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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABAFACULDADE DE GESTO E NEGCIOSCURSO DE CINCIAS CONTBEIS

A UTILIZAO DO ORAMENTO COMO FERRAMENTA DE CONTROLE GERENCIAL NAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR NO MUNICPIO DE CERQUILHO/SP.

KARINE DO CARMO

Piracicaba, SP.43

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2013.

KARINE DO CARMO

A UTILIZAO DO ORAMENTO COMO FERRAMENTA DE CONTROLE GERENCIAL NAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR NO MUNICPIO DE CERQUILHO/SP

Monografia apresentada em cumprimento s exigncias curriculares do curso de Graduao em Cincias Contbeis da Faculdade de Gesto e Negcios da Universidade Metodista de Piracicaba, rea de concentrao em Contabilidade Gerencial.

Orientador (a): Prof(a). Fernando Cesar Taranto

Piracicaba, SP.2013

KARINE DO CARMO

A UTILIZAO DO ORAMENTO COMO FERRAMENTA DE CONTROLE GERENCIAL NAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR DO MUNICPIO DE CERQUILHO/SP.

Monografia julgada adequada para aprovao na disciplina Monografia II do Curso de Cincias Contbeis da Faculdade de Gesto e Negcios da Universidade Metodista de Piracicaba.

___________________________________________________________Prof.(a). Ms. Miltes Angelita Machuca Martins.Coordenador (a) do Curso

Componentes da Banca:

___________________________________________________________Presidente: Prof.(a). Fernando Cesar Taranto

___________________________________________________________Prof. Ms. I

___________________________________________________________Prof. Ms.

Piracicaba, SP.2013

Dedico esta obra primeiramente a DEUS,que me deu a graa da vida. A minha me que tanto me apoiou durante toda a trajetria, no deixando que eu desistisse dos meus sonhos.

AGRADECIMENTOS

Agradeo a todas as minhas amigas de classe, que sempre me apoiaram nestes anos.Agradeo ao meu orientador Prof.(a). Fernando Cesar Taranto pela ateno, no decorrer da elaborao do presente trabalho.As entidades pronta colaborao no fornecimento de informaes para que o trabalho fosse concludo.

Aqui, no entanto ns no olhamos para trs por muito tempo, Ns continuamos seguindo em frente, abrindo novas portas e fazendo coisas novas, Porque somos curiosos... e a curiosidade continua nos conduzindo por novos caminhos. Siga em frente."(Walt Disney)

RESUMO

Em funo da necessidade informacional dos gestores para o processo de tomada de deciso, inmeros so os fatores que os influenciam no referido processo. Uma das principais ferramentas utilizveis para mensurao de desempenho o oramento. Neste enfoque o objetivo deste trabalho verificar qual o nvel de aderncia do planejamento oramentrio nas entidades do terceiro setor no municpio de Cerquilho/SP. Para realizao de tal estudo utilizou-se de material bibliogrfico relativo sistemtica do terceiro setor, oramento e a contabilidade gerencial. Na anlise do problema foi utilizada a pesquisa de levantamento ou survey. O estudo demonstrou se as entidades conhecem e utilizam o oramento e como so organizados os dados de oramento. As informaes contbeis so evidenciadas somente para fins de prestao de contas aos agentes financiadores (associados) e os demonstrativos das entidades pesquisadas tem-se limitado apenas a informar o que exigido por esses usurios. Destaca-se, tambm, a falta de informao perante as pessoas envolvidas na entidade referente ao oramento, notando-se que somente algumas entidades sabem e usam essa ferramenta de controle gerencial. O oramento, que relaciona a margem de despesas e receitas, interfere nas novas projees dos demonstrativos gerenciais. Sendo que a partir do oramento gestores identificam as polticas a serem adotadas nos perodos subsequentes. Porm apesar de utilizar tal funcionalidade do oramento, a entidade estudo de caso poderia explorar de forma a maximizar a variabilidade de receitas que propiciariam um melhor desempenho. Palavras-Chave: Entidade do Terceiro Setor, Oramento, Contabilidade gerencial.

SUMRIO1INTRODUO........................................................................................................92CONTABILIDADE GERENCIAL.......................................................................172.1 Definio de contabilidade gerencial..............................................................172.2 Contabilidade gerencial com estrutura de planejamento...........................18 2.3 Oramento como ferramenta de controle gerencial.....................................19

3ORAMENTO........................................................................................................213.1 Definio do oramento....................................................................................213.2 Papel do oramento nas entidades do terceiro setor.....................................233.3 Fases do processo oramentrio social............................................................24 3.4 Oramento nas empresas do 2 setor X entidades do 3 setor......................26

4TERCEIRO SETOR................................................................................................304.1 Histria do terceiro setor..................................................................................304.2 Conceito do terceiro setor.................................................................................344.3 Classificao das organizaes do terceiro setor............................................354.4 Fontes de recursos do terceiro setor................................................................384.5 Normas e demonstraes contbeis aplicados s entidades sem fins lucrativos.....................................................................................................................41

5PESQUISA DE LEVANTAMENTO...........................................................................445.1 Resultado da pesquisa.........................................................................................445.2 Analise dos resultados.........................................................................................50

6CONSIDERAES FINAIS.....................................................................................52REFERENCIAS......................................................................................................................54ANEXOS..................................................................................................................................58Anexo 1 Questionario

1. INTRODUO

Fernandes (2000) refere-se ao Terceiro Setor como um conceito, uma expresso de linguagem, que teve sua origem nos Estados Unidos da Amrica a partir da traduo literal dada ao conjunto de instituies de caridade ou sem-fins lucrativos. No que diz a respeito ao terceiro setor por ser um termo novo, o conceito passa por diferentes definies.Salvatore, (2004) apresenta que no existe ainda uma definio nica sobre o Terceiro Setor que seja utilizada por todos que pertencem e estudam o assunto. importante ressaltar que o Terceiro Setor, juntamente com os outros dois setores, o Primeiro e o Segundo Setores, constituem a sociedade contempornea. Por isso, se faz necessrio, antes de buscar-se uma definio para o Terceiro Setor, uma reflexo lgica de funcionamento e das caractersticas de cada um dos trs setores da sociedade contempornea.Segundo Falconer, (1999) o Brasil sediou, em junho de 1992, no Rio de Janeiro, a Conferncia das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), que ficou conhecida como Rio 92 ou Eco 92. Foi nesta conferncia que a expresso Organizao No Governamental (ONG) passou a frequentar os meios de comunicao e, desde ento, o Brasil tem se mobilizado em campanhas a favor de temas, como a erradicao da fome e misria, a luta contra a corrupo e a reduo da violncia urbana, lideradas por organizaes no governamentais, em nome dos direitos da cidadania.A movimentao social em ajudar o prximo vem crescendo e tomando espao cada dia mais, desde os primrdios, e a atuao da igreja pode ser mencionada como mentora, pois nos tempos antigos criava meios de servios sociais e cuidava dos que precisavam, e mediante as tantas iniciativas e mobilizaes a populao se disps a auxiliar os mais necessitados.Para AS/GESET RELATRIO SETORIAL, (2001) alm da introduo de novas instituies atuando em setores que at ento tinham a atuao de atores tradicionais, outro fator que colaborou para essa mudana de relacionamento entre a Igreja e o Estado foi modernizao natural da prpria sociedade, fruto da industrializao e urbanizao da poca, fazendo com que aumentasse a complexidade dos problemas sociais. Dentro desse contexto, comeam a aparecer vrias entidades da sociedade civil, na maioria tambm atrelada ao Estado. Ainda nesse perodo, cresce o nmero de entidades atuando no Terceiro Setor, cuja representatividadej no era to definida, ou seja, no se tratava mais s de Igrejas e Estado, mas tambm, de entidades no governamentais, sem fins lucrativos e de finalidade pblica.Nesse contexto e em parceria com o governo as organizaes da sociedade civil que pode-se denominar assim como Terceiro Setor, conquistaram um espao na sociedade fazendo com que as demais pessoas tambm pudessem ajudar nessa causa filantrpica.Pode-se dizer que o terceiro setor contem traos do primeiro setor que o estado e traos do segundo setor empresas privadas, podendo ser definido melhor em: 1OPrimeiro Setor: corresponde emanao da vontade popular, pelo voto, que confere opoderao governo; sendo que os recursos financeiros do dinheiro pblico so para fins pblicos.(REBRATES, 2010). 2O Segundo Setor: corresponde livre iniciativa, que opera o mercado, define a agenda econmica usando olucrocomo instrumento; em face dos recursos financeiros do segundo setor o dinheiro privado para fins privados. (REBRATES, 2010). 3OTerceiro Setor: corresponde s instituies com preocupaes e prticas sociais, sem fins lucrativos, que geram bens e servios de carter pblico, tais como: ONGs, instituies religiosas, clubes de servios, entidades beneficentes, centros sociais, organizaes de voluntariado etc. Os recursos financeiros do terceiro setor so caracterizados por dinheiro privado para fins pblicos (nada impede, todavia, que poder pblico destine verbas para o Terceiro Setor, pois seu dever promover a solidariedade social).(REBRATES, 2010).O terceiro setor tem o objetivo de atender o bem estar coletivo, para que possa auxiliar a populao em diversas reas, sendo realizada a prtica do trabalho voluntrio, solidariedade e da filantropia sem fins lucrativos.Sendo composto por entidades de interesse social sem fins lucrativos, estas tem o dever de estar com sua contabilidade em dia para que possam prestar contas da sua sade financeira, podendo assim ter tambm um bom controle gerencial da entidade. Segundo Camelo, Camelo e Paulino (2006, p.10) Dada a importncia das atividades executadas pelo terceiro setor, justifica-se o fato da necessidade da contabilidade e dos seus profissionais procurar inteirar-se com todas as informaes pertinentes aos controles gerencial e patrimonial daquelas organizaes.

Nesse contexto para uma boa administrao necessrio um bom gerenciamento de seus recursos, por meio disso a entidade tem capacidade de manter sua sade empresarial e estar investindo futuramente em projetos novos. Um bom gerenciamento traz para a entidade uma boa comunicao de informaes, preparao e interpretao dos resultados contbeis. A contabilidade gerencial disponibiliza ferramentas para as entidades do terceiro setor, para que elas possam melhorar seu desempenho na gesto e podendo tomar decises mais efetivas na aplicao de seus recursos financeiros.Entre essas ferramentas pode-se destacar o oramento que auxilia na identificao dos componentes do planejamento gerencial da entidade. O oramento parte do comportamento do passado e olham para as possveis mudanas futuras, quanticando, em termos econmicos e nanceiros, as atividades da empresa. Trata-se de uma previso, uma meta, de acordo com a qual sero tomadas as decises na empresa. (SEBRAE. 2005)O oramento uma importante ferramenta do planejamento estratgico, pois leva aos gestores a uma viso futura de como a empresa se comportar com os objetivos previstos, podendo atravs de este avaliar, qual projeto investir e onde esta sendo necessrios mais recursos, conseguindo, portanto equilibrar suas receitas e despesas. Dentro da premissa de que os gestores so responsveis pela gerao do lucro de suas reas de responsabilidade, o controle oramentrio mais um dos instrumentos de gesto necessrio para aperfeioar esse objetivo. Portanto, cada gestor deve efetuar seu controle oramentrio. (PADOVEZE, 2004)Assim o escopo desse trabalho analisar a contribuio do controle gerencial por meio do oramento para uma entidade do terceiro setor.

Problema de pesquisa

Em conversa com os gestores da entidade estudada, percebe-se que a mesma tem uma grande dificuldade em manter recursos financeiros e em ter uma estrutura de gerenciamento, que possa fornecer informaes reais para os gestores e os doadores.Nesse contexto uma forma de gerenciamento financeiro mais eficaz dentro da entidade, traz uma melhor percepo empresarial, podendo assim investir em projetos e podendo ajudar com mais clareza os que necessitam de seus servios.As entidades precisam de um controle gerencial para um bom planejamento ajudando assim captar e aplicar recursos. No entendimento de Frezatti (1997) um instrumento gerencial adequado aquele que permite apoiar o processo decisrio da organizao. Sem ferramentas de controle, as atitudes administrativas so tomadas de modo emprico, o que muitas vezes no se traduz em resultados satisfatrios. Nesse contexto a associao estudada passa pela dificuldade de ter um gerenciamento adequado, e seus os gestores veem a grande dificuldade em manter recursos e em ter um bom controle gerencial.Analisando que essa carncia um quadro agravante na entidade, a contabilidade gerencial apresenta por meios de seus diversos recursos, entre eles o oramento, que como uma ferramenta de controle vem para auxiliar a entidade em um planejamento estratgico mais amplo, podendo delimitar metas para um curto e longo prazo, conseguindo assim ter uma avaliao de desempenho da entidade.O oramento integra aspectos operacionais e financeiros servindo para fixar objetivos, polticas e estratgias, harmonizar os objetivos das partes da empresa, quantificar as atividades e suas datas de realizao, melhorar a avaliao e a utilizao de recursos. O controle oramentrio se presta ainda a comunicar, aos donos e administradores, as intenes e realizaes da empresa e eficaz instrumento para se avaliar se a realidade da empresa est de acordo com aquilo que seus proprietrios desejam dela. (SEBRAE. 2005)Portanto, o oramento vem trazer uma viso ampla de planejamento para a entidade, fazendo com que a mesma possa enxergar a um curto e longo prazo, medidas para uma expanso da entidade, para a ampliao do pblico alvo, para aumentar suas reservas financeiras entre outras. Nesse contexto por meio da implantao do oramento a entidade tem como resultado um bom planejamento podendo maximizar seus objetivos.Visto que alm de til como forma de avaliao de desempenho, o oramento necessrio para garantir a transparncia da entidade em suas movimentaes financeiras, assim as entidades no tem como parmetro um modelo a ser seguido portanto questiona-se: Qual o nvel de aderncia do planejamento oramentrio nas entidades do terceiro setor?

Objetivos

GeralVerificar qual o nvel de aderncia do planejamento oramentrio nas entidades do terceiro setor no municpio de Cerquilho/SP.

Especifico

Pesquisar sobre o surgimento do Terceiro Setor; Verificar a importncia das entidades do terceiro setor na sociedade; Analisar a relao entre as caractersticas das organizaes e a adoo do oramento; Comparar as diferenas entre o oramento das entidades do segundo setor com as do terceiro setor. Analisar os benefcios que o oramento pode oferecer para entidade do terceiro setor.

Justificativas

O desenvolvimento deste estudo se justifica para que as entidades do terceiro setor possam explorar melhor seus recursos financeiros e de gesto, fazendo com que atinjam as exigncias legais e tambm as utilizem como instrumento de capacitao de avaliao e podendo assim dar andamento em seus projetos.Este trabalho tambm traz benefcios aos colaboradores da entidade e seus gestores, que por meio de um bom oramento tero a capacidade de olhar para as possveis mudanas, podendo ter uma meta sobre qual a melhor deciso ser tomada para a entidade.A pesquisa tambm agrega conhecimento pessoal e profissional, pois permite vivenciar a realidade da entidade, e da dificuldade em ter uma gesto financeira adequada, podendo colocar em pratica uma estrutura diferenciada de controle desta, usando o oramento como instrumento de planejamento e avaliao de desempenho. Verifica-se, ainda a que existem poucos trabalhos especficos do terceiro setor, pois ha dificuldade de obter informaes em literaturas e materiais didticos para aprofundamento das pesquisas, desta forma, este estudo torna-se uma opo para os estudantes e profissionais da rea, para a busca de dados no mbito do terceiro setor.

Metodologia

Entende-se por metodologia da pesquisa a descrio das tcnicas a serem utilizadas para a elaborao do trabalho monogrfico. Marconi; Lakatos (2002, p. 62) definem tcnica por um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma cincia ou arte; a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prtica. A identificao da metodologia tem relao direta com a sua tipologia.A metodologia poder oferecer um conjunto de mtodos e tcnicas que ir direcionar a explicao ou resoluo do problema da pesquisa.Beuren (2009, p.79) agrupa as tipologias de pesquisa em trs categorias: pesquisa quanto aos objetivos, aos procedimentos e abordagem do problema.Quanto ao objetivo a pesquisa descritiva, pois identifica e descreve a aplicao do oramento nas entidades do terceiro setor.Nesse contexto a pesquisa descritiva segundo Beuren (2009,p.81); configura-se como um estudo intermedirio entre a pesquisa exploratria e a explicativa, ou seja, no to preliminar quanto primeira nem to aprofundada quanto segunda. Neste contexto, descrever significa identificar, relatar, comparar entre outros aspectos.Beuren (2009, p. 83), enquadra as tipologias de pesquisa quanto aos procedimentos em: estudo de caso, estudo de levantamento, pesquisa bibliogrfica, pesquisa documental, pesquisa participante e pesquisa experimental. Esta pesquisa enquadra-se como estudo de caso, mas tambm contendo partes de pesquisa bibliogrfica ,de pesquisa documental, e pesquisa de levantamento ou survey pois o objetivo apresentar a aplicao da contabilidade no terceiro setor tendo como referncia o estudo de um caso. A Pesquisa Bibliogrfica definida Beuren (2009,p.86) que esse tipo de pesquisa constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental, quando objetiva recolher informaes e conhecimentos prvios acerca de um problema para o qual se procura resposta ou acerca de uma hiptese que se quer experimentar.Sendo assim para o referencial terico, sero utilizadas pesquisas bibliogrficas em: livros, revistas, publicaes peridicas, artigos cientficos artigos da internet, artigos de jornais, artigos de revista da rea, pesquisa bibliogrfica bem como quaisquer fontes de informaes que possam eventualmente ser utilizadas nas pesquisas.A Pesquisa Documental que ser utilizada para a coleta de dados a legislao aplicada ao terceiro setor e os relatrios institucionais das organizaes, por meio de certides, estatutos, relatrios de atividades entre outros.Segundo Gil (2002) a pesquisa documental vale-se de materiais que no recebem ainda um tratamento analtico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos de pesquisa.O levantamento ou survey segundo Gil (2002, p. 50):Se caracterizam pela interrogao direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitao de informaes a um grupo significativo e pessoas acerca do problema estudado para em seguida mediante anlise quantitativa, obter as concluses correspondentes aos dados coletados.O levantamento ou survey coletou dados atravs, entrevistas fechadas com utilizao de questionrio.Quanto abordagem do problema a pesquisa qualitativa, classificada nesses parmetros, pois concebem-se anlises mais profundas em relao ao fenmeno que est sendo estudado (BEUREN, 2009, p. 92). Aps anlise de todo o material coletado, procura-se identificar as informaes relevantes para a elaborao do trabalho cientifico, assim, buscando responder o problema em questo.

Estrutura do Trabalho

Alm desse captulo que trata da introduo, a pesquisa encontra-se estruturada em seis captulos.O segundo captulo compreende a um breve relato sobre as entidades do terceiro setor, suas classificaes e as formas de financiamento que as entidades do terceiro setor utilizam. No terceiro capitulo descreve a contabilidade gerencial a definindo e apresentando como utilizada na estrutura de planejamento e como o oramento aplicado para um controle gerencial.No quarto captulo apresenta o oramento e seus objetivos, o processo oramentrio, o oramento como ferramenta no processo de gesto, compreender qual o papel deste nas empresas sem fins lucrativos e apresentar a estrutura e a elaborao de um oramento.A quinta parte apresenta uma pesquisa realizada nas entidades do terceiro setor no municpio de Cerquilho/SP e a analise dos resultados obtidos.O sexto captulo composto pelas consideraes finais e apresentao das limitaes do estudo, bem como sugestes para futuras pesquisas ligadas ao tema.Por fim, encontram-se as referncias que descrevem onde encontrar as obras e autores utilizados na pesquisa.

2. CONTABILIDADE GERENCIAL

Como foi mencionado no capitulo anterior o terceiro setor vem passando por grandes mudanas e se expandindo cada vez mais, vendo essa evoluo as entidades necessitam de um bom gerenciamento para que as mesmas possam continuar seus trabalhos fazendo o bem a sociedade.Assim a contabilidade gerencial traz ferramentas para o auxilio da administrao, ajudando assim a prever futuros investimentos e retornos mais que esperados, nesse capitulo ser tratado como a contabilidade gerencial pode auxiliar os administradores das entidades a planejar e executar seus objetivos que ainda uma dificuldade de ser alcanados.

2.1 Definio de contabilidade gerencial

Na viso de Horngren, Sundem e Stratton (2004, p.4) a Contabilidade Gerencial o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informaes que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais.A contabilidade gerencial vem para ajudar a administrao na sua tomada de decises, ela traz ferramentas de gesto que auxilia no desempenho de suas aes e fornecem as informaes necessrias para as empresas, nesse caso as entidades.Para IUDCIBUS (1998, p.21),a contabilidade gerencial pode ser caracterizada como:

Um enfoque especial, conferido a vrias tcnicas e procedimentos contbeis j conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na anlise financeira de balanos etc., colocados numa perspectiva diferente, um grau de detalhe mais analtico ou numa forma de apresentao e classificao diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisrio. A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, est voltada nica e exclusivamente para a administrao da empresa, procurando suprir suas informaes que se encaixam de maneira vlida e efetiva no modelo decisrio do administrador.

Portanto a contabilidade gerencial est voltada para o auxlio da administrao em sua toma de decises, esta permite o gestor a ter uma viso mais ampla de planejamento atravs dos relatrios gerenciais que esta proporciona.Para Ricardino (2005, p.9):A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, est voltada nica e exclusivamente para a administrao da empresa, procurando suprir informaes que se 'encaixem' de maneira varivel e efetiva no modelo decisrio do administrador.

Nesse contexto a contabilidade gerencial parte de uma linha de planejamento e controle da administrao, para que eles possam tomar as decises com mais preciso e certeza.Atkinson et al. (2000) apresentam algumas caractersticas de cada processo da contabilidade gerencial como a: Identificao que o reconhecimento e avaliao de transaes empresariais e outros eventos econmicos para ao contbil apropriada; A mensurao que a quantificao, incluindo estimativas, transaes empresariais ou outros eventos econmicos que tm ocorrido ou previses dos que podem acontecer; O Planejamento que so as quantificaes e interpretaes dos efeitos de transaes planejadas e outros eventos econmicos na empresa; Inclui aspectos estratgicos, tticos e operacionais e requer que o contador fornea informaes quantitativas, histricas e prospectivas para facilit-la; isso inclui, tambm, participao no desenvolvimento do sistema de planejamento, estabelecendo metas alcanveis e escolhendo meios apropriados de monitorar o progresso em direo s metas.A contabilidade gerencial tem a capacidade de trazer informaes aos gestores, de como esta a sade financeira e de como planejar o futuro empresarial agindo conforme a necessidade da administrao auxiliando assim na tomada de decises e dando suporte para o gestor poder planejar e organizar a entidade.Norberto (2009, p. 26) enfatiza que a contabilidade gerencial atua no controle, planejamento, efetivao de planejamento, alocao de recursos na organizao, analisando rapidamente as informaes obtidas de maneira a dar suporte s entidades na tomada de decises e voltado exclusivamente para atender as vrias necessidades administrao da empresa.Nesse sentido, a contabilidade gerencial tem como enfoque a mensurao das informaes, auxiliando assim os administradores a planejarem o futuro da empresa como ser tratado a seguir.

2.2 Contabilidade gerencial como estrutura de planejamento

Conforme mencionado anteriormente a contabilidade gerencial disponibiliza ferramentas eficazes de gesto, para que os administradores possam adotar meio em que seja alcanado os objetivos previstos.Assim a contabilidade gerencial disponibiliza em seus recursos, o planejamento, este que vem para auxiliar a administrao na tomada de decises para futuros projetos.Nesse contexto o planejamento, para Andrade (2002), pode ser conceituado como um processo racional, sistemtico, e flexvel para a tomada de decises, o alcance de objetivos e a direo para um futuro desejado. Pode-se dizer que se trata de um processo racional porque o mesmo constitudo por uma sequncia de etapas, organizadas para um determinado fim. sistemtico, pois as etapas formam um conjunto de aes interdependentes, interativas e holsticas. E por final flexvel porque no decorrer do perodo, mudanas devem acontecer para que o objetivo final seja alcanado.Sendo assim o planejamento como ferramenta da contabilidade gerencial serve para a tomada de decises, tendo como base um objetivo e formando etapas ate o alcance final.O planejamento uma das tarefas mais importantes das empresas, e com base no planejamento que se realiza uma gesto competente, eficiente e eficaz, especialmente com relao s atividades financeiras, que na maioria das vezes exige uma parcela significativa de riscos (RAZA, 2008). As entidades necessitam de um planejamento para seu futuro, este vem construir uma estrutura, baseado nos objetivos em que a entidade quer alcanar, dentro desse planejamento utiliza-se a ferramenta do oramento, que ser relatado no capitulo seguinte, este que vem mensurar e apurar os resultados para um longo ou curto prazo dando assim suporte para o planejamento empresarial.

2.3 Oramento como ferramenta de controle gerencial

Conforme mencionado anteriormente contabilidade gerencial possui como ferramenta de planejamento empresarial o Oramento, este que vem definir as intenes dos gestores em termos financeiros, traando metas e previses para o prximo exerccio.Segundo Frezattiet al.(2007) ainda que o planejamento estratgico esteja voltado essencialmente para o lado externo da entidade, a sua implementao e controle dependem da contabilidade gerencial, que proporciona condies da utilizao do oramento e do controle oramentrio nas entidades. Significa dizer que a materializao do planejamento estratgico ocorre por meio dos instrumentos tticos, sem os quais as decises de longo prazo no se transformam em algo concreto; dessa maneira, a contabilidade gerencial se apresenta como recurso vlido e importante no sentido de apoio ao processo decisrio e do controle por meio do fornecimento de informaes teis aos gestores. Assim, em situao em que a contabilidade gerencial esteja estruturada, permitindo que o planejamento estratgico seja disponibilizado e refletido atravs do oramento, ela ser um elemento significativo para que o processo de planejamento seja implementado e mantido; por outro lado, seria possvel identificar uma situao em que o planejamento estratgico poderia ser desenvolvido sem chances de implementao pelo fato de que a entidade no teria o oramento e o controle oramentrios relativamente estruturados a partir da contabilidade gerencial. Nesse contexto a administrao conta com o oramento como uma ferramenta de controle gerencial e de planejamento, fazendo com que a entidade possa ter uma viso futura de suas receitas e despesas podendo assim aplicar em novos projetos.Segundo Frezatti (2007b, p. 46):O oramento o plano financeiro para implementar a estratgia da empresa para determinado exerccio. mais do que uma simples estimativa, pois deve estar baseado no compromisso dos gestores em termos de metas a serem alcanadas.

Assim o oramento no apenas uma simples ferramenta de estimativa, esta ferramenta tem como a capacidade de reunir vrios relatrios e planejamentos e organizar em um s.Contudo notria a importncia da contabilidade gerencial para a administrao tanto das empresas privadas, quanto para o governo e para as entidades, a necessidade de se ter um bom planejamento das despesas e receitas torna-se indispensvel, assim a contabilidade gerencial usa de ferramentas para proporcionar um bom gerenciamento.Nesse contexto o oramento traz para os gestores uma estimativa para o futuro, coloca em pratica o planejamento e controla seus ganhos e despesas, assim ser abordado no capitulo seguinte como o oramento como ferramenta de gesto pode auxiliar as entidades em sua administrao.

3. ORAMENTO

Como foi relatado no capitulo anterior os administradores podem e devem usar da contabilidade gerencial para o planejamento e mensurao de seus objetivos, assim uma das ferramentas que os gestores podem fazer de bom uso o oramento.O oramento estrutura metas a serem cumpridas mediante a solicitao e estimativa dos gestores, este vem controlar suas despesas e alcanar a meta de arrecadao de suas receitas.Nesse capitulo ser mencionado o que o oramento, qual o seu papel para as entidades do terceiro setor e sua estrutura de elaborao.

3.1 Definio do Oramento

O conceito de oramento para Padoveze (2003, p.189):

O oramento pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na buscada expresso do plano e controle de resultados. Portanto, convm ressaltar que o plano oramentrio no apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. O ponto fundamental o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as reas da empresa, de forma tal que todos trabalhem sinergicamente em busca dos planos de lucros.

Nesse contexto o oramento traz para a empresa uma previso do que pode acontecer em um perodo futuro estabelecendo metas e objetivos para toda a empresa, podendo analisar dentro do plano oramentrio o que poder ocorrer posteriormente podendo assim fazer investimentos em projetos futuros.Sendo assim Silvano, Silva e Sola (2008) oramento um sistema de autorizao, que o mesmo aprovado, torna-se um meio para projees e planejamento. As vrias peas oramentrias sero utilizadas para o processo de planejamento, sendo um instrumento de motivao, quais permite um grau de liberdade de atuao dentro dos parmetros aprovados; um instrumento de avaliao e controle, utilizado como verificao do desempenho dos gestores e uma importante fonte de informao para o processo de tomada de decises.Assim o oramento usa de ferramentas diversificadas para a obteno mais eficaz de seus resultados, podendo mensurar valores futuros, para que os gestores possam utilizar como base na tomada de decises.A contabilidade tem um papel fundamental no processo de elaborao do oramento Miranda e Libonati (2002, p. 67) afirmam:

O oramento faz uso intensivo da contabilidade, a qual fornece a linguagem e a teoria que definir como registrar, classificar e avaliar os itens do oramento. Os ativos, passivos, receitas e despesas estaro avaliados segundo critrios estabelecidos pela contabilidade. Todos os fatos a serem considerados na previso sero escritos na linguagem contbil. O papel da contabilidade no planejamento ser de: conduzir o processo de definio do plano de contas, com o grau de detalhamento desejado pelos usurios; e organizar o sistema de informaes contbeis, em centro de custos, centros de resultado ou centros de investimento, para que na fase de controle, seja possvel a definio das responsabilidades.

Nesse contexto a contabilidade fornecer todos os dados para a elaborao do oramento, apresentando suas receitas, despesas, ativos e passivos esses sendo utilizado na estrutura do controle oramentrio.Segundo Trindade (2004) dentre as principais funes genricas do oramento destacam-se:a) Realizar projees de receitas, despesas e resultados;b) Servir de base para o estabelecimento de padres de desempenho financeiro aos gerentes e demais administradores;c) Estabelecer parmetros econmico-financeiros para o planejamento estratgico;d) Servir de limites organizacionais na distribuio de recursos s diversas reas;e) Avaliar o desempenho financeiro;f) Auxiliar a administrao nas funes bsicas de planejamento, organizao e controle;g) Formular e disseminar as metas definidas no planejamento estratgico;h) Fornecer o mecanismo para assegurar a correta medio dos custos e controle das atividades operacionais.O oramento traz aos gestores mecanismos geis e eficazes para que possa ser atingida as metas pr-estabelecidas podendo assim ter sucesso em seus objetivos.Nesse contexto SEBRAE (2005) apresenta que para criar um oramento, primeiramente necessrio levantar as origens de recursos da empresa, isto , suas vendas, emprstimos obtidos e outras fontes de receita e os usos e aplicaes no processo empresarial, isto , seus custos, despesas e investimentos. A classicao das receitas e despesas deve levar em conta as necessidades gerenciais de cada empresa para poder responder s perguntas do tomador de deciso. Portanto, o oramento no utiliza apenas da contabilidade e de seus relatrios, tambm faz uso dos objetivos pretendidos, a definio de onde os gestores querem chegar, quanto querem gastar e quanto pretendem receber.Assim o oramento como ferramenta de gesto, traz as entidades um novo modo de planejar o futuro como ser mencionado a seguir, qual o papel que o oramento tem nas entidades do terceiro setor.

3.2 Papel do oramento nas entidades do terceiro setor

O oramento assim como citado anteriormente auxilia as entidades a enfrentar seus objetivos com mais eficcia, os gestores utilizando dessa ferramenta podem maximizar a eficcia nos planejamentos dos gastos e das receitas, o que ainda muitas entidades no utilizam ou apenas no conhecem essa ferramenta.Segundo Anthony e Govindarajan (2002) um plano estratgico fornece uma estrutura dentro da qual elaborado o oramento e este envolve a vinculao de recursos para o ano seguinte sendo assim, essencial que as vinculaes de recursos sejam programadas com uma ideia clara da direo que a empresa seguir anos seguintes, fazendo com que o planejamento estratgico facilite a elaborao de um oramento operacionalmente efetivo, fornecendo condies para a tomada das melhores decises.Nesse contexto o oramento traz para as entidades uma viso ampla de planejamento ,podendo estas traar metas para um melhor desempenho de seus projetos e objetivos. Por meio do oramento as entidades podem maximizar seus objetivos e dar continuidade na obteno de recursos, e na prestao de seus servios podendo assim continuar auxiliando a sociedade. Assim Trindade (2004, p.25) menciona algumas vantagens das entidades em realizar o oramento que so: Envolver as pessoas de todas as reas, funcionando como integrador natural de equipes; Induzir a minimizao dos custos e a conteno de despesas, favorecendo a maximizao da utilizao dos recursos; Identificar os verdadeiros pontos fracos da organizao atravs da comparao contnua entre o realizado e o orado, entre outros.Nesse contexto o oramento torna-se uma importante ferramenta para as entidades podendo maximizar a utilizao dos recursos e podendo estruturar seus gastos , assim o oramento tem algumas fases a serem cumpridas para que ele seja eficaz como ser descrito a seguir.

3.3 Fases do processo oramentrio

As fases do processo oramentrio para Femenicket al. (2006) so as seguintes:

a) Elaborao:O momento em que os gestores estimam quais as metas para o prximo perodo, planejam quanto podem gastar e quanto pretendem arrecadar.

Para Femenicket al. (2006, p. 34) esclarecem que:Para o desenvolvimento do planejamento oramentrio necessria uma definio clara dos objetivos gerais e especficos da organizao, um levantamento criterioso dos dados, discusso das informaes pelas gerncias e diretorias e aprovao do projeto pela diretoria. S ento, devem ser elaborados o plano de implantao do oramento, seu controle e revises peridicas.

Nesse contexto para se planejar um oramento, a administrao tem que traar um objetivo e apresentar a toda a gesto, mediante a isso pode ser dado continuidade ao processo.

b) Execuo:

Aps ser definido o objetivo e planejado o oramento entra em execuo, o momento em que se deve fazer o levantamento de todos os dados necessrios para a execuo do mesmo.Segundo Femenicket al. (2006. p. 73):Depois que o oramento geral aprovado pela alta direo, que se inicia a fase de implantao do sistema. Com base nesse documento, so divulgados os oramentos especficos de cada unidade da organizao. Essas peas setoriais orientaro os gerentes na execuo das tarefas no perodo orado, para que toda a organizao possa agir de forma integrada e orientada no mesmo sentido de atingir os objetivos fixados.

Portanto, aps o oramento ser elaborado e aprovado pelos gestores, o momento de fazer o levantamento de todos os relatrios para estimar qual sero os gastos e as expectativas de receitas.c) Controle:Femenicket al. (2006) apresenta que o oramento sozinho no suficiente para fazer a empresa atingir seus objetivos, mas quando acompanhado de controle, avaliao permanente e distribuio de responsabilidades com os gerentes executores, convencendo-os de que o oramento est ali para os auxiliar, identificando e corrigindo distores eventuais, torna-se ferramenta indispensvel para se atingir as metas e os objetivos empresariais.Nesse contexto aps a elaborao e execuo do mesmo, necessrio o controle, pois o oramento no caminha sozinho necessrio empenho da gesto para que as metas sejam cumpridas.Frezatti (2007a, p. 40) afirma que:Controle oramentrio um instrumento da contabilidade gerencial quedeve permitir organizao identificar quo prximos esto seus resultados em relao ao que se planejou para dado perodo. O gestor deve identificar suas metas, os resultados alcanados, as variaes numricas entre eles, analisar, entender as causas da variao decidir aes que ajustem as metas no futuro ou que permitam manter aquelas que foram decididas.

Assim para atingir as metas definidas um bom oramento necessita de um excelente controle, a avaliao permanente permite fazer mudanas necessrias durante o processo e faz com que os objetivos sejam alcanados. Para Sobanski, (1994) o administrador que utiliza o oramento no processo de gesto detm melhor o controle na empresa. Isso porque o conhecimento da tcnica oramentria permite a viso e o uso de um modelo da empresa que leva em considerao as relaes entre as possveis decises, eventos futuros, recursos necessrios, repercusso em cada setor da empresa e os resultados esperados ao final.Nesse contexto ,a elaborao do oramento passa por cada fase distribuindo atividades e buscando alcanar os objetivos, as entidades adotando o oramento tem uma viso mais ampla do futuro podendo prever o que poder ser usado dos seus recursos, como obter mais e investir em projetos e em prestao de servios para a sociedade.Portanto, o oramento uma ferramenta se bem elaborada, torna-se poderosa pois os gestores das entidades podem enxergar o futuro e ter a chance de altera-lo, traando assim metas positivas para as entidades e conseguindo ampliar seus servios sendo cada vez mais eficiente no auxilio do prximo.Assim por meio dessa ferramenta, ser aplicado o oramento a uma entidade do terceiro setor portando como ser relatado no capitulo a seguir as diferenas entre um oramento para uma empresa do 2 setor e o oramento para uma entidade do 3 setor.

3.4 Oramento nas empresas do 2 setor X oramento nas entidades do 3 setor

Assim como relatado anteriormente o oramento possui fases para que seja possvel alcanar o seu objetivo final, e se torna assim eficaz para o auxilio na tomada de decises. O Oramento como relata Padoveze (2003, pg.189) no subitem 4.1 pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na buscada expresso do plano e controle de resultados. O ponto fundamental o processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas as reas da empresa, de forma tal que todos trabalhem em busca dos planos de lucros.Nesse contexto, o objetivo do oramento para as empresas do 2 setor nada mais que planejar suas receitas e despesas para que no final possam obter lucro, no caso das entidade do 3 setor o objetivo planejar suas receitas e despesas para que no final do perodo tenham um supervit, e tenham conseguido sanar suas despesas e ainda obter uma folga de caixa para investimento em projetos.Nesse contexto notria a grande diferena que tem entre elaborar um oramento para as empresas e elaborar um oramento para as entidades, com base nesse segmento que ser proposto um modelo de oramento adequado para as entidades do terceiro setor, podendo, elaborar um planejamento com confiabilidade.Portanto, ser apresentado o oramento das despesas operacionais e oramento de caixa nas empresas do 2 setor e proposto um modelo de oramento para as entidades dos 3 setor. Assim, sero apresentadas todas as despesas e receitas para que o oramento seja projetado.A seguir uma breve explicao sobre os dois tipos de oramento utilizado:O oramento das despesas operacionais para Zdanowicz (2001) ser constitudo por despesas administrativas (gerais), vendas (comerciais), tributrias e financeiras, ou seja, por todos os gastos que iro incorrer no perodo projetado, exceto os custos de produo. J o oramento de caixa para LUNKES (2008) assegura recursos monetrios suficientes para atender s operaes da empresa estabelecidas nas outras peas oramentrias. Nesse contexto o oramento de caixa apresenta para a empresa uma proviso de seus recursos para atender as necessidades das empresas. E o oramento de caixa para CHAVES (2005, p. 48):Possibilita ao administrador financeiro uma viso clara do momento de ocorrncia dos fluxos esperados de entradas e sadas de recursos ao longo de um dado perodo. Desta maneira, o administrador financeiro poder planejar investimentos curto prazo (ttulos negociveis) se esperar sobras de recursos e preparar antecipadamente a obteno de financiamento (ttulos a pagar) em caso de falta de caixa.

Nesse contexto, o oramento de caixa apresenta o fluxo das entradas e sadas para um curto prazo, para que a empresa ou entidade possam se programar e planejar melhor seus gastos e investimentos.Portanto necessrio apresentar a diferena entre o oramento para uma empresa do segundo setor e um oramento para uma entidade do terceiro setor. Como no quadro acima notrio que o oramento empresarial parte da premissa das receitas das vendas e dos servios prestados, porm para as entidades do 3 setor vivel que o oramento parta de outra premissa que seria as doaes e os servios prestados.QUADRO 8: Recursos para as Entidades do Terceiro Setor: FONTE: SZAZI (2006, p. 102.)Os custos com assistncia e os custos com os projetos sociais, entram como dedutoras da receita, pois mesmo que no ocorra a venda de produtos e servios h os projetos que a entidade realiza, portanto para a realizao do mesmo h os gastos para seu desenvolvimento.As despesas correntes e de capitais, da mesma forma que as receitas correntes foram criadas uma nomenclatura diferente das despesas operacionais para as empresas, as despesas correntes partem dos gastos das entidades assim como as empresas tem seus gastos mensais, a diferena nas despesas correntes esta que porem algumas entidades so isentas de impostos isso vai depender da sua classificao, algumas entidades so isentas de todos os impostos porem existem entidades que precisam pagar impostos.Os custos com assistncia e os custos com os projetos sociais, entram como despesas correntes, pois diferente dos custos com os produtos vendidos (CMV), esses custos so despesas com os gastos necessrios para o andamento dos projetos sociais e as assistncias necessrias.Assim como os resultados no so Perdas/Lucro Lquido como nas empresas e sim Dficit/ Supervit.

4. TERCEIRO SETOR

O terceiro setor como citado anteriormente vem tomando cada vez mais espao na sociedade e mobilizando as pessoas a ajudarem o prximo, seja direta ou indiretamente o ser humano a enxergar a necessidade do prximo, e isso faz com que esse setor se intensifique mais ao passar dos anos.Segundo Agencia Financeira (2010) a populao dos pases emergentes (Brasil, ndia, China) tem maior predisposio para apoiar causas sociais do que as pessoas dos pases desenvolvidos, apesar de terem nveis de rendimentos mais baixos.Diante deste contexto, possvel observar que os pases subdesenvolvidos so aqueles que possuem maior predisposio em ajudar o prximo. Dentre estes, o Brasil se destaca mostrando mobilizao em ajudar as pessoas do seu territrio nacional.No presente captulo ser abordado como surgiu o terceiro setor, qual o conceito mais usado, como pode ser classificado as entidades e qual as fontes de recursos que esse setor pode obter.

4.1 Histria do terceiro setor

A movimentao social vem para ajudar a populao mais necessitada, tentando desta forma dar assistncia nas diversas reas, como sade, educao, esportes, lazer, qualificao profissional entre outras.Esta movimentao esta longe de ser algo moderno, pode-se dizer que a origem do terceiro setor deu-se com a presena da igreja em ajudar os mais necessitados, criando vrios meios de servios assistenciais, mas com o crescente aumento da populao, houve uma necessidade de novas formas de auxilio social serem estruturadas.Na Europa, a adoo de uma abordagem mais estratgica para a aplicao de suporte social foi dada pela primeira vez por Juan Luis Vives: um planejador do bem estar pblico. Em 1526, ele props um censo da populao indigente e investigaes detalhadas de casos individuais, que caracterizou a caridade como um grande nmero de organizaes engajadas em atividades com pouco conhecimento sobre as causas bsicas da pobreza. Como resultado desse diagnstico, a distribuio dos recursos e a coordenao das atividades foram melhoradas na Europa. (HUDSON 1999, p. 3)Segundo Corulln e Medeiros Filho (2005) as primeiras organizaes filantrpicas institudas no Brasil tm como referenciais Santas Casas de Misericrdia. A primeira data de 1534 na Vila de Santos no estado de So Paulo. Eram instituies parcialmente movidas pelo trabalho voluntrio, que a igreja catlica implantou no Brasil no sculo XVI, conforme modelo trazido de Portugal.O desejo do ser humano em ajudar as pessoas sempre foi um ato antigo, e vendo as diversas mudanas na economia, na poltica e um grande crescimento industrial, houve uma intensa mobilizao da populao em participar e dar apoio nos servios assistenciais aos necessitados.Conforme Montao (2002, p.288):Partimos da anlise da crise e reestruturao do capital a partir do ltimo quarto do sculo XX, conectada ofensiva neoliberal, que sistematiza na ofensiva contra o trabalho, na reforma do Estado e na reestruturao produtiva. s vsperas da virada do sculo, h um cenrio composto pelo crescimento das desigualdades sociais, acirradas pelo fenmeno da globalizao que gera riquezas, mas tambm acentua a pobreza dos excludos do processo.

A partir desse contexto, notrio que sempre houve a necessidade de ter um setor responsvel, por essa populao que foi atingida pela reestruturao da economia que possui como resultado a desigualdade social, sendo assim surge as ONGs em todo o mundo, visando o auxilio e a filantropia para os necessitados.No sculo XX, surgem outras religies, que juntamente com a Igreja Catlica, passam a atuar no campo da caridade com fins filantrpicos associados ao Estado. Mas no perodo republicano, a relao Igreja e Estado mudou, uma vez que antes esses dois objetivavam o atendimento e a assistncia das questes sociais. Nessa nova fase, passam a atuar outras religies, utilizando-se das mesmas prticas da Igreja Catlica, beneficiando-se tambm, de parceiras com fins filantrpicos junto ao Estado. (AS/GESET RELATORIO SETORIAL, 2001).Nesse contexto surgem novas religies que utilizam a mesma pratica da filantropia para auxiliar os que necessitam e juntamente com o estado unem suas foras para um bem maior.Com a passagem dos governos militares e a consolidao democrtica do pas, expressa atravs da pluralidade partidria, da formao dos sindicatos e do fortalecimento dos movimentos sociais urbanos e rurais, abriu-se espao para uma atuao mais efetiva das organizaes no governamentais, cujo nmero elevou-se rapidamente em face do crescimento das dificuldades socioeconmicas experimentadas pelo Brasil. Tanto a origem quanto os objetivos e as trajetrias destas organizaes passaram a ser mais diversificados, seguindo a fragmentao e a pluralidade caractersticas dos movimentos sociais ento contemporneos. Cabe destacar, nessa poca, a aprovao da nova Constituio (1988), no mbito de um amplo processo desmobilizao social, que, dentre outros, introduziu novos direitos socioeconmicos (especialmente na rea trabalhista), a expanso dos direitos de cidadania poltica e o estabelecimento dos princpios da descentralizao na promoo das polticas sociais. Estes fatos criaram novas demandas e espaos de atuao institucional para as ONGs. (AS/GESET RELATORIO SETORIAL, 2001).Portando o fortalecimento dos movimentos sociais, foi o escopo para o surgimento das organizaes que tinham sua poltica e economia prpria.No caso da Amrica Latina, como relata Thompson (2005), as ONGs surgem com mais fora nos anos 60 e 70, junto populao, se somado ao importante apoio das agncias de cooperao internacional. Primeiramente, estavam representando formas de ao poltica para se opor ao autoritarismo, j que estavam inseridas em um contexto de regimes militares, propondo a defesa de valores democrticos e assegurando espaos de ao cidad.As ONGs surgiram para o auxilio e incluso da populao excluda, estas so totalmente autnomas independentes do estado, por meio disso, elas vem trazer uma base social e reestruturando a sociedade.Na dcada de 80, as ONGs tiveram um papel de destaque, nesse perodo acontece o desenvolvimento de democratizao na poltica de quase todos os pases, como tambm problemas como inflao, crescimento do desemprego, ajustes na economia e consequente reduo dos programas sociais. Esse cenrio favorece a consolidao das organizaes voltadas tanto para o servio social, representadas por instituies de caridade e beneficncia, tradicionais e conservadoras, como tambm para o desenvolvimento social sustentvel, movidas por uma lgica poltica alternativa, opositora e moderna (THOMPSON, 2005).De acordo com Tachizawa (2004, p. 24):

No histrico sobre o surgimento das ONGs consta o perodo de regime militar, tpico da sociedade brasileira, em que o perodo autoritrio convive com a modernizao e com o surgimento de uma sociedade organizada, com base em autonomia em relao ao Estado, confundindo-se a sociedade civil com oposio poltica. Em seu processo evolutivo, as ONGs se fortalecem em termos de criao e diversificao de associaes civis a partir dos anos 1970; a partir de 1980 o crescimento se d de forma geomtrica. Na verdade, 60% dessas entidades foram legalmente fundadas a partir de 1985 e 15,4% foram criadas a partir de 1990.

As ONGs levaram o trabalho social para diversas reas, fazendo com muita agilidade e eficincia vrios servios de associaes comunitrias e assistncias sociais, com isso elas vm ganhando espao e respeito na sociedade como um todo.No caso brasileiro, a participao da sociedade civil organizada ganha maior evidncia a partir de meados da dcada de 1980, quando se inicia o processo de redemocratizao do Pas depois de mais de 20 anos de ditadura militar. O marco dessa transio a Constituio Federal promulgada em 1988, que traz em seu texto e em suas leis complementares boa parte da arquitetura institucional que regula hoje a sociedade brasileira. (IBGE, 2004)Nesse contexto as organizaes da sociedade civil vm crescendo e tomando espao no estado e na economia, trazendo variados meios de auxilio a sociedade.Segundo Relatrio AS/GESET RELATORIO SETORIAL, (2001) em meados dos anos 90 deu-se a entrada organizada do setor empresarial em programas e projetos sociais, especialmente atravs de suas fundaes e institutos associados, representando a insero da viso de mercado no terceiro setor e novas possibilidades de parcerias e de fontes de recursos para as instituies atuantes na rea. O modo de atuao empresarial e tambm o novo marco legal para o setor que introduz uma qualificao jurdica especfica e novas formas de regulao para a interao com o Estado reforaram a tendncia de modernizao e de aumento da profissionalizao para as instituies integrantes do setor, que passaram a investir na aquisio de atributos que confiram melhorias de qualidade, transparncia de ao e resultados (inclusive auditorias externas), aumento da visibilidade e da credibilidade e identificao de novas estratgias de sustentabilidade e financiamentos.Atravs da evoluo histrica as ONGs desenvolveram uma caracterstica prpria, quem vem conquistando cada vez mais espao na sociedade e conseguindo com que a populao tambm se mobilize pela filantropia.A AS/GESET RELATRIO SETORIAL, (2001) apresenta a Lei 9.790, de maro de 1999, tambm conhecida como novo marco legal do terceiro setor, introduziu importantes alteraes, dentre as quais se destacam: os novos critrios de classificao das entidades sem fins lucrativos de carter pblico, inclusive reconhecendo outras reas de atuao social antes no contempladas legalmente; as novas possibilidades no sistema de articulao entre as instituies de direito privado e pblico; e, a possibilidade de remunerao dos dirigentes das instituies sem fins lucrativos. bom lembrar que apesar das mudanas significativas, as qualificaes anteriores das instituies do terceiro setor - certificado de fins filantrpicos e ttulo de utilidade pblica federal -continuam vigorando concomitantemente. Nesse contexto, com o aumento das entidades do terceiro setor, surge a lei 9.790 de 1999, trazendo uma nova viso para a sociedade, da serenidade das organizaes.A ampliao cada vez maior de iniciativas privadas com sentido pblico evidencia o quanto se tornou essencial e emergente, a atuao do Terceiro Setor no governamental e no lucrativo como parceiro imprescindvel no atendimento s demandas mais prementes do povo brasileiro. (MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO ESPRITO SANTO. 2004)De acordo com um estudo mais recente realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica- IBGE e o Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada IPEA (2005) em parceria com a Associao Brasileira de Organizaes No Governamentais ABONG e o Grupo de Institutos, Fundaes e Empresas GIFE no perodo de 2002 a 2005, o nmero de associaes e fundaes sem fins lucrativos cresceu cerca de 22,6%, passando de 275,9 mil em 2002 para 338,2 mil em 2005.Assim o Terceiro setor conquista cada vez mais espao na sociedade, pois vem em defesa dos direitos da sociedade, nesse caso necessrio conceituar o terceiro setor para que possa ser mais claro o entendimento do mesmo como podemos observar na sesso seguinte.

4.2 Conceito de terceiro setorConforme mencionado o terceiro setor vem crescendo e ganhando forma no mundo todo, assim faz-se necessrio o entendimento do termo terceiro setor.Como relatado na introduo Fernandes (2000)relata que o Terceiro Setor um termo linguagem, que teve sua origem nos Estados Unidos da Amrica e este ainda passa por diferentes definies.Sendo assim com o uso da expresso ONG o Brasil passa a atingir os meios de comunicao e fazendo com que a populao se mobiliza-se ainda mais na luta contra a desigualdade.Segundo Olak e Nascimento (2010) no Brasil, especificamente, o emprego das terminologias Terceiro Setor, organizaes no governamentais (ONGs), organizaes da sociedade civil, organizaes sociais, entidades beneficentes, organizaes filantrpicas etc. ocorre de forma equivocada, j que so utilizadas normalmente como sinnimas.Nesse contexto entre tantas terminologias que so empregadas, pode-se aplicar como as mais usadas constantemente que so as: Organizaes no governamentais (ONGs) e Terceiro Setor.Segundo Pereira e Leite (2005, p. 33) as ONGs:(...) so iniciativas de pessoas ou grupos que visam colaborar para a soluo de problemas da comunidade, como mobilizaes, educao, conscientizao e organizao de servios ou programas para o atendimento de suas necessidades, da sua diferenciao das Associaes por estarem voltadas para terceiros, no buscando seus objetivos comuns;

Portanto, as ONGs vm com fora na luta contra a desigualdade social, podendo assim ajudar a sociedade a se estruturar.Fernandes, (2000) relata que a expresso Terceiro Setor, portanto, a que vem encontrando maior aceitao para designar o conjunto de iniciativas provenientes da sociedade, voltadas produo de bens pblicos. O terceiro setor um conjunto de sociedade civil devidamente organizada sob critrios especficos de desenvolvimento de aes de interesse publico. E pelo fato de no se enquadrarem nas categorias das atividades estatais ou das atividades privadas, passaram a ser identificadas como um Terceiro Setor. Essa postura de ao contra as desigualdades sociais tem origem em um sentimento de identidade e concordncia social que criam algo superior, chamado bem comum, que o ncleo articulador, a razo de impulso para participao dos indivduos em organizaes (GOHN, 2001, p.16).Olak e Nascimento (2010) definem as organizaes que fazem parte do terceiro setor como entidades sem fins lucrativos no governamentais so instituies com propsitos especficos de provocar mudanas sociais e cujo patrimnio constitudo, mantido e ampliado, a partir de contribuies, doaes e subvenes e que, de modo algum, se reverte para os seus membros ou mantenedores.As organizaes do terceiro setor so claramente definidas por serem sem fins lucrativos e por provocarem mudanas no quadro da sociedade. O terceiro setor pode ser classificado de vrias formas, como explicita a seo seguinte.

4.3 Classificao das organizaes do terceiro setor

notria a grande dificuldade de se conceituar o terceiro setor conforme fora abordado no capitulo anterior, pois estes no contm um nico conceito e nem uma classificao especifica como ser relatado nesse capitulo.Segundo GIFE Grupo de Institutos, Fundaes e Empresas (2009) classificam-se as entidades do terceiro setor em:

Associaes:As associaes so obrigadas a determinar estatutariamente as responsabilidades de seus dirigentes e membros ao preverem o modo de constituio e de funcionamento dos rgos deliberativos, a forma de gesto administrativa e de aprovao das respectivas contas, os requisitos para a admisso, demisso e excluso dos associados e quais so seus direitos e deveres, e;

Fundaes privadas:As fundaes privadas so obrigadas a registrar seus atos constitutivos tambm na Curadoria de Fundaes do Ministrio Pblico de sua comarca, que velar por elas. Desse modo, cada estado pode determinar as normas de fiscalizao e prestao de contas aplicveis s fundaes no mbito de sua jurisdio.

Nesse contexto vrios autores, apresentam diversas classificaes em diversos segmentos, como Olak e Nascimento (2010) procuraram classificar as entidades sem fins lucrativos sob trs ticas:QUADRO 1: Entidades sem fins lucrativos sob trs tica.Quanto atividade que desempenhamComo as entidades podem se caracterizar.

Entidades de carter beneficente, filantrpico e caritativo;

Entidades de assistncia sade;

Entidades religiosas;

Entidades de carter educacional, cultural, instrutivo, cientfico, artstico e literrio.

Entidades de carter recreativo e esportivo;

Associaes de classe;

Entidades sindicais;

Sociedades cooperativas.

Quanto origem dos recursosQuais meios que as entidades podem obter seus recursos.

Dependentes de subvenes governamentais.

Independentes de subvenes governamentais.

Quanto extenso dos benefcios sociais.Algumas entidades podem estender seus servios a toda a populao e outras restringem apenas para associados ou do mesmo quadro social.

Prestam servios a toda a comunidade irrestrita e incondicionalmente.

As que restringem seus benefcios apenas ao seu quadro social.

FONTE: Olak e Nascimento (2010)Salamone Anheier apud Olak e Nascimento (2010) apresentam no quadro 2 a seguir as classificaes que so usadas internacionalmente e em diversos estudos para gerar dados comparveis, essa classificao so dados levantados pela ICNPO (The International Classificationof Non-profit Organizations) , que foi dividido em 12 grandes grupos so subdivididos em 30 subgrupos e estes em atividades.QUADRO 2: Grupos e subgrupos da Classificao Internacional das Organizaes sem Fins Lucrativos(ICNPO)GRUPO 1: CULTURA E RECREAO GRUPO 7: SERVIOS LEGAIS, DEFESA DE DIREITOS CIVIS E ORGANIZAES POLTICAS

Cultura e artes

Esportes Organizaes cvicas e de defesa de direitos civis

Outras em recreao e clubes sociais Servios legais

GRUPO 2: EDUCAO E PESQUISA Organizaes polticas

Educao fundamental e mdia GRUPO 8: INTERMEDIRIAS FILANTRPICAS E DE PROMOO DE AES VOLUNTRIAS

Educao superior

Outras em educao Fundaes financiadoras

Pesquisa Outras intermedirias e de promoo do

GRUPO 3: SADE Voluntariado.

Hospitais e clnicas de reabilitao GRUPO 9: INTERNACIONAL

Casas de sade Atividades internacionais

Sade mental e interveno em crises GRUPO 10: RELIGIO

Outras em sade Associaes e congregaes religiosas

Assistncia social GRUPO 11: ASSOCIAES PROFISSIONAIS DE CLASSES E SINDICATOS

Emergncia e amparo

Auxilio a renda e sustento Organizaes empresariais e patronais

GRUPO 5: MEIO AMBIENTE Associaes profissionais

Meio ambiente Organizaes sindicais

Proteo vida animal GRUPO 12: NO CLASSIFICADO EM OUTRO GRUPO

GRUPO 6: DESENVOLVIMENTO E MORADIA No classificada anteriormente

Desenvolvimento social, Econmico e

comunitrio

Moradia

Emprego e treinamento

FONTE: Salamon e Anheier apud Olak e Nascimento (2010)Contudo ha uma grande dificuldade em ter uma classificao correta para o terceiro setor, porem qualquer classificao adotada usada, pois existe uma grande quantidade de entidades no mundo todo que possui caractersticas prprias.Nesse contexto mediante as diversas classificaes dentro delas existem as certificaes que as entidades podem adotar para se diferenciar.A seguir GIFE (2009) destaca as exigncias vinculadas a cinco das principais certificaes previstas na legislao brasileira apresentadas no quadro 3 a seguir:

QUADRO 3: Certificaes previstas na legislao brasileira de acordo com GIFE.

CERTIFICAESCOMPOSIO

1Declarao de Utilidade Pblica Federal (UPF)A declarao de uma organizao como de Utilidade Pblica Federal (UPF) certificao vinculada ao exerccio predominante de atividades de educao, pesquisa cientfica, culturais ou filantrpicas.

2Registro no Conselho Nacional da Assistncia Social (CNAS)O registro no Conselho Nacional da Assistncia Social (CNAS) obriga uma organizao ao seguinte: possuir declarao de UPF; atuar em assistncia social, educao, sade, cultura ou defesa de direitos dos beneficirios da Lei Orgnica da Assistncia Social (Loas); entre outras.

3Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social (Cebas)Uma organizao que possui o Certificado de Entidade Beneficente de Assistncia Social (Cebas) est obrigada ao seguinte: possuir declarao de UPF; possuir registro no CNAS; estar inscrita no Conselho de Assistncia Social do municpio, estado ou Distrito Federal da sede; entre outras.

4Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico (Oscip)Uma organizao qualificada como Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico (Oscip) est obrigada ao seguinte: atuar num dos objetivos previstos no artigo 3 o da lei que instituiu o ttulo; no distribuir, entre seus scios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou lquidos, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, que devem ser integralmente aplicados na consecuo do respectivo objeto social; entre outras.

5Organizao Social (OS)Uma organizao qualificada como Organizao Social (OS) est obrigada a atuar em ensino, pesquisa cientfica, desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura ou sade; dispor estatutariamente sobre: I. A natureza social de seus objetivos inerentes respectiva rea de atuao; II. A finalidade no lucrativa, com obrigatoriedade de investimento de excedentes financeiros no desenvolvimento das prprias atividades; entre outros.

FONTE: GIFE (2009)Assim as certificaes podem ajudar a entidade a se caracterizar e ter mais transparncia em seus trabalhos e sobre a sua autenticidade.Atravs de suas classificaes e certificaes as entidades conseguem ser mais transparentes e os doadores e a sociedade podem ver sua autenticidade podendo assim auxiliar nos recursos que as entidades necessitam como ser relatado no capitulo seguinte sobre a forma de obteno de recursos.

4.4 Fontes de Recursos do terceiro setorComo descrito anteriormente o terceiro setor no tem uma definio correta para as classificaes, s entidades vo se classificando conforme seus objetivos e sua funcionalidade.Atravs dessas classificaes as entidades podem definir e estruturar seus projetos e assim planejar e executar a obteno de recursos para que possam continuar estveis.Segundo Olak e Nascimento (2010), as principais fontes de recursos na formao do patrimnio das organizaes do Terceiro Setor so originadas de: Contribuies: so recursos pecunirios oriundos de associados e outros indivduos ou empresas que contribuem com uma quantia fixa ou no, periodicamente. Doaes: so transferncias de patrimnio, bens ou vantagens por meio de contrato unilateral, gratuito, consensual e solene. Subvenes: tratam-se de ajudas governamentais, destinadas conservao e manuteno, em atividades operacionais (ordinrias ou peridicas) e para atender projetos especficos (extraordinrios). Receitas de aplicaes financeiras: consistem de juros recebidos de clientes ou aplicaes financeiras ou descontos obtidos. Receita de Capital: so receitas espordicas, oriundas da alienao de investimentos ou imobilizaes. Receita de venda de produtos, de mercadorias ou de servios: so receitas decorrentes de venda de produtos e/ou servios atendendo aos propsitos sociais, ou para manuteno das atividades. Outras fontes: podem ser taxas de inscries para eventos ou pequenos servios realizados, bingos, bazar beneficente, etc.As entidades dispem de alguns meios de adquirir recursos, porem com a grande dificuldade em que a maioria encontra para obter recursos prprios, dependem de recursos provenientes das empresas privadas e do estado.

a) Recursos Pblicos: O estado auxilia o terceiro setor mesmo este sendo no governamental, pois em conjunto com o estado vem preencher as lacunas da sociedade, portanto o governo contribui para as entidades poderem dar continuidade em seus projetos.As contribuies foram definidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) atravs do Conselho Federal de Contabilidade (2003, p.171), como sendo:

[...] as transferncias derivadas da lei oramentria e concedidas por entes governamentais a autarquias e a entidades sem fins lucrativos, destinadas aplicao em custeio e manuteno destas, sem contrapartida direta do beneficirio dos recursos em bens e servios, ou determinadas por lei especial anterior para o atendimento de investimentos em inverses financeiras.

b) Recursos Privados: Nesse contexto GESET (2001) enfatiza que apesar da pequena contribuio das empresas no oramento total das organizaes do terceiro setor, sua participao tem sido crescente nos ltimos anos, especialmente a partir das fundaes e institutos a elas vinculados. Nesse cenrio, as empresas passam a serem integrantes importantes do terceiro setor ao gerir seus prprios projetos sociais ou, ainda, o que mais comum, ao se associarem, com suporte tcnico-financeiro, a organizaes da sociedade civil que j desenvolvem projetos bem-sucedidos nos mais diversos campos de atuao educao, sade, trabalho e renda e assistncia social principalmente. Este tipo de atuao das empresas nacionais e corporaes multinacionais marca a tendncia moderna de substituir as prticas at ento vigentes fundamentadas na filantropia tradicional, caracterizada principalmente pelas doaes pontuais e assistenciais aos empregados, a seus familiares e s comunidades circunjacentes s sedes empresariais. Nesse contexto notria a grande dificuldade encontrada das entidades conseguirem recursos prprios para se mantiver, pois ainda h uma barreira que impede a sociedade de fazer doaes e aplicar seu dinheiro pois estas necessitam de uma transparncia das entidades e de um bom gerenciamento dos recursos para que possam ajudar. Assim as entidades necessitam de um bom gerenciamento para que possam apresentar seus planos para o futuro o que pretendem fazer com o dinheiro arrecado, como vai ser aplicado, em que projetos, so essas entre outras questes que os gestores das entidades necessitam apresentar, para isso necessrio um bom gerenciamento e um bom planejamento das receitas e despesas como ser relatado no prximo capitulo.

4.5 Normas e demonstraes contbeis aplicados s entidades sem fins lucrativos As normas e prticas contbeis aplicadas a entidades sem fins lucrativos so estabelecidas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Entretanto como afirmam Olak e Nascimento (2010, p. 52), muitas entidades elaboram e publicam suas demonstraes contbeis iguais s empresas lucrativas. Principais resolues do CFC aplicado a entidades do Terceiro Setor: NBC T 10.4 - Fundaes (Resoluo CFC n 837/99); NBC T 10.18 - Entidades sindicais e associaes de classe (Resoluo CFC n 838/99, de 22 de fevereiro de 1999); NBC T 10.19 Entidades sem finalidade de lucros (Resoluo 877/2000, alterada pelas Resolues CFC n 926/2001 e n 966/2003). Arthur Andersen (1991) apud Olak e Nascimento (2010, p. 52) sugere que: Desejavelmente, e naquilo que for aplicvel, as demonstraes financeiras de entidades sem fins lucrativos devem ser elaboradas e publicadas dentro dos mesmos critrios usados por entidades de fins lucrativos. E complementa dizendo: Nas demonstraes financeiras desse tipo devem ser indicados de forma clara os recursos que esto sujeitos a restries por parte do doador, bem como aqueles que no esto. Isto pode ser feito pela segregao dos ativos restritos e/ou pela consignao dos valores dos fundos restritos como passivos, ou, alternativamente, atravs de apresentao de contabilizao por verbas/fundos. Alm das Resolues do CFC, as entidades devem observar os Princpios Fundamentais de Contabilidade, e tambm as Normas Brasileiras de Contabilidade e suas Interpretaes Tcnicas e Comunicados Tcnicos, todos editados pelo Conselho Federal de Contabilidade, algumas j extintas como o caso da NBC-T 3, que trata do conceito, contedo, estrutura e nomenclatura das demonstraes contbeis. A NBC-T 3 Conceito, Contedo, Estrutura e Nomenclatura das Demonstraes Contbeis, aprovada pela resoluo CFC N 686/1990, foi revogada pelo Conselho federal de Contabilidade em sua resoluo CFC n. 1283 de 28/05/2010, apresentando que os assuntos objetos da norma revogada esto inseridos em normas convergidas. A NBC TG 1000, aprovada pela resoluo CFC n. 1255 de 10 de Dezembro de 2009 Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas (PMEs), que passou a vigorar em 1 de janeiro de 2010. Essa norma foi publicada pelo CFC com o intuito de convergir contabilidade com as normas internacionais de contabilidade. De acordo com o Conselho (2009, p.5): O CFC est emitindo em separado esta Norma para aplicao s demonstraes contbeis para fins gerais de empresas de pequeno e mdio porte (PMEs), conjunto esse composto por sociedades fechadas e sociedades que no sejam requeridas a fazer prestao pblica de suas contas. Esta Norma denominada: Contabilidade para Pequenas e Mdias Empresas (PMEs).

Conforme o quadro 4 abaixo as entidades podem se enquadrar como Pequena, Mdia e Grande Empresa e seu enquadramento dependero de seu faturamento anual.

Quadro 4: Enquadramento de porte FONTE: PORTAL ANVISA (2013)Os Princpios de Contabilidade segundo Marion (2009, p.37) surgiram da necessidade de apresentar uma linguagem comum para se preparar e interpretar apropriadamente os relatrios contbeis. So eles: Entidade, Continuidade, Oportunidade, Registro pelo Valor Original, Competncia e Prudncia. Os relatrios contbeis exigidos para as entidades do terceiro setor de acordo com Conselho Federal de Contabilidade (2008, p. 104) so: Balano Patrimonial, Demonstrao do Supervit ou dficit do Exerccio, Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos (substituda pela Demonstrao do Fluxo de Caixa [DFC] pela Lei n. 11.638/07) e a Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Social. Para validade das demonstraes contbeis, segundo Conselho (2004), as demonstraes contbeis devem ser elaboradas e assinadas por contadores habilitados e tambm pelo representante legal da entidade, devem tambm ser elaboradas seguindo os Princpios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade especficas das Entidades de Interesse Social.

5. PESQUISA DE LEVANTAMENTO

Para atingir os objetivos desse trabalho foi elaborada uma pesquisa de levantamento com as empresas do terceiro setor do municpio de Cerquilho/SP.A populao utilizada nesta pesquisa compreendeu 10 entidades do terceiro setor classificados de acordo com o referencial terico, sendo utilizada como amostra a totalidade da populao.Para realizao dessa pesquisa foi elaborado um questionrio de pesquisa com 11 (Onze) questes fechadas (ANEXO 1). Dos 10 questionrios enviados 9 retornaram.O questionrio, apresentado no apndice, foi dividido em quatro grupos de 11 questes ao todo, sendo:1. Caracterizao do entrevistado: neste grupo so descritas as caractersticas dos entrevistados, tendo sido investigados um aspecto: cargo/funo.2. Caracterizao da Receita da organizao: so apresentadas as receitas conforme o referencial terico.3. Oramento: Diagnosticando se h conhecimento e o uso do oramento nas entidades.4. Aspectos relativos s prticas de contabilidade e a prestao de contas das organizaes: no quarto grupo tm-se os resultados relacionados com as questes ligadas s praticas de contabilidade da organizao, analisando o nvel de transparncia das entidades , que fatores levam as entidades a prestar contas e tambm se h a divulgao dos demonstrativos contbeis.Em sequencia ao estudo ser apresentado o resultado das pesquisas realizadas nas entidades.

5.1 Resultado da pesquisaA seguir ser apresentado os resultados da pesquisa realizada nas entidades do terceiro setor na cidade de Cerquilho/SP, conforme relatado anteriormente.

Conforme o grfico acima a questo com duas alternativas A e B 22% responderam a alternativa A, e 78% a alternativa B.

Conforme o grfico acima a questo com trs alternativas A, B e C 22% responderam a alternativa A, e 78% a alternativa B e 0% alternativa C.

Conforme o grfico acima a questo com cinco alternativas A, B, C,D e E 34% responderam a alternativa A, e 22% a alternativa B e 22% alternativa C, 22% alternativa D e 0% alternativa E.

Conforme o grfico acima a questo com duas alternativas A e B 33% responderam a alternativa A, e 67% a alternativa B.

Conforme o grfico acima aos que responderam na questo anterior que no faz o oramento foi elaborada essa questo com trs alternativas A, B e C 33% responderam a alternativa A, e 67% a alternativa B e 0% a alternativa C.

Conforme o grfico acima aos que responderam na questo anterior que fazem o oramento foi elaborada essa questo com duas alternativas A e B 50% responderam a alternativa A, e 50% a alternativa B.

Conforme o grfico acima aos que responderam na questo anterior que o oramento aplicado foi elaborada essa questo com duas alternativas A e B 33% responderam a alternativa A, e 67% a alternativa B.

Conforme o grfico acima aos que responderam na questo anterior que o oramento aplicado foi elaborada essa questo com duas alternativas A e B 33% responderam a alternativa A, e 67% a alternativa B.

Conforme o grfico acima aos que responderam na questo anterior que faz o oramento foi elaborada essa questo com trs alternativas A, B e C 34% responderam a alternativa A, e 33% a alternativa B e 33% a alternativa C.

Conforme o grfico acima foi elaborado a questo com duas alternativas A e B 111% responderam a alternativa A, e 89% a alternativa B.

Conforme o grfico acima foi elaborado a questo com duas alternativas A e B 0% responderam a alternativa A, e 100% a alternativa B.

5.2 Analise dos ResultadosDe uma populao de 10 entidades estabelecidas no municpio de Cerquilho-SP, foi encaminhado o questionrio para 100% desta populao, obtendo-se resposta de 9 entidades, correspondente a um retorno de 90%. Desta forma, a analise foi elaborada a partir destas 9 entidades respondentes.Conforme visto no item anterior, o questionrio foi composto por 11 questes fechadas que foram completamente respondido pelas 9 entidades..Na questo 1, conforme apresentado, constata-se que a maior parte dos participantes da equipe gestora e a minoria realmente faz parte da presidncia.A questo 2 tem por objetivo verificar o porte das entidades baseada na legislao do Imposto de Renda conforme a fundamentao terica sobre o enquadramento de porte, constata-se que as entidades pesquisadas so de pequeno porte , pois somente 2 entidades tem o enquadramento acima de 360.000,01.A questo 3 tem por objetivo identificar se a populao entrevistada sabe o significado de Oramento e constata-se apenas 3 responderam que sim , e o restante da populao tem um mero conhecimento ou no conhece sobre o assunto.A questo 4 apresenta das 9 entidades entrevistadas apenas 3 aplicam o oramento e constata-se que o restante no aplica.A questes 5 aplica-se apenas para a populao que respondeu que no aplica o oramento, essa questo tem o intuito de compreender o motivo ao qual no aplicado esse modelo de gesto, dentre as entidades que no aplicam o oramento 2 no conhecem nenhum modelo e 4 nunca tiveram orientao de como realizar. As questes 6,7,8 e 9 esto relacionadas a populao respondente da questo 4 a qual respondero que aplicam o oramento, somente 3 respondero que aplicam o mesmo, a questo 6 apresenta se o oramento aplicado ele orado com base em histricos anteriores as 3 entidades responderam que sim. A questo 7 indaga quais so as premissas usadas para a realizao do oramento 2 responderam que partem do oramento anterior e 1 toma como base os gastos do exerccio anterior.Na questo 8 apresenta se aps realizado o oramento as entidades mantem o controle do mesmo, 2 responderam que sim e 1 no.A questo 9 mostra que das 3 entidades respondentes cada uma tem uma maneira diferente de fazer seu oramento, 1 feito apenas pelo presidente, 1 feito pela equipe gestora e 1 feito por uma pessoa responsvel.A questo 10 traz quantas entidades publicam as demonstrao contbil apenas 1 faz demonstrao e o restante no. Pode-se salientar que a falta de divulgao das demonstraes contbeis dificulta a transparncia para seus doadores, empresas e rgo pblicos, pois com a divulgao das mesmas estes podem tem uma viso melhor da sade da entidade podem assim auxiliar melhor em doaes e subvenes.A questo 11 apresenta as entidades que realizam a auditoria porem nenhuma delas tem as suas demonstraes contbeis auditadas.De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, conclui-se que as informaes contbeis so evidenciadas somente para fins de prestao de contas aos agentes financiadores (associados) e os demonstrativos das entidades pesquisadas tem-se limitado apenas a informar o que exigido por esses usurios. Destaca-se, tambm, a falta de informao perante as pessoas envolvidas na entidade referente ao oramento, notando-se que somente algumas entidades sabem e usam essa ferramenta de controle gerencial. notria a falta de conhecimento referente ao oramento no qual uma grande ferramenta de controle gerencial para entidade e para controle de seus gastos com projetos e controlar suas receitas, vindas de doaes e subvenes.

6. CONSIDERAES FINAISA cincia contbil apresenta em sua essncia a finalidade de fornecer informaes, sobre as movimentaes patrimoniais. Entretanto, com a demanda de informaes para diferentes fins, tanto quantitativa como qualitativa, h uma segmentao no modelo de informao: a contabilidade financeira e gerencial.A subrea contbil considerada progenitora da contabilidade gerencial o oramento, que foi evoluindo ao longo do tempo em decorrncia da necessidade de gerar outros tipos de respostas, alm do objetivo inicial de mensurao as receitas e os gastos, pois, foI constatado que se bem analisado apresenta uma boa forma de planejamento e controle.O objetivo deste trabalho foi Verificar qual o nvel de aderncia do planejamento oramentrio nas entidades do terceiro setor.Os dados foram coletados a partir da realizao de questionrios nas entidades do municpio de Cerquilho/SP, forma enviados 10 questionrios compostos por 11 questes cada um, obtendo-se 9 entidades respondentes.Conclui-se que a entidade no utiliza das informaes relativas sistemtica dos oramentos em seu processo decisrio e estas so importantes em todo planejamento operacional. No entanto, entende-se que a entidade poderia explorar melhor o potencial informativo da contabilidade de gerencial. Recomenda-se que as entidades desenvolvam pelo menos o Oramento Operacional onde se prev basicamente quais sero suas Receitas e Despesas e o Oramento de Caixa para no correr o risco de em um determinado perodo no possuir recursos para quitar suas obrigaes. E ainda que na medida do possvel esteja compartilhando o oramento e a sua elaborao com os devidos interessados esse uma vez que seus recursos chegam de diversos setores da sociedade que querem e desejam cada vez mais transparncia na sua utilizao.Como o trabalho procurou demonstrar a participao do oramento em um gerenciamento contbil, sendo este um enfoque considerado atual e necessrio devido constante necessidade de novas informaes e estas de profunda exatido, pode-se concluir que um sistema oramentrio pode contribuir de forma qualitativa e quantitativa no gerenciamento. Municiando de uma variabilidade imensa de informaes, variando de acordo com a necessidade de cada grupo gestor no processo de tomada de deciso. Este trabalho assim torna-se relevante no somente as entidades do municpio de Cerquilho/SP, mas sim para todas que desejam usar desse gerenciamento controlado e tambm aos alunos que demonstrarem interesse na rea de terceiro setor e oramento interligados a contabilidade gerencial.

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