INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA IFCE CAMPUS JUAZEIRO DO NORTE-CE
CURSO SUPERIOR DE LICENCIATURA EM EDUCAO FSICA
TIAGO MAIA COSTA
PERCEPO DE COMPETNCIA, E DESEMPENHO MOTOR DE CRIANAS DE 8 E 9 ANOS DE IDADE
JUAZEIRO DO NORTE 2009
TIAGO MAIA COSTA
PERCEPO DE COMPETNCIA, E DESEMPENHO MOTOR DE CRIANAS DE 8 E 9 ANOS DE IDADE
Trabalho de concluso de curso apresentado Coordenao do Curso de Licenciatura em Educao Fsica do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Cear, Campus Juazeiro do Norte como requisito parcial para obteno da graduao de licenciatura.
Prof. Esp. Richardson Dylsen de S. Capistrano Orientador
JUAZEIRO DO NORTE - CE 2009
TIAGO MAIA COSTA
PERCEPO DE COMPETNCIA, E DESEMPENHO MOTOR DE CRIANAS DE 8 E 9 ANOS DE IDADE
Trabalho de concluso de curso apresentado Coordenao do Curso de Licenciatura em Educao Fsica do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Cear, Campus Juazeiro do Norte como requisito parcial para obteno da graduao de licenciatura.
Aprovado em ______ de ________________ de __________
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________ Orientador Prof. Esp. Richardson Dylsen de S. Capistrano
(Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Cear)
___________________________________________________________ Examinadora Prof. Esp. Mnica Maria Siqueira Damasceno
Especialista em Sade Mental e Psicologia Aplicada a Educao
____________________________________________________________ Examinadora Psicloga - Ginna Pereira Peixoto - Especialista em Sade da
Famlia e Psicologia Aplicada a Educao
JUAZEIRO DO NORTE CE 2009
Dedico este trabalho a minha me Francisca Zenilda por sempre me apoiar na minha vida acadmica e a meu pai, Francisco Moreira que mesmo estando longe ainda era um porto seguro nas horas difceis. A minha namorada Elane Cristina que a traduo de pacincia e amor que encontrei durante essa minha jornada.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus todo poderoso, pois sem ele nenhuma criatura vive.
Aos meus pais que prezaram pela minha educao e foram incansveis a cada
dia de minha formao.
A minha me pela luta que travou na criao de todos os filhos, incansvel.
A minha namorada Elane Cristina Oliveira Pereira que sempre acreditou em
meu potencial e me encorajou a ir cada vez mais longe todos os dias de minha
vida.
A todos os meus amigos que durante a minha formao acadmica se fizeram
presentes, Karen, Ytalo, Hudday, Jordo, Edval, Cristvo, Djevan, Robrio,
Fabiana, Mikeline, Jeane, Camila, Francijara, Mayra, Thallisson, Francisco,
Dbora, Andr Lus.
Aos amigos Rafael, Leonardo, Raony e Luciano pelas horas perdidas com
brincadeiras que jamais esquecerei.
Ao amigo Luciano que alm de brincadeiras esteve sempre pronto para me
ajudar nos meus trabalhos acadmicos.
A todos da famlia de Tia Neta, de Padrinho Antnio e de Tia Elza por me
tratarem como da famlia e terem me ensinado tantas coisas maravilhosas.
A Tia Graa, Tia Gorete, Tia Socorro e Tia Helena pela dedicao no meu
ensino infantil e fundamental e pelo amor que sempre expressaram por minha
pessoa.
Ao Professor Antnio Ferreira que no tempo que dirigia o Governador Adauto
Bezerra foi inspirao como pessoa e educador, por todas as conversas e por
nunca desacreditar do meu potencial.
A Tia Maria por me apoiar nos meus estgios, por ser sempre to dedicada
com o bem estar de todos, pelo corao enorme e mente to bela.
A todos que fazem o Rotary Clube de Juazeiro, obrigado pela coleta de dados,
obrigado aos alunos e funcionrios.
A todos do Sesc Juazeiro do Norte pelo aprendizado tico e moral que me
proporcionaram durante meu estgio.
A todos do Sesi Juazeiro do Norte por proporcionarem um ambiente
aconchegante, srio e empolgante de trabalhar durante minha passagem.
A todos os professores do IFET Juazeiro do Norte que lecionaram para mim,
Richardson, Salviano, Rubens, Luciano, Djevane, Rogrio, Vensia, Cieusa,
Narclio, Joamira, Ialuska, Svia, Joo Marcos, Rafaela, Gabriela e
especialmente Barroso pelos gritos e brincadeiras que foram to marcantes a
todos que j o conheceu.
Ao professor Richardson por ter sido o meu orientador e me ajudado na
elaborao do meu trabalho.
A todos os professores que direta ou indiretamente participaram na elaborao
deste trabalho.
Ao amigo Ismael que mesmo estando longe nossa amizade continua
crescendo.
E por fim a todos os meus amigos que durante esses quatro anos de faculdade
proporcionaram os melhores anos da minha vida.
Acima do cho e abaixo do cu, qualquer
lugar pra mim ta bom demais!
(Autor Desconhecido)
RESUMO
As crianas das sries iniciais do ensino fundamental esto em constantes transformaes nos aspectos motores, percepto-cognitivos e afetivo-sociais. Essas transformaes podem ser influenciadas pela escola, amigos e familiares j que estes compem o contexto social no qual a criana est inserida. Nesta fase a criana j adquiriu com maestria as habilidades motoras bsicas que so divididas em atividades locomotoras e manipulativas e detm um auto-conceito de suas prprias competncias para engajar-se em atividades motoras. Dessa forma o presente estudo objetiva identificar o nvel de percepo de competncia e desempenho motor de crianas procurando saber as relaes entre percepo de competncia e desempenho motor. Este estudo de carter descritivo, correlacional, quali-quantitativo e de campo. A pesquisa foi realizada com crianas de ambos os sexos cursando as sries iniciais do ensino fundamental da escola da rede pblica Rotary. A amostra foi composta por 30 crianas entre 8 e 9 anos de idade sendo 18 do gnero feminino e 12 do gnero masculino residentes na periferia da cidade. Para avaliar a percepo de competncia fez-se uso da escala de Autopercepo de competncia de Susan Harter, validada no Brasil por Fiorese (1994), j o desempenho motor foi avaliado pelo Test of Gross Motor Development-2 (TGMD2). Os resultados sugerem que: (1) de uma maneira geral, meninos e meninas exibem nveis altos de percepo de competncia, s existindo diferenas significativas no aspecto social-afetivo onde meninas evidenciaram nveis moderados; (2) meninas exibem maiores nveis de percepo em relao aos meninos na competncia motora; (3) meninos e meninas exibem desempenhos semelhantes nas habilidades motoras e so classificados de uma maneira geral como pobres; (4) apenas 2 indivduos do gnero masculino obtiveram a classificao mdia no desempenho motor; (5) meninos e meninas no so precisos nos nveis de percepes de competncia motora comparadas aos nveis de desempenho motor. O professor, atravs de prticas desafiadoras, pode desenvolver no aluno tanto aspectos motores quanto perceptivos, traando para isso, atividades motivantes com nveis de dificuldades pertinentes ao do desenvolvimento motor que colaborem para o aluno na reflexo da habilidade motora para resoluo das dificuldades encontradas. Palavras-Chaves: Crianas, percepo de competncia e desempenho motor.
ABSTRACT
Children of the lower grades of elementary school are in constant
transformations in the motor, perceptual-cognitive and affective-social. These
transformations can be influenced by school, friends and family as they make
up the social context in which the child is inserted. At this stage the child has
already acquired the mastery of basic motor skills that are divided into activities
locomotor and manipulative and has a self-concept of its own powers to engage
in motor activities. Thus this study aims to identify the level of perceived
competence and motor performance of children trying to find out the
relationship between perceived competence and motor performance. This study
is a descriptive, correlational, qualitative and quantitative field. The research
was conducted with children of both sexes attending the first grades of
elementary school of public Rotary. The sample consisted of 30 children
between 8 and 9 years of age being 18 female and 12 male residents in the
outskirts of the city. To assess the perception of competence was made use of
the scale of Self-perception of competence by Susan Harter, validated in Brazil
by Fiorese (1994), since motor performance was evaluated by the Test of Gross
Motor Development-2 (TGMD2). The results suggest that: (1) in general, boys
and girls exhibit higher levels of perceived competence, there are only
differences in social-affective where girls showed moderate levels, (2) girls
exhibit higher levels of perception in relation children in the motor power, (3)
boys and girls exhibit similar performance in motor skills and are classified as
generally poor, (4) only 2 were men were rated as average in motor
performance, (5) boys and girls are not precise levels of perceptions of
competence motor compared to the levels of motor performance. The teacher,
through challenging practice, the student can develop both aspects of motor
and perceptual mapping for it, motivating activities with difficulty levels relevant
to the development engine to help in the student's reflection of motor ability to
resolve difficulties encountered.
Key Words: Children, perceived competence and performance engine.
LISTA DE ILUSTRAES
Grfico 1 Distribuio de frequncia das classificaes do coeficiente motor amplo dos meninos e meninas........................................................27
Grfico 2 Mdia da soma das pontuaes das subescalas de percepo de competncia no gnero feminino e masculino.................................29
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Mdias e desvios padro dos escores brutos e padro das habilidades de locomoo e de controle de objetos em funo do gnero................................................................................................25
Tabela 2 Mdia e desvio padro do coeficiente motor amplo..........................26
Tabela 3 Distribuio de frequncia absoluta e relativa da classificao na subescala de desempenho motor amplo...........................................27
Tabela 4 Mdia e desvio padro das percepes de competncia entre os
gneros..............................................................................................28
Tabela 5 Distribuio de frequncia absoluta e relativa da classificao na subescala de percepo de competncia atltica.............................30
Tabela 6 Distribuio de freqncia absoluta na relao entre o desempenho motor e a percepo de competncia atltica................................................................................................31
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TGMD-2 Test of Gross Motor Development-2
SUMRIO
1 INTRODUO .............................................................................................. 14
1.1 O PROBLEMA ........................................................................................ 14
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................ 16
1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 16
2. REFERNCIAL TERICO ........................................................................... 18
2.1. PERCEPO DE COMPETNCIA ....................................................... 18
2.2. DESENVOLVIMENTO MOTOR ............................................................. 20
3. MATERIAL E MTODOS ............................................................................. 23
3.1 CARACTERIZAO DO ESTUDO ......................................................... 23
3.2 POPULAO E AMOSTRA .................................................................... 23
3.3 INSTRUMENTOS AVALIATIVOS E COLETA DE DADOS ..................... 23
3.4 COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTOS .......................................... 24
3.5 PLANO ANALTICO ................................................................................ 25
4 RESULTADOS E DISCUSSES .................................................................. 26
4.1 DESEMPENHO MOTOR ........................................................................ 26
4.2 PERCEPO DE COMPETNCIA ........................................................ 29
4.3 RELAO ENTRE O DESEMPENHO MOTOR E A PERCEPO DE
COMPETNCIA ATLTICA .......................................................................... 32
5 CONCLUSES ............................................................................................. 34
6 REFERNCIAS ............................................................................................. 36
ANEXOS .......................................................................................................... 39
1 INTRODUO
1.1 O PROBLEMA
O caminho para o desenvolvimento dos indivduos no contexto escolar se d
de diversas formas e de diversas formas tambm pode ser definido como alcanar o
desenvolvimento dos alunos. Cada professor tem objetivos que so trazidos pela
sua disciplina e essa por sua vez define como esses objetivos sero alcanados
durante o perodo letivo, isso se reporta a qualquer rea do conhecimento, no
sendo diferente para a Educao Fsica. Alguns dos objetivos do professor de
Educao Fsica so de dar subsdios necessrios para que os alunos desenvolvam
no s os aspectos motores, mas tambm os aspectos percepto-cognitivo e afetivo-
social.
Muitas so as mudanas encontradas nas crianas do Ensino Fundamental I,
segundo Gallahue e Ozmun (2005) a maioria j deve ter adquirido as habilidades
motoras fundamentais em seu estgio maduro, sendo este um dos motivos para
conseguirem se desenvolver podendo assim chegar ao nvel das habilidades
motoras especializadas, estas por sua vez, semelhantes s usadas nas atividades
desportivas. Na tentativa de no explorar s o aspectos motor, o professor deve
proporcionar vivncias prazerosas tambm nas reas cognitivas e afetivo-sociais
buscando o desenvolvimento das mesmas. Neste sentido, se privilegiar s o aspecto
motor, seus alunos no vo ter um desenvolvimento consistente. Fatores como
oportunidades para a prtica, motivao, auto-estima, entre outros, iro influenciar
diretamente no desenvolvimento de tais competncias.
Percepes de competncia de habilidades em diferentes aspectos tem sido
objeto de estudo de vrios pesquisadores durante os ltimos vinte anos
(VALENTINI, 2002). Para Brosson citado por Villwock (2005), o indivduo se sente
competente a partir do momento em que se sente responsvel por aes e
resultados que demonstrem sua competncia. Assim, sentir-se competente parece
motivar o indivduo ao engajamento em atividades, tendo a percepo de
competncia uma grande influncia no nvel de motivao para a prtica
(VALENTINI, 2002; ULRICH apud BERLEZE, 2008).
Para Piffero (2007), a autoconfiana e dedicao sofrem influncia da forma
pela qual o indivduo se percebe. Ou seja, indivduos que se percebem como
15
competentes acabam persistindo mais tempo na tarefa, enquanto os indivduos que
percebem-se pouco competentes tendem a evitar os desafios para no
demonstrarem inferioridade nos nveis de desempenho (HARTER apud PIFFERO,
2007).
Nessa perspectiva, a criana com baixa percepo de competncia atltica,
pode perder o interesse nas aulas de Educao Fsica, j que grande parte destas
inclui atividades desportivas como contedo, isso, pode trazer ao indivduo,
problemas quanto ao seu desenvolvimento, causando, por conseguinte, a evaso e
auto-excluso durante estas aulas. Ao mesmo tempo, verificando que em algumas
escolas da rede pblica de ensino no possuem aulas de Educao Fsica
ministradas por um profissional da rea, e quando existem, so dadas em sua
maioria uma vez por semana, sendo estas denominadas de recreao, no tendo
assim um planejamento prvio que entra em concomitncia falta de materiais da
escola, o professor, passvel situao, d como atividade principal uma bola para
que os alunos pratiquem o esporte mais atrativo para eles, neste caso, o futsal,
sem nenhuma superviso, no dando assim importncia, garantia e subsdios
necessrio ao desenvolvimento dos educandos.
Segundo Gallahue e Ozmun citado por Villwock (2005) a criana atinge a
competncia motora madura nas habilidades fundamentais, quando todas ou a
maioria dessas so realizadas com maestria. Segundo o mesmo autor, esse
desenvolvimento se d atravs das (1) oportunidades de experimentar a tarefa; (2)
experincias motoras variadas de acordo com o seu desenvolvimento; (3) a resposta
e estmulos de pessoas significativas, como as que compem a famlia e o meio
social no qual ela est inserida. Perceber-se competente segundo Harter citado por
VALENTINI (2002), incluem os seguintes fatores: (a) experincias passadas; (b)
dificuldades ou desafios associados com o resultado da tarefa; (c) suporte e
interao pessoal com os outros que so significativos para a criana; e (d)
motivao intrnseca.
Se no existe acompanhamento do profissional da rea, no houver aulas
para proporcionar uma interveno efetiva, ou ainda, se estas no so planejadas
para darem subsdios aquisio dos aspectos motores, percepto-cognitivos e
afetivo-socias, o aluno, que possivelmente por fatores scio-financeiros j
prejudicado nos aspectos culturais e nutricionais, ter mais dificuldade de se
desenvolver, bem como sua percepo ser prejudicada pela falta de experincias
16
nessas reas ocasionando por sua vez sua desistncia em atividades que no se
julgue competente para desempenh-las pela falta de motivao, dificuldades ou
superestimao das mesmas.
Nesta perspectiva este trabalho se props a investigar qual o nvel de
desempenho motor e percepo de competncia em crianas de 8 e 9 anos de
idade e como o professor de Educao Fsica pode usufruir dessa investigao.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Analisar a percepo de competncia e competncia motora de crianas entre
8 e 9 anos de idade.
1.2.2 Objetivos Especficos
Avaliar o nvel de desenvolvimento das habilidades locomotoras e
manipulativas;
Identificar a percepo de competncia das crianas em diferentes domnios;
Verificar as possveis associaes entre a percepo de competncia atltica
e o nvel de desenvolvimento das habilidades motoras.
1.3 JUSTIFICATIVA
Para ter um desenvolvimento normal e contnuo, a criana precisa de
vivncias significativas nas reas do desenvolvimento motor, abrangendo assim os
domnios cognitivos, afetivo-sociais e motor. Nessa perspectiva papel do professor
de Educao Fsica proporcionar vivncias prazerosas e motivadoras que se
engajem a esse objetivo.
A competncia da criana em um desses domnios conseqncia da
motivao para engajamento em situaes nas quais seu uso seja necessrio. Ter
um planejamento que contemple a motivao, o uso e o aprimoramento dessas
17
competncias to importantes para o desenvolvimento motor um desafio para
muito professores em todo plano pedaggico.
Segundo os PCNs V.07 (1997), um dos objetivos gerais do ensino
fundamental desenvolver no aluno o conhecimento ajustado de si mesmo e o
sentimento de confiana em suas capacidades afetiva, fsica, cognitiva, tica,
esttica, de inter-relao pessoal e de insero social, tudo isso para que o mesmo
possa agir com perseverana na busca de conhecimento e no exerccio da
cidadania.
A verificao do nvel de desempenho motor de crianas importante para
que o professor tenha subsdios na elaborao do seu projeto de interveno nas
aulas de educao fsica, tendo em vista tambm que a importncia do
desenvolvimento dessas habilidades se d por estas serem os pilares para a
participao efetiva em prticas esportivas futuras que proporcionem melhor
qualidade de vida. Segundo Valentini (2002) crianas e jovens que no se engajam
com freqncia e de maneira vigorosa na atividade fsica durante os anos escolares
no incorporam a prtica das mesmas na sua vida adulta.
J a verificao da percepo de competncia para o professor uma aliada
na interveno multidisciplinar, que abrange tanto o lado motor (competncia
atltica), que imprescindvel ser trabalhada nas aulas de Educao Fsica, como
na estimulao de outras variveis que so importantes de serem motivadas e
executadas, tendo em vista que o mesmo parte integrante e fundamental do
quadro pedaggico da escola.
Portanto, o presente trabalho se justifica pela inteno de despertar no
professor de Educao Fsica o interesse em buscar desenvolver nos alunos os
aspectos afetivo-social, percepto-cognitivo e motor, entrando assim, em sintonia com
os objetivos gerais do ensino fundamental determinados nos PCNs.
2. REFERNCIAL TERICO
2.1. PERCEPO DE COMPETNCIA
A partir do momento em que um indivduo se auto-avalia, est caracterizada
a relao de percepo de competncia e esta por sua vez determinante para que
este indivduo sinta-se motivado a engajar-se ou persistir em certas prticas. A
competncia percebida, entendida como o julgamento expresso pelo indivduo
relativo a uma capacidade realizada (VALENTINI apud VALENTINI, 2009), pode ser
expressa em domnios especficos do comportamento humano sendo dessa forma
multidimensional e podendo mudar com o tempo decorrente das suas experincias
nas mesmas.
Percepo de competncia, indicado por Valentini (2002), j objeto de
estudo de vrios autores nos ltimos 20 anos. Sua investigao so um dos
subsdios usados por professores na motivao de seus alunos para melhora da
prtica pedaggica. Valentini (2009) tambm aponta que o estudo dessa abordagem
importante para verificar em quais domnios as crianas mais se identificam ou
esto esforando-se para conseguir xito. A criana motivada tende a participar de
atividades, realizando-as arduamente e persistindo nas mesmas por um longo
perodo de tempo na busca da competncia (HARTER apud VALENTINI, 2007).
Quanto maior o nvel de realizaes ou conquistas, mais provvel que o indivduo
perceba-se competente no especfico domnio em que sua ao foi eficiente no
ambiente (HARTER apud VALENTINI, 2009)
No contexto escolar, os professores do ensino fundamental I esto frente a
indivduos em desenvolvimento em seus aspectos cognitivos, afetivos e motores. Os
professores se esforam em seu domnio especfico para que cada criana goze de
um desenvolvimento motor adequado a sua faixa etria e para que isso acontea
seu trabalho deve conter prticas desafiadoras que gerem motivao para serem
desenvolvidas. A percepo de competncia positiva para determinada tarefa o
que motivar o indivduo a execut-la, a persistir e continuar praticando-a podendo
torn-lo competente na mesma. Ao perceber-se competente, aprecia o desafio com
satisfao mantendo-se engajada; tornando-se mais competente (DECI & FLASTE
apud VALENTINI, 2007).
19
Em vrios estudos como os de Harter; Kirk; Valentini; Valentini & Rudisill
citado por Valentini (2007) apontam como uma das causas do desenvolvimento da
percepo de competncia a opinio positiva de pessoas importantes para a criana
como pais, professores e colegas, esse feedback pode ser visto como uma resposta
motivadora para a criana enquanto esta executa determinada tarefa. Essa resposta
no deve subestimar nem superestimar a tarefa para evitar que o aluno se
desmotive. Esse pode ser apontado como um dos principais erros praticados pelos
professores na motivao para tarefas motoras. Na subestimao da tarefa, o
professor procura motivar o aluno demonstrando que a tarefa mais fcil do que
realmente , j na superestimao da tarefa, o professor procura motivar o aluno
mostrando que a atividade complicada quando na verdade no causando de
qualquer forma o desinteresse pela tarefa realizada.
Segundo Bronson; Deci & Flaste; Harter citado por Valentini (2007) a
competncia s se fortalece se o indivduo deparar-se com nveis moderados de
desafios, ou seja, o aluno s ir perceber-se competente quando realizar uma tarefa
com o objetivo de auto-superao.
A persistncia em atividades motoras e a competncia percebida adequada
so garantidas nas oportunidades de participar de programas de qualidade que
propiciem o desafio na explorao dos movimentos. (HARTER; KIRK; VALENTINI,
VALENTINI & RUDISILL apud VALENTINI, 2007). Quanto mais e diversas forem s
atividades, mais contemplaro o desenvolvimento motor do indivduo e mais
enriquecero esse indivduo de auto-conceito sobre sua atuao em vrios
aspectos. Essas prticas diversas tero a funo de mostrar ao aluno como ele se
sai frente a desafios e formularo a opinio do mesmo em relao continuao na
prtica para a busca ou no da competncia.
Nos estudos de Susan Harter sobre a psicologia da aprendizagem ela
elaborou a Self-perception profile for children e o instrumento operacional Perceived
Competence Scale For Children que se designa a investigar o nvel de percepo de
competncia de crianas entre 8-12 anos em seis aspectos que so: competncia
escolar, aceitao social, competncia atltica, aparncia fsica, comportamento e
autoestima. Nesse estudo a autora divide a investigao pelo auto-conceito e
autoestima. O auto-conceito formado pelos cinco primeiros aspectos citados
anteriormente e investiga como a criana se avalia, qual a imagem que ela tem de si
20
mesma, enquanto a autoestima a dimenso avaliativa do auto-conceito, ou seja,
como a criana se sente, seus sentimentos internos em relao a sua imagem.
Embasados nesta investigao professores podem repensar seus contedos
ou didtica, para desempenhar prticas mais motivadoras ou podem avaliar como o
aluno se percebe, podendo dar um suporte multidisciplinar, tendo em vista que os
aspectos investigados nesse estudo versam no s sobre a aprendizagem ou
dificuldade desta, mais tambm se as intervenes didticas esto sendo
significativas e como estas esto presentes na percepo e sentimentos da criana.
2.2. DESENVOLVIMENTO MOTOR
Segundo Gallahue (2005) o enfoque desenvolvimentista nas aulas de
Educao Fsica no pode aceitar a idia de que desenvolvimento humano esteja
restrito ao processo maturacional que afeta o crescimento fsico e a motricidade.
Mais sim, que a abordagem desenvolvimentista enfatizar um ser humano em
constante interao com os elementos dinmicos de seus contextos de vida,
colocando em harmonia e de forma indissocivel seus atributos motores, cognitivos,
emocionais e sociais.
Ainda segundo Gallahue (2005), o desenvolvimento motor a mudana
progressiva na capacidade motora de um indivduo, desencadeada pela interao
desse indivduo com seu ambiente e com a tarefa em que ele esteja engajado. Ou
seja, as caractersticas biolgicas do indivduo, combinadas com oportunidades
ambientais para prtica, encorajamento, instruo e as exigncias da tarefa
executada que determinaro a aquisio de destrezas motoras e a melhoria da
aptido do mesmo.
No contexto escolar esse desenvolvimento deve ser enriquecido e
acompanhado pelos professores, que por sua vez tem a tarefa de instruir e estimular
as vivncias educacionais cognitivas, afetivo-sociais e motoras dos aprendizes.
Sendo o desenvolvimento das habilidades motoras estabelecidas a partir da biologia
do indivduo, das necessidades da tarefa e das condies do ambiente (Gallahue,
2005) imprescindvel que o trabalho desses profissionais seja relevante,
proporcionando tarefas motivadoras e condies favorveis para o desenvolvimento
das mesmas.
21
Compartilhando dessa idia, desenvolver o aspecto motor dentro da escola
desafiador tanto para professores quanto para alunos. Segundo Goodway & Rudisill
e Valentini, citado por Valentini (2007) crianas engajam-se em atividades na busca
de novas conquistas e na melhora de sua competncia motora, as quais s podem
ocorrer com motivao de pais e professores e tarefas variadas e desafiadoras.
Ainda segundo Valentini (2007) a necessidade de ser competente,
observvel nas crianas pequenas que, por curiosidade e interesse, exploram e
manipulam o meio em que vivem buscando novos desafios. Esse processo deve ser
trabalhado e estimulado na escola pelo professor de educao fsica na busca por
melhores resultados nas habilidades motoras bsicas que gera a competncia
motora de crianas. A importncia desse processo de ensino aprendizagem se d
pelo fato de que crianas devem usufruir de competncia motora adequada a sua
faixa etria para que possa desempenhar nveis cada vez mais vigorosos das
habilidades motoras bsicas sendo que estas so pilares para engajamento dessas
crianas em atividades fsicas quando adultas Valentini (2002).
Segundo Caetano et. al. (2005) o desenvolvimento motor um processo de
contnuas alteraes, e estas, ocorrem por meio das exigncias da tarefa, da
biologia do indivduo e pelo ambiente, caracterizando-se como um processo
dinmico no qual o comportamento motor surge das diversas restries que rodeiam
o comportamento. Segundo o mesmo autor essa definio implica que, no decorrer
da vida, necessrio ajustar, compensar ou mudar, a fim de desenvolver a
habilidade e isso observado principalmente no perodo da infncia.
O professor deve planejar meios para proporcionar a estabilizao das
habilidades motoras dos educandos, que segundo Tani (2000) deve ser entendido
como um processo dinmico de estabilidade-instabilidade-estabilidade, que resulta
em crescente complexidade. Nesse sentido o professor deve estar atento a dois
fatores fundamentais, a estabilizao e a adaptao. O primeiro, como o nome j
diz, procura uma adequao de alguma habilidade motora atravs do feedback
negativo, ou seja, o mecanismo de reduo de erro e a outra procura a adaptao a
situaes ou tarefas motoras, perturbao Tani (2000).
A competncia motora pode ser avaliada de duas formas, segundo Gallahue
(2005) a primeira pelo fator processo, ou seja, o avaliador estar atento a
quesitos relacionados forma como a habilidade motora est sendo desenvolvida,
ter um olhar qualitativo em relao ao; a outra forma diz respeito ao produto,
22
neste o avaliador estar atento aos resultados que as habilidades motoras podem
alcanam, ou seja, avaliar a desempenho de um modo quantitativo.
Quando o professor busca a estabilidade das habilidades motoras de seus
alunos atravs do mtodo de ensino aprendizagem aconselhvel que ele avalie o
aluno e a ele prprio atravs do processo, pois como nos diz Gallahue e Ozmun
(2005), o desenvolvimento motor um processo contnuo, indissocivel, dependente
de tarefas motivantes e variadas que s uma interveno pedaggica planejada
pode alcanar.
3. MATERIAL E MTODOS
3.1 CARACTERIZAO DO ESTUDO
A pesquisa caracteriza-se como do tipo quali-quantitativa, descritiva,
correlacional e de campo, onde de uma maneira qualitativa foi analisados os dados,
e quantitativa da maneira como estes foram classificados (THOMAS; NELSON,
2002).
3.2 POPULAO E AMOSTRA
A populao do estudo foi composta por crianas 30 crianas com idades entre
8 e 9 anos, regulamente matriculadas no ensino fundamental da Escola Rotary
Clube do municpio de Juazeiro do Norte, Cear.
3.3 INSTRUMENTOS AVALIATIVOS E COLETA DE DADOS
Avaliou-se o desempenho motor atravs do Test of Gross Motor
Development-2 (TGMD-2) (ULRICH apud VALENTINI, et al., 2008). O TGMD-2
uma bateria de testes usados na avaliao do desempenho motor grosso de
crianas de 3 a 10 anos e 11 meses, sendo composta por dois sub-testes, sendo um
com seis habilidades locomotoras (corrida, galope, saltar com 1 p, passada, salto
horizontal e corrida lateral), e o outro com seis habilidades manipulativas (rebater,
quicar, receber, chutar, arremesso sobre o ombro e rolar) (ANEXO C).
Para verificao da percepo de competncia de crianas neste nvel de
ensino recorreu-se escala The Self-Perception Profile for Children (Escala de
percepo de Competncia de Crianas), construdo por Susan Harter e adaptado
por Fiorese (1993). (ANEXO B) Este questionrio destinado a crianas de 8 a 12
anos de idade sendo constitudo por seis sub-escalas cada uma, com cinco de
domnios especficos (competncia escolar, aceitao social, competncia atltica,
aparncia fsica, e conduta comportamental) e um de domnio da autoestima global
que reflete as diferenas dos sujeitos nos vrios domnios de sua vida,
proporcionando uma imagem rica e correta de como ele se sente em relao ao que
24
. Cada uma das subescalas contm estes seis itens, constituindo um total de 36
questes com valores que podem ir de 1 a 4 dependendo da resposta.
Cada domnio investiga uma particularidade do indivduo: (1) Competncia
escolar avalia como a criana se percebe em relao ao seu desempenho escolar;
(2) Aceitao Social determina como a criana se percebe em relao aceitao
diante do grupo no qual est inserida, sua popularidade diante dos seus pares; (3)
Competncia Atltica mede como o indivduo se percebe em relao a sua
atuao desportiva ou jogos ao ar livre; (4) Aparncia Fsica determina a
percepo em relao a sua aparncia, como ela se v, seu aspecto, peso,
tamanho, etc.; (5) Comportamento faz referncia a como seu comportamento, se
faz as coisas corretamente, evita se envolver em problemas, age como as pessoas
gostariam que agisse, etc.; e (6) Autoestima Global um julgamento pessoal do
seu valor, se a criana feliz, se gosta dela mesma enquanto pessoa e se
satisfeita com sua forma de ser (SIMES E MENESES, 2007).
3.4 COLETA DE DADOS E PROCEDIMENTOS
Inicialmente apresentou-se o projeto aos diretores e coordenadores
evidenciando os objetivos da pesquisa, bem como para o esclarecimento de
possveis dvidas a respeito das atividades s quais as crianas foram expostas.
Tambm entregou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) a fim
de registrar a autorizao dos pais para a participao voluntria das crianas na
pesquisa. (ANEXO A)
As crianas foram avaliadas em grupos e dias diferentes. Para o teste do
TGMD-2, realizou-se a filmagem e posteriormente analisou-se a pontuao e
utilizou-se o procedimento duplo-cego. As escalas de percepo de competncia
foram aplicadas em grupos, divididos em salas e dias diferentes.
A aplicao do teste desenvolvimento motor grosso, TGMD 2 (ULRICH apud
VALENTINI, et al., 2008) foi realizado na quadra da escola, seguindo o protocolo
estabelecido para o teste. Para a aplicao do teste foram utilizados, 2 cmeras de
vdeo digitais da marca Sony modelo DCR-HC28, 2 bolas de basquetebol, 3 bolas de
10cm de dimetro, 3 bolas de tnis, 3 bolas de 20 a 24 cm de dimetro, 2 bastes
de baseibol, 4 cones de sinalizao, fitas para a filmadora, fita adesiva e saco de
feijo. O teste foi realizado em duplas, com duas tentativas cada, para cada
25
habilidade motora. As crianas foram filmadas por uma cmara frontal e outra lateral
durante a realizao do TGMD 2, para anlise e pontuao. Antes da aplicao do
teste, realizada uma demonstrao e uma descrio verbal da habilidade a ser
executada pelas crianas. A durao da aplicao de aproximadamente 20
minutos. Aps a aplicao do teste, foram realizadas as avaliaes das filmagens.
Em cada um dos sub-testes so observados 24 critrios, sendo cada teste realizado
2 vezes. A criana recebe um ponto para cada critrio atendido e 0 para cada critrio
no atendido. Os escores reportados pelos testes incluem escores brutos, escores
padres, percentil para cada sub-teste (locomoo e controle de objetos) e soma
dos escores padres. Para os escores brutos, o resultado mais baixo zero o mais
alto 48 para cada sub-teste (locomoo e controle de objetos) (VALENTINI, 2002).
A escala de Percepo de Competncia de Harter adaptada por Fiorese
(1993) foi aplicada em uma sala da escola. Aps a distribuio dos questionrios o
pesquisador fornecia as instrues de como respond-lo e fornecia esclarecimentos
individuais. Como critrio de classificao da percepo de competncia, o trabalho
seguiu a proposta de (FIORESE apud TEIXERA, 2008) que cada questo pode
apresentar pontuaes entre 1 e 4 onde os valores 3,1 a 4 representa percepo de
competncia alta, os valores de 2,1 a 3 representam percepo de competncia
moderada, enquanto que, os valores 1 e 2, representam percepo de competncia
baixa.
3.5 PLANO ANALTICO
Para a anlise dos dados recorreu-se estatstica descritiva de medidas de
tendncia central e disperso como mdia e desvio padro, valores percentual e
freqncia. Visando contemplar o total de possibilidades de comparao foi
empregado sempre com = 5,00%, o teste U de Mann Whitney. Utilizou-se o
programa Microsoft Office Excel 2007 for Windows e o programa estatstico
SPSS na anlise estatstica dos dados. Os resultados foram apresentados na
forma de grficos e tabelas.
4 RESULTADOS E DISCUSSES
4.1 DESEMPENHO MOTOR
A bateria de testes do TGMD-2 nos permite quantificar a anlise qualitativa
das habilidades motoras fundamentais de locomoo e de controle de objetos. A
tabela 1 apresenta as mdias e desvio-padro dos resultados obtidos pelas crianas
participantes do estudo no que diz respeito aos escores bruto e escores padro das
habilidades de locomoo e de controle de objeto. Vale ressaltar que este ltimo, o
escore padro, est relacionado idade da criana. Observa-se que tanto no escore
bruto quanto no escore padro, as mdias obtidas pelo grupo masculino e feminino
esto bem aproximadas, no sendo apontadas diferenas significativas atravs do
teste U de Mann Whitney em nenhuma destas variveis.
Tabela 1 Mdias e desvios padro dos escores brutos e padro das habilidades
de locomoo e de controle de objetos em funo do gnero
Gnero n EBL EBCO EPL EPCO
Masculino 12 33,3 + 4,3 36,1 + 5,5 5,4 + 1,5 6,5 + 2,3
Feminino 18 32,7 + 4,3 32 + 5,1 5,8 + 1,8 6,5 + 2,3
p 0,832* 0,062* 0,863* 1,000*
TOTAL 30 32,9 + 4,2 33,6 + 5,6 5,6+ 1,6 6,5 + 2,3
Diferenas no significativas para p< 0,05 Teste U de Mann Whitney
EBL Escore Bruto Locomoo EBCO - Escore Bruto Controle de Objeto EPL - Escore Padro Locomoo EPCO - Escore Padro Controle de Objeto
Tal fato corrobora parcialmente com os estudos de Valentini (2002), Villwock
(2005), Marramarco (2007) e Silva (2009), j que nos referidos estudos tambm no
foram encontradas diferenas entre os gneros nas habilidades de locomoo, no
entanto, no que diz respeito s habilidades de controle de objetos, nos estudos
citados os meninos apresentaram desempenho superior quando comparados s
meninas daquele estudo. Segundo Marramarco (2007), a mdia, o mercado de
brinquedos, e as prprias famlias consideram as habilidades de controle de objetos
mais relacionadas ao sexo masculino.
27
Na anlise de mdia e desvio padro do coeficiente motor amplo fazemos a
soma dos escores brutos nas subescalas motoras de locomoo e controle de
objetos, com isso podemos identificar diferenas entre os grupos e qual o nvel de
desenvolvimento dos indivduos da pesquisa. Na tabela 2 no so encontradas
diferenas significativas entre meninos e meninas. Levando em considerao a
classificao total do grupo, foi considerado como pobre tendo o resultado de (76,4)
e desvio padro de (8,7), lembrando que desempenhos com coeficientes entre 70 e
79 so considerados pobres para esta faixa etria.
Tabela 2 Mdia e desvio padro do coeficiente motor amplo.
Gnero N CMO p
Masculino 12 77,2 + 10,6 1,000*
Feminino 18 75,8 + 7,4
TOTAL 30 76,4 + 8,7
* Diferenas no significativas para p< 0,05 Teste U de Mann Whitney
CMO - Coeficiente Motor Amplo
Este fato corrobora com os estudos prvios de Berleze (2008), Brauner;
Valentini (2009), Souza; et al.(2008) e Valentini (2002). Segundo Brauner e Valentini
(2009) esses resultados podem estar associados provvel falta de oportunidade
para prtica de atividades motoras diversificadas, sistemticas e apropriadas s
caractersticas das crianas. Quando comparamos os resultados com os obtidos no
estudo de Silva (2009) h uma diferenciao, pois naquela pesquisa foram
identificadas diferenas significativas, sendo os meninos mais competentes que as
meninas e os dois gneros sendo classificados como muito pobres.
A partir dos resultados obtidos no TGMD-2 podemos fazer a classificao das
crianas de acordo com o nvel de desenvolvimento das habilidades motoras e saber
quais apresentam atrasos motores. A tabela 3 faz a classificao individual dos
participantes pelo nvel de desempenho motor e aponta que, apenas, 16,7% dos
meninos conseguiram obter a classificao Mdia. Esse fato explicado por Brustad
citado por Silva (2009) que avalia esse resultado como fruto do encorajamento dos
pais para a participao dos meninos em atividades fsicas sendo maior do que para
as meninas.
28
Tabela 3 Distribuio de frequncia absoluta e relativa da classificao na
subescala de desempenho motor amplo.
Desempenho motor
MUITO
POBRE/POBRE
ABAIXO DA
MDIA
MDIA
N % N % N %
FEMININO 12 66,7 6 33,3 0 0
MASCULINO 7 58,4 3 25,0 2 12,7
TOTAL 19 63,4 9 30,0 2 6,7
No grfico 1 foi feita a diviso dos indivduos por gnero e estabelecida a
classificao do coeficiente motor amplo evidenciando, dessa forma, a prevalncia
de metade da amostra do sexo feminino na classificao (pobre) e os meninos
atingindo os melhores resultados estatsticos sendo os nicos a chegar a
classificao na mdia.
Grfico 1 Distribuio de frequncia das classificaes do coeficiente motor amplo
dos meninos e meninas
29
4.2 PERCEPO DE COMPETNCIA
A Escala de Auto-percepo de Susan Harter adaptada por Fiorese (1993)
nos permite identificar onde a criana se percebe mais competente, assim,
mostrando em quais aspectos a criana tem mais dificuldades. Aps a aplicao do
teste chega-se as pontuaes entre (1 e 4), entre 3,1 e 4 so classificados na
percepo de competncia alta, os valores entre 1 e 2 percepo de competncia
baixa, sendo assim, os valores que se encontram entre 2,1 e 3 so considerados
como nveis moderados (FIORESE apud TEIXERA, 2008). A tabela 3 apresenta as
mdias e desvio-padro dos resultados obtidos pelas crianas participantes do
estudo no que diz respeito aos seis aspectos de percepo de competncia e
evidncia a predominncia do resultado de percepo de competncia alta. Foi
observado que meninos e meninos exibem nveis moderados de percepo de
competncia motora e constatada atravs do teste U de Mann Whitney diferenas
significativas entre os gneros apenas na varivel de percepo de competncia
Social Afetiva p= (0,024) que diz respeito a percepo sobre a aceitao do
indivduo pela sociedade, com os meninos demonstrado percepo alta (3,2) e as
meninas percepo de competncia moderada (2,8).
Tabela 4 Mdia e desvio padro das percepes de competncia entre os
gneros.
Masculino Feminino Total p
Competncia Escolar 3,3 + 0,5 3,3 + 0,4 3,3 + 0,5 1,000
Social Afetiva 3,2 + 0,5 2,8 + 0,5 3,0 + 0,5 0,024*
Competncia Motora 2,9 + 0,6 3,0 + 0,6 3,0+ 0,6 0,639
Aparncia Fsica 3,1 + 0,6 3,1 + 0,7 3,1 + 0,6 0,915
Comportamento 3,2 + 0,5 3,2 + 0,4 3,2 + 0,4 0,865
Valor Geral 3,4 + 0,4 3,3 + 0,5 3,4 + 0,5 0,881
* Diferenas significativas p
30
de Valentini (2002b), s exibindo diferena nas relaes sociais em relao ao
gnero feminino. Segundo Valentini (2002), valores altos podem indicar boa
percepo ou falta de critrios para a constatao da auto-percepo de
competncia em seus diferentes aspectos, sendo que experincias relevantes e
oportunidades para vivenciar prticas diversificadas em cada domnio podem
desenvolver bons critrios para auto-percepo.
O resultado de nvel moderado de Percepo de Competncia apresentado
pelas meninas no aspecto social afetivo corrobora com estudos anteriores de Grisa
(2008), Teixeira (2008), Vieira et al (2009), onde foram percebidos
predominantemente na maioria dos domnios nveis moderados de percepo entre
os dois gneros, diferindo assim dos resultados da tabela 3.
Ao analisar o grfico 2, que relativo mdia da soma das questes de cada
subescala, evidencia-se a proximidade de alguns resultados de e a diferena
percentual entre meninos e meninas na percepo de competncia social afetiva,
sendo tambm notado, que o pior resultado dos meninos foi na percepo de
competncia atltica, ficando abaixo das meninas e de todos os resultados obtidos
por eles em comparao a outras competncias.
Grfico 2 Mdia da soma das pontuaes das subescalas de percepo de competncia no gnero feminino e masculino
O professor de Educao fsica pode fazer uso da percepo de competncia
atltica na avaliao e planejamento do seu trabalho identificando qual gnero
percebe-se mais competente e para determinar o nvel de percepo da turma ou de
cada individuo. A tabela 4 faz a distribuio da freqncia absoluta dos indivduos do
31
sexo masculino e feminino, mostrando assim, que os indivduos apresentam o
mesmo nvel de percepo de competncia atltica alta, o gnero feminino
apresenta superioridade em relao ao nvel de percepo de competncia atltica
moderada e por obter mais indivduos nesta amostra est em vantagem percentual
no nvel de percepo de competncia atltica baixa em comparao com os
meninos. Analisando de uma forma geral, ou seja, pela totalidade da amostra,
verificaremos que metade dela (15 indivduos) se encontra na classificao (Alta).
Tabela 5 Distribuio de frequncia absoluta e relativa da classificao na
subescala de percepo de competncia atltica.
PERCEPO DE COMPETNCIA ATLTICA
Baixa Moderada Alta
N % N % N %
FEMININO 1 5,6 8 44,4 9 50,0
MASCULINO 1 8,3 5 41,7 6 50,0
TOTAL 2 6,7 13 43,3 15 50,0
Em relao similaridade na forma como os gneros se percebem, fato que
corrobora com os resultados encontrados em estudos prvios de Valentini (2002)
que aponta semelhana na maneira em que meninos e meninas se percebem em
relao ao domnio atltico, o que no foi percebido nos estudos de Villwock e
Valentini (2007) onde os meninos demonstraram melhores nveis de percepo, nos
resultados de Valentini (2002b) encontramos tambm similaridade em relao a
predominncia da classificao alta de meninos e meninas o que no acontece nos
resultados encontrados atravs dos estudos de Grisa (2008) onde a classificao
predominantemente moderada para esta varivel.
Segundo Valentini (2002b) fatores como o respeito mtuo entre os gneros e
relaes no competitivas associados com feedback significativo, preciso e
encorajador, por parte dos professores, levam as crianas a desenvolverem
impresses positivas sobre si mesmos e sobre seus desempenhos e competncias.
32
4.3 RELAO ENTRE O DESEMPENHO MOTOR E A PERCEPO DE
COMPETNCIA ATLTICA
Quando relacionamos os resultados do desempenho motor com os
encontrados pela percepo de competncia atltica, podemos fazer a investigao
sobre o nvel de auto-percepo que os indivduos possuem sobre seu prprio
desempenho, estabelecendo se os mesmos so precisos em relao as suas
classificaes. Na tabela 6 evidenciamos que dentre os indivduos classificados
como muito pobres e pobres em relao ao desempenho motor somente 2 entre 19
apresentaram nveis baixos de percepo, estando 8 desses exibindo percepes
altas. Mais da metade das crianas que se encontravam abaixo da mdia no seu
desempenho exibiram nveis altos de percepo e todos os indivduos classificados
na mdia exibiram percepo alta, estabelecendo assim, que meninos e meninas
no so precisos em relao as suas percepes.
Tabela 6 Distribuio de freqncia absoluta na relao entre o desempenho
motor e a percepo de competncia atltica
Relao entre Percepo de Competncia Atltica e Desempenho Motor
Percepo
Baixa
Percepo
Moderada
Percepo
Alta Total
N % N % N % N %
Muito pobre/ pobre 2 100% 9 69,3% 8 53,3% 19 63,4%
Abaixo da mdia 0 0% 4 30,7% 5 33,3% 9 30,0%
Mdia 0 0% 0 0% 2 13,3% 2 6,7%
Total 2 100% 13 100,0% 15 100,0% 30 100,0%
Tal fato corrobora com estudos prvios de Silva (2009), Valentini (2002b),
Vieira et al. (2009), Villwock e Valentini (2007), que apontam que as crianas so
pouco precisas em suas auto-avaliaes (VILLWOCK; VALENTINI, 2007). Segundo
Harter citado por Vieira et al. (2009), destaca que as percepes de competncia
tendem a ser altas at 8 anos de idade, com tendncia a se estabilizar aos 12 anos.
Segundo o mesmo autor a percepo de competncia das crianas afetada no
somente pela maturidade cognitiva, mas tambm, por agentes socializadores, por
oportunidade de comparao social e de interao com o meio (WEISS e
33
AMOROSE; VIEIRA apud VIEIRA et al (2009). O professor de Educao Fsica tem
um papel importante na forma como o aluno se percebe motoramente, pois vem dele
as estratgias pedaggicas que podem fazer com que as crianas adquiram
percepo real estabilizando mais rpido suas percepes em decorrncia ao
aumento do nvel de desempenho motor nas habilidades motoras bsicas.
O professor pode conseguir trabalhar no aluno os aspectos relevantes s
habilidades motoras e assim desenvolver percepo de competncia, planejando
para suas aulas: (1) prticas desafiadoras inerentes ao seu nvel de
desenvolvimento; (2) atividades com nveis de dificuldades que o aluno possa
escolher; (3) feedback positivo em relao aos seus desempenhos para que o aluno
sinta-se motivado; (4) outras maneiras de vivenciar os aspectos motores como na
confeco de cartazes, descrio verbal ou escrita; (5) incentivar a criana a refletir
sobre seu desempenho e (6) elogiar conquistas reais que resultaram do esforo na
aprendizagem (VALENTINI, 2002b).
34
5 CONCLUSES
Meninos e meninas foram classificados como pobres nos seus desempenhos
motores, tal resultado pode estar associado falta de prticas efetivas de atividades
fsicas para o desenvolvimento das habilidades motoras bsicas. Na escola
pesquisada foi observado que as aulas de educao fsica so realizadas de
maneira espordica e sem objetivos especficos para o ganho efetivo nos
desempenhos motores.
Este processo pode ser trabalhado, proporcionando timas intervenes
motoras nas aulas de Educao Fsica, a partir da conscientizao em relao ao
desempenho motor da criana, s prticas desafiadoras que motivem o engajamento
dos indivduos nessas atividades e a formulao de estratgias variadas para
avaliao das habilidades motoras.
Na avaliao dos diferentes domnios da percepo de competncia
evidenciou-se nveis altos de auto-percepo, este, est associado falta de
critrios para formulao do julgamento em relao tarefa, considerado normal
nessa faixa etria, pois os nveis de percepo de competncia tendem a ser altos,
comeando a decrescer a partir dessa faixa etria at os doze anos, quando a
criana passa por modificaes em seu aspecto emocional, estando na fase da
adolescncia e sua percepo torna-se mais precisa em relao as suas
competncias.
O ambiente deve ser motivador em relao percepo de competncia para
que o desenvolvimento acontea de uma forma contnua. Somente com profissionais
conscientes de sua participao na construo dos vrios aspectos perceptivos
infantis far com que a percepo do aluno seja estabilizada, chegando assim, a
nveis reais.
Quando relacionamos os resultados obtidos na percepo de competncia
motora com os obtidos na avaliao do nvel das habilidades motoras bsicas, foi
observada a falta de preciso das crianas na identificao do seu verdadeiro nvel
de desempenho motor, mostrando a no relao das variveis motora e perceptiva.
Tais resultados podem estar associados falta de instruo motora, que um
preditor para percepo de competncia motora, ocasionada pela falta de prticas
ou por estas serem ineficazes e/ou desmotivantes.
35
A instruo motora pode ser adquirida atravs de mudanas feitas pelo
professor na sua maneira de avaliar o aluno, que feita na maioria das vezes pelo
produto, ou seja, o professor est preocupado com o resultado da tarefa motora e
no com a forma que o aluno executa a tarefa, isso se verifica na prtica, quando o
professor motiva o aluno a correr o mais rpido que pode, como se isso fosse o mais
importante, e esquece que aspectos como a posio de braos e pernas durante a
execuo da habilidade, tambm so importantes de serem estimulados para que as
crianas gozem de um desempenho motor eficaz, que seja ponto de partida, para
motivao destas na execuo de tarefas motoras variadas.
Meninos e meninas exibem percepes semelhantes, nvel de desempenho
motor semelhante e demonstra que meninos e meninas, de uma forma geral, no
so precisos em relao as suas percepes de competncia motora quando esses
resultados so associados ao nvel de desempenho motor.
Se faz necessrio, mais pesquisas envolvendo percepo de competncia e
desempenho motor de meninos e meninas com faixas etrias semelhantes deste
estudo e a investigao de outras variveis, como o estado nutricional e scio-
econmico.
O professor, atravs de prticas desafiadoras, pode contribuir para que o
aluno desenvolva tanto aspectos motores quanto perceptivos, traando para isso,
atividades motivantes com nveis de dificuldades pertinentes ao nvel de
desenvolvimento motor do aprendiz, para que o mesmo possa agir de maneira a
superar as restries intrnsecas na tarefa, obtendo sucesso em suas prticas, e
contribuindo assim para o engajamento destes em atividades motoras futuras.
6 REFERNCIAS
BERLEZE, Adriana. Efeitos de um programa de interveno motora em crianas, obesas e no obesas, nos parmetros motores, nutricionais psicossociais. Tese de Doutorado em Cincias do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2008. BRAUNER, L. M; VALENTINI, N. C. Anlise do Desempenho Motor de crianas participantes de um programa de atividades fsicas. Maring, v.20, p.205-216, 2 trim. 2009. CAETANO, M. J. D; SILVEIRA, C. R. A; GOBBI, L. T. B. Desenvolvimento motor de pr-escolares no intervalo de 13 meses. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho. Hum. 2005;7(2):05-13. GALLAHUE, David L; OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebs, crianas, adolescentes e adultos. So Paulo: Phorte, 2005. GRISA, R. A. Percepo de competncia e desempenho motor: um estudo correlacional com escolares. Dissertao de Mestrado em Educao Fsica, Universidade Estadual de Maring. Maring, 2008. KREBS, R. J. A criana e o esporte: reflexes sustentadas pela teoria dos sistemas Ecolgicos.In:http://www.fmh.utl.pt/mestradodc/textosruykrebs/a%20crianca%20e%2 0o%20esporte.pdf Acesso em 23/ maio/2008. _________. Novas Tendncias para o Estudo do Desenvolvimento Humano. Palestra proferida no V Encontro Internacional para Estudos da Criana. 2004 In: http://www.google.com.br. Acesso em 23/ maio/2008. In: Krebs RJ, Copetti F, Beltrame TS, Pinto RF. Os processos desenvolvimentais na infncia. Belm do Par: SIEC; 2003. p. 91-104. MARRAMARCO, C. A. Relao entre o estado nutricional e desempenho motor de crianas do Municpio de Farroupilha - RS. Dissertao de Mestrado em Cincias do Movimento Humano, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Florianpolis, 2007. PRSPERO, V. Relao entre a percepo de competncia motora e o desempenho motor no teste de coordenao corporal (ktk) em crianas de 8 a 10 anos. Resumo. III Congresso Brasileiro de Comportamento Motor. Rio Claro. 2006.
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ANEXOS
ANEXO A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Prezados pais:
Considerando a Resoluo n 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Sade e as
determinaes da Comisso de tica em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte, gostaramos
de convid-lo (a) a participar da pesquisa intitulada: Aquisio de habilidades motoras fundamentais de
crianas de 7 a 9 anos: um programa de interveno nas sries iniciais do Ensino Fundamental, como
trabalho de concluso do curso de graduao em Educao Fsica do Instituto Federal de Educao, Cincia e
Tecnologia do Cear-IFCE.
Com o intuito de contribuir para processo de ensino aprendizagem nas aulas de Educao Fsica nas
sries iniciais do Ensino Fundamental, assim como para o desenvolvimento motor das crianas de sete a nove
anos. O estudo tem como objetivo investigar o efeito de um programa de interveno em habilidades motoras
fundamentais .
Para identificar o nvel desenvolvimento motor das crianas jovens, ser utilizado Teste of Gross Motor
Development 2, TGMD-2 (ULRICH, 2000); para identificar o nvel de percepo de competncia das crianas,
ser utilizado a escala de Harter (1985), adaptado por Fiorese (1993); e para investigar as atividades realizadas
fora do contexto escolar ser aplicado o questionrio de prticas dirias de Lazer (Pedro, 2005). Tais
instrumentos consistem em avaliar as crianas em atividades fsicas como, correr, saltar, rolar, rebater etc., onde
a criana ser filmada e fotografada executando tais habilidades; e analisar como elas se percebem. Todas as
atividades so simples sem riscos para as crianas. Os resultados podero ajudar na elaborao de atividades que
desenvolvam as habilidades motoras fundamentais.
Os teste sero feitos na Escola de Ensino Fundamental Rotary. O presente trabalho ser orientado pelo
professor Mestre Francisco Salviano Sales Nobre e desenvolvido pelos alunos Ccero Luciano Alves Costa e
Tiago Maia Costa.
A participao da criana ser imprescindvel para o desenvolvimento desse estudo. Se voc tiver
alguma dvida em relao ao estudo e/ou metodologia utilizada ou no quiser mais que a criana faa parte do
mesmo, poder entrar em contato conosco e ser atendido o seu pedido sem nenhuma penalizao. Se estiver de
acordo que a criana participe, ser garantido que as informaes sero tratadas com a impessoalidade
(anonimato) devida, bem como sero utilizadas apenas para os fins desta investigao.
Agradecemos antecipadamente a ateno dispensada e nos colocamos sua disposio para qualquer
esclarecimento.
Richardson Dylsen de Souza Capistrano
Orientador
Eu, _____________________________________________ aps ter lido e entendido as informaes e
esclarecido todas as minhas dvidas referentes a este estudo com o pesquisador, e CONCORDO
VOLUNTARIAMENTE, em deixar meu filho (a)
_________________________________________________________________participar da pesquisa.
__________________________________________________ Data ____/____/2009.
Assinatura
Eu, Tiago Maia Costa, declaro que forneci todas as informaes referentes ao estudo ao interessado.
Equipe
1 - Nome: Tiago Maia Costa Cel: (88) 88189481- Juazeiro do Norte CE 2 - Nome: Cicero Luciano Alves Costa. Cel: (88) 99142726- Juazeiro do Norte- CE
3 - Nome: Esp. Richardson Dylsen de S. Capistrano Cel: (88) 88229304- Crato - CE
ANEXO B
ESCALA DE PERCEPO DE COMPETNCIA
NOME: ______________________________________ IDADE:_________________
MODALIDADE: ______________________________ NASC.: _________________
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Algumas pessoas
sentem que elas so
muito boas em seus
trabalhos escolares
MAS
Outras pessoas
ficam
preocupadas se
podem fazer o
trabalho escolar
Algumas pessoas
sentem
dificuldades para
fazer amigos
MAS
Outras pessoas
sentem
facilidades para
fazer amigos
Algumas pessoas fazem
muito bem todos os
tipos de esportes MAS
Outras pessoas no
sentem que so
muito boas quando
praticam esportes
Algumas pessoas
so felizes com
seu jeito de ser MAS
Outras pessoas
so infelizes com
seu jeito de ser
Algumas pessoas
no gostam
freqentemente
do modo que elas
se comportam
Outras pessoas
gostam de seu
comportamento
usualmente
MAS
Algumas
pessoas so
freqentement
e infelizes com
elas prprias
MAS
Outras
pessoas so
felizes com
elas prprias
Totalmente
verdadeira
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Totalmente
verdadeira
para mim
Algumas pessoas
sentem que so to
espertas quanto
outras pessoas de
sua idade
MAS
Outras pessoas
no tem certeza
se elas so to
espertas
Algumas pessoas
tem muitos
amigos
MAS Outras pessoas
no tem muitos
amigos
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
Algumas
pessoas
desejam ser
melhor nos
esportes
MAS Outras pessoas
sentem que elas
so boas o
suficiente nos
esportes
Totalmente
verdadeira
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Totalmente
verdadeira
para mim Algumas pessoas
so felizes com
sua altura e peso
MAS Outras pessoas
gostariam que
seu peso e
altura fosse
diferente
Algumas pessoas
fazem geralmente
as coisas direito
MAS Outras pessoas
freqentement
e no fazem as
coisas direito
Algumas pessoas
no gostam do
modo que suas
vidas so
conduzidas
MAS Outras pessoas gostam do modo
que suas vidas so
conduzidas
Algumas pessoas so
lentas para cumprir
seu trabalho escolar
MAS Outras pessoas podem
fazer seu trabalho
escolar rapidamente
Algumas pessoas
gostariam de ter muito
mais amigos
MAS Outras pessoas tm
tantos amigos
quanto desejam
Algumas pessoas pensam
que podem fazer bem
alguma nova atividade
esportiva que no
tenham tentado antes
MAS Outras pessoas tm
medo de no fazer
bem esportes que
no tenham
praticado antes
Algumas pessoas
desejam ter o corpo
diferente
MAS Outras pessoas
gostam de seu
corpo como ele
Algumas pessoas
geralmente
comportam-se do
modo esperado
MAS Outras pessoas
freqentemente
no comportam-
se do modo
esperado
Algumas pessoas
so felizes com
elas prprias
Outras pessoas
freqentemente
no so felizes
com elas prprias
MAS
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
27.
28.
29.
Algumas pessoas
freqentemente
esquecem o que
elas aprendem
MAS Outras pessoas
podem lembrar
coisas facilmente Totalmente
verdadeira
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Totalmente
verdadeira
para mim
Algumas pessoas esto
sempre fazendo coisas
com outras pessoas
MAS Outras pessoas
freqentemente
fazem as coisas
por elas prprias
Algumas pessoas
sentem que so
melhores do que
outros de sua idade
nos esportes
MAS Outras pessoas no sentem que elas
podem jogar bem
Algumas pessoas
desejam ter
aparncia fsica
diferente
MAS Outras pessoas
gostam de sua
aparncia fsica
Algumas pessoas
freqentemente tem
problemas por causa
das coisas que fazem
MAS
Outras pessoas
freqentemente no
fazem coisas que trazem
problemas para ela
Algumas pessoas
gostam do tipo de
pessoa que so
MAS Outras pessoas
freqentemente desejam
ser outra pessoa
Algumas pessoas
fazem muito bem seu
trabalho de classe
MAS Outras pessoas no
fazem muito bem seu
trabalho de classe
Algumas pessoas
desejam que mais
pessoas de sua
idade gostem dela
MAS Outras pessoas
sentem que a maioria
das pessoas de sua
idade gostam dela
Algumas pessoas em
jogos e esportes
freqentemente
assistem em vez de
jogar
MAS
Outras pessoas
freqentemente
preferem jogar do que
somente assistir
Algumas pessoas
desejam que algumas
coisas de seu rosto ou
cabelo fosse diferente
MAS Outras pessoas gostam
do seu rosto e cabelo
do jeito que so
Algumas pessoas
fazem coisas que
sabem que no
deveriam fazer
MAS Outras pessoas
dificilmente fazem
coisas que elas sabem
que no devem fazer
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
Algumas pessoas so
muito felizes sendo do
modo como elas so
MAS Outras pessoas
desejam ser
diferentes Algumas pessoas tem
problemas para
responder as
perguntas na escola
MAS Outras pessoas quase
sempre podem
responder as
perguntas na escola
Algumas pessoas
so populares com
outros de sua idade
MAS Outras pessoas no
so muito populares
Algumas pessoas
no fazem muito
bem novos esportes
MAS Outras pessoas so
boas ao iniciar novos
esportes
Algumas pessoas
pensam que tem
boa aparncia MAS
Outras pessoas
pensam que no
tem boa aparncia
Totalmente
verdade para
mim
Um pouco
verdade
para mim
Um pouco
verdade
para mim
Totalmente
verdade para
mim
Algumas pessoas
comportam-se muito
bem por si prprias
MAS Outras pessoas
freqentemente
acham difcil
comportar-se bem por
s prprias
Algumas pessoas no
so muito felizes com
o modo que elas
fazem muitas coisas
MAS Outras pessoas pensam
que o modo que elas
fazem as coisas est bom
ANEXO C
TGMD-2 Dale Ulrich 2000
FITA: _________N:______CRIANA:______________________________________
Descrio:_____________________________________________________________
Habilidades Critrios de Realizao Teste
1 2 Es
Subteste de locomoo
1.Corrida 1. Os braos movem-se em oposio s pernas, cotovelos flexionados.
2. Breve perodo onde ambos os ps esto fora do cho (vo momentneo)
3. Posicionamento estreito dos ps, aterrissando nos calcanhares ou dedos
(no p chato)
4. Perna que no suporta o peso, flexionada a aproximadamente 90 (perto
das ndegas)
Escore da Habilidade
2.Galopar 1. Braos flexionados e mantidos na altura da cintura no momento que os
ps deixam o solo
2. Um passo a frente com o p que lidera seguido por um passo com o p
que puxado, numa posio ao lado ou atrs do p que lidera.
3. Breve perodo em que ambos os ps esto fora do cho
4. Manter o padro rtmico por quatro galopes consecutivos
Escore da Habilidade
3.Salto com 1
p
1. A perna de no suporte movimenta-se para frente de modo pendular para
produzir fora
2. O p da perna de no suporte permanece atrs do corpo
3. Braos flexionados e movimentam-se para frente para produzir fora
4. Levanta vo e aterrissa por 3 saltos consecutivos com o p preferido
5. Levanta vo e aterrissa por 3 saltos consecutivos com o p no preferido
Escore da Habilidade
4.Passada
1. Levantar vo com um p e aterrissa com o p opositor
2. Um perodo em que ambos os ps esto fora do cho, passada maior
que na corrida.
3. O brao oposto ao p que lidera faz uma extenso a frente
Escore da Habilidade
5.Salto
Horizontal
1. Movimento preparatrio inclui a flexo de ambas os joelhos com os
braos estendidos atrs do corpo
2. Braos so entendidos com fora para frente e para cima atingindo uma
extenso mxima acima da cabea
3. levanta vo e aterrissa (tocar o solo) com ambos os ps
simultaneamente
4. Os braos so trazidos para baixo durante a aterrissagem
Escore da Habilidade
6.Corrida
Lateral
1. De lado para o caminho a ser percorrido, os ombros devem estar
alinhados com a linha no solo
2. Um passo lateral com o p que lidera seguido por um passo lateral com o
p que acompanha num ponto prximo ao p que lidera
3. Um mnimo de quatro ciclos de passadas laterais com o lado direito
4. Um mnimo de quatro ciclos de passadas laterais com o lado esquerdo
Escore da Habilidade
Resultado bruto do subteste de locomoo
Habilidades Critrios de Realizao Teste
1 2 Es
Subteste de controle de objetos
1. Rebater
uma bola
parada
1. A mo dominante segura o basto acima da mo no dominante
2. O lado no preferencial do corpo de frente para um arremessador
imaginrio, com os ps em paralelo.
3. Rotao de quadril e ombro durante o balanceio
4. Transfere o peso do corpo para o p da frente
5. O basto acerta a bola
Escore da Habilidade
2. Quicar no
lugar
1. contata a bola com uma mo na linha da cintura
2. Empurrar a bola com os dedos (no com a palma)
3. A bola toca o solo na frente ou ao lado do p do lado de preferncia
4. Manter o controle da bola por quatro quiques consecutivos, sem mover
os ps para segurar a bola
Escore da Habilidade
3.Receber 1.Fase de preparao, onde as mos esto a frente do corpo e cotovelos
flexionados
2.Os braos so estendidos enquanto alcanam a bola conforme a bola se
aproxima
3.A bola segura somente com as mos
Escore da Habilidade
4. Chute
1. Aproximao rpida e continua em direo a bola
2. Um passo alongado imediatamente antes do contato com a bola
3. O p de apoio colocado ao lado ou levemente atrs da bola
4. Chuta a bola com o peito de p (cordo do tnis) ou dedo do p, ou parte
interna do p de preferncia.
Escore da Habilidade
5.Arremesso
por cima do
ombro
1. Movimento de arco iniciado com movimento para baixo (trs) da
mo/brao
2. Rotao de quadril e ombros at o ponto onde o lado oposto ao do
arremesso fica de frente para a parede
3. O peso transferido com um passo ( frente) com o p oposto mo
que arremessa
4. Acompanhamento, aps soltar a bola, diagonalmente cruzado em frente
ao corpo em direo ao lado no preferencial
Escore da Habilidade
6.Rolar a bola
por baixo
1. A mo preferencial movimenta-se para baixo e para traz, estendida atrs
do tronco, enquanto o peito esta de frente para os cones.
2. Um passo a frente com o p oposto mo preferencial em direo aos
cones.
3.Flexiona joelhos para abaixar o corpo
4. Solta a bola perto do cho de forma que a bola no quique mais do que
10,16 cm de altura
Escore da Habilidade
Resultado bruto do subteste de controle de objeto
Idade:________ Escore Bruto
Escore Padro
Percentil Idade Equivalente
Locomoo
Controle de objeto
Soma dos Escores padro
Coeficiente Motor Amplo
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