CLÍNICA DE FISIOTERAPIA
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA
1. INTRODUÇÃO
O pessoal que atua em Unidades de Saúde está exposto a
uma grande variedade de microrganismos provenientes das
secreções, excreções, sangue e outros f luídos corporais, que podem
causar doenças infecciosas como uma simples gripe, pneumonia,
tuberculose, herpes, hepatite e AIDS. Nem todos os pacientes
infectados podem ser identif icados por uma história, exame físico ou
testes laboratoriais, cada um deles deve ser visto como
potencialmente infectado. Por estas razões é essencial à
padronização e manutenção pelas unidades prestadoras de
assistência a saúde, de medidas de biossegurança como forma ef icaz
da redução do risco ocupacional, de infecção cruzada e transmissão
das doenças infecciosas.
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de
trabalho onde se promova à contenção do risco de exposição a
agentes potencialmente nocivos ao trabalhador, paciente e meio
ambiente, de modo que este r isco seja minimizado ou eliminado.
Os métodos util izados para se obter esta contenção
representam as bases da biossegurança e são referenciados como
primários ou secundários.
A contenção primária, ou seja, a proteção do trabalhador e
do ambiente de trabalho contra a exposição a agentes infecciosos, é
obtida por meio das práticas microbiológicas seguras e pelo uso
adequado dos equipamentos de segurança. O uso de vacinas, como
por exemplo, contra a hepatite B, incrementa a segurança do
trabalhador e faz parte das estratégias de contenção primária.
A contenção secundária compreende a proteção do ambiente
externo contra a contaminação proveniente do laboratório e/ou
setores que manipulam agentes nocivos. Esta forma de contenção é
alcançada tanto pela adequada estrutura f ísica do local como também
pelas rotinas de trabalho, tais como descarte de resíduos sól idos,
l impeza e desinfecção de art igos e áreas, etc.
2. OBJETIVOS
Implantar normas e rotinas que minimizem os riscos
ocupacionais a que estão expostos os prof issionais de saúde,
Estabelecer as medidas preventivas para evitar a contaminação
do paciente e do ambiente de trabalho
Estabelecer protocolos de acompanhamento dos acidentes de
trabalho com exposição aos materiais biológicos.
Garantir processos de desinfecção e esteril ização adequados e
ef icazes.
3. MEDIDAS GERAIS DE BIOSSEGURANÇA
Todos os consultórios deverão estar providos de: Pia
Sabão líquido, de preferência germicida, com mecanismo
dispensador que impeça o ref luxo da solução.
Papel toalha, sendo proibida a uti l ização de toalhas de pano.
Medidas individuais
É obrigatória a uti l ização de jaleco nos ambientes de atendimento a
pacientes.
Não é permit ido fumar, bem como consumir al imentos e bebidas
dentro do espaço f ísico do Insti tuto.
A lavagem das mãos deve ser realizada antes e após os
atendimentos, ou quando for necessário executar outra tarefa durante
os mesmos e a secagem é realizada com papel toalha;
Todos os funcionários, alunos e professores têm acesso a
equipamentos de proteção individual (EPI) sempre que necessário, os
quais são ut il izados somente nos ambientes específ icos;
As fronhas e lençóis deverão ser trocados a cada atendimento
A limpeza de materiais, equipamentos e brinquedos são realizados
a cada troca de pacientes ut i l izando-se álcool 70%;
Todo funcionário deverá fazer uso de EPI nos procedimentos de
limpeza e desinfecção de áreas e superfícies;
Os materiais descartáveis não podem ser reuti l izados, devendo ser
desprezados adequadamente, imediatamente após o uso;
A imunização dos funcionários, professores, prof issionais e
estudantes deverão ser real izados seguindo as normas preconizadas.
.
4. ROTINA DE LIMPEZA DO INSTRUMENTAL
Norma: - Todo instrumental deverá estar l impo e seco quando encaminhado à unidade de esteril ização.
- Todo instrumental deverá ser lavado com detergente enzimático após cada uso.
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Bolsista da fisioterapia
Imergir o instrumental em detergente
enzimát ico
USO DE EPI
02
Bolsista da fisioterapia
Deixar o ins trumental imerso no produto
Manter prat icuba fechada
O tempo de expos ição depende
do fabr icante
03 Bolsista da fisioterapia
Ret irar a parte de c ima da prat icuba e deixar o
produto escorrer
USO DE EPI
04 Bolsista da fisioterapia
Passar o instrumental em água corrente
USO DE EPI
05 Bolsista da fisioterapia
Real izar a l impeza manual
USO DE EPI
06
Bolsista da fisioterapia
Esfregar o instrumental com escova de cerdas de
nylon cuidadosamente
USO DE EPI
07 Bolsista da fisioterapia
Enxaguá- lo USO DE EPI
08 Bolsista da fisioterapia
Secá- lo com pano l impo e macio
USO DE EPI
09 Bolsista da fisioterapia
Ident i f icar o mater ia l na l is ta
10 Bolsista da fisioterapia
Encaminhar à unidade de ester i l ização
Respei tando as normas do
Min is tér io da Saúde
11 Bolsista da fisioterapia
Entregar na mão do func ionár io da Unidade
de Ester i l ização
O mesmo deve ass inar a l is ta do mater ia l ent regue
5. ROTINA DE LIMPEZA TERMINAL E DESINFECÇÃO DAS MACAS
Norma: A l impeza terminal e desinfecção das macas deverão ser efetuadas no mínimo uma vez na semana.
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Auxi l iar de
l impeza
Lavar a maca usando água e sabão
Pano úmido
02 Auxi l iar de l impeza
Passar pano úmido para ret irar o sabão
Uso de EPI
03 Auxi l iar de l impeza
Passar pano seco Uso de EPI
04
Auxi l iar de l impeza
Real izar a des infecção da maca
Produto a base de quaternár io de amônia
ou álcool 70%
05
Auxi l iar de l impeza
Passar pano seco na maca para ret irar
excesso do des infetante
Uso de EPI
Se o produto ut i l izado for a base de
quaternár io de amônia. Seguir or ientações do
fabr icante.
6. ROTINA FINAL DE ATENDIMENTO NOS CONSULTÓRIOS
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Funcionár ia da l impeza
Ret irar lençol da maca
Uso de EPI
02 Funcionár ia da l impeza
Desprezar no hamper
Uso de EPI
03 Funcionár ia da l impeza
Passar pano úmido nas superf íc ies
Maca, mesa, cadeira, etc
04 Funcionár ia da l impeza
Passar pano seco nas superf íc ies
Uso de EPI
05 Funcionár ia da l impeza
Real izar des infecção das
superf íc ies
Rot ina de des infecção
06 Funcionár io da prefei tura
Busca as roupas ut i l izadas e leva
para a lavander ia a USC
7. ROTINA DE LIMPEZA CONCORRENTE DO PISO (áreas críticas) Norma: Deve ser realizada limpeza concorrente diariamente, sempre que necessário e no f inal de cada período nos consultórios, área de atendimento ao paciente e expurgo .
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Funcionár io da l impeza
Ret irar o l ixo Uso de EPI
02 Funcionár io da l impeza
Colocar o l ixo no carro coletor
03
Funcionár io da l impeza
Passar rodo com pano molhado
em todo ambiente
Balde com água pura
04
Funcionár io da l impeza
Des infecção do ambiente
Des infetante d i lu ído conforme or ientação
fabr icante. Ut i l izam-se sempre dois baldes (água
e desinfetante)
8. ROTINA DE LIMPEZA TERMINAL DO PISO
Norma: Deve ser realizada limpeza terminal semanalmente nos consultórios, área de atendimento ao cliente e expurgo.
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Funcionár io da l impeza
Ret irar o l ixo Uso de EPI
02 Funcionár io da l impeza
Colocar o l ixo no carro coletor
Uso de EPI
03 Funcionár io da l impeza
Ret irar todo mater ia l que
est iver no chão
04 Funcionár io da l impeza
Jogar água com sabão em todo
ambiente
Uso de EPI
05 Funcionár io da l impeza
Usar rodo para ret irar a água
Uso de EPI
06 Funcionár io da l impeza
Passar pano úmido Somente com água
07 Funcionár io da l impeza
Des infecção Uso de EPI
9. ROTINA FINAL DE ATENDIMENTO NOS CONSULTÓRIOS
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Funcionár ia da l impeza
Ret irar o lençol do colchão
Uso de EPI
02 Funcionár ia da l impeza
Desprezar no hamper
03
Funcionár ia da l impeza
Real izar des infecção do colchão
Álcool 70% ou produto a base de
quaternár io de amônia. Seguir instruções do
fabr icante
04
Funcionár ia da Prefe itura USC
No dia seguinte um func ionár io da USC busca as roupas e
leva para a lavander ia
10. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE INSTRUMENTOS
Material
Procedimento
Periodicidade
Eletrodos das correntes média e baixa freqüência
Limpeza através do uso de papel higiênico
Após aplicação de cada paciente
Eletrodos Lavagem com água 1 vez por semana (sexta-feira)
Estetoscópio Fricção com álcool 70% Após cada pac iente
Bolas Fr icção com álcool 70%
Lavagem com água Após cada pac iente
1 vez por mês lavagem
Br inquedos Fr icção com álcool 70%
Lavagem com água Após cada pac iente
1 vez por mês lavagem
Esf ignomanômetro Fr icção com álcool 70% Diár ia após cada turno de trabalho
Balança L impeza com água e sabão f r icção com álcool
70%
Diár ia após cada turno de trabalho
L impeza dos equipamentos de
e letroterapia
L impeza com álcool Uma vez por semana
11. LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE EQUIPAMENTOS E SUPERFÍCIES
Material
Procedimento
Periodicidade
Escr ivaninha e cadeiras
L impeza com água e sabão
Fr icção com álcool 70%
Diár ia após cada turno de trabalho
Macas Fr icção com álcool 70% Após cada pac iente
Escadas L impeza com água e sabão Diár ia
Telefone Fr icção com álcool 70% Diár ia
Armários e Balcão Água e sabão Diár ia
Bebedouro L impeza com água e sabão
Fricção com álcool 70% Diár ia após cada turno de
trabalho
12. RESÍDUOS DE SAÚDE Descarte e Acondicionamento
Lixo Comum: Deverá ser acondicionado em saco plástico comum de qualquer cor exceto branco leitoso e vermelho.
Lixo Infectante
Deverá ser acondicionado em saco branco leitoso com simbologia internacional de risco biológico.
Coleta e Transporte
Todo recipiente destinado ao acolhimento de resíduos deve
possuir tampa de preferência com mecanismo de pedal para sua
abertura;
O funcionário deverá usar EPI ( luva, gorro, máscara, avental e
botas);
Coletar os resíduos da fonte geradora em intervalos regulares, de
acordo com a necessidade do setor;
Recolher os sacos coletores dos pontos geradores sempre que 2/3
de sua capacidade estejam completados, amarrando bem as
bordas;
Colocar um saco de lixo novo na l ixeira, f ixando-o f irmemente nas
bordas;
Transportar os sacos em carros fechados, dotados de tampa
evitando cruzamento com alimentos, roupa limpa e pessoas;
Os sacos de l ixo jamais deverão ser deixados em corredores,
transportados abertos ou arrastados pelo chão;
Encaminhar o l ixo recolhido até área específ ica para coleta
externa (EMDURB)
OBS: As l ixeiras devem ser lavadas com água e sabão, semanalmente e sempre que necessário;
13. DESINFECÇÃO DOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO ATENDIMENTO RESPIRATÓRIO Para a desinfecção dos materiais e equipamentos de respiratória, é
necessário realizar uma desinfecção de alto nível, pois os materiais utilizados
entram em contato com membrana mucosa, pele íntegra e não íntegra, sendo
classificados como artigos semicríticos.
Enumeração
Agente
Ação
Observação
01 Estagiário da fisioterapia ou fisioterapeuta
Deixar o instrumental imerso no detergente enzimático (tempo mínimo de 5 minutos)
Manter praticuba fechada
02 Auxiliar de esterilização
Realizar a limpeza manual para retirar as sujidades
USO DE EPI
03 Auxiliar de esterilização
Enxaguar em água abundante
USO DE EPI
04 Auxiliar de esterilização
Colocar o material na praticuba imerso no ácido paracético (Sterilife®). Manter por uma hora para esterilização
USO DE EPI Manter a praticuba fechada
05 Auxiliar de esterilização
Passar o material na água corrente
USO DE EPI
06 Auxiliar de esterilização
Secar o material com ar comprimido e compressa seca e limpa
USO DE EPI
07 Auxiliar de esterilização
Embalar o material e datar a embalagem com data da esterilização e validade da esterilização
08 Auxiliar de esterilização Estagiário de fisioterapia Fisioterapeutas
Manter os materiais limpos em armário e potes tampados por até um mês. Após este período encaminhar para nova desinfecção
14. FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
Para o tratamento de incontinência urinária ou fecal é
necessário o uso de um eletrodo vaginal ou anal, sendo que os
mesmo devem passar por desinfecção (Steri l ife).
Procedimento
Periodicidade
Após o uso do e letrodo a lavar com água, detergente e bucha, secá- lo com pano l impo e depois imergir apenas a parte de introdução vaginal ou anal, no ác ido
Após cada procedimento, imergir por 20 minutos
Após a des infecção, lavar com água corrente, sem bucha ou detergente, secar com pano l impo, proteger com saco p lás t ico e armazenar em um recipiente com tampa. O uso do EPI é obr igatór io durante a manipulação
15. PROCEDIMENTO PARA UTILIZAÇÃO DO TURBILHÃO
O turbilhão é um método efetivo de aplicar calor ou frio em áreas
irregulares. A temperatura da água varia de acordo com os objetivos do
Tratamento, sendo água fria (10 a 15,5 ºC) e água quente (40,5 a 43,3 ºC). A
agitação e aeração da água promovida pela turbina proporcionam um efeito
massageador, resultando em sedação, analgesia e aumento da circulação, além
de permitir a realização de exercícios para aumento da ADM. Para o
funcionamento perfeito das turbinas deve ser colocada uma quantidade adequada
de água cobrindo os jatos, possibilitando o funcionamento seguro do motor.
Procedimento
Periodicidade
Esvazie o turbilhão após o tratamento Após cada procedimento
Encha novamente o turbilhão com água suficiente para que a turbina opere com segurança e adicione sabonete liquido
Coloque a turbina em movimento para que os agentes de limpeza circulem por todo componente interno
Turbina em funcionamento por no mínimo 1 minuto
Retire a água do turbilhão e esfregue o interior com um produto de limpeza, prestando atenção na turbina, ralos, soldas e outras áreas que podem deter germes
Enxágüe cuidadosamente com água limpa a superfície interna do turbilhão
Limpeza da superfície externa do turbilhão
16. PROCEDIMENTO PARA A HIDROCINESIOTERAPIA
A hidroterapia é conceituada como exercícios realizados na água,
exercícios aquáticos terapêuticos e ou uso terapêutico da água. E para que haja
bom aproveitamento da terapia são necessários alguns cuidados de segurança
tanto para os profissionais, alunos, pacientes e para o técnico de manutenção da
piscina.
Procedimento
Periodicidade È obrigatório o uso de touca, maiôs ou sunga para o
uso da piscina, ficando proibido o uso de bermudas ou
outras peças de roupas
Sempre que for utilizar a piscina
Antes de iniciar a terapia, aula prática ou estágio é
necessário passar por exame dermatológico, que
poderá ser feito na CEPS (clínica de educação para a
saúde) ou trazer um atestado médico
Antes do uso da piscina e repetir o
exame a cada 3 meses
É obrigatório passar pela ducha antes de entrar na
piscina, a fim de eliminar resíduos de creme ou óleos
hidratantes
Diariamente, antes de adentrar a
piscina
Fica proibido passar qualquer produto antes de entrar
na piscina (creme, pomada, óleos, etc)
Diariamente, antes de adentrar a
piscina
È proibida a permanência de acompanhantes no
interior da piscina, a observação dos pacientes deve
ser feita através do visor que fica do lado de fora da
piscina
Diariamente, antes de adentrar a
piscina
Para as crianças ou pacientes neurológicos que não
possuem controle esfincteriano, é necessário o uso de
fralda de látex
Diariamente, antes de adentrar a
piscina
As toalhas são de uso individual, sendo assim, cada
aluno ou paciente deverá trazer a sua de casa. Em
caso de urgência entrar em contato com a recepção
para que as funcionárias providenciem uma
Sempre que sair da piscina, após o
termino do atendimento.
È proibida a entrada de qualquer paciente na piscina
sem a presença do professor, aluno ou profissional
Sempre.
PROCEDIMENTO PARA O TÉCNICO DE MANUTENÇÃO DA PISCINA
Para a manipulação de materiais como cloro, clarificante, barrilha, limpa
borda, medidor de pH, é necessário o uso de equipamentos de proteção individual
(EPI):
- luva de borracha;
- Óculos de proteção;
- protetor respiratório;
- Avental ou jaleco.
Para a aplicação dos produtos dever ser seguida à instrução do fabricante e cada
produto. È de responsabilidade do técnico de manutenção avisar previamente
sobre a necessidade de reposição de produtos como a troca da areia do filtro e
manutenção de equipamentos.
PROTOCOLO EM EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL À MATERIAL BIOLÓGICO
1. Introdução
O objet ivo desse protocolo é descrever os cuidados
necessários para evitar a disseminação do vírus da imunodeficiência
humana (HIV) e do vírus da hepatite B e C, entre os funcionários,
professores e alunos. Serão apresentados os procedimentos que
devem ser seguidos após a exposição ocupacional a material
biológico.
Os acidentes de trabalho com sangue e outros f luidos
potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de
emergência médica.
É importante ressaltar que as medidas prof ilát icas pós-
exposição não são totalmente ef icazes, enfatizando a necessidade de
implementar ações educativas permanentes, que familiarizem os
prof issionais de saúde com as precauções básicas ou padrão.
2. Profissionais de Saúde e Tipos de Exposições As exposições que podem trazer r iscos de transmissão
ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são
definidas como:
- Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos
perfurantes e cortantes (Ex: agulhas, bisturi, vidrarias);
- Exposições em mucosas – por exemplo, quando há respingos
na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitál ia;
- Exposições cutâneas (pele não íntegra) – por exemplo, contato
com pele com dermatite ou feridas abertas;
- Mordeduras humanas – consideradas como exposição de risco
quando envolverem a presença de sangue, devendo ser
avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão quanto
àquele que tenha sido exposto.
3. Risco de Transmissão
Risco de Transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana
Estudos realizados est imam, em média, que o risco de
transmissão do HIV é de 0,3% em acidentes percutâneos e de 0,09%
após exposições em mucosas. O risco após exposições envolvendo
pele não íntegra não é precisamente quantif icado, estimando-se que
ele seja inferior ao risco das exposições em mucosas. (MS, 2004)
Risco de Transmissão do Vírus da Hepatite B
O risco de contaminação pelo vírus da Hepatite B (HBV) está
relacionado ao grau de exposição a materiais orgânicos no ambiente
de trabalho, principalmente sangue e sal iva, e também à presença ou
não do antígeno HbeAg no paciente – fonte.
Em exposições percutâneas envolvendo sangue sabidamente
infectado pelo HBV e com a presença de HbeAg, o r isco de hepatite
clínica varia entre 22 e 31% e o da evidência sorológica de infecção
de 37 a 62%.
Já foi demonstrado que, em temperatura ambiente, o HBV
pode sobreviver em superfícies por períodos de até 1 semana.
Portanto, infecções pelo HBV em prof issionais de saúde, sem história
de exposição não ocupacional ou acidente percutâneo ocupacional,
podem ser resultado de contato, direto ou indireto, com sangue ou
outros materiais biológicos em páreas de pele não íntegra,
queimaduras ou em mucosas. (MS, 2004).
Materiais orgânicos em que é encontrado:
- Sangue
- Leite materno
- Líquido bi l iar
- l íquor
- Líquido art icular
- Fezes
- Secreções nasofaríngeas
- Saliva
- Suor
Risco de Transmissão do Vírus da Hepatite C
O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma
ef iciente através do sangue. A incidência média de soroconversão,
após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo
HCV é de 1,8%.
Materiais orgânicos em que é encontrado:
- Sangue
- Líquido art icular
- Líquido bi l iar
- l íquor
- Fezes
- Secreções nasofaríngeas
- Saliva
- Suor
4. Prevenção da Exposição à Materiais Biológicos
Entre as recomendações específ icas que devem ser
seguidas, durante a real ização de procedimentos que envolvam a
manipulação de material perfurocortante, destacam-se a importância
de:
- Ter a máxima atenção durante a real ização dos procedimentos;
- Jamais uti l izar os dedos com anteparo durante a realização de
procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes;
- As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas
ou retiradas da seringa com as mãos, mas devem ser
protegidas em cada procedimento, levando-se a seringa de
encontro ao envólucro deixado sobre a mesa cirúrgica, em local
seguro e de fácil acesso, uma vez que é comum a necessidade
de complementação anestésica durante o atendimento;
- Não uti l izar agulhas para f ixar papéis;
- Todo material perfurocortante, mesmo que estéri l, deve ser
desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com
tampa;
- Os coletores específ icos para descarte de material
perfurocortante não devem ser preenchidos acima do limite do
2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre
próximos do local onde é real izado o procedimento;
- Resíduos de serviço de saúde – seguir a resolução RDC
número 33 de 25 de fevereiro de 2003 publicado no DOU de
05/03/2003 – ANVISA/MS.
5. Procedimentos Recomendados em Caso de Exposição a Material Biológico
No momento do acidente, deverá ser feita a notif icação à
chefia imediata, a qual, por sua vez, notif icará o setor responsável
para avaliar o acidente e determinar a conduta, o mais precocemente
possível, nas primeiras duas horas, e no máximo, até 72 horas após o
acidente.
O Departamento Pessoal deve emitir a Comunicação de
Acidente de Trabalho (CAT), cujo verso será preenchido pelo médico
do trabalho que atender o acidentado, a f im de documentar o
acidente para efeitos legais.
NA PRESENÇA DO PACIENTE NO MOMENTO DO ACIDENTE CABE:
- Orientar quanto aos procedimentos a serem realizados após a
exposição (antissepsia do local);
- Preencher a f icha de notif icação corretamente;
- Explicar ao paciente o protocolo a ser seguido nesses casos e
preencher o termo de consentimento em realizar o exame de
HIV;
- Encaminhar ao Pronto Socorro Central Municipal nas primeiras
2 horas após o acidente para que se iniciem as medidas
específ icas de quimioprof ilaxia para o HIV (S/N). Explicando
que será real izado teste rápido (HIV) com o paciente;
- Caso o paciente e/ou acidentado, não concordar em ser
submetido aos procedimentos recomendados, tal fato deverá
ser registrado por meio do termo de recusa, que estará
disponível e que deverá ser preenchido e assinado pelo
interessado.
- Deverá ser sol icitado transporte para encaminhar o acidentado
ao Pronto Socorro Central
6. Cuidados Gerais
- Lesão com material pérfuro-cortantes como agulhas, tesouras,
l imas, lâminas de bisturi ou material médico cirúrgico
contaminado com sangue ou outros l íquidos orgânicos – lavar
sem friccionar a área lesada, imediatamente exaustivamente,
com água e sabão ou somente água;
- Contato com mucosa ocular, oral ou pele com solução de
continuidade – lavar com água corrente em abundância ou SF
0,9%, repetindo a operação vária, vezes;
- Contato com a pele íntegra – Cuidados normais de
higienização. Dispensa quimioprof ilaxia
OBS: A uti l ização de soluções irr itantes como éter, hipoclorito de
sódio ou glutaraldeído está contra indicada.
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