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MATRIA MDICA HOMEOPTICA EXPLICADAde GILBERT CHARETTE

Reviso e adaptao ao portugus pela Prof.a

ANNA KOSSAK-ROMANACH

ELCID

MATRIA MEDICA HOMEOPTICA EXPLICADAde GILBERT CHARETTE

Anna KOSSAK-ROMANACH Professora Titular em Clnica Homeoptica pela Universidade do Rio de Janeiro

ELCID Rua Vitria, 169 - CEP 15860-000 - IBIR - SP Tel.: (017) 551-1819

EDITORA

PREFCIO DO REVISOR E TRADUTOR

Composio: TEXTO & ARTE Impresso e acabamento: P.K.R. Grfica e Editora Uda.

Reservados todos os direitos. proibida a duplicao ou reproduo deste volume, ou de partes do mesmo, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrnico, mecnico, gravao, fotocpia, ou outros), sem permisso expressa da Editora.

FICHA CATALOGRFICA Preparada pela Biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade de So Paulo

MATRIA mdica homeoptica explicada de Gilbert M377 Kossak-Romanach. - Ibir : Elcid -2." edio - 1998.

Charette / reviso e adaptao ao portugus por Anna

Traduo de: La matire mdicale homeopathi-que explique. 1952. l.HOMEOPATIA 2.MEDICAMENTOS/farmacodinmica I.Charette, Gilbert II.Kossak-Romanach, Anna. WB93 0 CDD 615.532

O estudo da Matria Mdica Homeoptica constitui grande dificuldade aos profissionais desejosos em adotar a lei da semelhana como opo teraputica. Tal dificuldade se deve complexidade das patogenesias, ao grande nmero de medicamentos experimentados e s naturais limitaes da memria. Ainda que repertrios de sintomas e computadores tenham trazido grande ajuda, a deciso final para a prescrio do simillimum continua sendo responsabilidade da competncia profissional mdica. Acima dos numerosos artifcios propostos para a memorizao dos quadros farmacodinmicos, domina a necessidade de individualizao de cada medicamento, sua anlise e sntese. O conhecimento das peculiari dades de cada droga permite a elaborao de um perfil dinmico, coerente e especfico que, se incapaz de propiciar o diagnstico medicamentoso imediato, orienta e situa o mdico em textos mais completos, capaci-tando-o a decises rpidas. O texto de Charette consegue conciliar simplicidade e linguagem mdica, sem resvalar ao terreno leigo. Livre de excessivas citaes o comparaes, consegue transmitir a indispensvel identidade de cada medicamento. Algumas afirmaes, ao modo de comentrios ou reflexes, fruto da vivncia clnica pessoal, se referem a procedimentos fitoterpicos; no comprometem a mensagem do conjunto e, at certo ponto, contribuem para a memorizao das drogas; o mdico instrudo na metodologia hahne-manniana saber discerni-las. A obra de Charette se destina ao principiante da Homeopatia, como introduo Matria Mdica Homeoptica, em cuja base podero ser gradativamente acrescentados, no decurso dos anos, novos conhecimentos. Por si s no far um homeopata mas, por outro lado, no poder pretender ser homeopata o mdico que ignorar os perfis farmacodinmicos elementares nela contidos. Se fossem levados em conta os escalonamentos propostos das matrias mdicas, segundo graus de complexidade crescente, o presente compndio de Charette ocuparia o grau menor da escala, ao modo de uma cartilha, ou ponto de partida para a compreenso de relatrios farmacodinmicos mais complexos. A argcia na escolha dos sintomas e sinais caractersticos em conotao com mecanismos fisiopatolgicos confere obra um excepcional valor didtico. So Paulo, novembro de 1990 Anna Kossak-Romanach

ACONITUM NAPELLUSDoses txicas de Aconitum provocam congesto arterial sbita e acentuada dos centros nervosos. Congesto semelhante pode ser causada por golpe de frio que, ao provocar contrao das arterolas superficiais, rechassa o sangue em direo s vsceras e aos centros nervosos. Desta correlao advm a indicao mais importante de Aconitum obviamente, em doses reduzidas , nos distrbios devidos ao sbita e inesperada do frio, em especial do vento frio e seco, qualquer que seja a sede e a natureza das afeces resultantes. A congesto dos centros nervosos provoca excitao, donde: agitao mental, com insnia por hiperideao, angstia e medo; grande medo da morte; agitao fsica: o doente se vira e se remexe na cama sem cessar; parestesias diversas, em geral sob forma de sensaes de amortecimento e de formigamento; nevralgias acompanhadas pelas manifestaes anteriores; as dores so agudas, dilacerantes e insuportveis, levando o doente ao estado de agitao e angstia; instalam-se sob forma de nevralgias faciais, em geral esquerdas, de nevralgias dentrias ou, ainda, nevralgias vinculadas a otites. A congesto eletiva dos centros nervosos ao nvel do bulbo justifica a dominncia de sintomas cardiovasculares e respiratrios. SINTOMAS CARDIOVASCULARES A circulao se acelera, como se o corao tivesse sofrido um aoite. O doente apresenta face vermelha e vultuosa, muitas vezes com uma bochecha mais vermelha que outra (Chamomilla); ao sentar, tende sncope e empalidece; quando deitado, sua face permanece vermelha, com batimentos visveis das artrias temporais e das cartidas. O pulso se torna cheio, rpido e duro, a pele, seca e ardente donde a indicao na febre dita estnica. O estado de eretismo cardaco se manifesta por batimentos violentos e por dores que, partindo de diferentes pontos da regio precordial, se irradiam ao brao esquerdo. Quando a angstia prpria de Aconitum se juntar a estas dores, compreender-se- o motivo da sua indicao na angina do peito, sobretudo quando esta sobrevier de modo sbito aps

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exposio ao frio. Aconitum representa, ainda, importante medicamento da aortite; reduz e chega mesmo a curar definitivamente, a hipertenso sem leso (jamais prescrever Aconitum em afeces acompanhadas de hipotenso); indicado na endo e na periacrdite inicial, bem como na dilatao do corao de atleta (Arnica, Rhus toxicodendron). VIAS RESPIRATRIAS A ao de Aconitum se evidencia nos diferentes nveis do aparelho respiratrio: FOSSAS NASAIS: coriza com repetidos espirros aps exposio ao vento frio e seco. LARINGE: anginas incipientes com tosse crupal em rudo de serra, sobrevindo antes da meia-noite, principalmente em criana pletrica que apanhou frio durante o dia (Belladona, Hepar sulfuris e Spongia); naquelas crianas em que o incio de um estado inflamatrio se acompanha por reteno urinaria, Aconitum ter indicao formal. PLEURA: pontada fugaz precedendo pleurisia. PULMES: bronquites e hemoptises decorrentes de processos con-gestivos, bem como congestes ativas idiopticas. Aconitum possui afinidade pelo pice pulmonar esquerdo (a maioria das afeces de Aconitum se localiza esquerda) e se mostra til nos estados inflamatrios brnquicos e pulmonares, assim como nas manifestaes violentas dos estados congestivos que se instalam de modo sbito em indivduos pletricos e robustos. VIAS DIGESTIVAS Os distrbios digestivos se devem, em geral, a golpe de frio ou ingesto de gua gelada, sendo representados por: Dores abdominais agudas, violentas, sob forma de elicas brutais que obrigam o doente a se fletir para frente, sem conseguir alvio, ao contrrio das elicas de Colocynthis. Evacuaes esverdeadas com aspecto de espinafre picado, com ca-tarro e, s vezes, contendo sangue. Estas evacuaes, reduzidas e freqentes, com tenesmo e necessidades urgentes, proporcionam alvio ao doente o que no acontece em Mercurius. Aos transtornos digestivos pode se acrescentar uma afeco hep-tica a ictercia grave , onde Aconitum, ao lado de Phosphorus, constitui a dupla medicamentosa mais importante. MANIFESTAES GENITAIS Pertencem a Aconitum alguns sintomas genitais femininos ligados a modificaes da circulao pelviana; constituem, ora distrbios crnicos, 8

com rubor da face, palpitaes, epistaxes pr-menstruais, dores violentas, agitao, ansiedade durante a menstruao e leucorria abundante ps-menstrual, ora distrbios agudos, com supresso das regras aps resfriamento ou emoo forte. Para os homeopatas, Aconitum importante medicamento do reumatismo articular agudo e tem indicao freqente nas manifestaes locais agudas da ditese reumatismal, nem sempre acompanhadas por crise febril: lumbago, esclerite, pleurodinia, citica, etc. MODALIDADES Os distrbios de Aconitum pioram noite, em torno da meia-noite e pelo calor; melhoram ao ar livre e pela transpirao. NOTA IMPORTANTE: Aconitum, repentino e violento, representa medicamento da fase de invaso, isto , do incio da maioria das afeces de aparecimento brusco, quando existem alteraes funcionais intensas, porm poucas ou nenhuma leso orgnica; quando as leses aparecem, cessa a indicao de Aconitum em favor de outros medicamentos, adaptados conforme o conjunto das manifestaes mais recentes.

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ACTAEA RACEMOSAA ao dominante de Actaea, sobre o sistema nervoso e rgos genitais femininos, justifica-a como medicamento preeminente dos desequilbrios genitais. As afeces reflexas de distrbios tero-ovarianos, passveis de cura pela Actaea, apresentam uma caracterstica capital: agravam durante a menstruao e na razo direta da abundncia do fluxo. So perodos eletivos de Actaea: a menstruao, a menopausa e a gravidez. Os sintomas importantes deste medicamento sero, portanto, de origem nervosa e genital. Para comodidade de estudo, convm classific-los em: cerebrais, medulares, espasmdicos e dolorosos. SINTOMAS CEREBRAIS Na esfera psquica os sintomas so variados e instveis; a doente apresenta fases de alegria e de exuberncia com loquacidade, s quais sucede, de modo brusco, um estado oposto de abatimento, desnimo e melancolia (Ignatia). Constam entre os sintomas singulares desta segunda 9

ase: medo de enlouquecer, com sensao como se a cabea estivesse nvolta por uma nuvem pesada e espessa que torna tudo confuso e escuro. ) medicamento convm na mania puerperal, no nervosismo da gravidez, im certa forma de melancolia caracterizada por insnia permanente e, de nodo geral, nos estados de inquietude e infelicidade de esprito, to ;omumente associados a transtornos uterinos. Estes sintomas mentais apresentam uma curiosa alternncia: eles se enuam ou desaparecem quando sintomas fsicos sobretudo dolorosos , aparecem; inversamente, quando estes ltimos desaparecem, o estado mental alternante retorna, a menos que se estabelea fluxo derivativo, a exemplo de uma diarria. Vrios tipos de cefalia pertencem Actaea racemosa: Cefalia com sensao de presso de dentro para fora, como se a poro superior do crnio fosse abrir-se. Cefalia occipital, variando desde simples sensao de peso, at dor intolervel. Cefalia frontal, em geral sobre o olho direito, irradiando s tmporas e rbita. SINTOMAS MEDULARES Sendo medicamento essencialmente feminino e atuante sobre o eixo cerebrospinal, Actaea encontra indicao em casos de irritao espinal por sobrecarga, encontrada em mulheres, ocasionando sensibilidade dolorosa da apfise das primeiras vrtebras dorsais, em decorrncia de excessos esportivos, piano, mquina de costura e mquina de escrever. O mesmo medicamento beneficia tambm indivduos do sexo masculino portadores de exagerada irritabilidade nervosa por abuso de trabalho intelectual ou de bebidas alcolicas. SINTOMAS ESPASMDICOS Actaea constitui importante medicamento de espasmos e convulses histricas, bem como de contraes musculares espasmdicas que aparentam coria e que se manifestam sobretudo noite, precedendo a menstruao e se produzindo, de preferncia, no lado esquerdo. SINTOMAS DOLOROSOS As dores de Actaea, em geral relacionadas a distrbios tero-ova-rianos, apresentam alguns aspectos comuns: so agudas, fulgurantes e fugazes. a) Na esfera genital costumam se apresentar como: dores atravessando tero e bacia, de um lado a outro; nevralgias ovarianas 10

sobretudo esquerdas, se propagando face anterior das coxas; dores no seio, em geral esquerdo, agudas e, de preferncia, por ocasio das mudanas atmosfricas. b) As dores musculares afetam, eletivamente, os msculos do pescoo: a cabea repuxada para trs por contratura dos msculos da nuca. Existem ainda dores de msculos lombares, lancinantes, propagadas s coxas. As dores possuem freqente origem reumatismal. OUTRAS INDICAES 1) Tosse de origem mediastinal. 2) Dispnia nervosa. 3) Zumbido de ouvidos. MODALIDADES Correspondendo Actaea a organismos debilitados, no de estranhar que seus sintomas: piorem pela menstruao e dependam da abundncia do fluxo; melhorem ao comer.

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AESCULUS HIPPOCASTANUMAesculus hippocastanum produz congesto venosa, donde os sintomas gerais: Sensao de plenitude e de pulsao nos rgos, e at nas extremidades, como se estivessem cheios de sangue, com simultneo retardamento das funes destes rgos, ocasionando distrbios diversos. Obviamente, estes transtornos so aliviados por tudo que for capaz de favorecer a circulao de retorno frio, exerccio, etc , e so agravados pelos fatores que a retardam sono, banho quente. Outra ao de Aesculus: secura das mucosas, com sensao de quei-mao e de esfoladura. Sendo a congesto portal aquela mais pronunciada, as manifestaes dela decorrentes merecem destaque prioritrio: 11

ao nvel do fgado, sensao dolorosa de peso; hemorridas de cor vermelho-azulada, raramente sangrantes, com pulsaes e batimentos, queimao e sensao de ferida; sensao como se o reto estivesse cheio de agulhas; ao mesmo tempo, dor surda e constante na regio inferior do dorso, afetando sacro e quadris, agravada sensivelmente ao caminhar e ao curvar o corpo; dores intensas e pulsaes pela, asceno rpida de escada, comuns em pacientes hemorroidrios e varicosos; obstipao com fezes secas expulsas com dificuldade, com queimao e dor lombar caracterstica. Em correlao com esta congesto portal, causadora de distrbios hepticos, pode ser encontrada inflamao crnica da garganta: a faringe se apresenta vermelho-sombria com dor queimante, em processo de farin-gite folicular; ocorre alternncia entre manifestaes farngeas e distrbios hepato-reto-hemorroidrios. A congesto passiva do crebro explica a razo do doente se sentir mal de manh qedo, depois do sono, quando no consegue trabalhar, nem mesmo pensar, estando mal humorado; tudo isto desaparece desde que a circulao at ento retardada se acelera, em geral aps algum exerccio. O fero est congestionado, antes e aps a menstruao: a doente sente possuir um tero (Helonias); outras vezes o tero pode estar pro-labado, donde a dor sacrolombar, agravada ao caminhar e ao se baixar, forando a doente a deitar ou a sentar; estes prolapsos uterinos costumam se acompanhar de leucorria espessa e pegajosa. A congesto venosa generalizada repercute sobre o aparelho circulatrio: o indivduo apresenta palpitaes e sente seu corao bater, Aesculus hippocastanum possui dois tipos de dores: 1. Umas, intensas, se deslocando rapidamente de ponto a outro, sempre aliviadas pelo calor, comprometendo sobretudo articulaes da mo, do punho e do cotovelo. 2. Outras, venosas, profundas, acompanhadas de sensao de plenitude e, muitas vezes, de pulsao nas extremidades; as veias se mostram muito aparentes, azuladas e distendidas; as dores aliviam pelo frio. OBSERVAO: O estado de congesto venosa geralmente se deve a toxinas, das quais o organismo no consegue se desembaraar. Alm do Aesculus, pode tambm ser indicado o Sulfur, outro grande eliminador de toxinas que se adapta melhor aos quadros crnicos. 12

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ALOE SOCOTRINA As propriedades purgativas e colagogas de Aloe explicam os numerosos sintomas intestinais de sua patogenesia; este medicamento produz congesto venosa do sistema porta e, como conseqncia, congesto dos rgos contidos na pequena bacia: reto, bexiga, prstata e genitlia. 1. Aloe , antes de tudo, um medicamento do reto, devendo ser lembrado frente a afeces do reto, principalmente ao estarem presentes os seguintes sintomas: a) Hemorridas procidentes, queimantes, aliviadas por gua fria e, muitas vezes, alternando com lumbago ou com cefalia. b) Constante necessidade de evacuar, no apenas aps a refeio, mas tambm ao se levantar, ao ficar de p e ao urinar. O paciente no ousa expulsar flatos pelo receio de deixar escapar fezes. c) Num grau mais avanado de distrbio, apresentar-se- uma grande caracterstica de Aloe: as fezes passam sem que o indivduo sinta; as evacuaes podem ser slidas ou diarricas, sendo acompanhadas de muco gelatinoso que escorre do reto, inconscientemetne. d) Prolapso de nus, sobretudo em crianas. e) Diarria prandial com necessidade sbita e irresistvel, que obriga a um esforo extraordinrio para cont-la; tal diarria tpica de Aloe. Em segundo lugar se apresentam as evacuaes diarricas amarelas, precedidas de borborigmos e elicas, queimantes como fogo e que deixam o nus doloroso (Sulfur). s vezes a diarria apresenta uma outra caracterstica comum a Sulfur: necessidade imperiosa pela manh bem cedo, obrigando o doente a deixar o leito. 2. Ao congestiva sobre a bexiga, com desejos freqentes de urinar e, s vezes, com hemorragias vesicais. 3. Ao sobre a prstata, onde produz sensao de peso e de aumento de volume deste rgo. 4. Ao sobre rgos genitais, caracterizada na mulher, por regras freqentes e abundantes, ou mesmo ocorrncia de aborto; no homem, por grande irritao sexual. TIPO Aloe especialmente indicado em indivduos gordos e glutes, plet-ricos e intoxicados pelos seus prprios sais de urato e pelo oxalato de clcio, que mostram face congestionada, lbios verrnelhos (como Sulfur) e tom subictrico da pele; costumam manifestar marcada averso ao trabalho intelectual, o qual provoca fadiga cerebral precoce e lassido generalizada. 13

PRINCIPAIS CARACTERSTICAS Agravao aps haver comido ou bebido, pela cerveja (Kali bichro-riicum), aps ostras (Lycopodium). Melhora pelo frio que, ao estimular a circulao, alivia a congesto 'enosa (Pulsatilla, Aesculus). Desejo marcado por suco de frutas, justificvel pela necessidade de Jissolver o excesso dos sais que intoxicam o indivduo Aloe. Averso pelas refeies e pela carne, que se manifesta quando sobre-/m, por excesso, a saturao txico-alimentar.

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ALUMINAEm Alumina se destacam duas principais aes: sobre o sistema nervoso e sobre mucosas. Ao nvel do sistema nervoso Alumina determina fraqueza partica generalizada ou localizada (membros inferiores, bexiga, reto) e, o que mais importante, uma srie de sintomas que so inerentes s afeces medulares e, mais especialmente, tabes: Ptoses; estrabismo paraltico. Vertigens, sobretudo ao fechar os olhos. Impossibilidade de caminhar com olhos fechados. Reflexos diminudos. Dores fulgurantes; sensao de ferro quente atravessando as vrtebras. Amortecimento dos ps, com sensao de pisar em solo macio. Paresia vesical e paresia retal: necessidade de esperar longo tempo e de fazer esforo para urinar ou para evacuar. Sensao de teia de aranha ou de cola sobre a face. Ataxia locomotora: administrada logo no incio, Alumina seria capaz de deter sua evoluo. Ao nvel das mucosas determina acentuada secura: 1. Na FARINGE, ao deglutir, ocasiona sensao de picada como que por uma farpa; atua na angina crnica dos velhos cantores bronquticos cuja voz se tornou rascante e que se vm obrigados a forar eliminao de catarro aps haverem cantado; oradores que possuem, alm da rouquido, a sensao de garganta em ferida e necessidade de expectorar, sem consegui-lo, a no ser em pequena quantidade e aps grande esforo.

2. Secura do ESTMAGO, gesto frente menor refeio. Pertencem Alumina: averso pela carne e por batatas;

donde

a

perda

completa

de

apetite

e

indi-

apetite pervertido, muitas vezes associado clorose. 3. Secura dos INTESTINOS, responsvel sob forma de fezes caprinas (como de expulso. Mesmo quando moles, as devido concomitante inatividade retal. pelo Bryonia) fezes aspecto e pela so de das grande difcil evacuaes dificuldade exonerao,

Quando domina a caracterstica de secura, convm no esquecer que em Alumina podem ser encontrados CATARROS DE MUCOSAS e, em especial: a) Catarro nasal crnico (como Pulsatilla). b) Catarro da faringe: mucosidades aderentes, viscosas, obrigando o doente a pigarrear e a tossir para clarear a voz. c) Catarro de estmago, com eructaes cidas e amargas. d) Catarro uterino com leucorria profusa que chega a escorrer ao longo das coxas (Luesinum). Existe em Alumina grande secura da PELE; esta jamais transpira. Outras caractersticas Agravao pela manh. O tempo parece passar muito lentamente. Impulso suicida vista de instrumento cortante ou de sangue.

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AMMONIUM CARBONICUMO carbonato de amnio constitui medicamento constitucional, correspondendo a um tipo bem determinado que se caracteriza por falta de reao, a qual se faz sentir durante diversas afeces. A dispnia um sintoma comum maioria destas afeces. Ammonium carbonicum se destaca, ainda, como importante medicamento da uremia.

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TIPO AMMONIUM CARBONICUM O carbonato de amnio corresponde s mulheres gordas, flcidas, indolentes, linfticas, enfim, quelas que vm sofrendo durante toda a sua vida de insuficincia glandular; apresentando fraqueza como caracterstica, elas recorrem com muita freqncia aos "sais ingleses" (sesqui-carbonato de amnio) que costumam carregar na bolsa para combater os seus desmaios. Convm assinalar que as mulheres de comportamento totalmente oposto, ou histricas, tambm fazem uso do mesmo recurso, porm a diferenciao se torna fcil pelo aspecto geral da doente. AMMONIUM CARBONICUM COMO MEDICAMENTO DE REAO A indicao do carbonato de amnio costuma acontecer no decurso de doena aguda que, de sbito, ameaa siderar a resistncia orgnica: difteria, escarlatina grave, meningite cerebrospinal, etc; tambm nas formas malignas de doenas eruptivas, quando o exantema no se completa. AMMONIUM CARBONICUM COMO MEDICAMENTO DA DISPNIA Nas afeces pulmonares. Nos portadores de bronquite enfisematosa com brnquios dilatados, que expectoram pouco e com dificuldade; estando em quarto muito quente, lhes sobrevm acesso de dispnia asmtica; a tosse costuma piorar entre 3 e 4 horas da madrugada. AO NAS AFECES CARDACAS No apenas nos perodos finais de assistolia mas, ainda, no' incio da descompensao cardaca, quando a dispnia de esforo apenas comea a se delinear (sinal da escada). NAS AFECES RENAIS E NA UREMIA Amonium carbonicum seria o principal medicamento da uremia, con-vindo a todos os seus perodos, quaisquer que sejam as manifestaes e, na opinio de certos autores, "nada se arriscaria ao prescrev-lo sistematicamente em baixa diluio". Aparecem na clnica quadros cuja dispnia parece decorrer das trs causas citadas reunidas (pulmonar, renal e cardaca), como pode acontecer nos velhos em estado de assistolia completa. Os rins funcionam mal e se instalam edemas. Os pulmes se congestionam e o doente no consegue alvio pela tosse ou pela expectorao das miicosidades que obstruem a rvore brnquica. O doente se encontra ciantico. muito dispni-co e os medicamentos cardacos no mais atuam; nestes casos, pensar 16

em outros trs medicamentos que, eventualmente, podem ser indicados: Natrum muriaticum, Carbo vegetabilis e Arsenicum lbum. OUTRAS INDICAES A afinidade pela garganta, a ao sobre as mucosas que se tornam irritadas e chegam a ulcerar, bem como a produo de erupes cutneas exantemticas, podem indicar Ammonium carbonicum na escarlatina. A ao sobre o sangue, tornando-o incoagulvel, justifica o emprego nas hemorridas sangrantes, procidentes aps a evacuao e que se agravam durante a marcha. As Matrias Mdicas assinalam coriza com nariz obstrudo e epis-taxes ao lavar o rosto.

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ANACARDIUM ORIENTALEAnacardium orientale atua principalmente sobre o sistema nervoso, o estmago e a pele. A ao sobre o crebro acentuada, dela resultando distrbios psquicos importantes; o indivduo de Anacardium apresenta sintomas de desdobramento da personalidade: parece possuir duas vontades, ouvir ordens contraditrias de dois seres diferentes e de ser por elas iludido; em uma palavra: acredita sofrer duas influncias opostas tornando-se, por Isso, irresoluto e indeciso; experimenta, tambm, irresistvel necessidade de blasfemar; acredita estar sendo perseguido e tenta fugir. O trabalho intelectual se torna penoso devido fadiga cerebral e cefalia experimentadas ao menor esforo e, ainda, pela perda de memria. Nenhum outro medicamento apresenta tamanha deficincia de memria. Este estado se deve, em geral, sobrecarga de trabalho intelectual, fios excessos venreos ou simples senilidade. Anacardium convm, co-fno recurso de sucesso, na fadiga cerebral e na cefalia dos estudantes Mn perodo de exames. As DORES de Anacardium possuem duas caractersticas: "*- de presso, tal como se fossem provocadas por uma cunha ou uma cavilha; de constrio. 17

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No ESTMAGO ocorrem sintomas diversos de dispepsia: gastralgias violentas, sensao de vazio ou, ao contrrio, de distenso, sempre com a caracterstica comum de serem aliviadas durante a alimentao. Encontram-se em Anacardium, como em Nux vomica, desejos ineficazes de evacuar; tal como em Alumina, dificuldade de expulsar as fezes. Anacardium possui uma peculiaridade: sensao de pesado tampo no nus, que ameaa sair mas no consegue. Ao nvel da PELE Anacardium determina aparecimento de leses ve-sico-pustulosas, umbilicadas, com prurido intolervel e dores queimantes rias reas cincunvizinhas; tambm leses semelhantes ao lquen. Todos sintomas de Anacardium mentais, sensoriais, fsicos e funcionais , melhoram desde que o doente come alguma coisa e enquanto se processa absoro dos alimentos. Nenhum medicamento possui esta modalidade em grau to acentuado e nenhum outro acusa perda de memria to pronunciada: o indivduo esquece aquilo que acaba de acontecer.

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ANTIMONIUM CRUDUMO antimnio ou, mais corretamente, o sulfeto de antimnio (Antimonium crudum), um medicamento digestivo, de influncia abdominal, enquanto que o trtaro emtico (Antimonium tartaricum) medicamento respiratrio ou torcico. Esta a diferenciao mais simples entre os dois Antimonium. Porm, no apenas sintomas digestivos distinguem o Antimonium crudum, mas tambm sintomas mentais. Convm destac-los em trs principais grupos: 1 - O indivduo Antimonium crudum desajeitado, desconfiado, implicante e irritvel. As crianas so resmungonas, como aquelas de Chamomil-la; detestam gua fria. 2 - Pacientes astnicos, organicamente enfraquecidos e com desgosto pela vida a qual, para eles, representa um fardo; muitas vezes, so levados a tentar suicdio. 3 - Indivduos emotivos sentimentais geralmente mulheres , cujo estado se encontra na depedncia de afeces genitais e, sobretudo, de prolapsos.

SINTOMAS DIGESTIVOS A maioria das manifestaes de Antimonium crudum costuma se acompanhar por distrbio gstrico e, reciprocamente, sempre que o estmago se encontrar desarranjado, diferentes sintomas deste medicamento podem estar presentes. Sintomas mais importantes: 1 - Lngua branca mais branca do que em qualquer outro medicamento , constituindo sinal cardinal de Antimonium crudum. 2 - O odor dos alimentos basta, por si s, para despertar nuseas e vmitos (Colchicum). 3 - Sensao de sobrecarga e de plenitude do estmago, o qual continua ressentido no estado de jejum. 4 - Diarria aps abuso alimentar, com fezes freqentes, semi-slidas, semi-lquidas. 5 - Diarria alternando com obstipao, ou falsa diarria dos velhos. As fezes diarricas costumam ser aquosas, tendo de permeio pequenas massas de matrias fecais. Ainda nos velhos, estado contnuo de mo-dorra acompanhando distrbios gstricos. 6 - Hemorridas, com escoamento mucoso que mancha a roupa. 7 - Repercusso da gota ao nvel do estmago e intestinos; a parada sbita de manifestaes gotosas nas extremidades , de imediato, seguida por sintomas gstricos e intestinais. SINTOMAS RESPIRATRIOS Alm dos sintomas digestivos predominantes, Antimonium crudum apresenta alguns sintomas respiratrios. Entre eles, dois merecem destaque: Tosse espasmdica, sobrevindo por crises que decrescem progressivamente. Tosse que se agrava ao entrar em quarto quente (Bryonia, Natrum carbonicum) e pelo calor de um fogo. MANIFESTAES DA PELE E UNHAS 1 - Leses recobertas por crostas endurecidas, espessas e com aspecto de mel ressecado, fissurado facilmente, em geral na face e nos limi,. tes cutneo-mucosos. Eczema acompanhado por distrbios gstricos. Eczema e impetigo nos lactentes. - Fissuras dolorosas, nos ngulos da boca; * - Unhas quebradias que despontam j deformadas, com crescimento muito lento. Aparecimento de excrescncias subunguiais crneas e dolorosas. Tendncia ao espessamento crneo, com regies plantares endurecidas e dolorosas.

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OUTRAS CARACTERSTICAS CONDIES DE PIORA Agravao pelo calor excessivo e, em especial, pelo sol e pelo fogo ou lareira (calor radiante); no vero. Fato singular: agravao de todos sintomas pelo banho frio. Quando um doente refere que seus distrbios aparecem pelo banho frio, por queda ngua ou por um forte golpe de frio, deve-se pensar em Antimonium crudum. Ainda: agravao por vinho, cidos e vinagre (Zincum). CONDIES DE MELHORA Enxaqueca aliviada imediatamente aps surgir uma eliminao de qualquer natureza: coriza, vmito, diarria; ao contrrio, piora pela supresso de um escoamento ou erupo.

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ANTIMONIUM TARTARICUMAntimonium tartaricum exerce sobre o sistema cerebrospinal uma ao depressiva, com perda de reflexos e enfraquecimento da fora mus-:ular, donde a primeira recomendao: os estados de fraqueza reclamam antimonium tartaricum. O trtaro emtico atua sobre as mucosas, nelas provocando catarro intenso, com secreo profusa. Representa medicamento respiratrio essencialmente centrfugo, que condiciona a expectorao. Entretanto, devido fraqueza orgnica presente, esta secreo brnquica no consegue ser expulsa, a no ser com muito esforo. Estes dois fatores catarro e dificuldade de eliminao, por fraqueza , costumam ocorrer nas idades extremas da vida: na criana e no velho; ou em qualquer idade na vigncia de certas infeces graves. a) Nas crianas propensas a crises repetidas de bronquite e que passam de um resfriado a outro; o perodo agudo jamais violento, porm os estertores pulmonares persistem interminavelmente. b) Nos velhos muito deprimidos que, desde h muito tempo, em cada inverno apresentam catarro no peito. "Sempre que existir grande acmulo de mucosidades com estertores acentuados ocupando todo o peito e, ao mesmo tempo, houver impossi-

bilidade de expectorar, impe-se pensar em Antimonium tartaricum, qualauer que seja o nome da doena" ei evidente que a indicao de Antimonium tartaricum ser muitas vezes oportuna nas formas vago-paralticas de afeces broncopulmonares, comuns na gripe e, sobretudo, nas gripes graves ditas infecciosas. Isto porque a citada forma clnica representa outras peculiaridades justificveis do trtaro emtico: estes doentes apresentam sempre estado grave, com intoxicao profunda que se manifesta por asfixia ao atingi/ os pulmes; a cianose se torna evidente; os traos faciais se acentuam, surgem olhejras; aparecem manifestaes coleriformes quando o tubo digestivo estiver comprometido. A tenso arterial cai e o doente pode chegar ao desfalecimento; as narinas esto dilatadas e animadas por movimentos rpidos; os lbios se tornam lvidos, s vezes azulados, e a face fria. Instala-se cianose, opresso, sonolncia e prostrao. Tudo em Antimonium tartaricum revela acometimento profundo do organismo e anoxia progressiva dos tecidos de um modo geral. Alm das formas vago-paralticas das afeces broncopulmonares, a indicao de Antimonium tartaricum poder acontecer na bronquite aguda. Antimonium tartaricum um centrifugador que faz expectorar; sua ao constante e rpida; na pneumonia e na broncopneumonia, sobretudo em crianas; nos estados de modorra e hepatizao pulmonar persistente aps pneumonia. So ainda justificveis de Antimonium tartaricum: tosse espasmdica e sufocante, despertada pela menor absoro de alimento. A tosse se torna mais acentuada pelas 4 horas da manh, se acompanha de nuseas e vmitos, mas tem pouca ou nenhuma expectorao. A ao de Antimonium tartaricum sobre o simptico d lugar, igualmente, a numerosos sintomas ao nvel do aparelho digestivo, mas tambm aqui ser detectada formao abundante de secreo pelo menos por parte do estmago , com concomitante dificuldade na evacuao intestinal: Vmitos difceis e penosos rejeitando, alm dos alimentos e da bile, muco branco e viscoso se estirando em longos filamentos, secretado em abundncia; este material mucoso chega a ocupar o esfago, a boca e o nariz, sufocando o paciente. Existem ainda nuseas caractersticas: constantes, com ansiedade mortal e prostrao. Diarria com elicas espasmdicas. Com estes variados sintomas, o doente acaba entrando numa espcie de estupor e sonolncia, conservando face plida (e no vermelho-sombria como aquela do Opium). Antimonium tartaricum poder ser til na varola declarada e tambm nas erupes varioliformes. Provoca, alm disso, dor violenta na regio sacrolombar.

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Outras caractersticas Desejo de cidos. Averso pelo leite que agrava o doente, provocando nuseas e vmitos.

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APIS MELLIFERAQuando uma abelha pica, a pele responde com reao brusca e violenta. Sobrevm dor queimante em agulhada, a pele se torna infiltrada, de cor rsea, com edema mais ou menos acentuado; a dor agrava pelo toque, ainda que leve, ou por compressas quentes no local afetado; esta dor se acalma, ao contrrio, por aplicaes frias. Este comportamento orgnico traduz o essencial de Apis mellifera, pois a administrao oral deste medicamento em experimentao, bem como o seu emprego clnico, vem comprovando as suas peculiaridades: 1." Incio brusco e violento de todas manifestaes. 2. Dores em queimao como por fogo ou agulhas em brasa. 3. Melhora pelo frio em geral e, em especial, por aplicaes frias. 4. Agravao pelo calor, sobretudo por aplicaes quentes e tambm pela permanncia em quarto quente ou na cama. 5. Extrema sensibilidade ao toque. 6. Congestes cutneas localizadas, edemas e derrames serosos. 7." Tendncia das manifestaes em particular das dores , a mudarem rapidamente de localizao. 8." Ausncia de sede (Pulsatilla, Gelsemium), com o detalhe de que, na febre, a sede acompanha os calafrios, para desaparecer desde que o estado de hipertermia se estabilize. 9. Marcada lateralidade direita. Constituem indicaes gerais de Apis: 1. O indivduo de Apis , geralmente, um tuberculnico. 2 Apis indicado quando o exantema de uma febre eruptiva se exterioriza de forma incompleta, ou retrocede de modo precoce, principalmente quando a escarlatina entra em considerao (da se depreende porque Apis exerce acentuada influncia sobre os rins e provoca albuminria) e quando se manifestam fenmenos cerebrais e menngeos. 3. Se no decurso de uma afeco aguda o doente se apresenta, ora seco e quente, ora suado e com ausncia de sede, antes de tudo se impe pensar em Apis.

SISTEMA CUTNEO frs Conforme exposto, Apis corresponde s inflamaes agudas de apa-V&Slmento brusco, que evoluem com extrema acuidade e que se acom-v panham de edema ou de derrame. ,' O tipo sensvel tem propenso urticria, a certas formas de erisipela e a furnculos. Nos quadros articulares e renais, os edemas tambm apresentam instalao sbita. Apis ser igualmente indicado nas erupes cutneas infiltradas, de cor rosada; a rugosidade da superfcie cutnea, nas reas comprometidas, pode ser percebida pelo tato. Em sntese, quando o tecido celular subcutneo se encontra infiltrado, edematoso ou hidrpico, Apis ser o primeiro medicamento a ser cogitado. SUPERFCIES MUCOSAS As mucosas apresentam as mesmas caractersticas cutneas: inflamao e edemas, com variantes prprias s suas estruturas e funes: CONJUNTIVA Toda afeco ocular com quemose da conjuntiva. Deslocamento da retina. Teris: Apis previne as recorrncias. Manifestaes dolorosas oculares aps haver fixado a viso em superfcie clara, a exemplo dos esportistas de montanha desprovidos de lentes protetoras. MUCOSA FARNGEA Anginas muito vermelhas, com edema. A vula pende como pequena bolsa cheia de gua. MUCOSA LARNGEA Edema sbito de glote, capaz de provocar sufocao. MUCOSA INTESTINAL Diarria: evacuaes involuntrias a cada movimento, com fezes escapando como se o nus estivesse aberto. ESTRUTURAS SEROSASi

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PLEURA O derrame se forma de modo brusco e evolui muito depressa, ocasionando, com freqnica, dispnia intensa. Sensao como se cada respirao fosse a ltima (mesmo nas afec-es no torcicas).

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SINOVIAIS Surtos reumatismais com articulao edemaciada, tensa, rosada, extremamente sensvel ao toque, presso e ao menor movimento. Agravao por aplicaes quentes e melhora pelo frio local. ENDOCARDIO E PERICRDIO Processo inflamatrio. MENINGES O doente se abate de modo rpido, podendo chegar ao coma; rola sua cabea de um lado a outro ou a afunda no travesseiro; range os dentes, emite gritos pungentes (gritos hidrenceflicos) e no pra de se descobrir; jamais leva a mo cabea (agravao pelo toque e pela presso); piora por banhos quentes e alivia por compressas frias. PERITNIO Timpanismo abdominal, com dor ao menor contato e ao mais leve esforo; ascite, hidropisia; peritonite bacilar, febre tifide grave; enterite das febres eruptivas, quando a erupo desaparece de modo intempestivo. APARELHO URINRIO RINS Urinas escassas, albuminosas, escuras, ou mesmo sanguinolentas. Edema brusco de plpebras, sobretudo inferiores, que pendem como bolsas de gua; edema nas extremidades e fia face, que se generaliza rapidamente, constituindo anasarca. BEXIGA Dores intensas, em queimao, ao urinar; a urina sai gota a gota. Reteno urinaria em lactentes. Comparar com Cantharis, onde os distrbios urinrios iniciam o quadro, seguidos depois pelos edemas; em Apis acontece o contrrio. APARELHO GENITAL OVARIOS Disfuno, donde amenorria e dismenorria. Amenorria com sensao de procidncia de rgos pelvianos, com distrbios nervosos, melancolia, pesadelos e incoordenao das mos; o paciente deixa cair tudo que tenta segurar com as mos. Sensao de procidncia, porm menos acentuada daquela de Sepia e de Natrum muria-ticum. Dismenorria com dores de picadas queimantes.

Quisto de ovrio, ovarite e, em especial, ovarite em mulheres tuberculosas. Simultaneamente dor no ovrio direito, pode ocorrer dor reflexa para o seio, em geral o esquerdo.

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ARGENTUM NITRICUMO nitrato de prata atua principalmente sobre o sistema nervoso central e sobre mucosas. SISTEMA NERVOSO A influncia geral de Argentum nitricum sobre o sistema nervoso resulta em desequilbrio que pode se traduzir por numerosos sintomas, tanto mentais como fsicos. a) Sintomas mentais. O indivduo Argentum nitricum costuma ser: 1. Um agitado ansioso que faz tudo depressa, pois o tempo parece lhe passar muito rpido. 2. Um emotivo que passa a apresentar diarria sempre que precisa assistir a um espetculo, apanhar um trem, etc, sendo acometido por apreenso frente idia de encontrar algum, de entrar numa loja, de formular um pedido. 3. Um fbico que receia dobrar a esquina de uma rua ou de caminhar entre fileiras de prdios, por medo de ser esmagado por eles; prediz a data de sua morte prxima. Costuma apresentar claustrofobia. 4. Um impulsivo compelido a caminhar sempre depressa (Lilium tigrinum), encontrando-se em perptuo estado de ansiedade. Se olhar atravs de uma janela ou passar sobre uma ponte, sente impulso de se atirar no vazio e, s vezes, o faz. 5. Um atormentado por pesadelos, em especial com serpentes (Lac ca-ninum), ou por sonhos repetidos em que se indispe com amigos. b) Sintomas fsicos A agitao de Argentum nitricum, seus temores e sua constante ansiedade o esgotam, a ponto de lhe conferir aparncia alm da idade real; ele envelhece prematuramente. Com freqncia, representa um intelectual

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impotente diante do seu trabalho ou arrasado por problemas. Pode, tambm, ser uma criana emaciada e envelhecida (Calcarea fluorica). Vertigens acompanhadas de zumbido nos ouvidos e por tremores; vertigem vista de prdios altos, bem como ao fechar os olhos. Extrema fraqueza dos membros inferiores com dificuldade de se manter em p; impossibilidade de caminhar com olhos fechados. Dores fulgurantes, sobretudo nos membros inferiores, na coluna vertebral e, principalmente, na regio lombar. Argentum nitricum encontra indicao na ataxia locomotora e tambm na epilepsia quando, alguns dias antes das crises, as pupilas se dilatam e grande agitao precede as convulses. Dor na regio lombar quando sentado, exasperada ao levantar-se, mas que diminui quando o paciente se conserva em p ou quando caminha. Cefalia congestiva com sensao dolorosa de expanso da cabea, aliviada por faixa apertada (Apis meilifera, Pulsatiila). A sensao de expanso ceflica, comum no indivduo Argentum nitricum, pode ser localizada ou generalizada. AO SOBRE MUCOSAS A ao geral sobre as mucosas resulta em ulcerao com secreo mucopurulenta profusa. MUCOSA OCULAR Oftalmia purulenta (exceto por blenorragia, quando ser mais conveniente o procedimento tradicional dos oftalmologistas), conjuntivite aguda com abundante escoamento mucopurulento. Fotofobia, sobretudo em ambiente quente. Distrbios de acomodao. MUCOSAS DIGESTIVAS Faringite, com sensao de farpa de madeira cravada na garganta. Acmulo de mucosidades espessas e tenazes, sobretudo pela manh, obrigando a pigarrear e a expectorar. Ponta da lngua vermelha e dolorosa. Ulcerao da mucosa gstrica, onde Argentum nitricum constitui medicamento principal. Dor ao nvel das falsas costelas esquerdas. Aero-fagia com difcil eliminao de gs, por espasmo esofagiano. Desejo irresistvel de acar e de alimentos aucarados (Sulfur, Calcarea carbnica, Lycopodium, Medorrhinum, Kali carbonicum). A erocolia. Diarria verde como espinafre picado; as evacuaes so "bruscas, explosivas, com emisso ruidosa de gases (Calcarea fluorica). Diarria se manifestando aps haver comido doces, at mesmo em lactentes cuja nutriz ingeriu muito acar.

Diarria imediatamente aps haver comido e, sobretudo, aps haver bebido. Diarria emotiva (antes de ir a um espetculo, de fazer uma visita, de tomar um trem, de prestar um exame ou de reencontrar amigos). MUCOSA RESPIRATRIA Catarro de laringe com perda da voz. Ulceraes e ndulos ao nvel das cordas vocais. Laringite crnica dos cantores. MUCOSAS URINRIAS Emisso de abundante urina clara, com necessidade urgente. Num estado mais avanado, incontinncia urinaria diurna e noturna; urina muito abundante que pode escorrer sem o conhecimento do doente (Causticum). Uretrite com descarga mucopurulenta. MUCOSAS GENITAIS Ulceraes em diferentes nveis do aparelho genital, com dores em farpa. A tendncia geral inflamao e ulcerao das mucosas acarreta fcil produo de hemorragias ao nvel das ulceraes: hemorragias bucais, gstricas, intestinais, hematrias e metrorragias ocorrendo duas semanas aps a menstruao. AS MODALIDADES MAIS IMPORTANTES A primeira importante modalidade consiste na agravao geral de todos sintomas durante a menstruao, tal como acontece em Actaea. Notar que os sintomas costumam desaparecer com as regras. A segunda modalidade importante consiste na agravao pelo calor, no importando sob que forma, com melhora pelo frio. A j citada claustrofobia se deve, por uma parte, a um desequilbrio nervoso e, por outra parte, agravao pelo calor; o paciente se sente asfixiado num quarto quente, se sufoca em reunio de numerosas pessoas, sente falta de ar em meio da multido, no consegue freqentar salas de espetculos nem os grandes magazines; peio contrrio, adora ar frio, abre portas e janelas, se expe ao vento com a cabea descoberta; aceita somente bebidas e alimentos frios. A terceira a agravao estando deitado sobre o lado direito. O paciente, portador de palpitaes violentas com ansiedade agravada pela menor emoo, pelos exerccios fsicos e pensando no seu mal, piora no decbito lateral direito, quando chega a sentir pulsaes e batimentos atravs de todo corpo. A quarta consiste na agravao dos distrbios gastrintestinais por alimentos aucarados, os quais o paciente Argentum nitricum adora.

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ARNICA MONTANA Arnica mostra ao eletiva sobre partes do organismo mais ou menos sujeitas a traumatismo: pele, tecido celular, msculos, vasos capilares e sistema nervoso; em experimentaes, Arnica reproduz aqueles mesmos sintomas observados aps pancada ou uma queda, desde os mais leves que se limitam a algumas equimoses , aos mais graves capazes de levar ao estado de choque. As duas principais caractersticas de Arnica sero, portanto, os dois sintomas cardinais de um traumatismo violento: sensao de fratura, de contuso generalizada; estado de prostrao, de choque, mais ou menos pronunciado. Decorrem destes aspectos as indicaes capitais de Arnica: 1. Nos traumatismos recentes e em todas seqelas possveis de um traumatismo, por mais antigo que ele seja. 2. Nas conseqncias de esforos musculares que, alis, representam traumatismos atenuados (Rhus toxicodendron, Aconitum). 3. Nas emoes profundas e nos esforos intelectuais excessivos que constituem, para as clulas cerebrais, verdadeiros traumatismos. Entretanto precisa ficar claro que, segundo a grande lei da semelhana, Arnica ser justificada em qualquer afeco alheia a traumatismo, desde que apresente sintomas semelhantes queles provocados por Arnica. No sentido da periferia para a profundidade orgnica, ser considerada, sucessivamente, a ao de Arnica ao nvel daqueles tecidos preferencialmente interessados num traumatismo. AO SOBRE PELE E TECIDO CELULAR SUBCUTANEO Equimoses aps choque leve. Furnculos pequenos e dolorosos. Acne em distribuio simtrica. Hiperestesia cutnea acentuada, a qual justifica duas grandes caractersticas do medicamento: sensao de cama dura (razo porque o doente se revira sem parar) e receio de ser tocado. AO SOBRE MSCULOS Arnica constitui importante medicamento das contuses em geral e daqueles sintomas decorrentes de traumatismo atenuado representado pelo esforo, razo porque se encontram em sua sintomatologia as mais variadas espcies de dores musculares: lumbago; pleurodinia; afonia dos oradores;

dores em contuso das paredes abdominais e do tero, aps o violento traumatismo representado pelo trabalho de parto; gastralgia aps haver comido muito depressa, o que pode ser explicado como mialgia; Arnica tem marcada influncia sobre um msculo oco o corao , donde: dilatao cardaca dos esportistas (Rhus toxicodendron, Aconitum); angina do peito com sensao de constrio (Cactus) e, sobretudo, sensao peculiar de contuso na regio precordial, acrescida por um pequeno sinal: dor ao nvel do cotovelo esquerdo; eretismo cardaco, com crise noturna de angstia: o doente grita que vai morrer, que preciso buscar o mdico, etc. AO SOBRE VASOS Arnica dilata os vasos, em especial os capilares, com conseqente congesto, sufuso sangnea, equimoses e hemorragias; sangra com facilidade: epfstaxe aps um golpe, ainda que leve, sobre o nariz; hemoptises aps crise de tosse; regras abundantes, com fluxo persistente no intermntruo. A congesto de Arnica se mostra mais pronunciada ao nvel da cabea, donde: cabea quente, estando frio o resto do corpo, com outras duas curiosas caractersticas: 1) na face, o nariz permanece frio; 2) sensao de gua fria derramada sobre o corpo. Ainda, as seguintes conseqncias: vertigens, equimoses palpebrais e subconjuntivais, bem como apoplexia, onde Arnica o primeiro medicamento a ser cogitado. AO SOBRE O SISTEMA NERVOSO Estado de choque, por traumatismo ou por outra causa: uma febre infecciosa grave, por exemplo. O doente exige que o deixem tranqilo; encontra-se prostrado, com perda involuntria de fezes; responde s perguntas que lhe so feitas, mas logo entra em estado de estupor ou de sono. Insnia aps traumatismos, esforos musculares prolongados, excesso de trabalho intelectual, emoes depressivas e decepes. As equimoses espontneas e as leses de acne em disposio facial simtrica, seriam reflexo da ao de Arnica sobre o sistema nervoso. Arnica tem ainda influncia sobre aparelhos que, diferentemente dos citados, no esto sujeitos a traumatismos fceis.

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APARELHO DIGESTIVO O odor ptrido das excrees constitui importante sintoma de Arnica: etidez de hlito, dos gases, das fezes; em geral, como decorrncia do nau funcionamento heptico (a exemplo dos furnculos e do acne j eferidos). Averso carne. Desejo de vinagre. Fezes involuntrias noite. APARELHO RESPIRATRIO Afonia dos cantores. Hemoptises. Tosse seguindo os gritos ou o ;horo, em crianas. Coqueluche: a criana chora antes da crise, pois sente a sua apro-cimao.

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ARSENICUM LBUMO arsnico era situado, antigamente, na categoria dos alterantes, visto o existir tecido, sistema ou rgo que ele no afete com menor ou naior intensidade, desde simples irritao at a destruio completa. No i de estranhar que seja ele empregado em diferentes graus de comprome-imento orgnico, desde os mais benignos at a caquexia terminal. Para evitar repeties desnecessrias, convm destacar, desde logo, is sete caractersticas principais de Arsenicum: Sensao de queimao. Melhora pelo calor. Ansiedade acentuada que leva agitao. Agravao entre meia-noite e 3 horas, com mximo em torno de 1 hora da madrugada. Retorno peridico de sintomas. Estados alternantes de excitao e de depresso. Excrees pouco abundantes, ftidas e queimantes. Estas caractersticas podem ser facilmente retidas pelas observaes seguintes: l. Arsenicum um custico violento e, como tal, provoca dores queimantes.

2." Destri as clulas e, em particular, os ncleos dos glbulos vermelhos do sangue, donde a anemia por diminuio das oxidaes e suas conseqncias: sensibilidade ao frio por falta de calor orgnico, donde a necessidade de se aproximar do fogo ou de outra fonte de aquecimento ao mesmo tempo, necessidade de ar, por falta de oxignio, necessidade de "janela aberta"; agravao noite quando, habitualmente, s oxidaes se reduzem em decorrncia da lentido circulatria. 3. A agitao de Arsenicum pode ser interpretada como fase de defesa do organismo que, uma vez esgotada, substituda por depresso. Estas duas fases, ao se alternarem, explicam, em parte, a periodicidade de vrios sintomas do medicamento. AO SOBRE O SISTEMA NERVOSO Arsenicum deprime as foras vitais e acarreta depresso e fraqueza extremas, fora de proporo com as causas desencadeantes aparentes: o menor esforo ou um leve exerccio, por exemplo. Arsenicum ainda um agitado por ansiedade, que deseja mudar constantemente de lugar mas, devido fraqueza, obrigado a se fazer transportar, precisa parar aps o menor deslocamento, ou permanecer tranqilo para repousar. As crises de ansiedade acontecem sobretudo noite e o retm no leito; medo da escurido, da morte e de ficar a ss. Prostrao, ansiedade e agitao so trs importantes manifestaes de Arsenicum. Esse quadro se encontra nas doenas graves, a exemplo das febres tifides graves. Importante acrescentar que Arsenicum friorento, que se protege por cobertores e se recolhe a um canto aquecido; contudo, tem necessidade de respirar ar fresco atravs de janela aberta. Arsenicum produz hipersensibilidade geral (Hepar sulfuris) dos sentidos, bem como dores ardentes como carves acesos ou agulhas enrube-cidas pelo fogo dores estas aliviadas pelo calor e por aplicaes quentes. Produz ainda paralisias simtricas que, principiando pelas extremidades artelhos e ps, ou ainda dedos das mos , podem se estender at cotovelos, ou joelhos, sem ultrapass-los. As retraes tendinosas so comuns, os extensores so atingidos e a atrofia pode ser precoce. Arsenicum causa tremores, abalos espasmdicos de grupos musculares e movimentos coreiformes. AO SOBRE MUCOSAS As mucosas esto irritadas, inflamadas, vermelhas e secas, produzindo queimante; exsudato escasso, porm extremamente escoriante e

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isto acontece em relao aos escoamentos da coriza, da conjuntivite e da otite. As fezes so diarricas, em quantidade reduzida, de odor cadavrico e estenuantes; sendo irritantes, produzem escoriaes da pele em torno do nus e podem se acompanhar de eczema com prurido e queimao. A leucorria apresenta as mesmas caractersticas. O mau odor tambm caracteriza o fluxo menstrual; as regras podem estar reduzidas em quantidade mas, outras vezes, so abundantes. TECIDO SEROSO Os derrames serosos, ao contrrio das efuses mucosas, so abundantes e de instalao rpida, sob forma de pleurisias e ascites. Fgado e bao aumentados explicam a freqente indicao de Arsenicum na cirrose. TECIDO CUTNEO A pele seca, como pergaminho, com tendncia a enrugar e a se ressecar, com erupes as mais diversas: ppulas, vesculas, pstulas, etc, acompanhadas de dores queimantes e prurido que se alternam continuamente, em especial durante a noite. Eczema pior no inverno e melhorado no vero. Arsenicum produz, de preferncia, leses escamosas, sendo medicamento capital da psorase e das ulceraes com a caracterstica de serem superficiais, queimantes, com secrees de odor abominvel e com tendncia a fcil sangramento. Edemas, sobretudo ao nvel das plpebras inferiores, as quais pendem como pequenas bolsas dgua. AO SOBRE O SANGUE Entre os homeopatas, como entre os alopatas, reina confuso quanto influncia do arsnico sobre cada um dos elementos do sangue, contudo certo que ele produz anemia, curando-a, portanto, em pequenas doses. Arsenicum possui acentuada tendncia a sangrar, entretanto as epis-taxes, as hematmeses, melenas, hematrias e as hemorragias genitais, somente encontraro indicao deste medicamento quando houver concomitncia de queimao e escoriao ao nvel da hemorragia, com ansiedade e prostrao. AO SOBRE OS RGOS ESTMAGO A ingesto acidental de arsnico provoca violenta gastrite aguda, de modo que o mesmo poder convir ao doente com estmago extrema-

mente irritvel e com sensao local de ferida aberta, a ponto da menor refeio ou a menor quantidade de lquido despertar dores e provocar vmitos ou evacuao imediatos, isolados ou simultneos; as dores so queimantes e atrozes. O doente manifesta intensa sede de gua fria, porm esta permanece como um peso no estmago e acaba sendo vomitada. Porisso, Arsenicum bebe pogco por vez, freqentemente. Averso pela carne e pela manteiga, s vezes por todos os alimentos, dos quais no pode suportar nem sequer o cheiro. ABDOME Distendido e doloroso, sensvel ao menor contato. Hipertrofia do fgado e do bao. Ascite. Hemorridas queimantes como fogo, mas aliviadas por gua quente. PULMES Asma cujos acessos so mais acentuados noite, em torno da meia-noite, com expectorao espumosa como clara de ovo batida, sobretudo quando esta asma aparece aps supresso de erupo cutnea. Dor fixa, lancinante e aguda no tero superior do pulmo direito. Tosse com sensao de respirar vapores de enxofre. CORAO Batimentos muito fortes e visveis (Spigelia). Sensao de constrio (Cactus). Angor pectoris, onde a indicao freqente. RINS Albuminria, com edemas localizados ou anasarca. Mal de Bright. Di/as indicaes gerais tm sido propostas, por autores diferentes: 1.) TESTE julga Arsenicum excelente recurso nas afeces endmicas que acometem os habitantes de regies pantanosas. De fato, Arsenicum importante medicamento das febres paldicas caracterizadas por periodicidade e hipertrofia do bao, convindo aos acessos incompletos e mal definidos, com calor intenso e grande sede por bebidas quentes. 2.) JAHR julga o medicamento til nas conseqncias de resfriamentos pela gua (Antimonium crudum). A face do tipo Arsenicum tem sido descrita de modo resumido nos seguintes termos: "Plida, balofa ou amarela, caqutica; olheiras; lbios plidos ou lvidos. Quando os distrbios que exigem o medicamento so menos pronunciados a pele pode, ao contrrio, se mostrar rosada e as

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comissuras labiais apresentarem finas escamas epidrmicas comparadas ao p de arroz cosmtico".

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ARSENICUM IODATUMEste medicamento binrio apresenta, alm de sintomas prprios, numerosos outros pertencentes a um de seus dois componentes. Quando um dos sintomas for pertencente tanto a Arsenicum quanto ao lodum, ento ele se far evidente de modo especialmente reforado. Apesar disso, Arsenicum parece superar lodum; na verdade, lodum seria um Arsenicum atenuado, convindo aos estados menos graves que aqueles correspondentes ao Arsenicum lbum propriamente dito. Arsenicum iodatum costuma apresentar indicaes na ditese sifi-ltica e na ditese tuberculosa. Distinguem-se em Arsenicum iodatum alguns aspectos mrbidos importantes: 1. Desnutrio (Arsenicum) Emagrecimento, com grande fraqueza e depresso geral da fora vital; esgotamento sem proporo real com a causa que o produziu: s vezes, um simples resfriado (Arsenicum); o apetite no apenas est conservado, mas o doente pode apresentar fome canina e ficar ansioso enquanto no comer (lodum). 2. Catarros (Arsenicum) As formaes catarrais so regidas por esta lei: "Toda eliminao, seja qual for sua origem, independente da doena ou localizao, desde que seja irritante e corrosiva para aquetas mucosas onde se instala, bem como para os tecidos sobre os quais se escoa, indica de imediato Arsenicum iodatum". Em especial: Leucorria escoriante acompanhada de ulcerao do colo uterino. Diarria urente, irritando as ndegas, comum em crianas pequenas. 3. Adenopatia (lodum) Hipertrofias ganglionares. Escrfulo. 4. Tuberculose (Arsenicum - lodum) Arsenicum iodatum manifesta influncia eletiva sobre o pice pulmonar esquerdo.

Indicaes: Em tuberculnicos oxigenides (lodum) nos quais se receia a evoluo para tuberculose. Na eventualidade comum entre as adolescentes: amenorria com palpitaes, anemia e dispnia. Na tuberculose incipiente, quando ainda existe apenas discreta hiper-termia vespertina, junto a distrbios que denunciam infeco mais grave: prostrao profunda, pulso rpido, transpirao, tendncia diarria e emaciao. Nas tuberculoses cavitrias. 5. Hipertrofias glandulares (lodum) Hipertrofias e induraes glandulares. Bcio. Hipertiroidismo. 6. Arteriosclerose (lodum - Arsenicum) Vertigens. Degenerao miocrdica e artica. Opresso crnica. Fraqueza geral, emagrecimento. Neurastenia junto arteriosclerose cerebral. MODALIDADES AGRAVAO Por temperaturas extremas (Arsenicum agrava pelo frio, lodum pelo calor). Pelo vento frio e pelo vento quente (alm de Arsenicum iodatum, somente Ipeca possui esta dupla modalidade contraditria). Por fome. MELHORA quando come (lodum). SISTEMA NERVOSO Sensao de queimadura (Arsenicum) Sensao de pulsao, de batimento (lodum) Sensao de constrio de msculos (Cactus) Cefalia dos estudantes, agravada pela manh. APARELHO DIGESTIVO Grande sede com desejo de gua fria (Arsenicum). Diarria dos portadores de tuberculose avanada. Abdome distendido. Dor em elicas que foram a se dobrar para frente (Colocynthis). A expulso de gases alivia, assim como a evacuao intestinal.

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APARELHO RESPIRATRIO Coriza intensa com descarga mucosa, to irritante a ponto de provocar reao inflamatria sobre o lbio superior (Arsenicum). Tosse seca dos velhos pleurticos que evoluem para snfise pleural (nestes casos seria til o seguimento com Silcea). Asma. Febre do feno. Inflamao de brnquios e dos pulmes, com expectorao abundante e purulenta, de cor amarelo-esverdeada. APARELHO CIRCULATRIO Corao de indivduos idosos; miocardites e afeces valvulares. APARELHO URINARIO Indicaes freqentes na nefrite crnica. PELE Dermatoses persistentes, sobretudo quando existem crostas meli-ricas. Psorase. Esfoliao cutnea acentuada, com eliminao de grandes escamas. Ictiose.

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AURUM METALLICUMMedicamento anticongestivo, anti-sifiltico e antiescrofuloso. AURUM, UM ANTICONGESTIVO O indivduo Aurum se encontra em estado de eretismo vascular que se evidencia atravs de face vermelha, intumescida, com batimentos das artrias cartidas e temporais, diiatao venosa, sensao de pulsao em diversas partes do organismo e elevao da tenso arterial. a) O CORAO apresenta violentas palpitaes noturnas e sensao de parada por alguns segundos, seguida de violento golpe. Sobrecarregado, o corao se hipertrofia donde a indicao de Aurum no corao hipertrofiado dos indivduos idosos, corpulentos, sangneos e pletricos. Endocardite reumtica que se instala aps prvios surtos reumatismais, sucessivos, em diferentes articulaes. 36

b) OS PULMES se apresentam hiperemiados donde, ao menor esforo, a sensao retroesternal de peso esmagador e dispnia cardiopulmo-nar, impedindo de permanecer deitado e forando o doente a passar a noite numa poltrona, com o corpo inclinado para frente. c) O FGADO se congestiona e se ptosa, isto , bascula para frente, instalando-se a cirrose com ascite (o alcoolismo costuma figurar na etiologia dos indivduos Aurum). A dificuldade circulatria do sistema porta se traduz por hemorridas que "sangram durante as evacuaes". d) A congesto dos RGOS SEXUAIS causa sonhos erticos; os testculos, sobretudo o direito, aumentam de volume e se tornam dolorosos. Aurum pode constituir importante medicamento da orquite. O tero se prolaba. Nas curas obtidas por Aurum constam cistos ova-rianos e numerosas afeces genitais que se exacerbam em cada perodo menstrual e que se acompanham por distrbios psquicos, principalmente melancolia. e) PSIQUISMO. Ao estado de congesto com eretismo circulatrio, podem estar relacionados dois tipos Aurum: a - Um deles agitado, ansioso, excitado, que faz tudo depressa; manifesta grande necessidade de atividade fsica e mental, entrando em clera violenta menor contradio. b - Um estado oposto, que seria decorrente da sfilis, da mercuriali-zao excessiva ou, ainda, de depresso causada por tristezas de origem variada, mas principalmente, por amor contrariado; ainda, conforme j citado, por afeces genitais femininas. O indivduo Aurum , portanto, um hipocondraco tpico, um melanclico por excelncia, que v tudo negro. Esta disposio de esprito o leva ao desespero, ao desgosto pela vida e idia de suicdio que no chega a concretizar por medo da morte. O tipo infantil de Aurum corresponde, em geral, a um heredo-sifilti-co: indivduos de 13 ou 15 anos aparentam mais jovens quanto ao desenvolvimento do esprito e do corpo, o que seria atribudo ao desenvolvimento testicular insuficiente; so tristes, lnguidos e desanimados. AURUM, UM ANTI-SIFILTICO Alm do alcoolismo, na etiologia do indivduo Aurum pode ser detectada a sfilis e a mercurializao intensiva, donde os sintomas: Dores sseas noturnas, sobretudo nos ossos curtos. Produo de exostoses e de ulceraes, estas afetando preferencialmente os ossos do nariz e do plato. Fibrose heptica. 37

AURUM, UM ANTIESCROFULOSO Muito mais que sfilis (ou sifilinismo), a adenopatia ganglionar das regies afetadas se deve escrofulose. Porm, inerente a esta ditese a crie de vrtebras, com produo de fstulas o que indica Aurum no mal de Pott. Obviamente, pensa-se em Aurum sempre que se apresentar sfilis instalada sobre uma constituio escrofulosa terrvel associao que RICARD denominou: a escrofulose da sfilis. A face pode apresentar, em seus diferentes nveis, valiosas indicaes de Aurum: Os OUVIDOS supuram continuamente, aps uma doena infecciosa e, em especial, aps escarlatina. O NARIZ, fundido em sela nos luticos hereditrios, globoso e viol-ceo nos alcolicos, costuma apresentar ozena. Os OLHOS de Aurum manifestam vrias afeces, desde as mais benignas (calzios), at as mais graves [coroidites); tambm irites com dores propagadas aos ossos da rbita e agravadas ao toque; todas estas afeces apresentam vascularizao exagerada, como resposta congesto prpria de Aurum. Entretanto, o fenmeno mais curioso a hemianopsia horizontal, quando o indivduo consegue ver somente a metade inferior dos objetos. A BOCA exala hlito ftido, comum nas adolescentes anmicas durante a puberdade. OUTRAS CARACTERSTICAS AGRAVAO: noite, como todos medicamentos anti-sifilnicos; pelo frio; no inverno; durante a menstruao; pelo repouso. OUTRAS INDICAES Cefalia dos estudantes que se queixam, ao mesmo tempo, de angstia precordial e de ondas de calor ao menor trabalho intelectual. Bcio simples e bcio exoftlmico. Angina do peito e afeces articas.

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BARYTA CARBNICA O carbonato de brio tem sido cognominado como medicamento da erilidade, pouco importando se este estado se encontra em jovens, adultos ou velhos; o indivduo Baryta carbnica pensa e age como criana. Em resumo, pode-se afirmar que Baryta carbnica convm s crianas precocemente envelhecidas e aos velhos que parecem haver retornado infncia. Baryta carbnica possui ao eletiva sobre o tecido linftico de um modo geral, em qualquer regio orgnica; os gnglios se hipertrofiam e endurecem. Esta mesma influncia se faz sentir sobre as glndulas. Enfim, o carbonato de brio provoca, experimentalmente, a contrao de arterolas e favorece a formao de ateromas. As conseqncias desta qudrupla atuao so as seguintes: 1." Baryta carbnica encontra indicaes em CRIANAS fsica e intelectualmente retardadas, de talhe reduzido e ventre volumoso, que se resfriam com facilidade e que apresentam amgdalas hipertrofiadas, com suores ofensivos nos ps e que tardam para aprender a caminhar (Silicea, Calcarea carbnica). Baryta carbnica entrava, ainda, o desenvolvimento psquico, sendo esta a sua maior caracterstica. As crianas so tmidas, permanecem sentadas num canto sem brincar, no manifestam nenhuma curiosidade de esprito, nada retm, nada compreendem e no progridem na escola; so atrasadas. Mais tarde, pelos 20 anos, volta a se tornar evidente o mesmo atraso intelectual; a jovem, por exemplo, ainda brinca com boneca e profere puerilidades, mantendo conversao e conduta de menina. Na IDADE ADULTA, Baryta carbnica convm aos portadores de traos faciais imveis, destitudos de reao e que no conseguem ser impressionados; mostram expresso estpida que faz supor, primeira vista, falta completa de julgamento e de sensibilidade. Os VELHOS revelam estado semelhante, s vezes consecutivo a ictus cerebral. Em TODAS AS IDADES se destaca enfraquecimento da memria, to marcado que faz o paciente se perder nas ruas que habitualmente freqenta. O TIPO FEMININO pode, s vezes, apresentar aspecto viril, devido insuficincia ovariana associada a hipersuprarrenalismo ou, em ltima anlise, a distrbios hipofisrios. 2. A AO SOBRE LINFTICOS explica a hipertrofia ganglionar generalizada, do pescoo, das axilas e das virilhas; dos gnglios traqueobrn-quicos e mesentricos; hipertrofia crnica das amgdalas, com surtos inflamatrios recidivantes e tendncia supurao.

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3. A AO SOBRE GLNDULAS poder justificar a indicao em portadores de adenoma prosttico e de hipertrofia de testculos. 4. A AO SOBRE VASOS induz indicao de Baryta carbnica em: a) Hipertenso arterial simples. b) Arteriosclerose cerebral com cefalia vaga, em geral noturna. c) Vertigens dos velhos apoplticos ou ameaados de apoplexia. d) Conseqncias remotas de um ictus. Outras indicaes 1 2 3 4 - Induraes cutneas e aponevrticas (doena de Dupuytren). - Tumores sebceos com localizao preferencial na nuca. - Impotncia genital. - Espasmos do esfago ao deglutir (Baptisia).

Nos velhos, em particular: Estertores pulmonares com muco muito abundante que o paciente no consegue expectorar (Ammonium carbonicum, Antimonium tartaricum). Asma. Pneumonia migratria. Caractersticas 1. Muito sensvel ao frio. Todas queixas so exacerbadas pelo frio, salvo as manifestaes da cabea, as quais melhoram pelo frio e agravam pelo calor. 2. Sensao de teia de aranha sobre a face.

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BELLADONAA autpsia de indivduo envenenado por Belladona revela violenta congesto do crebro e das meninges, explicando a propriedade mais importante, que torna Belladona um medicamento da congesto ceflica. No organismo vivo, todo sangue parece estar sendo impelido em direo cabea, que se torna vermelha, quase prpura, muito quente, enquanto que as extremidades permanecem frias; os olhos se encontram injetados de sangue, as pupilas dilatadas, as cartidas pulsantes e o indivduo se queixa de sensao dolorosa de plenitude.

Belladona constitui, portanto, importante medicamento: da congesto cerebral; das cefalias congestivas. Esta congesto cerebral se mostra mais evidente ao nvel do crtex, tornando as zonas psquicas especialmente irritadas, justificando Belladona como importante medicamento: da mania aguda; da epilepsia; das convulses; das meningites.

Belladona pode ser indicada como medicamento ceflico pelos fatos seguintes: ao eletiva sobre crianas com crebro bem desenvolvido e nas afeces cujas causas se situam ao nvel da cabea e se propagam de cima para baixo (por exemplo, dores articulares que sobrevm aps exposio da cabea ao frio e umidade). Belladona, alm de atuar sobre o crtex, congestiona e irrita, simultaneamente, outros setores do sistema nervoso central os ncleos opto-estriados e o cerebelo donde os distrbios da marcha que conferem a certas manifestaes txicas a qualificao de "embriaguez beladonada", bem como de coria; a irritao do bulbo explica os fenmenos larngeos: disartria, tosse espasmdica, respirao estridulosa, etc. A irritao da medula justifica outras indicaes: mielites agudas em incio; Belladona excita o simptico, razo porque nos indivduos deste medicamento tudo espasmdico: espasmo dos vasos sangneos, dos pequenos canais hepticos, do conduto cstico, do coldoco, dos rgos ocos (esfago, estmago, intestinos, bexiga, tero) e dos esfncteres. Belladona possui simultnea ao paralisante sobre o vago, donde os fenmenos de acelerao cardaca que sero assinalados no pargrafo referente ao aparelho circulatrio. Estes fenmenos apresentam um aspecto comum que pode ser assim sintetizado: Irritabilidade de todo sistema nervoso, por congesto. Quanto maior for a congesto por Belladona, maior ser o grau de excitabilidade, com as conseqncias: 1. HIPERSENSIBILIDADE GERAL DOS SENTIDOS aos estmulos: rudo, palpao, toque, vibraes, luz e ar frio. 2. INSTABILIDADE DE SINTOMAS, que passam de modo sbito de uma regio a outra, duram pouco e causam alteraes rpidas sobre o estado do doente o qual, excitado num momento, torna-se abatido logo a seguir, etc.

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Belladona um medicamento essencialmente nervoso. Cinco outras peculiaridades completam o quadro geral de Belladona, que o qualificam como medicamento: AGUDO O indivduo adoece de modo sbito, sem prdromos; a doena atinge rapidamente o mximo de intensidade. VIOLENTO O doente sofre muito e implora alvio. RPIDO Desde que o doente passa a melhorar, os sintomas desaparecem rapidamente e a cura se instala to depressa quo depressa sobreveio a doena. Este carter de rapidez se faz mais evidente em relao s dores, que costumam ser fulgurantes. VERMELHO O rubor no se limita face, mas abrange a superfcie dos tegumentos de um modo geral. QUENTE O calor se encontra muito acentuado em Belladona; as congestes locais proporcionam sensao de calor no apenas subjetivo, mas tambm objetivo.

Estas peculiaridades permitem a sntese: Belladona medicamento nervoso, ceflico, agudo, rpido, violento, vermelho e quente. ... " como juntar tudo de Belladona numa casca de noz". Assinalando que estes aspectos so comuns nas doenas infantis, torna-se fcil compreender a razo porque Belladona compete com Cha-momilla na clnica diria.

Antes de mencionar os distrbios mais importantes dos diferentes sistemas e aparelhos, merecem referncia dois quadros sintomticos, cuja marcada semelhana com Belladona justifica a sua prescrio: 1. BCIO EXOFTLMICO Os homeopatas, de modo geral, consideram Belladona um medicamento freqente na doena de Graves-Basedow, pela capacidade de evidenciar proeminncia dos globos oculares, violentas palpitaes, pulso acelerado, batimentos carotdeos, tremores e at mesmo diarria. 2. ENVENENAMENTO POR CARNE AVARIADA, chamado de atropinismo por certos autores, em razo da similitude de sintomas; nestes casos Belladona se apresenta como possvel medicamento, seguro e de atuao rpida.

SISTEMA NERVOSO DELRIO violento, agudo e selvagem, que se traduz por viva excitao nas palavras e nos gestos; pode ser hilariante ou furioso; sempre acompanhado por alucinaes, decorrentes da irritao congestiva dos centros sensoriais, sendo sobretudo visuais: o doente v monstros, formas bizarras e apavorantes, freqentemente coloridas em vermelho, das quais tenta se livrar atravs da fuga e at mesmo saltando por uma janela; quer bater, morder, rasgar; apresenta hidrofobia. Belladona forma, com Hyosciamus e Stramonium, o trio da mania aguda. EPILEPSIA, quando constam na aura: sensao de reptao nos membros, calor que sobe do estmago, percepo de rudo musical e distrbio da viso. CONVULSES, sobretudo em crianas, onde a sndrome convulsiva , em sua natureza, idntica epilepsia, mas cuja condio traduz estado de espasmofilia exclusiva da esfera de Belladona e tendo como causas determinantes: febres eruptivas, dentio e verminose (Cina). MENINGITE de incio, ainda sem afluxo de sangue, quando muito com exsudao serosa, porm ainda sem exsudao leucocitria ou plasmtica. MIELITES incipientes, quando ainda nada existe seno a irritao da medula. A indicao de Belladona ser justificada nas dores fulgurantes da tabes, desde que acompanhadas por reflexos exaltados. CEFALIAS com latejamento doloroso, calor e sensao de plenitude, aliviadas por faixa apertada. Sensao dolorosa como se a cabea estivesse se expandindo. NEVRALGIAS atrozes, lancinantes ou terebrantes, forando a fletir o corpo sobre a sede da dor, como que para comprimi-la; concomitantes agravaes hiperestsicas, prprias de Belladona. VERTIGENS ao menor movimento da cabea e at mesmo dos olhos. INSNIA com grande desejo de dormir. APARELHO CIRCULATRIO A ao geral de Belladona consta no seguinte: aps curta fase de vasoconstrio perifrica e de retardamento cardaco, sobrevm instalao brusca de fenmenos inversos: acelerao do.pulso at 100, 120, 140 batimentos por minuto , dilatao capilar e aparecimento de erupes eritematosas, em placas, em diferentes reas do corpo; este quadro acarreta batimentos arteriais violentos por todo corpo e ao nvel do corao, com pulso cheio, forte e duro ( palpao, sensao de gros de chumbo).

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APARELHO DIGESTIVO BOCA Trs fenmenos caractersticos dominam na cavidade bucal: rubor, secura e constrio. Lngua, boca e faringe se apresentam vermelhas e como que enver-nizadas; secura, pois as secrees glandulares adjacentes se encontram suprimidas (congesto vascular e secrees glandulares constituem fenmenos independentes); simultnea constrio farngea acentuada que, somada secura, torna a deglutio extremamente dolorosa. Belladona , por excelncia, o medicamento da angina vermelha, no exsudativa e da angina escarlatnica. ESTMAGO Os espasmos tpicos do medicamento se traduzem ao nvel do estmago sob forma de dores constritivas e cimbra. ABDOME O abdome se apresenta timpnico, hipersensvel, doloroso e quente. Belladona encontra indicaes na ocluso intestinal, na apendicite e na peritonite em incio; nas elicas hepticas e nas elicas violentas infantis que aliviam, ou curvando o corpo para frente (como Colocynthis), ou extendendo o corpo para traz (como Dioscorea). APARELHO RESPIRATRIO Os distrbios respiratrios de Belladona so dominados pela caracterstica: extrema sensibilidade ao frio, donde: coriza, sobretudo aps apanhar frio no couro cabeludo, com a particularidade de obstruo nasal noite e escoamento de secrees durante o dia; epistaxes aliviando a cefalia (Melilotus); tosse convulsiva: ladrante, pior noite, com repercusso dolorosa e sem expectorao; laringite estridulosa (Spongia); coqueluche: quintas com predominncia noturna e ao menor movimento. APARELHO GENITAL As indicaes ginecolgicas so tambm determinadas por espasmos, irritabilidade e hiperestesia uterina. Sensao de procidncia. Regras adiantadas e profusas, quentes, de cor vermelho-viva, com cogulos negros. Secura da vagina (em concomitncia com secura das demais mucosas).

Dores no ovrio direito, aparecendo e desaparecendo bruscamente, como as demais dores de Belladona. Seios dolorosos, pesados e hipersensveis ao mais leve toque, com latejamento e trajetos linfangticos avermelhados, visveis, irradiando a partir dos mamilos. APARELHO URINRIO Destaca-se, ao nvel do aparelho urinrio, o espasmo do colo da bexiga e da uretra; espasmo seguido por atonia (efeito secundrio do medicamento), com emisso involuntria de urina nas mulheres (Causticum, Dulcamara). Incontinncia noturna em crianas, sobretudo quando, durante o dia, houve emisses freqentes de urina plida e abundante. No perodo incipiente do mal de Bright, com dores lombares e urinas vermelhas. PELE Ao contrrio das mucosas secas, a pele se apresenta mida, sobretudo nas partes cobertas. Eritema, vermelho ou escarlate; angina; lngua vermelha, com aspecto em framboeza, lembrando a escarlatina. Belladona constitui o principal medicamento da escarlatina. Eritema por insolao. Eritema da erisipela. O exame da pele importante pelo fato dos processos inflamatrios locais reproduzirem, ao mximo, as caractersticas de Belladona; estes processos, sob forma de furnculos, abscessos e fleimes, se acompanham de: hipersensibilidade extrema; dores vivas e latejantes (dor); tumefao sbita (tumor); rubor intenso com esboo de formaes avermelhadas em raios de roda (rubor); calor intenso, tanto subjetivo como objetivo (calor). OLHOS Congesto acentuada; indicaes no glaucoma (obviamente, em doses infinitesimais). Conjuntivite com localizao dominante junto ao ngulo interno. Fotofobia. Irite (um dos principais medicamentos). Os objetos parecem vermelhos. Dilatao pupilar conseqente tanto da excitao do simptico como da paralisia do III par.

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Paralisia de acomodao que segue dilatao pupilar e que est na origem de distrbios amblipicos diversos, dos quais o mais comum: encavalgamento das linhas durante a leitura.

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BROMUMA inalao de bromo determina reao imediata do organismo, com manifestaes simultneas de coriza, tosse e sufocao justificando a indicaopdeste medicamento nos processos inflamatrios agudos e violentos ds vias respiratrias superiores. 1.a Caracterstica: Bromum atua violentamente sobre as mucosas das vias respiratrias superiores. MUCOSA NASAL Coriza. Secreo que provoca escoriao das asas do nariz e do lbio superior; as narinas apresentam esgaramento com crostas (Arsenicum lbum, Causticum). MUCOSA FARNGEA Inflamao aguda da faringe que se mostra vermelha e edemaciada, com dor em ferida aberta ou de corpo estranho entre os pilares, o que provoca um contnuo pigarrear e torna a deglutio muito penosa. MUCOSA LARNGEA Bromum exerce pouca ou nenhuma ao sobre as falsas membranas exclusivamente faringeas. Entretanto, constitui medicamento de crupe: falsas membranas na laringe e traquia. As falsas membranas de Bromum comeam a se formar nos brnquios, depois na traquia e laringe, isto , se propagam de baixo para cima, enquanto aquelas de Lycopodium comeam pelo nariz e se extendem para baixo. Existe constrio espasmdica da garganta impedindo a. deglutio, e da laringe impedindo de respirar. Sobrevm sufocao: o doente apresenta dificuldade para falar, sendo acometido por crises paroxsticas desde que tenta deglutir. Tosse crupal, com acessos bruscos de sufocao.

2.a Caracterstica: As glndulas partidas e submaxilares, sobretudo esquerdas, se apresentam volumosas, duras e indolores, traduzindo a segunda ao importante de Bromum sobre gnglios e glndulas, principalmente de lateralidade esquerda; destaca-se ainda especial eletividade pelos testculos e ovrios. 3.a Caracterstica: Uma terceira ao depressiva , se exerce sobre a medula espi-nal e o crebro, se relacionando aos sintomas seguintes: Alucinaes na obscuridade. Vertigens vista de gua corrente. Enxaqueca esquerda, aparecendo pelas 15 ou 16 horas. Sensao de teia de aranha sobre a face. Outras caractersticas Melhora beira-mar, em especial a asma (Natrum muriaticum, Me-dorrihinum). Melhora andando a cavalo ou se deslocando em veculo. Outras indicaes Diarria provocada por ostras (Lycopodium). Dismenorria membranosa (Borax, Lac caninum). Fato curioso: este medicamento, dotado de lateralidade esquerda to marcada, oferece indicaes na tuberculose de pice pulmonar direito e tambm na angina de peito com dor em entorpecimento propagada ao brao direito, e no ao esquerdo.

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BRYONIA ALBAA Bryonia: 1. Provoca exsudao das serosas. 2. Resseca as mucosas. 3. Congestiona o fgado e possui uma peculiaridade importante: agrava-o pelo movimento.

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AO SOBRE SEROSAS Nenhum outro medicamento afeta as serosas com tanta intensidade e constncia como Bryonia. Esta ao se faz presente ao nvel das serosas em geral: pleura, pericrdio, endocrdio, sinoviais, meninges, peritnio, etc. Bryonia corresponde segunda fase das inflamaes serosas, quando o exsudato se produz, isto , quando conitum e Belladona no conseguiram impedir a sua formao e no mais tm indicao; nestes casos, importa que o eventual emprego de Bryonia seja o mais precoce possvel. AO SOBRE MUCOSAS Sobre as mucosas, Bryonia possui atuao exatamente oposta: processo inflamatrio agudo que persiste no estado de sequido e que se manifesta por dores lancinantes e picantes. Aqui a ao de Bryonia continua sendo geral, isto , se estende a todas as mucosas, tal como acontece com as serosas. A inflamao seca ocorre ao longo do tubo digestivo; lbios secos como queimados, lngua seca e como que tostada; boca e faringe secas; sede intensa por grandes quantidades de gua fria; obstipao com fezes duras e secas, como que calcinadas; ao nvel do aparelho respiratrio: coriza seca e tosse seca, com irritao de laringe e traquia. A secura da mucosa uretral explica a dor local no intervalo das mic-es, que alivia pela passagem da urina. AO SOBRE O FGADO O fgado, em especial o lobo direito, se encontra aumentado de volume, pesado como pedra e sensvel presso; constitui sede de dores lancinantes agravadas pelo movimento, aliviadas pelo repouso e deitando sobre o lado doloroso. Dores no ombro direito. A insuficincia heptica d origem a transtornos gstricos: nuseas, vmitos biliosos e distrbios gerais com ictercia, obstipao e crises de asma. Em muitos casos Bryonia parece reforar a capacidade orgnica de defesa, ao atuar sobre a insuficincia heptica. Frente a uma leso, Bryonia agir tanto melhor quanto mais prxima do peritnio estiver situada essa leso. (Pertence Bryonia a propriedade geral de influenciar rgos envoltos por serosas e as partes destes rgos mais adjacentes s serosas). Grande caracterstica de Bryonia: agravao pelo movimento. "Sempre que um doente relatar ntido alvio ao permanecer tranqilo,

voltando a sofrer ao menor movimento (de modo que quanto mais se mexe, mais sofre), Bryonia ser o medicamento prioritrio. Qualquer que seja o rgo ou tecido afetado, qualquer que seja o nome da doena, essa caracterstica possui valor dominante. Porisso, o doente de Bryonia detesta o movimento e busca repouso, tanto fsico como psquico; sente-se melhor em ambiente escuro e silencioso, agravando por qualquer agitao do meio ambiente". Bryonia to sensvel ao menor movimento, a ponto do simples volver dos olhos ser capaz de agravar a sua cefalia; tambm a diarria embora exepcional com este medicamento , se manifesta pela manh ao primeiro movimento. A prpria respirao pode agravar as dores, em afeces pulmonares ou abdominais. TIPO Este medicamento heptico atua de modo seletivo em indivduos de aspecto bilioso, de pele escura, facilmente irritveis e que entram em clera por motivos fteis. A clera, alm de agravar sintomas j existentes, desperta outros sintomas novos. O tipo Bryonia, um atrabiliar, apresenta averso por companhia, desejando solido, tranqilidade e repouso. MODALIDADES No ser demais insistir sobre a importncia da modalidade constante no indivduo Bryonia: o movimento como causa ou fator de agravao de suas dores e dos seus distrbios. Assim, o simples fato de se levantar pela manh desperta diarria; o mesmo quanto s vertigens e ao desfalecimento, cuja nica forma de alvio ser a imobilidade absoluta no leito. Bryonia agrava pelo calor e, em especial, pelo calor em aplicaes externas; necessita de ar livre; sente-se mal no interior de igrejas, no teatro, em ambientes aquecidos ou mal arejados; abre as janelas e suporta pouco agasalho. O calor local, ao contrrio, pode melhorar certos sintomas gstricos; assim, compressas ou envoltrios quentes aliviam as dores articulares bem como os males de cabea, desde que estas manifestaes no sejam de natureza congestiva. Entretanto, excetuadas estas trs eventualidades, Bryonia melhora pelo frio sob diferentes formas. A agravao horria se situa em torno das trs horas da manh e pelas nove horas da noite; o lado direito costuma ser acometido com maior freqncia que o esquerdo. As dores de Bryonia so sensveis presso moderada, porm melhoram pela presso forte. Por este motivo o doente prefere deitar sobre o lado doloroso, posio que lhe acrescenta a vantagem de imobilizar a regio afetada.

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BRYONIA NOS REUMATISMOS Bryonia representa, de fato, um dos principais medicamentos do reumatismo, tanto nas formas articulares como naquelas musculares. No primeiro caso, as dores revelam notvel melhora pela presso forte. Convm destacar que Bryonia se apresenta como provvel medicamento nos processos inflamatrios de membranas serosas em geral, que j evoluiram para o estdio inicial de formao de derrame. Costuma ser til na sinovite causada pelo resfriamento ou por contuso, bem como em caso da sinovite representar manifestao localizada do reumatismo. No reumatismo muscular a indicao se impe quando estiverem comprometidos grupos musculares bem determinados. VIAS RESPIRATRIAS Coriza seca com dor na fronte. Tosse seca, fraca, despertada por ccega na laringe, ao nvel da poro superior da traquia. Tosse seca agravada pela mudana de ambiente do ar livre para um quarto quente , bem como pelo movimento. Sempre que o doente tosse ao fazer algum movimento, Bryonia precisa ser lembrada. Cada acesso de tosse se acompanha de dores violentas na cabea e trax (agravao pelo movimento); o doente tenta imobilizar estas regies, pressionando ou comprimindo-as. Dores torcicas agudas, lancinantes, em pontada (modalidade comum nas dores devidas a serosas em processo inflamatrio); estas dores podem diminuir ou mesmo desaparecer estando o doente imvel, tranqilo e apenas respirando; mas, desde que tenta uma inspirao mais profunda, as dores so imediatamente agravadas. Os sintomas referidos so encontrados nos quadros seguintes: no perodo inicial das bronquites agudas (quando a ccega ao nvel da bifur-cao da traquia tpica), nas bronquites ditas reumatismais e nos indivduos reumticos. APARELHO DIGESTIVO Lngua recoberta por induto branco e espesso (sobressai entre as lnguas mais sujas da Matria Mdica). Gosto amargo. Sede intensa por grandes quantidades de gua. Bradipepsia: aps comer, sensao de presso como por uma pedra; averso pelos alimentos, apetncia por bebidas aciduladas. Bryonia pode apresentar como ao altemante , manifestaes prprias da hipercloridria. 50

Obstipao com fezes secas e duras, negras, como calcinadas, volumosas ou, ao contrrio, sob aspecto de fezes caprinas. Diarria matinal, aos primeiros movimentos. BRYONIA NAS FEBRES INFECCIOSAS Na febre tifide, por exemplo, a indicao de Bryonia ser orientada pelo aspecto "tostado" dos lbios e "assadura" da lngua, associado a um delrio peculiar: "o paciente fala sem parar sobre seus afazeres e ocupaes profissionais, imagina estar longe do lar e tenta sair do leito1 para retornar sua casa". SISTEMA NERVOSO Cefalia congestiva com sensao de plenitude na cabea acompanhando a maioria dos quadros agudos de Bryonia. Cefalia frontal com sensao "como se a cabea fosse explodir", irradiando ao occipcio e descendo, inclusive, em direo aos ombros, pescoo e dorso. Hemicrnia direita com nuseas e vmitos biliosos. Citica. Nevralgias crvicobraquiais com rigidez dos msculos da nuca e do pescoo. Dores lancinantes. APARELHO GENITAL Dores intensas no ovrio direito. Regras adiantadas e abundantes, que podem estar suprimidas e substitudas por epistaxes vicariantes; outras vezes, a sua supresso acarreta, como resultado, dor e sensao de que a cabea vai se abrir. Supresso da menstruao por fatores sem importncia aparente, com eliminaes escoriantes. Perda de sangue vermelho-escuro no intervalo das regras. SISTEMA CIRCULATRIO Bryonia representa importante medicamento de processos inflamatrios das duas serosas do corao: pericrdio e endocrdio. OLHOS Irite reumatismal. Metstase gotosa ocular. 51

CACTUS GRANDIFLORUS

OUTRAS AFECES

Cactus grandiflorus age sobre as fibras musculares circulares do corao e dos vasos; determina sensao de constrio "como por anel de ferro" que, alis, pode ser constatada ao nvel de qualquer rgo. Deste modo Cactus, remdio cardaco, se presta a numerosas situaes, sobretudo naquelas mais ou menos condicionadas a uma afeco cardaca e que apresentam estas caractersticas: sensao de constrio, congesto e hemorragias. CACTUS, MEDICAMENTO CARDACO Quando na angina pectoris a sensao de constrio se acompanha de irradiao dolorosa para o brao esquerdo, impe-se pensar em Cactus, antes de tudo. A indicao de Cactus ser oportuna quando houver sobrecarga funcional do corao, com palpitaes e dispnia. As palpitaes se tornam violentas, agravam ao deitar sobre o lado esquerdo, se acompanham de dificuldade respiratria e podem repercutir por todo corpo. Cactus favorece os estados hipotensivos, na fase inicial da insuficincia cardaca, quando a apario de edema na mo esquerda revela, muitas vezes, o primeiro sinal de descompensao. Cactus convm ao corao forado dos atletas (Arnica, Rhus toxico-dendron). Em resumo, Cactus constitui excelente medicamento na fase inicial dos distrbios funcionais dos doentes cardacos, conseguindo levar cura; entretanto, na fase de leses j instaladas, consegue apenas aliviar os sofrimentos e prolongar a vida. VIAS RESPIRATRIAS Cactus se apresenta como primeiro medicamento indicado nas congestes pulmonares decorrentes de afeco cardaca, sobretudo quando existe: Dispnia com sensao de corda fortemente apertada em torno da base torcica, impedindo o peito de se expandir ou, ainda, quando existe sensao de peso esmagador sobre o peito. Expectorao avermelhada ou hemoptises propriamente ditas. Tosse com hemoptise, quando existe concomitante comprometimento cardaco. CABEA Cefalia congestiva com ameaa de apoplexia, em indivduos pletri-cos, ou na poca da menopausa. Sensao de constrio ou de grande peso no vrtex da ca