TEORIAEPRÁTICADAMEDIUNIDADE-CADERNO3/3 WILSONDACUNHA
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Material de Estudo – Tema 6
Teoria e Prática da Mediunidade
Caderno 02/03
Baseado em conteúdo do livro “Diversidade dos Carismas”.
O médium: eclosão, desenvolvimento e exercício de suas faculdades.
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ÍNDICE
01–INTRODUÇÃO 3
02–ESPIRITISMOERELIGIÕES 4
03–MORALEMEDIUNIDADE 5
04–RECADOPARAOSMÉDIUNS 22
05–FENÔMENOMEDIÚNICOSUTIL 24
06–OBSESSÃOEDESOBSESSÃO 31
07–ODOUTRINADOR 43
08–OTRABALHADOR 45
09–AURA,FORÇAVITALEPERÍSPIRITO 46
10-INTRODUÇÃOÀMEDIUNIDADE 55
11-OMÉDIUM 55
12-FENÔMENOMEDIÚNICOPURO 63
13-FENÔMENOMEDIÚNICOMISTO 64
14–LIBERDADECONTROLADA 64
15–ANECESSIDADEDALEITURA 67
16–ACONVIVÊNCIA 69
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01 – Introdução
Espíritas, existem leis naturais, leis de física, de química e
também leis espirituais, tais como:
v A Lei da Causa e Efeito, que diz que tudo aquilo se faz, volta e;
v A Lei da Mente, que afirma que quando pensamos ou dizemos
alguma coisa, as palavras ou sentenças saem obedecendo à certa
lei e voltam para nós em forma de experiências;
Estamos aprendendo que os pensamentos têm o poder de criar e
que devem ser moldados para que deem origem a coisas boas. No
entanto, como os pensamentos passam rápidos demais pela mente, é
muito difícil dar---lhes formas de maneira consciente antes que elas
surjam por si só.
A missão das palavras, contudo, é bem mais vagarosa e
podemos usá-la para moldar os pensamentos.
“Não me importa a duração da jornada o que importa é que
meus pé não parem de caminhar.
Que minhas mãos ajudem a construir; que o meu coração se
encha de amor para dar.
O que importa é que quando a caminhada chegar ao fim, eu
tenha deixado algo para trás de mim.
Que as mãos não estejam vazias. Enfim, a minha jornada não
terá sido em vão.” – Núbor Facure.
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02 – Espiritismo e religiões
Enquanto outras religiões lidam com fé, com crenças, com
dogmas e mistérios, o Espiritismo propõe uma descrição racional para
a vida futura; uma justificativa confortadora para o nosso sofrimento;
um propósito coerente para nossa evolução.
No Espiritismo, a natureza e a essência da vida não aparecem
como uma produção mágica de um Deus que cria e castiga, que
acolhe e expulsa do paraíso, uma alma que condena aos sofrimentos
eternos.
O Espiritismo mostra a vida como um processo de crescimento
permanente que não se limita a uma única existência.
As doenças fazem parte das consequências das nossas escolhas e
atitudes, permitindo o resgate que nos harmoniza com os semelhantes
que ofendemos, a reconciliação com o parente que prejudicamos, a
regeneração dos órgãos que vilipendiamos, o equilíbrio da mente que
descontrolamos. A doença e a cura são lições que estão ligadas à
iluminação do espírito.
“O Espiritismo facilita ao médium que quer se comprometer
com a transcendência espiritual do ser humano, uma bagagem
cultura que pode ser expressa e difundida em qualquer meio social,
inclusive no universitário, como é o caso da área médica em
particular. Na medida em que esses entendimentos vão sendo
interpretados pelo espiritismo para a saúde e a doença, a mediúnica
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e a sociedade toda colhe frutos vantajosos desta união.” (...) – AME
Brasil.
A medicina e o espiritismo têm pontos de encontro de
extraordinário significado. A medicina está comprometida com o
sofrimento e o espiritismo esclarece e justifica as causas profundas
desse sofrimento. A medicina nos traz a esperança para a vida e o
espiritismo nos revela a continuidade dessa vida, que não acaba
quando morremos.
03 – Moral e mediunidade
Quanto ao presente item, a intenção é de oferecer em primeiro
lugar o entendimento essencial quanto ao sentimento de “cristianismo
primitivo” aos portadores ou não da mediunidade.
Pessoas que acreditam no espiritismo existem aos montes, mas
são poucas as que realmente procuram vivenciar esse cristianismo.
Médiuns sem moral o mundo sempre teve – Hitler foi um deles.
A Doutrina Espírita, em seu primeiro século, assemelha-se de
algum modo à árvore robusta espalhando ramos, flores, frutos e
essências, em todas as direções e sempre com a presença da caridade,
com o amor em ação, para libertar as pessoas dos erros que
cometeram.
O apóstolo Pedro nos lembra o tempo todo de que o amor é
capaz de cobrir uma multidão de pecados.
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Em qualquer estudo que se faça sobre mediunidade, não se pode
em hipótese alguma esquecer que o pensamento é a base de todos os
fenômenos de sintonia na esfera da alma.
Pois onde há pensamentos, há correntes mentais, e onde há
correntes mentais, há associação. Em todas as associações, existe
influência recíproca. Daí concluímos quanto à necessidade de uma
vida nobre, a fim de atrairmos pensamentos que nos enobreçam.
Considerando a força mediúnica um recurso inerente à
personalidade humana, fica claro perceber que os amigos
desencarnados, sempre responsáveis e conscientes dos próprios
deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens, exortando-
os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a
força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando está
distante da caridade e ausente de educação.
O futuro mediúnico está sendo construído enquanto o ser age no
presente.
Não se deve adiar ou negar ainda mais essa realidade, pois o que
for implantado refletirá nos tecidos sutis das tuas realidades
espirituais.
Os médiuns em processo de iniciação devem tomar muito
cuidado com a fase do entusiasmo, pois é comum esse entusiasmo
ceder lugar a profundo abatimento.
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Pelo fato de ainda não ter assimilado o remédio moral da
ponderação e muito menos a defesa dos ataques e críticas, caem na
armadilha da dúvida ou na sombra da queixa.
Descrendo sistematicamente da utilidade daqueles que os
cercam, acabam descrendo da utilidade que lhes é própria. Dizem-se,
então, perseguidos e desanimados. E acabam fugindo do serviço,
como quem corre do perigo, descansando por fim.
Deve, no entanto, recordar-se que Jesus, em circunstância
alguma buscou a admiração dos maiorais do seu tempo, mas ao
contrário, passou entre os homens simples, amparando e compreendo,
ajudando e servindo.
Fala-se que o médium responsável sofre muito, o que parece
atemorizar inúmeros candidatos à dedicação espiritual.
Certamente, o sofrimento não é propiciado pela faculdade
mediúnica, senão porque o espírito é o devedor convidado ao regaste,
mediante as percepções mediúnica, como o seria em qualquer outra
atividade a que se afeiçoe.
Em todo lugar que se encontra o homem, aí estão os problemas,
conquistas e prejuízos. A natureza por completa sofre para ajustar-se
em um planeta que ainda não está pronto e porque o homem não luta
para sua necessária lapidação moral.
A mediunidade é ponte cuja segurança depende do indivíduo
que lhe é depositário. A resistência ou fragilidade dela decorrerá do
material moral com que se revista, ou seja, deve revestir-se bem para
que seja possível um bom – e seguro – uso.
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O exemplo máximo de comportamento mediúnico é o de Jesus,
que se fez o instrumento de Deus no mundo, vivendo conforme a
missão da qual se encontrava revestido.
Guardadas às devidas proporções, os médiuns modernos, que
foram antes os profetas do passado, devem viver conforme a
responsabilidade e a consciência de que se fazem intermediários,
aprendendo através da renúncia das suas satisfações mundanas e na
prática da caridade na sua expressão mais alta, para que um dia
possam se assemelhar a Paulo de Tarso, que já não vivia si mesmo,
mas sim Cristo dentro de si.
A mediunidade propicia oportunidades de realizações
enobrecedoras a benefício dele próprio, assim como do seu próximo.
A faculdade mediúnica, por necessidade de crescimento, tem deveres
que prendem ao trabalho, mas que leva ao aprimoramento e elevação
espiritual.
O exercício salutar e consciente das forças mediúnicas, no
entanto, somente é possível quando o homem se propõe a encarar a
vida com seriedade, sabendo que empreendimentos de tal monta
impõe definição de comportamento e dedicação irrestrita. Refiro---me
ao médium de convicções espiritais, que hauriu conhecimentos nas
fontes inesgotáveis da Doutrina Espírita, compreendendo que, sem
responsabilidade, qualquer tentame redunda sempre em fracasso ou
desastre.
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O médium espírita firma o seu proceder no estudo que lhe dá
segurança, encarregando-se de elucidar as interrogações que
constituem necessidades filosóficas e éticas, fundamentais para a
decisão e direção que deve aplicar à existência.
A mediunidade nos convoca a uma vida de reflexões interiores,
em frequente sintonia com o mundo para-físico, de onde se recebem
inspiração e apoio.
Abraçando a mediunidade, muitos companheiros na Terra
adotam posição de absoluta expectativa, copiando a inércia dos
manequins. Concentra-me mentalmente e aguardam imóveis as
manifestações dos Espíritos superiores, esquecendo de que o
verdadeiro servidor assume sempre a iniciativa da gentileza, nas mais
simples atividades domésticas.
Ser médium é ser ajudante do mundo espiritual. É ser operário
em determinado trabalho, é ser alguém que auxilia espontaneamente,
facilitando a tarefa dos amigos espirituais.
Mas o sucesso ou a falha dependem do entendimento e da
disciplina.
O trabalhador mediúnico deve saber que mediunidade rima com
humildade; que deve ter dupla jornada de trabalho, sendo uma para os
homens, com a qual assegura a sua sobrevivência física e outra para
Deus, na qual aprimora sua vivencia espiritual.
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Deve-se pensar dez vezes antes de dizer que não pediu para ser
médium, pois na maior das vezes, implorou de joelhos uma maneira
de aliviar a consciência das cobranças que o atormentavam.
A mediunidade é também uma ferramenta primorosa na
construção do progresso individual e na interação entre as populações
encarnadas e desencarnadas. Não deixemos este mundo sem pelo
menos galgarmos estes três degraus: estudos, trabalho e disciplina.
O grupo mediúnico é o coração do centro espírita. O local onde
as dores daqueles que o buscam são aliviadas pelos instrutores
espirituais.
Mediunidade e mandato mediúnico tem diferença: quanto ao
primeiro, já foi dito o significado, no segundo caso, porém, é
necessário muita renúncia, a nos conduzir à autoridade moral,
desaguando na promoção da aquisição do mandato mediúnico.
Eis um exemplo:
“É a nossa irmã Ambrosina, que há mais de vinte anos
sucessivos, procura oferecer à mediunidade cristã o que possui de
melhor na existência. Pelo amor ao ideal que nos orienta, renunciou às
mais singelas alegrias do mundo, inclusive o conforto mais amplo do
santuário doméstico, de vez que atravessou a mocidade trabalhando,
sem a consolação do casamento.
Ambrosina trazia o semblante quebrantado e rugoso, refletindo,
contudo, a paz que lhe vibrava no ser. Na cabeça, dentre os cabelos
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grisalhos, salientava-se pequeno funil de luz, à maneira de delicado
adorno.
Intrigados, consultamos a experiência do nosso orientador e o
esclarecimento não se fez esperar:
-É um aparelho magnético ultrassensível com que a médium
vive em constante contato com o responsável pela obra espiritual que
por ela se realiza. Pelo tempo de atividade na causa do Bem e pelos
sacrifícios a que se consagrou, Ambrosina recebeu do Plano Superior
um mandato de serviço mediúnico, merecendo, por isso, a
responsabilidade de mais íntima associação com o instrutor que lhe
preside as tarefas. Havendo crescimento em influência, viu-se
assoberbada por solicitações de múltiplos matizes. Inspirando fé e
esperança a quantos se lhe aproximam do sacerdócio da fraternidade e
compreensão, é naturalmente assediada pelos mais desconcertantes
apelos.
-Vive então flagelada por peditório e súplicas? – indagou
Hilário, inevitavelmente curioso.
-Até certo ponto sim, porque simboliza uma ponte entre dois
mundos, entretanto, com a paciência evangélica, sabe ajudar aos
outros para que os outros se ajudem, porquanto não lhe seria possível
conseguir a solução para todos os problemas que se lhes apresentam.
Abeiramo-nos na médium responsável e modesta e a vimos
pensativa, não obstante o vozerio abafado em torno.
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Não muito longe, o pensamento conjugado de duas pessoas
exteriorizava cenas lamentáveis de um crime em que se haviam
embrenhado.
E percebendo-as, Dona Ambrosina refletia, fazendo sem
palavras, em fazes, audíveis tão somente em nosso meio:
-Amados amigos espirituais, que fazer? Identifico nossos irmãos
delinquentes e reconheço-lhes os compromissos. Um homem foi
eliminado. Vejo-lhe a agonia retratada na lembrança dos responsáveis
(...) que estão buscando aqui nossos infortunados companheiros,
foragidos da justiça terrestre?
Reparávamos que a médium temia perder a harmonia vibratória
que lhe era peculiar. Não desejava absorver-se em qualquer
preocupação acerca dos visitantes mencionados.
Foi então que um dos mentores presentes se aproximou e
tranquilizou-a:
-Ambrosina, não receie. Acalma-se. É preciso que a aflição não
nos perturbe. Acostume-se a ver nossos irmãos infelizes na condição
de criaturas dignas de piedade. Lembre-se de que nos achamos aqui
para auxiliar e o remédio não foi criado para os sãos. Compadeça-se,
sustentando o próprio equilíbrio uns para com os outros e, quanto
mais desventurados, de tanto mais auxílio necessitamos. É
indispensável receber nossos irmãos comprometidos com o mal, como
enfermos que nos reclamam carinho.
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A médium aquietou-se e passou a conversar naturalmente com
os frequentadores da casa.
Aqui alguém desejava socorro para o coração atormentado ou
pedia cooperação em benefício de parentes menos felizes. Ali
suplicava---se concurso fraterno para doentes em desespero, mais
além, surgiam requisições de trabalho assistencial. Dona Ambrosina
consolava e prometia ajuda” – Nos Domínios da Mediunidade, Chico
Xavier.
A todos é oferecida a autoridade expressa no Mandato
Mediúnico, sua aquisição está contida na vivência da caridade,
humildade, tornando-se menor para ser o maior.
Entre as justificativas para se fugir da mediunidade, as mais
conhecidas são:
• “Não suporto o labirinto de opiniões”;
• “A divergência está em toda parte”;
• “É muita exigência”;
• “Tentei, mas não pude continuar”;
• “Não sou cobaia”;
• “Aguente quem quiser”;
• “Não quero complicações na minha vida”;
• “É luta demais”;
• “Deus não castiga, e não é por eu deixar a mediunidade que o
mundo se tornará pior”;
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Sim, o mundo não piora, mas ele ficará estacionado
espiritualmente. O Criador não condena as criaturas, mas corrige as
criaturas desajustadas, por intermédio de suas leis.
Pobre médium, que não percebe que a problemática dos
espíritos, assim como a doutrinação, é sempre quase que a mesma
coisa e também não percebe que a ajuda recai sempre em homens
desencarnados diferentes.
O Criador é bondade infinita e sugere, através da ciência, a
formação do remédio que alivie os doentes, mas não retira a moléstia
de quem persiste no abuso.
A quem diga que o espiritismo cria obsessões na atualidade do
mundo, a resposta está no próprio Evangelho de Lucas, nos versículos
33 a 35 no capítulo 4:
“Assinalamos o homem que se achava no santuário, possuído
por um espírito infeliz, a gritar para Jesus, que tão logo lhe marcou a
presença:
-Que temos nós contigo?
E o mestre o fez retirar-se após reprendê-lo, restaurando o
equilíbrio do companheiro que lhe sofria o assédio.”
Aí está um caso de obsessão direta.
Nos versículos 2 a 13, do capítulo 5, no Evangelho de Marcos,
encontramos o auxílio seguro prestado pelo Cristo ao pobre homem,
tão intimamente manobrado por entidades cruéis e que mais se
assemelhava a um animal feroz.
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Aí está a obsessão, seguida de possessão e vampirismo.
Nos versículos 32 e 33, do capítulo 9, no Evangelho de Mateus,
temos a notícia de que o povo trouxe ao Divino Benfeitor um homem
mudo, sob o controle de um Espírito em profunda perturbação e,
afastando o hóspede estranho pela bondade do Senhor, o enfermo foi
imediatamente reconduzido a fala.
Aí está a obsessão complexa, atingindo a alma e o corpo.
No versículo 2, do capítulo 13, no Evangelho de João, anotamos
a palavra positiva do Apóstolo, asseverando que um espírito perverso
havia colocado no sentimento de Judas a ideia de negação do
apostolado.
Aí está a obsessão indireta, em que a vítima padece de
influência aviltante, sem perder a própria responsabilidade.
Nos versículos 5 a 7, do capítulo 8, nos Atos dos Apóstolos,
informamo-nos de que Felipe, transmitindo a mensagem do Cristo
entre os samaritanos, conseguiu que muitos coxos e paralíticos se
curassem de pronto, com o simples afastamento dos espíritos
inferiores que os molestavam.
Aí está a obsessão coletiva, gerando moléstias-fantasma.
É bom entender que os chamados “milagres” dos nossos
dias, são motivados pelo afastamento do espírito doente. Quero ver
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curar uma doença cármica. Contra essas, Jesus já nos alertou
asseverando: procurem os falsos profetas que virão.
É possível enxergar que o Novo Testamento trata – de ponta
a ponta – a obsessão com o mesmo interesse humanitário da Doutrina
Espírita.
Por isso não devemos nos deter diante dos críticos contumazes.
Deve-se estender o serviço de socorro aos processos obsessivos
de qualquer procedência, porque os princípios de Allan Kardec
revivem da luz contra a sombra e do bem contra o mal.
Kardec afirmou com muita propriedade que os espíritos
elevados se ligam de preferência aos que procuram instruir-se e que se
usam médiuns imperfeitos é por falta de opção. Mas com os estudos
que as casas espíritas vem propiciando, os espíritos logo mais terão
outras opções.
Quem busca instruir-se escolhe o caminho do esforço máximo.
Os médiuns devem sim esforçar-se ao máximo, pois a mediunidade é
também uma profissão de trabalho, de trabalho junto ao Cristo.
Todo educandário é instituto de disciplina. Entretanto, aqui e ali,
aparecem alunos viciados em recreio, preguiça e suborno.
Estes, contudo, podem obter as mais brilhantes situações no
jogo das aparências, mas nunca o respeito e a confiança dos
professores dignos do título que conquistaram.
Na Doutrina Espírita, escola maternal de nossas almas, surgem
aprendizes de todas as condições há mais de um século.
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Aos que pediam fenômenos para alicerçar a convicção, foi
concedida pelos instrutores da Humanidade a mais alta cópia de
francas demonstrações da sobrevivência. Os tarefeiros do
ensinamento espírita, por isso, não podem esquecer a obrigação de
preservá-lo a cavaleiro de todas as investidas dos alunos ociosos, que
nada procuram senão divertir-se e polemizar.
Há dois milênios se agita a opinião da Terra em torno do Cristo,
organizando-se em nome dele guerras e conchavos, disputas e
controvérsias, dietas de alimentação e conselhos, interpretações e
perseguições, mas o que permanece firme através do tempo é a
palavra do Evangelho.
Armem-se os caçadores de fenômenos como desejarem e
detenham como puder os elementos que a vida endereça à necessária
renovação.
Todo fenômeno edifica, se recebido para enriquecer o campo da
essência.
Quanto a nós, porém, estejamos fiéis à instrução,
desmaterializando o espírito o máximo possível, para que o espírito se
conheça e se disponha a brilhar.
Recordemos como exemplo um dos médiuns mais inesquecíveis
dos dias apostólicos, Paulo de Tarso:
“Em torno dele tudo era contra a luz do Evangelho.
A sombra do fanatismo e da crueldade não se instalara apenas
no sinédrio, mas também nele próprio, transformando-o em perigoso
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instrumento da perseguição e da morte. No decorrer desse processo
de lapidação, desabrocha-lhe a mediunidade inesperadamente.
Vê Jesus redivivo com os próprios olhos e escuta-lhe a voz.
Aterrado, reconhece os enganos em que vivera. Entretanto, não
perde tempo em lamentações inúteis, não sucumbe desesperado, não
se confia à volúpia da autocondenação, não foge à luta pela
renovação íntima.
Percebe que não pode recolher, de pronto, à simpatia da família
espiritual de Jesus – seus apóstolos –, mas não se sente fracassado
por isso.
Observa a extensão dos próprios erros, mas não se entrega ao
remorso vazio.
Empreende, com sacrifício, a viagem da própria renovação.
Para tanto, não reclama a cooperação alheia, mas dispõe-se ele
mesmo a colaborar com os outros.
Encontra imensas dificuldades para a iluminação da alma; no
entanto, não esmorece na luta.
Segundo a palavra fiel do Novo Testamento, é açoitado e preso
várias vezes pelo amor com que ensinava a verdade, mas em
contraposição, na Licaônia e na Macedônia, foi tido como sendo
“Mercúrio encarnado” e “Servo do Pai Altíssimo”.
Não se sente, todavia, esmagado pela flagelação ou confundido
pelo êxito.
Tolera assaltos e elogios como o pagador correto, interessado
no resgate das próprias contas, diz ainda a Boa Nova que “Deus
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operava maravilhas pelas mãos dele”, entretanto ele próprio
declarava trazer consigo um “espinho na carne” que o obriga a viver
em provação permanente.
E enquanto o corpo lhe permite, dá testemunho da realidade
espiritual, combatendo a ignorância e a superstição, a maldade e o
orgulho, a tentação e a vaidade.
Nem ouro fácil, nem privilégios, nem cidadela social nem apoio
político.
Ele e o tear que o ajudava a sustentar-se ficaram, através dos
séculos, como símbolo perfeita de influência pessoal e meio adverso,
ensinando-nos todos e principalmente a nós outros, encarnados e
desencarnados de todos os tempos, que podemos pedir orientação,
falar em orientação, examinar os sistemas de orientação, mas que,
acima de tudo, precisamos se a própria orientação em nós mesmos.
O seu trabalho no tear dava testemunho de que ninguém deve
viver às custas das igrejas. Se não bastasse, ele afirmava:
-Meus irmãos, devemos trabalhar para nosso sustento, não
sejamos peso para o cristianismo”.
Espíritas, o mundo de agora é o campo de luta que fostes
conclamados para servir. Vocês são os apóstolos da era do espírito.
Todas as rotas oferecem contradições terríveis. A cada trecho
surpreendemos os que falam em Cristo, negando-lhes testemunhos.
“Médium sem testemunho é médium vaidoso, é diamante
ainda não lapidado”.
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Ouvimos os que pregam desinteresse, agarrando-se a posse; os
que oferecem a união, disseminando a discórdia; os que exaltam a
humanidade, embriagando-se de orgulho, e os que aceitam sacrifícios
para uso dos outros, sem se animarem a tocar com um dedo os fardos
de trabalho que os semelhantes carregam.
Ontem, contudo, noutras reencarnações, éramos nós igualmente
assim.
Recorríamos à cruz do Senhor, talhando cruzes para os braços
do próximo; exaltamos o desprendimento, acolhendo o egoísmo;
louvávamos a virtude, endossando o vício e clamávamos por
fraternidade, estimulando a perseguição a quem não pensasse por
nossa cabeça.
Hoje, no entanto, a Doutrina Espírita restaura para nós o
Evangelho, em versão simples e viva.
Não mais o Cristo abençoado a carniçaria da guerra, água benta
abençoando os canhōes em atividade.
Não mais o Cristo em monumentos de prata e ouro, ou nos
nichos dos altares, não mais em aparência morta e sofrida pela cruz.
Não mais a escravidão religiosa.
Não mais imposições e convenções, supostas dos Cristo.
Agora, como devia ter sido sempre, encontramos no mestre
Divino o companheiro da Humanidade, ensinando-nos a crescer no
bem para a vida vitoriosa.
Não nos basta, pois, simplesmente crer.
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Em toda parte, é necessário que sejamos o exemplo do ensino
que pregamos, porque, se o Evangelho é a revelação pela qual o
Cristo nos entregou mais amplos conhecimentos de Deus, a Doutrina
Espírita é a revelação pela qual o mundo espera mais amplo
conhecimento do Cristo, em nós e por nós.
Diante das obrigações naturais que a mediunidade impõe em sua
prática, muitos companheiros trazem à baila desculpas diversas que
lhe justifiquem a fuga, embora demonstrem vivo interesse na
aquisição de poderes psíquicos.
Afirmam que a tarefa exige muito trabalho, entretanto, ninguém
consegue cultiva viçoso canteiro de flores sem dispensar-lhe
assistência contínua.
Alegam que o assunto é quase sempre tumultuado por muitas
criaturas ignorantes, esquecendo-se de que eles mesmos, sem os
benefícios da escola, estariam entre elas.
Asseveram que a realização reclama longo tempo, contudo
buscam forçar para pagar no decorrer de cinco, seis anos, as
prestações de sonhos materiais.
Queixam-se de que o serviço atrai o sarcasmo de muita gente,
mas se o homem foge de semear, porque a lama da gleba lhe macule
superficialmente os braços, ninguém lavraria a terra.
Dizem que o mandato pede excessiva renúncia, no entanto, sem
o sacrifício dos operários do progresso, as máquinas poderosas, que
assinalam a civilização da atualidade, não existiriam no mundo.
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Muitos afirmam que estão cansados, esquecem porém, que Deus
é muito mais velho e continua no seu trabalho, em nosso benefício,
sem nunca descansar.
Não admitas que possa haver construção útil sem estudo e
atividade, atenção e suor.
Mediunidade na lavoura dos espíritos é igual a planta nobre na
lavoura comum. Deus dá a semente, mas para que a semente produza
é imprescindível o esforço de nossas mãos.
04 – Recado para os médiuns
“Nos últimos tempos – diz o Senhor – derramarei do meu
Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e filhas profetizarão; vossos
jovens terão visões, vossos velhos sonhos. Nesse dia, difundirei do
meu Espírito sobre os meus servidores e servidoras, e eles
profetizarão.” – Atos, Cap II, VV. 17 e 18.
Quis o Senhor que a luz se fizesse para todos os homens e que
em toda a parte penetrasse a voz dos Espíritos, a fim de que cada um
pudesse obter a prova da imortalidade.
Com esse objetivo é que os espíritos se manifestam hoje em
todos os pontos da Terra e a mediunidade se revela em pessoas de
todas as idades e de todas as condições, tanto nos homens como nas
mulheres, nas crianças como nos velhos. É um dos sinais de que
chegaram os tempos preditos.
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Com a chegada desses tempos, o homem não mais aceitará a
palavra morte, a qual poderá ser retirada do dicionário. “Nada se
muda, tudo se transforma”.
Esquecemos nós que todos os dias no decorrer do sono,
morremos um pouquinho. A morte nada mais é do que não acordar
fisicamente.
Quando estivermos amadurecidos espiritualmente, nossos entes
queridos, quando sentirem saudades, virão nos visitar, podendo dizer:
“vim dar-lhe um abraço”, tudo será com relativa naturalidade.
Para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os
segredos da natureza material, outorgou Deus ao homem a vista
corpórea, os sentidos e instrumentos especiais. Com o telescópio, ele
mergulha o olhar nas profundezas do espaço e com o microscópio
descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no
mundo invisível, deu-lhe a mediunidade.
Os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos
homens os ensinos dos espíritos, ou melhor, são os órgãos materiais
de que se servem os espíritos para se expressarem aos homens por
maneira inteligível. Santa é a missão que desempenham, visto ter por
fim rasgar os horizontes da vida eterna.
Os espíritos vêm instruir o homem sobre seus destinos, a fim de
o reconduzirem à senda do bem, e não para o pouparem ao trabalho
material que lhe cumpre executar neste mundo, tendo por meta os eu
adiantamento, não para lhe favorecerem a ambição e a cupidez.
TEORIAEPRÁTICADAMEDIUNIDADE-CADERNO3/3 WILSONDACUNHA
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Terão os médiuns, por isso mesmo, de prestar contas do Dom
que lhes foi concedido para o bem de seus semelhantes.
O bem é a moeda que quita os nossos pecados.
O médium que queira gozar sempre da assistência dos bons
espíritos, precisam trabalhar por melhorar-se. O que deseja que a sua
faculdade se desenvolva e engrandeça deve se engrandecer
moralmente e se abster de tudo o que possa concorrer para desviá-los
do seu fim providencial.
O médium que compreende o seu dever, longe de se orgulhar de
uma faculdade que não lhe pertence, visto que lhe pode ser retirada a
qualquer instante. Deve-se atribuir a Deus as coisas boas que obtêm.
Se a sua comunicação receber elogios, não se envaideça.
05 – Fenômeno mediúnico sutil
Quando experimentar tormentos íntimos ou se encontrar
exaltado, se sentir estranho, com peculiar presença ao teu lado, branco
na memoria, quanto tiver a sensação de que uma força irresistível te
propele ao erro, à agressividade, ao desequilíbrio; quando se sentir
angustiado ou deprimido, quando determinado pensamento se torna
pertinente sem razão aparente e não consegue superar essa situação
racionalmente; quando ideias inabituais se desenharem nos teus
painéis mentais, produzindo inquietação ou medo; quando for tomado
por impressões premonitórias, que mais tarde se confirmam,
causando-te surpresa; quanto te pareça perceber vultos de pessoas em
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tua volta ou sons inarticulados na acústica da alma; quando ao orar se
sentir envolvido por suaves e harmônicas vibrações; quando impulsos
generosos comandarem os teus hábitos, levanto-te à renovação de
comportamento; quando estiver induzido ao perdão das ofensas, ao
esquecimento das mágoas, a liberação daqueles a quem escraviza
emocionalmente por ciúme, insegurança pessoal ou egoísmo; quando
desabrocharem em ondas sucessivas os sentimentos de amor em
relação ao próximo, à natureza, à vida, sem duvida estará sob a
indução dos espíritos desencarnados, que de uma ou de outra forma se
acercam de ti e lhes captas o pensamento, sintonizando com as suas
emoções.
Certamente, alguns ainda se encontram perturbados ou viciosos
e se deixam consumir pelas paixões inferiores que transmitem.
Outros, porém, são bons e generosos, interessados no teu progresso
moral e espiritual, tentando erguer-te e ajudar-te na ascensão.
Os primeiros podem ser adversários de ontem ou mesmo de
hoje, muito infelizes, enquanto os segundos te amam, podendo ser
teus guias e benfeitores, que anelam pela tua conquista de felicidade.
Nesse contexto da sutilidade em torno da mediunidade, não
pode esquecer outros exemplos, tais como:
v Sonhar que está trabalhando mediunicamente durante o sono;
v Perceber que está sendo envolvido por rápida participação de
espíritos no decorrer das reuniões mediúnicas, via choque
anímico.
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Essas duas realidades intrigam muitos desses estudiosos e
participantes de reuniões mediúnicas.
Para solidificar esse entendimento:
Ø A primeira situação citada acima, é sempre um preparo para a
mediunidade ostensiva, em um futuro breve ou mais distante;
Ø Na segunda situação, o choque anímico mencionado refere-se a
uma rápida incorporação do espírito, facultando-lhe descarregar
parte de seus fluídos densos através do médium, que absorve e
deve descarregar. Isso diminui a alta tensão do estado de loucura
do comunicante, o qual, sentindo-se encarnado por breves
instantes, sai do torpor, adentrando a dura realidade que deverá
enfrentar. Esse procedimento causa certo sofrimento ao
médium. Mas mediunidade é isso mesmo: tarefa, compromisso.
Sem essa realidade, ninguém será médium ajudando Jesus na
tarefa do bem.
Em relação ao que já foi exposto, é necessário saber e colocar
em prática o seguinte entendimento:
A mente intercambia ideias, consciente ou inconscientemente,
fazendo que se viva mergulhando em um oceano de vibrações, ondas
e pensamentos.
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Ao sentir-se invadido pelas ideias de natureza inferior, muda-
lhes o curso, alterando as tuas aspirações e alterando sua faixa mental.
Se te vês envolvido por induções, eleva-te a Deus pela oração e
interrompe a continuidade.
Para facilitar o entendimento das duas situações expostas, deve-
se observar algumas situações propensas à obsessão, segundo irmão
Scheilla:
Ø Quando estamos na faixa da impaciência;
Ø Quando acreditamos que a nossa dor é a maior;
Ø Quando passamos a ver ingratidão nos amigos;
Ø Quando imaginamos maldade nos companheiros;
Ø Quanto comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela
pessoa;
Ø Quando reclamamos apreço e reconhecimento;
Ø Quando supomos que o nosso trabalhado está sendo excessivo;
Ø Quando julgamos que o dever é apenas dos outros;
Ø Quando passamos a exigir o sacrifício alheio, sem prestar
serviço;
Ø Quando pretendemos a auto---fuga através do álcool ou dos
entorpecentes, assim como abandonar as obrigações familiares.
Acima ficam expostas as atitudes que conduzem a obsessão, a
seguir alguns sentimentos que levam a obsessão:
Ø Ambição;
Ø Ciúme;
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Ø Comodismo;
Ø Egoísmo;
Ø Inveja;
Ø Invigilância;
Ø Má-fé;
Ø Mágoa;
Ø Maledicência;
Ø Ódio;
Ø Vingança;
Ø Orgulho;
Ø Vaidade;
Ø Perfídia;
Ø Preguiça;
Ø Usura;
Ø Sexo destrambelhado.
Com isso fica possível perceber que é sempre o lado amoral o
vilão de nós mesmos, o causador dos desequilíbrios.
Quanto a uma mediunidade em desarmonia, alguns dos sintomas
são:
v Sensação de peso, pressão na cabeça, na nuca, nos ombros;
v Nervosismo acentuado, irritação por motivos banais;
v Insônia, desassossego, pesadelos constantes;
v Calafrios e arrepios constantes no corpo todo ou em algumas
partes, sensação de frio nas mãos e nos pés;
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v Cansaço geral, falta de ânimo, calor – como se estivesse
encostando em algo quente;
v Alternância de humor extremada, humor instável, sentimentos
excessivos sem razão aparente;
Seja obsessão ou mediunidade em desarmonia, a solução para
evitar essas situações é a mesma:
• Colocar-se sob a vontade de Deus a cada dia, através da oração,
pois esse é o melhor medicamente para os tratamentos de
obsessão. Sustentar uma consciência tranquila, preservando-se
de ideias de culpa;
• Dar o melhor de si no que estiver fazendo;
• Manter o coração, a mente, a atitude e a palavra, os atos e os
modos na inspiração constante do bem;
• Servir desinteressadamente aos semelhantes;
• Regozijar---se com a felicidade dos outros;
• Esquecer conversações e opiniões de caráter negativo que haja
lido ou escutado;
• Acrescentar um pouco mais de alegria e esperança em toda
pessoa com quem estiver em contato;
• Admirar as qualidades nobres daqueles com quem convive,
estimulando-os a desenvolvê-las;
• Olvidar motivos de queixas, sejam quais forem;
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• Viver trabalhando e estudando, agindo e construindo, no próprio
burilamento e na própria corrigenda, de tal modo que não seja
capaz de encontrar as falhas e erros prováveis dos outros.
Algumas condições morais e sentimentos para evitar a obsessão:
• Abnegação;
• Devotamento;
• Amor ao próximo;
• Boa vontade;
• Bom senso;
• Bondade;
• Caridade;
• Compaixão;
• Equilíbrio na prática da mansidão;
• Fraternidade;
• Paz;
• Pensamentos sadios;
• Prece;
• Trabalho no bem;
• Vigilância, permanência constante no bem;
• Estudo.
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06 – Obsessão e desobsessão
Esse item é oferecido principalmente aos médiuns.
“Encontrando-se a alma com suas raízes fixadas no passado, donde
procede e se vem aprimorando pouco a pouco, é justo que se
considere as atuais vicissitudes e venturas atuais uma natural
decorrência das atividades empreendidas no passado.
Pesando na sua economia evolutiva, créditos e débitos, a
consciência da responsabilidade impele ao ressarcimento, nos
retornos à organização somática, a fim de expungir e liberar-se dos
agravantes e conquistar valores que a elevem, felicitem e
apazíguem.”- Joana de Ângelis.
“E os que fazem o bem sairão para a ressurreição da Vida, e os
que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.” – Joao
Evangelista, capítulo 5, versículo 28.
A tese reencarnacionista encontra no conceito exarado por Jesus
a sua confirmação, uma vez que a reencarnação proporciona ao
espírito encarnado na Terra a sua ressurreição para a luz da alegria ou
o renascer para a aflição reeducativa de que necessita
imperiosamente.
Vinculados pelas dívidas que identificam entre si aqueles que
sintonizam na mesma faixa mental de sombras, somente a custo de
esforço em prol da própria elevação logram liberação da canga pesada
TEORIAEPRÁTICADAMEDIUNIDADE-CADERNO3/3 WILSONDACUNHA
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que os extenue. Ninguém consegue paz senão a preço a renúncia, do
esforço nobre e da realização elevada.
Os atentados aos Estatutos Divinos que regem a Vida produzem
distúrbios e desarmonias que permanecem aguardando o responsável,
até que este reorganize a paisagem afetada, recompondo a ordem que
violou.
Incapazes da vivência do perdão, aqueles que se acreditam
ludibriados anelam movidos pela incompreensão, quando poderiam
vencer a ocorrência desagradável, superando as ofensas e pairando
acima dos ofensores e agressores.
Dominados mais pelas expressões animais da personalidade
inferior do que pelos relevantes títulos espirituais, não se trepidam em
revidar “mal por mal”, embora essa atitude igualmente lhes
proporcione mal.
Em toda pugna obsessiva se encontra dois seres litigantes
infelizes. O perseguido, sem os arrimos da elevação moral, sucumbe
inexoravelmente sob a construção da força obsedante, se não encontra
a salvadora solução evangélica, enquanto o sandeu – idiota, pateta –
perseguidor vem cobrando o que atribui ser-lhe um encargo de justiça
divina, mergulha nas mesmas densas faixas vibratórias em que se
amesquinha e se estertora. Incontrolável é o numero de obsedados por
espíritos desencarnados em nossos dias.
A imensa massa de obsessores com as mentes e dos corpos
violentados pelos fluidos perturbadores jaz amolentada por hipnose
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segura que o domina, ou açulada por indução criminosa que a
desorganiza e alucina.
Vinganças pessoais são patenteadas por temperamentos
empedernidos no mal, que se resolveram retardar a marcha
ascensional, a fim de promoverem a desdita dos seus adversários,
apesar de também pagarem o preço do sofrimento.
Obsessões realizadas por avançada técnica com que, os que se
supõem dilapidados, recorrem a mentes frias e hábeis do Mundo
Espiritual Inferior, consumam terríveis processos de vampirizacão e
desalmada subjugação, em que se comprazem por tempo
indeterminado, até que a Lei de Amor interfira compulsoriamente a
favor de ambos os consórcios da peleja perniciosa.
Agressões ocasionais e constantes são promovidas por vigilantes
verdugos que detestam os que caminham na senda reencarnacionista
amarrados a débitos passados, de que não se liberaram.
Grupos humanos e comunidade submetidas às algemas da
perturbação especial, constrangedora, arrastam suas misérias morais,
em caravanas de inermes vítimas de si mesmas sob a imperiosa força
dos seus adversários desencarnados.
No intercâmbio espontâneo existente entre os homens e os
espíritos é muito maior do que pensa o cerco das entidades perversas
e atrasadas, considerando-se a mais fácil sintonia de propósitos entre
eles e os deambulantes – transviados – do corpo físico.
Acrescento: eis o motivo de Jesus nos ensinar a orar e a vigiar.
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Onde está a dívida, sempre surge cobrança. Oculto o débito ou o
esquecimento, em nada diminui o gravem, aparecendo no momento
próprio a necessidade do ressarcimento.
A harmonia interior decorre do equilíbrio existente entre as
ações positivas, os enganos que produzem as reações da ira e das
idiossincrasias que passam a gravitar em torno dos que lhe fazem jus.
“O bem é a moeda que quita as nossas dívidas”.
Somente o amor, em toda a sua grandeza, consegue modificar as
cruas e rudes parasitoses psíquicas que dizimam os homens
invigilantes e estabelecem o caos social que varre o planeta nos seus
diversos quadrantes.
Instalados ao bem, mediante os incontáveis convites da
natureza, o homem dispõe de vigorosos antídotos que não utiliza, a
fim de preservar-se e possuir a paz. A prática da beneficência, o culto
da oração e a manutenção dos sentimentos nobres a qualquer custo
conseguem resguardar, inclusive, os incursos no desrespeito à Lei,
fazendo que se edifiquem pela soma das ações corretas ao inverso do
tributo pelas lagrimas pungentes.
O bem possui maior soma de pessoas na economia da vida,
podendo anular quaisquer atentados e oferecer ao mesmo tempo,
forças para que o réprobo se encoraje à reabilitação, logrando
conquistas que o credenciam à ventura agora ou mais tarde.
Retribuindo os assédios à sua casa mental com pensamentos
salutares, consegue o encurralado anular e até mesmo descoroçoar o
seu antagonista que, cansando---se da trama malévola que estabelece
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e na qual insiste, buscando outras metas, encontrando a própria
redenção.
Nesses momentos, os Espíritos Guias do encarnado ou do
antagonista se acercam, amparando os litigantes e inspirando um
como outro à aquisição da vitória sobre o eu enfermiço em derrocada.
A argumentação benevolente e esclarecedora, no exercício da
mediunidade com Jesus, constitui salutar medicamento para o severo
problema das obsessões, equacionando as razoes ocultas das soezes
perturbações, propiciando, ao mesmo tempo, a reeducação de ambos
os combatentes que se encontram furiosos na área da mente.
Havendo autoridade moral por parte do educador espiritual,
consegue-se, a esforço, que ambos os comprometidos na estafante
refrega resolvam mudar de comportamento mental e se disponham ao
recomeço reparador com que se armam para os empreendimentos
futuros.
Mediante um grupo coeso de homens e mulheres em sintonia
espiritual, estudiosos das causa e principais misteres da Vida,
arrimados à prece e à elevação de propósitos, em disciplinado
exercício da Caridade aos que atravessaram o portal do túmulo, a
terapêutica desobsessiva consegue alcançar as finalidades elevadas a
que se destina.
A comunhão fraternal, a solidariedade existente e o incessante
culto ao bem produzem resistências às investidas das mentes
impiedosas e perseguidoras, que não conseguem romper as defesas do
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grupo, verdadeiro reduto de luz que sombra alguma lobrigará
entenebrecer.
Simultaneamente, a honesta disposição do paciente em se
recuperar, envidando esforços para arrebentar as algemas de dor e
amargura, através dos sorrisos e socorros que consiga proporcionar
aos que padecem aflições e sufocam amarguras íntimas, constitui
valiosa armadura para a vitória no embate severo.
Muitas vezes, a soma de delitos que pesa sobre a consciência e a
vida dos inditosos pacientes é superior à possibilidade momentânea de
recuperação e de paz.
Alonga-se em tal caso a interferência obsessiva, que nem
sempre culmina na desencarnação, prosseguindo além do túmulo, em
que se alteram os fatores vigentes e se estabelecem os novos
cometimentos futuros em que sorrirão as esperanças e se
enflorescerão as alegrias.
Na anterioridade da alma, nas suas vidas precedentes se
encontram as matrizes de todos os sucessos de profundidade e alta
significação, a se refletir na atualidade, do ser espiritual encarnado ou
não.
No passado espiritual se demoram as chaves decifradoras dos
enigmas presentes. No ontem de cada ser dormem as razōes reais das
agonias, dores e insatisfações que estiolam as criaturas humanas.
Os homens deveriam compreender que as diretrizes do seu
futuro vigem as circunstâncias atuais, para que cada ser possa
construir o seu paraíso, desde então, a contributo de abnegação,
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nobreza e auto-aprimoramento. O Senhor não desejar que os
pecadores se extraviem, mas que se salvem.
No colossal intercâmbio existente entre os habitantes da Terra e
os que vivem na erraticidade, a questão que diz respeito à obsessão é
das mais importantes em razão das suas consequências. Enquanto o
amor é claridade que brilha, apontando rumos superiores a todas as
conjunturas infelizes que unem os endividados entre si, imantados
pelas ofensas recíprocas.
A dívida é sombra a seguir o leviano, enquanto o bem realizado
pode ser comparado a estrela fulgurante, vencendo a densa treva da
noite em triunfo, no zimbório de quem o conduz interiormente.
Da insistente e contínua interferência dos espíritos nas
atividades humanas a ponto de se constituírem verdadeiros agentes de
incontáveis acontecimentos, a atenção das criaturas foi despertada
para eles.
Daí nasceu então, uma consciente comunicação em que a
mediunidade, nas suas variadas e complexas expressões, foi chamada
a exercer um papel preponderante, de indispensáveis valias.
Mortos ilustres retornaram ao convívio das massas que
galvanizaram um dia com o verbo eloquente e a pena brilhante,
traçando normas de comportamento e convocando, não raro, a atitude
de alta envergadura, em que atestavam até a saciedade e legitimidade
dos seus informes, demonstrando a sua autêntica procedência,
lavrados na perfeita identificação de ideias e de dados que os
caracterizaram enquanto na caminhada terrena.
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Mártires e apóstolos se apressaram em demonstrar, mediante
provas comovedoras, a continuidade da vida, além-túmulo, em
memoráveis colóquios com que sustentaram os companheiros de lide,
quando estes se encontravam a ponto de desfalecer sob a tempestade
das perseguições gratuitas ou diante da sistemática da malquerença,
da inveja e da impiedade dos contemporâneos.
Heróis das batalhas morais que sucumbiram anônimos, mas não
tergiversaram no dever, volveram ansiosos, ao convívio dos seus
compares para que se lhes não entibiassem as forças do sacrifício nas
pelejas da redenção, ensinando as estratégias de luz e vida da
imortalidade em triunfo.
Astros e bardos cantores do bem retornaram às liras para entoar
as mensagens de exaltação à verdade e à sobrevivência, em convite,
vigorosos aos que titubeavam nos dédalos do mundo, a fim de que se
decidissem pelo avanço nos embater e à vitória sobre si mesmos.
Santos de abnegação e da caridade, resplandecendo em
madrugadas coloridas ante o olhar extasiado de homens e mulheres
sensíveis à percepção da vida abundante, vem testificando a grandeza
do amor.
Pais saudosos e filhos reconhecidos, nubentes afetuosos e
companheiros dedicados, após o decesso do corpo, transformados em
luz ou simplesmente redivivos com as suas conquistas e misérias,
logo que conseguem, retornam à convivência dos que permaneceram
nos envoltórios da neblina física para entretecer a grinalda nupcial do
presente noivado, reestabelecendo a comunicação interrompida e
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dando aos doces colóquios da afetividade e da coragem, em contatos
poderosos de advertências oportunas em que profligam o mal, as
paixões, e conduzem os seus afeiçoados na condição de tutores.
Nesse contexto de ininterrupta comunicação, reestabelecem-se
também os liames das malquerenças, das animosidades, dos desforços
e vinditas.
O além-túmulo não se povoa apenas de bênçãos, mas também de
dores.
Os espíritos são os homens despojados do corpo conforme
sempre foram. Bons ou maus, consoantes se elevaram ou
escravizaram a Terra.
Obsessões cruéis em nome do amor desvairado, reatam os
vínculos e se amarram em profundas parasitoses espirituais,
reclamando terapêutica especializada e carinhosa.
Subjugadores violentos que se sustentam nas perseguições em
nome do ódio e da infeliz decisão de tomar a justiça nas mãos,
conduzem a lamentáveis processos de alienação complexa em que se
imantam os dois antagonistas, não obstante a diferença do estado
corporal.
Viciações que se arraigam nos homens decorrem da
interdependência por sintonia perfeita entre hóspedes espirituais e
hóspedes carnais que se descuidam e resvalam pelas rampas dos
deslizes morais em que se desequilibram e se exaurem.
Fixações inabordáveis nos recessos do cérebro, por meio de
mensagens ou ideias infelizes que culminam em alucinações, tem
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procedência em outras mentes liberadas dos neurônios cerebrais,
produzindo cobranças inditosas e vinganças indesculpáveis.
Distúrbios do corpo, da mente e da emoção sobrevêm da
interferência produzida por emanações tóxicas e poderosas, que se
exteriorizam de espíritos enfermos, a se imanarem aos homens
invigilantes em processo de osmose – fenômeno caracterizado pela
passagem recíproca de dois líquidos de diferentes densidades –
inditosa, em que ambos os consortes se nutrem e se depauperam em
demorado curso de enfermidades da alma de difícil catalogação.
Na Terra, tudo são ondas, mentes, raios, pensamentos que se
confundem, se separam, se arrojam e se combinam. Em toda parte
domina um intercâmbio vibratório desde que se situem os propósitos
e as aspirações mentais tanto em uma quanto em outra faixa
vibratória.
“Onde estiver o tesouro, aí se encontrará o coração” –
conceituou Jesus com segurança, e o testemunho dos fatos não se
restringe exclusivamente às moedas e bens materiais, mas
principalmente aos valores que se atribui qualidade e são aqueles de
ordem interior, predispondo à glória ou ao fracasso.
Examinando-se as consequências de tais aquisições negativas
que facultam união mental com os espíritos infelizes da erraticidade
inferior, a problemática se revela grave para os homens,
manifestando-se na imensa e variada forma de processos inditosos de
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alienações obsessiva que se espalham farta e abundantemente nestes
dias atuais, como sempre estiveram.
Salutar terapêutica ressalta do Evangelho quando narra a
interferência do Divino Mestre junto aos obsessos e obsessores,
utilizando a autoridade que o credenciava como o Excelente Filho de
Deus.
Os inimigos da terceira revelação – o espiritismo – aos homens
afirmam que o processo obsessivo é oriundo das práticas do
espiritismo. Sendo que na época de Jesus não existia o espiritismo.
Revivendo os sublimes momentos do Médico Celeste entre os
homens, o espiritismo leciona as técnicas desobsessiva realizadas nas
comovedoras e nobres sessões especializadas, denominadas de
“caridade”, onde se cultua o Espírito do Senhor no exercício do bem
sem limites.
Da confabulação com os desencarnados, surgiam os métodos
com que Allan Kardec prescreveu sabiamente como atender os
sofredores de um ou de outro lado da vida, ou concomitantemente,
medicando---os com o esclarecimento hábil, conforme a dificuldade
em que perseverem.
Essa dificuldade decorre da ignorância e de persistentes
enfermidades morais, que devem ser auxiliadas com fluidoterapia,
também conhecido como passe, oração, unidos ao exercício da
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caridade e a recursos outros que se produzem a rotura dos liames na
injunção sofredora que os ata à desdita.
Ao encarnado, porém, cumpre a parte mais importante do
tentame libertador: restaurar intimamente a paz a preço do trabalho
cristão e da disciplina moral, por meio da meditação dos próprios
erros – principalmente daqueles que decorrem da lei de amor ultrajada
– e do estudo das leis que regem a vida.
Em cada perseguido espiritual se encontram os germes de
crimes não-justificados, de fugas ao dever, de evasão à
responsabilidade, coisas essas que se transformam em matrizes para
os registros daqueles que lhes foram vítimas ora os reencontram em
situação de vulnerabilidade, sendo facilmente manipulados por eles.
Nada que justifique, no entanto, a tentativa de cobrança, porque
esta pertence às integérrimas disposições da Misericórdia e da Justiça
Divina.
Não obstante intoxicados pelo orgulho ferido e vencidos pela
própria falácia, tais vitimas de ontem, antigos algozes do pretérito,
não se beneficiam dos sofrimentos experimentados como deveriam,
procurando evoluir com eles, ao invés disso, levantam-se como
justiceiros, com os sentimentos empedernidos e obliterando a razão,
se afundando então em dramas e quedas de difícil recuperação.
Por tal razão, o código do bem estabelece no perdão a terapia
exitosa para a cura das enfermidades da alma e, mediante a palavra
evangelizante que se sustenta em uma vida moral ilibada, o
medicamente para diminuir a acidez do ódio ou a anestesia da
TEORIAEPRÁTICADAMEDIUNIDADE-CADERNO3/3 WILSONDACUNHA
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indiferença no clímax dos desajustes em que pugnam os pacientes
enlouquecidos da obsessão.
“Sabemos que tu és, Jesus de Nazaré” – arremeteram as
entidades perturbadoras que atenazavam o obsidiado, quando o
Senhor dele se acercou na Sinagoga.
Como aos homens e nós, espíritos imperfeitos, nos falta a
autoridade real, busquemos em Jesus os recursos valiosos da caridade
e da luz, da misericórdia e do amor, da fraternidade e do bem, que nos
cumpre ofertar como valores santificantes que os guiará na direção
segura da sublime madrugada da vida.
07 – O doutrinador
A arte de doutrinar consiste em aplicar ao diálogo que é mantido
com o desencarnado, a disciplina e a caridade, sem permitir que a
caridade amoleça a disciplina e que a disciplina atropele a caridade.
Amar disciplinando e disciplinando amando.
Nas mãos do doutrinador se encontram as rédeas do grupo:
palavras já consagradas pelos espíritas. Porém, parte do sucesso que o
grupo pode obter depende da sua autoridade moral e do conhecimento
doutrinário que possui.
General sem armas, escudado na prece, na afinidade com os
amigos espirituais e nos aprofundados estudos que devem fazer este
TEORIAEPRÁTICADAMEDIUNIDADE-CADERNO3/3 WILSONDACUNHA
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comandante sem condecorações no peito, que tem a incumbência de
apaziguar litígios, incutir a esperança, elevar o ânimo, fortalecer a fé
na maioria das vezes combalida, quando não inexistente, naqueles que
sofrem a constrição de perseguidores externos ou interiores.
Para dialogar com enfermos tão diferenciados, o doutrinador
precisa ter uma boa argumentação, saber ouvir e aconselhar,
identificar a fresta através da qual possa chegar ao ponto vulnerável
do comunicante, por mais escondido que ele esteja, pois é inegável
que todos o possuem.
Para bem argumentar, ele necessita de conhecimentos históricos,
filosóficos, científicos e morais. Principalmente quando o
comunicante – e não é raro que isso aconteça – for mais instruído do
que ele nos campos citados.
Mesmo que isso aconteça, com a codificação Kardeciana na
mente e a fé em Deus no coração, dificilmente ficará acuado, sem
resposta, pois domina os fundamentos da Lei e tem no amor uma
arma poderosa no combate a qualquer agressão ou enfermidade.
Quanto à energia ou disciplina, esta deve ser aplicada nos
espíritos que zombam do evangelho e menosprezam o esforço
daqueles que tentam ajudá-lo.
Tais espíritos zombadores só entendem a linguagem da
disciplina, da qual os protetores da casa se encarregam, pois é tarefa
que a eles está destinada. Não se pode negar métodos que podem ser
aplicados pelo doutrinador, cooperando com a espiritualidade em
muitas situações.
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Quanto a identificar a fresta que dá passagem ao sentimento
positivo, é necessário ao doutrinador certo tato psicológico,
entendimento da dor humana, de suas decepções e principalmente,
muito amor ao trabalho que se faz. Sem ser piegas, diria que sem
amor, a sensibilidade costuma buscar outra hospedagem.
O grupo mediúnico é o coração do centro espírita. O local onde
as dores daqueles que o buscam são avaliadas pelos instrutores
espirituais. Alguns dirigentes equivocados entendem que o que enche
um centro, é o trabalho de passes, preocupando-se com a quantidade
de pessoas a circular na casa. No entanto, quantidade não reflete
qualidade.
Essas pessoas equivocadas, esquecem que o trabalho mediúnico
é a maior sustentação espiritual em beneficio dos trabalhadores do
passe, assim como o ombro amigo dos espíritos que lá ficarem, após
serem afastados por ocasião do passe.
08 – O Trabalhador
“Existem dois métodos infalíveis de liberação gradativa do jugo
dos espíritos inferiores. A oração, pela qual no lembrados de Deus, e
o trabalho, através do qual nos esquecemos de nós.” – Chico Xavier.
O espírita Luiz Gonzaga Pinheiro, assim diz:
“Costumo iniciar qualquer comentário sobre o trabalho
mediúnico dizendo: o lugar mais fácil de sermos encontrados pelos
bons espíritos é no trabalho digno.”
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Vale complementar que quanto mais digna a pessoa for, mais
trabalho digno haverá a ser feito.
Esta afirmativa neutraliza o arsenal de desculpas de que se
servem aqueles que se deixam imobilizar sob o pretexto de que após
resolver algumas situações pendentes estará firme.
Os componentes do grupo, no transcorrer da reunião, a depender
do tipo de enfermos que atendam, podem sentir cansaço, ânsias de
vômito ou dores agudas provocadas pela faca que ainda dilacera os
tecidos perispirituais do comunicante.
É claro que às vezes o desânimo nos apanha, motivado pelo
cansaço, agressões e ingratidões, mas é preciso reagir a esses instantes
de fragilidade. Não deixem que esses sentimentos sofridos desçam até
o coração. A montanha, o mar, as galáxias, toda a imensidão do
cosmo foi feita para nós. Todos somos herdeiros do universo, filhos
de Deus, senhor do tempo e do espaço. Então que mal poderá nos
deter?
09 – Aura, força vital e períspirito
A aura é uma borda espiritual que se irradia para o exterior e
forma em torno do corpo, uma espécie de atmosfera.
Ela também tem a seguinte definição adotada por André Luiz no
livro “Evolução em Dois Mundos”:
• “A aura é, portanto, a nossa plataforma onipotente em toda
comunicação com as rotas alheias, antecâmara do espírito em
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todas as nossas atividades de intercâmbio com a vida que nos
rodeia. Através da qual somos vistos e examinados pelas
inteligências superiores, sentidos ou reconhecidos pelos nossos
afins, temidos ou hostilizados, amados e auxiliados pelos irmãos
que caminham em posição inferior à nossa.
A força vital é a energia que cada reencarnante consegue
armazenar em sua intimidade, para uso nas ações do dia-a-dia da vida.
Aí cabe uma pergunta: nessa força vital não há uma espécie de
consenso em torno das principais características da aura?
Segundo o exposto na obra “Encyclopedia of Occultism” é
possível dizer que existe sim um entrelaçamento:
“A força vital não fica encerrada dentro do ser humano, mas
irradia-se em torno dele como uma esfera luminosa e pode atuar à
distância – aí se encaixam os casos de passe a distância e doutrinação
a distância via telefone. Nesses raios semi-naturais, a imaginação da
pessoa pode produzir efeitos sadios ou mórbidos a que se tornou
impura e restaurar a própria saúde.
Nossos pensamentos são nada mais nada menos que emanações
magnéticas que, ao escapar de nosso cérebro, penetram em diversas
cabeças e levam consigo a imagem de nossos segredos, juntamente
com um reflexo de nossa vida.
O períspirito serve de intermediário entre o espirito o corpo, ele
fica no meio dos dois. É elemento de transmissão de todas as
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sensações. Não se pode esquecer que existem duas situações que
diferenciam essa relação, conforme demonstrado por Kardec:
1. Quanto ao que vem do exterior pode-se dizer que o corpo recebe
a impressão, o períspirito transmite e o espírito, que é o ser
sensível e inteligente, a recebe;
2. Quando o ato é de iniciativa do espírito, pode-se dizer o que o
espírito quer, o períspirito transmite e o corpo executa.
O períspirito não se acha encerrado nos limites do corpo, ele
pode, por exemplo, viajar à distância, ver coisas conhecidas ou não
em uma caixa. Pela sua natureza, ele é expansível, irradia para o
exterior e forma, ao redor do corpo, uma espécie de atmosfera que o
pensamento e a força de vontade podem dilatar mais ou menos. Daí se
segue que há pessoas que sem estarem em contato corporal, podem se
achar em contato pelos seus períspiritos e permuta a seu mau grado
impressões ou pensamento por meio da intuição.
Modificações de forma e tamanho da aura, resultam de severas
doenças e, uma vez estabelecidas, tornam-se permanentes, ao passo
que se forem devidas a distúrbios nervosos transitórios, uma vez
curado o paciente, a aura gradualmente retoma sua condição normal.
Aqui cabe algumas perguntas:
1. Que alterações, por exemplo, ocorrem na áurea de um médium
no momento em que se acha sob a influência de um espírito
desencarnado?
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2. Em que pontos ou setores da aura se ligam os períspiritos dos
seres encarnados e desencarnados?
3. Que distúrbios provocam o acoplamento do períspirito de um
invasor espiritual em sua vítima?
4. Que características especiais oferece a aura de um médium em
potencial ou em atividades?
5. Que alterações ocorrem na aura de uma pessoa que ministra
passes ou que os recebe?
Respostas e algumas observações:
v Alterações saudáveis contribuem para o reestabelecimento
mediúnico dos candidatos ao desenvolvimento mediúnico;
v A aura é uma espécie de radiação luminosa que envolve o corpo
humano, sendo constituída por inúmeras partículas de energia;
v Essa radiação é singularmente sensível ao pensamento, ao qual
responde com presteza;
v A aura funciona como parte integrante da consciência;
v Sua qualidade, aspecto, coloração e formato variam segundo o
temperamento, caráter e saúde da pessoa;
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v Ela é essencial a todas as manifestações psíquicas e o meio
através do qual operam os médiuns de cura, além de atuar como
o próprio princípio ativo de cura;
v O fato de algumas pessoas serem médiuns e outras não, levam
os espíritas a aceitarem como hipótese de trabalho, a teoria de
que os médiuns irradiam uma substancia psíquica específica,
que forma um veículo semi-material entre eles próprios e seus
comunicantes invisíveis;
v Está provado que, a não ser que o magnetismo dos espíritos se
mescle harmoniosamente com o dos sensitivos, eles não
conseguem fazer notar sua presença;
v Devidamente manipulada e condensada por um impulso de
vontade – já vimos que ela se deixa influenciar facilmente pelo
pensamento –, a aura se apresenta como ectoplasma, matéria
prima para a produção de pequenos bastões, pseudópodes ou
materializações. Como ela reage ao pensamento e ao choque,
exatamente como o corpo humano, pode---se concluir que ela
constitui uma extensão do sistema nervoso;
v A formação desses bastonetes e pseudópodes nas sessões de
materialização resulta na opinião do Boddington, de um esforço
consciente da vontade do médium e não de uma inconsciente
exteriorização sua, segundo afirmam os materialista e negadores
em geral;
v O termo pseudópode, quer dizer literalmente “pé falso”. O
dicionário de Aurélio nos diz que a palavra serve para
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conceituar a saliência protoplasmática. Bastonete, utilizado por
sensitivos para deslocar objetos sem tocá-los com qualquer
membro ou parte de seu corpo físico;
v A aura não deve ser considerada como uma força cega, de vez
que a consciência opera através dela, da mesma forma que
operamos através do sistema nervoso.
Discorrendo sobre as diversas cores da aura e seu significado,
em termos de saúde física e característica de temperamento e caráter.
Uma das observações de Boddington sobre as sessões mediúnicas,
este apresenta da seguinte maneira: se a harmoniza prevalece, as cores
se mesclam, mas se verificar uma lacuna entre dois participantes, eles
devem ser deslocados até que a falha desapareça.
Se as cores se recusam a mesclar-se, é melhor que os
participantes desarmônicos se retirem do grupo, então os resultados
serão insatisfatórios. A aura de um novo participante pode anular
completamente os resultados positivos obtidos de outras vezes em que
ele não se achava presente.
Observação: Diante de um conceito técnico, os registros são
reais, o problema é quando levamos tais resultados técnicos ao
extremo.
Aí cabe uma pergunta: Quem precisa de hospital? Os doentes.
E como ficamos nós que ainda somos doentes da alma, pedindo
alta?
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O centro espírito é o hospital. Já dizia Jesus:
“Das ovelhas que o pai me confiou, nenhuma será extraviada
por minha culpa”. Nunca esquecendo que cada caso é um caso.
Havendo necessidade maior, vamos oferecer tratamento a esse
médium, sempre acenando com a sua volta, com a sua participação.
Registrei as colocações do Sr. Boddington, mas não devem ser
tomadas ao pé da letra.
Que cada um dos estudantes nesse momento pergunte a si
mesmo:
Se em determinado dia, um elemento do grupo mediúnico
alimentou-se exageradamente, ou encontra-se muito entristecido,
desarmonizado em suas emoções, qual o procedimento do dirigente?
Nenhum, ele não tem conhecimento, não foi informado do fato.
Os espíritos nos informam que em tais casos, se necessário, eles
aplicam o recurso extremo de isolar a criatura, para que, já que não
pode ajudar, pelo menos não perturbe os trabalhos.
Abro parênteses para um caso pessoal:
“O dia mais triste da minha vida foi um dia em que eu tinha a
responsabilidade de dirigir uma reunião mediúnica no Centro Espírita
Cuiabá. Naquele dia, parecia que a minha dor era a maior de todas.
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Tive que falar em perdão, em amor. Fui assistido e fui feliz nos
atendimentos aos que sofriam.
Médiuns perfeitos só na espiritualidade maior.
A seguir estão fotos representativas de duas auras.
Se analisarmos a realidade desse jovem por intermédio de uma
“Foto-Kirllen” comparativa, estaremos mais ou menos diante da
seguinte realidade:
1. Ferida na aura;
2. Energias em desalinho, gasta, deixando aberturas que
possibilitaram a instalação obsessiva;
3. As bactérias dos dois planos em conjunto com o processo
obsessiva muito provavelmente adoecerão o corpo.
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A aura apresentada anteriormente é de uma pessoa em
desequilíbrio. A seguir a foto da aura de uma pessoa equilibrada, com
sensibilidade mediúnica:
A aura acima é de uma pessoa que possui a mente elevada. Fica
possível observar a harmonia das cores.
Ø Essas fotos são feitas com equipamento especial, acoplada em
máquina comum de fotografia. O resultado se obtém ao
fotografar o dedo da pessoa.
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10 - Introdução à mediunidade
Antes de começar esse estudo avançado de mediunidade, quero
registrar que não é nenhuma extensão do estudo em torno das cinco
fases.
Como em qualquer empreendimento, o exercício da
mediunidade passa por caminho, ou seja: se há um planejamento de ir
de “A” a “B” a “C” progressivamente, caso haja vacilação no “B” por
exemplo, jamais se alcançará o destino “C”.
Em se tratando de mediunidade, surgem as vacilações, dúvidas e
sugestões para que o desânimo se instale.
Há sons que os ouvidos humanos não captam por estarem
programados para uma faixa relativamente estreita de 40 a 50 ciclos.
O ouvido do cão está programado para 20.000 ciclos. Como se
pode imaginar, há uma compacta multidão de vibrações: sons,
imagens, movimentos e emoções a nossa volta, em paralelo a nós,
mas fora do nosso alcance habitual. No entanto, não se pode ignorar a
possibilidade de atuar na realidade mediúnica a qual nos pertence.
11 - O médium
Kardec conceituou o médium da seguinte maneira:
“Médium” – do latim, meio, intermediário.
1. O médium é uma pessoa, ou seja, um ser humano dotado de
certas faculdades especiais de sensibilidade;
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2. Pode servir, mas nem sempre quer e nem sempre tem tarefas a
exercer no campo específico da mediunidade de incorporação.
Poderá ter tarefas limitadas em determinado tipo de
mediunidade;
3. É um instrumento para que a comunicação se faça, ele deve
entender que não é a fonte geradora da mensagem, seja ela
visual, auditiva, olfativa ou qualquer outra. Visto que se ele
mesmo fosse a fonte, deixaria de ser mediunidade e seria apenas
animismo;
4. Opera entre espíritos desencarnados de um lado e encarnados do
outro.
O médium deve ser disciplinado e exercer controle sobre o
fenômeno, mas não a ponto de inibi-lo ou deformá-lo, para que o
fenômeno da mediunidade não seja menor do que o animismo. São
muitos os obstáculos iniciais que a mediunidade encontra nas suas
primeiras manifestações.
Assim que a pessoa perceber essa ação da espiritualidade, sem
hesitação ou adiantamento, é preciso enfrentar o problema e buscar
ajuda de alguém que saiba e entenda, que queira e possa contribuir
decisivamente para esclarecimento dos problemas suscitados.
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Ao início da mediunidade, quatro situações diferentes podem
ocorrer:
I. Ausência de orientação, quando o médium iniciante acha que
pode resolver sozinho suas dificuldades;
II. Orientação inadequada, quando a pessoa chamada a opinar não
está suficientemente qualificada e agrava a situação com
sugestões e palpites de entendimento errôneo;
III. Desorientação, quando o médium iniciante se apavora, entra em
pânico e, ao invés de procurar examinar serenamente a situação
e avaliar tudo com bom senso, atira---se atabalhoadamente a
uma atividade febril e desordenada. Adotando tudo quanto seja
de sugestão, comparecendo a qualquer centro que lhe seja
indicado, submetendo---se a qualquer treinamento ou ritual que
lhe digam necessário para desenvolver sua faculdade. Pode ser
que seja um excelente médium em potencial, mas estará em
sérias dificuldades dentro de pouco;
IV. Orientação correta, nesse caso, o médium incipiente teve a sorte
de encontrar a pessoa certa que o ajuda a ordenar as coisas,
orientando---o a observar os fenômenos com espírito critico,
informa quanto aos estudos e aspectos teóricos da questão em
livros confiáveis e, eventualmente, a integrar---se em um grupo
que lhe proporcione as condições de que necessita para
desenvolvimento.
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Além das quatro colocações, poderemos acrescentar mais uma:
Ø O médium é uma pessoa que serve, um servidor, um médico, um
enfermeiro a serviço dos irmãos doentes da alma – encarnados
ou desencarnados –, devendo traçar a sua prioridade e não
escolher de que maneira servir, dizendo de si para si mesmo: eu
vou trabalhar hoje, faço a minha tarefa e aí não preciso ir no
decorrer da semana. Pior ainda é aquele que pensa que não
existe motivo para não servir um pouco mais.
Médiuns que dizem isso, permitem ser conduzidos por
desencarnados que tudo fazem para atrasar a sua evolução espiritual.
Praeiro, o fundador da federação espírita de Mato Grosso, o
dirigente do amor, no seu décimo ano de desencarnado assim se
expressou:
-Meus irmãos, como sou feliz, eu acho que fiz pouco, mas Jesus
entende que não. Irmãos, aproveitem o tempo. Quando meus
familiares diziam:
“Pai, o senhor não vai ficar em casa para o aniversário?
Eu respondia:
-Primeiro as minhas obrigações com o Cristo, na minha volta eu
participo da festa.
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“Médiuns, em suma, é preciso admitir que o problema da nossa
acomodação existe, necessitando de ajuda competente para avaliar a
situação e finalmente traçar um programa de estudo e treinamento.
Dirigentes, as acomodações existem em muitos de vocês que
não reciclam os seus conhecimentos e assim vão cometendo erros,
comprometendo a doutrina. Podendo ao chegar ao ponto que
desencarnando seria um benefício para a doutrina.” – Divaldo
Franco
Como se não bastasse, existem aqueles que só fazem o que o seu
guia diz, como ficarão se o seu guia vier comunicar que estará
reencarnando logo mais? Esse dirigente vai ficar sem sua “muleta”.
Determinados dirigentes entendem que só porque a mocinha viu
o espírito da falecida avó, ou motivado por alguns momentos esparsos
de sensibilidade, deve conduzi-la a uma mesa mediúnica para
desenvolver o que nem se sabe se possui: mediunidade tarefa. Tal
atitude é falta de caridade com a pessoa em questão.
Existem pessoas que não se tem o que ensinar em termos de
incorporação, pois são médiuns naturais. Nesse caso, o mais correto é
ela sentar---se fora da mesa mediúnica, pela necessidade de ir
tomando conhecimento do que seja uma reunião, solicitando que
nesse primeiro momento exercite a mediunidade do amor, emanando
amor, auxiliando os trabalhadores.
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Oferecendo ao dirigente o tempo necessário para que o mesmo
possa observar as suas reações mediúnicas, a qual será percebida com
facilidade. Esse tem sido o sistema adotado até agora. Quanto a nós
particularmente, estamos adotando o método das cinco fases.
Quanto aos portadores de mediunidade natural, nada se tem para
ensinar com relação a incorporação, mas há uma necessidade de
adotar em regime de urgência o estudo em torno do fenômeno, quanto
ao carisma da mediunidade. Em torno da doutrina, nunca se pode
engessar o entendimento.
No caso de obsessão, o doente tem a alma e o físico agredido,
portanto esse dirigente deve restituir a saúde do paciente à luz do
espiritismo, através do passe e da vibração mediúnica.
A princípio, toda obsessão tem aparência mediúnica. Ao afastar
o mal, a pessoa volta ao normal. Nem todos os sintomas de
mediunidade consistem em “mediunidade tarefa”.
Boddington escreveu: a mediunidade é apenas um dos
roteiros evolutivos. Outros podem ser mais fáceis para você
percorrer.
Nunca esquecer que a cada irmão doente que o médium alivie a
sua dor, é um amigo conquistado no mundo dos espíritos. Eles lá
estarão para nos receber. Não é o caso de quem se apresenta com a
mala vazia.
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Se trabalharmos uma vez na semana, atendendo 2 necessitados,
teremos no decorrer do ano atendido 96 necessitados. Porque não
dobrar essa quantidade se ainda temos tempo e saúde? Naturalmente,
dobrando esses atendimentos, será maior a presença dos irmãos nos
recepcionando na estação do além.
Se não bastasse, quantas mães, oram por nós pela ajuda
oferecida aos seus filhos? Quantas delas estarão conosco no
derradeiro momento da nossa existência?
Quanto aos seus filhos, elas dirão ao grupo mediúnico:
“Para o mundo o meu filho foi um marginal, quanto ao meu
coração de mãe, ele era jóia que estava atolada na lama. Peço a
Deus por vocês médiuns.”
Tomemos Jesus como roteiro, quando nos disse: “Meu pai
trabalha constantemente, e eu também trabalho”.
“O primeiro e mais eficiente mandamento a ser seguido pelo
médium consiste em evangelizar a si mesmo” – Chico Xavier
O médium é o indivíduo que está apto a fazer incursões no plano
espiritual e a interagir com ele quando em vigília. Seja através dos
sentidos ou do deslocamento. É imprescindível que se diga que todo
médium é responsável pela comunicação que transmite.
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Este é um dos principais motivos pelo qual deve procurar
estudar muito a faculdade que possui, a fim de discernir o momento e
a ocasião em que deve ou não permitir a manifestação, sendo
utilizado como instrumento.
Os espíritos que o buscam, devem ser alvos do seu
discernimento, geralmente adquirido com o estudo e a prática
doutrinária, resultado daí uma classificação íntima acerca das
intenções e do estado evolutivo dos mesmos. Isso não o autoriza a
discriminar ou rejeitar.
Muitos médiuns dizem de si para si: gostaria que tal
companheiro recebesse esse irmão.
Mal sabem eles a dificuldade desse contato, visto que depende
da lei da sintonia fluídica.
Não devem esquecer que estão na sala mediúnica, a disposição
da espiritualidade para esse ou aquele atendimento e aqueles que se
apresentam tiveram a permissão dos instrutores e dirigentes da casa.
Não lhe cabe em absoluto ficar questionando se o que vê é fruto
de perturbação ou se o personagem a que vai ajudar merece ou não a
caridade de uma acolhida. Não deve prender sua atenção a detalhes
em detrimento do essencial, que é fazer o papel de primeiro
enfermeiro do atendido.
Deve, enfim, entregar-se racionalmente e sem reservas à missão
que lhe foi confiada.
Não sendo utilizado na comunicação, o trabalhador mediúnico
deve permanecer em prece ou sustentar pensamentos positivos,
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vibrando por quem esteja trabalhando, sem contudo, estar ausente do
que ocorre ao seu redor. Isso evitará que o médium inicie uma
comunicação indesejada, sendo que já há outra em curso.
Ter duas comunicações simultâneas é inadequado, visto que o
doutrinador só pode atender a um comunicante de cada vez. É bem
verdade que existem situações que justifique duas comunicações
simultâneas, mas independentes, nesse caso, quando uma completa a
outra, auxiliando o doutrinador no mesmo caso.
12 - Fenômeno mediúnico puro
Será que todo fenômeno mediúnico é puro?
Não há fenômeno mediúnico puro, pois sempre haverá nele um
inevitável componente anímico – não comprometedor – necessário,
visto que a comunicação mediúnica só se torna possível quando o
espírito se utiliza de um encarnado, ou seja, de uma alma, que sempre
terá uma participação no processo.
O bom médium é aquele que reduz ao mínimo possível a
interferência da sua personalidade, para não sujar e sim filtrar de
maneira mais límpida a sua mediunidade. Não esqueçam que mesmo
que inseparáveis, mediunidade é uma coisa e médium é outra.
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13 - Fenômeno mediúnico misto
O que deve ficar claro é que pode haver – e com frequência há
mesmo – um componente mediúnico nos fenômenos anímicos.
Essa participação pode ser ostensiva ou facilmente identificável,
quando o sensitivo vê, ouve e conversa mentalmente com os espíritos
durante o desenrolar dos fenômenos anímicos, ou apenas perceber a
presença deles, intuitivamente, mas não os vê nem os ouve.
É difícil, portanto, no estado atual dos nossos conhecimentos,
determinar com maior precisão até que ponto o fenômeno anímico
traz consigo um componente mediúnico, ou vice e versa.
14 – Liberdade controlada
O fenômeno da comunicação mediúnica é complexo, pois o
médium deve simultaneamente deixar fluir em toda a sua pureza a
mensagem mediúnica – vocal, escrita, visual ou auditiva – e ao
mesmo tempo precaver-se para que o espírito manifestante se
mantenha dentro de um comportamento razoável.
Com base nisso, Paulo recomendou nas suas instruções aos
Coríntios sobre a mediunidade que: “o espírito do profeta – médium –
está sujeito ao profeta”.
Ou seja, não deve o médium permitir que o manifestante faça e
diga o que bem entenda, da mesma forma que deve abrir-lhe o espaço
para que diga ao que veio e expresse, responsavelmente e com
autenticidade o seu pensamento.
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Como, porém, obter esse equilíbrio ideal entre permitir a livre
manifestação do espírito comunicante e, ao mesmo tempo, não
permitir que ele abuse da sua liberdade de expressa?
Boddington tem uma importante observação a respeito:
“Os espíritos, nos primeiros entendimentos, percebem quando se
envolvem na aura do médium, seus pensamentos fluem ao longo dos
seus respectivos canais e acabam expressando-se na palavra falada ou
no gesto, através do médium.
Mais tarde, compreendem que o mecanismo do corpo do
sensitivo também passa ao seu controle. Assim começa o
conhecimento deles acerca da mediunidade.”
Portanto, os médiuns devem guardar-se contra todo e qualquer
distúrbio emocional que os afete na vida diária, com maior vigor do
que empregaria o mais positivo e frio racionalista, que normalmente
supera todas as situações com uma equilibrada capacidade de
avaliação.
Cabe ao médium, em outras palavras, viver o dia-a-dia em
estado de permanente vigilância, fugindo d situações equivocados
pelo que Boddington chama de distúrbio emocional.
O médium tem que ser tão – ou mais – disciplinado e positivo
nesse caso quanto as pessoas que por natureza procuram resolver tudo
com o equilíbrio da cabeça fria.
Uma vez que essa atitude de serena observação e avaliação no
trato com o mundo que o cerca seja desenvolvida e consolidada no
médium em estado normal de vigilância, fixa---se nele uma segunda
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natureza de equilíbrio que não vai permitir espaços para que o espírito
manifestante possa fazer dele e através dele tudo quanto lhe venha à
cabeça.
Qualquer pessoa que tenha vivido alguns anos de experiência
com trabalhos mediúnicos reconhece prontamente a importância de
tais observações.
Os espíritos em estado de perturbação encontram com facilidade
condições propícias para manifestarem sua própria agressividade em
médiuns dominados por emoções indisciplinadas. Distúrbios esses
que estão nos seres humanos e não na doutrina.
Ali estão, como que a sua disposição, os elementos que desejam
para as explosões emocionais, a gritaria, os gestos violentos, situação
que não encontrariam no psiquismo de um médium que já cultivou e
consolidou atitudes de paciência, serenidade e equilíbrio emocional.
Quando o médium tem muitas criticas em torno do dirigente, o
espírito comunicante encontra respaldo e facilmente fará comentários
desagradáveis e indelicados ao dirigente. Mesmo ele sendo inocente.
Há contudo, uma informação adicional muito importante a fazer
neste ponto:
O médium não deve ser uma espécie de múmia animada, através
da qual se manifeste o espírito. Não podemos esperar e nem exigir
que um espírito indignado com alguém que a seu ver o prejudicou
gravemente no passado, apresente---se sem irritação com os
componentes do grupo que se metem indevidamente na sua vida,
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venha com palavras doces, gestos suaves e atitudes cordiais para falar
da sua indignação.
É preciso deixá-lo falar – dentro dos limites das conveniências
que o bom médium poderá traçar – com autenticidade e
espontaneidade seu pensamento em palavras e gestos.
Lamentavelmente, muitos dirigentes não percebem que, com a
exigência irredutível de obrigar o médium ao controle exagerado da
manifestação mediúnica, estão precisamente estimulando o
mediunismo sobre a mediunidade, ou seja, a imposição da
personalidade do médium sobre a do espírito manifestante.
15 – A necessidade da leitura
Muita gente pensa que, por ser médium, a pessoa é
necessariamente espírita ou tem pleno conhecimento dos mecanismos
da mediunidade.
Existem padres, freiras e pastores exercendo a mediunidade.
O mais grave é que até médiuns pensam assim e decidem, por
sua conta e risco, que não é preciso estudar coisa alguma sobre o
assunto porque são médiuns naturais, espontâneos e dotados de
amplos e variados recursos.
Lamentavelmente, são muitos os que consideram a mediunidade
um privilégio, marca de uma preferência divina, um talento especial
que os colocam acima e à parte dos demais seres.
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É natural que o médium principiante ignore, de início, toda a
complexa estrutura teórica que vem sendo formulada para a
mediunidade a partir de “O Livro dos Médiuns”.
Isto, não obstante, é mais uma razão para considerar os
fenômenos com atenção e respeito e buscar logo informações
confiáveis sobre o assunto a fim de entender o que se passa.
Só assim poderá evitar envolvimento indesejável ou vícios de
formação de difícil correção posterior. Nem sempre conseguem
acertar os passos.
O médium deve lembrar que consciente, ou não, existe um
processo de desdobramento nos processos mediúnicos e assim fica
fácil ele entender a necessidade de ser o comandante em frente aos
desencarnados inconsequentes.
O primeiro passo nessa caminhada rumo a um desenvolvimento
racional e balanceado das faculdades é o sensitivo dedicar-se ao
estudo sistematizado da doutrina dos espíritos, a começar pelo Livro
dos Espíritos, Livro dos Médiuns e demais obras da codificação,
assim como as obras de André Luiz.
Quanto a mim, não consigo indicar no primeiro momento o
estudo, somente das obras básicas, científicas e filosóficas, sem
inserir os livros que mencionamos no Caderno 01.
Livros que proporcionam nossa mudança de sentimentos e nos
faz entender que o espiritismo é o Cristianismo Redivivo,
exemplificado pelos cristão primitivos.
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Lembrando que em nossos dias temos sim, um cristianismo
mascarado, distorcido da verdade, nos quais soterramos os
ensinamentos morais contidos no Novo Testamento.
Os cristãos primitivos foram os trabalhadores da primeira hora,
convocados por Jesus. Sejamos nós, então, os trabalhadores da
primeira hora na exemplificação da Doutrina Consoladora do Cristo, a
terceira revelação que Deus oferece à humanidade.
Ø O conselho é válido também para os que não disponham de
nenhuma faculdade mediúnica ou sensibilidade especial.
16 – A convivência
A relação populacional de encarnados para desencarnados é de 1
para 5. Ou seja, a cada 1 encarnado, há 5 desencarnados
perambulando por aí.
Esse é um dos motivos pelos quais seria satisfatório se com o
tempo, os médiuns – principalmente os videntes – sem conhecimento
do espiritismo se acostumassem com os desencarnados.
Despreocupando-se e os tratando como pessoas comuns, sem tentar
exorcizá-los, ou expulsá-los como demônios toda vez que percebem a
sua presença.
São pessoas que por alguma razão pessoal, perambulam por
antigos locais onde viveram, sofreram e lutaram. Seres como outros
quaisquer.
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É bem verdade que no meio dos indiferentes, há os brincalhões,
os zombeteiros.
E é em torno desses que Regina comenta a sua experiência:
“Esses escondiam suas coisas e ciente da procura infrutífera,
ficava “brava” com a brincadeira de mau gosto. Nessa oportunidade,
surgia um deles à sua vidência e, depois da “bronca” que levava,
desculpava-se humildemente desarmando-a:
-Ora, você não precisa ficar zangada. A gente só estava
brincando.
Não eram, contudo, maldosos, e em mais de uma ocasião,
prestaram-lhe pequenos favores, como mostrar o lugar onde estava
algo que eles não haviam escondido.
Boa gente, ainda que um pouco irresponsáveis em suas
brincadeiras que, apesar das juras, eles continuavam a praticar de vez
em quando.
Um deles até amparou Regina, evitando que ela caísse escada
abaixo quando ela descia um viaduto.
O espírito segurou-a pelos cotovelos até que ela pudesse
equilibrar-se sobre os pés. Como? Só perguntando a ele.
Certa vez, Regina estava com forte dor de cabeça. Ainda tinha
aulas para dar, das cinco da tarde às nove da noite. E pensava:
-Meu Deus, como vou trabalhar com esta dor terrível? – mal
acabara de pensar, surgiu na sala uma mocinha aparentando uns 15 ou
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16 anos. Vinha acompanhada de uma criança, um menino de uns dois
ou três anos presumíveis. Ela aproximou-se, sorriu e disse:
-Vou dar um jeito na sua dor de cabeça.
Convidou Regina a deitar-se em um sofá e colocou a mão sobre
sua testa. Enquanto recebia os passes da mocinha, observava
preocupada que o danadinho do garoto subia pela cortina acima e
deixava-se escorregar pelo pano abaixo. Não se conteve e falou:
-Menino, desce daí já! Você vai acabar derrubando essa cortina.
A mocinha pareceu não dar a mínima importância ao caso.
Sorriu e continuou seu trabalho. Regina, já aflita, pediu sua
interferência junto ao endiabrado pirralho:
-Mande ele parar com isso! Vai acabar com a minha cortina!
E ela, muito calma, respondeu:
-Ah, deixa ele brincar. Pode deixar que não vai acontecer nada
com a sua cortina.
Só então ocorreu a ela que eles eram “apenas espíritos”.
Depois disso, a moça deve tê-la feito dormir, porque acordou
cerca de vinte minutos depois, novinha em folha e foi trabalhar.”
Utilizei essa experiência de Regina para a nossa reflexão
necessário em torno dessa sua experiência. Para que possamos vencer
os nossos atavismos em torno dos desencarnados, que logo mais
também seremos.
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