Manual para coleta de dados biológicos de Epinephelus itajara (mero)
Biol. Matheus O. Freitas
Consultor em biologia Pesqueira Projeto Meros do Brasil www.merosdobrasil.org [email protected]
2a. Versão
Setembro 2013
Sumário
Sumário _______________________________________________ 2
Lista de Figuras _________________________________________ 3
Biometria (Medidas) ______________________________________ 4
Procedimento para coleta de material biológico de animais mortos. _ 5
Procedimentos para armazenar o material coletado _____________ 7 Etiquetas _____________________________________________ 7 Vísceras ______________________________________________ 7 Otólitos (Pedras da cabeça) e espinhos _____________________ 8 Coleta de material genético ______________________________ 8
Procedimento para coleta de material biológico e marcação de animais vivos. __________________________________________ 9
Lista de Figuras Figura 1. Procedimento para medição dos peixes. __________________________ 4
Figura 2 Indicação de onde deverão ser coletados os espinhos e raios. _____ 5
Figura 3 Foto da cabeça de um peixe (vista por dentro), indicando a estrutura em forma de balão onde se encontram os otólitos (pedras). _ 6
Figura 4 Modelo de etiqueta de identificação. ______________________________ 7
Figura 5 Indicação de onde deverão ser aplicados os tags externos. _______ 9
Biometria (Medidas)
Durante a biometria (ou seja, a medição dos animais), para cada peixe
devem ser registrados sempre que possível o comprimento total,
comprimento padrão (ver Figura 1) e peso total (se o peixe estiver limpo,
anotar que o peso é limpo). Outros dados devem ser anotados também, tais
como: Procedência do animal (onde foi capturado), como foi capturado (que
tipo de pescaria foi, espinhel, linha de mão, rede, etc.), data, nome do
coletor dos dados.
Uma opção de como fazer a medição caso não tenha uma régua ou trena, é
utilizar linha de pesca. Neste caso uma única medida será necessária. O
comprimento total. Inicie a medição da ponta do focinho até a o fim da
nadadeira caudal. Recomendamos sempre medir por baixo do peixe,
medidas feitas por cima do peixe podem representar erros devido ao
aumento de área. São necessárias duas medidas principais:
• Comprimento total do peixe (CT): Da ponta do focinho até o final do
rabo (Figura 1).
• Peso total do peixe: Pesar da forma mais precisa possível. Caso o
peixe esteja sem as vísceras (ou buchada), sem escamas, sem
cabeça ou outro tipo de limpeza, favor anotar que peso foi realizado.
•
Figura 1. Procedimento para medição dos peixes.
Procedimento para coleta de material biológico de animais mortos.
1) Realizar as medições (Ver Figura 1).
2) Coletar as vísceras – ou buchada - estômago, ova (ou gônada) e
fígado.
3) Coletar, se possível, o terceiro espinho da nadadeira dorsal e os sexto
e sétimo raio da nadadeira dorsal. Tanto o espinho como o raio
devem ser coletados com uma faca ou tesoura de corte ou mesmo
um alicate. Cortar o mais próximo do peixe possível, evitando cortar
o espinho ou raios de fato. Cortar bem na base, na junção com a
cartilagem. Ver. Figura 2
4) Se possível, coletar os otólitos (pedrinhas que ficam dentro da cabeça
dos peixes). Para a coleta destas pedras (otólitos) será necessário
abrir a barriga do peixe e achar uma estrutura em forma de balão,
que fica localizada no final da cabeça e começo da espinha do peixe
(por dentro do peixe). Veja na Figura 3 um exemplo desta estrutura
em forma de balão. Dentro desta estrutura estão as pedras. Muito
cuidado com a retirada destas pedras, pois elas são frágeis. Com
estas pedras conseguiremos estimar a idade do peixe.
Figura 2 Indicação de onde deverão ser coletados os espinhos e raios.
Espinhos da nadadeira dorsal
Nadadeira caudal
Raios dorsais
Figura 3 Foto da cabeça de um peixe (vista por dentro), indicando a estrutura em forma de balão onde se encontram os otólitos (pedras).
Cabeça do peixe
Começo da espinha.
Procedimentos para armazenar o material coletado
Etiquetas
O ideal para identificar as amostras coletadas é o preenchimento à lapis de
uma etiqueta de papel vegetal. Caso não disponha de papel vegetal os
dados deverão ser anotados em uma fita crepe escrita com marcador para c
retro projetor, caneta esferográfica ou lápis. Sempre coloque uma etiqueta
identificando a espécie do peixe, sua origem e todos os pedaços coletados
(otólitos, vísceras, etc). É importante também inserir o nome do coletor e a
data de coleta (exemplo na Figura 1).
Figura 4 Modelo de etiqueta de identificação.
Vísceras
As gônadas (ovas), estômago e fígado de cada peixe devem ser colocados
em sacos plásticos individualizados, com as respectivas informações de
tamanho. Neste caso o tamanho pode ser representado por um pedaço de
corda ou linha de pesca. De preferencia e sempre que possível fixar em
formalina (Formol) a 10%. Proporção de uma parte de formol para 9 de
água. Caso não tenha formol, acondicione em freezer.
Otólitos (Pedras da cabeça) e espinhos
Os otólitos devem ser limpos em água corrente, secos e armazenados em
envelopes de papel ou potes plásticos etiquetados, para estudos posteriores
de idade e crescimento. Também podem ser conservados em potes
plásticos com álcool comercial. De preferencia a seco. 3o espinho e 6o e 7 o
raios devem ser limpos com água quente, não fervendo, e guardados a
seco. Caso não tenha condições de processar rapidamente, podem ser
colocados em sacos individualizados com sal marinho ou guardados em
freezer. Não podem ser colocados em formol.
Coleta de material genético
Sempre que possível, seja de exemplares vivos ou mortos, deve-se coletar
material genético. Para isso, procure sempre utilizar pinças e tesouras
limpas, evitando a contaminação do material. De cada exemplar deve ser
coletado um pedaço da nadadeira dorsal (animais vivos) e musculo
(somente para animais mortos). O material coletado (1 cm2) deve ser
guardado separadamente em potes ou sacos plásticos limpos, com álcool,
de preferencia de boa qualidade, mas álcool de mercado pode ser utilizado
também e guardado em freezer.
Procedimento para coleta de material biológico e marcação de animais vivos.
Os animais vivos devem seguir o procedimento de tomada de dados de
captura e medidas descritos acima. Solicitamos que um pano umedecido
com água seja colocado sobre os olhos do animal para evitar que a retina
sofra danos pelos raios solares. Devem ser coletados também o sexto
espinho da dorsal, que segue o procedimento de fixação descrito acima.
A marcação com tags externos deve ser realizada sempre que possível.
Para tal, estamos testando 3 tipos de tags externos. O Tag tipo marcação
de roupa deve ser aplicado no dorso do peixe, próximo aos espinhos da
dorsal com ajuda do aplicador. Os tags tipo macarrão também segue o
mesmo procedimento. Lembrando que devem ser inseridos na musculatura
do peixe, o mais fundo possível. Estes tags devem ser utilizados para peixes
menores que 20 cm.
Para peixes maiores os tags tipo brinco devem ser inseridos na nadadeira
anal ou dorsal do peixe do peixe. Pares estes recomendamos que um
pequeno furo entre os raios seja realizado com uma tesoura de ponta fina
ou pinça e após realizar a aplicação do Tag. Veja na Figura 5 onde cada
tipo de tag deve ser inserido.
Figura 5 Indicação de onde deverão ser aplicados os tags externos.
Agradecimentos
O autor agradece a Petrobras que patrocina o Projeto Meros do Brasil por meio do Programa Petrobras Ambiental .