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NÃO TE AMO MAIS
Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
Eu jamais usarei a frase:
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
(Agora leia de baixo para cima)
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SONETO DE FIDELIDADE
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
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LINGUAGEM FIGURADA
Denotação - é o emprego de palavras em seu sentido
próprio, comum, habitual, preciso, aquele que consta nos
dicionários.
Conotação: é o emprego de palavras em seu sentido
figurado, incomum, circunstancial, que depende sempre
do contexto.
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TEXTO 1 CAVALO DE FOGO Mas a minha mais remota recordação
só muito tempo depois eu vim a saber que era um cometa
e precisamente o cometa de Halley
- maravilhoso Cavalo Celestial
com a sua longa cauda vermelha atravessando, ondulante, de lado a lado,
bem sobre o meio do mundo,
a noite misteriosa do pátio...
Jamais esquecerei a sua aparição
porque
naquele tempo de espantos e encantos
o cometa de Halley não se contentava em parecer um cavalo, apenas:
o cometa de Halley era um cavalo! ( Mário Quintana )
Texto 2 – Cometa [...] Astro geralmente formado de um núcleo pouco denso, quase
sempre com uma cauda luminosa e que descreve, em torno do sol, uma elipse muito
alongada. ( dicionário escolar de língua portuguesa)
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A - Procura-se um equilibrista
que saiba caminha na linha
que divide a noite do dia
que saiba carregar nas mãos
um fino pote de fantasia [...]
B- Espero dezembro
Para plantar girassóis
EM UM DOS FRAGMENTOS A SEGUIR, DE ROSEANA MURRAY, A
LINGUAGEM É DENOTATIVA. IDENTIFIQUE-O
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Leia este poema de Vinícius de Morais:
Ternura
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma ...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontre sem fatalidade o olhar extático da
[aurora
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Comparação é a figura de linguagem que consiste em aproximar dois seres
pela semelhança, de modo que as características de um sejam atribuídas ao
outro, e sempre por meio de um elemento comparativo expresso: como, tal,
qual, semelhante a, que nem, etc.
Exemplo: O amor é como uma velha canção nos teus ouvidos.
Metáfora é a figura de linguagem que consiste no emprego de uma palavra
com sentido que não lhe é comum ou próprio, sendo esse novo sentido
resultante de uma relação de semelhança, de intersecção entre dois termos.
(Metáfora é uma comparação sem o elemento comparativo)
Exemplo: O amor é uma velha canção nos seus ouvidos.
A metáfora pode estar subentendida. Para falar sobre a televisão, por exemplo.
Liguei a televisão e a janela do mundo se abriu para mim. (Embora não tenha uma comparação
clara, mas ela está subentendida: a televisão é comum uma janela aberta para o mundo)
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METONÍMIA
Metonímia é a figura de linguagem que consiste na substituição de
uma palavra por outra em razão de haver entre elas uma relação de
interdependência, de contiguidade, de proximidade
A metonímia ocorre quando empregamos:
- o nome do autor no lugar do nome da obra – Adoro ler Cecília Meireles na horas vagas. (O que
lemos são as obras)
- a marca no lugar do produto –Para dar brilho em alumínio Vera usa bombril. (palha de aço)
- o continente no lugar do conteúdo – Bebeu três garrafas e ainda ficou de pé.( bebeu o que
continha, a bebida que estava dentro e não as garrafas)
- a efeito no lugar da causa – Respeite os meus cabelos brancos.(cabelos brancos efeito da
velhice; a velhice é a causa do branqueamento dos cabelos)
- O abstrato no lugar do concreto – O amor é cego. (amor substantivo abstrato no lugar da pessoa
que ama)
- a parte no lugar do todo – Os sem-teto fizeram outra invasão para impressionar o governo( teto é
a parte da casa. Sem-teto quer dizer sem casa)
- a causa no lugar do efeito – Sou alérgico a cigarro. O cigarro é a causa ; a fumaça, o efeito.
Podemos ser alérgicos à fumaça, mas não ao cigarro)
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METONÍMIA NO DIA A DIA
A metonímia muitas vezes é usada em forma de imagens para orientar usuários em
terminais de transportes, posto rodoviários, ginásios de esportes, etc. Assim, cartas são
desenhadas para indicar um posto do correio; uma bomba de gasolina ,para representar
um posto; um chapéu e uma bengala, para indicar o banheiro masculino, etc,
Na linguagem publicitária a metonímia aparece com muita frequência.
Outras figuras:
Personificação ou prosopopeia – consiste em atribuir linguagens, sentimentos e ações
próprias dos seres humanos a seres inanimados ou irracionais
“As casas cerravam seus milhares de pálpebras.
As ruas pouco a pouco deixavam de andar.
Só alua multiplicou-se em todos os poços e poças.
Tudo está sob a encantação do luar...
Hipérbole – expressa ideias em exagero –
Chorou um rio de lágrimas.
Esperei um século!
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EUFEMISMO
consiste no uso de expressão mais suave para abrandar no lugar de outra considerada
chocante ou desagradável.
Ele se foi. Ele entregou a alma a Deus. Passou dessa para melhor. Ele faleceu.
Ironia – é a figura de linguagem que consiste em afirmar o contrário do que se quer dizer.
Veja o diálogo:
- O movimento de vocês é vazio!!
- Tá. E o que você propõe?
- Que tudo fique como está. Que o ser humano, a sociedade, fique tudo como está, e que vocês
desistam de lutar por um mundo melhor.
-Valeu por nos ensinar o contrário de “vazio”!
Ao aconselhar os jovens a desistir de “lutar por um mundo melhor”, a personagem está dizendo
o contrário do que pensa, pois, por achar o movimento do grupo vazio, ela não considera que os
jovens estejam lutando por um mundo melhor.
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CLASSES GRAMATICAIS OU CLASSE DE PALAVRAS
São dez as classes de palavras
Seis variáveis: substantivo
artigo
adjetivo
numeral
pronome
verbo
Seis invariáveis: advérbio
preposição
conjunção
interjeição
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ARTIGO É a classe de palavra variável que se antepõe a substantivos, podendo
determiná-los ou indeterminá-los.
Definidos: a, o, as, os
Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Veja:
Hoje não concordo com a descriminalização das drogas
Desenvolvimento sustentável não é entrave nenhum para uma economia
sadia e responsável.
É comum a combinação dos artigos definidos e indefinidos com
preposições. Veja: a+o(s)aos; de + o(s): do /dos; de + a(s): da/das; em
+ o(s) no/nos; por (per) + o(s): pelo/pelos, etc.
A fusão do a (artigo) + o a preposição forma à. Essa fusão de vogais
idênticas é conhecida por crase.
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Constatemos as situações em que os artigos se manifestam:
- É obrigatório o uso do artigo depois do numeral “ambos”.
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso de artigos, outros
não:
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia, Brasília, Campinas, etc.
- Quando indicado no singular o artigo definido pode indicar toda uma
espécie: O trabalho dignifica o homem
- No Caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia de familiaridade ou
afetividade, é facultativo o uso do artigo: Pedro é o xodó da família.
- No caso de os nomes próprio personativos estarem no plural, são determinados pelo uso
do artigo: Os Mais, Os Incas, Os Astecas, Os Alpes, As Alterosas, etc.
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo (a) para conferir uma ideia de
totalidade. Sem o uso do artigo, o pronome assume a noção de qualquer.
- Toda a classe parabenizou o professor. ( a sala toda)
- Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. (qualquer classe)
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ANTES DE PRONOMES POSSESSIVOS , O USO DO ARTIGO É FACULTATIVO.
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo.
- O artigo também é usado para substantivar palavras.
Não sei o porquê de tudo isso. (porquê com valor de substantivo ) . (“parasita”)
- Nunca deve ser usado o artigo depois do pronome relativo cujo ( e flexões)
Este é o homem cujo amigo desapareceu.
Este é o livro cujo assunto é a vida de Cristo.
- Não se deve usar o artigo antes da palavra casa (no sentido de lar, moradia) e terra ( no
sentido de chão firme), a menos que venham especificadas.
Eles estavam em casa. Eles estavam na casa dos amigos.
Os marinheiros permaneceram em terra. Os marinheiros permaneceram na terra dos anões.
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, com exceção de senhor(a),
senhorita e dona
Vossa excelência resolverá os problemas de sua senhoria.
Encontrei a senhora Luciana no mercado.
- Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome de jornais, de revistas, obras
literárias .
- Li a notícia em O Estado de São Paulo. ( Li na Veja - o a não faz parte do nome)
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O artigo indefinido geralmente se refere a substantivo de forma geral.
Você precisa ler um bom livro (qualquer livro)
O livro que a professora indicou é ótimo. (falante e receptor sabe de que livro se trata)
O uso do artigo indefinido pode indicar uma ideia de aproximação numérica.
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos.
Não confunda artigo indefinido com numeral. Veja:
Uma casa tem quatro cantos, (uma: artigo indefinido= uma casa não conhecida)
Cada canto tem um gato, (numeral, faz parte da contagem dos gatos)
Cada gato vê três gatos
Quantos gatos tem a casa? (aqui aparece o a como artigo definido porque já se sabe de
de que casa se trata)
Função dos artigos na oração: sempre será adjunto adnominal
Artigo indefinido
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EXERCÍCIOS
1 - O artigo vem sempre junto de um substantivo. Veja e faça o que se pede.
O momento de ir às urnas já não é mais o de acreditar , nem de cobrar, é hora da colheita.
O vocábulo o, no início é artigo pois acompanha o substantivo momento. Certo ou errado?
Quando aparece pela segunda vez , não é mais artigo pois não acompanha substantivo
expresso; classifica-se, sim, como pronome demonstrativo. Certo ou errado.
(CESP/IRBR) )
2 -Esse paradigma compreende certo número de ideias e valores que diferem nitidamente dos
da Idade Média, valores que estiveram associados...
Os vocábulos “dos” e “da” provêm ambos da contração da preposição “de” com outro vocábulo:
em “dos”, com um pronome demonstrativo, e em “da”, com um artigo definido.
Análise: 1) O vocábulo dos é a contração da preposição de + o pronome demonstrativo os
(aqueles). Ressalte-se: o pronome os, nesta construção, não pode ser confundido com artigo.
Lembre-se de que, em regra, artigo acompanha o substantivo expresso e o substantivo valores
não está expresso imediatamente após o vocábulo dos, mas implícito; o vocábulo da é a
contração da preposição de + o artigo a. Nesse caso, o vocábulo a é artigo, pois acompanha o
substantivo Idade Média.
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QUESTÕES
1 – Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
a) Estes são os candidatos que lhe falei.
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
e) Muito é a procura; pouca é a oferta.
2 – Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
a) O Amazonas é um rio imenso.
b) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
c) O Antônio Comunicou-se com o João.
d) O professor João Ribeiro está doente.
e) Os Lusíadas são um poema épico.
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QUESTÃO 3
3 – Assinale a alternativa em que o uso do artigo está substantivando uma palavra.
a) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
b) Leitor Perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
c) A navalha ia e vinha num couro esticado.
d) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
e) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
Respostas: 1-B / 2 – C / 3 -
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Substantivo é a classe de palavra variável que designa ou nomeia os seres em geral.
Tudo que existe é ser e cada ser tem um nome. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os
substantivos nomeiam:
- lugares: Alemanha, Rússia, Porto Alegre, Manaus, etc.
- sentimentos : raiva, amor, ódio, paixão, etc.
- estados: tristeza, alegria, melancolia, etc.
- qualidades: honestidade, sinceridade, bondade, etc.
- ações : corrida, pescaria...
- Morfossintaxe do substantivo
Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções diretamente
relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais
(objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do
complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou
como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos
adnominais e de adjuntos adverbiais – quando essas funções são desempenhadas por
grupos de palavras .
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Estrutura da língua portuguesa: S - V - C
sujeito verbo complemento
menina bate carro
A menina bateu o carro
núcleo núcleo núcleo
Aquela bela menina de Ipanema bateu seu lindo carro vermelho no muro
A menina bateu o carro
Sujeito agente verbo de objeto direto
ação na voz ativa
O carro foi batido pela menina
Sujeito paciente verbo na voz agente da passiva
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CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
1-Comuns e próprios - genérico/ específico(particular)
cidade, homem, mulher, país, rio /Goiânia, João, Maria, Canadá, Tietê
2 – Concretos e abstratos – seres independentes/seres dependentes
Homem, lâmpada, mulher/ vida, luz, beleza
3 – Coletivos – indica conjunto de seres: enxame, cardume, equipe, etc
Formação dos substantivos
Primitivos e derivados – limão/limoeiro; pedra/pedreira
Flexão – Masculino, feminino, singular, plural, aumentativo diminutivo.
Menino, meninos, menina, menininho, meninão.
Flexão de Gênero Masculino e feminino – Indica o sexo real ou fictício dos seres. Exemplos:
O velho e o mar
Um natal inesquecível
Uma mesa farta.
Os artigos que aparecem antes dos substantivos indicam a que gêneros eles pertencem.
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SUBSTANTIVOS BIFORME E UNIFORMES
Biformes : (duas formas e nomeia seres vivos ) geralmente ligado ao sexo – gato – gata,
homem – mulher, poeta – poetisa, prefeito – prefeita
Uniforme : são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino
quanto para o feminino . Classificam-se em:
Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos.
A cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas.
A criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Comuns de dois gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo.
O colega e a colega, o doente e a doente, o dentista e a dentista, o artista e a artista.
Substantivos de origem grega terminado em –ema e –oma são masculinos.
O axioma, o fonema, o sistema, o sintoma, o teorema.
Existem certos substantivos que variando o gênero variam o seu significado.
O rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora), o capital (dinheiro) e a capital
(cidade)
Formação do feminino - ver páginas 8, 9 e 10
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QUESTÕES
1 - A flexão de número do termo “preços-sombra” também ocorre com o plural de
a) reco-reco.
b) guarda-costa
c) guarda-noturno
d) célula-tronco
e) sem-vergonha
2 – Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam flexionadas de acordo com a norma
padrão.
a) Os tabeliãos devem preparar o documento.
b) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
c) Para autenticar as certidãos , procure o cartório local.
d) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
e) Cuidado com os degrais, que são perigosos.
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QUESTÃO 3
Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está errada.
a) Catalães.
b) Cidadãos.
c) Vulcães.
d) Corrimões.
4 – (Valec)
“Respeite a mulher do próximo (I), principalmente se o próximo (II) estiver muito próximo(III)”.
Nesta frase humorística, sobre as ocorrências da palavra “próximo”, pode-se afirmar com
correção que
a) Apresentam classes gramaticais diferentes.
b) Mostram a mesma classe gramatical.
c) I e III são substantivos.
d) II e III são adjetivos
e) III pertence a um classe diferente de I e II
Gabarito : 1-D/ 2 – D/ 3 – C / 4- E
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ADJETIVO-
Adjetivo é a classe de palavras que, no eixo sintagmático, modifica o substantivo, ou seja,
altera o seu sentido , dando-lhe qualidades, estados, características.
A impressão é de que os riscos políticos e regulatórios são compensados por lucros altos e
juros baixos.
O adjetivo expressa uma qualidade ou característica do ser e se relaciona com o substantivo.
Observe o exemplo da palavra bondoso e bondade. Bondoso é adjetivo e pode ser colocado ao
lado de um substantivo. Homem bondoso. Bondade não é adjetivo e não ficaria bem ao lado de
um substantivo, ou seja, não se pode dizer: Homem bondade.
O adjetivo sempre funções sintáticas (função dentro de uma oração) relativas aos
substantivos, atuando como adjunto adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto)
As barulhentas crianças brincavam no pátio da escola ( pátio escolar)
Os alunos estavam felizes naquela manhã ( felizes: predicativo do sujeito)
Ontem vi minha vizinha muito preocupada. (Nesse caso ocorre o predicado verbo-nominal e
temos o predicativo do objeto. Ontem vi minha vizinha ela estava preocupada)
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ADJETIVOS COMPOSTOS.
Adjetivo composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, esses
elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento concorda com o substantivo a que
se refere ; os demais ficam na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que formam
o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, todo o adjetivo composto fica invariável.
Por exemplo: a palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver qualificando um
elemento, funcionará como adjetivo. Caso se ligue a outra palavra por hífen, formará um
adjetivo composto; como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro ficará
invariável. Por exemplo:
Camisas rosa-claro , Ternos rosa-claro , Olhos verde-claros , Calças azul-escuras,
Telhados marrom-café, paredes verde-claras.
Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta, e qualquer adjetivo composto iniciado por cor-de... São
sempre invariáveis.
Azul tem plural. É azuis (roupas azuis, tênis azuis). Mas, ao formar adjetivo composto, entra no
time dos preguiçosos. Ignora a concordância e se mantém no singular: blusa azul-celeste,
blusas azul-celeste, vestido azul-ferrete, vestidos azul-ferrete, sapato azul-marinho, sapatos
azul-marinho, sapato marinho, sapatos marinho, bolsa marinho, bolsas marinho.
O adjetivo pele-vermelha tem os dois elementos flexionados: peles-vermelhas.
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QUESTÕES
Leia o texto Violência epidêmica , de Drauzio Varella, que está nas páginas 12 e 13 de sua
apostila e responda.
1-Em – características epidêmicas - , o adjetivo epidêmicas corresponde a – características
de epidemias.
Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo em destaque corresponde,
corretamente, à expressão indicada.
a) água fluvial – água da chuva.
b) produção aurífera – produção de ouro .
c) vida rupestre – vida do campo.
d) notícias brasileiras – notícias de Brasília.
e) costela bovina – costela de porco.
2- Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto:
a) azul-celeste
b) azul-pavão
c) surda-muda
d) branco-gelo
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ADJETIVO COM VALOR DE ADVÉRBIO E ADJETIVO DE RELAÇÃO
É comum em provas de concursos públicos , os examinadores cobrarem a
adverbialização do adjetivo, ou seja, transforma-se pela relação textual, um
adjetivo em advérbio sem acrescentar o sufixo – mente. Veja a abordagem
abaixo.
(Cesp/AGU/Técnico)
Os norte-americanos, com todos os problemas de suas finanças, mantêm a
dianteira nos investimentos em desenvolvimento tecnológico: no governo
Obama, decidiram recuperar a autonomia energética, investindo
pesadamente no desenvolvimento de novas modalidades de energia.
O vocábulo pesado pode ser empregado no lugar de pesadamente, sem que
isso acarrete prejuízo ao sentido e à correção gramatical.
Análise: o item está correto, pois, na relação do texto, o adjetivo “pesado”
assume o valor de advérbio: há, então, a adverbialização do adjetivo.
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ADJETIVO DE RELAÇÃO
O examinador da Fundação Getúlio Vargas tem cobrado, nas últimas provas, a nomenclatura
“adjetivo de relação” . E o que é um adjetivo de relação? Confira a tabela a seguir:
Os adjetivos de relação são nomes qualificadores derivados de substantivos. São registrados
geralmente após o substantivo e não admitem graus de intensidade.
Adjetivo Substantivo relacionado
Lei áurea ouro
Terreno arenoso areia
Grêmio estudantil estudante
Amor materno mãe
Problema renal rim
Linguagem protocolar protocolo
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QUESTÃO DE PROVA
(FGV/2014)
Assinale a opção que indica o adjetivo que é classificado como adjetivo de relação.
a) Como é linda a primavera!
b) A praça está cheia de flores e borboletas.
c) O ar está mais tépido.
d) As pessoas trocam as roupas por outras mais leves.
e) ...como se pode ficar livre dessa alienação escolar?
Análise: No trecho “alienação escolar” (letra e), o qualificador “escolar” é oriundo do
substantivo escola; tempos, portanto, um adjetivo de relação.
Locução adjetiva: é uma expressão preposicionada equivalente ao adjetivo.
A seleção de hoje é resultado de um trabalho que começou há três anos .
Na Suécia, os problemas do governo em ajustar a legislação sobre propriedade intelectual
mostram o que virá em outros países.
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PRONOME
É a classe de palavra variável que acompanha ou substitui uma expressão
nominal.
Há, no contexto oracional, dois tipos de pronomes: pronome substantivo
(substitui o substantivo) e pronome adjetivo (refere-se ao substantivo).
A febre amarela fez a segunda vítima neste ano: um lavrador de 24 anos,
que não teve o nome divulgado, morava e trabalhava na zona rural de
Goianésia (GO). Ele morreu em 2 de janeiro.
Análise: no trecho acima, o pronome pessoal do reto ele retoma o
substantivo lavrador, por isso é textualmente um substantivo.
Sinto muito orgulho de ter resistido à ditadura e não ter mudado de lado.
Análise: no trecho anterior, o pronome indefinido muito tem como termo
regente o substantivo orgulho, por isso é textualmente um pronome adjetivo.
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PRONOME -
A nomenclatura “pronome adjetivo” é recorrente em provas de concursos públicos.
Observe a questão abaixo.
(FGV/SERMS/Técnico)
...estou somente querendo fazer uma gracinha da moda mesmo, reclamou da injustiça para
com os demais países. No que Deus teria replicado que esperassem o povinho ordinário que
Ele ia botar naquela terra magnífica.
A palavra demais classifica-se como:
a) Adjetivo biforme
b) Advérbio
c) Pronome adjetivo
d) Pronome substantivo
e) substantivo.
Análise: o pronome indefinido demais tem como termo regente o vocábulo países; então, na
relação textual, funciona como pronome adjetivo.
Cuidado! Não confunda o pronome indefinido adjetivo demais com o advérbio de intensidade
demais. (Ele comeu demais = Ele comeu muito)
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PRONOME
Os pronomes pessoais são aqueles que substituem o substantivo indicando a pessoa do
discurso.
O pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de sujeito ou
predicativo do sujeito. EX: Nós lhe oferecemos flores (Nós= sujeito)
Esses pronomes podem exercer diferentes funções sintáticas dentro do enunciado, dependendo
da sua posição. Vamos analisá-las!
Funções sintáticas dos pronomes pessoais retos:
a) Podem exercer a função de sujeito.
Ela acordou cedo.
Pronomes pessoais retos Pronomes pessoais oblíquos
Átonos Tônicos
1ª pessoa-Eu Me Mim, comigo
2ª pessoa-Tu Te Ti, contigo
3ª pessoa-Ele O, a, lhe, se, Si, consigo, Ele, ela
1ª pessoa -Nós Nos Conosco
2ª pessoa - Vós Vos Convosco
3ª pessoa -Eles Os, as, lhes, se Si, consigo, Eles, elas, os as.
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PRONOME
b) Podem exercer a função de predicativo do sujeito.
Os alunos aprovados foram eles.
c) Somente os pronomes tu e vós podem exercer a função de vocativo.
Ei, tu, podes me ajudar?
⇒ Funções sintáticas dos pronomes oblíquos:
a) Podem exercer a função de complemento nominal.
Tenho esperança em ti.
b) Podem exercer a função de objeto direto.
Convidei-a para jantar.
c) Podem exercer a função de objeto indireto.
Ela gosta de mim.
Entregou-me os documentos
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PRONOME
d) Podem exercer a função de adjunto adverbial.
Você gostaria de caminhar comigo?
e) Podem exercer a função de agente da passiva.
Aquela mesa foi feita por ele.
f) Podem exercer a função de adjunto adnominal.
O pai veio até Ana e segurou-lhe a mão fria.
g) Podem exercer a função de sujeito de verbo no infinitivo.
Mandei-a responder os e-mails.
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PRONOMES DEMONSTRATIVOS
Pronomes demonstrativos são aqueles que tem por função:
• situar a posição de um ser no espaço, relativamente ao falante ( 1ª pessoa do discurso);
• situar a posição de elementos referidos no próprio discurso;
• situar, no tempo, um fato ou uma informação.
Veja os pronomes demonstrativos e como se comportam.
a) Este , esta, estes, estas, isso
1 – No espaço
Indicam o que está próximo da 1ª pessoa do discurso (quem fala/escreve).
Ex.: Este documento aqui prova a inocência dele.
2- No texto
Referem-se geralmente, a algo que irá ser dito.
EX.: O grande sentido da vida é este: ser feliz
3 –No tempo
Indicam tempo atual, presente (em relação ao momento da fala).
Há anos espero por este dia; hoje vou conhecer Toledo, a cidade histórica da Espanha.
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PRONOME DEMONSTRATIVO
b) Esse, essa, esses, essas, isso
1 – No espaço
Indicam o que está próximo da 2ª pessoa do discurso (quem ouve/lê)
Ex.: Por favor, passe-me essa revista que está com você
2- No texto
Referem-se, geralmente, a algo que já foi dito/escrito
Compreensão e apoio. Ele só pediu isso.
3 - No tempo –
Marcam um tempo anterior próximo ou posterior próximo (em relação ao momento da fala)
Ex.: A meteorologia prevê que esse fim de semana terá tempo bom.
A Seleção Brasileira ganhou da Sérvia nessa segunda-feira.
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PRONOME DEMONSTRATIVO
Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo
1 – No tempo
Indicam o que está longe da 1ª pessoa e também da 2ª pessoa (o objeto está longe dos dois)
Aquele ponto brilhante no céu é um satélite.
2 – No texto
Indicam um elemento anteriormente a outro.
Marcos e Carla são irmãos. Aquele é músico; esta é comerciante.
Marcos e Carla são irmãos. Esta é comerciante; aquele é músico.
3 – No tempo
Indicam um tempo distante, bem anterior ou posterior ao momento da fala.
Meu avô mudou-se para cá ainda menino. Naquela época, aqui só havia fazendas de café.
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PRONOME
Outros pronomes demonstrativos
a. o, a, os, as – equivalendo a aquele(s),aquela(s), aquilo, isso
A chuva destruiu tudo o que havíamos conseguido com sacrifício .(o= aquilo)
Que o ex-prefeito é corrupto todos o sabem. (o = isso)
b. Tal, tais, semelhante(s) – equivalendo a este(s), esta(s)
Por que só agora você vem me dizer tais coisas? (tais = essas)
c. Mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s) - empregados com sentido de “igual/idêntico” ou
para reforçar a identidade da palavra a que se referem.
Ele voltou ao trabalho com o mesmo entusiasmo de sempre
Confesso que eu próprio não esperava que ela nos apoiasse.
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A VÍRGULA
A vírgula pode ser uma pausa ou não.
Não, espere.
Não espere.
A vírgula pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso, só ele resolve.
Ela pode forçar o que você não quer.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.
Pode acusar a pessoa errada.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.
A vírgula pode mudar uma opinião.
Não quero ler.
Não, quero ler.
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OUTROS CASOS EM QUE SE USA A VÍRGULA.
Pra separar orações coordenadas assindéticas:
Foi à porta, espiou, correu para dentro assustada.
Pra separar as coordenadas sindéticas com exceção das introduzidas ele conjunção e:
Talvez seja engano meu, mas acho-a agora mais serena
Pra separar a oração subordinada substantiva apositiva, pode-se usar também os dois pontos:
Ele só pensava numa coisa, que não cederia
Pra separar a oração subordinada adjetiva explicativa:
Nem ele, que é o melhor da turma, quis participar do campeonato de xadrez.
As orações adverbiais são separadas por vírgula:
opcionalmente, se vierem após a oração principal
Ouvia histórias macabras desse lugar, quando era menino
Obrigatoriamente, se vierem antepostas ou intercaladas à oração principal:
Esses fatos, conforme informamos no jornal do meio-dia, são falsos.
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A VÍRGULA ENTRE OS TERMOS DE UMA ORAÇÃO
Emprega-se a vírgula :
• Para separar termos que exercem a mesma função sintática - sujeito , complementos,
adjuntos -, quando não vem unidos por e, ou nem;
Exe. Deu-me livros ,revistas de arte, discos antigos e CDs
objeto direto
• Para isolar o aposto :
O resto, as louças, os cristais, os talheres, irá nas caixas menores
• Para isolar o vocativo:
Você ouviu, Maria, que notícia estranha?
• Para isolar o adjunto adverbial, quando ele é extenso ou quando se quer destacá-lo:
À noite, faço um curso de inglês intensivo.
• Para isolar expressões explicativas como isto é, por exemplo, ou melhor, a saber, ou seja, etc:
Entregram-me a encomenda, isto é, os móveis e as cadeiras, com um mês de atraso.
• Para isolar o nome de um lugar anteposto à data:
Recife, 20 de dezembro de 2012.
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USO DO PONTE E VÍRGULA.
Emprega-se o ponte e vírgula:
• antes das orações sindéticas adversativas e conclusivas, quando
apresentarem a conjunção deslocada:
Os alunos pretendiam montar um pequeno laboratório de ciências; o
dinheiro arrecadado, entretanto, não foi suficiente.
Você já recebeu dois convite; deve, portanto, comparecer à cerimônia.
Observe que, nesse caso, a conjunção vem antes da vírgula.
• para separar orações, desde que a segunda contenha zeugma (ou elipse):
Vocês anseiam pela violência; nós, pela paz. (deixou subentendido nós
ansiamos pela paz)
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CONTINUANDO
• para separar os itens dos enunciados enumerativos:
As águas das chuvas provocam sérios problemas à rede de esgotos . Evite problemas,
procedendo da seguinte forma:
a) não ligue ralos de fundo de quintal à rede de esgoto;
b) tampe as caixas de inspeção e limpe-as a cada três meses;
c) Não jogue nos vasos sanitários fraldas descartáveis, absorventes higiênicos, plásticos,
estopas, panos e produtos similares.
• Separar partes do discurso, que têm a mesma importância.
-”Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espírito generosos
dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (Vieira)
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A importância do ato de ler
Ler deve ser sempre uma tarefa prazerosa: ler para
entreter; para descobrir o novo; para viajar a outros mundos;
para encontrar em outros seres a nossa outra parte humana,
ou para nos perder de vez em busca de outros sentidos que nos
façam negar a existência, muitas vezes triste, da qual fugimos;
para encontrar eternizados em palavras escritas, embora por
outras pessoas, aqueles sentimentos íntimos e belos que
desejamos desesperadamente que não morram em nós; e,
sobretudo, ler porque somos humanos e temos uma
necessidade enorme de transcender, ou seja, realizar através
da leitura esse milagre da transposição do tempo e do espaço.
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PRONOME DEMONSTRATIVO
Mas ler é uma tarefa que exige reflexão e silêncio.
O envolvimento com a leitura nos obriga a realizar um
diálogo com nosso próprio interior, situação esta a que
não estamos habituados, porque temos pressa,
porque recusamos a pensar, porque não conseguimos
mais fazer esse mergulho investigativo em busca de
respostas que, muitas vezes, nos angustiam.
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PRONOME DEMONSTRATIVO
Vive-se hoje o tempo do imediatismo e das
facilidades do mundo moderno em que os problemas
podem ser resolvidos com um simples apertar de
botão. Infelizmente não há um botão que se possa
apertar para transmutar o texto direto do livro para a
cabeça do leitor e, mesmo que houvesse, não seria a
mesma coisa, porque ao folhear um livro, ficam pelo
caminho os rastros de quem o leu, desde que a
história faça sentido. .
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É isso que se espera de um leitor diante de uma
obra, que a história ou as histórias contadas possam fazer
sentido, que o livro possa ser o companheiro de algumas
horas e quando deixado em algum canto, depois da leitura,
ele ( o livro) possa levar consigo as marcas digitais das mãos de
quem o leu, mais do que isso, que ele possa guardar em
segredo, no interior de suas páginas, o brilho do olhar, o leve
esboçar de um sorriso e até mesmo alguma lágrima que, sem
querer, teimou em rolar.
Quando a relação do leitor com a obra ganha esse grau
de afetividade e intimidade, a leitura deixa de ser um ato
superficial e mecânico e passa ser uma necessidade vital.
(Texto de abertura do livro Enquanto você dormia)
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