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NotaMetodológica
SetorMudançadeUsodoSoloeFlorestas
Coordenaçãotécnica:InstitutodoHomemeMeioAmbientedaAmazônia(Imazon)e
InstitutodePesquisaAmbientaldaAmazônia(Ipam)
Equiperesponsável:AmintasBrandãoJr.CarlosSouzaJr.FelipeLentiJuliaShimboAneAlencarVeraArruda
Outubro,2017
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Sumário1. Introdução...................................................................................................................3
1.1Escopodosetor............................................................................................................3
1.2Descriçãodosetor........................................................................................................4
1.3Processosquegeramemissões....................................................................................5
2.MétododeCálculo...............................................................................................................6
2.1.Fórmuladecálculo-IPCC/Inventário..........................................................................6
2.1.1Mudançadeusodosolo......................................................................................6
2.1.2.Queimaderesíduos............................................................................................7
2.1.3Calagemdesolos.................................................................................................7
2.1.4.Remoções...........................................................................................................8
2.2.SEEG:abordagemparacalcularasemissões...............................................................8
2.2.1.Emissõesbrutaspordesmatamento.................................................................9
2.2.2.Emissõesporqueimaderesíduos....................................................................12
2.2.3Emissõesporcalagemdesolos.........................................................................13
2.2.4.Remoções.........................................................................................................13
2.2.5.EmissõesporQueimadasnãoAssociadasaoDesmatamento..........................15
2.2.6.EmissõesemReservatóriosArtificiais..............................................................15
2.3.Dadosdeníveldeatividadenecessárioserespectivasfontes..................................15
2.4.Fatoresdeemissãoutilizados...................................................................................15
2.5.Mododerecepçãodosdados...................................................................................16
2.6.Sequênciadetratamentodosdados.........................................................................16
2.7.Softwaresutilizados..................................................................................................16
3.QuadrodeQualidadedosDados........................................................................................16
4.DiferençasparaoInventárioeEstimativasdeEmissõesOficiais.......................................19
5.Resultados..........................................................................................................................19
6.Bibliografia.........................................................................................................................26
Anexo1-Desafiosdasemissõesdequeimadasnãoassociadasaodesmatamento............28
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1. IntroduçãoNeste documento apresentamos os procedimentos metodológicos para calcular asestimativasanuaisdeemissõesdegasesdeefeituoestufa (GEE)noBrasilparaosetordemudançadeusoda terrae florestas,noperíodode1990a2016.Osdadosdeemissãoeremoção assim comoométodo utilizado permanecemembasados no Terceiro InventárioNacionaldeEmissõesdeGEE(MCTI,2016).Osdadosdedesmatamentoforamatualizadosatéoano2016eaprincipalnovidadeéodadodedesmatamentodobiomaCerradoparaosanos de 2014 e 2015, disponibilizado pelo INPE. Ainda assim, permanece a escassez dedadosanuaisdataxadedesmatamentoparaosbiomas,excetoAmazôniaeMataAtlântica.Foram realizados estudos preliminares dosmapas anuais de uso e cobertura da terra doBrasilgeradospeloprojetoMapBiomas(http://mapbiomas.org/),paraestimativasdetaxasdedesmatamentoe,futuramente,paragerarmatrizesdetransiçãodecoberturaeusodaterra. Avanços metodológicos desde o lançamento da Coleção 2 permitiram ganhos deacurácia e consistência temporal desses mapas, com expectativa de que as coleçõesseguintessejamutilizadasnasestimativasdedesmatamentoparaoSEEG6.Uma análise da distribuição e frequência de queimadas em áreas de vegetação nativaremanescente no Brasil, para o período de 2000 a 2016, foi realizada afim de mapearpossíveis abordagens e desafios para as estimativas das emissões de queimadas nãoassociadasaodesmatamento.1.1EscopodosetorOsetordemudançadousoda terrae florestas reportaasemissões líquidasdegasesdeefeitoestufa(GEE)ligadasaosprocessosdeconversãodosestoquesdebiomassaematériaorgânicaexistentesacimaeabaixodosolo.Essesprocessosocorrememtemposdistintoseestãoassociadosàperdadecarbonoparaaatmosferaatravésdaoxidaçãoeaquantidadedecalcárioconsumidanaagriculturadopaís(MCTI,2013).Paragerarasestimativasdosetor,sãonecessáriasduas informaçõesprincipais:mapasdecoberturaeusodosoloeinformaçõessobreoestoquedecarbonoexistente.Osmapasdecoberturaeusodo soloabrangem todooBrasil e sãoproduzidosapartir de imagensdesatéliteparapelomenosdoispontosnotempo.Essesmapassãoutilizadosnocálculodasáreasdemudançaentreascategoriasdecoberturaeusodosolo.Osdadosdeestoquedecarbono são gerados a partir de amostras de campo (namaioria dos casos), a partir dedadosdisponíveis na literaturaou imagensde satélite.Opasso seguinteéusar equaçõesmatemáticasqueconvertemasáreasdemudançadeusoe cobertura, calculadasapartirdosmapasdecoberturaeusodosolo,ememissõesdeGEEapartirdosmapasdeestoquedecarbono.NoBrasil,osmapasdetalhadosdecoberturaeusodosolosãoproduzidospelosInventáriosNacionais,enquantoosdadosdeestoquedecarbonovêmda literaturaede informaçõessecundárias. Na ausência dosmapas de cobertura e uso do solo dos inventários, o SEEGutilizou os dados de desmatamento produzidos pelo Instituo Nacional de PesquisasEspaciais (Inpe) e Fundação SOSMata Atlântica para 1990-2016, que estão acessíveis nainternet.
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1.2DescriçãodosetorO Brasil é coberto por seis biomas (Figura 1). Cada bioma possui condições específicasquanto aos tipos de vegetação, solos, condições climáticas e pressão humana. Essascaracterísticas influenciamos estoques de carbono existentes e sua contribuição para asemissõesdopaís. Porexemplo,obiomaAmazôniapossuiumaltoestoquede carbonoefrequentementesofrepressõesdedesmatamento. Issoaumentaarepresentatividadedasemissõesdessebiomaemrelaçãoaosdemaisbiomasbrasileiros.OCerradotambémtemfigurado como ponto de atenção, dada a continuidade da tendência de conversãodesordenadade áreasde vegetaçãonativaparaprodução, nasúltimasduasdécada, queresultouemdesmatamentodecercade50%daáreavegetadaoriginalmente.
Figura1.Limitedosbiomasbrasileiros.Fonte:AdaptadodeMCT,2010.OsmaioresbiomasbrasileirossãoaAmazônia(49%daextensãodopaís),oCerrado(24%)eaMataAtlântica(13%).OsbiomasCaatinga,PampaePantanalcobremos14%restantesdoterritórionacional.
• BiomaAmazônia(4.1milhõesdekm²).Concentrandoumavastabiodiversidade,obioma Amazônia abrange nove estados brasileiros e contém omaior estoque decarbono florestal do Brasil (MCTI, 2016). O mapeamento do desmatamento,realizadopeloInpenoProjetoProdes,contabilizouaté2016maisde720milkm²dedesmatamento no bioma Amazônia (aprox. 20% da área do bioma) associados apressões da agricultura e pecuária. Iniciativas do governo federal e dos governosestaduaisvisamcontrolarodesmatamentonaregião,masastaxasvoltaramasubirem2015e2016 (respectivamente24%e27%,em relaçãoaoano imediatamenteanterior).
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• Bioma Cerrado (2 milhões de km²). Localizado na região central do Brasil, oCerradoéo segundomaior biomadopaís.Nele estão localizadas as trêsmaioresbacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco ePrata).Alémdisso,essaregiãoéconsideradaasavanacommaisbiodiversidadenomundo (MMA, 2013). Mais de 11 mil espécies de plantas nativas já foramcatalogadasnessaárea,alémdeinúmerasespéciesdemamíferos,peixes,répteiseanfíbios. Apesar de sua importância, o Cerrado vem sofrendo várias pressõeshumanas, relacionadas principalmente à agricultura e pecuária – e, maisrecentemente,àproduçãodecarvãovegetal.Obioma jáperdeucercade50%daáreaoriginalmente vegetada, com taxasdedesmatamentoque chegarama 9.483km²em2014e2015(segundoIBAMA).
• BiomaMataAtlântica(1.1milhãodekm²).Oterceiromaiorbiomabrasileiropossuisomente15,3%desuacoberturadeflorestaoriginal(SOSMataAtlântica,2017).Obioma Mata Atlântica é de extrema prioridade para a conservação dabiodiversidade, commilhares de espécies endêmicas já catalogadas.Mais de 120milhões de pessoas vivem nesse bioma, que também concentra 70% do ProdutoInterno Bruto (PIB) brasileiro. A pressão humana está associada à ampliação deinfraestruturaeaprocessosindustriais.
• Bioma Caatinga (844 mil km²). Representando 11% do território nacional, aCaatingapossuiumagranderiquezaembiodiversidadeapesardoclimasemiárido.Ali vivem27milhões depessoas (MMA, 2013). A pressãohumana sobre o biomaestá associada a atividades agrossilvopastoris e industriais. Até 2009,aproximadamente46%dasuaáreaencontrava-sedesmatada(Ibama,2013).
• Bioma Pampa (176 mil km²). O bioma Pampa representa 2% da área brasileira.Restrito ao Rio Grande do Sul, representa 63% da área do Estado (MMA, 2013).Possui grande importância para a biodiversidade associada à fauna. Em relação àpressãohumana, a pecuária extensiva e soja, têm sido as principais atividadedaregião. Até 2008, aproximadamente 54% da área do bioma Pampa encontrava-sedesmatada(Ibama,2013).
• Bioma Pantanal (150 mil km²). A maior extensão úmida contínua do planetaencontra-senobiomaPantanal.Éobiomamaispreservadodopaís,mantendo86%dasuacoberturaflorestalnativa(MMA,2013).Essaregiãoéconsideradaoberçáriode várias espécies de repteis e abriga em abundância espécies consideradasameaçadas emoutrosbiomas.Apressãohumanapredominanteé a agropecuária(especialmentenaregiãodoPlanalto).
1.3ProcessosquegeramemissõesOsseguintesprocessosgeramemissõesnosetordeusodosolo(Quadro1):
i. MudançadeUsodoSolo.Asemissõesocorremquandoéalteradaacoberturaparaum uso de solo de menor estoque de carbono por hectare (IPCC, 2003). Porexemplo, a conversão de floresta para pastagem ou agricultura gera emissões deCO2 pela perda de estoques de carbonona retirada da floresta e sua queima.Deformasemelhante,podehaversequestrodeCO2daatmosferaquandoaconteceaconversãoparaum tipodeuso commaior estoquede carbonoporhectare (umapastagemconvertidaemflorestasecundária,porexemplo).
ii. QueimadeResíduos.EmissõesporqueimadebiomassaflorestalparalenhaouparausomadeireirotambémgeramemissõesdeoutrosGEEsnãoCO2,comoNO2eCH4
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(essesgasespossuemmaiscapacidadedeaceleraroefeitoestufadoqueodióxidodecarbono).Taisemissõestambémforamcontabilizadasnessaestimativa.
iii. CalagemdosSolos.Acalagemconsistenoprocessodeaplicaçãodecalcário(CaCO3)ou dolomita (CaMg(CO3)2) ao solo para melhorar sua fertilidade. No solo, seuscátions (Ca++ ouMg++) interagem com os íons de hidrogênio (H+) dos coloides dosolo, reduzindo sua acidez. Entretanto, o bicarbonato gerado nesse processo(2HCO3)podereagir,produzindoCO2eágua(H2O)(IPCC,2003).
Além dos processos que geram emissões, são contabilizadas as remoções de CO2 daatmosferapelavegetaçãonativaemunidadesdeconservação(UCs)eterrasindígenas(TIs).Essasremoçõesocorremduranteafotossíntese,pelafixaçãodecarbono(C)eliberaçãodeoxigênio(O2)(IPCC,2003).OcálculodasremoçõesdecarbonoporUCseTIsestádeacordocom a metodologia do IPCC, por se tratarem de florestas manejadas (MCTI, 2016). Nãoforam incluídas aqui outras fontesde remoções, como florestas remanescentes emáreasprivadasouterraspúblicasforadeUCeTI.Quadro1:Fontesdeemissãoeemissãodegasescontabilizadosnosetormudançadeusodaterraeflorestas.
FontedeEmissão CO2 CH4 NO2 HFCs CF4 C2F6 SF6 NOx CO NMVOC
TransiçãodeusodoSolo
Queimaderesíduos
AplicaçãodeCalcário
2.Método de Cálculo2.1.Fórmuladecálculo-IPCC/Inventário 2.1.1MudançadeusodosoloOGuiadeBoasPráticasdoIPCC(2003)eoRelatóriodoMCTIde2010calculaasemissõespormudançadousodosolousandoduasabordagens,dependendodotipodetransiçãodeuso.No“métododeincrementoseperdas”sãoconsideradosvaloresmédiosdemudançadeestoquesdecarbonoporunidadedeáreadatransição.Dessa forma, as emissões totais são calculadas pela soma das emissões e absorções decarbono:
Onde::Mudançasnoestoquedecarbono,emtoneladasporhectare.
:Incrementoseperdasanuaisdecarbono,emtoneladasporhectare/ano.
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A:Áreadeterra,emhectares.Ijk:índicesquecorrespondemaotipodeclima(i),tipodevegetação(j),epráticademanejo(k).No “método das duas medições de estoques de carbono” as emissões são calculadasconsiderandoosvaloresdosestoquesmédiosdecarbononoinícioenofinaldoperíododoinventário,esãodadaspor:
Onde::Mudançasnoestoquedecarbonoemtoneladasporhectare.
: Estoques de carbono do reservatório nos tempos no início e final do períodoconsiderado.
:anodeinícioefimdoperíodoconsiderado.Para estimativa dasmudanças nos estoques de carbono do solo, o IPCC usa estimativasbaseadasemdadosgeraissobreperdadosestoquesdecarbonodosolodurante20anos.
Onde:ESi:MudançasnosestoquesdeCdosolonopolígonoi.:Áreademudançadopolígonoi.
:Estoquemédiodecarbonodosolo.: fatores de mudança de carbono do
solo. :intervalodetempoemanos.Na equação, cada onde e são fatores de alteração nosestoquespelousodaterra,peloregimedemanejoepelasadiçõesreferentesàtransição,respectivamente.Osvaloresde e estão disponíveis no relatório para cada umadastransiçõesconsideradas.2.1.2.Queimaderesíduos AmetodologiadoIPCC(2003)usaasseguintesequaçõesparaestimarasemissõesdeNO2eCH4porqueimadebiomassaflorestal:
2.1.3CalagemdesolosApesardoprocessodeemissãodeCO2porcalagemacontecerduranteoperíododealgunsanos, o método básico assume que as emissões ocorrem no ano de aplicação, sendo
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calculadaspelamultiplicaçãodaquantidadedomaterialaplicadopeloseurespectivofatordeemissão,comonaequaçãoabaixo:
Onde:
:Carbonoemitidoporcalagem(tC/ano):Quantidadedecalcárioaplicadonacalagem(t/ano):Fatordeemissãodocalcário:Montantededolomitaaplicadanacalagem(t/ano):Emissãodecarbonodadolomita
2.1.4.RemoçõesAs remoções por unidades de conservação e terras indígenas (Figura 2) são calculadasusando a equação do “método dos incrementos e perdas” ou pelo “método das duasmediçõesdecarbono”,comodescritonaseção2.1.1,dependendodosdadosdisponíveis.Dessaforma,asabsorçõesutilizamasmesmasequaçõesapresentadas,sendoasabsorçõesequivalentesaemissõesnegativasdeCO2.
Figura2.ÁreasProtegidasutilizadasparacalcularasremoções.2.2.SEEG:abordagemparacalcularasemissõesNãofoipossívelreplicarametodologiaadotadanasComunicaçõesNacionaisdeemissõesde gases de efeito estufa (MCT, 2010; MCTI, 2016) devido à limitação de dados anuaisdisponíveis.EssaabordagemsegueasrecomendaçõesmetodológicasdoIPCC(2003;2006)e,paratanto,énecessáriomapasanuaisdecoberturaeusodosolodetalhados,bemcomoinformaçõesprecisasdeestoquedecarbono.
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NoprojetoSEEG,elaboramosumroteiroeumaferramentaeletrônicanoMicrosoftAccessparacalcularasemissões,replicandoométodoaplicadonasComunicaçõesNacionais.Umlimitante, no entanto, é a existência e disponibilidade de dados anuais com as mesmascaracterísticas dos utilizados no Inventário de emissões. Para contornar esse limitante,seguimos o método de cálculo de estimativa adotada pelo MCTI (2013). Esse métodoestimaasemissõesdeGEEapartirdedadosdedesmatamento.Alémdisso,estimamosaalocaçãodasemissõesporEstado.Nasseçõesseguintes,explicamosopassoapassoparareplicarométododoMCTI,bemcomoaabordagempararealizaraalocaçãodasemissõesnosestados.2.2.1.EmissõesbrutaspordesmatamentoOmétodoparaseestimarasemissõesanuaispormudançadeusodaterraeflorestasfoibaseado no utilizado pelo MCTI para as emissões de 1990 a 2014 (MCTI, 2016). Essemétodo foi adotado devido à carência de dados anuais de cobertura e uso do solo parareproduzirométododo2ºe3ºInventáriosbrasileiros,quecobriramosperíodosde1994a2002 e 2002 a 2010 respectivamente. A metodologia adotada implica que as emissõesanuaisforamcalculadasusandoaseguinteequação:
Onde:
:emissõesbrutasdeCO2equivalentenoanot,t=2006,...,2012. :áreadesmatadanoanot,t=2006,...,2012. :taxadedesmatamentoanualnoperíodode1994a2002.
:emissõesanuaisbrutasmédiasdeCO2equivalentenoperíodode1994a2002.Essaequaçãoassumequeasemissõessãoproporcionaisàáreaanualdesmatada.Verificou-seque,noperíodode1994a2002,houvealtacorrelaçãoentreaáreatotaldesmatadaeasemissõestotaisdeCO2equivalente(Figura3).Esseresultadoteveboacompatibilidadecomosresultadosdoinventário(MCTI,2013).
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Figura3.RelaçãoentreodesmatamentoeasemissõesdeCO2entre1990e2002(dadosdeMCTI,2013).NocasodoSEEGosseguintespassosforamrealizados:
• Identificaçãodasemissõesbrutasdo3ºInventárioBrasileiroparacadabioma.
o O Terceiro Inventário Nacional de emissões atualizou os mapas decoberturaeusodosolodosInventáriosanterioreseincluiuestimativaspara os anos de 2005 (somenteAmazônia) e 2010 (todos os biomas).Dessaformaosperíodoscobertoscommapasdetalhadosdecoberturaeusodosolosão:(i)Amazônia:1994-2002;2002-2005;2005-2010;(ii)Todososoutrosbiomas:1994-2002;2002-2010.ApartirdoRelatóriodeReferênciadoTerceiroInventário(MCTI,2015)identificamosototaldeemissõesbrutasporbiomaparaosperíodosdescritosanteriormente.
o Para calcular as emissões brutas de cada bioma, consideramos asomatória dos valores positivos das tabelas existentes no anexo doRelatório de Referência (MCTI, 2015). Por exemplo, para o biomaAmazônia,asomatóriadasemissõesbrutasentre1994(agostode1993a julho de 1994) e 2002 (agosto de 2001 a julho de 2002) foi de8.570.835.000tCO2e,commédiaanualde1.071.354.375tCO2e(Tabela1).
Tabela 1. Emissões brutas de CO2 por bioma para os períodos disponíveis no TerceiroInventário(MCTI,2016).
Biomas1994-2002 2002-2005 2005-2010
Total(tCO2) Média(tCO2/ano) Total(tCO2) Média(tCO2/ano) Total(tCO2/ano) Média(tCO2/ano)
Amazônia 8.570.835.000 1.071.354.375 5.413.157.800 1.804.385.933 3.910.447.900 782.089.580
Outrosbiomas2002-2010
Total(tCO2) Média(tCO2/ano)
R²=0,9793
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
10000 15000 20000 25000 30000Desmatamento(km2)
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Caatinga 225.707.200 28.213.400 299.106.600
37.388.325
Cerrado 1.880.215.000 235.026.875 2.306.084.100
288.260.513
MataAtlântica 996.584.700 124.573.0882.607.515.400
325.939.425
Pampa 38.562.200 4.820.275 173.805.800
21.725.725
Pantanal 176.982.300 22.122.788 142.465.400
17.808.175
• Cálculo da média anual de desmatamento para os períodos mapeados peloInventário. O passo seguinte foi estimar a média do desmatamento anual emhectaresparaosbiomasnosmesmoperíodomapeadosno Inventário.Essamédiafoi calculada a partir dos dados secundários de desmatamento publicamentedisponíveisparaosbiomas(Tabela2).
Tabela 2. Média anual de desmatamento dos biomasbrasileirosparaosperíodosde1994a2002,2002a2005(excepcionalmenteparaAmazônia)e2002a2010.Biomas 1994-2002(ha/ano) 2002-2005(ha/ano) 2005-2010(ha/ano)Amazônia1 1.914.138 2.406.067 1.066.240
2002-2010Caatinga2 570.600 255.151Cerrado2 1.123.463 1.239.628MataAtlântica2 214.300 39.283Pampa2 4.715 35.515Pantanal2 80.750 58.199Fonte:(1)Prodes(INPE);(2)PMDBBS(IBAMA).
• Cálculodarelaçãoentreodesmatamentomapeadoanualmentenosbiomascom
asmédiasparaosperíodosdoInventário.Paracalcularessaproporçãoprimeirofoiorganizadoabasededadosanuaisdedesmatamentopublicamentedisponíveisparacadabioma.ParaocasodobiomaAmazônia,utilizou-sedadosdoMonitoramentoda Floresta Amazônica por Satélite (Prodes). Para os outros biomas utilizou-se osdadosdoProjetodeMonitoramentodoDesmatamentodosBiomasBrasileirosporSatélite (PMDBBS),do Ibama.EspecificamenteparaobiomaMataAtlântica foramutilizadososdadosdaFundaçãoSOSMataAtlânticaparaosanosde2010a2016.Alémdisso,nobiomaCerradoutilizamosdadosdoprogramademonitoramentodedesmatamentoparaobiomaCerrado,paraosanosde2014e2015,sendoutilizadosineditamentenesta versãodoSEEG5.ATabela3 apresentaosanosea fontededadosdedesmatamentoque foramutilizadosnoSEEGparaosbiomasbrasileiros,tambémincluímosumaanálisedaqualidadedosdadosdisponíveis(escalade1a3).
Tabela3.Dadosdedesmatamentodisponíveisporbiomaparaoperíodode2006a2016.
Bioma 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Fonte
Amazônia 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Prodes
Caatinga 2 2 2 1 3 3 3 3 3 3 3 PMDBBS
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Bioma 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Fonte
Cerrado 2 2 2 1 1 1 2 2 2 2 2 PMDBBS,PPCerradoFases1,2e3
MataAtlântica
2 2 2 1 3 3 3 3 3 3 3 PMDBBS
3 3 3 3 1 1 1 1 1 1 1 SOSMataAtlântica
Pampa 2 2 2 1 3 3 3 3 3 3 3 PMDBBS
Pantanal 2 2 2 1 3 3 3 3 3 3 3 PMDBBS
1 Dadoanualdedesmatamento
2 Estimativademédiaanualdedesmatamento
3 Dadoinexistente–nestecasorepetimosoúltimodadodisponível
A partir dos dados da Tabela 3 calculou-se a proporção do desmatamento detectadoanualmente por bioma em relação à média de desmatamento para os períodos doInventárioilustradosnaTabela2.IssoestáexemplificadonaTabela4.
Tabela4.ExemplodecálculodaproporçãoentreodesmatamentoanualeamédiaanualporbiomareferenteaoperíododoInventário.
Bioma Dado 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Amazônia
Desmatamento(ha) 700.000 641.800 457.100 589.100 501.200 620.700 789.300
Proporçãododesmatamentoanualmédio(2005-2010)
66% 60% 43% 55% 47% 58% 74%
• Estimativa de emissões brutas (tCO2). Estimou-se as emissões brutas a partir da
multiplicação entre as proporções de desmatamento de cada bioma com asemissõesanuaisbrutasdaTabela1.ATabela5apresentaumexemplodasemissõesbrutasdobiomaAmazôniaparaoperíodo2010-2016.
Tabela5.Estimativasdeemissõesbrutas (tCO2)dobiomaAmazôniaparaoperíodo2010-2016apartirdosdadosdedesmatamentodoProdes(INPE).
Bioma Dado 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Amazônia Emissõesbrutas(tCO2)
513.451.668 470.761.829 335.283.939 432.106.253 367.631.394 455.284.929 578.953.430
2.2.2.Emissõesporqueimaderesíduos Asemissõesdemetano (CH4) eóxidonitroso (N2O)estãoassociadasao carbonoemitidopelaqueimadelenhaemadeiraextraída,bemcomoaocarbonovegetalproduzido(MCTI,2013).ForamutilizadososdadosdecarbonodelenhapublicadospeloBalançoEnergéticoNacional(BEN)paraestimarasemissõesdessesgases.Aseguinteequaçãofoiutilizada:
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:emissõesdeCO2porqueimaderesíduos(tCO2e).
:EstoquedeCarbono(tC).:fatordeemissãoassociadoàqueimaderesíduos.
2.2.3EmissõesporcalagemdesolosAs emissões de dióxido de carbono por calagem de solos foram calculadas usando aseguinteequação:
Osdadosdecalcário foramgeradospelaAssociaçãoBrasileiradosProdutoresdeCalcário(Abracal)eofatordeemissãode0,44tCO2/tCaCO3foiutilizadoparaestimarasemissõesdedióxidodecarbonopelacalagem.2.2.4.Remoções
• ÁreasProtegidas(unidadesdeconservaçãoeterrasindígenas)Asremoçõesdeemissõesparaosetordemudançadeusodaterrasãocalculadasapartirdas áreas protegidas (unidades de conservação e terras indígenas), consideradas áreasmanejadasemvegetaçãonativa(florestaecampo),segundooMCTI(2016).Nãoestãonocálculoasreservasparticularesdopatrimônionatural.OprimeiropassofoiestimarfatoresderemoçãomédioapartirdasmatrizesdetransiçãodoTerceiroInventário.ParacalcularosfatoresfoiutilizadosomenteasregiõesdepersistênciadeÁreaManejada,equivalenteàsáreasprotegidas.ParaaAmazôniaofatormédioderemoçãofoide1.35tCO2e/ha/anopara todooperíodo,naCaatinga0.57 tCO2e/ha/anoparaasáreasprotegidascriadasaté2002e0.36tCO2e/ha/anoparaascriadasapartirde2002.NoCerrado,os fatores foram0.88tCO2e/ha/anoparaasáreasmanejadasdefinidasaté2002e1 tCO2e/ha/anoparaasdepois de 2002. Na Mata Atlântica o fator de remoção foi constante e igual a 1.02tCO2e/ha/ano. No Pampa os valores foram 1.57 tCO2e/ha/ano para até 2002 e 1.55tCO2e/ha/anoparadepoisde2002.FinalmentenoPantanal,até2002utilizou-seofatorde0.94 tCO2e/ha/ano e 0.92 tCO2e/ha/ano para depois de 2002. Esses fatores de remoçãoforam então multiplicados pela extensão das áreas protegidas criadas anualmente peloICMBioeFUNAI.
• FlorestassecundáriasAsestimativasderemoçõesporflorestasecundáriaforamfeitasemduasetapasprincipais.Primeirocalculou-seumfatorderemoçãomédioanualapartirdaáreasdepersistênciadefloresta secundária publicadas no Terceiro Inventário Nacional (MCTI, 2016). Campossecundáriosnãoforamincluídosnasestimativasderemoções.ATabela5apresentaessesfatoresderemoçãoparatodososbiomasbrasileiros.Porexemplo,paraobiomaAmazôniacerca de 109 milhões de tCO2e foram removidos por áreas que florestas secundáriaspersistiram entre 1994 e 2002. Essas áreas ocupavam um total de 751 mil hectares.Combinando-seessesdois valoresestimou-seum fatormédioanualde -18,19 tCO2epelapersistênciadasflorestassecundárias.OpassoseguinterealizadofoiestimarumavariaçãolinearentreasáreasdeflorestasecundáriaparaosperíodosdoInventário.Opassofinal,foiaplicar o fator de remoçãomédio a partir das áreas de floresta secundária calculadas nopassoanterior.
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Tabela5.FatoresderemoçãoporflorestasecundáriaporbiomacalculadosapartirdoTerceiroInventário(MCTI,2016).Biomas
RemoçõesporFlorestaSecundária 1994-2002 2002-2005 2005-2010
Amazônia
tCO2e -109.279.300,00 -156.188.100,00 -376.110.700,00
Ha 751.094,90 2.862.684,70 4.136.114,40
tCO2e/ha/ano -18,19 -18,19 -18,19
2002-2010
Caatinga
tCO2e 0,00 -11.797.900,00
Ha 0,00 670.333,60
tCO2e/ha/ano 0,00 -2,20
Cerrado
tCO2e 0,00 -39.502.700,00
Ha 0,00 782.955,30
tCO2e/ha/ano 0,00 -6,31
MataAtlântica
tCO2e 0,00 -104.051.400,00
Ha 0,00 663.029,60
tCO2e/ha/ano 0,00 -19,62
Pampa
tCO2e0,00
-1.665.400,00
Ha 0,00 32.258,90
tCO2e/ha/ano 0,00 -6,45
Pantanal
tCO2e 0,00 -2.127.700,00
Ha 0,00 26.186,40
tCO2e/ha/ano 0,00 -10,16
• MudançadeUsodaTerra
NessaversãodoSEEGtambémcalculou-seasremoçõesporoutrostipodealteraçãodeusoda terra. Esse fator foi calculado somente para todas as outras remoções fora de áreasprotegidasepersistênciadeflorestasecundária.EssasestimativastambémforamcalculadasapartirdasmatrizesdetransiçãodisponíveisnoTerceiroInventário(MCTI,2016).ATabela6apresentaosfatoresderemoçãomédioqueforamcalculados.Essesfatorespermanecemconstantesnasérietemporal1990-2016calculadaparaoSEEG.
Tabela6.RemoçãomédiaassociadaàsalteraçõesdousodaterraporbiomaapartirdoTerceiroInventário(MCTI,2016).
Biomas RemoçãoporMudançadeUsodaTerra 1994-2002 2002-2005 2005-2010
Amazônia tCO2e -31.857.300,00 -5.851.200,00 -26.306.800,00
tCO2e/ano -3.982.162,50 -1.950.400,00 -5.261.360,00
2002-2010
Caatinga tCO2e -26.636.200,00 -195.590.800,00
tCO2e/ano -3.329.525,00 -24.448.850,00
Cerrado tCO2e -51.980.800,00 -244.973.300,00
tCO2e/ano -6.497.600,00 -30.621.662,50
MataAtlântica tCO2e -61.854.300,00 -365.172.400,00
tCO2e/ano -7.731.787,50 -45.646.550,00
Pampa tCO2e -4.479.900,00 -60.548.500,00
tCO2e/ano -559.987,50 -7.568.562,50
Pantanal tCO2e -661.200,00 -2.053.400,00
tCO2e/ano -82.650,00 -256.675,00
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2.2.5.EmissõesporQueimadasnãoAssociadasaoDesmatamentoEmissões por queimadas não associadas ao desmatamento não são contabilizadas nosInventários Nacionais principalmente devido à ausência de dados históricos sobre a áreaqueimadanoBrasil,assimcomosobreastransiçõesdeusoecoberturadaterraassociadasaessasáreas.Porém,a incidênciadequeimadastemseagravadonoBrasilenomundoeestasqueimadassãofrequentementerelacionadasaatividadeshumanas(origemantrópica)(Caúlaetal.2015,Fonsecaetal.2017).Frenteaestecenário,aequipedoSEEGiniciouumesforçoparaentendermelhoro fenômenoe comoele afetaasemissõesbrasileiras, comvistas a futura incorporação nométodo do SEEG no futuro.OAnexo 1 aborda commaisdetalhesesteesforçoeseusdesafios.
2.2.6.EmissõesemReservatóriosArtificiaisOBrasilpossuimilharesdereservatóriosdeáguaartificiais(antrópicos)noBrasilsendoosmais significativos aqueles associados a hidroelétricas. Apesar da limitação dadisponibilidadededados,decontrovérsiasedasincertezasdosmodelosparaestimativasdeemissões de gases de efeito estufa de usinas hidrelétricas (UHEs), alguns estudos têmmostradoquehidrelétricaspodememitirtantoquantousinasagás,óleoecarvão(Hertwich2013;Fariaetal.2015),ondeaemissãodasUHEsémaiornasduasprimeirasdécadasdeimplantação da hidrelétrica (Abril et al. 2005; Kemenes et al. 2011). Quando lagos sãoformadossobrevegetaçãocriamambienteanaeróbicoquepodelevaraemissãodedióxidode carbono e metano no processo de degradação da biomassa alagada. O InventárioBrasileironãoincorporaaestimativadestasemissões.Noentanto,aequipedoSEEGtemsedebruçado sobre este tema e as estimativas de emissões dos reservatórios devem serproduzidasnaspróximasversõesdoSEEG.
2.3.DadosdeníveldeatividadenecessárioserespectivasfontesPara as emissões brutas, utilizou-se os dados de desmatamento gerados por fontessecundárias e publicamente acessíveis (Tabela 3). Entretanto, com exceção do biomaAmazônia, não há dados para todo o período para os demais biomas. Nesses casos,utilizamosodadodoúltimoanodisponível nasestimativasdasemissõesparaosdemaisanos. Para as remoções por áreas protegidas, os dados utilizados foram gerados peloInstitutoChicoMendesdeConservaçãodaBiodiversidade(ICMBio)eFundaçãoNacionaldoÍndio(FUNAI).AsremoçõesporflorestasecundáriaeporalteraçõesdeusodosoloforamestimadasapartirdoTerceiroInventárioNacional(MCTI,2016).2.4.FatoresdeemissãoutilizadosOs fatores de emissões para o setor demudança do uso do solo são representados porincrementosouperdasmédiasdeestoquedecarbonoporhectaredeáreasobmudança.UtilizamososdadosdoRelatóriodeReferência(MCTI,2015)paraobterfatoresdeemissõesparaa transiçãode florestapordesmatamentoparacadabioma.Os fatoresdeemissõesmédios foram calculados a partir de todas as emissões brutas geradas no 3º InventárioBrasileiro(Tabela1),deacordocomoprocedimentoaplicadonoItem2.2.1.As emissões das demais transições de uso da terra foram assumidas proporcionais àsemissõesdatransiçãodeflorestapordesmatamento.Esseprocedimentotambémimplicanos pressupostos de que os estoques atuais médios de biomassa florestal nas áreas dedesmatamento atual foram invariáveis ao longo do tempo, e de que as contribuiçõesrelativas de cada transição para as emissões totais permaneceram constantes. Esses
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pressupostospodemserevitadoscomousodedadosdetalhadosdemudançadousodaterra,quandoestesestiveremdisponíveis.2.5.MododerecepçãodosdadosOsdadosespacialmenteexplícitosdeníveldeatividadeforamobtidosdiretamentedositedoIbama(http://siscom.ibama.gov.br/monitoramentobiomas)eProdes(www.inpe.br/prodes)eestãodisponíveisparaacessogratuitonoformatoshapefile(.shp).Alémdisso,usamososdadosdepúblicosdedesmatamentopublicadospelaFundaçãoSOSMataAtlântica.2.6.Sequênciadetratamentodosdados Os dados de desmatamento foram organizados em um ambiente de sistema deinformaçõesgeográficas (SIG)paracálculodeárea.Paracadabiomautilizou-seosistemadeprojeçãoindicadopeloprojetoPMDBBS.2.7.SoftwaresutilizadosO software ArcGis foi usado para obter os resumos de área total desmatada para cadabioma. O Microsoft Excel foi usado na tabulação e cálculo das emissões totais.Adicionalmente, oMicrosoftAccess foi usadoparadesenvolver umbancodedadosparareproduzirométodousadonoInventário,quepodeserusadoparamelhorarasestimativasquandomaisdadosestiveremdisponíveis.3.QuadrodeQualidadedosDadosDadaacomplexidadedoscálculosnecessáriosparaconsolidaroSEEGedevidoàopçãodeusar apenas dados disponíveis de forma pública e gratuita, considerou-se necessáriodivulgar uma avaliação da qualidade dos dados. Assim, qualquer usuário ou leitor podeaferir a confiabilidade de cada cálculo e eventualmente contribuir para aumentar arobustezdosdados.ATabela7aseguir,qualificaosdadosdoSEEGde1990a2016esegueaseguintelegenda:Tabela7.LegendautilizadaparaqualificarosdadosdoSEEGnoperíodode1990a2016.
Aspecto Valores
TIER
1 Tier1doIPCC-fatoresglobais
2 Tier 2 do IPCC - fatores nacionais ouregionais
3 Tier 3 do IPCC - fatores específicos porplanta
EXISTÊNCIADEDADODEATIVIDADE1
Dados existentes para cálculo de acordocom Tier do 3o Inventário (inclui dadosexistentes em associações de classe,mesmo que não seja público). Dados quesó existem nas empresas ou agenteseconômicos específicos não serãoconsiderados.
2 Dadosincompletos
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Aspecto Valores
3 Dadosnãoexistentes
DISPONIBILIDADEDEDADOSDEATIVIDADE
1 Dados disponíveis de forma pública egratuita
2
Dados disponíveis com alguma restrição(pago; em local físico especifico, oudisponível apenas mediante solicitaçãoespecífica)
3 Dadosnãodisponíveis
FATORESDEEMISSÃO
1 Fatorexplícito,comreferência
2 Fatorimplícitocomcorrelação(R²)maiorouiguala0,7
3 Fator implícito com correlação (R²) menorque0,7
NECESSIDADEDEAPRIMORAMENTO
1 Semnecessidadedeaprimoramento
2 Necessidadedeaprimoramentodemétodoouobtençãodosdadosparacálculo
3 NecessidadedeaprimoramentodemétodoEobtençãodedadosparacálculo
QUALIDADEGERALDODADO
1 Dado confiável; capaz de reproduzir 2O
Inventario
2 Dado confiável para estimativa; inventáriopodegerardiferençassignificativas
3 DadopoucoconfiáveloudedifícilavaliaçãoAlémdatabelageraldaqualidadededados,estimamostambémaqualidadedainformaçãodisponívelparaalocaçãodasemissõesporEstado(Tabela8).Tabela 8. Legenda da qualidade de dados utilizada para alocação das emissões para aescalaestadualnoSEEGnoperíodode1990-2016.
Aspecto Valores
OCORRÊNCIADEALOCAÇÃO
1Alocaçãopossíveldetodaemissãonacionalnos Estados (não fica resíduo/montantenãoalocado)
2 Alocação parcialmente possível. Parte dasemissõesnacionaisnãofoialocada.
3 Alocaçãoparaosestadosnãofoipossível
CRITÉRIODEALOCAÇÃO
1 Critério de alocação está diretamenterelacionadocomosfatoresdeemissão
2 Critério de alocação usa fatores indiretoscomaltacorrelaçãocomosfatoresdiretos.
3 Critério de alocação usa fatores indiretoscombaixacorrelaçãocomfatoresdiretos.
EXISTÊNCIADEDADODEATIVIDADE 1 Dados existentes para cálculo de acordocom Tier do 3o Inventário (inclui dados
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Aspecto Valores
existentes em associações de classe,mesmo que não públicos). Dados que sóexistem nas empresas ou agenteseconômicos específicos não serãoconsiderados.
2 dadosincompletos3 dadosnãoexistentes
DISPONIBILIDADEDEDADOSDEATIVIDADE
1 dados disponíveis de forma pública egratuita
2
dados disponíveis com alguma restrição(pagos; em local físico especifico, oudisponível apenas mediante solicitaçãoespecifica)
3 dadosnãodisponíveis
FATORESDEEMISSÃO
1 fatorexplícito,comreferência
2 fatorimplícitocomcorrelaçãoR2maiorouiguala0,7
3 fator implícito com correlação R2 menorque0,7
NECESSIDADEAPRIMORAMENTO
1 semnecessidadedeaprimoramento
2 necessidadedeaprimoramentodemétodoOUobtençãodosdadosparacálculo
3 necessidadedeaprimoramentodemétodoEobtençãodedadosparacalculo
QUALIDADEGERALDAALOCAÇÃO
1 dado confiável; capaz de reproduzir 2oinventario
2 dado confiável para estimativa; inventáriopodegerardiferençassignificativas
3 dadopoucoconfiáveloudedifícilavaliaçãoA tabela com a qualidade de dados estará disponível no site do SEEG em formato deplanilhacomentada,explicandoasrazõesparaclassificações‘2’e‘3’decadadado.Estatabelavisaqualificarosdadosqueapresentamosquandocomparadocomaqualidadedosdadosdoinventário.Considerandodadosdeníveldeatividade,hádadosanuaisapenasparaatransiçãofloresta-desmatamento,paraosbiomasAmazônia,MataAtlântica.ParaoCerradohouveatualizaçãoparaoperíodode2013a2015,porémosdadosnãosãoanuais.Paraosdemaisbiomasodadodisponívelmaisatualizadorefere-seaodesmatamentoem2011.Nessescasos,repetimosovalordoúltimoanocujosdadosestãodisponíveis.Assim,reforçamosqueaprecisãodasestimativaspodeseraumentadasignificativamentesedadosespacialmenteexplícitosdedesmatamentoestiveremdisponíveisparaosdemaisbiomas.A precisão tambémpode ser aumentada semapas espacialmente explícitos debiomassaforem utilizados em conjunto com os dados espacialmente explícitos de desmatamento.Entretanto,paraesse inventário,oprocedimentoparaobtençãodos fatoresdeemissões
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foi desenvolvido a partir das estimativas de desmatamento, que provavelmente aindaconstituemamaiorpartedasemissõesatuais.4.DiferençasparaoInventárioeEstimativasdeEmissõesOficiaisNossasestimativassãodiferentesemrelaçãoàsestimativasdoTerceiro Inventário (MCTI,2016)nosseguintesaspectos:
• As emissões foram apresentadas no Terceiro Inventário (MCTI, 2016) com valores
líquidossemsegregaremissãoeremoção.Calculamosasemissõeseremoçõesdasemissões de forma segregada e apresentamos as emissões emvários formatos nabasedeconsultadedados:Emissõesbrutas,emissõeslíquidas,remoçõesporáreasprotegidas,florestassecundáriasedemudançasdeusodaterra;
• Apresentamos por padrão apenas as emissões brutas de desmatamento. O MCTI(2016) calculou as emissões líquidas (emissões menos remoções). Na nossaestimativacalculamosasremoçõesporunidadesdeconservaçãoeterrasindígenaspara fins de comparação comas emissões doMCTI; no entanto, apresentamos asemissõesbrutas;
• UtilizamososdadosdedesmatamentoanualdaFundaçãoSOSMataAtlânticaquesupremaausênciadosdadosoficiaisdoPMDBBSparaessebioma, como tambémparaobiomaAmazôniautilizou-sedadosdoProdes;
• No SEEG 5, utilizamos os dados de desmatamento do bioma Cerrado,disponibilizados pelo IBAMA (PPCerrado), para os anos de 2014, 2015 e 2016. Osdemais biomas (Caatinga, Pantanal e Pampa) permaneceram com os dados doPMDBBS.
• Para as estimativas de remoções adotamos uma redução de 3,5% do total deremoção por áreas protegidas (terra indígena ou unidade de conservação). EssevalorfoicalculadoapartirdeumaestimativadodesmatamentomédioencontradonasáreasprotegidasdobiomaAmazônia.
5.ResultadosOsresultadossãoapresentadosporemissõesdeCO2poralteraçõesdousodosolo,queimade resíduos florestais, por calagem de solos e emissões totais no setor de uso do solo eflorestas, como também as remoções em áreas protegidas, florestas secundárias e demudançasdeusodaterra,noperíodode1990a2016.ATabela9apresentaasemissõesdeCO2poralteraçõesdousodosoloporbiomanoperíodode1990a2016.Tabela 9. Emissões de tCO2e (GWP, AR2) por alterações do uso do solo por bioma noperíodode1990-2016.Alteraçõesdousodosolo 1990 1995 2000 2005 2010 2016
Amazônia 768,476,432 1,626,449,865 1,020,120,281 1,425,920,346 513,451,668 578,953,430
AC 30,783,834 67,612,493 30,615,922 44,395,963 18,997,712 27,286,289
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Alteraçõesdousodosolo 1990 1995 2000 2005 2010 2016
AM 29,104,716 118,321,863 34,254,011 58,119,715 43,643,392 82,812,419
AP 13,992,652 503,735 - 2,474,775 3,887,563 1,246,954
MA 61,567,668 97,668,709 59,608,696 69,143,713 52,225,370 18,924,361
MT 225,001,840 581,590,576 356,476,795 535,826,279 63,888,057 109,218,505
PA 273,696,268 439,089,411 373,379,918 442,384,775 276,530,398 219,463,913
RO 93,470,913 264,740,970 137,967,546 243,277,880 31,907,354 100,929,928
RR 8,395,591 12,313,534 14,160,564 9,974,093 18,777,661 14,816,748
TO 32,462,952 44,608,574 13,656,828 20,323,152 3,594,162 4,254,314
Caatinga 11,817,390 28,213,400 28,213,400 40,467,877 28,149,670 28,149,670
AL 251,752 601,046 601,046 862,110 349,484 349,484
BA 3,228,565 7,708,030 7,708,030 11,056,010 9,354,014 9,354,014
CE 2,946,859 7,035,472 7,035,472 10,091,326 6,450,291 6,450,291
MA 69,178 165,160 165,160 236,897 473,599 473,599
MG 256,032 611,262 611,262 876,763 222,146 222,146
PB 722,451 1,724,814 1,724,814 2,473,987 1,346,503 1,346,503
PE 1,571,848 3,752,706 3,752,706 5,382,692 2,458,405 2,458,405
PI 1,844,283 4,403,129 4,403,129 6,315,626 5,992,079 5,992,079
RN 814,451 1,944,460 1,944,460 2,789,035 1,438,820 1,438,820
SE 111,969 267,321 267,321 383,431 64,329 64,329
Cerrado 185,559,232 221,687,844 221,687,844 329,558,549 150,432,499 220,515,706
BA 20,210,663 24,145,704 24,145,704 35,756,580 16,697,385 30,520,145
DF 183,218 218,890 218,890 325,553 111,618 70,597
GO 21,589,158 25,792,594 25,792,594 38,361,005 13,802,986 19,495,440
MA 32,335,752 38,631,563 38,631,563 57,456,244 36,828,658 39,881,863
MG 19,471,249 23,262,325 23,262,325 34,597,766 12,191,963 21,926,474
MS 15,601,864 18,639,566 18,639,566 27,722,395 7,217,047 9,488,306
MT 38,384,119 45,857,555 45,857,555 68,203,371 17,902,862 24,280,521
PI 9,189,243 10,978,400 10,978,400 16,328,037 22,794,994 39,322,260
PR 1,091 1,303 1,303 1,938 25,114 62,990
RO 17,449 20,847 20,847 31,005 1,395 1,826
SP 1,969,591 2,353,073 2,353,073 3,499,696 75,807 148,193
TO 26,605,835 31,786,024 31,786,024 47,274,958 22,782,670 35,317,093
MataAtlântica 47,256,972 58,167,435 51,846,935 379,182,642 125,984,885 241,233,176
AL - - - 553,148 - 91,269
BA 8,085,334 - - 58,910,214 32,052,134 101,956,155
CE - - - - - 74,675
ES 2,233,364 2,607,722 1,968,871 10,233,230 987,368 2,738,080
GO 84,289 75,569 394,123 3,318,885 1,327,554 1,236,285
MG 5,608,405 10,341,368 14,074,492 125,702,780 51,724,827 61,482,350
MS 1,552,659 487,713 2,122,335 8,297,213 489,536 2,198,761
PB - - - 1,106,295 - 265,511
PE - - - 2,350,877 - 132,755
PI - - - - - 25,928,791
21
Alteraçõesdousodosolo 1990 1995 2000 2005 2010 2016
PR 1,655,549 9,836,798 20,672,854 74,951,492 13,474,674 28,650,277
RJ 3,555,245 16,319,481 476,087 5,808,049 1,020,557 306,997
RN - - - 691,434 - -
RS 5,749,080 3,347,720 1,307,349 23,370,484 7,733,003 2,032,817
SC 11,557,453 7,315,108 4,964,322 45,496,386 15,042,847 7,019,442
SE - - - 7,190,918 - 1,327,554
SP 7,175,596 7,835,955 5,866,503 11,201,238 2,132,384 5,791,455
Pampa - 204,485 204,485 22,215,771 20,262,927 20,262,927
RS - 204,485 204,485 22,215,771 20,262,927 20,262,927
Pantanal 26,848,708 22,492,642 22,492,642 21,822,019 5,766,643 5,766,643
MS 9,380,420 7,858,495 7,858,495 7,624,192 2,729,716 2,729,716
MT 17,468,288 14,634,147 14,634,147 14,197,827 3,036,927 3,036,927
Total(tCO2e)GWP,AR2 1,039,958,734 1,957,215,672 1,344,565,588 2,219,167,204 844,048,291 1,094,881,552
A Tabela 10 apresenta as emissões de CO2 por queima de resíduos florestais (lenha emadeiraextraída)porbiomaeestadobrasileironoperíodode1990a2016 (Fonte:MCTI,2016;BalançoEnergéticoNacional).
Tabela10.EmissõesdetCO2e(GWP)porqueimaderesíduosflorestaisporbiomaeestadonoperíodode1990-2016.
Queimaderesíduosflorestais 1990 1995 2000 2005 2010 2016
Amazônia 28,169,035 59,618,644 37,393,214 46,997,185 17,302,004 19,509,245
AC 1,128,403 2,478,383 1,122,248 1,463,255 640,174 919,478
AM 1,066,853 4,337,170 1,255,604 1,915,579 1,470,670 2,790,566
AP 512,910 18,465 - 81,567 131,001 42,019
MA 2,256,805 3,580,114 2,184,998 2,278,921 1,759,861 637,702
MT 8,247,598 21,318,605 13,066,903 17,660,402 2,152,864 3,680,383
PA 10,032,526 16,095,126 13,686,499 14,580,646 9,318,365 7,395,371
RO 3,426,241 9,704,263 5,057,296 8,018,243 1,075,196 3,401,080
RR 307,746 451,361 519,065 328,738 632,759 499,286
TO 1,189,952 1,635,158 500,600 669,835 121,114 143,359
Caatinga 4,903,423 11,706,665 11,706,665 6,826,052 4,748,238 4,748,238
AL 104,460 249,394 249,394 145,419 58,950 58,950
BA 1,339,638 3,198,315 3,198,315 1,864,909 1,577,819 1,577,819
CE 1,222,748 2,919,248 2,919,248 1,702,188 1,088,024 1,088,024
MA 28,704 68,530 68,530 39,959 79,886 79,886
MG 106,236 253,633 253,633 147,891 37,471 37,471
PB 299,769 715,682 715,682 417,308 227,126 227,126
PE 652,211 1,557,121 1,557,121 907,943 414,680 414,680
PI 765,254 1,827,003 1,827,003 1,065,309 1,010,734 1,010,734
RN 337,943 806,820 806,820 470,450 242,698 242,698
SE 46,460 110,920 110,920 64,677 10,851 10,851
Cerrado 18,198,058 21,741,243 21,741,243 35,029,760 15,989,918 23,439,271
22
Queimaderesíduosflorestais 1990 1995 2000 2005 2010 2016
BA 1,982,089 2,368,004 2,368,004 3,800,673 1,774,815 3,244,077
DF 17,968 21,467 21,467 34,604 11,864 7,504
GO 2,117,280 2,529,516 2,529,516 4,077,505 1,467,160 2,072,228
MA 3,171,213 3,788,652 3,788,652 6,107,195 3,914,628 4,239,162
MG 1,909,573 2,281,369 2,281,369 3,677,500 1,295,920 2,330,630
MS 1,530,097 1,828,009 1,828,009 2,946,696 767,121 1,008,540
MT 3,764,385 4,497,316 4,497,316 7,249,539 1,902,949 2,580,849
PI 901,202 1,076,667 1,076,667 1,735,556 2,422,948 4,179,680
PR 107 128 128 206 2,669 6,695
RO 1,711 2,044 2,044 3,296 148 194
SP 193,161 230,769 230,769 371,993 8,058 15,752
TO 2,609,272 3,117,301 3,117,301 5,024,996 2,421,638 3,753,959
MataAtlântica 1,667,882 2,052,954 1,829,879 1,129,574 375,305 718,404
AL - - - 1,648 - 272
BA 285,363 - - 175,492 95,482 303,724
CE - - - - - -
ES 78,824 92,037 69,489 30,484 2,941 8,157
GO 2,975 2,667 13,910 9,887 3,955 3,683
MG 197,942 364,987 496,743 374,465 154,087 183,154
MS 54,799 17,213 74,905 24,717 1,458 6,550
PB - - - 3,296 - 791
PE - - - 7,003 - 395
PI - - - - - 77,241
PR 58,431 347,179 729,625 223,278 40,141 85,348
RJ 125,478 575,978 16,803 17,302 3,040 915
RN - - - 2,060 - -
RS 202,907 118,154 46,141 69,620 23,036 6,056
SC 407,907 258,179 175,210 135,532 44,812 20,911
SE - - - 21,422 - 3,955
SP 253,255 276,561 207,052 33,368 6,352 17,253
Pampa - 4,103 4,103 897,636 818,731 818,731
RS - 4,103 4,103 897,636 818,731 818,731
Pantanal 2,010,608 1,684,397 1,684,397 1,762,745 465,819 465,819
MS 702,468 588,496 588,496 615,869 220,502 220,502
MT 1,308,141 1,095,902 1,095,902 1,146,876 245,318 245,318
Total(tCO2e)GWP,AR2 54,949,006 96,808,007 74,359,502 92,642,952 39,700,016 49,699,709
ATabela11 apresentaasemissõesdeCO2por calagemde solosporestadobrasileironoperíodode1990a2016(Fonte:ABRACAL).Tabela11.EmissõesdetCO2e(GWP)porcalagemdesolosporestadonoperíodode1990a2016.
Calagem 1990 1995 2000 2005 2010 2016
23
AL 17,750 26,400 35,200 - - 70,270
BA 71,856 65,164 329,252 118,096 389,620 470,825
ES 26,998 57,728 181,236 64,900 73,480 160,108
GO 533,533 519,200 1,122,000 857,208 1,035,188 1,301,442
MA 71,795 79,200 167,200 37,400 149,600 161,867
MG 617,017 778,624 1,314,148 993,476 1,633,104 2,120,274
MS 221,682 171,600 357,984 394,548 748,396 1,395,809
MT 493,008 340,428 1,363,912 1,287,880 1,672,000 2,343,484
NA 33,235 55,880 134,552 532,576 764,720 842,358
PE 22,463 26,400 40,480 70,400 - 30,034
PR 773,656 814,880 1,005,268 762,124 1,248,236 1,511,460
RS 785,101 612,480 881,892 379,808 - 1,406,715
SC 241,959 354,904 262,240 264,000 268,444 301,307
SP 1,126,600 1,479,280 1,462,164 1,475,716 1,486,232 1,896,273
TO 66,776 13,200 59,840 236,280 171,600 604,021
Total(tCO2e)GWP,AR2 5,103,428 5,395,368 8,717,368 7,474,412 9,640,620 14,616,247
ATabela 12apresenta as emissões totais de CO2 no setor demudança de uso do solo eflorestasporbiomanoperíodode1990a2016.Tabela11.EmissõestotaisdetCO2e(GWP)nosetordemudançadeusodosoloeflorestasporbiomanoperíodode1990-2016.
Emissõestotais 1990 1995 2000 2005 2010 2016AlteraçõesdeUsodoSolo 1,039,958,734 1,957,215,672 1,344,565,588 2,219,167,204 844,048,291 1,094,881,552
Amazônia 768,476,432 1,626,449,865 1,020,120,281 1,425,920,346 513,451,668 578,953,430Caatinga 11,817,390 28,213,400 28,213,400 40,467,877 28,149,670 28,149,670Cerrado 185,559,232 221,687,844 221,687,844 329,558,549 150,432,499 220,515,706
MataAtlântica 47,256,972 58,167,435 51,846,935 379,182,642 125,984,885 241,233,176
Pampa - 204,485 204,485 22,215,771 20,262,927 20,262,927Pantanal 26,848,708 22,492,642 22,492,642 21,822,019 5,766,643 5,766,643Calagem 5,103,428 5,395,368 8,717,368 7,474,412 9,640,620 14,616,247
Nãoalocadonosestados
5,103,428 5,395,368 8,717,368 7,474,412 9,640,620 14,616,247
ResíduosFlorestais 54,949,006 96,808,007 74,359,502 92,642,952 39,700,016 49,699,709Amazônia 28,169,035 59,618,644 37,393,214 46,997,185 17,302,004 19,509,245Caatinga 4,903,423 11,706,665 11,706,665 6,826,052 4,748,238 4,748,238Cerrado 18,198,058 21,741,243 21,741,243 35,029,760 15,989,918 23,439,271
MataAtlântica 1,667,882 2,052,954 1,829,879 1,129,574 375,305 718,404Pampa - 4,103 4,103 897,636 818,731 818,731Pantanal 2,010,608 1,684,397 1,684,397 1,762,745 465,819 465,819
Total(tCO2e)GWP,AR2 1,100,011,168 2,059,419,047 1,427,642,458 2,319,284,567 893,388,927 1,159,197,508ATabela13apresentaasremoçõesdeCO2porflorestasemáreasprotegidas(unidadesdeconservaçãoeterritóriosindígenas),consideradasnoInventáriocomoáreasmanejadas,porbiomaeestadonoperíodode1990a2016.
Tabela12.RemoçõesdetCO2e(GWP)poráreasprotegidasporbiomaeestadonoperíodode1990-2016.
Remoçãopor 1990 1995 2000 2005 2010 2016
24
áreasprotegidasAmazônia -174,670,292 -181,743,389 -192,566,079 -227,923,396 -276,129,972 -282,681,667
AC -6,680,616 -6,680,616 -6,886,115 -9,544,183 -9,573,485 -9,537,940AM -72,543,302 -74,416,293 -78,503,915 -93,579,097 -108,334,715 -114,547,039AP -4,203,321 -4,203,321 -5,403,740 -10,564,678 -13,759,796 -13,637,009MA -2,053,074 -6,434,656 -6,435,135 -6,555,923 -6,552,137 -5,836,586
MT -12,994,961 -12,994,961 -13,880,096 -14,441,552 -14,710,857 -14,236,937PA -51,478,820 -51,490,785 -54,987,057 -65,228,549 -92,695,425 -92,424,953RO -9,360,824 -10,167,382 -10,785,861 -11,942,349 -12,338,965 -12,331,471RR -15,349,042 -15,349,042 -15,638,811 -15,997,179 -18,094,746 -20,099,497TO -6,332 -6,332 -45,350 -69,886 -69,846 -30,236
Caatinga -434,422 -549,999 -2,806,822 -1,835,965 -2,343,116 -2,369,794AL -6,869 -6,869 -6,869 -4,336 -8,288 -8,807BA -223,437 -333,490 -899,121 -596,131 -1,057,894 -1,052,464CE -53,291 -53,291 -566,576 -366,570 -381,503 -368,239MA 0 -5,092 -8,601 -5,429 -14,326 -12,530MG -19,346 -19,346 -36,780 -23,215 -35,691 -34,586PB -83 -83 -83 -832 -832 -907PE -69,551 -69,551 -255,163 -183,481 -185,928 -231,096PI -61,077 -61,077 -1,032,429 -651,787 -651,835 -650,193RN -769 -1,201 -1,201 -4,184 -4,391 -8,563SE 0 0 0 0 -2,428 -2,409
Cerrado -10,191,294 -12,349,056 -16,185,118 -23,237,895 -24,806,766 -23,479,063BA -110,126 -373,341 -522,696 -823,958 -1,990,163 -1,972,563DF -212,026 -215,973 -227,842 -637,484 -637,951 -541,110GO -273,927 -276,679 -446,222 -1,846,976 -1,885,184 -1,886,324MA -1,032,594 -2,048,755 -2,191,889 -3,031,385 -3,253,420 -2,167,330MG -619,312 -990,906 -1,191,303 -1,896,503 -1,950,852 -1,926,484MS -416,385 -416,385 -535,539 -620,106 -631,895 -638,960MT -4,640,629 -4,872,443 -5,589,900 -6,687,734 -6,758,987 -6,680,818PI -119,101 -119,170 -647,779 -1,000,061 -1,000,524 -1,000,048PR 0 -179,780 -179,780 -205,780 -206,507 -205,332RO -33,837 -33,837 -33,837 -38,731 -38,731 -38,491SP -431,476 -511,929 -511,929 -723,901 -725,091 -661,911TO -2,301,881 -2,309,859 -4,106,402 -5,725,275 -5,727,462 -5,759,692
MataAtlântica -4,345,890 -5,892,931 -8,513,132 -9,348,469 -10,210,119 -10,526,460AL -54,059 -54,059 -183,099 -191,691 -191,871 -189,109BA -222,574 -534,602 -721,759 -851,369 -1,049,940 -1,216,540ES -88,144 -98,675 -101,522 -124,313 -151,018 -166,646GO 0 0 0 0 -958 -958MG -392,939 -560,663 -1,017,722 -1,152,425 -1,185,702 -1,528,447MS -147,218 -147,218 -951,426 -953,083 -956,941 -953,618PB -42,853 -50,977 -51,140 -51,352 -52,017 -48,375PE -6,751 -6,751 -47,711 -47,790 -109,363 -111,865PR -564,094 -1,212,409 -1,545,146 -1,575,069 -1,646,243 -1,610,472RJ -361,927 -370,332 -396,332 -634,875 -778,758 -834,596RN -12,252 -14,152 -59,922 -60,194 -60,216 -86,390RS -152,188 -161,737 -259,178 -261,767 -262,116 -261,081SC -242,853 -259,161 -338,189 -428,174 -438,167 -445,506SE -4,010 -4,010 -4,010 -12,367 -13,306 -14,160SP -2,054,027 -2,418,185 -2,835,975 -3,003,999 -3,313,503 -3,058,697
Pampa -100,289 -597,023 -759,997 -754,341 -754,366 -785,358RS -100,289 -597,023 -759,997 -754,341 -754,366 -785,358
Pantanal -388,022 -388,022 -492,987 -679,432 -691,242 -693,201MS -200,077 -200,077 -304,942 -299,952 -311,525 -313,034MT -187,945 -187,945 -188,044 -379,480 -379,717 -380,168
Total(tCO2e)GWP,AR2 -190,130,210 -201,520,421 -221,324,136 -263,779,498 -314,935,580 -320,535,543ATabela14apresentaasremoçõesdeCO2porflorestassecundáriasporbiomaeestadonoperíodode1990a2016.
25
Tabela 13. Remoções de tCO2e (GWP) por florestas secundárias por bioma e estado noperíodode1990-2016.
Remoçãopor1990 1995 2000 2005 2010 2016
FlorestaSecundáriaAmazônia -13,659,913 -13,659,913 -13,659,913 -52,062,700 -75,222,140 -75,222,140
AC -21,166 -21,166 -21,166 -413,510 -2,553,383 -2,553,383AM -724,352 -724,352 -724,352 -2,566,910 -10,040,269 -10,040,269AP -55 -55 -55 -10,697 -248,490 -248,490MA -1,289,441 -1,289,441 -1,289,441 -7,021,175 -5,812,802 -5,812,802
MT -2,574,587 -2,574,587 -2,574,587 -9,554,120 -17,508,685 -17,508,685PA -7,098,815 -7,098,815 -7,098,815 -24,418,888 -27,216,481 -27,216,481RO -834,512 -834,512 -834,512 -5,228,965 -7,904,216 -7,904,216RR -294,938 -294,938 -294,938 -510,566 -1,173,173 -1,173,173TO -822,046 -822,046 -822,046 -2,337,869 -2,764,640 -2,764,640
Caatinga 0 0 0 -1,644,428 -1,474,738 -1,474,738AL 0 0 0 -36,715 -26,191 -26,191BA 0 0 0 -531,263 -465,631 -465,631CE 0 0 0 -301,120 -262,243 -262,243MA 0 0 0 -5,281 -5,281 -5,281MG 0 0 0 -81,021 -73,756 -73,756PB 0 0 0 -126,245 -116,650 -116,650PE 0 0 0 -168,505 -155,525 -155,525PI 0 0 0 -220,486 -206,453 -206,453RN 0 0 0 -165,860 -157,943 -157,943SE 0 0 0 -7,932 -5,065 -5,065
Cerrado 0 0 0 -4,934,862 -4,934,862 -4,934,862BA 0 0 0 -1,429,617 -1,429,617 -1,429,617DF 0 0 0 0 0 0GO 0 0 0 -415,206 -415,206 -415,206MA 0 0 0 -1,005,919 -1,005,919 -1,005,919MG 0 0 0 -862,102 -862,102 -862,102MS 0 0 0 -142,084 -142,084 -142,084MT 0 0 0 -453,698 -453,698 -453,698PA 0 0 0 0 0 0PI 0 0 0 -172,210 -172,210 -172,210PR 0 0 0 -435 -435 -435RO 0 0 0 0 0 0SP 0 0 0 -116,818 -116,818 -116,818TO 0 0 0 -336,773 -336,773 -336,773
MataAtlântica 0 0 0 -13,006,425 -13,006,425 -13,006,425AL 0 0 0 -26,758 -26,758 -26,758BA 0 0 0 -505,603 -505,603 -505,603ES 0 0 0 -140,991 -140,991 -140,991GO 0 0 0 -54,301 -54,301 -54,301MG 0 0 0 -3,388,615 -3,388,615 -3,388,615MS 0 0 0 -382,915 -382,915 -382,915PB 0 0 0 0 0 0PE 0 0 0 -804 -804 -804PR 0 0 0 -5,015,556 -5,015,556 -5,015,556RJ 0 0 0 -9,103 -9,103 -9,103RN 0 0 0 -36,155 -36,155 -36,155RS 0 0 0 -425,799 -425,799 -425,799SC 0 0 0 -1,404,714 -1,404,714 -1,404,714SE 0 0 0 0 0 0SP 0 0 0 -1,615,112 -1,615,112 -1,615,112
Pampa 0 0 0 -208,175 -208,175 -208,175RS 0 0 0 -208,175 -208,175 -208,175SC 0 0 0 0 0 0
Pantanal 0 0 0 -265,963 -265,963 -265,963MS 0 0 0 -33,805 -33,805 -33,805MT 0 0 0 -232,157 -232,157 -232,157
26
Total(tCO2e)GWP,AR2 -13,659,913 -13,659,913 -13,659,913 -72,122,552 -95,112,302 -95,112,302A Tabela 15 apresenta as remoções de CO2 pormudança de uso da terra por bioma noperíodode1990a2015.Tabela14.RemoçõesdetCO2e(GWP)pormudançadeusodaterraporbiomanoperíodode1990-2016.
RemoçõesporMudança1990 1995 2000 2005 2010 2016
deUsodaTerraAmazônia -3,982,163 -3,982,163 -3,982,163 -1,950,400 -5,261,360 -5,261,360Caatinga -3,329,525 -3,329,525 -3,329,525 -24,448,850 -24,448,850 -24,448,850Cerrado -6,497,600 -6,497,600 -6,497,600 -30,621,663 -30,621,663 -30,621,663
MataAtlântica -7,731,788 -7,731,788 -7,731,788 -45,646,550 -45,646,550 -45,646,550
Pampa -559,988 -559,988 -559,988 -7,568,563 -7,568,563 -7,568,563
Pantanal -82,650 -82,650 -82,650 -256,675 -256,675 -256,675Total(tCO2e)GWP,AR2 -22,183,713 -22,183,713 -22,183,713 -110,492,700 -113,803,660 -113,803,660
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Anexo1-DesafiosdasemissõesdequeimadasnãoassociadasaodesmatamentoQueimadas não associadas ao desmatamento são uma das principais perturbações deorigemantrópicaemáreasdevegetaçãonativa,contribuindoparaasemissõesdegasesdeefeito estufa (CO2, CO, CH4, NOx, N2O) e afetando processos climáticos locais a globais(Yamasoeetal. 2000;Alencaret al. 2006;Artaxoetal. 2006).Asemissõeseos impactosdessasqueimadas, tambémconhecidascomo incêndios,sãodistintosentreosbiomaseadependerdotipodevegetação(fitofisionomia),épocadoano,frequênciaeintensidadedaqueima,fazendocomquesejamaisdesafiadorasuacontabilidade.Emborapartedasemissõescausadasporqueimadasdeorigemantrópicanãoassociadasaodesmatamentosejamrevertidaspeloprocessode regeneraçãodavegetação,comfixaçãodecarbonoatmosférico,osregimesobservados,comfrequênciae intensidadecrescentes,comprometem essa remoção potencial ao danificar a vegetação regenerantesucessivamente. Esse processo tem se agravado, aumentando as emissões em relação àsremoçõese,assim,tornandocríticaanecessidadesecontabilizaremasemissõesresultantes(líquidas).NoRelatóriodeReferência sobremudançadeusoda terradoTerceiro Inventário (MCTI,2015)éapresentadoumestudosobreaáreaafetadaporqueimadasem2010nosbiomasCerrado,CaatingaeAmazônia,servindodebaseparaestabelecerfatoresdeemissões.Issopermitiu uma primeira estimativa das emissões por queimadas não associadas aodesmatamentodescritosnaTabela16aseguir:Tabela16:EmissõesdegasesdeefeitoestufareferentesàsqueimadasnãoassociadasaodesmatamentonosbiomasAmazônia,CerradoeCaatinga,em2010.Fonte:MCTI,2015.
Estasemissões,apesardesignificativas,nãoforamaindaincorporadasnos inventáriosportrêsmotivos quedemandammelhoriasmetodológicas: (i) as emissõesdeCO2podem serrevertidas dependendo das condições de regeneração da vegetação natural e apenas oacompanhamento desta regeneração permitirá indicar se há ou não neutralidade noprocesso;(ii)comrelaçãoaosdemaisgases,haviafaltadedadoshistóricosparaincorporarodadonoinventário;e(iii)nãofoipossívelavaliaratrajetóriasucessionaloudetransiçãodeusonasáreasqueimadasaolongodasériehistóricaparagarantirconsistênciatemporalda série de Inventários Nacionais a esse tipo de emissões (MCTI, 2015). Em resumo, aausência dedados históricos sobre área afetadapor queimadas noBrasil e sua trajetóriasucessional é o principal fator que impediu a incorporação desta fonte nas estimativasoficiaisdeemissõesdeGEE.Apesar de fundamental, o mapeamento sistemático da área queimada no Brasil aindarepresentaumgrandedesafio. Para queos incêndios sejam capturados em suas diversas
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situações,dependendodotipodevegetaçãoafetadaeépocadaqueima,faz-senecessáriouma maior frequência temporal e uma melhor resolução espacial dos dados de satéliteutilizadosnessemapeamento.Dadosdesatélitemaisfrequentesdecicatrizesdeincêndiospossibilitam o mapeamento de áreas queimadas em tipos de vegetação arbustivas egramíneas como as que ocorrem no Cerrado, pois o sinal dasmesmas desaparecem empoucassemanas.Jáumamelhorresoluçãoespacialdosdadosdesatélitefacilitamacapturadas áreas queimadas por incêndios florestais, que afetam principalmente as bordas dasáreasdeflorestadensadaAmazônia(Alencaretal.2015).A equipe do SEEG buscou identificar formas de gerar um mapeamento histórico destascicatrizes. Como um primeiro passo, para detecção da ocorrência e frequência das áreasqueimadasnãoassociadasaodesmatamentonoBrasilapartirde2000,foramcombinadososdadosdisponíveisdeáreaqueimadacommapadecoberturavegetalnativaporbioma:
• No caso do mapeamento de área queimada, foi utilizado o produto MCD45A1(Burned Area Monthly) do sensor MODIS (Moderate Resolution ImagingSpectroradiometer) dos satélites Terra e Aqua da NASA, que representa áreasqueimadascomresoluçãoespacialde500m,disponívelnapáginawebdosistemaNASA: https://search.earthdata.nasa.gov. Esses dados oferecem uma resoluçãotemporal apropriada (capturadiária dedados) paraomapeamentodos incêndios,principalmente em tipos de vegetação nativa não florestal, mas sua resoluçãoespacial (500m) apresenta dificuldades em capturar pequenos incêndios, portantosubestimandoaáreaafetadaporincêndios(Alencaretal.2011).
• Paraomapeamentodostiposdevegetaçãonativaassociadosàsáreasqueimadasfoi
utilizado com referência omapa de uso e cobertura da terra no Brasil do ano de2015 da Coleção 2 do MapBiomas (www.mapbiomas.org), visto que essa é ainformaçãomaisrecentedisponívelparaopaís,masqueaindaestáemprocessodemelhoria,principalmenteemrelaçãoaomapeamentodostiposdevegetaçãonativa(florestal,savânicaecampestre)entreosanosmapeados.
Apesar destas estimativas utilizarem os melhores e mais atualizados dados sobre áreaqueimada e vegetação nativa, ainda há incertezas associadas ao mapeamento deremanescentesdavegetaçãonativanoBrasil,comotambémassociadoaoprodutoMODIS.Estas incertezas estão sendo trabalhadas para diminuírem na próxima versão do SEEG,quandotodaasérietemporalrefinadadoMapBiomasestarádisponível,contandotambémcommapasdeáreasqueimadas(nopróximoanoserálançadaaColeção3doMapBiomasestendidaparaoperíodode1985a2016).Mesmocomtais limitações,essacombinaçãodosdadosdequeimadasevegetaçãonativado Brasil demonstram que, entre os biomas e para todos os anos considerados (comexceçãode2015), amaiorocorrênciadeáreasqueimadas seencontranobiomaCerrado(Figuras 4 e 5). Estes incêndios, que afetam principalmente a vegetação savânica ecampestredobioma,temseconcentradonasfrentesdeexpansãodaagriculturacomonatransiçãoentreosbiomasCerradoeAmazônia,nosestadosdoMatoGrossoeTocantins,enaregiãodeMatopiba,nasdivisasentreosestadosdoTocantins,Maranhão,PiauíeBahia,áreas que apresentam também maiores taxas de desmatamento (Spera et al. 2016).
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EnquantoqueobiomaPampafoioquemenosqueimou.EspecialmentenoCerradoaáreaqueimada em vegetação nativa, aumentou em 87% nos últimos 4 anos, sendo que emalgumasregiõesdobiomafoiregistradaaltafrequênciadequeimadas(entre10e16anos),indicandoumamudançanoregimenaturaldefogodaregião.AAmazôniaapresentaosegundolugaremmaiorextensãodeáreasafetadasporincêndios(Figura 4). Em 2015, os registros de área queimada nas florestas da Amazônia foramrecordesprincipalmenteemdecorrênciadoElNiñode2015/2016,umdosmaisintensoseprolongadosdesdeoiníciodadécadade1990.Osanosde2005e2010tambémmarcaramperíodosemqueAmazôniasofreurecordedeseca,entretantoaáreaqueimadanestesanosnãoatingiuasproporçõesde2015,provavelmenteemdecorrênciadoperíododechuvanosanos anteriores a este El Niño terem sido fracos e insuficientes para recarregar os solosentreumasecaeoutra,deixandoumdéficithídricono soloqueseacentuoucoma secaextrema causada pelo El Niño. Além de condições climáticas, outros fatores antrópicos,comoafragmentaçãoflorestalcausadapelodesmatamentoeaexploraçãomadeireiratemagidodeformasinérgicaaumentandooriscodeincêndios(Alencaretal.2004;Alencaretal.2015;Fonsecaetal.2017).
Figura4:Áreaqueimada(hectares)emvegetaçãonativaremanescenteporbiomanoperíodode2000a2016.(FONTE:MapBiomas;MODIS-NASA)
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Figura5.FrequênciadeáreasqueimadasemremanescentesdevegetaçãonativanoBrasilnoperíodode2000a2016.(FONTE:MapBiomas;MODIS-NASA)Portanto, emissões de queimadas não associadas a desmatamento tanto para o Cerradoquanto para a Amazônia (principalmente nos estados onde esta ocorrendo o avanço dafrente de expansão agrícola e nos anos de seca extrema, como o de 2015) tendem aimpactarasestimativasdeemissõesdegasesdeefeitoestufa,umavezqueestaspassarema ser contabilizadas. Inclusive devido ao fato de que grande parte das áreas que sãoatingidaspor incêndiosdealtasproporçõestemocorridoemáreasprotegidasnoCerrado(ondeemmédia38%dasáreasqueimadassãoemáreasprotegidas)oquetambémimpactaa contabilidade de emissões, visto que estas são consideradas como áreas manejadas eportanto superestimando as remoções já que essas emissões ainda não foramcontabilizadasnosinventáriosnacionais.
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Após a queima da biomassa da vegetação nativa, futuras remoções do processo deregeneraçãoeincrementodabiomassatambémdevemsercontabilizadas,quedependemda capacidade de regeneração dos diferentes tipos de vegetação nativa e às condiçõesambientais. Queimadas frequentes também reduzem o incremento e a resiliência davegetação.Dessemodo, omonitoramentodoprocessode regeneração apóso fogo e datransição de uso e cobertura destas áreas também deve ser acompanhado ao longo doperíodo dos inventários nacionais (MCTI, 2015). O projeto MapBiomas também poderápermitiracompanharesteprocessoderegeneração.Apesardas incertezasassociadasaomapeamentodasqueimadas,comotambémdeusoecobertura da terra, outras incertezas estão associadas aos parâmetros (como: fatores decombustão,fatoresdeemissão,estimativasdebiomassa/combustível,carbonoorgâniconosolo)utilizadosnasestimativasdeemissõesdequeimadasnãoassociadasadesmatamento.Além disso, a época do ano e a frequência do fogo também contribuem para essasincertezasassociadasàsemissõeseremoçõesdegasesdeefeitoestufa.Mesmo assim, espera-se que o monitoramento das cicatrizes de fogo em áreas devegetação nativa se amplie para todos os biomas ao longo do período considerado nosinventários,equearegionalizaçãoedetalhamentodestesparâmetrossejamutilizadosnaspróximas estimativas de emissões de queimadas não associadas ao desmatamento nospróximosinventários.
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