Universidade Federal da Grande Dourados
Faculdade de Cincias Biolgicas e Ambientais
Curso de Gesto Ambiental
Mobilidade Urbana, Potencialidade Cicloviria em Dourados-MS
Acadmica: Karine Sales Arendt
Orientador: Dr. Mario Vito Comar
Dourados-MS
2014
i
Karine Sales Arendt
Mobilidade Urbana, Potencialidade Cicloviria em Dourados-MS
Projeto de pesquisa referente ao Trabalho
de Concluso do Curso apresentado ao
curso de Gesto Ambiental a Faculdade de
Cincias Biolgicas e Ambientais, da
Universidade Federal da Grande Dourados,
sob a orientao do Professor Mario Vito
Comar, como parte dos requisitos para
obteno do titulo de bacharel em Gesto
Ambiental.
Dourados-MS
2014
ii
Karine Sales Arendt
MOBILIDADE URBANA, POTENCIALIDADE CICLOVIRIA EM
DOURADOS-MS
Trabalho de Concluso de Curso aprovado para obteno do ttulo de Bacharel em
Gesto Ambiental na Universidade Federal da Grande Dourados pela comisso formada
por:
_________________________________________________________
Prof. Dr. Andr Geraldo Berezuk FCH/UFGD
_________________________________________________________
Prof. Dr. Joelson Gonalves Pereira FCBA/UFGD
_________________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Mario Vito Comar
Dourados, MS 5 de Dezembro de 2014
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus, que tem grande importncia pra mim, estando
sempre presente, permitindo vrios momentos bacanas ai na vida, como a concluso
desse trabalho, vivenciar uma graduao, conhecer um pessoal firmeza, entre outras mil
coisas.
Aos meus pais dona Lenice e seu Jorge, pelo amor e todo o suporte que me
oferecem. Estendo este agradecimento a senhorita Quequel que at que cumpre bem seu
papel de irm, que faz eu me sentir a pessoa mais comdia do mundo. E a minha famlia
em geral que certamente contribuiu para que eu chegasse at aqui.
Quero agradecer aos amigos que eu tanto suporto, obrigada por estarem
presente, fazer eu rir, e me cercar de coisas boas, sei que posso contar com vocs, seis
so fera.
Gostaria de agradecer aos colegas e amigos de curso, que tornou a graduao
especial, com bons momentos, me diverti e aprendi bastante, boto f em vocs, de
verdade. Agradeo em especial a Ana, Andressinha, Dany boneca, linalva, Gracinha,
e o senhor Marcos que ajudaram na aplicao dos questionrios, e poxa, pela parceria de
sempre.
todos os professores que tive a oportunidade de conhecer durante a
graduao, aprendi e cresci com os ensinamentos passados em sala de aula, e pelo
exemplo de pessoas que so.
Agradeo meu orientador, Vito Comar, pelo aprendizado, pacincia e por toda a
contribuio que foi me dada, para conseguir enfim finalizar esse trabalho.
Aos demais colaboradores, que ajudaram principalmente no fornecimento de
dados, como a Prefeitura Municipal de Dourados, Secretrio de Planejamento Luis
Roberto de Arajo, ao engenheiro Jamil, Franz Mendes, e aqueles que responderam os
questionrios.
E por todos aqueles que de forma direta ou indireta contriburam para a
concluso deste trabalho.
iv
SUMRIO
Lista de figuras ............................................................................................................................ v
Lista de tabelas ............................................................................................................................ vi
Lista de grfico ........................................................................................................................... vii
Resumo ...................................................................................................................................... viii
Abstract ....................................................................................................................................... ix
1 Introduo ......................................................................................................................... 1
2 Objetivo Geral .................................................................................................................. 5
2.1 Objetivo Especficos .................................................................................................. 5
2.2 Hiptese Central ......................................................................................................... 5
3 Justificativa ....................................................................................................................... 6
4 Referencial Terico .......................................................................................................... 8
5 Questes Correlatas no Mundo ....................................................................................... 12
5.1 Questes Correlatas no Brasil ................................................................................... 23
6 Obras Correlatas Planos Ciclovirios .......................................................................... 27
6.1 Avaliao dos Estudos de Caso ................................................................................ 32
7 Materiais e Mtodos ........................................................................................................ 35
8 Resultados ....................................................................................................................... 37
8.1 Questionrio ............................................................................................................. 37
8.2 Inventrio do sistema ciclovirio existente ............................................................... 41
9 Proposta do Sistema Ciclovirio .................................................................................... 59
10 Concluses e Recomendaes ....................................................................................... 67
11 Referncias ..................................................................................................................... 71
12 Apndices ....................................................................................................................... 75
v
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Mapa Conceitual.......................................................................................................................... 3
Figura 2 Bicicletrio em Amsterd.......................................................................................................... 14
Figura 3 Estacionamento em Amsterd................................................................................................... 14
Figura 4 The Bicycle Snake ( ponte/ciclovia de Copenhague)................................................................ 15
Figura 5 Trens de Copenhague, com vages especiais para levar bicicleta............................................ 16
Figura 6 Vlib Bus, Frota de nibus que da assistncia as estaes Vlib dos subrbios e pequenas
cidades nas redondezas de Paris................................................................................................................. 17
Figura 7 Estao de aluguel de bicicleta de Paris - Vlib....................................................................... 17
Figura 8 P'tit Vlib', sistema de aluguel de bicicletas para crianas........................................................ 18
Figura 9 Hacks para transportar bicicleta................................................................................................ 19
Figura 10 Esquema das Bike Box utilizada em Portland.............................. ......................................... 19
Figura 11 Sistema Bike Box em Portland.............................................................................................. 20
Figura 12 Eco-Cycle subterrneo, em Tquio........................................................................................ 21
Figura 13 Ciclo Ruta de Bogot............................................................................................................ 22
Figura 14 Ciclofaixa aos domingos em Bogot..................................................................................... 22
Figura 15 Ciclovia no Rio de Janeiro.................................................................................................... 24
Figura 16 Sistema de aluguel de bicicleta, no Rio de Janeiro................................................................ 24
Figura 17 Via compartilhada em Curitiba............................................................................................. 25
Figura 18 Ciclovia compartilhada em Curitiba...................................................................................... 26
Figura 19 Ciclovia Rio Pinheiros, em So Paulo.................................................................................. 27
Figura 20 Ciclofaixa, em So Paulo...................................................................................................... 27
Figura 21 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio da cidade de Fortaleza..................................................... 29
Figura 22 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio Integrado da cidade de Porto Alegre............................... 30
Figura 23 Localizao da Cidade de Dourados....................................................................................... 34
Figura 24 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta.................... 36
Figura 25 Atual rede cicloviria na cidade de Dourados......................................................................... 41
Figura 26 Sistema virio bsico de Dourados.......................................................................................... 59
Figura 27 Proposta de rede cicloviria..................................................................................................... 61
vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Ciclofaixa existente na Rua Cuiab.......................................................................................... 42
Tabela 2 Ciclofaixa existente na Rua Alberto Leopoldo de La Cruz...................................................... 43
Tabela 3 Ciclofaixa existente na Rua Avenida Indai............................................................................. 44
Tabela 4 Ciclofaixa existente na Rua General Osrio............................................................................. 45
Tabela 5 Ciclofaixa existente na Rua Eullia Pires................................................................................. 46
Tabela 6 Ciclofaixa existente na Rua Vereador Jos Vitrio Pederiva................................................... 47
Tabela 7 Ciclofaixa existente na Rua Joo Vicente Ferreira................................................................... 48
Tabela 8 Ciclofaixa existente na Rua Ediberto Celestino de Oliveira..................................................... 49
Tabela 9 Ciclofaixa existente na Rua Presidente Vargas......................................................................... 50
Tabela 10 Ciclovia existente na Rua Marcelino Pires............................................................................. 51
Tabela 11 Ciclovia existente na Rua General Osrio.............................................................................. 52
Tabela 12 Ciclovia existente na Rua Coronel Ponciano.......................................................................... 53
Tabela 13 Ciclovia existente na Rua Palmeiras....................................................................................... 54
Tabela 14 Ciclovia existente na Avenida Guaicurus............................................................................... 55
Tabela 15 Ciclofaixa existente na Avenida Marcelino Pires................................................................... 56
Tabela 16 Estrutura de estacionamentos encontrados na cidade............................................................. 57
Tabela 17 Novas Vias: que foram acrescentadas..................................................................................... 62
Tabela 18 Extenses das Vias j Existentes: que faz um aumento na sua extenso................................ 63
Tabela 19 Estimativa de Custo do sistema ciclovirio proposto............................................................. 66
vii
LISTA DE GRFICOS
Grfico 1 Quanto a frequncia do uso de bicicleta.................................................................................. 37
Grfico 2 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta. Como as
respostas so de escolha mltipla, a porcentagem de resposta maior do que 100%................................ 38
Grfico 3 Fatores que estimulariam o uso de bicicleta. Como as respostas so de escolha mltipla, a
porcentagem de resposta maior do que 100%.......................................................................................... 39
Grfico 4 A importncia de se ter uma rede cicloviria.......................................................................... 39
Grfico 5 Promoo do uso de bicicletas pelas autoridades locais.......................................................... 40
viii
RESUMO
O deslocamento na cidade necessrio, porm a preferncia que se da para os
veculos motorizados, e o crescimento acelerado da frota desses, resulta em alguns
problemas como saturao nos servios de transporte de massa, congestionamento,
trfego sobrecarregado e lento, aumento da poluio atmosfrica, e problemas na sade
pblica. Para reverter esse cenrio uma opo a utilizao da bicicleta como meio de
transporte, promovendo uma mobilidade urbana sustentvel. Dourados apesar de no ter
grandes problemas, preciso repensar sua mobilidade, pela importncia, seu relevo
praticamente todo plano, entre outros fatores. Pensando nisso foi proposto um esboo de
uma rede cicloviria. Alm da proposta foi aplicado questionrio com a populao,
levantando alguns dados importantes como a demanda por esse modal, tambm foi
realizado um inventrio da atual rede cicloviria o que permitiu identificar e analisar sua
situao. Algumas estratgias foram recomendas, onde o Plano Diretor de Mobilidade
Urbana obteve destaque como um dos instrumentos para um bom planejamento da
mobilidade urbana de Dourados. O trabalho reafirmou a importncia de promover a
bicicleta, assim como ter uma infraestrutura adequada.
Palavras-chave: Mobilidade Urbana; Bicicleta; Planejamento.
ix
ABSTRACT
The displacement in the city is necessary, but the preference that is given for the
motor vehicles, and the accelerated growth of the fleet of these results in some problems
such as saturation in mass transport services, traffic jam, overloaded and slow traffic,
increased air pollution and problems in public health. To reverse this scenario, an option
is the use of bicycles as a way of transportation, promoting a sustainable urban mobility.
Dourados, despite not having big problems, it is necessary to rethink its mobility, by the
importance, its relief practically every plan, among other factors. Thinking, it was
proposed a sketch of a cycle chain. Besides the proposal it was applied a questionnaire
with the population, raising some important data as the demand for this modal, it was
also an inventory of the current cycle chain which allowed to identify and analyze its
situation. Some strategies were recommended, where the Director Plan of Urban
Mobility was highlighted as one of the tools for a good planning of urban mobility from
Dourados. The work reaffirmed the importance of promoting the bicycle, as well as
having an adequate infrastructure.
Keywords: Urban Mobility; Bicycle; Planning.
1
1. INTRODUO
A humanidade comeou a se organizar h cerca de 5.500 anos, quando a
agricultura evoluiu e inovaes tecnolgicas permitiram a produo e estocagem dos
alimentos. Com isso foram surgindo novas necessidades, novos desafios e uma nova
forma de se organizar, tornando a sociedade mais complexa, o que resultou no
desenvolvimento das cidades.
A partir da revoluo industrial, com o surgimento das grandes indstrias e sua
concentrao, a populao que estava dispersa na rea rural, passou a migrar para a
cidade, buscando estar mais prxima ao local de trabalho e demais servios e atrativos
urbanos. Com a transformao da mercadoria em dinheiro, essa relao de venda de
mercadoria e do processo de industrializao que movimentou a produo de
mercadorias, levou realizao de atividades de distribuio e venda. Por isso de
acordo com Carlos (2011):
Nesta fase de suma importncia uma rede de transporte, postos de
armazenamento e de distribuio das mercadorias (no somete o consumidor
individual, mas tambm a outras unidades industriais, uma vez que o produto
de uma indstria pode ser matria prima de outra); o que envolve uma srie
de trabalhos (improdutivos, claro) que tm por objetivo chegarem a seu
destino o mais rpido possvel, pois sem consumo no h produo
(CARLOS, 2011, p.110).
Alm do transporte de mercadorias, o processo de industrializao aumentou
mais ainda a necessidade de locomoo da populao, onde os trabalhadores menos
favorecidos, que moravam afastados do centro, tinham que percorrer um grande trajeto
at seu local de trabalho, prejudicando seu rendimento, pela falta de um meio de
transporte adequado.
Segundo Villaa (2001), as necessidades e condies de deslocamento, como
tambm a tecnologia de transportes, variam conforme as classes sociais. Quem
obrigado a morar longe do emprego e das compras, forado a condies mais penosas
de deslocamento. Quando o Estado privilegia o transporte individual pela construo
de vias expressas, est privilegiando as condies de deslocamento dos proprietrios de
automveis. Camadas populares so mais prisioneiras do espao por sua reduzida
capacidade de mobilidade.
2
Na Carta de Atenas de 1933, as atividades desempenhadas na cidade so
divididas em quatro funes: habitar, trabalhar, recrear-se, e circular, tendo a circulao
como uma funo vital, que deve ser tratada com ateno, planejada de acordo com a
necessidade de cada local, de forma que traga mais qualidade de vida para a populao e
que seja cumprido o direito liberdade de ir e vir, garantido pelo Inciso XV do Art. 5
da Constituio Federal de 1988.
Devido expanso urbana, entre outros fatores, o crescimento acelerado da frota
de veculos resultou em alguns problemas como saturao nos servios de transporte de
massa, congestionamento, trfego sobrecarregado e lento, aumento da poluio
atmosfrica, e problemas na sade pblica (PROGRAMA CIDADES
SUSTENTAVEIS, 2013).
Com base nisso, as alternativas mais viveis pra tentar diminuir os transtornos
gerados pelos veculos motorizados seriam a melhoria no transporte pblico,
desencorajando o uso do veculo particular, e implantar um sistema ciclovirio
incentivando a circulao de meios no motorizados, como a bicicleta.
A bicicleta tem origem por volta do ano de 1790 (BRASIL, 2007). No entanto,
foi em 1865 que ela tomou a forma das bicicletas atuais. No Brasil, a presena da
bicicleta data aproximadamente dos fins do sculo XIX, quando vieram os primeiros
migrantes europeus para o sul do pas. Tambm dessa poca o nascimento do que viria
a ser a primeira fbrica de bicicletas brasileira. Desde sua chegada, a bicicleta foi muito
popular entre os trabalhadores, especialmente os empregados de indstrias, de pequenos
comrcios e de servios das grandes reas urbanas.
De acordo com BRASIL:
A incluso da bicicleta nos deslocamentos urbanos deve ser abordada como
elemento para a implementao do conceito de Mobilidade Urbana para
cidades sustentveis como forma de incluso social, de reduo e eliminao
de agentes poluentes e melhoria da sade da populao. A integrao da
bicicleta nos atuais sistemas de circulao possvel, mas ela deve ser
considerada como elemento integrante de um novo desenho urbano, que
contemple a implantao de infraestruturas, bem como novas reflexes sobre
o uso e a ocupao do solo urbano (BRASIL, 2007, pag. 13).
A bicicleta um meio de transporte no poluente acessvel, que traz um hbito
saudvel, divertido, e que cumpre como o objetivo da locomoo proporcionando aos
3
moradores acesso escola, ao trabalho, recreao e integrao a outras formas de
transporte.
Um termo que vem sendo abordado as Cidades Sustentveis, que tem como
objetivo promover a melhoria da qualidade de vida da populao, desenvolvimento
econmico e preservao do meio ambiente. So cidades que tem um bom
planejamento, e bem administradas.
Para se alcanar uma cidade sustentvel, alguns instrumentos podem ser utilizados,
como o caso da Agenda 21, que um documento consolidado como diretriz para a
mudana de rumos no desenvolvimento global para o sculo 21. Pode ser definida
como um instrumento de planejamento para a construo de sociedades sustentveis, em
diferentes bases geogrficas, que concilia mtodos de proteo ambiental, justia social
e eficincia econmica. Nela as autoridades locais podem melhorar seus prprios
efeitos diretos sobre o meio ambiente por meio da adoo de medidas relativamente
simples e eficazes, como, por exemplo, incentivo ao uso de transportes coletivos e
bicicletas.
Figura 1 Mapa Conceitual.
Fonte: Organizao ARENDT. K.S 2014
4
O mapa conceitual relevante por sintetizar e expor o que se pretende elaborar,
de uma forma simples, permitindo uma melhor visualizao. Ele est dividido em seis
partes, sendo a primeira (nmero 1) sua introduo com conceitos que se pretendem
abordar, a importncia do trabalho e quais fatores o justificam.
O ponto 2 desenvolve o embasamento terico, instrumentos e polticas pblicas
que oferecem subsdios discusso. O ponto 3 apresenta a metodologia, tudo que se
deseja fazer e de que forma. O ponto 4 ilustra a situao atual, no tema a ser abordado:
apresentando estudos de caso, ou obras correlatas, do que est acontecendo no
mundo, no Brasil, e em Dourados. O por fim o ponto 5 que prope uma viso de futuro
para a mobilidade urbana, onde queremos chegar quanto o sistema ciclovirio de
Dourados.
5
2. OBJETIVO GERAL
Esse trabalho tem como objetivo propor um sistema ciclovirio na cidade de
Dourados.
2.1 Objetivos Especficos
Levantar questes que auxiliem e justifiquem a proposio e a potencialidade de
um sistema ciclovirio na cidade de Dourados;
Diagnosticar o uso e a demanda de ciclovias dentro do permetro urbano de
Dourados;
Levantar os fatores que influenciam e afetam o uso da bicicleta como meio de
transporte;
Propor recomendaes para a cidade de Dourados;
Identificar as principais caractersticas e potencialidades das vias de Dourados;
Proposta de rotas alternativas para o Plano Ciclovirio;
Relacionar a proposio do sistema ciclovirio com o Plano Diretor de
Mobilidade Urbana, como subsdio sua elaborao.
2.2 Hiptese Central
A cidade de Dourados apresenta condies favorveis ao estabelecimento de um
Plano Ciclovirio, dentro do Plano de Mobilidade Urbana, para melhoria do transito, da
sade dos cidados e da sua economia.
6
3. JUSTIFICATIVA
Dourados o segundo municpio mais populoso do estado de Mato Grosso do
Sul, dispondo de uma populao quantificada em 196.035 habitantes, dos quais 92,33%
so moradores da rea urbana (IBGE, 2010). uma cidade que est em crescimento, A
cidade de Dourados concentra, alm da agroindstria, os servios de ensino superior e
prestao de servios mdico-hospitalares, atuando, desse modo, como importante polo
concentrador, sobretudo, para a poro meridional de Mato Grosso do Sul, por meio de
suas atividades econmicas relacionadas agricultura, indstria, comrcio e servios
(SILVA, 2012). Vem se desenvolvendo tambm em obras de infraestrutura
principalmente no setor imobilirio, resultante da expanso em 2011 (Lei Municipal n.
3.480) do permetro urbano. Juntamente com essa nova realidade, geram-se problemas
como o aumento da frota de automveis, uso intensivo desse meio de transporte,
impactos no ambiente e a falta de planejamento adequado.
O caos encontrado hoje no trnsito, como o fato de passar horas dentro de um
carro, o congestionamento e o aumento do ndice de acidentes no transito, juntamente
com a poluio atmosfrica e os impactos negativos sade da populao, justifica o
presente trabalho, expondo os benefcios da utilizao de bicicleta como meio de
transporte e a potencialidade que a cidade de Dourados apresenta para essa modalidade.
A utilizao de bicicleta proporciona uma srie de benefcios para a cidade e
populao. Na questo econmica, sua aquisio e manuteno fcil e barata, sendo
acessvel a praticamente todas as pessoas. Proporciona reduo nos gastos da famlia
com manuteno do carro, diminuindo o nmero de veculos, a degradao da rede
rodoviria menor, o que reduz a utilizao de recursos para manuteno da mesma.
Tem-se economia de espao, tanto para se deslocar como para estacionar.
Pires salienta que:
A diferena entre os custos para a construo de infraestrutura para veculos
ou bicicletas pode variar a depender da qualidade do pavimento utilizado, no entanto, por ser um veculo leve e limpo, necessria menos manuteno ao
longo do tempo, apesar de precisarem de reparos mais simples com
frequncia, pois ciclistas so mais vulnerveis a qualquer rachadura ou
pequeno buraco. Alm disso, a rea necessria para ciclovias menor que a
de rodovias, alm da capacidade de ser maior (PIRES, 2008, pag. 23).
7
Dourados se encontra em um relevo plano em grande parte da rea urbana,
servindo de incentivo para o uso de bicicleta, j que o esforo muscular menor,
exigindo menos dos ciclistas.
Outro fator a destacar a quase ausncia de impactos quanto poluio sonora e
poluio do ar, proporcionando melhorias no meio ambiente. A prtica do ciclismo
contribui para restaurar e manter o bem-estar fsico e mental da populao, ao contrrio
dos usurios do automvel, aumenta, ento, a qualidade de vida dos cidados.
Num relatrio que examina todas as formas de exerccio fsico susceptveis de
serem praticadas por todos, de modo regular, na vida quotidiana (corrida a p, jogging,
natao e ciclismo), a Associao dos Mdicos Britnicos (BMA) censura as
autoridades por no promoverem a utilizao da bicicleta. A BMA declara que, em
virtude da sua inao, o Governo pe em perigo a sade pblica do pas (COMISSO
EUROPEIA, 2000).
Segundo esse relatrio a bicicleta to benfica como a natao, mais fcil de
praticar quotidianamente: no exige que se reserve uma faixa horria especial e o
equipamento pblico necessrio (as ruas) existe j em todo o territrio urbano e carece
apenas de algumas adaptaes. Dois trajetos de 15 minutos de bicicleta por dia so
suficientes para ter um corao em boa sade (COMISSO EUROPEIA, 2000).
A populao que utiliza esse meio de transporte para realizar deslocamentos,
seja ele de pequenas ou grandes distncias, est vulnervel a acidentes, j que transita
entre automveis quando eles esto parados ou engarrafados, com velocidades
comparativamente mais altas. Por isso, discutir sobre mobilidade urbana,
especificamente ciclovias, possibilita, quando implantadas, garantir a segurana dos
ciclistas, responsabilidade que cabe no s ao poder pblico, mais tambm populao
em geral.
8
4. REFERENCIAL TERICO
Mobilidade Urbana
Mobilidade Urbana corresponde necessidade de deslocamento, considerando o
espao urbano, e a complexidade das atividades envolvidas ali, e no se limita somente
s pessoas, incluindo assim os bens. Um dos instrumentos do Plano Diretor Urbano
(PREFEITURA MUNICIPAL DE DOURADOS, 2003) o Plano Diretor de
Mobilidade Urbana, que ainda no foi desenvolvido para a cidade de Dourados. Os
resultados do Trabalho de Concluso de Curso podero vir a subsidiar a elaborao
deste instrumento, integrando a bicicleta s demais modalidade de transporte urbano.
Complementando, Pires afirma:
Dentre as atividades urbanas de moradia, trabalho, estudo, lazer e compras, a
mobilidade se inclui como uma atividade meio que torna possvel o
desempenho das demais. O deslocamento de pessoas e mercadorias
influncia os aspectos sociais e econmicos do desenvolvimento urbano. Por
outro lado, a maior ou menor necessidade de deslocamentos definida pela
localizao das atividades na rea urbana (PIRES, 2008, pag. 17).
Kneib (2012) define que a mobilidade est muito ligada articulao e unio de
polticas de transporte, circulao, acessibilidade, trnsito, desenvolvimento urbano, uso
e ocupao do solo, dentre outras. Essa multiplicidade de politicas, que afetam e so
afetadas pela mobilidade das pessoas, confere a este tema uma noo da sua
complexidade.
Mobilidade Urbana Sustentvel
A mobilidade urbana hoje sofre com o aumento expressivo da motorizao
individual (automveis e motocicletas), bem como da frota de veculos dedicados ao
transporte de cargas. Esse padro de mobilidade, centrado no transporte motorizado
individual, mostra-se insustentvel, e par isso surge o conceito de Mobilidade Urbana
Sustentvel.
De acordo com Brasil:
A Mobilidade Urbana Sustentvel pode ser definida como o resultado de um
conjunto de polticas de transporte e circulao que visa proporcionar o
acesso amplo e democrtico ao espao urbano, atravs da priorizao dos
modos no-motorizados e coletivos de transporte, de forma efetiva, que no
gere segregaes espaciais, socialmente inclusiva e ecologicamente
9
sustentvel. Ou seja: baseado nas pessoas e no nos veculos (BRASIL,
2013).
Bicicleta como Meio de Transporte
A bicicleta, ao assumir o papel de transporte alternativo, agrega vrios atributos
contribuindo com a democratizao do uso da via pblica, favorece a reduo de
congestionamentos, de impactos ambientais, nos gastos com a sade e do consumo
energtico, favorece a coletividade, proporcionando uma nova qualidade de vida.
Segundo MACHADO (1986), para distncias de viagens entre 400 metros e 1,5
quilmetros (km), a bicicleta o meio de transporte mais rpido, o que demonstra uma
vantagem em cima do automvel. Comparando com o nibus e o trem, para distncias
at 6 km, a bicicleta o meio de transporte mais eficiente em reas urbanas, sendo sua
eficincia como transporte complementar satisfatria, principalmente quando integrada
a outros modais, com a vantagem na reduo do tempo total de viagem, eliminando o
tempo de caminhada at o ponto de parada de transporte, tempo de espera a conduo e
tempo de caminhada a partir do desembarque at o destino final.
Infraestrutura
Ciclovias
Ciclovias so vias exclusivas para bicicleta, onde h uma separao fsica de
outras vias que lhe so adjacentes, podendo ser unidirecional (nico sentido) ou
bidirecional (duplo sentido).
Segundo Brasil (2007), para que uma ciclovia seja considerada Ciclovia
Totalmente Segregada, ela dever ter as seguintes caractersticas:
1) ter terrapleno ou estar afastada da margem da via principal (incluso o
acostamento se houver), em pelo menos 0,80 m;
2) ter projeto de drenagem independente do projeto da via principal;
3) ter diretriz paralela ou no coincidente com a da via marginal mais
prxima;
4) ter sido construda sobre terreno nu (virgem) ou sobre terreno sem destinao circulao de pedestres ou de veculos;
10
5) possuir grade independente de outras estruturas virias lindeiras estando,
em alguns casos, situada em nvel mais elevado do que o(s) da(s) pista(s)
da(s) via(s) adjacente(s).
a forma mais segura, pois os ciclistas ficam longe do trfego de automveis,
porm uma soluo que requer mais espao e um maior planejamento, principalmente
nas intersees e cruzamentos, que so reas mais vulnerveis para os ciclistas, onde
aumenta a probabilidade de acidentes. Outro ponto quanto liberdade de movimento
dos ciclistas, que em uma ciclovia fica restrita.
Ciclofaixas
uma faixa que delimita o uso de bicicletas, geralmente no mesmo sentido dos
automveis e podendo ser compartilhada com pedestres, skatistas e outros usurios.
Normalmente essa delimitao feita com uma pintura diferenciada na rua, ou com
algum separador fsico como cones, tartarugas e blocos de concreto.
Segundo Brasil (2007), para que uma infraestrutura para a circulao exclusiva
de bicicletas seja considerada Ciclofaixa, deve ter as seguintes caractersticas:
1) estar no mesmo nvel da circulao do trfego motorizado;
2) no possuir separador fsico do trfego lindeiro;
3) estar includa no mesmo projeto de drenagem de toda a via.
Para no precisar aumentar o espao das vias, importante que haja uma
reduo dos nmeros de carros, e de sua velocidade, no recomendando o uso de
ciclofaixa onde essa reduo no seja possvel.
Vias compartilhadas
O ciclista compartilha da via que j utilizada para o trfico de automveis, ou
pedestre. No h nenhuma delimitao entre as faixas. uma opo para bairros ou
locais onde o carro no deve ter prioridade, sua velocidade muito reduzida (pela
sinalizao e outros meios), onde existe uma maior permanncia de pessoas.
Sobre qual tipo escolher Pires (2008), aponta que o primeiro critrio na escolha
da tipologia cicloviria a ser adotada, de que algumas consideraes e particularidades
precisam ser levantadas na hora de se decidir:
11
- Onde h muita demanda por estacionamentos, ciclofaixas no so
recomendadas, pois podero ser usadas como estacionamento.
- Se uma via tem grande importncia na rota cicloviria, a ciclovia mais
recomendada.
- Onde h grande nmero de largas intersees, as ciclovias perdem seu
valor. O conforto de um trfego desimpedido vai ser afetado negativamente
pela necessidade constante de ateno nesses cruzamentos.
Estacionamento de Bicicleta
Existem duas formas mais comuns de estacionamento para bicicleta, o
Paraciclos e o Bicicletrio. O paraciclos so caracterizados como estacionamento de
curta ou mdia durao, nmero de at 25 vagas, de uso pblico, sem qualquer controle
de acesso externos e sem zeladoria (BRASIL, 2007).
So suportes simples, normalmente metalizados que permitem o encaixe da
bicicleta, possibilitando o seu aprisionamento com corrente. Seu uso bem comum, por
no precisar de grandes espaos e ser de fcil acesso. Em virtude dessa condio, devem
se situar o mais prximo possvel do local de destino dos ciclistas; da mesma forma, os
paraciclos no devem comprometer a circulao a p e, quando situados em caladas e
praas, no devem apresentar obstculos aos pedestres e s pessoas com deficincia ou
restrio de mobilidade.
J os bicicletrios so caracterizados como estacionamentos de longa durao,
grande nmero de vagas, controle de acesso, podendo ser pblicos ou privados. Os
bicicletrios devem ser, preferencialmente, cobertos, vigiados e dotados de alguns
equipamentos, como, por exemplo: bombas de ar comprimido; borracheiro; e,
eventualmente, banheiros e telefones pblicos. Alm desses, devero dispor de
equipamentos tambm encontrados nos paraciclos, ou seja, aqueles que permitam
manter os veculos em posio vertical (suportes) ou pendurados (ganchos) (BRASIL,
2007).
A implementao dos bicicletrios, diferentemente dos paraciclos, tem um custo
que vivel somente se tiver uma intensa utilizao por um grande nmero de ciclistas.
Por isso admite-se que sejam pagos, mesmo sendo em espaos pblicos, at para manter
a estrutura conservada e investir em segurana. As reas dos bicicletrios devem estar o
mais prximo possvel dos locais de destino dos ciclistas -junto aos terminais de
transportes urbanos, rodovirias, praas de esporte, estdios, ginsios, liceus, indstrias
12
-, e em praas pblicas, especialmente em municpios caracterizados como de porte
mdio (BRASIL, 2007).
Plano Diretor de Mobilidade Urbana/Ciclovirio
O Plano Diretor por si s, um documento bsico para orientar a poltica de
desenvolvimento e ordenamento do Municpio. Ento, o Plano Diretor de Mobilidade
Urbana, e o Plano Diretor Ciclovirio, formam um documento que indicadiretrizes e
aes necessrias para melhorar a mobilidade urbana, que deve estar integrado ao Plano
Diretor do Municpio.
Segundo a Lei da Mobilidade Urbana 12.587/2012, Art. 24. I a XI, 1, em
Municpios acima de 20.000 (vinte mil) habitantes, e em todos os demais, h
obrigatoriedade, na forma da lei, que na elaborao do Plano \Diretor, dever ser
includo o Plano de Mobilidade Urbana, integrado e compatvel com os respectivos
planos diretores, ou neles inserido.
Por mais que a obrigao seja apenas para aqueles municpios acima de vinte
mil habitantes, a elaborao desse Plano muito vlida para os demais municpios, para
se alcanar uma mobilidade urbana mais justa e eficiente.
Legislao
O arcabouo legal que sustenta o presente trabalho est embasado na Lei N
9.503, de 23 de setembro de 1997, que
institui o Cdigo de Trnsito Brasileiro; enquanto a Lei n 12.587, de 3 de janeiro de
2012, institui as diretrizes da Poltica Nacional de Mobilidade Urbana.
5 QUESTES CORRELATAS NO MUNDO
Apresentam-se a seguir exemplos internacionais de solues para a integrao
da bicicleta no sistema de transporte urbano. Muitas destas propostas podero vir a ser
adaptadas situao e condies socioeconmicas locais e incorporadas no Plano
Ciclovirio de Dourados, aps criteriosa anlise.
- Amsterd, Holanda
No incio da dcada de 70 a Holanda passou por uma das mais marcantes
manifestaes, na qual era exigida maior segurana no transito, ciclovias exclusivas e
http://www.ta.org.br/site2/Banco/4leis/CTB.dochttp://www.ta.org.br/site2/Banco/4leis/CTB.doc
13
proteo para o pedestre. Isto principalmente devido ao alto ndice de acidentes de
transito constatado (disponvel em http://www.mobilize.org.br/noticias/6756/acidentes-
de-transito-incentivaram-o-uso-de-bicicletas-na-holanda.html).
A partir desta indagao, o governo holands priorizou a mobilidade urbana,
principalmente quanto ao uso da bicicleta, investindo numa infraestrutura adequada e
politicas de incentivo governamentais consistentes. Somando a isto o fato do pas no
ter grandes relevos, ter topografia praticamente plana, as distncias a ser percorridas
normalmente no passando de 6 a 7 quilmetros. De fato, hoje, grande parte da
populao utiliza a bicicleta como meio de transporte.
Em Amsterd, capital da Holanda, no diferente, a bicicleta est fortemente
includa na cultura dessa populao. Considerada cidade smbolo da bicicleta, Amsterd
possui 400 km de ciclovias (disponvel em http://www.iamsterdam.com/en-
GB/experience/what-to-do/activities-and-excursions/cycling/amsterdam-cycling-
history), onde praticamente metade da populao realiza seus deslocamentos com uma
bicicleta. possvel encontrar sistema de aluguis de bicicleta em vrios pontos
espalhado pela cidade, grandes estacionamentos, sinais de transito, e leis de transito
prprias.
Alm do uso da bicicleta entre os moradores, seu uso bem incentivado para
turistas, com vrias agencias que oferecem esse tipo de servio, com guias
especializados. Usar a bicicleta para conhecer a cidade oferece um passeio mais rpido,
mais barato que o transporte pblico, e permite ter um contato direto com a cidade, sua
histria, e o dia a dia dos habitantes locais. Vrias rotas foram delimitadas justamente
para passeios como esses.
O uso de bicicleta to intenso em Amsterd que existem problemas de onde
estacionar suas bicicletas, uma vez que chegam ao destino, numa cidade com
praticamente mais gua do que superfcies pavimentadas. H 880 mil bicicletas em
Amsterd, quatro vezes mais do que o nmero de carros e 80 mil unidades a mais que o
total de habitantes. Nos ltimos 20 anos, as viagens de bicicleta cresceram 40%, de
modo que agora, cerca de 32% de todas as viagens dentro da cidade so feitas de
bicicleta, comparadas aos 22% das viagens de carro (disponvel em
http://www.mobilize.org.br/noticias/6756/acidentes-de-transito-incentivaram-o-uso-de-bicicletas-na-holanda.htmlhttp://www.mobilize.org.br/noticias/6756/acidentes-de-transito-incentivaram-o-uso-de-bicicletas-na-holanda.html
14
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-
vagas-para-bicicletas.html).
Figura 2 Bicicletrio em Amsterd.
Fonte: http://www.macbike.nl/stalling/
Figura 3 Estacionamento em Amsterd.
Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-
vagas-para-bicicletas.html
- Copenhague, Dinamarca
Copenhague pretende ser a cidade mais amigvel da bicicleta do mundo, esta
meta foi aprovada por unanimidade pela Cmera Municipal, denominada Copenhagen
Bicycle Stra-tegy 2011-2025. Eles tentam na medida do possvel garantir que em todos
os projetos de estrada seja incorporado a bicicleta, alm disso as diretrizes so para
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.htmlhttp://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.htmlhttp://www.macbike.nl/stalling/http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.htmlhttp://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/07/capital-do-ciclismo-amsterda-enfrenta-falta-de-vagas-para-bicicletas.html
15
otimizar o planejamento de novos projetos com foco em projetos virios da cidade
(COPENHAGEN, 2013. p.3).
So 350 quilmetros de ciclovias exclusivas para mais da metade da populao
da cidade circular livremente. Aproximadamente 37% da populao utiliza bicicletas,
inclusive polticos, pessoas importantes. Sua politica de incentivo muito forte, e o
investimento na construo e manuteno de vias de ciclismo muito grande, tanto que
eles tem um plano de que at 2015 metade da populao d preferncia a esse meio de
transporte (COPENHAGEN, 2013, p.3).
Copenhague tambm vem investindo na disseminao de estudos nessa rea,
onde facilmente se encontra publicaes realizadas, como exemplo Bicycle Parking
Manual com o contedo voltado para os princpios bsicos sobre os estacionamentos de
bicicleta (COPENHAGEN, 2008), e o Copenhagen City of Cyclists, que o documento
mais recente sobre o desenvolvimento de bicicleta, entre os dados levantados esto, o
sentimento dos ciclistas quanto a segurana, o trajeto feito, uma comparao preliminar
entre Amsterdam, entre outros. Essa prioridade poltica dada ao ciclismo s fortalece o
desenvolvimento da cidade em buscar o titulo de cidade mais amigvel da bicicleta
(COPENHAGEN, 2012).
Figura 4 The Bicycle Snake ( ponte/ciclovia de Copenhague).
Fonte: http://dw.dk/cykelslangen/
http://www.cycling-embassy.dk/2010/08/16/bicycle-parking-manual/http://www.cycling-embassy.dk/2010/08/16/bicycle-parking-manual/
16
Figura 5 Trens de Copenhague, com vages especiais para levar bicicleta.
Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/03/infraestrutura-bicicletas-cidades-pensam-
ciclistas.html
- Paris, Frana
O uso de bicicleta como meio de transporte intenso, com ou sem ciclovias,
uma das coisas que chama ateno em Paris seu sistema de aluguel de bicicletas, na
qual teve a iniciativa privada como ator. O Vlib, lanado em 2007, que quer dizer vlo
libre ou vlo libert, que em portugus bicicleta grtis ou liberdade das bicicletas
(traduo livre) disponibilizou 10.000 bicicletas em 750 estaes automatizadas no ano
de lanamento (Midgley, 2009).
O programa passou por expanso e, atualmente, conta com cerca de 23.900
bicicletas espalhadas em 1.800 estaes a cada 300 metros pela cidade, prximo a
estaes de trens e metrs, escolas e lugares de grande concentrao (disponvel em
http://en.velib.paris.fr/). O programa funciona 24 horas do dia, em todos os dias da
semana e durante o ano todo. Funciona com um sistema de tarifas progressivas, sendo a
primeira meia hora gratuita. A ideia que o nmero de usurios aumente, possibilitando
utilizar as bicicletas para curtos trajetos a custo zero (ADAMI, 2011, pag. 5).
Paris, aproveita seu sistema de aluguel de bicicletas, para realizar outras aes
que incentivam o uso da bicicleta, uma das recentes aes do prefeito de Paris, foi
abranger o sistema Vlib para os pequenos cidados, lanando o P'tit Vlib'. Atravs
deste novo servio, a cidade de Paris est empenhada em um novo passo para incentivar
a mobilidade urbana, permitindo que as crianas aprendam a bicicleta com segurana.
17
O servio P'tit Vlib' oferece s famlias alugar quatro modelos de bicicletas
para crianas de 2 a 8 anos em vrios espaos verdes e de pedestres. Tendo em mente
que bons hbitos comeam cedo, a cidade de Paris deseja que os pequenos parisienses
tenham conhecimento para o uso de um meio de transporte amiga do ambiente
(disponvel em http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/).
Figura 6 Vlib Bus, Frota de nibus que da assistncia as estaes Vlib dos subrbios e pequenas
cidades nas redondezas de Paris.
Fonte: http://blog.velib.paris.fr/blog/2009/05/20/zauriez-pas-vu-passer-un-bus-velib/
Figura 7 Estao de aluguel de bicicleta de Paris - Vlib.
Fonte: http://www.streetsblog.org/2009/02/12/reports-of-velibs-demise-greatly-exaggerated/
http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/http://blog.velib.paris.fr/blog/2009/05/20/zauriez-pas-vu-passer-un-bus-velib/
18
Figura 8 P'tit Vlib', sistema de aluguel de bicicletas para crianas.
Fonte: http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/
- Portland, Estados Unidos
Portland uma cidade que tem investido no uso da bicicleta, e uma das
iniciativas foi a implantao das bike box, ele buscam tambm agregar a bicicleta com
outros modais, como nos nibus que possuem hacks para transportar as bicicletas.
A funo das bike box evitar colises entre bicicleta e carro, especialmente
aqueles entre os condutores virando direita e ciclistas indo em linha reta. Esse espao
diferenciado com uma caixa pintada de verde na estrada com o smbolo da bicicleta de
branco.
Quando o sinal de trnsito est amarelo ou vermelho, os motoristas devem parar
atrs da linha de paragem branco atrs da caixa verde, j os ciclistas entram nessa rea
delimitada com a cor verde. tudo sobre a visibilidade e notoriedade. Em um sinal
vermelho, os ciclistas so mais visveis aos motoristas por estar na frente deles. Em uma
luz verde, a faixa verde da bicicleta, atravs do cruzamento lembra os motoristas e
ciclistas para assistir um para o outro (PORTLAND).
http://blog.velib.paris.fr/ptit-velib/
19
Figura 9 Hacks para transportar bicicleta.
Fonte: http://noticias.uol.com.br/saude/album/1109_bikesnomundo_album.htm#fotoNav=59
Figura 10 Esquema das Bike Box utilizada em Portland.
Fonte: https://www.portlandoregon.gov/transportation/article/185112
http://noticias.uol.com.br/saude/album/1109_bikesnomundo_album.htm#fotoNav=59https://www.portlandoregon.gov/transportation/article/185112
20
Figura 11 Sistema Bike Box em Portland.
Fonte: http://land8.com/profiles/blogs/think-inside-the-box
- Tquio, Japo
Em Tquio a bicicleta utilizada por todas as idades, e seu diferencial se
encontra nos estacionamentos, que alm de ter uma capacidade grande tudo bem
organizado, por ter um alto ndice demogrfico existe uma dificuldade quanto a falta de
espao, para contornar isso a soluo foi utilizar a tecnologia e criar estacionamentos
subterrneos chamados de Eco Cycles. Com capacidade de armazenar 204 bicicletas,
ela possui um sistema automatizado que ao colocar o carto, sua bicicleta identificada
e levada at o proprietrio (disponvel em http://www.tecmundo.com.br/bicicleta/40940-
toquio-incentiva-uso-de-bicicleta-com-estacionamento-subterraneo-e-compacto.htm).
http://land8.com/profiles/blogs/think-inside-the-boxhttp://www.tecmundo.com.br/bicicleta/40940-toquio-incentiva-uso-de-bicicleta-com-estacionamento-subterraneo-e-compacto.htmhttp://www.tecmundo.com.br/bicicleta/40940-toquio-incentiva-uso-de-bicicleta-com-estacionamento-subterraneo-e-compacto.htm
21
Figura 12 Eco-Cycle subterrneo, em Tquio.
Fonte: http://hypescience.com/15-incriveis-infraestruturas-voltadas-especialmente-para-bicicletas/
-Bogot, Colmbia
Bogot possui uma elogiada poltica de sustentabilidade, que se baseia
principalmente na trade: iniciativas inovadoras de mobilidade urbana, cultura e lazer.
Seu sistema de transporte coletivo o Transmilenio, os nibus circulam em corredores
exclusivos e se integram s ciclovias aumentando sua eficcia. A CicloRuta de Bogot,
implantada em 1996, foi um investimento pensado como soluo ao problema da
mobilidade e no como lazer, o que demonstra uma busca para o avano na mobilidade
sustentvel (MONTEIRO FILHO, 2013).
A CicloRuta possui uma rede de 376 quilmetros de ciclovias. Tambm h as
ciclofaixas exclusivas para o domingo, e alguns eventos importantes, como a jornada do
dia sem carro, e a ciclovia noturna que ocorre em dezembro. Existe um grande nmero
de grupos que promovem a bicicleta, cerca de 450.000 viagens so realizadas na cidade
de Bogot (disponvel em http://www.movilidadbogota.gov.co/?sec=8).
Bogot vem investindo em informao e promoo, que tem contribudo para o
aumento das viagens feita por bicicleta, uma das conquistas mais importantes que a
cidade possui o Manual do Ciclousurio, um guia til para aqueles que j utilizam a
bicicleta como meio e transporte, e para aqueles que pretendem migrar pra esse etilo de
vida, este manual oferece informaes relevantes e busca incentivar a populao a
http://hypescience.com/15-incriveis-infraestruturas-voltadas-especialmente-para-bicicletas/
22
participar da construo de uma cidade sustentvel e humana. Uma nova publicao
feita o Manual del Ciclita, um manual que aborda o benefcios da bicicletas, como se
portar na rua, quais rotas existentes, sinalizao, alguns conselhos para que o usurio
tenha cada vez mais segurana, e conforto (BOGOT, 2014).
Figura 13 Ciclo Ruta de Bogot.
Fonte: http://revistabicicleta.com.br/bicicleta_noticia.php?metropoles_e_bicicletas&id=26941
Figura 14 Ciclofaixa aos domingos em Bogot.
Fonte: http://www.espiritooutdoor.com/ciclovias-em-bogota-uma-experiencia-que-deu-certo/
http://revistabicicleta.com.br/bicicleta_noticia.php?metropoles_e_bicicletas&id=26941http://www.espiritooutdoor.com/ciclovias-em-bogota-uma-experiencia-que-deu-certo/
23
5.1 Questes Correlatas no Brasil
A seguir apresentam-se exemplos nacionais do quem vem sendo feito para a
integrao da bicicleta no sistema de transporte urbano. Sendo no Brasil, suas
caractersticas se encaixam mais a realidade de Dourados, podendo assim ajudar na
compreenso do sistema ciclovirio, e solues para melhora-la.
- Rio de Janeiro
Segundo um estudo realizado pelo Mobilize Brasil 2011 (disponvel em
http://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/estudo-mobilize-20111.pdf), o Rio de
Janeiro possui 240 km de ciclovias, o que garantiu ser a capital brasileira com a maior
rede cicloviria, e com o Programa Rio, Capital da Bicicleta a meta chegar a 2016
com uma malha cicloviria com 450 Km de extenso.
Uma das iniciativas da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, o
programa Bike Rio, que pretende promover o uso de bicicletas pela cidade,
principalmente como uma soluo de meio de transporte de pequeno percurso para
facilitar o deslocamento das pessoas nos centros urbanos. Esse incentivo se baseia na
disponibilidade de aluguel de bicicletas, que esto disponveis em estaes distribudas
em pontos estratgicos da cidade (disponvel em
http://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp).
A Gerncia de Programa Ciclovirio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente
do Rio de Janeiro em conjunto com outros rgos, como forma de promover a
conservao e ampliao do sistema ciclovirio municipal, criou o Caderno de
Encargos, com o objetivo de definir padres para a elaborao e execuo de projetos
ciclovirios, estabelecendo dimenses, sinalizaes horizontais, verticais e tambm com
indicao de materiais apropriados para que tenhamos uma adequada insero do
sistema ciclovirio na malha urbana, possibilitando que agentes pblicos e tambm
privados possam projetar e executar as obras com boa qualidade, proporcionando
segurana ao ciclista (PREFEITURA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, 2014).
http://www.mobilize.org.br/midias/pesquisas/estudo-mobilize-20111.pdfhttp://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asphttp://www.mobilicidade.com.br/bikerio.asp
24
Figura 15 Ciclovia no Rio de Janeiro.
Fonte: http://novo.viapedal.com/blog/leis-e-regras/regras-de-conduta-na-ciclovia/
Figura 16 Sistema de aluguel de bicicleta, no Rio de Janeiro.
Fonte: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/ciclistas-terao-que-se-cadastrar-pela-internet-para-
alugar-bicicletas-no-rio-20111031.html
- Curitiba
Curitiba est em segundo lugar no pas em relao a cidade com maior extenso
de redes ciclovirias que de 127 quilmetros, e aos domingos das 8h s 16h possvel
utilizar as ciclofaixas de lazer, que ajuda a estimular o uso de bicicleta na populao,
mesmo que na forma de lazer.
http://novo.viapedal.com/blog/leis-e-regras/regras-de-conduta-na-ciclovia/
25
A Prefeitura de Curitiba, est investindo na implantao do novo Plano Diretor
Ciclovirio, o plano prev a implantao de 300 quilmetros de vias ciclveis na cidade,
aumentando sua malha cicloviria atual, tambm h proposta de instalao de
bicicletrios junto aos terminais de nibus, para fazer essa integrao entre os dois
modais, e uma srie de outras medidas que, juntas, efetivam a bicicleta como um modal
de transporte em Curitiba (disponvel em http://ciclovivo.com.br/noticia/curitiba-tera-
mais-300-km-de-malha-cicloviaria).
Em Curitiba j possvel ter acesso a um mapa de anlise das ciclovias, em que
constam os diversos problemas ilustrados por fotos e que tambm podem ser visto no
Google Street View ou no site bicicletadacuritiba.org, esse mapa tem o intuito de ajudar
na melhoria das vias, e funciona com os ciclistas tirando fotos das reas crticas e
postando no site bicicletadacuritiba.org, informando sobre as condies encontradas,
formando assim um mapa colaborativo.
Figura 17 Via compartilhada em Curitiba.
Fonte: http://curitiba.bicicletada.org/2008/10/17/manutencao-de-ciclovias/
http://ciclovivo.com.br/noticia/curitiba-tera-mais-300-km-de-malha-cicloviariahttp://ciclovivo.com.br/noticia/curitiba-tera-mais-300-km-de-malha-cicloviariahttp://curitiba.bicicletada.org/2008/10/17/manutencao-de-ciclovias/
26
Figura 18 Ciclovia compartilhada em Curitiba.
Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/fotos/album-ciclovias-ligam-curitiba-de-ponta-a-ponta/14413
-So Paulo
So Paulo a cidade com maior densidade demogrfica do Brasil, por isso a
quantidade de carros nas ruas tambm muito grande, assim como o nmero de pessoas
utilizando o transporte pblico, o que resulta em um transito catico. Para melhor a
questo da mobilidade urbana, algumas iniciativas j vem sendo introduzidas, que o
caso da incluso da bicicleta como meio de transporte.
De acordo com uma pesquisa feita pela Companhia de Engenharia de Trfego
(CET), So Paulo encontra-se com uma malha cicloviria de 63 km. Porm esto com
um programa denominado SP 400 km, ciclovias padro CET, cuja seu objetivo
constituir o tratamento prioritrio para bicicletas em 400 km de vias municipais,
buscando custo reduzido na realizao das intervenes, visando reduzir o nmero de
acidentes em vias de circulao de bicicletas no Municpio (CET, 2014).
Uma das reclamaes dos usurios de bicicleta, o de no ter um lugar
adequado que seja possvel tomar um banho, e estacionar sua bicicleta com segurana,
com isso alguns servios vem sendo fornecidos por empresas privadas, oferecendo
servio com estacionamento para bikes, banho para os ciclistas, e em alguns casos
seguro e reparo nas bicicletas. Facilitando a ida ao trabalho, onde possvel se
recompor antes de comear sua jornada de trabalho. Tambm existe o sistema de
aluguel de bicicleta, que funciona no mesmo esquema do Rio de Janeiro, inclusive com
o mesmo patrocinador.
http://www.curitiba.pr.gov.br/fotos/album-ciclovias-ligam-curitiba-de-ponta-a-ponta/14413
27
Figura 19 Ciclovia Rio Pinheiros, em So Paulo.
Fonte: http://noticias.r7.com/transito/noticias/cptm-inaugura-nova-ciclovia-de-sao-paulo-20100227.html
Figura 20 Ciclofaixa, em So Paulo.
Fonte: http://vadebike.org/2014/09/sao-paulo-novas-ciclovias-setembro/
6 Obras Correlatas Planos Ciclovirios
Plano diretor ciclovirio de Fortaleza
Em 1999 a Prefeitura Municipal de Fortaleza, atravs da Secretaria Municipal
de Desenvolvimento Territorial (SMDT), apresentou ao publico o Relatrio Final
Pesquisas de Contagem Volumtrica e Entrevistas de Bicicletas. Essa pesquisa foi
realizada com o intuito de conhecer os motivos da realizao da viagem a distancia
media percorrida, o tempo mdio de deslocamento e as razoes para o uso da bicicleta
(GEIPOT, 2001).
http://noticias.r7.com/transito/noticias/cptm-inaugura-nova-ciclovia-de-sao-paulo-20100227.htmlhttp://vadebike.org/2014/09/sao-paulo-novas-ciclovias-setembro/
28
Fortaleza avanou na questo de mobilidade urbana e propus o Plano Diretor
Ciclovirio, que tem como objetivo incentivar uma mobilidade mais sustentvel na
cidade. Est sendo proposta uma rede de ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas integradas,
de acordo com o sistema virio existente (sees); favorecer a intermodalidade entre o
transporte pblico, ciclovias e os pedestres; aumento dos nveis de segurana;
melhoria/implantao de sinalizao horizontal e vertical; desenvolvimento do projeto
executivo de 15 quilmetros selecionados pela equipe tcnica.
Uma das etapas do Plano o diagnstico, iniciando no marco regulatrio legal,
posterior a isso realizado um diagnstico da caracterizao dos aspectos fsicos,
socioeconmicos, da estrutura urbana, do sistema de transporte coletivo e do sistema
ciclovirio existentes. Complementando com a pesquisa de campo, com o objetivo de
conhecer o volume de ciclistas que circula em Fortaleza diariamente, identifica-se o seu
padro de viagens e realiza-se um diagnstico sobre o sistema de transporte ciclovirio
na capital.
O diagnstico do Plano tambm conta com um estudo da rede; como diretrizes
foram adotados alguns princpios, entre eles: dividir o espao virio de uma maneira
mais democrtica e justa, desenhar e planejar o sistema virio de maneira que seja mais
seguro e atrativo ao uso da bicicleta, e tornar a bicicleta elemento de relevncia em
todos os projetos virios.
Como auxilio na hora da analise, utilizaram-se os softwares TRANSCAD
(modelagem do transporte) e o ArcGIS (Geographic Information System). O
TRANSCAD, para apresentar as linhas de desejo (relaes Origem/Destino) dos pontos
pesquisados, e o ArcGIS para apresentao grfica da analise territorial (cobertura das
ciclovias, por exemplo), e criao de um branco de dados da rede cicloviria (rede
existente, ou em projeto, rede proposta, tipologia, quilometragem, entre outros).
Fortaleza atualmente conta com uma rede cicloviria de 76,4 km, mas j tem
126,4 km projetados, e uma proposta de 101,2 km a mais, totalizado assim uma rede de
304 km (Figura 22). A estrutura dessas redes conta com Rede Estruturante para longas
distncias, e Rede Complementar para deslocamentos internos nos bairros e conexo
com a Estruturante. Sendo os critrios para a implantao da rede estruturante:
eliminao da faixa de estacionamento (melhora do trfego na rede principal da cidade),
29
reduo de largura da faixa de rolamento, em vias estruturantes da cidade, larguras
mnimas de 3,2m, e mximas de 3,5m, implantao no canteiro central existente, e
eliminao de uma faixa de rolamento (PREFEITURA DE FORTALEZA, 2014).
Figura 21 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio da cidade de
Fortaleza.
Fonte:
http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/apresentacao_diagnostico_preliminar_pdci_fortaleza.pdf
Acesso em 1/10/2014.
Plano Diretor Ciclovirio Integrado de Porto Alegre
Desde de 1994 o governo municipal de Porto Alegre vem implementando aes
de incentivo ao uso de bicicletas, inicialmente implantou duas ciclovias nas praias de
Ipanema e do Lami, e ainda uma ciclofaixa na Av. rico Verssimo. Esse conjunto de
medidas veio como decorrncia da criao da Lei no 6.781, de 4/1/91, que instituiu o
Sistema Municipal de Bicicletas e, tambm, da Lei no 6.987, de 27/12/91, que instituiu
o Programa Municipal de Ciclovias (GEIPOT, 2001).
http://www.fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/apresentacao_diagnostico_preliminar_pdci_fortaleza.pdf
30
Figura 22 Mapa do Plano Diretor Ciclovirio Integrado da cidade de Porto Alegre.
Fonte: http://www.mobilize.org.br/mapas/17/mapa-do-plano-cicloviario-de-porto-alegre-rs.html. Acesso
em 1/10/2014.
Uma das mais recentes iniciativas de Porto Alegre, foi a elaborao do Plano
Diretor Ciclovirio. O plano foi elaborado a partir de um diagnstico detalhado dos
vrios aspectos envolvidos, tais como: indicadores scio-econmicos do municpio de
Porto Alegre; demanda atual do modo bicicleta baseada nas anlises dos dados de
planos e estudos existentes - complementado por dados levantados em pesquisas de
campo; a anlise das condies fsicas e da topografia da cidade; anlise do sistema
virio e dos sistemas de transporte existentes e; a segurana dos ciclistas.
Complementando esses aspectos, o diagnstico possui anlises dos aspectos
institucionais e de gesto relacionados ao transporte ciclovirio no municpio.
Os estudos de demanda foram divididos em dois componentes, a de demanda
atual e demanda potencial. A demanda atual foi determinada pela projeo das variveis
socioeconmicas e pelas pesquisas de contagens realizadas no mbito do Plano; a
demanda potencial foi determinada pelo crescimento vegetativo e da incorporao de
uma demanda reprimida. A Pesquisa de Preferncia Declarada permitiu o clculo da
http://www.mobilize.org.br/mapas/17/mapa-do-plano-cicloviario-de-porto-alegre-rs.html
31
demanda reprimida, na medida em que a populao declarou a possibilidade de alterar o
meio de transporte usual a partir de melhorias na infraestrutura dos modos de transporte
e custos de deslocamento (PREFEITURA DE PORTO ALEGRE, 2007).
Como diretrizes para o plano foram adotados alguns princpios como: dividir o
espao pblico de uma maneira mais democrtica e justa, desenhar e planejar o sistema
virio de maneira que o uso da bicicleta seja mais seguro e mais atrativo, tornar a
bicicleta elemento de relevncia em todos os projetos virios, implantar redes de
ciclovias e suas infra-estruturas auxiliares bicicletrios, sinalizao, entre outros
(PREFEITURA DE PORTO ALEGRE, 2007).
Plano Diretor de Mobilidade Ciclovirio de Madri
O Plano Diretor de Mobilidade Ciclovirio de Madri, foi elaborado buscando a
opinio dos usurios e dos tcnicos municipais, realizando vrias sees de
apresentao e intercambio de opinies com ambos os setores, finalizado no ano de
2008. Segundo estes setores esse apenas o ponto de partida para uma poltica
municipal para o uso da bicicleta. O plano tem como objetivo estabelecer uma poltica
municipal, dar bicicleta um papel significativo no cotidiano, tornar o uso da bicicleta
algo normal, contribuir com a qualidade ambiental, favorecer hbitos saudveis para a
populao, reduzir a insegurana e propiciar a recuperao dos espaos pblicos.
O documento dividido em diagnstico da mobilidade ciclista em Madri,
critrios para o traado e o desenho das vias ciclovirias, rede bsica das vias
ciclovirias de Madri, anlise das principais vias da rede bsica, programas do Plano
Diretor, finalizando com os custos e cronograma. Na parte do diagnstico realizado
um inventrio das vias ciclsticas e suas intercesses, nesse inventrio so incorporados
dados de forma simplificada sobre a condio da pavimentao, iluminao,
infraestrutura em geral, o uso atual, oportunidade de melhora e conexo. Nesse mesmo
modelo tambm realizado o levantamento dos bicicletrios existentes na cidade.
Alm do inventrio, o plano conta com um diagnstico mais completo, que
aborda os dados encontrados no inventrio, porm abrangendo de forma geral as vias e
com informaes mais detalhadas. Alm da legislao que afeta o uso da bicicleta, so
explorados as oportunidades, vantagens e benefcios do uso da bicicleta como meio de
transporte.
32
Outro ponto importante sobre No Plano Diretor de Mobilidade Ciclista de Madri
foram utilizados critrios para a definio das vias ciclovirias como: tipo do usurio,
funcionalidade, extenso, conectividade, tempo de espera, aproveitamento da
infraestrutura existente e aproveitamento dos projetos de oportunidades detectados. Para
definir a rede cicloviria foi utilizada a metodologia Origem/Destino que busca
identificar os pontos de origem e de destino, possibilitando visualizar quais vias so
mais utilizadas, formando as linhas de desejo.
Aps esse processo, so identificados os ncleos urbanos, os destinos
recreativos relacionados com a natureza, os centros de educao superior, os ncleos
com atividades industriais e comerciais, e a combinao com os transportes pblicos.
Fazer esse traado permite atribuir pesos a qual via ter demanda para desenvolver uma
rede cicloviria, tomando cuidado para que essa rede tenha continuidade e permita uma
velocidade evitando desvios desnecessrios.
Quando se analisa as vias destinadas para receber uma ciclovia, tem que
considerar vrios fatores entre os quais: a capacidade da via, a velocidade do
escoamento de transito da via, estacionamento, pedestres, as vias ciclsticas em centros
histricos, parques e reas verdes. Outros critrios so exposto no plano, como critrios
para a obteno de espaos para bicicleta, para tratamento de intersees e critrios para
a sinalizao das vias.
6.1 Avaliao dos Estudos de Caso
Analisando estes estudos de caso, percebe-se que bicicleta vem sendo
incorporada nas politicas urbanas, principalmente nas cidades da Europa, porm no
Brasil j possvel identificar iniciativas como essas, onde por meio desses planos e
documentos possibilita estabelecer uma estratgia de enfrentamento aos problemas
diagnosticados e prognosticados, definindo um conjunto de aes que devero ser
implementadas para os prximos anos.
Esses documentos, so de grande valia para o bom planejamento da mobilidade
urbana, sendo possvel entender com mais clareza o desenho urbano, quais so suas
necessidades, suas demandas, diagnstico atual, e assim identificar a rea de atuao e
propor novos rumos. Como o caso do Plano Diretor Ciclovirio, onde encontra-se
33
informaes importantes para o bom desenvolvimento da mobilidade cicloviria da
cidade.
Quando se observa os Planos nacionais fica claro que essa abordagem algo
novo no pas, por deparar com algumas deficincias, a comear na dificuldade em
encontrar esses documentos, o que deveria ser algo divulgado para toda populao ter
conhecimento de tal, acaba ficando escondido dentre as j poucas informaes sobre a
questo cicloviria das cidades. Outro fator dados muitas vezes simplistas, que para
conhecimento da populao est timo, mas talvez para os tcnicos, pra quem vai
gerenciar esteja carecendo algo.
Dos plano vistos, pouco se fala dos documentos existentes na cidade que pode
se correlacionar, e somar com o Plano Ciclovirio, a questo da infraestrutura como
bicicletrios, iluminao, sinalizao entre outras componentes pouco discutido,
muitas vezes nem citado. Existe pouca informao em relao a propostas, uma viso de
futuro e como fazer pra se chegar at l, qual ser a iniciativa quanto a divulgao do
plano e como vai se dar a sensibilizao da populao. Nesse caso o plano de Porto
Alegre foi muito feliz ao incluir em seu plano o Programa de Gesto, que possibilita
uma melhor visualizao de como ser gerenciada as redes ciclovirias.
Cabe lembrar que os planos nacionais foram comparados com o de Madri, na
qual j vem desenvolvendo esse tipo de trabalho a um bom tempo, e a cultura da
bicicleta l, j vem desde cedo, e no a distino social de quem utiliza, diferente do
Brasil que a grande parcela dos que utilizam esse meio, usam pelo fato de no ter outro
meio de transporte, e no tem condies de custear um veiculo motorizado, ou
passagens no transporte coletivo. Ento por mais que esteja faltando algumas questes
nos planos nacionais, isso no diminui a importncia e a iniciativa de se desenvolver
esses planos e por em prtica uma mobilidade urbana sustentvel.
Observando o Plano de Madri foi possvel identificar que eles j esto
avanados na questo da mobilidade urbana especialmente na utilizao da bicicleta. O
documento em si bem completo, e de fcil acesso, a infraestrutura das vias ciclsticas
eles a veem de forma ampla, incluindo sinalizao, iluminao e a interao com outros
modais. possvel tirar bastante coisa positiva das experincias que eles j tem l,
porm tomando cuidado, pois no possumos a mesma realidade de l.
34
7 MATERIAIS E MTODOS
O estudo foi realizado na cidade de Dourados, localizada no estado de Mato
Grosso do Sul, com rea de 205 km2 dentro do seu permetro urbano, com uma
populao estimada de 2014 210.218 (IBGE, 2014).
Figura 23 Localizao da Cidade de Dourados.
Fonte: Marcos Veroneze, 2014.
O trabalho conta com uma reviso bibliogrfica, em busca de informaes sobre
o tema, que inclui conceitos envolvidos na mobilidade urbana, legislao e obras
correlatas, exemplificando em abrangncia mundial e nacional o que vem sendo
realizado quanto ao uso da bicicleta.
Verificou-se o sistema ciclovirio existente, por meio de um inventrio,
identificando a qualidade da infraestrutura e a segurana das ciclovias e ciclofaixas j
existentes na cidade. Pela sistematizao e anlise desses dados, assim como pelo
desenho urbano da cidade, foi possvel propor um sistema ciclovirio para Dourados,
Estado do Mato Grosso do Sul
Dourados
Imagem de Satlite
35
que poder servir de subsdio para a elaborao do seu Plano Diretor de Mobilidade
Urbana.
Foram aplicados questionrios de carter demonstrativo para verificar a
demanda do uso de bicicletas como meio de transporte, assim como outros fatores que
esto direta ou indiretamente relacionados ao uso desse meio. Foi assim possvel
identificar o perfil do usurio, indicadores de uso e a abrangncia espacial do uso de
bicicletas (ver Apndice A).
Finalizando com a proposta cicloviria, realizada a partir dos dados coletados, e
verificaes in loco, que detalhada mais a frente.
36
8 RESULTADOS
8.1 Questionrios
O questionrio teve o propsito de identificar os usurios de bicicleta, sua
demanda e o potencial desse meio de transporte, alm de questes como segurana,
preferncia do meio de transporte, sistema de aluguel de bicicletas, entre outras. Foram
aplicados 100 questionrios para usurios de bicicleta na cidade de Dourados, o que
abrangeu 4 pontos da cidade (Figura 25), o ponto 1 cobrindo o centro da cidade,
englobando uma concentrao de comrcio, uma escola, e um parque de lazer que
ponto de encontro de grupos de ciclistas; no ponto 2 encontram-se dois grandes
mercados e o Shopping Avenida Center; enquanto os pontos 3 e 4 so representativos
de reas mais residenciais.
Figura 24 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta.
Fonte: Marcos Veroneze, 2014.
37
O questionrio composto por dados bsicos, idade, sexo, e profisso, e 11
perguntas de mltipla escolha relacionadas forma de uso da bicicleta, assim como
verificar preferncias, opinies e motivaes. A pesquisa foi realizada no ms de
outubro de 2014, sempre no turno da tarde.
Dentre os que responderam o questionrio 38 so do sexo masculino e 40 do
sexo feminino, entre 14 e 68 anos de idade, e tem a grande parte respondida por
estudantes.
Quanto frequncia do uso da bicicleta, 42% a utiliza quase todos os dias, entre
5 a 7 dias por semana (Grfico 1) o que indica uma demanda muito alta do uso da
bicicleta no dia a dia.
Grfico 1 Quanto a frequncia do uso de bicicleta.
Seu uso se da principalmente para locomoo para escola, trabalho,
universidade, para lazer e para deslocamentos comuns, tendo um maior ndice, com
51% o uso para ir ao trabalho/ escola/ universidade (Grfico 2), no que ressalta o fato da
bicicleta estar sendo utilizada como meio de transporte, mais do que para lazer ou
esporte, sendo importante um investimento quanto a isso.
38
Grfico 2 Distribuio ds reas de aplicao dos questionrios aos usurios de bicicleta. Como as
respostas so de escolha mltipla, a porcentagem de resposta maior do que 100%.
O trajeto realizado pelos entrevistados raramente feito integrado a outros
modais, como nibus, talvez pelo fato da cidade no ser to extensa, no precisando
fazer muito esforo para se chegar ao seu destino final. Outros fatores que podem
influenciar so o fato do transporte pblico ser insatisfatrio, preferindo por andar um
pouco a mais de bicicleta, do que esperar para pegar nibus; e por fim, o fato de no ter
um local adequado para deixar a bicicleta, um bicicletrio seguro que permita o usurio
fazer seu trajeto tranquilo sabendo que sua bicicleta estar l quando voltar.
Dentre as opes do porque que se utiliza esse meio de transporte, a maioria diz
que um dos fatores o fato de ser saudvel com 48%, seguindo por ser o nico
transporte mecanizado individual com 34%, e com 31% por no ser poluente. O fato de
ter bastantes respostas indicando o uso por ser saudvel e no poluente se justifica
tambm pelo fato dos entrevistados ter a liberdade de marcar todas as respostas que se
aplicam. As mesmas pessoas que marcaram ser o nico meio de transporte, tambm
podem ter marcado que acham saudvel, mas no que esse seja sua principal opo.
Quando a pergunta sobre quais fatores estimulariam o uso mais frequente: 3
opes se destacaram, se houvesse mais segurana, com 55%; se houvessem ciclovias
ficando separados das vias de carro, 54% (Grfico 3); enquanto 32% acreditam que
preciso uma maior disciplina e cuidado dos motoristas para com os ciclistas. O grande
nmero de respostas afirmando que se houvessem ciclovias, isto serviria de estimulo
para andar mais de bicicleta, justifica a proposio do presente trabalho, que propor
uma rede cicloviria na cidade.
39
Grfico 3 Fatores que estimulariam o uso de bicicleta. Como as respostas so de escolha mltipla, a
porcentagem de resposta maior do que 100%.
Quanto ocorrncia de acidentes, somente 19% sofreu acidentes, em relao a
danos ocorridos 17% j teve sua bicicleta roubada, porm 64% nunca tiveram
problemas com a bicicleta.
A importncia de se ter uma rede de ciclovias foi quase unanime (Grfico 4),
segundo os entrevistados, preciso investir em uma mobilidade mais sustentvel.
Enfatizando mais uma vez que implantar uma rede cicloviria de forma que abranja
toda a cidade, que funcione, que tenha monitoramento e manuteno constante, uma
das solues para se alcanar uma mobilidade sustentvel.
Grfico 4 A importncia de se ter uma rede cicloviria. A porcentagem de resposta menor do
que 100%, pois no foi includo os que no responderam.
Entre as 100 pessoas que responderam o questionrio 96% (Grfico 5), afirmam
que as autoridades locais devem trabalhar para que o uso da bicicleta como meio de
40
transporte seja promovido, incentivando toda a populao a dar preferencia a esse tipo
de transporte, desafogando assim as vias dos carros, e melhorando a qualidade do ar.
Grfico 5 Promoo do uso de bicicletas pelas autoridades locais.
Outras duas perguntas pedem a opinio perante um possvel sistema pblico de
aluguel de bicicleta, e se isso incentivaria a usar mais a bicicleta. Estando as opinies
com 68% gostariam que tivesse, e 31% que no. Estes ltimos entrevistados no
acreditam que esse sistema possa funcionar na cidade, baseado em alguns dos
depoimentos. de. Mas, no caso desse sistema estar implantado, 53% afirma que usariam
mais a bicicleta, com 29% que acredita que talvez servisse de estimulo.
Observando os questionrios de forma global, e no por perguntas, possvel
identificar pelo menos 3 perfis de usurio: 1) o que usa bicicleta todos os dias por ser
seu nico meio de ir ao trabalho/faculdade/escola; 2) o que usa vrias vezes na semana
para deslocamentos comuns, como ir ao mercado, visitar algum e viagens rpidas- que
geralmente so realizados por bicicleta, pois ela ser mais gil no transito e permitir uma
independncia tanto na hora de estacionar, na escolha da rota, quanto ao horrio onde o
usurio decide que horas quer sair/chegar -; 3) e o usurio que a utiliza como esporte e
lazer, visando o exerccio fsico e bem estar.
8.2 Inventrio do Sistema Ciclovirio Existente
41
Figura 25 Atual rede cicloviria na cidade de Dourados.
Fonte: Dados Prefeitura, Figura Google Maps, Organizao ARENDT K.S. 2014.
42
Inventrio das vias ciclovirias de Dourados
Para sistematizar a avaliao das condies das vias ciclovirias existentes, apresenta-se
este inventrio que consta de:
Incio e trmino do traado;
Extenso do traado;
Qualidade do trecho;
Condio da pavimentao;
Sinalizao;
Segurana;
Possveis observaes:
Ciclofaixas
Tabela 1 Ciclofaixa existente na Rua Cuiab.
Rua: Cafelndia | Ponto 1 |
Inicio Rua: Cuiab
Trmino Rua: Manuel Rasselen
Extenso 2.400,00 m
Qualidade Razovel
Pavimentao Razovel, alguns trechos com buracos.
Sinalizao Ausente, somente com a placa de
indicao da ciclofaixa.
Segurana Ruim, tem um fluxo bom de carros, e
somente as taxas no oferece a devida
segurana.
Observaes uma ciclofaixa que possui uma boa
localizao, s que falta melhorias, como
repor as taxas e pintura na pavimentao.
43
Tabela 2 Ciclofaixa existente na Rua Alberto Leopoldo de La Cruz.
Rua: Alberto Leopoldo de La Cruz | Ponto 2 |
Inicio Rua: Palmeiras
Trmino Rua: Armando A. Zanata
Extenso 350,00 m
Qualidade Razovel
Pavimentao Boa
Sinalizao Ausente, somente com a placa de
indicao da ciclofaixa.
Segurana Ruim, pois nem taxas mais se encontra
Observaes uma ciclofaixa com extenso pequena, e
com uma localizao ruim, com pouca
importncia e uso.
44
Tabela 3 Ciclofaixa existente na Rua Avenida Indai.
Rua: Avenida Indai | Ponto 3|
Inicio Rua: Joaquim L. Azambuja
Trmino Rua: Jos Roberto Teixeira
Extenso 769,00 m
Qualidade Razovel
Pavimentao Razovel, alguns trechos com buracos.
Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao da
ciclofaixa.
Segurana Ruim, por ser uma rua com um fluxo de carros
relativamente alto, a separao somente com
taxas, no oferece a devida segurana.
Observaes uma ciclofaixa com um bom uso de ciclistas,
e que seria interessante uma reestruturao
dela, transformando a em ciclovia. Caso no
seja possvel essa reestruturao, uma pintura
especfica e melhoria na sinalizao ajudaria.
45
Tabela 4 Ciclofaixa existente na Rua General Osrio.
Rua: General Osorio | Ponto 4 |
Inicio Rua: Ciro Melo
Trmino Rua: Monte Castelo
Extenso 1.345,73 m
Qualidade Razovel
Pavimentao Boa
Sinalizao Ausente, somente com a placa de
indicao da ciclofaixa.
Segurana Ausente
Observaes A via est faltando vrias taxas, que o
nico separador que se encontra, nenhuma
pintura na pavimentao feita, o que
seria necessrio.
46
Tabela 5 Ciclofaixa existente na Rua Eullia Pires.
R: Eullia Pires | Ponto 5 |
Inicio Rua: Oliveira Marques
Trmino Rua: Tefilo Rodrigues
Extenso 2.748,50 m
Qualidade Boa
Pavimentao Boa
Sinalizao Razovel, existe as placas de indicao de
ciclofaixa, e possui pintura na
pavimentao.
Segurana Razovel
Observaes A pintura da pavimentao junto com as
taxas somente uma faixa, o que no
oferece tanto destaque, mesmo sendo na
cor vermelha, e ao lado de uma branca.
47
Tabela 6 Ciclofaixa existente na Rua Vereador Jos Vitrio Pederiva
R: Vereador Jos Vitrio Pederiva | Ponto 6 |
Inicio Rua: Antonio Alves Rocha
Trmino Rua: Jos Roberto Teixeira
Extenso 480,00 m
Qualidade Boa
Pavimentao Boa
Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao
da ciclofaixa.
Segurana Ausente
Observaes No existe uma pintura especifica, que difere
a via de ciclofaixa, algumas taxas que faria o
papel de delimitar a ciclofaixa no existe
mais. bem utilizada, e poderia ser
transformada em ciclovia.
48
Tabela 7 Ciclofaixa existente na Rua Joo Vicente Ferreira.
Rua: Joo Vicente Ferreira | Ponto 7 |
Inicio Rua: Jaime Moreira
Trmino Rua: Aquidauana
Extenso 3.218,24 m
Qualidade Ruim
Pavimentao Boa
Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao
da ciclofaixa.
Segurana Boa, por estar em uma via de mo nica, com
pouco movimento.
Observaes No existe uma pintura especifica, que difere a via
de ciclofaixa, algumas taxas que faria o papel de
delimitar a ciclofaixa no existe mais. uma
ciclofaixa pouco utilizada, porm tranquila de ser
usada.
49
Tabela 8 Ciclofaixa existente na Rua Ediberto Celestino de Oliveira.
Rua: Ediberto Celestino de Oliveira | Ponto 8 |
Inicio Rua: Onofre Pereira de Matos
Trmino Rua: Prof. Antonia Candido de Melo
Extenso 1.221,56 m
Qualidade Ruim
Pavimentao Boa
Sinalizao Ausente, somente com a placa de
indicao da ciclofaixa.
Segurana Ruim
Observaes No existe uma pintura especifica, que
difere a via de ciclofaixa, algumas taxas
que faria o papel de delimitar a
ciclofaixa no existe mais. Nota-se que
alguns ciclistas no utilizam a ciclofaixa
ao passar por esse trecho.
50
Tabela 9 Ciclofaixa existente na Rua Presidente Vargas.
Rua: Presidente Vargas | Ponto 9 |
Inicio Anel Virio
Trmino Rua: Sucia
Extenso 856,71 m
Qualidade Razovel
Pavimentao Boa
Sinalizao Ausente
Segurana Ruim, por ser um local que passa
automveis de grande porte, e veculos
com uma velocidade alta.
Observaes Essa ciclofaixa tem a funcionalidade mais
de interligar porm no tem uma via
fazendo tal ligao. Porm tem potencial
de utilizao , se melhorada.
51
Ciclovias
Tabela 10 Ciclovia existente na Rua Marcelino Pires.
Av: Marcelino Pires | Ponto 10 |
Inicio Rua: Dom Joo VI
Trmino BR: 163
Extenso 4.704,36 m
Qualidade Razovel
Pavimentao Ruim, trechos com calada irregular.
Sinalizao Ausente, somente com a placa de indicao
da ciclovia.
Segurana Boa, existe um bom separador das vias de
carro, e
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