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MATÉRIA ESCOLAREdição 01 - Ano 2011

Secretária municipal de educação explica o gerenciamento das

escolas municipais em Curtiba PÁGINAS 6 e 7

Trânsito intenso na rua Eduardo Esprada preocupa pais e alunos

da regiãoPÁGINA 5

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EDITOR CHEFE: William SaabPROJETO GRÁFICO: Daniel Moraes

REDAÇÃO: Eriksson Denk e William SaabREVISÃO: Daniel Moraes

ORIENTAÇÃO: Nilma Almeida PintoIMPRESSÃO:

EXPEDIENTE

Não é fácil falar de educação. Não é fácil debater um assunto que não existe em separado. E ele só funciona se estiver con-textualizado com esporte, segurança, econo-mia e cidadania. Comprovadamente, são nos primeiros anos da vida escolar de qualquer criança que ela define suas expectativas e anseios, por isso, é tão importante trazer a domínio público pautas que retratam essa fase da vida. Partindo deste pressuposto, levamos aos leitores a primeira edição do jornal Ma-téria Escolar. Mensalmente, uma escola de um bairro diferente será nosso ponto de en-contro, para falarmos dos assuntos que estão inseridos no cotidiano de pais, alunos, pro-fessores e trabalhadores da região. O cenário desta primeira edição é o Centro Educacion-al Professor Ulisses Falcão Vieira, escola da rede municipal de Curitiba que fica no bairro Campo Comprido. Por diversas vezes, nossa equipe de repórteres foi à escola, pesquisou, conversou e investigou com a comunidade lo-cal assuntos que preocupam, instigam e or-gulham toda a população que, de alguma ma-neira, está ligada à Falcão Vieira. Ao longo das 12 páginas desse exemplar, você vai acompanhar reportagens que re-tratam o que acompanhamos nestas semanas de convívio. Destaca-se a matéria que fizemos sobre os 25 anos da Falcão Vieira, uma escola

que possui qualidades, muitas vezes, similares ou superiores às particulares. Também abor-damos a importância do grupo de fanfarra e do projeto Comunidade Escola, atividades que ajudam no desenvolvimento dos alunos participantes. Divulgamos ainda uma entre-vista exclusiva com a Secretaria Municipal de Educação, Liliane Casagrande Sabbag, que nos explica como é o planejamento de edu-cação da cidade de Curitiba. Por outro lado, têm espaço também as-suntos que não são tão positivos, mas, como parte do jornalismo responsável que propo-mos fazer, precisam sem inseridos nas páginas do Matéria Escolar. Questionamos o porquê de tanta violência dos arredores da escola. A situação está tão preocupante que traficantes

da região instauraram um toque de recolher. Outra situação delicada é o risco de crianças correm ao atravessar a rua na frente da escola, pois os carros não respeitam a região em que trafegam, de modo a registrar casos de atro-pelamentos. Esse exemplar é apenas uma con-tribuição do que esperamos que seja o jornal-ismo educacional no país. Tratar a educação de modo a eleger o que funciona e reflete em resultados para a sociedade, mas também que denuncia abusos e vai atrás de soluções para que o ambiente escolar seja somente aquilo que ele tem por conceito: local de aprendi-zagem e desenvolvimento para todos os es-tudantes. Boa leitura.

EDITORIAL - Centro Educacional Professor Ulisses Falcão Vieira

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Crianças são auxiliadas por estudante partici-pante do Projeto Comunitário

Um dos fatores que tornam o Centro Educacional Professor Ulisses Falcão Vieira uma referência no que diz respeito à educação infatil é fazer parte do projeto Comunidade Escola, da Secretaria Municipal de Educação. Integrada ao projeto desde o início, em 2005, a escola, uma das 89 que participam, viu re-duzir os níveis de vandalismo entre os alunos. Além do mais, os estudantes tiveram a chance de reforçar matérias em que apresentavam al-guma deficiência. A diretora da escola Edylaine SOBRE-NOME coordena o projeto comunitário des-de 2007 e só elogia a parceria com a prefei-tura, ressaltando a importância das escolas estarem abertas ao público de fora aos finais de semana. “É excelente quando a comunida-de se insere no ambiente escolar. Pais e alunos interagem mais e sentem-se mais animados em estudar, acompanhar o aprendizado dos filhos, o que reflete no melhor desempanho da criança na escola”. comemora Edylaine. Ela ainda completa: “incrivelmente, mesmo com as portas abertas para todos, sem distin-ção, o número de depredações e vandalismo diminuiu consideralvemente”. O comunidade escola é divido em qua-tro nichos: Esporte e Lazer, que desenvol-ve atividades físicas como futebol e basque-te; Geração de renda, que ensina nos cursos ofertados a produzir artesanato; Cultura, que

pratica oficinas de dança, teatro e violão e Educação e Cidadania, em que os presentes tem a oportunidade de aprender ou reforçar matérias da escola. Thiago Henrique, 14 anos, é um dos exemplos de como essa iniciativa o beneficiou. Ele, que não estuda mais na esco-la, todos os sábados, tem a oportunidade de treinar judô na Falcão Vieira. Os treinos na escola o fizeram um atleta promissor, pois o jovem já tem competições marcadas para até o final do ano. “É muito gratificante poder fa-zer parte desse projeto. A gente aprende mui-to com”, orgulha-se o jovem. Um dos grandes aliados da Comuni-dade Escola é a Pontifícia Universidade Ca-tólica do Paraná (PUCPR). Todos os alunos

que passam pela instituição fazem o Projeto Comunitário, que redireciona os alunos para atividades sociais. O estudante de engenharia florestal, Fernando Cionek, acredita que a ati-vidade proporciona um convívio social a ser valorizado. “No início fiquei meio perdido, mas depois que a gente vem mais vezes achei legal ensinar as crianças conteúdos que elas não sabem muito bem”, diz Cionek. Patricia Schultz, que faz administração de empresas também elogiou o projeto: “Podemos pro-curar uma atividade que nos identificamos e trabalhar ela com os alunos. Aqui as crianças são educadas e pacientes. Gosto do projeto”, finaliza a estudante que leciona inglês aos alu-nos.

Comunidade Escola muda realidade da Ulisses Falcão Vieira

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4Classes lotadas e pouca presença familiar são desafios para professores Apesar do bom desempenho que o Es-cola Municipal Professor Ulisses Falcão Vieira possui frente à qualidade do ensino, a escola ainda precisa adaptar alguns pontos para que o aprendizado seja cada vez mais eficaz. Dois quesitos são unanimes entre professores e di-retores: é preciso reduzir o número de alunos em salas de aula e contar mais com a partici-pação da família na vida escolar do aluno. A quantidade de alunos por sala de aula é determinante para que o professor pos-sa conduzir e atender bem todos os alunos. “Quando estamos com turmas menores, po-demos identificar a dificuldade de cada alu-no individualmente e melhorar os pontos em que ele precis de apoio. Em turmas grandes, esse trabalho se torna complicado”, queixa-se a professora Luciana Malta, que leciona artes. Esse problema fica evidenciado nas escolas públicas, em que as salas da educação infan-til comportam, em média, 25 alunos. Nos co-légios particulares, esse número é reduzido para, em média, 14 alunos por classe. “Esse número reflete muito no amaducerimento de cada estudante”, destaca Malta. Para a pedadagoga Cristina Holanda do Sindicatos dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), “o número de alu-nos é determinante para o crescimento psi-cosocial da pessoa. Pontos como cordenação motora, defict de atenção e problemas neuró-

logicos são identificados quando acompanha--se de perto o desempenho do alunos.

PRESENÇA DA FAMÍLIA Outro ponto que os professores aten-tam é quanto a participação da família no progresso do filho. Nas escolas pública, o des-caso, às vezes, fica evidente no momento em que a criança chega à escola. “É comum que alunos cheguem sujos, mal vestidos e às vezes mal cheirosos. Casos de crianças com piolhos também são frequentes. Muitos professores acabam sentindo nojo das crianças, mas não é culpa delas; são os pais que não dão o cuida-do devido para que o filho fique confortável na escola”, destaca a professora Solange Reis. Além do cuidado estético, o fato de muitos pais serem analfabetos os afasta de acompanhar o dia a dia dos filhos. Caso os responsáveis tivessem maior relação com os estudos, a proximidade entre a família se-ria maior. A professora Solange ainda desta-ca que a escola está sempre aberta para que pais possam acompanhar o trabalho feito, de modo a incentivarem seus filhos. “O comuni-dade escola, projeto voltado aos pais, também é uma oportunidade de aproximar a família, pois nos dias do programa são realizadas ati-vidades culturais desenvolvidas e voltadas também para os pais, como computação”, fi-naliza a professora.

Como era: a Lei de Diretrizes e Bases dizia: “será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor”. Isso deixava a critério da escola estabelecer o número de alunos por sala.

Como é: estabelece limite de alunos por professor em sala de aula nos ensinos infantil, básico e fundamental. Foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara (CCJ). O projeto limita em, no máximo, 25 alunos nos cinco primeiros anos do ensino fundamental e 35 nos quatro anos finais do ensino fundamental e ensino médio, respectivamente

Como deveria ser para a APP: o número ideal de alunos por sala, na educação infantil, de 0 a 2 anos de idade, até oito alunos; e de 3 a 5 anos de idade, até 15 alunos; 1.º e 2.º anos do ensino fundamental, até 20 alunos; 3.º, 4.º e 5.º anos do ensino fundamental, até 25 alunos; 6.º, 7.º e 8.º e 9.º anos do ensino fundamental, até 30 alunos; no ensino médio, até 35 alunos

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Moradores reinvindicam construção de uma pas-sarela elevada no local da faixa de pedestres

Trânsito fora do horário de pico preocupa pais e alunos da região O grande fluxo de veículos presente na rua Eduardo Sprada, onde localiza-se o Cen-tro Educacional Professor Ulisses Falcão Viei-ra tem causado preocupação a alunos, pais e professores na saída da escola. O foco do pro-blema está na velocidade com que os carros atravessam a rua fora do horário de pico, já que nesses períodos não existe guardas para controlar o trânsito no local. A atual situação se agrava quando mo-toristas aceleram os carros no semáfaro ama-relo, potencializando o risco de acidentes. Sérgio Marim, guarda municipal do Falcão Vieira, revelou que “motoristas irreponsáveis aceleram seus veículos quando percebem que o sinal está para fechar. No início do mês de setembro uma criança foi atropelada. Por sor-te, não foi nada tão grave”, revela Marim. A região ao redor do bairro é muito mo-vimentada, pois existem uma univerisidade e muitas fábricas automobilístas. Para contro-lar a situação e evitar mais acidentes, a guarda municipal já entrou duas vezes com pedido de licitação para a construção de uma passa-rela elevada na faixa de pedrestes em frente à escola. Essa obra que, de acordo com o guarda Ademílson Pessoa, que ajuda semanalmente no controle de trânsito, “reduziria os riscos de acidentes, pois os motoristas visualizariam a passarela e tomariam mais cuidados”. Para os pais, é necessário que algo seja

feito para que seus filhos não corram riscos ao atravessar a rua. Para Janete Rodrigues, 36 anos, “já passou da hora de algo ser feito, pois da maneira em que se encontra, aciden-tes graves vao acontecer”. Salete Furquim, 42 anos e mãe de dois alunos da escola, diz que apenas o semáfaro e as informações não são suficientes para melhorar o trânsito. De acordo com a Secretaria de Infraes-trutura e Logística, o local não necessita de uma passarela justamente pela existência de semáforos na quadra anterior à escola, o que faz com que, na teoria, o trânsito fique con-trolado. Ainda, a região conta com uma placa de aviso aos motoristas que eles se encontram

em uma região escolar e isso já seria necessá-rio para nenhuma outra interferência urbana na região.

HORÁRIO DE PICO O Centro Educacional Professor Ulis-ses Falcão Vieira possui um guarda presente diariamente para fazer o controle do tráfego nos horários de pico da escola. Isto é, entre às 7h30 e 8h00, 11h45 e meio-dia, 12h55 e 13h05 e 16h45 e 17h15, sempre há um poli-cial para auxiliar na entrada de pais, alunos e professores na escola. Fora desse horário, a única vistoria presente é uma ronda sema-nal, que percorre os arredores da escola para eventuais problemas.

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Entrevista exclusiva com a secretária municipal de educação, Liliane Casagrande Sabbag À frente da Secretaria Municipal de Educação, Liliane Casagrande Sabbag contou com exclusividade à Materia Escolar como funciona o gerenciamento das escolas mu-nicipais de Curitiba. Ela conta que, na atual gestão, foram definidos três pontos para me-lhorar a qualidade do ensino: Qualidade na Educação, Expansão do Atendimento e Co-munidade Escola. A secretária ainda nos diz

porque Curitiba tem escolas muito bem clas-sificadas, sendo referência no cenário nacio-nal.

Como é feito o planejamento das políticas de educação em Curitiba?

É considera a Lei de Diretrizes Educa-cionais Nacional nº 9394/96 que tem por fina-

lidade atender aos princípios enunciados na Constituição Federal para a aplicação. Define a educação como atribuição da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e solidariedade humana. O Plano Nacional de Educação (PNE) tem como objetivo amplia-ção da escolaridade com qualidade do ensino; igualdade no tocante ao acesso e permanên-cia; e democratização da gestão do ensino pú-

Liliane Sabbag visita um dos colégios partici-pantes do Comunidade Escola

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Aula de informática é um dos cursos mais procurados por alunos no Comunidade Escola

blico.

O que tem sido priorizado hoje na educação em Curitiba?

Em nível local, a política educacional estabelecida nos Planos de Governo (gestão de quatro anos) enfoca uma série de objetivos e diretrizes que tratam de questões relaciona-das aos processos pedagógicos, estruturais, organizacionais e conjunturais. Na atual ges-tão, foram definidos como principais metas de Governo a melhoria da qualidade de en-sino em três programas estratégicos em que estão previstas ações e projetos interligados, que vêm sendo amplamente discutidos: Qua-lidade na Educação, Expansão do Atendi-mento e Comunidade Escola.

Historicamente, as escolas municipais têm bons índices nos programas de avaliação. Ao que podemos creditar esses resultados?

Quanto aos índices nacionais de avaliação, Curitiba se destaca entre as capitais brasileiras, pela 3.ª vez consecutiva, com o maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB dos anos iniciais do Ensino Fundamen-tal, passando de 4,7 em 2005 para 5,1 em 2007 e, para 5,7 em 2009. A orientação da SME, a cada divulgação, é para que a escola se apro-prie e reflita sobre as informações, a fim de re-alizar uma autoavaliação e o aprimoramento da sua prática pedagógica. É importante que a direção da escola contemple a participação da comunidade escolar e da equipe pedagógica--administrativa da escola. Em 2011, as escolas municipais se comprometeram com a gestão

municipal a alcançar o IDEB de 6,0, superior a meta estabelecida pelo MEC que é de 5,5;

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8Crianças correndo na frente da escola causam apreenção aos pais; APP pede cuidado Os portões do Centro Educacional Professor Ulisses Falcão Vieira só abrem às 12h45min durante o período da tarde e esse horário do almoço tem provocado tensão en-tre os pais. Uma mulher de 64 anos que pre-feriu não se identificar, cujo neto mais novo estuda na escola, relatou à nossa equipe que muitos alunos ficam sozinhos na rua Eduardo Sprada por volta de 12h30min esperando os portões da escola se abrirem. Filhos de pais compromissados, esse grupo de alunos corre de um lado para outro ao lado de carros em alta velocidade e vans manobrando. A mesma senhora confessou que muitos correm pela rua e cortam a frente dos carros. Já a Associação de Pais e Professores, comandada por Janete Cadilha, negou a exis-tência do problema e disse que é responsabili-dade dos pais levar os filhos à escola somente quando os portões estiverem abertos. Segun-do ela, a Falcão Vieira é exemplo para as de-mais escolas da região e os pais de alunos, apesar de compreensivos, costumam enxer-gar picuinhas onde não existem problemas. O consenso pode ser, como pediu San-dra, mãe de aluno, é a da abertura dos por-tões mais cedo e um professor à disposição dos alunos nesse período de espera. Pais em geral concordam que é muito perigoso os alu-nos ficarem na calçada e se mostrariam aptos à mudança. Outros manifestaram preocupa-

ção com a violência do tráfico de drogas na região.

Em meio ao trânsito intenso, crianças esperam portões da escola serem abertos

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9Ulisses Falcão Viera comemora 25 anos em sábado festivo Foi uma agitação só do começo do dia ao fim do discurso emocionado da diretora Célia Regina Dallagrana. Depois da recepção aos pais, professores e convidados, entre eles o ex-vereador Paulo Gorski, todos puderam participar e conhecer a história do Centro Educacional Ulisses Falcão Vieira, hoje um exemplo de escola pública em Curitiba. Célia disse acreditar no poder transfor-mador da educação na vida das crianças da comunidade e disse que o incentivo de pais e professores foi muito importante para rea-vivar o espírito do bairro e trazer melhorias

para a escola, como o ginásio coberto, a sala de informática, uma biblioteca com bom ar-quivo e aulas diferenciadas como robótica e educação ambiental. Durante as festividades, apresentaram--se o grupo de fanfarra da escola, comanda-dos pelo professor e maestro Evaldo Maringá, que está há menos de um ano na região e já se orgulha de participar do evento e da história da Ulisses Falcão Vieira. “O prazer de estar aqui é muito grande. Há muito trabalho pela frente, mas já vemos evolução nas crianças. É a música ajudando elas a melhorar a coorde-

nação, a organização e a percepção”, orgulha--se. Também participaram o coral dos alunos de diversos anos e um grupo de dança. Com um pedaço de bolo em mãos, distribuídos para finalizar a celebração, José Bonifácio, 48 anos, pai de aluno, disse que se sente privilegiado de poder fazer parte da es-cola e de prestigiar seu filho na fanfarra. Cé-lia partilha do mesmo sentimento e promete novos investimentos, em maior dedicação ao envolvimento da comunidade no processo e na manutenção do projeto de escola-modelo.

Festa de 25 anos da escola foi aberta para toda a comunidade

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10Guarda Mirim e participação dos pais inspiram “força divina” que protege a escola

Alunos da Guarda Mirim observam atentamente os ensinamentos do Guarda Marim

Segundo dados do portal “Crimes Curi-tiba”, quinze incidentes violentos com morte aconteceram na região do Campo Comprido e da Cidade Industrial em agosto de 2011. So-mado a isso, na mesma época aconteceu um toque de recolher na Vila Sandra onde nove jovens foram assassinados em cinco dias, nas-proximidades da escola Ulisses Falcão Viei-ra. Nada disso, porém, assusta a direção e os guardas municipais, que mantêm a escola blindada aos problemas da região. É o que conta com orgulho e até cer-ta surpresa o major Sérgio Marim, 45 anos, guarda municipal da escola há 13 anos. “É uma força divina que emana de dentro da es-cola, com educação, que impressiona. Veja o entorno da escola, a praça do skatista, é alvo de pichações e problemas constantes. Aqui, na escola, não temos nada disso, nunca ti-vemos um caso registrado de armas de fogo e pichação em 25 anos”. Para explicar a si-tuação, ele também cita o nível educacional da Ulisses Falcão Vieira, e revela que sempre houve respeito da população à escola. “Anti-gamente até tínhamos problemas com pesso-as que entravam na escola à noite para usar drogas e fazer baderna, mas agora temos o programa Comunidade Escola e, por conta dele, as pessoas pensam em preservar a escola dos problemas”. Já a diretora Célia Regina Dallagrana,

31 anos, engrossa o coro e mostra os benefí-cios do Comunidade Escola na “força divina”. “O programa da prefeitura ajudou a mostrar para os pais e para a região a importância da escola e da educação na vida das pessoas, e isso fez com que a comunidade participasse mais da vida das crianças”. E o trabalho com os alunos começa cedo na comunidade. Como a escola oferece contraturno no ensino integral, a direção viu com bons olhos a iniciativa do major Marim para criar na instituição uma Guarda Munici-pal Mirim, que oferece todas as quartas-feiras noções de civismo, respeito aos mais velhos e organização social às crianças. “A gente tenta passar o máximo de experiência aos alunos,

para que eles possam aprender a agir na vida com educação, respeito e apoio à cidade”, con-ta cheio de si o professor. Junto dele, quem coordena é Pablo Henrique de 11 anos, que é veterano entre calouros animados e não mede tempo para ordenar: “SENTIDO!”. Animado com a possibilidade de se tornar guarda mu-nicipal no futuro, ele conta que pretende se-guir as orientações de Marim sempre que vê algo errado na rua. E nesse trabalho, crê Marim e seu aju-dante da guarda municipal no dia, o soldado, de 34 anos, as crianças aprendem cedo a se portar com autoridades, em casa e no conví-vio com outras crianças, usando a educação para banir a violência que os cerca.

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Ulpa solupta aut antem el magnit, qui derovit aturitibus dolupiendus quuntur?

Fanfarra disciplina e desperta o interesse pela música nas crianças As comemorações dos 25 anos da escola, em agosto, foi um espetáculo. Aplausos de pé, comoção dos pais e professores e abraços ao final da apresentação. Soa fácil, mas é aguer-rida a rotina do professor Evaldo Maringa com as suas turmas de fanfarra. São duas, a dos mais experientes, que já completaram o primeiro ano no grupo, e os novatos, que mal entraram no mundo da música. A fanfarra começou na escola nesse ano, e já conta com 33 alunos. Aos sábados, uma das salas da escola se silencia para ouvir os gritos potentes do professor, que não dis-pensa chamar a atenção de seus pupilos para os mínimos detalhes. “Olha os pés, João!”, “Cuidado com essa nota, Joana”. E ali, entrega

seu aprendizado da Belas Artes e da adminis-tração das bandas municipais de Piraquara e Fazenda Rio Grande aos jovens da comuni-dade. “A fanfarra exige atenção, e ajuda as cri-anças na auto-estima, na concentração e na coordenação motora, já que eles têm que to-car os instrumentos com precisão e se movi-mentar conforme o ensaio”, explica Evaldo. A apresentação no aniversário da escola marcou a quebra de gelo entre os atentos espectadores – em suma pais e moradores da comunidade – e a música que soava aos sábados no Campo Comprido. E lá vieram, enfileirados após um rápido ensaio de ritmo, 22 alunos vestidos a caráter com a cabeça enrija. Dentes cerrados,

suor na testa, voltas para a esquerda, retorno para a direita e batidas firmes. Depois de dez minutos, só alegria. Serviu de base para o que se aventurou depois: o desfile no dia 7 de setembro. E lá foram os mesmos pupilos se apresentarem para um público maior, com a mesma aten-ção dispensada aos pais. E não para por aí. Ao menos no sonho de Evaldo. Com o tempo, o maestro que levar os jovens que se destacam na escola para as bandas marciais da cidade e quem sabe fazer dos ensaios no Campo Comprido uma pe-neira para um músico promissor. Antes disso, quer deixar seu legado de concentração, co-ordenação e auto-estima com as crianças.

Evaldo Maringa comanda alunos da Ulisses Fal-cão Vieira na fanfarra

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12Berio Et et aut et arum re exceaquibus repedi si-tatur, qui quiam re cum latis ipsus, cum earisEnte, que cut vis cressesimpl. Ad re que ium pra nicauci visquit, quam.Haberra musteatursus Catuamdius essimoe rehensid nos faus est patus, in Itam omnos-trarion vid iam et etemquitatis invocae ss-ullarbi spiocaequit, cotia verfece condeat iamdier videnati es eo, con sis, Ti. Enarbite vitimolicat. Si terum wnonsce dem urox non-silis te cae nit.Vastraede et dicam, core cus bon re in dior-ibem quod in audeorum in ses conlos vid me conervi vervid sere, aci publis musa te inatiss ultuam nerarbitam qua sere etiem teatum sus mei sci potia morehen tiquam pes sumurarit; nos aticiissina, senatam. An ta, sensum diende pl. Dintio pat dicivides bonsulo stique con-fectus verbi ia nihicae in peribus, quam. Ebu-liquidiis conloc ret vent, quam orei pecont, sidem etiursu ludacch uidenatiem opopotius aut alem prei coerem non viliis. Simis, quo unt fuid C. Ari, que re ad actum qua se con te det forte, ommod C. eto horaciam. Loccit; non-sulla rebem idisse oculto C. Quam ocuperit L. Nos pera mortem querum te, octurevid publi, cutum tantiae dienates oruntudam in destis. Ahae cut cul virmilius in ducturarbi confereis hae perobus, vis. cla vissus se et Catum hocus adhuist ratimum nullabus rent.Simis, dit, factamplius; C. Natu imus, atis. Fultum di tam hocrum firia dienihicae atatus es huis cotis.

Oltur, vil unt gra pernihi cerfirmaio int? P. Nam locae pos, nostrum mantem auc tum inequo estraciditem ocre ad igit. Natureb ulibussilius clum, que ponsultis, ca iampoter pro, prarbit? quid sede tum aris ret; ne acio ciam iuro, num pra perorsuliu es? Octorte et; nem con Itam tericae que me pote atam inu vit, factertim consulvius vilis co publius traedet? Nostrae, sesil horae o vo, modituus. Opiem proxim desumeres ex no. Ivesse ac mo habemquam peris se diordie nternic aticiente contem pra viverfecon verfeco nonsum itidet

postres imurorum in inguliis? Patu sente, C. Nost? An a in se perobut iam intrael lereo, que condem adeestrehem eliciam quam tam musse cerfeceris. Verobut ernihin aritande morumus pricas cered Cati, conostast atua ina, ut atquam ad in praris lienter ehenam atre nos non ver publiss uloccidetra diesedo, nequemorum dissendam.Abis; hacte til hicero vissolintio nin tus loc-chuiu sis, C. Mae inatiae hum, utur. Fuitidem maximorae tabent? quam, diem, se consulice ad iactatursum essimilius erei inatus ellabem

Ulpa solupta aut antem el magnit, qui derovit aturitibus dolupiendus quuntur?