Melhores práticas e tendências em programas de qualidade de vida no trabalho
Ron Z. Goetzel, Ph.D. , Johns Hopkins University -Truven Health Analytics
SESI Meeting – Recife Brazil – 24 July 2014
Programas de Qualidade de Vida funcionam?
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O que queremos dizer com:Programas de Qualidade de Vida funcionam?
• “Conscientização de trabalhadores sobre sua saúde e
como ela melhora a qualidade de vida.”
• “Alta participação e engajamento.”
• “Perda de peso, cessação de tabagismo e mais
exercícios.”
• “Queixas médicas e custos devem diminuir.”
• “Menos absenteísmo, menos acidentes de trabalho.”
• “Atração dos melhores talentos.”
• “Trabalhadores mais felizes e com mais energia.”
• “Criação de uma cultura de saúde.”
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4
O que queremos dizer com:Programas de Qualidade de Vida funcionam?
• “Geração de um retorno-sobre-investimento (ROI)
positivo.”
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6
7
Convença-me…
Por que devo investir na saúde e
bem-estar dos trabalhadores?
8
Parece muito lógico…
Ao melhorar a saúde e bem-estar dos
trabalhadores…
…a qualidade de vida melhora
…a utilização de serviços de saúde reduz
…o absenteísmo é controlado
…a produtividade é melhorada
Parece muito simples, certo?
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Qual é a evidência científica?
• Uma grande proporção de doenças e desordens é passível de prevenção.
Fatores de risco modificáveis são precursores de um grande número de doenças
e desordens que levam à morte prematura. (Healthy People 2000, 2010, Amler &
Dull, 1987, Breslow, 1993, McGinnis & Foege, 1993, Mokdad et al., 2004)
• Vários fatores de risco modificáveis estão associados com aumento nos custos
de saúde em um prazo relativamente curto (Milliman & Robinson, 1987, Yen et
al., 1992, Goetzel, et al., 1998, Anderson et al., 2000, Bertera, 1991, Pronk, 1999)
• Fatores de risco modificáveis podem ser melhorados através de programas de
promoção de saúde e prevenção de doenças no ambiente de trabalho (Wilson et
al., 1996, Heaney & Goetzel, 1997, Pelletier, 1991, 1993, 1996, 1999, 2001, 2005,
2009, 2011)
• Melhorias no perfil de saúde da população leva a redução de custos de saúde
(Edington et al., 2001, Goetzel et al., 1999, Carls et al., 2011))
• Programas de Promoção à Saúde nos ambientes de trabalho geram economia
financeira para as empresas e produzem retorno sobre investimento positivo
(ROI) (Johnson & Johnson 2002, Citibank 1999-2000, Procter and Gamble 1998,
Chevron 1998, California Public Retirement System 1994, Bank of America 1993,
Dupont 1990, Highmark, 2008, Johnson & Johnson, 2011)
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Doenças causadas (pelo menos em parte) por estilos de vida:
• Obesidade: Colecistite / Colelitíase, Doença arterial coronariana, Diabetes, Hipertensão, Dislipidemia, Osteoartrose, Apnea do sono, Embolismo venoso / Trombose, Câncer (mama, colo do útero, coloretal, bexiga, trato biliar, ovários, próstata)
• Tabagismo: Doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, Osteoporose, Doença vascular periférica, Asma, Bronquite aguda, DPOC, Pneumonia, Câncer (bexiga, rins, unrinário, laringe, lábios, bucal, faríngeo, pâncreas, traqueia, brônquios, pulmão)
• Inatividade física: Doença arterial coronariana, Diabetes, Hipertensão, Obesidade, Osteoporose
• Nutrição inadequada: Doença cerebrovascular, Doença arterial coronariana, Diabetes, Doença diverticular, Hipertensão, Doenças bucais, Osteoporose, Câncer (mama, coloretal, próstata)
• Uso excessivo de álcool: Lesões hepáticas, psicose alcoólica, Pancreatite, Hipertensão, Doença cerebrovascular, Câncer (mama, esôfago, laringe, fígado)
• Estresse, ansiedade e depressão: Doença arterial coronariana, Hipertensão
• Hipertensão descontrolada: Doença arterial coronariana, Doença cerebrovascular, Doença vascular periférica
• Dislipidemia: Doença arterial coronariana, Desordens de metabolismo lipídico, Pancreatite, Doença vascular periférica
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Prevalência de obesidade – dados comparativos
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Fonte: Vigilância de Obesidade – Ministério de Saúde (2013).
Estatísticas do Brasil
• Carga de doença atual no Brasil
– Responsável por 72% das mortes no país
– Perda estimada de produção econômica 2006 – 2015:
• US$ 4 a 18 bilhões
• Vigilância de fatores de risco para doenças crônicas (2011)
– 15% fumantes
– 49% sobrepeso
– 16% obesos
– 31% dieta inadequada
– 14% inatividade física
– 17% uso excessivo de álcool
– 5% classificam própria saúde como ruim ou muito ruim
22Schmidt, MI et al, 2011.The Lancet, p.61-74
Objetivos para a indústria
• Aumentar a conscientização de saúde – hábitos
protetores e destrutivos
• Motivar trabalhadores a se tornarem engajados na
própria saúde e na de suas famílias
• Ajudar os trabalhadores a mudar comportamentos
– melhorar hábitos de saúde
• Reduzir o absenteísmo
• Demonstrar o valor real dos programas
• Demonstrar o retorno-sobre-investimento (ROI)
• Aumentar a competitividade da força de trabalho
brasileira
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Boa notícia –Qualidade de Vida no Trabalho funciona!
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CDC Community Guide To Preventive Services Review – AJPM, Fevereiro 2010
86 Estudos Revisados
26
Resultados resumidos e consenso da equipe
Resultado
Nível de
Evidência
Resultado
Consistente
Magnitude
de efeito Achado
Uso excessivo de
álcool
9 SIM Variável Suficiente
Frutas e legumes
% Ingestão de gordura
9
13
NÃO
SIM
0.09 porções
-5.4%
Insuficiente
FORTE
% mudança em
fisicamente ativos
18 SIM +15.3 % Suficiente
Tabagismo
Prevalência
Cessação
23
11
SIM
SIM
–2.3 %
+3.8 %
FORTE
Não-uso de cinto de
segurança
10 SIM –27.6 % Suficiente
27
Resultado Evidência
Resultado
Consistente Magnitude do efeito Achado
Pressão diastólica
Pressão sistólica
Prevalência de risco
17
19
12
SIM
SIM
SIM
Diastolic:–1.8 mm Hq
Systolic:–2.6 mm Hg
–4.5 %
FORTE
IMC
Peso
% gordura corporal
Prevalância de risco
6
12
5
5
SIM
NÃO
SIM
NÃO
–0.5 pontos IMC
–0.56 pounds
–2.2% gordura corp.
–2.2% em risco
Insuficiente
Colesterol total
Colesterol HDL
Prevalência de risco
19
8
11
SIM
NÃO
SIM
–4.8 mg/dL (total)
+.94 mg/dL
–6.6 %
FORTE
Aptidão física 5 SIM Pequeno Insuficiente
Resultados resumidos e consenso da equipe
28
Resultados resumidos e consenso da equipe
Resultado
Evidênci
a
Resultado
consistente
Magnitude do
efeito Achado
Risco Estimado 15 SIM Moderado Suficiente
Uso de serviços de
saúde
6 SIM Moderado Suficiente
Produtividade do
trabalhador
10 SIM Moderado FORTE
Absenteísmo no Brasil
• Custo estimado do absenteísmo: faltas ao trabalho +
tratamento de doenças + incapacidade e auxílio-
acidente/doença = 4% do PIB = R$170 bilhões
• 2 milhões de faltas por ano acima de 15 dias (28% na
indústria)
• Absenteísmo médio de 4 dias por ano entre
trabalhadores da indústria
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Fonte: Relatório interno SESI
ONDE ESTÁ O RETORNO SOBRE INVESTIMENTO (ROI)? ETAPAS CRÍTICAS PARA O SUCESSO
Redução de utilização
Redução de riscos
Mudança de comportamento
Atitudes
Conhecimento
Participação
Conscientização
Retorno financeiro
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Revisão de literatura sobre ROI - Health Affairs Baicker K, Cutler D, Song Z. Workplace Wellness Programs Can Generate Savings. Health Aff (Millwood). 2010; 29(2). Published online 14 January 2010.
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RESULTADOS – ECONOMIAS EM ABSENTEÍSMO
Descrição N Média de ROI
Estudos relatando custos e
economias
12 $3.27
Todos estudos examinando
economias em absenteísmo
22 $2.73
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34
Vencedores ACOEM vs. S&P 500
3636
Elementos básicos: Programa de Qualidade de Vida
1. Educação em Saúde, focada em desenvolvimento de competências
e mudanças de estilo de vida junto a disseminação de informação e
conscientização, preferencialmente alinhada a interesses e
necessidades dos trabalhadores
2. Ambiente físico e social favoráveis, refletindo as expectativas da
organização sobre comportamentos de saúde e implementando
políticas que promovam comportamentos saudáveis
3. Integração do programa na infraestrutura de recursos humanos e
benefícios da organização
4. Ligação de programas relacionados como assistência ao
trabalhador (EAP) com Qualidade de Vida
5. Programas de detecção seguidos por aconselhamento, ligados
aos cuidados de saúde para garantir acompanhamento
Estudo de benchmarking - O’Donnell (O’Donnell et al., 1997)
1. Conectar o programa aos objetivos de negócio;
2. Apoio de gestores executivos;
3. Planejamento efetivo;
4. Participação do trabalhador ao desenvolver objetivos e
metas;
5. Ampla variedade de ofertas no programa;
6. Foco efetivo em indivíduos de alto risco;
7. Incentivos para motivar trabalhadores a participar do
programa, levando a altas taxas de participação;
8. Acessibilidade do programa;
9. Comunicação efetiva; e
10.Avaliação de efetividade.
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38http://www.cdc.gov/niosh/docs/2010-140/
Scorecard CDC de Saúde no Trabalho
http://www.cdc.gov/dhdsp/pubs/worksite_scorecard.htm
Identificando “melhores práticas” em programas de Qualidade de Vida no Trabalho: o que funciona?
Source: Goetzel RZ, Shechter D, Ozminkowski RJ, Reyes M, Marmet PF, Tabrizi M, Chung
Roemer E. Critical success factors to employer health and productivity management efforts:
Findings from a benchmarking study. Journal of Occupational and Environmental Medicine.
(2007) February; 49:2, 111-130.
41
Programas de Qualidade de Vida — o que funciona?
Comprometimento de Liderança
• Liderança por exemplo – com
engajamento de gestores
• Cultura / norma de “empresa
saudável
• Conexão explícita com os princípios
fundamentais da organização
• Conselho consultivo guiado por
trabalhadores
• Metas e objetivos específicos – com
expectativas realistas
• Alinhamento de políticas e práticas
organizacionais, de recursos
humanos e qualidade de vida
• Sustentabilidade – orientação de
futuro
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Programas de Qualidade de Vida — o que funciona?
Incentivos Inteligentes
• Incentivos para participar (não
para mudar dados
biométricos)
• Responsabilidade em todos
os níveis – conectada a
recompensas
• Comunicação e marketing
efetivos (multi-canal)
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Programas de Qualidade de Vida — o que funciona?
Detecção e triagem efetiva
• Ser abrangente para identificar
indivíduos de maior risco
• Promover intervenções de
“saúde pública” para manter as
pessoas em baixo risco
• Fazer triagem de indivíduos
para programas que produzem
maior impacto / retorno
• Proteger a confidencialidade
• Coordenar com provedores de
saúde e recursos comunitários
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Programas de Qualidade de Vida — o que funciona?
• Baseados em teorias e
evidências(e.g., Bandura,
Prochaska, Lorig, Strecher,
Glasgow)
• Intervenções adaptadas e
individualizadas
• Equilibrar alta tecnologia com
alta relação humana
• Intervenções individuais e
ambientais / ecológicas
• Ferramentas efetivas,
confiáveis e válidas
Estado da arte de
Programas de Intervenção
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Programas de Qualidade de Vida — o que funciona?
Implementação efetiva
• Integrar programas – garantir
engajamento de todas partes
envolvidas
• Programas acessíves e atrativos
• Começar simples – pilotar – crescer
com sucesso
• Multi-componentes – variedade de
tópicos e modalidades de engajmento
• Integrar equipe à essência da
organização
• Investir a quantidade certa de dinheiro
para atingir ROI desejado
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Programas de Promoção à Saúde — o que funciona?
Sistema Integrado de
Dados
Conexão dos resultados
com valores
Mensurar, gerenciar e mensurar
novamenteMetodologia
científica rigorosa
Comunicar
resultados
regularmente
Avaliação Excelente
Isso é difícil!
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O que não funciona
• Avaliação de riscos de saúde (HRAs) isolada
• Modelos de incentivo baseados em resultados de saúde
desconectados de um programa abrangente de Qualidade
de Vida
• Coisas “debaixo do radar” (oferecidas por planos de saúde)
• Campanhas de curto prazo – “o maior perdedor”
• Pedir um provedor externo para “consertar as pessoas que
não são saudáveis”
• Muito teste biométrico, com pouco além
• Comunicação e marketing inadequado – sem consideração
ao cliente
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MODELO LÓGICO: Programas de Qualidade de Vida no Trabalho
• ESTRUTURA
Modified Worksite Health Promotion (Assessment of Health Risk with Follow-Up) Logic Model Adopted by the CDC Community Guide Task Force
HEALTH, SAFETY, AND PRODUCTIVITY MANAGEMENT
Employees
• PROCESSO
• RESULTADOS
Então, o que você pode fazer amanhã?
Promover atividade física
• Trilhas de caminhada, mais escadas, menos elevadores, promover transporte público, subsidiar academias, providenciar pedômetros, patrocinar competições, trabalhar junto a escolas locais
Promover acesso a alimentos saudáveis
• Fazer da escolha saudável a escolha fácil, criar selo de escolha saudável,permitir apenasalimentos saudáveis em eventos corporativos, mudar contratos de máquinas de venda de alimentos, vender meias porções na lanchonete, distribuir pratos menores, oferecer águagratuitamente, fazer pessoas esperarem por comida não-saudável, promover e subsidiaralimentos nutritivos, pagar por geladeiras e forno microondas, educar
Defender legislação que apoie estilos de vida saudáveis
• Impostos sobre refrigerantes, atividade física em escolas, garantir marketing responsável de alimentos para crianças, apoiar parques e locais a céu aberto, romper subsidios paraalimentos não saudáveis e aumentar subsídios para alimentos saudáveis, construir trilhas de caminhada e bicicleta
Construir uma cultura organizacional saudável
• Mudar as normas da organiação,recompensar trabalhadores e gestores por estilos de vidasaudáveis, oferecer suporte social para trabalhdores que queiram perder peso, fazer do ambiente de trabalho um local agradável
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Para onde devemos caminhar…
• Paradigma antigo
– Mau comportamento (dieta ruim)…leva a
– Condições de alto risco (obesidade)…levam a
– Doenças (diabetes)…levam a
– Morte
• Novo paradigma
– Boa saúde (física, mental, emocional, social, financeira,
espiritual)…leva a
– Bem-estar (energia)…leva a
– Vida cheia de propósito
E ALTO VALOR
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