Ano XIII | 232 | Outubro 2014
ISSN
217
8-57
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Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja
A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal
Controle dos custos: maior desafio da próxima safra
Produtor também terá que buscar bom preço
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Tranquilidade
não tem preço!
Gecom
/Faeg
PALAVRA DO PRESIDENTE
A revista Campo é uma publicação da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional
de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela
Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com
distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-
dos são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
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e Eurípedes Bassamurfo da Costa.
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Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo e
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Comercial: (62) 3096-2123
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Filho, Henrique Marques de Almeida.
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Laris
sa M
eloLeonardo RibeiroPresidente do Sistema FAEG
É missão da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás representar o produtor rural zelando pelos seus interesses contribuindo assim para o desen-volvimento econômico, social e ambiental da sociedade. E com essa determi-nação foi que a Faeg acreditou na candidatura no nosso presidente (licenciado) José Mário Schreiner à Câmara Federal como legítimo representante do produ-tor e trabalhador rural goiano. Os mais de 71 mil votos conquistados em 99% dos municípios de Goiás é a prova inequívoca de que estamos no caminho certo. Com determinação, compromisso e responsabilidade, o trabalho que José Mário vem fazendo à frente do Sistema FAEG tem feito diferença para as famílias do campo em nosso Estado. É necessário que se levantem homens e mulheres com visão estratégica de futuro e que a partir de projetos e programas possam contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida de homem do campo.
Nessa edição você poderá conhecer um pouco desse trabalho. Participa-mos também de sabatinas aos candidatos ao governo de Goiás e apontamos as principais demandas do setor rural na expectativa de uma real reflexão e construção de um plano de governo que tenha ações para esse setor que muito contribui para o desenvolvimento de nosso Estado.
Também terá a oportunidade de ver que o cenário para a próxima safra de soja e milho é de desafio. Apesar da produtividade e clima serem favoráveis, o custo da produção está elevado e o mercado internacional assinala para uma pressão negativa dos preços. Porém temos investido no setor, exemplo da parti-cipação da Faeg em uma viagem técnica internacional aos E.U.A para conhecer as novas tecnologias e debater sobre agroquímicos.
E, por último, quero deixar aqui meu abraço. À frente da Federação nes-ses quatro meses de licença do nosso presidente, tive a oportunidade de conhecer mais profundamente as questões de nosso setor e buscar, junto de meus pares, alternativas para produzir melhor e com qualidade de vida a todos os trabalhadores do campo goiano. E continuaremos esse trabalho. Boa leitura.
Juntos somos fortes
Caso de Sucesso
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Laris
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A força da agropecuária nas urnas Candidato pela 1º vez, José Mário Schreiner, ultrapassa os 71 mil votos e se destaca na
corrida à Câmara Federal. Ronaldo Caiado e Kátia Abreu garantem vagas no Senado
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Prosa Reeleita senadora pelo estado do Tocantins, Kátia Abreu fala sobre seus feitos à frente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Federação da Agricultura do Tocantins (Faet) e dos planos para os próximos quatro anos
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34Na produção de doces caseiros Marilene, que mora no município de Castelândia, enxergou uma alternativa para complementar a renda da família
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Silagem Interconf discute falta de qualidade do alimento dado aos animais
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Produtor rural de Morrinhos, Marcos Antônio Oliveira, se mostra preocupado com o custo de produção que pode acarretar em uma pressão negativa de preçosFoto: Larissa Melo
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Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja
A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal
Controle dos custos: maior desafio da próxima safra
Produtor também terá que buscar bom preço
Agenda Rural 06
Fique Sabendo 07
Delícias do Campo 33
Campo Aberto 38
Treinamentos e cursos do Senar 36
Novas tecnologias para produção de soja e milho são apresentadas em viagem técnica
Faeg nos Estados Unidos 30
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18Benefício que aquece a economia Com empenho da Faeg, produtores conseguem manutenção na redução do ICMS para semente de capim
22Perspectivas inéditas de produtividade De olho em Chicago, produtores apontam controle dos custos como principal desafio para safra de grãos
Laris
sa M
elo
Outubro / 2014 CAMPO | 5www.senargo.org.br
AGENDA RURAL
28 a 30 de outubro 6 a 9 de outubro
Horário: 8h às 21h
Local: Hotel Bourbon Cataratas, Foz do Iguaçu/Paraná
Informações: (11) 3078-9001
Pork Expo e VII Congresso Internacional da Suinocultura Local: Hotel Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu/Paraná
Horário: 8h30 às 20 horas Informações: (19) 3305-2295
VII Workshp de Laticínios 2014Local: Universidade Federal de Viçosa
Horário: 8h às 18hInformações: (31) 3899–3372
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21º Congresso Internacional do Trigo
19 a 21 de outubro
6 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
FIQUE SABENDO
Governo lança programa para evitar furto e roubo de cargas
Com o objetivo de coibir crimes de
roubo e furto de cargas no Estado de
Goiás, foi realizado na tarde do último
dia 19 de setembro, a assinatura do de-
creto do Programa de Prevenção, Fis-
calização e Repressão ao Furto e Rou-
bo de Veículos e Cargas (Pró-Cargas).
Bartolomeu Braz, vice-presidente ins-
titucional da Federação da Agricultu-
ra e Pecuária de Goiás (Faeg), repre-
sentou a entidade.
O secretário Joaquim Mesquita
afirmou que o programa pretende arti-
cular, integrar e coordenar ações entre
o setor empresarial privado e as Polícias
Rodoviárias Federal e Estadual, a Civil
e a Militar. “Nossos dados estatísticos
apontam para a ocorrência de crimes,
sobretudo em rodovias federais, como
a BR-153 e a BR-060, pois são os gran-
des eixos por onde transitam os trans-
portes de cargas que entram ou que
saem de Goiás”, explicou o secretário.
Bartolomeu Braz Pereira, analisou
a importância do programa em Goiás
pelo fato do estado ser um corredor de
produtos para outras unidades federa-
tivas. “O que nos interessa realmente
é o acompanhamento dessas cargas
para os produtores rurais porque hoje
ele necessita de material de alto valor
agregado”, finalizou.
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Laris
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Criado em uma parceria da Em-
presa Brasileira de Pesquisa Agrope-
cuária (Embrapa) com a Universida-
de Estadual de Campinas (Unicamp),
o livro “O mundo rural no Brasil do
século 21” fala sobre uma ampla
radiografia do rural brasileiro hoje,
com múltiplos enfoques, informa-
ções e análises rigorosas, escritas por
alguns dos maiores especialistas do
Brasil. Seu conteúdo é dividido em
1.182 páginas sendo 37 capítulos de
autoria de 51 cientistas. Os autores
são Eliseu Alves e Zander Navarro
(ambos da Embrapa) e Antônio Már-
cio Buainain e José Maria da Silveira
(ambos da Unicamp).
O livro será vendido apenas na li-
vraria da Embrapa Informação Tecno-
lógica, em Brasília, Distrito Federal.
Transformações no mundo rural brasileiro
PESQUISA
REGISTRO
Minhocas aumentam produtividade agrícolaEstudo publicado na Scientific Reports, única publi-
cação de acesso livre do Nature Publishing Group, revela que a presença das minhocas no solo aumenta a produ-tividade agrícola. De acordo com a pesquisa, a presen-ça das minhocas aumentou a produtividade de grãos em 25% e a biomassa aérea de plantas, em especial as uti-lizadas em pastagens, em 23%. A biomassa das raízes também aumentou em 20%.
Outra conclusão tirada com a pesquisa é que as minhocas não afetaram o teor de nitrogênio das plan-tas. Isso significa que a qualidade não foi afetada.
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores reu-niram artigos sobre o assunto publicados em revistas indexadas: no total foram 58 – o mais antigo é de 1910. Todos os ensaios mediram o efeito das minho-cas na produtividade agrícola e a biomassa vegetal. Em seguida, foi realizada uma meta-análise dos da-dos, técnica estatística usada para avaliar e buscar padrões em grandes volumes de dados.
O efeito positivo das minhocas foi maior quando estavam presentes no solo maiores quantidades de re-síduos das culturas.
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Outubro / 2014 CAMPO | 7www.senargo.org.br
Kátia Abreué produtora rural, senadora
da República e presidente da
Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil (CNA)
PROSA RURAL
Orla
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Brito
Representante do setor rural, com muito orgulho Catherine Moraes | [email protected]
Michelle Rabelo | [email protected]
8 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
Revista Campo: Primeira mu-
lher a assumir a Confederação Na-
cional da Agricultura e Pecuária do
Brasil, a senadora conquistou o res-
peito do setor. Como foi o caminho
até assumir a CNA?
Kátia Abreu: Foi um longo cami-
nho que costumo chamar de missão,
e que começou assumindo o desafio
de ser a primeira mulher a presidir o
Sindicato Rural de Gurupi, terceira
maior cidade do Tocantins. Com uma
experiência na área, um maior enten-
dimento das dificuldades do setor
e com o apoio do seguimento no
Estado, fui eleita, em 1995, presi-
dente da Federação da Agricultura e
Pecuária do Tocantins, também sen-
do a primeira mulher a ocupar este
posto no Brasil.
Com um trabalho realizado no To-
cantins, e fazendo parte da Bancada
Ruralista no Senado Federal, fui eleita
para a vice-presidência da Confede-
ração da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), a mais importante e
representativa do setor produtivo
rural do país. Em 2008 fui eleita
presidente da CNA, entidade que di-
rijo até os dias atuais.
Temos o orgulho de representar-
mos um setor que responde por 24%
do Produto Interno Bruto (PIB), em-
prega 37% da força de trabalho e gera
36% das nossas exportações.
Revista Campo: Na política a
senhora já foi deputada, senadora e
agora tentou um novo mandato. O que
Kátia Abreu ainda deseja alcançar?
Kátia Abreu: Desde que iniciei
a vida pública, tenho pautado minha
atuação política com base no respeito
às leis, às instituições democráticas e,
principalmente, ao cidadão. É com o
pensamento voltado àqueles que tra-
balham e produzem as riquezas deste
país e com as famílias do nosso To-
cantins, que busco exercer o manda-
to de senadora da República, ao qual
fui reconduzida, generosamente, pelo
povo do meu Estado, em respeito ao
nosso trabalho desenvolvido ao longo
de minha vida pública.
Revista Campo: Há alguns anos,
o setor agropecuário ganha espaço
e representatividade política, prova
disso é a frente parlamentar. Como
a senhora avalia a importância des-
se novo comportamento do setor
produtivo?
Kátia Abreu: O agronegócio
brasileiro é uma prova da nossa ca-
Representante do setor rural, com muito orgulho
Kátia Abreu, 52 anos, acaba de ser re-eleita senadora da República e mes-mo depois de 16 anos de vida polí-
tica não muda o tom enfático ao falar sobre as necessidades de quem vive da agricultura e da pecuária no Brasil. Em entrevista conce-dida a equipe da Revista Campo a também presidente da CNA defende que o setor agro-pecuário tem ajudado a equilibrar a balança comercial brasileira e a estabilizar os preços internacionais dos alimentos.
Kátia também é produtora rural e vem de uma história de superação. Ela perdeu o ma-rido ainda jovem, criou os dois filhos sozinha
e mostrou a força da mulher em um meio fortemente masculino. Antes de chegar à Câ-mara Federal, Kátia também foi presidente do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Fe-deração da Agricultura e Pecuária do Tocan-tins (Faet). Nas eleições de 2014 ela alcançou 41,64% dos votos, o equivalente a 282 mil e continua representando o Tocantins e o setor agropecuário no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ataídes Oliveira (PROS). Ago-ra ela pretende continuar a busca pelo seu grande objetivo: mudar a imagem do setor agropecuário, buscando aproximar a CNA e os produtores, da sociedade.
Precisamos
permanecer
construindo
uma pauta onde
algumas situações
que emperram
o sistema
democrático de
direito sejam
sanadas
Outubro / 2014 CAMPO | 9www.senargo.org.br
pacidade de crescimento. É motivo
de orgulho e uma inspiração para
todos neste país. Se quisermos, po-
demos seguir crescendo em todas
as áreas e em todos os setores. E,
de nossa parte, estaremos sempre
dispostos a cooperar e prontos para
um diálogo responsável e construti-
vo com as Instituições.
Em recente encontro com presi-
denciáveis realizado pela CNA, des-
tacamos os desafios que o agrone-
gócio precisou superar até ter a sua
importância estratégica reconhecida
e ressaltamos o avanço da agricultura
brasileira, que hoje alcança elevados
índices de produtividade, permite a
constante redução dos preços agríco-
las e foi a responsável por 44% das
vendas externas do Brasil no primeiro
semestre deste ano.
O setor agropecuário tem ajuda-
do a equilibrar a balança comercial
brasileira e a estabilizar os preços
internacionais dos alimentos, diante
de uma demanda mundial crescente.
Outro diferencial é a preservação do
meio ambiente por meio de ganhos de
produtividade. No entanto, para que
o agronegócio permaneça em cresci-
mento, é necessário resolver alguns
problemas, cuja solução depende de
escolhas políticas. É necessário impe-
dir que os excessos ideológicos inter-
firam na proteção do direito da pro-
priedade, assim como é fundamental
acabar com os conflitos derivados das
questões ambientais.
Revista Campo: Quais são as
suas metas para próxima gestão no
senado? O que precisa urgentemen-
te ser discutido?
Kátia Abreu: Precisamos per-
manecer construindo uma pauta onde
algumas situações que emperram o
sistema democrático de direito sejam
sanadas, a exemplo das reformas Tri-
butária e Política. Em específico para
o Tocantins, nosso grande desafio é
sua industrialização e tornar o Estado
um grande centro de logística do país,
através da integração entre os modais
Ferrovia Norte-Sul, Hidrovia Tocantins e
a duplicação da BR–153.
Para isso, já conseguimos, junto à
presidente Dilma, recursos para estas
obras e incluir no Programa de Acele-
ração do Crescimento (PAC) as obras
da Ferrovia Norte-Sul e a instalação de
um terminal de cargas no Aeroporto de
Palmas, bem como a implantação de
seis pátios multimodais.
Sobre a Hidrovia Tocantins, esta é
uma obra que já está se transforman-
do em realidade. Já conseguimos os
recursos para o seu início, que quando
concluída vai reduzir a poluição, os aci-
dentes e baratear o frete, deixando nos-
sos produtos mais competitivos. Dentro
desse projeto, o Ecoporto Praia Norte
vai permitir a instalação de indústrias
no Bico do Papagaio, desenvolvendo
toda a região”. A Hidrovia Tocantins vai
ter um percurso de 1,5 mil quilômetros
e abranger 15 municípios do Estado.
Meu compromisso é fazer do To-
cantins o centro logístico do Brasil. O
caminho mais curto entre quem produz
e quem compra. Isso vai gerar milhares
de emprego e renda.
O agronegócio
brasileiro é uma
prova da nossa
capacidade de
crescimento.
É motivo de
orgulho e uma
inspiração para
todos neste país
Temos o
orgulho de
representarmos
um setor que
responde por
24% do Produto
Interno Bruto
(PIB)
Para que o
agronegócio
permaneça em
crescimento,
é necessário
resolver alguns
problemas, cuja
solução depende
de escolhas
políticas
10 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
MERCADO E PRODUTO
O Produto Interno Bruto
Brasileiro (PIB) teve
queda de 0,6% no
segundo trimestre de 2014 em
relação aos primeiros três me-
ses do ano, fazendo com que o
país entrasse na chamada “re-
cessão técnica” (causado pela
configuração negativa do PIB
por dois trimestres consecuti-
vos). No primeiro trimestre de
2014, o PIB revisado do Brasil
caiu para 0,2%.
O resultado negativo tem
a ver, especialmente, com o
desempenho do setor indus-
trial brasileiro. No segundo
trimestre, o PIB foi de R$ 1,27
trilhão, segundo o Institu-
to Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O PIB da
indústria caiu 1,5% e o de
serviços, 0,5%, no período.
O melhor desempenho neste
trimestre foi registrado pelo
setor agropecuário, que cres-
ceu 0,2% em relação aos últi-
mos três meses.
Quando comparamos os
dados ocorre que no segun-
do trimestre de 2013 a queda
atinge 0,9%, com agropecu-
ária estável e indústria com
recuo de 3,4% e serviços com
alta de 0,2%.
O único subsetor da indús-
tria que teve resultado positi-
vo no período foi o de extra-
tivismo mineral, com avanço
de 3,2%. Entre as quedas nas
outras áreas, destacam-se a
da indústria de transforma-
ção (-2,4%), a de construção
civil (-2,9%) e a de eletricida-
de e gás, água esgoto e lim-
peza urbana (-1%).
O setor de serviços teve recuo
puxado pela queda do comér-
cio, que chegou a 2,2%, e pelo
resultado negativo do segmen-
to de outros serviços (-0,8%).
Serviços de informação tiveram
o melhor desempenho, com
alta de 1,1%, e também contri-
buíram positivamente o de ati-
vidades imobiliárias e aluguel,
que subiu 0,6%.
Apesar das quedas do PIB,
outros fatores relacionados a
uma recessão propriamente
dita, como o nível de desem-
prego e a renda do trabalha-
dor, ainda continuam em si-
tuação positiva.
Como se nota pelos dados
divulgados, mais uma vez o
PIB do Setor Agropecuário se-
gurou uma queda ainda maior
do PIB brasileiro que, mesmo
com todos os problemas de
ordem climática e de precifi-
cação dos produtos, conse-
guiu crescer frente aos outros
setores da economia.
O Produto Interno Bruto
(PIB) da Agropecuária poderá
ainda apresentar crescimento
maior no segundo semestre
apesar da queda de preços
dos produtos agropecuários.
Resultado esse que deverá ser
ocasionado pelo aumento da
produção e da produtividade.
Apesar de tímido, deve-
mos considerar positivo o
crescimento de 0,2% no se-
gundo trimestre na compara-
ção com o primeiro. Porque
não fosse esse pequeno cres-
cimento a queda do PIB bra-
sileiro seria ainda maior. Não
fossem os grandes obstácu-
los que ainda travam o setor,
esse crescimento poderia ser
ainda maior.
Nesse sentido, é impor-
tante que os nossos próxi-
mos governantes deem uma
maior atenção para políticas
que realmente atendam as
reais necessidades do setor
agropecuário, até porque
seja estruturalmente (au-
mento dos investimentos) e
conjunturalmente (controle
da inflação) o setor rural é
o que mais tem contribuí-
do para o desenvolvimento
do país, seja nas épocas de
bonança como também nos
períodos de crise.
Agropecuária: sustentando o PIB brasileiroEdson Alves | [email protected]
Alexandro Alves | [email protected]
Alexandro
Alves dos Santos
é engenheiro agrônomo e
assessor técnico da Faeg
Laris
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elo
Edson Alves Novaes
é economista e gerente
técnico e econômico
da Faeg
Carlo
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Outubro / 2014 CAMPO | 11www.senargo.org.br
AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL
URUAÇU
ALEXÂNIA CAIAPÔNIA
Foi realizado entre os dias 21 e 23 de agosto o treinamento de Processamento de Peixes, na fazenda Bom Jardim, em Uruaçu. O treinamento contou com a participação de 14 pessoas e foi mobilizado por Canor Alves. Além disso, teve a presença da instrutora Sílvia Vieira e da coordenadora Samantha Andrade. “O evento foi importante porque cumpriu uma das missões do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural -, que é a qualificação para o mercado”, explicou Samantha.
No dia 29 de agosto foi realizado o encerramento do treinamento do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), na Granja Caraíbas (grupo Delta), no município de Abadiânia, com o fechamento dos módulos de Reprodução, Maternidade e Qualificação de Gerentes. O treinamento foi realizado pelo Sindicato Rural de Alexânia, com a participação da instrutora Rachel Leão e a presença do supervisor Dirceu Borges. Durante duas semanas, foram capacitadas 75 pessoas.
No dia 13 de setembro, o programa Campo Saúde do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás esteve em Caiapônia oferecendo atendimentos em pediatria, oftalmologia, ginecologia, cardiologia, teste de glicemia e aferição da pressão arterial, corte de cabelo, entre outros. O Sindicato Rural, a Prefeitura Municipal e a Fundação Banco de Olhos de Goiás atuaram como parceiros do evento. Para o presidente do Sindicato Rural, Ailton José Vilela, é necessário que as instituições se juntem para promover eventos dessa natureza.
Processamento de peixes
Encerramento do treinamento do PNDS
Cidade recebe Campo Saúde
LUZIÂNIA
O Sindicato Rural de Luziânia, em parceria com o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, realizou entre os dias 8 e 10 de setembro o Treinamento em Operação e Manutenção de Motosserras. O evento contou com a participação de 11 pessoas e atendeu à solicitação do gerente da Companhia Energética de Goiás (Celg), Adriano Cesar de Oliveira. “Achamos importante este treinamento porque os participantes atuam em áreas rurais e irá nos ajudar na divulgação dos Cursos do Senar Goiás”, disse o mobilizador, José Penha Filho.
Treinamento em operação de motosserras
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12 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
Campo em Ordem
Contribuição Sindical Rural
MOZARLÂNDIA E NOVA CRIXÁS
RIO VERDE
GOIANÉSIA
Com o intuito de alertar os produtores rurais sobre legislação trabalhista e mercado pecuário, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) realizou duas edições do programa Campo em Ordem nos municípios de Mozarlândia e Nova Crixás entre os dias 10 e 11 de setembro, respectivamente. A principal pauta debatida foi a NR-31, que dispõe sobre Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Sindicato Rural de Rio Verde iniciaram no dia 16 de setembro um mutirão de conciliação para regularizar débitos relacionados à Contribuição Sindical Rural. O trabalho está sendo realizado em duas etapas: de 16 a 18 de setembro e de 07 a 09 de outubro, conforme carta enviada previamente aos inadimplentes.
Os produtores rurais do município de Rio Verde que estão inadimplentes devem procurar o Sindicato Rural nas respectivas datas e horários estabelecidos pela Confederação, a fim de regularizarem os débitos com descontos nas multas. A regularização dos débitos se faz necessária para evitar cobranças judiciais futuras.
Com mais de 500 pessoas atendidas por oftalmologistas, o programa Campo Saúde passou pela cidade de Goianésia no dia 30 de agosto e contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg), do Sindicato Rural e da prefeitura do município. O programa ainda ofereceu atendimentos na área de dermatologia, ginecologista, pediatria, ortopedia e exame Preventivo ao Câncer de Próstata (PSA). Além disso, quem compareceu pôde cortar e escovar o cabelo, aferir a pressão arterial, medir a taxa de glicemia e calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC).
Fred
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PALMINÓPOLIS
Pela segunda vez – a primeira foi em 2011 - o Campo Saúde esteve no município de Palminópolis. O programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), da Prefeitura e da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Comap). Quem esteve presente no dia 9 de agosto contou com atendimento em diversas áreas como ginecologia, cardiologia, pediatria, dermatologia, oftalmologia e preventivo ao câncer de próstata (PSA). Além disso, quem compareceu ao evento pôde ter a pressão aferida e a taxa de glicemia medida.
Fred
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Mau
rício
Vel
loso
Campo Saúde leva atendimentos à população
Programa realiza atendimentos
Outubro / 2014 CAMPO | 13www.senargo.org.br
ELEIÇÕES 2014M
ende
l Cor
tizo
Com mais de 71 mil votos, José Mário Schreiner se destaca na corrida à Câmara Federal
Michelle Rabelo | [email protected]
Catherine Moraes | [email protected]
A força da agropecuária nas urnas
José Mário Schreiner, presidente licenciado da Faeg recebeu voto em 244 dos 246 municípios goianos
www.sistemafaeg.com.br14 | CAMPO Outubro / 2014
Pobreza no campo, falta de
segurança, roubos de gado,
educação precária e decisões
que travam por falta de representa-
tividade política. Por muito tempo,
problemas como estes, que são ape-
nas a ponta do iceberg, fizeram do
produtor rural coadjuvante da his-
tória escolhendo para representá-lo
quem pouco entendia da vida rural.
Aos poucos, a mudança foi ocorren-
do e as cadeiras políticas começaram
a ser ocupadas por quem também
administrava uma propriedade e co-
nhecia de perto, a lida do campo.
De coadjuvantes, os produtores
começaram a perceber a importância
de protagonizar a história e mudar o
discurso de vítima, que já não tem
espaço na atualidade. Neste ano,
mais uma vez, grandes representan-
tes do setor foram eleitos, com um
quê de ineditismo: candidato pela 1º
vez, o presidente licenciado da Fede-
ração de Agricultura e Pecuária de
Goiás (Faeg), José Mário Schreiner,
angariou mais de 71 mil votos, fica
como 3º suplente na Câmara Federal
e diz que sua luta na política partidá-
ria em defesa do homem do campo
apenas começou.
Schreiner recebeu votos em 244
dos 246 municípios goianos, sendo
o candidato que melhor percorreu
Goiás. Ele é enfático ao dizer que
suas metas para o agronegócio con-
tinuam firmes. Entre elas, financia-
mento do BNDES a juro zero; recur-
sos para pavimentação de estradas
vicinais; isenção de tributos em in-
sumos, inclusive combustível; ver-
ba para assistência e extensão; me-
lhorar a Emater e fim da burocracia
para empreender.
No Centro-Oeste, a primeira terra
Neto e filho de alemães, Schreiner nas-
ceu na roça, perto do distrito de Santa
Cruz do Timbó, no município de Porto
União, em Santa Catarina, na divisa
com o Paraná. Filho de Erich Ludwig
e Maria Angélica, ele foi criado jun-
tamente com os seis irmãos. A escola
ficava a 2,5 km de casa, ainda na zona
rural e no retorno, a obrigação era aju-
dar os pais na lida do campo.
Foi seguindo os passos de um tio
que ele chegou ao Centro-Oeste e,
vendendo fertilizante, calcário e se-
mentes em Mineiros, que José Má-
rio comprou seu primeiro pedaço de
chão. “Com muito trabalho e um es-
forço de economia enorme, dois anos
mais tarde, comprei os meus primei-
ros 150 hectares de terra. Comecei a
plantar soja e foi aí que começou o
milagre da multiplicação”, acrescenta.
Representante classista
A vida classista começou quando,
aos 17 anos, se tornou membro de uma
cooperativa escolar. Logo depois, foi
membro da Associação dos Produtores
de Soja de Mineiros (Assojam) e ajudou
também a fundar a Associação dos Pro-
dutores de Grãos de Mineiros (APGM).
Daí não parou mais, foi vice-presidente
da Cooperativa Mista Agropecuária do
Vale do Araguaia (Comiva) e, por con-
vite do então governador Marconi Pe-
rillo, secretário de estado de agricultura,
pecuária e abastecimento - cargo que
ocupou entre os anos de 2002 e 2005.
Mais tarde, ele assumiu a presidência da
Agência Goiânia de Assistência Técnica
e Extensão Rural (AgenciaRural), hoje
Emater, e vice-presidência da Faeg.
Os passos ainda iriam mais longe
e foi assim que Schreiner assumiu a
Comissão Nacional de Cereais, Fi-
bras e Oleaginosas da Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA); chegou à presidência da Faeg
e do Serviço Nacional de Aprendi-
zagem Rural (Senar Goiás) em 2008
e, enfim, assumiu a vice-presidência
financeira da Confederação da Agri-
cultura e Pecuária do Brasil (CNA),
maior entidade de representação dos
produtores rurais no país. “Me tornei
o primeiro goiano a integrar a dire-
toria executiva da CNA”, se orgulha.
Em visita a cidades goianas, José Mário recorda história de vida e vitórias alcançadas
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Outubro / 2014 CAMPO | 15www.senargo.org.br
José Mário explica que a candidatura a deputado federal não foi uma vontade particular, mas uma necessidade demandada pelo setor
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A decisão de se candidatar e as propostas para o Brasil A candidatura a deputado federal não foi uma vontade particu-
lar, mas uma necessidade demandada pelo setor. É assim que José
Mário define o início da nova caminhada que foi árdua. Inovou
programas como Campo Saúde que extrapolam o campo e levam
saúde e cidadania às cidades mais carentes, são exemplo disso.
Para oferecer educação profissional aos jovens, o pre-
sidente promoveu a capacitação de mais de 10 mil estu-
dantes por meio do Pronatec do Senar, entre 2012 e 2013.
E pensando na responsabilidade socioambiental envolveu
mais de 20 mil professores e 600 mil estudantes no Progra-
ma Agrinho, desde 2011. Além disso, teve grande represen-
tação política à frente da Faeg auxiliando, por exemplo, na
aprovação do primeiro Código Florestal Nacional e Estadu-
al, garantindo segurança jurídica aos produtores.
16 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
Kátia Abreu52 anos, sendo 16 de vida política
Primeira mulher a assumir a presidência da Con-
federação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), Kátia Abreu, que também é produtora ru-
ral, vem de uma história de superação. Perdeu o
marido aos 25 anos e criou sozinha os três filhos.
Depois da viuvez, se dedicou à fazenda da família
e se apaixonou pela agropecuária. Foi presidente
do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Federação
da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Daí
para vida política partidária foi um pulo.
Em 1998, Kátia disputou pela primeira vez uma
cadeira na Câmara dos Deputados, ficando como
primeira suplente. Foi eleita deputada federal em
2000 e chegou ao Senado em 2006. Nas eleições
de 2014, ela alcançou 41,64% dos votos, o equi-
valente a 282 mil. Com a reeleição, Kátia continua
representando o Tocantins e o setor agropecuário
no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ata-
ídes Oliveira (PROS).
Ronaldo Ramos Caiado65 anos, sendo 23 de vida política
Nascido em Anápolis, Caiado conquistou seu pri-
meiro cargo político em 1991, quando foi eleito de-
putado federal por Goiás, voltando a se candidatar
em 1999 e sendo reeleito em 2003, 2007 e 2011,
respectivamente. Criador da Frente Parlamentar da
Agropecuária (FPA), Caiado foi líder da bancada de
deputados do DEM e exerceu a função de líder da
Oposição no Parlamento, que engloba todos os de-
putados e senadores oposicionistas.
Caiado alcançou 47,57% dos votos válidos, o que
representa a preferência de 1,2 milhão de eleitores.
Nas urnas, o democrata superou o secretário de es-
tado da Casa Civil Vilmar Rocha (PSD), que marcou
37,52% (1 milhão), e a ex-vereadora de Goiânia Ma-
rina Sant’anna (PT), que teve 11,7% (298 mil).
Agora, ele representará Goiás no Senado ao lado de
Lúcia Vânia (PSDB) e Wilder Moraes (DEM). Caiado
ocupará o lugar de Cyro Miranda (PSDB), eleito em
2007, como suplente de Marconi Perillo em 2007.
Com carreira política somando 23 anos, Caiado ocupa, pela primeira vez, uma cadeira no Senado
Kátia Abreu foi a primeira mulher a assumir a presidência da CNA
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Faeg
Força que vem do campo também no SenadoNomes fortes e bem conhecidos no setor agropecuário, Ro-
naldo Caiado (DEM-GO) e Kátia Abreu (PMDB-TO) também
entraram na corrida eleitoral para representar quem vive no
campo ou, mesmo já tendo escolhido a cidade como casa,
tira dele o sustento da família. Ambos disputaram cadeiras
no Senado Federal, cada um pleiteando a única vaga de seu
respectivo estado, e conseguiram compor o time que prome-
te muito empenho para quem trabalha e produz.
Outubro / 2014 CAMPO | 17www.senargo.org.br
Redução de ICMS chega a 60%
Michelle Rabelo | [email protected]
Produtores e Faeg comemoram benefício fiscal para semente de capim
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IMPOSTO E IMPACTO
www.sistemafaeg.com.br18 | CAMPO Outubro / 2014
O medo de ver a matemática não fechar no final do mês levou produtores de semente de ca-
pim a buscarem meios de fortalecer o pedido de socorro diante do cance-lamento do benefício fiscal que incide sobre a redução da base de cálculo do ICMS para o setor.
Desde então eles tem um bom mo-tivo para comemorar: a Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg) e o Sin-dicato Rural de (SR) Quirinópolis con-seguiram manter o benefício fiscal, cuja redução, que é de 60% sobre a base de cálculo, havia sido cancelada por um despacho da Delegacia Fiscal de Jataí.
São mais de 200 produtores que plantam capim em cerca de 47 mil hec-tares nos quatro cantos de Goiás, mas o destaque é para Quirinópolis, que está entre os maiores produtores do Brasil e que distribui semente de alta qualidade e de forma muito competitiva. No mu-nicípio estão 30 produtores plantando em 6 mil hectares e empregando cerca de 350 pessoas.
O chefe do Departamento Técnico da Faeg, Edson Novaes, explica que diante da urgência em reverter a situação, a entidade se organizou para uma reunião na Secretaria da Fazenda (Sefaz), du-rante a qual o próprio órgão suspendeu o despacho – por meio de um memo-rando - da Delegacia Fiscal, mantendo o benefício para a safra 2014.
Com participação ativa na conquis-ta do benefício, o presidente do SR de Quirinópolis, Cacildo Alves, alerta que a vitória ainda não é definitiva. “O be-nefício foi estendido só até março de 2015. Precisamos continuar unidos já que é inviável produzirmos sem ele. Para se ter uma ideia, para produzirmos 50 mil kg de capim sem o benefício, gastamos cerca de R$ 25 mil a mais”. Ele destaca o papel fundamental da Faeg na ponte feita com Sefaz e dos Sindicatos Rurais no que diz respeito à representatividade do produtor.
CenárioEdson Novaes explica que Goiás é hoje um grande produtor de semente de ca-pim e grande parte do que é produzido em solo goiano é exportada. “A manu-tenção do benefício é economicamente importante para Goiás e a decisão da Se-faz, de estender o benefício até março de 2015, é uma vitória para o setor”, pontua.
Entre variedades como a Mombaça, Massai, Zuri, Braquiária, Brizantha, De-cumbes e Ruziziensis, a estimativa de fechamento de produção para a safra 2013 e 2014 é de 4.562 mil toneladas, com faturamento anual estimado R$ 38.038.000,00. No conteúdo do me-morando, a Sefaz menciona que apenas uma parte da safra 2014 de semente de capim foi comercializada com a apli-
cação do benefício, e que para a outra parte que ainda não foi vendida, a apli-cação do novo entendimento resultaria no aumento da carga tributária aplicada àquelas já comercializadas.
Edson Novaes explica que com o be-nefício gera-se competitividade e faz-se com que Goiás seja um grande arreca-dador de ICMS. “Mais de 90% desta produção é destinada para outros esta-dos e não podemos deixar de levar isso em consideração”.
Entenda o casoToda a movimentação da Faeg e do SR foi motivada pelo impacto que o can-celamento do benefício poderia causar nos produtores goianos de capim. Eles são responsáveis por grande parte do capim produzido no Brasil que abaste-ce o mercado consumidor formado por empresas embaladoras situadas nos es-tados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Norte, Bahia e Minas Gerais.
Depois da reunião com a Faeg, a Se-faz entendeu que o parecer da Dele-gacia Fiscal de Jataí implicaria em um aumento da carga tributária e, neste sentido, a sua imediata aplicação con-flitava com o disposto no Código de Direitos, Garantias e Obrigações do Contribuinte do Estado de Goiás.
São mais de 200 produtores que plantam capim em cerca de 47 mil hectares goianos
Cacildo destaca o papel fundamental da Faeg na ponte feita com Sefaz
Edson Novaes explica que Goiás é hoje um grande produtor de semente de capim
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Por quatro anos ainda mais produtivos Marconi e Iris apresentam propostas para o setor agropecuário
Michelle Rabelo | [email protected]
CORRIDA À CASA VERDE – 2º TURNO
Produtor quer viver em um estado cada vez mais agropecuarista
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Cumprindo uma de suas funções – a lista é composta ainda por representar o homem do campo, fortale-cer a classe e tornar o ambiente produtivo rural mais
desenvolvido, competente e competitivo -, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), fez questão de expor para os governadoriáveis as principais demandas do setor agropecuário em Goiás.
Depois da votação no dia 5 de outubro, cinco candida-tos saíram da disputa pela Casa Verde, deixando o páreo livre para Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). Agora as perguntas giram em torno dos caminhos que
cada candidato pretende trilhar nos quesitos agricultura e pecuária caso sejam eleitos.
Enquanto Perillo (PSDB) foi o mais votado no 1º turno, com 45,86% dos votos válidos, Iris conquistou 28,40% das escolhas. Marconi já foi eleito governador por outras duas vezes, em 1998 e em 2002 e o peemedebista tenta ser eleito para o governo pela terceira vez.
O que esperamos do próximo governadorNo mês de setembro, a Faeg elaborou um documento apon-tando os principais desafios e as necessidades do setor. Mar-coni e Iris receberam a lista de demandas, divididas em sete temas que representaram as principais expectativas dos produtores rurais de Goiás: responsabilidade social (edu-cação, capacitação profissional, saúde e pobreza rural), infraestrutura e logística, pesquisa assistência técnica e extensão rural, meio ambiente e recursos hídricos, política agrícola, segurança alimentar e segurança rural.
Em âmbito geral, a Faeg defende a necessidade de alavancar alguns setores da agropecuária, assim como a necessidade de investimento em logística, pesquisa e assistência técnica. “Sa-bemos que alguns segmentos já tiveram grandes saltos em tec-nologia, por exemplo, mas sabemos também que ainda temos muito a crescer. Infelizmente grande parte dos nossos produ-tores ainda ganha pouco e nós queremos ajuda para dar este salto a quem mais precisa”, explica o presidente da Entidade, Leonardo Ribeiro.
www.sistemafaeg.com.br20 | CAMPO Outubro / 2014
Candidato à reeleição, o governador Marconi Perillo (PSDB) Mar-coni apresenta propostas muito focadas no trabalho de inovação. O tucano fala sobre uma visão sistêmica do estado e sobre a aten-ção redobrada que pretende dar ao setor agropecuário. “Agora, a intenção é investir entre 180 e 200 milhões em pesquisas. Vamos continuar apoiando as pesquisas através dos recursos repassados à Fapeg - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás”.
Pontos previstos no Plano de Governo: • Interagir com o Governo Federal para que a Celg federalizada
tenha garantia de recursos para linhas de transmissão e distribui-ção necessárias no estado;
• Construir novos pontos de pesagem nas estradas evitando des-gaste precoce (em parceria com governo federal);
• Apoiar ações que estimulem o uso do modal ferroviário com a consolidação da Ferrovia Norte-Sul, trecho Porto de Itaqui (MA) a Anápolis (GO);
• Expandir o apoio às famílias rurais com programas como Lavou-ra Comunitária e Horta Comunitária;
• Expandir a produção agrícola em sistema de irrigação privados por meio de políticas públicas.
Iris, que se diz político por vocação, cita a criação do Fomentar e a pavimentação das estradas que ligam o campo à cidade. “As minhas ações agigantaram Goiás, que passou a produzir em grande escala leite, arroz e milho. Jornalistas e professores não conheciam a palavra mutirão antes da minha gestão”.
Pontos previstos no Plano de Governo: • Aumentar em 20% o PIB do estado e em 30% a capacidade de
transmissão e distribuição de energia elétrica; • Implantar centrais de abastecimento regionais em parcerias
com os municípios para melhorar o escoamento da produção agropecuária;
• Recriar a Patrulha Mecanizada Regionalizada para dar assistência às prefeituras e aos pequenos e médios produtores rurais;
• Criar um projeto específico de requalificação e formação profissional dos trabalhadores rurais que perdem o empre-go devido à mecanização e implantar projetos de capaci-tação e qualificação de mão-de-obra, em parceria com o Sistema “S”.
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“Vou investir em segurança e pesquisa”, Marconi Perillo do PSDB
“Vivo na carne os problemas do produtor”, Iris Rezende do PMDB
Outubro / 2014 CAMPO | 21www.senargo.org.br
PRÓXIMA SAFRA
Controle dos custos é principal desafio para safra de grãos que possui perspectivas inéditas de produtividade
Karina Ribeiro | [email protected]
Especial para Revista Campo
De olho em ChicagoLa
rissa
Mel
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Produtor Rural de Mineiros, Marcos Antônio afirma que custo de produção é maior desafio
www.sistemafaeg.com.br22 | CAMPO Outubro / 2014
O maior desafio deste ano é
controlar os custos e buscar
um bom preço para cobrir
os gastos e ter um pouco de renda”,
resume o produtor rural de Mineiros,
Marcos Antônio Oliveira. A preocu-
pação do produtor vai ao encontro do
desafio imposto nesta safra à maioria
dos profissionais. Isso porque, embo-
ra a perspectiva de produtividade e o
clima sejam favoráveis, o custo de pro-
dução está mais elevado e o mercado
internacional aponta para uma pressão
negativa de preços.
Marcos Antônio conta que vai manter
a mesma área cultivada da safra verão
este ano se comparada a do ano pas-
sado. São 860 hectares destinados ao
plantio de soja e apenas 80 para o mi-
lho. Embora a expectativa de produtivi-
dade da soja permaneça a mesma, em
torno de 57 sacas por hectare, ele expli-
ca que ao contrário do ano passado não
comercializou nada da produção. “Ano
passado tinha fixado alguns lotes a R$
51 e os últimos em dezembro, a R$ 60.
Este ano não fixei nada”, diz.
Ele afirma que o preço da saca co-
tada abaixo de R$ 50, desestimulam
as vendas. Essa linha descendente
dos preços já começa a preocupar. Na
prática, as vendas antecipadas servem
para garantir pelo menos os custos de
produção. “Prefiro esperar o pico da
colheita e tentar pegar preços acima
de R$ 50”, diz.
Para incrementar o cenário, ressal-
ta que os custos de produção ficaram
em torno de 7% mais caros. Com a
possibilidade de chuvas um pouco
acima do ideal, prevê a necessidade
de uma aplicação a mais de fungicida
para o controle da ferrugem asiática.
Além disso, adquiriu sementes de soja
resistentes a lagarta para 130 hectares
da propriedade.
Segundo o analista de mercado
da AG Rural Commodities Agríco-
las, Fernando Muraro, nesta safra, o
produtor teve pouco tempo para co-
mercializar, em função da expectativa
de produção norte-americana. “Há
quatro ou cinco anos que a produ-
ção norte-americana não suplantava a
demanda. O produtor brasileiro ficou
um pouco acomodado”, diz.
Ao observar o atual cenário, acredita
que haverá no máximo duas oportuni-
dades de bons negócios até fevereiro.
“O produtor deve ficar bastante aten-
to. Ainda temos algumas indefinições
como clima mais complicado para a
safra do Sul do País, Argentina e Para-
guai”, afirma. Para ele, o mercado deve
absorver a safra norte-americana e ain-
da gerar oportunidades de negócios.
Diminuição do milho
Na avaliação do vice-presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado de Goiás (Faeg) e presiden-
te da Aprosoja em Goiás, Bartolomeu
Braz, a perspectiva é de que haja uma
diminuição da área plantada de milho,
migrando para a soja. Mas não por si-
nalização de bom mercado para a ole-
aginosa, e sim por ser uma cultura de
maior liquidez.
Ele ressalta que o clima está favorá-
vel e que os produtores do Sudoeste do
Estado já devem começar o plantio na
virada do mês, ao finalizar o período de
vazio sanitário. “Isso dá uma vantagem
para o produtor estruturado fazer um
plantio rápido e eficiente”, diz.
O preço da soja é o principal fator ne-
gativo dessa safra. Bartolomeu afirma
que os Estados Unidos começam uma
colheita que tende a ser histórica, com
a produção de 106 milhões de tone-
ladas de soja e 360 milhões de tone-
ladas de milho. “Embora a demanda
continue aquecida, o mercado sofre
uma forte oferta e o produtor deve
ficar atento para buscar a melhor co-
mercialização”, diz.
Com os preços na casa de R$ 45,
apenas 7% da soja da safra verão já foi
comercializada, bem abaixo do mes-
mo período do ano passado - 25%.
Com expectativa de uma safra cheia,
Analista da AG Rural, Fernando Muraro fala do pouco tempo disponível para comercialização
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Outubro / 2014 CAMPO | 23www.senargo.org.br
Área da soja deve aumentar 3%Pedro Arantes calcula que a área
para o plantio da soja deve aumen-
tar em até 3% oriundos da migra-
ção de áreas do milho verão. Com
isso, a produção goiana deve cair
de 3.146 toneladas para 3.240 to-
neladas. A debandada ocorre em
função da alta estocagem do mi-
lho no País. Mesmo após a realiza-
ção de quatro leilões federais, ain-
da estão armazenados 2,5 milhões
de toneladas.
Pedro diz que o preço da soja tam-
bém não está convidativo, mas a vanta-
gem é que tem maior liquidez de mer-
cado. Em contrapartida, com a baixa
comercialização da safra este ano, há
uma suposta estocagem alta. “Existe
um estoque de comercialização e isso
pode comprometer ainda mais os pre-
ços na boca da safra”, ressalta.
Cuidado necessário com pragasPedro garante que o produtor está mais
consciente e que o descumprimento do
vazio sanitário não é mais uma preocu-
pação para a safra verão. Mas informa
que se confirmarem as previsões climá-
ticas, com quantidade de chuvas um
pouco acima do ideal, pode haver maior
incidência de helicoverpa, ferrugem asi-
ática e nematóides, por exemplo. “Mas
o produtor está preparado”, diz.
Bartolomeu lembra que a incidência
da ferrugem asiática é de difícil contro-
le e vem causando queda na produti-
vidade. A Federação juntamente com
a Agrodefesa vem estudando mudar
as normativas para que o produtor não
plante soja durante a segunda safra. “É
uma recomendação que fazemos”, diz.
Para ele, os produtos utilizados para
combater pragas e doenças vêm per-
dendo resistência.
o receio é que esse cenário sustente
os preços baixos. “É um momento de
cautela, buscar boa produtividade e
acompanhar a comercialização”, diz.
O analista de mercado do Senar, Pe-
dro Arantes, afirma que o produtor
que comprou insumos antecipada-
mente e conseguiu vender parte da
safra saiu na frente. Mas admite que
essa não é a situação da maioria.
O agrônomo e produtor de soja,
Leonardo de Moura, afirma que
existe uma angústia generalizada
sobre os preços do mercado. “Ain-
da não travei nada de soja este ano e
a maioria dos produtores da região
também não”, diz. Ele afirma que
neste mesmo período do ano pas-
sado, já havia vendido cerca de 30%
da produção. Somado a esse proble-
ma, adquiriu insumos aproximada-
mente 10% mais caros.
Com expectativa de colher entre 55 e
58 sacas de soja em cada um dos 1,5 mil
hectares (a mesma área do ano passado),
aconselha aproveitar os picos de mercado
para vender a produção paulatinamente.
Por outro lado, não teme condições cli-
máticas adversas e acredita que as pragas
e doenças não estão sob controle.
Bartolomeu acredita em diminuição da área plantada do milho Fr
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Consultor técnico Pedro Arantes fala sobre compra antecipada de insumos
24 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
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Leonardo fala sobre angústia generalizada de preços do mercado
Outubro / 2014 CAMPO | 25www.senargo.org.br
Gargalo dos armazéns Pedro Arantes não visualiza resolução definitiva para o
problema de escoamento da produção para os próximos
anos. Em função da expectativa maior da safra de soja
unida à comercialização do milho safrinha estocado
nos armazéns, o gargalo deste ano pode ser pior que o
de 2013. De quebra, ainda há uma incógnita de quando
poderão ser utilizadas as hidrovias em função do baixo
nível da água ocasionado pela estiagem deste ano. “E a
ferrovia Norte-Sul, imagino que tenhamos que esperar
mais uns dois anos para ela funcionar a contento”, diz.
Produção
SOJA
Safra 2013/14
Área: 3,1 milhões de hectares
Produção: 8,9 milhões de toneladas
Safra 2014/15 – Expectativas
Áreas: 3,208 milhões de hectares
(aumento de 3,5% em relação a 2013/14)
Produção: 10,1 milhões de toneladas.
(aumento de 11,8% em relação a 2013/14)
MILHO 1ª Safra (Safra de Verão)
Safra 2013/14
Área: 288 mil hectares
Produção: 2,1 milhões de toneladas
Safra 2014/15 – Expectativas
Áreas: 228 mil hectares
(queda de 21% em relação a 2013/14)
Produção: 1,74 milhão de tonelada.
(queda de 17,15% em relação a 2013/14)
26 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
Alguns nomes, ao longo dos anos,
foram homenageados na Assembleia Le-
gislativa do Estado de Goiás (Alego) por
conta de sua história de vida, méritos e
serviços prestados à sociedade goiana.
Na manhã do último dia 19 foi a vez de
Eurípedes Bassamurfo da Costa receber
os aplausos vindos de familiares, amigos
e admiradores. Ele, juntamente com ou-
tros nomes, recebeu a Medalha do Mé-
rito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira.
Além de apaixonado por Goiás e
produtor que leva o campo para onde
vai, ele é superintendente do Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural (Se-
nar) Goiás e 1º vice-presidente adminis-
trativo da Federação da Agricultura e
Pecuária (Faeg). “Em alguns momentos
eu penso que precisamos até pedir des-
culpas para o Eurípedes por não termos
feito essa homenagem antes, devido a
sua prestação de serviço à Goiás den-
tro e fora da Faeg e do Senar Goiás”,
brincou o deputado estadual Wagner
Siqueira (PMDB), autor da iniciativa.
Eurípedes disse que a medalha au-
menta ainda mais a responsabilidade de
contribuir com o progresso de Goiás.
“Receber essa homenagem foi muito im-
portante para mim, mas tenho que desta-
car todos os dirigentes dos Sindicatos Ru-
rais, nossos mobilizadores e, em especial,
nossos colaboradores da Faeg e do Senar.
Sem eles não consigo fazer nada”.
O evento foi realizado no Plenário
Getulino Artiaga da Alego e Wagner
Siqueira fez questão de elogiar Bas-
samurfo. “Eurípedes sempre foi vol-
tado para o bem coletivo, para o de-
senvolvimento do nosso estado, para
as boas práticas e para ética. Essa
homenagem é muito merecida e to-
talmente justificável”, disse Siqueira.
Segundo ele, a medalha Pedro Ludo-
vico Teixeira é a maior honraria do
Estado de Goiás. “Nós somos 6 mi-
lhões de goianos e menos de 1 mil já
foi agraciada com essa homenagem,
ou seja, para cada 600 mil pessoas,
uma é escolhida”, pontuou.
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MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO
Participação diz respeito aos serviços prestados ao homem do campo
Michelle Rabelo | [email protected]
Superintendente do Senar é homenageado
Superintendente do Senar Goiás mostra medalha e placa recebida durante solenidade
Outubro / 2014 CAMPO | 27
Falta de qualidade pode sobrecarregar o fígado do animal
Michelle Rabelo | [email protected]
Interconf discute produção de silagem de qualidade
Você é aquilo que come! Engana-
-se quem acha que o ensina-
mento popular vale somente
para o criador do gado. O animal tam-
bém é o que come. É o que afirmou o di-
retor técnico na Lallemand, Edson Poppi,
durante o encerramento da Conferência
Internacional de Confinadores (Interconf)
2014. Ele ministrou palestra sobre plane-
jamento para produção de silagem e fez
questão de falar sobre sua preocupação
com a qualidade do volumoso dado ao
animal desde que o bagaço da cana-de-
-açúcar vem sendo usado como alimento,
muitas vezes, de forma inadequada.
Juntamente com outros palestran-
tes, Poppi falou aos produtores durante
o Dia de Campo, realizado na fazenda
São Lucas, em Santa Helena de Goiás.
Ele defendeu a ideia de que o pecuaris-
ta precisa, mais do que nunca, entender
que na atividade não há mais espaço para
amadores. Edson falou sobre a produ-
ção, o armazenamento e a forma como
a silagem é disponibilizada para o animal.
Todas as etapas acompanhadas por uma
gestão específica do negócio e pelo uso
de tecnologias que fazem toda a diferen-
ça no momento da venda do gado. “Um
volumoso sem qualidade sobrecarrega o
fígado do animal, o que causa um impac-
to econômico considerável ao produtor”.
Escolha do volumoso precisa vir antecedida de planejamento
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CUIDADO COM O ANIMAL
28 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
A palavra é planejamento
Assim que os animais chegam ao con-
finamento São Lucas, passam por uma
fase, que dura três dias - de recuperação
com água limpa e dieta de volumoso. Em
seguida, eles seguem para o período de
adaptação – que dura 21 dias – durante
o qual ele começa a se adaptar ao am-
biente do confinamento. É nessa fase
que a equipe faz um plano de análise la-
boratorial de ingredientes para a dieta e
padroniza a forma como o animal será
alimentado. Poppi explicou que a escolha
do volumoso precisa vir antecedida de
planejamento. “O produtor precisa levar
em consideração a vocação da proprieda-
de, a produtividade do volumoso, a adap-
tação dele ao clima e ao solo e o histórico
da área, entre outros pontos”, pontua.
Depois da escolha feita é hora de plan-
tar o volumoso. Edson também destaca a
influência do corte na qualidade da sila-
gem. “Em um volumoso de 2 cm, encon-
tramos 8.300 esporos de bactérias butíri-
cas. Já em um corte de 10 cm de altura, o
número cai para 4 mil esporos”, destaca,
alertando também para a importância
de vistoriar as máquinas de tempos em
tempos para verificar o corte e a com-
pactação do grão.
O diretor técnico na Lallemand finalizou
sua participação falando sobre as micoto-
xinas: substâncias tóxicas produzidas por
fungos que podem ser encontradas na
maior parte dos alimentos destinados ao
consumo animal. Edson explica que mi-
cotoxinas podem ser produzidas em qual-
quer etapa de produção de alimento, des-
de o campo, até o fornecimento no cocho.
“A adoção de boas práticas de produção
agrícola e, neste caso, boas práticas na en-
silagem, são mais que necessárias”.
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MATÉRIA SECA (%) PROTEÍNA BRUTA (%) NUTRIENTES DIGESTÍVEIS TOTAIS (%)
MILHO 33 8 70
SORGO 30 7 60
MILHETO 28 10 58
CANA 30 2 62
Poppi falou sobre a produção, o armazenamento e a forma como a silagem é disponibilizada para o animal
Escolha do volumoso precisa vir antecedida de planejamento
Outubro / 2014 CAMPO | 29www.senargo.org.br
ESTADOS UNIDOS
Com o objetivo de conhecer novas tecnologias e deba-ter sobre agroquímicos, foi
realizado entre os dias 17 e 23 de agosto uma viagem técnica aos Es-tados Unidos com a participação das principais lideranças das ins-tituições representativas do setor agrícola brasileiro. Além disso, os
participantes foram apresentados à tecnologia Enlist, visitaram a matriz da Dow Agrosciences em Indianápo-lis e participaram de debates sobre biotecnologia em Washington D.C.
As discussões durante a visita fo-ram centradas no processo de apro-vação da biotecnologia nos Estados Unidos, as negociações para a apro-
vação sincronizada em outros países e a visão das instituições agrícolas sobre o tema. A Federação da Agri-cultura e Pecuária de Goiás (Faeg) foi representada pelo vice-presidente institucional e presidente da Asso-ciação dos produtores de soja, milho e sorgo de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz Pereira.
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Lideranças representativas do setor agrícola durante visita técnica aos Estados Unidos
Novas tecnologias são apresentadas em viagem técnica Bartolomeu Braz visitou Indianápolis e Washington D.C. para conhecer tecnologias para produção de soja e milho
Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]
30 | CAMPO Outubro / 2014
Bartolomeu Braz visitou Indianápolis e Washington D.C. para conhecer tecnologias para produção de soja e milho
Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]
Segundo o vice-presidente institu-cional da Faeg, outro motivo que impul-sionou a viagem foi para acompanhar o andamento e comprovar a expectativa de produtores e entidades dos Estados Unidos sobre a próxima grande safra norte-americana, o que gera preocupa-ções sobre o mercado. “Chegando essa safra, os preços no segundo semestre aqui no Brasil tendem a cair e poderá ficar um pouco mais apertado, trazen-do, assim, preocupação aos produto-res”, explica Bartolomeu.
Visitas à Indianápolis e Washington D.C.Durante os seis dias de viagem, os representantes visitaram duas cida-des norte-americanas. A primeira foi Indianópolis, onde foram apre-sentadas tecnologias para a soja e o milho, além de apresentações so-bre biotecnologia e o setor de se-mentes. Ainda em Indianápolis, os representantes foram para algumas fazendas para visitar a produção norte-americana.
Na segunda parte, foi visitada a ca-pital Washington D.C., onde foi deba-tida a regularização da biotecnologia nos Estados Unidos e os impactos na agricultura e meio ambiente junto com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Environ-mental Protection Agency (EPA) e a Food and Drug Administration (FDA).
Para Bartolomeu, um dos pontos mais importantes da visita técnica foi a participação de representantes do setor do agronegócio brasileiro das princi-pais regiões do país. “O setor produtivo brasileiro estava presente com represen-tantes do Centro-Oeste, Sul e parte da região oeste da Bahia”, comenta. “Está-vamos buscando, através dessas unida-des, resolver essas situações burocráti-cas que temos enfrentado e com a união do agronegócio em busca de apoio e de agilidade desse processo de liberação de novas tecnologias” completa.
Importância para os produtoresO médico especialista em Toxico-logia e Farmacologia Clínica e pro-
fessor de toxicologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Flávio Zambrone, ressaltou a im-portância da liberação das tecno-logias para aumentar a seguran-ça e o acesso aos produtos mais avançados. “As tecnologias demo-ram de 4 a 5 anos a mais para ser aprovado no Brasil em relação aos Estados Unidos. Enquanto isso, o produtor tem acesso aos produ-tos antigos que não transmitem tanta segurança e eficiência”, ex-plica o doutor.
Além disso, Flávio pontuou que as novas tecnologias são efi-cientes para a redução de riscos à saúde dos produtores e elogiou a apresentação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre a forma como é avaliada os transgênicos. “O processo de libe-ração norte-americana é mais rá-pido e não é tanto burocrática. A demora com a liberação das tecno-logias no Brasil nos atrasa em rela-ção aos outros países”, completou.
Representantes conheceram as tecnologias diretamente no campo
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Outubro / 2014 CAMPO | 31
TecnologiasO sistema Enlist, apresentado du-rante a viagem técnica, oferece uma opção de combinação de herbicidas que fazem progredir o controle de plantas daninhas. O sistema foi de-senvolvido pela Dow AgroSciences como uma solução biotecnológica e agroquímica para a produção de soja
e milho e que estão dependendo da aprovação de órgãos reguladores para ser utilizado no Brasil.
Segundo Mário von Zuben, di-retor de relações institucionais da Dow, a viagem técnica possibilitou um reconhecimento quanto à neces-sidade da entrada de novas tecnolo-gias que garantam a competitivida-
de para o setor. “A viagem técnica permitiu que apresentássemos às lideranças o processo de pesquisa, além da rotina de pesquisadores e os investimentos que são realizados pela companhia para o desenvolvi-mento de tecnologias em prol do se-tor”, explicou Mário.Com informações da Dow AgroScience.
Durante a viagem, foram visitadas as cidades de Indianápolis e Washington D.C.
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32 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
DELÍCIAS DO CAMPO
INGREDIENTES:
1 kg de filé de tilápia1 limão300 g de mozarela fatiada
• Molho1 copo de 250 ml de requeijão cremoso1 leite de coco de 200 ml1 caixa de molho de tomate de 340 g1 dente de alho1 cebola de cabeçaPimenta a gosto1 colher de sopa de sal2 colheres de sopa de molho shoyo
Filé de tilápia ao forno
• Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200
• Enviada pela instrutora de Piscicultura e Processamento de Peixes e Zootecnista, Sílvia Vieira.
Servir acompanhado com arroz e batata palha
PREPARO:
1º passo Bata no liquidificador todos os ingredientes do molho.
2º passoColoque o limão nos filés e, logo em seguida, enxague com água em abundância e deixe escorrer.
3º passoColoque em uma forma o molho juntamente com os filés, cobrindo o restante com o molho.
4º passoLeve ao forno quente por 30 minutos, coloque a mozarela até derreter.
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CASO DE SUCESSO
Marilene oferece seus doces, produto que produz desde 1998
Laris
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Com aperfeiçoamentos e dedicação, Marilene encontrou meios para ganhar dinheiro em CastelândiaLuiz Fernando Lemes | [email protected]
Produção de doces caseiros: alternativa para uma renda extra
34 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
Doces de leite, mamão, abacaxi, ameixa... Com essa variedade, Marilene Pereira de Araújo, 54,
encontrou meios de ganhar dinheiro ex-tra, fazendo e vendendo doces na cidade de Castelândia, localizada à 260 km de Goiânia. Morando na pequena cidade com pouco mais de 4 mil habitantes, a doceira já conquistou uma clientela fiel. E tudo começou de maneira muito simples, quando Marilene encontrou um anúncio na rua divulgando o curso de doces cris-talizados, no longínquo ano de 1998.
“Eu acho que foi no Colégio José Men-des que fiz uma semana de curso, ainda no mês de fevereiro. Porém, só foi em junho que comecei a trabalhar com os doces”, relembra a doceira. Antes, tra-balhava vendendo alface, rúcula e outros produtos, mas resolveu fazer apenas os doces, já que passou a trabalhar sozinha na horta. “Eu gasto apenas três horas para fazer os doces de leite, ponho no pote e vendo sob encomenda. Comecei a fazer doces de laranja, mas desisti porque gastava nove dias para terminar. Quanto à horta, resolvi alugar”, falou entre risos.
Analisando a forma de produção dos doces e o valor do leite, Marilene acre-dita que os preços de seus produtos são baratos, mas afirma que o impor-tante é manter um “capital de giro”. “Eu compro leite à R$ 2,00/litro e ven-do os doces por R$ 8,00/pote. Faço um valor bem em conta e o que importa, para mim, é ter um dinheirinho extra”, explica. Além disso, Marilene ressalta que o fato de não ficar parada é outro ponto fundamental. “A gente trabalha e isso faz muito bem, mesmo que seja mais aos finais de semana”, completa.
Aperfeiçoamento Marilene fez o curso de doces crista-lizados em 1998 e resolveu se aper-feiçoar em 2010 com o curso de De-rivados do Leite do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goi-ás através do Sindicato Rural de San-ta Helena. A partir daí, começou a fazer e vender os produtos sozinha, produzindo os doces, geralmente, aos finais de semana. A doceira con-ta com entusiasmo que recebe en-comendas e vende de maneira ime-diata, não deixando as guloseimas ficarem dias e dias estocados. “Meus doces são todos naturais, produ-zo para vender rapidamente porque meus produtos não têm nenhum tipo de conservante”, comentou.
Durante os dois cursos, a doceira teve acesso aos conhecimentos re-ferentes à produção dos doces, tais como higiene pessoal, do ambiente e do local de trabalho, além dos méto-dos de produção dos doces cristaliza-dos e de derivados do leite e noções de acondicionamento e conservação.
Os cursos foram tão importantes para Marilene que hoje ela nem consegue contabilizar a quantidade que produz mensalmente. “Eu não sei muito bem falar dos números, até porque faço mais por encomenda e varia muito por mês”, comenta. “Eu sei que faço o seguinte: a pessoa vem aqui em casa e pede uma quantidade de doce. Se já tenho pronto, entrego na hora. Caso contrário, pergun-to se posso fazer para o dia seguinte ou se ela pode esperar por algumas horinhas”, explica com orgulho da pontualidade da produção e por fazer tudo sozinha.
Shutt
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Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Castelân-dia devem entrar em contato com o Sindicato Rural de Santa Helena de Goiás pelo telefone (64) 3641-3389.
Outubro / 2014 CAMPO | 35www.senargo.org.br
EM SETEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
371 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 87 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
4.627 PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
38 154 04 02 08 12 122 31 40 06 02 06 33 0
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
extrativismo
Em
agroindústria
na área de
aquicultura
na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
MADEIRASLa
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Mel
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Cuidado que garante a qualidade do produto final
Cuidado que garante a qualidade do produto finalLuiz Fernando Rodrigues | [email protected]
EM SETEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU
371 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 87 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*
4.627 PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
38 154 04 02 08 12 122 31 40 06 02 06 33 0
Na área de
agricultura
Em atividade
de apoio
agrossilvipastoril
Na área de
silvicultura
Na área de
extrativismo
Em
agroindústria
na área de
aquicultura
na área de
pecuária
Em
atividades
relativas à
prestação
de serviços
Alimentação
e nutrição
Organização
comunitária
Saúde e
alimentação
Prevenção de
acidentes
Artesanato Educação para
consumo
Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar
Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site
www.senargo.org.br
Seja para fazer cercas, esti-cadores, postes ou na cons-trução civil, a madeira é in-
dispensável na propriedade rural. Entretanto, necessita de tratamento e manejo adequado desde o plan-tio até a extração. Pensando nisso e na qualificação profissional dos produtores rurais, o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás oferece o curso de Plantio e Tratamento de Madeira para traba-lhadores e produtores com mais de 18 anos. O curso tem como objeti-vo proporcionar aos interessados noções de preparação do terreno e combate às pragas das madeiras.
Com 16 vagas, cada evento tem carga horária de 24 horas e os inte-ressados aprenderão sobre os mé-todos de preservação da madeira, planejamento do plantio e manu-tenção do florestamento, técnicas de implantação florestal e semea-dura. Para isso, o produtor e o tra-balhador rural devem ter condições físicas e mentais para exercer a ocu-
pação, ter idade mínima de 18 anos e ser alfabetizado.
A consultora técnica do Senar Goiás para a área de Meio Ambien-te, Jordana Sara, afirma que o setor está passando por mudanças e que o produtor deve produzir visando o produto final. “O plantio deve ser realizado com vistas para o que se pretende alcançar. Se for eucalipto para lenha é um tipo, se for para móveis e construção civil, já é ou-tra espécie. O produtor tem que ter em mente a comercialização futura e ter o planejamento pronto”, res-salta Jordana.
O curso ainda oferece aos pro-dutores ensinamentos sobre as técnicas para combate às formigas e cupins, preparação do terreno, plantio e manutenção do flores-tamento e cronograma das ativi-dades florestais. Os t reinamentos são cert if icados e, para isso, o alu-no deve ter, no mínimo, 80% de frequência e apresentar uma mé-dia satisfatória.
*Cursos promovidos entre os dias 26 de agosto a 25 de setembro
Previdência Social e os benefícios aos trabalhadores do campo
CAMPO ABERTO
O Brasil é um país essencialmente agrícola.
Tal fato vem se firmando a cada ano pelos
recordes absolutos de produção e expor-
tação dos produtos do país. Apesar disso, somente
a partir da Constituição Federal de 1988 os traba-
lhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos
que os trabalhadores urbanos. O Artigo 6º da Cons-
tituição Federal dispõe que a Previdência Social é
Direito Social do cidadão. Nesse sentido, o artigo 7º
assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o direi-
to à aposentadoria.
No Censo Agropecuário de 2006, o IBGE iden-
tificou 4.367.902 estabelecimentos da agricultura
familiar, o que representa 84,4% dos estabeleci-
mentos brasileiros que cultivam a terra, a maioria
em pequenas propriedades. (IBGE. CENSO AGRO-
PECUARIO 2006.). Ressalta-se que esses agri-
cultores, que produzem em regime de economia
familiar, são considerados trabalhadores rurais e
tratados pela legislação como Segurado Especial. O
art. 195 da Constituição dispõe que: “§ 8º O pro-
dutor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais
e o pescador artesanal, bem como os respectivos
cônjuges, que exerçam suas atividades em regime
de economia familiar, sem empregados permanen-
tes, contribuirão para a seguridade social mediante
a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
comercialização da produção e farão jus aos bene-
fícios nos termos da lei.”.
Assim, constata-se que, para os trabalhadores em
questão, a forma de contribuição para a Previdên-
cia Social é diversa, já que para os que vivem no
campo não existe a regularidade de disponibilidade
financeira, mês a mês, uma vez que esses enfrentam
períodos diversos e instáveis, como safra, seca, proi-
bição de pesca etc. Assim, a contribuição da catego-
ria será efetivada quando da comercialização de seu
produto e quando não houver produto a ser comer-
cializado, não haverá necessidade de contribuição.
Todavia, para receber a aposentadoria rural os
trabalhadores rurais devem preencher alguns re-
quisitos, quais sejam: ter idade mínima de 55 anos
(para as mulheres), e 60 anos (para os homens),
além de ter, no mínimo, 15 anos de exercício de
atividade rural comprovada.
Então, como comprovar a prática da atividade ru-
ral? O INSS disponibiliza uma lista de documentos
no site da Previdência (www.previdencia.gov.br).
Exemplifica-se: a) contrato de arrendamento, de
parceria ou de comodato rural; b) comprovante de
cadastro no INCRA; c) bloco de notas de produtor
rural ou notas fiscais de venda por produtor rural.
Contudo, os agricultores familiares e trabalhado-
res rurais de todo o país têm encontrado dificul-
dade para reunir os documentos que comprovem
essa atividade no campo. Por isso, em 2013, 28%
dos pedidos de benefício foram negados pelo INSS.
Considerando o fato, o Poder Judiciário vem ana-
lisando cada caso concreto para fins de concessão
do benefício, e tem admitido, como início de prova
material, a apresentação de documento público em
que conste a profissão de lavrador, por exemplo:
certidão de casamento, reservista, registro de ma-
tricula em escola do meio rural, entre outros.
Portanto, a Previdência tem se mostrado uma
política que opera em benefício dos trabalha-
dores rurais e que tem um papel muito relevante
em termos de distribuição de renda, no fortale-
cimento das estruturas sociais e produtivas da
agricultura familiar, evitando o êxodo rural e
assegurando a sucessão familiar através da pro-
dução de alimentos no Brasil.
Aliny Cristina
Teixeira Mendonça
é advogada e técnica
administrativa do
Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural
(Senar) Goiás.
Laris
sa M
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Aliny Cristina Teixeira Mendonça | [email protected]
38 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br
LAY 2604 FAEG REVISTA CAMPO JULHO CAN 08 2014_am.indd 21 18/08/2014 14:32:14LAY 2637 FAEG REVISTA CAMPO AGOSTO CAN 08 2014-am .indd 39 09/09/2014 21:16:07
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