Modelação Integrada de Pequenos Sistemas de Drenagem
e Tratamento de Águas Residuais
Afonso Pedro Costa Reis Domingos Piçarra
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil
Mestrado Integrado em Engenharia Civil
Orientadora:
Prof. Doutora Ana Fonseca Galvão
Júri
Presidente: Prof. Doutor António Alexandre Trigo Teixeira
Orientadora: Prof. Doutora Ana Fonseca Galvão
Vogal: Prof. Doutora Filipa Maria Santos Ferreira
Novembro 2015
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Resumo
A presente dissertação tem como objecto de estudo a avaliação do desempenho de sistemas
integrados de saneamento de pequenos aglomerados populacionais. Apresentando, em regra,
características semelhantes entre si, recorre-se como caso de estudo a povoação de Fataca, inserida
no concelho de Odemira no Baixo Alentejo.
Caracteriza-se, em primeiro lugar, a evolução do saneamento no mundo ao longo dos anos, focando-
se nos primeiros sistemas de drenagem criados como nos tratamentos naturais de águas residuais, e
abordam-se os vários modelos disponíveis para a sua simulação fundamentando-se a opção pelos
escolhidos. De igual modo, refere-se a principal legislação aplicada ao dimensionamento e gestão de
sistemas de saneamento, aplicável à situação em estudo.
Na modelação integrada desenvolvida, recorreram-se aos softwares de simulação hidráulica
avançada MIKE URBAN da DHI e HYDRUS da PC-Progress modelando-se a rede de drenagem de
Fataca bem como o seu sistema de tratamento a partir de dados recolhidos junto da autarquia de
Odemira, bem como de visitas ao local. Após devida calibração dos modelos, de seguida simularam-
se diferentes cenários correspondentes a situações de Verão e de Inverno respectivamente de tempo
seco e húmido.
Através da análise feita pode afirmar-se que é possível uma modelação robusta de sistemas
integrados de saneamento em pequenos aglomerados populacionais, mesmo com alguma escassez
de informação, revelando-se como uma ferramenta útil no que toca ao seu dimensionamento e
gestão.
Palavras-chave: águas residuais, drenagem urbana, gestão integrada, modelação hidráulica,
saneamento, zonas húmidas construídas
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Abstract
The main goal of the present thesis is the evaluation of the performance of integrated systems of
sanitation in small settlements. Many of these settlements share the same characteristics, regarding
water drainage and quality, so it is chosen the Fataca settlement in Odemira county, Baixo Alentejo
province as a study case for this work.
After a brief characterization of sanitation in the world, mainly focusing on the first drainage systems
as well as natural wastewater treatments, it is presented the existing simulation models and the ones
chosen to develop the present thesis. A legal approach of the design and use of sanitation systems in
the European Union and in Portugal is also reported.
For the study case, it is used the MIKE URBAN developed by DHI for modelling Fataca’s drainage
system and HYDRUS by PC-Progress for modeling Fataca’s constructed wetland performance. All of
the input data was collected during site visits and provided documents. After the models calibration,
they are used to simulate dry and wet weather flow conditions that occurred in 2007.
Comparing simulated results with measured ones, it is possible to model small drainage systems and
wastewater treatment in small settlements even with relatively low information at use. Due to that, this
approach is considered an important tool regarding design and management of integrated sanitation
systems.
Keywords: constructed wetlands, hydraulic modelling, integrated sanitation systems, sanitation,
urban drainage, wastewater treatment;
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Agradecimentos
A realização deste trabalho apenas foi possível através do apoio de diversas pessoas e entidades
que com ele se relacionaram directa ou indirectamente.
Em primeiro lugar destaco e agradeço o total apoio da minha orientadora, Professora Ana Galvão que
me acompanhou durante a realização deste trabalho. Alguns momentos de dificuldade surgiram na
realização do mesmo e sem a motivação e confiança depositada em mim não teria tido o incentivo,
tamanho empenho e gosto em aprender mais sobre um tema que, já de si, me cativa.
À Professora Filipa Ferreira pelo esclarecimento de dúvidas relativas a modelos de simulação de
sistemas de drenagem, nomeadamente o MIKE URBAN.
Ao Departamento de Hidráulica e Recursos Hídricos e Ambientais do Instituto Superior Técnico, que
contribuiu para o desenvolvimento deste estudo, mediante o esclarecimento de dúvidas, bem como o
apoio do secretariado da Secção de Saneamento, em especial da Gabriela Cunha.
À Câmara Municipal de Odemira, nomeadamente à Engª. Lénea Silva, ao Eng. Aurélio Cabrita e ao
Sr. Luís Ramos, por prontamente me terem recebido nas instalações da autarquia, e me
acompanharem aos leitos de macrófitas das povoações de Fataca e Malavado, aquando da visita ao
Concelho. Sem as peças desenhadas, memórias descritivas facultadas e comentários, a dissertação
não seria tão rica quanto se apresenta.
Ao Ricardo Machado por todo o apoio e disponibilidade no esclarecimento de dúvidas relativas ao
modelo MIKE URBAN , bem como à Cecília Correia pelo acompanhamento prestado como Country
Manager de Portugal da DHI e a sua prontidão na resolução de qualquer questão.
Às Professora Manuela Portela e Professora Rafaela Cardoso pelo esclarecimento de dúvidas
importantes relativas à Hidrologia e Geotecnia no que toca ao comportamento de solos não
saturados.
À Engª. Sofia Almeida e ao Eng. Arnaldo Sá Frias da PROCESL – Engenharia Hidráulica e Ambiental
Lda. pelo apoio na elaboração final desta dissertação, bem como no esclarecimento de dúvidas
relativas ao tema assim como a sua total disponibilidade.
Aos meus pais e à minha família, pela confiança, carinho e amor que sempre me ofereceram
incondicionalmente, bem como à educação e oportunidades que me proporcionaram e me fizeram a
pessoa que sou hoje e que me orgulho.
Aos meus amigos do Técnico e aos de longa data, à Margarida Magos, à Daniela Freitas, à Catarina
Cardoso e em especial à Raquel Gonçalves bem como ao Pulido, ao Lopes, ao Calatróia, ao Lúcio e
tantos outros, por todos os bons momentos passados e amizades construídas que durarão uma Vida.
E a todos aqueles que não mencionei explicitamente mas que se encontram sempre presentes, um
muito obrigado.
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Índice do Texto
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO E ÂMBITO DO TEMA .........................................................................1
1.1 - Objectivos e metodologia ........................................................................................................1
1.2 - Estrutura da dissertação ..........................................................................................................1
CAPÍTULO 2 - BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO SANEAMENTO. LEGISLAÇÃO
APLICÁVEL .......................................................................................................................................3
2.1 - Considerações iniciais .............................................................................................................3
2.2 - Evolução histórica dos sistemas de drenagem e tratamento ....................................................4
2.3 - Enquadramento Legal ........................................................................................................... 11
CAPÍTULO 3 - MODELAÇÃO DINÂMICA DE SISTEMAS DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE
ÁGUAS RESIDUAIS......................................................................................................................... 15
3.1 - Considerações iniciais ........................................................................................................... 15
3.2 - Princípios gerais de desenvolvimento e formulação de modelos ............................................ 15
3.3 - Softwares disponíveis ........................................................................................................... 18
3.4 - Escolha dos softwares aplicados – MIKE URBAN e HYDRUS ............................................... 29
3.4.1 - Descrição do software MIKE URBAN.............................................................................. 29
3.4.2 - Descrição do software HYDRUS..................................................................................... 33
CAPÍTULO 4 - CASO DE ESTUDO – SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO DE ÁGUAS
RESIDUAIS DA POVOAÇÃO DE FATACA ...................................................................................... 37
4.1 - Considerações iniciais ........................................................................................................... 37
4.1.1 - Geografia, população e produção de águas residuais do local de estudo ........................ 37
4.1.2 - Características do sistema de drenagem e tratamento de Fataca ................................... 39
4.2 - Modelação hidráulica de drenagem - MIKE URBAN .............................................................. 47
4.2.1 - Considerações iniciais .................................................................................................... 47
4.2.2 - Construção do modelo.................................................................................................... 47
4.2.3 - Solicitações ao modelo de drenagem ............................................................................. 56
4.2.4 - Calibração e validação do modelo .................................................................................. 62
4.2.5 - Cenários simulados ........................................................................................................ 65
4.3 - Modelação hidráulica de tratamento – HYDRUS ................................................................... 81
4.3.1 - Considerações iniciais .................................................................................................... 81
4.3.2 - Construção do modelo.................................................................................................... 81
4.3.3 - Solicitações ao modelo de tratamento ............................................................................ 87
viii
4.3.4 - Calibração e validação do modelo .................................................................................. 92
4.3.5 - Cenários simulados. ....................................................................................................... 94
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES, PROJECTOS E INVESTIGAÇÕES FUTURAS ............................... 99
Bibliografia .................................................................................................................................... 101
ANEXOS ......................................................................................................................................... A1
ix
Índice de Figuras do Texto
FIGURA 2.1 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS COLECTORES DE BARRO DE NIPPUR, ÍNDIA. ADAPTADO DE
(UNITED STATES CAST IRON PIPE & FOUNDRY COMPANY, 1914). ......................................................4
FIGURA 2.2 – RUÍNAS DE UMA LATRINA PÚBLICA EM EPHESSOS, NA TURQUIA, SÉCULO I A. C. (UNITED STATES
CAST IRON PIPE & FOUNDRY COMPANY, 1914). ...............................................................................5
FIGURA 2.3 - FOTOGRAFIA INTERIOR DA CLOACA MÁXIMA ACTUALMENTE (THEHISTORYBLOG.COM). ...............6
FIGURA 2.4 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DAS CLOACAS EXISTENTES NA ROMA ANTIGA
(ROMANAQUEDUCTS.INFO). .............................................................................................................6
FIGURA 2.5 – ILUSTRAÇÃO DE VISITA TURÍSTICAS AOS ESGOTOS DE PARIS, EM 1870. (ADLER, 2014). ............7
FIGURA 2.6 - ILUSTRAÇÃO DO CAMPO DE IRRIGAÇÃO DE GENNEVILLIERS, EM 1870 (ADLER, 2014) ................8
FIGURA 2.7 - ZONA HÚMIDA CONSTRUÍDA DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL, COM PLANTAS EMERGENTES.
ADAPTADO DE KADLEC ET AL. (2000). .............................................................................................9
FIGURA 2.8 - ZONA HÚMIDA CONSTRUÍDA DE ESCOAMENTO SUB-SUPERFICIAL VERTICAL. ADAPTADO DE
KADLEC ET AL. (2000). ..................................................................................................................9
FIGURA 2.9 - ZONA HÚMIDA CONSTRUÍDA DE ESCOAMENTO SUB-SUPERFICIAL HORIZONTAL. ADAPTADO DE
KADLEC ET AL. (2000). ................................................................................................................ 10
FIGURA 2.10 - REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO FUNCIONAMENTO DE UM LEITO DE MACRÓFITAS DE
ESCOAMENTO SUB-SUPERFICIAL HORIZONTAL. ADAPTADO DE ARM LIMITED (2010).. .......................... 10
FIGURA 3.1 - CURVAS TIME-AREA EM FUNÇÃO DA FORMA DAS SUB-BACIAS DE DRENAGEM. ADAPTADO DE DHI
(2014).. ..................................................................................................................................... 31
FIGURA 3.2 - COEFICIENTES DE CURVAS TIME-AREA. ADAPTADO DE DHI (2014). ...................................... 32
FIGURA 3.3 - ILUSTRAÇÃO DE MEIOS POROSOS SATURADOS, NÃO SATURADOS E SECOS. ADAPTADO DE
MARANHA DAS NEVES (2006). ...................................................................................................... 34
FIGURA 4.1 - CONCELHO DE ODEMIRA, ASSINALADO A ENCARNADO, EM PORTUGAL CONTINENTAL (WIKIPEDIA,
2005). ....................................................................................................................................... 37
FIGURA 4.2 - FREGUESIAS DO CONCELHO DE ODEMIRA. LOCALIZAÇÃO DA POVOAÇÃO DE FATACA ASSINALADA
A LARANJA ADAPTADO DE (WIKIPEDIA, 2005).................................................................................. 37
FIGURA 4.3 - VISTA AÉREA DA POVOAÇÃO DE FATACA E DO SEU SISTEMA DE DRENAGEM (ADAPTADO DE
GOOGLE MAPS, 2015). ................................................................................................................ 39
FIGURA 4.4 - OBRA DE ENTRADA DA ETAR DE FATACA. .......................................................................... 41
FIGURA 4.5 - PORMENOR DA GRELHA NA OBRA DE ENTRADA. ................................................................... 41
FIGURA 4.6 - FOSSA SÉPTICA DA ETAR DE FATACA. ............................................................................... 42
FIGURA 4.7 - LEITO DE MACRÓFITAS DA ETAR DE FATACA. ..................................................................... 43
FIGURA 4.8 - CURVA DE ALTURA VARIÁVEL INSTALADA NA SAÍDA DO LEITO DE MACRÓFITAS. ......................... 45
FIGURA 4.9 - EXEMPLARES DE PHRAGMITES AUSTRALIS (MEMPHREMAGOG.ORG, 2015). ............................ 46
FIGURA 4.10 - EXEMPLARES DE TYPHA LATIFOLIA (PROTA4U.ORG, 2015). ................................................ 46
FIGURA 4.11 - AMPLIAÇÕES À REDE DE DRENAGEM DO PROJECTO ORIGINAL DE 1997. ................................ 48
FIGURA 4.12 - REDE DE DRENAGEM DA POVOAÇÃO DE FATACA, COM IDENTIFICAÇÃO DE CAIXAS DE VISITA E
COLECTORES. ............................................................................................................................. 50
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FIGURA 4.13 - DEFINIÇÃO DAS SUB-BACIAS DE DRENAGEM PLUVIAL E SUAS LIGAÇÕES À REDE DE DRENAGEM
DE FATACA. ................................................................................................................................ 53
FIGURA 4.14 - HIETOGRAMA HORÁRIO DO MÊS DE DEZEMBRO DE 2007. ................................................... 55
FIGURA 4.15 - HIETOGRAMA HORÁRIO DO MÊS DE SETEMBRO DE 2007. .................................................... 55
FIGURA 4.16 - VARIAÇÃO HORÁRIA DA AFLUÊNCIA INSTANTÂNEA DO CAUDAL DOMÉSTICO NO PERÍODO DE 4 A
11 DE AGOSTO DE 2007. .............................................................................................................. 60
FIGURA 4.17 - VARIAÇÃO HORÁRIA DA AFLUÊNCIA DO CAUDAL DOMÉSTICO À REDE DE DRENAGEM................ 61
FIGURA 4.18 - VELOCIDADE NO COLECTOR PIPE1 EM DWF. .................................................................... 67
FIGURA 4.19 - VELOCIDADE NO COLECTOR PIPE10 EM DWF. .................................................................. 67
FIGURA 4.20 - VELOCIDADE NO COLECTOR PIPE10.1 EM DWF. ............................................................... 67
FIGURA 4.21- VELOCIDADE NO COLECTOR PIPE11 EM DWF. ................................................................... 67
FIGURA 4.22 - VELOCIDADE NO COLECTOR PIPE21 EM DWF. .................................................................. 67
FIGURA 4.23 - PERFIL LONGITUDINAL DO COLECTOR PRINCIPAL COM PORMENOR DO COLECTOR PIPE8, EM
DWF. ........................................................................................................................................ 71
FIGURA 4.24 - PERFIL LONGITUDINAL DO COLECTOR PRINCIPAL COM PORMENOR DO COLECTOR PIPE8, EM
WWF. ........................................................................................................................................ 75
FIGURA 4.25 - PERFIL LONGITUDINAL DO COLECTOR PRINCIPAL COM PORMENOR DOS COLECTORES PIPE8,
PIPE16, PIPE17, PIPE18 E PIPE19, EM SETEMBRO DE 2007. ........................................................... 79
FIGURA 4.26 - REPRESENTAÇÃO TRIDIMENSIONAL DO LEITO DE MACRÓFITAS DE FATACA, COM IDENTIFICAÇÃO
DOS TRÊS MEIOS DE ENCHIMENTO (S1, S2 E S3), DA SECÇÃO DE ADMISSÃO (F2), EXPULSÃO (F3) E
FRONTEIRA ATMOSFÉRICA, VALORES EM METROS (M). ...................................................................... 82
FIGURA 4.27 - REPRESENTAÇÃO DO LEITO DE MACRÓFITAS DE FATACA EM MALHA FLEXÍVEL DE ELEMENTOS
FINITOS, VALORES EM METROS (M)................................................................................................. 83
FIGURA 4.28 - REPRESENTAÇÃO DAS FRONTEIRAS IMPOSTAS AO MODELO DO LEITO DE MACRÓFITAS. .......... 84
FIGURA 4.29 - CURVAS DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO PARA O SOLO SILTOSO E SOLO
ARENOSO/CASCALHENTO. ............................................................................................................. 85
FIGURA 4.30 - REPRESENTAÇÃO DOS MEIOS DE ENCHIMENTO DISTRIBUÍDOS PELO LEITO DE MACRÓFITAS. .... 86
FIGURA 4.31 - VARIAÇÃO DOS CAUDAIS MEDIDOS EM F2 E MEDIDOS E SIMULADOS EM F3, DE 4 A 11 DE
AGOSTO DE 2007. ....................................................................................................................... 93
FIGURA 4.32 - VARIAÇÃO DOS CAUDAIS SIMULADOS E MEDIDOS NA SECÇÃO F2 EM DWF. ........................... 95
FIGURA 4.33 - VARIAÇÃO DOS CAUDAIS SIMULADOS E MEDIDOS NA SECÇÃO F3 EM DWF. ........................... 95
FIGURA 4.34 - VARIAÇÃO DOS CAUDAIS MEDIDOS EM F2 E MEDIDOS E SIMULADOS EM F3 EM WWF. ............ 97
xi
Índice de Tabelas do Texto
TABELA 2.1 - NÍVEIS DE TRATAMENTO EM FUNÇÃO DA SENSIBILIDADE DOS MEIOS RECEPTORES E DA DIMENSÃO
DO AGLOMERADO DE APLICAÇÃO DA DIRECTIVA Nº 91/271/CEE. ADAPTADO DE SILVA & NUNES (2004).
................................................................................................................................................. 14
TABELA 3.1 - RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS ACTUAIS DE TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS
COM RECURSO À TECNOLOGIA DE ZONAS HÚMIDAS CONSTRUÍDAS. ADAPTADO DE MEYER ET AL.
(2015).(MEYER, ET AL., 2015). ..................................................................................................... 28
TABELA 3.2 - PARÂMETROS ESCOLHIDOS NA DEFINIÇÃO DO MODELO TIME-AREA. ...................................... 32
TABELA 4.1 - POPULAÇÃO E OUTRAS INFORMAÇÕES RELATIVAS À POVOAÇÃO DE FATACA – CENSOS 2011. .. 38
TABELA 4.2 - DADOS CONSIDERADOS NO DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE DRENAGEM E TRATAMENTO
(CMO - DEP. TÉCNICO, 1997). ..................................................................................................... 40
TABELA 4.3 - PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO DA OBRA DE ENTRADA (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997)..... 41
TABELA 4.4 - PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO DA FOSSA SÉPTICA (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997). ........ 42
TABELA 4.5 - DIMENSÕES TOTAIS DA FOSSA SÉPTICA (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997). ................................. 42
TABELA 4.6 - DIMENSÕES DOS COMPARTIMENTOS DA FOSSA SÉPTICA (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997). .......... 42
TABELA 4.7 - PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO DO LEITO DE MACRÓFITAS (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997).
................................................................................................................................................. 43
TABELA 4.8 - DIMENSÕES DA SUPERFÍCIE DO LEITO DE MACRÓFITAS (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997). ............ 43
TABELA 4.9 - DIMENSÕES DO FUNDO DO LEITO DE MACRÓFITAS (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997). .................. 44
TABELA 4.10 - ESPESSURA DAS CAMADAS CONSTITUINTES DO MEIO POROSO (CMO - DEP. TÉCNICO, 1997).
................................................................................................................................................. 44
TABELA 4.11 - CAUDAIS MÉDIOS DIÁRIOS AFLUENTES À ETAR DE FATACA EM AGOSTO (SECÇÃO F1). .......... 47
TABELA 4.12 - CAUDAIS MÉDIOS DIÁRIOS AFLUENTES À ETAR DE FATACA EM DEZEMBRO (SECÇÃO F1). ...... 47
TABELA 4.13 - PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DA FOSSA SÉPTICA. .............................................................. 51
TABELA 4.14 - CURVA DE VAZÃO DA FOSSA SÉPTICA, EM FUNÇÃO DA ALTURA DE ÁGUA MEDIDA DA SOLEIRA
DESCARREGADORA. ..................................................................................................................... 51
TABELA 4.15 - CARACTERÍSTICAS DAS SUB-BACIAS DEFINIDAS NA POVOAÇÃO DE FATACA. .......................... 53
TABELA 4.16 - COEFICIENTES Z PARA VÁRIOS CENÁRIOS POPULACIONAIS. ................................................ 57
TABELA 4.17 - CAUDAIS MÉDIOS DIÁRIOS DE ÁGUAS RESIDUAIS POR COLECTOR NA POVOAÇÃO DE FATACA. .. 57
TABELA 4.18 - CAUDAIS MÉDIOS DIÁRIOS DE ÁGUAS RESIDUAIS POR COLECTOR NA POVOAÇÃO DE FATACA
(CONTINUAÇÃO). ......................................................................................................................... 58
TABELA 4.19 - CAUDAL DE INFILTRAÇÃO AFLUENTE À REDE DE DRENAGEM, POR COLECTOR, NA POVOAÇÃO DE
FATACA. ..................................................................................................................................... 63
TABELA 4.20 - VOLUMES MÉDIOS DIÁRIOS MEDIDOS E SIMULADOS DE 4 A 11 DE AGOSTO, E A SUA DIFERENÇA,
NO SISTEMA DE DRENAGEM. .......................................................................................................... 64
TABELA 4.21 - ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DO PARÂMETRO AS PERANTE O CASO DE ESTUDO. ..................... 64
TABELA 4.22 - PARÂMETROS REGULAMENTARES DE SISTEMAS DE SANEAMENTO. ....................................... 66
TABELA 4.23 - VELOCIDADES MÁXIMAS E MÍNIMAS NO SISTEMA EM DWF (PARTE 1). ................................... 69
TABELA 4.24 - VELOCIDADES MÁXIMAS E MÍNIMAS NO SISTEMA EM DWF (PARTE 2). ................................... 70
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TABELA 4.25 - VELOCIDADES MÁXIMAS E MÍNIMAS E ALTURA MÁXIMA NO SISTEMA EM WWF (PARTE 1). ........ 73
TABELA 4.26 - VELOCIDADES MÁXIMAS E MÍNIMAS E ALTURA MÁXIMA NO SISTEMA EM WWF (PARTE 2). ........ 74
TABELA 4.27 - VELOCIDADES MÁXIMAS E MÍNIMAS E ALTURA MÁXIMA NO SISTEMA EM SETEMBRO DE 2007
(PARTE 1). .................................................................................................................................. 77
TABELA 4.28 - VELOCIDADES MÁXIMAS E MÍNIMAS E ALTURA MÁXIMA NO SISTEMA EM SETEMBRO DE 2007
(PARTE 2). .................................................................................................................................. 78
TABELA 4.29 - DIMENSÕES DOS TRIÂNGULOS DA MALHA DE ELEMENTOS FINITOS DO LEITO DE MACRÓFITAS. . 82
TABELA 4.30 - CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS E HIDROGEOLÓGICAS DOS MATERIAIS DE ENCHIMENTO DO
LEITO DE MACRÓFITAS ADMITIDAS. ................................................................................................. 85
TABELA 4.31 - DADOS ADMITIDOS NO CÁLCULO DAS CONDIÇÕES INICIAIS APLICADAS AO LEITO DE MACRÓFITAS.
................................................................................................................................................. 87
TABELA 4.32 – VALORES DE KC PARA TYPHA E PHRAGMITES (GALVÃO 2009). .......................................... 89
TABELA 4.33 – VALORES DE KC MENSAIS PARA O LEITO DE MACRÓFITAS DE FATACA, ADAPTADO DE GALVÃO
(2009). ...................................................................................................................................... 89
TABELA 4.34 - DISTRIBUIÇÃO DA PERCENTAGEM DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO POR HORA. ............................... 89
TABELA 4.35 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO CULTURAL DE REFERÊNCIA E COEFICIENTE DE CULTURA NO PERÍODO DE
DWF. ........................................................................................................................................ 90
TABELA 4.36 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO CULTURAL DE REFERÊNCIA E COEFICIENTE DE CULTURA NO PERÍODO DE
WWF. ........................................................................................................................................ 90
TABELA 4.37 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO CULTURAL DE REFERÊNCIA E COEFICIENTE DE CULTURA NO PERÍODO DE
WW (CONTINUAÇÃO). .................................................................................................................. 91
TABELA 4.38 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO CULTURAL DE REFERÊNCIA E COEFICIENTE DE CULTURA NO PERÍODO DE
6 A 18 DE SETEMBRO. .................................................................................................................. 91
TABELA 4.39 - VALORES ADMISSÍVEIS DE KS PARA DIFERENTES SOLOS, ADAPTADO DE MARANHA DAS NEVES
(2006). ...................................................................................................................................... 92
TABELA 4.40 - CARACTERÍSTICAS GEOTÉCNICAS E HIDROGEOLÓGICAS DOS MATERIAIS DE ENCHIMENTO DO
LEITO DE MACRÓFITAS APÓS CALIBRAÇÃO....................................................................................... 93
TABELA 4.41 - COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON E EQM DOS CAUDAIS MEDIDOS E SIMULADOS EM
F3, NO PERÍODO DE 4 A 11 DE AGOSTO DE 2007. ........................................................................... 94
TABELA 4.42 - MÉDIA DOS VOLUMES MEDIDOS E SIMULADOS DIÁRIOS DE 4 A 11 DE AGOSTO, E SUA
DIFERENÇA, NO SISTEMA DE TRATAMENTO. ..................................................................................... 94
TABELA 4.43 - COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON E EQM DOS CAUDAIS MEDIDOS E SIMULADOS EM
F3, NO PERÍODO DE DWF. ........................................................................................................... 96
TABELA 4.44 - COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON E EQM DOS CAUDAIS MEDIDOS E SIMULADOS EM
F3, NO PERÍODO DE WWF. ........................................................................................................... 97
TABELA 4.45 - MÉDIA DOS VOLUMES MEDIDOS E SIMULADOS DIÁRIOS DE 1 A 31 DE DEZEMBRO, E SUA
DIFERENÇA, NO SISTEMA DE TRATAMENTO. ..................................................................................... 98
xiii
Índice de Anexos
ANEXO A.1 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM DE 4 A 11 DE AGOSTO (PARTE 1). ........1
ANEXO A.2 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM DE 4 A 11 DE AGOSTO (PARTE 2). ........2
ANEXO A.3 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM DWF (PARTE 1). ................................3
ANEXO A.4 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM DWF (PARTE 2). ................................4
ANEXO A.5 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 1). ...............................5
ANEXO A.6 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 2). ...............................6
ANEXO A.7 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 3). ...............................7
ANEXO A.8 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 4). ...............................8
ANEXO A.9 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 5). ...............................9
ANEXO A.10 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 6). ........................... 10
ANEXO A.11 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS EM WWF (PARTE 7). ........................... 11
ANEXO A.12 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS DE 6 A 18 DE SETEMBRO (PARTE 1). ..... 12
ANEXO A.13 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS DE 6 A 18 DE SETEMBRO (PARTE 2). ..... 13
ANEXO A.14 - CAUDAIS AFLUENTES (F2) AO LEITO DE MACRÓFITAS DE 6 A 18 DE SETEMBRO (PARTE 3). ..... 14
ANEXO A.15 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 4 A 11
DE AGOSTO DE 2007. .................................................................................................................. 15
ANEXO A.16 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 21 A 28
DE AGOSTO DE 2007. .................................................................................................................. 16
ANEXO A.17 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 1 A 31
DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 1). ............................................................................................... 17
ANEXO A.18 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 1 A 31
DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 2). ............................................................................................... 17
ANEXO A.19 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 1 A 31
DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 3). ............................................................................................... 18
ANEXO A.20 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 1 A 31
DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 4). ............................................................................................... 18
ANEXO A.21 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 6 A 18
DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 1). ............................................................................................... 19
ANEXO A.22 - EVAPOTRANSPIRAÇÃO HORÁRIA EXISTENTE NO LEITO DE MACRÓFITAS NO PERÍODO DE 6 A 18
DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 2). ............................................................................................... 19
ANEXO A.23 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 1). ........................................................................................ 20
ANEXO A.24 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 2). ........................................................................................ 21
ANEXO A.25 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 3). ........................................................................................ 22
ANEXO A.26 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 4). ........................................................................................ 23
xiv
ANEXO A.27 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 5). ........................................................................................ 24
ANEXO A.28 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE DEZEMBRO DE 2007 (PARTE 6). ........................................................................................ 25
ANEXO A.29 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 1). ........................................................................................ 26
ANEXO A.30 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 2). ........................................................................................ 27
ANEXO A.31 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 3). ........................................................................................ 28
ANEXO A.32 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 4). ........................................................................................ 29
ANEXO A.33 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 5). ........................................................................................ 30
ANEXO A.34 - INTENSIDADES DE PRECIPITAÇÃO REGISTADAS NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE ODEMIRA NO
MÊS DE SETEMBRO DE 2007 (PARTE 6). ........................................................................................ 31
xv
Lista de Símbolos
Simb. Designação Unidades
a Coeficiente da curva Time-Area (-)
Ac Área de secção da bacia de retenção (L2)
As Área de superfície da bacia de retenção (L2)
esw,e2 Tensões do vapor de água (MLT-2
L-2
)
ET Evapotranspiração cultural de referência (LT-1
)
ET0 Evapotranspiração real (LT-1
)
g Aceleração da gravidade (LT-2
)
G’ Evaporação equiv. ao fluxo de energia para o solo (LT-1
)
h Altura piezométrica (L)
hw Altura de água (L)
H Altura de água (L)
h/D Relação altura de água-diâmetro de colector (-)
i Intensidade de precipitação (LT-1
)
K Condutividade hidráulica não saturada (LT-1
)
Kc Coeficiente de cultura (-)
KijA Componentes adimensionais do tensor de anisotropia K
A (-)
Kr Condutividade hidráulica relativa (LT-1
)
Ks Condutividade hidráulica saturada (LT-1
)
l Parâmetro caracterizador da inter-conectividade de interstícios (-)
Lcp Comprimento do colector principal (L)
m Parâmetro da curva de retenção de água no solo (-)
Mw Massa molecular da água (18,016 kg/kmol) (-)
n Expoente da curva de retenção de água no solo (-)
Q Caudal (L3T
-1)
Qdom Caudal doméstico de águas residuais (L3T
-1)
QDWF,Ago07 Caudal de tempo seco em Agosto de 2007 (L3T
-1)
Qinf Caudal de infiltração (L3T
-1)
Qi Caudal no instante i (L3T
-1)
Qi+1 Caudal no instante i+1 (L3T
-1)
Qmd Caudal médio diário de águas residuais (L3T
-1)
Qpluv Caudal pluvial (L3T
-1)
QWWF,Dez07 Caudal de tempo húmido em Dezembro de 2007 (L3T
-1)
R Constante universal dos gases (8,314 J/(molK)) (L2T
-2K
-1)
Rh Humidade relativa do ar (-)
R’n Evaporação equiv. ao balanço de energia radiante (LT-1
)
S Termo sumidouro (T-1
)
Se Grau de saturação (-)
xvi
t Tempo (T)
tc Tempo de concentração (T)
T Temperatura absoluta (K)
T2 Temperatura média diária do ar a 2m da sup. evaporante (K)
u Sucção total do solo (MLT-2
L-2
)
uatm Pressão atmosférica (MLT-2
L-2
)
uw Pressão da água (MLT-2
L-2
)
Vdiário Volume drenado diário (L3)
Vmáx Velocidade máxima de escoamento (LT-1
)
Vmin Velocidade mínima de escoamento (LT-1
)
Vmáx,reg Velocidade máxima de escoamento regulamentar (LT-1
)
Vmin,reg Velocidade mínima de escoamento regulamentar (LT-1
)
vref Velocidade de referência (LT-1
)
vx2 Velocidade média do ar (LT-1
)
x Tempo de concentração adimensional acumulado (-)
xi Coordenadas espaciais (i=1,2,3) (L)
y Área adimensional acumulada (-)
α Coeficiente na curva de retenção de água no solo (L-1
)
γ Factor de ponderação utilizado por Penman (MLT-2
L-2
K-1
)
γw Peso volúmico da água (MT-3
)
Δ Factor de ponderação utilizado por Penman (MLT-2
L-2
K-1
)
θ Teor em água volumétrico (L3L
-3)
θr Teor em água residual (L3L
-3)
θs Teor em água saturado (L3L
-3)
π Pressão osmótica (MLT-2
L-2
)
ρw Massa volúmica da água (998 kg/m3) (MT
-3)
xvii
Lista de Abreviaturas
Abrv. Designação
CMO Câmara Municipal de Odemira
DWF Dry Weather Flow (Tempo Seco)
ETAR Estação de Tratamento de Águas Residuais
INE Instituto Nacional de Estatística
IPCC Instituto Português da Cartografia e Cadastro
PUP População Unitária de Percurso
SAGRA Sistema Agrometeorológico para a Gestão da Rega no Alentejo
SIG Sistemas de Informação Geográfica
SNIRH Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos
WWF Wet Weather Flow (Tempo Húmido)
ZHC Zonas Húmidas Construídas
xviii
1
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO E ÂMBITO DO TEMA
1.1 - Objectivos e metodologia
O principal objectivo da presente dissertação baseia-se no estudo e caracterização de sistemas
integrados de saneamento, nomeadamente na sua aplicação a pequenos aglomerados
populacionais.
Estes sistemas simples apresentam, tipicamente, redes de drenagem pouco extensas,
maioritariamente gravíticas, estando associados a soluções de tratamento não convencionais. Este
tipo de soluções, por não beneficiarem do efeito de escala de sistemas centralizados de saneamento
de grandes aglomerados populacionais, recorrem a técnicas alternativas de depuração de efluentes.
Tipicamente, em pequenos aglomerados populacionais, não se desenvolvem estudos hidráulicos
conjuntos do funcionamento da rede de drenagem e do sistema de tratamento dada à reduzida
importância, à partida assumida, que estes sistemas apresentam face aos de dimensão superior.
Pretende-se destacar com este estudo que a sua promoção permite uma melhor gestão do sistema
por parte da entidade responsável bem como a possibilidade da criação de “modelos integrados tipo”
que possam servir de base no dimensionamento de novos sistemas. Dadas às características
semelhantes que geralmente estas pequenas povoações apresentam entre si, a aplicabilidade desta
metodologia pode revelar-se muito útil.
Nesta dissertação desenvolve-se uma modelação integrada do sistema de saneamento da povoação
de Fataca no concelho de Odemira no Baixo Alentejo recorrendo-se a ferramentas de modelação
hidráulica avançada, o MIKE URBAN desenvolvido pelo Danish Hydraulic Institute (DHI) e HYDRUS
desenvolvido pela PC-Progress, usados no estudo do funcionamento do sistema de drenagem e
tratamento de águas residuais, respectivamente.
1.2 - Estrutura da dissertação
A presente dissertação encontra-se dividida de acordo com os seguintes capítulos:
No presente Capítulo 1 introduz-se o âmbito de estudo desta dissertação e metodologia adoptada.
No Capítulo 2 apresenta-se uma breve caracterização histórica dos sistemas de saneamento à
escala mundial, bem como a legislação actualmente existente em Portugal e na União Europeia e sua
aplicabilidade ao caso de estudo.
2
No Capítulo 3 indicam-se as principais relações matemáticas caracterizadoras do escoamento em
redes de drenagem, a sua integração nos modelos correspondentes e a descrição de softwares de
modelação hidráulica actualmente existentes para o estudo de um sistema integrado de saneamento.
Adicionalmente, descrevem-se os modelos MIKE URBAN e HYDRUS utilizados no caso de estudo.
No Capítulo 4 expõe-se toda a modelação desenvolvida no âmbito do caso de estudo. Constituindo a
componente principal desta dissertação, descrevem-se todas as etapas de modelação tanto do
sistema de drenagem como do sistema de tratamento indicando-se os respectivos dados introduzidos
e resultantes das simulações. Em cada ponto apresentam-se críticas relativas aos resultados obtidos.
No Capítulo 5 indicam-se as conclusões obtidas do estudo desenvolvido, bem como as possíveis
investigações a realizar futuramente, no âmbito da filosofia de sistemas integrados de saneamento.
(Kadlec, Knight, Vyzamal, Brix, Cooper, & Harbel, 2000) (Kadlec, Knight, Vyzamal, Brix, Cooper,
& Harbel, 2000). (ARM Limited, 2010) (da Silva & Nunes, 2004)
3
CAPÍTULO 2 - BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO
SANEAMENTO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
2.1 - Considerações iniciais
A evolução do saneamento no mundo tem contribuído significativamente para a melhoria da
qualidade de vida das populações, urbanas ou rurais, tendo existido nas últimas décadas uma maior
preocupação no que respeita às questões ambientais inerentes à sua concepção e sustentabilidade.
O factor contributivo para esta crescente melhoria está associada ao aperfeiçoamento dos processos
de tratamento, aliadas a um aumento do know-how relativo ao dimensionamento dos sistemas de
drenagem. A Gestão Integrada dos Sistemas de Saneamento permite que estes funcionem de um
modo mais eficiente e, naturalmente, mais eficaz perante solicitações associadas a fenómenos
naturais destacando-se as chuvadas excepcionais, a vulnerabilidade aos fenómenos de maré quando
perto da costa, a variabilidade temporal de afluências domésticas/industriais ao sistema de drenagem,
a quantidade e a qualidade dos seus efluentes e, finalmente, a influência da infiltração dependente da
posição do nível freático, do tipo de material do solo e do sistema, bem como a sua idade e
construção.
Todos estes factores interagem com o sistema de drenagem de águas residuais existente ou a
projectar, que, em função de um dado risco tomado, se pretende funcional e confiável integrado no
tecido urbano.
Actualmente em Portugal, a temática das inundações e alterações climáticas destaca-se como um
dos principais estudos a desenvolver no domínio da hidráulica urbana, mesmo em pequenos
aglomerados. Do ponto de vista dos sistemas de saneamento destes, a criação de um sistema
centralizado de saneamento da totalidade desses efluentes seria uma das hipóteses a considerar. No
entanto, dada a elevada dispersão geográfica destas povoações entre si, tornar-se-ia necessária a
construção de uma extensa infra-estrutura de drenagem, não sendo por isso esta hipótese viável
nomeadamente no que toca ao seu custo per capita, bem como na garantia do seu bom
funcionamento hidráulico.
Assim, o conceito de soluções de tratamento sustentáveis constituem uma das estratégias aplicadas
em pequenos aglomerados populacionais por envolverem tecnologias de baixo custo de construção
e manutenção garantindo, de igual modo, eficiências de tratamento sustentáveis (Galvão & Saldanha
Matos, 2004). Nesta dissertação não se abordam a estimativa de custos, focando-se essencialmente
no estudo de uma pequena povoação servida por um sistema de drenagem e tratamento de águas
residuais próprio. Nele, como em muitos aglomerados de características semelhantes, recorre-se ao
tratamento de águas residuais como as zonas húmidas construídas, designados por leitos de
4
macrófitas (constructed wetlands ou filtre planté respectivamente nas terminologias britânica e
francesa).
2.2 - Evolução histórica dos sistemas de drenagem e tratamento
A água tem sido, ao longo dos séculos da História da humanidade, venerada como um bem essencial
à vida, tomando muitas vezes conotações simbólicas de pureza, presentes até na própria religião.
Facilmente se explica a razão pela qual as primeiras civilizações se fixaram perto de grandes rios ou
de costas mediterrâneas (Alves, 2010). Dado que estas civilizações não apresentavam a dimensão e
a pressão antropogénica característica actual dos grandes centros urbanos, é legítimo afirmar que as
soluções encontradas face à gestão da água no seu meio constituem os primórdios do
desenvolvimento do saneamento em pequenos aglomerados populacionais.
Inevitavelmente, a fixação de povoações perto de massas de água utilizáveis, contribuiu para o
surgimento de um desafio ainda não enfrentado: a problemática do uso e gestão da água em
ambiente urbano. As situações em causa passariam não só pelos aspectos associados à
disponibilidade segura de água e do seu saneamento, bem como de necessidades de rega ou
moagem de cereais com recurso à energia hídrica. Provas do engenho humano podem ser
encontradas em muitas obras construídas nessas épocas, como poços e cisternas de custo
insignificante de funcionamento (Silva, 1998).
No que toca às primeiras e mais importantes obras de saneamento, é no período compreendido entre
3750 e 3200 a.C. em locais no Médio Oriente, como a antiga Mesopotâmia e vale no Indo e Nippur na
Índia, que estas surgem. Muitas obras relacionadas com o saneamento e abastecimento de água
podem ser provadas pela existência de canais de esgotos construídos em barro e pedra lapidada,
inclusivamente com aberturas de inspecção, existentes nas ruas com ligações de habitações nelas
presentes (American Water Works Association, 1971) e (Silva, 1998). A Figura 2.1 apresenta um
esboço dos colectores à data mais antigos encontrados em escavações arqueológicas realizadas em
Nippur na Índia.
Figura 2.1 - Representação gráfica dos colectores de barro de Nippur, Índia. Adaptado de (United States Cast Iron Pipe & Foundry Company, 1914).
5
Na época de dominação do império romano, sensivelmente de 800 a 300 a. C., Roma seria
considerada a “cidade da água”. Dispondo de sistemas de drenagem pluviais, sistemas de
reutilização de águas pouco poluídas, latrinas públicas e apresentando onze aquedutos de
abastecimento à capital do império, a problemática de abastecimento e drenagem de águas residuais
eram temas de elevada importância na civilização.
Os resíduos orgânicos humanos, apesar de depositados nas ruas, seriam saneados através de
sistemas de lavagem (existentes nas principais cidades do império), que os encaminhavam para os
colectores construídos. É importante referir que ligações directas dos colectores às habitações
particulares eram consideradas invasão de privacidade, sendo por isso pouco comuns.
Paralelamente a esta prática, as latrinas públicas, alimentadas por água reutilizada de banhos
públicos ou de derivações dos aquedutos adutores, estavam à disposição dos cidadãos,
desenrolando-se até nesses locais discussões de índole política relativas ao próprio império.
A Figura 2.2 representa uma figura de uma latrina pública do império romano.
Figura 2.2 – Ruínas de uma latrina pública em Ephessos, na Turquia, século I a. C. (United States Cast Iron Pipe & Foundry Company, 1914).
É também durante o império romano que é construída, em Roma nos finais do século VI a.C., uma
das mais antigas redes de drenagem de águas residuais do mundo, a Cloaca Máxima. Desaguando
no rio Tiber e funcionando cerca de 2400 anos, registos históricos indicam que o seu propósito
original seria a de drenagem pluvial e pantanosa de alguns locais de Roma tendo funcionado
adicionalmente para o saneamento dos resíduos humanos. As Figuras 2.3 e 2.4 apresentam uma
fotografia e a localização esquemática da Cloaca Máxima bem como de outras cloacas existentes na
Roma Antiga.
6
Figura 2.3 - Fotografia interior da Cloaca Máxima actualmente (thehistoryblog.com).
Figura 2.4 - Representação esquemática das cloacas existentes na Roma Antiga (romanaqueducts.info).
Após a queda do império romano, conceitos como banhos públicos, saneamento básico, aquedutos,
engenharia hidráulica e sanitária apresentaram uma regressão no seu desenvolvimento, não se tendo
registado uma evolução significativa. Este facto levou a uma maior incidência de doenças e sua
propagação, nomeadamente pela via hídrica. Doenças como a cólera e a peste afectaram a
população europeia, tendo cerca de 20% da mesma perecido.
7
É no século XIX que ressurge a preocupação sanitarista relacionada com a gestão das águas
residuais, designando-se por fase “Sanitarista”/”Higienista” a compreendida entre o início do séc. XIX
e a primeira metade do séc. XX.
Efectivamente, após a epidemia de cólera europeia, sistemas de drenagem de água residuais
extensos e de grandes dimensões começaram a surgir nas grandes cidades. O caso particular de
Paris é conhecido mundialmente como o mais relevante da época. O engenheiro francês Eugéne
Belgrand dimensiona e coordena a construção do sistema de esgotos Parisiense realizado entre 1840
e 1890, tornando-se adicionalmente o mesmo, uma das atracções turísticas da capital francesa. A
importância de evitar a contaminação hídrica das fontes de água potável bem como garantir um
mínimo contacto com os “excreta” disseminou-se noutras cidades europeias como Lisboa e Londres.
A Figura 2.5 representa uma ilustração das visitas promovidas no sistema de esgotos de Paris.
Figura 2.5 – Ilustração de visita turísticas aos esgotos de Paris, em 1870. (Adler, 2014).
É durante o século XIX que o tratamento de águas residuais toma uma posição de maior relevância
no contexto da gestão de águas residuais. Neste período, o tratamento era essencialmente por meio
de aplicação no solo e irrigação agrícola, precipitação química, sedimentação e frequentemente com
gradagem.
Surgem os chamados “champs d’épandage” ou “sewage farms” nas terminologias francesa e
britânica, respectivamente, destacando-se, como os mais representativos, os campos de irrigação de
Achères e Gennevilliers, nos arredores de Paris. A Figura 2.6 representa uma ilustração do campo de
irrigação de Gennevilliers, em 1870.
8
Figura 2.6 - Ilustração do campo de irrigação de Gennevilliers, em 1870 (Adler, 2014)
O recurso ao tratamento no solo prolongou-se durante o séc. XX sendo, no entanto, preterido
relativamente a outras técnicas de tratamento, dada à necessidade de expansão das grandes cidades
para os seus arredores, à frequente colmatação dos solos irrigados e por apresentarem, tipicamente
graus de tratamento insuficientes (Galvão, 2009).
Paralelamente a estas técnicas de tratamento, na década de 1890 surgem os primeiros sistemas de
tratamento do tipo “contact beds”, percussores dos leitos percoladores e em 1900 os primeiros
desarenadores e a desinfecção por recurso a cloro nas águas residuais descarregadas na costa dos
EUA (Ferreira, 2006).
Relativamente à dificuldade no manuseamento das lamas produzidas em lagoas de estabilização, é
criado e patenteado, em 1906, o conhecido tanque Imhoff, sendo em 1920 a tecnologia mais utilizada
nos EUA, juntamente com os leitos percoladores (Ferreira, 2006).
É em 1913 que pela primeira vez se descobriu as vantagens da utilização de biomassa suspensa
para o tratamento de águas residuais, pelo trabalho desenvolvido por Fowler e Munford, bem como a
reutilização no sistema de tratamento de parte da biomassa acumulada na sedimentação, através de
estudos desenvolvidos por Arden e Lockett em 1914 (Ferreira, 2006).
No que toca à utilização de zonas húmidas construídas para o tratamento de águas residuais, foi a
partir da segunda metade do séc. XX que surgiram os primeiros trabalhos na área. Denominado este
período por fase “Ambiental”, desenvolvem-se estudos na década de 50 e 60 no Instituto Max Plank,
na Alemanha, orientados por Kate Seidel, focando na aplicabilidade do uso destas zonas no
tratamento de lixiviados de quintas de criação de gado, bem como a utilização de macrófitas (Galvão,
2009).
9
Esta tecnologia procurava reproduzir as condições de uma zona húmida natural (sistema composto
por água, substratos, plantas, resíduos orgânicos, invertebrados e microorganismos). Deste modo,
desenvolveram-se dois grandes tipos de zonas húmidas construídas: as de escoamento superficial,
(apresentando água e plantas aquáticas do tipo emergentes, submersas ou flutuantes) e as de
escoamento sub-superficial, compostas por um meio poroso, apresentando plantas à superfície. A
última tecnologia podia ser dividida ainda em função da direcção do escoamento no seu interior,
podendo dar-se verticalmente ou horizontalmente. As Figuras 2.7, 2.8 e 2.9 representam
esquematicamente o funcionamento das zonas húmidas construídas indicadas.
Figura 2.7 - Zona húmida construída de escoamento superficial, com plantas emergentes. Adaptado de Kadlec et al. (2000).
Figura 2.8 - Zona húmida construída de escoamento sub-superficial vertical. Adaptado de Kadlec et al. (2000).
(Kadlec, Knight, Vyzamal, Brix, Cooper, & Harbel, 2000).
10
Figura 2.9 - Zona húmida construída de escoamento sub-superficial horizontal. Adaptado de Kadlec et al. (2000).
Após diversos estudos e anos de investigação na área, em meados dos anos 70 surgem as primeiras
aplicações em larga escala de zonas húmicas construídas e difusão da tecnologia pela Europa,
encontrando-se exemplos contemporâneos aplicados em países como a Holanda e a Hungria.
Na década de 80 iniciou-se a aplicação de leitos de macrófitas de escoamento sub-superficial
horizontal na Dinamarca e no Reino Unido. A Figura 2.10 apresenta uma representação esquemática
do funcionamento de um leito de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal.
Figura 2.10 - Representação esquemática do funcionamento de um leito de macrófitas de escoamento sub-superficial horizontal. Adaptado de ARM Limited (2010)..
11
Mais recentemente, a última década do séc XX pode ser designada por fase “Ecológica e de
Sustentabilidade Integrada” dada à crescente preocupação do estudo do comportamento de sistemas
integrados de saneamento (Drenagem, Tratamento, Meio Ambiente) através do desenvolvimento de
modelos racionais, com ênfase na modelação dinâmica, tanto em tempo seco como húmido, sujeito
ao funcionamento normal e até excepcional do mesmo.
Relativamente à tecnologia de tratamento por recurso a leitos de macrófitas, actualmente promove-se
uma disseminação da tecnologia e demonstração de progressos, evidências e desenvolvimentos na
área, destacando-se, entre outras, as Internacional Conferences on Wetlands Systems for Water,
Pollution Control, promovidas pela Internacional Water Association.
Em Portugal cerca de 90% dos leitos de macrófitas existentes são de escoamento sub-superficial
horizontal e são frequentemente aplicados como sistema de tratamento de pequenos aglomerados
populacionais.
2.3 - Enquadramento Legal
A necessidade de protecção das massas de água contra a poluição hídrica é, a nível Europeu e
mesmo Internacional, um dos aspectos mais importantes na definição de legislação aplicável. Deste
modo, são criadas Directivas que, no caso Europeu, devem ser seguidas pela totalidade dos Estados-
Membro de modo a garantir um uso e gestão sustentáveis dos recursos hídricos disponíveis. Após
definição destas Directivas, cada país é responsável pela definição de leis internas de modo a ir ao
encontro dos objectivos estabelecidos pelas mesmas.
No caso português destacam-se os Decretos-Lei aplicáveis ao bom funcionamento dos sistemas de
drenagem de águas residuais e à sustentabilidade dos tratamentos aplicados. Relativamente à
tecnologia de zonas húmidas construídas não existe, até ao momento, legislação específica para o
seu dimensionamento e boa execução. A par com outras tecnologias de tratamento, a legislação
apenas foca na qualidade do efluente a descarregar no meio ambiente e da sua susceptibilidade à
poluição, definindo-se assim zonas de maior ou menor sensibilidade e, deste modo, uma maior ou
menor qualidade do efluente.
Assim a nível Europeu destacam-se as seguintes Directivas:
Directiva nº 2006/7/CE, de 15 de Fevereiro - relativa à gestão da qualidade das águas
balneares;
Directiva - Quadro da Água (2000/60/CE) – consagra os objectivos de uma utilização
sustentável da água na Europa, visando, adicionalmente, o controlo da poluição na origem,
fixando mecanismos de controlo sustentável das fontes poluidoras, bem como elevados
objectivos ecológicos de ecossistemas aquáticos;
12
Directiva nº 91/271/CEE – aplicável ao tratamento de águas residuais urbanas;
Directiva nº 98/15/CE – altera a Directiva nº 91/271/CEE relativamente às descargas
provenientes de ETAR efectuadas em zonas sensíveis sujeitas à eutrofização;
Directiva nº 91/676/CEE – protecção das águas face a nitratos de origem agrícola.
No que toca à legislação em vigor em Portugal, e transpondo as exigências Europeias, tem-se:
Decreto Regulamentar nº 13/95, de 23 de Agosto – aprova o Regulamento Geral dos
Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais;
Decreto-Lei nº 152/97, de 19 de Junho – transpõe para o direito interno a Directiva nº
91/271/CEE, do Conselho, de 21 de Maio de 1991;
Decreto-Lei nº 348/98, de 9 de Novembro – altera o Decreto-Lei nº 152/97 de 19 de Junho,
relativos aos requisitos a que devem obedecer as descargas provenientes de ETAR
efectuadas em zonas sensíveis sujeitas a eutrofização, transpondo a Directiva nº 98/15/CE.
Decreto-Lei nº 149/2004, de 22 de Junho – segunda alteração do Decreto-Lei nº 152/97 de
19 de Junho, nomeadamente na revisão da identificação de zonas sensíveis e menos
sensíveis em território nacional, definindo adicionalmente, para as zonas sensíveis propensas
ao fenómeno de eutrofização, a respectiva área de influência.
Decreto-Lei nº 198/2008, de 8 de Outubro – terceira alteração do Decreto-Lei nº 152/97 de
19 de Junho, nomeadamente no que respeita à definição das áreas de influência afectas às
zonas sensíveis e não sensíveis, a eliminação da classificação de zonas menos sensíveis
nas águas costeiras do continente (à excepção do cabo da Roca/Estoril) e a obrigatoriedade
de aplicação, para os nutrientes azoto e fósforo, os requisitos a que devem obedecer as
descargas de águas residuais urbanas provenientes de aglomerados de dimensão superior a
10 000 e.p., quando localizadas em zonas sensíveis sujeitas a eutrofização, dado o seu
carácter conservativo.
Decreto-Lei nº 107/2009, de 15 de Maio – aprova o regime de protecção das albufeiras de
águas públicas de serviço público e das lagoas ou lagos de águas públicas. (Agência
Portuguesa do Ambiente, 2015)
Relativamente ao caso de estudo abordado nesta dissertação, recorre-se ao Decreto
Regulamentar nº23/95 na análise dos caudais afluentes à rede, nomeadamente na estimação de
capitações de águas residuais (obtidas a partir as capitações de distribuição e factores de
afluência respectivamente presentes nos artigos 13º e 123º) e caudais de infiltração,
correspondendo ao artigo 126º do mesmo decreto.
O Decreto-Lei nº152/97 estabelece como principal objectivo a protecção das águas superficiais
dos efeitos das descargas de águas residuais de origem doméstica, industrial e urbanas. No
artigo 2º descreve o grau de tratamento exigível aos do tipo primário e secundário, definindo
adicionalmente a designação de equivalente populacional (e.p.) como sendo “a carga orgânica
biodegradável com uma carência bioquímica de oxigénio ao fim de 5 dias (CBO5) de 60 g de
oxigénio por dia e de tratamento apropriado como sendo “o tratamento das águas residuais
13
urbanas por qualquer processo e ou por qualquer sistema de eliminação que, após descarga,
permita que as águas receptoras satisfaçam os objectivos de qualidade que se lhes aplicam”. O
artigo 3º do mesmo decreto permite a classificação do meio receptor em função do seu grau de
sensibilidade às descargas de efluentes, distinguindo zonas sensíveis de zonas menos sensíveis,
estando cada uma delas devidamente identificadas no território português. Assim para a análise
ou dimensionamento de soluções de tratamento de águas residuais em dado local, importa
identificar o tipo de meio receptor existente, em função do aglomerado populacional, a solução de
tratamento legalmente exigível. A Tabela 2.1 representa os níveis de tratamento legalmente
exigíveis em função da sensibilidade dos meios receptores e dimensão do aglomerado
populacional associado. Por consulta desta, conclui-se que no caso de estudo abordado, o meio
receptor classifica-se como zonas normais de água doce, exigindo, como pequeno aglomerado
populacional, um tratamento do tipo apropriado.
Relativamente ao Decreto-Lei nº348/98, e apesar da alteração da qualidade imputável ao efluente
de modo a prevenir o fenómeno da eutrofização em zonas sensíveis, é reduzido o impacto directo
no caso de estudo desta dissertação.
No Decreto-Lei nº 149/2004 procedeu-se a uma revisão das zonas sensíveis e não sensíveis no
território nacional reforçando a importância do combate à eutrofização e a necessidade de
adopção de um tratamento mais avançado que o secundário, permitindo o cumprimento do
disposto na legislação comunitária, bem como a redução da poluição microbiológica. Destaca-se,
assim das alterações registadas, a possibilidade de um grau de tratamento de aglomerados de
dimensão inferior a 10 000 e.p. em zonas sensíveis igual ao exigível a aglomerados de dimensão
superior, sempre que seja necessário cumprir outras directivas comunitárias ou objectivos de
qualidade para o meio receptor fixados pela legislação vigente.
O Decreto-Lei nº 198/2008 não se aplica directamente o presente caso de estudo dada à sua
reduzida população.
É importante salientar que toda a legislação afecta ao uso sustentável e protecção dos recursos
hídricos encontra-se em actualização constante, tanto a nível europeu como nacional, de modo a
contemplarem os avanços tecnológicos ocorridos, optimizando cada vez mais o uso deste bem.
14
Tabela 2.1 - Níveis de tratamento em função da sensibilidade dos meios receptores e da dimensão do aglomerado de aplicação da Directiva nº 91/271/CEE. Adaptado de Silva & Nunes (2004).
(1) As descargas destas aglomerações poderão ser objecto de um processo de derrogação (tratamento menos rigoroso que o secundário)
15
CAPÍTULO 3 - MODELAÇÃO DINÂMICA DE SISTEMAS DE
DRENAGEM E TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS
3.1 - Considerações iniciais
A modelação dinâmica de drenagem e tratamento de águas residuais é um elemento essencial na
gestão avançada de sistemas de saneamento em meio urbano. Pretendendo-se efectuar, a título de
exemplo, um controlo de inundações e poluição de modo sustentável, económico, social e ambiental,
é aconselhável dispor-se, em primeiro lugar, de uma robusta base de dados de todos os
componentes do sistema, preferencialmente em Sistemas de Informação Geográfica (SIG), bem
como da sua representação em modelo, nomeadamente a sua localização, características e dados
hidráulicos, altimetria e estado de conservação das infra-estruturas desse sistema.
A utilização de modelos devidamente calibrados constitui uma ferramenta útil permitindo a análise e
desempenho do sistema integrado, facilitando a sua operação pela entidade gestora, mediante a
identificação de pontos críticos e ajustamento/regulação hidráulica. Deste modo, é possível alterar o
regime de caudal, potenciando o máximo aproveitamento da capacidade das infra-estruturas
existentes reduzindo, consequentemente, os caudais de ponta e o risco de inundações bem como o
de descargas directas para o meio receptor.
3.2 - Princípios gerais de desenvolvimento e formulação de modelos
A grande maioria dos modelos de comportamento de sistemas de drenagem actualmente existentes
incluem, modelos hidrológicos, responsáveis pelo estudo do escoamento superficial, modelos
hidráulicos, referente ao escoamento nos colectores (livre ou em pressão) e modelos ambientais,
nomeadamente no que toca ao estudo da qualidade da água e transporte de poluentes. Estes
aspectos funcionam em conjunto permitindo o dimensionamento de infra-estruturas, mitigando a
ocorrência de inundações e controlo de descargas directas de excedentes, permitindo a estimação de
cargas poluentes e a avaliação da eficácia de soluções de controlo na origem.
Modelos de escoamento superficial
Destacam-se os modelos:
Curvas tempo-área (Time-Area Method): Permite descrever a evolução no tempo da área da
bacia definida contributiva para o escoamento na secção de referência tomada. Estas curvas
são definidas desde o início da chuvada até ao tempo de concentração da bacia,
dependendo da forma da bacia e do seu declive (Ferreira, 2006).
16
Modelo de reservatório não linear ou cinemático (Kinematic Wave Method): Simula o
escoamento, como se num canal aberto se tratasse, considerando apenas a contribuição das
forças gravíticas e de atrito. O volume escoado determina-se a partir das perdas de carga
existentes e das dimensões da bacia, sendo a forma do hidrograma determinada através do
comprimento, inclinação e rugosidade da superfície, através da equação de Manning-Strickler
(Ferreira, 2006).
Modelo de reservatório linear (Linear Reservoir Method): Este modelo admite que a bacia
de drenagem funciona como um reservatório, cujo volume de armazenamento em cada
instante é proporcional ao caudal na secção de jusante nesse instante. Segundo Ferreira
(2006), este modelo conjuga a equação do armazenamento e a equação da continuidade
permitindo obter um hidrograma unitário representativo do comportamento de pequenas
bacias urbanas.
Modelo do hidrograma unitário (Unit Hidrograph Method): Por definição, corresponde ao
hidrograma de escoamento superficial directo resultante de uma precipitação útil unitária, de
duração unitária, uniformemente distribuída no espaço e no tempo. Admitindo que a bacia é
um sistema de resposta linear, a duração do hidrograma depende apenas da duração da
chuvada. Deste modo, conhecido o hidrograma unitário de uma bacia, é possível a
determinação do hidrograma associado a determinada precipitação, por sobreposição dos
efeitos dos diversos hidrogramas parcelares correspondentes à discretização da chuvada,
que são proporcionais ao hidrograma unitário e são desfasados no tempo (Ferreira, 2006).
Modelos de propagação do escoamento em redes de drenagem
De modo a estabelecerem-se equações básicas de hidrodinâmica do escoamento a implementar
nos modelos de simulação deve considerar-se um conjunto de hipóteses relativas ao seu
comportamento. Ferreira (2006) destaca:
Escoamento gradualmente variável e unidimensional;
Aceleração vertical desprezável;
Distribuição hidrostática de pressões;
Tensões tangenciais de escoamento e turbulência representados por perdas de carga
unitária, igual às que ocorresse num escoamento permanente e uniforme de
características idênticas às características instantâneas do escoamento em regime
variável;
Líquido homogéneo e incompressível.
(Morvannou, Forquet, Vanclooster, & Molle, 2013)
(Claveau-Mallet, Wallace, & Comeau, 2012) (Claveau-Mallet, Courcelles, & Comeau, Phosphorus
removal by slag filters: modelling dissolution and precipitation kinetics to predict longevity, 2014)
(Zeng, Soric, & Roche, Calibration of hydrodynamic behaviorand biokinetics for TOC removal
modelling in biofilm reactors under different hydraulic conditions, 2013b)
17
As equações de Saint-Venant permitem a descrição do escoamento em redes de drenagem, que
se definem pelas Equações (3.1) e (3.2) num dado volume de controlo.
Equação da Continuidade
(3.1)
Equação da Quantidade de Movimento
(3.2)
onde, Q designa o caudal (m3/s), A a área de secção do escoamento (m
2), x a distância na
direcção do escoamento (m), t o tempo (s), qL o caudal unitário lateral (em modelos de drenagem
urbana a afluência de caudais tipicamente é concentrada nos nós, pelo que qL=0 (m2/s)), , a
perda de carga unitária (-), i a inclinação do colector (-), h a altura do escoamento (m), g a
aceleração da gravidade (m/s2) e V a velocidade uniforme fictícia em cada secção transversal
(m/s).
A resolução das equações diferenciais de Saint-Venant necessitam ainda de um conjunto de
equações adicionais, nomeadamente para o cálculo da resistência ao escoamento (como Darcy-
Weisbach, Colebrook-White, Hazen-Williams ou de Chézy), condições iniciais (como volume e
altura do escoamento), e condições de fronteira (variações de caudal ou de altura de escoamento
nas fronteiras, câmaras de visita, descarregadores e eventuais níveis de maré (Ferreira, 2006).
De acordo com o número de termos das equações de Saint-Venant incluídos nos modelos de
propagação de escoamento nas redes de drenagem, estes podem classificar-se do seguinte
modo:
Modelo reservatório: Considera apenas a equação da continuidade incluindo os efeitos
de armazenamento e atenuação de escoamento como se de um reservatório se tratasse.
Os modelos de Muskinghum e de Muskinghum-Cunge são exemplos de modelos
reservatório (David, 2005).
Modelo cinemático: Inclui a equação da continuidade e o primeiro termo da equação
(3.2), que contempla o atraso na propagação do escoamento devido ao efeito da
gravidade e do atrito. Modelando através da fórmula de Manning-Strickler, permite a
descrição dos efeitos de armazenamento e fenómenos de atenuação e atraso do
escoamento.
Modelo de difusão: Considera a equação da continuidade e o primeiro e segundo
termos da equação (3.2), sendo este último também designado por gradiente de
pressões. Permitindo a modelação dos fenómenos descritos no modelo cinemático,
admite adicionalmente a propagação de ondas dinâmicas para jusante.
18
Modelo da curva de regolfo: Integra a equação da continuidade, o primeiro, segundo e
terceiro termos da equação (3.2), permitindo a modelação dos efeitos de regolfo
ocorrentes no escoamento.
Modelo dinâmico completo: Consiste no tipo de modelos mais completos e
simultaneamente mais complexos por considerarem a equação da continuidade e a todos
os termos da equação (3.2) modelando, deste modo, a totalidade das equações de Saint-
Venant. Os modelos assim definidos possibilitam o estudo completo da hidrodinâmica de
escoamento considerando todas as funcionalidades presentes nos anteriores modelos
permitindo o efeito de propagação do escoamento no sentido de montante (Ferreira,
2006).
3.3 - Softwares disponíveis
Dada a importância e reconhecida utilidade da modelação hidráulica, vários são os softwares
actualmente disponíveis aos técnicos desta área, existindo um conjunto deles comerciais e não
comerciais.
Modelos de drenagem de águas residuais
Alguns dos softwares existentes para o estudo do comportamento dos sistemas de drenagem
consistem no HydroWorks, InfoWorks, H2OMAP Sewer, R-NetCad, Autodesk Storm and Sanitary
Analysis, SewerCAD, SewerGEMS, StormCAD, MOUSE e SWMM . Genericamente, os modelos
actualmente existentes simulam a propagação do escoamento no interior dos colectores através da
resolução completa das equações de Saint-Venant. Descrevem-se, neste ponto, as características
sumárias dos softwares enunciados.
HydroWorks
Criado pela britânica Wallingford Software com a francesa Anjou Recherche em 1994, com o nome de
HydroWorks PM, e em 1996 com o nome de HydroWorks DM, consistia num modelo do tipo dinâmico
completo, resolvendo as equações completas de Saint-Venant, aplicando o conceito de Preissmann
às condutas sob pressão.
Tratando-se de um modelo a duas dimensões, a rede de drenagem baseava-se num máximo de 5000
nós aos quais se associavam colectores. Podia ser aplicado igualmente a bacias de drenagem de 0,1
a 5000 hectares dispondo inclusivamente de um módulo de controlo em tempo real. Na descrição da
formação e propagação de escoamento superficial, o modelo considerava o modelo de reservatório
linear de Desborges e o modelo do duplo reservatório linear. Relativamente à infiltração, a modelação
era efectuada por recurso à lei de Horton ou lei de Green-Ampt (Ferreira, 2006).
19
As limitações apontadas para o uso deste software baseavam-se na limitada simulação do transporte
de sólidos dada à consideração de apenas uma fracção de sedimentos, ignorando o seu transporte
de fundo. Adicionalmente podia apresentar insensibilidade a variações dos parâmetros de qualidade.
InfoWorks
Apresentado em 1998 pela Wallingford Software, consiste numa versão avançada do programa
HydroWorks, integrando a simulação hidráulica e ambiental com recurso a bases de dados potentes
de sistemas de informação geográfica. No ano de criação, o modelo suportava a possibilidade de um
máximo de 20 000 nós na rede de drenagem passando a 50 000 nós em 2001.
Actualmente existem várias versões do software, estando cada um dos pacotes direccionados para
diferentes aplicações. Destacam-se as versões:
InfoWorks CS (Collection System): Permite a modelação de redes de drenagem considerando
a contribuição hidrológica no ciclo urbano de água. Consiste numa ferramenta utilizada para a
identificação de problemas e melhoria das infra-estruturas existentes bem como na
exploração por parte da entidade gestora, permitindo análises em tempo real. Outras
aplicações desta versão consistem no estudo de inundações urbanas e estimação de
poluição por meio de simulação da qualidade da água na rede e seu transporte de
sedimentos. Actualmente é possível a simulação de 100 000 nós, o dobro do possível em
2001.
Este software pode servir de apoio aos seguintes estudos: Formulação de planos gerais de
drenagem pluvial e doméstica em ambiente urbano, estudo do impacto das alterações
climáticas no sistema de drenagem, aplicação sustentável de sistemas urbanos de drenagem,
identificação de descargas entre redes (unitárias e separativas), dimensionamento de
estruturas de retenção de águas pluviais ou de interceptores.
Como a grande maioria dos softwares comerciais, o acoplamento com outros softwares é
facilitado, tornando a simulação mais próxima do caso de estudo. Este modelo permite a
integração de informação proveniente de softwares como AutoCAD, SWMM, DHI MIKE
URBAN e ArcGIS (InfoWorks CS, 2015).
InfoWorks ICM (Integrated Catchment Modeling): Consiste numa versão do InfoWorks que
integra um modelo de simulação de redes urbanas com um modelo fluvial. Principalmente
utilizado em ambientes urbanos localizados junto a rios ou canais artificiais, permite a
simulação integrada da hidráulica urbana e fluvial avaliando a inter-influência entre ambos
para a previsão de ocorrências de cheias. Esta versão pode ser aplicada no apoio a planos
gerais de drenagem urbanas com interacção fluvial, estudo hidráulico e ambiental de
descargas de efluentes em ambientes fluviais e em todas as outras aplicações descritas na
versão anterior (InfoWorks ICM, 2015).
20
H20MAP Sewer
Desenvolvido pela empresa Innovyze subsidiária da britânica MWH Global, o H20MAP Sewer
consiste num software baseado em ArcGIS de uso no planeamento, dimensionamento, análise e
expansão de redes domésticas, pluviais ou unitárias de águas residuais. Representa uma ferramenta
de maior proveito para o utilizador se este dispuser de uma base de dados em formato SIG, dada a
sua facilidade de acoplação e simulação de diferentes cenários. Neste software destacam-se a
simplicidade e rapidez na análise de escoamentos bem como uma solução completa das equações
de Saint-Venant, considerando factores adicionais como atenuação de caudais e tempos de
concentração. A modelação da propagação de poluentes, CBO, transporte e deposição de
sedimentos também pode ser realizada no mesmo.
O software recorre à equação de Hazen-Williams, para escoamentos em pressão, e de Manning-
Strickler para escoamentos livres, simulando tanto em regime permanente como variável. Modela
igualmente a atenuação do hidrograma de escoamento por meio do modelo de onda difusa de
Muskingum-Cunge.
No que toca ao modulo hidrológico, a geração de escoamento baseia-se na aplicação do Método
Racional e do Hidrograma Unitário, do hidrograma adimensional e do hidrograma triangular unitário
do Soil Conservation Service, do hidrograma unitário triangular da Natural Resources Conservation
Service bem como do Colorado Urban Hydrograph Procedure. (H2OMAP Sewer, 2015)
R-NetCad
Desenvolvido pela Universidade de Coimbra, o R-NetCad destina-se ao estudo de sistemas urbanos
de drenagem. É constituído essencialmente por dois módulos:
Bases de Cálculo: Permite auxiliar na realização do estudo demográfico do local de estudo e,
consequentemente, a introdução dos dados necessários à geração de caudais.
Rede: Permite a introdução em simultâneo de redes de drenagem domésticas e pluviais, por
meio da definição de câmaras de visita, colectores e condutas elevatórias.
O software é capaz de analisar (caso as caraterísticas da rede sejam a priori conhecidas) ou
dimensionar uma rede de drenagem, tanto ao nível dos colectores como ao das condutas elevatórias,
calculando as características do escoamento nestes elementos, a altura de elevação das bombas, os
volumes mínimo e máximo da câmara de aspiração, bem como uma análise dos regimes transitórios
provocados por eventuais paragens das bombas.
No dimensionamento da rede de drenagem, o software dispõe de uma biblioteca de uma base de
dados de catálogos comerciais, contendo informação sobre diâmetros, tipos de material e
comportamento hidráulico.
21
Os resultados de simulação são apresentados por meio de gráficos, apresentando a implantação de
colectores e condutas elevatórias tanto em perfis longitudinais como em planta em formato DXF, ou
mesmo pela elaboração de listas detalhadas de medições e orçamento das redes estudadas.
Autodesk Storm and Sanitary Analysis
Consiste num modulo integrante dos softwares AutoCAD Civil 3D, AutoCAD Map 3D e Autodesk
Infrastructure Design Suite Standard, Premium e Ultimate que permite simular o escoamento em
redes de drenagem urbanas previamente definidas em AutoCAD de águas pluviais e domésticas,
bem como o estudo da qualidade da água.
Usado no planeamento e dimensionamento de sistemas urbanos de drenagem, no dimensionamento
de descarregadores de bacias de retenção, apresenta uma versatilidade e simplicidade dada a sua
integração num software de desenho assistido por computador.
O módulo de hidrologia inclui os seguintes modelos de geração de escoamento resultantes de
eventos pluviosos: USEPA SWMM 5.0, NRCS (SCS) TR-55, NRCS (SCS) TR-20, US Army Corps
HEC-1, o método racional, o método racional modificado, o procedimento de Wallingford, método
racional de DaKalb, hidrograma unitário de Santa Basbara, o hidrograma unitário de Delmarva, a
metodologia de Papadakis-Kazan e o método de Harris County (Autodesk Inc., 2012).
Adicionalmente, o software simula variados cenários hidrológicos como variações temporais de
precipitação, evaporação em massas de água estáticas, acumulação e descongelamento de neve,
precipitação retida em depressões no solo, infiltração de água em solos não saturados, percolação de
água infiltrada nas diferentes camadas de solo, infiltração de água presente no solo para o sistema de
drenagem bem como retenção de água em locais sujeitos a inundações.
Relativamente às capacidades hidráulicas deste software destacam-se a capacidade de integração
de escoamentos pluviais bem como de outras origens no sistema de drenagem podendo ser
constituído por colectores e canais, incluindo estruturas de armazenamento e/ou de tratamento,
estruturas de separação de escoamento, grupos electrobomba, válvulas e descarregadores.
Apresenta a habilidade de simular em simultâneo o funcionamento de redes separativas, avaliando a
capacidade de admissão ao sistema bem como o volume de água pluvial afluente aos
sumidouros/sarjetas em cada instante de simulação.
O módulo hidráulico de propagação de escoamento na rede de colectores inclui duas metodologias, a
do método cinemático e o método hidrodinâmico, cada uma delas referente a um menor ou maior
computação de termos das equações de Saint-Venant, a simular em colectores pluviais, domésticos e
unitários bem como em canais abertos.
O método cinemático formula um conceito de reservatório não linear em canais e colectores, incluindo
a translação e atenuação de modo a assumir uma superfície de água paralela à soleira do elemento.
Esta metodologia não permite a simulação de escoamento de sentido inverso ao definido.
22
O método hidrodinâmico permite a modelação de escoamentos invertidos (provocados pela influência
do nível de maré, entre outros), escoamentos em pressão e redes malhadas. Adicionalmente, o
software permite a consideração de estruturas promotoras de alteração de regime de escoamento
como pilares de pontes e bacias de retenção. A consideração de escoamento em pressão no sistema
de drenagem também é possível recorrendo-se às equações de Hazen-Williams ou de Darcy-
Weisbach no seu dimensionamento.
O módulo de qualidade integrante no software permite o controlo da disseminação de determinados
poluentes, de acordo com os padrões do National Pollutant Discharge Elimination System (NPDES),
bem como a criação de locais de tratamento naturais inserido no planeamento urbano definido.
Simulações de qualidade são possíveis tanto em tempo seco como em tempo húmido, permitindo a
monitorização de poluentes existentes no chamado first flush, referente à carga poluente presentes
nas primeiras chuvadas após um longo período de tempo seco (Autodesk Inc., 2012).
SewerCAD e SewerGEMS
Comercializado pela empresa norte-americana Bentley Systems consistem também em softwares de
análise e dimensionamento de redes de drenagem de águas domésticas, pluviais e unitárias, com
capacidade de integração de informação proveniente de softwares como AutoCAD, ArcGIS e
MicroStation. Estes softwares permitem um dimensionamento automático da rede de drenagem tendo
em conta as restrições inicialmente introduzidas pelo utilizador, desde velocidades e inclinações
máximas e mínimas, minimização de volumes de escavação, entre outros. O SewerGEMS
comparativamente ao SewerCAD permite adicionalmente o estudo do impacto de cheias em ambiente
urbano assim como variações mais pormenorizadas da afluência de água ao sistema de drenagem
para períodos de simulação inferiores ao dia, útil no controlo em tempo-real.
Os modelos hidrológicos incorporados consistem no hidrograma unitário do Soil Conservation
Service, no método racional modificado, nas curvas tempo-área dotando o utilizador da possibilidade
de integração de um hidrograma por si criado. O tempo de concentração pode ser obtido a partir da
aplicação dos métodos de Carter, Eagleson, Espey/Winslow, Soil Conservation Lag, Federal Aviation
Agency, entre outros, e a descrição da infiltração pelas leis de Horton, Green-Ampt, curve number do
Soil Conservation Service, ou através de um valor constante (Bentley Systems- SewerCAD, 2014).
StormCAD
Desenvolvido pela Bentley Systems consiste num software de apoio ao dimensionamento de
sistemas de drenagem pluvial, desde a determinação do tipo de admissão ao sistema (sumidouros,
sarjetas, entre outros) até à rede de drenagem, cujos colectores podem apresentar secções de
diferentes configurações. Permite igualmente a importação de dados de AutoCAD, ArcGIS e
MicroStation.
O StormCAD recorre ao método racional para a estimação do escoamento superficial, permitindo os
utilizadores a definição das curvas Intensidade-Duração-Precipitação do local a modelar. As perdas
23
de carga do sistema são calculadas a partir das equações de Manning-Strickler, Kutter, Darcy-
Weisbach ou Hazen-Williams Dotado da funcionalidade de dimensionamento automático presente no
SewerCAD e SewerGEMS, recorre às mesmas ferramentas na estimação do tempo de concentração
e da infiltração. (Bentley Systems - StormCAD, 2014).
MIKE URBAN
Desenvolvido pela Danish Hydraulic Institute (DHI), consiste num software de modelação de sistemas
de águas de distribuição servindo de apoio ao planeamento urbano, à reabilitação e optimização das
redes, controlo de fugas e controlo de poluição e também de modelação de sistemas de drenagem de
águas residuais nomeadamente no estudo de cenários de tempo húmido e identificação de locais
susceptíveis a cheias.
SWMM
De nome “Storm Water Management Model” foi criado pela EPA (US Environmental Protection
Agency), consistindo num modelo dinâmico unidimensional de simulação de escoamentos superficiais
e transporte de poluentes na superfície das bacias de drenagem e no interior dos colectores.
Este software baseia-se no método do hidrograma unitário na propagação do escoamento superficial,
perdas hidrológicas incluindo retenção superficial e infiltração descritas pelas fórmulas de Green-
Ampt e pelo Curve Number do Soil Conservation Service. O escoamento na rede de colectores pode
ser descrito pela totalidade das equações de Saint-Venant ou pelos modelos cinemático e difusivo,
em função do tipo de análise que se pretende.
Modelos de tratamento de águas residuais
Relativamente aos modelos de simulação hidráulica de tratamento de águas residuais em zonas
húmidas construídas existem disponíveis actualmente diversos modelos mais ou menos abrangentes
no que respeita à sua abordagem. De acordo com Meyer et al. (2015), é possível a classificação dos
modelos de tratamento de zonas húmidas construídas em função da sua complexidade, difenciando-
se os modelos da seguinte forma:
biocinemáticos correspondentes aos mais completos considerando escoamentos em meios
variavelmente saturados bem como características biocinemáticas baseados em modelos de
lamas activadas;
modelos de estudo de processos unitários, como o estudo e acompanhamento das
transformações ocorridas a um determinado poluente;
modelos de apoio ao dimensionamento de zonas húmidas construídas, para uma aplicação
mais expedita no ramo de engenharia.
Refere-se que os modelos biocinemáticos, por serem mais exigentes relativamente aos seus dados
de input, estão também mais vocacionados para a investigação que os modelos de apoio ao
dimensionamento, de utilização mais prática.
24
Destaca-se que muitos dos modelos ambientais apresentados baseiam-se em modelos de lamas
activadas (Activated Sludge Models – ASM). Estes modelos permitem a simulação dos processos de
tratamento de águas residuais ocorridos em reactores de biomassa suspensa. Nestes incluem-se os
seguintes elementos:
monitorização de variáveis de estado, como CQO, biomassa e nutrientes, orgânicos e
inorgânicos;
descrição dos processos biológicos dinâmicos ocorrentes;
parâmetros caracterizadores do comportamento do sistema, como taxas de
crescimento/decrescimento de biomassa.
Deste modo, dos modelos actuais de modelação dinâmica destacam-se o HYDRUS, BIO_PORE,
Diph_M, DPM, PHREEQC, Wang-Scholz Model, RTD/GPS-X e RSF_Sim.
HYDRUS
Desenvolvido para o estudo de escoamentos verticais e sub-superficiais verticais e horizontais e o
seu tratamento em zonas húmidas construídas, este modelo recorre à equação de Richards em três-
dimensões na descrição do escoamento em meios porosos variavelmente saturados, simula o
transporte de poluentes por meio de equações de balanço de massas, a influência da acção biológica
das plantas na redução da quantidade de água, nutrientes e oxigénio e a variação da temperatura da
água (Simunek et al., 2011).(Simunek, van Genuchten, & Sejna, 2011)
Do ponto de vista ambiental, o HYDRUS inclui uma ferramenta com o nome de Wetland Module
responsável pelo modelação do tratamento de águas residuais domésticas (Langergraber & Simunek,
2012). Esta ferramenta inclui dois modelos biocinemáticos: o CW2D responsável pela simulação de
processos aeróbios e anóxicos (Langergraber & Simunek, 2005) e o CWM1 por transformações
aeróbias, anóxicas e anaeróbias (Langergraber et al. 2009). Uma vez que, em zonas húmidas
construídas desenvolve-se um ambiente preferencialmente anaeróbio (Kadlec & Wallace, 2009), o
módulo CWM1 é o mais indicado na descrição dos fenómenos de tratamento nele ocorrentes.
Na modelação através do CW2D são necessários 46 variáveis para a resolução de 9 diferentes
processos enquanto no CWM1 o número de variáveis necessárias são 65 na resolução de 17
processos (Meyer, et al., 2015). (Langergraber, Rousseau, García, & Mena, 2009)
Dos estudos desenvolvidos recorrendo aos modelos biocinemáticos indicados, destacam-se o de
Pálfy & Langergraber (2013) no dimensionamento de uma zona húmida construída de escoamento
sub-superficial horizontal recorrendo ao CW2D e o de Pálfy & Langergraber (2014) aplicando o
modelo CWM1. Rizzo et al. (2014), recorrendo aos dados experimentais do funcionamento de uma
zona húmida construída ensaiada laboratorialmente por Galvão & Matos (2012), avaliaram o
comportamento do módulo CWM1 face a admissões de caudal variável. (Galvão & Matos, 2012)
25
De um modo geral, a sua aplicação a um caso de estudo carece do conhecimento de determinados
dados nomeadamente relativos aos seus meios de enchimento como as suas condutividades
hidráulicas saturadas e as curvas de retenção de água no solo associadas.
As variações do caudal afluente assim como as características da carga poluente nele presente são
dados importantes. (Rizzo, Langergraber, Galvão, Boano, Revelli, & Ridolfi, 2014)
BIO_PORE
De modo semelhante ao HYDRUS, este modelo permite a simulação hidráulica e hidrodinâmica de
zonas húmidas construídas, permitindo a modelação da diminuição do volume de água e a sua carga
poluente através da acção de macrófitas no tratamento da água residual, a previsão das
concentrações de poluentes no efluente e o estudo da localização e dinâmica das comunidades
bacterianas nelas presentes. (Pálfy & Langergraber, 2013) (Pálfy & Langergraber, 2014)
No que se refere ao estudo da hidráulica do escoamento, apresenta, uma abordagem diferente
comparativamente ao HYDRUS, aplicando em alternativa à equação de Richards a equação de
Darcy juntamente com o conceito de balanço de massa, tornando possível a determinação do nível
de água nas zonas húmidas construídas (Meyer, et al., 2015).
Relativamente à ferramenta de qualidade presente no BIO_PORE, o modelo biocinemático aplicado
consiste no COMSOL Multiphysics, consistindo numa versão modificada do CWM1 (Samsó & García,
2013a). Neste, a carência química de oxigénio (CQO) correspondentes às parcelas de matéria
orgânica de degradação lenta e inerte são divididas nas fases líquidas e sólidas, permitindo a
simulação da retenção e ressuspensão dessa matéria (Meyer, et al., 2015) e a descrição do
crescimento da biomassa no modelo considera a capacidade de transporte do sistema e a
acumulação de sólidos inertes (Samsó & García, 2014).
A calibração deste modelo durante a sua criação, baseou-se em dados recolhidos no primeiro ano de
funcionamento de uma zona húmida construída piloto de escoamento sub-superficial horizontal, tal
como descrito em Samsó & García (2013a). De modo a prever-se a distribuição e dinâmica das
comunidades de bactérias no mesmo caso de estudo, procedeu-se a uma simulação de três anos nas
condições descritas (Samsó & García, 2013b). (Samsó & García, 2013a)
Uma das grandes limitações do modelo consiste na ausente consideração de variação da colmatação
dos meios de enchimento ao longo do tempo, dificultando o seu uso em zonas húmidas construídas
de idade superior a 3 ou 5 anos.
Diph_M
O modelo Diph_M insere-se na categoria de modelos de estudo de processos unitários dada a sua
capacidade de simulação de parâmetros isolados caracterizadores da qualidade das águas residuais
modelando o consumo de oxigénio envolvido na oxidação da matéria orgânica presente nas águas
26
residuais. Petitjean et al. (2011,2012) e Fourquet et al. (2009a,2009b) estudaram o efeito da
componente gasosa na hidrodinâmica do escoamento, recorrendo a este modelo.
Recorre à equação de Richards na descrição das fases gasosas e líquidas presentes nas zonas
húmidas construídas, tendo sido desenvolvido em linguagem de programação MATLAB. Aplica-se
essencialmente em escoamentos verticais, preferencialmente a efluentes sujeitos a um tratamento
primário a montante. (Petitjean, Wanko, Forquet, Mosé, Lawniczak, & Sadowski, 2011)
No que respeita à construção do modelo, é necessário dispor de informação relativa às
características do solo e do ar circundante, bem como a variabilidade do escoamento e carga
poluente. Dados como altura piezométrica e teores em água presentes no leito podem ser
adicionalmente necessários. (Forquet, Wanko, Mose, & Sadowski, 2009a)
DPM
O modelo DPM (Dual Porosity Model) é particularmente útil na análise de percursos preferenciais de
escoamento, nomeadamente em filtros de gravilha, ao dividir a massa de água em duas componentes
distintas: a componente aderida aos grãos de solo e assim retida no meio de enchimento, e a parcela
percolável através dos vazios efectivamente existentes. O volume de água aderido à superfície é
constante sendo, no entanto, renovado durante a percolação da água. (Petitjean, et al., 2012)
Este modelo pode estar acoplado a outros como acontece com o software HYDRUS apresentando
um coeficiente de permuta de água aderida proporcional ao teor em água presente (Simunek et al.
2011).(Simunek, van Genuchten, & Sejna, 2011) (Fourquet, Wanko, Molle, & Sadowski, 2009b)
Os parâmetros necessários à sua definição são iguais aos do Diph_M e é classificado como um
modelo de estudo de processos unitários.
Wang-Scholz Model
O modelo Wang-Scholz é especialmente indicado no estudo do transporte de matéria particulada
(dispersa, sedimentada ou adsorvida) presente nas águas residuais, aplicando-se em zonas húmidas
construídas considerando os efeitos dos fenómenos de colmatação.
A aplicação deste modelo na simulação de processos de sedimentação de sólidos suspensos
apresenta bons resultados (Sani et al. 2013) demonstrando que os mecanismos de difusão,
convecção, sedimentação e adsorção assumem um papel relevante no transporte de sólidos
suspensos em zonas húmidas construídas de escoamento vertical. (Sani, Scholz, Babatunde, &
Wang, 2013)
No que respeita à hidráulica do escoamento, simula escoamentos uniformes em solos saturados
modelados através da aplicação da lei de Darcy. Este modelo insere-se nos modelos de estudo de
processos.
27
RTD/GPS-X
Consiste na integração de dois modelos RTD e GPS-X onde o primeiro permite a determinação de
parâmetros hidráulicos (por meio da adopção de diferentes modelos hidráulicos) necessários a
introduzir no segundo, responsável pela simulação dos processos de biodegradação.
A escolha do tipo de modelo hidráulico é função das condições de saturação e desenvolvimento do
filme de biomassa (Zeng et al. 2013) que permite a determinação dos parâmetros hidráulicos como
volumes mortos, taxa de reciclagem e volume real existente no sistema.
O modelo biocinemático presente no software GPS-X baseia-se em modelos de ASM como indicam
Vigne et al. (2010). Este modela a remoção de carbono orgânico total, alguns processos de
nitrificação, concentração de oxigénio e a altura atingida pela biofilme.
RSF_Sim (Meyer, Molle, Esser, Troesch, Masi, & Dittmer, 2013)
Permite a estimação a longo prazo da eficácia do tratamento de zonas húmidas construídas no
tratamento de efluentes de sistemas unitários de drenagem de águas residuais (Meyer & Dittmer,
2015). (Vigne, Choubert, Canler, Héduit, Sorensen, & Lessard, 2010)
O desenvolvimento deste modelo baseou-se em estudos de investigação (Dittmer & Schmitt, 2011)
mas também em casos de aplicação do modelo CW2D do HYDRUS (Dittmer et al. 2005) (Henrichs et
al. 2007). (Dittmer, Meyer, & Langergraber, 2005), (Henrichs, Langergraber, & Uhl, 2007).
O modelo conceptualiza a definição de três camadas distintas dispostas verticalmente, a camada de
retenção (proporcionando a acumulação de água), a camada de estudo constituída por areia e/ou
gravilha (onde se promove o tratamento da água) e a camada de drenagem (funcionando como um
reservatório de água permanentemente saturado) (Meyer et al 2013)..
Os poluentes removidos modelados consistem na CQO e NH4-N, em que a CQO particulada fica
retida durante a filtração e a dissolvida é reduzida de um factor de eficiência de tratamento
dependente da temperatura, da taxa de expulsão do efluente a jusante e da duração do último
período seco associado. (Zeng, Soric, Ferrasse, & Roche, 2013a)
A Tabela 3.1 representa um resumo das características dos modelos de tratamento abordados.
28
Tabela 3.1 - Resumo das características dos modelos actuais de tratamento de águas residuais com recurso à tecnologia de zonas húmidas construídas. Adaptado de Meyer et al. (2015).(Meyer, et al., 2015).
Referências bibliográficas relevantes
Modelo Modelo hidráulico (meios de
enchimento)
Processos bioquímicos Processos adicionais
Ambiente de simulação Nº de variáveis Reacções
Pálfy e Largergraber, 2013 HYDRUS/CW2D Saturado e não saturado (eq.
Richards) 12, incl. CQO, N e P 9
2D
Morvannou et al., 2014 HYDRUS/CW2D Saturado e não saturado (eq.
Richards) 12, incl. CQO, N e P 9 Adsorção de amónio 2D
Pálfy e Langergraber, 2014 HYDRUS/CWM1 Saturado e não saturado (eq.
Richards) 16, incl CQO, N e P 17
Transferência de calor e absorção por
raízes 2D
Rizzo et al., 2014 HYDRUS/CWM1 Saturado e não saturado (eq.
Richards) 16, incl CQO, N e P 17 Adsorção de amónio 2D
Samsó e García, 2013a,b BIO_PORE (COMSOL
MultiphysicsTM
) Saturado + eq. balanço de massa 18, incl CQO, N e P 17 Absorção por raízes 2D
Petitjean et al., 2012; Fourquet et al., 2009a,b
Diph_M (MATLAB) Não saturado bifásico CQO, NH4-N, O2 5
1D
Morvannou et al., 2014 DPM no HYDRUS-1D Saturado e não saturado (eq. Richards
+ porosidade dual) 0 0
Monitorização de poluentes não
reactivos 1D
Claveau-Mallet et al.,2012,2014
PHREEQC P-hydroslag Saturado tratamento de afinação, sem
modelo bioquímico 0
4 reacções inorgânicas
1D
Sani et al., 2013 Wang-Scholz (COMSOL)
ZHC de escoamento vertical de caudal constante
sem modelo bioquímico
0 Processos de colmatação
1D
Zeng et al. 2013a,b RTD/GPS-X Volumes mortos e reciclados. Teor em
água variável 12, incl. CQO, N
solúvel 11
Interacção com o crescimento do
biofilme 2D
Meyer e Dittmer, 2015 RSF_Sim Teor em água variável sem modelo bioquímico
0 transporte, filtração,
adsorção, degradação
1D (1,5D no futuro?)
29
3.4 - Escolha dos softwares aplicados – MIKE URBAN e HYDRUS
De entre os softwares disponíveis para a modelação de sistemas de drenagem e tratamento de águas
residuais, na presente dissertação recorreu-se ao MIKE URBAN, desenvolvido pela DHI na
modelação do sistema de drenagem, e ao HYDRUS desenvolvido pela PC-Progress para a
modelação do sistema de tratamento.
3.4.1 - Descrição do software MIKE URBAN
O software MIKE URBAN consiste num pacote de simulação hidráulica dinâmica criada pela DHI,
desenvolvida com base em SIG, usada na previsão, simulação, gestão e dimensionamento de redes
de distribuição de águas e de drenagem de águas residuais e pluviais em ambiente urbano. Este
pacote baseia-se nos programas de simulação hidráulica de uso livre, EPANET e SWMM, criadas
pela United States Environmental Protection Agency (EPA).
A DHI foi criada em 1964 pela Danmarks Tekniske Universitet (DTU) como uma organização
independente de consultoria e investigação em áreas de conhecimento no domínio da Hidráulica,
desenvolvendo software direcionado para a análise e gestão da água nomeadamente em hidrologia,
hidráulica marítima, fluvial e urbana, hidrogeologia e projecto / avaliação de desempenho de estações
de tratamento de águas residuais (ETAR).
Na presente dissertação, para o do caso de estudo, recorre-se a este software, nomeadamente à
funcionalidade MOdel for Urban SEwers (MOUSE) neste incorporado, visando uma análise conjunta
da modelação das águas residuais domésticas e pluviais no sistema. Deste modo, será possível
avaliar o desempenho do sistema de drenagem no que toca à sua funcionalidade face às solicitações
da povoação que serve, de acordo com a legislação em vigor, bem como da previsão de cheias que
possam ocorrer.
A determinação da contribuição doméstica é relativamente simples, encontrando-se no sub-capítulo
4.2.3 - Solicitações ao modelo de drenagem desta dissertação. A parcela correspondente à
contribuição pluvial carece da definição de um modelo de precipitação-escoamento que, mediante o
volume de água precipitada, gera o escoamento afluente à rede de drenagem.
O MIKE URBAN dispõe, na sua biblioteca, dos quatro diferentes tipos de modelos de precipitação-
escoamento enunciados em 3.2 - Princípios gerais de desenvolvimento e formulação de modelos, os
modelos Time-Area Method, Kinematic Wave Method (non linear reservoir), Linear Reservoir Method
e o Unit Hydrograph Model.
O modelo Time-Area Method trata-se do modelo mais simples presente no software pois é o que
necessita do menor número de parâmetros necessários à sua definição. A geração de escoamento é
definida em função das perdas iniciais, área da sub-bacia drenante e da perda hidrológica contínua.
30
Os parâmetros a definir consistem nas denominadas curvas Time-Area, a par com o tempo de
concentração das sub-bacias, perdas iniciais de água e o factor de redução do escoamento carecem
de definição. Adicionalmente, a percentagem de área impermeável é um dado necessário introduzir
em cada sub-bacia.
O modelo Kinematic Wave Method (non linear reservoir) corresponde a um modelo já mais exigente
no que respeita à sua definição. Este simula o escoamento a partir da precipitação como se este se
escoasse num canal aberto, sujeito apenas a forças gravitacionais e de atrito. O volume de
escoamento é controlado pelas perdas hidrológicas definidas e da área da sub-bacia em estudo. A
definição do hidrograma de cheia é determinado a partir aos parâmetros a introduzir no modelo
correspondentes ao comprimento, inclinação e rugosidade da superfície da sub-bacia. Em termos
hidrológicos, parâmetros como perdas inicias de molhagem, perdas por preenchimento de
depressões, perdas de infiltração iniciais e finais (função da taxa de infiltração), expoente de Horton
(que define o comportamento da infiltração aquando da precipitação), expoente inverso de Horton
(definidor da recuperação da taxa de infiltração em período seco) e coeficiente de Manning (descritor
da rugosidade da superfície da sub-bacia) têm, igualmente, de ser definidos.
O modelo Linear Reservoir Method simula o escoamento proporcionalmente à altura de precipitação
instantânea presente numa dada sub-bacia. Este escoamento é definido em função das perdas
iniciais, área da sub-bacia efectivamente contributiva para o escoamento e por perdas por infiltração.
Na definição destes parâmetros, deve ter-se em conta as taxas máximas e mínimas de infiltração de
água no solo, bem como a redução ou a recuperação dessas mesmas taxas para eventos húmidos e
secos.
O modelo Unit Hydrograph Model calcula a precipitação efectiva (a que contribui directamente para a
geração de escoamento) assumindo que as perdas por infiltração podem ser descritas por um valor
inicial definido e por um valor constante contínuo (dada pelo método racional), ou pelo curve number
do Soil Conservation Service (SCS) ou ainda pelo método generalizado do SCS.
Dado ao facto de não se dispor, para o presente caso de estudo, de dados relativos ao tipo de solo
das sub-bacias (nomeadamente a sua natureza geológica, permeabilidade, porosidade, estado de
degradação, entre outros), torna-se necessário a escolha, de entre os vários modelos disponíveis, do
modelo mais simples, que necessite do menor número de parâmetros para a sua definição. Pretende-
se, deste modo, mitigar a influência dos erros, presentes nos resultados das simulações de modelos
mais complexos após a introdução de informação parca.
Deste modo, adopta-se o modelo Time-Area Method. O escoamento superficial gerado por este
modelo é, como se referiu, definido pelas perdas iniciais estimadas na sub-bacia, a sua área e pelas
perdas hidrológicas contínuas. A forma do hidrograma de cheia é função do tempo de concentração
imposto, da forma da sub-bacia e da curva Time-Area adoptada, que caracteriza a velocidade de
reacção da mesma a um evento pluvioso.
31
O conceito de Time-Area, consiste na divisão de uma dada sub-bacia num conjunto finito de
pequenas áreas, cada uma delas com um tempo de escoamento próprio. Este tempo de escoamento
próprio é definido a partir da distância entre o centroide da pequena área em análise até ao ponto de
descarga final da totalidade da sub-bacia (correspondente este ao ponto de entrada na rede de
drenagem).
O modelo Time-Area Method na biblioteca do MIKE URBAN apresenta três tipos de curvas Time-
Area, predefinidas no software, cada uma mais ou menos adequada à forma da sub-bacia em estudo.
Essas curvas são as TACurve1, TACurve2 e TACurve3, correspondendo cada uma delas a sub-
bacias de formas aproximadamente rectangulares, divergentes (no sentido do escoamento) e
convergentes (idem), respectivamente. (DHI, 2014)
A Figura 3.1 pretende ilustrar as curvas anteriormente definidas com a forma das sub-bacias.
Figura 3.1 - Curvas Time-Area em função da forma das sub-bacias de drenagem. Adaptado de DHI (2014)..
Caso se pretenda, as curvas Time-Area podem ser ajustadas, à vontade do utilizador, recorrendo-se
para isso às expressões matemáticas que as definem (desenvolvidas por Nittaya Wangwonwiroj).
Esta edição é deveras útil sendo possível aplicar no software, nomeadamente em situações onde as
sub-bacias a simular apresentam formas bastante irregulares, que não se enquadram em nenhuma
das curvas existentes apresentando, características comuns a mais do que uma.
Assim, recorrendo às equações (3.3) e (3.4), por alteração do coeficiente , é possível definir uma
curva personalizada.
(3.3)
(3.4)
onde representa a área adimensional acumulada, o tempo de concentração adimensional
acumulado e o coeficiente da curva Time-Area, indicador da sua forma. (DHI, 2014).
32
O coeficiente encontra-se presente num ábaco, representado na Figura 3.2. Tem-se, então, para
valores de iguais a 0,5, 1,0 e 2,0 as formas divergente, rectangular e convergente, respectivamente.
Posteriormente, por observação da forma das sub-bacias de drenagem definidas no software para a
povoação em estudo (indicadas no sub-capítulo 4.2.2 - Construção do modelo), adoptou-se a curva
TACurve1, para a sua modelação, dado estas apresentarem tendencialmente este formato.
Os parâmetros introduzidos no modelo Time-Area Method constam na Tabela 3.2.
Figura 3.2 - Coeficientes de curvas Time-Area. Adaptado de DHI (2014).
Tabela 3.2 - Parâmetros escolhidos na definição do modelo Time-Area.
Tempo de concentração (min) 13,0
Perdas iniciais (m) 0,0006
Factor de redução (-) 0,90
Na Tabela 3.2, o tempo de concentração designa o tempo que a partícula de água cinematicamente
mais afastada da secção de referência dispende no seu percurso até a essa secção, numa dada
bacia hidrográfica, as perdas iniciais designam a altura de precipitação do evento pluvioso associada
ao humedecimento do solo da sub-bacia (função das condições antecedentes de humidade no solo) e
do preenchimento de depressões no solo, e o factor de redução indica a percentagem de escoamento
superficial efectivamente gerada considerando perdas contínuas relativas a fenómenos de
evapotranspiração, impermeabilizações imperfeitas promotoras de infiltração no solo, entre outros.
33
O tempo de concentração obteve-se a partir da equação (3.5), sendo as perdas iniciais e o factor de
redução as escolhidas por defeito pelo MIKE URBAN.
(3.5)
onde designa o comprimento do colector principal da rede de drenagem (m) e a velocidade
de referência de 2 m/s escolhida para a estimação do tempo de concentração.
Além da modelação da rede de drenagem propriamente dita no MIKE URBAN, é possível a
introdução de outras estruturas com funções hidráulicas como orifícios, descarregadores, válvulas,
grupos electrobomba e bacias de amortecimento. Na presente dissertação definiu-se ainda uma bacia
de amortecimento, bacia essa com a função de modelar a presença de uma fossa séptica a jusante
da rede de drenagem e a montante do leito de macrófitas do caso de estudo. Esta bacia tem
essencialmente duas funções, permitindo um tratamento primário das águas residuais mas também
promovendo um amortecimento das variações de caudal registadas à entrada da ETAR, equalizando
o caudal afluente ao leito de macrófitas.
A geometria da fossa séptica foi introduzida no MIKE URBAN com base nas dimensões da mesma
presente nas peças desenhadas do projecto do sistema de saneamento do caso de estudo. No
software essas dimensões não são introduzidas directamente mas sim por meio de outros parâmetros
que neles se apoiam.
Assim definem-se os parâmetros Ac, correspondente à área da secção definida perpendicularmente à
direcção preferencial do escoamento dentro da fossa séptica (usada para o cálculo da velocidade do
escoamento), As, a área da superfície da bacia (usada para o cálculo do volume de água) e H, o nível
de água dentro da bacia.
Destes três parâmetros definem-se dados iniciais e finais, correspondentes aos valores de área da
secção e superfície à entrada e à saída da fossa séptica. A definição do nível de água dentro da
fossa séptica pode ser dado por meio de altura ou de cotas, conforme o tipo de dados introduzidos
para o fundo da fossa séptica e para a superfície livre da água.
3.4.2 - Descrição do software HYDRUS
O software HYDRUS trata-se de um programa desenvolvido para a simulação de escoamento de
água, de calor e de solutos em meios porosos não saturados. Tratando-se os meios porosos de
ambientes de difícil caracterização e análise devido à elevada complexidade dos elementos
intervenientes, o HYDRUS surge como uma solução permitindo o desenvolvimento de modelos para
análise de situações reais onde participem estes conceitos.
34
No programa, o domínio de escoamento pode ser definido em múltiplos solos com qualquer grau de
anisotropia. Adicionalmente, este é capaz de simular ambientes bidimensionais (tanto verticais como
horizontais) e tridimensionais (com simetria radial vertical ou de geometria genérica).
A Figura 3.3 ilustra as várias situações de saturação a que estão sujeitos os meios porosos, na
presença de água. Na mesma, u designa a pressão intersticial (quando u>0) e sucção (quando u<0),
obtida a partir do peso volúmico da água γw, e da altura de água hw.
Figura 3.3 - Ilustração de meios porosos saturados, não saturados e secos. Adaptado de Maranha das Neves (2006).
Abordar-se-á, nesta secção, das expressões analíticas e métodos numéricos subjacentes às
simulações realizadas nesta dissertação, relativas, em particular, ao escoamento em meio poroso
não saturado e ao efeito da evapotranspiração. (Maranha das Neves, 2006).
Escoamento de água em meio poroso não saturado
No estudo do escoamento em meio poroso variavelmente saturado, o software recorre à equação de
Richards formulada por Lourenzo A. Richards em 1931. Trata-se de uma equação diferencial não
linear sem solução analítica. Como tal, necessita de um método numérico de modo a determinar-se
soluções para a mesma. A equação (3.6) representa a equação de Richards.
(3.6)
onde, representa o teor em água num dado instante, sucção presente no solo, expressa em altura
de água, o termo sumidouro, as coordenadas espaciais, o tempo, as componentes
do tensor de anisotropia e a condutividade hidráulica não saturada, função do grau de
saturação do solo em dado instante.
35
A condutividade hidráulica não saturada é calculada no HYDRUS pela equação (3.7).
(3.7)
onde, é a condutividade hidráulica relativa e a condutividade hidráulica saturada. A
condutividade hidráulica não saturada é então função da quantidade de água presente no solo,
igualando-se à condutividade saturada quando os poros do solo se encontram saturados de água.
Dado ao facto de variar ao longo do tempo, o escoamento sofre, consequentemente, alterações.
O método numérico usado no HYDRUS é o método de Galerkin de resíduos ponderados. Este
método permite resolver a equação diferencial de Richards tendo em conta as condições iniciais e de
fronteira impostas ao modelo.
No que toca à definição do comportamento hidráulico dos solos presentes no leito de macrófitas,
escolheu-se a teoria de van Genuchten – Mualem para o caracterizar. A partir desta teoria, é possível
a determinação do teor em água existente no solo e a sua condutividade hidráulica não saturada
instantânea, em função da sucção existente no solo. As equações (3.8), (3.9) e (3.10) representam as
expressões propostas por esta teoria. Com as restantes equações (3.11) e (3.12) é possível a
determinação de alguns dos parâmetros intervenientes.
(3.8)
(3.9)
(3.10)
(3.11)
(3.12)
onde, é o teor em água associado a uma determinada sucção , o teor em água residual, o
teor em água saturado, representa o inverso da sucção correspondente ao valor da entrada de ar,
é um parâmetro relacionado com a forma da curva de retenção de água no solo, outro parâmetro
obtenível a partir de , a condutividade hidráulica não saturada associada à sucção presente no
solo, representa o grau de saturação do solo e um parâmetro caracterizador da conectividade
entre interstícios (em van Genuchten e Mualem toma o valor de 0,5),
O parâmetro na curva de retenção de água no solo designa a posição na mesma a partir da qual a
taxa de variação da condutividade hidráulica do material muda (ponto de inflexão da curva de
retenção de água no solo).
Para melhor se entender o que se explica, recorre-se novamente à Figura 3.3. Na zona saturada,
todos os interstícios do solo estão preenchidos com água. À medida que o solo seca, a água presente
nesses poros vai sendo substituída por ar. Esse ar aloja-se inicialmente no centro dos interstícios
36
estando, numa primeira fase rodeados por água ainda existente nos mesmos. Com a progressão da
secagem, ocorre um instante em que essas “bolsas de ar”, dispersas em cada interstício, se
interconectam, mantendo uma ligação contínua. Esse ponto de viragem traduz-se pelo parâmetro α.
A taxa de variação da condutividade hidráulica sofre então grandes alterações. Um raciocínio
semelhante pode ser feito aquando da molhagem do solo.
Subjacente a esta teoria, está o conceito de curva de retenção de água no solo. Esta curva,
característica de cada solo e das condições antecedentes de humidade relaciona o teor em água (a
sucção no solo) com a sucção no solo (teor em água) existente no solo. O teor em água varia entre a
sua quantidade residual, isto é, a quantidade de água que se mantém no solo após secagem
completa, e a quantidade saturada, correspondente à quantidade máxima de água suportável pelo
solo.
Evapotranspiração
A modelação do efeito da evapotranspiração no HYDRUS recorrendo às ferramentas presentes no
software, requer a definição em separado dos efeitos da evaporação e transpiração. Geralmente e na
grande maioria das situações estes dois fenómenos são determinados em conjunto dada a
dificuldade existente na separação destes.
Deste modo, a opção tomada na definição deste fenómeno na modelação que se apresenta nos
capítulos seguintes foi a de consideração de um fluxo através de uma das fronteiras do modelo,
introduzindo-se dados da evapotranspiração utilizados provenientes do Sistema Agrometeorológico
para a Gestão da Rega no Alentejo – SAGRA para o perímetro de rega do Mira.
37
CAPÍTULO 4 - CASO DE ESTUDO – SISTEMA DE DRENAGEM E
TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUAIS DA POVOAÇÃO DE
FATACA
4.1 - Considerações iniciais
O sistema de drenagem e tratamento de águas residuais do caso de estudo presente nesta
dissertação trata-se do sistema da povoação de Fataca. Esta povoação rural apresenta as
características que de seguida se expõem.
4.1.1 - Geografia, população e produção de águas residuais do local de estudo
A povoação de Fataca situa-se na freguesia de São Teotónio, concelho de Odemira, distrito de Beja,
na província de Baixo Alentejo, em Portugal Continental. Nas Figuras 4.1 e 4.2 indica-se no mapa de
Portugal Continental, respectivamente, o concelho de Odemira e as suas freguesias, bem como a
localização da povoação de Fataca.
Figura 4.1 - Concelho de Odemira, assinalado a encarnado, em Portugal Continental (Wikipedia,
2005).
Figura 4.2 - Freguesias do Concelho de Odemira. Localização da povoação de Fataca assinalada a laranja
Adaptado de (Wikipedia, 2005).
38
Trata-se de uma pequena povoação constituída por habitações exclusivamente clássicas
unifamiliares, de população residente constante, podendo verificar-se, no entanto, uma variação mais
pronunciada em época balnear.
Por consulta do Censos 2011, o mais recente produzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), é
possível retirar os dados presentes na Tabela 4.1. A capitação de águas residuais, fornecida pela
Câmara Municipal de Odemira (CMO) é de cerca 91 l/hab/dia.
Tabela 4.1 - População e outras informações relativas à povoação de Fataca – Censos 2011.
População residente (hab) 70
Nr. alojamentos familiares (uni) 51
Nr. alojamentos residência habitual (uni) 33
Nr. alojamentos habituais com esgotos (uni) 30
Nr. alojamentos vagos (uni) 8
Nr. alojamentos de férias (uni) 10
De acordo com o Decreto Regulamentar nº23/95 nos seus artigos 13º e 123º, onde o primeiro afirma
que “As capitações na distribuição exclusivamente domiciliária não devem, qualquer que seja o
horizonte de projecto, ser inferiores a 80 até 1000 habitantes.” e o segundo “… os factores
de afluência à rede devem ser discriminados por zonas de características idênticas, que são função
da extensão de zonas verdes ajardinadas ou agrícolas e dos hábitos de vida da população, variando
geralmente entre 0,70 e 0,90” é possível avaliar a validade desta capitação de águas residuais.
Deste modo, admitindo um factor de afluência de 0,90, por hipótese mais gravosa, e, sabendo que a
população de Fataca é de 70 habitantes, a capitação de águas residuais não deve ser inferior a 72
, como de facto se verifica. Caso se admitisse um factor de aflência de 0,70, o
correspondente valor de capitação de águas de consumo doméstico seria de 130 l/hab/dia, sendo
este o valor considerado em muitos estudo de soluções de tratamento de águas residuais para
pequenos aglomerados pelas Águas de Portugal.
Em época balnear ocorre todos os anos um festival de verão situado perto da povoação de
Zambujeira do Mar. Tipicamente, as águas residuais produzidas neste evento são recolhidas por
camiões-cisterna e transportadas para as povoações de Fataca e Malavado onde são introduzidas na
entrada das ETAR existentes nessas povoações (Galvão, 2009). Devido à inexistente quantificação
da parcela de águas residuais resultantes do festival de verão considerou-se nula a sua contribuição
nas simulações de desempenho do sistema. (Galvão A. , 2009)
No âmbito da presente dissertação, visitou-se a povoação de Fataca, nomeadamente a sua ETAR, no
dia 10 de Dezembro de 2014 com o intuito de se conhecer mais concretamente o caso de estudo.
39
4.1.2 - Características do sistema de drenagem e tratamento de Fataca
Sistema de drenagem
O sistema de drenagem de águas residuais da povoação de Fataca, consiste numa rede separativa
construída em 1998 de acordo com a autarquia de Odemira. Dada a sua topografia favorável ao
escoamento gravítico no sentido da ETAR, todo o sistema de drenagem funciona graviticamente. A
Figura 4.3 representa, uma fotografia de vista aérea de Fataca.
Figura 4.3 - Vista aérea da povoação de Fataca e do seu sistema de drenagem (Adaptado de Google Maps, 2015).
Apesar de separativa, na construção do modelo da rede, considerou-se a possibilidade desta drenar
parte das águas pluviais, situação bastante comum em aglomerados populacionais, resultante de
ligações indevidas ao sistema. De uma análise conjunta realizada da precipitação ocorrida na estação
meteorológica de Odemira e do caudal afluente à fossa séptica no final do sistema de drenagem,
registou-se que a contribuição pluvial à rede de drenagem doméstica fazia-se sentir particularmente
para acontecimentos pluviosos de grande intensidade (Espírito Santo, 2008). Adicionalmente,
aquando da vista ao local, os operários responsáveis pela exploração do sistema referiram um
aumento de caudal durante a ocorrência de precipitação, reforçando esta afirmação.
Toda a rede de drenagem apresenta um diâmetro de 200 (valor mínimo segundo o artigo 126º do
Decreto Regulamentar 23/95) e drena para uma pequena instalação de tratamento natural, um leito
de macrófitas.
40
Sistema de tratamento – ETAR de Fataca
O sistema de tratamento, tratando-se de um pequeno aglomerado populacional, consiste numa obra
de entrada de gradagem, fossa séptica tri-compartimentada seguida de um leito de macrófitas de
escoamento horizontal sub-superficial. Trata-se de um sistema com baixos custos de construção e de
exploração, dispensando qualquer tipo de equipamento, nomeadamente equipamento de bombagem,
sendo a sua manutenção simples.
Segundo a memória descritiva da empreitada de construção disponibilizada pela CMO, a escolha da
localização da ETAR teve em conta a promoção de um escoamento gravítico na rede de drenagem, a
proximidade relativa a uma linha de água receptora de modo a facilitar a disposição final do efluente
tratado, a proximidade de vias de comunicação e a sua correcta integração paisagística.
Segundo o mesmo documento, os dados considerados no dimensionamento da ETAR constam na
Tabela 4.2.
Tabela 4.2 - Dados considerados no dimensionamento do sistema de drenagem e tratamento (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Ano de Arranque - 1998 (hab) 150
Horizonte de Projecto - 2018 (hab) 200
Capitação de Águas Residuais em 1998 (l/hab/dia) 104
Capitação de Águas Residuais em 2018 (l/hab/dia) 120
Caudal médio diário em 1998 (m3/dia) 15,60
Caudal médio diário em 2018 (m3/dia) 24,00
Caudal de ponta em 1998 (m3/hora) 2,60
Caudal de ponta em 2018 (m3/hora) 4,00
É possível afirmar que a ETAR está muito possivelmente sobredimensionada dada a elevada
diferença registada no que respeita ao número de habitantes em 2011, de 70 habitantes, face ao
previsto, de 200 habitantes.
A obra de entrada da ETAR consiste num canal a céu aberto com um comprimento total de 2,36 m no
qual se instalou uma grade constituída por barras de aço, colocadas longitudinalmente em relação ao
sentido de escoamento das águas residuais e inclinadas de 45º em relação ao fundo do canal. As
Figuras 4.4 e 4.5 representam uma fotografia da obra de entrada e um pormenor da grelha, aquando
da visita às instalações.
41
Figura 4.4 - Obra de entrada da ETAR de Fataca.
Figura 4.5 - Pormenor da grelha na obra de entrada.
A grade é amovível para operações de manutenção como pinturas anti-corrosão. Na Tabela 4.3
indicam-se os critérios de dimensionamento da grelha da obra de entrada.
Tabela 4.3 - Parâmetros de dimensionamento da obra de entrada (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Velocidade de atravessamento (m/s) 0,60
Espaçamento entre barras (mm) 30
Espessura das barras (mm) 10
Largura do canal (m) 0,40
A fossa séptica instalada tem como principal função a promoção de um tratamento primário do
afluente bem como um amortecimento do mesmo a montante do leito de macrófitas, esbatendo as
afluências de pico ao leito de macrófitas.
O fundo da fossa séptica apresenta uma inclinação em direcção ao local subjacente às aberturas
inseridas na laje de topo, facilitando, deste modo, a operação de remoção de lamas. A entrada e a
saída da fossa séptica estão protegidas por um deflector, promovendo um trajecto descendente das
águas residuais à entrada e impedindo a saída de eventuais corpos flutuantes e de escumas
formadas. As paredes interiores entre os compartimentos contêm umas aberturas junto da laje de
cobertura com o intuito de facilitar a circulação de gases que se formam no interior.
As Tabelas 4.4, 4.5 e 4.6 indicam os parâmetros de dimensionamento da fossa séptica tri-
compartimentada, as suas dimensões totais e por compartimento. A Figura 4.6 representa uma
fotografia da implantação da fossa séptica na ETAR de Fataca.
42
Tabela 4.4 - Parâmetros de dimensionamento da fossa séptica (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Capitação de lamas frescas (l/hab/dia) 0,45
Capitação de lamas digeridas (l/hab/dia) 0,11
Tempo de retenção hidráulico (dia) 2,0
Tempo entre limpezas (dia) 720
Tempo de digestão de lamas (dia) 60
Tabela 4.5 - Dimensões totais da fossa séptica (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Largura (m) 6,00
Comprimento (m) 6,00
Altura útil (m) 2,00
Bordo Livre (m) 0,30
Área útil total (m2) 36,00
Volume total (m3) 72,00
Tabela 4.6 - Dimensões dos compartimentos da fossa séptica (CMO - Dep. Técnico, 1997).
1º compart. 2º Compart (=3º)
Largura (m) 3,00 3,00
Comprimento (m) 6,20 3,05
Figuar 4.6 - Fossa séptica da ETAR de Fataca.
O leito de macrófitas existente é responsável pelo tratamento secundário do efluente da fossa
séptica. Constituído por plantas de bom desenvolvimento em meios húmidos, de raízes e rizomas
extensos que, ao crescerem, promovem uma boa manutenção da condutividade hidráulica, facilitam a
oxigenação do solo e favorecem o desenvolvimento de microorganismos responsáveis pela oxidação
da matéria orgânica das águas residuais. Tipicamente apresentam tempos de retenção hidráulicos da
ordem dos dois dias.
43
O efluente do leito de macrófitas em estudo é directamente descarregado na ribeira Bico de Fataca.
Tendo em conta a população a servir e a carga poluente da massa de água a tratar, segundo a
mesma memória descritiva, a área mínima necessária do leito de macrófitas para um tratamento
regulamentar é de 360 m2. Adicionalmente, para assegurar a irrigação das plantas e sobretudo para
proteger as águas subterrâneas do local, o fundo e os taludes são impermeabilizados por meio de
uma geomembrana de polietileno de alta densidade de 1,5 mm de espessura (CMO - Dep. Técnico,
1997).
As Tabelas 4.7, 4.8, 4.9 e 4.10 indicam, respectivamente, os parâmetros considerados no
dimensionamento do leito de macrófitas, as dimensões da superfície, as dimensões do fundo e as
espessuras das camadas constituintes do meio poroso. A Figura 4.7 apresenta uma fotografia do leito
de macrófitas de Fataca, retirada no local.
Figura 4.7 - Leito de macrófitas da ETAR de Fataca.
Tabela 4.7 - Parâmetros de dimensionamento do leito de macrófitas (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Concentração de CBO5 à entrada (mg O2/l) 1
325
Concentração de CBO5 admitida para o efluente (mg O2/l)
15
Porosidade média do meio poroso (m3 de vazio/m
3 de leito) 0,38
Altura do meio de enchimento 0,70 1 Após remoção de 35%;
Tabela 4.8 - Dimensões da superfície do leito de macrófitas (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Largura (m) 13
Comprimento (m) 33
Área (m2) 429
44
Tabela 4.9 - Dimensões do fundo do leito de macrófitas (CMO - Dep. Técnico, 1997).
Largura (m)
10,60
Comprimento (m) 30,45
Área (m2) 324,40
Inclinação do fundo (%) 0,50
Altura total do meio de enchimento (m)
0,70
Bordo livre (m) 0,50
Altura total do leito (m)
1,20
Talude 1:1
Coroamento (m) 1,00
Tabela 4.10 - Espessura das camadas constituintes do meio poroso (CMO - Dep. Técnico, 1997).
S1 - Terra vegetal (m) 0,20
S2 - Areão uniforme - 3/10 mm (m) 0,30
S3 - Gravilha - 15/25 mm (m)
0,20
De referir que, de modo a garantir uma boa distribuição do efluente à entrada e uma boa recolha do
efluente à saída, o projecto prevê a colocação de uma camada de brita (40/70 mm) em toda a largura
do leito junto da entrada e da saída e revestida a geotêxtil de 170 g/m2. A descarga e recolha do
efluente no leito é efectuado por meio de um tubo rígido e perfurado disposto ao longo da largura do
leito no interior da camada de brita, permitindo assim uma distribuição regular do efluente (CMO -
Dep. Técnico, 1997).
De modo a ser possível a regulação do escoamento no interior do leito de macrófitas, o tubo de
recolha do efluente está ligado, numa caixa de passagem, a uma curva de altura ajustável. Mediante
a posição relativa desta curva no final do leito, o escoamento altera-se a montante. Em condições
normais de funcionamento, a altura de água presente no final da curva em questão é de 0,5 m,
medida a partir do fundo do leito de macrófitas. A Figura 4.8 representa a curva instalada no local.
45
Figura 4.8 - Curva de altura variável instalada na saída do leito de macrófitas.
As macrófitas presentes no leito consistem em indivíduos da espécie Phragmites australis. No
entanto, actualmente é possível identificar exemplares pontuais de indivíduos da espécie Typha
latifolia, correspondentes à colonização por indivíduos presentes na linha de água onde se realiza a
descarga (Galvão, 2009). A identificação das espécies vegetais predominantes em ambientes
húmidos utilizados para o tratamento de águas residuais, reveste-se de elevada importância devido à
elevada variabilidade relativa das taxas de evapotranspiração existentes no processo de tratamento.
Determinadas espécies apresentam valores de evapotranspiração muito superiores a outras,
característica que afectará directamente os volumes efluentes do leito de macrófitas.
As Figuras 4.9 e 4.10 representam exemplares de espécies Phragmites australis e Typha latifolia,
respectivamente. (Galvão A. , 2009)
46
Figura 4.9 - Exemplares de Phragmites australis (memphremagog.org, 2015).
Figura 4.10 - Exemplares de Typha latifolia (prota4u.org, 2015).
Prevendo-se situações de paragem da ETAR, como períodos de manutenção, a mesma dispõe de
um sistema by-pass responsável pela ligação directa da obra de entrada à descarga na ribeira Bico
de Fataca.
Para efeitos do desenvolvimento da presente dissertação, recorre-se aos estudos anteriormente
desenvolvidos por Galvão (2009) e (Espírito Santo, 2008) nomeadamente para o sistema de
tratamento de águas residuais de Fataca. Retiram-se desse estudo dados como registos de caudais
em três secções distintas no próprio sistema. Essas secções estão identificadas com a letra “F”
correspondendo “F1” aos valores de caudal medidos à entrada da fossa séptica, “F2” à saída da
fossa séptica e entrada do leito de macrófitas e “F3” à saída do leito de macrófitas para o meio
receptor. De referir que todos os dados das diferentes secções foram determinados por recurso a
curvas de vazão experimentalmente definidas através de alturas de água e de caudal conhecidos
(Galvão 2009), (Espírito Santo, 2008). (Galvão A. , 2009)
As Tabelas 4.11 e 4.12 apresentam um resumo dos caudais médios diários afluentes à ETAR de
Fataca nos meses de Agosto e Dezembro de 2007. (Galvão A. , 2009)
47
Tabela 4.11 - Caudais médios diários afluentes à ETAR de Fataca em Agosto (secção F1).
Dia Q (m3/h)
21-08-2007 0,4215
22-08-2007 0,3800
23-08-2007 0,3707
24-08-2007 0,3933
25-08-2007 0,4705
26-08-2007 0,3703
27-08-2007 0,3967
28-08-2007 0,3406
Tabela 4.12 - Caudais médios diários afluentes à ETAR de Fataca em Dezembro (secção F1).
Dia Q (m3/h)
01-12-2007 0,3400
02-12-2007 0,3862
03-12-2007 0,2873
04-12-2007 0,2262
05-12-2007 0,3301
06-12-2007 0,2343
07-12-2007 0,2495
08-12-2007 0,5743
09-12-2007 0,7425
10-12-2007 0,3587
11-12-2007 0,2810
12-12-2007 0,2632
13-12-2007 0,2262
14-12-2007 0,2269
15-12-2007 0,3662
16-12-2007 0,2751
4.2 - Modelação hidráulica de drenagem - MIKE URBAN
4.2.1 - Considerações iniciais
Neste sub-capítulo descrevem-se os processos a modelar, as respectivas variáveis a controlar e os
objectivos esperados do modelo criado para o sistema de drenagem de águas residuais da povoação
de Fataca.
Após construção, respectiva calibração e validação do modelo, pretende-se prever o comportamento
hidráulico no sistema de drenagem, relativamente à variação de caudal, velocidades máximas e
mínimas atingidas e alturas de escoamento para qualquer período pretendido.
4.2.2 - Construção do modelo
Definição da geometria da rede de drenagem
Grande parte dos dados utilizados na construção da rede de drenagem no modelo resultam da
recolha de informação do projecto original da mesma. No entanto, comparando a rede efectivamente
construída no local face ao projecto fornecido pela CMO, o mesmo encontra-se desactualizado. A
CMO, forneceu uma planta da rede de drenagem mais actualizada, não contendo, no entanto,
informações relativas a cotas de terreno, de soleira, diâmetro, inclinação e material dos novos troços
presentes. Deste modo, algumas características da rede são assumidas no desenvolvimento da
presente dissertação avaliando-se, no entanto, a sua plausibilidade.
48
No que toca à implantação da rede no campo, adiciona-se, ao projecto de 1997, um trecho afluente
ao colector principal (Ampliação 1) e um outro trecho, associado a uma extensão do colector principal
(Ampliação 2).
A Figura 4.11 ilustra o traçado da rede de Fataca utilizada no modelo, indicando-se os trechos
adicionados.
O projecto original inclui todas as informações relativas às dimensões, cotas de terreno e de soleira
das caixas de visita, comprimento, diâmetro, inclinação e material constituinte dos colectores
exceptuando as dos trechos adicionados. Destaca-se que toda a rede apresenta colectores de
diâmetro regulamentar mínimo, construídas em material de PVC.
Os dados em falta foram definidos após visita à povoação de Fataca, baseando-se nas
características do projecto original bem como da topografia local.
Figura 4.11 - Ampliações à rede de drenagem do projecto original de 1997.
Na Figura 4.11 tem-se:
No trecho designado de Ampliação1 definem-se:
Diâmetros nominais de colectores de 200 ;
Inclinação topográfica e do trecho constantes e iguais a 0,005 ;
Comprimento real dos colectores obtido a partir de medições da nova planta
fornecida pela CMO e aplicação da respectiva escala.
Deste modo, assume-se para este trecho, o diâmetro nominal regulamentar mínimo à semelhança de
toda a rede, uma inclinação baixa consequência da topografia pouco acidentada.
49
No trecho designado de Ampliação2 definem-se:
Diâmetros nominais de colectores de 200 ;
Inclinação topográfica e do trechos constantes e iguais a 0,018 ;
Comprimento real dos colectores obtido a partir de medições da nova planta
fornecida pela CMO e aplicação da respectiva escala.
Deste modo, no que toca à extensão do colector principal até à ETAR, adopta-se o mesmo diâmetro
nominal e a mesma inclinação do último colector do projecto original. Dada à topografia acidentada
aproximadamente constante existente desde a povoação de Fataca até à ETAR, optou-se por manter
essa inclinação.
A ligação do trecho Ampliação1 ao colector principal (na posição Entroncamento), criou-se através do
seccionamento de um colector único original de 60 em dois de 20 e 40 , criando-se,
adicionalmente uma nova caixa de visita. Adoptam-se as mesmas características geométricas das
caixas de visita existentes, sendo as suas cotas de soleira e de terreno obtidas geometricamente a
partir da inclinação do colector original.
Na importação da rede de drenagem no MIKE URBAN adoptou-se o sistema de coordenadas
Hayford-Gauss Datum 73 desenvolvido pelo Instituto Português de Cartografia e Cadastro (IPCC),
onde a altimetria é referenciada ao marégrafo de Cascais.
Apesar da vantagem do MIKE URBAN, face a outros programas similares, na importação de dados
em SIG, não se utilizou esta funcionalidade por não se dispor de dados cadastrados nesse formato.
Assim, a metodologia adoptada foi a seguinte:
Recorrendo ao software AutoCAD, importou-se um exemplar digitalizado da rede de Fataca,
georreferenciando-se esta por meio de um ponto de coordenadas conhecidas. A partir desse
ponto, introduziu-se a escala da peça desenhada por aplicação da escala presente na
mesma, de 1:2000. Deste modo foi possível a determinação das coordenadas das caixas de
visita, informação necessária à definição da rede;
Definiu-se a posição de cada caixa de visita no MIKE URBAN através das coordenadas
determinadas. Recorrendo aos perfis longitudinais presentes nas peças desenhadas do
projecto original, a cada caixa de visita associaram-se a respectiva geometria, cotas de
terreno e soleira;
Tendo em conta a posição e características geométricas das caixas de visita, também a
geometria dos colectores fica definida relativamente à sua inclinação e comprimento;
A Figura 4.12 pretende representar a rede de drenagem construída no MIKE URBAN, onde se
apresentam as caixas de visita e os colectores.
50
Figura 4.12 - Rede de drenagem da povoação de Fataca, com identificação de caixas de visita e colectores.
Após a definição dos parâmetros geométricos da rede, introduziram-se as características hidráulicas
do material, nomeadamente o coeficiente de rugosidade do material de PVC. O próprio software
contém um catálogo com todos os dados relativos à hidráulica do escoamento para vários tipos de
materiais.
Definição da bacia de retenção e ligação a jusante
Dado que a presente dissertação pretende simular um sistema integrado de drenagem e tratamento
de águas residuais inclui-se, como já referido no ponto 3.4.1 - Descrição do software MIKE URBAN,
uma estrutura de categoria Basin no final da rede bem como de uma tubagem posterior, simulando a
sua ligação ao leito de macrófitas.
Torna-se possível, deste modo, a modelação da retenção e amortecimento promovidas pela fossa
séptica e a sua interacção a jusante. Apesar da fossa séptica instalada se tratar de uma estrutura tri-
compartimentada, para efeitos de simulação, optou-se pela definição de uma bacia de compartimento
único, cujo volume iguala o somatório dos três compartimentos originais.
A introdução e funcionamento de uma bacia de retenção no ambiente MIKE URBAN pressupõe a
definição de dois tipos de conjunto de relações: geométricas e de vazão, onde respectivamente no
primeiro se definem as dimensões da bacia no modelo bem como o nível de água dentro da mesma e
no segundo a curva de vazão do descarregador presente na saída da bacia.
No que toca ao conjunto de relações geométricas, adoptou-se, como primeira escolha, as dimensões
de projecto da fossa séptica instalada. Dado proceder–se a uma calibração do modelo a posteriori,
51
estes valores sujeitavam-se a sofrer alterações, estando no entanto estas alterações fortemente
condicionadas, dada a importância da consistência das dimensões do modelo criado com a fossa
séptica existente. (Galvão A. , 2009)
Relativamente à definição da vazão da bacia de retenção no modelo, recorre-se ao estudo de Galvão
(2009). Neste encontra-se a curva de vazão determinada experimentalmente pela autora para o
descarregador triangular com ângulo de 62º existente à saída da fossa séptica. A equação (4.1)
representa a linha de regressão aproximada aos dados experimentais, com coeficiente de
determinação R2 de 0,9954, da qual se faz uso nesta dissertação.
(4.1)
onde Q designa o caudal (l/s) e H a altura de água acima da soleira descarregadora (m).As Tabelas
4.13 e 4.14 apresentadas indicam os dados introduzidos para a geometria e a vazão do
descarregador da bacia de retenção, de acordo com a terminologia introduzida no ponto 3.4.1 -
Descrição do software MIKE URBAN.
Tabela 4.13 - Parâmetros geométricos da fossa séptica.
H (m) Ac (m
2) As (m
2)
Inicial 0,0 0,0 37,2
Final 2,3 14,4 37,2
Tabela 4.14 - Curva de vazão da fossa séptica, em função da altura de água medida na soleira descarregadora.
h (cm) Q(m3/h) h (cm) Q(m
3/h) h (cm) Q(m
3/h)
0,0 0,00 7,0 5,0731 14,0 32,3327
0,5 0,0043 7,5 6,0998 14,5 35,5111
1,0 0,0281 8,0 7,2482 15,0 38,8786
1,5 0,0828 8,5 8,5226 15,5 42,4386
2,0 0,1786 9,0 9,9292 16,0 46,1959
2,5 0,3240 9,5 11,4721 16,5 50,1548
3,0 0,5270 10,0 13,1576 17,0 54,3197
3,5 0,7960 10,5 14,9897 17,5 58,6944
4,0 1,1372 11,0 16,9740 18,0 63,2833
4,5 1,5577 11,5 19,1146 18,5 68,0900
5,0 2,0642 12,0 21,4168 19,0 73,1192
5,5 2,6633 12,5 23,8853 19,5 78,3749
6,0 3,3602 13,0 26,5241 20,0 83,8606
6,5 4,1616 13,5 29,3386
52
Definição das sub-bacias de drenagem
Admitindo, como já referido, afluências à rede resultantes de um dado evento pluvioso, pretende-se
avaliar a influência das mesmas a um dado colector “responsável” pela drenagem da sub-bacia a ele
associado, isto é, admitindo a entrada de água da chuva a uma dada caixa de visita a montante de
um dado colector. Apesar de, na realidade, as admissões à rede se localizarem ao longo do
comprimento do colector, esta metodologia permite uma análise mais conservativa do sistema,
considerando a acção da totalidade dos volumes afluentes em simultâneo no colector.
Na avaliação destas áreas, duas abordagens foram consideradas. A primeira seria a da definição de
sub-bacias drenantes adjacentes de fronteiras contínuas contendo áreas de terreno à partida
permeáveis e zonas totalmente impermeáveis (como coberturas de habitações e trechos de rodovia).
No que toca à segunda seria a da definição de apenas áreas totalmente impermeáveis como as
referidas coberturas e rodovias, estando estas, no entanto, dispersas na zona em estudo.
Optou-se pela primeira abordagem por se considerar de mais fácil definição sendo, ao mesmo tempo,
mais conservativa. Deste modo, recorrendo às funcionalidades do MIKE URBAN e, por meio de
observação directa do projecto da rede de drenagem, foram traçadas 35 sub-bacias drenantes a uma
caixa de visita e colector únicos. A determinação da sua forma deriva da tendência do
encaminhamento da água à superfície da mesma para a caixa de visita correspondente.
Destaca-se, no entanto, que, tratando-se de uma povoação rural, a percentagem de áreas
impermeáveis é bastante diminuta, característica essa a ter em conta na definição deste parâmetro
no software utilizado. Deste modo evitam-se afluências pluviais irreais à rede especialmente em sub-
bacias de área considerável.
A Figura 4.13 apresenta a definição das sub-bacias e respectivas ligações à rede para simulação da
solicitação pluvial na rede de Fataca.
53
Figura 4.13 - Definição das sub-bacias de drenagem pluvial e suas ligações à rede de drenagem de Fataca.
Na Tabela 4.15 indica-se, para cada sub-bacia definida, a área e a percentagem de área
impermeável correspondente, associada à geração de escoamento superficial responsável pelas
afluências pluviais à rede.
Tabela 4.15 - Características das sub-bacias definidas na povoação de Fataca.
Sub-bacia
Área (ha)
Percentagem de área impermeável (%)
Sub-bacia
Área (ha)
Percentagem de área impermeável (%)
SB_1D 0,034 15 SB_7.1D 0,078 20
SB_2D 0,045 15 SB_8D 0,106 25
SB_2.1D 0,077 20 SB_9D 0,167 15
SB_3DP 0,040 10 SB_10D 0,032 10
SB_4DP 0,031 15 SB_11D 0,086 10
SB_3D 0,036 15 SB_11.1D 0,112 10
SB_3.1D 0,135 15 SB_11.2D 0,189 10
SB_3.2D 0,047 15 SB_11.3D 0,170 10
SB_4D 0,043 15 SB_11.4D 0,317 20
SB_4.1D 0,170 25 SB_12D 0,048 10
SB_5D 0,272 20 SB_13D 0,088 10
SB_5.1D 0,147 20 SB_14D 0,050 10
SB_6D 0,300 20 SB_15D 0,104 10
SB_6.1D 0,148 20 SB_16D 0,042 10
SB_6.2D 0,170 20 SB_17D 0,064 10
SB_6.3D 0,108 20 SB_18D 0,054 10
SB_6.4D 0,150 15 SB_19D 0,112 10
SB_7D 0,176 20 TOTAL 3,95
54
Definição do hietograma de precipitação horária em Setembro e Dezembro de 2007
A definição de hietogramas é essencial quando se pretende avaliar a influência de acontecimentos
pluviais numa determinada secção de referência, seja esta de uma bacia hidrográfica seja de um
sistema de drenagem. Estes são, por definição, discretizações temporais de acontecimentos
pluviosos por meio de diagramas cronológicos dos sucessivos valores da precipitação ou da
correspondente intensidade dos mesmos (Portela, 2006).
A intensidade de precipitação, i, resulta do quociente entre a precipitação P e a respectiva duração, t
(i=P/t), e é disposta no hietograma de forma contínua ou discreta (em blocos). Hietogramas de
disposição discreta tomam a designação de hietogramas de precipitação (Portela, 2006). A
intensidade de precipitação pode ser classificada como chuvisco e aguaceiro ou como precipitação
ligeira quando , precipitação moderada quando ou precipitação
intensa quando .
As Figuras 4.14 e 4.15 apresentam os respectivos hietogramas horários referentes aos meses de
Setembro e Dezembro. Estes dados têm origem em registos da estação meteorológica de Odemira,
nos períodos considerados, de onde se retiram as respectivas intensidades de precipitação.
55
Figura 4.14 - Hietograma horário do mês de Dezembro de 2007.
Figura 4.15 - Hietograma horário do mês de Setembro de 2007.
Por análise das Figuras 4.14 e 4.15, é possível aferir que em ambos os meses ocorrem precipitações
intensas, destacando-se, no entanto, o mês de Setembro por se atingir uma intensidade de
precipitação máxima de 29,2 mm/h.
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00 3.50 4.00 4.50 5.00 5.50 6.00 6.50 7.00 7.50 8.00 8.50 9.00 9.50
10.00
Inte
nsi
dad
e d
e p
reci
pit
ação
(mm
/h)
0.00
2.50
5.00
7.50
10.00
12.50
15.00
17.50
20.00
22.50
25.00
27.50
30.00
32.50
Inte
nsi
dad
e d
e p
reci
pit
ação
(mm
/h)
56
4.2.3 - Solicitações ao modelo de drenagem
As solicitações ao modelo de drenagem consistem no caudal doméstico da população residente em
Fataca, no caudal de infiltração e no caudal pluvial, esta última apenas presente em simulações de
tempo húmido.
Caudal doméstico
O caudal médio diário de águas residuais é determinado recorrendo-se aos valores de população
residente e à sua taxa de produção de águas residuais.
Para efeitos de simulação no MIKE URBAN, a determinação do caudal médio diário realizou-se em
função da quantidade de população afecta a cada colector. Deste modo, o cálculo do caudal médio
diário (determinado de montante para jusante) não contempla o efeito da população acumulada mas
sim apenas o da população associada ao colector correspondente.
De modo a calcular-se o caudal médio diário seguindo esta metodologia, é necessário dispor-se do
comprimento de cada colector, do seu serviço de percurso (traduzido por um coeficiente denominado
Z) e da população por unidade de percurso (PUP) referente ao ano em estudo.
Define-se o coeficiente Z como um coeficiente avaliador do serviço de percurso de um dado colector.
Este coeficiente toma os valores que se apresentam na Tabela 4.16, sendo dependentes da
densidade populacional existente.
Adicionalmente, define-se o comprimento fictício de um colector, , como o valor resultante do
produto do comprimento do mesmo pelo seu coeficiente Z.
A PUP em 2015 pode ser determinada por aplicação da equação (4.2).
(4.2)
onde designa a população existente em 2015 (assume-se a população contabilizada no
Censos de 2011) e o somatório dos comprimentos fictícios de todos os colectores. Dadas as
características do caso de estudo, PUP em 2015 toma o valor de 0,16 .
57
Tabela 4.16 - Coeficientes Z para vários cenários populacionais.
Z=0,00 Colectores sem serviço de percurso.
Z=0,25 Colectores com serviço de percurso reduzido, associado a habitações
ligeiramente afastadas dos colectores.
Z=0,50 Colectores com serviço de percurso de apenas um dos lados do arruamento.
Z=0,75 Colectores com serviço de percurso elevado, mas não se equiparando a um
serviço de percurso de ambos os lados do arruamento.
Z=1,00 Colectores com serviço de percurso de ambos os lados do arruamento.
O caudal médio diário de águas residuais de cada colector é dado pelo produto da PUP de 2015 pelo
comprimento fictício desse colector e pela capitação de águas residuais. As Tabelas 4.17 e 4.18
resumem os valores de caudais médios diários determinados para cada colector do sistema de
drenagem de Fataca.
Tabela 4.17 - Caudais médios diários de águas residuais por colector na povoação de Fataca.
L (m) Z Lfictício (m) Pop. por troço Qm(m
3/h)
Pipe1 14,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe2 25,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe3 18,60 0,25 4,65 0,75 0,00285
Pipe4 7,80 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe4.1 40,00 1,00 40,00 6,46 0,02448
Pipe5 22,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe5.1 24,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe5.2 60,00 0,25 15,00 2,42 0,00918
Pipe6 26,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe7 60,30 0,75 45,26 7,31 0,02770
Pipe8 59,00 0,50 29,50 4,76 0,01806
Pipe8.1 55,00 1,00 55,00 8,88 0,03366
Pipe9 52,00 0,50 26,00 4,20 0,01591
Pipe9.1 53,50 0,50 26,75 4,32 0,01637
Pipe10 35,00 0,75 26,25 4,24 0,01607
Pipe10.1 41,00 1,00 41,00 6,62 0,02509
Pipe10.2 30,50 1,00 30,50 4,92 0,01867
Pipe10.2.1 25,00 0,25 6,25 1,01 0,00383
Pipe10.3 37,00 1,00 37,00 5,97 0,02265
Pipe10.3.1 22,50 0,50 11,25 1,82 0,00689
Pipe11 57,00 0,25 14,25 2,30 0,00872
Pipe12 20,00 0,00 0,00 0,00 0,0
58
Tabela 4.18 - Caudais médios diários de águas residuais por colector na povoação de Fataca (continuação).
L (m) Z Lfictício (m) Pop. por troço Qm(m
3/h)
Pipe12.1 48,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe12.2 58,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe12.3 48,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe12.4 50,00 0,50 25,00 4,04 0,01530
Pipe13 40,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe14 23,40 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe15 42,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe16 24,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe17 54,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe18 22,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe19 36,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe20 30,00 0,00 0,00 0,00 0,0
Pipe21 46,00 0,00 0,00 0,00 0,0
TOTAL 1306,65
O caudal doméstico associado a cada colector é determinado recorrendo-se ao diagrama de variação
horária de afluência ao sistema de drenagem. Apesar de existir na bibliografia de especialidade
exemplos típicos destes diagramas, optou-se por estabelecer o correspondente ao comportamento
das afluências da povoação de Fataca.
Este diagrama determinou-se por análise dos dados de F1, isto é, a partir dos caudais afluentes à
fossa séptica.
Assim, partindo dos registos de caudais de uma semana de Tempo Seco (DWF – Dry Weather Flow)
no ano em estudo, escolheu-se a semana de 4 a 11 de Agosto de 2007 para a determinação desse
diagrama.
Sabendo o caudal médio diário da população do sistema global em estudo, determinado pela
equação (4.3), a afluência à rede instantânea é então determinada através do quociente entre o
caudal instantâneo medido e o caudal médio diário.
(4.3)
Feito este cálculo e por sobreposição dos gráficos referentes aos oito dias em estudo, como se indica
na Figura 4.16, determina-se uma envolvente única que traduz o andamento médio da afluência
instantânea. Esse diagrama encontra-se exposto na Figura 4.17.
59
Assim, recorrendo aos caudais médios diários determinados na Tabela 4.17 e dispondo do diagrama
de variação horária de afluência ao sistema de drenagem, obtém-se o caudal doméstico instântaneo
associado a cada colector.
60
Figura 4.16 - Variação horária da afluência instantânea do caudal doméstico no período de 4 a 11 de Agosto de 2007.
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
8.0
8.5
9.0
9.5
10.0
10.5
11.0
11.5
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Fact
or d
e p
on
ta in
stan
tân
eo (-
)
Tempo (h)
Dia 4
Dia 5
Dia 6
Dia 7
Dia 8
Dia 9
Dia 10
Dia 11
61
Figura 4.17 - Variação horária da afluência do caudal doméstico à rede de drenagem.
Caudal de infiltração
A parcela correspondente ao caudal de infiltração é dependente da extensão da rede de drenagem,
da sua posição relativa ao nível freático, da hidrogeologia local, das condições iniciais de humidade
do solo, do período de seca antecedente, do estado de conservação dos colectores e dos órgãos
associados.
De acordo com o artigo 126º do Decreto Regulamentar 23/95, o caudal de infiltração pode considerar-
se igual ao caudal médio diário de águas residuais para redes de pequenos aglomerados com
colectores de diâmetro inferior a 300 .
Dado ao facto de não se dispor de informação relativa a este caudal, da origem geológica dos solos
locais nem do seu comportamento hidrogeológico, assumiu-se o valor aconselhado no Decreto
Regulamentar mencionado. Posteriormente, analisou-se a sua adequabilidade ao caso de estudo
aquando da calibração do modelo, apresentada no ponto 4.2.4 - Calibração e validação do modelo.
Caudal pluvial
O caudal pluvial afluente ao sistema de drenagem é determinado através da aplicação de modelos
hidrológicos juntamente com as sub-bacias de drenagem definidas no modelo.
Conceptualmente, essas sub-bacias de drenagem representam a área de influência de um dado
ponto de entrada no sistema, na qual, qualquer gota de água precipitada, drena necessariamente
para esse ponto. Na construção do modelo, como se indica no ponto 4.2.2 - Construção do modelo,
cada sub-bacia definida está associada a um dado colector, sendo o ponto de entrada no sistema, a
caixa de visita a montante do mesmo.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24
Fact
or
de
po
nta
inst
antâ
ne
o(-
)
Hora do dia (h)
62
4.2.4 - Calibração e validação do modelo
Neste ponto procede-se à calibração do modelo de drenagem construído. Refere-se que todas as
simulações realizadas contemplam um período de estabilização inicial antecedente ao período de
análise. Pretende-se deste modo eliminar instabilidades iniciais de simulação decorrentes do
arranque da simulação, tradutores de resultados incorrectos. Esta estabilização inicial é materializada
através do incremento, tanto em DWF como em WWF, de uma hora antecedente ao período a
analisar aquando da simulação no MIKE URBAN.
Calibração do funcionamento da rede de drenagem a montante da fossa séptica
O critério de calibração e validação do modelo consiste na comparação dos volumes médios diários
simulados e medidos na secção F1, referentes ao período em análise.. O modelo estará tanto melhor
calibrado quanto menor for a diferença entre esses dois volumes. O facto de não se recorrer, como
critério de calibração e validação, um andamento semelhante de caudais instantâneos medidos e
simulados, justifica-se com a elevada variabilidade temporal que os caudais em pequenos
aglomerados populacionais podem apresentar. Deste modo, o volume médio diário corresponde a um
parâmetro menos sensível a essas variações, facilitando a calibração e validação do modelo e
mantendo as características do aglomerado.
Na determinação do volume diário drenado, recorre-se à regra dos trapézios, sendo esta válida tanto
para a série de caudais simulados como medidos. A equação (4.4) representa a formulação
matemática da regra dos trapézios.
(4.4)
onde, (l) corresponde ao volume drenado num dado dia, (l/s) o caudal drenado no instante i,
(l/s) o caudal drenado no instante i+1, (min) o instante associado ao caudal e (min) o
instante associado ao caudal . O somatório, num ciclo de 24h, de todas as parcelas de volume
resulta no volume diário que se pretende.
Escolheu-se a semana de 4 a 11 de Agosto de 2007, correspondente a um período sem registo de
precipitação, para a calibração do modelo criado para a rede. A escolha de um período de
precipitação nula facilita o processo de calibração, dado participarem apenas para o escoamento nos
colectores as parcelas doméstica e de infiltração. Adicionalmente, possíveis erros na geração de
caudais a partir de modelos hidrológicos mal definidos são eliminados deste processo.
A qualidade da calibração é avaliada por comparação da média artimética dos volumes diários
simulados e medidos, nos períodos de análise correspondentes.
63
Nas condições do modelo, tal qual descritas nos capítulos anteriores, o volume médio diário simulado
apresentou-se superior ao volume médio diário medido, indicando deste modo, a necessidade de
diminuição da contribuição doméstica, da de infiltração ou de ambas no sistema de drenagem.
No que respeita ao caudal doméstico, parâmetros como a capitação de águas residuais e população
residente encontram-se correctas, dado tratarem-se de informação factual. O coeficiente Z associado
ao serviço de percurso dos colectores ou o diagrama de afluência à rede do caudal doméstico
(determinado anteriormente) são passíveis de alteração, no entanto a sua influência no volume médio
diário final é reduzida.
Relativamente ao caudal de infiltração, este apresentou uma influência decisiva na média dos
volumes médios diários. Assim, determinou-se que o seu valor seria, em regra, 85% do caudal médio
diário, em oposição ao aconselhado pelo Decreto Regulamentar.
Deste modo, o caudal de infiltração associado a cada colector toma os valores apresentados na
Tabela 4.19, não apresentando qualquer variação temporal, sendo por isso constante ao longo do
tempo.
Tabela 4.19 - Caudal de infiltração afluente à rede de drenagem, por colector, na povoação de Fataca.
Nº Pipe Qinf (m3/h) Nº Pipe Qinf (m
3/h)
Pipe1 0,0 Pipe10.3 0,01925
Pipe2 0,0 Pipe10.3.1 0,00585
Pipe3 0,00242 Pipe11 0,00741
Pipe4 0,0 Pipe12 0,0
Pipe4.1 0,02081 Pipe12.1 0,0
Pipe5 0,0 Pipe12.2 0,0
Pipe5.1 0,0 Pipe12.3 0,0
Pipe5.2 0,00780 Pipe12.4 0,01301
Pipe6 0,0 Pipe13 0,0
Pipe7 0,02355 Pipe14 0,0
Pipe8 0,01535 Pipe15 0,0
Pipe8.1 0,02861 Pipe16 0,0
Pipe9 0,01353 Pipe17 0,0
Pipe9.1 0,01392 Pipe18 0,0
Pipe10 0,01366 Pipe19 0,0
Pipe10.1 0,02133 Pipe20 0,0
Pipe10.2 0,01587 Pipe21 0,0
Pipe10.2.1 0,00325
A Tabela 4.20 indica os volumes médios diários simulados e medidos na semana de 4 a 11 de Agosto
de 2007, bem como o módulo da sua diferença.
64
Tabela 4.20 - Volumes médios diários medidos e simulados de 4 a 11 de Agosto, e a sua diferença, no sistema de drenagem.
Volume médio diário
medido (m3)
Volume médio diário
simulado (m3)
Diferença (m3)
11,72 11,71 0,01
Calibração do funcionamento da fossa séptica
A calibração da bacia de retenção no modelo realiza-se através da comparação do volume médio
diário simulado à saída da fossa séptica com o correspondente volume médio diário medido na
secção F2.
O período escolhido para se proceder à calibração da fossa séptica foi o mesmo que o utilizado para
a calibração do sistema a montante, ou seja 4 a 11 de Agosto de 2007.
Nas condições iniciais da bacia de retenção introduzida na construção do modelo, verificou-se um
volume médio diário simulado muito superior ao volume médio diário medido, com uma diferença de
volume da ordem de grandeza do milhar. Assim, tornou-se necessário calibrar o modelo de modo a
que a bacia de retenção mantivesse, na sua estrutura, um maior volume.
Dos parâmetros geométricos introduzidos, modificou-se o correspondente à área de superfície da
bacia, As por ser aquele que influencia o cálculo do volume interior da bacia no MIKE URBAN. No
entanto, pequenas alterações neste parâmetro resultaram em pequenas reduções do volume médio
simulado. A Tabela 4.21 indica a diferença entre os volumes médios diários simulados e medidos
para diferentes valores do parâmetro As.
Tabela 4.21 - Análise de sensibilidade do parâmetro As perante o caso de estudo.
As (m2) Diferença (m
3)
37,2 1,96
50,0 1,95
100,0 1,90
Deste modo, para que os volumes se igualassem, a área da bacia de retenção teria de tomar
dimensões muito superiores e assim afastadas da realidade. Perante estes valores, pôs-se em causa
a estanqueidade da fossa séptica, questionando-se sobre a existência de um outro sumidouro no
local que, funcionando em simultâneo com o descarregador da mesma, contribuísse para uma
redução do volume medido na secção F2.
De facto, recorrendo ao estudo de (Espírito Santo, 2008), existe a possibilidade da existência de
fugas de água na fossa séptica possivelmente devidas a fendilhação do betão armado da estrutura da
mesma, contabilizando-se uma apreciável perda de volume de água. Esta perda infiltrada
directamente no solo, contribui para uma diminuição do volume efluente registado no descarregador,
65
podendo justificar as grandes diferenças existente entre valores de volume médio simulados e
medidos.
Assim, admite-se que a ordem de grandeza do volume resultante da diferença calculada corresponde
ao volume infiltrado no solo, hipótese susceptível de investigação recorrendo a campanhas realizadas
no local.
4.2.5 - Cenários simulados
4.2.5.1 - Considerações iniciais
A criação de cenários distintos de simulação permite a avaliação do comportamento da rede de
drenagem de águas residuais de Fataca sujeita a diferentes solicitações.
Assim, simulam-se dois cenários distintos, de DWF e de WWF. O cenário de Tempo Seco pretende
traduzir as condições de Verão e o de Tempo Húmido as de Inverno, tendo-se considerado na
simulação, como meses de Verão aqueles compreendidos entre Março e Agosto e, como meses de
Inverno, os de Setembro a Abril.
Adicionalmente, estuda-se o efeito de chuvadas muito intensas no sistema de drenagem, por
simulação de alguns dias do mês de Setembro do ano de 2007, que, por observação do hietograma
correspondente (presente no ponto 4.2.2 - Construção do modelo) corresponde ao mês de maior
pluviosidade nesse ano.
Na realização de todas as simulações, considera-se o mesmo período de estabilização inicial de uma
hora. Apresentam-se igualmente em DWF, figuras representativas da variação de velocidade de
alguns colectores que se destacam no sistema de drenagem por serem de cabeceira, por se
encontrarem em pontos de confluência de trechos importantes ou por se encontrarem no final da
rede. Deste modo destacam-se os colectores Pipe1, Pipe10, Pipe10.1, Pipe11 e Pipe21.
Após o cálculo hidráulico dos diferentes cenários considerados é possível a determinação de
parâmetros qualificadores do desempenho do sistema. Esses parâmetros estão definidos em Decreto
Regulamentar sendo os designados critérios de velocidade e de altura de escoamento no interior dos
colectores.
Para que o sistema de saneamento apresente um bom funcionamento do ponto de vista hidráulico,
segundo o artigo 133º do Decreto Regulamentar nº 23/95, devem verificar-se as condições presentes
na Tabela 4.22.
66
Tabela 4.22 - Parâmetros regulamentares de sistemas de saneamento.
h/D ≤ 1,0 1 -
vmáx (m/s) 5,0 1 3,0 2
vmin (m/s) 0,9 1 0,6 2
1 para redes unitárias, usado nas simulações em tempo húmido;
2 para redes domésticas, usado nas simulações
em tempo seco.
onde, representa a altura do escoamento dentro do colector, o diâmetro do colector, a
velocidade máxima regulamentar do escoamento e a velocidade regulamentar mínima do
escoamento. O valor de velocidade mínima relaciona-se com os critérios de auto-limpeza necessários
garantir no dimensionamento de colectores de águas residuais.
Nos pontos 4.2.5.2 - Simulação em Tempo Seco – DWF, 4.2.5.3 - Simulação em Tempo Húmido –
WWF, e 4.2.5.4 - Simulação do mês de Setembro, far-se-á a avaliação do desempenho do sistema e
indicar-se-ão comentários acerca do mesmo.
4.2.5.2 - Simulação em Tempo Seco – DWF
Neste cenário pretende-se avaliar o desempenho do sistema, perante a ausência de precipitação,
nomeadamente no que respeita ao cumprimento dos critérios de auto-limpeza.
Nestas condições, contribuem apenas para a rede os caudais domésticos e de infiltração que se
determinaram no ponto 4.2.3 - Solicitações ao modelo de drenagem.
Considerou-se suficiente, para o estudo pretendido, a simulação de uma semana num dado mês de
Verão. Deste modo como período de simulação, escolheu-se o período de 21 a 28 de Agosto de
2007.
Genericamente, o caudal afluente ao sistema de drenagem no período considerado é dado pela
equação (4.5).
(4.5)
onde, designa o caudal afluente à rede de drenagem de tempo seco em Agosto de 2007,
o caudal doméstico e , o caudal de infiltração.
A título de exemplo, nas Figuras 4.18, 4.19, 4.20, 4.21 e 4.22 apresentam-se a variação de
velocidades nos colectores previamente referidos ao longo do período de simulação.
67
Figura 4.18 - Velocidade no colector Pipe1 em DWF.
Figura 4.19 - Velocidade no colector Pipe10 em DWF.
Figura 4.20 - Velocidade no colector Pipe10.1 em DWF.
Figura 4.21- Velocidade no colector Pipe11 em DWF.
Figura 4.22 - Velocidade no colector Pipe21 em DWF.
Expõe-se então nas Tabelas 4.23 e 4.24 as velocidades máximas e mínimas verificadas em todos os
colectores da rede durante o período de simulação escolhido. Adicionalmente avalia-se cada uma das
velocidades calculadas tendo em conta os valores regulamentares presentes no artigo 133º do
Decreto Regulamentar nº 23/95. Nessas tabelas, Vmáx e Vmin designam respectivamente a velocidade
0.03395
0.03395
0.03396
0.03396
0.03397
0.03397
0.03398
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Ve
loci
dad
e (m
/s)
Tempo (dias)
0.2500
0.3000
0.3500
0.4000
0.4500
0.5000
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Ve
loci
dad
e (m
/s)
Tempo (dias)
0.1500
0.1700
0.1900
0.2100
0.2300
0.2500
0.2700
0.2900
0.3100
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Vel
oci
dad
e (m
/s)
Tempo (dias)
0.4000
0.4500
0.5000
0.5500
0.6000
0.6500
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Vel
oci
dad
e (m
/s)
Tempo (dias)
0.2500
0.2700
0.2900
0.3100
0.3300
0.3500
0.3700
0.3900
0.4100
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Ve
loci
dad
e (m
/s)
Tempo (dias)
68
máxima e mínima do escoamento nos diversos coletores e Vmáx,reg e Vmin,reg as velocidades máximas e
mínimas regulamentares respectivamente.
Na Figura 4.23 apresenta-se uma vista geral do perfil longitudinal do colector principal do sistema de
drenagem de Fataca, bem como um pormenor do colector Pipe8, onde se indica, a traço encarnado,
a altura máxima de água verificada no interior dos colectores no período analisado.
69
Tabela 4.23 - Velocidades máximas e mínimas no sistema em DWF (Parte 1).
Tempo seco: 21 a 28 de Agosto de 2007
Vmáx (m/s) Vmin (m/s) Vmáx > Vmin,reg? Vmin > Vmin,reg? Vmáx < Vmáx,reg? Vmin < Vmáx,reg?
Pipe1 0,0340 0,0339 Não Não Sim Sim
Pipe2 0,0294 0,0226 Não Não Sim Sim
Pipe3 0,0701 0,0458 Não Não Sim Sim
Pipe4 0,0326 0,0210 Não Não Sim Sim
Pipe4.1 0,1356 0,0893 Não Não Sim Sim
Pipe5 0,1154 0,0727 Não Não Sim Sim
Pipe5.1 0,1225 0,0666 Não Não Sim Sim
Pipe5.2 0,0997 0,0592 Não Não Sim Sim
Pipe6 0,0977 0,0526 Não Não Sim Sim
Pipe7 0,1319 0,0857 Não Não Sim Sim
Pipe8 0,1542 0,1002 Não Não Sim Sim
Pipe8.1 0,2036 0,1332 Não Não Sim Sim
Pipe9 0,2244 0,1503 Não Não Sim Sim
Pipe9.1 0,2206 0,1022 Não Não Sim Sim
Pipe10 0,4583 0,3001 Não Não Sim Sim
Pipe10.1 0,2855 0,1624 Não Não Sim Sim
Pipe10.2 0,2718 0,1710 Não Não Sim Sim
Pipe10.2.1 0,0786 0,0355 Não Não Sim Sim
Pipe10.3 0,1421 0,0878 Não Não Sim Sim
Pipe10.3.1 0,0473 0,0293 Não Não Sim Sim
Pipe11 0,6270 0,4096 Não Não Sim Sim
Pipe12 0,6141 0,4006 Não Não Sim Sim
Pipe12.1 0,0672 0,0250 Não Não Sim Sim
Pipe12.2 0,1080 0,0676 Não Não Sim Sim
Pipe12.3 0,1097 0,0668 Não Não Sim Sim
70
Tabela 4.24 - Velocidades máximas e mínimas no sistema em DWF (Parte 2).
Tempo seco: 21 a 28 de Agosto de 2007
Vmáx (m/s) Vmin (m/s) Vmáx > Vmin,reg? Vmin > Vmin,reg? Vmáx < Vmáx,reg? Vmin < Vmáx,reg?
Pipe12.4 0,1134 0,0642 Não Não Sim Sim
Pipe13 0,5711 0,3714 Não Não Sim Sim
Pipe14 0,4521 0,2928 Não Não Sim Sim
Pipe15 0,3972 0,2593 Não Não Sim Sim
Pipe16 0,3967 0,2589 Não Não Sim Sim
Pipe17 0,3977 0,2596 Não Não Sim Sim
Pipe18 0,3970 0,2591 Não Não Sim Sim
Pipe19 0,3963 0,2587 Não Não Sim Sim
Pipe20 0,3973 0,2593 Não Não Sim Sim
Pipe21 0,3985 0,2525 Não Não Sim Sim
71
Figura 4.23 - Perfil longitudinal do colector principal com pormenor do colector Pipe8, em DWF.
72
4.2.5.3 - Simulação em Tempo Húmido – WWF
Relativamente à simulação em tempo húmido, além das componentes domésticas e de infiltração,
existe a contribuição resultante da ocorrência de precipitações nos meses onde tal se verifica. Neste
cenário, pretende-se determinar se em tempo de chuva se verifica ou não a auto-limpeza dos
colectores e/ou se a altura de escoamento é ou não superior ao diâmetro do colector.
De modo a abranger-se um período de simulação com precipitações significativas, escolheu-se como
período de simulação a totalidade do mês de Dezembro de 2007.
Genericamente, as afluências ao sistema de drenagem é dada pela equação (4.6).
(4.6)
onde, designa o caudal afluente à rede de drenagem em tempo húmido no mês de
Dezembro, o caudal pluvial resultante de chuvadas nesse mês e as restantes variáveis tomam
as designações já enunciadas.
A análise dos resultados, presente nas Tabela 4.25 e 4.26, permite constatar que no mês de
Dezembro de 2007 a altura de água dentro dos colectores não ultrapassou o valor do seu diâmetro.
Adicionalmente registam-se pelo menos uma vez, nalguns colectores, velocidades de escoamento
dentro da gama regulamentar, promovendo a sua auto-limpeza. Tendencialmente, nos colectores de
cabeceira e aqueles cuja disposição em perfil longitudinal é aproximadamente horizontal não se
verifica este critério.
Apesar desta situação não se verificar em todos os colectores, constitui uma situação desejável em
tempo húmido, promovendo a limpeza do sistema de eventuais sedimentos acumulados durante o
tempo seco.
A Figura 4.24 representa uma vez mais o perfil longitudinal do colector principal da rede de drenagem
de Fataca, indicando igualmente a altura máxima de água atingida no interior dos colectores.
Destaca-se igualmente o colector Pipe8 para se ilustrar o aumento da altura de água dentro do
mesmo comparativamente à situação de DWF.
A avaliação do comportamento do sistema face a chuvadas de maior intensidade, em oposição a
outros períodos húmidos de chuvadas menos intensas, desenvolve-se a partir do estudo do mês de
Setembro, indicado no ponto 4.2.5.4 - Simulação do mês de Setembro.
73
Tabela 4.25 - Velocidades máximas e mínimas e altura máxima no sistema em WWF (Parte 1).
Tempo húmido: Dezembro de 2007
Vmáx (m/s) Vmin (m/s) Altura máx (cm) Vmáx > Vmin,reg? Vmin > Vmin,reg? Vmáx < Vmáx,reg? Vmin < Vmáx,reg? h/D>1,0?
Pipe1 0,1414 0,0253 1,51 Não Não Sim Sim Não
Pipe2 0,2294 0,0226 1,70 Não Não Sim Sim Não
Pipe3 0,2477 0,0458 2,02 Não Não Sim Sim Não
Pipe4 0,2201 0,0208 2,81 Não Não Sim Sim Não
Pipe4.1 0,2962 0,0893 1,74 Não Não Sim Sim Não
Pipe5 0,2751 0,0727 3,98 Não Não Sim Sim Não
Pipe5.1 0,4378 0,0666 1,84 Não Não Sim Sim Não
Pipe5.2 0,3142 0,0589 1,95 Não Não Sim Sim Não
Pipe6 0,2949 0,0342 5,91 Não Não Sim Sim Não
Pipe7 0,3959 0,0845 5,91 Não Não Sim Sim Não
Pipe8 0,5246 0,1002 6,73 Não Não Sim Sim Não
Pipe8.1 0,5689 0,1326 2,10 Não Não Sim Sim Não
Pipe9 0,6743 0,1502 6,73 Não Não Sim Sim Não
Pipe9.1 0,6785 0,1022 1,44 Não Não Sim Sim Não
Pipe10 1,4735 0,2997 4,70 Sim Não Sim Sim Não
Pipe10.1 0,7454 0,1512 4,70 Não Não Sim Sim Não
Pipe10.2 0,8591 0,1710 2,85 Não Não Sim Sim Não
Pipe10.2.1 0,2948 0,0354 1,68 Não Não Sim Sim Não
Pipe10.3 0,4394 0,0878 3,34 Não Não Sim Sim Não
Pipe10.3.1 0,2523 0,0272 3,34 Não Não Sim Sim Não
Pipe11 1,9470 0,4094 4,72 Sim Não Sim Sim Não
Pipe12 1,8001 0,4005 5,28 Sim Não Sim Sim Não
Pipe12.1 0,4370 0,0250 5,28 Não Não Sim Sim Não
Pipe12.2 0,4616 0,0655 4,42 Não Não Sim Sim Não
Pipe12.3 0,4202 0,0644 4,16 Não Não Sim Sim Não
74
Tabela 4.26 - Velocidades máximas e mínimas e altura máxima no sistema em WWF (Parte 2).
Tempo húmido: Dezembro de 2007
Vmáx (m/s) Vmin (m/s) Altura máx (cm) Vmáx > Vmin,reg? Vmin > Vmin,reg? Vmáx < Vmáx,reg? Vmin < Vmáx,reg? h/D>1,0?
Pipe12.4 0,3900 0,0585 3,77 Não Não Sim Sim Não
Pipe13 1,8474 0,3713 6,21 Sim Não Sim Sim Não
Pipe14 1,4437 0,2928 7,61 Sim Não Sim Sim Não
Pipe15 1,2787 0,2592 7,66 Sim Não Sim Sim Não
Pipe16 1,2761 0,2585 7,72 Sim Não Sim Sim Não
Pipe17 1,2895 0,2595 7,73 Sim Não Sim Sim Não
Pipe18 1,2878 0,2590 7,81 Sim Não Sim Sim Não
Pipe19 1,2898 0,2587 7,83 Sim Não Sim Sim Não
Pipe20 1,2925 0,2584 7,89 Sim Não Sim Sim Não
Pipe21 1,3066 0,2608 7,90 Sim Não Sim Sim Não
75
Figura 4.24 - Perfil longitudinal do colector principal com pormenor do colector Pipe8, em WWF.
76
4.2.5.4 - Simulação do mês de Setembro
Após a simulação dos períodos de tempo seco e de tempo húmido, procede-se agora à simulação do
mês de Setembro, caracterizado por se tratar do mês de 2007 onde há registo da chuvada mais
intensa. Desta forma, simula-se o comportamento da rede de drenagem face a esta solicitação.
Os caudais intervenientes neste mês encontram-se presentes na equação (4.6), correspondendo os
caudais ao mês em questão.
Após simulação no software, ao contrário da situação de WWF de Dezembro, a altura máxima de
escoamento dentro de alguns colectores do sistema ultrapassa o seu diâmetro apresentando, muitos
deles apresentando escoamento em pressão. Adicionalmente, regista-se um maior número de
colectores com velocidades máximas atingidas dentro da gama regulamentar. Estes dois factores
contribuem para uma limpeza do sistema superior aquando da ocorrência de chuvadas de maior
intensidade, como seria de esperar.
Neste ponto inclui-se, na Figura 4.25, um perfil longitudinal do colector principal do sistema em
estudo, juntamente com alguns pormenores da linha de energia máxima do escoamento nalguns dos
colectores mais representativos.
Nas Tabelas 4.27 e 4.28 encontram-se indicados os valores obtidos por colector. Os valores de altura
máxima indicados a azul representam uma altura “fictícia” dentro dos colectores, pois ultrapassam o
seu diâmetro, indicando assim a existência de um escoamento sob pressão..
77
Tabela 4.27 - Velocidades máximas e mínimas e altura máxima no sistema em Setembro de 2007 (Parte 1).
Setembro de 2007
Vmáx (m/s) Vmin (m/s) Altura máx (cm) Vmáx > Vmin,reg? Vmin > Vmin,reg? Vmáx < Vmáx,reg? Vmin < Vmáx,reg? h/D>1,0?
Pipe1 0,2038 0,0252 2,65 Não Não Sim Sim Não
Pipe2 0,3302 0,0226 3,03 Não Não Sim Sim Não
Pipe3 0,3449 0,0423 3,80 Não Não Sim Sim Não
Pipe4 0,3030 0,0209 5,19 Não Não Sim Sim Não
Pipe4.1 0,4073 0,0885 2,95 Não Não Sim Sim Não
Pipe5 0,3680 0,0715 7,65 Não Não Sim Sim Não
Pipe5.1 0,6191 0,0666 3,21 Não Não Sim Sim Não
Pipe5.2 0,4389 0,0563 3,40 Não Não Sim Sim Não
Pipe6 0,4003 0,0459 11,16 Não Não Sim Sim Não
Pipe7 0,5451 0,0700 11,16 Não Não Sim Sim Não
Pipe8 0,7178 0,0922 13,04 Não Não Sim Sim Não
Pipe8.1 0,8000 0,1327 3,64 Não Não Sim Sim Não
Pipe9 0,9592 0,1500 13,04 Sim Não Sim Sim Não
Pipe9.1 0,9599 0,1022 2,48 Sim Não Sim Sim Não
Pipe10 2,0544 0,3001 8,59 Sim Não Sim Sim Não
Pipe10.1 1,0352 0,1454 8,59 Sim Não Sim Sim Não
Pipe10.2 1,2046 0,1692 5,03 Sim Não Sim Sim Não
Pipe10.2.1 0,4102 0,0354 2,92 Não Não Sim Sim Não
Pipe10.3 0,6171 0,0743 5,92 Não Não Sim Sim Não
Pipe10.3.1 0,3572 0,0271 5,92 Não Não Sim Sim Não
Pipe11 2,6995 0,4094 8,64 Sim Não Sim Sim Não
Pipe12 2,4740 0,3983 9,82 Sim Não Sim Sim Não
Pipe12.1 0,6020 0,0250 9,82 Não Não Sim Sim Não
Pipe12.2 0,6421 0,0599 8,16 Não Não Sim Sim Não
Pipe12.3 0,5916 0,0537 7,68 Não Não Sim Sim Não
78
Tabela 4.28 - Velocidades máximas e mínimas e altura máxima no sistema em Setembro de 2007 (Parte 2).
Setembro de 2007
Vmáx (m/s) Vmin (m/s) Altura máx (cm) Vmáx > Vmin,reg? Vmin > Vmin,reg? Vmáx < Vmáx,reg? Vmin < Vmáx,reg? h/D>1,0?
Pipe12.4 0,5434 0,0592 6,86 Não Não Sim Sim Não
Pipe13 2,5001 0,3705 12,00 Sim Não Sim Sim Não
Pipe14 1,8764 0,2916 15,94 Sim Não Sim Sim Não
Pipe15 1,6504 0,2590 17,13 Sim Não Sim Sim Não
Pipe16 1,6411 0,2579 19,89 Sim Não Sim Sim Não
Pipe17 1,6531 0,2596 22,92 Sim Não Sim Sim Sim
Pipe18 1,6403 0,2583 23,91 Sim Não Sim Sim Sim
Pipe19 1,6342 0,2583 23,91 Sim Não Sim Sim Sim
Pipe20 1,6358 0,2578 22,75 Sim Não Sim Sim Sim
Pipe21 1,6629 0,2608 21,41 Sim Não Sim Sim Sim
79
Figura 4.25 - Perfil longitudinal do colector principal com pormenor dos colectores Pipe8, Pipe16, Pipe17, Pipe18 e Pipe19, em Setembro de 2007.
80
81
4.3 - Modelação hidráulica de tratamento – HYDRUS
4.3.1 - Considerações iniciais
O principal objectivo deste sub-capítulo consiste na determinação do desempenho de sistemas não
convencionais de tratamento de águas residuais, de elevada variabilidade comportamental, com base
no estudo do leito de macrófitas existente em Fataca. Descrevem-se adicionalmente os processos a
modelar, as respectivas variáveis a controlar e os objectivos esperados do modelo criado.
Com a construção, respectiva calibração e validação do modelo, pretende-se igualmente prever o
comportamento hidráulico do sistema de tratamento no que respeita à variação de caudal face a
determinados fenómenos como evapotranspiração e precipitação, bem como a sua sensibilidade às
características hidráulicas dos meios de enchimento escolhidos, para qualquer período temporal
pretendido.
4.3.2 - Construção do modelo
Definição da geometria, características e variáveis a simular no leito de macrófitas
O escoamento das águas residuais no leito de macrófitas consiste num escoamento tri-dimensional,
sendo a admissão de caudal ao leito realizada a uma cota superior à correspondente descarga. O
facto de existirem camadas diferentes de meios de enchimento (com espessuras e características
hidráulicas distintas) contribuiu para que a definição da geometria do modelo fosse tridimensional.
Dado pretender-se, com esta dissertação, apenas estudar o comportamento hidráulico do leito de
macrófitas, no que respeita às variações de caudal existentes, a variável escolhida neste estudo foi
precisamente o Escoamento de Água “Water Flow” . Todos os balanços de caudais, desde
escoamentos afluentes/efluentes, fenómenos de evapotranspiração e de precipitação, podem ser
descritos através de caudais afluentes e efluentes ao modelo do leito de macrófitas.
De acordo com a Tabela 4.9, presente no ponto 4.1.2 - Características do sistema de drenagem e
tratamento de Fataca, modelou-se um volume de paralelepípedo correspondente ao somatório das
dimensões dos meios de enchimento presentes no leito de macrófitas, excluindo, no entanto, as
camadas de enrocamento de equalização de caudal e de recolha do efluente a montante e a jusante
desse leito.
A Figura 4.26 representa o leito criado no HYDRUS, indicando-se as suas dimensões,
posicionamento relativo dos meios de enchimento numerados a amarelo de acordo com a definição
na Tabela 4.10, secção de admissão (F2), de descarga (F3) e fronteira atmosférica (resultante do
balanço entre a evapotranspiração (ET) e da precipitação (P).
82
Figura 4.26 - Representação tridimensional do leito de macrófitas de Fataca, com identificação dos três meios de enchimento (S1, S2 e S3), da secção de admissão (F2), expulsão (F3) e fronteira atmosférica, valores em metros
(m).
Para a modelação do escoamento no domínio definido, optou-se pela definição de uma malha flexível
de elementos finitos de elementos triangulares.
Dada a dimensão do caso de estudo e salvaguardando uma simulação menos propensa a
instabilidades numéricas, optou-se pela definição de uma malha geral de triângulos de maiores
dimensões, refinando-se unicamente a secção de admissão (F2) do caudal ao leito.
A Tabela 4.29 apresenta a dimensão dos triângulos na malha geral e na secção refinada.
Tabela 4.29 - Dimensões dos triângulos da malha de elementos finitos do leito de macrófitas.
Dimensão (m)
Malha geral 2,50
F2 0,83
A Figura 4.27 representa a malha construída no HYDRUS.
83
Figura 4.27 - Representação do leito de macrófitas de Fataca em malha flexível de elementos finitos, valores em metros (m).
Tendo em conta as características de funcionamento do leito, definiram-se as seguintes condições de
fronteira no modelo criado:
“Fluxo Variável”, nas secções F2 e ET+P;
“Carga Constante”, na secção F3;
“Fluxo Nulo”, nas paredes laterais, no fundo e na superfície circundante a F3.
Na fronteira de fluxo variável F2, introduziram-se os valores de caudal horário instantâneo afluentes
ao leito de macrófitas nos períodos de análise considerados.
Relativamente à fronteira de fluxo variável (ET+P) atribuíram-se os valores resultantes do balanço da
evapotranspiração devida à actividade das macrófitas com a precipitação. Salienta-se que em DWF a
componente de precipitação é nula, sendo neste caso a fronteira controlada apenas pela
evapotranspiração. Em WWF, essa componente não é nula.
Relativamente à fronteira de carga constante F3, atribuiu-se um valor constante de altura de água de
0,5 m, de acordo com o indicado no ponto 4.1.2 - Características do sistema de drenagem e
tratamento de Fataca. Nesta secção registam-se os caudais simulados para posterior comparação
com os valores medidos.
As restantes fronteiras, que apresentam caudal nulo consequência da impermeabilização do leito,
atribuíram-se restrições de fluxo nulo.
A Figura 4.28 representa o modelo criado no software de acordo com o que foi exposto.
84
Figura 4.28 - Representação das fronteiras impostas ao modelo do leito de macrófitas.
Escoamento de água em meio poroso não saturado
Dado não se dispor de informações relativas ao comportamento dos diferentes solos em função das
condições antecedentes de humidade, dependentes da fase dos ciclos de molhagem e secagem a
que os mesmos estão sujeitos, não se considera nesta análise o fenómeno de histerese. Histerese,
aplicado neste âmbito, designa o diferente comportamento de um solo consequência das distintas
condições iniciais que se sujeitaram.
As características hidráulicas e geotécnicas dos diferentes solos, relativas aos parâmetros utilizados
na modelação, nomeadamente na definição das curvas de retenção de água nos solo e as suas
condutividades hidráulicas saturadas, encontram-se indicadas na Tabela 4.30. Os valores
apresentados correspondem aos valores existentes na base de dados do HYDRUS, por defeito
aplicados para os solos designados por Silte (Loam) e Areia (Sand). Na definição do caso de estudo,
a camada de silte pretende caracterizar a camada de terra vegetal e as camadas de areia as
camadas de areão e gravilha presentes no leito. Estes valores são passíveis de alteração aquando da
calibração do modelo.
Nas características geotécnicas dos solos, não se considera a existência de anisotropia no seu
comportamento dada à falta de dados relativos às condições de compactação a que foram sujeitos os
solos na sua colocação.
85
Tabela 4.30 - Características geotécnicas e hidrogeológicas dos materiais de enchimento do leito de macrófitas admitidas.
θr (-) θs (-) α n Ks (m/h) l
Silte 0,078 0,33 3,6 1,56 0,0104 0,5
Areia 0,045 0,33 14,5 2,68 0,297 0,5
Areia1 0,045 0,33 14,5 2,68 0,297 0,5 1Categoria no HYDRUS correspondente ao cascalho e areia. Diferenciação feita a posteriori no parâmetro
hidrogeológico Ks.
A Figura 4.29 representa as curvas de retenção de água no solo dos respectivos meios de
enchimento, obtidas por aplicação da equação (3.8) da teoria de van Genuchten – Mualem.
Figura 4.29 - Curvas de retenção de água no solo para o solo siltoso e solo arenoso/cascalhento.
A Figura 4.30 representa a distribuição dos meios de enchimento no modelo do leito de macrófitas, de
acordo com as designações presentes na memória descritiva do projecto.
-20
-18
-16
-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
h (
m)
θ (-)
Silte
Areia
86
Figura 4.30 - Representação dos meios de enchimento distribuídos pelo leito de macrófitas.
As condições iniciais de sucção dos solos presentes no leito de macrófitas, dependem das condições
a que estiveram sujeitos anteriormente. Na definição destas condições, admite-se que os solos não
se encontram nem saturados nem secos, mas sim com um grau de humidade igual à percentagem de
humidade do ar circundante. Assim, a sucção total do solo pode ser dada pelas equações (4.7), (4.8)
e (4.9), sendo a segunda designada por Lei de Kelvin ou Lei Psicrométrica.
(4.7)
(4.8)
(4.9)
onde, designa a sucção total do solo, a pressão atmosférica, a pressão de água, a
pressão osmótica, a constante universal dos gases (8,314 J/(mol K)), a temperatura absoluta,
a massa volúmica da água pura (998 kg/m3 para T=20ºC), a massa molecular da água (18,016
kg/kmol), a humidade relativa do ar exterior no local, a aceleração da gravidade e a altura de
água correspondente a determinada sucção.
Admitindo uma contribuição nula da parcela osmótica e os valores presentes na Tabela 4.31 a sucção
de água, medida em altura de água, em todo o domínio do leito é de -9,57 m.
87
Tabela 4.31 - Dados admitidos no cálculo das condições iniciais aplicadas ao leito de macrófitas.
Rh (-) 0,500
R (J/(mol K)) 8,314
T (K) 293,150
Mw (kg/kmol) 18,016
ρw (kg/m3) 998,000
uatm (MPa) 0,0
u (MPa) -93,580
hw (m) -9,570
Evapotranspiração e Precipitação
O fenómeno de evapotranspiração encarou-se como um sumidouro do sistema enquanto que o da
precipitação encarou-se como uma fonte do mesmo.
Estando sempre dependentes do instante de simulação, o balanço resultante dos dois fenómenos é
imposto à fronteira definida como ET + P, podendo esta funcionar como um sumidouro (caso ET>P)
ou como uma fonte (caso ET<P). Tanto os valores da evapotranspiração como da precipitação em
cada instante encontram-se presentes em anexo.
4.3.3 - Solicitações ao modelo de tratamento
Caudal doméstico, de infiltração e pluvial
Uma vez tratar-se de uma modelação de um sistema integrado de saneamento, é possível afirmar
que as solicitações relativas aos caudais domésticos, de infiltração e pluviais impostas na modelação
do sistema de drenagem são aplicáveis na modelação do sistema de tratamento.
No modelo desenvolvido para o tratamento, os dados de input consistem nos valores simulados no
MIKE URBAN a jusante da fossa séptica garantindo, deste modo, o carácter integrado do sistema de
saneamento. Os caudais simulados e medidos nas secções F2 e F3 são alvo de comparação de
modo a avaliar-se o desempenho da modelação
A área de admissão do leito de macrófitas correspondente é de cerca 7,42 m2.
Nos Anexos A.1 a A.14, encontram-se representados os caudais medidos afluentes ao leito de
macrófitas (F2) para os períodos simulados.
88
Evapotranspiração
Como sumidouros do modelo, para além da saída do efluente do leito, considera-se o efeito da
evapotranspiração devida a fenómenos de evaporação de água do meio de enchimento e
transpiração das espécies vegetais de macrófitas existentes no leito.
Apesar de não terem sido feitas medições em campo, consultou-se o sistema SAGRA – Sistema
Agrometeorológico para a Gestão da Rega no Alentejo, de modo a se obterem os valores da taxa de
evapotranspiração cultural de referência, ET0.
Neste sistema determina-se a evapotranspiração cultural de referência, ET0, segundo a fonte de
origem, a partir do método de Penman-Monteith. A evapotranspiração cultural de referência
representa a evapotranspiração de uma superfície de referência sem restrições de água. Uma vez
que ET0 depende apenas de factores climáticos, é adequada a sua aplicação a partir de dados
meteorológicos. A equação (4.10) representa a fórmula de Penman-Monteith.
Δ (4.10)
onde, representa a evapotranspiração cultural de referência (mm/d), a radiação líquida à
superfície da cultura (MJm-2
d-1
), o fluxo de calor do solo (MJm-2
d-1
), a temperatura média diária a
2 m de altura (ºC), a velocidade do vento a 2 m de altura (m/s), a pressão de saturação de vapor
(kPa), a pressão de vapor actual (kPa), Δ o declive da curva de pressão de vapor (kPaºC-1
) e a
constante psicométrica (kPaºC-1
).
Sabendo o valor de ET0 e por aplicação de um coeficiente de cultura, Kc, obtém-se o valor da
evapotranspiração associada a uma dada espécie vegetal por aplicação da equação (4.11) (Allen et
al. 1998).(Allen, Pereira, Raes, & Smith, 1998)
(4.11)
Os valores de Kc para cada estágio de desenvolvimento ,relativos às espécies vegetais existentes no
leito estão presentes na literatura de especialidade, embora essa informação seja escassa. Segundo
Galvão (2009), o coeficiente Kc é específico de cada espécie vegetal, variando ao longo do ciclo seu
vegetativo e em função do seu estágio de desenvolvimento. Para o caso de estudo, Galvão (2209)
determinou os coeficientes culturais das espécies vegetais presentes no leito de macrófitas de
Fataca, tendo sido utilizados estes dados na presente dissertação. As Tabelas 4.32 e 4.33 indicam,
respectivamente, a informação existente na literatura e a determinada experimentalmente por Galvão
(2009). Por aplicação da equação (4.11) e por consulta da Tabela 4.33, é possível o cálculo a taxa de
evapotranspiração das espécies presentes no leito de macrófitas, no local de estudo.
89
Tabela 4.32 – Valores de Kc para Typha e Phragmites (Galvão 2009).
Publicação Planta Período Kc
Allen et al., 1998
Typha
Inicial 0,6
Meia-estação 1,2
Final 0,6
Phragmites
Inicial 0,9
Meia-estação 1,2
Final 0,7
Mueller et al., 2005 Phragmites Abril-Setembro 1,83
Tabela 4.33 – Valores de Kc mensais para o leito de macrófitas de Fataca, adaptado de Galvão (2009).
Mês Kc
Junho 1,5
Julho 2,1
Agosto 1,6
Setembro 1,1
Outubro 0,7
Novembro 0,8
Dezembro 0,7
Dado a que taxa de evapotranspiração não se processa com mesma intensidade ao longo do dia,
distribuiu-se a taxa de evapotranspiração diária pelo período das 7h às 17h, de acordo com as
respectivas percentagens. Fora deste período, a evapotranspiração toma valores nulos. As
percentagens horárias foram retiradas do trabalho de Galvão (2009) e encontram-se presentes na
Tabela 4.34.
Tabela 4.34 - Distribuição da percentagem de evapotranspiração por hora.
Hora Percentagem Hora Percentagem
1h 0,0 13h 13,3
2h 0,0 14h 12,3
3h 0,0 15h 10,8
4h 0,0 16h 7,7
5h 0,0 17h 5,1
6h 0,0 18h 0,0
7h 2,6 19h 0,0
8h 5,1 20h 0,0
9h 7,7 21h 0,0
10h 10,8 22h 0,0
11h 11,8 23h 0,0
12h 12,8 24h 0,0
90
As Tabelas 4.35, 4.36, 4.37 e 4.38 representam os valores de evapotranspiração cultural de
referência diários, ET0, e coeficiente de cultura associado, nos períodos de DWF, de WWF e de
Setembro.
Como é possível constatar, os valores de ET0 no período de Verão são muito superiores aos valores
registados no período de Inverno. Deste modo, a parcela de evapotranspiração no balanço de
caudais far-se-á sentir com maior intensidade no primeiro do que no segundo.
Nos Anexos A.15 a A.22 apresentam-se os valores de evapotranspiração real horária existente no
leito de macrófitas.
Tabela 4.35 - Evapotranspiração cultural de referência e coeficiente de cultura no período de DWF.
Dia ET0 (mm/d) Kc
21-08-2007 4,6
1,6
22-08-2007 5,0
23-08-2007 5,7
24-08-2007 5,3
25-08-2007 3,8
26-08-2007 4,6
27-08-2007 4,5
28-08-2007 3,8
Tabela 4.36 - Evapotranspiração cultural de referência e coeficiente de cultura no período de WWF.
Dia ET0 (mm/d) Kc
01-12-2007 1,0
0,7
02-12-2007 1,0
03-12-2007 1,0
04-12-2007 1,1
05-12-2007 1,4
06-12-2007 1,0
07-12-2007 0,9
08-12-2007 0,9
09-12-2007 0,5
10-12-2007 1,5
11-12-2007 1,8
12-12-2007 2,0
13-12-2007 1,9
14-12-2007 1,7
15-12-2007 1,6
16-12-2007 1,2
17-12-2007 1,0
91
Tabela 4.37 - Evapotranspiração cultural de referência e coeficiente de cultura no período de WWF (continuação).
Dia ET0 (mm/d) Kc
18-12-2007 1,8
0,7
19-12-2007 1,1
20-12-2007 1,2
21-12-2007 1,0
22-12-2007 1,4
23-12-2007 1,2
24-12-2007 1,2
25-12-2007 1,0
26-12-2007 1,2
27-12-2007 1,5
28-12-2007 1,5
29-12-2007 1,3
30-12-2007 1,5
31-12-2007 1,2
Tabela 4.38 - Evapotranspiração cultural de referência e coeficiente de cultura no período de 6 a 18 de Setembro.
Dia ET0 (mm/d) Kc
06-09-2007 5,1
1,1
07-09-2007 2,8
08-09-2007 2,3
09-09-2007 2,9
10-09-2007 2,4
11-09-2007 1,9
12-09-2007 2,7
13-09-2007 3,6
14-09-2007 3,2
15-09-2007 3,8
16-09-2007 3,1
17-09-2007 2,7
18-09-2007 2,9
Precipitação
A parcela da precipitação no sistema corresponde a uma fonte do mesmo. Relativamente à sua
contribuição nas simulações desenvolvidas, recorreram-se aos mesmos valores retirados do SNIRH e
utilizados no ponto 4.2 - Modelação hidráulica de drenagem - MIKE URBAN para a caracterização
dos cenários simulados, nomeadamente ao cenário de WWF.
92
Nos Anexos A.23 a A.28 indicam-se os registos de precipitação na estação meteorológica de
Odemira no mês de Dezembro. Adicionalmente, os valores de precipitação referentes ao período de
Setembro analisado encontram-se dispostos nos Anexo A.29 aAnexo A.34.
4.3.4 - Calibração e validação do modelo
Neste ponto, à semelhança do modelo de drenagem, procede-se à calibração do modelo tratamento
e sua validação. A calibração deste modelo, comparativamente à do modelo de drenagem, é mais
complexa dadas as incertezas relativas a determinados parâmetros do modelo. Esses parâmetros
consistem nas condições iniciais de sucção no leito, as condutividades hidráulicas saturadas reais
dos meios de enchimento modelados e na determinação exacta das curvas de retenção de água no
solo.
Todas as simulações realizadas incluem um período de estabilização inicial de cinco dias
antecedentes ao período de análise. Pretende-se assim não só eliminar instabilidades iniciais de
simulação decorrentes do arranque de simulação, tradutores de resultados incorrectos, como também
garantir um enchimento prévio do leito de macrófitas anterior ao início da simulação.
Adoptou-se nessa estabilização inicial um caudal constante correspondente à média dos caudais
instantâneos medidos na secção F2 nos cinco dias antecedentes.
A calibração realizou-se no mesmo período escolhido na modelação do sistema de drenagem, 4 a 11
de Agosto, comparando-se os volumes médios diários associados ao escoamento simulado com os
volumes médios diários medidos na secção de descarga F3. Adicionalmente analisa-se, a partir dos
registos de caudais simulados, a existência de um amortecimento temporal e de amplitude de caudal
promovido pela existência de um leito de macrófitas. Os parâmetros sujeitos a afinação neste
processo consistem nos valores dos coeficientes de condutividade hidráulica saturados dos meios de
enchimento do leito. Relativamente ao ajuste destes coeficientes, consultou-se a bibliografia de
especialidade referente aos intervalos típicos admissíveis de determinados solos. A Tabela 4.39
indica esses valores.
Tabela 4.39 - Valores admissíveis de Ks para diferentes solos, adaptado de Maranha das Neves (2006).
Ks (m/h)
Argila < 0,000036
Silte 0,000036 a 0,036
Areia 0,036 a 36
Cascalho > 36
A combinação de coeficientes de condutividade hidráulica saturada dos diferentes meios de
enchimento que minimizou a diferença de volumes médios diários foi a que se expõe na Tabela 4.40.
93
Tabela 4.40 - Características geotécnicas e hidrogeológicas dos materiais de enchimento do leito de macrófitas após calibração.
θr (-) θs (-) α n Ks (m/h) l
Silte 0,078 0,33 3,6 1,56 0,036 0,5
Areia 0,045 0,33 14,5 2,68 20 0,5
Cascalho 0,045 0,33 14,5 2,68 40 0,5
A Figura 4.31 representa a variação, durante o período de simulação, dos caudais medidos em F2 e
em F3 assim como os caudais em F3 resultantes da simulação no modelo por aplicação dos caudais
medidos em F2. Constata-se que na secção F3, estes caudais simulados aproximam-se dos
respectivos caudais medidos, indicando que as condutividades hidráulicas saturadas introduzidas
para os diferentes meios de enchimento se aproximam das reais. Na mesma figura, é também
possível observar o amortecimento temporal e de amplitude de caudal provocado pelo leito de
macrófitas, consistente com o amortecimento verificado in situ.
Figura 4.31 - Variação dos caudais medidos em F2 e medidos e simulados em F3, de 4 a 11 de Agosto de 2007.
Para se avaliar a qualidade da modelação, recorreram-se aos indicadores estatísticos coeficiente de
correlação de Pearson e erro quadrático médio
Define-se coeficiente de correlação de Pearson como o coeficiente resultante do quociente entre a
covariância de duas variáveis e o produto dos seus desvios padrão. Este coeficiente mede o grau de
relação entre duas variáveis distintas e toma valores no intervalo [-1,0;1,0], onde -1,0 indica uma
correlação negativa (quando uma variável aumenta a outra diminui), 0 indica independência linear
entre as duas variáveis e 1,0 indica uma relação perfeita entre as duas variáveis.
Importa igualmente referir que coeficientes de correlação nas gamas:
i) [-1,0;-0,6] e [0,6;1,0] indicam fortes correlações;
ii) ]-0,6;-0,3] e [0,3;0,6[ indicam correlação moderada;
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
Cau
dal
(m3 /
h)
F2 Medido F3 Medido F3 Simulado
94
iii) ]-0,3;0,3[ indica fraca correlação.
O erro quadrático médio (EQM) representa o valor esperado do quadrado da diferença entre os
valores medidos e simulados. Destaca-se que as duas variáveis são exactamente iguais quando o
seu erro, em cada instante, for nulo, isto é, quando o valor do EQM associado for nulo. Assim, os
valores simulados aproximam-se melhor dos medidos quanto menor for o seu valor de EQM.
Apresenta-se na Tabela 4.41 os valores do coeficiente de correlação de Pearson e o EQM para os
pares de caudais simulados e medidos F3.
Tabela 4.41 - Coeficiente de correlação de Pearson e EQM dos caudais medidos e simulados em F3, no período de 4 a 11 de Agosto de 2007.
Coef. Correlação EQM
F3 0,88 0,0034
É possível então constatar que existe uma forte correlação entre os valores de caudal medidos e
simulados em F3, bem como um reduzido valor de EQM, permitindo validar, deste modo, o modelo
criado para o caso de estudo.
A média dos volumes diários na secção F3 foi igualmente determinada pela aplicação da regra dos
trapézios indicada na equação (4.4), indicando-se na Tabela 4.42 os seus valores neste período.
Tabela 4.42 - Média dos volumes medidos e simulados diários de 4 a 11 de Agosto, e sua diferença, no sistema de tratamento.
Volume médio diário medido (m
3)
Volume médio diário simulado (m
3)
Diferença (m3)
6,36 5,74 0,62
4.3.5 - Cenários simulados.
4.3.5.1 - Considerações iniciais
Dado o carácter integrado, a simulação de DWF e WWF contemplam os mesmos períodos
respectivamente de 21 e 28 de Agosto de 2007 e todo o mês de Dezembro. Como indicado
anteriormente, todas as simulações prevêem uma estabilização inicial de cinco dias anteriores aos
respectivos períodos em análise.
95
4.3.5.2 - Simulação em Tempo Seco – DWF
A simulação em DWF recorre aos dados simulados no MIKE URBAN e a evapotranspiração
correspondente ao período em análise, determinados pela aplicação da equação (4.11).
As Figuras 4.32 e 4.33 representam a variação dos caudais simulados e medidos nas secções F2 e
F3 no período de DWF.
Figura 4.32 - Variação dos caudais simulados e medidos na secção F2 em DWF.
Figura 4.33 - Variação dos caudais simulados e medidos na secção F3 em DWF.
Através da análise das duas figuras constata-se que os caudais simulados e medidos na secção F2
não ultrapassam o valor máximo de 1,00 m3/h, sendo por isso da mesma ordem de grandeza.
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
4.00
Cau
dal
(m3 /
h)
F2 Simulado F2 medido
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
Cau
dal
(m3/h
)
F3 Simulado F3 Medido
96
Registam-se, no entanto, valores simulados por vezes superiores aos medidos em F2, possivelmente
devido à falta de estanqueidade real da fossa séptica que contribui para uma diminuição dos caudais
medidos na saída desta. Adicionalmente, nota-se uma maior variabilidade nos caudais medidos dada
a difícil previsão dos diagramas de consumos reais em pequenos aglomerados populacionais, como
anteriormente se referiu.
Registam-se, em ambas as situações, o efeito de amortecimento temporal e amplitude de caudal,
sendo esta última mais regular nos resultados simulados.
É possível afirmar assim que o sistema integrado funciona de modo aceitável, tendo em conta as
limitações do projecto, em cenário de DWF.
Apresenta-se, igualmente, na Tabela 4.43 os valores de coeficiente de correlação e o EQM associado
Tabela 4.43 - Coeficiente de correlação de Pearson e EQM dos caudais medidos e simulados em F3, no período de DWF.
Coef. Correlação EQM
F3 0,57 0,0150
4.3.5.3 - Simulação em Tempo Húmido – WWF
Neste cenário para além dos caudais domésticos e de infiltração presentes em DWF, existe a
contribuição do caudal resultante dos eventos pluviosos. Importa salientar que os valores de
evapotranspiração em WWF são significativamente inferiores aos registados em DWF (sendo
consistente com a estação do ano em que cada um se insere).
Assim, de forma semelhante ao período de DWF, a simulação em WWF deveria recorrer aos dados
simulados no MIKE URBAN e de evapotranspiração correspondentes ao mês de Dezembro. No
entanto, regista-se uma elevada diferença neste cenário entre o caudal simulado no sistema de
drenagem e o caudal medido na secção F2.
As razões que podem explicar esta diferença elevada consistem:
Sobreestimação das percentagens de áreas impermeáveis adoptadas na simulação,
contribuindo assim para um aumento dos caudais recolhidos e transportados no sistema de
drenagem até à secção F1;
Deficiente estanqueidade da fossa séptica, promovendo um maior amortecimento dos
caudais medidos em F2 que irá contribuir, consequentemente, para um aumento da diferença
registada entre estes e os caudais simulados no MIKE URBAN (que não contemplam a perda
por infiltração da fossa séptica);
Elevada variabilidade que os fenómenos pluviosos podem apresentar tanto espacialmente
como temporalmente. Dado que os registos de precipitação provêm da estação
97
meteorológica de Odemira, a cerca de 7 km da povoação de Fataca, é possível admitir que a
precipitação ocorrida em Fataca tenha sido de intensidade inferior à registada em Odemira,
contribuindo desta forma para uma possível diminuição dos caudais afluentes ao sistema de
drenagem.
Deste modo, a comparação entre caudais simulados e medidos na secção F3 seria infrutífera. No
entanto, com o objectivo de estudar a eficácia do modelo de tratamento face a situações de WWF,
simulam-se os caudais medidos em F2 no mesmo, comparando os caudais resultantes desta
simulação na secção F3 com os correspondentes medidos.
A Figura 4.34 representa os caudais medidos e caudais medidos e simulados respectivamente nas
secções F2 e F3 no mês de Dezembro.
Figura 4.34 - Variação dos caudais medidos em F2 e medidos e simulados em F3 em WWF.
Por análise da figura, é possível aferir que, em regra, os caudais simulados em F3 acompanham
relativamente bem o andamento dos caudais medidos na mesma secção. Uma análise conjunta da
figura e do hietograma da estação meteorológica de Odemira (presente na Figura 4.34), é possível
afirmar que o modelo é sensível ao fenónemo de precipitação ocorrida entre 18 e 21 de Dezembro de
intensidade possivelmente semelhante à ocorrida em Fataca no mesmo período.
A Tabela 4.44 expõe os valores de coeficiente de correlação e o EQM entre F3 medido e simulado
para o período simulado de Dezembro de 2007.
Tabela 4.44 - Coeficiente de correlação de Pearson e EQM dos caudais medidos e simulados em F3, no período de WWF.
Coef. Correlação EQM
F3 0,91 0,0127
De acordo com a análise estatística presente nesta tabela, o EQM apresenta um valor inferior ao
homologo em DWF.
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
Cau
dal
(m3 /
h)
F2 Medido F3 Medido F3 Simulado
98
Relativamente ao coeficiente de correlação de Pearson este apresenta um valor semelhante ao de
DWF, inserindo-se na categoria de correlação elevada.
A Tabela 4.45 apresenta a média dos volumes diários do período de 1 a 31 de Dezembro, bem como
a sua diferença média.
Tabela 4.45 - Média dos volumes medidos e simulados diários de 1 a 31 de Dezembro, e sua diferença, no sistema de tratamento.
Volume médio diário medido (m
3)
Volume médio diário simulado (m
3)
Diferença (m3)
6,15 5,59 0,56
99
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES, PROJECTOS E INVESTIGAÇÕES
FUTURAS
Conclusões
Do estudo desenvolvido nesta dissertação é possível retirar várias conclusões que se destacam neste
capítulo. Muitas destas conclusões não se cingem apenas ao desenvolvimento de modelos de
modelação hidráulica mas sim à modelação em geral.
Em primeiro lugar é necessário destacar a importância da existência de um cadastro actualizado das
infra-estruturas a modelar. No caso particular dos sistemas integrados de saneamento, é necessário
dispor-se de dados correctos sem ambiguidade relativos ao estado de conservação do sistema de
drenagem (colectores e estruturas de retenção como fossas sépticas), dados actualizados de
eventuais intervenções ou eventuais adaptações efectuadas na rede, assim como a determinação
correcta de parâmetros hidrológicos, como medições de precipitação nos locais de estudo. Muitos
dos dados estimados ou assumidos no decorrer desta dissertação e utilizados nos modelos
desenvolvidos, carecem de uma validação no local, podendo comprometer algumas dessas
simulações, como se verificou em cenário de tempo húmido.
Destaca-se, igualmente, a importância crescente do planeamento, dimensionamento e gestão
recorrendo a modelação em tempo real de sistemas de saneamento integrado, melhorando assim o
desempenho e a fiabilidade deste. Deste modo é possível uma gestão mais sustentável e segura,
evitando-se assim descargas de emergência de cargas poluentes para o meio ambiente, assumindo-
se um maior controlo de inundações possíveis de ocorrer em cidades.
No que toca à aplicação de leitos de macrófitas como solução de tratamento de pequenos
aglomerados populacionais, bem como a sua modelação, embora ainda embrionária, revelam-se
como ferramentas essenciais de exploração destes sistemas. Adicionalmente, a criação de modelos
de leitos de macrófitas de comprovado bom funcionamento in situ, permitem a sua aplicação no
dimensionamento de novos sistemas de tratamento em pequenos aglomerados com características
semelhantes. Problemas semelhantes encontram soluções semelhantes, obtidos de uma forma
expedita.
Quanto ao desempenho de simulação, esta depende em grande parte da fiabilidade dos dados
inseridos. Dados aproximados ou estimados incluem e per si erros que comprometem, em maior ou
menor escala, o desempenho do modelo. Assim uma recolha prolongada de dados no local em
estudo bem como uma análise cuidada dos mesmos constituem um ponto essencial na simulação de
dados fidedignos.
Adicionalmente, a presente dissertação baseou-se num estudo de um sistema pseudo-separativo, ao
invés de um sistema exclusivamente separativo, dado o registo de afluências pluviais ao mesmo. A
consideração desta parcela contribui para um acréscimo de variáveis intervenientes na modelação
100
como áreas de sub-bacias drenantes, percentagem impermeável associada e percentagem
indevidamente afluente ao sistema. No que se refere à escolha do modelo de escoamento superficial,
esta deve ser tal que permita a melhor adaptação à realidade do caso de estudo.
Projectos e investigações futuras
Para o caso de estudo em causa aconselha-se a recolha de informação meteorológica,
nomeadamente registos de precipitação, num local suficientemente perto do leito de macrófitas e da
averiguação do estado de conservação e funcionamento da fossa séptica. Adicionalmente, seria
importante dispor-se de informação relativa ao comportamento geotécnico e geológico dos meios de
enchimento efectivamente presentes no leito, nomeadamente condutividade hidráulica, porosidade,
curvas de retenção de águas no solo reais.
Uma abordagem interessante seria o desenvolvimento de modelos tradutores da modificação dessas
características (devido à colmatação e criação de caminhos preferenciais de escoamento) que
funcionassem de forma integrada com o modelo do leito, permitindo a alteração ao longo do tempo
destas características, e consequentemente, o desempenho do sistema.
Apesar de não abordada nesta dissertação, o estudo do desempenho do tratamento da carga
poluente no leito, monitorizada pela qualidade do seu efluente, seria o próximo estudo a ser feito. A
integração deste módulo na presente análise permite ao leitor não só inteirar-se dos balanços
hidráulicos ocorrentes nos sistemas de saneamento como também do seu desempenho ambiental.
Finalmente é importante salientar que se considera fundamental um estudo de viabilidade económica
da aplicação de sistemas de gestão integrada em pequenos aglomerados populacionais, avaliando a
sua aplicabilidade real, no que toca às suas vantagens face à gestão actualmente existente.
101
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106
A1
ANEXOS
(Morvannou, Choubert, Vanclooster, & Molle, 2014)
A2
A1
Anexo A.1 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em de 4 a 11 de Agosto (Parte 1).
F2 – 4 a 11 Ago F2 – 4 a 11 Ago F2 - 4 a 11 Ago F2 - 4 a 11 Ago F2 - 4 a 11 Ago
Dia Hora (h) Q (m
3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
WARM UP 0,3927
04-08-2007
1 0,5383
05-08-2007
1 0,4681
06-08-2007
1 0,4629
07-08-2007
1 0,3537
08-08-2007
1 0,4263
2 0,3377 2 0,3355 2 0,3819 2 0,2307 2 0,2619
3 0,2482 3 0,4837 3 0,2411 3 0,1503 3 0,1622
4 0,1548 4 0,3459 4 0,1785 4 0,1099 4 0,1220
5 0,1073 5 0,1944 5 0,1341 5 0,0967 5 0,0896
6 0,1138 6 0,1140 6 0,1009 6 0,0817 6 0,0704
7 0,0939 7 0,0988 7 0,0922 7 0,0704 7 0,0624
8 0,0663 8 0,1017 8 0,1098 8 0,1889 8 0,1667
9 0,2614 9 0,3085 9 0,3223 9 0,5792 9 0,5378
10 0,7077 10 0,5943 10 0,4831 10 0,4669 10 0,6957
11 0,5506 11 0,5207 11 0,4214 11 0,3686 11 0,6888
12 0,6390 12 0,3552 12 0,4780 12 0,2402 12 0,8721
13 0,7249 13 0,4649 13 0,3673 13 0,2526 13 0,7517
14 0,7620 14 0,5484 14 0,4200 14 0,2652 14 0,5592
15 0,6173 15 0,6306 15 0,5876 15 0,4262 15 0,5693
16 0,5852 16 0,5921 16 0,5519 16 0,4106 16 0,5271
17 0,7006 17 0,8005 17 0,5369 17 0,3430 17 0,4725
18 0,5610 18 0,7109 18 0,5234 18 0,3338 18 0,5265
19 0,4399 19 0,5500 19 0,4648 19 0,2713 19 0,5006
20 0,6243 20 0,4433 20 0,3304 20 0,4061 20 0,3676
21 0,5335 21 0,7464 21 0,2983 21 0,6516 21 0,7450
22 0,6557 22 0,8276 22 0,4089 22 0,6977 22 0,9344
23 0,9202 23 0,6639 23 0,6774 23 0,6206 23 0,6786
24 0,6683 24 0,5377 24 0,4673 24 0,5262 24 0,5132
A2
Anexo A.2 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em de 4 a 11 de Agosto (Parte 2).
F2 - 4 a 11 Ago F2 - 4 a 11 Ago F2 - 4 a 11 Ago
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
09-08-2007
1 0,3308
10-08-2007
1 0,3179
28-08-2007
25 0,4584
2 0,2001 2 0,2129 26 0,2628
3 0,1676 3 0,1662 27 0,1759
4 0,1458 4 0,1124 28 0,1178
5 0,1005 5 0,0870 29 0,1024
6 0,0795 6 0,0702 30 0,0775
7 0,0634 7 0,0559 31 0,0558
8 0,1557 8 0,1087 32 0,1111
9 0,4875 9 0,5678 33 0,2068
10 0,6776 10 0,5767 34 0,4383
11 0,6380 11 0,5206 35 0,6576
12 0,5109 12 0,4514 36 0,5235
13 0,3656 13 0,3869 37 0,4541
14 0,4966 14 0,3392 38 0,6350
15 0,4590 15 0,3209 39 0,5879
16 0,3455 16 0,3113 40 0,5508
17 0,3281 17 0,2782 41 0,4233
18 0,2472 18 0,2656 42 0,3829
19 0,2539 19 0,2241 43 0,3334
20 0,4059 20 0,2253 44 0,3964
21 0,6108 21 0,5382 45 0,7147
22 0,6941 22 0,9537 46 0,9882
23 0,7160 23 0,6547 47 0,7078
24 0,4737 24 0,5675 48 0,4724
A3
Anexo A.3 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em DWF (Parte 1).
F2 - DWF F2 - DWF F2 - DWF F2 - DWF F2 - DWF
Dia Hora (h) Q (m
3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
WARM UP 0,2678
21-08-2007
1 0,2601
22-08-2007
1 0,2615
23-08-2007
1 0,2810
24-08-2007
1 0,4145
25-08-2007
1 0,3892
2 0,2018 2 0,1899 2 0,1961 2 0,3108 2 0,2535
3 0,1519 3 0,1139 3 0,1609 3 0,2347 3 0,1793
4 0,1042 4 0,0915 4 0,1365 4 0,1396 4 0,1581
5 0,0832 5 0,0784 5 0,0852 5 0,1303 5 0,1282
6 0,0735 6 0,0558 6 0,0851 6 0,0899 6 0,1016
7 0,0531 7 0,0578 7 0,0639 7 0,0749 7 0,0890
8 0,1601 8 0,1248 8 0,1277 8 0,1292 8 0,1088
9 0,3173 9 0,4873 9 0,4267 9 0,4619 9 0,2255
10 0,4175 10 0,5493 10 0,4831 10 0,5405 10 0,5043
11 0,4268 11 0,3753 11 0,3947 11 0,3866 11 0,7156
12 0,4636 12 0,3560 12 0,3355 12 0,4247 12 0,7143
13 0,3418 13 0,3100 13 0,3336 13 0,3218 13 0,5770
14 0,2955 14 0,2594 14 0,2448 14 0,2394 14 0,5992
15 0,2421 15 0,2346 15 0,2807 15 0,2348 15 0,7817
16 0,4146 16 0,2274 16 0,2385 16 0,3451 16 0,6839
17 0,4565 17 0,1823 17 0,2691 17 0,3442 17 0,4781
18 0,2818 18 0,2724 18 0,2034 18 0,2719 18 0,4094
19 0,2532 19 0,3148 19 0,2244 19 0,4226 19 0,4298
20 0,2342 20 0,2737 20 0,2898 20 0,7865 20 0,4079
21 0,4114 21 0,4022 21 0,5955 21 0,8012 21 0,5539
22 0,4706 22 0,9243 22 0,7807 22 0,7417 22 0,6527
23 0,6620 23 0,8747 23 0,6505 23 0,5940 23 0,5235
24 0,4110 24 0,4215 24 0,6091 24 0,4993 24 0,3884
A4
Anexo A.4 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em DWF (Parte 2).
F2 - DWF F2 - DWF F2 - DWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
26-08-2007
1 0,2680
27-08-2007
1 0,2567
28-08-2007
25 0,4935
2 0,2208 2 0,1944 26 0,2600
3 0,1650 3 0,1422 27 0,1480
4 0,1295 4 0,1203 28 0,1013
5 0,1264 5 0,0967 29 0,0756
6 0,0947 6 0,0928 30 0,0553
7 0,0807 7 0,0974 31 0,0544
8 0,0802 8 0,1645 32 0,0632
9 0,1724 9 0,4634 33 0,2204
10 0,3056 10 0,8438 34 0,2490
11 0,6152 11 0,5678 35 0,3056
12 0,6650 12 0,5095 36 0,4573
13 0,7737 13 0,3259 37 0,4233
14 0,6493 14 0,2900 38 0,4357
15 0,4921 15 0,3270 39 0,4805
16 0,3732 16 0,3545 40 0,3394
17 0,3294 17 0,2612 41 0,3157
18 0,3486 18 0,2042 42 0,2003
19 0,3813 19 0,1650 43 0,2196
20 0,3552 20 0,1686 44 0,2455
21 0,4727 21 0,3661 45 0,3015
22 0,4650 22 0,6689 46 0,4142
23 0,4384 23 0,7032 47 0,3744
24 0,3015 24 0,5462 48 0,2261
A5
Anexo A.5 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 1).
F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF
Dia Hora (h) Q (m
3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
WARM UP 0,1516
01-12-2007
1 0,1946
02-12-2007
1 0,3086
03-12-2007
1 0,1612
04-12-2007
1 0,1759
05-12-2007
1 0,2129
2 0,1534 2 0,2076 2 0,0845 2 0,1227 2 0,2218
3 0,1534 3 0,1667 3 0,0960 3 0,0924 3 0,2029
4 0,1365 4 0,1517 4 0,1018 4 0,0790 4 0,1367
5 0,1116 5 0,1256 5 0,1417 5 0,0620 5 0,1033
6 0,0854 6 0,1168 6 0,1414 6 0,0352 6 0,0446
7 0,0424 7 0,0675 7 0,1116 7 0,0352 7 0,0395
8 0,0352 8 0,0817 8 0,1016 8 0,0360 8 0,0475
9 0,0443 9 0,1116 9 0,1531 9 0,0590 9 0,0730
10 0,0781 10 0,1637 10 0,2295 10 0,1406 10 0,2038
11 0,2355 11 0,3472 11 0,6805 11 0,1657 11 0,2442
12 0,4479 12 0,5768 12 0,4789 12 0,1536 12 0,2918
13 0,4835 13 0,5938 13 0,2482 13 0,1327 13 0,2605
14 0,4385 14 0,6444 14 0,1522 14 0,1795 14 0,2018
15 0,5555 15 0,9779 15 0,1295 15 0,1865 15 0,1699
16 0,5448 16 0,5840 16 0,1422 16 0,1945 16 0,1864
17 0,4176 17 0,4799 17 0,1534 17 0,1504 17 0,3624
18 0,3092 18 0,3702 18 0,1925 18 0,0954 18 0,2634
19 0,2054 19 0,3194 19 0,1622 19 0,1444 19 0,1894
20 0,1873 20 0,3753 20 0,1720 20 0,2519 20 0,2381
21 0,2242 21 0,4098 21 0,2802 21 0,2575 21 0,3013
22 0,2385 22 0,2676 22 0,2988 22 0,2540 22 0,3249
23 0,2917 23 0,2370 23 0,2785 23 0,2572 23 0,4843
24 0,3056 24 0,2051 24 0,2349 24 0,2156 24 0,4060
A6
Anexo A.6 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 2).
F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
06-12-2007
1 0,2599
07-12-2007
1 0,1897
08-12-2007
1 0,2407
09-12-2007
1 0,1904
10-12-2007
1 0,1685
2 0,1870 2 0,1207 2 0,1950 2 0,1744 2 0,1581
3 0,0959 3 0,0826 3 0,1448 3 0,0932 3 0,1519
4 0,0807 4 0,0675 4 0,1224 4 0,0675 4 0,1256
5 0,0686 5 0,0639 5 0,0929 5 0,0629 5 0,0991
6 0,0655 6 0,0563 6 0,0772 6 0,0553 6 0,0660
7 0,0675 7 0,0553 7 0,0602 7 0,0563 7 0,0553
8 0,0715 8 0,0588 8 0,0283 8 0,0619 8 0,0639
9 0,0995 9 0,1046 9 0,0365 9 0,0795 9 0,1333
10 0,1607 10 0,1873 10 0,1974 10 0,1350 10 0,2709
11 0,2248 11 0,2322 11 0,4278 11 0,3277 11 0,3946
12 0,2066 12 0,2265 12 0,4683 12 0,4169 12 0,3215
13 0,2297 13 0,1678 13 0,5540 13 0,3756 13 0,2369
14 0,2084 14 0,1791 14 0,7778 14 0,5405 14 0,2229
15 0,1208 15 0,2515 15 0,5113 15 0,4514 15 0,2087
16 0,1256 16 0,3316 16 0,4594 16 0,3204 16 0,1431
17 0,1248 17 0,2640 17 0,3221 17 0,2853 17 0,1335
18 0,1353 18 0,2239 18 0,1791 18 0,2291 18 0,1330
19 0,1407 19 0,2122 19 0,1732 19 0,2129 19 0,1418
20 0,2737 20 0,2419 20 0,1865 20 0,2074 20 0,1854
21 0,2801 21 0,1726 21 0,2298 21 0,1853 21 0,2434
22 0,2317 22 0,1807 22 0,2099 22 0,1660 22 0,2927
23 0,2987 23 0,1904 23 0,1997 23 0,1473 23 0,2377
24 0,2265 24 0,2101 24 0,1840 24 0,1397 24 0,2639
A7
Anexo A.7 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 3).
F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
11-12-2007
1 0,2241
12-12-2007
1 0,2395
13-12-2007
1 0,2265
14-12-2007
1 0,1819
15-12-2007
1 0,2212
2 0,1841 2 0,1822 2 0,1885 2 0,1387 2 0,1735
3 0,1534 3 0,0964 3 0,1118 3 0,1026 3 0,1086
4 0,1315 4 0,0619 4 0,0675 4 0,0660 4 0,0822
5 0,1004 5 0,0553 5 0,0609 5 0,0522 5 0,0692
6 0,0832 6 0,0553 6 0,0553 6 0,0446 6 0,0644
7 0,0692 7 0,0553 7 0,0499 7 0,0446 7 0,0568
8 0,0660 8 0,0514 8 0,0495 8 0,0446 8 0,0649
9 0,0640 9 0,0862 9 0,1099 9 0,0722 9 0,0850
10 0,1356 10 0,2341 10 0,1832 10 0,1607 10 0,1480
11 0,2199 11 0,2550 11 0,2241 11 0,2414 11 0,3455
12 0,2538 12 0,2118 12 0,2254 12 0,2169 12 0,4629
13 0,2301 13 0,2502 13 0,1754 13 0,2108 13 0,4802
14 0,2654 14 0,2286 14 0,1781 14 0,2119 14 0,6526
15 0,3080 15 0,1715 15 0,2344 15 0,2866 15 0,5276
16 0,3240 16 0,2118 16 0,1941 16 0,1755 16 0,3568
17 0,2559 17 0,2219 17 0,1133 17 0,1362 17 0,3889
18 0,1629 18 0,2511 18 0,1083 18 0,1248 18 0,8570
19 0,1371 19 0,1935 19 0,1742 19 0,1095 19 0,5482
20 0,1704 20 0,3217 20 0,1884 20 0,1911 20 0,3509
21 0,2863 21 0,3917 21 0,2099 21 0,2441 21 0,2570
22 0,2443 22 0,3269 22 0,2601 22 0,1958 22 0,2868
23 0,3498 23 0,3640 23 0,3402 23 0,2322 23 0,2969
24 0,3207 24 0,2192 24 0,2607 24 0,2558 24 0,2268
A8
Anexo A.8 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 4).
F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
16-12-2007
1 0,1863
17-12-2007
1 0,1327
18-12-2007
1 0,1505
19-12-2007
1 0,1933
20-12-2007
1 0,2829
2 0,1781 2 0,1117 2 0,1287 2 0,1534 2 0,2328
3 0,1812 3 0,1002 3 0,1016 3 0,1387 3 0,1650
4 0,1374 4 0,0954 4 0,0954 4 0,1177 4 0,1201
5 0,1002 5 0,0870 5 0,0746 5 0,1102 5 0,1032
6 0,0674 6 0,0692 6 0,0276 6 0,0988 6 0,0896
7 0,0387 7 0,0675 7 0,0256 7 0,1264 7 0,0813
8 0,0403 8 0,0675 8 0,0293 8 0,1146 8 0,0732
9 0,0463 9 0,0733 9 0,0539 9 0,7405 9 0,0965
10 0,0736 10 0,1524 10 0,1058 10 0,3939 10 0,2845
11 0,1597 11 0,2716 11 0,1659 11 0,1871 11 0,3562
12 0,2761 12 0,3600 12 0,2269 12 0,1099 12 0,2927
13 0,3908 13 0,2549 13 0,2455 13 0,2620 13 0,2801
14 0,5928 14 0,1591 14 0,2541 14 0,1736 14 0,3686
15 0,6915 15 0,1832 15 0,2147 15 0,1069 15 0,3517
16 0,5968 16 0,2029 16 0,2887 16 0,1330 16 0,3817
17 0,4629 17 0,1806 17 0,2593 17 0,9614 17 0,3455
18 0,3796 18 0,1433 18 0,2136 18 2,0538 18 0,2097
19 0,2537 19 0,1224 19 0,1583 19 2,0918 19 0,1781
20 0,2040 20 0,1865 20 0,1904 20 0,8824 20 0,1609
21 0,2143 21 0,2182 21 0,2430 21 0,5315 21 0,1755
22 0,1370 22 0,2900 22 0,2614 22 0,6110 22 0,2492
23 0,1311 23 0,2983 23 0,2880 23 0,5978 23 0,3209
24 0,1337 24 0,2191 24 0,2893 24 0,3655 24 0,8844
A9
Anexo A.9 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 5).
F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
21-12-2007
1 0,5703
22-12-2007
1 0,2037
23-12-2007
1 0,2682
24-12-2007
1 0,1785
25-12-2007
1 0,2960
2 0,3405 2 0,2129 2 0,2358 2 0,0998 2 0,2576
3 0,2487 3 0,1823 3 0,2057 3 0,0723 3 0,2131
4 0,6298 4 0,1379 4 0,1502 4 0,0954 4 0,1624
5 2,0938 5 0,1059 5 0,1177 5 0,0744 5 0,1224
6 1,7483 6 0,0896 6 0,1088 6 0,0675 6 0,0917
7 1,8874 7 0,0681 7 0,0524 7 0,0629 7 0,0813
8 1,0636 8 0,0771 8 0,0326 8 0,0660 8 0,0738
9 0,7640 9 0,0565 9 0,0455 9 0,0770 9 0,0675
10 1,0080 10 0,0653 10 0,0784 10 0,1433 10 0,0857
11 0,7359 11 0,3644 11 0,2016 11 0,3783 11 0,2582
12 0,5669 12 0,8454 12 0,4747 12 0,5526 12 0,4069
13 0,5609 13 0,7806 13 0,4038 13 0,4214 13 0,7234
14 0,4115 14 0,7205 14 0,6227 14 0,5044 14 1,0086
15 0,3060 15 0,5289 15 0,9394 15 0,4091 15 0,8394
16 0,2947 16 0,4468 16 0,7709 16 0,3216 16 0,5438
17 0,9577 17 0,4049 17 0,4487 17 0,3081 17 0,4012
18 0,3808 18 0,3128 18 0,4111 18 0,6418 18 0,3616
19 0,2334 19 0,3713 19 0,3058 19 0,3393 19 0,2504
20 0,2502 20 0,3404 20 0,2972 20 0,3782 20 0,2112
21 0,2508 21 0,3686 21 0,3250 21 0,3332 21 0,3165
22 0,2769 22 0,3219 22 0,2933 22 0,3081 22 0,3599
23 0,2732 23 0,2917 23 0,2704 23 0,3211 23 0,3939
24 0,1856 24 0,2633 24 0,1862 24 0,2735 24 0,2892
A10
Anexo A.10 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 6).
F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF F2 - WWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h) Dia
Hora (h)
Q (m3/h)
26-12-2007
1 0,2044
27-12-2007
1 0,1730
28-12-2007
1 0,2280
29-12-2007
1 0,2129
30-12-2007
1 0,1884
2 0,1558 2 0,1396 2 0,1669 2 0,1885 2 0,1555
3 0,1208 3 0,1138 3 0,1315 3 0,1149 3 0,1240
4 0,1016 4 0,1039 4 0,1059 4 0,0832 4 0,1109
5 0,0838 5 0,0838 5 0,0813 5 0,0820 5 0,0988
6 0,0710 6 0,0772 6 0,0352 6 0,0686 6 0,0922
7 0,0619 7 0,0420 7 0,0352 7 0,0644 7 0,0797
8 0,0670 8 0,0302 8 0,0411 8 0,0624 8 0,0686
9 0,0830 9 0,0599 9 0,0649 9 0,0813 9 0,0686
10 0,1514 10 0,1822 10 0,1577 10 0,1554 10 0,1097
11 0,2118 11 0,2241 11 0,2382 11 0,2515 11 0,2715
12 0,2594 12 0,2292 12 0,2960 12 0,3664 12 0,4524
13 0,3394 13 0,2195 13 0,3852 13 0,4210 13 0,5701
14 0,4292 14 0,2185 14 0,3693 14 0,4059 14 0,6131
15 0,3463 15 0,2555 15 0,2770 15 0,4667 15 0,6615
16 0,2928 16 0,2654 16 0,2325 16 0,4164 16 0,6107
17 0,2443 17 0,1643 17 0,2254 17 0,2889 17 0,4522
18 0,1957 18 0,1320 18 0,1480 18 0,2097 18 0,3089
19 0,1500 19 0,1193 19 0,1261 19 0,1825 19 0,2538
20 0,1525 20 0,1566 20 0,1802 20 0,2726 20 0,2356
21 0,1352 21 0,1762 21 0,1771 21 0,3457 21 0,2407
22 0,2591 22 0,2872 22 0,2064 22 0,3116 22 0,2743
23 0,2867 23 0,2782 23 0,2185 23 0,2060 23 0,2317
24 0,2029 24 0,2278 24 0,2084 24 0,1463 24 0,1561
A11
Anexo A.11 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas em WWF (Parte 7).
F2 - WWF
Dia Hora (h)
Q (m3/h)
31-12-2007
1 0,1387
2 0,1161
3 0,1153
4 0,1059
5 0,0883
6 0,0772
7 0,0675
8 0,0675
9 0,0660
10 0,1530
11 0,2849
12 0,3349
13 0,4298
14 0,3898
15 0,4471
16 0,3732
17 0,2706
18 0,1497
19 0,1798
20 0,2430
21 0,2529
22 0,2756
23 0,2258
24 0,1717
A12
Anexo A.12 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas de 6 a 18 de Setembro (Parte 1).
F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set
Dia Hora (h) Q
(m3/h) Dia Hora (h)
Q (m
3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
WARM UP 0,2488
06-09-2007
1 0,2290
07-09-2007
1 0,2362
08-09-2007
1 0,3335
09-09-2007
1 0,3202
10-09-2007
1 0,3198
2 0,1853 2 0,1639 2 0,2413 2 0,2258 2 0,2213
3 0,1581 3 0,1264 3 0,1873 3 0,1706 3 0,1621
4 0,1274 4 0,1000 4 0,1483 4 0,1379 4 0,1208
5 0,1295 5 0,0813 5 0,1177 5 0,1026 5 0,0903
6 0,1483 6 0,0807 6 0,1024 6 0,0801 6 0,0813
7 0,1853 7 0,0653 7 0,1066 7 0,0801 7 0,0790
8 0,2500 8 0,0773 8 0,1269 8 0,0860 8 0,1749
9 0,6229 9 0,2818 9 0,2365 9 0,1684 9 0,3980
10 0,7602 10 0,3142 10 0,2958 10 0,4381 10 0,3285
11 0,4026 11 0,2720 11 0,3952 11 0,4979 11 0,2877
12 0,2900 12 0,2054 12 0,2697 12 0,4470 12 0,2756
13 0,2644 13 0,1993 13 0,3343 13 0,4860 13 0,1813
14 0,2832 14 0,2825 14 0,3545 14 0,6308 14 0,1396
15 0,2496 15 0,3054 15 0,3356 15 0,5499 15 0,1225
16 0,2311 16 0,2666 16 0,3474 16 0,3383 16 0,1766
17 0,1669 17 0,2311 17 0,4139 17 0,2799 17 1,6611
18 0,2406 18 0,1855 18 0,7029 18 0,2575 18 2,2826
19 0,2872 19 0,1867 19 0,4422 19 0,4004 19 0,7119
20 0,2644 20 0,3111 20 0,4966 20 0,3348 20 0,4105
21 0,2514 21 0,4451 21 0,4525 21 0,2820 21 0,2947
22 0,4152 22 0,5585 22 0,4851 22 0,3428 22 0,3956
23 0,4398 23 0,4866 23 0,4414 23 0,3516 23 0,4196
24 0,3726 24 0,4468 24 0,3913 24 0,4810 24 0,3062
A13
Anexo A.13 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas de 6 a 18 de Setembro (Parte 2).
F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
11-09-2007
1 0,2358
12-09-2007
1 0,1806
13-09-2007
1 0,2570
14-09-2007
1 0,2091
15-09-2007
1 1,0675
2 0,1948 2 0,4995 2 0,1855 2 0,1442 2 0,4589
3 0,1444 3 0,9720 3 0,1279 3 0,1039 3 0,2229
4 0,1812 4 0,5182 4 0,0967 4 0,0813 4 0,1382
5 0,3293 5 0,3061 5 0,0942 5 0,0761 5 0,0986
6 0,2049 6 0,2881 6 0,0675 6 0,0655 6 0,0813
7 0,1657 7 0,3690 7 0,0699 7 0,0792 7 0,0761
8 0,1581 8 0,3533 8 0,1286 8 0,2140 8 0,0978
9 0,4195 9 0,5294 9 0,2582 9 0,4329 9 0,2115
10 0,7126 10 0,4796 10 0,3535 10 0,4073 10 0,2686
11 0,5637 11 0,5179 11 0,3717 11 0,4207 11 0,5126
12 0,4491 12 0,3618 12 0,3658 12 0,3009 12 0,6575
13 0,3611 13 0,2688 13 0,2615 13 0,2057 13 0,6417
14 0,3578 14 0,2575 14 0,3013 14 0,1749 14 0,6227
15 0,3560 15 0,3109 15 0,3182 15 0,1499 15 0,3351
16 0,3719 16 3,7970 16 0,2628 16 0,1404 16 0,2628
17 0,4180 17 0,9614 17 0,2189 17 0,1712 17 0,2334
18 0,2928 18 0,4814 18 0,4107 18 0,2207 18 0,2209
19 0,2591 19 1,5777 19 0,4762 19 0,2372 19 0,2810
20 0,2398 20 0,8470 20 0,4077 20 0,2618 20 0,2432
21 0,2860 21 0,5832 21 0,3829 21 0,3834 21 0,2674
22 0,3189 22 0,4537 22 0,7502 22 0,3876 22 0,5185
23 0,3296 23 0,4300 23 0,6442 23 0,3892 23 0,4363
24 0,3034 24 0,3286 24 0,3798 24 0,3211 24 0,2934
A14
Anexo A.14 - Caudais afluentes (F2) ao leito de macrófitas de 6 a 18 de Setembro (Parte 3).
F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set F2 - 6 a 18 Set
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
Dia Hora (h) Q
(m3/h)
16-09-2007
1 0,2691
17-09-2007
1 0,1410
18-09-2007
1 0,4120
2 0,2203 2 0,1153 2 0,2666
3 0,1555 3 0,1076 3 0,2454
4 0,1161 4 0,0813 4 0,1889
5 0,0975 5 0,0807 5 0,1732
6 0,0819 6 0,0549 6 0,1884
7 0,0813 7 0,0594 7 0,1661
8 0,1075 8 0,1156 8 0,2944
9 0,1569 9 0,2646 9 0,5484
10 0,2213 10 0,3057 10 0,6744
11 0,3358 11 0,2457 11 0,7020
12 0,5283 12 0,3545 12 0,5347
13 0,5842 13 0,2396 13 0,4796
14 0,4455 14 0,3507 14 0,4595
15 0,4385 15 0,3776 15 0,5802
16 0,3829 16 0,3126 16 0,4968
17 0,3164 17 0,3060 17 0,3524
18 0,2772 18 0,1970 18 0,4107
19 0,2118 19 0,2269 19 0,3711
20 0,2418 20 0,3784 20 0,4837
21 0,2544 21 0,4630 21 0,6705
22 0,2795 22 0,5114 22 0,7172
23 0,2322 23 0,5820 23 0,4835
24 0,2196 24 0,5195 24 0,4962
A15
Anexo A.15 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 4 a 11 de Agosto de 2007.
Calibracao 4 a 11 Ago – EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
04-08-2007 05-08-2007 06-08-2007 07-08-2007 08-08-2007 09-08-2007 10-08-2007 11-08-2007
0,0088 0,0072 0,00608 0,00704 0,0072 0,008 0,00736 0,00688
7h 0,026 0,00023 0,00019 0,00016 0,00018 0,00019 0,00021 0,00019 0,00018
8h 0,051 0,00045 0,00037 0,00031 0,00036 0,00037 0,00041 0,00038 0,00035
9h 0,077 0,00068 0,00055 0,00047 0,00054 0,00055 0,00062 0,00057 0,00053
10h 0,108 0,00095 0,00078 0,00066 0,00076 0,00078 0,00086 0,00079 0,00074
11h 0,118 0,00104 0,00085 0,00072 0,00083 0,00085 0,00094 0,00087 0,00081
12h 0,128 0,00113 0,00092 0,00078 0,00090 0,00092 0,00102 0,00094 0,00088
13h 0,133 0,00117 0,00096 0,00081 0,00094 0,00096 0,00106 0,00098 0,00092
14h 0,123 0,00108 0,00089 0,00075 0,00087 0,00089 0,00098 0,00091 0,00085
15h 0,108 0,00095 0,00078 0,00066 0,00076 0,00078 0,00086 0,00079 0,00074
16h 0,077 0,00068 0,00055 0,00047 0,00054 0,00055 0,00062 0,00057 0,00053
17h 0,051 0,00045 0,00037 0,00031 0,00036 0,00037 0,00041 0,00038 0,00035
A16
Anexo A.16 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 21 a 28 de Agosto de 2007.
DWF 21 a 28 Ago- EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
21-08-2007 22-08-2007 23-08-2007 24-08-2007 25-08-2007 26-08-2007 27-08-2007 28-08-2007
0,00736 0,008 0,00912 0,00848 0,00608 0,00736 0,0072 0,00608
7h 0,026 0,00019 0,00021 0,00024 0,00022 0,00016 0,00019 0,00019 0,00016
8h 0,051 0,00038 0,00041 0,00047 0,00043 0,00031 0,00038 0,00037 0,00031
9h 0,077 0,00057 0,00062 0,00070 0,00065 0,00047 0,00057 0,00055 0,00047
10h 0,108 0,00079 0,00086 0,00098 0,00092 0,00066 0,00079 0,00078 0,00066
11h 0,118 0,00087 0,00094 0,00108 0,00100 0,00072 0,00087 0,00085 0,00072
12h 0,128 0,00094 0,00102 0,00117 0,00109 0,00078 0,00094 0,00092 0,00078
13h 0,133 0,00098 0,00106 0,00121 0,00113 0,00081 0,00098 0,00096 0,00081
14h 0,123 0,00091 0,00098 0,00112 0,00104 0,00075 0,00091 0,00089 0,00075
15h 0,108 0,00079 0,00086 0,00098 0,00092 0,00066 0,00079 0,00078 0,00066
16h 0,077 0,00057 0,00062 0,00070 0,00065 0,00047 0,00057 0,00055 0,00047
17h 0,051 0,00038 0,00041 0,00047 0,00043 0,00031 0,00038 0,00037 0,00031
A17
Anexo A.17 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 1 a 31 de Dezembro de 2007 (Parte 1).
WWF 1 a 31 Dez- EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
01-12-2007 02-12-2007 03-12-2007 04-12-2007 05-12-2007 06-12-2007 07-12-2007 08-12-2007 0,0007 0,0007 0,0007 0,00077 0,00098 0,0007 0,00063 0,00063
7h 0,026 0,00002 0,00002 0,00002 0,00002 0,00003 0,00002 0,00002 0,00002
8h 0,051 0,00004 0,00004 0,00004 0,00004 0,00005 0,00004 0,00003 0,00003
9h 0,077 0,00005 0,00005 0,00005 0,00006 0,00008 0,00005 0,00005 0,00005
10h 0,108 0,00008 0,00008 0,00008 0,00008 0,00011 0,00008 0,00007 0,00007
11h 0,118 0,00008 0,00008 0,00008 0,00009 0,00012 0,00008 0,00007 0,00007 12h 0,128 0,00009 0,00009 0,00009 0,00010 0,00013 0,00009 0,00008 0,00008 13h 0,133 0,00009 0,00009 0,00009 0,00010 0,00013 0,00009 0,00008 0,00008 14h 0,123 0,00009 0,00009 0,00009 0,00009 0,00012 0,00009 0,00008 0,00008 15h 0,108 0,00008 0,00008 0,00008 0,00008 0,00011 0,00008 0,00007 0,00007 16h 0,077 0,00005 0,00005 0,00005 0,00006 0,00008 0,00005 0,00005 0,00005 17h 0,051 0,00004 0,00004 0,00004 0,00004 0,00005 0,00004 0,00003 0,00003
Anexo A.18 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 1 a 31 de Dezembro de 2007 (Parte 2).
WWF 1 a 31 Dez- EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
09-12-2007 10-12-2007 11-12-2007 12-12-2007 13-12-2007 14-12-2007 15-12-2007 16-12-2007 0,00035 0,00105 0,00126 0,0014 0,00133 0,00119 0,00112 0,00084
7h 0,026 0,00001 0,00003 0,00003 0,00004 0,00003 0,00003 0,00003 0,00002
8h 0,051 0,00002 0,00005 0,00006 0,00007 0,00007 0,00006 0,00006 0,00004
9h 0,077 0,00003 0,00008 0,00010 0,00011 0,00010 0,00009 0,00009 0,00006
10h 0,108 0,00004 0,00011 0,00014 0,00015 0,00014 0,00013 0,00012 0,00009
11h 0,118 0,00004 0,00012 0,00015 0,00017 0,00016 0,00014 0,00013 0,00010
12h 0,128 0,00004 0,00013 0,00016 0,00018 0,00017 0,00015 0,00014 0,00011
13h 0,133 0,00005 0,00014 0,00017 0,00019 0,00018 0,00016 0,00015 0,00011
14h 0,123 0,00004 0,00013 0,00015 0,00017 0,00016 0,00015 0,00014 0,00010 15h 0,108 0,00004 0,00011 0,00014 0,00015 0,00014 0,00013 0,00012 0,00009 16h 0,077 0,00003 0,00008 0,00010 0,00011 0,00010 0,00009 0,00009 0,00006 17h 0,051 0,00002 0,00005 0,00006 0,00007 0,00007 0,00006 0,00006 0,00004
A18
Anexo A.19 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 1 a 31 de Dezembro de 2007 (Parte 3).
WWF 1 a 31 Dez- EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
17-12-2007 18-12-2007 19-12-2007 20-12-2007 21-12-2007 22-12-2007 23-12-2007 24-12-2007 0,0007 0,00126 0,00077 0,00084 0,0007 0,00098 0,00084 0,00084
7h 0,026 0,00002 0,00003 0,00002 0,00002 0,00002 0,00003 0,00002 0,00002
8h 0,051 0,00004 0,00006 0,00004 0,00004 0,00004 0,00005 0,00004 0,00004
9h 0,077 0,00005 0,00010 0,00006 0,00006 0,00005 0,00008 0,00006 0,00006
10h 0,108 0,00008 0,00014 0,00008 0,00009 0,00008 0,00011 0,00009 0,00009
11h 0,118 0,00008 0,00015 0,00009 0,00010 0,00008 0,00012 0,00010 0,00010
12h 0,128 0,00009 0,00016 0,00010 0,00011 0,00009 0,00013 0,00011 0,00011
13h 0,133 0,00009 0,00017 0,00010 0,00011 0,00009 0,00013 0,00011 0,00011 14h 0,123 0,00009 0,00015 0,00009 0,00010 0,00009 0,00012 0,00010 0,00010 15h 0,108 0,00008 0,00014 0,00008 0,00009 0,00008 0,00011 0,00009 0,00009 16h 0,077 0,00005 0,00010 0,00006 0,00006 0,00005 0,00008 0,00006 0,00006 17h 0,051 0,00004 0,00006 0,00004 0,00004 0,00004 0,00005 0,00004 0,00004
Anexo A.20 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 1 a 31 de Dezembro de 2007 (Parte 4).
WWF 1 a 31 Dez- EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
25-12-2007 26-12-2007 27-12-2007 28-12-2007 29-12-2007 30-12-2007 31-12-2007 0,0007 0,00084 0,00105 0,00105 0,00091 0,00105 0,00084
7h 0,026 0,00002 0,00002 0,00003 0,00003 0,00002 0,00003 0,00002
8h 0,051 0,00004 0,00004 0,00005 0,00005 0,00005 0,00005 0,00004
9h 0,077 0,00005 0,00006 0,00008 0,00008 0,00007 0,00008 0,00006
10h 0,108 0,00008 0,00009 0,00011 0,00011 0,00010 0,00011 0,00009
11h 0,118 0,00008 0,00010 0,00012 0,00012 0,00011 0,00012 0,00010
12h 0,128 0,00009 0,00011 0,00013 0,00013 0,00012 0,00013 0,00011
13h 0,133 0,00009 0,00011 0,00014 0,00014 0,00012 0,00014 0,00011 14h 0,123 0,00009 0,00010 0,00013 0,00013 0,00011 0,00013 0,00010 15h 0,108 0,00008 0,00009 0,00011 0,00011 0,00010 0,00011 0,00009 16h 0,077 0,00005 0,00006 0,00008 0,00008 0,00007 0,00008 0,00006 17h 0,051 0,00004 0,00004 0,00005 0,00005 0,00005 0,00005 0,00004
A19
Anexo A.21 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 6 a 18 de Setembro de 2007 (Parte 1).
6 a 18 Set - EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
06-09-2007 07-09-2007 08-09-2007 09-09-2007 10-09-2007 11-09-2007 12-09-2007 13-09-2007 0,00561 0,00308 0,00253 0,00319 0,00264 0,00209 0,00297 0,00396
7h 0,026 0,00015 0,00008 0,00007 0,00008 0,00007 0,00005 0,00008 0,00010
8h 0,051 0,00029 0,00016 0,00013 0,00016 0,00013 0,00011 0,00015 0,00020
9h 0,077 0,00043 0,00024 0,00019 0,00025 0,00020 0,00016 0,00023 0,00030
10h 0,108 0,00061 0,00033 0,00027 0,00034 0,00029 0,00023 0,00032 0,00043
11h 0,118 0,00066 0,00036 0,00030 0,00038 0,00031 0,00025 0,00035 0,00047
12h 0,128 0,00072 0,00039 0,00032 0,00041 0,00034 0,00027 0,00038 0,00051
13h 0,133 0,00075 0,00041 0,00034 0,00042 0,00035 0,00028 0,00040 0,00053 14h 0,123 0,00069 0,00038 0,00031 0,00039 0,00032 0,00026 0,00037 0,00049 15h 0,108 0,00061 0,00033 0,00027 0,00034 0,00029 0,00023 0,00032 0,00043 16h 0,077 0,00043 0,00024 0,00019 0,00025 0,00020 0,00016 0,00023 0,00030 17h 0,051 0,00029 0,00016 0,00013 0,00016 0,00013 0,00011 0,00015 0,00020
Anexo A.22 - Evapotranspiração horária existente no leito de macrófitas no período de 6 a 18 de Setembro de 2007 (Parte 2).
6 a 18 Set - EThorária (m/h)
ETdiária (m/d)
14-09-2007 15-09-2007 16-09-2007 17-09-2007 18-09-2007 0,00352 0,00418 0,00341 0,00297 0,00319
7h 0,026 0,00009 0,00011 0,00009 0,00008 0,00008
8h 0,051 0,00018 0,00021 0,00017 0,00015 0,00016
9h 0,077 0,00027 0,00032 0,00026 0,00023 0,00025
10h 0,108 0,00038 0,00045 0,00037 0,00032 0,00034
11h 0,118 0,00042 0,00049 0,00040 0,00035 0,00038
12h 0,128 0,00045 0,00054 0,00044 0,00038 0,00041
13h 0,133 0,00047 0,00056 0,00045 0,00040 0,00042 14h 0,123 0,00043 0,00051 0,00042 0,00037 0,00039 15h 0,108 0,00038 0,00045 0,00037 0,00032 0,00034 16h 0,077 0,00027 0,00032 0,00026 0,00023 0,00025 17h 0,051 0,00018 0,00021 0,00017 0,00015 0,00016
A20
Anexo A.23 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Dezembro de 2007 (Parte 1).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
01-12-2007 00:00 0 02-12-2007 02:00 0 03-12-2007 04:00 0 04-12-2007 06:00 0 05-12-2007 08:00 0
01-12-2007 01:00 0 02-12-2007 03:00 0 03-12-2007 05:00 0,0001 04-12-2007 07:00 0 05-12-2007 09:00 0
01-12-2007 02:00 0 02-12-2007 04:00 0 03-12-2007 06:00 0 04-12-2007 08:00 0 05-12-2007 10:00 0
01-12-2007 03:00 0 02-12-2007 05:00 0 03-12-2007 07:00 0 04-12-2007 09:00 0 05-12-2007 11:00 0
01-12-2007 04:00 0 02-12-2007 06:00 0 03-12-2007 08:00 0,0001 04-12-2007 10:00 0 05-12-2007 12:00 0
01-12-2007 05:00 0,0001 02-12-2007 07:00 0 03-12-2007 09:00 0 04-12-2007 11:00 0 05-12-2007 13:00 0
01-12-2007 06:00 0 02-12-2007 08:00 0 03-12-2007 10:00 0 04-12-2007 12:00 0 05-12-2007 14:00 0
01-12-2007 07:00 0,0001 02-12-2007 09:00 0 03-12-2007 11:00 0 04-12-2007 13:00 0 05-12-2007 15:00 0
01-12-2007 08:00 0 02-12-2007 10:00 0 03-12-2007 12:00 0 04-12-2007 14:00 0 05-12-2007 16:00 0
01-12-2007 09:00 0 02-12-2007 11:00 0 03-12-2007 13:00 0 04-12-2007 15:00 0 05-12-2007 17:00 0
01-12-2007 10:00 0 02-12-2007 12:00 0 03-12-2007 14:00 0 04-12-2007 16:00 0 05-12-2007 18:00 0
01-12-2007 11:00 0 02-12-2007 13:00 0 03-12-2007 15:00 0 04-12-2007 17:00 0 05-12-2007 19:00 0
01-12-2007 12:00 0 02-12-2007 14:00 0 03-12-2007 16:00 0 04-12-2007 18:00 0 05-12-2007 20:00 0
01-12-2007 13:00 0 02-12-2007 15:00 0 03-12-2007 17:00 0 04-12-2007 19:00 0 05-12-2007 21:00 0
01-12-2007 14:00 0 02-12-2007 16:00 0 03-12-2007 18:00 0 04-12-2007 20:00 0 05-12-2007 22:00 0
01-12-2007 15:00 0 02-12-2007 17:00 0 03-12-2007 19:00 0 04-12-2007 21:00 0 05-12-2007 23:00 0
01-12-2007 16:00 0 02-12-2007 18:00 0 03-12-2007 20:00 0 04-12-2007 22:00 0 06-12-2007 00:00 0,0001
01-12-2007 17:00 0 02-12-2007 19:00 0 03-12-2007 21:00 0 04-12-2007 23:00 0 06-12-2007 01:00 0
01-12-2007 18:00 0 02-12-2007 20:00 0 03-12-2007 22:00 0 05-12-2007 00:00 0 06-12-2007 02:00 0
01-12-2007 19:00 0 02-12-2007 21:00 0 03-12-2007 23:00 0 05-12-2007 01:00 0 06-12-2007 03:00 0
01-12-2007 20:00 0 02-12-2007 22:00 0 04-12-2007 00:00 0 05-12-2007 02:00 0 06-12-2007 04:00 0
01-12-2007 21:00 0 02-12-2007 23:00 0 04-12-2007 01:00 0 05-12-2007 03:00 0 06-12-2007 05:00 0,0001
01-12-2007 22:00 0 03-12-2007 00:00 0 04-12-2007 02:00 0 05-12-2007 04:00 0 06-12-2007 06:00 0
01-12-2007 23:00 0 03-12-2007 01:00 0 04-12-2007 03:00 0 05-12-2007 05:00 0 06-12-2007 07:00 0
02-12-2007 00:00 0 03-12-2007 02:00 0,0001 04-12-2007 04:00 0,0001 05-12-2007 06:00 0 06-12-2007 08:00 0
02-12-2007 01:00 0 03-12-2007 03:00 0 04-12-2007 05:00 0 05-12-2007 07:00 0 06-12-2007 09:00 0
A21
Anexo A.24 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Dezembro de 2007 (Parte 2).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
06-12-2007 10:00 0 07-12-2007 12:00 0 08-12-2007 14:00 0 09-12-2007 16:00 0 10-12-2007 18:00 0
06-12-2007 11:00 0 07-12-2007 13:00 0 08-12-2007 15:00 0 09-12-2007 17:00 0 10-12-2007 19:00 0
06-12-2007 12:00 0 07-12-2007 14:00 0 08-12-2007 16:00 0 09-12-2007 18:00 0 10-12-2007 20:00 0
06-12-2007 13:00 0 07-12-2007 15:00 0 08-12-2007 17:00 0 09-12-2007 19:00 0 10-12-2007 21:00 0
06-12-2007 14:00 0 07-12-2007 16:00 0 08-12-2007 18:00 0 09-12-2007 20:00 0 10-12-2007 22:00 0
06-12-2007 15:00 0 07-12-2007 17:00 0 08-12-2007 19:00 0 09-12-2007 21:00 0 10-12-2007 23:00 0
06-12-2007 16:00 0 07-12-2007 18:00 0 08-12-2007 20:00 0 09-12-2007 22:00 0 11-12-2007 00:00 0
06-12-2007 17:00 0 07-12-2007 19:00 0 08-12-2007 21:00 0 09-12-2007 23:00 0 11-12-2007 01:00 0
06-12-2007 18:00 0 07-12-2007 20:00 0 08-12-2007 22:00 0 10-12-2007 00:00 0 11-12-2007 02:00 0
06-12-2007 19:00 0 07-12-2007 21:00 0 08-12-2007 23:00 0 10-12-2007 01:00 0 11-12-2007 03:00 0
06-12-2007 20:00 0 07-12-2007 22:00 0 09-12-2007 00:00 0 10-12-2007 02:00 0 11-12-2007 04:00 0
06-12-2007 21:00 0 07-12-2007 23:00 0 09-12-2007 01:00 0 10-12-2007 03:00 0 11-12-2007 05:00 0
06-12-2007 22:00 0,0001 08-12-2007 00:00 0,0001 09-12-2007 02:00 0 10-12-2007 04:00 0 11-12-2007 06:00 0,0001
06-12-2007 23:00 0 08-12-2007 01:00 0 09-12-2007 03:00 0,0001 10-12-2007 05:00 0 11-12-2007 07:00 0
07-12-2007 00:00 0 08-12-2007 02:00 0 09-12-2007 04:00 0 10-12-2007 06:00 0 11-12-2007 08:00 0
07-12-2007 01:00 0 08-12-2007 03:00 0 09-12-2007 05:00 0 10-12-2007 07:00 0 11-12-2007 09:00 0
07-12-2007 02:00 0,0001 08-12-2007 04:00 0 09-12-2007 06:00 0 10-12-2007 08:00 0,0001 11-12-2007 10:00 0,0001
07-12-2007 03:00 0 08-12-2007 05:00 0 09-12-2007 07:00 0 10-12-2007 09:00 0 11-12-2007 11:00 0
07-12-2007 04:00 0,0001 08-12-2007 06:00 0,0001 09-12-2007 08:00 0,0001 10-12-2007 10:00 0 11-12-2007 12:00 0
07-12-2007 05:00 0 08-12-2007 07:00 0 09-12-2007 09:00 0,0001 10-12-2007 11:00 0 11-12-2007 13:00 0
07-12-2007 06:00 0 08-12-2007 08:00 0 09-12-2007 10:00 0,0001 10-12-2007 12:00 0 11-12-2007 14:00 0
07-12-2007 07:00 0 08-12-2007 09:00 0 09-12-2007 11:00 0 10-12-2007 13:00 0 11-12-2007 15:00 0
07-12-2007 08:00 0,0001 08-12-2007 10:00 0 09-12-2007 12:00 0,0001 10-12-2007 14:00 0 11-12-2007 16:00 0
07-12-2007 09:00 0 08-12-2007 11:00 0,0001 09-12-2007 13:00 0 10-12-2007 15:00 0 11-12-2007 17:00 0
07-12-2007 10:00 0 08-12-2007 12:00 0 09-12-2007 14:00 0 10-12-2007 16:00 0 11-12-2007 18:00 0
07-12-2007 11:00 0 08-12-2007 13:00 0 09-12-2007 15:00 0 10-12-2007 17:00 0 11-12-2007 19:00 0
A22
Anexo A.25 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Dezembro de 2007 (Parte 3).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
11-12-2007 20:00 0 12-12-2007 22:00 0 14-12-2007 00:00 0 15-12-2007 02:00 0 16-12-2007 04:00 0
11-12-2007 21:00 0 12-12-2007 23:00 0 14-12-2007 01:00 0 15-12-2007 03:00 0,0001 16-12-2007 05:00 0
11-12-2007 22:00 0 13-12-2007 00:00 0 14-12-2007 02:00 0 15-12-2007 04:00 0 16-12-2007 06:00 0
11-12-2007 23:00 0 13-12-2007 01:00 0 14-12-2007 03:00 0 15-12-2007 05:00 0 16-12-2007 07:00 0
12-12-2007 00:00 0 13-12-2007 02:00 0 14-12-2007 04:00 0 15-12-2007 06:00 0 16-12-2007 08:00 0
12-12-2007 01:00 0 13-12-2007 03:00 0 14-12-2007 05:00 0 15-12-2007 07:00 0 16-12-2007 09:00 0
12-12-2007 02:00 0 13-12-2007 04:00 0 14-12-2007 06:00 0 15-12-2007 08:00 0 16-12-2007 10:00 0
12-12-2007 03:00 0 13-12-2007 05:00 0 14-12-2007 07:00 0 15-12-2007 09:00 0 16-12-2007 11:00 0,0002
12-12-2007 04:00 0 13-12-2007 06:00 0 14-12-2007 08:00 0 15-12-2007 10:00 0,0001 16-12-2007 12:00 0
12-12-2007 05:00 0 13-12-2007 07:00 0 14-12-2007 09:00 0 15-12-2007 11:00 0,0001 16-12-2007 13:00 0
12-12-2007 06:00 0 13-12-2007 08:00 0 14-12-2007 10:00 0 15-12-2007 12:00 0 16-12-2007 14:00 0
12-12-2007 07:00 0,0001 13-12-2007 09:00 0 14-12-2007 11:00 0,0001 15-12-2007 13:00 0 16-12-2007 15:00 0
12-12-2007 08:00 0 13-12-2007 10:00 0,0001 14-12-2007 12:00 0 15-12-2007 14:00 0 16-12-2007 16:00 0
12-12-2007 09:00 0 13-12-2007 11:00 0 14-12-2007 13:00 0 15-12-2007 15:00 0 16-12-2007 17:00 0
12-12-2007 10:00 0 13-12-2007 12:00 0 14-12-2007 14:00 0 15-12-2007 16:00 0 16-12-2007 18:00 0
12-12-2007 11:00 0 13-12-2007 13:00 0 14-12-2007 15:00 0 15-12-2007 17:00 0 16-12-2007 19:00 0
12-12-2007 12:00 0 13-12-2007 14:00 0 14-12-2007 16:00 0 15-12-2007 18:00 0 16-12-2007 20:00 0
12-12-2007 13:00 0 13-12-2007 15:00 0,0001 14-12-2007 17:00 0 15-12-2007 19:00 0 16-12-2007 21:00 0
12-12-2007 14:00 0 13-12-2007 16:00 0 14-12-2007 18:00 0 15-12-2007 20:00 0 16-12-2007 22:00 0
12-12-2007 15:00 0 13-12-2007 17:00 0 14-12-2007 19:00 0 15-12-2007 21:00 0 16-12-2007 23:00 0
12-12-2007 16:00 0 13-12-2007 18:00 0 14-12-2007 20:00 0 15-12-2007 22:00 0 17-12-2007 00:00 0
12-12-2007 17:00 0 13-12-2007 19:00 0 14-12-2007 21:00 0 15-12-2007 23:00 0 17-12-2007 01:00 0
12-12-2007 18:00 0 13-12-2007 20:00 0 14-12-2007 22:00 0 16-12-2007 00:00 0 17-12-2007 02:00 0
12-12-2007 19:00 0 13-12-2007 21:00 0 14-12-2007 23:00 0 16-12-2007 01:00 0 17-12-2007 03:00 0
12-12-2007 20:00 0 13-12-2007 22:00 0 15-12-2007 00:00 0 16-12-2007 02:00 0 17-12-2007 04:00 0
12-12-2007 21:00 0 13-12-2007 23:00 0 15-12-2007 01:00 0 16-12-2007 03:00 0 17-12-2007 05:00 0
A23
Anexo A.26 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Dezembro de 2007 (Parte 4).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
17-12-2007 06:00 0 18-12-2007 08:00 0 19-12-2007 10:00 0,0046 20-12-2007 12:00 0,001 21-12-2007 14:00 0,0002
17-12-2007 07:00 0 18-12-2007 09:00 0 19-12-2007 11:00 0 20-12-2007 13:00 0 21-12-2007 15:00 0
17-12-2007 08:00 0 18-12-2007 10:00 0 19-12-2007 12:00 0,008 20-12-2007 14:00 0 21-12-2007 16:00 0
17-12-2007 09:00 0 18-12-2007 11:00 0 19-12-2007 13:00 0,0048 20-12-2007 15:00 0,0001 21-12-2007 17:00 0
17-12-2007 10:00 0,0001 18-12-2007 12:00 0 19-12-2007 14:00 0,0004 20-12-2007 16:00 0 21-12-2007 18:00 0
17-12-2007 11:00 0 18-12-2007 13:00 0 19-12-2007 15:00 0,0045 20-12-2007 17:00 0 21-12-2007 19:00 0
17-12-2007 12:00 0 18-12-2007 14:00 0 19-12-2007 16:00 0,0028 20-12-2007 18:00 0 21-12-2007 20:00 0
17-12-2007 13:00 0 18-12-2007 15:00 0 19-12-2007 17:00 0,0048 20-12-2007 19:00 0 21-12-2007 21:00 0
17-12-2007 14:00 0 18-12-2007 16:00 0 19-12-2007 18:00 0,0034 20-12-2007 20:00 0 21-12-2007 22:00 0
17-12-2007 15:00 0 18-12-2007 17:00 0 19-12-2007 19:00 0,0004 20-12-2007 21:00 0,0004 21-12-2007 23:00 0
17-12-2007 16:00 0 18-12-2007 18:00 0 19-12-2007 20:00 0,0009 20-12-2007 22:00 0,0012 22-12-2007 00:00 0
17-12-2007 17:00 0 18-12-2007 19:00 0 19-12-2007 21:00 0,0003 20-12-2007 23:00 0,0006 22-12-2007 01:00 0
17-12-2007 18:00 0 18-12-2007 20:00 0,0004 19-12-2007 22:00 0 21-12-2007 00:00 0,0006 22-12-2007 02:00 0
17-12-2007 19:00 0 18-12-2007 21:00 0,0002 19-12-2007 23:00 0 21-12-2007 01:00 0,0003 22-12-2007 03:00 0
17-12-2007 20:00 0 18-12-2007 22:00 0,0001 20-12-2007 00:00 0 21-12-2007 02:00 0,0001 22-12-2007 04:00 0
17-12-2007 21:00 0 18-12-2007 23:00 0,0001 20-12-2007 01:00 0 21-12-2007 03:00 0,0004 22-12-2007 05:00 0
17-12-2007 22:00 0 19-12-2007 00:00 0,0012 20-12-2007 02:00 0 21-12-2007 04:00 0,001 22-12-2007 06:00 0
17-12-2007 23:00 0 19-12-2007 01:00 0,0002 20-12-2007 03:00 0 21-12-2007 05:00 0,0012 22-12-2007 07:00 0
18-12-2007 00:00 0 19-12-2007 02:00 0 20-12-2007 04:00 0 21-12-2007 06:00 0,0015 22-12-2007 08:00 0
18-12-2007 01:00 0 19-12-2007 03:00 0 20-12-2007 05:00 0 21-12-2007 07:00 0,0013 22-12-2007 09:00 0
18-12-2007 02:00 0 19-12-2007 04:00 0 20-12-2007 06:00 0 21-12-2007 08:00 0,0011 22-12-2007 10:00 0
18-12-2007 03:00 0 19-12-2007 05:00 0,0003 20-12-2007 07:00 0 21-12-2007 09:00 0,001 22-12-2007 11:00 0
18-12-2007 04:00 0 19-12-2007 06:00 0,0001 20-12-2007 08:00 0 21-12-2007 10:00 0,0009 22-12-2007 12:00 0
18-12-2007 05:00 0 19-12-2007 07:00 0 20-12-2007 09:00 0,0023 21-12-2007 11:00 0,0007 22-12-2007 13:00 0
18-12-2007 06:00 0 19-12-2007 08:00 0,0068 20-12-2007 10:00 0,0001 21-12-2007 12:00 0,0005 22-12-2007 14:00 0
18-12-2007 07:00 0 19-12-2007 09:00 0,0091 20-12-2007 11:00 0,0002 21-12-2007 13:00 0,0005 22-12-2007 15:00 0
A24
Anexo A.27 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Dezembro de 2007 (Parte 5).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
22-12-2007 16:00 0 23-12-2007 18:00 0 24-12-2007 20:00 0 25-12-2007 22:00 0,0001 27-12-2007 00:00 0
22-12-2007 17:00 0 23-12-2007 19:00 0 24-12-2007 21:00 0 25-12-2007 23:00 0,0001 27-12-2007 01:00 0,0001
22-12-2007 18:00 0 23-12-2007 20:00 0 24-12-2007 22:00 0 26-12-2007 00:00 0,0001 27-12-2007 02:00 0
22-12-2007 19:00 0 23-12-2007 21:00 0 24-12-2007 23:00 0 26-12-2007 01:00 0,0001 27-12-2007 03:00 0
22-12-2007 20:00 0 23-12-2007 22:00 0 25-12-2007 00:00 0 26-12-2007 02:00 0,0001 27-12-2007 04:00 0,0001
22-12-2007 21:00 0 23-12-2007 23:00 0 25-12-2007 01:00 0,0001 26-12-2007 03:00 0,0001 27-12-2007 05:00 0
22-12-2007 22:00 0 24-12-2007 00:00 0 25-12-2007 02:00 0 26-12-2007 04:00 0,0001 27-12-2007 06:00 0
22-12-2007 23:00 0 24-12-2007 01:00 0 25-12-2007 03:00 0 26-12-2007 05:00 0 27-12-2007 07:00 0
23-12-2007 00:00 0 24-12-2007 02:00 0 25-12-2007 04:00 0,0001 26-12-2007 06:00 0,0001 27-12-2007 08:00 0,0001
23-12-2007 01:00 0 24-12-2007 03:00 0 25-12-2007 05:00 0 26-12-2007 07:00 0,0001 27-12-2007 09:00 0
23-12-2007 02:00 0 24-12-2007 04:00 0 25-12-2007 06:00 0 26-12-2007 08:00 0 27-12-2007 10:00 0
23-12-2007 03:00 0 24-12-2007 05:00 0 25-12-2007 07:00 0,0001 26-12-2007 09:00 0,0001 27-12-2007 11:00 0
23-12-2007 04:00 0 24-12-2007 06:00 0,0001 25-12-2007 08:00 0 26-12-2007 10:00 0 27-12-2007 12:00 0,0001
23-12-2007 05:00 0 24-12-2007 07:00 0 25-12-2007 09:00 0 26-12-2007 11:00 0,0001 27-12-2007 13:00 0
23-12-2007 06:00 0 24-12-2007 08:00 0 25-12-2007 10:00 0 26-12-2007 12:00 0,0001 27-12-2007 14:00 0,0001
23-12-2007 07:00 0 24-12-2007 09:00 0 25-12-2007 11:00 0 26-12-2007 13:00 0 27-12-2007 15:00 0
23-12-2007 08:00 0 24-12-2007 10:00 0,0001 25-12-2007 12:00 0 26-12-2007 14:00 0,0001 27-12-2007 16:00 0,0001
23-12-2007 09:00 0 24-12-2007 11:00 0 25-12-2007 13:00 0 26-12-2007 15:00 0,0001 27-12-2007 17:00 0
23-12-2007 10:00 0 24-12-2007 12:00 0 25-12-2007 14:00 0 26-12-2007 16:00 0 27-12-2007 18:00 0
23-12-2007 11:00 0 24-12-2007 13:00 0 25-12-2007 15:00 0 26-12-2007 17:00 0,0001 27-12-2007 19:00 0,0001
23-12-2007 12:00 0 24-12-2007 14:00 0 25-12-2007 16:00 0 26-12-2007 18:00 0 27-12-2007 20:00 0
23-12-2007 13:00 0 24-12-2007 15:00 0 25-12-2007 17:00 0 26-12-2007 19:00 0,0001 27-12-2007 21:00 0
23-12-2007 14:00 0 24-12-2007 16:00 0 25-12-2007 18:00 0 26-12-2007 20:00 0 27-12-2007 22:00 0
23-12-2007 15:00 0 24-12-2007 17:00 0 25-12-2007 19:00 0 26-12-2007 21:00 0,0001 27-12-2007 23:00 0,0001
23-12-2007 16:00 0 24-12-2007 18:00 0 25-12-2007 20:00 0,0003 26-12-2007 22:00 0 28-12-2007 00:00 0
23-12-2007 17:00 0 24-12-2007 19:00 0 25-12-2007 21:00 0,0002 26-12-2007 23:00 0 28-12-2007 01:00 0
A25
Anexo A.28 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Dezembro de 2007 (Parte 6).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
28-12-2007 02:00 0 29-12-2007 04:00 0 30-12-2007 06:00 0 31-12-2007 08:00 0
28-12-2007 03:00 0 29-12-2007 05:00 0 30-12-2007 07:00 0 31-12-2007 09:00 0
28-12-2007 04:00 0 29-12-2007 06:00 0 30-12-2007 08:00 0 31-12-2007 10:00 0
28-12-2007 05:00 0,0001 29-12-2007 07:00 0 30-12-2007 09:00 0 31-12-2007 11:00 0
28-12-2007 06:00 0 29-12-2007 08:00 0,0001 30-12-2007 10:00 0 31-12-2007 12:00 0,0001
28-12-2007 07:00 0 29-12-2007 09:00 0 30-12-2007 11:00 0 31-12-2007 13:00 0
28-12-2007 08:00 0 29-12-2007 10:00 0,0001 30-12-2007 12:00 0 31-12-2007 14:00 0
28-12-2007 09:00 0 29-12-2007 11:00 0,0002 30-12-2007 13:00 0 31-12-2007 15:00 0
28-12-2007 10:00 0 29-12-2007 12:00 0,0001 30-12-2007 14:00 0 31-12-2007 16:00 0
28-12-2007 11:00 0 29-12-2007 13:00 0,0001 30-12-2007 15:00 0 31-12-2007 17:00 0
28-12-2007 12:00 0,0001 29-12-2007 14:00 0 30-12-2007 16:00 0,0001 31-12-2007 18:00 0
28-12-2007 13:00 0 29-12-2007 15:00 0,0001 30-12-2007 17:00 0 31-12-2007 19:00 0
28-12-2007 14:00 0 29-12-2007 16:00 0 30-12-2007 18:00 0 31-12-2007 20:00 0
28-12-2007 15:00 0 29-12-2007 17:00 0 30-12-2007 19:00 0 31-12-2007 21:00 0
28-12-2007 16:00 0,0001 29-12-2007 18:00 0,0001 30-12-2007 20:00 0 31-12-2007 22:00 0
28-12-2007 17:00 0 29-12-2007 19:00 0 30-12-2007 21:00 0 31-12-2007 23:00 0
28-12-2007 18:00 0 29-12-2007 20:00 0 30-12-2007 22:00 0 28-12-2007 19:00 0 29-12-2007 21:00 0 30-12-2007 23:00 0 28-12-2007 20:00 0,0001 29-12-2007 22:00 0 31-12-2007 00:00 0 28-12-2007 21:00 0 29-12-2007 23:00 0 31-12-2007 01:00 0 28-12-2007 22:00 0 30-12-2007 00:00 0 31-12-2007 02:00 0 28-12-2007 23:00 0 30-12-2007 01:00 0 31-12-2007 03:00 0 29-12-2007 00:00 0 30-12-2007 02:00 0 31-12-2007 04:00 0 29-12-2007 01:00 0 30-12-2007 03:00 0 31-12-2007 05:00 0 29-12-2007 02:00 0 30-12-2007 04:00 0 31-12-2007 06:00 0 29-12-2007 03:00 0 30-12-2007 05:00 0,0001 31-12-2007 07:00 0
A26
Anexo A.29 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Setembro de 2007 (Parte 1).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
01-09-2007 00:00 0 02-09-2007 02:00 0 03-09-2007 04:00 0 04-09-2007 06:00 0 05-09-2007 08:00 0,0001
01-09-2007 01:00 0 02-09-2007 03:00 0 03-09-2007 05:00 0 04-09-2007 07:00 0 05-09-2007 09:00 0
01-09-2007 02:00 0 02-09-2007 04:00 0 03-09-2007 06:00 0 04-09-2007 08:00 0 05-09-2007 10:00 0
01-09-2007 03:00 0 02-09-2007 05:00 0 03-09-2007 07:00 0 04-09-2007 09:00 0 05-09-2007 11:00 0
01-09-2007 04:00 0 02-09-2007 06:00 0 03-09-2007 08:00 0 04-09-2007 10:00 0 05-09-2007 12:00 0
01-09-2007 05:00 0 02-09-2007 07:00 0 03-09-2007 09:00 0 04-09-2007 11:00 0 05-09-2007 13:00 0
01-09-2007 06:00 0 02-09-2007 08:00 0 03-09-2007 10:00 0 04-09-2007 12:00 0 05-09-2007 14:00 0
01-09-2007 07:00 0 02-09-2007 09:00 0 03-09-2007 11:00 0 04-09-2007 13:00 0 05-09-2007 15:00 0
01-09-2007 08:00 0 02-09-2007 10:00 0 03-09-2007 12:00 0 04-09-2007 14:00 0 05-09-2007 16:00 0
01-09-2007 09:00 0 02-09-2007 11:00 0 03-09-2007 13:00 0 04-09-2007 15:00 0 05-09-2007 17:00 0
01-09-2007 10:00 0 02-09-2007 12:00 0 03-09-2007 14:00 0 04-09-2007 16:00 0 05-09-2007 18:00 0
01-09-2007 11:00 0 02-09-2007 13:00 0 03-09-2007 15:00 0 04-09-2007 17:00 0 05-09-2007 19:00 0
01-09-2007 12:00 0 02-09-2007 14:00 0 03-09-2007 16:00 0 04-09-2007 18:00 0 05-09-2007 20:00 0
01-09-2007 13:00 0 02-09-2007 15:00 0 03-09-2007 17:00 0 04-09-2007 19:00 0 05-09-2007 21:00 0
01-09-2007 14:00 0 02-09-2007 16:00 0 03-09-2007 18:00 0 04-09-2007 20:00 0 05-09-2007 22:00 0
01-09-2007 15:00 0 02-09-2007 17:00 0 03-09-2007 19:00 0 04-09-2007 21:00 0 05-09-2007 23:00 0
01-09-2007 16:00 0 02-09-2007 18:00 0 03-09-2007 20:00 0 04-09-2007 22:00 0 06-09-2007 00:00 0
01-09-2007 17:00 0 02-09-2007 19:00 0 03-09-2007 21:00 0 04-09-2007 23:00 0 06-09-2007 01:00 0
01-09-2007 18:00 0 02-09-2007 20:00 0 03-09-2007 22:00 0 05-09-2007 00:00 0 06-09-2007 02:00 0
01-09-2007 19:00 0 02-09-2007 21:00 0 03-09-2007 23:00 0 05-09-2007 01:00 0 06-09-2007 03:00 0
01-09-2007 20:00 0 02-09-2007 22:00 0 04-09-2007 00:00 0 05-09-2007 02:00 0 06-09-2007 04:00 0
01-09-2007 21:00 0 02-09-2007 23:00 0 04-09-2007 01:00 0 05-09-2007 03:00 0 06-09-2007 05:00 0
01-09-2007 22:00 0 03-09-2007 00:00 0 04-09-2007 02:00 0 05-09-2007 04:00 0 06-09-2007 06:00 0
01-09-2007 23:00 0 03-09-2007 01:00 0 04-09-2007 03:00 0 05-09-2007 05:00 0 06-09-2007 07:00 0
02-09-2007 00:00 0 03-09-2007 02:00 0 04-09-2007 04:00 0 05-09-2007 06:00 0 06-09-2007 08:00 0
02-09-2007 01:00 0 03-09-2007 03:00 0 04-09-2007 05:00 0 05-09-2007 07:00 0 06-09-2007 09:00 0
A27
Anexo A.30 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Setembro de 2007 (Parte 2).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
06-09-2007 10:00 0 07-09-2007 12:00 0 08-09-2007 14:00 0 09-09-2007 16:00 0 10-09-2007 18:00 0,0003
06-09-2007 11:00 0 07-09-2007 13:00 0 08-09-2007 15:00 0 09-09-2007 17:00 0 10-09-2007 19:00 0
06-09-2007 12:00 0 07-09-2007 14:00 0 08-09-2007 16:00 0 09-09-2007 18:00 0 10-09-2007 20:00 0
06-09-2007 13:00 0 07-09-2007 15:00 0 08-09-2007 17:00 0 09-09-2007 19:00 0 10-09-2007 21:00 0
06-09-2007 14:00 0 07-09-2007 16:00 0 08-09-2007 18:00 0 09-09-2007 20:00 0 10-09-2007 22:00 0
06-09-2007 15:00 0 07-09-2007 17:00 0 08-09-2007 19:00 0 09-09-2007 21:00 0 10-09-2007 23:00 0
06-09-2007 16:00 0 07-09-2007 18:00 0 08-09-2007 20:00 0 09-09-2007 22:00 0 11-09-2007 00:00 0
06-09-2007 17:00 0 07-09-2007 19:00 0 08-09-2007 21:00 0 09-09-2007 23:00 0 11-09-2007 01:00 0,0001
06-09-2007 18:00 0 07-09-2007 20:00 0 08-09-2007 22:00 0 10-09-2007 00:00 0 11-09-2007 02:00 0
06-09-2007 19:00 0 07-09-2007 21:00 0 08-09-2007 23:00 0 10-09-2007 01:00 0 11-09-2007 03:00 0,0002
06-09-2007 20:00 0 07-09-2007 22:00 0 09-09-2007 00:00 0 10-09-2007 02:00 0 11-09-2007 04:00 0
06-09-2007 21:00 0 07-09-2007 23:00 0 09-09-2007 01:00 0 10-09-2007 03:00 0 11-09-2007 05:00 0
06-09-2007 22:00 0 08-09-2007 00:00 0 09-09-2007 02:00 0 10-09-2007 04:00 0 11-09-2007 06:00 0,0001
06-09-2007 23:00 0 08-09-2007 01:00 0 09-09-2007 03:00 0 10-09-2007 05:00 0 11-09-2007 07:00 0,0005
07-09-2007 00:00 0 08-09-2007 02:00 0 09-09-2007 04:00 0 10-09-2007 06:00 0 11-09-2007 08:00 0,0008
07-09-2007 01:00 0 08-09-2007 03:00 0 09-09-2007 05:00 0 10-09-2007 07:00 0 11-09-2007 09:00 0,0007
07-09-2007 02:00 0 08-09-2007 04:00 0 09-09-2007 06:00 0 10-09-2007 08:00 0 11-09-2007 10:00 0
07-09-2007 03:00 0 08-09-2007 05:00 0 09-09-2007 07:00 0 10-09-2007 09:00 0 11-09-2007 11:00 0,0004
07-09-2007 04:00 0 08-09-2007 06:00 0 09-09-2007 08:00 0 10-09-2007 10:00 0 11-09-2007 12:00 0
07-09-2007 05:00 0 08-09-2007 07:00 0 09-09-2007 09:00 0 10-09-2007 11:00 0 11-09-2007 13:00 0
07-09-2007 06:00 0 08-09-2007 08:00 0 09-09-2007 10:00 0 10-09-2007 12:00 0 11-09-2007 14:00 0
07-09-2007 07:00 0 08-09-2007 09:00 0 09-09-2007 11:00 0 10-09-2007 13:00 0 11-09-2007 15:00 0
07-09-2007 08:00 0 08-09-2007 10:00 0 09-09-2007 12:00 0 10-09-2007 14:00 0 11-09-2007 16:00 0
07-09-2007 09:00 0 08-09-2007 11:00 0 09-09-2007 13:00 0 10-09-2007 15:00 0 11-09-2007 17:00 0,0002
07-09-2007 10:00 0 08-09-2007 12:00 0 09-09-2007 14:00 0 10-09-2007 16:00 0,0292 11-09-2007 18:00 0
07-09-2007 11:00 0 08-09-2007 13:00 0 09-09-2007 15:00 0 10-09-2007 17:00 0,0031 11-09-2007 19:00 0
A28
Anexo A.31 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Setembro de 2007 (Parte 3).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
11-09-2007 20:00 0 12-09-2007 22:00 0,0001 14-09-2007 00:00 0,0001 15-09-2007 02:00 0 16-09-2007 04:00 0
11-09-2007 21:00 0 12-09-2007 23:00 0 14-09-2007 01:00 0 15-09-2007 03:00 0 16-09-2007 05:00 0
11-09-2007 22:00 0 13-09-2007 00:00 0 14-09-2007 02:00 0 15-09-2007 04:00 0 16-09-2007 06:00 0
11-09-2007 23:00 0 13-09-2007 01:00 0 14-09-2007 03:00 0 15-09-2007 05:00 0 16-09-2007 07:00 0
12-09-2007 00:00 0 13-09-2007 02:00 0 14-09-2007 04:00 0 15-09-2007 06:00 0 16-09-2007 08:00 0
12-09-2007 01:00 0,0064 13-09-2007 03:00 0,0001 14-09-2007 05:00 0 15-09-2007 07:00 0 16-09-2007 09:00 0
12-09-2007 02:00 0,0017 13-09-2007 04:00 0 14-09-2007 06:00 0 15-09-2007 08:00 0,0001 16-09-2007 10:00 0
12-09-2007 03:00 0,0001 13-09-2007 05:00 0 14-09-2007 07:00 0 15-09-2007 09:00 0 16-09-2007 11:00 0
12-09-2007 04:00 0,0005 13-09-2007 06:00 0 14-09-2007 08:00 0 15-09-2007 10:00 0 16-09-2007 12:00 0
12-09-2007 05:00 0,0007 13-09-2007 07:00 0,0001 14-09-2007 09:00 0 15-09-2007 11:00 0 16-09-2007 13:00 0
12-09-2007 06:00 0,0005 13-09-2007 08:00 0 14-09-2007 10:00 0 15-09-2007 12:00 0 16-09-2007 14:00 0
12-09-2007 07:00 0,0002 13-09-2007 09:00 0 14-09-2007 11:00 0 15-09-2007 13:00 0 16-09-2007 15:00 0
12-09-2007 08:00 0 13-09-2007 10:00 0 14-09-2007 12:00 0 15-09-2007 14:00 0 16-09-2007 16:00 0
12-09-2007 09:00 0 13-09-2007 11:00 0 14-09-2007 13:00 0 15-09-2007 15:00 0 16-09-2007 17:00 0
12-09-2007 10:00 0 13-09-2007 12:00 0 14-09-2007 14:00 0 15-09-2007 16:00 0 16-09-2007 18:00 0
12-09-2007 11:00 0 13-09-2007 13:00 0 14-09-2007 15:00 0 15-09-2007 17:00 0 16-09-2007 19:00 0
12-09-2007 12:00 0 13-09-2007 14:00 0 14-09-2007 16:00 0 15-09-2007 18:00 0 16-09-2007 20:00 0
12-09-2007 13:00 0 13-09-2007 15:00 0 14-09-2007 17:00 0 15-09-2007 19:00 0 16-09-2007 21:00 0
12-09-2007 14:00 0 13-09-2007 16:00 0,0004 14-09-2007 18:00 0 15-09-2007 20:00 0 16-09-2007 22:00 0
12-09-2007 15:00 0,0003 13-09-2007 17:00 0,0016 14-09-2007 19:00 0 15-09-2007 21:00 0 16-09-2007 23:00 0
12-09-2007 16:00 0 13-09-2007 18:00 0 14-09-2007 20:00 0 15-09-2007 22:00 0 17-09-2007 00:00 0
12-09-2007 17:00 0,0046 13-09-2007 19:00 0 14-09-2007 21:00 0 15-09-2007 23:00 0 17-09-2007 01:00 0
12-09-2007 18:00 0,0012 13-09-2007 20:00 0 14-09-2007 22:00 0 16-09-2007 00:00 0 17-09-2007 02:00 0
12-09-2007 19:00 0 13-09-2007 21:00 0 14-09-2007 23:00 0 16-09-2007 01:00 0 17-09-2007 03:00 0
12-09-2007 20:00 0 13-09-2007 22:00 0 15-09-2007 00:00 0 16-09-2007 02:00 0 17-09-2007 04:00 0
12-09-2007 21:00 0 13-09-2007 23:00 0 15-09-2007 01:00 0 16-09-2007 03:00 0 17-09-2007 05:00 0
A29
Anexo A.32 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Setembro de 2007 (Parte 4).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
17-09-2007 06:00 0 18-09-2007 08:00 0 19-09-2007 10:00 0 20-09-2007 12:00 0 21-09-2007 14:00 0
17-09-2007 07:00 0 18-09-2007 09:00 0 19-09-2007 11:00 0 20-09-2007 13:00 0 21-09-2007 15:00 0
17-09-2007 08:00 0 18-09-2007 10:00 0 19-09-2007 12:00 0 20-09-2007 14:00 0 21-09-2007 16:00 0
17-09-2007 09:00 0 18-09-2007 11:00 0 19-09-2007 13:00 0 20-09-2007 15:00 0 21-09-2007 17:00 0
17-09-2007 10:00 0 18-09-2007 12:00 0 19-09-2007 14:00 0 20-09-2007 16:00 0 21-09-2007 18:00 0
17-09-2007 11:00 0 18-09-2007 13:00 0 19-09-2007 15:00 0 20-09-2007 17:00 0 21-09-2007 19:00 0
17-09-2007 12:00 0 18-09-2007 14:00 0 19-09-2007 16:00 0 20-09-2007 18:00 0 21-09-2007 20:00 0
17-09-2007 13:00 0 18-09-2007 15:00 0 19-09-2007 17:00 0 20-09-2007 19:00 0 21-09-2007 21:00 0
17-09-2007 14:00 0 18-09-2007 16:00 0 19-09-2007 18:00 0 20-09-2007 20:00 0 21-09-2007 22:00 0
17-09-2007 15:00 0 18-09-2007 17:00 0 19-09-2007 19:00 0 20-09-2007 21:00 0 21-09-2007 23:00 0
17-09-2007 16:00 0 18-09-2007 18:00 0 19-09-2007 20:00 0 20-09-2007 22:00 0 22-09-2007 00:00 0
17-09-2007 17:00 0 18-09-2007 19:00 0 19-09-2007 21:00 0 20-09-2007 23:00 0 22-09-2007 01:00 0
17-09-2007 18:00 0 18-09-2007 20:00 0 19-09-2007 22:00 0 21-09-2007 00:00 0 22-09-2007 02:00 0
17-09-2007 19:00 0 18-09-2007 21:00 0 19-09-2007 23:00 0 21-09-2007 01:00 0 22-09-2007 03:00 0,0001
17-09-2007 20:00 0 18-09-2007 22:00 0 20-09-2007 00:00 0 21-09-2007 02:00 0 22-09-2007 04:00 0
17-09-2007 21:00 0 18-09-2007 23:00 0 20-09-2007 01:00 0,0001 21-09-2007 03:00 0 22-09-2007 05:00 0
17-09-2007 22:00 0 19-09-2007 00:00 0 20-09-2007 02:00 0 21-09-2007 04:00 0 22-09-2007 06:00 0
17-09-2007 23:00 0 19-09-2007 01:00 0 20-09-2007 03:00 0 21-09-2007 05:00 0 22-09-2007 07:00 0,0001
18-09-2007 00:00 0 19-09-2007 02:00 0 20-09-2007 04:00 0,0001 21-09-2007 06:00 0 22-09-2007 08:00 0
18-09-2007 01:00 0 19-09-2007 03:00 0 20-09-2007 05:00 0 21-09-2007 07:00 0 22-09-2007 09:00 0
18-09-2007 02:00 0 19-09-2007 04:00 0 20-09-2007 06:00 0 21-09-2007 08:00 0 22-09-2007 10:00 0
18-09-2007 03:00 0 19-09-2007 05:00 0 20-09-2007 07:00 0 21-09-2007 09:00 0 22-09-2007 11:00 0
18-09-2007 04:00 0 19-09-2007 06:00 0 20-09-2007 08:00 0 21-09-2007 10:00 0 22-09-2007 12:00 0
18-09-2007 05:00 0,0001 19-09-2007 07:00 0 20-09-2007 09:00 0 21-09-2007 11:00 0 22-09-2007 13:00 0
18-09-2007 06:00 0 19-09-2007 08:00 0 20-09-2007 10:00 0 21-09-2007 12:00 0 22-09-2007 14:00 0
18-09-2007 07:00 0 19-09-2007 09:00 0 20-09-2007 11:00 0 21-09-2007 13:00 0 22-09-2007 15:00 0
A30
Anexo A.33 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Setembro de 2007 (Parte 5).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
22-09-2007 16:00 0 23-09-2007 18:00 0 24-09-2007 20:00 0 25-09-2007 22:00 0 27-09-2007 00:00 0
22-09-2007 17:00 0 23-09-2007 19:00 0 24-09-2007 21:00 0 25-09-2007 23:00 0 27-09-2007 01:00 0
22-09-2007 18:00 0 23-09-2007 20:00 0 24-09-2007 22:00 0 26-09-2007 00:00 0 27-09-2007 02:00 0
22-09-2007 19:00 0 23-09-2007 21:00 0 24-09-2007 23:00 0 26-09-2007 01:00 0 27-09-2007 03:00 0
22-09-2007 20:00 0 23-09-2007 22:00 0 25-09-2007 00:00 0 26-09-2007 02:00 0 27-09-2007 04:00 0
22-09-2007 21:00 0 23-09-2007 23:00 0 25-09-2007 01:00 0 26-09-2007 03:00 0 27-09-2007 05:00 0,0001
22-09-2007 22:00 0 24-09-2007 00:00 0 25-09-2007 02:00 0 26-09-2007 04:00 0 27-09-2007 06:00 0
22-09-2007 23:00 0 24-09-2007 01:00 0 25-09-2007 03:00 0 26-09-2007 05:00 0,0001 27-09-2007 07:00 0
23-09-2007 00:00 0 24-09-2007 02:00 0 25-09-2007 04:00 0,0001 26-09-2007 06:00 0 27-09-2007 08:00 0,0001
23-09-2007 01:00 0 24-09-2007 03:00 0 25-09-2007 05:00 0 26-09-2007 07:00 0,0001 27-09-2007 09:00 0
23-09-2007 02:00 0 24-09-2007 04:00 0,0001 25-09-2007 06:00 0,0001 26-09-2007 08:00 0 27-09-2007 10:00 0
23-09-2007 03:00 0,0001 24-09-2007 05:00 0 25-09-2007 07:00 0 26-09-2007 09:00 0 27-09-2007 11:00 0
23-09-2007 04:00 0,0001 24-09-2007 06:00 0 25-09-2007 08:00 0 26-09-2007 10:00 0 27-09-2007 12:00 0
23-09-2007 05:00 0 24-09-2007 07:00 0,0001 25-09-2007 09:00 0 26-09-2007 11:00 0 27-09-2007 13:00 0
23-09-2007 06:00 0 24-09-2007 08:00 0 25-09-2007 10:00 0 26-09-2007 12:00 0 27-09-2007 14:00 0
23-09-2007 07:00 0,0001 24-09-2007 09:00 0 25-09-2007 11:00 0 26-09-2007 13:00 0 27-09-2007 15:00 0
23-09-2007 08:00 0,0001 24-09-2007 10:00 0 25-09-2007 12:00 0 26-09-2007 14:00 0 27-09-2007 16:00 0
23-09-2007 09:00 0 24-09-2007 11:00 0 25-09-2007 13:00 0 26-09-2007 15:00 0 27-09-2007 17:00 0
23-09-2007 10:00 0 24-09-2007 12:00 0 25-09-2007 14:00 0 26-09-2007 16:00 0 27-09-2007 18:00 0
23-09-2007 11:00 0 24-09-2007 13:00 0 25-09-2007 15:00 0,0001 26-09-2007 17:00 0 27-09-2007 19:00 0
23-09-2007 12:00 0 24-09-2007 14:00 0 25-09-2007 16:00 0 26-09-2007 18:00 0 27-09-2007 20:00 0
23-09-2007 13:00 0 24-09-2007 15:00 0 25-09-2007 17:00 0 26-09-2007 19:00 0 27-09-2007 21:00 0
23-09-2007 14:00 0 24-09-2007 16:00 0 25-09-2007 18:00 0 26-09-2007 20:00 0 27-09-2007 22:00 0
23-09-2007 15:00 0 24-09-2007 17:00 0 25-09-2007 19:00 0 26-09-2007 21:00 0 27-09-2007 23:00 0
23-09-2007 16:00 0 24-09-2007 18:00 0 25-09-2007 20:00 0 26-09-2007 22:00 0 28-09-2007 00:00 0
23-09-2007 17:00 0 24-09-2007 19:00 0 25-09-2007 21:00 0 26-09-2007 23:00 0 28-09-2007 01:00 0
A31
Anexo A.34 - Intensidades de precipitação registadas na estação meteorológica de Odemira no mês de Setembro de 2007 (Parte 6).
Data valor [m/h] Data valor [m/h] Data valor [m/h]
28-09-2007 02:00 0 29-09-2007 04:00 0 30-09-2007 06:00 0,0001
28-09-2007 03:00 0 29-09-2007 05:00 0 30-09-2007 07:00 0
28-09-2007 04:00 0 29-09-2007 06:00 0 30-09-2007 08:00 0
28-09-2007 05:00 0 29-09-2007 07:00 0 30-09-2007 09:00 0
28-09-2007 06:00 0 29-09-2007 08:00 0 30-09-2007 10:00 0,0001
28-09-2007 07:00 0,0001 29-09-2007 09:00 0 30-09-2007 11:00 0,0004
28-09-2007 08:00 0 29-09-2007 10:00 0 30-09-2007 12:00 0,0049
28-09-2007 09:00 0 29-09-2007 11:00 0 30-09-2007 13:00 0,0002
28-09-2007 10:00 0 29-09-2007 12:00 0 30-09-2007 14:00 0,0001
28-09-2007 11:00 0 29-09-2007 13:00 0 30-09-2007 15:00 0
28-09-2007 12:00 0 29-09-2007 14:00 0 30-09-2007 16:00 0
28-09-2007 13:00 0 29-09-2007 15:00 0 30-09-2007 17:00 0
28-09-2007 14:00 0 29-09-2007 16:00 0 30-09-2007 18:00 0,0004
28-09-2007 15:00 0 29-09-2007 17:00 0 30-09-2007 19:00 0
28-09-2007 16:00 0 29-09-2007 18:00 0 30-09-2007 20:00 0
28-09-2007 17:00 0 29-09-2007 19:00 0 30-09-2007 21:00 0
28-09-2007 18:00 0 29-09-2007 20:00 0 30-09-2007 22:00 0
28-09-2007 19:00 0 29-09-2007 21:00 0,0003 30-09-2007 23:00 0
28-09-2007 20:00 0 29-09-2007 22:00 0,003 28-09-2007 21:00 0 29-09-2007 23:00 0,0025 28-09-2007 22:00 0 30-09-2007 00:00 0 28-09-2007 23:00 0 30-09-2007 01:00 0 29-09-2007 00:00 0 30-09-2007 02:00 0 29-09-2007 01:00 0 30-09-2007 03:00 0 29-09-2007 02:00 0 30-09-2007 04:00 0 29-09-2007 03:00 0 30-09-2007 05:00 0
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