O ALUNO VIVENCIANDO SEU ESPAÇO GEOGRÁFICO: APREENSÕES E
PERCEPÇÕES
Cleonice Aparecida Manganelli Thorgan1
Fernanda Perdigão da Fonseca Toniol²
Resumo
Este artigo apresenta uma pesquisa acerca das transformações ocorridas no espaço geográfico do município de Diamante do Norte-PR, com o advento da produção cafeeira e das novas culturas, desde o seu povoamento, na década de 1950, até os dias atuais. Para que houvesse um aprendizado mais efetivo, realizou-se uma pesquisa referente ao “espaço geográfico”, objeto da Geografia. Este estudo apresentou, de forma sucinta, como alguns geógrafos renomados pensaram o espaço geográfico, abordando aspectos da Geografia Tradicional e da Geografia Crítica. Na sequência da pesquisa, realizou-se também uma abordagem sobre as transformações do espaço geográfico do Paraná com ênfase no Noroeste, destacando-se as atividades econômicas que contribuíram com tais transformações. Por meio deste estudo, os alunos da 8ª série do Colégio Estadual Reynaldo Massi apropriaram-se dos conceitos fundamentais da Geografia e compreenderam o processo de produção e transformação do espaço geográfico onde estão inseridos, bem como se entenderam como agentes ativos desse processo. Dessa forma, os alunos tiveram a proficiência de fazer inferências sobre as transformações que ocorreram no município e desenvolveram um senso crítico sobre o espaço onde vivem. Palavras-chave: Espaço Geográfico; Noroeste do Paraná; Diamante do Norte. Abstract This article presents a research about the changes occurring in the geographic area of the city of Diamante do Norte with the advent of coffee production and new cultures since its settlement in the 1950s to the present day. So that there was a most effective learning, we carried out a research in the "geographic area", the subject of geography. This study presented succinctly as some renowned geographers thought the geographical area, covering aspects of traditional
1 Integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – da Secretaria Estadual de Educação do
Estado do Paraná, graduada em Geografia pela Fundação Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de
Paranavaí, especialista em Didática e Metodologia do Ensino pela UNOPAR – Universidade Norte do Paraná.
² Orientadora Mestre, docente do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Paraná-
UNESPAR/Campos de Paranavaí.
geography and critical geography. Following the survey, there was also a discussion of the transformations of the geographic area of the Paraná, with emphasis on the Northwest, highlighting the economic activities that contributed to such changes. Through this study students in the 8th grade State School Reynaldo Massi appropriated the fundamental concepts of geography and understand the process of production and processing of geographic space where they belong and are understood as agents of this process. Thus, had the expertise to make inferences about the changes that occurred in the city and developed a critical sense of the living space. Keywords: Geographic area; Northwest Paraná; Diamante do Norte
1- Introdução
O presente trabalho surgiu da necessidade de se tentar sanar algumas
dificuldades que os educadores da área de Geografia encontram quando conteúdos
abordados em sala de aula não levam os educandos a refletirem e os associarem
com o que vivenciam no seu dia a dia. Ao abordar certos conteúdos referentes ao
espaço geográfico, percebe-se a falta de interesse, pois os discentes não têm a
proficiência de relacionar e contextualizar os conteúdos estudados com o cotidiano
deles e de fazer inferências sobre as transformações que ocorreram na paisagem
vivenciada no seu dia a dia.
Diante dessa problemática, este trabalho buscou caminhos para o
enfrentamento dessas dificuldades que tanto afligem os educadores na atualidade.
No que diz respeito à importância de trabalhos como este, vale lembrar que
as DCE de Geografia consideram que o aluno é agente da construção do espaço e
que é papel da Geografia subsidiar aquele a interferir conscientemente na realidade.
Assim, o ensino da Geografia deve refletir práticas que favoreçam a compreensão
do espaço geográfico, seus conceitos básicos e as relações socioespaciais nas
diversas escalas.
Para se estimular o aluno a pensar e agir criticamente no espaço, buscou-
se, por meio desta pesquisa, fazer uma abordagem acerca das transformações do
espaço geográfico do município de Diamante do Norte-PR, onde os educandos
estão inseridos.
Com esta pesquisa, produziu-se um material didático-pedagógico no formato
caderno pedagógico, com atividades práticas e reflexivas, que foi implementado na
escola. Esse foi o momento mais importante, pois colocou os alunos frente a frente
com sua realidade.
A pesquisa abordou uma análise da concepção de espaço geográfico
segundo alguns autores, em que a discussão enfatiza as mudanças que ocorreram
no ensino da Geografia nas últimas décadas, destacando aspectos da Geografia
Tradicional e da Geografia Crítica, com excertos significativos das obras de Milton
Santos.
No desenvolver teórico do conteúdo foram relatados pontos importantes
sobre a transformação do espaço geográfico do Paraná, destacando-se aspectos
relevantes da colonização do estado por meio das principais atividades econômicas
como: mineração, erva-mate, tropeirismo, etc. No entanto, priorizou-se a
compreensão sobre as transformações do espaço geográfico do Noroeste
paranaense, partindo-se para uma pesquisa ainda mais focalizada: o espaço
geográfico do município de Diamante do Norte.
Para tanto, foram propostas atividades de leitura, reflexão, levantamento de
dados junto ao IBGE, entrevistas com antigos moradores, visitas às áreas rurais e
urbanas, buscando-se informações e identificando-se acontecimentos históricos do
município, vinculados à colonização e às transformações do espaço geográfico do
município em questão.
Este trabalho foi estruturado de acordo com as determinações do Programa
de Desenvolvimento Educacional – PDE –, que consiste num programa voltado para
a formação continuada dos professores da rede estadual do Paraná, considerando-
se várias etapas: o Projeto de Intervenção Pedagógica, a Produção Didático-
pedagógica, a socialização com os professores da rede por meio do GTR – Grupo
de Trabalho em Rede – e o Artigo Final.
2- Objeto da Geografia: o espaço geográfico
A Geografia perpassou muitos objetos de estudo antes de haver um
consenso em torno da ideia de que o espaço geográfico é o foco de análise.
No decorrer dos séculos, muitos pensadores se posicionaram e propuseram
um objeto que se ajustasse à realidade vigente.
Dentre o conjunto de propostas que houve, a Geografia Crítica chegou como
uma das vertentes da renovação do pensamento geográfico e, consequentemente,
procurou expor sua concepção de objeto geográfico.
A Geografia Crítica agrupa autores que se posicionaram por uma
transformação da realidade social, pensando o seu saber como uma arma desse
processo. São os que pensam a análise geográfica como um instrumento de
libertação do homem. Criticam o empirismo exacerbado da Geografia Tradicional,
que manteve suas análises presas ao mundo das aparências, sem a possibilidade
de indagar a respeito da essência dos problemas.
Além dos vários autores que se posicionaram a favor de uma transformação
do pensamento geográfico em prol de uma Geografia Crítica, Yves Lacoste foi o
autor que formulou críticas radicais sobre a Geografia Tradicional, em seu livro: “A
Geografia – isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra”.
Lacoste coloca a Geografia como instrumento de dominação da burguesia.
Ele admite que
Os detentores do poder (seja o Estado ou a grande empresa) sempre possuem uma visão integrada do espaço, dada pela interação articulada em vários espaços. Por outro lado, o cidadão comum tem uma visão fracionada do espaço, pois só concebe os lugares abarcados por sua vivência cotidiana, e só esporadicamente possui informações (e mesmo assim truncadas) da realidade de outros lugares. (LACOSTE, apud MORAES, p. 115-116).
Diante do exposto, percebe-se que o referido autor busca expor, de forma
clara, suas ideias de como o homem comum deve pensar o espaço geográfico. Ele
ressalta que o Estado tem uma visão integrada do espaço e atua sobre todos os
lugares, transformando-se em uma arma de dominação. Dessa forma, o homem
comum deve assumir uma postura crítica diante do espaço, construindo uma
sociedade justa onde não haja dominante nem dominado. Para que isso ocorra,
Lacoste afirma que
É necessário construir uma visão integrada do espaço numa perspectiva popular e socializar este saber, pois ele possui fundamental valor estratégico nos embates políticos. [...] É necessário saber pensar o espaço, para saber nele se organizar, para nele combater. (LACOSTE, apud MORAES, p. 116).
Os caminhos buscados pelas várias propostas da Geografia Crítica para
expor seu objeto de análise são numerosos, diferentes e todos igualmente
importantes. Caberia ainda mencionar obras significativas que exemplifiquem esse
esforço, mas, em termos de uma concepção mais global de análise geográfica,
compete expor algumas das propostas de Milton Santos, apresentadas em suas
obras: Por uma Geografia Nova e A Natureza do Espaço.
Milton Santos coloca que a atividade humana implica uma ação sobre a
superfície da Terra, criando novas formas, de tal modo que produzir é produzir
espaço.
O autor elucida da seguinte forma:
A organização do espaço é determinada pela tecnologia, pela cultura e pela organização social da sociedade, que empreendem. Na sociedade capitalista, a organização espacial é imposta pelo ritmo de acumulação. [...] Há um contínuo processo de modernização em curso, que não atinge todos os lugares ao mesmo tempo, que é estimulado pelo Estado, o que obedece a lógica do capital e não aos interesses do homem manifestando-se então como uma “modernização maldosa”. Tal processo define os usos do solo, a apropriação da natureza, a relação entre os lugares, enfim a organização do espaço. Seu traço geral é a desigualdade, pois a história do capital é seletiva, elege áreas, estabelece uma divisão territorial do trabalho, impõe uma hierarquização dos lugares, pela dotação diferenciada dos equipamentos. E tal processo que deve ser objeto de preocupação dos geógrafos, que o analisarão, em cada manifestação concreta, tendo em vista uma geografia mais generosa e vendo o espaço como um lugar de luta. (SANTOS, apud MORAES, p. 124-125).
Como o Espaço Geográfico é palco de muitas discussões em busca de
melhores compreensões e explicações, Milton Santos publica: “A natureza do
Espaço: Técnica e tempo, razão e Emoção”, seu projeto mais ambicioso, chamado
dessa forma por ele em sua obra Por uma Nova Geografia.
Santos aborda nessa obra que o Espaço Geográfico é composto pela inter-
relação entre sistemas de objetos – naturais, culturais e técnicos – e sistemas de
ações – relações sociais, culturais, políticas e econômicas. O autor complementa
ainda que
O Espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações,
não considerados isoladamente, mas como um quadro único no qual a história se dá. No começo era natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos técnicos mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina. (SANTOS, 2006, p.63).
Dessa forma, o referido autor afirma que a Geografia deve se ocupar de um
conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, nunca tomados
separadamente. Assim como os objetos são povoados de ações, estas são
imbuídas de artificialidade. A partir dessa perspectiva, ele define assim a ação:
A ação é o próprio homem. Só o homem tem ação, porque só ele tem objetivo, finalidade. [...] As ações humanas não se restringem aos indivíduos, incluindo também as empresas, as instituições. [...] As ações, resultam de necessidades, naturais ou criadas. Essas necessidades: materiais, imateriais, econômicas, sociais, culturais, morais, afetivas é que conduzem os homens a agir e levam a funções. Essas funções, de uma forma ou de outra, vão desembocar nos objetos. [As ações] conduzem a criação e ao uso dos objetos, formas geográficas. [...] As duas categorias, objeto e ação, materialidade e evento, devem ser tratados unitariamente. Os eventos, as ações, não se geografizam indiferentemente. [...] O espaço geográfico deve ser considerado como algo que participa igualmente da condição do social e do físico, um misto, um híbrido (SANTOS, 2006, P. 82-86).
Jean Henrique Costa, em seu artigo “Espaço e Geografia Crítica: uma
contribuição aos Estudos Turísticos" comenta que, para Santos, os sistemas de
objetos e os sistemas de ações interagem, dialética e indissociavelmente. “De um
lado, os sistemas de objetos condicionam a forma como se dão as ações e, de outro
lado, os sistemas de ações leva a criação de objetos novos ou se realiza sobre
objetos preexistentes. É assim que o espaço encontra a sua dinâmica e se
transforma” (SANTOS, 1999, p. 52, apud COSTA, p. 09).
3- A transformação do espaço geográfico paranaense
O espaço geográfico paranaense em sua etapa inicial apresentava somente
os aspectos físicos ou naturais, como rios, lagos, morros, animais, plantas e toda a
interação e interdependência entre eles. O surgimento do colonizador europeu
desde os primórdios começou a interferir no meio a partir da introdução das
primeiras Bandeiras que adentraram o território em busca de riquezas que
pudessem atender às necessidades da metrópole.
Em 1531, a mando de Martin Afonso de Souza, houve uma Bandeira que percorreu a Baía de Paranaguá para explorar o território. [...] e por volta de 1550, a região era freqüentada por aventureiros e indivíduos que mantinham relações comerciais com os índios. (MARTINS, 1995, apud, ESTEVES, 2005, p.59-60).
O colonizador só passou a habitar oficialmente a região com a concessão,
em 1614, de uma sesmaria na ilha de Superagüi, cedida a Diogo Unhante.
O grande atrativo dos colonizadores era a busca pelo cobiçado metal
precioso, nunca deixado de lado pelos conquistadores. O ouro foi descoberto no
século XVII, pelos bandeirantes, na baía de Paranaguá. A descoberta do metal
atraiu muitos imigrantes para a região.
É importante ressaltar que, a partir desse fato, o espaço geográfico
paranaense sofreu muitas alterações por haver maior atuação humana no estado.
Steca e Flores (2002) mencionam que
A mineração não trouxe mudanças significativas para a região, foi até mesmo uma atividade de pouca expressão, mas o povoamento efetivo do litoral e do primeiro planalto ocorreu mediante a exploração do ouro, dando origem aos primeiros povoados como Paranaguá e Curitiba. E na medida em que a atividade mineradora avançou para o planalto e novas minas foram encontradas, também novos núcleos populacionais surgiram. Alguns transformaram-se [sic] em povoações e surgiram cidades como São José dos Pinhais e Bocaiúva do Sul, entre outras. (STECA e FLORES, 2002, p.177-178).
No século XVIII, a atividade mineradora entrou em decadência em virtude do
esgotamento do ouro e da descoberta do mesmo em Minas Gerais. Houve um
esvaziamento das áreas mineradoras, alguns permaneceram e tentaram a sorte nas
minas, outros procuraram áreas que permitissem a prática da agricultura, extração
da erva-mate e criação de gado.
A agricultura de subsistência e o tropeirismo foram atividades
complementares à economia mineradora que teve papel importante na
transformação do espaço geográfico paranaense. Os autores explicam ainda que
A economia do tropeirismo, baseada no transporte, criação e comércio de animais para o Paraná e para o Brasil, provocou o povoamento do território paranaense, nos locais onde eram pontos de parada para descanso das tropas. [...] vários vilarejos nasceram para atender os tropeiros e seus animais. Colaborou com a riqueza produzida, para a emancipação da província do Paraná, em 1853. É o responsável pela integração do sul com outras regiões do país. (STECA e FLORES, 2002, p. 179).
Nesse ciclo do gado, deu-se início à agricultura voltada para alimentar os
animais: produziu-se o milho, depois se introduziram as culturas do feijão e do trigo.
Com o tempo, o tropeirismo e a criação de gado foram perdendo lugar para
a produção da erva-mate, planta nativa do Paraná, conhecida e utilizada pelos
indígenas. Chegou a ser o principal negócio da Província do Paraná por meio de sua
exportação para a Argentina e Paraguai, o que proporcionou altos lucros para o
estado. Além disso, o comércio do produto fez com que surgissem novos caminhos
como a estrada da Graciosa (1871), a estrada de ferro Curitiba-Paranaguá (1885). O
porto de Paranaguá ganhou novo impulso com a exportação da erva-mate.
De acordo com as informações de Oliveira (2005), contidas na obra de
Costa (1989),
A economia ervateira tem no Paraná um passado glorioso, pois foi o esteio da economia paranaense por um longo período, além de ter sido um dos principais fatores de emancipação política do Estado. [...] a erva-mate ajudou também na organização da região Centro-Sul do Paraná que compreende o vale médio do Iguaçu até a capital, Curitiba. (COSTA,1986, apud, OLIVEIRA, 2005, p. 206).
Diante dessas considerações, constata-se que o espaço geográfico
paranaense sofreu consideráveis alterações com as constantes intervenções
humanas. A economia ervateira desempenhou papel importante nessa
transformação do espaço paranaense. Por meio dessa cultura surgiram novos
povoados, vias de transportes mais arrojadas, vários portos foram construídos, além
de ela ter favorecido o surgimento da primeira atividade agroindustrial do Paraná.
A exploração da madeira, entre o final de século XIX e início do século XX,
também contribuiu com a transformação do espaço geográfico paranaense.
Segundo Steca e Flores (2002),
A madeira nativa era encontrada em quase todo o território paranaense, tal como o mate. No Sudoeste e Oeste encontra-se em grande quantidade: Pinheiro de Araucária, Imbuía, Peroba, Pau Marfim, Canela, Cedro; no Norte: Peroba, Canafístula e outras madeiras consideradas nobres. A exploração da madeira era feita de maneira predatória e itinerante. (STECA; FLORES, 2002, p. 189).
A madeira atraiu capitais estrangeiros e contribuiu com a instalação de
várias madeireiras, dinamizando, dessa forma, o processo de exploração desse
recurso.
Além das culturas citadas anteriormente, cabe mencionar o desenvolvimento
da cafeicultura no Norte do Paraná, que também contribuiu com a construção e
transformação do espaço. Os problemas enfrentados pela cafeicultura paranaense
na década de 1960 levaram o governo a ampliar a política de erradicação dos
cafezais (esse assunto será abordado com mais detalhes posteriormente).
Segundo Steca e Flores (2002), na década de 1970 o perfil econômico do
Paraná começou a mudar: as pequenas propriedades deram lugar ao latifúndio. A
produção de grãos passou a ser mais interessante e a mecanização da agricultura
se fez necessária. Com uma agricultura diversificada e a utilização de tecnologia,
eliminou-se o sistema de colonato, criou-se o trabalho temporário com pagamentos
de salário diário, cujas consequências foram o êxodo rural e o aumento populacional
das cidades.
Nos últimos anos as culturas que estão se disseminando pelo território
paranaense são a soja e a cana-de-açúcar. O cultivo da cana tem incentivo muito
grande, pela expressiva quantidade de usinas instaladas. Em muitos municípios a
cana vem substituindo a soja, além de fazer com que pequenas propriedades, que
antes cultivavam milho e outras culturas de subsistência, arrendem suas terras para
as usinas de açúcar, fazendo com que as famílias migrem do campo para as
cidades.
Com o avanço tecnológico, o homem criou uma série de mecanismos para
facilitar a manipulação dos elementos da natureza, além do desenvolvimento de
toda produção agropecuária, com a inserção de tecnologias como tratores,
plantadeiras, colheitadeiras e muitas outras.
Diante dessas considerações, constata-se que o espaço geográfico está
sempre em transformação. Contudo, vale lembrar que, ainda que essas
transformações sejam de grande valor para a atual estrutura socioeconômica da
humanidade, muitas vezes parecem fora do controle, exageradas ou até mesmo
prejudiciais.
4- A transformação do espaço geográfico do Noroeste paranaense
O espaço geográfico da região Noroeste do Paraná, denominada também de
Norte Novíssimo, teve seu espaço construído e modificado segundo os interesses
presentes no processo de colonização do Norte do Paraná (Norte Pioneiro). O
processo de colonização do Noroeste teve início em 1940, dez anos após a
colonização do Norte Pioneiro. As lavouras de café foram o principal marco nessa
ocupação. Esse foi o principal motivo que justifica o rápido e intenso processo de
comercialização dos lotes de terras pela Companhia de Terras Norte do Paraná,
empresa posteriormente designada Companhia de Melhoramentos Norte do Paraná,
e que foi responsável pela colonização de uma área equivalente a 1.300.000 ha no
Norte e no Noroeste paranaense. Fonseca (2006) aborda que
Verificado assim o caráter “nômade” ou “itinerante” do café, entende-se que já na década de 1950 não mais havia terras “disponíveis” no Norte Novo, o que acarreta em um novo rumo para a expansão ocupacional, em direção ao Noroeste do Estado: o Norte Novíssimo. Na década de 1950, a ocupação passa então a avançar em sentido ao Noroeste, estimulada principalmente pela alta dos preços do café, verificada no final de 1940 até meados da década de 1950. Sempre em busca de novas terras que pudessem ser utilizadas pela cultura cafeeira. (FONSECA, 2006, p.72-73).
Uma das consequências que se pode aqui assinalar como resultante da
atuação da referida companhia colonizadora foi a devastação da mata nativa para o
plantio do café.
Dessa forma, verifica-se que o espaço geográfico do Noroeste paranaense
sofreu grandes alterações à medida que a cultura cafeeira se expandiu. Juntamente
com o café, desenvolveram-se também as lavouras de subsistência, bem como as
construções de edificações básicas que garantiriam a fixação do homem no campo.
Serra, (2009), em seu artigo “Noroeste do Paraná: o domínio das lavouras
de cana e a nova dinâmica da paisagem nas zonas de contato arenito-basalto”,
menciona que
A ocupação das lavouras de café das faixas dos solos propícios e também dos solos menos propícios a cultura vai se esgotar nos anos de 1960. [...] considerando que praticamente todos os lotes negociados foram ocupados pelo mesmo tipo de lavoura, não chegou a surpreender quando os preços do café despencaram no encerramento da marcha colonizadora, tendo como causa o excesso de oferta do produto no mercado. (SERRA, 2009, p.03).
A queda dos preços, associada a outros fatores, vai justificar uma série de
medidas tomadas pelo governo no sentido de desestimular a atividade cafeeira e de
convencer os agricultores a optarem por outra cultura mais rentável e mais segura
que o café. Os trabalhadores rurais, no entanto, relutaram em mudar, pois possuíam
experiências acumuladas com os cafezais. A resistência findou-se em meados dos
anos 1970, quando uma grande geada, conhecida como geada negra, devastou os
cafezais da região.
É nesse contexto, no qual a decadência do cultivo cafeeiro abre espaço para
novas culturas, que começam a ser implantadas na região Noroeste do Paraná as
lavouras mecanizadas de soja, trigo e milho. Essas atividades produtivas, com o
emprego de novas técnicas agrícolas, vieram contribuir com as transformações do
espaço geográfico da região, visto que uma parte dos produtores, transformando-se
em empresários rurais, aderiu às novas tecnologias e consequentemente dinamizou
sua produção. A estrutura fundiária também sofreu grandes alterações, deixando de
priorizar o modelo desenhado pelas companhias colonizadoras, baseadas nas
pequenas e médias propriedades, para contemplar as grandes propriedades
monocultoras.
Essa nova fase, marcada pela concentração fundiária, favoreceu as
mudanças no uso do solo, com domínios de pastagens e de lavouras mecanizadas.
A mudança no uso do solo tem seu lado mais perverso quando “expulsa” os
trabalhadores rurais por aderirem a um novo tipo de cultura pouco dependente do
fator trabalho.
Esse processo foi cada vez mais se intensificando no Noroeste paranaense
quando a concentração fundiária ganhou nova dimensão com a introdução das
lavouras de cana-de-açúcar no final dos anos de 1990. A cana passou a fazer parte
da paisagem regional, transformando, de forma intensa, o espaço geográfico do
Noroeste paranaense.
Os pequenos proprietários, vencidos pelo avanço das lavouras de cana, cedem suas terras para as usinas por meio de contratos de arrendamento, e vão morar nas cidades mais próximas. [...] Os proprietários que sobraram continuam donos da terra, mas nem sempre conseguem localizar o lote onde cresceram e criaram os filhos: o canavial não deixa divisas, é um mar de cana cobrindo de verde (ou de amarelo, nas épocas de safras) todo o espaço regional (SERRA, 2009, p.08).
Diante de todo esse processo discutido acima, é possível perceber que o
espaço geográfico do Noroeste paranaense sofreu grandes alterações, desde sua
ocupação, que teve como carro chefe a cultura cafeeira. Em última instância, as
alterações decorrentes desse processo se deram em duas vias, não se limitando ao
aspecto ambiental, pois, com a introdução das culturas mecanizadas, ocorreram um
“esvaziamento” do campo e um processo de urbanização relativamente
desordenado. Isso significa afirmar que houve alteração no sentido socioambiental.
5- A transformação do espaço geográfico do Município de Diamante do Norte
O município de Diamante do Norte, como a maioria dos municípios que
fazem parte da região Noroeste do Paraná, teve seu espaço geográfico alterado nas
décadas de 1950 e 1960 pelo movimento de ocupação das terras do Norte do
Paraná. O município situa-se nas seguintes coordenadas: latitude sul 22º39’40 e
uma longitude oeste de 52º51’50.
FONTE:Couto,EdivandoVitor. 2008.
Os primeiros povoadores que contribuíram com a transformação do espaço
geográfico do município de Diamante do Norte chegaram à região por volta de 1949
levados pelo impulso de transformar florestas em núcleo de civilização. O início do
povoamento data do ano de 1953 quando a Companhia colonizadora Toledo Pizza
abriu uma gleba denominada Macuco. O fluxo de migrantes foi muito grande pela
fertilidade das terras e pela necessidade de se expandir a cultura cafeeira.
Vários fatores interferiram inicialmente na ocupação e transformação do
espaço geográfico de Diamante do Norte: o estado, as companhias loteadoras, os
trabalhadores que vieram para o município, fosse na condição de proprietários ou
empregados. Todos colaboraram para transformar a paisagem, que era natural, em
outra, dentro do contexto econômico e político da época.
Em virtude do intenso processo de ocupação do município, a partir da
década de 1950, extensas áreas de vegetação nativa foram devastadas. De
imediato, foram efetivados os plantios de café e de lavouras de subsistência, bem
como as edificações que garantiram a fixação do homem no campo.
Ao longo dos anos, a cultura cafeeira foi se fortalecendo à medida que a
cidade se desenvolvia. Esse desenvolvimento se deu até meados da década de
1970, período considerado o auge da cafeicultura no município e em todo o Estado
do Paraná.
Posteriormente ao período que teve como principal economia o
desenvolvimento da cafeicultura, o município entrou em um processo de declínio
econômico em virtude da redução da produção cafeeira. Vários fatores justificaram a
queda na produção: o esgotamento da fertilidade natural do solo, a queda do preço
do café em decorrência da grande produção em vários lugares do Brasil e do
mundo, o aumento do preço dos insumos agrícolas, o estatuto do trabalhador rural e
a ocorrência de fortes geadas, em especial a geada de 1975.
Serra (1986), em seu artigo: Noroeste do Paraná: O Domínio das Lavouras
de Cana e a Nova Dinâmica da Paisagem nas Zonas de Contato Arenito – Basalto,
menciona que
As geadas sempre prejudicaram as lavouras paranaenses, mas nunca na intensidade como acabaram prejudicando em 1975. Foi neste ano que os proprietários rurais resolveram, de vez, substituir o café por outro produto que apresentasse mais segurança em termos de comercialização e menos riscos em termos de eventuais
instabilidades climáticas. (SERRA, 1986, p. 57 apud SERRA, 2009 p.4).
No município de Diamante do Norte a geada de 1975 não foi o principal fator
da redução de grande parte dos cafezais, como ocorreu no Norte paranaense.
Apenas alguns proprietários rurais decidiram erradicar seus cafezais nesse período
e aderir a outro tipo de cultivo. As consequências desse processo foram uma
diversificação de culturas. Alguns optaram pelas pastagens, outros, pela mandioca e
alguns, por culturas que hoje já não são vistas no município, como o algodão, soja e
milho. Porém, a maioria ainda permaneceu com o cultivo do café. Os cafeicultores
que persistiram por mais tempo permaneceram até a década de 1980, quando a
cafeicultura no município passou por um período de muita instabilidade. Oscilações
nos preços motivaram produtores a substituir o café pelas pastagens, como outrora
já havia acontecido com alguns cafeicultores, ficando apenas aqueles tradicionais
que colaboraram para que, na década de 1990, houvesse uma produção
considerável: mais de 120.000 sacas beneficiadas em um ano. Porém, na mesma
década, por volta de 1997, os preços começaram a cair novamente, o que motivou
mais uma vez os produtores a diversificarem seus cultivos: intensificou-se o cultivo
de mandioca e pastagem e introduziu-se o cultivo da cana-de-açúcar.
No município, ainda hoje, existe o cultivo de café, porém, em uma nova
técnica de plantio, denominada adensado. Os resultados, contudo, não são
satisfatórios a ponto de superar os problemas existentes na cafeicultura.
Em uma entrevista ao Diário do Noroeste, em 2009, Everson de Souza, ex-
gerente da SOPRANOR (Sociedade de Produtores Rurais da Região de Diamante
do Norte), sociedade que atua no mercado de café desde 1997, menciona:
Estamos no negócio há onze anos e chegou a um ponto que não dá mais. O café é até viável hoje em pequenas propriedades, mas o clima tem prejudicado muito os produtores, que tem sofrido constantes quebras na produção. Aliado a isso, não conseguem colher um grão de qualidade e o preço da saca acaba caindo. Você tem uma cultura onde os insumos aumentaram, a mão de obra ficou escassa e a planta precisa de muitos cuidados. São fatores que unidos acabam desmotivando o produtor. Nos próximos três anos, as áreas devem diminuir ainda mais na região, e no futuro existirão plantações de no máximo dois hectares. (Diário do Noroeste, 2009, p. 07).
A queda do preço perdurou até o ano de 2010. Os produtores que ainda
existem são os tradicionais. A produção do município atualmente não passa de
6.000 sacas beneficiadas. Portanto, as fortes oscilações nas cotações, atreladas à
questão climática, secas e geadas, não permitirão que a cafeicultura tome um
caminho inverso ao atual, exceto se os preços se mantiverem acima da média
histórica como atualmente. Talvez, dessa forma, poder-se-ão ver alguns produtores
atraídos pela cafeicultura novamente.
A partir dessa reflexão, percebe-se que, entre a década de 1970 e a década
de 1990, o espaço geográfico de Diamante do Norte sofreu grandes transformações,
em que grande parte dos cafezais foi substituída pelas pastagens e outras culturas
que não necessitavam de mão de obra abundante como o café. Muitos
trabalhadores migraram do campo para a cidade, e ocorreu no município o
fenômeno denominado êxodo rural. Além dos trabalhadores rurais, alguns dos
pequenos proprietários também se sentiram forçados a vender ou arrendar suas
terras para as usinas de açúcar e álcool, farinheiras e foram morar nas cidades.
6- Implementação do Projeto de Intervenção
O Projeto de Intervenção Pedagógico, intitulado “O aluno vivenciando seu
espaço geográfico: apreensões e percepções,” envolveu os alunos da 8ª série do
Ensino Fundamental do Colégio Estadual Reynaldo Massi, município de Diamante
do Norte-PR.
A pesquisa apresentou como meta principal a realização, por meio da
utilização de uma metodologia mais atrativa e participativa aos educandos, de um
estudo sobre as transformações ocorridas no espaço geográfico do município com o
advento da produção cafeeira e de novas culturas no decorrer dos tempos.
As atividades propostas no material didático-pedagógico se desenvolveram
em vários momentos:
A primeira discussão realizou-se em torno da temática “o objeto da
geografia: o espaço geográfico”. Nessa abordagem o foco das reflexões se deu em
torno dos vários pensadores que se posicionaram a favor de uma Geografia Crítica,
deixando de lado o empirismo exacerbado da Geografia Tradicional que manteve
suas análises presas ao mundo das aparências.
Para tal reflexão, os alunos, juntamente com a professora, realizaram
estudos de textos por meio de debates em que cada aluno pôde expor seu ponto de
vista com relação a esse conceito tão importante para o ensino da Geografia.
Fizeram, também, uma investigação com os colegas da escola sobre o conceito de
espaço geográfico e puderam posteriormente fazer uma comparação entre as
respostas que obtiveram e o que estudaram em sala.
Para aprofundamento do assunto, fez-se uma reflexão sobre o texto:
“Geografia: a ciência do espaço”, que os ajudou a entender que estudar
geograficamente o mundo é buscar compreender como e por que as paisagens,
sejam elas quais forem, apresentam as características que nelas se observam.
Assim, os alunos puderam perceber que ir além das aparências é buscar a essência
dos fatos, ou seja, considerar que, por trás de toda paisagem, há uma dinâmica
particular que a determina, que a constrói e que a mantém com determinada
aparência.
Em um segundo momento, os alunos trabalharam com o mapa do Paraná,
destacando os aspectos físicos e econômicos. Foram realizadas leituras de textos e
análises de figuras e fotos relacionadas aos ciclos econômicos, fatos esses que
deram origem à colonização e transformação do espaço geográfico do Paraná. Para
maior assimilação do conteúdo, os alunos pesquisaram sobre os ciclos econômicos,
utilizando livros, revistas, internet, e realizaram, em grupo, uma apresentação com
cartazes, desenhos, figuras, fotos, etc. Com isso, foi possível notar que os alunos
perceberam a importância dos ciclos econômicos para a formação e transformação
do espaço geográfico do Paraná.
Em um terceiro momento, realizou-se o estudo sobre as transformações do
espaço geográfico do Noroeste paranaense, com aulas expositivas e análises de
textos, mapas, figuras e fotos, relacionados à cultura cafeeira a qual deu origem à
colonização do Noroeste e às transformações que surgiram no espaço com a
introdução das culturas modernas como soja, cana-de-açúcar, etc.
Para enriquecer o conteúdo, os alunos acessaram vídeos no youtube em
que ouviram relatos e músicas sobre as geadas no Paraná e as transformações que
tal fato provocou no espaço geográfico do Noroeste. Para concluir o assunto, os
alunos elaboraram seu próprio texto sobre as transformações do espaço geográfico
do Noroeste, orientados por uma sequência de fotos que iam desde a vegetação
natural, passando pelas primeiras lavouras de café até o êxodo rural.
Ao se finalizar os estudos sobre “o espaço geográfico: objeto de estudo da
geografia e as transformações do espaço geográfico do Paraná e do Noroeste”, foi
apresentado aos alunos um estudo sobre as transformações do espaço geográfico
de Diamante do Norte com leitura e análises de textos, mapas, fotos, além de
excursões às áreas rurais e urbanas, entrevistas com antigos moradores,
elaboração de gráficos sobre a evolução da população urbana e rural do município,
entre outras.
Convidou-se a Professora e Pedagoga Maria Aparecida Trizzi Silva, também
pioneira do município, para acompanhar os alunos e a professora destes a um
passeio pela cidade. Foram definidos alguns locais para visitação como: ruínas de
uma olaria - local onde foi construída a primeira igreja -, o primeiro hospital, a
primeira mercearia, a colônia onde viviam os motoristas da fazenda de café do Sr.
Reynaldo Massi, pioneiro do município, etc.
O objetivo desse passeio foi apresentar aos alunos um pouco da história do
município e consequentemente as transformações que ocorreram no espaço urbano
em que eles vivem.
Além do passeio pela área urbana do município, realizou-se também uma
excursão pela zona rural, em que foram acompanhados pelo técnico da EMATER
(Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), o Sr. Tadeu Júlio
de Souza.
O objetivo desse passeio foi mostrar aos alunos as transformações que
ocorreram no espaço rural do município, desde sua colonização, com a introdução
da cultura cafeeira, até os dias atuais, com destaque para as novas culturas. Por
meio desse trabalho, os alunos compreenderam que as atividades que existem hoje
não são iguais às do início da colonização, em virtude de vários fatores. O café, que
foi a base da economia do município, hoje é quase inexistente. O que predomina é a
pastagem, a cultura da mandioca e da cana-de-açúcar. Os discentes
compreenderam ainda que o espaço geográfico é dinâmico e está sempre sendo
construído e que os cidadãos têm papel fundamental na construção do seu espaço.
No decorrer da pesquisa, os alunos realizaram também entrevistas com
antigos moradores. As questões foram elaboradas de forma a permitir que os alunos
desvendassem a história do município e as modificações que ocorreram na
paisagem local. Alguns exemplos:
- Em que ano teve início à colonização das terras que vieram a se constituir o
Município de Diamante do Norte? Quais foram os primeiros colonizadores?
- Com qual objetivo esses colonizadores vieram para esta região?
- O cultivo do café provocou mudanças no espaço geográfico do município? Quais
foram essas mudanças?
Em outro momento, os alunos tiveram acesso ao Google Earth para
visualizarem as paisagens que predominam atualmente no município.
Posteriormente, pesquisou-se, junto ao IBGE, o número de habitantes do
município a partir da década de 1970. Com isso foi possível perceber o quanto a
população diminuiu, sobretudo no campo, em virtude do êxodo rural.
Para finalizar a pesquisa, os alunos confeccionaram uma maquete que
representava o espaço geográfico do município desde a colonização até os dias
atuais.
7- Conclusão
Com o estudo realizado sobre a transformação do espaço geográfico de
Diamante do Norte, houve uma conscientização quanto à necessidade de mudanças
na forma de se ensinar a Geografia: as aulas devem estar pautadas em atividades
motivadoras e participativas, com estudos de campo, entrevistas, análise de mapas,
levantamento de dados por meio de órgãos competentes e que se relacionam ao
tema estudado, confecções de maquetes, debates sobre a realidade vivenciada
pelos alunos, etc.
Ao realizar esse estudo, os alunos entenderam que a Geografia é uma
disciplina interessante e que tem a ver com a vida e não apenas com dados e
informações que lhes parecem distantes da realidade.
Pôde-se perceber que trabalhar temas que envolvam pesquisa e aula de
campo é muito importante e eficaz para o aprendizado, pois o aluno se interessa e
apreende muito mais.
Referências
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