas precárias em bairros como: Águas Lindas,
Aurá, Curió Utinga, Guanabara e Mangueirão.
O Mangueirão ficou por muito tempo atrelado ao bairro do Benguí e
ganhou a alcunha de alguns torcedores de “o colosso do Bengola”, e é
chamado assim ainda hoje, porém o estádio se mostrou tão influente na área
que foi criado o Bairro Mangueirão, e o Benguí passou a integrar, atualmente, o
Distrito Administrativo do Benguí – (DABEN) que tem uma população de
284.670 habitantes, e abrange 8 bairros, são eles o Parque Verde, Tapanã,
Uma, Cabanagem, Coqueiro, Pratinha, São Clemente, Benguí e parte do bairro
do Mangueirão . Neste distrito fica ficam evidentes as desigualdades sócio
espaciais, onde é possível encontrar moradias em situação precárias
convivendo em meio a edificios e condôminios de alto padrão econômico.
Segundo (PGRU, 2001 apud Gama, 2009)
A população residente é composta praticamente por famílias de baixa renda, constituindo verdadeiros bolsões de pobreza, com pouca infraestrutura urbana como saneamento básico, segurança pública e outros serviços necessários à qualidade de vida.
Apesar de dois distritos estarem mais próximo ao estádio do Mangueirão
e uma grande população dessas localidades serem atendidas em projetos que
acontecem no espaço físico do estádio, o Mangueirão não limita-se a apenas
atender pessoas desses dois distritos, atende toda a área metropolitana de
Belém.
4.2 Projetos sociais no estádio do Mangueirão
Em função de sua área, estrutura e seu complexo esportivo, o estádio
Mangueirão recebe projetos sociais através de parcerias com o governo do
estado do Pará. Atualmente existem dois projetos funcionando na área do
estádio, o “Pro paz” e o “Vida Ativa”.
O Pro paz é um programa criado em 2004, durante o primeiro mandato
do governador Simão Jatene, para promover a integração, articulação e
alinhamento entre as políticas pública para a infância e a juventude. Tem como
objetivo buscar a viabilização de ações de inclusão social à população em
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vulnerabilidade social do Estado do Pará, visando assim a redução dos índices
de violência e a propagação da cultura de paz e não violência (SEGUP). O Pro
paz atua em vários eixos, cada um com sua variedade de objetivos como por
exemplo: atenção, prevenção, defesa e responsabilidade, estudos e pesquisas
e promoção. Os projetos do Programa são: Pro paz integrado, Pro paz nos
bairros, Pro paz escola, Pro paz cidadania, Pro paz comunidade, Pro paz
juventude, Pro paz mulher, MOVER e UIPP (Unidade integrada Pro Paz).
O projeto em funcionamento no estádio Mangueirão relacionado ao Pro
paz é o “Pro paz nos bairros”, criado em 2011, que atende crianças e
adolescentes em área de risco, com o objetivo de garantir a prevenção da
violência, reestruturar o padrão de comportamento e fortalecer o vínculo
familiar.
O projeto é um serviço de complementação escolar, ou seja, funciona no contra turno das escolas, quem estuda de manhã é atendido a tarde e quem estuda de tarde é atendido pela manhã. No espaço ocorrem atividades como Basquete, Vôlei de quadra e de areia, Futebol, Handebol, Tênis de Mesa, Natação, Aula de Informática, Educação Ambiental, Iniciação Musical, Encenação Teatral, Biblioteca Volante com histórias em quadrinhos, incentivo a leitura e desenho, além de aulas circenses. (SEEL)
Outro projeto em funcionamento no espaço físico do estádio é o “Vida
Ativa”, iniciado em 1999, implementado pela SEEL-PA, é um projeto voltado ao
público da terceira idade, objetivando a busca por uma melhor qualidade de
vida, através de atividades orientadas, além de promover o resgate da
autoestima do idoso.
O Programa Vida Ativa desenvolve diversas atividades orientadas por Professores de Educação Física e supervisionadas por Técnicos em Gestão de Esporte e Lazer, também formados em Educação Física. As atividades desenvolvidas são: Hidroginástica, natação, caminhada, ginástica, aerodança, dança folclórica, alongamento, voleibol, yoga, xadrez e memorização. (SEEL)
ANÁLISE
A amostra fez o levantamento populacional geral da cidade de Belém e
da área adjacente ao estádio Mangueirão ao longo das últimas décadas,
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fazendo um apanhado do período de pré-construção (anos 60) do estádio até o
ano 2011.
Tabela 1 - População, Área e Densidade Demográfica 1980/91/96-2011.
Anos População urbana População rural TOTAL
1980 824 492 108 795 933 287
1991 849 187 395 502 1 244 689
1996 851 705 292 607 1 144 312
1997 863 516 296 665 1 160 181
1998 873 455 300 079 1 173 534
1999 883 422 303 504 1 186 926
2000 1 272 354 8 260 1 280 614
2001 1 295 901 8 413 1 304 314
2002 1 314 152 8 531 1 322 683
2003 1 333 545 8 657 1 342 202
2004 1 377 539 8 943 1 386 482
2005 1 396 803 9 068 1 405 871
2006 1 419 155 9 213 1 428 368
2007 1 399 689 9 158 1 408 847
2008 - - 1 424 124
2009 - - 1 437 600
2010 1 381 475 11 924 1 393 399
FONTE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE /censo 2010-5
Percebe-se um aumento populacional de aproximadamente 49% na
cidade de Belém ao longo das últimas décadas, onde nota-se um processo de
urbanização acelerado no início dos anos 2000 provocando a diminuição da
população residente em áreas rurais em quase 90%.
Tabela 2 – A população nos bairros no entorno do Estádio Mangueirão
Local Ano População
Marambaia 1960 10.460
Belém 1960 359.988
5 População estimada
16
Benguí 2010 29.379
Castanheira 2010 24.242
Mangueirão 2010 36.224
Marambaia 2010 66.708
Cabanagem 2010 27.781
Parque Verde 2010 39.126
São Clemente 2010 7.714
Val-de-cães 2010 7.032
Belém 2010 1.393.399
FONTE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE /censo 1960-
2010
Através da tabela, pode-se obter análises sobre o espaço geográfico em
torno do Mangueirão. Primeiro, podemos observar o aumento do número de
áreas adjacentes ao estádio, visto que na época de sua construção a área em
si era ocupada apenas pelo bairro da Marambaia e através dos anos, devido a
ocupações e início de empreendimentos imobiliários foram se constituindo
novos bairros na cidade. Em segundo, o surgimento de um bairro em função da
criação do estádio, recebendo inclusive o mesmo nome de bairro do
Mangueirão. Posteriormente, podemos observar o elevado crescimento
populacional na área após a construção do estádio. Se na tabela anterior
verificamos um aumento de 49% na população total da cidade de Belém, nesta
tabela podemos verificar que o aumento populacional na área foi mais de
2000% durante o mesmo período, indo além podemos verificar que atualmente
a área corresponde a aproximadamente 17% da população da capital
paraense, fato que antes da construção do estádio não representava nem 3%
da população belenense.
CONCLUSÃO
O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo e análise sobre a
influência do Mangueirão nos espaços urbanos e sociais em sua área de
entorno. Com base nos dados coletados na presente pesquisa, é possível
evidenciar considerações. Inicialmente observa-se o início do futebol no
mundo, no Brasil e no Pará no decorrer da história. Devido a sua origem
17
histórica e organização no continente europeu, o futebol, mais precisamente no
contexto brasileiro, surgiu com uma forte conotação elitista, contribuindo dessa
forma para a entrada dos políticos em cena, já que estes faziam parte da elite e
com o passar do tempo perceberam que o esporte ao qual a popularização
crescia a cada dia, poderia ser utilizado como forma de alienação e influência
perante a sociedade brasileira, inicialmente na busca de estabelecer o
sentimento patriótico e posteriormente na tentativa de transmitir a imagem de
uma nação forte e vencedora.
Com a crescente popularização do futebol e da ideologia política em
torno do esporte, surgiram às necessidades de criação de praças esportivas
para abrigar grandes públicos do futebol e praticar uma política de alienação.
Na capital paraense o panorama não poderia ser diferente, desta forma ficou
evidente a necessidade de se construir um estádio a nível nacional em Belém,
que pudesse receber grandes públicos, surgindo dessa forma o estádio
Mangueirão. A construção do estádio evidencia mais uma vez o viés político
em que futebol estava inserido a época, devido a participação de inúmeras
pessoas ligadas ao meio político no projeto. A imprensa também foi
fundamental no processo de popularização do estádio, através da transmissão
do sentimento de esperança por parte dos jornalistas da época com relação à
obra, como podemos perceber na fala de Augusto Meira Filho (apud Monteiro,
2009):
Trinta anos depois, renasce o antigo ideal dos paraenses; o desejo de erguer sua praça esportiva se renova e se revifica. Efetivamente, nesta cidade, o povo está cada vez mais identificado à vida de seus clubes. [...] Há que se levar em conta o sentido da educação física que um estádio representa como escola, como centro de treinamento, como ambiente indispensável à juventude [...]6
A construção ocorreu em uma área distante do grande centro da cidade,
denominado até então de Marambaia. Com o passar dos anos surge à
necessidade de reorganização dos espaços de Belém, e o bairro foi diminuído
dando início a criação de outros. Porém essa diminuição geográfica não refletiu
na população da área, que sofreu um elevado aumento demográfico por conta
6 Cf. A Província do Pará, 01/10/1969, 1º caderno, p.4.
18
da expansão urbana de Belém, que obrigou as pessoas a se dirigirem a
regiões mais afastadas do centro. Segundo (Dias; Lima; Ramos, 2014, pág. 2):
Na Segunda Légua Patrimonial de Belém encontra-se parte do traçado da Avenida Augusto Montenegro, outrora identificada pelo poder público como rodovia, que, a partir da segunda metade do século XX, passou a representar um eixo da expansão urbana de Belém.
Com relação ao âmbito social, o estádio apresenta projetos sociais em
parceria com o governo do estado do Pará, atendendo crianças, adolescentes
e idosos. Através do projeto Pro paz nos bairros, fica explícito o intuito de
diminuir a violência nos bairros e regiões adjacentes ao Mangueirão, além de
integrar o público alvo às políticas públicas de inclusão social e disseminação
da cultura de paz. Tal projeto mostra-se de grande valia no espaço da região,
pois atende grande parte da zona metropolitana de Belém, agindo como
instrumento de transformação da realidade social na qual estão inseridos esses
jovens e adolescentes.
O projeto “Vida Ativa” surge como uma maneira de oferecer um maior
bem-estar a população idosa, através de atividades diversificadas e orientadas
por profissionais da área, proporcionando uma maior interação social visando
um melhor condicionamento físico e mental do seu público alvo.
Conclui-se que a obra trouxe transformações que beneficiaram o esporte
paraense, como eventos esportivos de grande porte, maior capacidade de
público para a realização de jogos dos times locais, além de proporcionar um
local de maior comodidade para os torcedores do estado. Com relação as
transformações na área de entorno do estádio, podemos constatar que foram
em sua maioria de ordem espacial, como o surgimento de um bairro com o
nome do estádio, por influência direta do mesmo, além do aumento do
contingente populacional e por consequência, da quantidade de moradias em
torno do estádio, moradias estas, que vão desde invasões até condomínios de
alto padrão econômico, constatando um aumento da desigualdade social na
área evidenciando que no campo social as mudanças não ocorreram com
efetividade na região, onde ainda existe os chamados “Bolsões de Miséria”7 e a
7 Áreas consideradas degradas de uma cidade, se caracterizando por falta de infraestrutura, moradias precárias e em situação irregular
19
população local continua enfrentando velhos problemas como: falta de
saneamento básico, lazer, saúde, moradia adequada e segurança pública.
MANGUEIRÃO: a construction influences
ABSTRACT
This article discusses about the relationships between football and politics, analyzing the context of military dictatorship in Brazil (1964-1978), focusing on the scope of the construction of stadiums, aiming to highlight the dystopias such works in the urban context and social development through an exploratory research of historic character with the objective of analyzing the influences of the stadium of Mangueirão in their areas of surroundings, in Belém do Pará. With a wealth of information that refer to the period of the beginning of construction until contemporary times. It is this social relations and policies that were established in the course of decades within the sport and how sport is used to propagate political ideologies that can reach the population as a way to influence your critical thinking, causing a superficial dichotomy of segregation policy. Keywords: Soccer; policy; stadium; Mangueirão.
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